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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 54 nº 702 – Maio de 2013

Dez motivos para não participar da “Marcha para Jesus”

Congresso Nacional de Jovens no Paraguai

Considerando o tamanho do evento e a quantidade de irmãos que mobiliza, confira dez motivos que cada cristão deveria considerar para não participar desta marcha e o pronunciamento do Supremo Concílio da IPB sobre o assunto. PÁGINA 5

Consultório Bíblico “Qual João escreveu Apocalipse? Como este livro deve ser interpretado? Literal ou figuradamente?” O livro do Apocalipse requer variados critérios de interpretação. Primeiro, porque se refere a coisas e fatos do passado e do presente (em relação a João), e do futuro; segundo, porque há nele textos literais, que requerem

interpretação literal, e textos figurados, que requerem interpretação figurada. Mas a mensagem fundamental do livro (a vitória final de Cristo) é suficientemente clara na Bíblia. PÁGINA 19

LEIA TAMBÉM OS ARTIGOS

A singularidade de Jesus

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A esposa do plantador de igreja

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Um grupo de jovens da IP de Dourados participou, a convite do Rev. Francisco Villalba, pastor da IP de Concepción, do primeiro Congresso de Jovens. Lá, cantaram o hino oficial da Mocidade ensinando a versão em espanhol para os jovens presbiterianos do Paraguai. PÁGINA 7

ENTREVISTA

O Cuidado Missionário Confira a entrevista com a psicóloga e missionária Verônica Farias que atua na área de Cuidado Missionário desde 2005. Ela conta como começou a desenvolver seu ministério, os desafios encontrados e fala de que maneira um missionário deve pedir ajuda para a realização eficaz de seu trabalho. PÁGINAS 14 e 15


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EDITORIAL

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O que somos, afinal

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Rev. Ageu Cirillo de Magalhães Jr nos edifica e enriquece nesta edição com seu artigo Dez motivos para não participar da “Marcha para Jesus” (p. 5). São estes motivos: “1. A igreja que organiza a maior parte da marcha é conduzida por um autodenominado apóstolo; 2. Essa igreja ensina Teologia da Prosperidade, Confissão Positiva, Quebra de maldições e Espíritos Territoriais; 3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia Triunfalista”. O artigo do Rev. Ageu continua com outros motivos e encerra com este: “10. A marcha tem caráter isolacionista, próprio de gueto. Não foi isso que Cristo nos ensinou, e sim,

o envolvimento amplo na sociedade, como sal e luz (Mt 5.13-16)”. Em que pese a decisão do SC e a seriedade de cada um dos dez motivos, destaco esse último. Ocorre que as marchas, manifestações, caminhadas, etc., têm sido promovidas pelas minorias da sociedade, ou grupos isolados, de qualquer proporção e tamanho, como um meio de afirmação de sua identidade e reivindicação do livre exercício de seus direitos civis. Assim é que afrodescendentes, indígenas, homossexuais, mulheres, operários de uma mesma categoria profissional e outros grupos periodicamente ocupam os espaços públicos (espaços privados,

Ano 54, nº 702 Maio de 2013

às vezes!) para gritar suas palavras de ordem e apresentar as suas exigências. Aí vão os evangélicos para a rua com seus cânticos e bandeiras e, desse modo, anunciam para a sociedade que somos apenas mais um grupo barulhento no meio dessa babel pós-moderna de confusas facções. Não somos, porém, só mais um grupo. Somos minoritários, mas não somos apenas outra minoria no mosaico social. Os grupos mencionados acima querem granjear a simpatia da sociedade para a sua causa (por incrível que pareça!), mas não querem adesão, o que em alguns casos seria até hilário supor. Um caucasiano, por exem-

plo, que se apresente como afrodescendente, só se for para tirar proveito das quotas nas universidades... O cristianismo fala à sociedade as palavras de Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Venham pessoas de todos os grupos, categorias, minorias, maiorias. Venham como estão. Certamente não continuarão como estão. Nos que vêm a ele Jesus opera por seu Espírito algo que a sociedade não pode proporcionar: a remissão de seus pecados, a comunhão com o Pai, a inclusão na família de Jesus. Isso não tem marcha que dê jeito.

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ARTIGO

Para onde vão as almas? Para onde vão as almas das pessoas que morreram? Ao longo da História várias possibilidades têm sido levantadas. Leandro Antônio de Lima

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lassicamente, o cristianismo tem defendido que, após a morte, enquanto o corpo vai para a sepultura, o espírito vai para o chamado “Estado Intermediário”. Esse local diz respeito a onde estão, por um lado, os que foram salvos por Cristo, no caso o céu, e por outro, os que foram condenados por seus pecados, no caso o inferno. Surgiram outras interpretações. Testemunhas de Jeová e Adventistas defendem o chamado “sono da alma”, ou seja, que todas as almas, quer de ímpios quer de crentes ficam dormindo até o dia da ressurreição. Os Católicos sustentam que as almas ficam num local de “purgação”, podendo entrar no céu, depois que tiverem feito satisfação por seus pecados. E os Espíritas dizem que é possível até mesmo se comunicar com as almas dos mortos. O “sono” da alma é defendido por muitos por causa de expressões usadas no Novo Testamento, como por exemplo, o fato de Jesus ter dito que Lázaro dormia, significando que estava morto (Jo 11.11,14; Ver Mt 9.24; At 7.60; 1Co 15.51; 1Ts 4.13-14). Apela-se também para aqueles textos do Antigo Testamento que des-

crevem a morte como um estado de inatividade (Ver Sl 6.5; 115.17; 146.4; Dn 12.2). Porém, esses textos descrevem o morto apenas do ponto de vista humano. Além do mais, o que está sendo enfatizado nestes textos é o destino do corpo das pessoas e não da alma. Há suficiente ensino na Escritura, especialmente por causa do Novo Testamento, para que entendamos para onde a alma vai depois da morte. Jesus contou uma parábola (as parábolas são compostas de elementos reais) em que há explicações suficientes sobre o lugar das almas depois da morte (Lc 16.19-31). Lázaro foi para o seio de Abraão e o rico para o inferno. Eles permanecem num estado consciente, um está no lugar de punição e o outro no lugar de recompensa, e não há possibilidade de saírem de onde estão. Essa parábola elimina tanto a questão do sono da alma quanto do purgatório. Depois da morte as almas dos salvos vão para o paraíso, enquanto que as almas dos perdidos vão para o inferno. Só existem esses dois lugares e quem foi para um deles não pode mais sair. O Espiritismo também leva um golpe decisivo, pois os mortos não são autorizados a voltarem. E finalmente, Jesus deixa bem claro

que o anúncio da salvação somente é possível através da Bíblia (Lc 16.31). Há muitos outros textos que demonstram o estado consciente dos crentes após a morte. Jesus disse ao ladrão que se converteu na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Embora os Testemunhas de Jeová tenham até mesmo mudado a tradução desta frase (para: em verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso), todo o sentido da frase de Jesus depende

Para o crente, a doutrina bíblica do Estado Intermediário é uma grande bênção. Ela nos assegura que o crente não precisará ficar dormindo, esperando pelo consolo.

do “hoje”, pois o ladrão pediu que Jesus lembrasse dele no futuro, e Jesus disse que não seria preciso esperar. Outro texto claro, nesse sentido, é o da cena da transfiguração, em que Moisés e Elias foram vistos conversando com Jesus (Mt 17.1-8). Eles não estavam dormindo. Paulo também dizia que o cristão, após a morte estaria imediatamente na presença do Senhor (Fp 1.21-23). Ele disse que

ao deixar o corpo, o crente passa a habitar com o Senhor (2Co 5.6-8). E ele sabia do que estava falando, pois esteve pessoalmente no paraíso (2Co 12.4). Há mais dois textos da Escritura que demonstram claramente que as almas dos salvos estão no céu e num estado de consciência diante de Deus. Em Apocalipse 6.9-11, e Apocalipse 7.14-15, João viu as almas dos crentes mortos no céu. Elas estão lá conscientes, descansando e esperando o último dia. Não faz sentido pensar que estivessem dormindo na sepultura. As almas dos que já morreram estão no céu ou no inferno, e estão lá conscientes. Um dado interessante quanto a isso, é que elas estão nesses dois lugares temporariamente. O estado em que estão as almas depois da morte, seja o céu ou o inferno, é chamado de intermediário porque não corresponde ao local definitivo onde, tanto os salvos quanto os condenados, habitarão eternamente. As almas dos salvos no céu e as almas dos condenados no inferno aguardam pelo último dia, o dia da ressurreição. Naquele dia, de acordo com a Bíblia, todos ressuscitarão (Dn 12.2; Ver 1Co 15.52; 1Ts 4.16). Após a ressurreição os perdidos que estavam no inferno irão para o lago de fogo (Ap 20.15), e os salvos que estavam no céu para o

novo céu e a nova terra (Ap 21.1). O motivo é simples: Deus não criou o ser humano para viver sem corpo. Atualmente, tanto no céu como no inferno, as almas estão despidas de seus corpos, o futuro lhes assegura que um dia se reunirão a seus corpos. Para o crente, a doutrina bíblica do Estado Intermediário é uma grande bênção. Ela nos assegura que o crente não precisará ficar dormindo, esperando pelo consolo. Ele não precisará esperar o dia em que o Senhor voltar no seu reino para desfrutar de recompensas, pois já estará naquele mesmo dia no paraíso com o Senhor. Para o perdido, por outro lado, a doutrina do Estado Intermediário é a certeza de que seus pecados não passarão impunes. É a certeza de que a justiça pode parecer demorada, mas não falhará. As pessoas que não querem compromisso com Deus imaginam que o túmulo seja o fim de tudo, mas terão uma surpresa terrível quando perceberem que estavam enganadas. A doutrina do Estado Intermediário demonstra que a salvação é possível apenas nessa vida. Isso demonstra a importância central do evangelho, a necessidade de conhecê-lo plenamente e proclamá-lo urgentemente. Rev. Leandro Antônio de Lima é pastor da IP Santo Amato, SP, e membro do Conselho Editorial do BP.


