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EDITORIAL

Um meio de divulgação Essencial Presidente Nelson Sabino de Freitas 1º Vice-presidente Carlos Veloso Salgado 2º Vice-presidente Ricardo Thomé Secretário Geral Sérgio José Martins 1ª Secretária Márcia Ayres 2ª Secretária Vera Lucia Vitelli Tanaka Tesoureiro Geral Fábio de Santana Lima Assessores da Presidência Clarindo Mitiyoshi Yao Euripedes Vedovato Gilberto Cortese Mário Luis Zuolo Diretor Depto. Científico Alexandre A. M. Cortese Assessores Depto. Científico Alexandre Tanganelli Ricci Carlos Veloso Salgado Márcia Ayres Diretor da EAP José Eduardo de Mello Júnior Diretor da Revista Daniel Kherlakian Diretor Depto. Informática Rodrigo Restaino Sarzedo Diretor Depto. Patrimônio Marcos Koiti Itinoche Depto. Social Simone Soares Petrone (Diretora) Claudia Maria de Freitas Juliana Melo Cortese Maria Ap. Melo Cortese Produção Editorial ICL Comunicação Editor Executivo Israel Correia de Lima Edição de Arte / Diagramação Guilherme Gonçalves Jr. / Deporde Design deporde@gmail.com / (11) 97621-9877 Revisão Maristela Santana Santos Carrasco Jornalista Responsável Israel Correia de Lima (Mtb 14.204) Edição de Site José Alves Vieira Jr. (Mtb 100.174) Depto. Comercial ICL Comunicação (11) 3477-4156 / Cel. (11) 99263-1935 israel.c.lima@ig.com.br Impressão Input Comunicação Visual Ltda.

Capa: Ilustração - Camilo Saraiva

Periodicidade Trimestral Tiragem: 6.000 exemplares APCD do Jardim Paulista Sede: Rua Guararapes, 720 - Brooklin São Paulo - SP - CEP 04561-000 (11) 5535-9532, 5096-0588 e 5049-3250 apcd@apcdjardimpaulista.com.br www.apcdjp.com.br Atenção: as opiniões expressas nas matérias publicadas na revista Essencial são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as opiniões da diretoria da APCD do Jardim Paulista. É proibida a reprodução ou cópia, sem prévia autorização.

Desde sua implantação, março/abril/2003, a revista Essencial tem sido uma âncora positiva no auxílio e divulgação das atividades científicas e sociais da nossa APCD-JP. Para quem vê de fora, este um fator pode parecer de fácil execução, mas quem acompanha de perto sabe das intensas e trabalhosas dificuldades encontradas no dia a dia. Parcerias são feitas e, a depender de seu desenvolvimento, são mantidas ou não; e a busca para o fechamento de uma edição nem sempre é fácil nas suas tratativas. E na execução da revista temos duas figuras incansáveis: a do diretor da publicação, dr. Daniel Kherlakian, com a colaboração do dr. Eurípedes Vedovato, desenvolvem um trabalho excelente, resultado de muitas reuniões e acertos até o total fechamento. Hoje, sob o comando do editor Israel Correia de Lima, que é de uma dedicação ímpar e de boa competência, passamos por um período tranquilo. Nossos agradecimentos e desejo de que continuem assim com entusiasmo e competência na confecção da revista. Quero registrar aqui meu agradecimento ao corpo de professores pelo empenho em atender a todos os meus pedidos feitos no Editorial anterior para que nossas ferramentas de ensino fossem usadas de forma integral. Vale mencionar também o contínuo sucesso das palestras realizadas em nossa APCD. A ministrada no dia 25 de março pelo dr. Carlos Eduardo Pitta De Luca e intitulada “Placa Vibratória: Um novo meio de tratamento para parafunções”, teve grande aceitação e um excelente público. No dia 22 de abril o dr. Alexandre Cortese abordou o tema “Alinhadores – Placas de acetato para pequenos movimentos ortodônticos”, e, no dia 10 de junho, o dr. Juvenal da Motta Neto falará sobre o tema “Considerações sobre insucessos em prótese total mucossuportada”. E vamos em frente! Dr. Nelson Sabino de Freitas Presidente da APCD do Jardim Paulista

