Problemas de Ordeamento e Ocupação Antrópica de Vila Franca de Xira

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Bacias Hidrográficas de Vila Franca de Xira Filipe Sousa, nº 7; Hugo Reis, nº 9; João Firmino, nº 12 ● 11º A As bacias hidrográficas são territórios e um conjunto de cursos de água que fazem a drenagem das águas pluviais para um curso de água principal.

A

Na cidade de Vila Franca de Xira, as águas da chuva são drenadas para as ribeiras do Bairro da Mata, Santa Sofia, Povos e Águas Férreas. Estas linhas de água são consideradas afluentes do rio Tejo e em certas zonas da cidade encontram-se encanadas.

B

C D

Imagem das bacias hidrográficas das ribeiras da cidade de Vila Franca de Xira (Bairro da Mata - A, Santa Sofia - B, Povos - C e Águas Férreas - D).

Imagem da ribeira do Bairro da Mata, fotografada no dia 28/01/2017.

Imagem da ribeira de Povos, fotografada no dia 28/01/2017.

Imagem da ribeira das Águas Férreas de Povos, fotografada no dia 28/01/2017.

Imagem da ribeira de Santa Sofia, fotografada no dia 28/01/2017.


Bacias Hidrográficas de Vila Franca de Xira João Fonseca, nº 14; João Pereira, nº 15; Mariana Cordeiro, nº 20; Mariana Veiga, nº 21; Paulo Silva, nº 22 ● 11º A Uma bacia hidrográfica é uma área delimitada por uma cumieira, que drena todas as águas pluviais para uma linha ou conjunto de linhas de água que as conduzem para um curso principal.

Fig. 1 – As bacias hidrográficas de Vila Franca de Xira: A - Bacia da Ribeira da Mata; B - Bacia da Ribeira de Sta. Sofia; C - Bacia da Ribeira de Povos; D - Ribeira das Águas Férreas.

Fig. 2 – Ribeira Das Águas Férreas

A Ribeira das Águas Férreas tem ±4 km e a sua bacia ±2,9km2. Nasce no vale das Águas Férreas, local do Hospital de Vila Franca, e desagua no Tejo.

Fig. 4 – Ribeira da Mata

A Ribeira do Bairro da mata tem 5km de comprimento e a sua bacia 6,6 km2. Só é encanada antes da autoestrada, e corre num canal uma grande parte do seu curso.

Fig.3 – Ribeira de Sta. Sofia

A Ribeira de Sta. Sofia tem 3,5 km de comprimento e a sua bacia 4,7km2. Nasce no Farrobo e desagua no cais do Tejo, correndo no subsolo do centro da cidade.

Fig. 5 – Ribeira de povos

A Ribeira de Povos tem ±3,7 km de comprimento e a sua bacia ±3,6 km2. É apenas encanada quando chega à autoestrada e desagua no Tejo.


Bacias hidrográficas da cidade de Vila Franca de Xira Ana Rita Peixeiro, nº2; Bruna Costa, nº4; João Valério, nº11; Luís Duarte, nº12 ● 11ºB Uma bacia hidrográfica corresponde à área de drenagem que delimita uma rede hidrográfica. No caso da cidade de Vila Franca de Xira, podem identificar-se quatro bacias hidrográficas de ribeiras afluentes do rio Tejo: a Bacia da Ribeira da Mata, a Bacia de Santa Sofia, a Bacia da Ribeira de Povos e a Bacia da Ribeira das Águas Férreas Da esquerda para a direita: Bacia da Ribeira da Mata, Bacia de Santa Sofia, Bacia da Ribeira de Povos e Bacia da Ribeira das Águas Férreas.


Bacias hidrográficas da cidade de Vila Franca de Xira Maria Beatriz Câncio, nº13; Maria Lopes, nº14; Nair Fraga, nº16; Nuno Mimoso, nº 17; Tomás Torrão, nº 23 ● 11ºB Uma bacia hidrográfica é a área de drenagem das redes hidrográficas- conjunto do rio/ribeira e seus afluentes - de uma zona. Em Vila Franca de Xira, existem as bacias da ribeira de Santa Sofia, da Mata, de Povos e das Águas Férreas, que desaguam no rio Tejo.

Bacia hidrográfica da ribeira da Mata Bacia hidrográfica da ribeira de Santa Sofia Bacia hidrográfica da ribeira de Povos Bacia hidrográfica da ribeira das Águas Férreas

Ribeira de Povos - ribeira no seu curso, passando por baixo da autoestrada.