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A singularidade de Jesus Djaik Souza Neves

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inguém podia ficar indiferente diante de Jesus. Sua presença produzia reações intensas e opostas. Houve devoção profunda como a dos pastores e magos em seu nascimento, dos idosos piedosos, Simeão e Ana por ocasião de sua apresentação no templo, de Pedro em face da pesca maravilhosa, de Maria ao recebê-lo em sua casa e da mulher pecadora ao ungi-lo, além do quebrantado centurião que não permitiu que Ele fosse à sua casa por não se considerar digno, dentre muitos outros. Em contrapartida, a presença de Jesus também provocava rejeição e, até repulsa. Já no seu nascimento, ele foi visto como inimigo pelo ímpio rei Herodes, que cometeu sua maior atrocidade, na chacina dos bebês de Belém, a fim de matá-lo; ainda bebê foi dito sobre Ele, que seria motivo de ruína para muitos; já grande foi rejeitado primeiro por seus próprios irmãos e considerado louco por eles; os religiosos da época, que não podiam negar as evidências de quem ele era, o escrutinaram e perseguiram durante todo o seu ministério; o povo se beneficiou de seus milagres, comeu os pães e peixes que ele multiplicou, mas rejeitou suas palavras (como hoje em dia); Jerusalém (símbolo

da própria igreja daqueles dias), nas palavras do próprio Jesus, “não reconheceu a oportunidade de sua visitação”; o mesmo povo que o saudou como rei em sua “triunfal” entrada na cidade, exigiu a sua crucificação, sob o constrangimento dos líderes religiosos invejosos e corruptos. Sendo quem era, de fato, as reações diante ele não podiam ser menos antagônicas. Seu nascimento, além da misteriosa e sobrenatural concepção, foi, ao mesmo tempo, único e humilhante; segundo Philip Yancey, o nascimento de Jesus parece ter sido planejado por Deus de tal forma, que ninguém achasse que lhe foi dado qualquer privilégio especial; na única referência à infância dele nos evangelhos, aquele que foi considerado por alguém como o primeiro “repórter investigativo” da história, Lucas, relata que ele era um adolescente acima da média que deu show de “Bíblia” nos doutores do Templo, além, é claro, da “reprimenda” precoce em seus pais por não terem concluído onde ele estaria em Jerusalém. Quando, finalmente, “apareceu”, foi logo reconhecido por aquele de quem se disse não haver ninguém maior antes dele, João Batista, que o reconheceu como “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” e se recusa-

va a batizá-lo por não se considerar digno de sequer desatar-lhe as correias das sandálias (Jo 1.29 e 27). Seu poder sobre as pessoas, sobre as doenças, sobre os elementos da natureza, sobre a morte e, até, sobre Satanás deixava as pessoas estupefatas, pois era capaz de promover mudanças jamais testemunhadas por qualquer pessoa, como acalmar uma tempestade, curar um cego de nascença e ressuscitar um defunto. Diante de suas palavras e ensinamentos, individu-

“Fiel é a palavra e digna de inteira aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dentre os quais eu sou o principal.” (1 Tm. 1.15)

ais ou coletivos, as pessoas ficavam extasiadas, a ponto de soldados que foram mandados para prendê-lo, voltarem sem poder cumprir as ordens que lhes foram dadas, reconhecendo que nunca tinha ouvido alguém falar como ele; enquanto as multidões, fosse aceitando ou rejeitando sua mensagem, não podiam negar sua sabedoria e ousadia e que ele falava como quem tinha

autoridade. Mesmo aqueles que, em nossos dias, rejeitam os milagres e as prerrogativas do Mestre de Nazaré, não podem deixar de reconhecer a atualidade e sabedoria presentes nos ensinamentos do jovem Rabi. Seu amor e compaixão também não tinham paralelos ou concorrentes entre os mestres, sábios e filósofos que já haviam passado pelo mundo, e continua não tendo. Era capaz de interromper um assunto importante para acolher e abençoar crianças que foram trazidas a ele; foi chamado de amigo de pecadores e ladrões, além de bebedor de vinho e glutão, porque preferia estar ao lado de ímpios conhecidos na praça do que na companhia de religiosos hipócritas; foi extremamente paciente com o pecado de seus seguidores mais próximos e com a dificuldade de compreenderem suas palavras; no final, tentou dissuadir Judas de sua postura e, mesmo sendo abandonado pelos seus discípulos e traído por seus amigos mais próximos, perdoo-os mais uma vez , acolheu e tratou do arrependido e amargurado Pedro após a ressurreição, além de lhe confiar a liderança da igreja nascente. Além disso, vale a pena considerar, mais do que a rejeição por muitos e aceitação por alguns, Jesus também transformou a rejeição

em aceitação, como aconteceu com Paulo que, de perseguidor cruel da igreja e do próprio Cristo, passou a servo fiel e dedicado, além de profundo reconhecedor e divulgador da grandeza, relevância e graça do mestre de Nazaré. Refletir na, tão evidente, peculiaridade da pessoa de Jesus explica, de modo satisfatório, porque a boa notícia do evangelho é assim chamada; ressaltando, em especial, que toda a sua vida, palavras e obras culminaram em sua morte pelos pecadores que, segundo Ele mesmo, foi o motivo da sua vinda a este mundo. “O Filho do homem não veio para ser servido”, disse ele, “mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt. 20.28). Diante de tal singularidade e altruísmo, só nos resta fazer coro com o próprio apóstolo que diz: “Fiel é a palavra e digna de inteira aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dentre os quais eu sou o principal.” (1 Tm. 1.15) E assim o honrarmos como aquele que veio para redimir o seu povo dos pecados deles, daí o seu nome: Jesus (Mt. 1.21). Notas: YANCEY, Philip. O Jesus que eu nunca conheci. São Paulo: 1999. Ed. Vida Nova, p.32

Rev. Djaik Souza Neves Pastor da IP de Chapada dos Guimarães-MT.


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Dez motivos para não participar da “Marcha para Jesus” Ageu Cirillo de Magalhães Jr

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o dia 03/09/2009, o então presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Estavam ali, naquele ato, alguns líderes do governo juntamente com o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella e os bispos da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes. A sanção do presidente veio apenas tornar oficial uma prática que se repete a cada ano. Considerando o tamanho do evento e a quantidade de irmãos que mobiliza, alisto abaixo dez motivos que cada cristão deveria considerar para não participar desta marcha. As informações que dão base à análise podem ser encontradas em sites de promoção da marcha: 1. A igreja que organiza a maior parte da marcha é conduzida por um homem que se autodenomina apóstolo. Este é um erro cada vez mais frequente em algumas denominações. É sabido que o título “apóstolo” foi reservado àquele primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo. Após a traição e suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar o seu lugar (At 1.15-20), mas, como foi feita esta

escolha? Que critérios foram usados? 1º) Ter sido discípulo de Jesus durante o seu ministério terreno; 2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto. Portanto, ninguém que não tenha sido contemporâneo de Cristo ou dos apóstolos (como Paulo o foi) pode sustentar para si o título de apóstolo. 2. A igreja que organiza a marcha ensina Teologia da Prosperidade (crença de que o cristão deve ser próspero financeiramente), Confissão Positiva (crença no poder profético das palavras – assim como Deus falou e tudo foi criado, eu também falo e tudo acontece), Quebra de maldições (convicção de que podem existir maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo) e Espíritos Territoriais (crença em espíritos malignos que governam sob determinadas áreas de uma cidade). 3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia Triunfalista (tudo sempre vai dar certo, não existem problemas na vida do crente), tendo como base textos como Êxodo 14 (passagem de Israel no mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de Jericó); 4. De acordo com os sites que organizam a marcha, uma das finalidades dela é promover curas e libertações; 5. A marcha não celebra culto, mas “show gospel”;

6. Os líderes do movimento propagam que a marcha tem o poder de “mudar o destino de uma nação”; 7. Na visão do grupo, com base em Josué 1.3 “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado”, a marcha é uma reivindicação do lugar por onde passam na cidade; 8. Na visão do grupo, a marcha serve para tapar as “brechas deixadas

pelos atos ímpios de nossa nação”; 9. Na visão do grupo, a marcha destrói “fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas em nossas cidades e regiões”; 10. A marcha tem caráter isolacionista, próprio de gueto, e não o que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento amplo na sociedade, com sal e luz (Mt 5.13-16), com irrepreensível testemunho cristão: “...

Resolução do SC O Supremo Concílio da IPB se pronunciou em 2006 sobre a Marcha para Jesus. Segue abaixo parte da resolução: SC-2006- Doc. 148 - Doc. CXLVIII (...) Considerando: 1. o que estabelece o art. 97, na alínea “m” e em seu parágrafo único; 2. que apesar de serem realizados eventos em locais diferentes por outras lideranças evangélicas, existe certa unidade entre eles quanto à natureza, ao propósito, às datas e à teologia; tanto no uso da marca e do nome “Marcha para Jesus”, quanto a inexistência de qualquer esforço para distinguir-se daquele realizado em São Paulo – Capital demonstram tal unidade. 3. que na “Marcha para Jesus” – SP houve participação de grupos gays, que se consideram evangélicos, com ampla divulgação na imprensa, sem qualquer pronunciamento por parte da liderança do evento. 4. que o caráter teológico do evento é contrário às Sagradas Escrituras e aos Símbolos de Fé da IPB, a saber: a) Teologia da Prosperidade; b) Confissão Positiva; c) Batalha Espiritual (inclusive Espíritos Territoriais); d) Teologia Triunfalista; e outros, O SC-IPB-2006 RESOLVE: 1. pronunciar-se contrário à participação de seus concílios e membros na “Marcha para Jesus” e movimentos ou eventos de natureza teológica similar; 2. determinar aos concílios e aos pastores que orientem suas igrejas para que não se envolvam em eventos e movimentos dessa natureza...

mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.” (1Pe 2.12). Ademais, é importante observar que toda a organização da marcha está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o alegado caráter de união entre os evangélicos. Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do evangelho. As pesquisas indicam que os evangélicos já somam 25% da população brasileira, no entanto, a imoralidade, a corrupção e a violência são cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas, não têm gerado transformação de vida em nosso povo. A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrando no alimento (Mt 5.13); pessoal e de relacionamento, como na igreja primitiva (At 8.4); cotidiana e sem cessar, como entre os primeiros convertidos (At 2.42-47). Que Deus nos restaure essa visão.

