O SÃO PAULO - edição 3019

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3019 | 18 a 23 de setembro de 2014

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Com a Palavra – Eleições 2014: Paulo Skaf

Diocese de Santos acolhe Dom Tarcísio para bispo coadjutor

Riscos de racismo e de ‘Cristofobia’

Seguindo as entrevistas com os principais candidatos ao Executivo Paulista, segundo as pesquisas Ibope e Datafolha, O SÃO PAULO ouve Paulo Skaf (PMDB).

Cerca de 3 mil fiéis das nove cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista participaram da celebração na qual o Bispo foi empossado

Jornalista Roberto Zanin aponta que além dos casos de racismo, crescem no País os ataques às opiniões cristãs. Página 2

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Eleições 2014

Debate presidencial promovido pela cnbb reúne os principais candidatos, mas sem confrontá-los Dividido em cinco blocos, a metodologia do debate foi criticada por alguns jornalistas na sala de imprensa, pois, na visão deles, não houve momentos de embates diretos entre os candidatos. Sem comentários, réplicas ou tréplicas das respostas apresen-

tadas, o debate pareceu mais a propaganda eleitoral gratuita. Realizado pela CNBB a menos de 20 dias para as eleições, o debate com oito dos 11 candidatos à Presidência da República, aconteceu no centro de exposições Pa-

dre Vitor Coelho, em Aparecida (SP). As imagens do debate foram geradas pela TV Aparecida e retransmitidas por um pool de emissoras de inspiração católica, rádios e portais na internet. O presidente da CNBB, Dom Raymundo

Damasceno Assis, afirmou que o debate “não é para os bispos, é promovido pela CNBB, mas o objetivo do debate, o destinatário do debate, é o eleitor, para que conheça os candidatos”. Páginas 12 e 13

Inédito: STJ reconhece Templo de paróquia na Igreja realiza encontro direitos de nascituros Brasilândia é dedicado entre jornalistas O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu em uma decisão inédita que a morte de um feto em acidente de trânsito dá direito ao recebimento do seguro obrigatório (DPVAT) aos familiares. A notícia foi divulgada pela Associação de Advogados de São Paulo (AASP) esta semana e envolve um caso que aconteceu em Santa Catarina. Página 8

A celebração foi presidida, no dia 13, pelo Cardeal Scherer, às vésperas da Festa da Exaltação da Santa Cruz, que dá nome à Paróquia. Dom Odilo lembrou a todos sobre a beleza dessa celebração e o quão significativos são os gestos feitos nos ritos, que tiveram início com a aspersão da água sobre o altar, sobre as paredes do templo e sobre o povo. Página 18

Evento aconteceu em Brasília (DF) e reuniu jornalistas dos regionais, dioceses, pastorais e organismos da CNBB. Alguns profissionais de comunicação foram convidados para falar aos participantes. Gerson Camarotti, da GloboNews, afirmou que depende da ajuda dos profissionais das dioceses para produzir reportagens sobre a Igreja. Página 24


2 | Ponto de Vista |

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editorial

Quem diz a verdade é amigo O debate promovido pela CNBB em 16 de setembro foi uma iniciativa bem intencionada, mas pouco eficaz. A metodologia empregada salvaguardou os principais candidatos de perguntas difíceis e deu amplo espaço para críticas transversais. No fim, os eleitores não puderam confrontar com clareza propostas e ideias entre os candidatos sobre temas que foram, fica registrado, muito bem apresentados pelos bispos. No primeiro bloco, todos os candidatos tinham que responder a uma pergunta feita pela presidência da CNBB, a saber, se estes

estavam de acordo ou não com o projeto de reforma política elaborada pela entidade católica. Como resposta, uma parte dos candidatos gastou seu tempo esmerando-se por apresentar seu “ilibado curriculum católico” sobrando pouco tempo para comentar a proposta da CNBB, exceção, justiça seja feita, aos candidatos Dilma, Luciana Genro, Marina e Aécio. Nos dois blocos seguintes, os candidatos responderam a perguntas dos bispos e de jornalistas da mídia católica. O sistema de sorteio e a ausência de comentários de um outro candidato enfraqueceram o

debate, transformando-o em uma entrevista minguada, em que os três principais candidatos se quer tiveram o trabalho de explicar suas propostas para questões importantes, como as relacionadas à família, ao aborto, à educação e segurança pública. Como resultado, o eleitor ficou sem ter como confrontar as ideias e os projetos presidenciáveis sobre cada uma das questões. Dilma ganhou de presente o tema fácil da desigualdade, Aécio, o da educação, Marina o da juventude. Mais eficaz teria sido se todos os candidatos tivessem que responder a todas as perguntas propostas.