Ribeira da Mata – ribeira a passar pelo canal no bairro cujo o nome teve origem a partir da mesma ribeira (Bairro da Mata).

Ribeira das Águas Férreas – ribeira a passar por baixo do Hospital de Vila Franca de Xira em direção à rotunda.

Ribeira de Santa Sofia – ribeira atravessando gabiões cobertos de vegetação.


Leito de cheia do Rio Tejo em Vila Franca de Xira Beatriz Castro, nº 4; Catarina Tarracha, nº 6 ; Helena Ferreira, nº 8; ● 11º A Leito de Cheia Podemos entender por leito de cheia todo o espaço que é inundável, quando o nível das águas ultrapassa os limites do leito ordinário.

Em Vila Franca de Xira Segundo o Plano Diretor Municipal de Vila Franca de Xira as Zonas Inundáveis ou ameaçadas pelas cheias correspondem às áreas contíguas à margem dos cursos de água, que se estendem até à linha alcançada pela cheia com período de retorno de cem anos, ou pela maior cheia conhecida no caso de não existirem dados que permitam identificar a anterior.

Figura 1- Paisagem do rio Tejo

Considerando o espaço estudado, desde a Fábrica Italagro, Castanheira do Ribatejo, até ao Bairro do Paraíso, Vila Franca de Xira, segundo os mapas da Reserva Ecológica Nacional (REN) em caso de cheias, para além do alagamento de praticamente todo o terreno das Lezírias, as águas, na zona urbana podem atingir uma linha imaginária definida pelas ruas Alves Redol, Luís de Camões e pelo seguimento da estrada Nacional 10. Estruturas como o Jardim Municipal Constantino Palha, a Biblioteca Municipal e a Praça de Toiros seriam afetadas, tal como várias habitações e casas de comércio da localidade. Figura 2- Delimitação do leito de cheia, Google Earth

Figuras 3- Cheias de 2010, cais de Vila Franca de Xira

Figuras 4- Cheias de 2010, Rua Alm. Cândido dos Reis

Precauções As cheias estão ligadas tanto a fatores climáticos, como a fatores humanos. A fixação do homem nos leitos de cheia, torna os solos impermeáveis devido às construções de obras de engenharia e à destruição da cobertura vegetal, o que não permite que a água se infiltre fazendo com que ela escorra superficialmente, aumentando os riscos de inundação.

Para contrariar estes acontecimentos os leitos de cheia devem estar livres de construções. A população deve inteirar-se das cartas de ordenamento do território disponibilizadas pela Câmara Municipal e estar alerta para novos projetos que possam por em causa a segurança da comunidade.


Leito de Cheia do Rio Tejo em Vila Franca de Xira Inês Ventura nº 10; Inês Martinho nº 11; Margarida Dorotea nº 16; Micaela Franco nº 18 ● 11º A O Leito de Cheia O leito do rio é o espaço que as águas do rio ocupam. Em épocas de cheias, o rio aumenta o caudal e ocupa uma determinada área, em seu redor, denominada leito de cheia. As zonas próximas aos rios, desde cedo na história da Humanidade, são locais preferenciais para ocupação humana, apesar dos riscos que isso acarreta pela possível destruição de estruturas ou até mesmo mortes.

Fig. 1- Cais de Vila Franca de Xira em época de cheias

Prevenção 1 “Nova Vila Franca”

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A prevenção dessas catástrofes pode ser feita através da elaboração de planos como o ordenamento de território (PDM) e de emergência, de modo a evitar a construção de habitações e indústrias em zonas do leito de cheia e promover práticas de uso dos solos agrícolas e florestais adequadas. Devem ser tomadas medidas estruturais, como a construção de barragens e diques, para reduzir a probabilidade de cheias e/ou o seu impacto em determinados locais.

Fig. 2- Mapa com área de leito de cheia assinalada.

Ocorrências anteriores A 1 de março de 2010, a Proteção Civil tentou prevenir o concelho de Vila Franca de Xira, devido à possibilidade de ocorrência de inundações nas zonas baixas. Os períodos críticos eram às 14h e as 2h. Durante a tarde de sábado (27/2), o caudal do Tejo galgou as margens, provocando inundações, que levaram à evacuação da população em risco, apenas por precaução, alojadas temporariamente no quartel dos bombeiros da cidade, onde foram acompanhados pelos responsáveis da ação social. As situações mais graves na zona, que já surgiram, foram as águas terem atingido o Bairro dos Avieiros (em VFX) e a zona mais baixa de Alhandra, onde muitas casas foram inundadas.

