Revista Universo

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UNIVERSO

Ilustração: Manu Schiavon

I Edição |2015| Jornalismo UFPel


expediente Revista Universo Publicação semestral do curso de Bacharelado em Jornalismo da UFPEL Coordenadora do Projeto Revista Universo Marislei Ribeiro MTB/RS 8683 Redatores: Alexandre Quevedo Andressa Machado Caroline Tortelli Albaini Daiane Brites Débora Martins Diego Rafael Kruger Eduardo Costa Elise Souza Elison Bitencourt Emanuelle Silveira Émellem Rosa Emmanuelle Schiavon Fernanda Flores Giovanni Branco Henrique Barum Isabela Nogueira Jean Carlo dos Santos Juliana Luz Juliana Santos Karina Vaz Laércio Diniz Luís Gustavo Amaral Luiza Meirelles Luiza Trápaga Maiara Peixoto Manoela Nogueira Marcelo Medeiros Rota Maurício Mesquita Natália Redü Nicole Soares Patrícia Santos Tallis Machado Thaigor Boeira Thiago Lopes Thuanny Cappellari Vinicius Colares Yasmin Vierheller Benedetti Yasmin Yunes Diagramação e Arte: Karina Gonçalves Vaz Reitoria Reitor: Mauro Augusto Burkert Del Pino Vice-Reitora: Denise Gigante Chefe de Gabinete: Margarete Marques Pró-Reitor de Graduação: Álvaro Hypólito Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Luciano Agostini Pró-Reitora de Extensão e Cultura: Denise Bussoletti Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Luiz Osório Rocha dos Santos Pró-Reitor Administrativo: Antônio Carlos Cleff Pró-Reitor Adjunto de Infraestrutura: Evaldo Tavares Kruger Pró-Reitora de Assuntos Estudantis: Ediane Acunha Pró-Reitor de Gestão de Pessoas: Sérgio Wotter Centro de Letras e Comunicação Diretor do Centro de Letras e Comunicação - Luís Isaías Centeno do Amaral Diretora Adjunta - Márcia Dresch Coordenadora do Curso de Jornalismo - Michele Negrini Coordenador Adjunto - Ricardo Z. Fiegenbaum

sumário 3 - Editorial 4 - Entre o amor e a incoerência 6 - Home & Decor 8 - A difícil tarefa de obter a habilitação 10- A Pink vai te surpreender... 12 - Uma paixão chamada vinil 16 - Algumas histórias de uma biblioteca cheia delas 19 - Iñarritu rumo ao Oscar 20 - O riso cotidiano 22 - How do you say... Web-séries? 30 - SupYoga 32 - Apucultura e Nutrição 34 - Academia entra em campo 36 - O basquete pede passagem

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UNIVERSO


Ilustração: Manu Schiavon

editorial Por: Marislei Ribeiro

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o seu propósito de trazer ao público leitor informação, entretenimento e lazer, o curso de Jornalismo da UFPel lança, em sua 4ª edição, a Revista Universo, como uma forma de contextualizar temas variados e atuais, transformados em reportagens por diversos grupos de acadêmicos. Esses estudantes pesquisaram assuntos de interesse da comunidade pelotense, foram a campo e elaboraram textos e registros sob diferentes enfoques, dando ênfase, sobretudo, a questões relacionadas com esporte, cultura, saúde e entretenimento. Na disciplina de Práticas Laboratoriais V, o principal objetivo é desenvolver as habilidades de comunicação nas diversa mídias, ressaltando-se a elaboração de matérias a serem divulgadas. Como os meios de comunicação digital são imeditatos e adotados nos dias de hoje, a Revista Universo é editada e difundida online, possbilitando o acesso a professores, alunos, profissionais da área e pessoas interessadas em variedades e atualidades.

Fundamentando-se nessas ideias, a Universidade busca cumprir seu papel social, ao problematizar e relacionar algumas temáticas, com o fazer educativo, vendo, nesse empreendimento, uma oportunidade para discutir, envolver e viabilizar a aprendizagem dos acadêmicos por meio de atividades de interação e integração social. Assim, foi lançado o desafio de produzir essa edição, elaborada pelos alunos matriculados na referida disciplina, sob a orientação e assessoria da professora responsável. Dessa forma, deseja-se que cada leitor possa desfrutar das leituras, fazendo suas próprias considerações, críticas e sugestões. Além disso, espera-se ter contribuído para a divulgação dos trabalhos que estão sendo produzidos no curso de Jornalismo da UFPel, que se preocupa em relacionar teoria e prática, destacando o que acontece em Pelotas e região, em termos culturais, educacionais e espotivos.


Entre o e a Incoerencia >

Imagem: Pixabay

Por: Juliana Luz

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uando o assunto é bichinho de estimação, podemos perceber que as reações tendem muito mais ao entusiasmo do que ao desagrado da população geral. Em uma pesquisa feita com diferentes pessoas pelo site de pesquisa onlinepesquisa.com, 80% do público que respondeu, possui animal em casa. Mas, por que mesmo assim, o número de casos de abandono, maus tratos e tantos relatos tristes são registrados e vistos diariamente no nosso país? Atualmente as quantidades de denúncias assustam desde os menos apegados até os que consideram os animais parte da própria família. As denúncias têm se tornado tão frequentes que reportagens sobre o assunto estão tornandose cada vez mais impactantes na televisão e em tantos outros meios de comunicação. O que leva os tutores a tomarem tal iniciativa? O que influencia a prática do abandono de um ser vivo que aprendeu

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a amar o ambiente onde está acostumado a viver? O que faz um ser humano maltratar outro ser que não tem a possibilidade de se defender em igualdade de condições? São perguntas como essas que geram enorme revolta entre amantes e defensores da vida dos animais domésticos. Entre inúmeras desculpas e justificativas, segundo sites destinados às causas de abandono e maus tratos, o mais comum é o responsável dizer que o cão está velho, ou doente, ou cresceu e o dono não possui mais condições de cuidar....E assim se desfaz do animal como se fosse um brinquedo, largando-o nas ruas e, até mesmo, em clínicas veterinárias e pet shops, sem nunca mais voltar.


Com o aumento do abandono, a população de cães e gatos triplicou nos últimos anos, é só caminhar nas ruas de qualquer cidade do Brasil que será avistado, ao menos, um animal de rua. Com esse crescimento populacional, os canis municipais encontram-se super- lotados, influenciando direta e indiretamente pessoas que nem sempre possuem uma formação destinada à pratica de cuidados animais a voltarem-se a ajudar os que precisam de carinho e atenção. Mesmo havendo tanta crueldade, às vezes praticada por profissionais que não levam a sério o comprometimento com a vida, é importante ressaltar que, além da ajuda de leigos, é significativo o número de veterinários engajados em projetos sociais que defendem as causas animais. O crescimento de abrigos, Ongs e diversos projetos filantrópicos é satisfatório apesar de ainda parecerem pouco frente ao que é realmente necessário. Em Pelotas, felizmente, existem organizações sérias e que mostram um pouco do que esta reportagem está tentando passar. Dois grandes exemplos são a Ong A4 (http://www.a4amigos.com/site/) e a

80% das pessoas gostam de animais

Associação Pelotense de Cidadania SOS Animais (http://sosanimaispelotasrs.blogspot.com.br/). Informações e notícias podem ser encontradas no maior portal destinado ao assunto: http://www. anda.jor.br/ e http://anda.jusbrasil.com.br/. Um bichinho de estimação não é apenas fofo, ele é uma vida, e ele cresce. Antes de pensar em ter um companheiro em casa analise todas as situações: ele vai gerar gastos, precisa de carinho e, principalmente, de amor. Crianças deveriam crescer tendo uma convivência diária com um animal, aprendendo assim a respeitar, a cuidar e ser paciente, a educar e, sobretudo, a amar. Essas seriam as lições que deveriam ser tiradas da relação. Uma pessoa que aprende desde cedo a respeitar um animal jamais o fará sofrer. De todos os participantes da pesquisa que possuem algum animal em casa, todos se mostram contrários aos maus tratos, e são no mínimo, apegados aos pets. Questionados sobre os benefícios da convivência, citaram diversos, respondendo que o convívio só traz pontos positivos, além da companhia, bemestar e amor.

