O SÃO PAULO - 3081

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3081 | 10 a 16 de dezembro de 2015

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Ano Santo: tempo de crescer na convicção da misericórdia L’Osservatore Romano

EDITORIAL ‘Misericordiosos como o Pai’ “O gesto de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, repetido em diversas catedrais, basílicas e igrejas de todas as dioceses do mundo, é simples, mas significativo. Representa a misericórdia infinita de Deus que se abre à humanidade chamando-a à vida nova e à conversão, na pessoa de Jesus Cristo”.

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270 anos no testemunho do Evangelho de Jesus No domingo, 6, a Arquidiocese de São Paulo comemorou os 270 anos de quando foi criada como diocese, em 1745. Data foi celebrada com missa na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer.

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Ordenados para servir na fé, esperança e caridade

Papa Francisco abre Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 8, dando início ao Jubileu extraordinário da Misericórdia

O Papa Francisco deu início ao Jubileu extraordinário da Misericórdia, na terça-feira, 8, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. “Este será um ano em que se cresce na convicção da

misericórdia”, afirmou o Pontífice, que também fez memória ao término do Concílio Vaticano II, há 50 anos. Nesta edição, O SÃO PAULO, com base na Carta Pastoral “Misericordiosos como o

Pai”, do Cardeal Scherer, detalha as ações para a vivência deste Ano Santo. Na Arquidiocese, Portas da Misericórdia serão abertas no domingo, 13.

Páginas 3, 12 e 13

João Henrique Novo do Prado e Wellington Laurindo foram ordenados padres pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Scherer, durante missa na Catedral da Sé, no sábado, 5. Bispos, padres, familiares e amigos rezaram e agradeceram a vocação dos jovens. Do Pará, por onde eles estiveram em missão, 50 pessoas vieram para acompanhar a celebração.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

CNBB emite nota sobre a situação do Brasil Documento divulgado na terçafeira, 8, pede que os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum dos brasileiros estejam acima de interesses particulares ou de quaisquer outras corporações. Página 10

que se multipliquem as ações pela paz no natal Na Catedral da Sé, no dia 4, líderes de Igrejas cristãs participaram de oração, no início do Natal Iluminado. Página 14

Educar os filhos para que optem pelo melhor

Coleta para a Evangelização, no domingo, 13, durante as missas, ajudará na manutenção das atividades pastorais.

“Assim, educamos homens e mulheres fortes, que sabem optar pelo melhor, que dizem não às drogas, às facilidades, se estas não forem o melhor caminho”, escreve Simone Fuzaro, na coluna “Comportamento”.

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Com solidariedade, todos ajudam a evangelizar

Qual o papel do Estado na ajuda às famílias? Marcelo Couto Dias, Mestre e doutorando em Família na Sociedade Contemporânea, pela Universidade Católica de Salvador, enfatiza, ao O SÃO PAULO, que Estado deve ajudar a família e não substituí-la. Página 15

Misericórdia: Dar de comer a quem tem fome Grupo da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Região Lapa, distribui refeições para pessoas em situação de rua. Página 19

Dom Odilo preside ordenação sacerdotal


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

‘Misericordiosos como o Pai’

N

a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora e no dia em que a Igreja comemorou o cinquentenário do encerramento do Concílio Vaticano II, o Papa Francisco deu início ao Jubileu extraordinário da Misericórdia. O gesto de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, repetido em diversas catedrais, basílicas e igrejas de todas as dioceses do mundo, é simples, mas significativo. Representa a misericórdia infinita de Deus que se abre à humanidade chamando-a à vida nova e à conversão, na pessoa de Jesus Cristo, porta que nos leva ao Pai: “Ninguém vai ao pai, a não ser por mim” (Jo 14,6). Deus perdoa sempre que o ser humano se arrepende. Representa, também, como expõe o Cardeal Arcebispo de São Paulo em sua Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, o desejo de

a Igreja “anunciar e testemunhar a misericórdia de Deus, que faz parte da essência do Evangelho”. Na Carta, Dom Odilo lembra que “o Ano Santo, ou Jubileu, é um tempo propício para nos voltarmos para Deus de todo o coração, para louvar e agradecer com alegria pelas graças recebidas; mas também é um tempo favorável para acolher graças especiais de Deus, através do serviço da Igreja, e para buscar mais intensamente o encontro com Ele e com os irmãos”. “No Ano Santo, somos chamados à conversão de vida, ao arrependimento, à reconciliação com Deus e com o próximo, e a renovar-nos espiritualmente mediante o perdão de Deus, que abre ‘os tesouros de sua misericórdia’ (cf. Ef 2,4), sendo indulgente para conosco, pecadores”, afirma o Cardeal.

Em outras palavras, a Graça de Deus exige correspondência. Se por um lado a abertura da Porta Santa representa a abertura de Deus ao Homem, por outro, as peregrinações e passagens pela Porta Santa representam a correspondência humana manifesta em uma atitude de fé em Jesus Cristo Salvador e o nosso desejo de obter a misericórdia de Deus. Por isso, Dom Odilo exorta: “A passagem pela Porta Santa deve ser preparada com fé e oração, para levar-nos ao encontro profundo com o Deus da misericórdia através da escuta da Palavra, da Confissão e da Eucaristia”. Outra grande meta do Ano Santo da Misericórdia expressa na Bula Misericordiae Vultus ( O rosto da misericórdia), do Papa Francisco, é a recuperação da prática das obras de misericórdia corporais (dar de comer a quem tem fome,

dar de beber a quem tem sede, visitar os encarcerados, assistir aos doentes, vestir quem está nu, abrigar quem está sem casa, sepultar os mortos) e espirituais (consolar os aflitos, orientar os desorientados, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, perdoar as ofensas, suportar com paciência as injustiças, rezar a Deus pelos vivos e pelos falecidos). As obras de misericórdia traduzem em modo prático as exigências da vida cristã com relação ao nosso próximo. Na palavras do Cardeal Scherer, são exigências da caridade e do amor misericordioso; não deveríamos passar nenhum dia sem praticar algumas delas. Seremos julgados pelas obras de misericórdia praticadas ou deixadas de praticar: “Todas as vezes que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizeste” (cf. Mt 25, 31-46).

Opinião

A cultura da misericórdia Arte: Sergio Ricciuto Conte

Francisco Borba Ribeiro Neto O Jubileu extraordinário da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco, nos convida à conversão a uma mentalidade que é exatamente oposta à mentalidade individualista e calculista de nossos tempos. Na tradição cristã, o trabalho cultural para construir essa nova mentalidade começa pelo arrependimento e a prática das obras de misericórdia, que correspondem ao ir até as periferias da existência, como diz o Papa. Talvez o termo arrependimento pareça muito duro para nossos interlocutores. Mas todos nós – e neste tempo talvez até mais do que antes – sentimos a necessidade de nos conhecermos, entender quem somos, olhar de frente e sem culpa para nossas frustrações e nossos fracassos. A primeira e mais evidente “libertação do pecado” é poder reconhecer nossos limites e nossos erros, sabendo que eles não serão obstáculos para nos sentirmos amados. Na sociedade de hoje, para sermos aceitos e nos sentirmos estimados, temos a obrigação de aparentar uma perfeição e uma adequação que nos oprime. O chefe tem que aparentar poder e segurança, o subalterno tem que ser muito eficiente, os jovens têm que parecer legais e liberados. Até os enamorados, os pais e os filhos se sentem pressionados pelas expectativas uns dos outros.

Só o amor misericordioso, gratuito e ilimitado de Deus pode nos dar a liberdade de sermos nós mesmos, de nos descobrirmos acolhidos sendo o que somos. Da gratidão por esse amor nasce o verdadeiro arrependimento. Trata-se de um “conhece a ti mesmo” que não é socrático, mas cristão, pois nasce do amor. Uma cultura da misericórdia implica nessa sabedoria que reconhece o próprio pecado porque conhece o amor de Deus. A sabedoria de quem é capaz de discernir seus erros e os dos outros, mas reconhece que é o

amor e não o erro que dará a última palavra sobre nosso destino – e prefere a misericórdia à severidade, como lembrou o Papa Francisco na Misericordiae Vultus. O exemplo de Francisco ilustra o quanto nós e o mundo ansiamos por isso. A resposta a esse anseio implica num discernimento, que não pode ser desculpa para a condenação do outro, mas traz uma luz verdadeira à questão de gênero, ao tráfico de drogas, aos casais em crise, ao combate à pobreza e a tantas outras situações de nossa sociedade.

Essa sabedoria não será assimilada por discursos. Nosso gesto da acolhida, que é o verdadeiro início de qualquer obra de misericórdia, é fundamental não só para que o mundo reconheça a gratuidade do amor, mas também para que reconheçamos em nós mesmos a dinâmica de amor acontecendo. Nas décadas de 1960 e 1970, a Igreja passou por uma “revolução cultural” em relação às obras de misericórdia. Foi a época da crítica ao assistencialismo, da percepção que a missão “não era dar o peixe, mas ensinar a pescar”, que a dimensão política da caridade implica numa transformação das estruturas. No contexto atual, em que se reconhece claramente as obrigações sociais do Estado, mas no qual são evidentes seus limites para realizá-las, a reflexão cultural sobre a misericórdia implica em repensar com que luz o amor cristão e a experiência das obras de misericórdia podem iluminar as políticas públicas, a ação do Terceiro Setor e a construção de uma sociedade mais justa. A misericórdia implica numa mudança de mentalidade que atinge todas as dimensões da vida pessoal e social. Sem essa mudança, a mensagem cristã corre o risco de se perder no pietismo e no intimismo, deixando de ser força de construção de uma nova vida para todos nós. Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

C

hegou o momento de abrir o Ano extraordinário da Misericórdia, de contemplar o “rosto da misericórdia de Deus” revelado em Jesus Cristo e de passar pela “porta da misericórdia”, que dá acesso ao Deus paciente e misericordioso. Essa Porta Santa é imagem do próprio Cristo Jesus, Salvador, que nos dá o acesso à misericórdia de Deus. Se forem bem acolhidos os propósitos e apelos expressos pelo Papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus, de proclamação do Jubileu extraordinário da Misericórdia, este será um “tempo favorável”, um ano de muitas graças de Deus para a Igreja e o mundo. Nosso mundo está marcado por uma série de males, que não podem produzir o bem e a paz que todos almejam. Ódios e sede de vingança levam a praticar mais guerras e violência contra inocentes; ideologias fechadas, fundamentalismos enrijecidos e fanatismos cegos desencadeiam violências absurdas; egoísmos extremados levam pessoas e povos a fecharem o coração diante da miséria e da dor do próximo; a dignidade e até a vida de pessoas e de povos inteiros é sacrificada para garantir a satisfação de vaidades e alimentar a sede de poder e de dinheiro. O filósofo político Thomas Hobbes afirmou que “o homem

A Porta da Misericórdia é o lobo do homem” – homo homini lupus - e que o ódio e o egoísmo são as forças motrizes mais importantes do homem e do convívio social; outro filósofo, F.Nietzsche, achou que a força e a vontade de domínio é que movem o mundo; e, hoje, existe uma convicção generalizada de que o dinheiro e a força econômica, de fato, movem o mundo... Se, na prática, de fato acontece assim, os resultados também são claramente perceptíveis. Esses “senhores do mundo” não são capazes de dar paz e alegria à humanidade. Pelo contrário, provocam conflitos e mais conflitos, sofrimentos e morte por toda parte. Que outra força, então, deveria mover o mundo e a sociedade? Não é por aí que o mundo se tornará melhor, nem se assegurará a paz. Uma outra lógica precisa orientar o convívio dos povos e das pessoas para que o mundo seja “salvo”. O Papa Francisco nos recorda, ao proclamar o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, que somente o amor salva, restaura e cria condições para a paz e a “salvação”. E se trata do amor misericordioso, que não busca vantagens para si, mas voltase inteiramente para o bem do próximo necessitado. Em outras palavras, somente a misericórdia pode salvar o mundo de suas misérias e conflitos. A misericórdia estende a mão, de forma desarmada; perdoa e restaura as relações humanas rompidas; a misericórdia volta-se de forma des-

prendida para o próximo caído ao longo do caminho, como fez o bom samaritano e se interessa por sua situação; a misericórdia é paciente e compassiva diante das fraquezas do próximo e respeita suas limitações, e aceita descer do pedestal das vaidades e das vantagens adquiridas, para compartilhar a sorte das pessoas humilhadas e feridas. “S e de mis er icordios os, como o Pai celeste é misericordioso”, recomendou Jesus. O Jubileu da Misericórdia quer nos recordar que, acima de tudo e de todos, Deus é misericordioso e nos trata com amor misericordioso. E todos temos a necessidade de acolher continuamente essa misericórdia de Deus. A mensagem do Ano da Misericórdia é a superação da religiosidade soberba e farisaica, que pensa não precisar de Deus e até pode impor regras a Deus; mas também a superação da falta de religião, por causa da soberba humana, ou porque ainda não se descobriu que Deus não é o inimigo do homem, que é preciso rechaçar, para que o homem viva... Deus é um Pai amoroso e compassivo, que nos estende a mão e quer fazer-nos viver em plenitude. O Ano Santo da Misericórdia vem como uma “Boa-Nova”, um tempo de júbilo e de graças especiais para toda a humanidade. Que ninguém se exclua, de modo consciente, da misericórdia de Deus e que todos nós sejamos um pouco mais “misericordiosos como o Pai celeste” (cf. Mt 18,33).

| Encontro com o Pastor | 3

Solenidade da Imaculada Conceição Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu na terça-feira, 8, na Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, missa no seminário de Teologia, no bairro do Ipiranga, por ocasião da festa do Seminário Imaculada Conceição.

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe No sábado, 12, às 11h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidirá missa na Catedral da Sé, por ocasião da Festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Haverá a execução da “Missa Criolla”, de Ariel Ramirez, com direção artística do maestro Martinho Lutero Galati, e participação do Coro Luther King, Fórum Coral Paulistano, Projeto Canta São Paulo, Jean William (tenor), Davide Rocca (barítono italiano), grupo Palimpsesto (música andina), Cid Roberto Battiato (quena, zamponã, toyo e cuatro venezuelano), Miguel Angel Lobos Soto (violão e charango), Pietro Fatigati Battiato (violão e tiple), Salvador del Rosario de la Fuente Sanhueza (quena, zamponã e toyo) e Juan Raul Urrutia Ordenes (bombo leguero, uñitas e pandeiro).