Rev. Ageu Cirilo de Magalhães Jr é pastor da IP Vila Guarani, SP, diretor do JMC e membro do Conselho Editorial da CEP.


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A esposa do plantador de igreja Viviany Mendes Viguier

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uando eu era adolescente costumava brincar de um jogo chamado “Família”. Numa folha de cartolina listávamos todos os trabalhadores das profissões que lembrávamos (encanador, médico, porteiro...), e ainda escrevíamos a família de cada profissional (o filho do encanador, a mulher do médico, a filha do porteiro). Como num jogo de cartas a cartolina era recortada e

distribuída. A brincadeira consistia em formar o maior número de famílias possível, tentando adivinhar o que o outro jogador tinha ou retirando uma carta da mesa. Interessante é que o jogo mesmo que indiretamente, mostrava a realidade da vida: a família de uma forma geral sofre influência, está sempre ligada à profissão, ao trabalho dos responsáveis por ela. Na plantação de igrejas não é nada diferente. Quando um plan-

tador recebe o chamado de Deus para iniciar uma nova congregação, sua família é diretamente influenciada por este processo. Isto não é uma coisa que o nosso Pai ignore, mas, infelizmente, muitas vezes nós temos sido negligentes com a percepção da importância da família do plantador. Existem muitos estudos sobre plantação de igrejas no mundo, em especial nos Estados Unidos, alguns sobre plantação de igrejas no Brasil, mas poucos se referem à família do plantador. Principalmente no Brasil. Talvez isto seja porque não nos damos conta da visão sistêmica da plantação de igrejas da qual a família é parte fundamental. Ao contrário de inúmeras outras profissões, a plantação de igrejas depende enormemente do bem estar do plantador que, por sua vez, depende do bem estar de sua casa. É bíblico: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da Igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (1Tm 3.1-7). Por favor, não se assuste com o fato de chamar a plantação de igrejas de profissão. Não se ofenda!

Talvez um dos maiores erros do processo de plantação de igrejas no Brasil seja realmente o fato de consideramos tudo de forma muito pouco profissional, desde a escolha e avaliação do candidato a plantador, passando pelo estudo cultural do local e público alvo, até à atenção dada à família do plantador. Com outros detalhes incluídos, obviamente. Não há de minha parte nenhuma inclinação comercial, mercantilista, material quando considero a plantação de igreja uma profissão. Pelo contrário. Depois de 16 anos apoiando meu marido no trabalho com plantação de igrejas, se tem uma coisa que eu já aprendi é que o processo dependente de Deus. Devo dizer uma coisa: eu creio na soberania de Deus, o que me faz mais ainda acreditar e trabalhar por ele. Bom, vocês sabem, Deus se manifesta extrapolando o ordinário, agindo sobrenaturalmente e também agindo por meio de sua criação e daquilo que ele capacitou-a a concretizar. É por isso que eu chamo a plantação de igrejas de profissão: é uma atividade, uma ocupação que requer trabalho e empenho e até um quê de especialização, mas também é o reconhecimento público da fé que nós abraçamos. (Se você se der ao trabalho de procurar no dicionário vai ver que profissão é tanto uma atividade da qual se pode tirar o meio de subsistência, quanto o ato de professar publicamente seus votos religiosos). Dependemos sempre da graça e favor do nosso Pai celeste. Que ele nos guie nesta jornada em prol da expansão de seu reino. Viviany Mendes Viguier é membro da IP Chácara Primavera em Campinas, SP


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Congresso Nacional de Jovens da IP do Paraguai Ildemar de Oliveira Berbert

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conteceu nos dias 28 a 30 de março o Congresso Nacional de Jovens da IP do Paraguai em Concepción. A convite do Rev. Francisco Villalba, pastor da igreja de Concepción, participamos da abertura do congresso com uma caravana de jovens da IP de Dourados, o casal de conselheiros da mocidade, presb. Milton Mori e Maristela, eu e minha esposa Cenilse, somando quinze pessoas. A viagem foi muito agradável, passamos por Ponta Porã, após o permission, entramos no Paraguai por Pedro Juan Cabalero,

passando por Orqueta, viajamos 240 km da divisa, até a cidade de Concepción. Ali fomos recebidos pelo Rev. Francisco Villalba que nos encaminhou até o local do congresso, 10 km depois de Concepción, num lugar muito agradável entre as árvores e muito verde, chamado “Saladilo”, um antigo mosteiro de construção arrojada. O tema do congresso foi: “JOVENS COM PROPÓSITO”, tendo como texto básico Filipenses 3.14, “prossigo a la meta, al premio del supremo llamamiento de Dios em Cristo Jesús”. Pregamos naquela noite sobre o desafio de Daniel (Dn 1) e

seus amigos na Babilônia, usando o tema do livro do Dr. Stuart Ollyot, Ouse Ser Firme encorajamos aqueles jovens, mais ou menos uns cem, a permanecerem firmes e inabaláveis na fé em Cristo, não se deixarem persuadir pelos apelos do mundo que vivemos e a não se contaminarem. Após a mensagem, nossa caravana cantou o hino oficial da Mocidade Presbiteriana do Brasil e ensinou o hino aos Jovens Presbiterianos do Paraguai, traduzido para o espanhol. No dia seguinte, falou o Rev. Izaías Cunha, presidente do Sínodo do Mato Grosso do Sul, seguido dos demais preletores:

Rev. Eulogio Giménez López (Pastor paraguaio, mas jurisdicionado ao Presbitério de Santo André, SP); Rev. Marcos Paulo Vieira (de Campinas, SP); Rev. Francisco Villalba e Presb. Rodrigo Ariel Torres López (de Concepción). Nossa caravana voltou feliz para Dourados. Antônio João que nos levou em sua Sprinter foi um irmão camarada. Contounos muitas histórias de viagens missionárias, passeou conosco no Parque Nacional Cerro Corá, num local que marcou o fim do conflito da guerra do Brasil com o Paraguai, cheio de monumentos históricos, enaltecendo o patriotismo

daquele povo. Aproveito para relatar à nossa amada IPB, mãe da IPP, que eles ainda precisam de nosso apoio. A IP do Paraguai está espalhada em cinco igrejas locais pequenas e em regiões longínquas. Em Concepcion ela tem uma Escola Presbiteriana que luta com muitas dificuldades. Mas é uma igreja com muitos jovens, está nascendo nela uma liderança jovem importante e deve estar no centro de nossas atenções. Nossa Igreja é parceira do campo de Concepción. Rev. Ildemar de Oliveira Berbert é pastor da IP Central de Dourados e presidente do Presbitério de Dourados.

COMEMORAÇÃO

Jubileu de ouro da IP Filadélfia de São Carlos, SP Nelson do Nascimento

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Igreja Presbiteriana Filadélfia de São Carlos, neste ano de 2013 está comemorando Jubileu de Ouro, ao completar 50 anos de existência. Durante o mês de fevereiro promoveu cultos em ação de graças, todos os domingos, pela manhã e à noite, todos realizados no templo da igreja, recentemente reformado e ampliado, sendo este fato, também motivo de gratidão, incluído nessa celebração. O

programa e os pregadores especialmente convidados foram Rev. Naor Garcia – Ministro jubilado da IPB; Presb. Baltazar Maria de Morais Júnior, o Artilheiro de Deus; Rev. Nelson do Nascimento – Ministro jubilado da IPB; Rev. Roberto Brasileiro Silva – Presidente do Supremo Concílio da IPB; Rev. Jader Borges Filho – Pastor da IP Jardim Satélite, em São José dos Campos – SP; Rev. Nelson Duílio Bordini Marino – Ex-pastor da igreja aniversariante e agora

pastor da IP de Vila Nilo – SP. Participaram de todos os cultos o Coral Alvorada e a Orquestra Filadélfia, ambos da igreja celebrante. A Igreja Presbiteriana Filadélfia foi organizada a 10 de fevereiro de 1963, e teve até hoje os seguintes pastores: Reverendos Ludgero Braga, Matathias Fernandes, José Carlos Nogueira, Aquias Silveira Mendes, David Azevedo, Obed Assunção, Joel Rodrigues Cavalcante, William Asbury, Luiz Longuini Neto, Werner

Culto de aniversário no novo templo recém reformado

Sundfield, Waterson José Ferreira, Nelson Duílio Bordini Marino, e o pastor atual, Rev. Sebastião Silvestre, desde 1996. São pastores colaboradores os

reverendos Naor Garcia e Nelson do Nascimento (pastores jubilados). Nelson do Nascimento é pastor colaborador na IP Filadélfia de São Carlos, SP


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EVANGELISMO

IP 12 de Agosto evangeliza crianças com Boneco Barnabé Stephanie Macedo

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urante três dias, um grupo de 100 crianças, com idades de 3 a 13 anos, da IP 12 de Agosto, da cidade de Aracaju, Sergipe, participou do 1º Congresso Evangelístico de Crianças, a que compareceu também o Boneco Barnabé. Movimentado pelas mãos e voz de seu criador, o Rev. Josué Ferreira, capelão do Ensino Básico do Colégio Mackenzie, o boneco ventríloquo falou sobre como aproveitar o tempo, baseado nas referências bíblicas de Eclesiastes e Efésios. Segundo o Rev. Josué, o Barnabé foi criado com o objetivo de ministrar a Palavra para as crianças permitindo linguagem e expressões bem próximas à realidade do público infantil, contou o pastor envolvido há 18 anos na capelania do Colégio Mackenzie, e com vasta experiência em

