Peixes de Águas Interiores

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de 212,88kg. Nestas amostragens, as espécies que mais contribuíram no número total de indivíduos foram A. parahybae, C. gilbert, Loricariichthys sp. e O. hepsetus. Dados ecológicos sobre muitas espécies do reservatório em questão foram levantadas por pesquisadores da UFRRJ, tendo sido apresentados em itens anteriores neste documento. Reservatório de Pereira Passos É um habitat provavelmente pobre de espécies, por seu um ambiente confinado de pequeno tamanho, sem afluentes de relevância e com fortes oscilações diárias no nível da água. Bacia à jusante da barragem de Pereira Passos O trecho de maior biomassa de peixes da bacia situa-se entre a barragem da UHE Pereira Passos e a foz do Guandu. Neste segmento há um obstáculo para a passagem dos peixes, configurado pelas barragens da CEDAE. A montante das barragens, os segmentos fluviais da baixada do Rio Guandu, dos Ribeirão das Lajes e dos Rios Cacaria, Onças, Santana e São Pedro permitem um livre trânsito de cardumes até o início das serras. As quedas d’água que começam a surgir no início dos trechos fluviais serranos impedem a passagens dos peixes rios acima, sendo determinantes na distribuição da ictiofauna. Há uma diminuição no número de espécies e uma redução de biomassa, conforme se caminha para montante. De acordo com o levantamento expedito realizado pelo SEMADS, o piau (L. copelandii) é uma das espécies o que apresenta o maior tamanho. No Rio Guandu, os taxa mais abundantes são as tilápias, os cascudos e o madí-açu. As pescarias são realizadas com tarrafa e rede-de-espera, e as fieiras de peixes são comercializadas à R$ 8,00. Tucunarés, dourados, tambaquis e pacus não são muito comuns. Os peixes estuarinos ocorrem abaixo das barragens da CEDAE. Nos Rios Carcaria e Onça é apontada a presença de acarás, mandi, traíras, tilápias, cascudo-viola, cascudo, tilápias e bagres. No Rio Macacos acredita-se que ocorram peixes somente a montante de Paulo de Frontin e em um estirão nas imediações da usina hidrelétrica da Brasil Industrial, tanto a montante quanto a jusante até Paracambí e na região próxima a foz. No Rio Santana, foram citadas as seguintes espécies: lambari, bagre, acará, tilápia, carpa, traíra, cascudo, piau, piaba, peixe-cachorro, manjuba, mandi e muçum. A cachoeira das Pedras atua como um obstáculo para os peixes acessarem a parte superior do rio, de sorte que há maior quantidade de peixes de Santa Branca para jusante. Foi relatado que ocorrem migrações de piaus entre janeiro e março, subindo os cardumes até a altura de Arcádia. Com efeito, se a piracema for constatada na bacia, as principais rotas migratórias devem ser o Rio Santana, o ribeirão das Lajes até o pé da barragem da UHE Pereira Passos e o Rio Macacos, este apenas em pequena parte de seu baixo curso. A região da confluência do ribeirão das Lajes com o Rio Santana, devido as suas características, tem vocação para ser um criatório de peixes. Possui alguns alagadiços e lagoas marginais, algumas decorrentes da ação de retirada de areia, que foram colonizadas parcialmente por macrófitas. Ademais, forma uma baía devido ao estrangulamento natural do Rio Guandu, com grandes remansos. Na Lagoa do Guandu predominam as tilápias, ocorrendo por vezes mortandades devido a poluição das águas. A jusante das barragens da CEDAE, no canal de São Francisco, está a maior quantidade de pescadores.

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