S u m á rio 4 Ciência e Tecnologia Estudo da correlação entre a posição do disco da articulação temporomandibular avaliada através da técnica do relógio em exames de ressonâncias magnéticas com a posição da cabeça da mandíbula (Avaliada pelo método de Pullinger) 6 Calendário Científico EAP Jardim Paulista: cursos teórico, laboratorial e clínico 8 Destaque Professores no IDS 2015 em Colônia na Alemanha 10 Destaque Dr. Mário Zuolo: aula e hands on na Argentina e em Moscou 9º Encontro Internacional Endodontia de Campinas 10 Notas Gestão e empreendedorismo 12 Notas Palestra sobre Reabilitação Oral APCD-JP marca presença no 33º CIOSP Dr. Porto ministra palestra na APCD-JP Dr. Carlos Eduardo Pitta De Luca ministra palestra 14 Indicador Profissional Guia de especialidades odontológicas

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C i ê n cia e T ec n olo g ia

Prof. Dr. Carlos Eduardo Pitta De Luca

Estudo da correlação entre a posição do disco da articulação temporomandibular Avaliada através da técnica do relógio em exames de ressonâncias magnéticas com a posição da cabeça da mandíbula (Avaliada pelo método de Pullinger)

Alterações envolvendo a ATM e/ou os músculos da mastigação podem desencadear várias doenças que são agrupadas sob o termo de Dores Orofaciais (DOF) – anteriormente, DTM. As doenças compreendidas nas DOF são divididas em extra e intra-articulares, onde as extra-articulares são normalmente de origem muscular e as intra-articulares envolvem o deslocamento do disco articular, alteração da posição da cabeça da mandíbula, artralgia ou remodelamento articular. A dor é o sintoma mais frequente das DOF e pode acometer os músculos da mastigação, a ATM, estruturas associadas ou ambas. Além disso, os pacientes com DOF podem apresentar movimentos mandibulares limitados, incoordenados ou assimétricos e ruídos na ATM, como estalos e crepitações. Estima-se que aproximadamente um terço da população mundial sofra de dor crônica, cujo tratamento custa bilhões de dólares, anualmente, para os serviços de saúde, em perda de dias de trabalho, redução da produtividade e compensações por invalidez (Loeser et al., 2001). A RM é considerada o exame de referência para o diagnóstico não invasivo de deslocamento de disco da ATM, mas também permite avaliar o posicionamento da cabeça da mandíbula em relação à fossa mandibular. Uma associação entre deslocamento de disco, mudanças na forma da fossa mandibular e uma posição mais posterior da cabeça da mandíbula foi demonstrada por Pullinger et al., em 2002. Outros estudos também revelam que em pacientes com DOF, a posição posterior da cabeça da mandíbula tem relação com o deslocamento anterior do disco (Incesu et al., 2004) e que o desarranjo intra-articular pode ser consequência de mudanças na posição da cabeça da mandíbula (Di Paolo et al., 2006). Alterações anatômicas importantes em estruturas como o disco articular e a cabeça da mandíbula podem levar à mudança de relacionamento espacial entre as mesmas, porém não é claro que isto seja uma variação anatômica ou um fator predisponente para DOF. A correlação entre posição da cabeça da mandíbula dentro da fossa mandibular, posição do disco articular e sintomatologia de pacientes diagnosticados com DOF não foi bem elucidada pela literatura. Os sinais e sintomas tais como estalo, deflexão, desvio, limitações e dores a palpação podem definir o planejamento do tratamento das DOFs (Okeson, 1998). O significado da posição da cabeça da mandíbula e sua correlação com a sintomatologia de pacientes diagnosticados com DOF é polêmico. Alguns autores acreditam que há uma posição ideal da cabeça da mandíbula e postularam que a mesma deveria ser conduzida para essa posição numa tentativa de aliviar os sintomas em pacientes com dor orofacial e desarranjo interno das ATMs (Sakuda, Tanne et al. 1992; Ren et al., 1995). Segundo Weinberg (1979) a posição normal da cabeça da mandíbula seria a concêntrica, mas há poucos esclarecimentos acerca da relação entre cabeça da mandíbula e fossa mandibular. (Ren, 1995). Embora a posição concêntrica na fossa mandibular seja mais frequente em indivíduos assintomáticos, uma grande variabilidade é observada (Pullinger,1985), e Ren e colaboradores (1995) acreditam que o diagnóstico de DOF não pode ser baseado nesses achados. A ressonância magnética (RM) é um exame da área de diagnóstico por imagem capaz de produzir imagens seccionadas do corpo humano em qualquer plano, sem expor o paciente à radiação ionizante. A RM permite visualizar a anatomia da ATM e estruturas associadas, a posição do disco articular e as alterações da cabeça da mandíbula advindas de processos degenerativos. (Haley et al., 2001; Larheim, 2005). Procurou-se, neste estudo, comparar a posição do disco articular, avaliado por meio da técnica do relógio e da posição da cabeça da mandíbula pelo método de Pullinger, avaliar a concordância entre três avaliadores previamente calibrados e correlacionar os resultados obtidos pelos critérios de avaliação de posicionamento do disco articular com o sinal clínico de estalo de pacientes diagnosticados previamente com DOF, a presença de dor na palpação e a amplitude da abertura de boca. Para tanto, foram avaliados prontuários da Clínica de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial da Fundação para Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia (Fundecto). A execução do presente projeto foi autorizada pela Fundecto e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (CEP-FOUSP) Foram avaliados prontuários do período de 10/1997 a 05/2012. A amostra de estudo foi composta por sessenta pacientes, dos quais foram coletadas informações sobre suas

