EDITORIAL Falar de saúde é sempre uma responsabilidade, afinal ela é essencial para a vida de todas as pessoas. Sabemos que todas as áreas de serviços necessitam de muitas melhorias e recursos, e isso não se limita à Itapoá, mas a todas as cidades do país. Porém, da mesma forma que existem limitações, também há muitas superações, principalmente dos profissionais que nela atuam. Por isso, nesta edição desejamos mostrar alguns dos projetos realizados pelas equipes das unidades de saúde do município que, com muita criatividade e dedicação, buscam inovar e melhorar o atendimento à comunidade. Para todo o trabalho de entrevistas e busca aos projetos, agradecemos a agente de saúde Marilis Metzenthin que, com muita paciência e atenção, nos mostrou os melhores caminhos e disponibilizou um grande acervo de imagens. Um apoio essencial para chegarmos neste resultado. Além dos projetos que representaram a cidade a nível nacional, nesta edição buscamos apresentar algumas terapias alternativas que estão fazendo grande sucesso no município. Alternativas naturais que tratam não apenas o corpo, mas também da mente. A edição também traz as seções fixas que visam valorizar artistas locais, incentivar a leitura e contar a história de vida de personalidades da cidade. Então, após muitas entrevistas, conhecimentos e até vivências práticas, entregamos o resultado de mais um trabalho. Boa leitura!
Agente de Saúde Mariliz Metzenthin em frente ao Planalto Central em Brasília.
ERRATA Na Edição 14 o título da coluna de Werney Serafini foi escrito erroneamente. O correto seria Pelo Saber ou Pelo Dinheiro
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Cristóvão e o ovo, histórias quase esquecidas A história do Cristóvão tem a ver com Colombo. Cristóvão que era Colombo, o navegador genovês que, a serviço da coroa espanhola, foi responsável pelo ‘descobrimento’ da América. Uma observação oportuna: descobrimento, não descoberta; descobrimento é o ato de descobrir, descoberta é aquilo que se descobriu. O descobrimento de Cristóvão teve grande repercussão na época e o transformou em celebridade, um homem notável. Homens notáveis acabam despertando inveja e os invejosos tentam desqualificá-los, minimizando a importância dos seus feitos. Em geral querem fazer crer que a tarefa depois de realizada, teria sido fácil e qualquer pessoa a faria. Diz a história que certo dia estava Cristóvão à mesa com amigos e alguns pretendiam provar que o descobrimento do Novo Mundo foi fácil, sem requerer maior esforço e imaginação. Bastaria apontar os navios para o Ocidente e seguir em frente, além de outros argumentos do tipo. Cristóvão, impassível e silencioso os escutava.
Num determinado momento, quando as conversas estavam animadas, chegou um prato com ovos cozidos. Cristóvão pegou um deles, examinou-o demoradamente, e indagou qual dos presentes seria capaz de colocar um daqueles ovos em pé, amparado unicamente sobre uma das extremidades, sem
qualquer outro apoio. De imediato, todos tentaram em vão manter os ovos em pé como ele havia sugerido. Depois de diversas tentativas, desistiram alegando ser impossível. Cristóvão, então, pegou um dos ovos e batendo com a extremidade inferior na mesa, amoldou-o fazen-
do com que permanecesse em pé. Todos a um só tempo contestaram: - “Assim também nós o faríamos”. Ao que Cristóvão arrematou sorridente: - “Mas porque então não o fizeram”? E completou ironicamente: - “Entre nós tem essa diferença, eu fiz o que os senhores podiam fazer”.
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Revista Giropop | Março 2013 |3
ARTESANATO | PNEUS
Mais do que arte, saúde Augusta Gern
Fazendo arte com a casa da dengue, este é o nome de mais uma técnica do artesanato itapoaense, que esbanja criatividade e o melhor, colabora contra a proliferação de insetos como a dengue. A matéria-prima é o pneu e os resultados são diversos: lixeiras, vasos, balanço para crianças, enfeites de animais e até cama para cachorro. Tudo sai das mãos de Euclides Eschemdach, mais conhecido como Kidi. Antes construtor, procurou um novo ofício para não ficar parado e descobriu a arte nos pneus. “Sempre gostei de arte e um dia minha mulher me mostrou uma revista com objetos de pneus em uma casa de campo”, lembra. Conforme ele, na época sua esposa perguntou se ele conseguiria fazer um objeto daqueles e a resposta foi certeira: “faço isso e muito mais”. Assim, os carros ganharam um novo olhar: “quando vejo o pneu de um carro já começo a imaginar no que aquilo poderia virar”, conta. E mais do que um olhar artístico, passou a ter um olhar maior ao meio ambiente. Kidi morou alguns anos em Mato Grosso, “lá tinha muita dengue e ao recolher os pneus estávamos ajudando no combate”, afirma. A surpresa maior foi quando chegou a Itapoá há quatro anos. Conforme ele, nunca imaginou que aqui poderia ter este tipo de problema, e mais, que poderiam existir pneus jogados nas ruas. “Sempre caminhei muito com a minha esposa e começamos a observar a quantidade de pneus abandonados em terrenos baldios”, conta. Conforme ele, além da dengue, pneus jogados são propícios para a proliferação de outros insetos perigosos, cobras e escorpiões. Com a preocupação, a atividade também começou em Itapoá. Hoje a borracha escura ganhou novas formas e cores, preenchendo seu jardim de diferentes objetos. De acordo com Kidi, como vasos os pneus são ótimos: “as diferentes temperaturas da borracha colaboram no crescimento das plantas”, garante.
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Cuidados com a dengue
Euclides Eschemdach, mais conhecido como Kidi.
O artista afirma que a procura pelos seus objetos é grande e que é uma boa forma de sobreviver. Seu sonho é um dia tornar sua arte um referencial para a cidade, com vasos na beira mar ou lixeiras padronizadas: “Além de deixar a cidade bonita,
estariam cuidando do meio ambiente”. Para ele, Itapoá tem todos os potenciais para se tornar uma cidade modelo na criatividade, basta saber usar. E o saber usar é o diferencial nesta história. O que antes era perigo, hoje é arte.
A dengue é uma doença causada por um vírus e seu principal vetor de transmissão é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. Existem quatro tipos de dengue e, embora pareça pouco agressiva, a doença pode evoluir para a dengue hemorrágica e a síndrome de choque da dengue, que eleva o risco de morte. Assim, especialistas afirmam que a melhor maneira de combater esse mal é atuando de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito que nasce e se cria em águas paradas. A melhor forma de prevenir é evitar o acúmulo de água parada! É importante jogar fora e em locais apropriados os pneus velhos, virar garrafas com a boca para baixo, colocar areia nos vasos de plantas, colocar desinfetante nos ralos, limpar as calhas e canos de sua casa, cuidar com lagos caseiros e aquários, e claro, ser consciente na hora de descartar o seu lixo. A prevenção é a melhor solução. Inspire-se no trabalho do artista Kidi e faça a sua parte! Informações sobre a dengue retiradas no Portal minhavida.com
COLECIONADORES | LIVROS
Uma biblioteca de raridades Augusta Gern
Nesta edição a coleção ganha outro nome: biblioteca. Entre livros atuais e raridades, Werney Serafini preenche a casa e a mente com muitas histórias e conhecimento. São cerca de três mil títulos diferentes que retratam uma paixão que vem de família: a leitura. Werney começou a frequentar Itapoá desde pequeno e, aos 58 anos, quando se aposentou, escolheu a cidade como lar. “Não gosto muito do clima de Curitiba e sempre adorei o mar, então resolvi vir para este paraíso perdido”, brinca. Em Itapoá, o aposentado sempre esteve ligado a questões ambientais e foi presidente da ADEA – Associação de Defesa e Educação Ambiental por 10 anos. Filho de grande leitor, Werney recorda as primeiras leituras antes mesmo dos oito anos. “Quando se aposentou meu pai lia o dia inteiro, era de manhã, à tarde e à noite”, conta. No es-
critório da casa, a maior lembrança é seu pai concentrado em uma boa história na poltrona, com grandes prateleiras de livros no pano de fundo. Ali, o admirava e imitava seu gosto. Além do bom exemplo, seu pai lia todos os dias para Werney e seus irmãos pelo menos
um capítulo das histórias de Monteiro Lobato antes de dormir. Quando seu pai não estava, a mãe assumia o posto e a rotina se tornou diária. “Monteiro Lobato universalizava o mundo em histórias e isso me encantava”, lembra. Assim, aliada ao incentivo, a genética não poderia ser diferente: os livros se tornaram uma grande paixão para Werney. Hoje em todos os cômodos da sua casa há livros. Além dos que comprou e ganhou, herdou uma coleção de seu pai, com raridades que invejam. Alguns livros e
enciclopédias foram doados para bibliotecas, mas a maioria está sendo restaurado e continuará na história da família. Entre as raridades, estão clássicos que datam a década de 30, 40 e 50. Mas o destaque é para a bíblia sagrada editada em 1881. Em dois volumes, o peso e as páginas amareladas mostram os anos passados. Com tantos livros, neste ano Werney começou a catalogá-los. Em um arquivo digital, as principais informações das obras são registradas, enquanto fisicamente exibem conhecimento nas prateleiras. Até o momento o número de livros catalogados já passou de 900, mas o leitor estima ter cerca de 3 mil. O estilo de livro preferido depende muito da fase em que se encontra. Conforme ele, quando começou a militar ambientalmente devorou livros sobre o meio ambiente, mas gosta muito de história interpretativa, sociologia poética, economia, biografias e, atualmente, está muito voltado à filosofia. José Ortega y Gasset, filósofo espanhol, é uma de suas grandes referências. Werney conta que já leu uma de suas obras mais de três vezes e o entendimento às colocações crescem com a vida. Mas não são todos os livros que o agradam, seu sistema de leitura vai até a quadragésima página: se até lá ele não se encantar, devolve para a prateleira; caso contrário devora com entusiasmo. Em média Werney lê cinco livros por mês. Outro sistema de leitura que o acompanha desde os exemplos de seu pai é grifar as frases que mais o chamam a atenção. Pequenas anotações e riscos de lápis são marcas registradas em boa parte de suas obras. E assim, entre rabiscos, raridades e muita novidade, sua biblioteca encanta os olhos de todos os leitores com uma diversidade para todos os gostos.
Revista Giropop | Março 2013 | 5
CONTO | CARLOS MARTINI
Meu doce exílio Achava eu, na mocidade, que a maturidade me traria paz e sossego, que meu coração acelerado e afoito, aprenderia a bater mais compassado e com mais cautela. Ledo engano, cheguei a tal da terceira idade e o que encontro? Mais desassossego e ainda uma tola esperança de que teria eu, ainda, um tempo para sonhar. Não posso reclamar de minha bela vida, tive um grande amor, uma família exemplar e acho que feliz, uma filha no casamento que sempre foi e é a razão dos meus sonhos e ais, uma filha na juventude, que só agora, a cerca de 10 anos, conheci. E a amo como se a tivesse criado e sinto muito não ter sido o seu porto seguro, durante a juventude. Agora, vivendo só, por escolha e destino, olho para o passado como um caminho de pedras e flores, de erros e acertos, de bons e maus momentos. Corro meu pensamento por tudo que vivi e vejo que minha vida valeu à pena e só me falta uma última cartada. Será que ainda tenho uma carta na manga? Será que posso ainda virar esse jogo e vencer?