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 7 - Advento: “Eis o vosso Deus Salvador. Eis que vem com força e poder. Convertei-vos, diz o Senhor, está próximo o reino de Deus” 4 - 2Pd 3,8b... “O Senhor está usando de paciência para convosco, pois não deseja que alguém se perca. Ao contrário, quer que todos venham a converter-se”

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Czestochowa Santuário de Jasna Gora

Cracóvia Transporte para os eventos oficiais da JMJ

Cracóvia Visita ao Santuário da Divina Misericórdia

Wadowice Visita ao Santuário Kalwaria


4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Você Pergunta

3º DOMINGO DO ADVENTO 13 DE DEZEMBRO DE 2015

As alegrias da salvação ANA FLORA ANDERSON O terceiro domingo do Advento é um momento de alegria intensa porque o Natal está próximo. A oração do dia fala de nossa esperança e da alegria que nasce da expectativa da salvação. A primeira leitura (Sofonias 3, 14-18) anuncia a necessidade do povo de Deus se livrar do medo e do desânimo. O Senhor está no meio de nós, um valente guerreiro para salvar seu povo. O profeta insiste que devemos cantar de alegria, exultar de todo coração e louvar o nosso Deus que está no meio de nós para nos salvar. Na segunda leitura (Filipenses 4, 4-7), São Paulo também nos chama à alegria porque o Nosso Senhor está próximo. Não podemos ficar preocupa-

dos e inquietos por causa de nossas necessidades. O amor de Deus traz paz aos nossos corações e nos dá uma segurança profunda em Jesus Cristo. O Evangelho de São Lucas (3, 10-18) continua a narrar o ministério de João Batista, o primeiro a anunciar ao povo que a salvação estava prestes a começar. João mostra o caminho concreto para preparar a vinda do Messias. Ao povo em geral, ele pede solidariedade. Aos oficiais do governo, ele exige honestidade, especialmente com o dinheiro público. E aos soldados, ele pede que não façam falsas acusações contra o povo. A multidão conclui que o próprio Batista é o Messias. Mas, ele afirma, claramente, que veio para preparar o caminho daquele que batizará no Espírito Santo.

Por que o sexo antes do casamento é considerado pecado? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

Converso aqui com o Murilo (que não disse seu sobrenome), de Santana do Parnaíba (SP). Ele quer saber por que o sexo antes do casamento é pecado. Murilo, a resposta é simples: porque Deus pensou a sexualidade humana como uma forma prazeirosa do ser humano – homem e mulher - crescer e se multiplicar. O sexo no projeto de Deus está voltado para o amor e para a criação. Por isso, a sexualidade sem amor, a sexualidade unicamente voltada para o prazer egoísta é pecado. Sabe, Murilo, muita gente pensa no sexo como uma coisa suja. Não, não é. A sexualidade é maravilhosa.

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 1º de novembro de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, da Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Vila Mariana, o Revmo. Fr. Adilson Gomes dos Passos Miranda, OAR, pelo período de 6 (seis) anos, em decreto que entrará em vigor em 13 de dezembro. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 1º de novembro de 2015, foi

nomeado e provisionado Administrador Paroquial da Paróquia Santo Ivo, da Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Vila Mariana, o Revmo. Fr. Graciano González Rodriguez, OAR, pelo período de 1 (um) ano. PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 22 de novembro de 2015, foi prorrogada a nomeação e a provisão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, da Região Episcopal Santana, Setor Vila Maria, do Revmo. Pe. Dorvalino José da Silva, pelo período de 2 (dois) anos.

Acontece que no mundo hedonista, isto é, no mundo que valoriza o prazer a qualquer custo, o sexo passou a ser banalizado e se tornou até uma forma de exploração da pessoa. Haja vista a exploração sexual da mulher e das crianças, um crime que clama aos céus. Nos dez mandamentos, nós vamos encontrar, então, os limites que Deus pensou na sexualidade humana. O sexto mandamento diz: “Não pecar contra a castidade.” Peca contra a castidade, quem busca o sexo fora do casamento. Peca contra a castidade, quem abusa do próprio corpo num prazer egoísta e fechado. Peca contra a castidade, quem não respeita o corpo do outro. Peca contra a castidade, quem

vende o próprio corpo. Peca contra a castidade, quem paga pelo prazer sexual, ferindo a dignidade da mulher prostituída. Peca contra a castidade, quem alimenta seu coração com filmes pornográficos e que produz ou comercializa esse tipo de diversão. O sexo, portanto, atinge a sua beleza plena quando realizado por duas pessoas que se amam e estão unidas em Matrimônio. Antiquado isso que eu estou dizendo, Murilo? Não! Devemos buscar a perfeição no amor. Por tudo isso, eu penso que um casal de namorados, e um casal de noivos que se guardam para que, após o casamento cada um seja plenamente do outro, será feliz, muito feliz, porque acertou sua vontade com a vontade de Deus.


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| Fé e Vida | 5

Espiritualidade

Fé e Cidadania

Natal: pedidos das crianças ao Menino Jesus

Como viver o Ano da Misericórdia

Dom Carlos Lema Garcia

V

Bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade

ocê já pensou em escrever uma carta para o Menino Jesus, pedindo um presente de Natal? O jornal italiano Corriere della Sera publicou, há uns anos, trechos de cartas de crianças dirigidas ao Menino Jesus. Tratava-se de uma amostra do que costumam escrever nas redações da escola, nas aulas de catecismo e nos bilhetinhos de final de ano. Na Itália, o Papai Noel não toma conta do imaginário infantil. Tal como em outros países de raízes cristãs, é o Menino Jesus quem traz os presentes no dia do Natal. Vejamos algumas frases: “Querido Menino Jesus, todos os meus colegas da escola escrevem para o Papai Noel, mas eu não confio nele. Prefiro você”; “Querido Menino Jesus, obrigado pelo irmãozinho. Mas, na verdade, eu tinha rezado para ganhar um cachorro”; “Querido Jesus, por que você não está inventando nenhum animal novo nos últimos tempos? A gente vê sempre os mesmos...”; “Querido Jesus, por favor, ponha um pouco mais de férias entre

o Natal e a Páscoa. No meio, agora, está sem nada”; “Querido Jesus, o Padre Mário é seu amigo ou você o conhece só do trabalho?”; “Querido Menino Jesus, por gentilesa, mandeme um cachorrinho. Eu nunca pedi nada antes: pode conferir”; “Querido Jesus, Caim e Abel não brigariam tanto se tivessem um quarto pra cada um. Com o meu irmão funciona”; “Querido Jesus, eu gosto muito do Pai-Nosso. Você escreveu tudo de uma só vez, ou você teve que ficar apagando? Qualquer coisa que eu escrevo, eu tenho que refazer um monte de vezes”; “Querido Jesus, você é invisível mesmo ou é só um truque?”; “Querido Jesus, na minha opinião, é impossível existir um Deus melhor do que você. Bom, eu só queria que você soubesse, mas estou lhe dizendo isso não é porque você é Deus”; “Querido Jesus, em vez de você fazer as pessoas morrerem e aí criar novas pessoas, por que você não fica com as que já tem?”; “Querido Jesus, se não tivesse acontecido a extinção dos dinossauros não ia ter lugar para nós, você fez muito bem”; “Querido Menino Jesus, não compre os presentes na loja embaixo do prédio, a mamãe diz que eles são uns ladrões. Muito melhor no supermercado”; “Querido Jesus, nós estudamos na escola que Thomas Edison inventou a luz. Mas no catecismo dizem que foi você. Pra mim, ele roubou a sua ideia”. Brincadeiras à parte, todos nós

esperamos que o Natal nos permita estar com Jesus. Recebê-lo em nossas casas, em nossas vidas. Vamos imaginar se tivéssemos a chance de entrar na gruta de Belém, de conversar com Maria e José e de contemplar o Menino Jesus recém-nascido. Vamos considerar, também, que se trata de um Menino especial: Deus verdadeiro e Homem verdadeiro. Por isso, Ele nos vê e nos conhece, entende os nossos pensamentos e afetos. Conhece o nosso coração. A partir da chegada de Jesus a nós, podemos aproximar-nos dos sacrários das nossas igrejas sempre que desejarmos e contar-lhe todas as nossas coisas, expor as nossas dúvidas, pedir ajuda nas necessidades e sabedoria para resolver os nossos problemas. Vamos aproximar-nos de Jesus com toda confiança e contar-lhe tudo o que precisamos para nós, nossas famílias, pelas pessoas doentes, desamparadas, pelas famílias que passarão o Natal como refugiados, fora de suas casas... Este ano, teremos um Natal especial, porque estará dentro do Ano Santo da Misericórdia. Vamos aproveitar para praticar a misericórdia, reconciliando-nos com as pessoas, servindo-as com generosidade e pedindo-lhes perdão das nossas faltas. Vamos também aproximar-nos do sacramento da Reconciliação: não há melhor preparação para o Natal que uma boa Confissão.

Frei Patrício Sciadini, OCD Cada dia, estou me tornando cada vez mais “fã” do Papa Francisco. Lendo a Bula do Ano da Misericórdia, de verdade um sentimento de profunda alegria entrou para fazer parte da minha vida. Sempre amei a misericórdia, mesmo não sendo sempre misericordioso. E quem me ensinou a amar a misericórdia foram os santos do Carmelo, especialmente Santa Teresa d’Ávila, que começa o seu livro da Vida, dizendo: “cantarei as misericórdias do Senhor”. E em todos os seus escritos, repete mais de cem vezes a palavra misericórdia. Para ela, a descoberta de um Deus perto, amável e amado, que se revela na humanidade de Jesus, que ela chama “de bom amigo, companheiro, salvador”. Jesus nos compreende e nos ama. Teresa d’Ávila recusa um Deus longínquo e distante da vida. E a outra carmelita que me ajudou a compreender a misericórdia de Deus é Teresa do Menino Jesus, que recusa em se oferecer vítima à “justiça de Deus”, mas se oferece vítima à misericórdia de Deus. A Bula do Papa “O rosto da misericórdia” inicia com uma expressão que tem uma força única e que não podemos jamais esquecer: “Jesus é o rosto da misericórdia do Pai”. Mas onde encontrar o rosto de Jesus? Nós encontramos o rosto de Jesus que revela a misericórdia do Pai em todas as pessoas que sofrem que lutam em favor da vida, que por amor à vida são marginalizadas e vivem nas periferias existenciais do mundo, de hoje e de sempre. No número dois da Bula, o Papa diz uma verdade das mais belas que nos ajuda a viver este ano: “a misericórdia é fonte de alegria, de paz e de serenidade”. Essas três virtudes indicam que devemos viver no dia a dia com calma e com amor. Aproximemo-nos ao trono da misericórdia de Deus para beber com abundância desta água viva e depois sairmos por aí para comunicar a todos o amor, a ternura, a bondade. A força da conversão, pode ser que eu esteja errado, não são os livros de teologia, os discursos sobre a “a etimologia” da palavra misericórdia, qual é sua raiz latina, hebraica e por aí vai. Nada disso. é revestir-nos do manto da misericórdia e da ternura e para sempre em nosso caminho encontrarmos alguém que sofre e que pede ajuda. Uma misericórdia que não ajuda quem sofre é filosofia e teologia, que não serve para nada e para ninguém. Nunca matou a fome de ninguém o falar de pão.

Errata A bula pela qual o Papa Bento XIV criou a Diocese de São Paulo, em 1745, chama-se “Candor Lucis Aeternae” e não “Condor Lúcis Aetemae” como foi publicado erroneamente na legenda da página 9, da edição 3080.


6 | Viver Bem |

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Comportamento Educar a vontade Simone Fuzaro

Ter filhos e educá-los sempre foi, é, e será um grande desafio. Se olharmos para trás, porém, veremos que o próprio mundo – a ciência, a tecnologia – vem trazendo facilidades para o nosso cotidiano. Com isso, vamos nos acostumando e buscando cada vez mais facilidades, nos acomodamos. “Naturalizamos” tais facilidades e as buscamos para nós mesmos e para nossos filhos. É comum ouvirmos dos pais: ele vai ter a vida inteira para trabalhar, para “sofrer” porque começar tão cedo.... Esquecemos que para que possa trabalhar de modo produtivo e competente no futuro, ou para que possa enfrentar os sofrimentos que, com certeza surgirão, precisa aprender a fazer isso enquanto pequeno. Precisa, em seu ambiente de segurança, onde há certeza do amor, do acolhimento, experimentar pequenos desafios de trabalho (guardar os brinquedos, colocar a mesa, colocar a roupa, jogar a fralda no lixo) e vivenciar pequenas frustrações. Precisa aprender que não é somente “o”, mas também “um” e, portanto, não somente seus desejos serão realizados. O que significa educarmos os filhos para a a vida? Já paramos para refletir seriamente na importância dessa responsabilidade? Muito embora não gostemos de pensar na vida deste modo, é uma realidade: ela

não é passível de controle, de rem a vontade para o bem, ou previsão. Viver é uma aventu- seja, ganhar virtudes. Com os ra! Pode ser uma maravilhosa bem pequenos (até os 3 anos), aventura se estivermos bem é preciso ter rotinas, horários, formados e preparados para alimentação adequada e não enfrentar imprevistos. Pode os atender prontamente quanser uma aventura desastrosa do choram mostrando “desese formos mimados, imaturos, jar ou não” algo. Quem sabe se esperarmos que tudo se re- discernir o que é bom para solva como desejamos e sem eles são os pais, não podemos muito empenho. Para que tipo nos guiar pelo choro dos pede aventura queremos prepa- quenos. Com os maiores (3 a 8 anos), é recomendável culrar nossos pequenos? Não sabemos como será o tivar um ambiente de sincerifuturo de cada um, se serão dade, constância, cooperação, bem ou mal sucedidos pro- obediência - pequenas tarefas, fissionalmente, se casarão ou ficarão Viver é uma aventura! solteiros, são mui- Pode ser uma maravilhosa tas as variáveis. aventura se estivermos bem Uma coisa, porém, formados e preparados sabemos: dificulpara enfrentar imprevistos. dades e frustrações sempre surgirão. Pode ser uma aventura Problemas fazem desastrosa se formos parte da vida e, mimados, imaturos, se lidar com as ale- esperarmos que tudo se grias é muito fácil, resolva como desejamos e porém, enfrentar sem muito empenho os problemas de modo otimista e positivo é uma arte, talvez o atender aos adultos, persistir maior aprendizado e a maior na lição mesmo quando não riqueza que podemos trans- é agradável. Assim, educamos mitir aos nossos filhos. Para homens e mulheres fortes, que que aprendam a passar por sabem optar pelo melhor, que turbulências e superá-las com dizem não às drogas, às facielegância é preciso que, quan- lidades se essas não forem o do pequenos, nos preocupe- melhor caminho. Pessoas que mos em formá-los para muito não serão escravas de seus dealém dos desejos. É preciso sejos, mas sim donas de sua que saibamos educar a vonta- vontade. de de nossos pequenos. Com Simone Ribeiro Cabral Fuzaro pequenos e simples gestos coé Fonoaudióloga e Educadora; Mestre em Educação/Distúrbios da tidianos, ajudá-los a avaliar e a Comunicação pela PUC-SP; Especialista conhecer o que é bom (e não em linguagem; Coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita o que desejam) e a direciona-

Cuidar da Saúde

Anemia

Cássia Regina Existem vários tipos de anemias. A mais frequente é por falta de ferro. As células do sangue são divididas em glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. Os glóbulos brancos, conhecidos como leucócitos, são responsáveis pela defesa e pela imunidade do or-

ganismo. Os glóbulos vermelhos, conhecidos como hemácias, têm a função de transportar o oxigênio dos pulmões para todos os tecidos. Essa diminuição de oxigênio causa: fraqueza, cansaço, perda de concentração, falta de ar ao fazer esforço intenso, palpitação, irritabilidade, desânimo, palidez e sonolência. É importante

prevenir a anemia com uma alimentação saudável, combinando vegetais verde-escuros com frutas ricas em vitamina C. O consumo de carne também é importante. Em casos leves, o tratamento é feito via oral e em casos mais graves por via endovenosa. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)


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| Geral/Pastorais | 7

Na Catedral da Sé, uma catequese adaptada ao mundo urbano Igor Andrade

Especial para O SÃO PAULO

Uma vez por semana, na Catedral da Sé, das 12h às 13h, se forma um círculo de amizade: após a refeição, é apresentado aos participantes um tema sobre a fé, que é refletido sob diferentes pontos de vista e com esclarecimento de dúvidas por um catequista. Assim funciona o Curso Alpha, “uma catequese adaptada ao mundo urbano, que acontece em uma hora. Ele deu muito certo, o testemunho disso é vocês”, observou Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, cura da Catedral, se referindo às pessoas que finalizaram, na segundafeira, 7, a primeira etapa do curso.