No quarto bloco, o debate se acirrou mais pelas críticas transversais e trocas de farpas entre os candidatos do que por diversidades de propostas e explicações sobre planos de governo. Neste, Luciana Genro e Eduardo Jorge roubaram cenas do debate com críticas pesadas aos três principais candidatos e com suas (PSOL E PV) defesas à descriminalização do aborto, ao “casamento gay” e, nos dizeres da candidata do PSOL, da necessidade de colocar “a salvo” as questões políticas dos valores religiosos e cristãos. Cristofobia a vista?

opinião

Do racismo à ‘Cristofobia’ Sergio Ricciuto Conte

Roberto Zanin

As ofensas racistas dirigidas por alguns torcedores do Grêmio ao goleiro Aranha, do Santos, receberam a justa indignação da sociedade. A incessante divulgação do ato, simbolizada na torcedora flagrada pelas onipresentes câmeras de televisão, disseminou a discussão sobre essa prática abominável e frequentemente dissimulada. Escrevo esta coluna em jornal de inspiração católica e não posso deixar de citar o Compêndio da Doutrina Social da Igreja Católica que dedica alguns tópicos sobre o racismo. Nele se lê, por exemplo, no parágrafo 144: “Deus não faz distinção de pessoas” (At 10,34; cf. Rm 2,11; Gal 2,6; Ef 6, 9), pois todos os homens têm a mesma dignidade de criaturas à sua imagem e semelhança... e uma vez que no rosto de cada homem resplandece algo da glória de Deus, a dignidade de cada homem diante de Deus é o fundamento da dignidade do homem perante os outros homens. Esse é o fundamento último da radical igualdade e fraternidade entre os homens independentemente da sua raça, nação, sexo, origem, cultura, classe”. Todos nós, brancos ou negros, amarelos ou vermelhos, refletimos a glória do nosso Pai comum. Lato sensu, todos nós, ricos e pobres, letrados ou analfabetos, homens e mulheres, crianças ou idosos, somos como as cores que se desprendem do prisma

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

do Criador. Todos iguais na dignidade de sermos humanos. Nesse sentido, a Doutrina Social da Igreja declara, no parágrafo 433, que “de modo particular, é moralmente inaceitável qualquer teoria ou comportamento caracterizado pelo racismo ou pela discriminação racial”.

Triste pensar que muitos dos que se declaram cristãos tragam em seu DNA pensamentos e comportamentos racistas, não necessariamente ofendendo abertamente àqueles que julgam serem inferiores, mas por meio de ironias, piadas e discriminações veladas. Coloco um ponto final na ques-

tão dessa chaga justamente combatida pela mídia, e abro aspas para começar falando sobre outro tipo de discriminação, perseguição até, que presenciamos em nossa sociedade: a “Cristofobia”. A justa indignação só é despertada pelos arautos da pós-modernidade quando a ofensa é de cunho racial, comportamento sexual e até religioso, desde que a vítima seja de fé tida como minoritária. Quando o objeto de vilipêndio é a fé cristã, a maioria dos formadores de opinião se cala com a mordaça do laicismo. Como se isso não bastasse, com frequência vão além do silêncio cúmplice e aplaudem, por exemplo, manifestações “artísticas” que zombam de dogmas que julgam obsoletos. Como se também isso não bastasse, vão ainda mais além: quando alguns, infelizmente, poucos, cristãos reagem a esse tipo de intolerância, são rotulados como “fanáticos”. Isso vale também para a agenda eleitoral. Cobram-se dos candidatos agendas políticas públicas para as minorias, mas ai de quem quiser defender causas como as da família tradicional, a liberdade religiosa ou o direito à vida, desde a concepção até a morte natural. Combatamos todos os preconceitos. Não apenas os que o politicamente correto aplaude. Roberto Zanin é jornalista e assessor de imprensa master em gestão de empresas de comunicação, diretor da RZ.com Jornalismo e Comunicação.

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

No Brasil, setembro é o mês da Bíblia. Há algumas décadas, este “mês temático” era ocasião para uma intensa animação bíblica nas comunidades: divulgação da Bíblia, cursos introdutórios à sua leitura, compreensão, atividades com crianças e jovens para promover o amor à Palavra de Deus. Tenho a impressão que esse entusiasmo anda em baixa atualmente. Será por não se perceber da mesma forma a importância da Bíblia para a Igreja? Em todo caso, não é isso que a Igreja entende. Tivemos em 2008 uma assembleia do Sínodo dos Bispos sobre “a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, depois da qual o Papa Bento XVI fez a extraordinária exortação apostólica Verbum Domini (“A Palavra do Senhor”). Vale a pena retomá-la e absorver melhor a riqueza de suas orientações. Em novembro de 2013, o Papa Francisco entregou à Igreja a exortação apostólica Evangelii Gaudium (“A Alegria do Evangelho”), na qual trata da alegria despertada em nós pelo encontro com Cristo e com Deus, sobretudo através da Sagrada Palavra. Essa alegria leva a partilhar com os outros a experiência realizada.

Aprender a ouvir Deus

Sem a referência constante à Palavra de Deus, anunciada, acolhida, crida e vivida como uma experiência pessoal de encontro com Deus na Igreja, perdemos a nossa referência religiosa principal, que é a acolhida do dom de Deus e da salvação em Cristo Jesus; a Igreja precisa evitar sempre a tentação de ser referência última para si mesma: ela é discípula e servidora da Palavra de Deus e testemunha do amor de Deus “derramado em nossos corações”... Falamos da necessidade de uma boa “iniciação à vida cristã”: penso que tenhamos aqui uma questão fundamental para a iniciação à vida cristã. Nossa fé - e se quisermos, nossa “religião” – tem seu fundamento e sua referência última na Palavra de Deus, e não em nós mesmos, nem em projetos humanos. Nossa fé é resposta à Palavra de Deus, que se manifestou e falou; é resposta a Deus, em última análise. Daí a importância do primeiro anúncio, ou querigma, bem feito, para se confrontar com essa realidade. Se conseguirmos ajudar as pessoas a se colocarem em atitude de escuta atenta da Palavra de Deus, como sendo o próprio Deus que interpela e fala, então, teremos conseguido algo importante. A resposta de fé será também resposta pessoal a um Deus pessoal, e não a uma verdade abstrata. Após o querigma vem a iniciação à escuta e à acolhida

