O SÃO PAULO 3070

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3070 | 23 a 29 de setembro de 2015

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Papa Francisco: ‘Nossa revolução passa pela ternura’ Joquim Hernadez Mena/Ministério das Relações Exteriores de Cuba

‘Gênesis’, exposição de Carlos Araujo no Pantheon O artista brasileiro Carlos Araujo fará, entre os dias 25 de setembro e 6 de outubro, a exposição de 32 obras no Pantheon, em Roma, inspiradas no livro bíblico do Gênesis, a convite do Capítulo dos Canônicos da antiga Basílica. A reportagem do O SÃO PAULO visitou o ateliê de Carlos, no bairro do Morumbi, onde estão as obras por ele feitas em mais de 30 anos, e conheceu a trajetória desse artista que, com seus traços e cores, estabelece o diálogo entre fé e arte.

Páginas 14 e 15

PUC-SP destacará atenção ao meio ambiente

Presidente cubano, Raúl Castro, recepciona Francisco em Havana, no sábado, 19; Pontífice seguiu para os Estados Unidos, na terça-feira, 22

O Papa Francisco inicia na quartafeira, 23, as atividades públicas da visita apostólica aos Estados Unidos, onde irá se encontrar com autoridades locais, discursar na sede da ONU e participar do 8º

5a Vigília de Leitura Contínua da Palavra Atividade entre os dias 12 e 19, em mais de 25 lugares, teve a participação de mil pessoas. O encerramento foi no Arsenal da Esperança, com a presença do Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano. Página 23

Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia. O Pontífice chegou em solo norte-americano na terça-feira, 22, após visita a Cuba, iniciada no sábado, 19. No país caribenho, o Santo Padre exortou

Comunidade Anjos da Vida é reconhecida No sábado, 19, Dom Odilo entregou a fundadores aprovação canônica da regra de vida da Comunidade. Página 20

Cardeal Scherer, 66 anos de vida

Páginas 3,4 e 9

Dom Odilo: Encontro Mundial de Famílias Em seu artigo semanal, Cardeal Scherer fala sobre temática da atividade que segue até domingo, 27, em Filadélfia, nos Estados Unidos, com a participação do Papa Francisco. Página 3

O médico Venâncio Dantas fala sobre assistência espiritual e religiosa em situações de fim de vida e de luto.

Na segunda-feira, 21, o Arcebispo de São Paulo comemorou aniversário natalício. No fim de semana, foi saudado em missas, incluindo a do domingo, 20, que presidiu na Catedral da Sé.

Página 11

Página 23

A espiritualidade em situações de luto

os fiéis ao cuidado ao serviço aos mais frágeis, e enfatizou: “Nossa revolução passa pela ternura, pela alegria que se faz proximidade, que se faz sempre compaixão”.

Esporte e prevenção à Doença de Alzheimer Prática regular de atividades físicas ajuda a prevenir enfermidade que afeta mais de 1 milhão de pessoas no País. Página 17

A encíclica Laudato si’ está sendo uma oportunidade para que a área de pesquisa ambiental da PUC-SP ganhe visibilidade, crie vínculos e se difunda na comunidade acadêmica. De 29 de setembro a 1º de outubro, a Universidade realizará o Encontro “Laudato si’ um chamado à Ecologia Integral”, com a participação de mais de dez grupos de pesquisa e especialistas de diferentes áreas do saber.

Páginas 12 e 13

5 mil refugiados acolhidos pela Cáritas em 2015 De acordo com os dados da Cáritas Arquidiocesana, de 5 de janeiro a 15 de setembro de 2015, o Centro de Referência atendeu, no mínimo, 5.052 pessoas, entre refugiados, solicitantes de refúgio, solicitantes de refúgio aguardando documentação, solicitantes de refúgio indeferidos e em recurso. Desse total, 2.846 chegaram pela primeira vez à Cáritas neste ano, a maioria proveniente da Síria, Nigéria e Angola.

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2 | Ponto de Vista |

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Editorial

Viagem do Papa a Cuba e aos Estados Unidos

E

xistem razões para crer que a viagem internacional apostólica do Papa Francisco venha a ser a mais importante e significativa de seu pontificado. Em pouco mais de uma semana, Francisco percorrerá cerca de 20 mil quilômetros, de Roma a Cuba, de Cuba para os Estados Unidos da América. Em seu peregrinar, o “Missionário da Misericórdia” irá falar aos “grandes da terra”, de Raúl Castro a Barack Obama, até os demais líderes internacionais reunidos na Assembleia Geral da ONU em New York. Apesar de Francisco não perder oportunidade de tentar minimizar a sua importância na solução de conflitos dentro do cenário da política internacional, são grandes as expectativas em torno de sua figura neste momento. Espera-se que

ele, cuja colaboração no restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois Países – Cuba e Estados Unidos – e que ainda viviam em clima de “guerra fria” foi reconhecido e mereceu um agradecimento no discurso de boas-vindas do presidente Raúl Castro, consiga também ajudar a pôr fim ao embargo comercial americano, que, segundo a visão de muitos, penaliza os 12 milhões de cubanos que vivem na Ilha. Existe também uma grande expectativa com relação ao que o Papa irá falar nas Nações Unidas. Pedirá às nações europeias que abram as suas fronteiras para os refugiados das zonas de guerra? Tomará posições e/ou cobrará soluções efetivas das sociedades ocidentais no que se refere ao seu relacionamento com o mundo islâmico e que gerou o monstro

de destruição chamado “Estado Islâmico”? Quais? Denunciará a agenda da ONU com relação aos temas ligados à família – ideologia de gênero, promoção do aborto, políticas de redução da natalidade? Exortará os países que resistem em aderir aos acordos de redução de gazes que aumentam o efeito estufa, como os Estados Unidos e a China? É provável que à luz da Doutrina Social da Igreja e tomando referências do Evangelho, em sua estadia nos Estados Unidos, o Papa aborde quase todos esses temas, reservando estrategicamente aqueles ligados à família para tratar no encontro que terá em Filadélfia. Francisco conhece, isso é certo, a sua autoridade moral. E conhece, também, a essencialidade de sua missão, da qual nunca se distancia: servir a humanida-

de, anunciado e pregando a mensagem de Jesus Cristo e, dessa forma, suscitando a fé. Sabe que os problemas que tanto afligem o mundo são o preço que pagamos pela exclusão de Deus, proposta pela modernidade e, por isso, no conjunto, sua mensagem é sempre a mesma: colocar Cristo no centro de nossas vidas. Em Cuba, o Papa, durante a missa celebrada na Praça da Revolução, lembrou que não estamos a serviço de ideologias e falou da necessidade de as nações se perdoarem para reconstruírem a paz. Pregou o serviço ao próximo e convidou-nos a zelar por aqueles que mais sofrem. Na oração do Ângelus, rezou pela paz na Colômbia. É dessa maneira que Francisco, em sua simplicidade, vai construindo pontes de amor e fraternidade por onde passa.

Opinião

Bem mais complexa... Arte: Sergio Ricciuto Conte

Klaus Brüschke Recentemente, a comunidade católica foi provocada a se manifestar sobre as propostas de inclusão do tema do gênero nos Planos Federal, Estaduais e Municipais de Educação. Há de se esclarecer que, quando se fala em gênero, amiúde, não se está referindo apenas à definição sociológica do ser homem e ser mulher, mas se inclui aí a teoria genderqueer, envolvendo todas as formas de orientação sexual. Essa ideologia (para uns) ou teoria (para outros) seria a expressão da “terceira onda” feminista, de matriz marxista, representando uma ameaça à instituição familiar. Creio, no entanto, que a questão seja bem mais complexa e que as “ameaças” – ou melhor, desafios – à família estejam bem mais perto do que gostaríamos de admitir. Pensadoras como Simone de Beauvoir e Shulamith Firestone, ao criticarem o modelo de família burguesa e patriarcal que tinham diante de si, jogaram fora a criança com a água suja do banho. Contudo, elas apontam para questões que ainda esperam respostas ou pistas de respostas, inclusive de nós, cristãos. Considera-se que uma das conquistas da Modernidade foi a “descoberta” do indivíduo, com a compreensão da sua dignidade, de seus direitos, de sua igualdade… Faltou-lhe, contudo, “descobrir” a pessoa, ou seja, o indivíduo que se relaciona – com um Ser transcendente e com os outros.

Convivemos hoje com a exacerbação do individualismo pela “cultura do consumo”, que leva não só ao “usa e joga fora” dos objetos, mas também das relações humanas, na busca do “prazer a todo custo”. Essa sociedade produz seres narcisistas, que não conseguem encontrar nos outros senão a projeção de si mesmos. Os grandes sentidos da vida são transformados em projetos de carreira, sucesso, autoestima, num vertiginoso ego trip. Até mesmo as relações conjugais, até

mesmo os filhos, estão subalternos a essa hierarquia de valores. Aqui reside a ameaça à família e à própria identidade feminina, bem como à masculina. O ser humano “não pode se encontrar plenamente senão por um dom sincero de si mesmo” (Gaudium et spes, 24), ou seja, na relação gratuita com o outro. “Num certo sentido, a feminilidade se encontra a si mesma diante da masculinidade, ao passo que a masculinidade se confirma por

meio da feminilidade”, pensava São João Paulo II. “Para conhecer-se bem e crescer harmonicamente, o ser humano precisa da reciprocidade entre homem e mulher. Quando isso não acontece, veem-se as consequências. Somos feitos para nos escutarmos e nos ajudarmos. Podemos dizer que sem o enriquecimento recíproco nessa relação – no pensamento e na ação, nos afetos e no trabalho, também na fé – os dois não podem nem ao menos entender profundamente o que significa ser homem e mulher. A cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da compreensão dessa diferença”, explica o Papa Francisco. É legítimo que as ciências humanas se debrucem na compreensão das igualdades e diferenças entre homem e mulher, compreendendo o que vem da evolução biológica humana, o que vem de registros ancestrais, o que consta nos registros inconscientes, o que são construtos culturais, bem como esses fatores interagem dinamicamente entre si. Mas é urgente que cristãs e cristãos, abraçando com coragem os mal-estares dessas novas situações, iluminados pelo Evangelho e pelo Magistério da Igreja, busquem caminhos que vão ao encontro do que há de autêntico nas demandas de hoje e deem testemunho convincente disso. Klaus Brüschke é membro do Movimento dos Focolares, ex-publisher da editora Cidade Nova e articulista da revista Cidade Nova

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

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e 20 a 27 de setembro, em Filadélfia, nos Estados Unidos, acontece o Encontro Mundial de Famílias. Vindos de todo o mundo, casais e famílias refletem sobre o tema - “família - nossa vocação é o amor” e participam de um simpósio teológico sobre o tema, além de conferências, mesas-redondas, testemunhos, momentos culturais e celebrativos. Na parte final, também o Papa Francisco estará presente e dirigirá uma mensagem importante às famílias. O tema vai na mesma direção dos trabalhos da próxima assembleia geral do Sínodo dos Bispos, a ser realizada em Roma, de 4 a 25 de outubro deste ano. Os trabalhos sinodais versarão sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. Em Filadélfia, parece que já é oferecida a resposta à questão posta no Sínodo sobre a vocação da família: “nossa vocação é o amor”. Os participantes do Sínodo, a pedido do Papa Francisco, se confrontarão mais uma vez com a vocação e a missão da família. A cultura contemporânea questiona e, de alguma forma, corrói as certezas a respeito das convicções mais elementares sobre o casamento e a família. Já não mais aparece claramente qual seja a razão de ser da família e se buscam soluções alternativas ao casamento tradicional entre um homem e uma mulher;

Família: o amor é nossa vocação a indissolubilidade e a fidelidade do Matrimônio parecem coisas ultrapassadas; a fecundidade parece um elemento muito secundário e a própria sexualidade “binária”, entendida normalmente como masculina e feminina, é vista por muitos como uma sujeição insuportável a regras da natureza... As “verdades” sobre o ser humano, o casamento, a família e as relações humanas básicas tornaram-se “líquidas” e se estão “vaporizando” cada vez mais... O que a Igreja tem a dizer sobre essa tendência cultural, que se vai impondo de maneira inexorável? Onde encontraremos base sólida para falar da vocação e da missão da família no mundo contemporâneo? Contrariamente a certos delírios de onipotência, o certo é que não somos nós que inventamos o ser humano, a sexualidade, o casamento, a geração de filhos, a paternidade e a maternidade, a família. Deve, portanto, haver um sentido já dado nessas realidades, antes mesmo que o homem tente inventar a si mesmo... A vocação da família está inscrita na sua própria natureza humana que, de maneira misteriosa, mas irrefutável, expressa a vontade do Criador. Foi Deus quem dispôs a natureza do homem e da mulher para se atraírem e para formarem família. A vocação ao casamento e à família já está expressa no relato bíblico da criação, quando Deus-Criador diz: “não é bom que o homem esteja só”. Adão vive em solidão desoladora no meio do jardim do Éden, embora rodeado de plantas, animais e seres de todo

gênero. Entre eles, “não encontrou nenhum que lhe correspondesse”. Deus, então, criou a mulher e a apresentou a Adão, que se identificou com ela e exclamou: “agora sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (cf Gn 2,18-24). Homem e mulher, portanto, foram feitos um para o outro e, nessa recíproca complementariedade, está a sua vocação. É certo que o casamento e a família contrariam o ideal individualista de liberdade e felicidade. Empenhar-se num laço matrimonial estável parece pouco atraente; ter filhos, assumir responsabilidades sobre outros, inclusive com renúncias e sacrifícios pessoais, não parece ter sentido para quem centraliza a felicidade na satisfação do próprio “eu”, acima de tudo. Mas esse ideal da vida individualista e egoísta leva à solidão e a um grande vazio. O resultado final também pode ser a experiência de uma tremenda fragilidade: quem se negou a partilhar a vida com generosidade poderá esperar generosidade da parte dos outros? Talvez essa mesma lógica individualista esteja preparando um renovado apreço ao casamento e à família. A experiência de que, de fato, “não é bom para o homem viver só”, também o leve a redescobrir que o ser humano, feito à imagem da Trindade, só encontra na comunhão, na doação e na partilha da vida o sentido da existência. Falar da vocação ao Matrimônio e à família requer necessariamente retornar ao fundo teológico e antropológico do Matrimônio e da família.

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| Encontro com o Pastor | 3 Na Paróquia Santa Cândida Paróquia Santa Cândida

Na manhã do domingo, 20, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa na Paróquia Santa Cândida, na Região Ipiranga, por ocasião da data da memória litúrgica da Santa, padroeira das famílias e dos enfermos.

Produção Mais Limpa Assessoria de imprensa do vereador Gilberto Natalini

Na terça-feira, 22, o Cardeal Scherer participou da solenidade de abertura da 14ª Conferência de Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas, em São Paulo. O propósito do evento foi intermediar um diálogo sobre sustentabilidade entre cidadãos, instituições, iniciativa privada e poderes públicos.