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Neste meu exílio de paz, calor e lindas paisagens sento à beira do caminho e vejo essa baia da Babitonga, linda, calma e de cores mil, olho o por do sol e dele me encho de suas cores e luzes, iluminando assim, todo o meu eu. Paro junto ao farol do Pontal, onde escolhi para viver e espero o passar do tempo olhando o lento movimento das águas e o continuo vai e vem dos navios e barcos, levando e trazendo esperanças, crenças e amores, mostrando que as marés não param e são eternas, como as vidas. Escuto os pássaros cantarem e lembro-me do poeta e digo, plagiando, “as aves que lá gorjeiam, não gorjeiam como cá” e faço de minha “canção do exílio” algo mais alegre e feliz.
Às vezes corro meu olhar para dentro de mim mesmo, faço um balanço do que espero ainda dessa vida, já no fim e sem chances de erros, saboreio do doce gosto de ter amigos, de poder ajudar ou pelo menos não atrapalhar, os que me rodeiam. Conheço pessoas, para algumas lanço um olhar de esperança, calculo que elas me trarão paz e felicidade, penso que a experiência de meus anos poderiam fazê-las felizes e plenas. Apesar dos esforços e tentativas, escorrem pelos meus dedos, a areia dos castelos que construí. Algumas vezes, como só de mim partiu tal desejo, nem sequer a esperança se concretizou, outras apesar de minha dedicação e cuidados, passaram. Não te conheço, não sei quem és, mas sei que você está chegando, o que sei também, é que a porta de minha casa e o tolo de meu coração estão abertos. Vem, chega de madrugada, te aconchega, te acomoda, toma teu lugar, apazigua e esquece tuas dores, tuas incertezas, teu passado, vem me contar as tuas histórias, vem me falar de teus sonhos, vem colorir meu jardim, vem tomar teu lugar de flor maior de meus cuidados.
A porta está aberta, eu já escuto os teus passos, não tenha medo do meu carinho, senta e olha o horizonte, a chuva, o vento, pega uma caneca de café, quentinha, saboreia, sinta o gosto da vida e das coisas, colhe com a mão o fruto e o sal. Se aconchega, tenha no meu peito, ferido, o descanso e a paz, corre pelos campos de meus sonhos, seja meu horizonte, meu norte, meu porto seguro. Vem, devagar, lentamente, mistura teus sonhos aos meus, me calça como um sapato velho, mas quente e aconchegante. Segura minha mão, ouve minhas peripécias, minhas excursões pela vida, minhas mentiras, minhas verdades, aconchegue-se na minha fé, ouve-me falar das discussões que tive com Deus, de quão aberto estou para tentar, por uma segunda vez, ter alguém mais importante que eu, em minha própria vida, se achegue e mude, se quiser, o meu próprio jeito de ser. Faça-me acreditar, com mais convicção ainda, que renascemos para mais uma vida e que já fomos felizes em outras encarnações, que já tivemos, em passados recentes e longínquos, aquilo que alguns chamam de almas gêmeas, irmãs, cúmplices. Será que te encontro ainda nesta encarnação? Será que teremos outras chances, em outras vidas, para sermos felizes? Peço ao Criador que sim.
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SAÚDE | TERAPIAS ALTERNATIVAS
Viver bem, viver zen Augusta Gern
Para se sentir bem não é preciso muita coisa. Alguns movimentos com as mãos e os dedos, terapia com agulhas, plantas medicinais e, principalmente, energia. Essas são práticas, chamadas de medicina alternativa ou terapias alternativas, cada vez mais procuradas para auxiliar na cura de doenças ou na prevenção delas. De forma natural e em sintonia com o meio ambiente, é uma ótima forma de se conquistar bem-estar, relaxamento e saúde. A melhor notícia é que não é preciso ir longe, tudo está acessível em Itapoá com o terapeuta oriental Anderson B. Silva. Há 14 anos trabalhando com isso, os atendimentos em Itapoá iniciaram em 2006, mas há poucos meses está novamente fixo na cidade, com o espaço Viver Zen. O gosto pelo cuidado com a saúde de forma holística, trabalhando o ser humano de forma completa, iniciou através da busca da própria satisfação, tranquilidade e bem-estar. Antes publicitário Anderson trabalhava com design gráfico e escrevia para rádio e televisão. Na época,
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ainda morador da capital paranaense, se viu cansado do universo publicitário e da busca constante de ideias para agradar os clientes e fechar campanhas. Aquilo tudo começou a estressá-lo e para distrair um dia passou em uma livraria na hora do almoço. “A primeira coisa que me chamou a atenção foi um mural que informava sobre um curso de reiki”, lembra. Fez o primeiro curso, gostou, fez o segundo e o terceiro. Reiki é um tratamento que utiliza uma técnica de imposição das mãos e trabalha com problemas como a ansiedade, stress, depressão, insônia, entre outros. É uma técnica preventiva, que busca harmonizar o ser humano e suas dificuldades. Assim, depois dos cursos de reiki, foi indicado para Léo, um grande terapeuta que o ensinou muita coisa. Em uma boa clínica, Anderson trabalhou com Léo por um bom tempo. Depois, buscou se aprofundar mais no trabalho e cursou medicina tradicional chinesa. “Me encontrei”, afirma em relação às terapias. Conforme Anderson, quando alguma coisa satura, você precisa encontrar outras coisas. As terapias hoje são mais que profissão,
mas um estilo de ver e viver a vida. Conforme o terapeuta, aqui essas terapias são chamadas de alternativas, mas no oriente são as principais. Na realidade, historicamente elas são as principais em todos os lugares, afinal a medicina oriental tem mais de 6 mil anos, enquanto a ocidental, 600. Anderson explica que a maior diferença entre as duas medicinas é a fragmentação ocidental. “A especialização na área de saúde é importante para muitos casos, mas é preciso ver o ser humano como um todo”, afirma. Na medicina oriental há esta visão holística. Assim, analisando e cuidando do corpo como um todo, Anderson trabalha com diferentes terapias: reiki, shiatsu, quiropraxia, acupuntura, stiper, entre outras. A shiatsu é uma das técnicas de massagem que utiliza a pressão com os dedos. O objetivo é tratar ou pre-
venir doenças pela estimulação dos meridianos ou canais de energia. Pode ser aplicado em pessoas de qualquer idade, fortalecendo o sistema imunológico e aliviando o stress. A quiropraxia também é uma técnica de massagem, utilizada principalmente para ajustamentos musculares, geralmente na coluna, como desvios e hérnias de disco. O objetivo, além de reduzir a dor e tensão, é proporcionar um equilíbrio da postura através das intervenções manuais. A acupuntura é a terapia com agulhas, que visa estimular determinados pontos do corpo para obter recuperação da saúde, alívio de dores e problemas emocionais. Conforme Anderson, só nas orelhas temos 200 pontos e, no corpo inteiro, são mais de mil. As combinações de pontos são realizadas de acordo com a necessidade de cada paciente. Gabriela Paulo, por exemplo, buscou a técnica para tratar a ansiedade. Há dois meses começou a fazer acupuntura uma vez por semana e, segundo ela, a melhora foi de 100%. “É maravilhoso, não vivo mais sem. Se depender de mim vou fazer para sempre”, afirma a paciente. Além da ansiedade, na última semana o terapeuta adicionou mais um ponto para a memória, para auxiliar na produção do trabalho de conclusão de curso.
Para as pessoas que tem medo de agulha, uma boa terapia é a stiper, que substitui as tradicionais agulhas de acupuntura com pastilhas de silício. Além disso, para casos específicos, como de inflamação, Anderson também trabalha com mochaterapia, uma erva inflamatória com as mesmas características do infravermelho, só que mais eficiente. Ventosaterapia (com o uso de ventosas) e fitoterapia (com plantas medicinais) são outras terapias também trabalhadas. Assim, com esta boa diversidade, opções não faltam para cuidar de problemas específicos ou simplesmente relaxar o corpo e a alma. A partir de uma visão holística, Anderson alerta que a energia do corpo influencia muito no bem-estar e combate às doenças, é preciso estar bem consigo mesmo para poder viver bem.
Anderson atende no Viver Zen – Espaço Terapêutico e Estético
Localizado na Rua da Graça, 638 – Balneário Itapema do Norte. As consultas podem ser agendadas através dos telefones: (47) 3443-1248 / 9740-3214 / 97403213.
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União do corpo e da alma Augusta Gern
Equilíbrio. Apesar da minha pouca e rápida experiência, essa pode ser a palavra que melhor define o yoga, uma ciência e filosofia holística. Entender as pessoas e o mundo como um todo pode ser o maior desafio e gratificação dessa prática. Algumas pessoas a definem como arte ou ciência, outras como exercício, atividade física, doutrina ou religião. Algumas também a transformam como cultura e estilo de vida. Enfim, independente de como é praticada, os benefícios são marcantes logo no primeiro contato. Conforme Sônia Zaduski, professora e praticante do yoga há 30 anos, esta prática significa união, união com nós mesmos. O objetivo é nos trazer para o centro e buscar
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o equilíbrio entre o corpo e a mente, entre o externo e interno. Para isso, foram criadas posturas e movimentos, chamados de ásanas. “Os ásanas mexem muito com as nossas emoções, com a nossa forma de ver a vida”, explica Sônia. Ao exercitá-los, trabalhamos nossos bloqueios e condicionamentos, entendemos nossas limitações e buscamos organizar as energias do corpo. No primeiro entender eles parecem apenas místicos, mas os ásanas trabalham a estabilidade, condicionamento físico e, principalmente, dedicação. Para realizá-los, o corpo e a alma precisam estar sintonizados. Não é atoa que a recomendação para a primeira aula é ir com calma, quando o corpo não está equilibrado, os esforços físicos deixam sintomas para os próximos dias.
Cada ásana trabalha uma parte do corpo, um espaço de nosso pensamento. Junto a eles, o yoga utiliza outras fórmulas para nos conduzir à tranquilidade. Os exercícios de respiração são fundamentais para aquietar a mente, equilibrar as emoções e criar um corpo saudável. A respiração é um dos elementos fundamentais para a prática correta de ásanas e equilíbrio. Os mantras também estão presentes nesta balança para conquistar a tranquilidade; são sons sagrados da tradição budista que podem atrair as melhores vibrações e conduzir à calma e leveza. Mestres do yoga explicam que um mantra é basicamente uma oração, que aquieta a mente e permite ampliar a percepção das coisas. Assim, em uma aula de yoga, difí-
cionada recebem adjetivos como incrível e essencial. “Só vou conseguir parar de fazer yoga quando morrer, se não minha vida não será a mesma”, fala. A mesma paixão pelo yoga contagiou Elaine de Freitas. Há oito anos praticante, ela já fez pós-graduação em yoga e, quando necessário até substitui a professora nas aulas. “É muito bom, não tem como não gostar”, afirma. Assim, entre movimentos e meditações, yoga mostra-se como uma palavra genérica para indicar diferentes caminhos para o autoconhecimento, para o equilíbrio e alegria.