constante da Palavra de Deus. Ninguém nasce conhecendo a Bíblia, nem seus métodos de leitura, nem a fé que a Igreja nutre em relação à Palavra de Deus. Tudo isso precisa ser apreendido com métodos adequados. É preciso haver uma iniciação à leitura bíblica, aos métodos de compreensão e acolhida de Palavra, à resposta que deve ser dada à Palavra. Isso pode acontecer em qualquer momento e período da vida, mas na comunidade católica é importante que as crianças já sejam iniciadas à escuta e à acolhida da Palavra de Deus. Elas aprendem a se colocar diante do “mistério da Palavra” e a se familiarizar com ela; da mesma forma, os adolescentes, jovens e também os adultos, que ainda não foram iniciados nessa prática. Desnecessário é dizer que não se trata apenas de um exercício intelectual: muito mais que isso, trata-se de uma experiência de encontro pessoal, de uma “mistagogia” e de um exercício de fé orante. Ao “ler a Palavra”, é preciso ter presente sempre que há um “tu” que fala através dela e da linguagem humana usada. Quem lê ou escuta, coloca-se diante de Deus que fala através da linguagem humana: “fala, Senhor, teu servo escuta”; e aprende a dar sua resposta, não ao leitor ou narrador da Palavra, mas a Deus que fala: Creio, Senhor! Glória a vós, Senhor!

| Encontro com o Pastor | 3

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Juventude e família Dom Odilo Scherer saudou no domingo, 14, os participantes do 2º Fórum da Comunidade Católica Famílias Novas do Imaculado Coração de Maria, realizado no auditório do Mosteiro de São Bento. Com o tema “O futuro da família passa pela juventude”, o evento que começou no sábado, 13, abordou temas como nova evangelização e o papel do jovem na família, os reflexos da JMJ Rio-2013 no Brasil e a busca da santidade no seio da família.

Em sintonia com o Sínodo Dom Odilo aproveitou a oportunidade para pedir aos participantes do evento que acompanhem a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que acontece no Vaticano de 5 a 19 de outubro, com o tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. “O Sínodo será um olhar sobre a situação da família no mundo todo. Haverá reflexões, busca e compreensão dos caminhos diante dos desafios atuais da família, que são muitos”, disse. O Cardeal também destacou que a maioria dos casais e jovens hoje desconhece o que a Igreja realmente pensa da família, salientando que, ao contrário da ideia de algumas pessoas que ressaltam apenas aquilo que a Igreja é “contra”, é preciso que se conheça aquilo que a Igreja é favorável. “A Igreja é a favor, sobretudo, da dignidade humana, das relações matrimoniais, da vida”.

‘Evangelizar é Preciso’ Divulgação

O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa de conclusão do 1º Retiro “Evangelizar é Preciso”, promovido pelo Padre Reginaldo Manzotti no domingo, 14. O evento reuniu milhares de fiéis no Ginásio de Esportes da Associação Portuguesa de Desportos, em São Paulo, com o tema “Coração Evangelizador”.

Retiro do clero de Amparo Até o dia 18, Dom Odilo Scherer irá orientar o retiro espiritual do clero da Diocese de Amparo (SP). Criada em 1997, a Diocese conta atualmente com cerca de 50 padres, entre religiosos e seculares, que colaboram com o bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini.


4 | Papa Francisco |

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A cruz é a nossa única esperança, diz o Papa Não poderia ser diferente. O Papa Francisco no domingo, 14, Festa da Exaltação da Santa Cruz, meditou com os peregrinos, antes da oração mariana do Ângelus, sobre o porquê se exaltar a Santa Cruz. E já deu a resposta: “nós não exaltamos uma cruz qualquer ou todas as cruzes... exaltamos a cruz de Jesus, porque nela foi revelado o máximo amor de Deus pela humanidade”. O Papa lembra o que diz João no Evangelho da festa: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único” (3,16). Essa entrega resultou na morte de Jesus. E por que na cruz? “Por causa da gravidade do mal que nos mantinha escravos.” Francisco explicou, então, que a cruz de Jesus exprime de um lado “todas as forças negativas do mal” e de outro “toda a suave onipotência de Deus”. A cruz não decretou a fa-

lência de Jesus, ao contrário, marcou sua vitória, continua a mensagem do Papa. E Jesus não respondeu ao desafio de descer da cruz para mostrar que era o Filho de Deus. Permaneceu nela, fiel até o fim ao desígnio de amor do Pai. Por isso, foi exaltado pelo Pai, com afirma Paulo em Filipenses 2,9. “Na cruz, contemplamos o sinal do amor infinito de Deus por cada um de nós”, continua Francisco. Dela nos vem a misericórdia de Deus. Por meio dela, o maligno foi vencido, a morte derrotada, a vida nos foi dada e a esperança restituída. “Isto é importante: através da Cruz de Cristo, a esperança foi restituída”, insiste o Papa. “A cruz de Jesus é a nossa única e verdadeira esperança!” É por isso que a Igreja “exalta” a Santa Cruz. Por isso, nós abençoamos com o sinal da cruz. O Papa lembrou, então,