Com os diáconos permanentes O Cardeal Scherer reuniu-se no sábado, 19, com os diáconos permanentes da Arquidiocese, no Centro Pastoral São José, na Região Belém, junto às esposas destes e ao Cônego Celso Pedro da Silva, pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, na Região Belém, e assistente eclesiástico dos diáconos permanentes da Arquidiocese. Entre os principais temas abordados, destacam-se o Sínodo dos Bispos sobre a família, com esclarecimentos e orientações gerais aos diáconos permanentes que regularmente estão envolvidos na Pastoral Familiar e no curso de noivos; as principais mudanças, decididas pelo Papa Francisco em relação aos processos de nulidade matrimonial; e as diretrizes sobre o Ano Santo da Misericórdia e sua vivência na Arquidiocese. (Daniel Gomes – com informações do diácono Ailton Machado, da assessoria de imprensa do vereador Gilberto Natalini e do Facebook da Paróquia Santa Cândida)

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4 | Papa Francisco |

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L’Osservatore Romano

Maria nos ensine a estar junto à cruz do irmão que sofre

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uma viagem histórica a Cuba e aos Estados Unidos, o Papa Francisco também rezou o Ângelus com os fiéis cubanos no domingo, 20, às 12h, após a celebração da missa. Lembrando o Evangelho lido na missa, Francisco falou do medo que os discípulos tinham de interrogar Jesus sobre sua paixão e morte. Eles não conseguiam compreender o sofrimento que Jesus anunciava. O Papa lembrou que também somos tentados a fugir das cruzes próprias e das dos outros, e de nos afastar, mas Maria nos ensina a estar próximos à cruz do irmão que sofre. “Concluída a santa missa, na qual Jesus se entregou de novo a nós com seu corpo e seu sangue, voltemos agora o nosso olhar para a Virgem, nossa Mãe”, disse o Papa, desejando que aprendamos a ver Jesus caído no caminho da vida, no irmão que tem fome ou sede, no irmão nu, encarcerado e enfermo. “Junto da Mãe, na cruz, podemos entender que é verdadeiramente ‘o mais importante’ e que significa estar ao lado do Senhor e participar de sua glória” Francisco desejou, ainda, que tenhamos o coração desperto às necessidades dos outros, como Maria nas bodas de Caná. “Que a ninguém falte o vinho do amor e da alegria que Jesus nos traz”. O Papa referiu-se com carinho à Colômbia, desejando que o País encontre a paz “após longa noite de violência” e também a Cuba, para que cheguem a um dia “sem ocaso de concórdia, justiça, fraternidade e amor, no respeito às instituições e do direito nacional e internacional, para que a paz seja duradoura”. Finalmente, Francisco exortou que todos unidos pedissem a Maria “para que deponha todas as nossas preocupações e aspirações junto do Coração de Cristo. E, de uma maneira especial, peçamos pelos que perderam a esperança, não encontrando motivo para continuar a lutar; pelos que sofrem a injustiça, o abandono, a solidão; peçamos pelos idosos, os doentes, as crianças e os jovens, por todas as famílias em dificuldade, para que Maria enxugue as suas lágrimas, os console com o seu amor de Mãe e lhes devolva a esperança e a alegria”. (Por Padre Cido Pereira)

Francisco já está nos Estados Unidos Após visita a Cuba, iniciada no sábado, 19, o Papa Francisco desembarcou na Base da Força Aérea em Washington, nos Estados Unidos, por volta das 16h locais (17h, pelo horário de Brasília), na terça-feira, 22. Ele foi recebido pelo presidente Barack Obama, sua esposa, Michelle, e as duas filhas do casal, além de autoridades civis e eclesiásticas. A cerimônia de boasvindas acontece na quarta-feira, 23, na Casa Branca. Na quinta-feira, 24, Francisco discursará no

Congresso norte-americano e, na sexta, 25, irá à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, onde também fará um discurso. O ponto alto de sua viagem aos Estados Unidos é o 8º Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia. A viagem aos dois países é a mais longa do Pontificado de Francisco: serão dez dias, com retorno a Roma na segunda-feira, 28. (Por Fernando Geronazzo)

Encontro com Fidel Castro Entre as atividades em Cuba, o Papa Francisco visitou o ex-presidente do País, Fidel Castro. De acordo com o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, o encontro realizado no domingo, 20, durou cerca 30 minutos, na residência de Fidel, em um clima cordial e informal. O Papa presenteou o anfitrião com

alguns livros de Padre Alessandro Pronzato sobre o humorismo e a fé, uma cópia da Encíclica Laudato si’ e da Exortação Apostólica Evangelii gaudium, além de alguns CDs contendo reflexões do padre jesuíta Armando Llorente, que faleceu em 2010, e foi professor de Fidel. O ex-presidente deu ao Papa uma cópia do livro “Fidel e a religião”, do brasileiro

Frei Betto (1997), com uma dedicatória: “Para o Papa Francisco, por ocasião da sua visita a Cuba com admiração e respeito do povo cubano”. Castro já havia se encontrado com o Papa João Paulo II, no Vaticano, em 1996, e em Cuba, em 1998. No ano de 2012, se encontrou com o Papa Bento XVI em Havana, capital do País. (FG)

Espírito de pobreza

Olhar missionário

Ainda no domingo, o Santo Padre dirigiu-se à Catedral da Imaculada Conceição e San Cristóbal de Havana para a oração das vésperas com sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas. Inspirado na saudação do arcebispo de Havana, Cardeal Ortega y Alamino, que tocou várias vezes no tema “pobreza”, Francisco deixou de lado a homilia que havia preparado e falou espontaneamente. Ele observou que a pobreza é “uma palavra muito incômoda, pois vai de contramão à ‘estrutura cultural’ do mundo”. “O espírito de pobreza, de despojamento, de deixar tudo para seguir Jesus, não inventei eu, aparece várias vezes no Evangelho”, disse o Papa, acrescentando que faria bem à vida consagrada, à vida presbiteral, perguntar-se: “Como está meu espírito de pobreza? Como está meu despojamento interior?”, afirmou, recordando a primeira das Bem-aventuranças: “Felizes os pobres de espírito, os que não são apegados à riqueza, aos poderes deste mundo”.AnuncioPadre_v2.pdf (FG) 1 10/09/2015 13:10:03

Deixar que o olhar de Cristo “nos devolva a alegria, a esperança”, foi a exortação do Papa na missa de segundafeira, 21, celebrada em Holguín, a terceira cidade com maior número de habitantes em Cuba. Recordando São Mateus, cuja festa foi celebrada naquele dia, Francisco ressaltou que o próprio Apóstolo e Evangelista conta o encontro que marcou a sua vida, introduzindo as pessoas numa “troca de olhares” que pode transformar a história. O olhar de Jesus gera uma atividade missionária, de serviço, de entrega. “O seu amor cura as nossas miopias e incita-nos a olhar mais além, a não nos determos nas aparências ou no politicamente correto”, continuou Francisco. “Aprendamos a olhar como Ele nos olha. Partilhemos a sua ternura e misericórdia pelos doentes presos, idosos e famílias em dificuldade. Uma vez mais, somos chamados a aprender de Jesus, que sempre olha o que há de mais autêntico em cada pessoa, isto é, a imagem de seu Pai”, concluiu. (FG)

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Espiritualidade

A familiaridade com a Palavra Dom Sergio de Deus Borges

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

O

profeta Isaías, homem fortalecido pelo poder de Deus, nos ensina um programa de vida bem simples para manter a familiaridade na presença do Deus vivo e ouvi-lo: “Toda manhã, Ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fiquei revoltado, para trás não andei” (Is 50,4-5). No programa do profeta, a atitude fundamental é a disponibilidade em escutar o Senhor. Toda manhã, Ele desperta meus ouvidos...Toda manhã, o profeta se colocava na presença do Altíssimo para ouvir sua Palavra, para iluminar seu dia, porque ele conhecia o poder e a força vivificante da Palavra de Deus. O encontro com o Deus vivo não era ocasional nem ocorria somente nos momentos mais importantes da vida, mas era

um encontro diário: toda manhã. ou toda noite) é questão de treino, A familiaridade com a Palavra de de persistência e de sã teimosia. Deus não nasce do acaso ou do sim- Precisamos ter claro que, mesmo ples desejo; é uma moção do Espíri- quando nossa mente está longe e to Santo que nos anima e nos abre o corpo reclama por outras ativio coração e os olhos em direção à dades (aparentemente mais intePalavra. E o Espírito Santo age no ressantes), devemos permanecer coração de todos, porque Deus quer na atitude de escuta, com a Bíblia salvar a todos, quer iluminar todos na mão e lendo, pausadamente, a os homens e mulheres com a beleza Palavra do Senhor. A recompende Sua Palavra. Então, por que al- sa virá e, com o passar dos dias guns têm facilidade com a Palavra ou meses, poderemos dizer como e outros não? Por que existem pessoas que Da parte de Deus está tudo sentem a vontade de certo: Ele quer falar, mas nós, ler e meditar a Pala- no caminho do diálogo, vra de Deus, mas não precisamos rezar, pedindo a conseguem? Deus a graça de escutá-Lo, no A familiaridade treino do ouvido, da educação com a Palavra nasce do corpo e da vontade da graça e do domínio da vontade, porque o Espíri- Isaías: “O Senhor abriu-me os outo Santo está animando a pessoa e vidos”. Deus quer lhe falar no íntimo do Como bons discípulos missionácoração, mas a falta de costume em rios, vamos aproveitar o mês de separar e escutar o Senhor impede o tembro, dedicado à Bíblia, e iniciar diálogo por meio da Palavra. Da um caminho novo, de familiaridade parte de Deus está tudo certo: Ele com a Palavra de Deus, dedicanquer falar, mas nós, no caminho do do um tempo a cada dia para que diálogo, precisamos rezar, pedindo o Senhor desperte nossos ouvidos. a Deus a graça de escutá-lo, no trei- Graças à Palavra, se a meditarmos no do ouvido, da educação do cor- diariamente, entraremos na própria vida de Cristo, à qual somos chamapo e da vontade. O bom hábito (de toda manhã dos a testemunhar ao nosso redor.

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| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Sonhei com Jesus Frei Patrício Sciadini, OCD

Nunca acreditei muito nos sonhos, embora não tenha estudado nem Freud e nem outros autores famosos sobre as interpretações dos sonhos. Li muitas vezes a Bíblia sagrada e me convenci de que Deus se serve deste meio para comunicar algumas coisas importantes às pessoas. E na verdade, eu sonho muito, aliás, recordo que várias vezes alguém me tem dito em diferentes situações da minha vida nômade pelo mundo: “você é um sonhador e pensa que pode mudar o mundo. Não faça isso. Pare de sonhar. A realidade é esta e basta!” Essas frases para mim são como punhaladas no coração. E me rebelo e não aceito que o mundo, que o ser humano, não podem mudar. Se isso fosse verdade, todo o projeto de Deus iria por água abaixo e todos nós seríamos pobres, peregrinos na terra, sujeitos à escravidão de nós mesmos, incapazes de voar para as alturas anunciadas pelos profetas, pelo Evangelho, por Jesus. Teresa de Ávila recorda, com uma comparação muito bela, que devemos ter grandes ideais e que, quem não tem grandes ideais é como uma galinha com as asas cortadas. Somos chamados a voar e não a rastejar. Sonhei com Jesus... Foi um sonho em duas partes: na primeira, eu O vi feliz, falando às multidões, multiplicando os pães e indo por todos os lugares curando a todos cegos, coxos, mudos, doentes. E todos, uma vez curados, cantavam de alegria e choravam, e Jesus era feliz, contente. Depois, vi uma grande planície, que não era deserto. Todos os que tinham sido beneficiados por Jesus estavam reunidos com bastões e armas, furiosos e revoltados contra Jesus. E Jesus sempre sereno e tranquilo os olhava e dizia: “meus irmãos, eu fiz o que pude, vos curei. Mas vocês, uma vez curados, não fizeram o que deveriam ter feito, fazer o bem e ajudar os outros.” Percebi que o mal do mundo está em nós. Nós somos responsáveis pelo mal, pela guerra. É a nossa ganância que nos torna maldosos e furiosos. Queremos sempre mais. E esquecemos quem nos faz o bem. Jesus me olhou... e vi que eu estava entre os curados e estava furioso. Ele, colocando a sua mão na cabeça, me disse: por que está furioso, homem de pouca fé? Vá e continue a sonhar que é possível mudar o mundo; alguém te escutará. Fale para todos os furiosos e um a um se tornarão mansos. E juntos, começamos a ir pelo mundo fazendo o bem como Jesus nos ensinou... O mundo pode ser mudado se você muda.

Erramos Por conta de erros de digitação, na capa da edição 3069, a palavra “assistência” foi grafada erroneamente como “asssistência”. Também na página 3, erroneamente o nome da mãe do Cardeal Scherer, Francisca Wilma Steffens Scherer, foi grafado como “Francisco”.


6 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Você Pergunta

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM 27 DE SETEMBRO DE 2015

Nosso Deus misericordioso ANA FLORA ANDERSON

A liturgia deste domingo começa com uma antífona que pede a Deus que nos trate segundo sua misericórdia. Em seguida, a oração fala do perdão e da misericórdia de Deus, que nos dão a graça de caminhar segundo sua vontade durante toda a nossa vida. A primeira leitura (Números 11, 25-35) mostra que quando o povo de Deus andava no deserto precisava de outros profetas além de Moisés. O Senhor, então, enviou seu espírito de profecia sobre dois homens que assumiram o papel de orientar o povo. Josué reclamou porque desejava que somente seu amigo, Moisés, tivesse o poder de transmitir a Palavra de Deus. Moisés, porém, desejou que Deus transmitisse seu dom

de profecia a todo o povo! Na segunda leitura (Tiago 5, 1-6), Tiago ensina que o clamor dos trabalhadores chegou a Deus. Na sua misericórdia, Deus ensinará aos ricos que eles perderão seu ouro e sua prata para aprender a serem mais justos com os operários. O Evangelho de São Marcos (9, 38-43.47-48) é semelhante à primeira leitura. João avisa ao Mestre que os discípulos proibiram um homem de fazer curas em nome de Jesus. O Mestre, então, ensina que quem não é contra nós, está conosco! Mostrando que em vez de ter ciúmes do bem que os outros fazem em seu Nome, devemos vigiar para que em circunstância nenhuma pratiquemos um ato que nos afaste do Reino de Deus.

Neguei Jesus na terra. Ele me negará diante do Pai? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

O Francisco de Sousa ouviu seu tio dizendo que não sabe se Jesus o ama porque nunca ouviu Jesus falar isso. O tio falou de Jesus usando a expressão “esse homem”. “Eu não tive coragem de ensinar a ele sobre o sacrifício de Jesus”. Faltou coragem e agora ele está arrependido. E pergunta: “Neguei Jesus na terra, será que ele me negará diante do Pai?”. Francisco, você vê como nós católicos somos? Quando nos é dada a oportunidade de testemunhar a nossa fé, nós recuamos e não sabemos dialogar sobre essa fé com quem não a demonstra. Você po-

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO INTERINO

Em 13 de setembro de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Santa Cruz, da Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Mandaqui, o Revmo. Pe. Odacir Lazzaretti, SDC, pelo período de 6 (seis) anos.

Em 27 de agosto de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco interino da Paróquia Imaculado Coração de Maria - PUC, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Perdizes, o Revmo. Pe. Vando Valentini, pelo período de 6 (seis) meses, em decreto que entrou em vigor em 21 de setembro de 2015.

Em 28 de agosto de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Imigrantes, o Revmo. Pe. Rodrigo Pires Vilela da Silva, pelo período de 6 (seis) anos, em decreto que entrou em vigor em 20 de setembro de 2015.

Em 27 de agosto de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco interino da Paróquia Assunção de Nossa Senhora, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Cerqueira César, o Cônego Severino Martins da Silva Filho, pelo período de 6 (seis) meses, em decreto que entra em vigor em 28 de setembro de 2015.

deria ter dito ao seu tio que Jesus fala, sim, com ele. Basta ele ler o Evangelho. Poderia dizer que Jesus o entende, porque Ele é ao mesmo tempo Deus e Homem verdadeiro. Poderia dizer que Jesus lhe manda recados todos os dias por meio das pessoas boas que o ajudam a tocar a vida. Poderia ser um sinal de Jesus na vida de seu tio, abraçando-o e dizendo: “Tio, em nome de Jesus, eu gosto de você”. “E poderia ter perguntado: em que o senhor acha que eu posso ajudá-lo?” Você não fez nada disso. Como você mesmo afirma, Francisco, você ficou quieto, calado, ouvindo as reclamações de seu tio contra Jesus.