Nível de sentimento das pessoas pelos cachorros Não sente falta de cachorro

Apegado

Muito apegado 20% das pessoas não gostam de animais

Parte da família

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LAR DE OUTONO

Home & decor >

~ tendencias em decoracaopara 2015 ___________________________________________________________________________________________________________________________ Por: Débora Martins, Fernanda Flores e Giovanni Branco

Se você está a fim de investir um pouco mais e fazer uma mudança mais drástica no estilo da sua casa, uma ótima opção é pintar as paredes ou o teto. Com paredes em tons terrosos e quentes, você cria um clima extremamente aconchegante e quentinho, perfeito para o outono receber o inverno. Uma tendência superlegal é manter as paredes claras e pintar somente o teto – é a opção ideal para quem busca dar uma colorida na casa sem causar tanto impacto. Os acessórios são opções mais caras, mas sempre dão um toque especialíssimo. Para o outono, o ideal é investir em tapetes de todos os tipos: persas, belgas e de couro de animais (sintético, é claro). São as opções que melhor casam com o estilo confortável dessa estação. Se você puder garantir alguns objetos chave para as paredes,

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As plantas também são uma opção barata e superimportante nessa época do ano. Além de purificarem o ar, elas trazem uma aura de calor da natureza para dentro de casa, o que aumenta o clima de “casa da vovó”. Elas podem ser usadas em todos os cômodos da casa, sempre tomando cuidado para que elas recebam o sol necessário, ficando alerta para a periodicidade das regas.

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Complete a decorACAo, trocando algumas lAmpadas claras por outras mais quentes, de luz amarela. Isso farAá com que o sentimento de aconchego aumente ainda mais. ~

Como ninguém quer gastar muito na decoração de casa a cada troca de estação, o ideal é usar opções baratas e que possam ser reutilizadas em outras ocasiões. Você pode começar mudando seus móveis de lugar: da sala para o quarto, do quarto para a cozinha, pensando sempre em mantê-los organizados de uma forma bem diferente da que foi usada anteriormente – se você tiver muitas opções, sua casa já vai parecer nova!

como cortinas, quadros e pôsteres, o ambiente já fica mais completo. Uma opção barata e acessível para quem gosta de acessórios diferentes, mas não quer gastar muito, é visitar lojas de antiguidades e mercados de pulgas. Nesses locais, sempre podemos encontrar peças antigas e novas, com muita história e com aquela carinha de quem precisa de um novo dono – sem falar nos preços baixos e na possibilidade de pechinchar!

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om a mudança de estação, nós acabamos sentindo vontade de fazer também modificações na nossa casa: deixar tudo mais quentinho para enfrentar as baixas temperaturas que estão por vir. Nessa onda de redecorar e reorganizar, podemos reunir algumas tendências principais para serem aplicadas à sua casa e maximizar o sentimento de aconchego.

Com a casa composta pelos móveis trocados de lugar, plantas dispostas pelos cômodos, paredes ou teto já pintado, tapetes colocados, acessórios de parede pendurados, você já irá notar uma enorme diferença. Complete a decoração, trocando algumas lâmpadas claras por outras mais quentes, de luz amarela. Isso fará com que o sentimento de aconchego aumente ainda mais. Depois de feito tudo isso, só falta chamar os amigos para desfrutarem com você do conforto da sua casa superoutonal. Marque um jantar, uma conversa ou um chá da tarde e já aproveite para passar todas suas dicas de casa para eles. Quem sabe não rola uma troca legal de experiências? O principal é sempre manter-se aberto às novas ideias e experimentar.


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A DIFÍCIL TAREFA PARA OBTER A

HA BILITAÇÃO Por: Andressa Machado, Elison Bitencourt, Jean Carlo dos Santos, Karina Vaz e Luiza Meirelles

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onseguir aprovação no exame para obter carteira de motorista, hoje em dia, é o desejo de muitas pessoas. Poder dirigir um carro e não precisar depender de outros para sua locomoção facilita muito o dia a dia. O processo de tirar a carteira de motorista, porém, nem sempre é fácil e diversos cidadãos precisam de várias tentativas para alcançar o êxito esperado. Por que será que isso acontece? Às vezes, a ansiedade, ao encarar o desafio, acaba atrapalhando o desempenho dos alunos na hora do exame, chegando até a ocorrer o famoso “branco”, que faz o indivíduo esquecer todo o conteúdo aprendido durante as aulas. Nesses momentos, o nervosismo consegue realmente ser o pior inimigo dos candidatos. Mesmo sabendo que nem sempre podemos mandar nos nossos sentimentos, a estudante de Serviço Social Isabela Alves, que já realizou a prova da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), diz que o melhor a se fazer é tentar manter a tranquilidade na hora do teste. A estudante, de 19 anos, salienta, ainda, ser fundamental que, ao invés de cobrar e pressionar os candidatos para que sejam aprovados, a família dos futuros condutores dê total apoio e suporte. Isso, porque, como explica Isabela, ter sucesso na prova não é um caso de “vida ou morte”, e o nervosismo não ajuda em nada, só atrapalha. De acordo com a psicóloga Rosimere Quincoses, cada situação é diferente, mas deve-se entender que errar é algo natural, que cada um tem o seu tempo e nem sempre se alcança o objetivo desejado da primeira vez. A psicóloga ainda ressalta que é contra indicado a pessoa tomar remédios para se acalmar, pois isso pode prejudicar o resultado da prova, e que a medicação deve ser utilizada somente em casa de o indivíduo já fazer

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uso dela. Como alternativa para ficar tranquila no dia da prova, a estudante Isabela opta por tomar chá de maracujá e adotar a tática de pensar que será apenas uma aula. Segundo ela, devemos esquecer que vamos ser avaliados, e se não der certo, tentar de novo até conseguir. O nervosismo, a ansiedade e a pressão podem colaborar com a grande dificuldade que as pessoas sentem ao fazer a prova prática da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Todavia, a responsabilidade nem sempre é – somente – do aluno. Conforme Isabela, os Centros de Formação de Condutores (CFC) não oferecem (dentro do pacote obrigatório da CNH) aulas suficientes para que os alunos que nunca tiveram contato com o volante se sintam seguros na realização da prova. “Precisei pagar por mais aulas para me sentir preparada na hora do exame”, comenta. Tarciso Oliveira é instrutor há nove anos e dá aulas no CFC União, em Pelotas/RS, há três anos. Ao ser questionado sobre o que é mais relevante na hora da prova prática, a técnica ou o estado psicológico, disse que ambos são importantes, já que é um conjunto, e caso se saiba a técnica, mas o psicológico não ajude, não se consegue o resultado almejado. E conclui: “O instrutor não é apenas instrutor, ele também é psicólogo. Fazemos um papel prático e psicológico. Com cada aluno temos de lidar de uma maneira diferente, uns têm dificuldade em uma coisa, outros, em outras. É o instrutor que deve se adaptar ao aluno, não o contrário”.

OS CUSTOS DE UMA CHN DE CATEGORIA B (CARROS) CURSO TEÓRICO $$ 6,02 (hora aula) 45 horas (tempo mínimo) SIMULADOR $$ 47,06 (hora aula) 5 horas (tempo mínimo) AULA PRÁTICA $$ 38,53 (hora aula) 20 horas (tempo mínimo) CUSTO MÉDIO PARA HABILITAÇÃO $$ 1.532,33 (inclui desde a fotografia até as taxas, além das aulas)

Foto: Fireline

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Pi n k surpreender... A

vai te

Por: Yasmin Vierheller Benedetti “A Pink vai te surpreender” é o tema de uma bakery que tem feito o que falar na capital Gaúcha. A Pink Velvet Bakery, padaria localizada na Avenida Venâncio Aires, 757, no bairro Cidade Baixa é assunto quando o tema é gastronomia. A sensação do momento entre os porto alegrenses tem sido o brunch oferecido uma vez ao mês pelo estabelecimento. O brunch é uma refeição de origem britânica que combina café da manhã com almoço, sendo geralmente realizado aos finais de semana. O cardápio é variado, a Bakery apresenta tanto no brunch como em dias regulares, pancakes (panquecas) com mapple syrup (xarope tradicional do Canadá), cupcakes (bolinho inglês), cinnamon roll (bolo sueco de canela), tortas, além de pães, frutas, cafés e diversas especiarias típicas de uma confeitaria. As bakeries (padarias) possuem este nome distinto em função do cardápio cosmopolita, trazendo doces e salgados tipicamente norte-americanos. Um mercado ainda em expansão e sem muito conhecimento por parte do público brasileiro. Tanto que, a grande maioria dos clientes são pessoas que tiveram alguma convivência com estrangeiros e, ou moraram no exterior, sofrendo uma influência internacional em sua gastronomia. Os brunches (café da manhã mais almoço) estão sendo a nova sensação, ainda mais para pessoas que pretendem relaxar ao final de semana e disfrutar de uma boa refeição independente do horário, seja cedo pela manhã ou perto do meio dia, como de costume. Um lugar para relaxar, desfrutar e fazer amigos. A Pink Velvet Bakery possui um ambiente ainda pequeno por ser um espaço novo (cinco meses). Contudo, não deixa a desejar quando o assunto é boa gastronomia e um ambiente de qualidade. Os proprietários do estabelecimento, Eduardo