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duas articulações (direita e esquerda). Como os métodos de classificação das posições do disco dependem apenas das informações das articulações (ATMs) em si e, portanto, independem se elas pertencem ao mesmo indivíduo, obteve-se uma amostra de cento e vinte articulações independentes entre si. Então, essas articulações tiveram as posições de seus discos mensuradas pelos três avaliadores: A, B e C. A ausculta da ATM (avaliação da presença de estalo) foi realizada com auxílio de estetoscópio infantil. Foi considerado estalo, o ruído seco, forte e bem definido, que ocorreu em algum ponto do trajeto mandibular, em abertura ou fechamento, de acordo com os critérios propostos pelo RDC/TMD (Dworkin e LeResche, 1992). O som poderia estar presente (1) ou ausente (2). A palpação muscular e articular foi realizada bilateralmente com a polpa digital do avaliador, utilizando-se uma pressão média de 2 (dois) N, de acordo com os critérios propostos pelo RDC/TMD (Dworkin e LeResche, 1992). Os movimentos mandibulares medidos foram: abertura de boca, ativa e passiva (Hesse et al., 1996), lateralidade e protrusão. IMAGEM POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Foram avaliadas RMs realizadas no mesmo laboratório (Laboratório de análises clínica Fleury Medicina e Saúde). Todas as imagens foram digitalizadas através do Scanner Scanion A3 ION® e submetidas ao Adobe Photoshop® CS – versão 8.0.1 para avaliação das variáveis. As articulações foram visualizadas no plano sagital, em T1, nas posições de boca fechada e boca aberta, por três examinadores calibrados, para verificar a presença de redução do disco. O posicionamento do disco foi avaliado através da técnica das 12 horas, introduzida por Drace e Enzmann. (1990), pelos mesmos três avaliadores que determinaram o corte central dentre todos os cortes sagitais (T1) em boca fechada, e classificaram da seguinte forma: a posição do disco foi considerada normal quando a banda posterior do mesmo estava localizada na posição entre 11 e 12 horas em relação à cabeça da mandíbula (zero-0). Discos em posições diferentes desta foram considerados deslocados. O deslocamento dos discos foram subdivididos em 3 situações diferentes: 1 - início do deslocamento (posição entre 11-10 hs); 2 - deslocamento médio (de 10 < 9 hs); 3 - deslocamento avançado (entre 9 e 8 hs) (Figura 1).

Figura 1: Disco articular em posição (A) e Disco articular Deslocado – 1, 2 e 3 (B)

A posição da cabeça da mandíbula foi classificada em: 1 - posterior; 2 - anterior; e 3 - concêntrica. Cada ATM recebeu uma classificação. METODOLOGIA ESTATÍSTICA A análise descritiva dos dados foi feita através de medidas resumo, tais como, frequência e porcentagem para as variáveis categóricas e, média, desvio padrão, erro padrão, mediana, intervalo interquartil, mínimo e máximo, para as variáveis quantitativas (Bussab; Morettin, 2002). Para medir os níveis de concordância da posição do disco obtida pelos três avaliadores, foi usado o coeficiente de correlação intraclasse (ICC). Valores de ICC abaixo de 0,40 foram considerados como “pobre”, entre 0,40 e 0,80 como “moderada para boa”, e acima de 0,80 como “excelente”.


