Anthony Comstock, o primeiro ativista pró-vida e pró-família da história moderna

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40 Esses grandes negócios, que faziam sutis anúncios nos jornais de seus serviços, traziam aos jornais um lucro milionário. Não é admirar pois que Comstock tenha sido alvo de ódio e freqüentes ataques da imprensa. Fiz, por assim dizer, uma viagem ao tempo, lendo a literatura da época, para conferir o impacto de Comstock. Seus críticos, além dos jornais, eram secularistas, defensores do “amor livre” (sexo sem nenhuma responsabilidade e casamento) e indivíduos que detestavam os valores cristãos. Uma tal de De Robinge Bennett, escrevendo sarcasticamente um livro intitulado “The Champions of the Church” (Os campeões da igreja) na década de 1930, não só condenou Comstock, mas também, em muito mais palavras, explicou Cristo como meramente um mito pagão. O que é fascinante é que, conforme declarações dos próprios espíritas, a Lei Comstock, ao atacar frontalmente a pornografia e a propaganda de controle da natalidade e aborto, prejudicou o espiritismo. Um espírita reclama que Comstock “explicitly crafted his law to stop the distribution of one Spiritualist-free love newspaper.” Não é segredo nenhum que naquela época a lésbica inglesa Annie Besant, uma das maiores líderes da teosofia, era a maior promotora da idéia de redução de filhos — ou, traduzindo para a mente moderna, controle da natalidade ou planejamento familiar. Outro espírita, comprovando como as ações de Comstock tiveram efeito devastador nas ideias de “amor livre” e redução de filhos, se queixa: “n the times of the Comstock inquisitions and book burnings, many of the best books showing the highest Light of Spiritualism… were destroyed under the term 'pornography' in the late 1800s to early 1900s and publishers, book sellers and mediums were thrown into prison, most died there.”. Por causa de seu trabalho, Comstock recebeu muitas ameaças de morte, chegando a sofrer violência física e um ataque a bomba, que falhou. Muitas vezes, ele precisou de escolta policial para se proteger de embocadas de assassinos contratados. Mas os quarenta anos em que ele pôde prosseguir seu trabalho em meio a muitos perigos contra sua vida comprovam que havia uma Mão forte sobre ele. Diante das ameaças de morte, ele exclamou: “Que tolice! Será que um homem mortal consegue fazer algo que seu Criador não permita? Será que Deus não pode mudar o propósito do homem, ainda que o braço dele esteja levantado com a arma mortal pronta para atirar? Será que Ele não pode desviar a morte de quem que Ele quiser? Todos os homens maus de Nova Iorque não poderão fazer mal a um só fio dos cabeços da minha cabeça, se não for pela vontade de Deus. Se for Sua vontade, que direito eu ou alguém tem de dizer algo? Sou apenas pó, um ácaro, diante de Deus, mas nenhum cabelo da minha cabeça poderá ser arrancado, a menos que seja a vontade dEle. Oh, como www.juliosevero.com


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