Seu tio, talvez, seja mesmo um homem sofrido, e uma pessoa cheia de bondade ao lado dele poderá ajudá-lo a entender que Deus age na vida de muita gente pela mediação humana de alguém que pode ser a esposa, um filho, uma filha, um sobrinho, alguém da comunidade. Francisco, não pense agora na sua salvação pessoal. Pense na salvação de seu tio. Ninguém se salva sozinho. Como seu tio está vivo, fale de Jesus para ele, mas não fale como alguém que ouviu dizer. Fale com alguém que está sempre com Cristo, que experimenta Cristo e passa essa experiência para os outros. Boa sorte! Fique com Deus.

Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto CNPJ: 62.264.494/0001-79. Prezado Senhor, JOSÉ PAULO DOS SANTOS FILHO após o seu desligamento do quadro de trabalho desta Entidade, confirmamos a homologação junto ao SITRAEMFA, situado Av. Celso Garcia, 4.031 – Tatuapé na data de 14/09/2015 porém não houve comparecimento. Ao tentarmos remarcar esta data, o endereço informado RUA DAS OLARIAS, 476 – CANINDE - CEP 03030-020 – São Paulo/SP não confere com sua residência. Aguardamos comparecimento para homologação das verbas rescisórias.


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| Geral | 7

Em São Paulo, a Igreja está na linha de frente na acolhida aos refugiados Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Dados 1º semestre de 2015: A população refugiada cadastrada na Cáritas de 1994 até junho de 2015 é de 3.304 pessoas (origem/total e três maiores nacionalidades):

“Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”

África: 1.428 (República Democrática do Congo, 368; Angola, 361; e Libéria, 124). Oriente Médio: 1.363 (Síria, 932; Iraque, 191; e Líbano, 133). América: 373 (Colômbia, 210; Cuba, 98; e Peru, 33).

(Mateus 2,13)

Com uma pequena imagem da Sagrada Família de Nazaré em cima da mesa, o Padre Marcelo Matias Monge (foto), diretor da Cáritas São Paulo, recebeu a reportagem do O SÃO PAULO para mostrar o trabalho da Instituição na acolhida a centenas de refugiados. Fazendo um paralelo com a passagem da Bíblia que narra a fuga de Jesus, Maria e José para o Egito, o Sacerdote destaca que é triste ver situações em países da Europa em que cristãos estão rejeitando e negando acolhida aos refugiados. Para ele, “quando rejeitamos, quando não acolhemos uma família refugiada, é a própria Família de Nazaré que nós cristãos estamos rejeitando”. Padre Marcelo comenta que além da Cáritas, há a Missão Paz, o Centro de Acolhida do Imigrante - do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) e paróquias acolhendo refugiados em São Paulo. Ele lembrou, por exemplo, que o Padre Julio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, já se dispôs a viabilizar a acolhida de famílias em paróquias, e o Padre Tarcísio Marques Mesquita, coordenador arquidiocesano de pastoral, empregou um refugiado na Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, onde é pároco.

Mais de 5 mil refugiados atendidos

O que mais emociona o Padre Marcelo é ouvir dos refugiados que no Brasil eles podem entrar pela porta da frente, enquanto em outros países lhes fecham as portas e só conseguem entrar pela janela. De acordo com os dados da Cáritas “de 5 de janeiro a 15 de setembro de 2015, o Centro de Referência atendeu, no mínimo, 5.052 pessoas, entre refu-

Ásia: 77: Afeganistão, 30; Butão, 29; e Sri Lanka, 5). Europa: 63 (Sérvia, 25; Croácia, 8; e território da antiga Iugoslávia, 8). Até junho de 2015, 5.373 solicitantes de refúgio aguardam resposta do governo (origem/total e três maiores nacionalidades): África: 4.066 (Nigéria, 1.420; República Democrática do Congo, 568; e Angola, 325). Oriente Médio: 806 (Síria, 419; Paquistão, 176; e Palestina, 61) Ásia: 217 (Bangladesh, 108; Nepal, 54; e Afeganistão, 22) América: 258 (Colômbia, 100; Cuba, 83; e República Dominicana, 31)

Somente nos primeiros meses do ano foram mais de 5 mil refugiados atendidos pela Cáritas Arquidiocesana

giados, solicitantes de refúgio, solicitantes de refúgio aguardando documentação, solicitantes de refúgio indeferidos e em recurso. Desse total, 2.846 chegaram pela primeira vez à Cáritas em 2015 (56% dos atendidos este ano são recémchegados)”. Houve um crescimento e uma mudança dos países de origem dos refugiados. Se em 2013, ao longo de todo ano, foram acolhidos pela Cáritas 1.835 pessoas, vindas, em primeiro lugar, de Bangladesh, seguido da República Democrática do Congo e Nigéria, em 2014 esse número mais que dobrou, passando para 3.844 pessoas e tendo um outro países como os três primeiros: Nigéria, Síria e República Democrática do Congo, respectivamente. Neste ano, dos 2.846 acolhidos até o dia 15, a maioria era proveniente da Síria, Nigéria e Angola. “Em média, 130 pessoas por dia procuraram o Centro de Referência para Refugiados. Nem todas são atendidas, pois a equipe só consegue atender,-

com a ajuda de voluntários, no máximo 120 pessoas. Diariamente, cada pessoa passa por ao menos dois dos programas oferecidos pelo Centro de Referência, perfazendo, assim, um número médio de 17.160 pessoas atendidas, o que reflete em pelo menos 34.320 atendimentos no primeiro semestre”, afirma o relatório da entidade (veja detalhes ao lado).

Trabalho em parceria

Padre Marcelo é categórico ao afirmar que quem cuida da Cáritas é a Igreja, sustentando a parte estrutural do trabalho, como, por exemplo, manutenções ou reformas dos espaços utilizados, tendo a parceria do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e ajuda do Ministério da Justiça. Para manter o funcionamento, a Cáritas conta com 24 funcionários e aproximadamente 35 voluntários, que, em sua maioria, são estudantes de Relações Internacionais, Direito e Psicologia, e têm a oportunidade de aprimorar os conhecimentos profissionais e

humanitários.

Reconhecimento com entidade de utilidade pública

Neste mês, a Cáritas foi informada que os governos Federal e Municipal reconheceram-na como uma Entidade de Utilidade Pública, ou seja, atestaram que o “serviço prestado pela Cáritas é de relevância nacional e ai consideram tanto o atendimento prestado pelo Centro de Referência como os outros programas acompanhados pela Entidade”, afirmou Fátima Giorlano, assistente social da Instituição. Esse reconhecimento abre portas para alguns projetos e programas públicos. Por exemplo, o Ministério Público do Trabalho multa empresas e comércios que praticam trabalho escravo. O recurso dessas multas pode ser encaminhado para entidades que atuam no enfrentamento da questão, como a Cáritas. Ser uma Entidade de Utilidade Pública é um passo na busca do Certificado de Entidades Beneficen-

Europa: 26 (Rússia, 12; Ucrânia, 7; Lituânia, 3) No primeiro semestre de 2015, chegaram a Cáritas pela primeira vez: 38 mulheres grávidas 62 mulheres chefes de família 45 pessoas relataram ter sofrido violência sexual e/ou de gênero 10 relataram ter sofrido tortura com sequelas físicas ou psicológicas 6 relataram viver com HIV e AIDS 12 menores desacompanhados – sem acompanhamento de qualquer membro familiar (1 menina, 11 meninos) 7 menores separados sem acompanhamento do pai e da mãe, mas com a presença de outros parentes, como tio e irmão (4 meninas, 3 meninos) Fonte: Cáritas Arquidiocesana de São Paulo)

tes de Assistência Social (Cebas), outra certificação dada pelo Governo Federal que pode garantir à entidade a isenção de alguns impostos. Em contrapartida, a Cáritas se compromete a continuar oferecendo um serviço gratuito e deve agir com total transparência, prestando contas publicamente de seus balanços.


8 | Pelo Brasil |

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Filipe David e Renata Moraes

Destaques das Agências Nacionais

osaopaulo@uol.com.br

STF proíbe financiamento de empresas para campanhas O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional, na quinta-feira, 17, as doações de empresas privadas para campanhas políticas. A decisão encerrou o julgamento de uma

ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), iniciada em 2013, que questionava artigos da lei dos partidos políticos e das eleições. A decisão foi tomada por

oito votos contra três. De acordo com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, a medida se baseou no princípio constitucional de igualdade entre os cidadãos, já que as doações desequilibrariam

o jogo político. Já o ministro Gilmar Mendes foi um dos três votos vencidos. Segundo ele, o processo movido pela OAB foi uma tentativa (bem sucedida) petista de manipular a corte suprema para

“atuar no processo democrático à revelia do Congresso” de forma a asfixiar a oposição e garantir a manutenção do PT no poder. Fontes: Agência Brasil/ O Estado de S.Paulo (FD)

Rio de Janeiro sedia II Seminário de Comunicação para Padres Entre os dias 15 a 18, a Arquidiocese do Rio de Janeiro promoveu o II Seminário de Comunicação para Padres, no Centro de Estudos do Sumaré. Em sua segunda edição, o seminário teve como tema “Os meios de comunicação para a unidade e o progresso da família humana”. A Arquidiocese de São Paulo foi representada por alguns padres e agentes de comunicação. Dentre os aspectos

abordados foram destaque: “Família e mídia. O dito e o não dito (Sínodo sobre a família)”; “A ética na informação religiosa”; “Opinião pública e Igreja Católica”; “A blasfêmia como liberdade de expressão – caso Charlie Hebdo”; “As novas fronteiras da comunicação – Versus uma sociedade da informação e da comunicação”; “A voz da Igreja nos debates públicos: uma proposta estratégica”; “Co-

Gustavo Oliveira/Arquidiocese do Rio de Janeiro

municação institucional em situações de Crise e Social Networks – As mídias sociais como elemento equilibrador da espécie humana em direção a uma relação mais saudável entre as organizações sociais e o cidadão”. Foram realizados grupos de estudos com o objetivo de aprofundar cada tema nas diversas realidades das dioceses. Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro (RM)

Participantes do II Seminário de Comunicação para Padres posam para foto no Cristo Redentor

Subsídios da Campanha Missionária 2015 são apresentados em Brasília

Presidente da Câmara recebe pedido de impeachment da Dilma Rousseff

O mês de outubro é, para a Igreja, o período no qual são intensificadas as iniciativas de animação e cooperação em prol das missões em todo o mundo. Anualmente, no referido mês, as Pontifícias Obras Missionárias (POM) - que colaboram com a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina) – realizam a Campanha Missionária para motivar a participação dos cristãos nos projetos missionários em todo o mundo. Neste ano, a Campanha abordará o tema “Missão é ser-

O pedido, assinado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr, foi entregue na quinta-feira, 17, ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O PT e seus aliados têm procurado qualificar o processo de impeachment como “golpe”, ao que Hélio Bicudo respondeu, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, que “impeachment não é golpe coisa nenhuma. É um processo legal, jurídico. Dizer que é golpismo é escapismo, é fazer discussão política de baixo nível”. O pedido sustenta que Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal, citando,

vir”, com o lema “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (MC 10,44). Na quinta-feira, 17, na sede das POM, em Brasília (DF), foram apresentados os subsídios da Campanha Missionária 2015, em coletiva de imprensa com Dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB; Padre Camilo Pauletti, diretor das POM; e a Irmã Maria de Fátima Kapp, assessora do Setor Missão da Conferência dos Religiosos do Brasil. Fonte: Pontifícias Obras Missionárias (RM)

entre outros pontos, a corrupção na Petrobras e as chamadas “pedaladas fiscais”, manobras do governo para utilizar bancos públicos para cobrir dívidas e adiar pagamentos. Hélio Bicudo foi filiado ao PT desde a sua fundação até 2005, quando, por ocasião do escândalo do Mensalão, decidiu deixar o Partido. Estiveram presentes na entrega do pedido, líderes de movimentos pró-impeachment, como o “Vem pra Rua”, o “Movimento Brasil Livre” e “Nas Ruas”, que cobraram de Eduardo Cunha agilidade no andamento do processo. Fontes: Folha de São Paulo/ Estado de S. Paulo (FD)

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| Análise | 9

Em Cuba, Papa Francisco propõe a ‘revolução da ternura’ Yenny Muñoa/Ministério das Relações Exteriores de Cuba

FRANCISCO EM CUBA Relações com a Santa Sé - Em seu primeiro discurso em Cuba, no sábado, 19, em Havana, o Papa recordou que em 2015 completa-se 80 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Cuba. Lembrou-se, ainda, das visitas ao País, de São João Paulo II, em 1998, e de Bento XVI, em 2012. “Hoje renovamos estes laços de cooperação e amizade, para que a Igreja continue a acompanhar e encorajar o povo cubano nas suas esperanças e preocupações, com liberdade e com os meios e espaços necessários para levar o anúncio do Reino até às periferias existenciais da sociedade”.