emocionado, os cristãos perseguidos e mortos por causa da fé em Cristo. “Isso acontece, em particular, onde a liberdade religiosa ainda não é garantida ou plenamente realizada.” Mas não só aí, continua. “Também nos países e ambientes em que, em princípio, protegem a liberdade e os direitos humanos, mas que, na prática, os fiéis, e especialmente os cristãos, encontram restrições e discriminações. Por isso, hoje, recordamos e rezamos especialmente por eles.” O Papa conclui a mensagem lembrando que aos pés da cruz de Jesus estava Maria. “É a Virgem das Dores, que amanhã celebraremos na liturgia. A ela confio o presente e o futuro da Igreja, para que todos sempre saibamos descobrir e acolher a mensagem de amor e de salvação da cruz de Jesus.” Por Padre Cido Pereira

L’Osservatore Romano

‘O Matrimônio é símbolo da vida’ O Papa Francisco presidiu na manhã de domingo, 14, na Basílica de São Pedro, missa da Festa da Exaltação da Santa Cruz, na qual foi celebrado o Matrimônio de 20 casais. Na homilia, o Santo Padre ressaltou que o Matrimônio é símbolo “da vida real” e não uma “ficção”. “É sacramento do amor de Cristo e da Igreja, um amor que tem na cruz a sua confirmação e garantia. Desejo a todos vocês um bonito caminho, um caminho fecundo, que o amor cresça. Desejo felicidades. Existirão cruzes, mas Deus estará ali, para conduzir adiante”. O Pontífice também deu um conselho aos casais: “É normal que os esposos briguem. É normal. Sempre acontece. Mas eu aconselho vocês para jamais terminarem o dia sem fazerem as pazes. É suficiente um pequeno gesto. Assim se continua a caminhar”.

Viagem à Albânia

L’Osservatore Romano

No domingo, 21, o Papa Francisco fará sua quarta viagem apostólica internacional, desta vez com destino à Albânia. A viagem de um dia terá como tema-chave a fé dos mártires além do diálogo inter-religioso. O programa da visita se concentrará na capital, Tirana, onde o Papa fará seis discursos, todos em italiano. Entre os eventos estão: missa na grande praça de Tirana dedicada a Madre Teresa de Calcutá – nascida no País –, um encontro inter-religioso na Universidade Católica “Nossa Senhora do Bom Conselho”, e celebração das Vésperas na nova Catedral de Tirana, onde haverá testemunhos de sobreviventes da perseguição comunista.

Confirmada visita do Papa à Turquia A Santa Sé informou que Papa Francisco visitará a Turquia no fim de novembro. A confirmação foi feita após o convite feito pelo presidente turco, Recep Tayyp Erdogan. A duração e o programa da visita deverão ser ainda definidos.


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fé e cidadania

Espiritualidade

Saúde e cidadania: controle social do SUS

Liturgia, primeira escola de nossa vida espiritual

PADRE CHRISTIAN DE PAUL BARCHIFONTAINE O controle social e a participação popular são pilares do SUS. Essa foi uma grande conquista da sociedade organizada na ampliação da democratização do País, na medida em que a população passa a ter a oportunidade de opinar, decidir, fiscalizar e acompanhar, por meio de seus representantes, as políticas do governo. Isso está garantido na Lei Orgânica da Saúde (19/09/90), que regulamenta os artigos 196 a 200 da Constituição Federal do Brasil (1988) e pode e deve ser exercido por qualquer cidadão brasileiro. É direito e dever da população participar das decisões que lhe dizem respeito e garantir seus direitos. Do mesmo modo, cabe a cada cidadão controlar e fiscalizar o serviço que está sendo oferecido. Todas as questões que envolvem os usuários do SUS devem ser discutidas com a população antes que sejam decididas. Para isso, existem diversas formas previstas em lei para essa participação, tais como os conselhos de saúde municipais, estaduais e o nacional. Conselhos de Saúde são órgãos colegiados, ou seja, reúnem representantes de diferentes setores da sociedade. Eles têm caráter permanente e deliberativo, isto é, devem existir e se reunir sempre e resolver. Devem também controlar e fiscalizar a execução da política de saúde, inclusive quanto aos aspectos econômicos e financeiros, lutando junto às diferentes instâncias de poder para que mais recursos sejam garantidos. Há ainda as conferências de saúde (municipais, estaduais, nacional) em que se discute o que é importante para cada município, para cada localidade. É um momento de consulta ampliada à sociedade, a cada comunidade. Elas têm a função de avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a política de saúde, quer dizer, o que é decidido nas conferências deve ser seguido pelo dirigente ou secretário da saúde nas diferentes esferas do Governo. Elas devem ser convocadas a cada quatro anos, mas sempre que se achar necessário podem ser criados mecanismos como assembleias e plenárias para discutir os problemas de saúde de uma localidade. E-mail: superintendenciausc@saocamilo.br