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Geraldes, gerente; e Luis Henrique Silveira, formado em Padaria e Confeitaria pelo Instituto Federal SulRio-grandense, afirmam que o negócio esta dando resultado imediato e que pretendem ampliar o estabelecimento pelos próximos meses, devido a demanda de clientes. No momento, a padaria atua com nove funcionários, quatro cozinheiros e cinco atendentes. Contudo, eles ressaltam que é pouco e por isso há a necessidade de ampliação imediata, principalmente em dia de brunch, sensação do público gaúcho a procura da familiaridade de uma confeitaria internacional. Um fator que tem chamado a atenção do porto alegrense é o donut. Popular nos Estados Unidos, os donuts (rosquinhas) tem feito a cabeça da galera quando o assunto é deliciar-se com um doce. Segundo o publicitário, Roberto Castilho, os donuts são o motivo pelo qual todos os sábados ele vai a Bakery, “os donuts são sensacionais, é como se estivesse num final de semana tipicamente americano, desfrutando de uma comida saborosa, e ainda mais com os amigos” Contudo, o proprietário Eduardo Geraldes ressalta que a ideia do ambiente não é ser rotulado como confeitaria norte americana, pois a ideia é que a produção possa ter liberdade de criar, de estar sempre renovando o cardápio. Ou seja, “somos novidade, algo que não se vê em Porto Alegre”, enfatiza Eduardo. A Bakery esta aberta de segunda a domingo das 8h30min até às 20h30min. O ambiente possui estacionamento e é climatizado, com área aberta e fechada. Para o brunch, o gerente Eduardo Geraldes pede que sejam feitas reservas pelo site ou até mesmo pelo facebook, na página da Pink Velvet Bakery, onde constam mais informações sobre o local.


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Foto: Yasmin Vierheller Benedetti

Foto: @_supermariworld

Foto: Pink Velvet Bakery

Foto: Yasmin Vierheller Benedetti


Uma paixão chamada vinil Por: Laércio Diniz, Luiza Trápaga e Manoela Nogueira

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disco de vinil, ou long play (LP), foi inventado no final da década de 1940, com o intuito de ser uma mídia de reprodução musical. O material utilizado para a fabricação dos discos é o vinil, também conhecido como PVC. O LP começou a ser substituído pelo CD no final da década de 80 e começo dos anos 90. Contudo, mesmo com o mercado acreditando que o uso de LPs teria fim na década de 90, algumas pessoas não abriram mão dessa mídia musical e, por isso, atualmente até lançamentos recentes são produzidos em vinil.

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Coloridos, grandes e com capas que chamam a atenção dos apreciadores de música, os discos de vinil possuem um diferencial em relação ao seus sucessor, o CD. Há quem diga que, até mesmo, o “ruído” provocado pelo atrito da agulha com o disco seja um dos seus atrativos. Também, existe todo um ritual que encanta os apaixonados por música: tirar o disco da embalagem, colocar com cuidado na vitrola e baixar a agulha.

Isso permite aos seus apreciadores uma sensação de participação do processo de execução da música. A facilidade que se tem hoje para encontrar uma determinada música, gravar um disco ou escutar as canções do seu álbum preferido em qualquer lugar, não era assim durante as décadas anteriores, principalmente, entre os anos 50 e 90, quando as músicas eram gravadas no formato de disco de vinil. Naquela época, era preciso comprar um álbum inteiro para se ter uma música e era necessária uma aparelhagem especial: a vitrola. E mesmo que, atualmente, ouvir falar em disco de vinil soe como algo ultrapassado ou trabalhoso, essa não é a verdade para muitas pessoas que ainda acreditam que esse formato é superior aos demais. E não se engane, o público que curte o vinil possui uma faixa etária bem diversificada.


A volta do vinil A venda de álbuns físicos diminuíram consideravelmente nos últimos anos, graças à internet e à possibilidade de fazer download de um acervo quase infinito de músicas sem nenhum custo. Mas, apesar de os CDs, líderes de vendas no início do século XXI, terem sido os principais afetados pela diminuição das vendas físicas, os vinis voltaram à moda e têm se fixado cada vez mais como um dos “queridinhos” dos amantes da música. De acordo com a Nielsen, empresa germânicoamericana especializada em pesquisas de mercado, em 2015, a venda dos discos de vinil já aumentaram 37% em relação ao mesmo período do ano passado. O interesse da nova geração nos clássicos discos vão além da aparência nostálgica que o vinil apresenta. Um dos principais pontos citados pelos amantes dos vinis é a “qualidade aveludada” de som que os discos apresentam. A qualidade pode não ser cristalina como a dos avançados reprodutores digitais, porém o som é considerado muito mais “puro” e intenso.

Apesar de clássicos, como The Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, Elvis Presley etc ainda fazerem parte dos mais vendidos quando se trata dos discos de vinil, os novos artistas não têm se deixado intimidar. Vem sendo cada vez mais comum, no cenário musical, o lançamento de novos álbuns em formatos variados. Além do clássicos CDs, DVDs e da opção de download dos álbuns por lojas digitais, ainda é apresentada a alternativa do vinil. Os vinis têm sido tão significativos no mercado musical atual, que a companhia inglesa The Official Charts anunciou, no último dia 12 de abril, que começará a inserir a venda de vinis junto aos tops de vendas de músicas digitais e de CDs. A iniciativa ocorreu na Inglaterra, mas com o crescimento contínuo na venda de discos de vinil, nos últimos anos, é possível que eles voltem a ser inseridos nos planos e projetos do mercado musical.

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´ A histOria de quem coleciona Para João Francisco Nogueira, professor e amante de vinil há, aproximadamente, quarenta anos, o que o levou a colecionar foi a possibilidade de resgatar lembranças da sua juventude. Segundo Nogueira, escutar um LP é uma sensação nostálgica, que permite uma experimentação muito maior sobre a música. Os detalhes que encantam o professor são principalmente a capa e a arte que acompanha cada peça: “Alguns vinis eram praticamente livros, continham histórias, imagens...Não era só a música, tinham algo mais, eram objetos de exposição, obras de arte”, completa. O ritual do vinil também merece destaque para o professor. “A sensação de ficar junto ao toca discos, ver o vinil girando, ter que levantar, procurar a música, trocar de lado, é realmente algo incrível. É pode estar presente

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e se sentir junto à música”. Para o apaixonado por vinil, mesmo com os avanços tecnológicos e a facilidade em conseguir músicas, nada se compara à procura por vinis em sebos para escutá-los em uma vitrola. Hoje, com mais de 600 títulos que incluem estilos variados, ainda existem alguns que recebem a atenção especial do colecionador. São eles: Double Fantasy (John Lennon), Radio-Activit (Kraftwerk) e Breakfast in America (Supertramp).


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PaixAo que ´ vira negOcio Ao entrar em uma das grandes lojas de vinis da cidade, logo se mergulha em vários pontos de atenção para apaixonados. A vitrola dá o som ambiente do local, e as paredes são enfeitadas com pôsteres de bandas que participaram da era de ouro do vinil. Todo esse cenário, feito para agradar os fãs de vinil, é possível, já que o dono do ponto de venda é um colecionador também. O vendedor Marco conta que houve um grande aumento pela procura do vinil nos últimos anos, principalmente entre as pessoas mais jovens, o que tornou o público consumidor muito diversificado. “Desde colecionadores com mais idade, também tem jovens de 13, 14 anos”. Embora bandas contemporâneas já disponibilizem seus discos em vinil, o vendedor conta que a maior procura está entre os títulos antigos de “rock clássico no geral: Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, essas bandas clássicas do anos 70”. Para ele, a reduzida procura por material novo se relaciona com o preço: “É outro padrão de qualidade, vinil 180 g, capa de outro material, não é um preço muito popular, de 60 a 80 reais ou até mais que isso”. Depois de 15 anos trabalhando no ramo, Marco acredita que o interesse do público pelo vinil não vai acabar. Segundo ele, o formato é mais colecionável e possui grande qualidade de som, superior ao do CD. “Geralmente, os iniciantes começam a ouvir e se apaixonam pelo som, o vinil não vai ter o mesmo fim dos CDs e DVDs”. Com essa previsão, calcula-se que o vinil ainda irá atravessar várias gerações. Isso, porque possui atributos peculiares que agradam aos mais diversos públicos das mais variadas faixas etárias.