A Catedral não é o primeiro lugar onde esse método é aplicado na Arquidiocese. Na Paróquia São Geraldo, no Setor Perdizes da Região Sé, o curso acontece há seis anos. Segundo Lotar Gross, 68, catequista que já trabalhou com esse método em diversos lugares, incluindo Colômbia e México, na Catedral além do grupo que se reúne ao meio dia, existe outro, mais voltado para os jovens, no qual é apresentado um filme e são feitas perguntas provocativas sobre a fé para que eles reflitam. A equipe coordenadora do curso na Catedral demonstrou entusiasmo pelos resultados obtidos no decorrer da atividade e, conforme afirmou o Padre Ba-

Pastoral do Migrante

Participantes do Curso Alpha posam para foto com o Padre Luiz Eduardo Baronto, dia 7

ronto, será dada continuidade ao projeto em 2016. Conforme relato dos participantes, a dinâmica do curso os impressionou, por

permitir maior interatividade no esclarecimento das dúvidas sobre as questões de fé, permitindo também criar novos laços de amizade.

Pastoral Carcerária Miguel Ahumada

Situações de preconceito aos negros e imigrantes no Brasil são recordadas em encontro no dia 28

Em discussão, a realidade migratória na cidade de São Paulo A realidade migratória na Arquidiocese de São Paulo foi o tema de um encontro promovido pela Pastoral dos Migrantes, na Missão Paz, em 28 de novembro. Na mística inicial, Elaine Cristina e Roberval Freire destacaram alguns símbolos da acolhida ao migrante, como a porta aberta, a mesa da partilha do pão, saberes e experiências de vida fundamentais à convivência solidária, fraterna e inculturada. Os participantes recordaram situações de preconceito contra os negros e imigrantes no Brasil e destacaram que a acolhida ao migrante e o trabalho articulado de inclusão social são ações para o combate à xenofobia e ao preconceito étnico e social. Nas paróquias e comunidades da Arquidiocese, momentos e espaços de celebração eucarística, novenas e festas culturais típicas podem ser estratégicos para a inclusão dos migrantes. Alexandra Fernandez e José Martin, imigrantes bolivianos que atuam na Paróquia São João Batista, no Brás, enfatizaram que “os imigrantes querem participar, mas, às vezes, se sentem intimidados pela dificuldade da língua, dos costumes diferentes, ou ainda não participam porque são consumidos quase que totalmente pelo trabalho”.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Padre Antenor Dalla Vecchia, assistente eclesiástico da Pastoral do Migrante na Arquidiocese, falou sobre a necessidade de “quebrar resistências ao outro”. Para ele, “assim como a Igreja precisa buscar respostas para as realidades dos migrantes, é importante que o poder público também assuma as responsabilidades de implementar políticas públicas voltadas para a garantia de direitos de todos como a moradia, o trabalho decente, a saúde, educação e política migratória humanitária”. Ana Estela Haddad, primeira dama do município, visitou o encontro e falou sobre a política de saúde que a Prefeitura desenvolve para mães e crianças nas periferias, e que atende também aos imigrantes. Padre Antenor ainda citou um trecho da mensagem do Papa Francisco para os migrantes e refugiados, em que o Pontífice convida a agir sobre essa realidade com o olhar e o compromisso da misericórdia. “Os migrantes e refugiados interpelamnos. [...] Na raiz do Evangelho da misericórdia, o encontro e a recepção do outro se entrelaçam com o encontro e a recepção de Deus: acolher o outro é acolher a Deus em Pessoa!” (Colaborou José Carlos Pereira, CEM/SPM)

Campanha arrecada livros para a montagem de biblioteca no CDP de Pinheiros A Pastoral Carcerária do Estado de São Paulo, com o apoio de outras instituições e coletivos populares, promove uma campanha de doação de livros para montar uma biblioteca comunitária no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (CDP de Pinheiros), na capital paulista. Não há restrições quanto às temáticas tratadas pelos livros e as doações podem ser entregues na sede da Pastoral Carcerária estadual (rua da Consolação,

21, 9º andar, centro – em frente à Biblioteca Mário de Andrade). Há ainda voluntários que estão recolhendo os livros em diferentes pontos da cidade. Outros detalhes da campanha podem ser obtidos no site www.carceraria.org.br, pelo telefone (11) 3151-4272 ou ainda pelo Facebook, na página “Doação de Livros para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros”. (Com informações da assessoria de imprensa da Pastoral Carcerária)

Novena de Natal Família: aqui há lugar para Jesus Já está disponível em todas as paróquias da Arquidiocese de São Paulo, o roteiro para a Novena de Natal da Arquidiocese, que neste ano tem como tema “Família: aqui há lugar para Jesus”. “O tema é sugestivo e lembra que o nascimento de Jesus foi um ‘acontecimento em família’, que envolveu uma jovem mulher e seu esposo, a vida cotidiana de uma família, a educação, o templo e a prática da religião... A vinda do Filho de Deus a este mundo foi para nos reunir a todos na grande família de Deus e nos tornar irmãos e irmãs na família da humanidade”, afirma o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, na apresentação do roteiro. Em mensagem aos padres, diáconos, vicariatos, pastorais, movimentos, associações, novas comunidades, religiosos, religiosas e outros organismos da Arquidiocese, o Padre Tarcisio Marques Mesquita, coordenador geral do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, informou que o valor unitário do roteiro é de

Divulgação

R$ 1,00 e lembrou que os cantos propostos no subsídio estão disponíveis em áudio no Portal da Arquidiocese de São Paulo (http://arquisp.org.br/noticias/especiais/novena-de-natal).


8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Nações Unidas/ França

195 países se aproximam de um novo acordo sobre o clima Representantes de 195 países estão presentes em Paris, até 11 de dezembro, para negociar um novo acordo internacional sobre o aquecimento global; no sábado, 5, foi publicado o rascunho do texto final, que será negociado nos próximos dias. Um dos pontos mais importantes é o financiamento dos países mais ricos aos mais pobres para ajudá-los a comba-

ter o aquecimento global, estimado em US$ 100 bilhões por ano. Outro ponto importante é o teto que se espera aprovar para o aumento da temperatura, de 1,5% ou de 2,0% em comparação com a temperatura média do planeta antes da industrialização. Os defensores da teoria do aquecimento global afirmam que a industrialização é responsável pelo aumento da temperatura do planeta, de-

vido à queima de combustíveis fósseis e emissão de carbono, que causariam um “efeito estufa” na Terra, fazendo com que ela retenha mais calor solar do que o normal. O arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, entregou às autoridades das Nações Unidas e do governo francês uma petição com 800 mil assinaturas aos “dirigentes do

mundo”, que diz: “Inspirados pelo Papa Francisco e por sua Encíclica Laudato si’, nós exigimos que vocês reduzam drasticamente as emissões de carbono para manter o aumento da temperatura abaixo do nível perigoso de 1,5 oC e que ajudem os mais pobres do mundo a se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas”. Fontes: COP21/ Le Figaro/ CNBB

Estados Unidos Ataque terrorista em festa de Natal Getty Images

Sobreviventes são evacuados da cena do ataque que mata 14 pessoas e deixa 24 feridas na Califórnia

Um casal terrorista abriu fogo contra os convidados a uma festa de natal de funcionários públicos, na cidade de San Bernardino, na Califórnia, matando 14 e deixando 24 feridos. Syed Farook, 28, participou um pouco da festa, saiu e depois voltou com sua mulher, Tashfeen Malik, 27. Os dois entraram na festa e, sem dizer nada, começaram a atirar nos participantes. Depois de esvaziar os cartuxos duas vezes, fugiram da cena, mas pouco mais tarde foram mortos em um tiroteio com a polícia. Farook e Malik eram muçulmanos e se conheceram em uma peregrinação à Arábia Saudita em 2013. Malik havia declarado pelo Facebook o seu apoio e fidelidade ao líder do grupo Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. O incidente está sendo investigado pelo FBI como um ato de terrorismo. O casal não era conhecido das autoridades e suspeita-se que eles se tenham radicalizado pela internet. O Estado Islâmico declarou que o casal o apoiava e pediu que sejam acolhidos por Alá como “mártires”. Fontes: LA Times/ PBS/ CNN/ Vox

Noruega Governo toma à força os 5 filhos de um casal cristão Marius e Ruth Bodnariu perderam a guarda de seus cinco filhos devido a uma denúncia do diretor da escola, que reclamou que eles eram “muito cristãos”. O serviço de bem-estar da criança compareceu à escola dos dois filhos mais velhos para recolhê-los sem o conhecimento dos pais. Em seguida, a polícia foi à casa deles e tomou à força dois outros filhos, deixando

apenas o bebê de três meses, que foi tomado também à força no dia seguinte. O diretor da escola afirma que a crença do casal de que Deus pune o pecado cria uma disfunção nas crianças e que o casal precisa da orientação do governo para educar os filhos. Também foram feitas acusações de violência contra as crianças, mas os exames médicos, in-

cluindo raio-x, a que as crianças foram submetidas, não corroboraram as denúncias. O casal nega as acusações. O irmão de Marius publicou uma nota defendendo o irmão: “eu sou testemunha que Marius e Ruth têm uma família normal com valores cristãos. Esses pais amam seus filhos e fizeram tudo para criá-los com

amor e carinho em todos os aspectos de seu bem-estar. O rompimento de sua família pelo Barnevernet (nome do serviço de bem-estar da criança norueguês) é um verdadeiro pesadelo para Marius e Ruth. Sua esperança é bem fundada e está em Deus; Ele pode mudar qualquer situação e está sempre no controle!”. Fonte: ChurchMilitant


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A alegria de Deus é perdoar Um dia após a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro (leia mais na página 13), o Papa Francisco declarou em audiência geral, na quarta-feira, 9, que a Igreja necessita

deste momento extraordinário. Para o Pontífice, o Jubileu é um momento privilegiado para que a Igreja aprenda a escolher unicamente “aquilo que mais agrada a Deus”, o que, segundo

Francisco, é perdoar o próximo, usar de misericórdia, a fim de que todos possam ser misericordiosos para também perdoar. Fonte: Rádio Vaticano (Redação: Renata Moraes)

Papa Francisco confia a Igreja e toda a humanidade a Maria, Mãe de Misericórdia Na Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, na terça-feira, 8, o Papa Francisco visitou a praça de Espanha, no centro de Roma, para a tradicional homenagem com flores à imagem de Nossa Senhora Salus Popoli Romani, protetora do povo romano. Milhares de fiéis romanos – famílias inteiras, crianças, idosos, mais de cem enfermos – e peregrinos estiveram presentes. O Pontífice depositou um ramalhete de flores e rezou aos pés do monumento dedicado à Imaculada, clamando à Mãe da Misericórdia por todos. “Hoje, aqui, no coração de Roma, ouvimos a tua voz de Mãe que chama todos a se colocarem a caminho rumo àquela Porta, que representa Cristo”. Após a visita, o Santo Padre seguiu para a Basílica de Santa Maria Maior (uma das quatro basílicas papais de Roma) para mais um ato de devoção filial a Maria, Mãe de Misericórdia. Francisco confiou a Nossa Senhora toda a Igreja e a humanidade inteira, de modo particular a cidade de Roma. Fonte: Rádio Vaticano (Redação: Renata Moraes)

L’Osservatore Romano

A escola católica deve favorecer a harmonia das diversidades O Papa Francisco recebeu em audiência, no sábado, 5, cerca de 420 membros da Associação Pais de Escolas Católicas, por ocasião dos seus 40 anos de fundação. Em seu discurso, o Pontífice destacou a necessidade de “uma educação inclusiva, uma educação que abra espaço a todos e não selecione de maneira elitista os destinatários de seu compromisso”. “A escola católica deve transmitir uma cultura integral, não ideológica. Estamos convencidos de que a escola católica é chamada a favorecer a harmonia das diversidades”, frisou o Pontífice, que convidou os membros da Associação Pais de Escolas Católicas a fazerem a diferença com a qualidade da formação. “Saibam distinguir pela atenção constante à pessoa, especialmente aos últimos, quem é descartado, rejeitado e esquecido. Se façam notar não pela fachada, mas por uma coerência educacional arraigada na visão cristã do ser humano e da sociedade. Deem a sua contribuição para que escola católica não se torne uma alternativa insignificante entre as várias instituições educacionais”, concluiu Francisco. Fonte: News.va (Redação: Edcarlos Bispo)

Aos refugiados, um Natal repleto de ‘carícias do Senhor’ Papa Francisco e fiéis depositam flores na praça de Espanha, no dia 8, uma tradição em Roma

53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações “Como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do Jubileu extraordinário da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja!”. Com essas palavras, o Santo Padre inicia a mensagem para o 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, a ser celebrado

| Papa Francisco | 9

em 17 de abril de 2016, no IV Domingo da Páscoa (Domingo do Bom Pastor). “A Igreja é a casa da misericórdia e também a ‘terra’ onde a vocação germina, cresce e dá fruto”, diz o Papa na mensagem que tem como tema “A Igreja, mãe de vocações”. A conversão e a vocação

são como que duas faces da mesma medalha, interdependentes continuamente em toda a vida do discípulo-missionário, observa o Pontífice, acrescentando que o chamado de Deus se dá por meio da mediação comunitária. Fonte: News.va (Redação: Edcarlos Bispo)

Na tarde do domingo, 6, por meio de uma conexão televisiva, o Papa Francisco acendeu a árvore de Natal e abençoou o presépio da cidade de Assis, na Itália. Este ano, o presépio foi montado dentro de um barco proveniente da Lampedusa, ilha ao sul da Itália, que transportou em 13 de março de 2014 migrantes que embarcaram na Tunísia. O barco foi concedido pela Guarda Costeira Italiana. “Olhando aquele barco..., – refletiu o Papa –, Jesus está sempre conosco, inclusive nos momentos difíceis. Quantos irmãos e irmãs se afogaram no mar! Estão com o Senhor, agora. Mas Ele veio para nos dar esperança, e devemos abraçar essa esperança. Ele veio para nos dizer que é mais forte do que a morte, que Ele é maior de toda malvadeza. Ele veio para nos dizer que é misericordioso; e, neste Natal, os convido a abrirem o coração à misericórdia, ao perdão. Mas não é fácil perdoar essas tragédias. Não é fácil”. Francisco agradeceu aos membros da Guarda Costeira por serem instrumentos de esperança, e aos cidadãos meridionais do País, afirmando que o Sul da Itália foi um exemplo de solidariedade para todo o mundo. Dirigindo-se aos refugiados, o Papa repetiu as palavras do profeta: “‘Levantem a cabeça.’ O Senhor está próximo. E com Ele a força, a salvação e a esperança”. E concluiu desejando um Natal “repleto de tantas carícias do Senhor”. Fonte: News.va (Redação: Edcarlos Bispo)