DOM EDMAR PERON

Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Estes dias, me dediquei à leitura de um livro que há tempo tinha adquirido: Liturgia e Vida Espiritual (um bom livro, diga-se de passagem!). O autor, Jesús Castellano, quis apresentar a espiritualidade litúrgica não como uma nova escola de espiritualidade, mas expor “como a vida cristã se alimenta, amadurece, se expressa e se realiza plenamente por meio da liturgia da Igreja. Portanto, falar de espiritualidade litúrgica – insistia o autor – é referir-se à espiritualidade da Igreja, ao modo ordinário e sublime de levar à realização do desígnio salvífico de Deus Pai sobre nós, em Cristo, [no Espírito] e na Igreja, por meio das ações litúrgicas” (p.29). Você, porém, poderia se perguntar, se o autor não estaria dando à experiência da liturgia uma centralidade que ela não possui ou uma importância para a vida espiritual que não lhe pertence. São justas essas interrogações. Por isso, gostaria de percorrer com você alguns textos do ensinamento do Magistério da Igreja. Antes do Concílio Vaticano II, São Pio X afirmou que os fiéis bebem o “espírito cristão [...] da sua primária e indispensável fonte: a participação ativa nos sacrossantos mistérios” (Tra le sollecitudini, de 1903). E, passados 60 anos, o Papa Paulo VI, ao promulgar a constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a sagrada liturgia, no dia 4 de dezembro de 1964, exultou pelo resultado alcançado, especialmente porque “se respeitou a escala dos valores e dos deveres: Deus em primeiro lugar; a oração, a nossa obrigação primeira; a Liturgia, fonte primeira

da vida divina que nos é comunicada, primeira escola de nossa vida espiritual, primeiro dom que podemos oferecer ao povo cristão que junto a nós crê e ora; o primeiro convite dirigido ao mundo para que solte a sua língua muda em oração feliz e autêntica e sinta a inefável força regeneradora, ao cantar conosco os divinos louvores e as esperanças humanas, por Cristo, Senhor nosso e no Espírito Santo”. Desse modo, a vida cristã – vida no Espírito e segundo o Espírito, vida espiritual – bebe da liturgia como de uma fonte própria e inesgotável. A Sacrosanctum Concilium, nº 10, nos ensina que ela, a Liturgia, é a primeira e necessária fonte da qual os fiéis bebem o espírito verdadeiramente cristão. Os padres conciliares reconhecem que a Liturgia não é a única atividade da Igreja, mas que ela “é a meta (est culmen) para a qual se encaminha a ação da Igreja e, simultaneamente, a fonte (et simul fons) de onde emana toda a sua força. Na verdade, o trabalho apostólico ordena-se a conseguir que todos os que se tornaram filhos de Deus pela fé e pelo Batismo se reúnam em assembleia para louvar a Deus no meio da Igreja, participem no Sacrifício e comam a Ceia do Senhor”. Em seguida, citando algumas orações do Missal Romano, o texto conciliar prossegue ajudando-nos a compreender a necessária relação entre celebração litúrgica e vida: “a Liturgia, por sua vez, impele os fiéis, saciados pelos ‘mistérios pascais’, a viverem ‘unidos no amor’; pede ‘que sejam fiéis na vida a quanto receberam pela fé’; e, pela renovação da aliança do Senhor com os homens na Eucaristia, solicita e estimula os fiéis na caridade urgente de Cristo”. Assim, a conclusão surge fulgurante: “Da Liturgia, portanto, em especial da Eucaristia, corre

sobre nós, como de uma fonte, a graça, e por meio dela conseguem os homens com total eficácia a santificação em Cristo e a glorificação de Deus, a que se ordenam, como a seu fim, todas as outras obras da Igreja”. Após 40 anos da promulgação da Sacrosanctum Concilium, nosso querido São João Paulo II, escreveu: “Diante desse anseio pelo encontro com Deus, a Liturgia oferece a resposta mais profunda e eficaz. E fá-lo especialmente na Eucaristia, na qual nos é concedido unir-nos ao sacrifício de Cristo e nos alimentarmos do seu Corpo e do seu Sangue. Todavia, é necessário que os Pastores façam com que o sentido do mistério penetre nas consciências, voltando a descobrir e praticando a arte “mistagógica”, tão querida para os Padres da Igreja” (Spiritus et Sponsa, 12). Alguns meses depois, ele afirmou ser “necessário passar da renovação ao aprofundamento, para que a liturgia possa caracterizar cada vez mais a vida dos indivíduos e das comunidades, tornandose fonte de santidade, de comunhão e de impulso missionário” (Cartas, 3 de março de 2005). Creio que a boa qualidade de nossas celebrações – sustentada não pela mera observância das rubricas, nem pela simples animação das palmas, mas pelo empenho contínuo para descobrir, redescobrir e aprofundar o sentido dos ritos litúrgicos, em seus gestos e palavras, por meio da mistagogia – nos ajudará, e aos fiéis de nossas comunidades, a passarmos “dos sinais ao mistério e a comprometer nele a existência inteira” (Mane Nobiscum Domine, 17). Assim, poderemos alcançar o grande ideal do Papa Francisco, A Alegria do Evangelho, que brota do encontro com o Senhor, na escola da Liturgia.


