Interior & Região 23
Sábado, 12 de janeiro de 2013
Vale dos Vinhedos
Turismo aumenta durante safra Na época de colheita da uva, turistas vem à Serra Gaúcha e têm o hábito de apreciar os grãos da fruta quando vão aos parreirais FOTOS KÁTIA CASAGRANDE
Kátia Casagrande
A
época da safra da uva é um dos períodos do ano em que o fluxo de turistas aumenta na região Uva e Vinho. Eles gostam de acompanhar a colheita embaixo dos parreirais enquanto escutam as explicações dos produtores. Muitas pousadas, hotéis e cantinas tem plantação própria para disponibilizar aos turistas essa visita. Segundo Andresa Provenzi, gerente de uma pousada, o fluxo ainda está baixo, embora já tenha um crescimento de 5%, referente ao ano passado. “Estamos com muitos contatos e para os fins de semana estamos praticamente lotados”, revela. Para a proprietária de outra pousada, Shana Larentis Valduga, o fluxo está aumentando e já tem reservas para as próximas semanas. “Estamos com muitos visitantes. A temporada vai ser agitada. Um aproximado de 20% a mais no número de turistas neste ano”, declara. Já para o dono de um armazém, Paulo Roberto Brandelli, o número de turistas está ra-
Casal de Londrina passa férias na Serra há mais de quatro anos
Turistas paulistas vieram conhecer o Vale e estão apreciando visita
zoável, no fim de semana sempre aumenta um pouco e até o fim de fevereiro a expectativa é de crescimento. “Ainda faltam opções que segurem o turista na cidade, fazer com que pernoitem em Bento”, enfatiza. As primeiras semanas de janeiro normalmente são mais tranquilas, conforme a sócia de uma cantina, Marinês Todeschini, mas está melhorando. “Eu acredito que nas próximas semanas vai melhorar. Muitos turistas aproveitam o feriadão do Carnaval”, complementa.
quis conhecer a Serra e estou adorando tudo”, conclui Nelson Asakura. Segundo a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), o número de turistas na localidade vem crescendo gradativamente nos últimos anos. No ano de 2012, estima-se que tenha estado próximo a 250 mil turistas e, para este ano, a expectativa é de que aumente de 10% a 15%.
Fluxo de turistas aumenta Os turistas de Londrina, no Paraná, Diana e Nilvio Piola, vem ao Vale há mais de quatro anos. “Sempre viemos passar férias aqui, pois gostamos muito das paisagens e do vinho. É tudo muito bonito”, afirma Diana. Os paulistas Nelson e Denise Asakura e Myriam Yoko Ishuhara Furtado e Daniel Furtado vieram à Serra para descansar e estão apreciando muito conhecer a cultura italiana. “Sempre
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Turistas no Vale De 2001 a 2011 2001 - 45 mil 2002 - 60 mil 2003 - 82 mil 2004 - 102 mil 2005 - 115.737 2006 - 105.617 2007 - 120.962 2008 - 153.779 2009 - 182.229 2010 - 200.508 2011 - 228.579 FONTE: APROVALE
VALE DOS VINHEDOS
Chimia feita artesanalmente há muitos anos Chimia é um doce de frutas em forma pastosa muito similar à geleia. Pode ser feito de vários sabores, usando cascas, frutas ou outras combinações. Muito comum no Sul do Brasil nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os primeiros imigrantes já produziam o seu doce para passar no pão. A chimia é mais consistente que a geleia convencional, pois é produzida não só com o suco, mas também com o bagaço e, potencialmente, as cascas das frutas ou legumes. Nos dias de hoje algumas pessoas ainda produzem chimia artesanalmente, como é o caso do produtor de uva Os-
valdo Brandelli, de 84 anos, que revela que faz o doce “a vida toda”. Ele cozinha a uva em tacho de bronze e mexe com uma pá de madeira. “Faço tudo bem artesanal, sem nenhum produto químico”, explica. Segundo Brandelli, se a uva cozinha menos fica muito
Osvaldo Brandelli produz o doce que agrada aos filhos e netos
mole e se cozinha demais fica dura. “São em torno de quatro a cinco horas cozinhando e não pode perder o ponto”, afirma. Sua família aprecia muito o doce e ele se sente bem, pois é algo grafiticante. “Me sinto bem fazendo chimia, porque vejo que os filhos e netos gostam”, declara.