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Algumas histórias

de uma biblioteca cheia delas Inaugurada em 1875 por um notável grupo de intelectuais, a Bibliotheca Pública de Pelotas continua fascinando no século XXI.

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Por: Marcelo Medeiros Rota

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m meio às mesmas paredes, janelas, escadas e elementos neoclássicos, românticos, ecléticos e até de rococós, uma história começou há 139 anos. Ali estão grandes obras da humanidade, publicações raras, livros tão antigos de que hoje nem temos notícias e notícias tão antigas que hoje só encontramos em livros. O acervo conta com quase duzentos ml itens e nele encontramos raridades como a obra mais antiga da biblioteca (edição de 1617) e uma edição original do livro Espinhos d’Alma do poeta pelotense Lobo da Costa. Também, edições originais de autores locais, como Simões Lopes Neto. Além do próprio acervo, a Bibliotheca é em si uma obra viva que nos conta muito da história de Pelotas. Caminhando pelas salas de janelões imensos, telas com retratos antigos, muitas estantes, milhares de livros e pé-direito alto, tivemos uma agradável conversa/ aula com Daniel Barbieri, historiador da instituição. A despeito do prédio pomposo e dos casarões das tradicionais famílias charqueadoras ao redor, a Bibliotheca foi idealizada por um grupo de intelectuais progressistas. Buscavam um lugar onde pudessem discutir ideias como a república e o abolicionismo sem ter de trocar as usuais farpas partidárias que, nos anos que já anunciavam a Revolução Federalista de 1893, eram uma verdadeira bomba-relógio no Rio Grande do Sul.

Em fins do século XIX, com uma população predominantemente analfabeta, o público letrado resumia-se às famílias aristocráticas. Tinham vastas bibliotecas com confortável mobiliário neoclássico nos seus casarões ou iam discutir as novidades inalando rapé em meio aos livros das luxuosas bibliotecas dos clubes. Em contrapartida, a Bibliotheca Pública adquiriu um destacado caráter popular, pois era destinado às classes mais baixas. Com um escasso acervo de cerca de 900 obras, não tinha condições de concorrer com os clubes e casarões, destacando-se mais como um centro cultural do que pelos livros de que dispunha. No ano de 1878, três anos após a inauguração, aquele grupo de 45 associados teve uma iniciativa notável. Instalaram uma escola de alfabetização para adultos proletários em duas salas da biblioteca. Dentre esses trabalhadores, havia muitos negros libertos. Foi possivelmente ali que começou a articular-se um proeminente grupo de intelectuais negros que, no início do século XX, fundariam o jornal Alvorada, um dos primeiros periódicos do Brasil inteiramente produzido por afro-brasileiros.

Do século XIX ao XXI Dentre arquivos, jornais, livros, dissertações, compilações etc., são atualmente duzentos mil itens que constam do acervo. Periódicos que enchiam as ruas e conversas da cidade no inicio do século XX e que hoje são assunto apenas para historiadores e curiosos, publicações raras do outrora rico mercado editorial pelotense, um museu cheio de curiosidades, livros que chegam a ter mais de 400 anos, oficinas de arte, inúmeros projetos educacionais e de acessibilidade, regulares eventos culturais e, é claro, um acervo de conhecimento que precisaria de umas três vidas para ser assimilado por completo. Essas são algumas das atrações que motivam as muitas visitas que a Bibliotheca Pública de Pelotas recebe hoje em dia. O público frequentador é o mais variado. Curiosos, profissionais acadêmicos, adolescentes, estudantes universitários, intelectuais, moradores de rua e até mesmo pessoas que vão lá regularmente e dão uma caminhada, uma olhada ao redor e depois saem dali para retomar suas atividades diárias. Enquanto um senhor lê o famoso espião inglês criado por Ian Flemming e um jovem folheia Machado de Assis, outros fazem visitas regulares e sempre nos mesmos horários. Assim que as portas da biblioteca abrem, alguns moradores de rua vão até li, pedem algum livro, sentam-se no sofá e muitas vezes pegam no sono (provavelmente cansados do chão duro e das pedras frias das ruas de Pelotas).

Constituída na mesma forma de associação desde a fundação, é mantida principalmente pelos sócios. A maior parte do acervo vem de doações particulares, de instituições e de campanhas promovidas pela biblioteca. A oferta mais frequente que recebem são as enciclopédias (Barsa ou Larrouse) de leitores que, depois da Wikipédia, ficaram provavelmente arrependidos de comprar aquelas pesadas coleções que caíram em desuso. Na década de 60, depois de a Câmara de Vereadores se instalar no prédio, a biblioteca ficou mais de 30 anos repleta de atas intermináveis, audiências aborrecidas, sem o movimento cultural que a caracterizava. Em meados dos anos 90, a Câmara mais uma vez se transferiu de local, deixando a biblioteca em péssimas condições (quem a visitou naquela época sabe do se trata). No início de 2005 se iniciou uma reforma parcial que, em 2007 com a chegada de novos recursos, completou-se e logo as atividades culturais puderam ser retomadas. Hoje elas são muitas, dentre regulares e ocasionais, que podem ser conferidas através do site www.bibliotheca.org.br. Seja para ler tranquilamente, pesquisar, usar a internet disponível no local, dormir no sofá ou admirar a arquitetura, a Bibliotheca Pública de Pelotas continua atraindo muitos visitantes e despertando muitas curiosidades.

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Por que nossos descendentes não conhecerão as publicações originais da atualidade? Livros como o mais antigo do acervo da Bibliotheca Pública de Pelotas ainda poderão existir, mas os da nossa época terão apenas páginas vazias daqui a 100 anos. Hoje, ainda podemos tocar um pouco na história, desde que com luvas, como na publicação original de 1617 do livro Prosas e Versos do escritor espanhol Lopes de Vega.

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A nossa história, porém, será apagada. A mudança no processo de impressão, para baratear os custos de produção, abriu mão do antigo processo tipográfico em que um

molde de chumbo era preenchido com estanho e este, por sua vez, imprimia a tinta com tal força que não se apagava com o tempo. O processo moderno de impressão a laser não permitirá que o futuro toque nossa história, nos restará apenas a digitalização para preservamos em parte a nossa memória.


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Inarritu Inarritu Rumo ao ao Rumo

Oscar Oscar Por: Caroline Tortelli Albaini

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a Cidade do México para o restrito mundo hollywoodiano, Alejandro González Iñarritú desenhou sua carreira com criatividade e naturalidade. O talento do mexicano de 51 anos ficou óbvio logo nos seus primeiros passos profissionais. Nos anos 80, era DJ da estação de rádio WFM, na qual criou esquetes que eram colocados no ar entre cada playlist. Conforme comenta José Alvarez, as pessoas “o escutavam e diziam, esse homem tem humor, tem fantasia, tem imaginação”. Não muito depois, Iñarritú já estava na maior companhia de mídia da América Latina, a Televisa. Trabalhou como produtor e diretor de vídeos promocionais para a empresa e acabou tornando-se o melhor profissional da área no país. A consagração com os comerciais foi o empurrão para a criação, em 1991, da sua própria produtora, a Zeta Films. Foi nesse período que Alejandro se aventurou na sétima arte. Mudou-se para os Estados Unidos, estudou o ofício do cinema e, enfim, realizou um longa-metragem, o aclamado Amores Perros (2000). Tendo o amigo romancista Guillermo Arriaga como seu roteirista, Inãrritú dirigiu um angustiante drama situado na Cidade do México, onde um acidente de carro conecta personagens que se deparam com dor, perda e a dura realidade da vida na capital mexicana. O filme, que foi o primeiro trabalho do também consagrado Gael García Bernal, obteve ótima aceitação por parte da crítica internacional. Dessa forma, ganhou o Grande Prêmio de Cannes e concorreu ao Oscar por melhor filme estrangeiro. Já, as histórias de Alejandro definitivamente não se encaixam no padrão água com açúcar, são tensas, mostram realidades duras e personagens com dilemas psicológicos que se aproximam muito da dura realidade humana. Em sua última produção, Birdman, ganhadora do Oscar de melhor filme, Alejandro mostra seu lado considerado obscuro. No filme, com pinceladas de humor, Michael Keaton desempenha o papel de um ator que conheceu tempos áureos, ao interpretar um super-herói nas telas

do cinema americano e, agora, depara-se com a situação de ser apenas mais um na luta pelos holofotes novaiorquinos. Em uma das cenas de Birdman, Iñarritú explora com simplicidade um dos maiores medos dos homens: durante uma discussão com sua filha, a personagem de Keaton ouve que todo seu esforço para voltar à fama só acontece porque ele tem, como todos nós, o medo de não ser reconhecido. O filme ganhador do Oscar foi elogiado pela crítica, nas palavras de Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de São Paulo, “Birdman é o mais ousado do Oscar”, disputando entre filmes considerados “mornos” Birdman “é todo ele criatividade, a começar pelo dilema existencialista vivido por Thomson (Michael Keaton), que assim como o espectador não sabe o que é verdade e o que é teatro (ou cinema) ”. Sem medo de explorar tensões e temores, González Iñarritú conquistou seu lugar ao sol ao lado dos grandes nomes do cinema. Sua próxima produção, The Revenant, ainda sem tradução para o português, já é bastante esperada pelo público e pela crítica cinematográfica.