Pontífice, em visita a Cuba, diante da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, durante missa na segunda-feira, 21

Filipe domingues

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

O Papa Francisco convidou os cubanos à revolução. Mas uma revolução bem diferente daquela armada, socialista, marxista, liderada por Fidel Castro e Che Guevara nos anos 1950. Trata-se da “revolução da ternura”. A ideia de que a alegria de ser cristão possa levar as pessoas a “construir pontes” e manifestar compaixão. Um caminho de solidariedade dentro do próprio País e um novo caminho de reconciliação entre os povos. A mensagem ganha ainda mais força no contexto da viagem do Papa a Cuba e aos Estados Unidos, países que recentemente retomaram suas relações diplomáticas, após um acordo histórico mediado pelo Papa e pela Santa Sé. “Nossa revolução passa pela ternura, pela alegria que se faz proximidade, que se faz sempre compaixão”, afirmou o Pontífice, na segundafeira, 21, em missa no Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, localizado em Santiago de Cuba. Conforme escreveram alguns vaticanistas, como o americano John Allen Jr, do Boston Globe, Francisco usou deliberadamente a palavra “revolução”. Curiosamente, não o fez em nenhuma das praças “da Revolução” em que esteve – uma em Havana e a outra em Holguín. Muito menos no Palácio da Revolução, que fica na praça de Havana. Todos esses nomes remetem à Revolução Cubana, ao nacionalismo, ao socialismo de Fidel Castro. Papa falou de “revolução” em solo cubano, mas o fez no Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba. Parece que, discretamente, Francisco quis dar um novo significado ao termo, consagrado no País por uma dita-

dura de esquerda que ao longo da história viveu momentos de auge e de depressão. Francisco talvez queira recordar que o povo cubano tem uma identidade revolucionária, mas essencialmente cristã, que se desenvolveu com a devoção à Virgem. Conforme relatou a vaticanista Cindy Wooden, da agência Catholic News Service, embora somente 60% da população cubana seja batizada na Igreja Católica, a pequena estátua de Nossa Senhora da Caridade, descoberta há 400 anos, “é amplamente considerada um símbolo da identidade cubana e da força, apesar das dificuldades”. Essa raiz cristã, pacífica, perseverante até mesmo na dor, é que, segundo o Papa, semeia a misericórdia, grande lema de seu pontificado. “Como Maria, mãe da caridade, queremos ser uma Igreja que saia de casa para construir pontes, derrubar muros, semear reconciliação. Como Maria, queremos ser uma Igreja que saiba acompanhar todas as situações penosas de nossa gente”, declarou. “A partir daqui (do Santuário), ela protege as nossas raízes, nossa identidade, de modo que nós nunca podemos nos desviar para caminhos de desespero.” Portanto, o Papa Francisco procurou recordar que a “revolução da ternura” em Cuba precede e prevalece sobre a socialista, que, politicamente, ainda comanda, atualmente com o presidente Raúl Castro. Para isso, o Pontífice recorreu a um símbolo de unidade, a Virgem, já que, como descreveu John Allen, Cuba é um país repleto de divisões políticas. Há os que apoiam o governo socialista e os que não apoiam, os que ficaram na Ilha e os que fugiram em busca de asilo político em outros países, os que estão com o governo cubano e os que gostam

da

influência norte-americana. Com uma retórica forte, como é tradição em Cuba, mas permeada pelo tema da misericórdia, o Papa sinalizou que a religião é o maior ponto de unidade na região. Reforçou uma ideia que já havia sido apresentada por João Paulo II e Bento XVI, de que Cuba precisa começar um novo caminho de reconciliação com o mundo, mas que ganha vigor agora com a retomada das relações com os Estados Unidos. De acordo com o vaticanista Philip Pullella, da agência Reuters, provavelmente por esse motivo Francisco evitou temas polarizantes entre Cuba e Estados Unidos, como o fim do embargo econômico americano sobre a Ilha: “O Papa terminou sua viagem a Cuba na terça-feira e partiu para os Estados Unidos com uma mensagem de reconciliação entre antigos inimigos na Guerra Fria”, relatou. Também o jornalista francês Jean-Marie Guénois escreveu, em análise publicada no jornal Le Figaro, que Francisco “quer fazer da reconciliação entre esses dois inimigos ‘um exemplo’ para o mundo, demonstrando o potencial da ‘cultura do diálogo’ que esse jesuíta promove, dentro e fora da Igreja”. Ao fazer discursos de teor fortemente religioso, ainda que ao mesmo tempo políticos, o Papa Francisco demonstra que a Igreja acompanha a transição gradual que a Ilha está vivendo e demonstra que a via do diálogo é, para ele, a mais certa.

Missa na Praça da Revolução – No domingo, 20, o Papa presidiu missa na Praça da Revolução “José Martí”, quando afirmou que o povo de Deus em Cuba, “é um povo que caminha, que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza [...]. Convido-os a cuidar desta vocação, a cuidar destes dons que Deus lhes deu, mas, sobretudo, convido-os a cuidar e servir, de modo especial, da fragilidade dos seus irmãos”. Aos cuidados de Maria - Na noite de segundafeira, 21, na companhia dos bispos cubanos, o Santo Padre se deteve em oração diante da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, no Santuário Nacional, na cidade de Santiago. A Maria, o Pontífice confiou o futuro de Cuba e do seu povo. “Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba... viestes visitar o nosso povo e quiseste permanecer conosco como Mãe e Senhora de Cuba, durante o seu caminhar na história. O teu nome e a tua imagem estão esculpidos na mente e no coração de todos os cubanos, dentro e fora da pátria, como sinal de esperança e centro de comunhão fraterna”. O Santo Padre pediu a Maria que proteja as famílias, os jovens, as crianças e console os que sofrem e que faça da nação cubana “um lar de irmãos e irmãs, para que este povo abra de par em par a sua mente, o seu coração e a sua vida a Cristo, único Salvador e Redentor”. (por Fernando Geronazzo, com informações da rádio Vaticano) L’Osservatore Romano

Papa Francisco na Praça da Revolução, em Havana


10 | Viver Bem |

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Comportamento

O valor dos bons exemplos Valdir Reginato de vícios, intrigas, discórdias

Li nesta semana que estudantes brasileiros de ensino médio conquistaram, recentemente, quatro medalhas na Olimpíadas Iberoamericana de Biologia. Três estudantes cearenses e um paulista. Duas medalhas de prata e duas de bronze, em meio a 43 estudantes de 13 países. Chamou-me a atenção as outras notícias que estavam anexadas a esta no mesmo tema: pessoas com mais de 60 anos voltando a estudar; estudantes de escolas públicas que entraram em grandes universidades com esforço pessoal; menina que iniciou aprendizado de francês na cozinha com a mãe e hoje estuda em Sorbone, em Paris; e muitos outros. Fiquei pensando: quantos terão lido essas manchetes? Quantos terão se interessado por essas notícias? Por que essas notícias com frequência estão em rodapés e não nas primeiras páginas de jornais? Essas histórias de vida, nas quais se revela na garra de seus protagonistas o desenvolvimento de virtudes, o apoio familiar, uma luta pela sobrevivência do estudo, numa época em que se valoriza muito mais o “ganho fácil” do dinheiro, deveriam ocupar as primeiras manchetes. Da mesma forma, não compreendo como autores de telenovelas dedicam-se, obstinadamente, a promover uma sociedade irreal, ainda que justifiquem que nada mais fazem do que mostrar a “realidade”; repleta de maus exemplos, num amontoado

familiares, distúrbios sexuais, que favorecem ao consumo cada vez maior de antidepressivos pelos que assistem. Olhemos para os que se empenham em transformar este mundo em algo melhor, para hoje e para os que virão. Os nossos protagonistas do sucesso em seus estudos, certamente não encontraram somente facilidades, sem conhecer a derrota de batalhas, mas aprenderam que a vitória não está somente no pódio da medalha, mas na paz de ter a consciência tranquila por ter se esforçado o quanto podiam. Orgulhemo-nos de poder conhecer pessoas que souberam abandonar o pessimismo que a sorte da vida às vezes enfrenta. Parabenizemos os que não desistiram diante das dificuldades, porque souberam acreditar que seria possível, e não deixaram de pedir ajuda, com humildade, a quem os podia incentivar em seus sonhos. Alegremo-nos por perceber que netos estão oferecendo um horizonte de estudos aos seus avós, que reiniciam a vida após os 60 ou mais anos. Saiamos de nossas tocas escuras de tristeza, com cenários tenebrosos de angústias e experiências ruins; e olhemos para os que sabem que o sol continua a brilhar, e que as nuvens são passageiras. Abandonemos as lágrimas e lamentações de perdas e sonhos irrealizáveis, e nos empenhemos em caminhar agradecidos pelo que cada dia nos oferece de bom na simplicidade da luz do sol, do vermelho da rosa, do

perfume do jasmim, do sorriso da criança, da perseverança e fidelidade alegre de um casal após 60 anos de união, das oportunidades que se apresentaram, do perdão que oferecemos, da compreensão que tiveram conosco... Há pouco, tive a felicidade de compartilhar a alegria de um dos meus filhos conseguir a aprovação numa prova de âmbito internacional, disputadíssima, para estágio fora do País. Pude acompanhar o esforço de cada dia. A superação em noites seguidas. A renúncia pelo que agradava superficialmente em prol do que realmente queria. Foram meses! Dizia-me que minutos antes do exame falou no coração: “Senhor, fiz o que podia. Cheguei ao meu limite; agora é a sua vez e vontade!” Sempre aprendemos com os filhos. A paz de consciência do esforço pessoal não dispensa a fé e a aceitação da vontade de Deus. Tenho certeza que aqueles que lá chegam guardam na intimidade de seus corações o mesmo sentimento de humildade em saber que o impossível aparente, se torna realizável na vontade de Deus. Tenhamos a esperança de um dia ter essas histórias nas primeiras páginas e nos noticiários de TV. Por ora, aqueles que terminaram estas linhas, contem aos demais que o mundo está cheio de pessoas, muitas delas ocultas e silenciosas, que realmente são exemplos de saber viver! Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar

Cuidar da Saúde

Abrir ou não os exames antes do médico Cássia Regina

Quando solicitamos um exame, seja ele de sangue ou de imagem, estamos complementando o raciocínio que tivemos durante o interrogatório e o exame físico. Nenhum exame é visto de forma isolada. E na internet, qualquer pessoa pode publicar algo mesmo sem base

científica. Seu exame não é o mesmo do seu vizinho, porque o resultado pode até ser parecido, mas o seu corpo não. A mesma doença de um amigo pode se comportar de maneira diferente em você. Portanto, não abra exames antes de quem o solicitou. Uma pesquisa feita de forma inadequada pode tirar o seu sono e levar-lhe a uma

conclusão precipitada. Confie no seu médico. Não saia da consulta com dúvida. Pergunte. Uma dica: anote suas dúvidas em um papel e leve na consulta, pois a maioria dos pacientes só lembra de perguntar quando vai embora. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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| Entrevista | 11

Com a Palavra: Venâncio Pereira Dantas Filho

Dar sentido, consolo e força no enfrentamento da doença e da morte Arquivo pessoal

Nayá Fernandes

Há conflitos inter-religiosos nesse processo?

Venâncio Pereira Dantas Filho é médico e membro do Centro Interdisciplinar de Bioética da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Em 2015, desenvolveu uma pesquisa sobre o tema da assistência espiritual, baseado nos últimos dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre religiosidade no País. Os resultados do trabalho intitulado “Solicitação de rituais religiosos de final de vida por pacientes hospitalizados”, feito em conjunto com outros três pesquisadores da mesma Universidade, foram apresentados na III Conferência Internacional sobre Ensino de Bioética, realizado, entre os dias 16 e 18, em Curitiba (PR).

Apesar da totalidade dos voluntários do Serviço de Capelania Hospitalar ser de denominações cristãs (católicos e evangélicos), todos são treinados para dar atendimento independentemente da denominação religiosa do paciente. A grande maioria de pacientes e familiares se mostra receptiva à visita dos voluntários, independentemente da denominação. Um número bem pequeno de pacientes eventualmente rejeita essa visita ou solicita exclusividade de algum representante religioso específico de determinada confissão religiosa. Na vasta maioria dos casos, não há conflitos nos atendimentos. Alguns fatores que dificultam o atendimento de pacientes graves, com alto risco de morte, são: a baixa solicitação pela família, muitas vezes em fase de choque ou negação da morte; a dificuldade de acesso às UTI´s, pela limitação de visitas aos pacientes e eventuais isolamentos dos pacientes por imunossupressão, ou seja, a deficiência do sistema imunitário ou colonização por bactérias resistentes. Outro aspecto relacionado ao baixo índice de atendimento aos pacientes muito graves é a informalidade relativa dos atendimentos. Muitas vezes, outros pacientes solicitam atendimento no mesmo quarto ou enfermaria e acabam não sendo devidamente registrados pelos assistentes espirituais.

nayafernandes@gmail.com

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Venâncio aprofundou o tema da assistência espiritual no fim da vida a partir dos pedidos de rituais de despedida entre os pacientes que faleceram no Hospital de Campinas (SP), atendidos pelo Serviço de Capelania Hospitalar (SCH). “Toda a literatura já é unânime em considerar que os rituais religiosos são importantes instrumentos de auxílio na elaboração do luto, tanto para os pacientes em processo de morrer e seus familiares quanto para os próprios profissionais da saúde”, afirmou.

O SÃO PAULO – Quais as princi-

pais características da assistência religiosa, sobretudo para pacientes terminais? Venâncio Pereira Dantas Filho – O Serviço de Capelania Hospitalar do Hospital de Campinas (HC) é ecumênico, formado por um padre católico, um pastor evangélico e uma secretária, que organizam e participam de uma escala de atendimento religioso aos pacientes e familiares, com a colaboração de 35 voluntários leigos (católicos

e evangélicos), previamente treinados para esse atendimento. Aos pacientes não cristãos de qualquer outra confissão religiosa é garantido o atendimento religioso espiritual (RE), conforme solicitado. Todo atendimento RE nas dependências do HC é de responsabilidade do Serviço de Capelania Hospitalar. O apoio RE aos pacientes e suas famílias é realizado por meio de orações feitas pelos voluntários que passam em visita diária pelas várias enfermarias da Instituição. Quando solicitado, são realizados ritos e orações pelo pastor capelão ou outros pastores visitantes autorizados, bem como Confissão, Eucaristia e Unção dos Enfermos pelo padre capelão ou outro autorizado. Orações e inclusões no culto, missa e celebração da Palavra semanais podem ser solicitadas. Acontecem semanalmente estudos bíblicos, oração do Terço e adoração ao Santíssimo Sacramento.

Que benefícios e que aspectos negativos há para o paciente e também para a equipe médica nessa assistência? Hoje é unanimidade que o atendimento religioso espiritual é benéfico para os pacientes, familiares e profissionais envolvidos, desempenhando um papel protetor sobre a saúde em geral, que supera muitas vezes qualquer efeito adverso. Entre os efeitos positivos re-

lacionados à RE destacam-se a maior resiliência e resistência ao estresse causado pela enfermidade, a aceleração da remissão e a prevenção da recaída das doenças e da depressão associada. A influência pode ser eventualmente negativa, com a substituição dos cuidados médicos tradicionais, depressão, isolamento, indução de culpa, vergonha, medo, ou até justificando reações de raiva e agressão. Quando não conduzidas e elaboradas adequadamente, as reações prolongadas de luto podem se complicar e se estabelecer como patológicas.

Há aceitação dos hospitais e profissionais da saúde ou ainda existem preconceitos quando se fala em assistência religiosa espiritual? No Brasil, é garantida por lei (Lei Federal nº 9.982/2000) que dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades hospitalares públicas e privadas, bem como nos estabelecimentos prisionais civis e militares, a assistência nos hospitais públicos e privados. Mesmo que ainda possam haver alguns preconceitos, eles logo desaparecerão. Temos notícia de que muitos hospitais têm serviços de capelania exclusivamente católicos ou evangélicos. Serviços ecumênicos, como o do HC Unicamp, são menos comuns.

O que você considera mais importante para que a assistência espiritual seja eficaz? Alguns pontos podem ser destacados: o respeito absoluto às convicções do paciente e seus familiares; nunca, de forma alguma, fazer proselitismo ou impor atitudes no atendimento ao paciente; a escuta com paciência e serenidade, em primeiro lugar, para detectar as necessidades reais do paciente e familiares; orações, leitura bíblica e outros ritos devem ser oferecidos e realizados somente de acordo com a vontade do paciente; qualquer intervenção com o paciente deve visar a transformação de um eventual efeito negativo - como culpa, medo, depressão, vergonha, negação, raiva - em efeitos positivos, dando sentido, consolo e força nesses momentos tão desafiantes do enfrentamento da doença e da morte.


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Laudato si’ incentiva a mobilização pela defesa do meio ambiente na PUC-SP

Ana Luiza Mahlmeister

Especial para O SÃO PAULO

O compromisso social da PUC-SP é bem conhecido na cidade de São Paulo. Há décadas, a Instituição se distingue no cenário das universidades brasileiras pela vinculação entre produção acadêmica, formação qualificada de seus alunos e ação em defesa dos pobres, excluídos e injustiçados. Pouca gente sabe, contudo, que a PUC-SP também é um centro de pesquisa na área ambiental, sempre dentro dessa marca de compromisso social e formação humanista. A encíclica Laudato si’ está sendo uma oportunidade para que essa outra área de atuação da Universidade ganhe visibilidade, crie novos vínculos e se difunda entre alunos, professores e funcionários. Entre os dias 29 de setembro e 1º

Laudato si’ é um grande convite para que aprendamos a estar sempre fascinados pelo dom da vida, reconhecendo toda a criação como sinal de um grande amor por nós. É do fascínio pela beleza da vida e pelo reconhecimento cheio de gratidão pelo dom recebido que pode nascer um verdadeiro compromisso para com os pobres e todos os que sofrem, de uma forma que não é nem moralista, nem ideológica.