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Daniel Gomes e Renata Moraes

Destaques das Agências Nacionais

osaopaulo@uol.com.br

Domingo, 13: dia do gesto concreto para a evangelização Divulgação CNBB

Coleta da Campanha para a Evangelização acontece no dia 13 em todas as Igrejas do Brasil

A Igreja no Brasil, durante o Advento, realiza a Campanha para a Evangelização, que neste ano tem como tema “Sede Misericordiosos”, em sintonia com o Jubileu extraordinário da Misericórdia, iniciado na terça-feira, 8. A mobilização nacional promoverá iniciativas que visam refletir com a comunidade sobre a importância da acolhida e do perdão. “Queremos, pois, destacar que evangelização e misericórdia são duas faces de uma mesma ‘moeda’: evangelizar é anunciar a misericórdia divina; fazer experiência dessa misericórdia é entrar no coração do Evange-

lho”, explica o arcebispo de Salvador e vice-presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger. No próximo domingo, 13, em todas as missas e celebrações, será feita a coleta para a evangelização, que ajudará na sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil. Do total de recursos, 45% permanecerão na diocese/arquidiocese que arrecadou, 20% serão encaminhados para os regionais da CNBB e os 35% restantes serão enviados ao nacional daCNBB. Saiba mais detalhes em www. campanhas.cnbb.org.br. Fonte: CNBB (Redação: Daniel Gomes)

Reorganização escolar em São Paulo será discutida ao longo de 2016 O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), oficializou no sábado, 5, por meio de publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo, a revogação do decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015, que autorizava a transferência de professores e demais funcionários da Secretaria de Educação como parte da reorganização escolar no Estado. Na sexta-feira, 4, Alckmin anunciou a suspensão da reorganização escolar, que previa o fechamento de 93 unidades de ensino e a transferência de 311 mil estudantes. “Vamos dialogar escola por escola. O ano de 2016 será o ano de aprofundarmos o diálogo. Os alunos continuarão nas escolas em que já estudam e nós começaremos a aprofundar esse debate, o

diálogo escola por escola, especialmente com estudantes e pais de alunos”. A decisão foi tomada após 25 dias de protestos, que incluíram a ocupação de escolas por estudantes e movimentos sociais, além de confrontos de rua entre os manifestantes e a Polícia Militar. Ainda na sexta-feira, o então secretário Educação, Herman Voorwald, pediu para deixar o comando da pasta. Apesar do anúncio oficial da suspensão da reorganização escolar, algumas escolas ainda permanecem ocupadas e houve durante a semana novos protestos de rua e intervenções culturais em apoio aos manifestantes. Fontes: Agência Brasil, Portal IG e G1 (Redação: Daniel Gomes)

CNBB: ‘Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica’ “Neste momento grave da vida do País, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional. Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça”. Este é um dos trechos da nota que a CNBB divulgou sobre o momento nacional, na terça-feira, 8, assinada por Dom Sergio da Rocha, presidente da Conferência e arcebispo de Brasília (DF); Dom Murilo Krieger, vice-presidente e arcebispo de Salvador (BA); e Dom Leonardo Steiner, secretário-geral e bispo auxiliar de Brasília. A CNBB enfatiza que ao se pronunciar sobre questões políticas “não adota postura político-partidária. Não suge-

re, não apoia ou reprova nomes, mas exerce o seu serviço à sociedade, à luz dos valores e princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja. Desse modo, procura respeitar a opção política de cada cidadão e a justa autonomia das instituições democráticas, incentivando a participação responsável e pacífica dos cristãos leigos e leigas na política”. Os bispos afirmaram que acompanham “com apreensão e senso de corresponsabilidade, a grave crise política e econômica que atinge o País” e pediram diálogo e serenidade para que se preserve a democracia. “Repudiamos o recurso à violência e à agressividade nas diferentes manifestações sobre a vida política do País, e a todos exortamos com as palavras do Papa Francisco: ‘naquele que, hoje, considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! (...) Ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação, para construir a justiça, a confiança e a esperança ao vosso redor’ (Mensagem para a Celebração do XLVII Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro de 2014, 7)”. Fonte: CNBB (Redação: Daniel Gomes)

Papa Francisco nomeia bispos para Santo Amaro e Passo Fundo O Papa Francisco, após aceitar o pedido de renúncia do bispo da diocese paulista de Santo Amaro, Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM, nomeou, no dia 2, o atual bispo coadjutor da mesma Diocese, Dom José Negri, PIME, como bispo titular. Dom José Negri nasceu em 18 de setembro de 1959, em Milão, na Itália. É membro do Pontifício Instituto Missões Exterior (Pime). Foi ordenado presbítero em 7 de junho de 1986, e bispo em 5 de março de 2006. Foi bispo auxiliar da Florianópolis entre 2005 e 2009. Em 18 de fevereiro de 2009, foi

nomeado bispo da Diocese de Blumenau (SC). Em 29 de outubro de 2014, foi transferido para Santo Amaro, como bispo coadjutor. Também no dia 2, o Santo Padre nomeou Dom Rodolfo Luís Weber como arcebispo da Arquidiocese de Passo Fundo (RS), transferindo-o da Prelazia de Cristalândia (TO). Dom Rodolfo Luís Weber é natural de Bom Princípio (RS). Nasceu em 30 de agosto de 1963. Foi ordenado presbítero em 5 de janeiro de 1991, e bispo em 15 de maio de 2009, para a Prelazia de Cristalândia. Fonte: CNBB (Redação: Renata Moraes)

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| Reportagem | 11

‘Pelas nossas mãos’ Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Wellington e João Henrique foram ordenados presbíteros no sábado, 5, durante celebração eucarística na Catedral da Sé NAYÁ FERNANDES

nayafernandes@gmail.com

Uma grande família se reuniu na Catedral da Sé, no sábado, 5, às 15h, para participar da celebração eucarística em que João Henrique Novo do Prado, 26, e Wellington Laurindo dos Santos, 32, receberam a ordenação presbiteral para servir ao povo como padres na Arquidiocese de São Paulo. Mães, pais, tios, irmãos, amigos e membros das comunidades de origem de cada um deles ou pelas quais eles passaram durante a formação, lotaram a Catedral da Sé para acompanhar o rito de ordenação durante a missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, concelebrada pelos bispos auxiliares da Arquidiocese e demais padres, além da presença de outros diáconos, seminaristas e coroinhas. Da cidade Igarapé-Açu (PA) veio um ônibus com mais de 50 pessoas que participaram da celebração. Elas saíram na terça-feira, 1º, à noite, e chegaram a São Paulo na sexta-feira, 4, para rezar e agradecer a vocação dos dois jovens. João e Wellington estiveram durante o mês de setembro na Paróquia São Sebastião, da Diocese de Castanhal (PA) quando participaram das missões nas comunidades. Por lá, os dois deixaram saudades, como contou ao O SÃO PAULO João Arlindo Ferreira Paiva, que veio com a esposa, filhos e amigos. “O povo gostou muito deles, são comunicativos e se mostraram muito próximos de nós. Estamos felizes que eles irão voltar agora depois da ordenação e ficar ainda alguns dias conosco, por ocasião dos festejos de São Sebastião.” Dom Odilo destacou, na homilia, os três contextos especiais em que a ordenação aconteceu: a comemoração dos 270 anos de criação da Diocese de São Paulo, os 50 anos de encerramento do Concílio Vaticano II e a abertura do Jubi-

A Ordem

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o sacramento da Ordem está ordenado à salvação de outrem e confere a quem o recebe um dom do Espírito Santo, que permite exercer um poder sagrado que só pode vir do próprio Cristo, por meio de sua Igreja. É exercido em três graus pelos chamados bispos, presbíteros e diáconos. No entanto, a Igreja prevê a participação ministerial no sacerdócio de Cristo apenas ao episcopado (bispos) e ao presbiterado. Assim, o diaconado destina-se a ajudá-los e a servi-los, não configurando-se como sacerdotes. Os presbíteros exercem seu sagrado múnus principalmente no culto eucarístico no qual, agindo na pessoa de Cristo, unem os pedidos dos fiéis ao sacrifício de Jesus que, como

Momento da imposição das mãos na celebração em que os dois diáconos são ordenados presbíteros na Arquidiocese de São Paulo

leu extraordinário da Misericórdia. “Vocês estão entrando em uma fraternidade de sacerdotes que vivem e servem nesta Arquidiocese. Portanto, coragem! Todos contam com a ajuda de vocês para bem servir o povo de Deus na fé, esperança e na caridade”, acrescentou.

Uma grande família

Outra excursão com cerca de 25 pessoas veio de Rio Claro (SP), onde mora parte da família de Wellington. José Laurindo dos Santos, casado com Daniela e pai de Geovana Letícia e Anderson Davi, estava emocionado em ver o sobrinho sendo ordenado presbítero. “Para nós foi um orgulho e um exemplo, pois o acompanhamos desde sempre. Participamos da ordenação diaconal no ano passado e hoje não podíamos deixar de vir”, disse.

Mãos que acolhem

Um dos momentos mais importantes do rito da ordenação (conheça melhor o rito no texto abaixo) é aquele em que

hóstia imaculada, se ofereceu ao Pai. Chamados a servir o povo de Deus, os sacerdotes formam com o seu Bispo um único presbitério e só podem exercer o seu ministério na dependência do Bispo e em comunhão com ele.

O rito de ordenação

O celebração da ordenação de um presbítero deve ocorrer em meio a uma celebração eucarística, preferencialmente no domingo e na Catedral. Após iniciar a missa, o bispo presidente interroga o reitor do seminário perguntando se os candidatos apresentados são dignos do ministério sacerdotal. Com resposta afirmativa, após a homilia, os eleitos manifestam seu desejo de serem sacerdotes, de celebrarem com piedade os mistérios de Cristo, exercerem o ministério sacerdotal em fidelidade aos

o presidente da celebração, nesse caso o Cardeal Odilo Scherer, impõe as mãos sobre os ordenandos e profere a oração consagratória. Na última parte do rito, eles têm as palmas das mãos ungidas com o óleo do Crisma para lembrar o próprio Jesus, a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo. Assim, as mãos ganham um significado ainda mais forte para esses jovens na sua missão sacerdotal. E, antes mesmo, eles tiveram, na sua trajetória, outras mãos que os acolheram desde os primeiros dias de vida: seus pais e mães. Seja nos momentos de dificuldade ou na hora de saborear o almoço de família aos domingos, no caso de João e Wellington, os doces estão entre os pratos preferidos, eles tiveram mãos que os ampararam no caminho e agora têm nas mãos a missão de continuar a amparar com amor e misericórdia as pessoas que encontrarem. “Estou muito feliz e meu coração está preenchido de ter entregue um filho para a Igreja. Que Deus possa dar a ele muita

ensinamentos da Igreja e prometem ao bispo obediência. Na sequência do rito, os ordenandos prostram-se de bruços em sinal de entrega total a Deus, enquanto a assembleia reza a ladainha. O bispo ordenante roga, então, aos céus a graça de Deus, para que seja derramada sobre os novos servos. Agora de joelhos, os ordenandos recebem do bispo e de todos os presbíteros presentes a imposição das mãos. Segue-se a oração consecratória. Com o auxílio de presbíteros, os eleitos são revestidos pela casula e estola sacerdotal. Depois, de joelhos, têm as palmas de suas mão ungidas pelo óleo do santo Crisma, seguida pela oração: “Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo, e revestiu de poder, te guarde para a santificação do povo fiel e para ofere-

paz e que ele transmita essa paz ao povo. E que muitas mães sintam esse amor que estou sentindo hoje”, falou, emocionada, Maria Cileide Policarpo dos Santos, mãe de Wellington. “Ele era um filho dedicado à Igreja. Foi coroinha, caminhava com o grupo de apoio às pessoas de rua”, contou Maria Cileide, que há cerca de um ano ficou viúva de Antônio Laurindo dos Santos. A família participa da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia Santa Rita de Cássia, na Região Brasilândia. Já o pai de João Henrique, João Novo, lembrou à reportagem que ele e a esposa, Maria Regina Novo, esperaram 20 anos para a chegada de João, o primeiro filho do casal. “Acompanhei desde o primeiro dia dele até hoje. A mãe e eu estivemos em cada lugar por onde ele passou. Estou imensamente feliz. O comportamento dele, desde pequeno, dizia que seria padre. Ele brincava como se fosse padre, imitava os atos da vida de Jesus”, lembrou.

cer a Deus o santo Sacrifício”. Em seguida, o bispo amarra as mãos eternamente ungidas do ordenando, as quais serão desamarradas, normalmente, por quem receberá a primeira bênção do nono sacerdote. Por fim, o bispo diz aos eleitos “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da cruz do Senhor”. Assim, lhes entrega o pão na patena e o vinho e água no cálice. Após serem acolhidos, já sacerdotes de Cristo, por todos os presbíteros presentes, concluem a liturgia eucarística junto aos demais concelebrantes. (Fonte: Catecismo da Igreja Católica/ Redação: Vitor Alves Loscalzo)


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Tempo propício para sermos misericordiosos

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

A Igreja iniciou o Ano Santo da Misericórdia e agora pede que os fiéis se atentem às ações práticas para a vivencia desse jubileu extraordinário. Em sua Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, apresenta uma série de ações que devem permear este ano. “Algumas práticas fazem parte da vivência dos Anos Jubilares: Abertura e passagem pela Porta Santa, peregrinações, pregações especiais e chamados à conversão, confissão, concessão de indulgências, caridade e outros exercícios ligados ao tema do Ano Santo...”, afirma. Ao explicar o sentido das Portas Santas, o Cardeal destaca que “é uma ação simbólica e deve significar nossa atitude de fé em Deus misericordioso e em Jesus Cristo Salvador, bem como nosso desejo de obter misericórdia e indulgência da parte de Deus. A passagem pela Porta Santa deve ser preparada com fé e oração, para levar-nos ao encontro profundo com o Deus da misericórdia através da escuta da Palavra, da Confissão e da Eucaristia”. Desse modo, por mais que o Ano Santo seja um momento propício para receber a indulgência, essa oportunidade deve ser acompanhada de outras práticas, tais como: a busca do sacramento da Reconciliação e a celebração da eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia – é necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração pelo Papa, para o bem da Igreja e do mundo inteiro, uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo bispo diocesano (veja as Portas Santas da Arquidiocese ao lado).

A indulgência é a remissão diante de Deus da pena devida aos pecados, cuja culpa já foi perdoada. Cada vez que alguém se arrepende e se confessa, é perdoada a culpa dos pecados cometidos, mas não a pena. Por exemplo: se alguém mata uma pessoa e se arrepende, depois pede perdão e procura o sacramento da Penitência, receberá o perdão. Contudo, como reparar o mal cometido que tirou a vida de alguém? Por isso, permanece uma pena após o perdão. Essa situação pode ter um indulto, uma indulgência, que a Igreja oferece em certas condições especiais e quando o fiel está disposto a buscar a santidade de vida, aproximando-se cada vez mais de Deus. A Igreja pode oferecer a indulgência pelos méritos de Cristo, de Maria e dos santos que sempre participam da obra da salvação. Sobre isso, escreveu o Papa Francisco: “No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, por meio da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e libera-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, 22).