A correlação entre a dor muscular e a abertura, tanto passiva quanto ativa, foi medida através do coeficiente de correlação de Spearman (Siegel; Castellan, 1988). Neste caso trabalhou-se com a escala ordinal de dor geral (soma da dor nos lados direito e esquerdo) e as aberturas ativa e passiva em milímetros. Na Analise de Variância (ANOVA) não paramétrica para medidas repetidas (Brunner; Langer, 2000), conseguiu-se incluir as informações acerca da posição do disco mensurado pelos três avaliadores conjuntamente e verificar quais os fatores estão associados as posições do disco. Por fim, foram realizados dois testes de associação entre as posições do disco de cada avaliador separadamente. Nesta análise considerou-se a posição do disco em quatro categorias. Então, para verificar a associação entre a posição do disco e a posição da mandíbula (Pullinger), foi feito uso de testes de associação de Fisher (teste exato de Fisher bicaudal) (Agresti, 2002)e, a associação com a idade (anos completos), foi feita através do teste não paramétrico de Kruskal-Wallis (ANOVA não paramétrica) (Siegel; Castellan, 1988)]. Os níveis de concordância entre os métodos e entre os avaliadores foram medidos através do método Kappa (Fleiss, 1981; Siegel; Castellan 1988). Para facilitar a interpretação do coeficiente, temos a seguinte tabela de classificação (Quadro 1).

Valores do Kappa <0 0-0.19 0.20-0.39 0.40-0.59 0.60-0.79 0.80-1.00

Interpretação Sem concordância Concordância pobre Concordância Razoável Concordância Moderada Concordância Substancial Concordância Quase Perfeita

Quadro 1: Medida da concordância entre observadores para dados categóricos

Para verificar qual o grau de concordância entre os avaliadores com relação à proporção de imagens classificadas como deslocadas, foi calculado o ICC considerando-se os três avaliadores conjuntamente e, posteriormente, os ICCs entre os avaliadores dois a dois. Para as frequências e proporções de discos deslocados para o grupo de ATMs que estalaram ou não, assim como para as frequências e proporções de cada categoria de abertura, o teste utilizado para verificar associações entre as três variáveis foi o teste exato de Fisher bicaudal e o nível de significância adotado foi de 0,05. DISCUSSÃO Do total de pacientes examinados, 70% (42/60) eram do sexo feminino e 30% (18/60) pertencem ao sexo masculino. Um estudo epidemiológico na população brasileira revelou que pelo menos um sintoma de DOF foi relatado por 39,2% dos participantes. Dor na ATM foi o segundo sintoma mais comum relatado e a prevalência foi significativamente maior em mulheres, se comparada aos homens (Gonçalves et al., 2010). Uma análise epidemiológica recente avaliou uma amostra de 2375 pacientes diagnosticados com DOF e observou uma prevalência de 79,5% (1888/2375) de mulheres (Di Paolo et al., 2013). Além de uma maior prevalência do sexo feminino com relação à DOF, a gravidade da disfunção também foi estudada e alguns autores afirmaram que sinais e sintomas parecem ser mais graves nas mulheres do que nos homens (Carlsson, 1999; De Oliveira et al., 2006). No que concerne à distribuição de pacientes com DOF quanto à faixa etária, estudos revelam que a maior parte dos sintomas de DOF é relatada pela população de 20 a 40 anos (Von Korff et al.,1988; Dworkin et al.,1990; De Kanter et al., 1993; Manfredini et al., 2006). Utilizaram-se os testes de Fisher e Kruskall-Wallis respectivamente para associar a posição do disco de cada avaliador com a posição da cabeça da mandíbula e com a idade dos pacientes. Essas medidas não foram estatisticamente significativas para nenhum dos avaliadores (p-valor>0.05). Adultos jovens e pessoas de meia idade são mais atingidos, numa faixa etária de aproximadamente 20 a 50 anos. (Carlsson,1999; Macfarlane et al., 2002; Gonçalves et al., 2010). Crianças e adolescentes também apresentam sinais e sintomas da DTM, embora a prevalência seja menor do que nos adultos. (Verdonck et al., 1994; Suvinen et al., 2004; Howard, 2013). A alta prevalência no sexo feminino associada a uma maior gravidade dos sintomas relacionada com a idade do paciente (média de 20-40 anos de idade); sugere uma possível ligação entre a sua patogênese e o eixo hormonal feminino (Warren e Fried, 2001). Foi aferido o grau de associação entre a dor muscular e a abertura bucal (passiva e ativa) utilizando-se a correlação de Spearman entre as medidas quantitativas;