Frequência em vidro
cil é não buscar o equilíbrio: o corpo é energizado pelos movimentos e posturas chamados de ásanas e a mente, tranquilizada. O melhor de tudo é que o yoga pode ser praticado por todas as pessoas, todos os sexos, idades e religiões. Nas aulas de Sônia, por exemplo, a diversidade exibe muita força de vontade e amizade. Na mesma
turma, uma criança de oito anos e uma senhora de 60, uma praticante há oito anos e uma jovem iniciante, em sua primeira aula, compartilham experiências, movimentos e energia. Para Emilin, praticante há um ano, o yoga tornou-se fundamental em sua vida. A cura de uma depressão, a superação de movimentos com o corpo e a tranquilidade propor-
Para complementar o trabalho realizado junto com o yoga, atualmente Sônia também está trabalhando com óleos essenciais, uma mistura de substâncias extraídas de plantas. Quando utilizados de forma correta e se recomendados por aromoterapeutas, esses óleos proporcionam efeitos muito positivos em todo organismo, colaborando no tratamento de doenças, melhorando a qualidade de vida humana, as emoções, humor e bem-estar. Muitas pessoas já os substituem pelos tradicionais remédios vendidos nas prateleiras de farmácias, como uma opção natural de qualidade de vida. Cada óleo tem uma finalidade e a diversidade é grande: encontramos óleos para queimaduras, gripes, inflamações, dores de cabeça, cansaço, insônia, alergias, medo, entre outros. Apesar do número de óleos e funções, Sônia explica que todos são
eficazes quando utilizados: “O sistema olfatório não tem censura, não há como evitarmos”, explica. De acordo com especialistas, os cheiros agem em uma área de nosso cérebro chamado de sistema límbico, relacionada à memória e instintos de sobrevivência. Assim, os aromas estimulam reações comportamentais positivas ou negativas, podendo também auxiliar no trabalho de traumas ou distúrbios de personalidade e comportamento. Como uma terapia holística, os óleos trabalham o ser humano como um todo, equilibrando o corpo e a mente. Para Sônia, além do yoga, outros fatores a influenciaram para esta prática. Quando criança, sempre foi levada pela avó para jardins de flores, um estímulo a sentir os diferentes aromas da natureza. Cresceu com o gosto por incensos e aromas, então não tinha como não começar a buscar, aprender, utilizar e indicar os óleos. “São frequências em vidro, nos ajudam a buscar o equilíbrio”, afirma. Sônia está se formando em cursos sobre o assunto e já iniciou a produção de suas próprias sinergias, além disso, os utiliza nas aulas de yoga e revende no município.
Sônia atende na Oficina Dharma Om
Horário de atendimento: terças e quintas-feiras pela manhã. Localizada na Rua João Dea (1020) n 731 – Balneário Paese. As aulas e consultas podem ser agendadas através do telefone: (47) 9909-7700.
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SAÚDE | TERAPIAS ALTERNATIVAS
Picadas que viraram remédio Augusta Gern
As abelhas sempre foram muito conhecidas pela produção de mel, doce produto que contém proteínas e diversos sais minerais e vitaminas essenciais à nossa saúde. Porém, podem nos oferecer muitos outros benefícios, até com as suas temidas picadas. Apesar de ser uma prática muito antiga, o veneno da abelha como medicamento ainda é pouco conhecido. Também chamado de apitoxina, este veneno tem-se mostrado como um consagrado medicamento contra diversos distúrbios e problemas, podendo ser encontrada na base de remédios e pomadas ou até na picada natural da abelha. Em Itapoá já mostrou a diferença. Valdomiro José Schwartz, apicultor desde criança, mora em Itapoá há 64 anos e há cinco começou a conhecer esta prática. Uma pessoa chegou em sua casa pedindo para levar uma picada de abelha, disse que fazia bem para a saúde e o pedido foi atendido. Algum tempo depois comprovou o benefício em uma matéria jornalística na televisão e ele começou a entender mais um ponto positivo de suas queridas abelhas. Hoje cinco pessoas diferentes já o procuraram mais de uma vez para isso. Especialistas acreditam que o uso da apitoxina surgiu na observação dos primeiros apicultores, que recebiam várias picadas e nunca tiveram problemas de reumatismo. Hoje, apesar de poucos embasamentos científicos, popularmente ela é muito recomendada para doenças
Valdomiro José Schwartz e sua esposa Romida como artrites, afecções cutâneas, no tratamento de esclerose múltipla e doenças oftalmológicas. Para Valdomiro, tudo isso faz muito sentido. Ele conta que já levou algumas picadas de abelha e nunca sentiu dores no corpo. Uma das pessoas que o procurou sofria de bursite e, depois de algumas picadas, nunca mais sofreu com a inflamação. Sônia, professora de yoga, também já tomou algumas picadas e garante que é muito benéfico: “Posso dizer que diminui a dor e em algum nível até traz a cura”, afirma. Segundo ela, seu pai e irmão já trabalharam com abelhas, o que trouxe conhecimento sobre o assunto. Valdomiro explica que para fazer efeito é preciso colocar a abelha no
corpo e deixar o ferrão no local, sem tirar com as mãos. “O ferrão age por uma ou duras horas, depois é como se morresse e sai naturalmente no banho”, conta. Porém, apesar dos benefícios apresentados, é preciso ter muito cuidado. O veneno provoca reações que variam de intensidade de acordo com a sensibilidade de cada pessoa, em caso de alergia pode até levar a morte; é importante ter recomendações médicas. Outro ponto destacado por Valdomiro é o local e momento em que é dada a picada. Segundo ele, quando uma abelha morde é sinal de guerra, todas mordem também. “Nesses casos não adianta a pessoa se abanar, isso só piora. A pessoa precisa entrar na água ou se esconder no capim”, afirma. Assim, é preciso ter cuidado. Porém é mais uma prática alternativa da saúde e que pode trazer grandes benefícios, e o melhor, está presente na diversidade cultural e ambiental de Itapoá.
Produção de mel
O trabalho e contato com as abelhas já acompanham Valdomiro desde os oito anos de idade, uma herança de sua família. Durante toda a
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vida foram as abelhas, com ajuda da agricultura, o seu ganha pão. Hoje já são nove cursos sobre o tema e claro, muita prática. Conforme ele é preciso muito cuidado para manter um bom número de abelhas, como a limpeza constante contra sujeira e traças. Ele explica que uma abelha rainha vive cerca de sete anos, enquanto uma operária apenas 42 dias, mas a produção de mel é boa. Potes de mel, com favos ou sem, preenchem a casa de Valdomiro com um gostinho doce de saúde. Também há própolis natural, e as vendas são realizadas na própria residência. O apicultor lamenta a demora para a certificação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) iniciar no município, para que as vendas possam ser ampliadas também aos mercados e padarias. Outra preocupação é em relação à diminuição de abelhas no decorrer dos anos. Alguns anos atrás Valdomiro trabalhava com 200 caixas de abelhas, hoje o número baixou para 77. “Elas saem para trabalhar e não voltam mais”, conta. Conforme ele há muitos fatores sendo estudados sobre esse “desaparecimento”: as abelhas são muito sensíveis a venenos (presentes em boa parte da agricultura), à poluição e ondas sonoras e eletromagnéticas. “Com o aumento dos celulares, as abelhas começaram a diminuir, pode ser uma explicação”, sugere. Porém, independente disso, o mel continua sendo uma grande fonte de saúde. Obtido através do néctar das flores e de excreções da abelha é um alimento capaz de impedir ou destruir micro-organismos e proteger doenças. Além disso, por ser rico em carboidratos, é uma ótima fonte de energia e também conta com potássio, magnésio, sódio, ferro, fósforo, cálcio, manganês, cobalto, cobre e outros minerais.
SAÚDE | TERAPIAS ALTERNATIVAS
Monte Crista é uma pousada diferenciada É todo um ambiente que envolve a proposta de vida, as instalações e o entorno natural com mata atlântica, montanha, guardião de pedra, peabiru, rio e cachoeiras. Surgiu da simples intenção de estar em contato com a natureza, plantar os próprios alimentos, construir um lugar agradável para viver, trabalhar, receber pessoas e desenvolver com elas relacionamento amoroso e consciente, viver simplesmente. Ocupar-se da essência e despreocupar-se da aparência. Buscar a ampliação da consciência cósmica, percebendo-se a Si e o Todo como Divina Presença. A ausência de atividades de lazer, de carnes e bebidas industrializadas, de televisores, telefones e toda tecnologia de distração, a presença de atividades de relaxamento, produção própria de alimentos orgânicos, hábitos e estruturas que facilitam encontros e conversações, fazem da Experiência Monte Crista o retorno ao paraíso perdido. Com ambiente agradável e convívio harmônico, naturalmente a consciência se amplia, a paz, a cura e o amor acontece.
Centro de Vivências
Centro de Terapias
O Rito da Montanha
A pousada fica na Mata Atlântica, no sopé da montanha. Aceita reserva individuais, casais ou grupos. Monte Crista não é uma proposta filosófica alicerçada sobre conceitos mentais para serem estudados e conhecidos pelo intelecto. É uma realidade para ser vivida, e só pode ser compreendida pela experiência do sentir. O som da água que corre, da árvore que cresce, o cair da folha seca, o amanhecer, a chuva, transmiRestaurante aberto ao público aos tem tanta sabedoria quanto o ruído sábados, domingos e feriados. das palavras. É um espaço aberto a todas as pessoas, grupos, empresas, para visitar, almoçar, pernoitar, participar de alguma programação oferecida ou reservar o espaço para realização de evento. Todos são bem-vindos. Não há restrição nem pré-requisitos de quem pode vir e sim definição de como estar. Não pode estacionar na estrada de entrada, nem trazer comida, bebida ou ligar o som do carro. Quem vem nestas condições, aceita nossa proposta e respeita nossos vaSe encontrar este obelisco ao lores. Não é uma questão de preço e entrar na estrada de terra, está sim de propósito. no lugar certo. Estamos no Km15 www.montecrista.org da BR 101 em frente ao Posto de pousada@montecrista.org Pesagem de Caminhões (BalanSkype: monte.crista ça), ao lado da ponte sobre o Rio (47) 3023-1818 Três Barras.