Francisco Borba Ribeiro Neto, biólogo e sociólogo, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, um dos organizadores do evento.

de outubro, a PUC-SP realizará o Encontro “Laudato si’ - um chamado à Ecologia Integral”, uma realização que conta com mais de dez grupos de pesquisa e núcleos da Universidade, em parceria com a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS) e apoio dos jornais O Estado de S.Paulo e O SÃO PAULO, da Paulinas Editora e da revista O Mensageiro de Santo Antônio. O encontro contará com várias mesas-redondas, com a presença do Cardeal Odilo Scherer, Cardeal Cláudio Hummes e de Dom Carlos Lema Garcia, além de O Programa de Aceleração da Sustentabilidade (PAS) tem o intuito de conscientizar e mobilizar a sociedade, a partir da Universidade, para se posicionar proativa e construtivamente perante a atual crise sistêmica, aproveitando o foco e a mensagem da Ecologia Integral na Laudato si’, para promover uma Cultura da Sustentabilidade.

Arnoldo de Hoyos, professor do Departamento de Pós-Graduação em Administração da PUC-SP - irá coordenar a mesa-redonda “Propostas de Projetos Alinhados à Mensagem da Laudato si’”, na quarta-feira, 30 de setembro, pela manhã.

professores da PUC-SP e jornalistas especializados (veja programação completa ao lado). Antes disso, desde a segundafeira, 21, o Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP está promovendo atividades de sensibilização e conscientização para a importância da questão ambiental, tais como apresentações de um coral infantil nas áreas abertas do campus e exposição de banners e filmes sobre o tema ambiental na rede de TV interna da Universidade. Entre as propostas que serão apresentadas e debatidas no evento está a construção de uma rede que permita a profissionais e militantes ligados à área ambiental continuar a refletir e aprofundar as implicações da Encíclica para a defesa do meio ambiente, e uma Programação de Aceleração da Sustentabilidade (PAS), voltada à conscientização e mobilização da sociedade, a

A Encíclica Laudato si’, apresentada pelo Papa Francisco, representa um importante documento, convocando a comunidade cristã católica a debater e atuar em favor de soluções aos desafios ambientais, sociais e econômicos.

Marcos Vinicius, fundador e Diretor Executivo da RAPS – Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, uma das entidades organizadoras do evento.

partir da universidade, para a realização de práticas que ajudem na construção de um modo de vida digno, saudável e sustentável para todos.

Trabalho sobre temas ambientais na Universidade

O encontro permitirá que se evidencie a existência de grupos e linhas de pesquisa na Universidade pouco conhecidos e com trabalhos, às vezes, até surpreen-

Nas discussões científicas da Rio +20, já se mostrava urgente aliar a mudança de postura do homem frente à pesquisa e à aplicação de novas técnicas e métodos, visando o desenvolvimento sustentável. A engenharia e a inovação têm como pressuposto auxiliar na promoção da qualidade de vida da humanidade. Contudo, inúmeras vezes podem tornar-se processos desumanizadores com consequências prejudiciais ao homem, ao meio ambiente e à sociedade. Tal é a importância dessa discussão, sinalizada pela participação do Papa Francisco na próxima Assembleia Geral da ONU e na Conferência Mundial sobre o Clima em Paris (dezembro/2015).

Marcelo Barroso, doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento, coordenador do curso de Engenharia de Inovação – ISITEC participará da mesa-redonda “Tecnologia e Ecologia na Encíclica do Papa Francisco”, na quarta-feira, 30 de setembro, à noite.


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dentes. O Núcleo Configurações Contemporâneas da Clínica Psicológica, por exemplo, reúne num mesmo grupo a pesquisa, a Psicologia Ambiental e a Psicologia e Espiritualidade. O grupo, que já é um dos primeiros a se dedicar a estudos sobre bem-estar, estilo de vida e sustentabilidade, inovou ao incluir a espiritualidade para a compreensão de condutas pró-ecológicas, em 2009. Parece até que já estava se preparando para a Laudato si’. Nesse campo da relação entre meio ambiente e espiritualidade, o evento reunirá, também, grupos dedicados ao estudo de espiritualidade e educação, teologia e literatura, permitindo um painel das possibilidades de contribuição da Universidade nesta área. No terreno da economia e da administração, a PUC-SP conta com a Cátedra Ignacy Sachs para o Ecossociodesenvolvimento. Além de vários projetos de pesquisa e extensão, a Cátedra mantém vínculos com várias redes internacionais de pesquisa como a World Future Society, o Projeto Milênio e a Red Iberoamericana de Prospectiva. No Direito, o trabalho é desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Ordem Política, Econômica e Social e o Meio Ambiente. Agora, por ocasião do evento sobre a Laudato si’, muitos outros núcleos e grupos de pesquisa, ligados às relações internacionais, educação, ciências sociais, etc., irão se incorporar a essa reflexão. A PUC-SP tem ainda dois cursos de especialização voltados à área ambiental (Direito Ambiental e Gestão Estratégica da Sustentabilidade, Lideranças Inovadoras para Sustentabilidade), oferecidos por meio da Coordenadoria Geral de Es-

pecialização, Aperfeiçoamento e Extensão da PUC-SP (COGEAE).

Parceiros e apoiadores

A organização do evento conta com a colaboração da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), que é um espaço de identificação, atração, formação e apoio à ação de lideranças, constituindose em uma rede de pessoas alinhadas em princípios e valores (ética, transparência, justiça social, amizade cívica e sustentabilidade), comprometidas em debater e construir uma visão compartilhada de desenvolvimento sustentável para o Brasil. Contando com uma rede nacional de mais de 368 líderes políticos, incluindo parlamentares e membros do executivo, jovens e empreendedores cívicos, a RAPS busca construir um futuro que possa atender, com equilibro, as dimensões social, ambiental, econômica e política, de forma que uma não fique subjugada à outra, e colaborar com a transformação do Brasil em um país justo, próspero, democrático e sustentável. O jornal O Estado de S.Paulo, que tem uma longa história de apoio a causas ambientais também se incorporou à organização do evento, bem como o jornal O SÃO PAULO, a Paulinas Editora e a revista O Mensageiro de Santo Antônio, dos Frades Menores Conventuais (franciscanos). Todos unidos na reflexão e difusão sobre o ideal de uma vida cristã comprometida com os pobres e o meio ambiente, tal como propõem os dois franciscanos: o santo de Assis e o papa de hoje.

O Papa Francisco, uma vez que trata o problema ambiental não só do ponto de vista ambiental, econômico e social, mas também sob o aspecto moral, chama todo o mundo à responsabilidade de lidar com a questão. O Papa não é o primeiro a frisar que as populações pobres de países em desenvolvimento devem ser as que vão mais sofrer com um planeta com o clima alterado. Também não é sua prerrogativa alertar para o impacto à biodiversidade nem aos males do consumismo excessivo. Cientistas e ambientalistas têm falado isso há décadas, e Francisco, na verdade, se consultou com eles antes de escrever a Encíclica e incorporou o consenso científico em sua mensagem, mas a expectativa é que só agora, na voz do Papa, as pessoas possam fazer a conexão entre planeta e humanidade.

O contexto dos problemas ambientais implica no estudo das inter-relações pessoa-ambiente, e qualquer análise que se faça sobre soluções possíveis deve considerar os comportamentos do ser humano ante seu ambiente. Como ressaltado na Avaliação Ecossistêmica do Milênio (www. maweb.org), em áreas onde ocorreu redução da espiritualidade, houve aumento correlato de devastação e degradação ambiental. Não há como garantir bem-estar sem garantir nossa pertença à Terra! Por isso, é tão importante o apelo do Papa Francisco: “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona (...). A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum” (Laudato si’, 13).

Giovana Girardi, repórter de ambiente e ciência do jornal O Estado de S. Paulo - participará da mesaredonda “O compromisso ético, político e econômico com o meio ambiente na Laudato si’”, na terça-feira, 29 de setembro.

Marlise A. Bassani, professora de Psicologia da PUCSP, dedica-se à pesquisa em Psicologia Ambiental e Psicologia e espiritualidade - participará da mesaredonda “Espiritualidade e meio ambiente na Laudato si’”, na quinta-feira, 1º de outubro.

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Laudato si’ - um chamado à Ecologia Integral O COMPROMISSO ÉTICO, POLÍTICO E ECONÔMICO COM O MEIO AMBIENTE NA LAUDATO SI’ Cardeal Odilo Pedro Scherer; Rubens Ricupero (ex-ministro do Meio Ambiente e Secretário Geral da Organização Internacional para o Comércio, conselheiro da RAPS, Rede de Ação Política para a Sustentabilidade); Ladislaw Dowbor (economista, PUC-SP, Cátedra Ignacy Sachs para o Ecossociodesenvolvimento); Consuelo Yoshida (advogada, PUC-SP, Direito Ambiental); Giovana Girardi (jornalista especializada em meio ambiente, jornal O Estado de S.Paulo).

29 de setembro, terça-feira, das 19h30 às 22h30, no Tuca (rua Monte Alegre 1.024, Perdizes)

PROPOSTAS DE PROJETOS ALINHADOS À MENSAGEM DA LAUDATO SI’

Arnoldo de Hoyos (PUC-SP, Núcleo de Estudos do Futuro e Cátedra Ignacy Sachs para o Ecossociodesenvolvimento), coordenadores de Grupos de Pesquisa da PUC-SP e outros especialistas 30 de setembro, quarta-feira, das 9h às 12h. Auditório 239 do campus Perdizes da PUC-SP (rua Monte Alegre, 984, Perdizes).

TECNOLOGIA E ECOLOGIA NA ENCÍCLICA DO PAPA FRANCISCO

Dom Carlos Lema Garcia (vigário episcopal para a Educação e a Universidade); Francisco Borba Ribeiro Neto (sociólogo e biólogo, Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP); Marcelo Barroso (engenheiro ambiental, ISITEC); Giuseppe Renato di Marzo (engenheiro, PUC-SP), Cristiana Fusco (diretora do campus de Ciências Exatas da PUC-SP); Paulina Chamorro (jornalista especializada em meio ambiente, rádio Eldorado); 30 de setembro, quarta-feira, das 20h30 às 22h. Auditório do campus Consolação da PUC-SP (rua Marquês de Paranaguá, 111, Consolação).

ESPIRITUALIDADE E MEIO AMBIENTE NA LAUDATO SI’

Cardeal Cláudio Hummes; Márcia M. Cabreira (geógrafa, PUC-SP); Marlise Bassani (psicóloga ambiental, PUC-SP); Edison Veiga (jornalista, jornal O Estado de S.Paulo) 1º de outubro, quinta-feira, das 20h30 às 22h. Auditório do campus Santana da PUCSP (rua Voluntários da Pátria 1.653, Santana).

GRUPOS TEMÁTICOS PARA REFLEXÃO SOBRE A LAUDATO SI’ Informações no site http://feculturapucsp.blogspot.com.br/. Serão emitidos atestados aos participantes inscritos no e-mail fecultura@pucsp.br

REALIZAÇÃO Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)/ Rede de Ação Política para a Sustentabilidade (RAPS).

APOIO

Jornal O Estado de S.Paulo/ Jornal O SÃO PAULO, Arquidiocese de São Paulo/ Revista O Mensageiro de Santo Antônio/Paulinas Editora.


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Carlos Araujo e o

diálogo entre fé e arte Reprodução da obra “La creazione di Eva”, de Carlos Araujo

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Visitar o Pantheon di Agrippa, em Roma, na Itália, é, por si, uma experiência cheia de significado. Construído entre 118 e 128 d.C., era um templo dedicado aos deuses que, em 609, foi tornado na Basílica de Santa Maria “ad Martyres” pelo Papa Bonifácio IV. Cada pedra dessa construção da Roma Antiga pesa cerca de 90 toneladas e foi trazida do Egito. Juntas compõem os 44,30 metros de diâmetro do edifício. Milhões de pessoas passam pelo Pantheon a cada ano e lá também estão enterrados o pintor Raffaello Sanzio e Arcangelo Corelli, um dos maiores violinistas da história. E quem visitar o Pantheon entre os dias 25 de setembro e 6 de outubro vai ver, também, em exposição, as obras do artista brasileiro Carlos Araujo. Nascido em São Paulo em 1950, Carlos pinta desde os 13 anos e foi convidado pelo Capítulo dos Canônicos da antiga Basílica, e pessoalmente pelo arcebispo reitor da Basílica, Monsenhor Daniele Micheletti, para a exposição “Gênesis”, num projeto que pretende estabelecer o diálogo entre fé e arte. São 32 pinturas em óleo sobre tela, com tamanhos entre 28,5 x 19,5 cm e 220 x 80 cm inspiradas em trechos do livro bíblico do Gênesis como “O sexto dia” ou “Sou eu o guardião do meu irmão?”. A reportagem visitou o ateliê de Carlos que fica no bairro do Morumbi, em São Paulo, onde estão cerca de 800 obras feitas em mais de 30 anos, algumas das quais o artista afirma não estarem ainda acabadas, tendo sido começadas há mais de 20 anos. Utilizando a técnica da velatura, na qual as figuras e cores vão se desvelando por meio das camadas de tinta, Carlos também ajudou a desvelar, com suas palavras, a experiência de fé que o levou, desde os 30 anos de idade, a ter a Bíblia como sua fonte de inspiração para a arte. “No início, tive uma conotação social na minha pintura, pintava um mundo de consequências, tentando entender racionalmente porque existem as desigualdades sociais. Evidentemente, não cheguei a nenhum lugar. Eu focava o trabalhador rural, o índio... Tudo de uma maneira crítica, mas sem uma tentativa de aprofundar a dimensão espiritual”, contou Carlos, que tem mais de 2 mil obras, entre painéis com mais de 18 metros e esculturas.

Um encontro marcante

La creazione di Eva

Quando o paulistano Carlos Alberto de Araujo Filho recebeu o convite de uma editora francesa para fazer obras inspiradas no livro do Apocalipse, ele começou a ler a Bíblia de uma forma diferente e, só então, vivenciou um encontro com a Palavra de Deus o que transformou sua trajetória como artista. “Claro que eu ti-

nha já uma formação católica, apesar de exercê-la muito pouco até àquela época. A partir do livro do Apocalipse, eu tive o encontro com uma realidade espiritual, e foi quando entendi a minha parte, pois somos todos instrumentos de uma força maior para sermos, senão nunca seremos nada.” Ele, então, voltou para o Brasil e, dos 30 até os 65, “foram anos de bênção, em que eu pude desenvolver cerca de 2 mil obras com 750 versículos bíblicos”, disse. Surgiram, a partir daí, as oportunidades para que Carlos realizasse o que ele mesmo chama de uma missão. “No meu caso, tudo aconteceu espontaneamente. Foi um chamado e ‘Ai de mim se eu não o fizesse’”, disse, citando o Apóstolo Paulo. Quando o então Papa Bento XVI veio ao Brasil, em 2007, o Governo de São Paulo sugeriu que um livro com as pinturas de Carlos Araujo fosse dado ao Pontífice. Assim, a partir de 300 toneladas de papel, foram feitas 30 “bíblias” de 10 kg cada uma e a primeira delas foi entregue ao Papa. A partir de então, outros convites foram dirigidos ao artista, como a exposição na Basílica de São Paulo fora dos Muros, em Roma, em 2009, e a exposição “Gênesis, O sexto dia”, no Parlamento Europeu, na Bélgica, em 2012. “Há três anos, expusemos na Basílica de São Paulo. Foram 40 dias, milhões de pessoas. Era o mês de maio e vinham missões do mundo todo. Tudo aconteceu num clima maravilhoso, com nada que pudesse ter sido negativo e, logo depois, tivemos um convite para o Parlamento Europeu, representando a Itália. Havia muita gente envolvida e isso me fez refletir: ‘Qual a nossa atitude em relação ao próximo?’ Cito um exemplo atual: o fenômeno de migrações na Europa. Que atitudes podemos tomar? Entendi que só o amor nos ajuda a tomar atitudes concretas em relação ao próximo”. Carlos afirma, porém, que não foi sempre um caminho fácil. “Foi uma virada sofrida, porque todos os valores que eu achava que fossem verdadeiros, mudaram. Sofrida, mas recompensada. Nada que eu não pudesse aguentar. Comecei a abrir a Bíblia e a entender o texto bíblico, pois ele não tem tempo, é atemporal. Daqui há muitos anos, será tão enfático quanto foi e tão contemporâneo em qualquer outra época.” E, após 30 anos daquele primeiro encontro com o Apocalipse, Carlos disse ter compreendido que tudo tinha sido uma preparação para um projeto maior. “Foi aí que entendi que havia uma finalidade para a qual eu estava sendo preparado dos 13 aos 30 anos. Estar preparado tecnicamente para ilustrar, dentro dos meus limites artísticos, a oportunidade a mim oferecida. Naquele tempo, eu jamais imaginaria que hoje faria uma exposição no Pantheon”, disse, emocionado.