6 | Fé e Vida |

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LITURGIA E VIDA 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM 21 DE SETEMBRO DE 2014

Os pensamentos de Deus ANA FLORA ANDERSON Neste domingo, a liturgia nos convida a uma reflexão sobre os caminhos de Deus. A antífona promete que diante de qualquer provação podemos confiar na graça de Deus. A oração faz lembrar que Jesus resumiu toda a Lei no amor a Deus e ao próximo. Na primeira leitura (Isaías 55, 6-9), o profeta coloca a questão central: Deus revela que seus pensamentos e seus caminhos são completamente diferentes dos nossos. Os ímpios e os injustos sempre são chamados a mudar de caminho, pois nosso Deus é generoso e terá piedade. Na segunda leitura (Filipenses 1, 20-24.27), São Paulo, o grande místico, deseja profundamente deixar essa vida para estar com Cristo na plenitude, mas aceita o desígnio de Jesus para ele, Paulo, que é o de realizar o seu ministério pregando o Evangelho. O Evangelho de São Mateus (20, 1-16) narra uma parábola que explica o que Isaías já anunciou: o pensamento de Deus é completamente diferente do pensamento humano. Ao trabalhar na Vinha de Deus, não importa se começou na juventude ou na velhice. Quando nós nos entregamos totalmente na vida da Vinha de Deus, o seu amor, sua graça e sua compaixão são iguais para todos.

você pergunta

Por que a Igreja não vai às prisões? cônego Cido Pereira

Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação

“Padre, gostaria de saber por que a Pastoral não vai até às Penitenciárias de São Paulo. Qual o motivo?”, pergunta a Célia Gionvenardi, daqui da capital. Célia, minha querida, ao que parece você nunca ouviu falar da Pastoral Carcerária. Trata-se de uma Pastoral que evangeliza os cárceres. Padres e leigos atuam nas prisões, evangelizam os presos, celebram a Eucaristia e leem com eles a Palavra de Deus. Além disso, servem de ponte entre os presidiários e suas famílias. E essa Pastoral ainda faz um trabalho maravilhoso de humanização dos cárceres. A Pastoral Carcerária, Célia, inspira-se na Palavra de Jesus no capítulo 25 do Evangelho de São Mateus, em que Jesus fala do julgamento final. Nesse julgamento, Jesus dirá: Vinde benditos de meu pai, porque tive fome e me destes de comer, tive sede e vós me destes de beber, estive nu, vocês me vestiram, na prisão vocês foram me visitar. A Pastoral Carcerária entende também, Célia, que prisão não é espaço e tempo de vingança da sociedade e do Estado. Prisão é tempo e espaço de resgatar a pessoa que incorreu no crime. Você deve saber que nossas prisões são verdadeiras escolas de crime, não recuperam ninguém. A humanização dos cárceres é uma bandeira sempre erguida pela Pastoral Carcerária, que aqui em São Paulo é muito atuante. Espero que eu tenha inspirado você, Célia, a integrar-se à Pastoral Carcerária. É um trabalho lindo que na capital começou nos tempos em que Dom Paulo Evaristo Arns era arcebispo dessa Arquidiocese e perdura até hoje. Eu fico muito feliz de poder dizer aqui o bem que a Igreja faz aos presos por meio dessa Pastoral. Fique com Deus, Célia.

novos santos e beatos

Santo André Kim Taegon e companheiros 20 de Setembro Reprodução

André nasceu em 1821, numa família da nobreza coreana, profundamente cristã. Seu pai, por causa das perseguições, havia formado uma “Igreja particular” em sua casa, para rezarem, pregarem o Evangelho e receberem os sacramentos. Tudo funcionou até o pai ser denunciado e morto, aos 44 anos, por não renegar a fé em Cristo. André tinha 15 anos e sobreviveu com os familiares, graças à ajuda dos missionários franceses, que os enviaram para a China, onde o jovem se preparou para o sacerdócio e retornou diácono, em 1844. Devido à sua condição de nobre e conhecedor dos costumes e pensamento local, obteve ótimos resultados no seu apostolado de evangelização. Até que, a pedido do bispo, um missionário francês, seguiu em comitiva num barco clandestino para um encontro com as autoridades eclesiásticas de Pequim, que aguardavam documentos coreanos a serem enviados ao Vaticano. Foram descobertos e presos. André era um nobre, por isso foi interrogado até pelo rei, no intuito de que renegasse a fé e denunciasse seus companheiros. Como não o fez, foi severamente torturado por um longo período e depois morto por decapitação, no dia 16 de setembro de 1846, em Seul, Coreia. Na mesma ocasião, foram martirizados 103 homens, mulheres, velhos e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. Em 1984, o Papa João Paulo II, cercado de grande multidão de cristãos coreanos, canonizou Santo André Kim Taegon e seus companheiros, determinando o dia 20 de setembro para a celebração litúrgica.

50

anos

Capa da edição de 20 de setembro de 1964

O Primado do Papa em evidência Tendo como uma das manchetes “O Primado do Papa em Evidência”, a edição do O SÃO PAULO de 20 de setembro de 1964 fazia um comparativo entre a abertura da terceira sessão do Concílio Vaticano II e o Concílio Vaticano I, de 1869. Se o que se realizaria em 1964 “por razões de ordem prática, não constitui o prosseguimento do que foi bruscamente suspenso por força da invasão de Roma e da guerra franco prussiana, pelo menos é a continuação daquela série iniciada no século quarto”. Sobre o primado do Papa, o Semanário destacava que “da rigidez de Pio XI à intelectualidade de Pio XII, passando-se pela bondade enérgica de João XXIII chegamos,

hoje, ao ‘positivismo’ de Paulo VI, seguindo, sempre, o mesmo caminho: o Papa acima de todos na Igreja, imediato e ininterrupto sucessor de Pedro, vigário, representante, substituto de Cristo na terra...”. O Semanário enalteceu ainda que o discurso de Paulo VI no dia da Santa Cruz e na encíclica Ecclesiam Suam destacava o primado papal, num momento em que muitos católicos “por esnobismo, por incompreensão ou mesmo por ignorância ou por influências estranhas, talvez se pusessem a imaginar uma nova Igreja, onde as confissões as mais heterogêneas passariam a constituir uma como coroa episcopal a controlar e dirigir os atos pontifícios”.