É uma jornada pelos caminhos do Peabiru, subindo o Monte Crista. É um ritual de apodera mento de si, fortalece o conjunto de valores pessoais, desperta os talentos e potenciais individuais, clareia o propósito da existência, as experiências a serem buscadas, o rumo a ser seguido. Motiva a tomada de decisões e promoção das mudanças necessárias, o comprometimento com a criação da sua história e realidade para viver seus valores e exercer seus talentos. A cerimônia em tenda coletiva, no alto da montanha dura a noite inteira. Surgiu no alto do Monte Crista, como resposta ao anseio por uma vida mais equilibrada, dentro da sociedade submetida a um sistema não natural. É uma jornada para si mesmo, onde o participante trabalha a sua atitude diante da vida, reflete sobre questões como a forma que enfrenta os obstáculos do caminho, a necessidade de planejamento, o respeito ao outro e ao meio ambiente, a aceitação dos seus limites e do outro, a vitória e a derrota, a capacidade de celebrar. Uma caminhada onde descobre que a cada um compete construir sua própria experiência e que prazer ou dor são escolhas a fazer. E que desistir é uma possibilidade, assim como descobrir novas forças, persistir, superar. São mil metros de altitude e sete km de distância a serem transpostos em dois dias e meio. Subir a montanha é uma experiência única, uma viagem ao mais profundo do Ser para se descobrir a si mesmo e a seus aspectos divinos. Equipe Ritos da Montanha
Revista Giropop | Março 2013 | 13
MÚSICO | DIOGO
Musicalidade e grande talento Augusta Gern A voz tranquila e o ritmo marcado no violão são marcas registradas do protagonista dessa edição: Diogo Silva (25). Seu dom e paixão pela música embalam noites itapoaenses o ano inteiro: são trilha sonora de todas as estações e muitos amores. Do palco as palavras soam com suavidade e confiança e, na plateia, o coro acompanha com a certeza de que Diogo é mais um grande talento itapoaense. Como outras histórias, sua paixão pela música começou quase sem querer. Natural de Cascavel (PR), Diogo cresceu ouvindo amigos de seus pais cantando e tocando, mas aquilo nunca o chamou a atenção. Um dia,
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seu pai interessado na música comprou um violão e incentivou sua mãe a aprender a tocar, mas por muito tempo o instrumento ficou guardado no armário. Sem saber bem o porquê, em um belo dia aquele violão ganhou um grande valor. Talvez por curiosidade ou interesse em chamar a atenção de sua família, há 13 anos Diogo arriscou suas primeiras notas e começou sua história de amor com a música. As primeiras canções foram no ritmo sertanejo, mas tudo mudou quando chegou a Itapoá: em pouco tempo já estava contagiado pelo reggae, hoje sua grande paixão. “Eu ia todas as noites nos barzinhos e ficava lá na frente para ver como os músicos tocavam, depois tentava colocar aquilo em prática em casa”, lembra. E foi dessa forma que apren-
deu a música: indo a barzinhos e estudando alguns livros de partitura, sem qualquer aula. Músicos como Meco, Garam, Baiano e Dérico, de Curitiba, foram sem quer grandes inspiradores e professores. Aos poucos Diogo começou a arriscar algumas músicas nos intervalos das bandas e não demorou a ter um repertório de duas horas. Nesta época recorda uma passagem curiosa: “trabalhava de chapeiro ao lado do hotel Rainha, onde todos os músicos se hospedavam. Sempre levava o meu violão junto e naquele dia iria rolar o show da banda Dazaranha no Maresia”, conta. Conforme ele, uma pessoa do hotel questionou sobre o dono do violão encostado na calçada. “Fui até lá e eles pediram para eu tocar uma música. Falei que ainda não tinha todo o jeito, mas toquei a música ‘vagabundo’ da banda que iria se apresentar à noite. Eles ouviram e começaram a me dar toques sobre a música e eu, sem desconfiar, estava conversando com a própria banda Dazaranha”, lembra. Um momento que o incentivou a seguir com o talento. Até ali tudo era levado com muito gosto, mas tranquilidade, até que foi chamado para tocar no barzinho Na
Oca pela primeira vez, durante uma noite inteira. “Lembro que fiquei nervoso porque ainda não tinha um repertório para quatro horas de show, mas deu tudo certo e foi muito legal”, conta. Assim, há cinco anos Diogo trabalha profissionalmente com a música. Além de Itapoá, já tocou nas cidades de Guaratuba, Joinville e Barra do Sul. Hoje toca diferentes ritmos como MPB, pop rock e samba rock, mas reserva sua preferência ao reggae, o qual é inspirado principalmente pelo estilo do músico Armandinho e as bandas Planta e Raiz e Natiruts. Além do violão, Diogo também toca bateria e contrabaixo. Porém, sua musicalidade vai além: Diogo já tem sete músicas autorais e sonha em gravar um CD. E se a inspiração continuar, o público já está garantido. Diogo se alegra ao contar que muitas pessoas, até de outras cidades e que não conhece, pedem para ele tocar suas músicas autorias durante o show nos barzinhos. “É muito gratificante e emocionante”, afirma. Um reconhecimento do seu talento. Outra lembrança marcante de prestígio foi ganhar o último Festival da Canção na categoria MPB. Depois de algumas participações, esta foi a primeira vez que levou para casa o reconhecimento de melhor músico da categoria. E assim, entre prestígios e muito trabalho Diogo vai levando a vida na cidade litorânea. Junto com a música, seu futuro vai ganhando forma também no Porto Itapoá, onde trabalha como assistente de operações.
Revista Giropop | Marรงo 2013 | 15
Mykonos, muito charme e encanto! Chegamos à famosa ilha grega, Mykonos. Ilha conhecida pelas casinhas brancas e os mascotes pelicanos. Repleta de charme e encantos, para onde olhar, encontrará paisagens deslumbrantes, que enfeitiçam qualquer um. O navio ancora a uma certa distância da ilha o que nos possibilita uma paisagem exuberante enquanto vamos num barquinho até a ilha. Casinhas brancas com janelas azuis, mar azul turquesa, moinhos de vento e muitas flores são o pano de fundo desse local maravilhoso. Ao desembarcar há opções para conhecer a ilha. Pode-se alugar uma moto ou um carro, mas como as ruas são estreitas e a maioria se faz a pé, um boa e interessante opção é mesmo andar a pé por entre as ruelas. Você terá o dia inteiro para percorrer pelos vários locais, almoçar â beira mar desfrutando das delícias da culinária local, muito peixe e bebidas exóticas fazem parte do cardápio ao mesmo tempo que você sentado numa das pequenas tavernas admira a redondeza e as deslumbrantes cores do Mar Egeu, cujo aspecto pitoresco vai além da arquitetura local, das ruas estreitas repletas de lojinhas, “bouganvilles” e dos moinhos de vento brancos com portinhas e janelinhas azuis. Tudo gira em torno do
estreitas chega-se aos famosos moinhos, que estão desativados e que se tornaram residências particulares. A igreja Panayia Paraportiani é um dos pontos turísticos importantes para se visitar, destaca-se entre as inúmeras igrejas da ilha, são aproximadamente quatrocentas igrejas. Outro ponto turístico interessante é a região chamada “ Little Venice”, cujas casas foram construídas sobre o mar. Você pode sentar num dos barzinhos, tomar uma bebida local e admirar os famosos pelicanos, que são mascotes da ilha. Mykonos é a ilha mais divertida e cosmopolita da Grécia, astral ótimo e
azul e do branco misturado ao azul do céu, do mar e algumas nuvens brancas no céu formando um cenário de tirar o fôlego dos turistas e admiradores da natureza. Chora é a capital e a parte mais antiga. Suas ruas também formam um labirinto repleto de casinhas brancas, tavernas, lojinhas e pequenas igrejas ortodoxas. Caminhando-se por essas ruas
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sem preconceitos. A ilha é um excelente local para aqueles que procuram diversão, como também para aqueles que procuram sossego. Local excelente para voltar e ficar um tempo ou quem sabe, morar! Aproveite o tempo restante, antes de voltar para o navio, adquirindo objetos típicos da localidade, visitando o museu arqueológico, onde se encontra toda a história do Mar Egeu, dos piratas e das diversas colonizações que passaram pela região. À tarde, hora de voltar para o navio e apreciar a partida tendo, novamente, ao redor, a ilha de Mykonos e a exuberância do mar. No navio, curta as atrações que estão à sua disposição, um jantar com amigos num dos restaurantes a la carte, passeie e assista os shows ao redor do piano bar. A caminho da última parada do navio na Grécia, a ilha de Santorini, aproveite tudo o que você puder, pois a viagem de navio pela magnífica região está acabando!
SAÚDE | IV AMOSTRA DO SUS
Iniciativas para muito orgulho Criatividade, força de vontade e bem-estar. Essas três palavras definem o trabalho de muitos profissionais da saúde que elaboram projetos para integração do paciente e prevenção de doenças. Mesmo nos dias de hoje, onde as horas passam cada vez mais rápidas, a população cresce a cada dia e, junto a isso, a lista de atendimento e fila de espera em consultas médicas só aumenta, é possível encontrar organização no tempo, motivação e muita criatividade na rotina dos profissionais da área. Itapoá é um grande exemplo disso. Uma nova forma de atender os pacientes, de informá-los sobre as atividades ou de integrá-los aos postos de saúde e cuidados com a saúde estão fazendo a diferença na cidade. Ou melhor, estão sendo exemplo para o país. Neste ano, oito projetos dos profissionais de saúde de Itapoá participaram da IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica / Saúde da Família, realizado do dia 12 a 15 de março, em Brasília. Este foi um evento que buscou valorizar as experiências cotidianas e estimular o protagonismo dos trabalhadores e usuários da Atenção Básica do Brasil, promovendo um intercâmbio cultural de ideias e informações. Conforme Marciane Rech Zagonel, coordenadora da Estratégia de Saúde da Família de Itapoá, todos os projetos inscritos da cidade foram selecionados para a apresentação, o que demonstra o potencial de cada um. Apresentados em categorias diferentes, os projetos das Unidades de Saúde da Família dos Balneários Pontal, Itapoá e Itapema do Norte mostraram toda a criatividade e potencial do município, conquistando até uma premiação: o Projeto Recicloterapia da Unidade do Pontal ficou entre os 100 melhores do país. Segundo ela, não só a secretaria, mas todo o município está muito orgulhoso de todos os participantes e seus projetos. “Com certeza essas iniciativas estão fazendo muita di-
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ferença na saúde de Itapoá e agora poderão servir como modelo para outras cidades”, afirma. De acordo com a coordenadora, a secretaria de saúde sempre incentivou os profissionais da saúde através de capacitações, eventos e integrações entre as equipes. “Porém, pudemos observar o maior envolvimento desses profissionais nos últimos anos”, conta.
Marilis Metzenthin apresentou um dos oito projetos que representaram o município na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica / Saúda da Família.
Cristian Ângelo Grassi, Secretário Municipal de Saúde e Marciane Rech Zagonel, coordenadora das Unidades de Saúde. Um estímulo para a maior participação pode ter vindo do Concurso de Experiências Exitosas nas Unidades de Saúde de Itapoá, lançado em março de 2012. Três dos oito projetos apresentados na IV Mostra são fruto desse trabalho. Quando lançado o concurso, 14 projetos foram inscritos e, no decorrer do evento, nove concluíram todas as etapas. Segundo Marciane, o objetivo do concurso foi reconhecer a qualidade dos serviços, a melhoria das condições de trabalho e do atendimento no SUS, promover a disseminação
de iniciativas que sirvam de inspiração ou referência para outras unidades – contribuindo para a troca de experiências entre as unidades – e valorizar trabalhadores que atuam de forma criativa e inovadora em suas atividades. Com o ótimo resultado apresentado no primeiro concurso, a secretaria já alerta que o edital da segunda edição será lançado em breve. Uma iniciativa que instigou a criatividade e projetos, mostrando o potencial da equipe da saúde de Itapoá para além das fronteiras da cidade. “Todos esses acontecimentos nos deixam extremamente satisfeitos como gestores e moradores de Itapoá, pois deixa claro o envolvimento e capacidade técnica desses profissionais que atendem a nossa comunidade”, afirma Marciane. Para comprovar isso, confira alguns relatos dos projetos que se apresentaram na IV Mostra Nacional de Experiências na Atenção Básica / Saúde da Família.
Agentes de Saúde de Itapoá em dia de curso.