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O RISO COTIDIANO

Bar pelotense incentiva shows de “comédia em pé” na cidade

Por: Daiane Brites, Elise Souza, Emmanuelle Schiavon, Isabela Nogueira e Juliana Santos

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ma boa gargalhada, daquelas bem altas que todo o mundo ao redor escuta. Um sorriso discreto que aquela pessoa distante notou. A expressão alegre de quem está escutando uma boa piada. Diariamente, rimos do óbvio e das situações, mas existe gente que faz disso uma “arte”. O stand up comedy, gênero da comédia no qual a pessoa cria, a partir do seu próprio dia a dia, um texto para ler diante de uma plateia, acaba de chegar a Pelotas. Há quatro meses a cidade recebeu o primeiro espaço que disponibiliza apresentações desse gênero, além de atrações musicais, que já são apreciadas em outros locais na cidade. O Artes Bar chegou chamando a

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atenção do público, que, pela proximidade do centro da cidade, logo ganhou assíduos frequentadores. Incentivando a “comédia em pé”, o espaço atrai os que buscam algo divertido, um momento de conversa para beber uma cerveja, encontrar os amigos e relaxar a alma. A ideia do bar surgiu da vontade de dois amigos em construírem um lugar legal para fazer a sua comédia. A verba para montar o empreendimento foi levantada com a ajuda da mãe de um deles e, assim, surgiu um novo palco cultural em Pelotas. “Fazemos teatro, trabalhamos com humor e stand up, então pensamos em abrir um bar que desse espaço para humoristas.


Abrimos um lugar para as pessoas se apresentarem e se divertirem, além do público” conta Will Costa dos Santos, um dos proprietários. No começo, o estabelecimento executava canções da música popular brasileira - nos dias em que não havia nenhum artista se apresentando - mas o estilo não fez sucesso com o público, que se acanhava ao passar pela grande porta de entrada. A partir daí, os sócios decidiram investir em outro gênero musical. “Foi o pessoal do rock que salvou o bar. Quando tocávamos outros estilos, foi difícil sustentá-lo, mas agora os fins de semana estão sempre lotados”, relatou Will. O público que comparece ao local não precisa pagar entrada e, nos festivais de stand up, os artistas contribuem com uma taxa de 10 reais, que é revertida para os premiados na competição. Os músicos são recebidos de maneira similar. Uma simples conversa com os responsáveis é suficiente para conquistar um espaço e demonstrar sua arte. A iniciativa que facilita o acesso de artistas é uma aposta no promissor cenário independente da cidade. “Rir é o melhor remédio”- é o que dizem. Então, fazer graça com o cotidiano faz com que cada acontecimento do dia seja pensado de maneira mais leve, desde aquela chuva ao voltar para casa, até o ônibus lotado no final do dia. Egídio Pizarro, estudante de Jornalismo e comediante nas horas vagas, encontrou, no novo bar da Avenida Bento Gonçalves, um espaço para brincar com sua arte.

humor. Conheci o “Artes Bar” no primeiro festival de stand up, então fui tomar uma cerveja e me inscrevi para participar”, conta. Além de um lugar para se apresentar, ele ainda reforça que a oportunidade de mostrar seu trabalho para o público contribui para seu crescimento e faz com que aprimore, cada vez mais, suas piadas. Os frequentadores são dos tipos mais variados, mas todos têm algo em comum: a busca pela cerveja barata, as comidas rápidas de bar, o som das bandas ao vivo e aquele tempero especial dos que fazem graça da desgraça e melhoram o humor de todos, ao caírem na gargalhada. “Vim pela primeira vez porque meus amigos me chamaram, e gostei bastante. É uma alternativa para quem não quer ir até o Porto (bairro), que está ficando cada vez mais perigoso”, diz Carlos Faustino, frequentador do bar, o qual completa, comentando que os dias de festival são os que mais lotam. Como primeiro empreendimento focado na área da comédia, essa arte, que até hoje quase não era explorada na cidade, vai ganhando espaço. O público ainda está se adaptando, do silêncio da plateia até os risos ao final de cada história. Esse tipo de piada faz com que as pessoas consigam refletir, com humor, sobre cada situação da vida – além de que rir um pouco mais não faz mal a ninguém.

“A comédia sempre me chamou a atenção e, desde criança, comecei a escrever textos com pitada de

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HOW DO YOU SAY... / WEB-SERIES? Por: Henrique Barum, Maiara Peixoto e Patrícia Santos

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entre muitas vantagens da Internet, uma das que mais conquistam espaço no meio virtual é a criação de conteúdo independente. Filmes, documentários, blogs e, até mesmo, web séries são produzidos exclusivamente para o ambiente virtual. Mesmo sem garantia de retorno de público, o material é disponibilizado na web e acaba, muitas vezes, viralizando. No caso da web-série americana The Most Popular Girls in School, extremamente conhecida entre os jovens, é possível acompanhar o crescimento desse produto, que ultrapassa as barreiras do youtube e passa a integrar outras plataformas digitais, como o Facebook, Twitter e Tumblr. Através de artes e histórias feitas por fãs, popularizadas como fan art e fan fiction, os fãs da web-série aproximam-se desse mundo e transformam as frases mais populares do show em memes, que são reproduzidos no mundo todo.

Curiosidade: Criado em 2012, o canal MPiGS já conta com mais de 830 mil inscritos e 87 milhões visualizações.

TOTALMENTE VIRTUAL A produção do show é feita exclusivamente para Internet, e o produto é divulgado no Youtube. Outra plataforma extremamente popular para a divulgação de curtas, web-séries e documentários é o Vimeo. No caso de The Most Popular Girls in School, os produtores pensaram em formas de tornar a interação entre a produção e os fãs mais integrada. Dessa forma, as redes sociais do programa levam o nome de alguns personagens da série. Você pode acessar o Facebook de Brittnay Matthews, o Twitter de Mackenzie Zales e o Instagram de Trisha Cappeletti.

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LIFE IN PLASTIC A web-série, que é gravada em stop-motion, conta com a participação de bonecos e bonecas. A dublagem fica por conta da produção e uma equipe de atores e atrizes. Além disso, alguns episódios têm a participação de Celebrity Guests, como Youtubers famosos ou personagens da televisão.

EQUIPE DE CRIAÇÃO The Most Popular Girls in School é o resultado da parceria de Mark Cope e Carlo Moss. Lily Vonnegut, que originalmente foi chamada para dublar a personagem Brittnay Matthews, acabou interessando-se pelo projeto e quis ajudar na produção, tornando-se eventualmente uma das Produtoras Executivas do projeto.

MALES QUE VEM PARA O BEM A atriz, que foi contratada para fazer a voz da personagem Trisha Cappeletti, não compareceu às gravações, tendo de ser substituída por Garrett Mendez. A troca foi um sucesso, uma vez que o público adorou a ideia de ver a boneca com uma voz masculina. Trisha se tornou tão popular entre os fãs da série que acabou ganhando sua própria web-série, um spin-off chamado The Trisha Show. Nele, a boneca entrevista personagens da série e até mesmo celebridades convidadas. A ideia do show surgiu em um episódio da série e acabou agradando aos fãs. Em uma cena da primeira temporada, Trisha briga com uma colega que deveria ter vigiado a porta do banheiro. O discurso ficou tão popular entre os fãs que acabou gerando paródias musicais, vídeos resposta e, inclusive, se tornou uma das marcas da série, sendo estampado em produtos como camisetas, capas de telefone e canecas.