1º Congresso reuniu 100 crianças

acampamento para crianças. Entre os dias 22 a 24 de março desse ano, as crianças ouviram sobre a disposição do tempo para Deus: tempo para orar e ler a Bíblia, conciliando-o com as atividades das escolas seculares. E essa tarefa de guiar melhor o tempo foi dedicada também aos pais das crianças

no último dia do evento. “Estamos perdendo nossas crianças, os pais precisam investir muito mais tempo de sua vida com os seus filhos”, alertou o reverendo, diante do contexto apresentado pelos pais sobre a falta de tempo para tudo. Segundo o pastor da IP 12 de Agosto, Rev. Emanuel

Meneses Costa, a ideia do Congresso para as crianças da igreja partiu delas próprias. “Fomos procurados por algumas crianças, elas nos pediram para que as instruíssemos a pregar para outras crianças. Então, ao ouvi-las, enchemos nossos corações de alegria e, junto ao Departamento Infantil e

ao Conselho da igreja, preparamos o congresso para que as crianças pudessem receber a instrução necessária para a edificação de seus corações, a fim de usarem os seus dons e talentos para a honra e glória de Deus”, comemorou. Stephanie Macêdo é assessora de comunicação da IP 12 de Agosto

Comunicado – Senegal

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APMT – Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, da IPB, vem com extrema alegria informar a todos que nossos irmãos Rev. José Dílson Alves da Silva (APMT), e Zeneide Novaes Morais (Missão Servos), receberam a liberdade provisória no dia 05/04/2013, às 16h10m e já estão fora do presídio. No prazo de até 30 dias, haverá o julgamento do processo. Tanto o Rev. José Dílson como a Zeneide

cumprirão os procedimentos que envolvem a sua liberdade provisória. O juiz responsável pelo caso definirá quais serão os protocolos que ambos deverão observar nessa fase. Precisamos continuar a orar e buscar a sabedoria do Senhor para que os advogados contratados pelo APMT – IPB tenham a sabedoria no acompanhamento processual e no levantamento de provas para inocentá-los definitivamente.

Expressamos a mais alta estima e gratidão a todos aqueles que têm investido seu tempo para que essa causa chegue a bom termo e glorifique ao Deus que nos chama para servilo e adorá-lo. Em nome de toda a equipe da APMT no Brasil e no Senegal, Rev. Marcos Agripino C. de Mesquita Executivo da APMT – IPB


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ANIVERSÁRIO

IP de Santa Cruz celebra 80 anos de organização Ed Wilson

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IP de Santa Cruz, localizada no Rio de Janeiro, RJ, completou no dia 5 de março, 80 anos de organizada e 101 de trabalho em Santa Cruz. Tivemos a honra de receber ilustres pastores como Rev. Dante Sarmento de Barros, Rev. Guilhermino Cunha, Rev. José Antônio, Rev. Nelson Célio e Rev. Eli Gonçalves durante todo o mês de março. HISTÓRICO Em 18 de junho de 1912, foi organizado o Ponto de Pregação Presbiteriano em Santa Cruz, pelo Rev. Álvaro Reis, na casa do irmão José Raymundo Aragão, sito à rua Boa Vista, nº 01, Santa Cruz. No ano de 1919 ocorreu a transferência do Ponto de Pregação para a Rua Olavo, nº 07, Santa Cruz. Em 1929, o Ponto

Pastores da igreja

Igreja reunida em culto de aniversário

de Pregação passou a ser Congregação Presbiterial do Presbitério do Rio de Janeiro, sendo indicado o Rev. Dr. Laudelino de Oliveira Lima Filho para dar assistência ao trabalho. Neste período é feita a primeira eleição para compor

a Mesa Administrativa. São eleitos presbíteros: Carlos Luiz Villon e Izidoro Joaquim de Assis. Para diáconos: Francisco Bispo e João Moreira Leite. Em 05 de março de 1933, conforme decisão do Presbitério, após relatório da Comissão de Organização constituída pelos pastores Rev. Laudelino de Oliveira L. Filho (Relator), Rev. Laudelino de Oliveira Lima e Rev. Jeremias W. B. Shirlli e pelos presbíteros Francisco de Almeida e Vicente Alves de Oliveira, a igreja é organizada com 27 membros maiores e 17 membros menores. Ocorre, então, a eleição para oficiais sendo elei-

tos para presbíteros João Moreira Leite e Francisco José Pereira, e para diácono Manoel da Gonçalves e Pedro Silva. Em 26 de Julho de 1951 reúne-se a Assembleia Geral Extraordinária da igreja, presidida pelo Rev. Moisés Rodrigues, e se decide e autoriza a compra de dois terrenos na Rua Campeiro Mór. Em 29 de março de 1952, outra assembleia autoriza a compra de mais um terreno na Rua Campeiro Mor. No dia 21 de abril de 1959, em reunião social no sítio do irmão Francisco José Pereira, o Rev. Dante Sarmento de Barros, hoje, Pastor Emérito dessa igreja, dá início à campanha para captação de recur-

sos para a construção do novo templo, obtendose a importância de Cr$ 100.000,00. Em 18 de junho de 1962 acontece o culto de Ações de Graças pelo cinquentenário da organização do ponto de pregação, oficiado pelo Rev. Dante. Em 06 de março de 1982, ocorre o culto de Ações de Graças e Consagração do novo templo, à Rua Campeiro Mor, nº 556, oficiado pelo Rev. Jonas Magalhães. No ano de 1983, ano do cinquentenário de organização da igreja é realizada a programação por todo o mês de março, oficiada pelo Rev. Jonas Magalhães. Rev. Ed Wilson é pastor da IP de Santa Cruz


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MÊS DE MAIO NA H

Rev. Alderi Souza de Matos, historiador da IPB

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● Falecimento do Rev. George Wood Thompson, com 26 anos, em Campinas; primeiro missionário vitimado pela febre amarela (1889).

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● Organização da IP de Faxina (Itapeva–SP), pelo Rev. Antônio Pedro de Cerqueira Leite (1879).

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● Início do pastorado de 28 anos do Rev. Álvaro Emídio Gonçalves dos Reis na IP do Rio de Janeiro (1897).

● A Missão do Brasil, da Igreja do Norte (PCUSA), divide-se em Missão Sul do Brasil e Missão Brasil Central (1897).

● Organização da IP de Sengó, município de Pouso Alto (MG), pelo Rev. Manoel Antônio de Menezes (1892).

● Organização da IP de Itabuna, a segunda do sul da Bahia, na fazenda Cachoeira (1923).

● Organização da IP de Madureira, no Rio de Janeiro, pelo Rev. Galdino Moreira e outros líderes (1926). ● Criação do jornal Mocidade, da Federação do Presbitério do Rio de Janeiro, por Paulo Costa Lenz César; dois anos mais tarde tornou-se o órgão oficial da Confederação Nacional da Mocidade (1944).

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14 ● Início das aulas do “Seminário Primitivo”, no Rio de Janeiro, fundado pelo Rev. Ashbel Green Simonton; estudantes: Modesto Carvalhosa, Antônio Trajano, Miguel Torres e Antônio Pedro de Cerqueira Leite (1867). ● Falecimento do Rev. Alexander Latimer Blackford, em Atlanta; fundador da obra presbiteriana em São Paulo, cunhado do Rev. Simonton (1890).

● Nascimento do Rev. Galdino Moreira, em Morrinhos (GO); pastoreou por muitos anos a IP do Riachuelo, no Rio de Janeiro (1889).

● Organização da IP de Piumhi (MG), pelos Revs. Samuel Gammon e Álvaro Reis (1900).

22 ● Ordenação, em Recife, dos primeiros pastores presbiterianos do Nordeste: Belmiro de Araújo César, José Francisco Primênio da Silva e João Batista de Lima (1887). ● Organização da IP de Cachoeiro de Itapemirim (ES), pastoreada pelo Rev. Trasilbo Filgueiras (1926).

● Ordenação do Rev. Filipe Sheeder Landes, pioneiro presbiteriano em Mato Grosso (1910).

● Falecimento do Rev. Constâncio Homero Omegna, aos 50 anos, em Campinas; pastor em Jaú, Niterói, São José do Calçado e Valença; educador, poeta e músico (1927).

23 ● Organização da IP de Borda da Mata, a primeira de Minas Gerais, pelos Revs. Robert Lenington e Emanuel N. Pires (1869). ● Nascimento do Rev. Basílio Braga de Oliveira em Mogi-Mirim (SP); pastor por muitos anos em São João da Boa Vista (1873). ● Organização da IP de Cabo Verde (MG), pelo Rev. Miguel Gonçalves Torres (1881).

● Grande evento na IP do Rio de Janeiro em comemoração aos 52 anos da União da Mocidade Presbiteriana (1988).

27 ● Falecimento de José Maria Barbosa da Silva, primeiro crente presbiteriano de São Paulo (1898). ● Falecimento do Rev. Dr. George William Butler, o “médico amado” de Pernambuco (1919).


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HISTÓRIA DA IPB 10 ● Organização da IP de Itapetininga (SP), pelo Rev. Zacarias de Miranda, com quatro adultos e cinco menores (1885).

● Ordenação do Dr. Lisânias de Cerqueira Leite, pelo Presbitério do Rio de Janeiro; era filho do Rev. Antônio Pedro e formou-se no Seminário Unido (1925).

15 ● Lançamento da pedra fundamental do primeiro templo da IP do Rio de Janeiro, na Travessa da Barreira (1873). ● Início do trabalho presbiteriano em São Luís do Maranhão, pelo Rev. Dr. George W. Butler (1885). ● Falecimento da missionária Carlota Kemper, em Lavras, aos 90 anos; professora do Colégio Internacional e do Instituto Gammon (1927).