Legenda: LT = lote, QD = quadra, PX = proximidades, DP = distância aproximada da praia. 109 – Baln. St. Clara, LT 03, QD 30, R. 1320, 15x24=360m², pouca vegetação, relevo no nível da via. PX = “Projeto Riviera St. Maria”, residências, R. 1580 (acesso à SC416). DP = 850m. R$ 45.000,00; 110 – Baln. Itapoá, LT 09, QD 114, R. Raquel de Queiroz (entre R. 1420 e 1450), relevo no nível da via. PX = diversas residências, “Projeto Riviera St. Maria”, R. 1580 (via de acesso à rodovia SC 416), Mercados (Brisa do Mar e Veleiros), Panificadora Maykon. R$ 45.000,00; 134 – Baln. Praia do Imperador, LT 15, QD 03, R. 2080, 12x32=384m², QD do mar, pouca vegetação, relevo acima do nível da via, murado nos fundos. PX = Mendonça Mat. de Const., Mercado Mar Azul, “Conjunto Bamerindus”. DP = 100m. R$ 85.000,00; 136 – Baln. Princesa do Mar, LT 15, Q D13, R. 1740, QD do Mar, 12x32=384m², relevo plano (nível da via). PX = Mercado Tupã, Panificadora Tezukuri. DP = 50m. R$ 110.000,00; 147 – Baln. Itapoá, Anexo B1, LT 09, QD 13, R. 1590 (entre R. Caiuá e Ouro Preto), 15x42=630m², pouca vegetação, relevo no nível da via, vala de água pluvial tubulada. PX = Mercado Sol e Mar, Panific. Maykon, Posto de Saúde. DP = 820m. R$ 86.000,00; 152 – Baln. Jd. da Barra, LTs 09/10/11, QD 04, R. 1000 esquina c/ R. Guaivira, área total = 1.112m² (37 x 30), limpos, aterrados (acima do nível da via), fechados (muro e “palitos” de concreto), passeio (calçada) pavimentada. PX = Edifício Paraty, Agência da Celesc, Mercado Brasão (Paese), Prefeitura, Calçadão da Av. Beira Mar III. DP = 350m. R$ 300.000,00; 156 – Baln. Princesa do Mar, LT 06, QD 61, R. 1650, 12x32=384m². PX = Escola Frei Valentim, Mercado Empório Tropical, Panificadora Maykon. DP = 700m. R$ 47.000,00; 158 – Baln. Uirapuru, LT 15, QD 23, R. 2070, 12x32=384m², relevo plano (nível da via), lateral esquerda murada. PX = “Conjunto Bamerindus”. DP = 900m. R$ 35.000,00; 164 – Baln. Jd. P. Atlântico, LT 10, QD 56, R. Presid. Campos Salles (entre R. 910 e 960), 14x30=420m². PX = Prefeitura, Av. Beira Mar III, Colégio Nereu Ramos, Panificadora, Mercado. DP = 280m. R$ 130.000,00; 174 – Baln. Nascimento, LT 17, QD 02, Av. Brasil esq. c/ R. 1800, QD do Mar, 38m de frente p/ Av. Brasil, 600m². PX = CTC Mat. Const., Mercado Tupã, Escola Frei Valentim. DP = 170m. R$ 180.000,00; 179 – Lot. Volta ao Mundo I, LT 06, QD 02, R. 450, 14x26=364m², QD do mar, limpo, relevo plano (nível da via), lateral esquerda murada. PX = South Beach, Sacolão JP, Mercado Brasão (Barra do Saí). DP = 50m. R$ 92.000,00; 181 e 182 – Baln. Bahama’s I, LT 18 e 19, QD 10, 12x24=288m², R. 2680. PX = Hotel Baiti, Mercado Pontal, Porto Itapoá. DP = 400m. R$ 45.000,00 (cada); 193 – Baln. Paese, LT 10, QD 36, 15x25=375m², R. 1030, 2ª QD do mar. PX = Mercado Brasão (filial Paese), Prefeitura, Calçadão Av. Beira Mar III. DP = 300m. R$ 98.000,00; 198 – Baln. Rosa dos Ventos, LT 11, QD 10, R. Paraju (entre R. 2370 e 2390), 15x30,10=375m², relevo plano (nível da via), limpo, c/ padrão de energia elétrica. PX = Diversas residências (novas e em construção), “Conjunto Bamerindus”. DP = 100m. R$ 70.000,00;
166 – Baln. Paese, LT 19, Q D 18, R. Gilmar Pedro Olkosky (próx. esq. R 1070), 12x32=384m². PX = Praça Pública, Mercado Brasão, Projeto “Riviera Santa Maria”. DP = 900m. R$ 15.000,00 + 120x de R$ 738,75; 178 – Baln. Princesa do Mar, LT 05, QD 89, R. 1700, 12x32=384m². PX = Panificadora Tezukuri, Mercado Tupã. DP = 950m. R$ 7.425,00 + 120x de R$ 758,00; 500 – SOUTH BEACH II. Excelente Loteamento aberto, c/ todas as vias pavimentadas c/ bloquetes sextavados de concreto, ampla área de reserva ambiental, áreas destinadas p/ serviços públicos. Sistema próprio de tratamento de esgoto (ecológico). Todos os LTs possuem meio-fio, rede de água, rede de esgoto, rede de energia elétrica (em implantação) e sarjetas p/ águas pluviais. PX = South Beach I, Supermercado Brasão (Barra do Saí), Besen Mat. de Const. Diversos terrenos, c/ entrada a partir de R$ 8.400,00 e saldo em até 120 prestações, c/ parcelas a partir de R$ 1.058,40 mensais.
Sorrisos, força de vontade e dedicação. Mais do que premiação nacional, o projeto Recicloterapia conseguiu resgatar valores significativos na vida dos pacientes e suas famílias.
Edson com o seu navio e ao fundo o Navio CSAV Tubul.
SAÚDE | IV AMOSTRA DO SUS
Um navio de superações Augusta Gern
Um acidente de trabalho e uma grave lesão na coluna mudaram a história de Edson Ricardo Reis (37) em 2010. Fortes dores na coluna e a dependência para realizar as atividades rotineiras desencadearam uma depressão profunda, que abalou seus desejos e sonhos. De São Bento do Sul, a família deixou o frio e optou pela cidade de férias para colaborar na recuperação das dores de Edson. Mas além do clima, outros fatores foram fundamentais para sua recuperação. “Antes tudo precisava de um incentivo, para se cuidar, para se arrumar”, conta a esposa Cristiane. As coisas começaram a mudar com o trabalho escolar de seu filho Natanael (6). Edson o ajudou a construir três réplicas em material reciclado: um navio, um avião e o Farol do Pontal. “Ali comecei a ver que ele estava
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melhorando, estava começando a sorrir”, lembra Cristiane. P a r a comprovar a evolução, sua esposa fotografou todas as fases do trabalho, que provam a mudança ao longo do dia. Ao final do trabalho, quando as obras foram entregues, foi como se a alegria também estivesse ido embora. Mas não foi por muito tempo: quando soube do projeto Recicloterapia, do Posto de Saúde do Balneário Pontal, Cristiane lembra que fez questão de conversar diretamente com a médica responsável e contar da experiência de seu marido. “Falei que acreditava e apoiava muito este trabalho”, afirma. O projeto Recicloterapia surgiu a partir do 1º Concurso de Experiências Exitosas da cidade, que motivou as unidades de saúde a criarem novas formas de integração com os pacientes. Conforme a médica responsável, Talita Recheleto Strano, o
Profissionais de Saúde do ESF do Pontal, Luciane de Oliveira, Jeneci Aparecida Luiz da Silva, Roberta Marin Gomes, Talita Strano, Giancarlo Falchetti e Karla Cristina Estevam Darios. objetivo foi integrar os pacientes depressivos com a unidade e a comunidade. Para isso, foram realizadas oficinas quinzenais de artesanato com materiais reciclados, um projeto idealizado e organizado por todos os profissionais da unidade. Ao todo foram 20 pacientes que participaram dos seis meses de oficinas. Este projeto venceu o Concurso Municipal de Experiências Exitosas e ficou entre os 100 melhores projetos apresentados na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica / Saúda da Família, em Brasília. Porém, os principais resultados foram com os próprios pacientes. “Alguns nem conversavam no início, depois já estavam trocando até dicas de receitas”, conta Talita. Edson foi um dos pacientes que surpreendeu, tanto pela criatividade, como pelo modo que começou a levar a vida. “Participei do projeto para me ajudar e ajudar o Posto de Saúde”, afirma Edson. Durante as oficinas, construiu um legítimo navio de papelão e outros materiais reciclados, de 1m de altura por 2,70m de comprimento, com todos os detalhes e acabamentos que se tem direito. Conforme Cristiane, foram meses de trabalho muito positivos. Da mesma forma do trabalho de seu filho, fotografou todas as etapas e observou a melhora no quadro de seu marido.
“Ele começou a rir novamente. Todos os pacientes que participaram melhoraram”, conta Cristiane. A ideia de construir um navio surgiu pelo simples fato de sempre apreciá-los de longe. Morador do Pontal, todo o dia Edson observa os diferentes navios que passam no quintal da comunidade. O detalhe é que a admiração é feita de longe, Edson nunca chegou muito perto de um navio. Isso surpreendeu visitantes da cidade que trabalhavam embarcados: “perguntaram se ele era engenheiro ou trabalhava em navios, porque todos os detalhes eram legítimos, estavam iguais aos originais”, lembra Cristiane. E assim, mais do que interação e gosto pela vida, o projeto instigou
o talento de Edson. Ao tirar o navio de casa por alguns minutos, olhos curiosos e admirados já chegam perto para conhecer e elogiar o trabalho. Momentos de sorrisos para Edson e muito orgulho para sua família. Em relação ao projeto, a equipe do posto de saúde afirma que é emocionante ver os resultados obtidos e, em breve, novos projetos devem surgir na comunidade. Sobre a premiação nacional, Talita afirma que é um reconhecimento de um trabalho realizado por toda a equipe. Agora, além do troféu, terão direito de conhecer um dos outros 99 projetos premiados, em um intercâmbio de muita cultura, criatividade e superação.
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SAÚDE | IV AMOSTRA DO SUS
Saúde e criatividade online 60 anos a utilizar a internet, o outro, também com pacientes com mais de 60, tem o objetivo de levá-los para passear em pontos da cidade, como um piquenique na cachoeira, por exemplo. São projetos que parecem simples, mas necessitam de muito planejamento, criatividade e, principalmente, força de vontade. E é esta força que motiva o trabalho de Marilis. Para ela, esta é uma profissão que se aprende todos os dias com os pacientes, principalmente os mais velhos. E por conta disso e muito mais, não se vê trabalhando em outro lugar, o que gosta mesmo é esta interação, esta troca de conhecimentos e experiências. Diante de tudo isso, a experiência na IV Mostra não poderia ser diferente: Marilis voltou transbordando de novas ideias, pelo menos quatro projetos já estão na fase de planejamento. Para ela, foi maravilhoso o intercâmbio cultural, onde pessoas de todo o país trocaram ideias, projetos e informações. Além disso, o orgulho de apresentar a sua cidade ainda brilha os seus olhos: “Houve a disseminação do projeto, agora o blog não é mais local, já ganhou abrangência nacional”, afirma.
Augusta Gern
Comunicação e integração foram as motivações para o projeto da agente de saúde Marilis Metzenthin. Com o uso da internet e o seu gosto pela fotografia, o Posto de Saúde do balneário Itapoá ganhou uma nova forma de relacionamento, um blog. Este foi um dos oito projetos que representaram o município na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica / Saúda da Família. Tudo começou quando o gosto pela comunicação e imagens a incentivou a fotografar todos os eventos da unidade de saúde. “Era sempre uma festa quando eu levava as fotos reveladas depois do evento, parávamos de trabalhar para ver e comentar sobre as imagens”, lembra. Assim, com a internet e tecnologia em mãos, resolveu criar um email da unidade para compartilhar as fotos virtualmente. “Quando estava criando o email apareceu na página “deseja criar um blog?” eu não conhecia nada disso, mas resolvi arriscar”, conta. Um risco que foi certeiro. A primeira postagem em novembro de 2012 foi um pouco tímida, mas aos poucos Marilis foi pegando jeito e gosto pela ferramenta, e hoje não larga mais. Atualmente o blog conta com postagens de todos os eventos e atividades realizadas na unidade, além de informações interessantes sobre temas relacionados. “O objetivo é mostrar que não falamos apenas de doença”, afirma Marilis em relação ao trabalho do agente comunitário. Além das informações, Marilis percebeu o quanto os profissionais e pacientes se sentem valorizados por estarem no blog e fazerem parte da história da unidade de saúde. “Foi muito bom, demos dois passos ao mesmo tempo: criamos um email e um blog”. E assim, mesmo que a unidade está ligada à internet e suas tecnologias, as postagens são realizadas em casa, após o horário de expediente. “É onde tenho tempo, sossego e ideias”, afirma a agente de saúde.