O PROJETO ORIGINAL Diversas produções virtuais dependem do apoio dos fãs, independentemente de sua popularidade. A partir da segunda temporada, MPGiS passou a receber apoio dos fãs através de uma campanha no Kickstarter. Criado em 2009, o site tem o objetivo de ajudar projetos que precisam de auxílio financeiro. Uma vez que o projeto é cadastrado, o público pode colaborar com doações em dinheiro. Além disso, os doadores recebem recompensas exclusivas pela ajuda dada ao projeto.

O PROJETO ORIGINAL Muito antes de ser colocado em prática, MPGiS foi elaborado de maneira diferente. Mark havia pensado em trabalhar com uma animação, mas por falta de habilidade, acabou transformando o projeto em stopmotion. Sem ideias, o projeto foi colocado de lado. Em um grupo de comédia, Mark conheceu Carlo, que apresentava a esquete The Bathroom Hierarchy, que se tornou o primeiro episódio da série. O conceito original era mostrar os diferentes grupos presentes em uma escola, por isso não há menção às personagens do primeiro episódio no segundo. O público não se adaptou muito bem com a ideia, e queria saber o que havia acontecido com as personagens apresentadas no primeiro episódio da série.

CONTEÚDO FANMADE Uma das características dos fãs de séries, filmes e livros é a produção de conteúdo não oficial. No universo de, MPGiS essas contribuições são inúmeras. São desenhos e montagens, blogs, contas no Facebook e Twitter, histórias paralelas criadas por fãs, vídeos, paródias e muito mais. Para valorizar o esforço e dedicação dos fãs, a produção do show criou um quadro semanal no qual escolhem produções feitas pelos fãs e mostram para o público.

Curiosidade!:

Os meninos do canal SissyTV recriaram o primeiro episódio com atores de verdade. Já a adolescente Jenni Rudolph montou uma paródia musical com a música Bohemian Rhapsody do Queen, na qual narra alguns acontecimentos da série.

MENINAS MALVADAS NO COMANDO Nada de garotas boazinhas! Os exageros de MGiS incluem as garotas de Overland Park explodindo carros, tornando-se líderes de torcidas mercenárias, incendiando um shopping, criando planos complicados de vingança e roubando namorados. Os produtores chegam a considerar a série uma mistura do filme Meninas Malvadas com o desenho South Park.

PERTO DA REALIDADE Mesmo sendo uma obra fictícia, os eventos da série passam-se num local real. A cidade de Overland Park fica situada no estado do Kansas e tem cerca de 174 mil habitantes, sendo a segunda mais populosa do Estado.

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NA TELONA COM AS GAROTAS MALVADAS Gosta do gênero? Então acompanhe essas dicas de filmes sobre garotas fortes que não tem medo! Atração Mortal (1988); As Patricinhas de Beverly Hills (1995); Jawbreaker (1999); Meninas Malvadas (2004); Garota Mimada (2008); Garotas S.A. (2008); G.B.F. (2013); The Duff (2015).

ENTREVISTA COM CARLO MOSS Em uma entrevista exclusiva, conversamos com o criador Carlo Moss, para entender como funciona o processo de criação, as influências da série e como é feita a produção exclusiva para internet.

Henrique Barum: Como funciona o processo de produção para um episódio? Quanto tempo leva para finalizar um episódio? Como vocês bolam o roteiro? Estão acostumados com mudanças repentinas? Carlo Moss: Normalmente trabalhamos num ciclo de produção de três semanas. Eu e Mark nos sentamos e passamos uns dois dias planejando os três próximos episódios e colocamos tudo em um quadro branco. Passando isso, levamos mais uns dois ou três dias escrevendo o roteiro para esses episódios. Eu, normalmente, dou uma revisada no que foi escrito e faço uma segunda ou terceira versão, e então passamos para a fase de gravação das falas com o elenco. Nessa fase, gravamos múltiplos personagens, todos ao mesmo tempo. Fazemos uma leitura com a gravação do roteiro umas duas vezes, e então gravamos uma tomada mais profissional. Depois disso, filmamos mais uma vez, adicionando improvisos de acordo com a química que está rolando na cena. Depois disso, eu edito o áudio final do episódio da semana. Leva mais um menos umas oito horas por episódio. Passo, então, o áudio para o Mark e ele vai filmar esses episódios no período de uma semana. Leva mais ou menos de um a dois dias de trabalho “atrás da câmera”. HB: Vocês se inspiram em livros, filmes ou séries? The Most Popular Girls in School pega suas inspirações de onde? Como vocês surgiram com esse conceito? CM: Algumas das nossas maiores influências e inspirações são South Park, Os Simpsons, Archer e Life & Times of Tim, assim como filmes tipo Meninas Malvadas. Em termos de escrita, minhas maiores influências são Matt Stone e Trey Parker, Larry David, Dave Chappelle,

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QUASE REAL Mesmo com uma série de exageros, The Most Popular Girls in School é extremamente relacionado com a realidade. Você encontra as garotas populares, as nerds, os atletas, as líderes de torcida e, até mesmo, aqueles alunos que não possuem uma definição específica. As personagens Rachel e Judith, por exemplo, são viciadas em séries de televisão e estão sempre falando sobre isso. O roteiro também é recheado de referências a outras produções, tendo falas que se destacam, como: “Isso é o ensino médio, não um episódio de Lizzie McGuire”. Tina Fey, the Original UCB, Kurt Vonnegut e Charles Bukowski. A ideia de MPGiS surgiu de um ensaio que eu fiz em 2011. Era sobre três garotas malvadas numa sala de aula falando sobre a hierarquia de popularidade na escola. Eu achei a ideia super legal, então me sentei e escrevi um esquete usando esse ensaio como inspiração. Mais tarde, isso se tornou o primeiro episódio da série. Na apresentação utilizamos duas garotas como Trisha e Mackenzie e eu, vestido de drag queen, como Deandra. Mark estava na plateia, e depois da apresentação ele me intrigou com a ideia de filmar um vídeo utilizando esse roteiro com bonecas Barbie como personagens. Nós gravamos as vozes, ele aprendeu a fazer stop motion e, depois de uns três meses, o primeiro vídeo estava pronto. HB: Que tipo de equipamento vocês usam para filmar um episódio? Como vocês filmam e editam esse produto? CM: Nós utilizamos uma DSLR normal para gravar os episódios e um par de luzes para iluminar o set. Mark faz o posicionamento dos bonecos e tira milhares de fotos para criar o produto final. Obviamente, cada pequeno movimento de cada personagem exige uma nova foto. Enquanto ele trabalha, usamos o programa Dragon Frame, que ajuda no processo de edição enquanto ele está tirando as fotos. Depois que ele termina esse processo, edita tudo e então posta no Youtube. HB: Vocês começaram um projeto no Kickstarter quando foram filmar a segunda temporada, certo? Como que vocês tiveram essa ideia? É realmente uma boa forma de angariar fundos para produções desse tipo? CM: Nós fizemos um projeto no Kickstarter para a segunda temporada e um no Indiegogo para a terceira, e ambos atingiram seus objetivos de 15 mil e 20 mil dólares, respectivamente. Obviamente, custa mais do que isso para produzir a temporada inteira, mas é o suficiente para manter as temporadas acontecendo. Essa colaboração participativa é uma ótima maneira de investir em produções, considerando que você deve ser realista em relação aos objetivos e à quantidade de dinheiro que estará envolvida para dar um retorno aos que ajudam. Recompensar os doadores é uma grande peça desse quebra-cabeça e, muitas vezes, difícil de controlar. É preciso considerar o tempo de design, criação, organização, como esse produto vai ser enviado, e isso leva meses para se pensar e pode acabar atrapalhando a sua produção, se você não está preparado.


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HB: Quando o projeto de MPGiS começou, vocês tinham noção de que seria tão popular assim? CM: Quando nós começamos, a única certeza era de que só postaríamos um vídeo e, então, umas dez pessoas iriam ver. Se fôssemos sortudos, metade dessas pessoas iriam realmente gostar do que viram, mas seria só isso. HB: Finalmente, você tem alguma dica ou conselho para aqueles que têm vontade de produzir uma web-série? CM: Em termos de dicas, só existe uma que realmente importa e aí vai: Faça algo bom. Isso significa não tentar seguir algo que está em alta, tentar fazer algo que pode vir a ser popular ou se tornar “viral”. O maior conselho que eu posso dar para qualquer pessoa que quer fazer qualquer coisa desse tipo é: Seja realmente bom no que você quer fazer. Isso significa fazer cursos, trabalhar duro, fazer milhões de vezes até não existir mais dúvidas de que você é realmente bom. Não tente vencer o sistema, não ache que existem truques ou atalhos, só trabalhe duro e foque em ser o melhor o tempo todo. Escreva algo que você ache engraçado e interessante, não o que você considera que vai “vender” e ganhar visualizações. Tente fazer algo relacionado à improvisação e aulas de escritas, considere fazer um curso disso.