encontrou-se, então, uma correlação linear negativa fraca (-0.33 e -0.39), porém não nula (p-valor < 0,05) entre a dor muscular e as aberturas passiva e ativa, significando que quanto maior a dor menor é o grau de abertura. A amplitude normal da abertura da boca, quando medida desde a incisal dos anteriores superiores, até a incisal de seus antagonistas, é de 53 a 58 mm (Agerberg; Carlsson,1975).É considerada abertura de boca restrita qualquer distância menor que 40 mm, mas sempre se deve considerar a idade do paciente e o tamanho corporal do mesmo. Qualquer movimento lateral menor que 8 mm é considerado movimento restrito. O movimento de protrusão é avaliado com o mesmo valor de referência da lateralidade (Okeson,1998). O estudo em questão se propôs a identificar também, correlações existentes entre a posição dos discos articulares e alguns fatores, tais como, dor muscular, abertura e posição da cabeça da mandíbula pelo método Pullinger. Este trabalho sugere que a RM é um exame mais adequado para avaliação das DOFs que os de Rx, pois mostra verdadeira posição do disco, enquanto que as tomografias mostram a posição da cabeça da mandíbula, que nem sempre está associada à verdadeira posição do disco ou com a presença de estalos, conforme verificamos. Esta afirmação corrobora com a classificação da RM como sendo o padrão ouro entre os exames de imagem utilizados como auxiliares na obtenção do diagnóstico das DOFs. A concordância entre os avaliadores quanto ao diagnóstico da posição do disco articular por meio da RM também reforça a validade do exame. Existiu uma correlação linear negativa fraca entre a dor muscular e as aberturas passivas e ativas da mandíbula, mas nenhum dos outros fatores testados foi estatisticamente associado com a classificação que os avaliadores deram para a posição do disco. O objetivo inicial deste trabalho foi o de tentar evidenciar uma correlação entre a posição do disco articular da ATM e a posição da cabeça da mandíbula; observou-se que a hipótese deque quando o disco se encontrasse deslocado, a cabeça da mandíbula se encontraria em uma posição mais distal e superior dentro da cavidade mandibular, em razão do volume ocupado pelo disco na porção mais anterior da cavidade mandibular “empurrar” a cabeça da mandíbula para uma posição mais distal, bem como pelo fato de que, com a presença de tecido retrodiscal na posição de 11/12 horas, em lugar do disco, por estar este deslocado, e, por ser o tecido retrodiscal menos volumoso que o disco, não correspondia à realidade. Esta relação poderia ocorrer quando o disco em fase inicial de deslocamento (entre 11 e 10 hs), interporia a sua banda posterior que é mais espessa, o que resultaria num posicionamento mais posterior da cabeça da mandíbula do que quando o disco estivesse totalmente deslocado, a frente das 9 horas. A falta de correlação entre posição do disco articular e a cabeça da mandíbula, poderia se dar por ter o disco sofrido remodelações antes mesmo do deslocamento ocorrer, o que o tornaria menos espesso, fazendo com que a cabeça da mandíbula se posicionasse menos para distal que o esperado (Bolzan, 2002). Outro fator que poderia ter colaborado para os resultados obtidos, seria o fato de que neste estudo, não foi considerada a forma do disco. A tração exercida pelo músculo pterigoideo lateral poderia colaborar com um posicionamento mais anterior da cabeça da mandíbula e justificar a não existência da correlação entre a posição do disco e da cabeça da mandíbula. Um estudo revelou que a cabeça da mandíbula, em pacientes com DOF, ocupava a posição concêntrica em aproximadamente 75% dos indivíduos sintomáticos e assintomáticos, e que somente a segunda posição mais comum, era a em que a cabeça da mandíbula se encontrava mais para posterior (Vasconcelos Filho et al., 2007). Assim a posição da cabeça da mandíbula poderia não indicar uma condição patológica e talvez fosse somente uma variação anatômica. Os resultados desse estudo permitem, portanto concluir que não houve correlação entre a posição do disco articular e a cabeça da mandíbula,houve concordância entre os avaliadores e quenão houve correlação entre o posicionamento do disco articular com o sinal clínico de estalo, a presença de dor na palpação e a amplitude da abertura de boca. Logo nos parece lógico sugerir que os exames de imagem com uso de Rx (como a tomografia) não proporcionam um diagnóstico seguro para avaliação da existência ou não de disco deslocado. Referência Bibliográfica Bolzan MC. Estudo da Correlação entre sinais clínicos e achados imaginológicos na Ressonância Magnética da Articulação Temporomandibular.[tese] São Paulo: Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, 2002. Tese de doutorado: Estudo da correlação entre a posição do disco da articulação temporomandibular, avaliada através da técnica do relógio em exames de ressonâncias magnéticas com a posição da cabeça da mandíbula. (avaliada pelo método de Pullinger). autor: Prof .Dr. Carlos Eduardo Pitta De Luca.