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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Artista fará exposição de suas pinturas no Pantheon di Agrippa, em Roma, entre os dias 25 de setembro e 6 de outubro Reprodução da obra “Ritorno al Padre”, de Carlos Araujo

rina Bacchi de Araujo, 89, quando eles iam à missa na Igreja de São José e ela dizia que, se o menino se comportasse bem, poderia levar o Terço da casa até a igreja. O tempo passou e, desde a primeira exposição individual de Carlos, em 1974, no Museu de Arte de São Paulo, ele construiu uma nova compreensão da sua vida e do mundo no qual vive. “Penetrando na esmagadora vibração do Verbo, do “Eu Sou”, percebemos o paradoxal espaço físico e a responsabilidade que simultaneamente ocupamos, diminutos vasos de barro, porém, imensos templos portadores da ‘centelha divina’ emprestada ao nosso coração”, disse, em uma das apresentações da sua obra.

Razão e fé

Quando o menino Carlos quis ser pintor, seus pais o apoiaram, porém com ressalvas e, por isso, ele se formou em Engenharia, a pedido deles. Autodidata na pintura, chegou um momento em que, como ele mesmo disse, “não podia mais ficar com os pés em duas canoas”. Foi quando decidi que iria ser pintor. “A partir daí, vivi uma tragicomédia, porque ter sucesso como pintor é uma coisa muito difícil. Eu tinha 26 anos. Decidi porque queria me encontrar e me dedicar plenamente a uma profissão tão sem retorno naquela época principalmente, antevendo a parte material dessa escolha, mas intensa e gratificante. Mas eu consegui, com o meu trabalho, sustentar quatro filhos.” Dos 26 aos 30 anos, Carlos produziu muito e admite que a Engenharia lhe deu a racionalidade para que pudesse desenvolver a arte da pintura. “Fiz meu primeiro livro aos 30 anos e assim fui crescendo. A engenharia me ajudou na racionalização desse processo e vi que isso faltava para muitos dos meus colegas. Vejo-me diante de um grande desafio ao fazer uma exposição no Pantheon. Além disso, é uma responsabilidade tremenda diante do meu Criador.” Atrás da máquina de litografia antiga, em uma das grandes salas que compõe o estúdio onde o artista passa grande parte do seu tempo, estavam as obras que, logo mais, seriam transportadas até a Itália para a exposição. “Interessante é que não me lembro como eu fiz cada uma delas e isso para mim é muito bonito. Colocam naquela situação em que o ser humano vê-se como um nada em Deus, pois, só então, pode ser tudo no todo. Tenho aquela sensação de pertencer a algo que é muito maior que eu. Isso se reflete na relação com a minha família, pois há uma harmonia incrível. Tão grande que, às vezes, eu nem entendo como pode acontecer.” Esposo da Ana e pai da Michaela, 20; do Gabriel, 18; do Emanuel, 15, e da Rafaela, 12; o artista se recorda, com carinho, da infância ao lado da mãe, Ma-

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O Pantheon

“Eu, praticamente, não conhecia o reitor, Monsenhor Daniele Micheletti, mas, por meio do contato de uma pessoa conhecida, ele me convidou para essa exposição no Pantheon. Quando soube, eu disse: ‘Pare de fazer essas brincadeiras comigo’. E ela insistiu: ‘É verdade!’ Fui a Roma e me encontrei com o Monsenhor. Essa é a primeira vez que a Igreja cede o local para uma exposição deste tipo e, naquele encontro, quando falamos sobre a data, ele me perguntou: ‘E a guerra?’ Então, eu fiquei pensando sobre qual guerra ele estava se referindo. E o Monsenhor continuou falando sobre os processos migratórios”, explicou Carlos. E foi essa experiência que inspirou Carlos para a escolha do tema da exposição no Pantheon. “Vivemos um estado social de acolhimento das pessoas, pois somos todos irmãos e, por isso, temos uma obrigação de igualdade. É a mensagem que eu tento transmitir por meio das telas. A harmonia entre os seres da terra, da água, do mundo... Afinal, na Bíblia, o leão convivia com o cordeiro, e por aí podemos pensar no quão maravilhoso é o paraíso. Há, para mim, um trecho forte, quando Caim pergunta: ‘Mas acaso sou eu o guarda do meu irmão?’, diante do pedido do Criador: ‘O que fizeste?’, conforme a narrativa do capítulo 4 do Gênesis. Essa é a questão que hoje paira na humanidade. Dentro de todo o nosso processo produtivo e tecnológico, nós voltamos talvez à décima página da Bíblia. Eu mesmo sempre me iludi com o mundo, até o momento em que a amorosidade de Deus me chamou.” Entre os desejos de Carlos está o de ter uma versão em áudio da Bíblia numa tradução católica e, para que esse desejo seja concretizado, ele se colocou à disposição para ajudar. Além disso, a exposição no Pantheon tem um projeto de projeção virtual das obras com inserções em áudio de trechos bíblicos. É uma iniciativa pioneira, que O artista pretende levar a outros lugares. A biografia e trajetória dele, suas obras e informações de contato estão disponíveis no site www. carlosaraujo.com.

Ritorno al Padre


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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

Literatura e crise – uma barca no meio do oceano A partir da análise das obras de J.D. Salinger, Cervantes, Aldous Huxley, Dostoiévsky, Michael Ende, Susanna Tamaro, Shakespeare e Muriel Barbery, o livro tenta levar o leitor como numa barca através do oceano. Quais são as questões recorrentes que atravessam este livro? O sentido da vida, os sonhos e as utopias. O desejo de ter uma vida plena, de construir uma sociedade mais justa e a difícil tarefa de encontrar a maneira mais correta de fazê-lo. Há, também, um debate em torno da dor, do amor, da liberdade e da felicidade humanas. São temas recorrentes da nossa vida que, também como uma barca no oceano, procura navegar por entre as ondas do dia a dia. Temas que, espera-se cheguem à cabeça e ao coração do leitor e o convençam de que a vida não é mesmo um problema, mas um drama. Um drama que vale a pena viver - e que se pode viver - sempre que estejamos dispostos a ser verdadeiramente humanos. FICHA TÉCNICA Autor: Rafael Ruiz Páginas: 196 Editora: Cultor de Livros

Reprodução

Música

Coral Paulistano no CEU Perus

O Coral Paulistano Mário de Andrade apresenta a primeira sinfonia de Beethoven e o moteto “Exsultate, Jubilate” de Mozart, no CEU Perus, no sábado, 3 de outubro. Com a proposta de levar a música brasileira ao Theatro Municipal de São Paulo, em 1936, por iniciativa de Mário de Andrade, foi criado o Coral Paulistano. Após sua missão original se perder em anos de decadência, em 2013, o grupo foi novamente fortalecido e revalorizado, passando a se chamar Coral Paulistano Mário de Andrade. Com uma programação extensa de apresentações de música brasileira erudita em diferentes espaços da cidade, renovou seu fôlego e retomou suas atividades, resgantando sua autenticidade. Atualmente, o Coral Paulistano Mário de Andrade tem como regente titular Martinho Lutero Galati e é um dos grupos que integram a Fundação Theatro Municipal de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. O evento é gratuito e começa às 16h, com duração de uma hora. O CEU Perus fica na rua Bernardo José Lorena, s/nº, na Vila Fanton. Para mais informações: theatromunicipal.org.br


| Esporte | 17 Antonio Villalba/Real Madrid

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O sírio Osama Abdul Mohsen (dir.), que ficou famoso por levar um pontapé de uma cinegrafista húngara enquanto buscava refúgio na Europa com o filho, Zaid, 7, ganhou uma chance na Espanha: técnico de futebol, ele e toda a família foram acolhidos pelo Centro Nacional de Formação de Treinadores, na cidade de Getafe, e já visitaram as instalações do Real Madrid.

‘Alzheimer? Tô correndo disso’ Em 21 de setembro se comemora o dia de mundial de conscientização da doença; prática esportiva é uma das formas de prevenção Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Desde a juventude, a atividade física é parte do hábito de vida de Adelmando Lago, 74. “Hoje, pratico esportes cinco vezes na semana. Corro em dois dias, para manter a forma, no Parque da Água Branca, e vou à academia três vezes por na semana, onde faço todos os xercícios recomendados”. Idosos como Adelmando não são a maioria no País. Segundo

o Diagnóstico Nacional do Esporte, do Ministério do Esporte, 64,4% dos brasileiros entre 65 e 74 anos são sedentários. “Existem pessoas mais velhas que ficam inibidas de fazer esportes, mas não devem. Conheci uma senhora de 82 anos que nunca tinha praticado esportes e que agora já deu uma volta no quarteirão, coisa que não conseguia antes, pois andava e se sentia cansada. O corpo humano é como uma máquina: não pode ficar parado”, afirma Adelmando, que realiza as atividades físicas com assessoria do instrutor Sandro Marcondes. Como já se sabe, prática esportiva é sinônimo de qualidade de vida, e especialmente na terceira idade ajuda a prevenir enfermidades, entre as quais a Doença de Alzheimer, que afeta mais de 1 milhão de pessoas no

Brasil, segundo a ONG Alzheimer´s Association. “A prática esportiva regular previne ou até mesmo retarda o aparecimento de problemas ligados à memória por meio de alterações de algumas áreas e neurotransmissores cerebrais”, explicou, ao O SÃO PAULO, a Dra. Melissa Castello Branco e Silva Helbel, neurologista do Hospital Santa Paula. “Qualquer atividade física feita de forma regular, de duas a três vezes na semana, por no mínimo 30 minutos, é recomendada para prevenção da Doença de Alzheimer”, complementou.

Ações contra a doença

Na segunda-feira, 21, foi comemorado o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, que atinge aproximadamente 44 milhões de pes-

soas em todo mundo. Segundo peixes, frutas e os óleos vegetais a associação Alzheimer’s Disease com ômega 3; tenham contato International (ADI), o cresci- com o sol ou ingiram suplemenmento da doença na população tos com vitamina D; e pratiquem com mais de 65 anos pratica- exercícios físicos. mente dobra a cada 20 anos. “Mesmo o paciente diagnos“A Doença de Alzheimer é ca- ticado com a Doença de Alzheiracterizada pela perda de memória mer deve manter suas atividades progressiva para fatos recentes. físicas regulares, pois além do Pode ocorrer desorientação no es- benefício cardiovascular, o papaço, como perder-se na rua e di- ciente convive com outras pessoficuldade para realização de tarefas as, tem uma rotina e ainda mancorriqueiras como esquecer a pa- têm seu cérebro sempre ativo”, nela no fogo ou até mesmo trocar enfatizou Dra. Mellisa. o horário dos remédios”, explicou Dra. Mellisa. Como formas de QUARTA-FEIRA (23) prevenção, segundo Copa do Brasil a neurologista, re22h – São Paulo x Vasco da Gama comenda-se que os (Morumbi) idosos mantenham o DOMINGO (27) cérebro ativo, sempre Brasileirão de Futebol aprendendo algo novo; 16h – São Paulo x Palmeiras alimentem-se de modo (Morumbi) saudável, com vegetais,

AGENDA ESPORTIVA

Benegrip Multi: paracetamol 13,30 mg/mL, cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL, maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL Indicações: Analgésico e antitérmico. Descongestionante nasal em processos de vias aéreas superiores. MS 1.7817.0768. Setembro/2015. Benegrip Multi é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.


18 | Regiões Episcopais |

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Brasilândia

Padre Cilto José Rosembach e Flávio Rogério da Silva Colaboração especial para a Região

Paróquia na Freguesia do Ó será local de peregrinação no Ano da Misericórdia O encontro do clero atuante na Região Brasilândia com o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, na quinta-feira, 17, começou de um modo diferente: na matriz da Paróquia Santos Apóstolos, no Setor Pastoral São José Operário, crianças aguardavam os participantes para os cantos e a oração inicial. Surpreso, Dom Odilo tirou fotos com elas e suas educadoras da Escola Santa Carmem Sallés. Na conversa com os padres, o Cardeal fez detalhada explicação sobre o Ano Santo da Misericórdia, o Sínodo

dos Bispos e as recentes mudanças anunciadas pelo Papa Francisco sobre os trâmites dos processos de nulidade matrimonial. Também alertou os padres sobre a necessidade de acompanhar a Catequese de perto, para atestar o que está sendo transmitido aos catequizandos. O Cardeal informou que a Arquidiocese organizará seis locais para as peregrinações do Ano Santo da Misericórdia, que será aberto pelo Papa Francisco, em 8 de dezembro, em Roma, e iniciado oficialmente na Ar-

quidiocese de São Paulo, no dia 13 do mesmo mês, na Catedral da Sé. Na Região Brasilândia, o local de peregrinação será a Paróquia Nossa Senhora da Expectação, na Freguesia do Ó. Dom Odilo também recomendou aos padres que participem de cursos de atualização sobre os novos procedimentos em relação aos processos de nulidade matrimonial. Sobre o Sínodo que se realizará em Roma, em outubro, ele lembrou que o foco será sobre a vocação e a missão da família, e enfatizou que ests é a base para a vida das pessoas.

A reunião foi concluída com duas questões de âmbito regional: a decisão de que a formação dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão acontecerá nos setores pastorais; e o comunicado de que a assembleia regional tratará das prioridades assumidas pela Região: família, juventude e formação, devendo os setores pastorais responder, antes da assembleia, a uma avaliação sobre as ações que têm feito. Houve, ainda, informes sobre a eleição ao Conselho Tutelar na cidade de São Paulo, inicialmente marcada para 4 de outubro.