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ecumenismo

serviço da caridade justiça e paz

Israelenses e palestinos: dois Estados para dois povos ou um Estado binacional?

Pastorais Sociais da Arquidiocese homenagearão Dom Pedro Casaldáliga

Muito se tem discutido nas últimas décadas sobre soluções pacíficas para o fim dos conflitos nos Estados de Israel e da Palestina. Nem mesmo a assinatura do Acordo de Oslo, pela paz no Oriente Médio, seguido do memorável aperto de mãos entre o ex-primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e o ex-líder palestino Yasser Arafat, em 13 de setembro de 1993, foram efetivas. Há quem diga que a criação de dois Estados ou a de um Estado binacional seja um possível caminho para a tão ansiada paz entre israelenses e palestinos. Durante o diálogo inter-religioso realizado em 26 de agosto, no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura, em São Paulo, líderes das religiões conversaram sobre o que o Islamismo e o Judaísmo ensinam sobre a paz. Das diversas perguntas vindas da plateia, certamente a que causou mais euforia entre as cerca de duzentas pessoas presentes foi a que versava sobre esta temática política. O Rabino Michel Schlesinger, representante para o diálogo inter-religioso da Confederação Israelita do Brasil (Conib), foi veemente ao defender a criação de dois Estados. Considera que essa é a única maneira de manter o caráter judaico do Estado de Israel. “O Estado de Israel foi criado com o objetivo de ser um porto seguro para os judeus do mundo. Uma possibilidade sempre presente de um lugar para aonde se possa ir, seja por uma questão de segurança, por simples opção”. Já o Xeique Houssan A. El Boustani, representante do Instituto Futuro, se disse a favor da criação de um único Estado democrático, no qual os dois povos possam desempenhar as responsabilidades políticas. “Historicamente, ocorreu e deu certo; por que hoje não?”. Enquanto falava, na plateia ouviam-se murmúrios de pessoas contrárias ao que era exposto. Prontamente o Xeique respondeu à minoria incomodada: “Estou colocando a minha opinião. Eu sou contra Estado religioso. Eu sou contra dois Estados para dois povos. Eu sou a favor de um Estado democrático ocupado pelos dois lados”. E foi complementado pelo Rabino Michel: “O Xeique e eu precisamos saber concordar e discordar; não há nada de errado nisso. Porque só pode participar de um diálogo inter-religioso profundo aquele que está preparado para as duas possibilidades. É maravilho ter opiniões que são parecidas e opiniões que são diametralmente opostas”. Colaborou Diego Monteiro Diego Monteiro

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na manhã da segunda-feira, 8, os representantes das Pastorais que compõem a Coordenação Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese, que tem Dom Milton Kenan Júnior como bispo referencial, reuniram-se ordinariamente na Cúria Metropolitana. O grupo comentou a respeito do título de Doutor Honoris Causa que a PUC-SP concedeu à Dom Pedro Casaldáliga, na quarta-feira, 17. No próximo mês, no dia 13, as Pastorais Sociais também farão uma homenagem com a presença de um índio, além dos padres que caminharam com Dom

Pedro, defensor dos indígenas e dos mais pobres e fracos. Dom Milton falou à reportagem sobre o 2º Diálogo com as Pastorais Sociais realizado na terça-feira, 16, na PUC-SP, que visou estreitar os laços entre a universidade e a ação da Igreja na área social. “É uma iniciativa que visa criar um intercâmbio. Ao mesmo tempo em que as Pastorais Sociais oferecem à universidade um campo vasto e extenso para a atuação dos universitários, as Pastorais Sociais esperam que a universidade se organize e desencadeie um trabalho de voluntários, de ação conjunta, de troca

de experiências e de intercâmbio de conhecimento”. A Cáritas Arquidiocesana aproveitou a reunião para falar da Lei 13.019/2014, que entrará em vigor a partir de 1º de novembro e regula as parcerias entre o Poder Público e as Organizações da Sociedade Civil. Sobre esse tema, aconteceu, na quartafeira, 17, na Câmara de São Paulo, um encontro para discutir o Marco Regulatório, com o objetivo de valorizar e descriminalizar as entidades civis também discutir a regulamentação da nova lei. Colaborou Diego Monteiro

cami

Uma boa prática com imigrantes Na perspectiva de contribuir com a comunidade imigrante, o Centro de Apoio ao Migrante (CAMI) vem desenvolvendo uma experiência exitosa com o curso de português visando uma cidadania ativa, promoção e integração social dos imigrantes. Assim como um grão de mostarda, que consisti a menor semente e torna-se uma das maiores árvores, o curso expandiu e atualmente está presente em diversos bairros da cidade e municípios da Grande São Paulo. O curso visa instrumentalizar o imigrante a aprender o português do Brasil a fim de comunicar-se com precisão e fluência, buscando melhor explicitar ideias e significados, interpretar e promover negociações de sentidos nas diferentes situações ou contextos sociais, considerando a diversidade de funções e variedade de estilos e modos de falar. Assim, propicia aos alunos o exercício das diferentes possibilidades de emprego da língua. Além disso, objetiva estabelecer a integração entre a língua, a cultura, a identidade, a participação política e a autonomia moral e intelectual, buscando debater sobre os mecanismos de dominação da cultura, as relações