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Agente Comunitária Marilis Metzenthin conferindo o blog com senhor Waldemar e Milena. Conforme Marilis, este blog tam- sempre estão acompanhado as posbém visa resgatar a integração que tagens”, conta. Uma prova disso é a existia na unidade com o jornal “As- filha de uma das pacientes do grupo suntão”. Este informativo interno de educação física, contava com dicas de plantas que que sempre acompaajudavam no tratamento de doen- nha as postagens da ças, astrologia, piadinhas, destaque Índia. “É uma forma de quem não faltava nas reuniões, de ela estar acompaentre outros temas. A profissional se nhando as atividades emociona ao lembrar-se do veículo da mãe”, afirma Maque também era produzido e impres- rilis. Além do blog, a so pelas suas mãos. Hoje, o blog não proporciona ape- criatividade da agennas uma interação interna, mas tam- te de saúde já probém com os pacientes. “Os agentes grama novos projetos de saúde são a alma da estratégia de para a unidade. Um saúde da família, temos um vínculo deles visa ensinar as muito forte com os pacientes e eles pessoas com mais de
Confira o projeto da Marilis e acompanhe as informações do Posto de Saúde da Família de Itapoá através do www.esfitapoa.blogspot.com.br
SAÚDE | IV AMOSTRA DO SUS
Prevenção é a melhor opção
Augusta Gern
Os cuidados com a saúde bucal das crianças também representou Itapoá na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica / Saúde da Família. Realizado no Posto de Saúde da Família de Itapoá pela dentista Elaine Giacomini Bernardi e pela vacinadora Giovana Terezinha da Silva, o projeto alia a caderneta de vacina à caderneta de saúde bucal da criançada. O objetivo, conforme as idealizadoras, é prevenir problemas de saúde bucal e orientar às mães aos cuidados necessários com a dentição dos filhos. “Quando a mãe leva a criança para tomar a vacina no posto, já aproveitamos para fazer uma consulta odontológica e passar todas as instruções de saúde bucal de acordo com a idade”, explica Elaine. Conforme a dentista, na primeira consulta a criança é classificada de acordo com os riscos presentes em hábitos nocivos praticados sem querer pela família, depois são realizados acompanhamentos para tratar ou prevenir problemas. “A partir desse projeto conseguimos informar as mães sobre maus hábitos como o uso da chupeta ou de chupar o dedo, estimulamos o aleitamento materno, a higiene pessoal, os cuidados com a contaminação cruzada, entre outros fatores”, afirma. Dessa forma, com um acompanhamento desde pequeno, além de evitar futuros problemas dentários, as crianças perdem o medo de consultas odontológicas e as famílias criam mais vínculos, tornando-se mais assíduas no posto. Para a vacinadora Giovana, o projeto é realizado hoje, mas os resultados para a criança com certeza serão comprovados com o tempo, em longo prazo. Conforme ela, as mães e crianças gostam muito de participar, não houve nenhum problema quanto ao projeto. Esta prática já era realizada há algum tempo, mas foi em 2012 que passou a ser rotina nos procedimentos de vacina. A criação de
Dentista Elaine Giacomini Bernardi e a vacinadora Giovana Terezinha da Silva no ESF de Itapoá.
uma caderneta especialmente para odontologia nasceu com o primeiro Concurso de Experiências Exitosas, realizado no município. Conforme as profissionais, participar da IV Mostra foi uma experiência muito positiva, pois as unidades puderam mostrar o que há de bom em suas cidades. Em relação à diversidade de projetos e experiências, Elaine conta como Itapoá está à frente de muitas outras cidades. O município é um dos poucos que conta com 100% de cobertura das agentes de saúde da família. “Na Mostra, agentes de saúde de algumas cidades aproveitaram para manifestar
algumas melhorias no trabalho e nós já atendemos a todas as reivindicações”, afirma. Além do destaque para o atendimento do SUS em Itapoá, o evento proporcionou um ótimo debate sobre projetos inovadores e a criatividade presente no trabalho dos profissionais, “estão todos de parabéns”, fala Elaine.
Revista Giropop | Março 2013 | 25
SAÚDE | IV AMOSTRA DO SUS
ESF de Itapema do Norte apresentou 5 projetos Augusta Gern A equipe de profissionais do Posto de Saúde da Família do balneário Itapema do Norte marcou grande presença na IV Mostra, em Brasília. Ao todo, cinco projetos da unidade foram classificados para apresentação nacional. Além disso, no ano passado a unidade teve outras duas conquistas. Em um concurso estadual garantiu o segundo lugar com o projeto Sala de Espera. Conforme Priscila de Araújo Carneiro, enfermeira responsável pela unidade, este é um projeto de educação e saúde. “Antes das mulheres fazerem o exame preventivo, são acolhidas na sala de espera com palestras sobre o tema”, conta. Outra conquista foi um vídeo para o Humaniza SUS, do Ministério Saúde, onde apresentaram todas as ações da unidade. De 354 vídeos, o posto de saúde de Itapema do Norte ficou entre os 30 melhores. Assim, com muita dedicação e criatividade, os profissionais da unidade estão mostrando que fazem a diferença com muita inovação e integração com a comunidade. Conheça um pouco dos projetos apresentados na IV Mostra.
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Agente de Saúde Bárbara Alexandrina Ribeiro Will com o radialista Marcelo Mardegan. Ao lado em atendimento no ESF de Itapema do Norte.
Saúde nas ondas sonoras
Diminuir a distância entre as informações e dúvidas dos pacientes sobre a saúde é um dos objetivos do projeto Momento Saúde, idealizado e organizado pela agente de saúde Bárbara Alexandrina Ribeiro Will, da unidade de saúde do balneário Itapema do Norte. Com mais de seis anos de execução, o projeto consiste em um programa informativo semanal na rádio comunitária de Itapoá.
Além de aproximar a comunidade aos temas sobre saúde, o projeto visa melhorar o vínculo com a comunidade e valorizar o profissional agente de saúde. Bárbara conta que tudo começou alguns anos atrás quando resolveu informar alguns cuidados sobre a tuberculose durante uma campanha. “Levamos um informativo até à rádio e pedimos para o radialista ler em seu programa, mas ele pediu para nós mesmo lermos”,
lembra. A audiência foi boa, a comunidade gostou e o pessoal da rádio as convidou para voltar, assim surgiu o programa todas as segundas-feiras, às 9 horas. “No primeiro dia fui eu e outra agente de saúde, mas ela não gostou muito da experiência de falar na rádio e eu acabei me responsabilizando pelo programa”, conta Bárbara. Para se preparar para os programas que contam com a interação da co-
projeto muito bacana, na segunda-feira a Bárbara apresenta os temas e durante a semana as pessoas vêm até a unidade para se consultar ou buscar mais detalhes”, conta Priscila. Sobre a participação na IV Mostra, a agente afirma que foi uma troca de experiências muito rica e que proporcionou uma maior valorização do profissional agente de saúde: “Lá aconteceu uma das coisas mais bonitas da minha vida, eu chorei de tanto rir ao ver nossos trabalhos sendo apresentados e elogiados por pessoas de todo o país”. Agente de Saúde Priscila Maciel confere o calendário com Marcelo Henrique Granino José, morador do balneário Itapema do Norte.
Priscila com o novo calendário. munidade, a profissional busca informações de temas rotineiros na internet, livros e conversas com médicos e enfermeiros. “Quando as pessoas ligam e perguntam alguma coisa que eu não sei, anoto, pesquiso e respon-
do no próximo programa”, explica. Além da interação da comunidade por telefone, o programa recebe muitos e-mails, até de outros estados e países. “Como a rádio também está na internet, já tivemos a participação de ouvintes de Minas Gerais, São Paulo e até estrangeiros”, lembra. Atualmente já foram apresentados 57 temas diferentes que envolvem a prevenção e promoção da saúde. “Além de doenças mais rotineiras, com o programa conseguimos quebrar o tabu de doenças sexualmente transmissíveis, antes pouco discutidas”, conta Bárbara. De acordo com a enfermeira responsável da unidade, Priscila de Araújo Carneiro, este projeto consegue promover a saúde em dois sentidos, tanto nas ações e projetos realizados pelo postinho, como na promoção de saúde da própria pessoa, com dicas e informações. “É um
Saúde com data marcada
A organização para o agendamento de reuniões mensais foi outro tema apresentado na IV Mostra pelo Posto de Saúde da Família do balneário Itapema do Norte. Relatado pela agente de saúde Priscila Maciel, o projeto consiste na criação de um calendário anual com a programação e datas para todas as reuniões do grupo de hipertensos e diabéticos. De acordo com Priscila de Araújo Carneiro, enfermeira responsável, como a unidade conta com um grande número de pacientes diabéticos e hipertensos, as agentes de saúde tinham muita dificuldade para reunir todas essas pessoas. Atualmente, só neste balneário são 688 pacientes hipertensos e 209 diabéticos. Assim, para reverter a situação de reuniões quase vazias, algumas ações foram tomadas. Primeiramente o grupo mudou o local das reuniões e começou a cozinhar para os pacientes, ao invés de apenas frutas, as agentes começa-
ram a preparar receitas comuns com ingredientes próprios para o quadro de saúde dos participantes. “Como as reuniões são à tarde, às vezes alguns pacientes chegavam ao postinho pela manhã, sentiam o cheiro da comida e apareciam na reunião para saber os ingredientes que utilizamos. Foi uma forma de incentivá-los a participar”, conta a agente de saúde. Além disso, a confecção do calendário anual colaborou para o agendamento dos pacientes e a lembrança dos mesmos. “É aquela coisa de avó, calendário não se joga fora, sempre fica em algum canto da cozinha”, brinca Priscila, agente de saúde. Um projeto simples que aumentou o vínculo com os pacientes e aumentou a participação nas reuniões. Outras novidades já estão em vista. Neste ano os pacientes receberão o calendário com a foto da equipe de profissionais da unidade, para que possam reconhecer as pessoas que cuidam da sua saúde. Além disso, fizeram uma caderneta de receitas e pretendem realizar oficinas na cozinha, para que os pacientes aprendam a fazer receitas gostosas sem prejudicar a saúde. Este projeto, além de ser apresentado na IV Mostra, ficou entre os 900 melhores do país. “Foi uma experiência única participar desse evento. Antes estava bem desanimada com a profissão e realização de ideias inovadoras, mas voltei animada e com vários projetos”, conta Priscila. Conforme ela, na Mostra foi possível observar como Itapoá está muito à frente de outras cidades, tanto nas questões pessoais como na infraestrutura para a saúde.