Prof. Dr. Carlos Eduardo Pitta De Luca – Doutor em Diagnóstico Bucal pela FOUSP ; prof. do curso de Dor Orofacial da Fundecto USP. Prof. Dr. Marcelo Costa Bolzan – Dr. em Ciências da Saúde pela UNIFESP; coord. do curso de Dor Orofacial da Fundecto USP. Profa. Rosane Tronchin Gallo – Mestranda em Diagnóstico Bucal pela FOUSP; profa. do curso de Dor Orofacial da Fundecto USP. Dra. Jessica Elen da Silva Costa – Mestre em Diagnóstico Bucal pela FOUSP. Dr. Alex Barbosa Nunes - Mestre em Diagnóstico Bucal pela FOUSP. Profa. Dra. Andrea Lusvarghi Witzel – profa. livre docente da disciplina de Estomatologia Clínica da FOUSP.

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C ale n d á rio C ie n t í f ico Informações e inscrições pelos telefones: (11) 5535-9532 / 5049-3250 / 5096-0588 ou pelo e-mail: secretaria@apcdjardimpaulista.com.br Dr. Alexandre Melo Cortese Diretor Depto. Científico

EAP Jardim Paulista

sede - guararapes - Rua Guararapes, 720 - Brooklin (Estacionamento conveniado na Rua Califórnia, 590)

Cursos teóricos-demonstrativos (coffee-break incluso)

Cursos Regulares de Especialização

Especialização em Radiologia e Imaginologia Odontológica

n Coordenador Prof. Dr. Israel Chilvarquer n Ministradores Jorge Elie Hayek, Michel Eli Lipiec Ximenez e Márcia Provenzano. n Diferenciais do curso Utilização de aparelhos de última geração: aparelho panorâmico digital, Tomógrafo Computadorizado Volumétrico; softwares para manipulação de imagens, traçados cefalométricos; simulação de instalação de implantes (RadioCef, Slice Guide e Dental Slice) e interpretação de radiografias e tomografias.

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De acordo com as normas do Conselho Federal de Odontologia

Curso de Especialização em Ortodontia - 10ª turma Teórico / Prático / Clínico

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n Duração 36 meses n Periodicidade Mensal - 2ª, 3ª e 4ª feira (Manhã)

n Investimento 36x 1.500,00 n Vagas 12


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Pr ó tese D e n t á ria da A P C D - J P e m D esta q u e

Professores no IDS 2015 em Colônia na Alemanha Aconteceu em Colônia, Alemanha, entre os dias 11 e 14 de março de 2015 o International Dental Show. Os professores Eurípedes Vedovato, Sérgio Yasuda e o assistente Thiago Vedovato do curso de Especialização em Prótese Dentária da

Dr. Thiago Vedovato, Dra. Caroline Parducci, Prof. Dr. Emilio Carlos Zanatta, Dr. Eurípedes Vedovato e Dr. Sérgio Yasuda no estande da Bausch

Professores Yasuda e Vedovato ladeiam a TPD Angélica Campos Pires na Koelnmesse, local que recebeu o IDS 2015

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APCD Jardim Paulista, visitaram a maior feira mundial da Odontologia, lá conheceram novidades e tendências para todas as áreas de atuação clínica e laboratorial.


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e n dodo n tia D A A P C D - J P E M D E S T A QU E

Dr. Mário Zuolo: aula e hands on na Argentina e em Moscou No dia 18 de março, o professor do curso de Especialização em Endodontia da APCD Jardim Paulista, dr. Mário Zuolo, ministrou aula para alunos do 5º e 6º períodos em Odontologia na Universidade Federal de La Plata, e nos dias 19 e 20 de março, ministrou hands on junto com a dra. Cristina Carvalho, para dez especialistas

Dra. Cristina Carvalho na Sociedad Odontológica de La Plata

argentinos na Sociedade de Odontologia de La Plata Nos dias 26 e 27 do mesmo mês, em Moscou (Rússia), durante a realização do V Encontro Internacional promovido pela Sociedade Russa de Endodontia, ele ministrou aula e hands on. Ambas as apresentações foram bastante concorridas!

Dr. Mário Zuolo em Moscou

9º Encontro Internacional Endodontia de Campinas De 19 a 21 de março de 2015 foi realizado o 9º Encontro Internacional da Equipe de Endodontia de Campinas (SP), na Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic e contou com a presença de 320 congressistas.

O evento contou com a presença de 320 congressistas

O coordenador do curso de especialização em Endodontia da APCD Jardim Paulista, dr. José Eduardo de Mello Jr., participou como palestrante com o tema: Remoção de obstruções metálicas do interior de canais radiculares: limas, cones de prata e brocas.