ALÉM DE MPGiS As web-séries estão espalhadas por toda internet. Diversos canais no Youtube são destinados à criação de conteúdo independente, o que acaba chamando atenção do público. Um desses casos é o canal de Todrick Hall, ex-participante do reality show American Idol. Ele posta vídeo-diários, paródias de músicas e esquetes produzidos por ele. Em 2014, ele integrou ao seu canal a produção de duas web-séries de oito episódios cada: Pop Star High, que representava a vida de estrelas da música pop como se elas estivessem no colégio e #BANDCAMP, que mostrava a vida de uma boyband se preparando para competir em uma batalha de bandas. Outro exemplo de web-série que ultrapassou as barreiras da internet foi Web Teraphy, criada e produzida por Liza Kudrow, conhecida como a Phoebe do seriado americano Friends. Depois de uma temporada bem aceita pelo público, Web Teraphy acabou tendo seus direitos comprados e agora é uma série de televisão.

Você sabia? O Google lançou uma iniciativa para promover a produção de conteúdo na web. A Youtube Original Channel Iniciative conta com a participação de celebridades e 160 canais próprios do Youtube, direcionados para a produção de conteúdo cultural. Em setembro de 2012, vinte dos 60 canais originais passaram a receber mais de 1 milhão de visualizações.

#DICONA No cenário nacional, a web-série “Viral”, produzida pelo Porta dos Fundos, tem quatro episódios e mostra a vida de portadores do vírus HIV de forma cômica. Além disso, produções internacionais como Summer Break e Lauren, também, chamam a atenção do público.

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Sup Yoga o mais novo aliado no combate ao estresse e melhor qualidade de vida!

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Foto: Getty

Por: Natália Redü

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oje em dia tudo é muito rápido. É cada vez mais necessário e imprescindível ser ágil e saber executar, simultaneamente, mais de uma tarefa com perfeição. Ao final de um dia de trabalho, não raro, estamos esgotados mentalmente. E, por mais que se tente relaxar, a mente segue inquieta. Na busca por uma melhor qualidade de vida, a prática do Sup Yoga, que surgiu no Caribe, vem ganhando novos adeptos a cada dia. A atividade nada mais é do que o exercício de yoga em uma prancha de stand up paddle (SUP). A professora Angélica Farias, da Moksha Escola de Yoga, de pronto, esclarece que não se trata de um exercício ou esporte. Em verdade, consiste em uma atividade que visa a um autoconhecimento mais profundo e um contato maior com a natureza. Nas aulas, é trabalhada a postura, respiração, equilíbrio e concentração na busca pela paz interior e pela sensação de bem-estar. Via de regra, no dia a dia, tem-se mais foco e atenção nas tarefas que executamos, aprende-se a deixar de lado outras preocupações e interferências. Para praticar, o interessado deve ter ou alugar uma prancha de SUP. O equipamento se difere das tradicionais pranchas de surfe por ser maior, mais espesso e mais estável.

Claudia Laroque, adepta da técnica, observou que, com o exercício contínuo, ocorrem melhoras na postura e redução da ansiedade. Ela salienta que “os demais benefícios para saúde, estética etc., isso é consequência supérflua”. Conforme essa essa aluna, o mais importante “foi a união de duas forças que me trouxeram aquietação para o coração e qualidade de vida para o meu momento, sem deixar de planejar o futuro, mas podendo desfrutar do presente”. A professora Angélica destaca, ainda, que a prática depende muito do clima, principalmente do vento, que não pode ser intenso. Desse modo, as aulas são agendadas de acordo com a previsão do tempo, não havendo como estipular dia e horário fixo. As turmas, por sua vez, são de, no máximo, 4 alunos, para que todos possam ficar agrupados. A atividade não tem pré-requisito nem contraindicação, podendo ser praticada por qualquer interessado. Por enquanto, aqui em Pelotas e no estado do Rio Grande do Sul, a única escola que oferece o serviço é a Moksha.

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Acupuntura e nutrição os benefícios de uma vida saudável A acupuntura é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa, que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo. No Brasil, é reconhecida como terapia complementar, e é utilizada por profissionais da área da saúde. Por: Émellem Rosa, Nicole Soares e Thuanny Cappellari

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imone Gomes de Freitas é nutricionista e iniciou especialização em acupuntura na Associação Brasileira de Acupuntura (ABA) em Porto Alegre. Segundo ela, o objetivo é trazer uma melhora na qualidade do atendimento de seus pacientes, uma vez que muitos a procuram para emagrecer, e às vezes o excesso de peso e obesidade são causados por transtornos psicológicos, como ansiedade, por exemplo. E a acupuntura é um importante aliado nesse tipo de tratamento. A nutricionista explica que, na maioria dos casos, precisa encaminhar seus pacientes para psicólogos e psiquiatras, o que encarece e desestimula muitas pessoas. A acupuntura trata o corpo sem o uso de medicação e, em casos de dor, provoca o alívio imediato. Ajuda também em náuseas, enxaqueca, insônia e pode servir, inclusive, como sedativo, para cirurgias e procedimentos em que comumente é utilizada a medicação. A técnica utiliza agulhas descartáveis, de aço inoxidável, com a espessura de um fio de cabelo. Não há nenhum risco, pois, além da assepsia feita antes da aplicação, todo material é esterilizado. Mas, para quem ainda resiste às agulhas, a alternativa é a auriculoterapia. Essa consiste no uso de sementes de mostarda ou outras esferas, sendo possível diagnosticar os pontos a serem tratados. Na orelha, cada ponto corresponde a um órgão do corpo.

Reequilíbrio energético e redução de peso A acupuntura promove um reequilíbrio energético, podendo reduzir o estresse e diminuir a fome. Simone explica que há um mito de que a acupuntura emagrece. O que ocorre é que, através de um acompanhamento, pode-se descobrir a origem da dificuldade no emagrecimento e tratar transtornos de ansiedade, também responsáveis pelo aumento de peso.

Primeira Consulta A primeira consulta é de aproximadamente uma hora, pois é necessário saber a principal queixa da pessoa, histórico médico, hábitos e estilo de vida. Todos esses fatores são fundamentais e interferem no tratamento. E, no mesmo dia, já é possível tratar a dor. A quantidade de sessões varia conforme a necessidade individual e deve respeitar o intervalo de 7 a 10 dias até a próxima consulta.

Pontos a serem tratados Não se pode definir apenas um ponto para o tratamento. A nutricionista dá o exemplo de que estava com muita dor no ombro e informou ao acupunturista, que observou a região da cervical como problemática. Então, ele investiu naquela região e aliviou sua dor. Ou seja, você pode estar com alguma dor, que pode estar relacionada a outras partes do corpo. E o papel do acupunturista é, também, descobrir os pontos a serem tratados adequadamente.

Indicações e benefícios Não há contra indicação, e os benefícios vão além do que o próprio paciente imagina estar tratando. Por exemplo, auxilia em problemas respiratórios, disfunções menstruais, depressão e dores em geral. A estimulação de músculos, nervos e tecidos conjuntivos aumenta o fluxo sanguíneo, eliminando endorfinas que, além de aliviar a dor, são responsáveis pela sensação de bem estar. Por promover o reequilíbrio energético no organismo, a acupuntura é um método importante na prevenção de doenças, uma vez que fortalece a imunidade e promove uma melhor qualidade de vida. Os chineses acreditam que a causa das enfermidades é a má distribuição da energia e, com essa técnica, é possível prevenir e tratar muitas doenças.