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Rotina que faz a diferença
Outro projeto realizado pela equipe de profissionais de saúde de Itapema do Norte e apresentado na IV Mostra Nacional de Saúde foi a realização e aplicação do PMAQ – Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade. Conforme a agente de saúde Priscila Maciel, esta é uma atividade que sempre acharam rotineira, mas observaram na Mostra que são poucos os municípios que a realizam. A enfermeira responsável pela unidade explica que este é um programa do Ministério da Saúde que visa melhorar o atendimento e processo de trabalho. “Após a aplicação, o Ministério avalia e, de acordo com a nota alcançada recebemos um valor para a unidade”, afirma. Como o posto de saúde teve 100% de conformidade às exigências estabelecidas, começaram a receber R$ 10.000,00. “Este é um valor que a unidade tem acesso livre, podemos utilizá-los de acordo com as nossas necessidades, mas sempre dentro das legislações, como as licitações e outros processos”, explica a enfermeira. Assim, na IV Mostra foi apresentado onde a que a equipe aplicou o recurso, aquisições que visam garantir melhorias no serviço e aproximar o usuário das atividades realizadas. No ano passado resolveram adequar o arquivo de fichas dos documentos, para facilitar e agilizar o trabalho dos profissionais; compraram fantasias para as campanhas de vacinação, brindes para a campanha do Outubro Rosa, entre a realização de alguns encontros e reuniões com os pacientes. Ações para a comuni-
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Priscila de Araújo Carneiro, enfermeira responsável pela unidade.
Priscila A. Carneiro, enfermeira responsável, lembra que os encontros aconteciam antes do ano 2001. “Nesta semana estivemos na região do São José (onde o postinho era localizado) na campanha de vacina de HPV, e vacinamos meninas que participaram desse projeto quando ainda estavam na barriga de suas mães”, recorda. Este projeto consiste em reuniões mensais com as gestantes sobre cuidados durante a gravidez e no nascimento dos filhos. Conforme Mayra Daniele Amaral, agente de saúde há 10 meses e relatora do projeto para a IV Mostra, a unidade busca organizar um calendário com temas diversificados, para atender boa parte da necessidade das mães. Enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e médicos são alguns dos
dade, para incentivo ao cuidado da saúde. De acordo com Priscila Maciel, agente de saúde, hoje é obrigatório a participação de todos as unidades de saúde neste programa de Melhoria de Acesso e Qualidade, mas a unidade do balneário Itapema do Norte já o aplica desde 2011. Uma iniciativa que acontece por profissionais de saúde e reflete no atendimento e prestação de serviço para toda a comunidade.
Cuidados antes do nascimento
O amor e cuidado das gestantes com os seus filhos foi outro tema apresentado pela equipe. Denominado “Amar é mais”, o projeto é antigo e acompanha diferentes gerações.
Grupo de gestantes participam de encontros mensais.
profissionais que marcam presença em pelo menos uma das reuniões. Além da palestra, os encontros mensais sempre contam com lanches saudáveis e buscam integrar as participantes, com conversas e troca de experiências. Além das mães, as reuniões são abertas para pais, avós ou outros interessados também. Segundo Mayra, o projeto tem demostrado ótimos resultados para a comunidade. Todas as mães da unidade de saúde já participaram pelo menos uma vez dos encontros e a conscientização nos cuidados é observada mensalmente. Atualmente a unidade conta com cerca de 30 gestantes e, conforme Mayra, poucas são menores de 18 anos. “As que têm menos de 18 anos vieram de fora”, afirma. “Isso é resultado de um
trabalho de conscientização também desenvolvido nas escolas, como extensão do posto de saúde”, explica.
Arraiá da saúde
Agente de Saúde Mayra Daniele Amaral em atendimento.
ESF de Itapema do Norte responsável pela decoração do Arraía
Mayra também foi relatora do projeto “Arraiá dos Postinhos”, também classificado para a apresentação em Brasília. Este não é um projeto apenas da unidade do balneário Itapema do Norte, mas da união do trabalho e criatividade dos profissionais de todas as unidades da cidade. Como cada posto de saúde desenvolve reuniões mensais com os pacientes hipertensos e diabéticos de sua comunidade, o objetivo do projeto foi realizar uma grande integração e confraternização entre toda a cidade. Realizado no ano passado no Rancho da Tia Cida, o primeiro Arraiá dos postinhos mostrou seu potencial e promete virar tradição. Conforme Mayra, cada unidade de saúde se comprometeu em levar uma comida típica e organizar um dos preparativos, a equipe de Itapema do Norte ficou responsável pelos enfeites caipiras. Grande parte dos pacientes compareceu com roupas típicas e, no final, até quadrilha embalou a festa. Fora a confraternização anual de agentes de saúde, este foi o único encontro com todas as profissionais da cidade, segundo Mayra. Assim, mais do que descontração e integração, o Arraiá mostrou-se como um momento de troca de experiências entre profissionais da saúde e pacientes de diferentes regiões da cidade.
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QUEM É? | BIN LADEN
A barba de Histórias Augusta Gern Ao invés de bombas, papéis. Ao invés da cara amarrada, muita simpatia. É assim que a vida de Bin Laden segue em Itapoá, uma rotina tranquila e feliz aliada à publicidade de 15 empresas com a panfletagem. Desde que chegou ao município o apelido faz parte da vida de Ivo Ribeiro de Freitas, 61 anos. Não poderia ser diferente, em outras cidades também era conhecido como Raul Seixas e Enéias. O motivo de todos os apelidos é claro: há 35 anos Ivo preserva a barba no rosto. “Ela já foi um pouco mais curta, mas nunca o vi sem barba”, conta a esposa Maria Aparecida.
Naturais de Lages, o casal está em Itapoá há 11 anos. Antes daqui, a capital paranaense era o lar. “Estávamos com um pouco de dificuldade em Curitiba e minha irmã nos convidou para morar na praia”, lembra Maria Aparecida. Antes mesmo de terem certeza do que fazer, um dia o caminhão de mudança chegou em frente à casa e vieram para a praia, sem nem mesmo conhecer o caminho. O início não foi fácil. Em Lages e Curitiba Ivo trabalhava em grandes empresas como vendedor, aqui começou limpando lotes. Porém, não foi por muito tempo. Há oito anos foi convidado para fazer panfletagem e, desde então, nunca parou. O convite se tornou profissão.
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Hoje são 15 clientes fixos e uma coleção de camisetas promocionais que já ultrapassa 70. A rotina começa cedo quando carrega sua melhor amiga, a bicicleta, com diferentes panfletos. Durante o dia percorre desde a primeira rua do balneário Barra do Saí até Itapoá, nas proximidades do Laboratório de Análises Clínicas. “Entrego na maioria dos comércios e também nas casas”, afirma. Em relação à bicicleta, já está na terceira nova, fora as usadas. As pernas então, nem se fala: disposição que esbanja saúde. “Não quero trocar por moto ou bicicletas motorizadas, assim é melhor de trabalhar”, fala. Ao final das entregas, o dia termina cedo: às 20h30 já está se organizando para dormir.
Quando chove, a entrega de panfleto é feita de mão em mão na galeria ao lado do shopping Brasão. “Mesmo que o dia é mais calmo, me organizo para que todas as pessoas recebam”, afirma. Já na temporada, o trabalho é dobrado. Além da panfletagem, Ivo também trabalha como vendedor ambulante na praia. E então, neste período aproveita a fama e carinho de muitos turistas. Às vezes caracterizado de Bin Laden, o vendedor chama a atenção de todos. “Ele mais tira foto do que trabalha”, brinca a es-
posa. Na realidade, este carinho está presente quase que diariamente: “As pessoas sempre me param na rua para conversar, tirar fotos, me conhecer”, conta Ivo. “Não quero mais sair daqui, sou muito querido nesta cidade”. Com todo esse carisma, já foi até convidado para ser candidato a vereador, mas optou não entrar na política. “Gosto muito de meu trabalho e sou muito feliz nesta cidade”, garante. Assim, entre os passeios diários, cada quilômetro é uma amizade nova, novos olhares curiosos e até fotos. O objetivo de continuar as pedaladas até a hora em que o corpo aguentar são as mesmas para a barba: “Nunca pensei em cortar, quero ficar sempre assim”, afirma.
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Cuidado com o comprimento das saias, nunca deve arrastar no chão é “over”.
Alça de sutiã de silicone ou aparecendo não “rola”. Existe no mercado sutiã sem alças.
Se você esta um pouquinho acima do peso “cuidado” com o look e realce o que você tem de melhor. Cuidado com a modelagem errada. Estampas Muitas mulheres temem a usar estampas. Não saber combinar e não querer um look chamativo são as principais preocupações. Mas esses não são os principais erros de um visual. Geralmente, o equivoco acontece pela escolha de um item de modelagem errada, complementos que não funcionam ou mesmo pelo uso de muitos elementos na mesma produção.
Calça jeans + regata Esse é um look muito comum no guarda roupa feminino, é básico, fácil de usar no dia a dia e geralmente é combinado com uma sapatilha ou sandália sem salto. Para transformar esse look, basta adicionar uma sandália de salto fino, bloco ou Anabela e apostar. A bolsa de ombro ou tiracolo em uma cor vibrante também da “up” no visual. Se estiver frio, combine o look com um lenço colorido.
Tênis de atividade física não devem ser usados para passear. Aposte num look descontraído, incremente o visual com um lenço.
Cuidado na hora de usar estampados juntos, pode “poluir” o visual. Use estampas com critério. É importante entender que tendência vem e vão, mas não são todas as tendências que combinam com a gente, com o nosso corpo, enfim, que nos valorizam. Combinar tendências e adaptar seu guarda roupa. Jamais use roupas muito apertadas. Há mulheres que acreditam que usar roupas apertadas dá para esconder coxas grossas ou aquela barriguinha, mas pelo contrario, essas roupas só dão destaque aquela parte que você esta tentando disfarçar.
Tênis e sapatênis Use com shorts, bermudas, calças saia e em qualquer lugar informal, como colégio, cursos, praticar esportes, passeios, almoço descontraído, visita á casa da amiga, ida ao shopping... etc Não use para sair a noite. Não é apropriado, exceto ser for um lanche num fast food ou pizzaria bem á vontade. Jamais use com calça estilo pantalona Combina com calça jeans, calça de brim ou jeans Capri, calças mais folgadinhas, shortinho jeans, bermudões na altura do joelho, shorts mais compostos e até mais folgadinhos. O sapatenis pode ser usado com jeans. É descontraído e sem compromisso.
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GIROPOP VERDE
Você conhece a Irara?
Cara de cachorro,mas não é cachorro, cara de urso mas não é urso. Em minhas andanças pelas trilhas da cidade de Itapoá, juntamente com observadores de aves da Inglaterra e da Holanda avistamos esse estranho e simpático bicho, a irara ( Eira barbara ). Ficamos perplexos com esse animal curioso, pois nunca havíamos visto animal com essas características. Algum tempo depois, mostrando a foto para um amigo, biólogo Rodrigo Cechin, que me disse que era a irara. A irara (Eira barbara) é um animal onívoro da família dos mustelídeos. É a única espécie do género Eira. Têm um aspecto semelhante às martas efuinhas, podendo atingir um comprimento de 60 cm (não incluindo a cauda). As iraras habitam as florestas tropicais da América Central e América do Sul. A irara é também conhecida no Brasil pelo nome de papa-mel, porque esse é um de seus alimentos preferidos. Nos países de língua espanhola, que constituem uma grande parte de seus domínios, a irara é chamada “cabeza de cejo”, que significa “cabeça de velho”. Sem dúvida é porque o animal tem uma cabeça cinzenta sobre o corpo negro e também porque suas orelhas curtas e arredondadas lhe dão um ar “humano”. Adoram frutos e mel, mas são principalmente carnívoras: caçam ratos, aves,esquilos e até cutias. Os filhotes nascem cegos, mas inteiramente cobertos de penugem negra e são facilmente confundidos com filhotes de lontras, porém não apresentam hábitos aquáticos como estes, embora saibam nadar. (Fonte: Wikipédia com adaptações da revista Giropop Foto de Beto Vieira.)