Portas da Misericórdia na Arquidiocese Na Arquidiocese de São Paulo, o arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, abrirá a Porta da Misericórdia na Catedral da Sé, em missa solene no domingo, 13, às 11h. Também nas regiões episcopais haverá santuários de peregrinação com Portas da Misericórdia que serão abertas no mesmo dia, às 15h.

Região Sé

Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo (praça da Sé , s/nº , Centro) Fone: 3107-6832 www.catedraldase.org.br

Região Belém

Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração (avenida Renata, 1, Vila Formosa) Fone: 2211-0448 www.santuariodemaria.com.br

Região Lapa

Igreja Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298, Lapa) Fone: 3834-6630 www.nossasenhoradalapa.com.br

As obras de misericórdia

“O Papa Francisco convida com insistência a refletir sobre as obras de misericórdia corporais e espirituais, que traduzem concretamente as exigências e as possibilidades que temos para a prática cotidiana da misericórdia”, afirma, em sua Carta Pastoral, o Cardeal Scherer. As obras de misericórdia se dividem entre corporais e espirituais. As primeiras são: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, visitar os encarcerados, assistir os doentes, vestir quem está sem roupa, abrigar quem está sem casa, e sepultar os mortos. Já as segundas: consolar os aflitos, orientar os desorientados, ensinar os que ignoram, admoestar os que erram, perdoar as ofensas, suportar com paciência as injustiças, rezar a Deus pelos vivos e os falecidos. “Concretamente, as obras de misericórdia são exigências da caridade e do amor misericordioso; não deveríamos passar nenhum dia sem praticar algumas delas. Seremos julgados pelas obras de misericórdia praticadas ou deixadas de praticar: ‘Todas as vezes que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes’ (cf. Mt 25,31-46). Portanto, sabemos, desde agora, que Jesus considera como feito a si o que fazermos de bom e de mal ao próximo. Vale a pena exercitar-se cada dia em ‘fazer o bem a Jesus’, sendo bons e misericordiosos para com as pessoas”, escreve Dom Odilo na Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”. (Com informações de www.jovensconectados.org.br)

Região Brasilândia

Igreja Nossa Senhora da Expectação (largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, s/nº, Freguesia do Ó) Fone: 3931-1898 www.nossasenhoradoo.com.br

Região Santana

Igreja Sant’Ana (rua Voluntários da Pátria, 2.060, Santana) Fone: 2281-9085 www.paroquiasantana.org.br

Região Ipiranga

Santuário São Judas Tadeu (avenida Jabaquara, 2.682, Jabaquara) Fone: 3504-5700 www.saojudas.org.br


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A misericórdia antes do julgamento L’Osservatore Romano

Papa Francisco abre a Porta Santa da Basílica de São Pedro e inaugura jubileu extraordinário para toda a Igreja FILIPE DOMINGUES

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

Um gesto simples, mas fortemente simbólico. Assim descreveu o Papa sobre a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, formalizando com ela abertura do Ano Santo extraordinário da Misericórdia. “Entrar pela porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai, que a todos acolhe e vai ao encontro de cada um pessoalmente”, explicou o Pontífice durante a homilia da missa da terça-feira, 8, Solenidade da Imaculada Conceição. “Este será um ano em que se cresce na convicção da misericórdia”, disse. “Temos que colocar a misericórdia antes do julgamento, e em todo caso o julgamento de Deus será sempre à luz da misericórdia.” Uma semana antes, o Pontífice havia antecipado a abertura do Jubileu na cidade de Bangui, na República Centro-Africana. Agora, o ano jubilar está inaugurado para toda a Igreja e várias portas santas serão abertas nas dioceses de todo o mundo. “Que atravessar a porta santa, portanto, nos faça sentir participantes deste mistério de amor, de ternura. Abandonemos toda forma de medo e de temor, porque isso não é próprio de quem é amado. Vivamos a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”, acrescentou Francisco.

O porquê de um Jubileu da Misericórdia

Este ano jubilar, convocado pelo próprio Papa Francisco, é para ele uma grande oportunidade de a Igreja Católica aprofundar o mistério do perdão de Deus, apesar das fraquezas humanas, e um convite a uma maior abertura ao próximo. “Em qualquer lugar onde há uma pessoa, lá a Igreja é chamada a encontrá-la para levar a alegria do Evangelho e levar a misericórdia e o perdão de Deus”, declarou na homilia da missa no domingo, 6. Mais do que isso, na audiência geral da quarta-feira, 9, o Papa fez um resumo dos motivos que o levaram a convocar um Jubileu da Misericórdia. “Não digo: é bom para a Igreja este momento extraordinário. Digo: A Igreja precisa deste momento extraordinário”, detalhou. “Em nossa época de profundas mudanças, a Igreja é chamada a oferecer a sua contribuição peculiar, tornando visíveis os sinais da presença da proximidade de Deus.” Segundo o Pontífice, é um momento para que a Igreja aprenda a escolher somente “o que Deus gosta mais”, que, para Francisco, é “perdoar o seus filhos, ter misericórdia deles, para que eles,

Papa Francisco abre Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, na terça-feira, 8, e dá início ao Jubileu extraordinário da Misericórdia

por sua vez, possam perdoar os irmãos, resplendendo como luzes da misericórdia de Deus no mundo”.

Missionários misericordiosos

Duas das decisões mais importantes do Papa Francisco para o Ano da Misericórdia foram a criação dos “missionários da misericórdia” e a abertura para que, durante o Ano Santo, todos os sacerdotes católicos possam perdoar o pecado do aborto. O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, explicou à imprensa que os missionários da misericórdia são um grupo de 800 padres de todo o mundo, nomeados exclusivamente pelo Papa, autorizados a perdoar os chamados “pecados reservados à Santa Sé”. Esses pecados, considerados mais graves pela doutrina da Igreja, são cinco: primeiro, a profanação da Eucaristia (isto é, contra a presença do corpo e o sangue de Cristo); segundo,

a absolvição de um cúmplice (quando um sacerdote absolve um pecado do qual participou); terceiro, a ordenação de um bispo sem o mandato do Papa; quarto, a violação do sigilo sacramental (revelar o que foi ouvido em confissão); quinto, a violência física contra o pontífice.

Aborto e misericórdia

No caso do aborto, durante o Ano Santo, o Papa autorizou que todos os sacerdotes possam absolvê-lo, algo que não ocorre normalmente. Por ser considerado um pecado que leva à excomunhão automática – isto é, ao cometê-lo as pessoas que participaram do aborto deixam de estar em comunhão com a Igreja –, esse pecado normalmente só pode ser absolvido pelos bispos ou seus delegados (padres nomeados pelo bispo para exercer esse ministério em seu nome). Quando anunciou a permissão para que todos os padres possam absolver o pecado do aborto, o Papa Francisco divulgou uma carta explicativa. “Penso,

em modo especial, a todas as mulheres que recorreram ao aborto. Conheço bem os condicionamentos que as levaram a essa decisão. Sei que é um drama existencial e moral”, disse. “O perdão de Deus a quem se arrependeu não pode ser negado, sobretudo quando, com coração sincero, se aproxima do sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai. Também por esse motivo, decidi, não obstante qualquer disposição em contrário, conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado.” Aos padres, Francisco pediu uma preparação especial para essa “grande tarefa”. Que saibam “conjugar palavras de acolhimento genuíno com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido, e indicar um percurso de conversão autêntica para conseguir entender o verdadeiro e generoso perdão do Pai, que tudo renova com a sua presença”.


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Por um Natal de paz e de tolerância religiosa Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

“Que todos nós sejamos mensageiros e multiplicadores da paz em nossa cidade, em nossas famílias, respeitando as diferenças, buscando a paz verdadeiramente: aquela paz que os anjos anunciaram no nascimento de Jesus”, expressou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, durante a abertura da Oração Ecumênica de Natal pela Paz, na sexta-feira, 4, na Catedral da Sé, como parte do Natal Iluminado, série de atividades promovida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A celebração ecumênica contou com a participação de representantes e líderes cristãos das igrejas integrantes do Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mofic): Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Ortodoxa Antioquina, Igreja Apostólica Armênia, Igreja Armênia de Rito Oriental Católica, Eparquia Maronita no Brasil, Eparquia Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo dos Greco-Melquitas, Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. “Ao realizarmos a celebração ecumênica que contempla todas as religiões, reforçamos os sentimentos de união e solidariedade. Em uma cidade pluralista, cosmopolita e multicultural como São Paulo, é importante disseminar tais conceitos. Neste momento em que vários casos de intolerância religiosa ocorrem no cenário internacional, o projeto propicia oportuna reflexão e promove a paz e o respeito entre todas as etnias e credos”, expressou Guilheme Affif Domingues Filho, um dos idealizadores do Natal Iluminado. “Nós vivemos um ano com vários acontecimentos contrários à paz, pessoas que fogem das guerras e da violência em busca da paz. Dentro desse contexto, nós celebramos o Natal. O Papa Francisco, há algumas semanas, lamentou que o mundo esteja se preparando para o Natal ao mes-

Oração ecumênica e apresentação da Orquestra Sinfônica Heliopólis iniciam o Natal Iluminado

mo tempo em que se convoca a guerra. Diante de tantos fatos de violência, morte e intolerância, o Papa pede que todos busquem os caminhos de boa convivência e de paz”, destacou o Cardeal Scherer. A Oração de São Francisco de Assis, foi entoada ao final da celebração, trazendo a mensagem para que todos sejam homens e mulheres instrumentos de paz.

Inclusão Social e Formação

Sob a regência do Maestro Edilson Ventureli, a Orquestra Sinfônica Heliópolis e o Coral da Gente, projetos sociais do Instituto Baccarelli, apresentaram, após a oração ecumênica, um concerto musical com músicas clássicas, além de um pout-pourri de músicas natalinas conhecidas do público.

‘O mistério e o menino’ Como parte da programação do Natal Iluminado, entre os dias 14 a 22, na Paróquia São Luís Gonzaga (avenida Paulista, 2.378), acontecerá o Auto de Natal “O mistério e o menino”, com projeção de imagens na arquitetura da igreja e apresentações ao vivo, com trilha sonora original. A programação gratuita acontecerá nos seguintes dias e horários:

Segunda-feira, 14 - 20h e 21h; Terça-feira,15 - 21h30; Quarta-feira, 16 - 20h e 21h; Quinta-feira, 17 - 21h30; Sexta-feira, 18 - 20h e 21h; Sábado, 19 - 19h, 20h e 21h; Domingo, 20 - 21h; Segunda-feira, 21 - 20h e 21h Terça-feira, 22 – 20h e 21h

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“O grupo, composto por residentes do Heliópolis e músicos de Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro, é o mais avançado do Instituto Baccarelli. O Coral da Gente é a porta de entrada para crianças e adolescentes da comunidade, de 4 a 14 anos. Trabalhamos com nossos alunos os valores e conceitos para a vida em sociedade, por meio do aprendizado da música, de maneira prazerosa”, ressaltou Ventureli. “Comecei a participar da Orquestra Sinfônica Heliópolis do Instituto Baccarelli em 1996. Fui escolhida junto com 35 alunos da minha escola para começar o projeto. Comecei aprendendo violino, toquei na Orquestra até 2011. Por motivos pessoais, tive que deixar o projeto, porém, logo em seguida, fui convidada para trabalhar no Instituto. Toda essa vivência no projeto me proporcionou conhecer inúmeras pessoas do meio artístico e erudito e contribuiu muito para a minha formação humana, artística e musical”, expressou Daniela Correia, 31, estudante de Biblioteconomia e Assistente de Coordenação do Acervo Musical do Instituto Bacarelli. Para Daniela, ainda moradora do Heliópolis, o projeto é muito importante para as crianças e adolescentes do bairro. “Vejo o quanto as crianças do projeto são diferentes das outras crianças, pois não é só aprender um instrumento musical ou aprender a cantar. Eles aprendem a ter disciplina, senso crítico, sabem avaliar uma boa música e opinar sobre diversos assuntos. Voltam para suas casas e suas escolas como pessoas diferentes”. A história da Orquestra Sinfônica Heliópolis, que completará 20 anos em 2016, está sendo contada no filme “Tudo o que aprendemos juntos”, de Sergio Machado. O longa, que estreou nos cinemas no dia 3, é inspirado na história da formação da Orquestra, tendo como protagonista o ator Lázaro Ramos. Alunos do projeto também participam do filme.

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| Entrevista | 15

Com a Palavra: Marcelo Couto Dias

O Estado deve ajudar a família a agir com autonomia, não substituí-la Luciney Martins/O SÃO PAULO

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Quão eficientes são as políticas públicas voltadas para as famílias no Brasil? Estas colaboram para a autonomia familiar ou limitam sua potencialidade? Aos 28 anos, Marcelo Couto Dias, Mestre e doutorando em Família na Sociedade Contemporânea, pela Universidade Católica de Salvador, estuda constantemente essas e outras questões relacionadas à subsidiariedade. Em 26 de novembro, ele esteve em São Paulo para um evento sobre desenvolvimento e subsidiariedade, promovido pelo grupo Oficina Municipal. Nesta entrevista ao O SÃO PAULO, Marcelo destaca que o Estado deve ajudar a família a ser autônoma e não substituí-la em funções que lhe são próprias, como a tarefa educativa. O SÃO PAULO – Você veio a São Paulo para um evento que tratou de desenvolvimento e subsidiariedade. Qual o panorama da subsidiariedade no País?

Marcelo Couto Dias - A subsidiariedade no Brasil, hoje, mais que uma realidade, é um horizonte. Pois qual é a lógica da subsidiariedade? É a ideia de que um corpo social superior deve apoiar, subsidiar, ajudar, um corpo social inferior no desempenho das suas tarefas. O ideal é favorecer o protagonismo. A lógica da subsidiariedade é de não substituir, mas de ajudar um corpo menor, no caso a família, a agir com autonomia. Não basta uma resposta ao problema que venha da esfera pública sem antes fazer uma tentativa de promover as famílias para que elas ajam. Depois, eventualmente, se houver algumas que não vão conseguir isso, ai sim será preciso uma resposta institucional. Quando falamos de políticas para a família, pensamos esta não como mera destinatária das ações públicas, mas como sujeito do bem-estar. Equivocadamente, muitos acreditam que promover bem-estar social é dever exclusivo do Estado. Eu penso que não. A sociedade como um todo pode colaborar para constituição desse bem-estar, especialmente a família, como uma célula fundamental da sociedade.

Investimentos governamentais como o Bolsa Família, por exem-

a sociedade. Nas conclusões do Sínodo, por exemplo, a Igreja reafirma aquilo que disse ao longo da história e que hoje a pesquisa empírica pode comprovar: que a família, como ambiente de cooperação entre homem e mulher, aberta a gerar filhos, disposta a educá-los, é um bem insubstituível sem o qual não há sociedade. Claro que a família não é a solução para todos os problemas, mas tem um papel importante também por sua tarefa educativa. É preciso aproveitar mais o potencial que a família carrega.