Dr. José Eduardo de Mello Jr., faz apresentação da palestra

Notas

Gestão e empreendedorismo No dia 25 de fevereiro de 2015 aconteceu na sede da APCD-JP, palestra sobre “Liderança, gestão de pessoas e empreendedorismo”, com um capítulo especial para cirurgiões-dentistas, ministrados pelos professores italianos Anna Marras e Paolo Ruggeri. O encontro teve como coordenador e tradutor Fabio Costa, business consultant-headhunter, da empresa Lavoropiù do Brasil RH. Na ocasião, teve sessão de autógrafos do livro “Os novos líderes”, do autor Paulo Ruggeri. Após foi oferecido coffee-break aos presentes. 10

Dr. Thiago Vedovato faz a apresentação dos ministradores e convidados


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Notas

Palestra sobre Reabilitação Oral No dia 20 de janeiro de 2015 aconteceu na sede da APCD-JP a palestra do professor, dr. Laerte Shenkel sobre “Reabilitação oral em várias situações”. O encontro contou com a presença do presidente da APCD-JP, dr. Nelson Sabino de Freitas e alunos do curso de especialização em Implantodontia, coordenado pelo professor Clarindo Mitiyoshi Yao. Professores e diretoria recepcionam o convidado professor Laerte Shenkel

APCD-JP marca presença no 33º CIOSP Entre 22 e 25 de janeiro de 2015, aconteceu o 33º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, no Expo Center Norte. O evento contou com a participação da diretoria, professores e de empresas parceiras da APCD Jardim Paulista.

Dra. Simone Petrone e dr. Flávio Lima, respectivamente Depto. Social e Tesoureiro da APCD-JP

Drs. Norberto Francisco Lubiana, José Ribamar de Azevedo e Israel Chilvarquer

Dr. Porto ministra palestra na APCD-JP

Drs. Eurípedes Vedovato, Rodrigo Sarzedo, Roberto Porto e Nelson Sabino

No dia 4 de março de 2015, das 19h30 às 21h30, na sede da APCD Jardim Paulista, o dr. Roberto Porto Santos, cirurgião-dentista, pós graduado em cirurgia e em consultoria e gestão de empresas, diretor do Grupo Porto Odontologia, professor titular de gestão na Unip SP, Sorocaba e Campinas, apresentou palestra gratuita com o tema “Gestão aplicada... A diferença que faltava no consultório”. O dr. Rodrigo Sarzedo, membro da diretoria da APCD-JP, fez a apresentação do ministrador. Ao final, foi servido um coffee break patrocinado pela APCD Jardim Paulista e Dental Amefre.

Dr. Carlos Eduardo Pitta De Luca ministra palestra No dia 25 de março de 2015, das 20 às 22, na sede da APCD Jardim Paulista, o dr. Carlos Eduardo Pitta De Luca, formado em Odontologia pela FOP-Unicamp, especialista em Ortodontia pela Unip, mestre e doutor em Diagnóstico Bucal (Fousp), professor de DTM na Fundecto-Fousp e membro da IADR - International Association for Dental Research, apresentou palestra gratuita com o tema “ Placa Vibratória: um novo meio de tratamento parafunções (apertamento e bruxismo)”. 12

Drs. Gilberto Cortese, Carlos Eduardo Pitta de Luca e Eurípedes Vedovato


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I n dicador Pro f issio n al ATENDIMENTO DOMICILIAR Marcelo Lopes Costella Clínica Geral - CRO 83.647 Av. Doutor Arnaldo, 1504 Sumaré (SP) (11) 3862-7945 e 3872-1164 costella@uol.com.br CIRURGIA Antenor Araújo Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e Ortognática - CRO 5.428 Av. Jandira, 295 - Cjs. 1003 / 1004 Moema (SP) (11) 5054-1223 / 1501 R. Marcondes Salgado, 64 São José dos Campos (SP) (12) 3921-5354 e 3922-4678 bucomaxilo@drantenor.com.br Carlos Veloso Salgado Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e Implantodontia - CRO 35.742 R. Maestro Cardim, 560 - Cj. 111 Paraíso (SP) (11) 3266-2493 Ricardo Thomé Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Clínica Geral - CRO 16.546 R. Tabapuã, 821 - Cj. 28 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-4484 e 3079-9157 (res.) DIAGNÓSTICO BUCAL Sérgio Kignel Diagnóstico Bucal - CRO 26.239 R. Oscar Freire, 465 - Cj. 11 Jardim América (SP) (11) 3062-37­­77 ENDODONTIA Daniel Kherlakian Endodontia - CRO 37.535 Av. 9 de julho, 5483 - Cj. 31 Cerqueira César (SP) (11) 3082-9454 / 3891-1704 dankher@uol.com.br Mário Luis Zuolo Endodontia - CRO 23.690 R. Canário, 784 - Moema (SP) (11) 5055-0908 / 7420 mlzuolo@uol.com.br