Construções em leito de cheia

Fig. 3- Nova biblioteca e futura urbanização à beira-rio.

O projeto, aprovado, da Nova Vila Franca de Xira (número 1 no mapa), está projetado para uma área de leito de cheia a norte da cidade. Com cerca de 2000 fogos, esta construção pode trazer impactos negativos na qualidade da água do Tejo, acrescentando também os prováveis problemas de tráfego e mobilidade, que afetará a segurança e qualidade de vida da população de Vila Franca de Xira. Muitos outros edifícios também estão construídos nesta zona de risco tais como a biblioteca municipal, habitações e locais de comércio e lazer (fig.3).


Leito de Cheia do Rio Tejo em Vila Franca de Xira Daniel Gomes, nº 5; Diogo Silva, nº 7; Guilherme Dotti, nº 9; Pedro Crispim, nº18 ● 11ºB As cheias são fenómenos naturais extremos e temporários, resultantes do aumento do nível médio de água numa determinada área da bacia hidrográfica, podendo ser ocasionadas por chuvas intensas. Estes eventos levam à ocorrência de caudais elevados nos cursos fluviais, provocando o transbordo do leito ordinário e inundando os terrenos marginais. Às zonas inundáveis chamamos de leito de cheia.

Imagem do leito de cheia do Tejo junto à cidade de Vila Franca de Xira (a lilás). Os números indicam os locais onde ocorreram inundações , nas imagens a baixo.

Com o mau ordenamento do território, o Homem tem tendência a urbanizar junto aos leitos, aumentando os riscos de cheia, pois com a destruição da vegetação e impermeabilização, a água não se infiltra nos solos e é obrigada a escorrer superficialmente.

Local 1-Vila Franca de Xira, 27/2/2010

Local 2-Vila Franca de Xira, 27/2/2010

Local 3-Vila Franca de Xira, 2014

Apesar de todos os riscos, as cheias podem ter alguns benefícios como a fertilização dos solos e o equilíbrio entre a erosão costeira e a deposição de sedimentos. Local 4-Vila Franca de Xira, 27/2/2010


Vertentes instáveis da cidade de Vila Franca de Xira Afonso Henrique, nº1; Beatriz Azevedo, nº3; João Lourenço, nº13 ● 11ºA Vertentes instáveis É o nome que se dá a encostas cuja grande inclinação favorece o risco de deslizamentos de terra. Este risco é definido pelo quociente entre a força de resistência que o solo oferece e a componente tangencial do peso da encosta (que é paralela à encosta). Quanto maior o quociente, menor é o risco de movimentos de massa. Para aumentar a força de resistência recorre-se a obras de engenharia como gabiões, muralhas de betão com ancoragens (furos na encosta preenchidos com ferros longos e betão), enrocamentos (deposição de rochas soltas na encosta para travar movimentos de terra) com ou sem estacas de betão. Vertente muito inclinada

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Movimento de massa

1 Pedreira abandonada Gabiões do CAT Prédios com fendas, em risco de queda, inapropriados para habitação Obras de estabilização da encosta

Muralha de estabilização da vertente instável

1 Imagem de satélite da encosta sul do Monte Gordo

Gabiões que têm como função estabilizar a encosta do Bairro da Mata

Fendas causadas devido à pressão exercida pela vertente sobre os prédios.

Gabiões de estabilização do CAT e Infantário do ABEI Gabiões e enrocamentos, têm como função estabilizar e impedir que movimentos de massa afetem a circulação na estrada

Imagem de satélite da vertente do Bairro da Mata Vertente instável do Bairro da Mata ; Ancoragens ; Gabiões e enrocamentos

Muro de betão com ancoragens a suportar a A1


Vertentes instáveis da cidade de Vila Franca de Xira Margarida Soares, nº 17; Mariana Estanislau, nº 19; Rita Menino, nº 23; Sara Ferro, nº 24 ● 11ºA As zonas de vertente caracterizam-se pela inclinação acentuada de encostas, onde se verificam, frequentemente, movimentos de massa. Estes movimentos são provocados pela força da gravidade e variam na velocidade, podendo ser catastróficos ou impercetíveis. Vila Franca de Xira é exemplo de uma cidade com diversas construções em zonas de risco. Zonas Declivosas: Áreas com Risco de Erosão Áreas Excluídas da REN (zonas de risco que estão urbanizadas)

Encosta da Mata

Encosta do Monte Gordo

A

B

Áreas a excluir para satisfação de carências existentes em termos de habitação, atividades económicas, equipamentos e infraestruturas

Carta da Reserva Ecológica Nacional (REN) de zonas da cidade de Vila Franca de Xira: Monte Gordo (A) e Bairro da Mata (B).