11 ● Rev. William Calvin Porter lança em Natal (RN) o jornal O Século, precursor do Norte Evangélico (1895). ● Falecimento do Rev. Erasmo de Carvalho Braga, pastor em Niterói e São Paulo; professor do Seminário do Sul, líder da cooperação evangélica no Brasil (1932).

12 ● Falecimento do Rev. Miguel Gonçalves Torres, em Caldas, primeiro pastor evangélico de Minas Gerais (1892). ● Falecimento da missionária Eliza Moore Reed, em Recife, fundadora do Colégio Agnes Erskine (1926).

● Falecimento em São Paulo do bispo católico D. Salomão Barbosa Ferraz, anteriormente pastor presbiteriano e ministro episcopal (1969).

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● Falecimento do presbítero Myron August Clark, no Rio de Janeiro; fundador da Associação Cristã de Moços no Brasil (1920). ● Organizada em Lavras a Federação do Trabalho Feminino do Presbitério Sul de Minas, a primeira do Brasil, sob a liderança da missionária Genoveva Marchant (1921).

● Organização da IP de Lorena (SP), pelo Rev. Alexander Blackford, com seis membros (1868). ● Ordenação do Rev. Roberto Frederico Lenington, pastor no Paraná e Santa Catarina, professor do Seminário de Campinas (1896). ● Organização da IP de Figueira do Rio Doce (Governador Valadares– MG), pelos Revs. Otávio de Souza e Aníbal Nora (1917).

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● Primeira celebração da Ceia oficiada pelo Rev. Alexander Blackford, no início da obra presbiteriana em São Paulo (1864).

● Nascimento do Rev. Jorge Thompson Goulart, em Bagagem (Estrela do Sul–MG); pastor em Lavras e professor no Seminário de Campinas (1889).

● Organização da IP de Vila Mariana, em São Paulo, pelos Revs. Miguel Rizzo Júnior e Amantino Adorno Vassão e os presbíteros Warwick Kerr e José de Oliveira (1942).

● Inaugurada em Votorantim (SP) a Avenida Rev. José Manoel da Conceição, defronte ao templo presbiteriano (1976).

● Segue para a Venezuela o primeiro casal de missionários presbiterianos brasileiros, Rev. Joás Dias de Araújo e sua esposa Josefina (1962).

Erramos Na edição anterior, o título desta seção deveria ter sido MÊS DE ABRIL NA HISTÓRIA DA IPB, e não MÊS DE MARÇO NA HISTÓRIA DA IPB, como publicado.


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ANIVERSÁRIO

Parabéns IP de Salto pelos 44 anos! Shil Lang Wing

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ão se pode determinar com precisão a data que assinala o início do trabalho presbiteriano na cidade de Salto. Não deve ter sido antes de 1907, como também não pode ter sido muito depois de 1908. Isto porque o trabalho na cidade de Itu iniciou-se em 1907 e tudo indica que iniciada a obra missionária em Itu, Salto passou

e ser visitada pelos missionários que fizeram por difundir a Palavra de Deus nessa região. Assim é que em 09 de março de 1909, o Rev. Robert Dale Daffin recebe por profissão de fé e batismo o Sr. Antonio Fernandes, sendo esse o primeiro registro sobre o trabalho missionário em Salto. Em 07 de agosto de 1910, o Sr. Adelino Ribeiro professou a fé em Cristo, na cidade de Itu, com o

Atualmente a igreja é composta por 146 membros maiores e 28 menores

Rev. Erasmo Braga. Em 1911, o Rev. Daffin é substituído pelo Rev. James Porter Smith que conta com a ajuda do Rev. Gastão Boyle. Em 1912, o candidato ao ministério, João Paulo de Camargo com os Revs. Smith e Boyle iniciam os cultos semanais em Salto, aos sábados. Os cultos eram realizados na casa do Sr. Evaristo Góes Pacheco, que não sendo membro professo, cooperava com o trabalho de uma forma extraordinária, cedendo a sua residência para a pregação do evangelho. Em setembro de 1915, os cultos passaram a serem realizados às quintas-feiras. Em 1916 a Congregação de Salto possuía uma Escola Dominical com 10 alunos. Em 1917 a comunidade contava com uma sociedade “Esforço Cristão”, com 08 sócios. De 1911 a 1919, o trabalho esteve sob a responsabilidade do Rev. James Porter Smith. Em 1926, o evangelista Noé Wey assumiu a direção do trabalho e o Rev. William Kerr visitou

durante o ano a Congregação de Salto, realizando os atos pastorais. Em 1927, Salto contava com uma Escola Dominical com 41 alunos, 04 classes e 04 oficiais e professores. Em 1937, volta o Rev. Avelino Boamorte a dirigir os trabalhos da Congregação de Salto. Por determinação do Presbitério de Sorocaba, o trabalho de Salto foi organizado em Congregação Presbiterial no dia 06 de abril de 1941. A Congregação Presbiterial caminhou, cresceu e foi organizada na Igreja Presbiteriana de Salto, no dia 20 de abril de 1969, nas dependências do antigo templo, sito à Rua Nove de Julho, 211. Na oportunidade foram arrolados 26 membros maiores e 18 membros menores, transferidos da IP de Itu. Temos no rol de membros: 146 membros maiores e 28 membros menores. A igreja possui Escola Dominical e Sociedades Internas formadas, além dos conjuntos musicais: Fruto da Comunhão e Chamados por Cristo. Rev. Shil Lang Wing é pastor da IP de Salto


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ESPORTE E MISSÕES

Porto Alegre (RS) sedia encontro do Joga Limpo Brasil Realizado em 30 de abril, o encontro faz parte da série de eventos que acontecerá nas cidades-sede da Copa do Mundo, cujo objetivo é apresentar o movimento e mobilizar organizações cristãs a desenvolver ações para a disseminação da Palavra de Deus em grandes eventos esportivos. Luciana Garbelini

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om a adesão oficial de mais de 100 igrejas e organizações cristãs, o Movimento Joga Limpo Brasil (MJLB) já está em campo. Lançado

em setembro de 2011 pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), em conjunto com a Coalizão Brasileira de Esportes (CBE), AMME Evangelizar, Atletas de Cristo e Rede Evangélica Nacional de Ação

Social (Renas) – que fazem parte do Comitê Gestor –, o movimento promove uma série de Encontros de Pastores, Líderes de Jovens e Ministérios Esportivos, que serão realizados até junho, nas doze cidades-sede da Copa Mundial de 2104. Em Porto Alegre (RS), o evento aconteceu no dia 30 de abril, às 09h, na Igreja Brasa. O MJLB tem como objetivo promover a mobilização da comunidade cristã para atuar na disseminação da mensagem e dos princípios bíblicos durante as grandes competições esportivas que vão ocorrer no Brasil: Copa das Confederações, Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Jogos Paralímpicos. As ações serão iniciadas em junho deste ano nas seis cidadessede da Copa das Confederações: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (Bahia). “Estamos muito satisfeitos com o entusiasmo com que a comunidade cristã brasileira está se preparando para fazer da Copa das Confederações uma prévia da atuação que pretendemos ter nos demais eventos”, afirma o coordenador geral do MJLB, Eude Martins. Com inscrição gratuita, o Encontro de Pastores, Líderes de Jovens e Ministérios Esportivos em Porto Alegre integra a agenda de eventos que visam dar suporte e instrumentos para as atividades de evangelização. Além de Porto Alegre, os encontros acontecem nas seguintes cidades-sede da Copa do Mundo de 2014: Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Natal (RN), Manaus (AM). O Movimento Joga Limpo Brasil

representa um esforço conjunto de instituições cristãs do Brasil e do exterior, que tem como base experiências recentes e bem-sucedidas realizadas nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996), de Sydney (2000), de Atenas (2004) e Pequim (2008); nas Copas do Mundo da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010); e nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007). O nome escolhido para o programa é alusivo à expressão inglesa “fair play” (jogo limpo), muito usada no meio esportivo para tratar da questão da ética, do cumprimento das regras e da importância do respeito entre os competidores. Assim, utilizando essa metáfora, o movimento pretende chamar a atenção para a importância de se praticar os princípios bíblicos no dia a dia, contribuindo, desta forma, para uma sociedade mais justa, pacífica e harmônica. A criação do movimento foi inspirada na visão que levou o apóstolo Paulo a ir de Atenas para Corinto (Livro de Atos dos Apóstolos, Capítulo 18), uma das maiores e mais movimentadas cidades do Império Romano e sede de um dos maiores eventos esportivos periódicos, os Jogos Ístmicos. Ali, Paulo encontrou a oportunidade para anunciar o evangelho com liberdade e alcançar pessoas de todas as partes do mundo. “Queremos inspirar as igrejas e organizações cristãs a seguir o exemplo de Paulo, que, se vivesse em nossos dias, certamente, viria ao Brasil para disseminar a mensagem bíblica entre a população brasileira e os turistas”, afirma o coordenador de Comunicação. Informações sobre as ações e materiais para download estão disponíveis no site do MJLB:http:// www.jogalimpobrasil.com.br/ Luciana Garbelini é assessora de imprensa da SBB


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ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA VERÔNICA FARIAS