Neste ano, muitos católicos se mobilizaram para impedir que a ideologia de gênero estivesse nos planos municipais, estaduais e nacional de educação. Falou-se do risco de as famílias perderem a autonomia na educação dos filhos. Há esse risco efetivamente?

plo, estão na lógica da subsidiariedade?

Não contemplam diretamente, uma vez que pensam a família como um lugar com problemas que precisa da intervenção pública, pois não consegue prover o próprio sustento e não dá conta de responder satisfatoriamente à demanda dos seus membros. A família não é pensada como sujeito. Não estou dizendo que o Bolsa Família não tenha valor, mas sim que a família, nesse caso, não é pensada como alguém que pode fazer algo, mas somente como alvo das ações da iniciativa pública.

Há caminhos para mudar essa realidade?

A primeira coisa é descobrir quem são os sujeitos sociais ativos desse bem-estar, é partir do que já existe de positivo, ver quais são as famílias que respondem às demandas de educação, de socialização das novas gerações, de acolhimento e cuidado com os idosos, de uma relação entre homem e mulher pautada na cooperação e não na violência. Fala-se muito dos males, mas se olharmos para várias famílias, em muitas há cooperação, solidariedade, acolhimento, sacrifício pelo bem do outro. A reforma virá a partir do descobrimento dessa realidade, para pensar como é possível promovê-la, ajudá-la a continuar a ser o que é ou desenvolver aquilo que ela faz em potencial. Essa primeira etapa não demanda investimento algum. A sociedade precisa identificar, não necessariamente a partir de critérios religiosos, mas de critérios empíricos, quais são as famílias que produzem mais o desejado bem-estar social. Essas famílias precisam ser promovidas.

E qual o perfil dessas famílias?

A intuição que tenho e vejo nas pesquisas que realizo é que essa família produz mais aquilo que sociologicamente eu chamaria de bens relacionais. É uma família que se constitui enquanto uma cooperação entre sexos e gerações, numa relação de plena reciprocidade, ou seja, entre homem e mulher, o casal, e entre pais, filhos e avós. O que as pesquisas empíricas mostram é que essa família produz essas virtudes sociais. Hoje, vivemos em um contexto social marcado por um forte déficit dessas virtudes. A violência e o uso de drogas estão ai para nos dizer isso, por exemplo. No entanto, se cada um olhar para a própria experiência, verá que carrega um pouco dessas virtudes sociais e perceberá que as aprendeu na família e não na escola. Se eu, em família, aprendi a conviver com a diferença, ao ir para a esfera pública, estarei mais preparado para conviver com as diferenças que encontrarei. A família, então, é um recurso em potencial. Não é um estoque que está dado, é uma potencialidade, que, como tal, precisa ser desenvolvida, o que acontecerá se for provocada. Assim, as famílias precisam ser chamadas, convocadas, provocadas a viver relações de reciprocidade e de cooperação, que têm como resultado um capital social para a pessoa e para a sociedade.

Esse papel “provocador” também cabe à Igreja?

Sim. A Igreja entra com essa provocação porque carrega essa hipótese de família. À medida que a Igreja se mantém fiel ao seu compromisso de apresentar o desígnio de Deus acerca da família, ela cumpre uma tarefa importante para

A educação é um dever e um direito primário da família. Tudo o que vem depois, existe para ajudar a família nessa tarefa. A relação entre escola e família na educação, durante muito tempo, foi clara: a escola cumpre uma função subsidiária, coopera, mas a tarefa educativa é da família. Hoje, no entanto, as coisas se inverteram, isso porque perdeu-se, muitas vezes, o horizonte de que a família é um sujeito social. E se não é a família que educa, quem vai educar? Criou-se, assim, um ambiente de disputa na sociedade, com todo mundo querendo educar, e nesta luta vence o mais forte. Há quem ache que esse dever é do Estado, mas para mim, todo o Estado que quer educar tem em si uma tendência totalitária, pois educar é incutir valores, princípios, apresentar o significado, e quando se diz que o Estado que vai fazer isso, significa que um grupo de pessoas vai ter o poder definir por toda uma nação quais os valores, qual o significado da vida que vai ser comunicado. Quanto à ideologia de gênero, a questão não está só nos planos de educação. No site do Ministério da Educação (MEC) podem ser acessadas as bases curriculares nacionais e mesmo com a questão do gênero sendo tirada dos planos municipais, estaduais e do nacional, nas bases curriculares há 50 referências de gênero. Esse é mais um exemplo dessa pretensão do Estado de educar, substituindo a família e a aqueles a quem ela confere essa tarefa, pois cada família aceita a colaboração da comunidade em que vive, da religião a que pertence, mas a tarefa é da família, que, assim, tem sua autonomia e direito resguardado. No entanto, quando se considera a família apenas como um agregado de pessoas e se fala “agora quem vai educar somos nós”, a autonomia dela fica constantemente ameaçada. Entregar essa tarefa ao Estado é algo arriscado.


16 | Fé e Cultura |

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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

O rosto de Deus

Roger Scruton investiga o lugar de Deus num mundo “desencantado”. Sua argumentação é uma resposta à cultura ateísta que cresce hoje em dia, mas também uma defesa do que faz da humanidade algo único. Ele refuta a ideia de que não haja sentido nem propósito no mundo natural, e sustenta que o sagrado e o transcendente são presenças reais pelas quais os seres humanos podem conhecer a si mesmos e encontrar sua liberdade e redenção. Na face humana, nós descobrimos um sentido. A partir dessa experiência, nós construímos a face da terra e nos dirigimos à face de Deus. Nós encontramos na face a prova de nossa liberdade e o sinal de nossa autoconsciência. Uma das motivações da cultura ateísta é escapar do olhar do Juízo. Escapa-se do olhar do Juízo escondendo-se a face. Esse é o aspecto mais perturbador dos tempos em que vivemos. Em sua argumentação, Scruton explica a sensação de destruição que temos, à medida que os hábitos de busca do prazer e consumismo desfiguram o mundo. Seu livro defende um mundo consagrado, contra o hábito de profanação, e oferece uma visão de uma forma de viver religiosa em um tempo de provação. Ficha técnica: Autor: Roger Scruton Páginas: 240 Editora: É Realizações

Divulgação

Para refletir Clima: um túnel no fim da luz?

Um interessante artigo Régis de Castelnau sobre certa ecologia vivida como uma espécie de nova religião foi publicado, no dia 30 de novembro, pela revista francesa Causeur. Abaixo, alguns trechos traduzidos do original em francês: “André Malraux, em uma citação que é muitas vezes deformada, nos havia prevenido de que o século XXI ‘seria religioso ou não seria nada’. A esperança comunista, religião substituta, foi a grande paixão do século XX. Dizendo-se materialista e científica, ela se reivindicava herdeira do iluminismo. Mas essa impostura desmoronou. (...) Infelizmente, uma nova religião se impõe: é a religião de Gaia, nossa Terra, a deusa mãe, que, repetem-nos todos os dias, é preciso respeitar e salvar. Muitos veem nisso uma nova ideologia. É mais do que isso. Assim, o novo culto da Mãe-terra parece ligado à globalização. Nossas identidades de pertencimento já não são muito numerosas. Já há uns 30 anos, ao lado da família e do território nacional, vem ganhando força o fazer parte de um mundo globalizado. E esse pertencimento precisa de cimento e de fé. O culto da Mãe-terra vai dar conta do recado?” O artigo original em francês – sob o título “Climat: au bout des Lumières, le tunnel?” – pode ser lido em causeur.fr.


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| Esporte | 17

Um novo rumo para a CBF? Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Na próxima sexta-feira, 11, no Rio de Janeiro, o presidente em exercício da CBF, Marcus Antonio Vicente, 61, falará em coletiva de imprensa sobre como pretende conduzir o futebol brasileiro durante os 150 dias de licenciamento de Marco Polo Del Nero da presidência da entidade. Marcus Vicente, deputado federal (PP-ES), vice-presidente da CBF na região Centro-Oeste e por 20 anos comandante da Federação de Futebol do Espírito Santo, foi designado para o cargo pelo próprio Del Nero, que na quinta-feira, 3, se licenciou da presidência para “dedicar-se à sua defesa, em vista de ter seu nome mencionado em acusações relatadas pela Justiça norte-americana e pelo Comitê de Ética da FIFA”, detalhou a CBF em nota.

No mesmo dia, Del Nero, Ricardo Teixeira - ex-presidente da CBF, e outros 14 dirigentes sul-americanos foram indiciados pela Justiça norte-americana na mesma investigação que levou à prisão, em maio, José Maria Marin, presidente da entidade até abril. Os três teriam dividido propinas de R$ 2 milhões, entre 2012 e 2014, recebidas de empresas de marketing esportivo pelos direitos de transmissão da Copa do Brasil. Ainda no dia 3, a Fifa iniciou investigações para averiguar se Del Nero infringiu o código de ética da entidade. Se comprovada as infrações, ele terá que deixar definitivamente a presidência da CBF.

Pressão por mudanças

Desde que foi nomeado presidente, Marcus Vicente tem declarado apoio a Del Nero. O indicativo de que pouca coisa ou nada deve mudar no futebol Rafael Ribeiro/CBF

Rafael Ribeiro/CBF

Marcus Antonio, presidente em exercício da CBF, em foto com Del Nero e Marin em abril deste ano

brasileiro desagrada os atletas. Na última rodada do Brasileirão, no domingo, 6, os jogadores cruzaram os braços por 15 segundos após o apito inicial das partidas. A iniciativa foi articulada pelo Bom Senso FC, grupo de jogadores e ex-jogadores, que em nota repudiou a corrupção na CBF e defendeu a renúncia de Del Nero e a convocação de novas eleições livres e democráticas na entidade. “Marco Polo tem que renunciar imediatamente à presidência da CBF. E sem maracutaia para colocar mais um dessa linhagem pútrida”, escreveu em sua página no Facebook o jogador Paulo André, um dos líderes do Bom Senso FC.

Presos apenas se deixarem o Brasil

E MOSTRAR QUE DE FATO É CAMPEÃO – O Palmeiras conquistou, no dia 2, o tricampeonato da Copa do Brasil. Na final no Allianz Parque, o alviverde derrotou o Santos por 2 a 1, devolvendo a derrota da primeira partida. Nos pênaltis, o goleiro Fernando Prass se destacou, com uma defesa e o gol na cobrança decisiva.

Del Nero e Teixeira só serão presos, como aconteceu com Marin, caso deixem o território brasileiro. O processo contra eles tramita na Justiça norte-americana e o Brasil não extradita seus cidadãos, mesmo que sejam condenados. “Na nossa Constituição está previsto que não é possível a extradição de nacio-

nais. O Marco Polo Del Nero, quando da prisão do Marin na Suiça, pegou um voo direto para o Brasil e daqui não saiu mais e não se atreve ‘a colocar o pé fora do País’, pois tem o risco de ser extraditado para os Estados Unidos”, explicou, ao O SÃO PAULO, Angela Maria Tsatlogiannis, professora de direito internacional das Faculdades Integradas Rio Branco. Segundo a Professora, Del Nero tem a opção de não apresentar defesa ou de constituir um advogado para defendê-lo nos Estados Unidos. “Se for pessoalmente, vai ser preso”, detalhou. No Brasil, Del Nero é alvo de investigações em uma CPI no Senado, que já aprovou a quebra de seus sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático (correspondências eletrônicas). Marin e Teixeira também tiveram sigilos quebrados. Na sexta-feira, 4, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, informou que vai pedir às autoridades norte-americanas informações sobre as acusações contra Del Nero e Teixeira, o que indica que poderão ser investigados também no Brasil por eventuais ilícitos.

Benegrip Multi: paracetamol 13,30 mg/mL, cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL, maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL Indicações: Analgésico e antitérmico. Descongestionante nasal em processos de vias aéreas superiores. MS 1.7817.0768. Setembro/2015. Benegrip Multi é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.


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OBRAS SOCIAIS NOSSA SENHORA AQUIROPITA CNPJ: 62.798.699/0001-34

BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM: 31/12/2014

1 - ATIVO 1.1 - ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 - DISPONÍVEL 1.1.1.01 - BENS NUMERÁRIOS 1.1.1.02 - DEPOSITOS BANCÁRIOS 1.1.1.03 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DISPONÍVEL 1.2 - ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.2.2 - INVESTIMENTOS 1.2.2.01 - PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS EMPRESAS INVESTIMENTOS 1.2.3 - IMOBILIZADO 1.2.3.01 - BENS 1.2.3.03 - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA IMOBILIZADO Total do ATIVO

3.744,94 D 37.824,84 D 6.765.839,57 D 6.807.409,35 D 204,29 D 204,29 D 1.231.338,46 D 131.348,79 C 1.099.989,67 D 7.907.603,31 D

2 - PASSIVO 2.1 - PASSIVO CIRCULANTE 2.1.1 - OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO 2.1.1.02 - CONTAS A PAGAR 89.018,98 C 2.1.1.03 - OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 13.460,05 C 2.1.1.04 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS/ PREVIDENCIÁRIAS 33.448,83 C OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO 135.927,86 C 2.4 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.4.6 - RESULTADOS ACUMULADOS 2.4.6.01 - RESULTADOS ACUMULADOS 7.771.675,45 C RESULTADOS ACUMULADOS 7.771.675,45 C Total do PASSIVO E PATRIMÔNIO 7.907.603,31 C Reconhecemos a exatidão do presente balanço encerrado em 31 de Dezembro de 2014 conforme documentação apresentada.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 3 - RECEITAS 3.1 - RECEITA OPERACIONAL BRUTA 3.1.1 - RECEITA BRUTA 3.1.1.03 RECEITAS SEM FINS LUCRATIVO RECEITA BRUTA 6.753.176,45 C 3.3 - OUTRAS RECEITAS 3.3.1 - RECEITAS OPERACIONAIS 3.3.1.01 - RECEITAS FINANCEIRAS RECEITAS OPERACIONAIS Total de RECEITAS 7.275.861,80 C (=) RECEITA… 4 - CUSTOS 4.1 - CUSTOS PROJETOS 4.1.1 - CUSTO DOS PROJETOS 4.1.1.03 - JOVEM APRENDIZ 4.1.1.04 - MORADORES DE RUA 4.1.1.05 - TERCEIRA IDADE 4.1.1.06 - N S E/CCA 4.1.1.07 - MOVA 4.1.1.08 - CRECHE 982.364,95 D 4.1.1.09 - CASA RAINHA DA PAZ 4.1.1.10 - FE E FESTA 4.1.1.11 - CASA SAO JOSE CUSTO DOS PROJETOS Total de CUSTOS 3.496.299,46 D

ENTIDADES 6.753.176,45 C

522.685,35 C 522.685,35 C 7.275.861,80 C

229.009,27 D 818.937,77 D 231.459,45 D 947.742,21 D 73.780,78 D 172.720,37 D 1.118,55 D 39.166,11 D 3.496.299,46 D

(=) LUCRO BRUTO 3.779.562,34 C 5 - DESPESAS 5.1 - DESPESAS OPERACIONAIS 5.1.1 - DESPESAS OPERACIONAIS 5.1.1.01 - DESPESAS COMERCIAIS/ ADMINISTRATIVAS 5.1.1.02 - DESPESAS COM PESSOAL E ENCARGOS 5.1.1.03 - DESPESAS FINANCEIRAS 5.1.1.04 - DESPESAS TRIBUTARIAS DESPESAS OPERACIONAIS Total de DESPESAS (=) LUCRO OPERACIONAL Outras Receitas/Despesas: (=) LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS, PARTICIP. E CONTRIBUIÇÕES Provisão de Impostos: Participações e Contribuições: Total do LUCRO do Período:

DE

2.221.697,54 D 1.030.177,48 D 6.377,02 D 8.454,73 D 3.266.706,77 D 3.266.706,77 D 512.855,57 C 512.855,57 C 512.855,57 C

Reconhecemos a exatidão da presente demonstração encerrada em 31 de Dezembro de 2014 conforme documentação apresentada.