O Monte Gordo é uma das principais vertentes em risco em Vila Franca de Xira. Em 2011 a situação agravou-se, tendo os movimentos da encosta junto à pedreira (2) colocado habitações em perigo (3). Nesta zona foi também construído o centro de acolhimento temporário e um infantário do ABEI, e para atenuar o risco de derrocada da encosta, foi erguida uma muralha de gabiões (1), blocos de pedras agrupados por uma malha de fios de aço.

2

C

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Encosta do Monte Gordo 1 - Gabiões; 2 - Antiga Pedreira; 3 - Prédios em risco de derrocada Encosta da Mata

A encosta do Bairro da Mata (C) sofreu um movimento de massa semelhante ao do Monte Gordo, deixando também habitações em risco. Para evitar futuras derrocadas foram tomadas medidas de prevenção com a estabilização das vertentes com muralhas de betão, gabiões e valas de drenagem de águas superficiais.

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Bairro da Mata, notando-se por detrás das habitações a vertente instável e as obras de consolidação

Consolidação de vertentes instáveis com muralha de estacas de betão unidas no topo com ancoragens, à beira da estrada no caminho para o Bairro da Mata (D).


Vertentes Instáveis na cidade de Vila Franca de Xira Alexandre Gouveia, nº 1; André Sebastião, nº 3; Gabriel Brás, nº 8; Humberto Reis nº 10 ● 11º B A grande inclinação de algumas encostas que circundam a cidade de Vila Franca de Xira pode tornar instáveis essas vertentes e aumentar o risco de derrocadas ou movimentos de massa devido à ação da força da gravidade conjugada com fatores como a chuva, o tipo de solos e a ocupação humana.

Reserva Ecológica Nacional

Zona Declivosas Áreas com risco de erosão

Como forma de prevenção destes riscos derivados da instabilidade das vertentes, constroem-se obras de estabilização como muros, gabiões, ancoragens, etç. Em Vila Franca de Xira veem-se várias destas técnicas para travar os deslizamento de terras. As fotos em baixo mostram algumas.

Fig. 2 Vertente instável de Monto Gordo

Áreas excluídas da REN Reserva Natural do Estuário do Tejo

Fig. 1 Mapa da Reserva Ecológica Nacional em V. F. Xira, mostrando a verde as vertentes em risco de erosão e a vermelho as zonas desanexadas à REN para urbanizações.

Fig. 3 Muralhas de betão (sem ancoragens)

Fig. 4 Gabiões

Fig. 6 Enrocamento

Fig. 5 Ancoragens em muros de betão


Vertentes Instáveis de Vila Franca de Xira Mariana Ferreira, nº15; Pedro Ulisses, nº19; Raquel Nobre, nº20; Susana Inácio, nº 22; Mihai Malai, nº 25 ● 11ºB As vertentes instáveis são zonas inclinadas de instabilidade geomorfológica, em que os materiais geológicos situados nas zonas superiores tendem a ser mobilizados para zonas inferiores por ação da gravidade.

Encosta do Monte Gordo

Encosta do Bom Retiro

Encosta do Bairro da Mata

Alguns dos fatores que influenciam o movimento das vertentes são: • Pluviosidade • Existência de obras de • Desflorestação consolidação que aumentem • Constituição do solo a força de resistência ao • Impermebiliação do solo deslizamento

Existem várias obras de intervenção para consolidar as vertentes…

Ancoragens no muro de betão na Escola Professor Reynaldo dos Santos a sustentar a encosta do Bom Retiro Gabiões na encosta do Monte Gordo a sustentar o CAT e o infantário do ABEI

Sem tais obras podem ocorrer deslizamento em massa ou de materiais soltos. Deslizamento de massas na encosta do Monte Gordo. Encosta do Bairro da Mata mostrando a falha aberta pelo deslizamento da encosta situada por cima do bairro.


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