O Cuidado Missionário Por Emma Castro

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psicóloga e missionária Verônica Farias atua na área de Cuidado Missionário desde o ano 2005. Começou a desenvolver seu ministério ao se envolver na área de pesquisa, procurando saber o que estava sendo feito no Brasil em relação ao cuidado missionário. Ela se deparou com uma grande deficiência e muita demanda. Desde sua conversão, Verônica se envolveu no trabalho de evangelização, plantação de igrejas e treinamento de liderança durante quatorze anos. Hoje se dedica de tempo integral ao ministério de Cuidado Missionário, visitando campos e acompanhando os missionários que requerem sua ajuda. Ela faz parte do Conselho Deliberativo do CIM – Cuidado Integral do Missionário, departamento da AMTB – Associação de Missões Transculturais Brasileiras. Em 2011, iniciou o Departamento de Cuidado Missionário na Base da APMT e faz parte do quadro de missionários, servindo aos nossos missionários. BP: Como foi para escolher essa área de atuação ministerial? Verônica: Eu não escolhi essa área, eu fui despertada

por Deus. A partir das estatísticas de retorno, a partir da realidade de escassez de cuidadores treinados, pessoas que não são apenas psicólogos clínicos. Os profissionais precisam ser treinados para atender os missionários dentro do seu contexto, pois eles passam por várias fases na sua vida. Eu mesma passei por essas fases, desde o preparo, o campo e o retorno. A experiência que vivi e o contato com outros missionários que passam por duras experiências me levaram a me dedicar integralmente a isso. Eu já tinha a formação teológica e profissional da Psicologia Clínica. Creio que é um chamado para o resto da vida. Agora estou treinando outras pessoas fazendo crescer esse grupo de cuidadores no Brasil. BP: Em que consiste especificamente o cuidado missionário? Verônica: O cuidado missionário é bastante abrangente. Primeiro, a Igreja Brasileira, em geral, não está muito acostumada com a ideia de “cuidado”. Às vezes, é interpretado como se fosse só na área clínica, psicológica, quando não é. É bem mais do que isso. O trabalho abrange a família missionária como um todo. Eu tenho o interesse de trabalhar com a família desde o pré-campo, quando

a pessoa é ainda uma candidata. Se eu já tenho um trabalho com ela, posso ir desenvolvendo um trabalho de acompanhamento no próprio campo. O processo envolve o pré-campo, o campo e o retorno ao Brasil para férias, reciclagem, divulgação ou licença; os períodos de adaptação ou de crise; o nascimento de filhos que envolve toda uma mudança da conjuntura familiar; remanejamento de campo. Tudo isso envolve mudanças para o missionário que precisa de um suporte. É um acompanhamento de vida ao longo da sua trajetória. BP: Qual é a fase em que os missionários manifestam maiores dificuldades? Verônica: O retorno para o Brasil depois de muitos anos é sempre sofrido. Há uma fase para se readaptar, então é uma fase crucial. Deve haver preocupação não apenas em “receber o missionário” e levá-lo a um monte de igrejas para pregar, mas acompanhá-lo eficazmente. Outro momento crucial é a aposentadoria. No Brasil quase não se fala na aposentadoria de missionários. Não há um planejamento. Vejo que não há ainda nas igrejas nem nas agências o que fazer com o missionário que está se aposentan-

do. Que tipo de cuidado precisamos fornecer para essas pessoas que deram a vida toda em outras nações, outras culturas? Depois de toda uma vida de serviço vamos apenas sucateá-las? A outra dificuldade é a própria língua. No Brasil se fala o português. Chegando lá fora, o missionário no mínimo tem de falar o inglês (a não ser que vá para o mundo hispânico), depois ele tem de aprender outra ou outras línguas. Isso tem sido um martírio na questão do preparo e adaptação, ele sofre muito nessa fase por conta de aprender novas línguas. BP: Pela sua experiência de trabalho, quem tem sofrido mais? Verônica: De um modo geral, eu tenho visto um sofrimento maior entre as mulheres, a partir do momento que elas têm filhos, a rotina muda. Elas passam a ter menos tempo para a missão que elas desenvolviam, para a qual foram preparadas, então passam a reclamar um pouco da dificuldade de não poder atuar. Essa é uma crise que aparece nas mulheres com muita frequência. Outra questão que sempre aparece é a situação das solteiras. Elas saem do seu país muito entusiasmadas e sabendo que são sozi-

nhas, no entanto, depois de um tempo no campo, elas começam a perceber que a realidade de uma solteira no campo não é fácil. Ser solteira no Brasil, na sua pátria, na sua cidade é uma coisa, mas fora do Brasil tudo fica mais difícil. Então elas reclamam muito de encarar uma vida sozinha. Em países islâmicos, isso fica bem mais grave, porque há toda uma discriminação que elas sofrem, mesmo as casadas estrangeiras. Fora disso, também temos visto muitas dificuldades no relacionamento com as instituições. A igreja local, ainda que seja uma igreja muito enviadora, é local, tem toda uma mentalidade local. Então o sofrimento, a queixa, a necessidade de mudanças no próprio decorrer do projeto muitas vezes não são compreendidos pela igreja local. Em muitos casos isso leva até a suspender o envio do sustento. Esse fator provoca um circuito de muito sofrimento para o missionário e sua família. BP: Qual tem sido a maior causa de retorno dos missionários do campo? Verônica: Dificuldades de relacionamento com a equipe de trabalho têm sido um dos principais motivos do retorno. O brasileiro é extremamente comuni-


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Verônica começou a desenvolver seu ministério ao se envolver na área de pesquisa, procurando saber o que estava sendo feito no Brasil em relação ao cuidado missionário

cativo e relacional, então quando ele tem que trabalhar com missionários de outras culturas, que a gente chama de “culturas mais frias”, como as europeias, norte-americanas ou asiáticas, existe sempre um choque nessa interculturalidade. O brasileiro não tem muita resistência de permanecer só, ele é muito gregário. Chegando nesses países, sua própria cultura transforma isso numa dificuldade para a cultura em que ele está vivendo e com quem ele está trabalhando. Por mais que se estude isso em “Antropologia cultural” e outras disciplinas, na prática, o brasileiro sai pouco do Brasil. Ele não tem esse trânsito lá fora a não ser quando é um mis-

sionário. Então é a primeira vez que ele está indo ao exterior para viver. Em geral, nós não temos a cultura de viagens para o exterior. BP: Também existem dificuldades quando a equipe é monocultural? Verônica: “Relacionamentos”, mesmo quando numa equipe monocultural, entre brasileiros, é uma área em que as agências precisam investir um pouco mais de modo geral. Os cursos de preparação devem focar em atividades, em conceitos, em toda uma práxis que envolva o relacionamento em equipe. É com isso que ele vai viver lá fora. A gente não vê missionários reclamando dos nacionais, da relação com os

membros da igreja nacional, ou com a cultura local. Eles reclamam dos seus companheiros de trabalho. Então os choques entre os missionários é o que angustia, que adoece e que muitas vezes faz uma equipe partir-se ao meio. Creio que essa dificuldade se dá mesmo por falta de preparo. Assim como se prepara teologicamente, missiologicamente, precisamos dar uma ênfase maior em relacionamento de equipe. Eu não vejo outra maneira a não ser transformar isso em oficinas, seminários e vivência de equipe. Talvez, assim, tivéssemos menos dificuldades lá fora. Também é importante o trabalho de atualização dos missioná-

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rios. As equipes precisam ser visitadas com o intuito de torná-las saudáveis. Não é uma visita administrativa, para o projeto, é uma visita para diagnosticar como é que aquela equipe está, e ao mesmo tempo oferecer artifícios que dissolvam os conflitos, então aos poucos as pessoas vão amadurecendo no relacionamento em equipe. É necessário definir a mentalidade de grupo, desde o seminário, desde a disciplina de preparo transcultural, trabalhar a mentalidade do sujeito “para o grupo, para a mutualidade, para a flexibilidade, para apoio mútuo”. Se esses valores são bem trabalhados no período de preparo, o candidato chega ao campo um pouco mais flexível, um pouco mais aberto. É por isso que a APMT solicita um estágio de campo, mesmo que o candidato já desenvolva o ministério há muitos anos e seja experiente. O que deve ser enfatizado nesse momento é “relacionamento de equipe, como é que essas pessoas estão se relacionando, e fornecer artifícios para que as pessoas promovam mutualidade, não a individualidade”. Ninguém é sozinho lá fora, o missionário transcultural está descoberto de tudo, precisa das pessoas. Se existe pro-

blema com a equipe, isso significa que são cortadas as fontes de fornecimento emocional. BP: Se o missionário ou uma equipe percebe que está precisando da sua ajuda, o que deve fazer? Verônica: O missionário em campo, que está precisando de ajuda, tem de escrever para a agência dele. Se essa organização já tem o departamento, vai pedir ao departamento o cuidado desse missionário. Se a organização não tem esse departamento, ela pode entrar em contato com o CIM. A partir de então entraremos em contato com esse missionário. Eu já fiz acompanhamento via Skype de missionários em vários países, missionários brasileiros que estão lá fora. BP: Qual seria sua recomendação para as igrejas locais? Verônica: Eu convocaria a liderança, os pastores e os líderes de missões para buscar literatura na área do cuidado. Entrar em contato com aqueles que já fazem o trabalho do cuidado missionário e começar a treinar as pessoas interessadas em iniciar dentro do departamento de missões da igreja local o viés para o cuidado. Emma Castro é missionária e faz parte da equipe de comunicação da APMT


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No BRASIL E NO MUNDO

SBB anuncia revisão na “Almeida Revista e Atualizada” A tradução Almeida Revista e Atualizada (ARA), de João Ferreira de Almeida, considerada a mais tradicional tradução do livro sagrado do cristianismo no Brasil, terá seu texto revisado nos próximos anos. O anúncio foi feito pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) em sua publicação impressa “A Bíblia no Brasil”. As diretrizes das Sociedades Bíblicas Unidas recomendam que a cada 25 anos seja feita uma revisão do texto e, neste ano, a tradução completa 57 anos de existência. De acordo com a SBB, em 15 de outubro de 2012, foram convidados 30 representantes de 11 diferentes denominações cristãs para analisar a necessidade de uma revisão no texto. No encontro, a maioria dos presentes considerou oportuno o início de uma revisão da tradução, desde que de forma moderada, preservando o estilo de Almeida. A revisão permitirá correções exegéticas, atualização da língua portuguesa para o português brasileiro, eliminação de arcaísmo ou outras formas pouco encontradas na literatura. Segundo a SBB, o próximo passo do projeto de revisão será formar uma equipe interdenominacional de trabalho, que passará a estudar o texto da ARA para propor modificações, no que virá a ser a 3ª edição da tradução. Fonte: Gospel+

