Peixes de Águas Interiores

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Dentro deste grupo heterogêneo, a Superclasse Agnatha contempla os peixes sem mandíbula, como por exemplo lampreias (Cephalaspidomorphi) e peixes-bruxa (Myxini). Lampreias são usualmente parasitas anádromos ou dulciaqüícolas que vivem em zonas frias. Embora presentes na América do Sul (Argentina e Chile), não existem registros de espécies deste grupo no Brasil. Os Myxini são de hábitos marinhos, típicos de zonas temperadas. Algumas espécies foram registradas no extremo sul da costa brasileira. Entre os Gnathostomata viventes, os Chondrichthyes reúnem peixes que, dentre outros aspectos, compartilham a posse de esqueleto usualmente não ossificado (i.e., cartilaginoso), crânio sem suturas, dentes não fundidos nas mandíbulas, raios das nadadeiras não segmentados e de origem epidérmica. Todos os Chondrichthyes não possuem bexiga natatória ou pulmões. As espécies são predominantemente marinhas, embora algumas percorram grandes extensões em ambientes aquáticos continentais. Na América do Sul há uma família de raias de água doce (Potamotrygonidae), com distribuição restrita as bacias amazônicas e ao sistema Paraná/Paraguai. Os Sarcopterygii, que incluem os Tetrápodes, apresentam apenas um grupo de "peixe" em águas doces brasileiras, a pirambóia (Lepidosiren paradoxa), que ocorre nas Bacias Amazônica e do Paraguai. A pirambóia, juntamente com os grupos aparentados australianos e africanos, todos da infraclasse Dipnoi, encontram-se agrupados dentro de uma subclasse de sarcopterígeos. A segunda subclasse deste grupo, além de agregar diversos grupos fósseis, engloba a família Coelacanthidae, cuja espécie única vivente (Latimeria chalumnae, o Celacanto, usualmente apresentado pelos meios de comunicação como se tratando de um "fóssil vivo"), foi descoberta apenas em 1938. Os demais peixes integram a classe Actinopterygii, dividindo-se em duas subclasses. A primeira delas (Chondrostei), embora apresente amplo registro fóssil na América do Sul (cf. GAYET & MEUNIER, 1998), possuem representantes vivos apenas na África (Ordem Polypteriformes, uma família - Polypteridae - com 10 espécies agrupadas em 2 gêneros) e no hemisfério norte (Ordem Acipenseriformes, com duas famílias: Acipenseridae esturjões - e Polyodontidae - peixes espátula; Polyodon spathula e Psephurus gladius). O segundo táxon, a subclasse Neopterygii, apresenta-se ordenada como apresentado no Quadro 4.

Quadro 4 - Classificação dos Neopterygii (grandes grupos taxonômicos) Subclasse Neopterygii + Ordem Semionotiformes Ordem Amiiformes Divisão Teleostei Sudivisão Osteoglossomorpha Subdivisão Elopomorpha Subdivisão Clupeomorpha Subdivisão Euteleostei

Amnia calva e Lepisosteus Pirarucu, aruanã Tarpões Sardinhas e manjubas Demais “peixes” Fonte: NELSON (1994)

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