Peixes de Águas Interiores

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Ictiofauna da macrorregião ambiental 7 "Dessa serra até Bom Jesus, a região é toda de gnais, com morros baixos arredondados, tudo coberto de florestas do máximo vigor de vegetação. (....). O rio é ladeado por terras planas de aluvião, freqüentemente alagadiças, servindo de refúgio a grande número de aves aquáticas, piaçocas (Parra jacana4), grous, etc.". CHARLES F. HARTT (1856)

A Bacia do Rio Itabapoana, originalmente Rio Managé, situa-se entre as latitudes 20º15' e 21º15'sul e longitudes 41º00 e 42º05'Oeste, drenando uma área de aproximadamente 4.800 km. A bacia apresenta uma conformação em L, seguindo perpendicular à costa em seu baixo curso e parte do médio curso, e aproximadamente paralela à costa e parte de seu médio curso e em seu alto curso. A principal nascente do Rio Itabapoana encontra-se localizada na Serra do Caparaó e sua desembocadura se dá no oceano Atlântico, limitando os municípios de São Francisco de Itabapoana e Presidente Kennedy (PROJETO MANAGÉ, 1998). No presente, a Bacia do Rio Itabapoana difere radicalmente da paisagem descrita por HARTT (1856). Submetida desde o século XIX a intensa interferência antrópica, primeiramente na forma de exploração madereira, e posteriormente por atividades agrícolas (ciclos do café e da cana) e atualmente pecuária, a vegetação original foi em sua quase totalidade substituída por campos de pastagem e culturas. Atualmente os escassos remanescentes florestais restringem-se a ilhas esparsas de vegetação secundária, em acelerado processo de degradação. Esta condição já se encontrava nitidamente delineada quando da conclusão do Projeto Radam. Assim, de acordo com o mapa de cobertura vegetal apresentado em RADAM (1983), a maior parte da cobertura natural nas áreas abrangidas pelos ambientes das formações estacionais semideciduais se encontra substituída por agricultura e pastagens. O PROJETO MANAGÉ (1998) apontou, para a Bacia do Rio Itabapoana como um todo, predomínio absoluto de áreas antropizadas. Dados acerca da ictiofauna do Rio Itabapoana foram reunidos primeiramente pela Expedição NATHANIEL THAYER que, em 1865 iniciou seus trabalhos em território brasileiro. Os pesquisadores CHARLES F. HARTT e EDWARD COPELLAND percorreram os rios costeiros do sudeste brasileiro, reunindo exemplares dos principais sistemas explorados, dentre os quais figura a bacia em estudo (HIGUSHI, 1996 in: www.mcz.harvard.edu/fish/tahyer.htm). Após a expedição THAYER, o Rio Itabapoana deixou de ser amostrado até meados do século XX.

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Atualmente Jacana jancana

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