Angola proíbe operação de igrejas evangélicas do Brasil O governo de Angola baniu a maioria das igrejas evangélicas brasileiras do país. Segundo o governo, elas praticam “propaganda enganosa” e “se aproveitam das fragilidades do povo angolano”, além de não terem reconhecimento do Estado. Segundo o secretário do MPLA (Movimento Popular de Libertação da Angola), Rui Falcão, as igrejas de origem brasileira representam um

número expressivo e isso é um problema, já que elas brincam com as fragilidades do povo angolano e fazem propaganda enganosa. Cerca de 15% da população angolana é evangélica, fatia que tem crescido, segundo o governo. Depois de um acontecimento, em 31 de dezembro do ano passado, onde morreram 16 pessoas por asfixia e esmagamento durante um culto da Igreja Universal do Reino de Deus em Luanda o governo abriu uma investigação e a Universal e outras igrejas evangélicas brasileiras no país (Mundial do Poder de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém) foram fechadas. Mas a igreja só pode funcionar com fiscalização dos ministérios do Interior, Cultura, Direitos Humanos e Procuradoria Geral da Justiça. As outras igrejas brasileiras continuam proibidas por “falta de reconhecimento oficial do Estado angolano”. Antes, elas funcionavam com autorização provisória. Fonte: Folha de S.Paulo

Governo libera de verba para entidades cristãs que trabalham na recuperação de dependentes O Governo Federal decidiu liberar recursos para as comunidades terapêuticas ligadas a denominações evangélicas e católicas, através da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). As organizações não governamentais que gerenciam centros de recuperação e tem seu trabalho comprovadamente bem sucedido, estão agora numa lista que será analisada até junho pelo secretário interino, Mauro Roni Lopes da Costa. O secretário afirma que a ordem para que essas entidades recebam recursos da Senad veio diretamente da presidente Dilma Rousseff, através da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman. A decisão do governo de repassar verbas para as comunidades terapêuticas ligadas a igrejas

causou contrariedade na antiga responsável pela pasta, Paulina Duarte. Devido a essa nova diretriz, a ex-secretária deixou o cargo sob argumento de que assumirá uma nova função na Organização dos Estados Americanos, em Washington. Fonte: Gospel+

Filme produzido por igreja evangélica ganha 5 prêmios Não é comum que os créditos no final de um filme indiquem quem foi o “coordenador de oração”. Mas Not Today [Hoje não], que estreou nos cinemas de 20 cidades norte-americanas no final de semana passado é uma produção incomum. Seu custo de US$1,6 milhão foi totalmente pago pela Friends Church em Yorba Linda, na Califórnia. A ideia para o filme começou durante uma viagem missionária à Índia em 2002, onde a igreja ajudou na construção de escolas para os dalit, indianos pertencentes à casta mais baixa no sistema do país. No roteiro não há pregações sobre Jesus ou céu disfarçadas. Mas a mensagem final é, sem dúvida, de amor e de esperança. O elenco inclui atores conhecidos em Hollywood como John Schneider, Cody Longo e Cassie Scerbo. Mas quem rouba a cena é a pequena Persis Karen, intérprete de Annika, uma menina de 7 anos de idade vendida como escrava sexual em Hyderabad, na Índia. O filme todo foi rodado entre agosto e setembro de 2010. Conseguiu ser exibido em pequenos festivais de cinema e ganhou vários prêmios, mas não conseguia alguma distribuidora que o levasse para os cinemas até o início deste ano. Agora tudo mudou e as expectativas são grandes. A igreja explica que os lucros do filme servirão para cobrir os US$20 milhões necessários para a construção de 200 escolas para as crianças Dalit, dentro do projeto missionário original. Fonte: Gospel Prime


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FALECIMENTOS

Edson de Oliveira Lima F

aleceu dia 3 de abril, aos 79 anos, o Rev. Edson de Oliveira Lima. Nascido a 31 de outubro de 1933 em Lavras, MG, abraçou ali o evangelho, foi encaminhado ao seminário e formou-se no SPS em 1962. Enviado pela Junta de Missões Nacionais, serviu no Paraná de 63 a 65 e foi o responsável pelo início do trabalho presbiteriano em dezesseis localidades, de Guaíra a Umuarama, no oeste do Estado. Foi depois o primeiro pastor da IP Teresópolis,

RJ, servindo também em Nova Friburgo e, mais tarde, em várias cidades de Minas Gerais. De 1970 a 1975 pastoreou a 1ª IP de Araraquara, SP, e de 1976 a 1987 a IP Filadélfia, que plantou na mesma cidade. Nos últimos anos de seu pastorado serviu nas cidades paulistas de Barretos, Itápolis, Sertãozinho, Serrana e Ribeirão Preto, até a sua jubilação. O Rev. Edson foi conhecido por sua paixão pelo Senhor, bem expressa em seu trabalho evangelístico, em suas inspiradoras orações e

em seu terno cuidado pelas igrejas e ovelhas que o Supremo Pastor lhe confiou. Sua ternura foi bem expressa pelas últimas palavras que dirigiu à esposa: “Eu te amo”. O sepultamento ocorreu no Cemitério de São Bento, em Araraquara, cidade em que viveu com a esposa desde a jubilação. Deixa viúva Cecília Accorsi de Oliveira Lima e uma filha, Beatriz Accorsi de Oliveira Lima Beranger, casada com o Rev. Evaldo Beranger.

Arthur Luiz Pitta Lima F

aleceu em São Paulo, no dia 20 de abril, Dr. Arthur Luiz Pitta, filho do primeiro casamento do Rev. Paschoal Luiz Pitta e Odette Fernande Pitta. Mineiro de Caxambu, nascido dia 2 de janeiro de 1922. Era casado com Denize Camargo Pitta e deixa os filhos: Vânia e Arthur Luiz, além de netos e bisnetos. Deixa dois irmãos, esses do segundo casamento do Rev. Pitta: José Luiz e Pascoal Luiz. Era engenheiro civil, foi professor de cálculo e concreto armado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Fundação Armando Alvares

Penteado, São Paulo. Autor de vários projetos estruturais como: Palácio da Justiça, Ginásio de Esportes, Edifício do Supremo Tribunal Militar, Autódromo, Estádio Nacional, todos em Brasília. Em São Paulo: Parque Anhembi, Base para o monumento das Bandeiras, Ginásio de Esportes ambos no Ibirapuera. Em Santos, projetou o estádio da Vila Belmiro, edifícios para moradia beira a mar. Colaborou com projetos na construção dos templos das igrejas: Calvário, quando era pastor Rev. Boanerges Ribeiro, e Primeira IP de Ponta Grossa, Paraná.

Rev. Paschoal Luiz Pitta, sempre agradecia a Deus pela vida de seu filho, e destacava sua honestidade em orçar projetos de construção. Atuou como perito no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, era membro remido do Instituto de Engenharia de São Paulo, do qual foi um dos fundadores. Muitas outras obras, na área esportiva e industrial, foram por ele projetadas. José Luiz de Mello Pitta

Dona Ivone de Souza Manoel D

ona Ivone de Souza Manoel nasceu em lar evangélico na cidade de Manduri (SP), no dia 31/03/23. Filha de Francisca Ramos de Souza e João Ferreira de Souza, casou-se aos 19 anos com José Manoel e tiveram três filhos: Clair, Jerson e Cleide. D. Ivone orou pela conversão de seu esposo por longos 46 anos, até que ele publicou a fé. Foi uma mulher firme em Jesus até receber a coroa da vida. Deu exemplo de liderança. Foi fundadora do Coral “Louvores das Nações” da sua IP Parque das Nações, em Santo André,

SP. Foi presidente da SAF por várias vezes, foi secretária e exerceu outras funções, até tornar-se sócia emérita. Aguardava com expectativa a comemoração de seus 90 anos. A festa seria no dia 30 de março de 2013, mas não estava nos planos de Deus. D. Ivone de Souza Manoel faleceu dia 30 às 17h15. Ao culto compareceram toda a família, parentes, amigos e irmãos em Cristo, com participação do Conjunto Coral, Conjunto Masculino “Embaixadores do Rei” e o Conjunto Feminino “Rosas de Saron”,

sendo pregadores o pastor da igreja, Rev. Luigi Fernando Andrade Scotuzzi, e o sobrinho de dona Ivone, Rev. Daniel dos Santos. Deixou as filhas Clair e Cleide, o genro Silvio, a nora Maria Aparecida e vários netos. Foi uma mulher de fé muito firme, falando de Jesus até os seus últimos momentos. Deixou grande saudade e exemplo para todos nós. Cleide Manoel Gossi


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Nasce a Oitava IP de Monte

s Claros – MG

Festejando 126 anos A IP de Torre de Pedra, interior do estado de São Paulo, comemorou seus 126 anos de organização eclesiástica nos dias 13 e 14 de abril de 2013. No sábado foi realizado um culto de gratidão a Deus com a participação musical do Quarteto Átrios e pregação da Palavra pelo pastor da igreja local, Rev. Lucas Lopes Proença. Já no domingo, houve a participação musical dos conjuntos locais, Coral e Mensageiros de Cristo, e trouxe a mensagem o Rev. Antônio Coine, pastor emérito da IP Monte Sião de Botucatu, SP. Nessas duas ocasiões compareceram muitos visitantes de outras denominações e de igrejas presbiterianas da região para agradecerem a Deus pelas muitas bênçãos derramadas sobre a IP de Torre de Pedra.