O amigo e fotógrafo Bene Pacheco com sua esposa Solange Maurer, no Itapoá Folia.
Kayra, Maria Isabel, as aniversariantes Tatiana, Tatiane e Franciel, Suely, Manoela, Sebastiana e Aldaiana.
O casal Thaís Detzel e Toni Borges, curtiram o carnaval de Salão na Acopof.
Janair Martins, Cintia Souza, Francini e Janaina Martins. As crianças são Nayani e Murilo.
Sandro Beline, Oldenei Vaz e Juarez Domingues no carnaval de salão no Pontal.
Branca e Zeferino comemoraram no dia 27 de Fevereiro 33 anos de casamento.
Um abraço especial para Lucas Henk, que comemorou seu aniversário no dia 26 de março. Guta deseja muita saúde, boas energias e amor durante toda a sua caminhada!
Denise e Conrado (secretário municipal de Turismo, Meio Ambiente e Cultural, Waldemar (diretor de Turismo) Marta e Gil no Itapoá Folia.
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Já é Páscoa na De Paula Embalagens
Cirene, proprietária da De Paula Embalagens, vem avisar que a loja já está em clima de Páscoa. São várias opções em cestas, embalagens e doces para você presentar familiares, amigos e principalmente as crianças. Não deixe de conferir!
Construmac Pré-Moldados em Itapoá
Da Metalúrgica Padilha & Padilha, José Adenir teve a idéia de abrir uma empresa de pré-moldados. Em 2006, surge a Construmac no bairro Ipiranga Km 1, em Marmeleiro no Paraná com doze funcionários. Em 2008 iniciou a parceria entre José Padilha e Otávio Dalpubel, ambos com mais de 20 anos de experiência no ramo. “Estamos trabalhando juntos há cinco anos. A sociedade é como um casamento, no namoro é coisa mais linda e no casamento a gente descobre quem a pessoa é. Nós eramos amigos antes e agora somos também sócios, bom que deu certo. Atualmente, contamos com mais de 100 funcionários direto e indiretos”, conta José. Para 2014, a empresa, que tem uma estrutura de 3 mil m², no Paraná, pretende ampliar mais mil m² de área construída. Seus clientes são do Paraná e de Santa Catarina. “Nós ampliamos nossos produtos. Hoje nós fazemos galpões, armazéns e prédios de até quatro pisos, mas estamos pensando em começar a fazer de cinco pisos. Trabalhamos com pré-moldados e estrutura metálica”, informa José. Nos planos, também está a abertura de uma filial da Construmac em Itapoá. Os serviços já estão sendo oferecidos no município. Interessados podem ligar nos telefones (46) 3525-1510 (46) 9101-1377 ou (46) 9976-5900. Maiores informações no facebook/construmac.premoldados
Bella Pele Cosméticos e a Giroteca
New Arts investe em qualidade
Cristiano Rissi da New Arts, está investindo em novos equipamentos devido a grande demanda de serviços. Além de melhorar no prazo de entrega a idéia é trazer qualidade, sem precisar de serviços terceirizados fora da cidade. A empresa está completando três anos e comemora com promoções. Válidas até o dia 30 de abril. Quer saber quais são? Ligue (47) 9655-1070.
Com apoio também dos empresários Laércio Fantin e Mara Gouveia Fantin da Bella Pele, o projeto da Giroteca de incentivo à leitura em parceria com a Secretaria de Cultura, através do seu diretor Dante Puchta continua a todo vapor. Já são sete expositores espalhados pela cidade. Leia um livro, troque um livro, doe um livro! Participe você também deste projeto. Ligue (47) 9934.0793. Você pode encontrar os expositores na Panificadora Tezukuri, Laboratório Liac (Itapoá), Panificadora Docita, Bella Pele Cosméticos, Prefeitura Municipal de Itapoá, Restaurante Dona Elza (Itapema do Norte) e Conveniência Skina (Barra do Saí).
Acquamar, tudo para piscinas
Agora não tem mais desculpa, você também pode ter sua piscina em casa. A Acquamar possui diversas formas de pagamentos e financiamento para facilitar a sua compra, em até 48 vezes. A empresa fabrica piscinas com excelência de qualidade e atendimento, são vários modelos e produtos diferenciados. Quer construir sua calçada? Descubra a praticidade do paver, aplicado diretamente no solo, com areia ou pó de brita, sem necessidade de uso de cimento ou argamassa. Aqui, adequado às normas técnicas, fabricado com a prensagem recomendada.
Restaurante do Alemão
Não é novidade para ninguém de Itapoá! Mas o Restaurante do Alemão é um dos mais tradicionais restaurantes da cidade, sendo referência em gastronomia. O sistema é buffet, e você pode escolher entre carne bovina, peixe ou frango que vai direto na mesa. Variedade todo dia nos pratos quentes, nas saladas e sobremesa.
GB Financeira
Precisou de dinheiro? Procure a GB Financeira. Segundo a empresária Janete, são várias opções de serviços para aposentados, pensionistas, militares, assalariados e funcionários públicos. Financiamento, empréstimo e desconto em cheques são algumas das opções. A GB fica na Av. do Príncipe, 1184, em frente a Agropecuária Spezim.
O gramde (BUM) do momento são as especulações imobiliárias, corretores iniciantes, documentações controversas, certidões, averbações... ou seja uma enorme lista de documentos exigidos para um registro do imóvel que podem transforma um sonho em pesadelo quando feito por pessoas inexperientes.
Este mês deu inicio em Itapoa as atividades da Office, o mais esperado escritório de despacho documental, recebido com louvor entre as imobiliárias, corretores, e proprietários de imóveis. Nossa coluna hoje vai tirar algumas dúvidas sobre os serviços prestados pela Office, que podem fazer com que sua compra, venda ou até a locação de imóvel, possa ser feita de forma tranqüila e correta. Angelica Gonçalves e Claudia Adriana Palmas somaram a experiência cartorária com gerenciamento de processos, firmando então a Office. São inúmeras duvidas tanto de quem compra quanto daqueles que vendem.
venda, e acompanhar o cliente até um cartório, se necessário. Inventário, muitas pessoas ainda temem quando falam em inventariar um imóvel, vocês podem auxiliar este processo? Sim, todos os processos que envolverem um imóvel, seja ele com construção edificada ou não, fazemos a documentação, é importante dizer que se, o leitor dessa coluna tenha quaisquer duvida sobre seu imóvel, até sobre usucapião, que procurem nosso escritório, para que possamos orientá-lo e se caso for, indicar um bom profissional de direito. Fazemos todo o processo de inventário, e entregamos registrado.
Claudia Adriana Palmas e Angelica Gonçalves
Angélica, hoje podemos dizer que a Office estava sendo esperada por compradores, vendedores e imobiliárias da cidade e região, Falando em apoio aos corretores quais serviços a Office pode prestar para auxiliar esse profissional? Bom Alexandre, o corretor tem que focar seu tempo em vendas, quanto mais ele vender mais receberá por isso, e agilizar a documentação de um imóvel pode demorar dias, pois nosso estado exige que tudo esteja claro. Supomos que um corretor demore 3, 4 ou 7 dias para viabilizar uma documentação ele pode deixar de atender seus clientes, deixando de vender. Então fazemos todo o processo, no ato da transação ele já nos encaminha os documentos básicos e nós entregamos o imóvel registrado, com a garantia de documentos genuínos. Com proprietário? A Office pode auxiliar? Sim claro, temos na cidade proprietários que compraram seus imóveis de terceiros e tem somente a escritura, lembrando que a posse de uma escritura não lhe diz que é o proprietário do imóvel, e sim, a partir do momento que o registro for executado, tanto de posse, usucapião, ou mesmo compra e venda por simples documento de contrato. Quer tirar duvidas pode trazer os documentos pra gente, vamos analisar minuciosamente. E quanto à documentos falsos? É possível detectá-los? Sim sem dúvidas! Quando tratamos de seres humanos podemos esperar todo tipo de obras de criatividade criminosa, porém todos os documentos que chegam para Office são feitas as comparações on-line com os cartórios de todo o Brasil, ligamos evse for necessário vamos até a cidade onde
o documento foi expedido, ou seja, quem faz uma transação utilizando a Office pode ficar tranqüila, pois se um processo foi finalizado pela gente, é porque esta tudo correto. A Office veio pra tirar os serviços das imobiliárias ou corretores? A Office é pioneira em despacho documental e imobiliário em Itapoá, e veio apenas para auxiliar, facilitar e agregar valores a todos (corretores, imobiliárias, escritórios, etc..) tanto a imobiliária quanto o corretor, vendedor... seja quem for a parte de uma compra ou venda e tiver a preocupação em executar um processo transparente para seu cliente vem até a gente, aquele preocupado em fazer tudo de forma correta, vem com o cliente até nossos escritório fazendo os documentos de forma que a imagem de sua imobiliária seja preservada. Agora, quem quer fazer de forma errada, tentando pular segmentos documentais vai passar longe ou até mesmo podendo criticar, mas é assim! Estamos para fazer o correto, e agradar aqueles que querem fazer uma boa venda, uma boa compra. Não queremos, de forma alguma, quebrar o vínculo de um corretor com o seu cliente, queremos apenas executar o nosso serviço contratado pelo cliente direto ou pelo corretor. Tenho um imóvel, quero fazer a locação mensal, uma venda, vocês fazem quais documentos? Ótima pergunta, algumas pessoas copiam da internet contratos, procurações, recibos e outros, contratos, devem ser feitos por profissionais, copiar e colar um contrato da internet pode ser perigoso, pois existem cláusulas pré-estabelecidas, nosso escritório esta capacitado para executar contrato sério, procurações, recibos de compra e
Quanto aos cartórios? Os cartórios são órgãos extremamente corretos isso é muito bom, seguimos o mesmo perfil, somos parceiros pois trabalhamos de forma transparente, jamais vamos ter em mãos um documento duvidoso ou algum processo que não ande em nível com o regime cartorário, não só de nosso município ou estado, mas também a nível nacional. Otimo então posso dizer aos meus leitores que eles podem exigir do corretor, das imobiliárias, que os tramites documentários das transações que estão executando podem ser feitas com o apoio de vocês? Não digo de forma alguma que as imobiliárias e corretores não estão aptos a executarem os processos, sejam quais forem, sim todos estão e podem fazer de forma correta, mas que nossos serviços seja um apoio, que eles executem a venda e tirem de suas costas todo o processo burocrático, que eles possam fazer uma boa venda e finalizar essa venda, com a gratidão dos seus clientes, agora um leigo ou não, pode solicitar que façamos parte do seu processo de compra ou venda. Basta ele dizer ao corretor que tem o desejo de ter o suporte da Office, creio o corretor tendo a visão séria de seu cleinte vai apoiar a decisão e encaminhá-lo ao nosso escritório. Angelica e Claudia, caso um leitor tenha alguma dúvida ele pode entrar em contato com vocês? Ele pode tirar essa duvida por telefone? Sim ele pode ligar (47) 3443-0742, ou mesmo fazer uma visita ao nosso escritório em Itapoá, na avenida Zilda Arns Neumann numero 1198, sala 02. Ou pelo E-mail: contato@officedespachante. com.br. Site: www.officedespachante.com.br Vamos sanar todas as duvidas e fazer que tudo fique de forma transparente aos nossos clientes.