12/01/2013 - Jornal Semanário

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Política

Sábado, 12 de janeiro de 2013

Secretaria da Saúde

CST é uma obra faraônica, diz Miele Novo titular afirma que prioridade é terminar a UPA, colocá-la em funcionamento e depois mudar a pasta para o mesmo local

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MAIKELI ALVES

Maikeli Alves

inda se ambientando à Secretaria Municipal da Saúde e a todas as ações da pasta, o novo titular, Roberto Onório Miele, 68 anos, tem fala mansa e os pés no chão. O secretário quer dar prioridade à finalização da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e sua operacionalidade, além de resolver outras questões importantes que envolvem as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e cirurgias eletivas. Miele é objetivo e relata que há carência de dinheiro para fazer mais. Ele também quer trabalhar para que os projetos atuais sejam realizados o mais rápido possível, melhorando a assistência pública. O secretário da Saúde é o primeiro da série de entrevistas que o Semanário fará com o primeiro escalão do governo de Guilherme Pasin (PP). O foco da secretaria da Saúde está em finalizar a UPA. Na segunda-feira, 7, um técnico esteve na unidade para avaliar o que é necessário para terminar a construção e quanto dinheiro será preciso ainda para a obra. O documento deve ser entregue na próxima semana. Segundo o titular da Saúde, Roberto Miele, a situação começou a ficar crítica em termos de assistência pública, por isso o governo resolveu acelerar o término da UPA. “No nosso 24h, os profissionais são bons, mas o ambiente não é o ideal, tanto é que ele foi deslocado de um setor para outro para que fosse acelerada a UPA. Nós estamos começando a sentir o problema, quanto mais tu deixas, deteriora e pior fica a situação. Móveis já estão co-

meçando a mofar. Aí veio esse profissional, cuja a especialidade é verificar o que precisa para terminar essa obra e quanto vai gastar”, explica. O secretário relatou que na quarta-feira, 9, a empresa Engeporto também esteve visitando as obras e apontou algumas coisas que são necessárias, como um poste de energia que teria que ser retirado e um tubo de gás que passa por perto. “O objetivo agora é fazer a UPA sair, nós vamos querer trabalhar em cima disso. Na quinta, tive uma audiência com o prefeito. Ontem, tivemos outra reunião com mais pessoas e aí vamos tentar botar uma pressão para que isso possa ser uma realidade rápida”, afirma. Miele também se disse animado com a área física da unidade

Fundo Municipal de Saúde “O Fundo Municipal de Saúde quem gera é a secretaria. Todo o dinheiro que entra vai pro Fundo. Os repasses do governo estadual e federal, apesar de o estadual não passar quase nada, vão para o Fundo. Nós somos o Fundo de Saúde e vai continuar por aqui. Não sei dizer quanto tem em caixa, mas o que menos me preocupa agora é saber quanto é isso.” Contrato com a Fundação Araucária “O contrato com a fundação vai até maio. Já conversamos com eles, já sentamos. O mês de janeiro eles disseram que não tem problema. Acredito que a dívida esteja perto dos R$ 6 milhões. Eles estão meio apavorados, por causa do atraso no pagamento. Se eles tivessem recebido, não haveria problema nenhum. Então, aí por fevereiro e março, vamos ter que começar a pensar. O município não tem capacidade de atender sem os terceirizados.” Cirurgias eletivas “Estamos aguardando o Tacchini. Até falei com o hospital, mas foi uma sondagem rápida. Temos uma boa relação com o corpo clínico, que parece que não existia antes, e parece que estão querendo ser parceiros nos projetos. Quanto aos valores, ainda estamos levantado. Não é tão fácil para se inteirar de tudo.”

Secretário Roberto Miele quer terminar a UPA e vê-la funcionando

de pronto atendimento. “Apesar de todos os problemas internos, eu fiquei bem entusiasmado com a área física, acho que isso, em termos de saúde pública, vai ser um salto de qualidade. O valor para concluir eu calculava em

torno de R$ 300 mil a 400 mil e não foge muito disso. Precisa pouco, perto do que foi investido, para usufruir da UPA e se não fizer isso as coisas vão se degenerando, um problema aqui, uma infiltração lá”, observou.

Autoestima do funcionalismo “Podes passar nas salas que tu vais sentir, melhorou do dia para a noite. A equipe está bem motivada, o que é fundamental.” Projetos O primeiro passo é terminar a UPA e ela estar funcionando, depois nos mudamos para lá. Daí a gente vai ficar perto, ficar junto. Pode estar mais ligado ao serviço. Se conseguir fazer tudo isso, já fico contente. Depois tem as unidades básicas, as obras que estão paradas daquelas unidade que são em blocos. A gente teve uma informação que provavelmente a vigilância não vai liberar. Então vamos ver se poderão ser utilizadas para outras finalidades. Ainda tem postos com problemas de atendimento. A ideia é ter um profissional com horário fixo. Os funcionários querem que o horário passe a ser das 7h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. Contrato com Instituto Oftalmológico “O contrato com o Instituto Oftalmológico nós prorrogamos por seis meses, pra terminar todo mundo junto. Para fazer um processo licitatório em que todos tem direito a concorrer. Outra coisa é que queremos que o serviço seja realizado aqui.”

Mudança de nível Além disso, o secretário comentou a questão da mudança de nível da UPA. Conforme ele, a unidade foi pensada como UPA III e sua construção foi assim. “O que se pode fazer agora é reduzir, porque a II teria uma referência menor, de 21 municípios, e na III seriam 48 cidades. Mas também tem o dinheiro que se recebe, para a UPA III é mais recurso. Mas, independente de UPA II ou III, o número de pessoas que vai vir de fora, não vai alterar significativamente em função do nível. Eu investiria em UPA III, pois o recurso também vem maior”, salienta Miele. No entanto, o secretário afirma que essa decisão depende do prefeito. Miele ainda destacou que há outras opções para dar prosseguimento às obras e que pode ter a intervenção de terceiros. “Pra terminar esse complexo é meio inviável, acho que vai durar anos. E dinheiro pra terminar? É uma coisa meio faraônica, digamos assim. Terminando a UPA e depois fazemos por partes, daí acho que é viável, mas vai levar um período grande”, avalia. maikeli@jornalsemanario.com.br

Pagamentos atrasados “Se não me engano deve ter o mês de dezembro pendente. Não sei bem ainda. Estamos vendo se tem alguém em greve e verificando essas pendências. O que nós estamos levantando, por exemplo, são os funcionários que a prefeitura têm hoje, os que são concursados e aonde estão. Depois, nós vamos ver os terceirizados e têm também os cargos de confiança. Eu preferiria ter todo mundo trabalhando como concursado, mas não tem condições, é inviável.” O que a população pode esperar “O que a gente quer é que todos os serviços que nós temos funcionem dentro da expectativa. Outra coisa que vamos continuar batendo em cima é no acolhimento das pessoas nas Unidades Básicas de Saúde, porque se é bem recebido é meio caminho andado. Então, essa é uma capacitação que vamos ter que fazer.” Verba de R$ 900 mil aprovada pelo Conselho de Saúde para equipamentos da UPA “Essa verba está no Fundo municipal. Agora vamos ver a necessidade de utilizar esse dinheiro, que é para material e equipamentos. Vamos utilizar o que precisar para equipar a UPA. Mas já tem vários equipamentos comprados.”


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