Encontro de formação

de líderes

lizou um Encontro sbitério Alto do Araguaia rea A Federação de UMPs do Pre Central de Jataí IP na il, abr de 28 e dias 27 trando o amor de Formação de Líderes nos ons Dem foi “Líder e Ação Social: ro ont enc do a tem O . iás) (Go iveram presentes as lo chave Marcos 16.15. Est de Deus”, tendo como versícu IP Betânia (Jataí), Primeira IP de Mineiros e taí), de UMPs, Willian mocidades da IP Central (Ja o o presidente da Federação und Seg s. eiro de uns para com Terceira IP de Min or am o do Encontro é despertar os de fora, a fim Barbosa de Sousa, o intuito com a par nto qua fé irmãos na de forma a se s, os outros, tanto para com os ítica pol e es físicas, espirituais idad ess nec s sua der aten de em comunhão. as e verdadeiramente estar interessar por seus problem

Em sua 51ª Reunião Ordinária, ocorrida nos dias 28 a 30 de deze mbro de 2012, na Primeira IP de Pirapora – MG, o Presbitério Norte de Min as – PNTM resolveu aprovar a organização da 8ª IP de Montes Claros. Determin ou-se que a assembleia para eleição dos oficiais fosse realizada no dia 03 de março de 2013, às 9 horas, e o culto público para ordenação dos oficiais e instalaç ão da nova igreja, no dia 10 do mesmo mês. Neste dia, portanto, a Comissão Especial do PNTM, presidida pelo Rev. Wendell Lessa Vilela Xavier, declarou instalada a nova igreja. O culto tinh a aproximadamente 150 pessoas presentes. Vários irmãos da cidade e de outr as cidades vizinhas vieram para participar dest e importante evento para Montes Claros e toda região do Norte de Minas Gera is. O pregador foi o Rev. Wendell, que baseou sua mensagem em Efésios 2.11 -22, com o tema: Igreja, família de Deus. Oremos por mais uma igreja em nos so país! Louvemos ao Senhor pela expansão do Reino.

Mostra de arte do Espaço Famboyant

O Espaço Presbiteriano Flamboyant realiz ará, de 31 de outubro a 13 de novembro, a II Mostra de Artes. A mostra faz parte da uma série de eventos culturais que celebram os 500 anos da Refor ma Protestante (2017) e os 400 anos da cidade de Cabo Frio (2015). Nesta edição as inscrições, gratuitas, vão até 31 de maio e já estão abertas. Em 2012, a I Mostra de Artes e o I Encontro de Corais, que aconteceram paralelamente, contaram com 1.032 visitantes registrados. Segundo os expositores, esta marca foi um recorde na região. Este ano a novidade é que os artistas não serão convidados e, sim, selecionados por uma comissão. Os interessados devem acessar o site: www .ipjflamboyant.org.br/mostradeartes2013 ou ligarem para: (22) 2644-6813.


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Consultório Bíblico “Qual João escreveu Apocalipse? Como este livro deve ser interpretado? Literal ou figuradamente?” Odayr Olivetti

O

instrumento humano para a produção do livro do Apocalipse foi o apóstolo João, que também escreveu o quarto evangelho e as cartas que levam seu nome. Mas o Autor propriamente dito é Deus, por meio de Jesus Cristo, igualmente Deus (ver, e.g., Ap 1.7 e 1 Jo 5.20). O livro começa dizendo: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu... e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João” (1.1). O livro do Apocalipse requer variados critérios de interpretação. Primeiro, porque se refere a coisas e fatos do passado e do presente (em relação a João), e do futuro; segundo, porque há nele textos literais, que requerem interpretação literal, e textos figurados, que requerem interpretação figurada. Mas a mensagem fundamental do livro (a vitória final de Cristo) é suficientemente clara na Bíblia. As sete igrejas (capítulos 2 e 3) são igrejas literais, históricas, e, ao mesmo tempo, servem de figura e representação das diferentes igrejas que vieram a existir no transcurso da História. As figuras que descrevem as catástrofes causadas por anjos, por suas ações destruidoras (ver capítulos 15 e 16) visam prevenir a Igreja de que os seus inimigos sofrem juízos condenatórios que antecipam a destruição eterna dos réprobos. Também visam alertar e despertar os cristãos da sua modorra, negligência, frieza e apatia – horrorosas características que se repetem em sua história. Com relação aos juízos sobre a Igreja, eles lembram as ameaças e promessas de Deus por meio dos seus profetas à igreja do

Antigo Testamento (Israel), com o objetivo de mover seu povo a abandonar os ídolos e seus outros pecados e voltar-se para ele. Israel (Reino do Norte) não deu ouvidos e acabou indo para o exílio na Assíria; Judá (Reino do Sul) também não deu ouvidos aos profetas e foi para o cativeiro babilônico, sendo restaurado setenta anos depois. Também temos os profetas e os apóstolos que nos advertem e nos admoestam a que não acompanhemos o mundo nem os apóstatas, e, ao que parece, muitos chamados cristãos veem essas coisas superficialmente. Há também juízos temporários como formas divinas de advertir o mundo e a igreja, mas, a julgar pela sociedade moderna e pelo mundanismo que invade as igrejas, não são

muitos os que dão atenção à Palavra de Deus e aos juízos de Deus. Felizes aqueles que estão entre os “poucos escolhidos” de que fala Jesus em Mateus 22.14. Esses têm a segurança de que nada os afastará do amor de Deus que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor (Rm 8.38,39). Mas eles são exortados a perseverar na fé e a crescer na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. Com relação a Apocalipse, para aquele que verdadeiramente está em Cristo Jesus, prevalece a mensagem de exortação e de gloriosa esperança que se lê no capítulo 2, versículo 10: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

O reverendo Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. - odayrolivetti@uol.com.br


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Boa Leitura Fé cristã e misticismo – Alderi Souza de Matos, Augustus Nicodemus Lopes, Francisco Solano Portela Neto, Heber Carlos de Campos

Esse livro foi publicado para confrontar os bezerros de ouro destes dias. Trata-se de uma tarefa delicada, porque as ideias que importa combater não existem num vácuo. São encampadas, defendidas e praticadas muitas vezes por crentes cujo zelo não pretendemos discutir. Mas a Palavra de Deus, ao mesmo tempo em que nos ensina a longanimidade, cobra-nos a verdade, porque o próprio Deus é a verdade. Por isso os autores empreenderam esta tarefa combinando a verdade com o amor. Uma Perspectiva Histórica – Alderi Souza de Matos, ThD As Manifestações Sobrenaturais – Francisco Solano Portela Neto, ThM Profecia Ontem e Hoje – Heber Carlos de Campos, ThD A “Batalha Espiritual” em Perspectiva – Augustus Nicodemus Lopes, PhD O livro contém 168 páginas e custa R$23,20 A Bíblia e o futuro – Anthony Hoekema A Bíblia e o Futuro forma com Salvos pela Graça e Cria-

dos à Imagem de Deus uma coleção de estudos bíblicos sobre três tópicos centrais da Teologia Reformada. Com cuidadosa análise bíblica e texto legível, esses livros de Anthony Hoekema ensinam com clareza os fundamentos teológicos de antropologia (Criados à Imagem de Deus), soteriologia (Salvos pela Graça) e escatologia (A Bíblia e o Futuro). Para entender corretamente a escatologia bíblica, é preciso vê-la como um dos aspectos integrantes de toda a revelação bíblica. O livro contém 368 páginas e custa R$41,30

Este trabalho foi ditado por uma preocupação pastoral. Depois do século 16, a teologia tem carecido de eruditos que, como Calvino, tenham tido viva compreensão dos problemas do mundo e da sociedade à luz de revelação bíblica. A ausência de questões materiais e sociais na ética cristã conduz os fiéis a trágicas omissões ou a insuperáveis perplexidades. A redescoberta deste aspecto ignorado da doutrina reformada talvez ajude alguns crentes a reencontrarem o senso de uma ética cristã que englobe a totalidade da existência, pessoal e coletiva. O livro contém 688 páginas e custa R$69,30 A razão da nossa fé – Adão Carlos Nascimento

O pensamento econômico e social de Calvino – André Biéler

A razão da nossa fé é uma síntese da história, doutrina e sistema de governo da Igreja Presbiteriana do Brasil. Seu objetivo é levar ao leitor, em poucos minutos de leitura, as informações básicas e fundamentais sobre o presbiterianismo. Adão Carlos Nascimento é pastor presbiteriano e diretor do Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, SP. O livro contém 48 páginas e custa R$5,00

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

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XI Seminário sobre sexualidade 2013

O

Ministério Luz na Noite surgiu em julho de 2001, inicialmente com o nome Luz na Orla, na Igreja Presbiteriana de Jardim Camburi, através da iniciativa de dois casais, visando a evangelização de travestis, prostitutas e garotos de programa na Orla de Camburi. O ministério estruturou o trabalho de evangelização inicialmente com visitas semanais a Orla de Camburi, para abordagem e evangelismo com entrega de literaturas cristãs aos evangelizados. Em meados do ano de 2003 ampliou o trabalho de evangelismo para outros pontos de prostituição de Vitória e da Grande Vitória, daí porque modificou o nome do Ministério Luz na Orla para Luz na Noite. Desde então diversos trabalhos vêm sendo realizados e, no ano de 2012, aconteceu o X Seminário sobre Sexualidade que contou com a presença, entre outros, do Pr. Iranildo Ferreira, Miss. Izabel Zwahlen, e Pr. Usiel Souza, abordando temas como: A Importância da Família na construção da identidade e sexualidade do indivíduo, Abuso Sexual, e A Igreja e a Sexualidade no Século 21, e ainda oficinas sobre diversos temas. Atualmente o Ministério Luz na Noite atua em parceria com as Escolas Avalanche e Jocum na área de evangelização em pontos de prostituição de Vitória e Grande Vitória. Promove aconselhamentos cristãos para quem deseja voluntariamente abandonar a prática da homossexualidade, palestras em igrejas, treinamentos e realiza uma vez por ano um seminário, na IP em Jardim Camburi, sobre sexualidade e assuntos relacionados.


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