Junto à imagem peregrina, a devoção a Nossa Senhora de Fátima Diego Nicolletti

Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima

A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi venerada pelos fiéis na Paróquia Bom Jesus dos Passos, no Setor Pastoral Freguesia do Ó, entre os dias 14 e 17. Originária do Santuário de Fátima, em Portugal, a imagem está percorrendo diferentes partes do mundo, em preparação para as comemorações dos cem anos da aparição, em 2017. Na Paróquia, o primeiro dia com a imagem foi demarcado pela exibição de um filme sobre a história da aparição de Nossa Senhora em Fatima, após o qual as crianças da Catequese rezaram o Terço. No Segundo dia, ocorreu o Ofício de Nossa Senhora, seguido de uma procissão luminosa, acompa-

nhada pela banda da Corporação Musical Operária da Lapa. No terceiro dia, à tarde, foi realizada uma celebração eucarística com os enfermos, seguida de um momento de espiritualidade com representantes do Voluntariado do Hospital Penteado. À noite, o Grupo de Oração São Miguel Arcanjo realizou orações, reflexões e louvores a Maria, e rezou o Terço luminoso com

a comunidade. A celebração foi concluída com a oferta de rosas a Nossa Senhora de Fátima. No último dia da visita da imagem peregrina, o grupo de oração Missão Raiz, coordenado pelo cantor Diego Fernandes, conduziu orações e louvores, acompanhados de música. A visita foi encerrada com a coroação da imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Padre Cilto José Rosembach

7 setores pastorais em mutirão no mês da Bíblia A Região Episcopal Brasilândia fará no próximo fim de semana, o Mutirão Bíblico, atividade que demarca o encerramento do mês da Bíblia nos setores pastorais. À exceção do Setor Freguesia do Ó, que fará o Mutirão na quarta-feira, 23, às 20h, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba (avenida Itaberaba, 2.093), todos os demais o realizarão no domingo, 27, à tarde: • Setor Cântaros, 14h – Quadra Canarinho, ao lado da

Paróquia Bom Pastor (avenida Manoel Bolivar, 22, no Jardim Carumbé); • Setor Jaraguá, 14h – Comunidade São Pio da Área Pastoral Santo Antônio (rua Barra da Buriquioca, 40, no Parque Taipas); • Setor Perus, 14h – concentração na praça Inácia Dias, em frente à estação de trem de Perus, seguida de caminhada até a Escola Municipal Cândido Portinari (rua Guilherme Correia de Melo, 408, em Perus);

• Setor São José Operário – 14h – Escola Estadual Martin Egídio Damy (rua Paulo Garcia Aquiline, 406, Brasilândia); • Setor Pereira Barreto – 14h30 – praça do posto de saúde Moinho Velho (rua Baltazar da Silveira, s/nº, Vila Pereira Barreto); • Setor Nova Esperança, 15h – Comunidade Divino Espírito Santo da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Estrada do Sabão, 885, no Jardim Gonçalves).

‘Vidas que nascem com a poesia’ - Em uma sala ornamentada na Paróquia São José, no Setor Pastoral Perus, aconteceu, na tarde do dia 12, o lançamento do livro “Vidas que nascem com a poesia”, de autoria de Maria Edméia Augusto. Ministra da Palavra na Paróquia, dona Edméia, como é mais conhecida, lançou seu primeiro livro de poesias aos 75 anos de idade. “Aos setenta e cinco anos/ Meu sonho se realiza/Sinto a alma de poeta/Uma cabeça jovem/ E um coração de menina/ E digo a Todos/Não Deixe a esperança morrer/Passe o tempo que passar/Seu sonho pode acontecer”, escreveu a poetisa na contracapa do livro.


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Lapa Padre Marcos: um servidor de Cristo nas comunicações Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

As missas presididas pelo Padre Marcos Roberto Pires, 46, na Paróquia Santíssima Trindade, no Setor Pastoral Rio Pequeno, estão quase sempre lotadas. A semelhança do Pároco com o cantor Elvis Presley pode ser uma das explicações, mas o essencial continua a ser a Palavra de Deus. “A minha semelhança com Elvis não atrapalha em nada as minhas celebrações. Pelo contrário, até ajuda, porque quando as pessoas ficam conhecendo o meu trabalho pastoral, no caminho da evangelização, só me chamam de Padre Marcos. O que acontece é que muitos fiéis convidam outras pessoas para virem à igreja e dizem carinhosamente ‘vamos à missa daquele Padre que parece com o Elvis’”, contou em entrevista à Pascom Lapa. Ordenado sacerdote em 2007, Padre Marcos é o pároco da Santíssima Trindade desde 2010. Anteriormente, atuou como vigário na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, também na Região Lapa. “Como pároco, tive a dificuldade de entender um pouco o universo de governar, ensinar e santificar esse povo. Quando renovei o quadro de pastorais, colocando novos coordenadores, houve muita resistência dos mais antigos. Outra coisa foi quando percebi que a igreja lotava muito e que havia a necessidade de fazer uma obra, uma igreja

Luciney Martins/O SÃO PAULO

maior. Houve muita resistência também de pessoas que acreditavam que isso não era possível”, recordou, sobre a construção no novo templo, inaugurado em 2013.

Despertar vocacional

Paulistano, Padre Marcos sentiu o chamado de Deus ao sacerdócio aos 30 anos de idade. Formado em Geografia, lecionava em escolas particulares e estava noivo. Porém, desde a juventude, quando era acólito na Paróquia São Luiz Gonzaga, na zona Norte, já sentia o despertar vocacional, que só aumentou ao longo dos anos. “Quando participava das missas, eu me via como padre, mesmo acompanhado da minha noiva. Às vezes, eu chorava, conversava muito com Deus nas minhas orações. Na época, eu tinha como referências alguns padres, como o Monsenhor Vicente Ancona Lopes, vigário regional da Prelazia Opus Dei no Brasil, que foi meu conselheiro espiritual, Ele é meu amigo. Todo esse envolvimento foi me dando forças para tomar a decisão de ir para o seminário. Foi uma decisão muito difícil, pois estaria renunciando a tudo e a todos, e à noiva, principalmente. Quando a decisão foi tomada, todos da minha família me apoiaram”, recordou.

Padre Marcos Pires, pároco da Santíssima Trindade, apresenta livro de sua autoria, lançado em 2015

Cantor e escritor

Padre Marcos contou que sempre foi fã de Elvis Presley. “Comprava seus discos, fotos e na adolescência já falavam que eu parecia com o cantor. Na escola, me chamavam de professor Elvis, e aqui na paróquia muitos fiéis falam que eu me pareço muito com o cantor por causa do penteado, os traços do rosto”. E um dia o Padre resolveu usar a música como instrumento de evangelização. “Eu nunca pensei em cantar. Não me considero um artista secular. Sou um Padre que está tentando servir pela comunicação, e comunicação também é música. Eu entendi, junto com os fiéis, que a música passou a ser também uma

Padre Luiz Cláudio Braga

AGENDA REGIONAL Até sexta-feira (25), 20h

Catequese de Dom Julio Endi Akamine, para fiéis dos setores Rio Pequeno e Butantã, na Paróquia São Patrício (avenida Octacílio Tomanik, 1.555, Rio Pequeno).

Domingo (27), 15h

Mutirão Bíblico no Setor Pirituba, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Padres Valombrosanos, 126, Pirituba).

Na sexta-feira, 18, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, aconteceu o encontro da Pastoral da Comunicação arquidiocesana. Participaram agentes das seis regiões episcopais e o Padre Luiz Claudio Braga, assistente eclesiástico arquidiocesano da Pastoral, que apresentou o “Plano de Ação 2016” da Pascom. O coordenador dessa pastoral na Região Lapa, Paulo Ramicelli, e o assessor regional, Padre Antonio Francisco Ribeiro, falaram sobre os trabalhos de comunicação realizados na Região.

maneira de evangelização do meu ministério. Eu gosto também de cantar dentro das missas, mas nunca pensei em ser padre cantor, isso está acontecendo naturalmente”, afirmou. Neste ano, Padre Marcos lançou o livro “Não há mal que me possa vencer”, pela Editora Petra. “Escri-

tor, também nunca tinha pensado ser, mas em virtude de uma entrevista à revista Veja, começaram as especulações sobre a minha pessoa e, assim, a Editora Petra pediu para que eu escrevesse um livro”, detalhou. (Edição de texto: Daniel Gomes/O SÃO PAULO)


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Santana Comunidade Anjos da Vida recebe reconhecimento arquidiocesano

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Comunidade Anjos da Vida

Fundadores da Anjos da Vida recebem do Cardeal reconhecimento da comunidade

“Este ato significa o reconhecimento da Igreja de que este carisma é uma forma autêntica de viver o Evangelho. Estamos há oito anos em missão, mas hoje as portas da Igreja se abrem para nós como filhos legítimos. Poderemos agora ter pos-

sibilidade de abrir casas em outras dioceses, caso queiramos o reconhecimento pontifício”. Assim expressou-se Vanuza Velasco, que ao lado do esposo, Regy Velasco, falou sobre a Comunidade Anjos da Vida, que no sábado, 19,

durante missa na Paróquia São Roque, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, recebeu a aprovação canônica da regra de vida. Ao saudar a primeira comunidade formada por leigos a ter um reconhecimento arquidiocesano, Dom Odilo pediu as bênçãos de Deus para que a Comunidade tenha realmente sua missão como expressão de vida da Igreja. Dom Odilo, ao final da homilia, perguntou ao casal fundador do Instituto sobre como foi o despertar dessa vocação e sobre o carisma. Regy e Vanuza relataram as origens da comunidade e disseram como está estruturada atualmente, a partir do carisma de ser sinal de conversão para os doentes da alma e caminho de reconciliação com Deus. O Cardeal entregou o documento de aprovação do Instituto, concedendo a licença renovável de cinco

anos, e saudou os membros da Comunidade. “Somos um pequeno ramo ligado à videira que é a Igreja. Somos ex-empresários que fizemos os votos de pobreza, obediência e castidade, e vivemos felizes como Comunidade, com cerca de 200 componentes, em quatro fraternidades, que são casas de missão, com pessoas consagradas vivendo o carisma dos Anjos da Vida e pessoas que vivem em aliança com a Comunidade, mas vivendo no mundo”, disse Regy, ao lado da esposa. Dois dos muitos jovens que participam da Comunidade também deram testemunho do pertencimento ao Instituto. “A Comunidade Anjos da Vida me trouxe uma vida melhor tanto do ponto de vista espiritual como pessoal”, afirmou Gustavo Marques Fernandes. “Essa Comunidade fortalece meu caminho em direção a Deus”, garantiu Vinicius Pereira Basílio.

Inovações nas festividades da padroeira da Paróquia Nossa Senhora da Salette Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora da Salette festejaram no sábado, 19, a festa da padroeira, que em 2015 demarca os 169 anos da Aparição de Nossa Senhora, em Salette, na França, e os 75 anos da criação da Paróquia. Neste ano, a novidade foi a realização da novena de Nossa Senhora em dois períodos, envolvendo, na primeira semana, a participação das paróquias Nossa Senhora

dos Prazeres, na Parada Inglesa; Santa Joana D’arc, no Jardim França; Santa Rosa de Lima, no Tremembé; e Menino Jesus, no Tucuruvi. Já na segunda semana, a novena aconteceu na Paróquia Nossa Senhora da Salette. Outra inovação foi que durante o mês das festividades, a Paróquia recebeu a visita, com a reza do Terço e missa, das imagens peregrinas de Nossa Senhora de Achiropita,

de Aparecida e de Guadalupe. Foram realizadas, ainda, aos finais de semana, quermesses com homenagens às tradições culturais e culinárias de outros países, como Japão, França, Itália, Estados Unidos, China e Portugal. No dia da padroeira ocorreram missas em diferentes horários, sendo a última, à noite, transmitida ao vivo pela TV Canção Nova, quando houve a coroação de Nos-

Joceli Campos

Fiéis lotam Paróquia Nossa Senhora da Salette na festa da padroeira

sa Senhora da Salette. Os festejos terminarão no domingo, 27, com procissão pelas ruas do bairro, às 16h,

seguida de missa de encerramento, às 18h, na matriz paroquial (rua Doutor Zuquim, 1.746, em Santana).

Jovens prontos para testemunhar o Cristo Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio e Padre Maurício com jovens recém-crismados, dia 13

Após dois anos de formação sobre o mistério sacramental e o significado dos dons do Espirito Santo nas próprias vidas e na missão de discípulos e missionários de Jesus Cristo, 17 jovens receberam o sacramento da Crisma na Paróquia São Francis-

co de Paula e São Benedito, no Setor Pastoral Imirim, no dia 13, em missa solene presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. O Bispo, no ritual do sacramento da Confirmação,

pediu a Deus, por meio da oração, que enviasse aos crismandos o Espírito Santo como os apóstolos receberam em Pentecostes, para que dessem testemunho de Cristo perante os homens. Dom Sergio ungiu cada crismando traçando em sua testa com o santo óleo do Crisma o sinal da cruz, dizendo: “Recebe por este sinal o Espírito Santo, o dom de Deus!”, pois o batizado é investido, autorizado e consagrado para a missão de Jesus Cristo, por isso, recebe a força e o poder do Espírito Santo. “Que todos os crismados

continuem firmes na Igreja como apóstolos de Jesus Cristo que agora são”, expres-

sou o Padre Maurício José Lima, pároco, que concelebrou a missa. Pascom

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Capela Santa Cruz, pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Piedade, no dia 13, no contexto da festa da Santa Cruz. A celebração teve como concelebrante o Padre Jairo dos Santos Bezerra, pároco.


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Belém ‘A nossa fé cristã é comunicada na alegria de seguir Jesus Cristo’ Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

“A exemplo de São Benedito, discípulos-missionários na cidade de São Paulo” foi o tema da 63ª festa em louvor ao padroeiro da Paróquia São Benedito das Vitórias, no Setor Pastoral Carrão-Formosa. No domingo, 20, a comunidade paroquial recepcionou as irmandades convidadas, de outras paróquias e dioceses, e os integrantes da Pastoral Afro com um café, antes da missa das 9h, presidida por Dom Edmar Peron, bispo auxiliar

da Arquidiocese na Região, e concelebrada pelo Padre José Antonio Cruz, pároco. Dom Edmar, na homilia, destacou que a alegria é uma das marcas das comunidade e lembrou que o Papa Francisco “nos convida a fazer uma experiência feliz e alegre de nossa fé”. Ainda segundo o Bispo, “nossa celebração é um sinal desta alegria que Deus nos dá, pelas cores, pelo canto, pelos atabaques. Tudo isso vai nos ajudando a entrar nesta certe-

za: a nossa fé cristã é comunicada na alegria de seguir Jesus Cristo, uma alegria manifestadas nesses sinais”. Em 2015, a festa demarcou os 63 anos da irmandade de São Benedito na Paróquia. Uma procissão com as imagens do padroeiro e de Nossa Senhora de Aparecida foi realizada após a missa. A festa de São Benedito será concluída em 5 de outubro, data da memória litúrgica do Santo.

Peterson Prates

Dom Edmar participa de procissão com a imagem de São Benedito

Devoção e fé na memória litúrgica de São Mateus Peterson Prates

Dom Edmar incensa imagem do padroeiro

A memória de São Mateus, apóstolo, evangelista e mártir, foi celebrada por toda a Igreja na segunda-feira, 21. Na Paróquia São Mateus Apóstolo, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu missa na festa em honra ao padroeiro. O Bispo, na homilia, expressou que “deixar-se encontrar pelo Senhor” é o

primeiro passo para a santidade, seguido da evangelização. “O cobrador de impostos ouviu as batidas e abriu a porta”, assim, devemos lembrar que “sempre necessitamos de conversão”, afirmou em alusão a São Mateus, que era cobrador de impostos, mas depois do convite de Jesus se converteu. Dom Edmar recomendou aos fiéis

que “o Evangelho de São Mateus deve ser o catecismo desta comunidade e para cada uma das comunidades que formam a Paróquia”. A festa em louvor ao padroeiro termina no domingo, 27, quando os paroquianos e devotos de São Mateus sairão em procissão pela Avenida Mateo Bei, no bairro de São Mateus.

Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação na Região

‘Casamento válido é indissolúvel’, diz doutor em Direito Canônico Em reunião com as secretários e secretárias paroquiais da Região Episcopal Sé, na quinta-feira, 17, Edson Luiz Sampel, professor da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, foi convidado a falar sobre os processos de verificação de nulidade matrimonial. O Professor, que é doutor em Direito Canônico, explicou as recentes mudanças apresentadas pelo Papa Francisco na carta apostólica em forma de Motu Proprio “Mitis Iudex Dominus Iesus”. Antes de tudo, ele ressaltou que para a Igreja Católica o casamento válido é indissolúvel, por mandato expresso Jesus Cristo (cf. Mc 10, 1-12). Por isso, o Tribunal Eclesiástico abre um processo para verificar se uma união foi válida ou

não, o que é diferente de uma “anulação”. Ainda de acordo com Sampel, as causas mais comuns de nulidade matrimonial (vícios de consentimento) previstas no Direito Canônico são: “exclusão do bem da fidelidade; exclusão do bem da prole; exclusão da indissolubilidade; exclusão total do Matrimônio; erro de qualidade pessoal direta e principalmente desejada; violência ou medo, ou, ainda, temor reverencial; falta de discrição de juízo (imaturidade grave) - por exemplo, casamento por causa da gravidez”. O Professor detalhou, ainda, as principais mudanças apresentadas pelo Papa: sentença de primeiro grau já é executiva, isto é, não há obrigatoriedade da segunda instância, a não

Festa dos santos Cosme e Damião A Paróquia São Vito Mártir (rua Polignano A´Mare, 51, no Brás) realiza no próximo fim de semana, dias 26 e 27, a Festa dos Santos Cosme e Damião. No sábado, das 10h às 17h; com missa às 15h; e no domingo,

das 10h às 15h, com missa às 9h30, seguida de procissão. Nos dois dias, estarão montadas barracas de comidas italianas (ficazzella, Guimirella e doces típicos) e no domingo haverá macarronada com molho caseiro.

ser que exista apelação de uma das partes. Também foi determinado que os prazos sejam mais curtos para os casos evidentes de nulidade. Em vista de resgatar a doutrina do Concílio Vaticano II, o Pontífice definiu que o bispo é o juiz na diocese para as causas de nulidade. Ainda sobre a primeira instância, a Carta Apostólica determina que a primeira instância seja composta por um único juiz (clérigo). Por fim, Sampel pontou que, a partir da reforma, o depoimento das partes passa a ser considerado como prova plena do processo. “Se as pessoas estiverem de acordo, se se tratar de um depoimento bastante fidedigno, com bastante credibilidade, que produza certeza moral na mente do julgador”, explicou.

Orientação segura

O Professor reforçou que sempre que uma pessoa procurar a paróquia em busca de informações sobre nulidade matrimonial, o melhor conselho é que se dirija diretamente ao Tribunal Eclesiástico, “onde será melhor orientada sobre sua situação”. No encontro, algumas secretárias tiraram dúvidas sobre alguns exem-

Centro Pastoral da Região Sé

Edson Luiz Sampel durante palestra, dia 17

plos e situações concretas de atendimento. Para o vigário geral da Região Sé, Padre Aparecido Silva, o tema da nulidade matrimonial é de suma importância para os secretários paroquiais, “uma vez que são as primeiras pessoas que acolhem àqueles que procuram informação”. Ele afirmou, ainda, que esse trabalho pastoral e formativo com os secretários têm tido bons frutos. “Na medida em que elas passam a conhece melhor a vida da Igreja, passam, também, a atender com mais precisão, clareza e objetividade”.


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Ipiranga

Diácono Anivaldo Blasques, Regina Fasanella, Rodrigo Simões e Padres Pedro Amorim e Ricardo Pinto Colaboradores de comunicação da Região

Dom Odilo dá início aos festejos do jubileu da Paróquia Nossa Senhora Aparecida Renata Quito

Paroquianos apresentam ao Cardeal quadro sobre a atuação da Paróquia

Na abertura do triênio festivo pelo jubileu de 50 anos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Arapuá, no

Setor Pastoral Anchieta, a ser completado em 2017, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu

missa na matriz paroquial, na sexta-feira, 18. As lembranças da história Paróquia foram rememoradas por Dom Odilo, na homilia, quando recordou que o arcebispo de São Paulo, em 1967, ano da colocação da pedra fundamental do templo, era Dom Agnelo Rossi. O Cardeal Scherer também citou alguns pioneiros da construção da Paróquia e convidou toda a comunidade e o Padre Ricardo Pinto, administrador paroquial, a aproveitar o jubileu para resgatar mais profundamente a história

da Paróquia como “casa dos irmãos e irmãs de Jesus, reunidos como Igreja, no meio da cidade”. Um quadro com a assinatura de todos os participantes da última assembleia paroquial de pastoral, em agosto, foi apresentado no ofertório, momento introduzido pela citação de um trecho da exortação apostólica Evangelli Gaudium, do Papa Francisco: “A paróquia é comunidade de comunidades, santuário onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar (...) é o centro de constan-

Frei italiano explica detalhes da canonização dos pais de Santa Teresinha Em visita a São Paulo, no dia 15, o frei italiano Romano Gambalunga, OCD, participou de eventos na Região Episcopal Ipiranga, nos quais explicou detalhes sobre a causa de canonização de Luís e Zélia Martin, da qual é postulador. O casal, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), será canonizado pelo Papa Francisco em 18 de outubro, em meio ao Sínodo Ordinário dos Bispos, que terá como tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Na manhã do dia 15, o Frei car-

melita participou, pela manhã de uma conferência com alunos da Faculdade de Teologia da PUC-SP; na parte da tarde, esteve com as monjas no Carmelo de Santa Teresa; e à noite, participou do evento realizado pela Comunidade Católica Sagrada Família, em parceria com a Paróquia Imaculada Conceição e a Região Ipiranga. Nessa última conferência, Frei Romano, que também é postulador das causas de Elisabeth da Trindade, Irmã Lúcia (Fátima) e Chiquitunga do Paraguai, explicou como é feito o processo de beatificação e canoniza-

ção, e tratou dos fatos que levaram o casal à santidade, incluindo o milagre atribuído à intercessão dos pais de Santa Terezinha: a cura de uma menina que nasceu com um sangramento severo no cérebro. O evento contou com a participação de mais de 150 pessoas entre padres, seminaristas, religiosas e famílias, que puderam ver as relíquias do casal, que ficam na capela da sede da Comunidade Católica Sagrada Família, no Ipiranga, e têm sido levadas para visitação em paróquias, grupos de oração, famílias e pessoas enfermas.

te envio missionário(...) é lugar de viva comunhão e participação”. Foram também ofertadas as particularidades, desafios e frutos de evangelização das comunidades que compõe a Paróquia. Antigas e novas comunidades têm feito a experiência de ser “Igreja em saída” e estão realizando visitas missionárias e missas mensais nas garagens das casas. Ao final, Dom Odilo foi homenageado por seu aniversário natalício de 66 anos de idade, comemorado na segunda-feira, 21. Regina Fasanella

Dom José Roberto junto ao frei Romano

Pastoral Familiar enfatiza acolhida a casais em segunda união Casais em segunda união participaram nos dias 12 e 13 do “13º Encontro com Jesus, o Bom Pastor”, promovido pela Pastoral Familiar da Região Episcopal Ipiranga, na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, em Moema. A iniciativa surgiu para atender a uma necessidade da Igreja, conforme mencionado na exortação apostólica Familiaris Consortio, do São João Paulo II, que pede a acolhida e evangelização dos casais em segunda união, a fim de que estes não se sintam separados da Igreja. Nesse contexto, faz-se necessário dar-lhes condições de refletir sobre a situação em que se encontram e sobre o amor misericordioso de Deus, para integrá-los na comunidade paroquial, onde, como batizados, podem crescer na fé e no amor, e participar da vida e da missão da Igreja. “Na realização desses encontros, convidamos para trabalhar na organização agentes de diversas paróquias e pastorais que, atuando em comunhão,

servem ao próximo com amor e alegria, fazendo com que os casais ‘encon-

tristas’ sintam a presença do próprio Jesus que os acolhe com misericórdia”,

afirmou Ricardo Pupo, coordenador regional da Pastoral Familiar.

Padre Pedro Luiz

Reprodução

Dom José Roberto Fortes Palau presidiu a missa de posse do Padre Rodrigo Pires Vilela, como pároco Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Setor Pastoral Imigrantes, no domingo, 20. Padre Rodrigo foi ordenado presbítero em 2007 e atuou na Região Episcopal Brasilândia como vigário paroquial da Área Pastoral Santíssima Trindade. Em 2014, foi estudar em Roma, onde permaneceu por um ano. “Como as crianças, devemos ser autênticos, simples e sem duplicidade. Que a paróquia tenha um único objetivo: servir”, disse o Padre.

O núcleo regional da Cáritas no Ipiranga realizou nos dias 19 e 20, um bazar beneficente com roupas e doações recolhidas pela equipe regional e colaboradores voluntários da Cáritas. O evento aconteceu na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Setor Pastoral Ipiranga, com o apoio do Padre Anísio Hilário, pároco. O bazar tem como o objetivo reverter toda a renda recebida para ajuda às obras sociais realizadas na Região. Dom José Roberto Fortes Palau esteve presente e abençoou os participantes da atividade.


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Cardeal Scherer: ‘Olhem para a vida com esperança’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Helena Ueno

Arcebispo de São Paulo festejou 66 anos, na segundafeira, 21, e foi saudado por fiéis, religiosos e padres Renata Moraes

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Na Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista, na segunda-feira, 21, o dia também foi de render graças a Deus pelo aniversário do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, que completou 66 anos de vida. No fim de semana, em diferentes encontros e missas que presidiu, o Cardeal foi parabenizado. No domingo, 20, a missa das 11h na Catedral da Sé foi em ação de graças pelo aniversário do Arcebispo. Dom Odilo agradeceu a Deus pela vida, saúde e pelo rebanho que lhe foi confiado, e pediu orações pelos aniversariantes do mês como também pela viagem apostólica do Papa Francisco a Cuba e aos Estados Unidos, iniciada no sábado, 19.

mãe, Francisca Wilma Steffens Scherer, que há 66 anos o gerou, dando–lhe o dom da vida; à segunda mãe, a Igreja, pois neste seio o senhor renasceu com o sacramento do Batismo; e à Maria, Mãe de Jesus, que sempre lhe acolheu, e é hoje quem lhe socorre, sendo modelo de discípula”.

Orações e homenagens na Cúria Metropolitana

Na Catedral da Sé e na Cúria Metropolitana, Dom Odilo recebe o carinho dos fiéis ao completar 66 anos

Ao refletir sobre as leituras da liturgia dominical, Dom Odilo destacou que os cristãos devem colocar-se a serviço dos outros: “quem quiser ser o primeiro, deve colocar-se em último lugar”, seguindo os ensinamentos de Jesus, Mestre e Servidor. Ele também exortou os fiéis a uma vida de fé e confiança em Deus.

O Cardeal saudou os integrantes da Pastoral das Pessoas com Deficiência, recordando que 21 de setembro é o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. “A deficiência não tira a dignidade de ninguém. Diante de Deus, somos todos filhos dignos e queridos. Se alguém possui

algum tipo de deficiência, há muitas outras capacidades. Devemos ter toda a solidariedade e o respeito para ajudar essas pessoas”. Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral da Sé, no final da missa, rendeu graças a Deus pela vida de Dom Odilo. “Agradecemos também sua

‘Dê sua voz à Palavra’ Renata Moraes

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“Mais de 25 lugares, quase mil pessoas alcançadas pela Palavra de Deus. Foram paróquias, comunidades, conventos, colégios e universidades. Jovens, crianças, idosos, todos sedentos da Palavra de Deus”, expressou Gianfranco Mellino, 56, coordenador do SERMIG Arsenal da Esperança Dom Luciano Mendes de Almeida, na missa de encerramento da 5ª Vigília de Leitura Contínua da Palavra, no sábado, 19. A missa na sede do Arsenal da Esperança, no bairro do Brás, foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada pelo Padre Marcelo Delcin, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários. Dom Odilo parabenizou os organizadores pela forma itinerante da leitura, sobretudo nos colégios, exortou a todos para que no próximo ano a vigília possa acontecer em mais paróquias da Arquidiocese de São Paulo, e reforçou a importância de sempre acolher a Palavra de Deus. Segundo Marco Vitale, 42, consagrado do Arsenal da Esperança, com a vigília itinerante, iniciada

no dia 12, “nosso objetivo foi levar a Palavra de Deus para todos os cantos da cidade, com o tema ‘Dê sua voz à Palavra’, cada um com a sua voz e com sua vida, para que o mundo escute a Palavra de Deus”.

Igreja em Saída

Para Mario Pereira Kroiss Filho, 39, da Paróquia Nossa Senhora dos Ferroviários, que participou da leitura orante em sua comunidade, a experiência foi marcante. “Sem dúvida, dois elementos se destacam: o discipulado e a missionariedade, fazendo ressoar a Palavra de Deus, mostrando que devemos viver a experiência de discipulado para levar a Palavra em todos os lugares”. Na Paróquia Santo Antônio, na Região Sé, a vigília de leitura orante da Bíblia aconteceu no dia 13. “Vimos neste convite a oportunidade de celebrar junto à comunidade a importância e o lugar da Palavra de Deus em nossas vidas, uma vez que, durante a semana, pouco ou nada se tem de contato com a Sagrada Escritura. Esses momentos fortalecem a unidade dos fiéis, alimentam a fé na Palavra de Deus e geram uma mentalidade orante em nossos paroquianos”, relatou o Padre Luiz Cláudio Braga, pároco.

Na segunda-feira, 21, o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral realizou uma confraternização na Cúria Metropolitana para comemorar o aniversário de Dom Odilo. O Arcebispo agradeceu o carinho de todos e deixou uma mensagem especial aos jovens. “Espero que todos vocês cheguem nesta idade, 66 anos. Vocês que estão no começo da vida, tenham força, coragem! Olhem para a vida com esperança. É bom viver. Vamos usufruir a vida, vivê-la intensamente, pois só temos essa vida, que é um ‘presentão’ de Deus. Está em nossas mãos esse dom precioso”, finalizou. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fruto da JMJ

A iniciativa da Vigília de Leitura Contínua da Palavra surgiu em setembro de 2011, por ocasião da acolhida da cruz e do ícone da Jornada Mundial da Juventude, no Arsenal da Esperança. Na primeira edição, os jovens leram os quatro Evangelhos; na segunda, os Atos dos Apóstolos e as Cartas Apostólicas: em 2013, houve a leitura do Pentateuco; e em 2014, dos Livros Históricos; neste ano, a vigília itinerante abordou os Livros Sapienciais.

Primeiros padres do SERMIG - Fraternidade da Esperança

Durante a missa de encerramento, Dom Odilo pediu aos fiéis que rezassem pela ordenação sacerdotal dos diáconos italianos Simone Bernardi, Lorenzo Nacheli e Andrea Bisacchi, que trabalharam no Arsenal da Esperança no Brasil e serão ordenados sacerdotes, em 3 de outubro, na Catedral de Turim, na Itália. Os futuros padres Lorenzo e Simone celebrarão a primeira missa no Brasil, em 15 de novembro, às 17h, no Arsenal da Esperança (rua Dr. Almeida Lima, 900, Brás).

Em vigilia de leitura, Palavra de Deus é proclamada pela cidade


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23 a 29 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br


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