PE. PAULO SERGIO CORREIA DIRETOR PRESIDENTE rg: 18.888.427-0 CPF: 675.520.050-68

ORLEI RODRIGUES TECNICO DE CONTABILIDADE CPF: 020.090.218-00 TC/CRC: 043086/O-7

NOTAS EXPLICATIVAS DAS DEMOSNTRAÇÕES CONTABEIS EM 31/12/2014

I - CONTEXTO OPERACIONAL NOTA 01 – A entidade OBRAS SOCIAS NOSSA SENHORA AQUIROPITA, fundada em 30 de Maio de 1963 é uma associação civil com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com caráter exclusivamente beneficente, assistencial, educacional e cultural, que tem por finalidade a promoção humana, devendo incentivar o espírito associativo da própria comunidade, tendo como prioridade: o amparo e promoção de jovens e adolescentes, promoção a moradores de rua, alfabetização de adultos, terceira idade, alcoólatras anônimos e a promoção da família. A Entidade no intuito de cumprir suas finalidades, em 09 de novembro de 1999, criou o setor de atividade denominada CASA DOM ORIONE, para atendimento e prestação de serviços conforme descritos e por este motivo paga mensalmente a utilização desta marca para referida casa. II – PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTÁBEIS Nota 2.1 – Declaração de Conformidade As demonstrações contábeis e financeiras foram elaboradas e estão apresentadas em conformidade com as práticas contábeis e adotadas no Brasil, normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas 6404/76 e as alterações introduzidas pela Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09, Pronunciamento Contábeis do Comitê de Contabilidade – CPC e segregação por aérea de atuação para o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício de 2014, conforme prevê a Lei 12.101/2009 e decreto 7.237/2010. A base de elaboração e apresentação das demonstrações contábeis e financeiras foi adotada pela primeira vez em 2008, em atendimento aos pressupostos da Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09. Essas modificações tiveram como objetivo possibilitar o processo de convergência das Práticas Internacionais de Contabilidade. Até a data de preparação desta demonstração contábil a entidade buscou adotar e implantar os Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC e aprovados por deliberação da CVM e Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade – CFC. O efeito da adoção das práticas contábeis modificadas pela Lei 11.638/7 e Lei 11.941/09 dos IFRS’s, dos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC e aprovados por deliberação da CVM e Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade – CFC estão apresentados a seguir:

2.2 - Pronunciamentos Contábeis aprovados após a Lei 11.638/07 e pelos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Com exceção dos CPC´s que não aplicam a entidade OBRAS SOCIAIS NOSSA SENHORA AQUIROPITA, todos os demais foram adotados normalmente durante as operações da entidade, sem quaisquer impactos relevantes das Demonstrações Financeiras e Contábeis. 2.3 - A seguir sumários das principais práticas contábeis adotadas pela entidade: I. Apuração de Resultado a) Apuração do resultado do superávit / déficit do exercício Aa receitas sociais, representadas, basicamente, por doações recebidas, verbas sociais e por eventos sociais promovidos pela entidade, são contabilizados por ocasião do recebimento. No caso das doações, constatamos e existência documentação que sustente por registros contábeis. As receitas financeiras e a maioria das despesas são reconhecidas em regime de competência de exercícios.

Fernando Geronazzo Colaborador de comunicação da Região

Concerto homenageará 270 anos da Diocese de São Paulo Luciney Martins/O SÃO PAULO

II. Ativos Circulantes b) Ativos Circulantes Os ativos circulantes são demonstrados pelos valores de realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos auferidos. III. Ativos Circulantes c) Investimentos De acordo com o balanço findo em 31/12/2014, o saldo refere-se às quotas de ações preferenciais e ordinárias da ainda Telesp S/A e a aquisição de uma linha telefônica. Não há evidencias da realização do valor das ações ou perspectivas de alienação. d) Imobilizado Os bens do ativo imobilizado são demonstrados pelo valor de custo de aquisição ou de construção. Atualmente, a entidade não possui prática a metodologia das depreciações neste grupo de contas, nem tampouco possui controle individualizado dos bens do ativo imobilizado. IMOBILIZADO INSTALAÇÕES MÁQUINAS APARELHOS E EQUIPAMENTOS EQUIPAMENTOS DE PROC. ELETR. DADOS DIREITO DE USO DE LINHAS TELEFONICAS MOVEIS E UTENSILIOS VEICULOS EDIFICAÇOES E CONSTRUÇÕES EQUIPAMENTOS TELEFONICOS TERRENOS TOTAL DEPRECIAÇÃO (-) DEPREC. ACUM.INSTALAÇÕES (-) DEPREC. ACUM.MAQ.EQUIP (-) DEPREC. ACUM.EQUIP.PROC.DADOS (-) DEPREC. ACUM.MÓVEIS E UTEN. (-) DEPREC. ACUM.VEICULOS (-) DEPREC. ACUM.EDIF. E CONSTR (-) DEPREC. ACUM.EQUIP. TELECOM TOTAL

2014 45.310 89.623 172.291 1.900 262.079 346.050 120.001 4.082 190.000 1.231.338

2013 7.200 83.389 172.291 1.900 257.383 307.679 120.001 4.082 190.000 1.143.927

2014 4.531 8.962 17.229 26.208 69.210 4.800 4.08 131.348

2013 000 000 000 000 000 000 000 000

IV – Passivos Circulantes e) Passivos Circulantes Os passivos circulantes são demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quanto aplicável dos encargos incorridos. f) Patrimônio Social Composto pelo superávit/déficit obtidos ao longo do período de existência da entidade e reserva, não tem capital social. V) - Informações Suplementares Com o objetivo de permitir análises adicionais, a entidade apresenta como informações complementares, as demonstrações do fluxo de caixa, conforme segue: Fluxo de Caixa – A demonstração de fluxo de caixa foi elaborada de acordo com a NPC 20 do IBRACOM – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil e da deliberação 547 de CVM – Comissão de Valores Mobiliários que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 03 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis que trata da Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC, considerando as principais operações que tiveram influência nas disponibilidades da entidade. O fluxo de caixa esta dividido entre atividades operacionais, investimentos e de financiamentos. Provisão para Férias e Encargos A entidade não vem apurando e apropriando mensalmente e até a data do balanço, com base nos direitos adquiridos pelos empregados, a provisão de férias e encargos sociais correspondentes. Provisão para Contingência A administração da entidade, por considerar inexpressivo até a data do balanço não apurou e apropriou nenhum valor para cobrir eventuais perdas com ações cíveis, trabalhistas e fiscais, com base em parecer de seus advogados. Outras Informações a) Seguros Para atender medidas preventivas adotadas permanentemente, a entidade efetua contratação de seguro em valor considerado suficiente para cobertura de eventuais sinistros de automóveis, porem não efetua contratação de seguro para cobertura de eventuais sinistro de máquinas, aparelhos e equipamentos, equipamentos de processamento eletrônico de dados, móveis e utensílios e edifícios e construções. b) Instrumentos financeiros (i) Gerenciamento de Risco – A entidade não realiza operações envolvendo instrumentos financeiros com finalidade especulativa. (ii) Valores de Mercado – Durante o exercício de 2014, os valores de mercado das disponibilidades, contas a receber e a pagar, conferem com os valores registrados nas demonstrações contábeis devido a natureza de curto prazo das mesmas. c) Patrimônio Social Composto pelo superávit/déficit obtidos ao longo do período de existência da entidade e reservas. d) A entidade recebeu doações físicas e jurídicas - a entidade recebeu doações de pessoas físicas e jurídicas 2014 a) Pessoas Físicas 26.444 49.398 b) Pessoas Jurídicas 161.191

2013 210.006

- a entidade recebeu os seguintes auxílios a) Poder Público Defensoria b) Pref. Municipal de São Paulo

2014 517.118 2.704.878

2013 510.337 2.696.303

- a entidade recebeu outros auxílios e receita a) Projeto Jovem Aprendiz b) Promoções e Eventos

2014 385.275 2.958.268

2013 846.915 2.478.007

e) Os recursos obtidos foram aplicados em suas finalidades assistenciais, de acordo com o Estatuto Social, demonstrados pelas despesas e investimentos patrimoniais. f) As despesas da entidade são apuradas através de notas fiscais e recibos, em conformidade com as exigências legais e fiscais. g) Todo o trabalho filantrópico é realizado gratuitamente, portanto não se aplicando o regime de gratuidade, conforme no inciso VI do artigo 3º do decreto 2.536/98. PE. PAULO SERGIO CORREIA FUNÇÃO: DIRETOR PRESIDENTE RG. 18.888.427 CPF. 675.520.050-68

ORLEI RODRIGUES CPF. 020.090.218-00 TC/CRC 1SP043086/O-7

Concerto será no órgão do Mosteiro de São Bento, no dia 15

A Arquidiocese de São Paulo e o Mosteiro São Bento realizam na terça-feira, 15, um concerto de órgão em comemoração aos 270 anos de criação da Diocese de São Paulo e pelo início do Ano Santo extraordinário da Misericórdia. O organista José Luiz Aquino apresentará obras do primeiro organista da Catedral da Sé, Furio Franceschini, de Johann Sebastian Bach, entre outros. O concerto começa às 20h, na Basílica do Mosteiro de São Bento (largo São Bento, próximo à estação São Bento do Metrô) e a entrada é franca.

Natal, música e solidariedade O Coral e Orquestra Bevilacqua, em parceria com a Região Episcopal Sé, realiza mais uma edição do concerto beneficente de Natal, na segundafeira, 14. O evento tem o objetivo de auxiliar materialmente algumas instituições assistenciais, entre elas, o Amparo Maternal, o Centro Comunitário da Criança e do Adolescente (CCCA) e a Cáritas Regional. Fundado em 1994 e dirigido pelo maestro Renato Bevilacqua, o Coral e Orquestra contará o nascimento de Jesus por meio de obras eruditas e peças já consagradas. O repertório narra desde as profecias do nascimento de Cristo, passando pelo anúncio do anjo a Maria, pela noite do nascimento e pela visitação dos Magos entre outros momentos. Também serão executadas músicas natalinas populares. Apresentação começa às 20h30, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus (rua Maranhão, 617, em Higienópolis). A entrada equivale à doação de uma ou mais latas de leite em pó. Informações pelo telefone (11) 3816-4768.


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Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

A solidariedade que alimenta Há 22 anos, de segunda a sexta-feira, às 18h, a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Hamburguesa, no Setor Pastoral Leopoldina, recebe moradores em situação de rua, oferecendo-lhes uma refeição. Diariamente, cerca de cem refeições são distribuídas, conforme apurou a reportagem da Pastoral da Comunicação da Região Lapa em visita à Paróquia na sexta-feira, 4. A coordenadora do projeto, Maria Rosa Negri da Silva, explicou que a ideia da iniciativa foi do Frei Egisto Cansian, então pároco, que ainda hoje vive na Paróquia. Atualmente, mais de 60 pessoas trabalham voluntariamente, divididas em cinco equipes, distribuindo as refeições aos mais necessitados. Maria Rosa recordou que no

Lapa Benigno Naveira

Moradores em situação de rua, durante jantar na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, localizada na Vila Hamburguesa

começo, era servido apenas uma sopa às pessoas em situação de rua, e que hoje o cardápio sempre tem arroz, feijão, legumes e uma carne como mistura, além de so-

bremesa, sendo que tudo é doado pela comunidade. Joélinton Martins, frequentador a mais de um ano da iniciativa, manifestou sua gratidão ao pro-

jeto. “O Frei Egisto e esta comunidade são abençoados, sempre ajudando com este ato de amor e solidariedade aos mais necessitados. Que Deus abençoe a todos”.

Natal comunitário: esperança e fé às vésperas do nascimento de Cristo Benigno Naveira

Dom Julio abençoa imagens do Menino Jesus, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima

Na celebração do 2º domingo do Advento, no dia 6, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu a missa de encerramento do 17º Natal Comunitário da Região, realizada na Paróquia Nossa Senhora de Fatima, no Setor Pastoral Leopoldina. O Bispo, na homilia, lembrou que aquele que anseia por Jesus, que espera Nele, que deseja o seu Reino e a sua justiça, acredita que Deus vem ao encontro da humanidade. Dom Julio explicou que Jesus veio ao mundo pela primeira vez revestido da fragilidade do homem, para abrir o caminho da salvação; e que virá uma segunda vez revestido de

glória, na manifestação do Reino em sua plenitude. Dom Julio refletiu, ainda, sobre o Evangelho do dia (Lucas 3, 1-6), que apresenta indicações práticas, apontando para João Batista, a voz que clama no deserto alertando o povo para a iminente vinda do Senhor. Tal preparação é feita por meio da conversão, indicando a todos que é preciso se desvencilhar das próprias atitudes e obras que impedem de manifestar o amor a Deus e ao próximo. Após o encerramento da celebração, aconteceu a apresentação do Coral Interlúdio, cantando músicas natalinas.

Benigno Naveira

Benigno Naveira

Na tarde do domingo, 6, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa na festa da Imaculada Conceição, padroeira do Centro Comunitário de Educação Popular Imaculada Conceição (Cepic), instalado na Região.

A abertura do Natal comunitário aconteceu na sexta-feira, 4, na Paróquia São João Maria Vianney, no Setor Pastoral Lapa, em missa presidida pelo Padre Raimundo Rosimar Vieira da Silva, pároco. “A Região Lapa, nesta celebração, abre o Natal Comunitário, tendo o menino Jesus no centro, porque o Natal é isso. Não há outra motivação a não ser a celebração do nascimento do Filho de Deus”, afirmou o Sacerdote. Após a missa, houve apresentação do Coral Aúthos Pagano.


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Santana São Francisco Xavier, o missionário sem fronteiras

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio de Deus Borges, precedido pelo Padre Jorge da Silva, durante festa do padroeiro na Paróquia São Francisco Xavier Alessandra Pereira

No domingo, 6, Dom Sergio de Deus Borges presidiu, na Paróquia São Luiz Gonzaga, no Setor Casa Verde, o sacramento da Crisma para 60 crismandos, pertencentes às comunidades de São Luiz Gonzaga, Rainha Santa Isabel e Maranata. Concelebraram os padres Mauricio Luchini, pároco da Paróquia São Luiz, e Paulo Homero Gozzi, pároco da Paróquia Rainha Santa Isabel.