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Nelson Sabino de Freitas Endodontia e Prótese CRO 11.480 R. Frei Caneca, 1212 - Cj. 11 Cerqueira César (SP) (11) 3289-8016 nelsonsabinof@hotmail.com www.clinicadrnelsonsabino.com.br

ORTODONTIA Alexandre A. Melo Cortese Ortodontia - CRO 47.345 R. Virgílio Várzea, 58 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-3554 / 6873 cl.cortese@uol.com.br

Paula Zingg Endodontia e Microscopia CRO 45.377 Av. Nove de Julho, 5483 Cj. 123 - Itaim Bibi (SP) (11) 3079-0775 pzingg@hotmail.com

Juliana Melo Cortese Ortodontia - CRO 67.337 R. Virgílio Várzea, 58 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-6873 e 3168-3554 cl.cortese@uol.com.br

Sérgio Martins Endodontia - CRO 51.857 Al. Joaquim Eugênio de Lima, 881 Cj. 408 - Jardins (SP) (11) 3266-4293 e 3284-3598 www.endoexcellence.odo.br

Gilberto Cortese Ortodontia e A.T.M. CRO 2.884 R. Virgílio Várzea, 58 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-3554 / 6873 cl.cortese@uol.com.br

ESTÉTICA Maria Angélica P. Vedovato Dentística Restauradora e Estética - CRO 25.738 R. Gironda, 186 Jardim Paulista (SP) (11) 3887-4433 / 8482 IMPLANTE Rodrigo Sarzedo Implantodontia - CRO 71.395 Rua Pedroso Alvarenga, 1255 Sala 64 - Itaim Bibi (SP) (11) 3079- 5938 rsarzedo@ig.com.br Ronei Faizibaioff Implantes, Prótese sobre Implante e Estética - CRO 33.652 Al. Lorena, 1304 - Cjs. 2F / 3F Jardim América (SP) (11) 3062-9226 e 3086-3369 faizibaioff@gmail.com Odontopediatria Leda De Ranieri Amaral Mello Odontopediatria - CRO 22.842 Rua Bento de Andrade, 165 Jardim Paulista (SP) (11) 3887-7296 leda_mello@terra.com.br

José A. Marques Jr. Ortodontia (RNO-Planas) e ATM CRO 24.256 R. Augusta, 2709 - 12º andar Cerqueira César (SP) (11) 3083-0422 odontologiamarques@terra.com.br Marta T. Kuczynski Ortodontia e Odontopediatria CRO 29.592 R. Pedroso Alvarenga, 1255 Cj. 54 - Itaim Bibi (SP) (11) 3168-8905 PERIODONTIA Clarindo Mitiyoshi Yao Periodontia e Implantodontia CRO 25.555 R. Gironda, 189 Jardim Paulista (SP) (11) 3887-4010 Glécio Vaz de Campos Microcirurgia Plástica Periodontal e Periimplantar - CRO 26.359 Av. Dr. Cardoso de Melo, 1470 Cj. 809 / 810 Vila Olímpia (SP) (11) 3044-6025 glecio@terra.com.br

Guia de especialidades odontológicas Mônica Reggi Reis Silva Periodontia, Plástica Periodontal, Estética, Implantes - CRO 29.607 R. Turiassú, 127 - Cj. 143 Perdizes (SP) (11) 3666-9202 / 5772 e 7207-1497 monicareggiodontologia@hotmail.com PRÓTESE DENTÁRIA Antônio Fagá Júnior Prótese - CRO 25.528 R. Cubatão, 929 - Cj. 33 Vila Mariana (SP) (11) 5572-8886 Eurípedes Vedovato Prótese e Estética CRO 25.739 R. Gironda, 186 Jardim Paulista (SP) (11) 3887-4433 / 8482 www.vedovatoodontologia.com.br Flávio Luiz Iacobucci Prótese e Dentística CRO 24.192 Av. Brasil - Jardim América (SP) - CEP 01430-000 (11) 3079-3036 Sérgio Hideki Yasuda Prótese e Estética CRO 48.584 Av. Angélica, 2100 - Cj. 91 Higienópolis (SP) (11) 3257-9575 e 3258-2015 shyasuda@uol.com.br Responsabilidade Civil Leda Garbino CRO/SP 17.028 Adriano Casemiro OAB/189.400 Perícias, Defesas e Assistência Técnica Judicial Rua Comendador Miguel Calfat, 128 - Cj. 713 (11) 3045-2397 tarumam@gmail.com




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