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FED ER AL em campo

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Academia entra em

CAMPO Por: Alexandre Quevedo, João Pedro Alves, Luís Gustavo Amaral, Mauricio Mesquita , Thaigor Boeira e Thiago Lopes

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mantes dos esportes e, principalmente, os ouvintes do futebol pelotense estavam com saudade de acompanhar as partidas locais pelas rádios FM. Esse saudosismo foi amenizado na noite de 11 de abril, no clássico regional entre Esporte Clube Pelotas e Sport Club Rio Grande, que foi irradiado, ao vivo, pela rádio Federal FM, da Universidade Federal de Pelotas. Desde o encerramento das atividades da Rádio Alfa, retransmissora das jornadas esportivas da Rádio Universidade AM - ambas da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), os torcedores de Brasil, Farroupilha e Pelotas ficaram órfãos das coberturas locais, dependendo da programação dos jogos da dupla Grenal. A iniciativa pioneira de levar o esporte para as ondas de uma rádio voltada à educação e cultura, foi de um grupo de alunos do curso Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas, concessionária da Federal. Os acadêmicos, do quinto e do sétimo semestres, propuseram-se apresentar um alto nível na programação.

O desempenho técnico e profissional também foi lembrado pelos ouvintes Jonathas Rocha Oliveira e Rogério Silva, surpresos com o que estava ocorrendo. “A transmissão está aprovada. Tem um bom sinal e uma equipe entrosada, sem perder nenhum lance, disse Oliveira”. Para Silva, o projeto deve ter continuidade. “Estava vindo para o estádio e ouvindo no carro. Achei muito bom e espero que continue”, comentou em meio a uma roda de amigos. Na opinião de Alohim Júnior e Débora Nienlcenski, “isso é muito bom. Podemos escutar no telefone e não ficamos dependendo de rádios que não são daqui. É preciso fazer mais vezes”. Para Diego Goulart, 25 anos, sua esposa e seu irmão comentaram que essa iniciativa tem tudo para dar certo, já que o sinal e a transmissão são bons. Portanto, esse projeto já está com aprovação dos ouvintes e, provavelmente, trará mais audiência para a Federal FM. Além disso, as transmissões locais e regionais terão uma melhor divulgação.

Dificuldades técnicas, como queda de sinal da rádio meia hora antes do início da transmissão, falta de equipamentos e o pequeno espaço da cabine não foram capazes de impedir o ímpeto dos futuros jornalistas. A expectativa, a ansiedade e o nervosismo antes da transmissão foram superados por muitos ensaios, testes e entrosamento, que consolidaram o marco histórico para a Universidade e para a radiofonia pelotense.

Projeto ganha apoio dos ouvintes Na arquibancada do estádio da Boca Lobo, os áureoscerúleos puderam acompanhar a transmissão pelo tradicional radinho de pilhas ou pela praticidade do celular. O projeto, difundido em redes sociais e em jornais locais, ganhou apoio e expectativa de quem estava sintonizado na 107,9. “É uma excelente transmissão e um projeto excepcional. O FM precisa disso [transmissões de partidas de futebol de clubes locais].” Elogiou a torcedora Ângela Vieira

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O basquete pede

passagem Por: Diego Rafael Kruger, Eduardo Costa, Emanuelle Silveira, Tallis Machado, Vinicius Colares, Yasmin Yunes

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brasileiro ama o esporte. A paixão pelo futebol ilustra apenas uma pequena parte da ampla estrutura que move fãs das mais variadas modalidades, algumas delas crescendo, em termos de popularidade, pelo país inteiro com uma força admirável. Pode-se ilustrar essa estrutura como uma árvore: a categoria Esporte em si é a base ou tronco dessa composição e cada galho representa uma modalidade, coletiva ou individual. Um desses galhos, nos últimos anos, vem crescendo vigorosamente e suporta o peso de um grande número de apaixonados: estamos falando do basquetebol.

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Em nível nacional, o esporte da bola laranja vem recebendo uma atenção especial por parte de patrocinadores e empresários. É possível presenciar no basquetebol a chance de investimento com retornos consideráveis, tanto financeiros quanto sociais. Exemplo disso é a recente parceria entre a maior liga de basquete do mundo, a norteamericana NBA (National Basketball Association) e a LNB (Liga Nacional de Basquete). Com a intenção de promover a modalidade pelo país inteiro, as duas ligas se juntaram em um acordo de um tipo inédito no Brasil. Por ser um dos esportes coletivos com mais adeptos entre os brasileiros, as populares escolinhas e os centros de preparação estão sendo pensados como um possível nicho de aproximação para aqueles que querem investir no esporte.


Pelotas no , cenario atual Na zona sul do Estado, a situação não é diferente. Um grupo de atletas e apaixonados pelo esporte está tentando erguer o basquetebol e trazer aos olhos da população - o talento que a cidade sempre exportou e, dentro das suas limitações, cultivou. Inspirado por antigas equipes pelotenses, como o Clube Náutico Gaúcho e os próprios times da dupla BRA-PEL, que, nas décadas de 20, 30 e 40, já tinham equipes de basquete competitivas, o Pelotas Maragatos Basquetebol surgiu em 2013 com a intenção de resgatar essa modalidade historicamente tradicional na zona sul do Estado. E, desde o principio, mostrou raízes sólidas. Sabendo que o basquete pelotense vem passando por um momento difícil nos últimos anos, devido a uma série de fatores - falta de apoio, dificuldade financeira, envelhecimento dos atletas mais engajados, etc. – a equipe, montada por atletas, ex-atletas profissionais, técnicos e gestores desportivos da área, alcançou, em seu primeiro ano, resultados otimistas. Em 2014, com menos de um ano de existência, o “Projeto Basquete Pelotas” - assim designado o nome inicial da equipe – já contava com alguns apoiadores de peso, os quais pretendiam ajudar a erguer o nome do basquete pelotense. A partir daí, representantes da equipe decidiram em assembleia estabelecer um grupo estável, dando seguimento à proposta de criação de um time competitivo, de alto rendimento. O objetivo era claro: representar a cidade de Pelotas nos eventos esportivos de nível regional e estadual, ligados ao basquetebol. Paulo Correia, o Paulinho, é técnico e um dos líderes da “família Maragatos”. Apaixonado pelo esporte e, apesar da pouca idade, com experiência à beira da quadra, Paulinho confia no projeto que conta com nomes jovens e mantém como virtude a união do grupo: - Nossa ideia é recriar uma espécie de “boom” pelo basquete dentro da cidade e região, mostrando que temos potencial esportivo, publicitário e social também – afirma Paulinho.

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O elenco Estudantes de áreas variadas, professores e, até mesmo, advogados formam a base do Pelotas Maragatos Basquetebol. A equipe é considerada hoje como amadora por não contar com atletas ou funcionários assalariados, mas o sucesso inicial e os resultados alcançados têm relação direta com a qualidade dos atletas envolvidos no projeto. Hoje são vinte e um nomes relacionados para os treinos que acontecem durante a semana nas dependências do Colégio Gonzaga - um dos patrocinadores master do time, ao lado da AFCEEE (Associação dos Funcionários da Companhia Estadual de Energia Elétrica). Entre ex-atletas profissionais e revelações locais, a experiência é garantida pela lista de clubes que fazem parte do currículo dos jogadores do Pelotas Maragatos, que conta também com o apoio da rede Fast Burgers. São algumas dessas equipes: Clube Pinheiros e Winner Limeira (São Paulo), Corinthians (Santa Cruz do Sul), Grêmio Náutico União e Sogipa (Porto Alegre). Alguns atletas passaram, também, pelas seleções de base do Rio Grande do Sul e outros são relevados pela tradicional equipe de basquete do IF-Sul Pelotas.

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Os Maragatos Com a intenção de deixar de lado a ideia de projeto e tornar-se realidade, a equipe que pretende propagar o basquetebol de Pelotas para todo o Rio Grande do Sul precisava de um nome que fosse tão forte quanto sua intenção. O multifacetado Eduardo Mendes, atleta do Maragatos – bacharel em Direito e um dos responsáveis pela administração da equipe – explicou a escolha desse nome. - Precisávamos sair do anonimato. O projeto já tinha saído do papel e necessitávamos de um nome forte e expressivo que simbolizasse aquele momento para o basquete pelotense. Não foi difícil lembrar-nos dos revolucionários federalistas que deram início a uma revolução em nosso Estado, os Maragatos – concluiu Eduardo. A intenção da equipe é, sem o uso de lenços vermelhos, fazer, assim como seus antepassados Maragatos, uma espécie de revolução. As armas são o bom senso, o trabalho duro e a paixão pelo basquetebol. Nas palavras do técnico Paulinho Correia, lembrar a história desse esporte na zona Sul é o bastante para motivar o novo grupo. “Claro que queremos fazer a nossa própria história, mas não podemos esquecer de onde viemos e das pessoas que nos ensinaram a ser quem somos”, lembra um dos líderes do Pelotas Maragatos, a nova cara do basquetebol pelotense.

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revista

UNIVERSO I Edição |2015| Jornalismo UFPel


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