Confraternização do clero Padres e diáconos da Região Episcopal Santana foram recepcionados por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, durante todo o dia 1º, para participar da confraternização anual, realizada no Centro Educacional Sagrado Coração, das Irmãs Guanellianas.

Durante nove dias, os fiéis da Paróquia São Francisco Xavier, no Setor Pastoral Medeiros, realizaram uma novena ao Padroeiro, com o tema “São Francisco Xavier, missionário sem fronteiras”. Foi uma forma de motivar a comunidade a ser missionária, inspirada no Padroeiro, que fundou missões na Ásia no século XVI, a ponto de ser conhecido como “São Paulo do Oriente”. Na quinta-feira, 3, o Padre Jorge da Silva, pároco, acolheu a Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, além do Padres Cândido da Costa, ex-pároco e, atualmente, pároco na

Paróquia Santa Inês; Padre Marcel Martineau, pároco da Paróquia Santa Zita e Nossa Senhora do Caminho; e o diácono Gilson Crema. Dom Sergio, na homilia da missa de encerramento da festa, disse, aos paroquianos e fiéis de outras comunidades que participaram da missa, que anunciar o Evangelho é uma necessidade da Igreja. Ele ressaltou que Jesus ao falar “ide ao mundo inteiro”, quer dizer a todos os lugares, de modo que na comunidade paroquial, todos são destinatários da Palavra de Deus. Para o Bispo, São Francisco Xavier sentiu o que o apóstolo Paulo fala em sua carta: a necessidade de pregar o Evangelho, desejo que oriunda do Batismo de cada cristão. Dom Sergio lembrou que hoje pouco se fala de Jesus e ressaltou a necessidade de que se fale de Cristo em casa, no trabalho, mostrando a alegria de recebê-lo e de viver numa comunidade de fé.

Morre Padre Reinaldo, colaborador da Paróquia Santo Antônio Luciney Martins/O SÃO PAULO

Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu, no sábado, 5, missa de conclusão dos cursos da Escola de Teologia e da Escola de Evangelização, que compõem o Centro de Formação Pastoral Frei Galvão. A missa foi concelebrada pelos padres José Esteves Filho (Gabriel), coordenador, e Andrés Marengo.

Padre Reinaldo Emílio, falecido no dia 5

Foi sepultado na tarde do domingo, 6, em São José dos Campos (SP), o Padre Reinaldo Emílio, 57, que faleceu na madrugada do sábado, 5, no Hospital São Camilo, em São Paulo. O corpo do Sacerdote foi velado no Santuário São Judas Tadeu, na mesma cidade. Nascido em 6 de janeiro de 1958, Padre Reinaldo foi ordenado sacerdote em 1º de fevereiro de 1992, e atuou em paróquias da Arquidiocese de São Paulo. Atualmente, colaborava na Paróquia Santo Antônio, no Setor Pastoral Mandaqui, da Região Episcopal Santana. (Redação: O SÃO PAULO)


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Belém Certificados para um olhar de fé e compromisso social na política Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

A terceira turma da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi, do núcleo de escolas de cidadania da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo concluiu estudos na noite da segunda-feira, 7, no Centro Pastoral São José. Nas duas semanas anteriores, os grupos apresentaram o trabalho de conclusão do curso, orientados por Márcia Castro, membro da Pastoral, com temáticas como a reforma política, saúde, plano de bairro e moradia. Os alunos que concluíram o curso receberam a certificação da Escola, e aos que apresentaram o trabalho de conclusão foi conferido o certificado de extensão universitária, com

carga de 74 horas, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), representada pelo técnico em assuntos educacionais Manuel de Medeiros. O curso, que tem por objetivo refletir e aprofundar as questões sociais, políticas e econômicas à luz da fé e da Doutrina Social da Igreja, é dividido em dois módulos: “Fé, política e o planejamento da cidade” e “Fé, política e a participação do cidadão”. Durante as aulas, alguns alunos se motivaram a integrar os conselhos participativo, tutelar e de saúde. As inscrições para a turma 2016 da Escola de Fé e Política já estão abertas, e podem ser realizadas pelo e-mail escolafp@pastoralfp.com ou pelo site www.pastoralfp.com. Peterson Prates

No sábado, 5, na Paróquia São Sebastião, foi entregue o Prêmio de Direitos Humanos de Sapopemba, promovido pelo Centro de Defesa de Direitos Humanos de Sapopemba. Entre os condecorados estiveram agentes de pastoral e o diácono Marcelo Brito. O homenageado central da noite foi o delegado da Polícia Civil Raphael Zanon, que em outubro deu voz de prisão a um sargento acusado de torturar um jovem preso por roubo. Houve ainda, a entrega dos certificados dos participantes da Escola de Cidadania de Sapopemba.

Cenro Pastoral São José

Concluintes do curso junto a representantes da Unifesp e Waldemar Rossi (centro)

Cuidar da casa comum é um gesto de fraternidade Lixo no chão, banheiros fechados e sem água para beber. Foi assim que teve início o encontro de apresentação da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 (CFE), no Centro Pastoral São José, no sábado, 5. Esses elementos fizeram parte da dinâmica inicial, que tinha por objetivo fazer com que os participantes sentissem a realidade que muitas pessoas passam sem acesso a água, esgoto e coleta de lixo, eixos centrais do saneamento básico, temática da Campanha da Fraternidade. O coordenador de pastoral da Região Belém, Padre Marcelo Maróstica, apresentou o conteúdo do “ver” de “julgar” do texto-base da CFE 2016, “Casa Comum: Nossa Responsabilidade”, apoiada na sú-

plica de Deus expressa no livro do profeta Amós “Quero ver o direito brotar como fonte, e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). Após a exibição do vídeo oficial da CFE, produzido pelo Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (Conic), houve a apresentação de um painel sobre as realidades do saneamento básico, acesso a água, esgoto e coleta de lixo, em várias situações em bairro da Região Belém. Os participantes pensaram em eixos de ação que as comunidades eclesiais podem assumir e eixos a serem propostos ou acompanhados como política pública de saneamento. As prioridades pensadas serão apresentadas em um evento em abril do ano que vem.

Brasilândia

Ana Lúcia Contarelli

Colaboração Especial para a Região

Renovados na fé pelo exemplo de Santa Luzia “Santa Luzia é alguém que nos ensina: por causa da fé vale a pena arriscar tudo, vale a pena entregar tudo. A única coisa que nós não podemos perder é a fé, é ela que dá sentido à nossa vida. Que o exemplo e o testemunho de Santa Luzia nos

ajudem na preparação do Natal.” Assim expressou Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese de na Região Brasilândia, na sexta-feira, 4, na homilia da missa de abertura da novena da festa da padroeira da Paróquia Santa Iza-

Edna Santos

Wellington Gama

Dom Devair Araújo abençoa altar da Paróquia Santa Izabel e Santa Luzia, dia 4

No sábado, 5, cerca de mil pessoas participaram, na Comunidade Missão Mensagem de Paz, em Pirituba, do lançamento dos CDs “Volte ao primeiro amor”, do cantor católico Diego Fernandes, e “Direção”, da Comunidade de Aliança Cristo Libertador.

bel e Santa Luzia, no Setor Pastoral Freguesia do Ó. Na celebração, o Bispo abençoou o altar do templo que foi reformado. Padre Severino dos Ramos Lima Araújo, PSCH, administrador paroquial, concelebrou a missa, e destacou em entrevista à Pascom Brasilândia, que “a nossa reforma também

é espiritual. Estamos reestruturando as pastorais, preenchendo os vazios. E também iniciamos a reforma física e a manutenção do templo, com a ajuda dos paroquianos para oferecer sempre o melhor aos nossos fiéis”. Também foram trocados os bancos e uma nova pintura foi feita na igreja, na primeira fase da reforma.


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10 a 16 de dezembro de 2015 | www.arquisp.org.br

Ipiranga Sob o carisma da Beata Tereza de Calcutá, a valorização da vida

Padre Ricardo Antônio Pinto

Colaborador de comunicação da Região

Padre Ricardo Antônio Pinto

Membros da Comunidade Tereza de Calcutá em retiro na zona Norte da cidade

Com o perfil de “comunidade territorial”, a Comunidade Tereza de Calcutá, pertencente à Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Arapuá, no Setor Pastoral Anchieta, se reúne em um condomínio residencial onde moram quase 3 mil pessoas. No local, a vida eclesial acontece por meio de diversas iniciativas e tem o ponto alto

na celebração mensal da Eucaristia em um dos salões de festas. Pela segunda vez, a Comunidade fez um retiro na Casa das Missionárias da Caridade, congregação fundada pela Beata Tereza de Calcutá. Localizada no Jardim Peri, na zona Norte, a casa atende a idosos encontrados nas ruas da cidade, em sua grande maioria.

A tarde de retiro, no dia 1º, constou de momentos de oração na capela interna da Casa, celebração eucarística presidida pelo Padre Ricardo Pinto, administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, com a participação da comunidade do Jardim Peri, além de testemunhos dos acolhidos na Casa. A partilha dos dramas e sofrimentos vividos, e, sobretudo, o resgate da dignidade de cada um deles marcou a todos, que constataram o quanto a caridade é inclusiva e capaz de curar. Cada um dos acolhidos recebeu como presente uma camiseta com a estampa do rosto da Beata Tereza de Calcutá e um frasco de perfume, conforme sugestão da Casa. Percebeu-se que, depois de tantos “odores” das ruas, o perfume significava para eles como um

“sacramento da dignidade reencontrada”. A presença das Missionárias da Caridade recordou a todos o carisma de Tereza de Calcutá, seja pelo sári branco com listras azuis, seja pelo sorriso, mas, sobretudo, pela fidelidade ao carisma em favor dos mais pobres dos pobres. Na conclusão, a Comunidade partilhou um lanche com os acolhidos e recebeu das religiosas medalhas e a oração, pedindo a canonização de Tereza de Calcutá. “Foi uma contemplação de sinais de valorização da vida sem ‘poréns’ e um reencontro com o respeito à dignidade humana para além das ideologias do ‘descartável’, porque o amor é mais forte”, definiu Vanessa Suhonara, uma das lideranças da Comunidade Tereza de Calcutá.

Advento: tempo de grande sensibilidade para a salvação Com o objetivo de preparar os padres e diáconos que atuam na Região Ipiranga para que a celebração do Natal de Jesus aconteça com maior fraternidade, alegria e santidade, foi realizado, no dia 2, uma manhã de espiritualidade do Advento, com a participação de Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. A reflexão central foi feita pelo Padre Rodrigo Pires Vilela da Silva, novo pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro Vila Guarani, no Setor Pastoral Imigrantes. Recém chegado de Roma, onde estudou Patrologia, o Sacerdote apontou o Advento “como o tempo litúrgico em que há uma grande sensibilidade para a salvação, pois espera-se o Deus que vem ‘cheirar o chão

Padre Pedro Luís Amorim

Participantes posam para foto durante manhã de espiritualidade na Região Ipiranga

do mundo’ para livrar a humanidade do pecado pessoal e social”, afirmou. Partilhando a experiência ministerial que fez anteriormente na Região Episcopal Brasilândia, em Roma durante os estudos e atualmente na Região Ipiranga, Padre Rodrigo definiu a “tristeza clerical como um pecado grave, pois sinaliza que se está

encontrando problemas nas soluções que se apresentam”. O Sacerdote enfatizou que “o homem do século XXI, incluindo os padres e diáconos, vive em um contexto cíclico, que ora permite estar de pé, na graça, ora em queda, pelo pecado, mas o que importa é reencontrar o sentido da caminhada”. Reafirmou, também, o sacerdote

como “profeta que dá ânimo ao mundo” e “agente da esperança que dá sentido de vida onde não existe mais sentido”, detalhou. O encontro foi também ocasião para os padres e diáconos celebrarem o sacramento da Reconciliação. Preparada por um exame de consciência com reflexões relativas à vida sacerdotal, a Confissão e, na sequência, a Adoração Eucarística como ação de graças, foram momentos profundos de diálogo pessoal e do presbitério que atua na Região Episcopal Ipiranga, com o amor misericordioso de Deus. O almoço fraterno na conclusão revelava a alegria presbiteral a partir da experiência feita com a misericórdia de Deus, justamente às vésperas da abertura do Ano Santo da Misericórdia.


www.arquisp.org.br | 10 a 16 de dezembro de 2015

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

270 anos com a missão de testemunhar o Evangelho Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

Um dia de ação de graças e de recordar a missão de ser testemunha de Jesus Cristo na cidade. Assim foi a celebração dos 270 anos de criação da Diocese de São Paulo, em missa na Catedral da Sé, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, no domingo, 6. Criada em 1745 com a bula “Candor Lucis Aeternae” (“Candor da Luz Eterna”), do Papa Bento XIV, o novo bispado pertencia à Diocese do Rio de Janeiro e em 1908 se tornou arquidiocese e sede metropolitana. Dom Odilo, na homilia, recordou que, naquela época, a Igreja no Brasil ainda era pouco estruturada e missionária. “De lá para cá, muita coisa se passou... A Diocese,

hoje Arquidiocese, de São Paulo, durante este tempo, procurou cumprir a sua missão estando no meio do povo, no meio da cidade, da metrópole que crescia e contou com grandes pastores, santos sacerdotes, religiosos e religiosas e com todo o povo de Deus que vinha para cá para ser parte desta cidade, desta Arquidiocese, vindo não só de todas as partes do Brasil, mas do exterior, formando hoje esta enorme metrópole, eclética, de muitas culturas e também de muitas religiões”, destacou. “Nós estamos hoje na cidade de São Paulo querendo continuar a missão que foi confiada aqui à Igreja desta cidade: testemunhar o Evangelho de Cristo, ser presença do amor misericordioso que vai a todos e quer salvar a todos”, acrescentou o Arcebispo, recordando que a história

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Missa na Catedral da Sé, no domingo, 6, faz memória ao aniversário de criação da diocese

da Arquidiocese conta com muitos santos, desde um dos seus fundadores, São José de Anchieta, além de Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, Santa Paulina, e os beatos Mariano de La Mata e Assunta Marchetti, além de “tantas pessoas que não foram proclamadas santas, mas foram santas e deram o melhor de si , seu testemunho e sua dedicação”. Por fim, o Cardeal afirmou que aquele

era um dia de agradecer a Deus pela vida da Igreja em São Paulo, e, ao mesmo tempo, de recordar a missão confiada a esta Igreja. “Hoje somos nós a Arquidiocese de São Paulo, não só o arcebispo e os bispos auxiliares, não só clero. Todo este povo católico, de batizados, que faz parte da Igreja, das comunidades, que vivem a fé, procuram testemunhá-la em todos os ambientes da vida social”, concluiu.

Diáconos por uma década; padres há um ano - A missa do domingo, 6, também foi ocasião de comemorar os dez anos de ordenação do primeiro grupo de diáconos permanentes da Arquidiocese. Ordenados em 5 de dezembro de 2005, pelo então arcebispo, Cardeal Cláudio Hummes, os diáconos permanentes participaram da celebração com Dom Odilo e renovaram seu compromisso no serviço à Igreja de São Paulo. Na mesma missa, cinco jovens padres da Arquidiocese celebraram seu primeiro ano de ordenação presbiteral.


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