Cami

de poder e ideologia, favorecendo o surgimento do sujeito crítico, não ingênuo, ou seja, a cidadania planetária que possui um pensamento emancipatório, cujo interesse é a libertação do homem, construindo uma sociedade melhor, mais igualitária, na qual haja comunicação intersubjetiva. Assim, o Curso de Língua Portuguesa e Cidadania para Imigrantes, promovido pelo CAMI, deseja que os homens e as mulheres oriundos de outros países da América Lati-

na sejam acolhidos no Brasil, que o idioma não seja uma barreira para estabelecerem uma relação com a cultura local que é mediada pela palavra e ao dominarem a língua portuguesa possam obter um maior desenvolvimento pessoal e profissional, tornando-se sujeitos autônomos, empoderando-se dos direitos que são legítimos de um Estado Democrático e aprendendo a ser cidadãos numa dimensão planetária. Colaborou Cami


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Destaques das Agências Nacionais

PADRE MICHELINO ROBERTO

Decisão do STJ reconhece direitos de nascituros O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu em uma decisão inédita que a morte de um feto em acidente de trânsito dá direito ao recebimento do seguro obrigatório (DPVAT) aos familiares. A notícia foi divulgada pela Associação de Advogados de São Paulo (AASP) esta semana e envolve um caso que aconteceu em Santa Catarina. O julgamento ocorreu no último dia 4 de setembro. Uma mãe, com aproximadamente seis meses de gestação, sofreu um aborto em decorrência de um acidente de trânsito e moveu uma ação para cobrar a indenização relativa à

cobertura do DPVAT pela perda do filho. A sentença em primeira instância julgou o pedido procedente, mas no recurso interposto pela seguradora, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) reformou a decisão, alegando que o feto não pode ser considerado vítima por não ter personalidade civil e nem capacidade de direito. O caso foi parar no STJ, em Brasília, que julga recursos relativos à infração ou desrespeito às leis infraconstitucionais (abaixo da Constituição). O relator do Recurso Especial, ministro Luis Felipe Salomão, entendeu que apesar de não possuir

Eleições em R$$$ O jornal O Estado de S.Paulo publicou no dia 15, um artigo mostrando números das doações de campanha para as atuais eleições. Segundo o artigo, as doações somam por enquanto R$ 1 bilhão e são, na maior parte (R$ 522 milhões), provenientes de doações feitas por grandes grupos empresariais como a JBS (dona das marcas Friboi, Swift e Bertin); Construtora OAS, Grupo Vale, Ambev, Construtora Andrade Gutierrez, Bradesco, Grupo Oderbrecht entre outras. Segundo o artigo, PT e o PMDB foram os dois partidos que mais arrecadaram. O partido da presidente Dilma Rousseff, com maior bancada na Câmara, recebeu R$ 264 milhões – cerca de 25% de tudo o que foi doado. O PMDB recebeu R$ 211 milhões e o PSDB R$ 169 milhões. Somente 8% do total arrecadado em doações pelo PT saíram de pessoas físicas. A maior proporção de doações de indivíduos foi para o PSOL: 84%, pouco mais de R$ 2 milhões.

personalidade civil, o feto deve ser considerado pessoa e, como tal, detentor de direitos. Em suas alegações, o Ministro citou diversos dispositivos legais que protegem os nascituros, entre os quais, o direito de receber herança, o direito da gestante ao pré-natal e a classificação do aborto como crime contra a vida. Segundo declarou o Dr. Faissal Yunes Jr, advogado membro da UJUCASP e professor de Direito da PUC-SP, em entrevista ao O SÃO PAULO, a importância da decisão deve-se ao reconhecimento, ainda que incidental, do Direito à Vida por parte do nascituro, por uma das Arquivo pessoal

Cortes mais importantes do Brasil. “Embora a decisão proferida pelo STJ gere efeitos imediatos apenas entre as partes envolvidas no processo, indiretamente, esta decisão norteará todos os outros processos que tratem de matéria semelhante, inclusive criando um precedente importante em relação à defesa dos direitos do nascituro”, explica o Dr. Faissal. A família que ajuizou a ação obteve a justa e mínima indenização pela perda sofrida, o ordenamento jurídico brasileiro “ganhou” um precedente que reconhece o “Direito a Vida” para os nascituros!!!

Cardeal Scherer fala sobre os 93 anos do Cardeal Paulo Evaristo Arns “O lema episcopal de Dom Paulo, – ex spe in spem (de esperança em esperança) marcou o exercício do seu ministério; mesmo em tempos difíceis, animado pela esperança, ele continuou firme na promoção daquilo que a fé ensina e o amor exige, animando também a comunidade arquidiocesana a caminhar e a agir na esperança. Essa, de fato, é a atitude própria da Igreja de Cristo, que não esmorece no anúncio do Evangelho, mesmo quando os frutos não aparecem imediatamente, ou quando ela precisa ir contra a corrente e a cultura dominante. ‘A esperança não decepciona’, afirma o Apóstolo (São Paulo), pois, mais do que na capacidade humana, ela está firmemente fundada em Deus. Falamos da esperança, virtude teologal, recebida como dom do Espírito Santo no Batismo, junto com a fé e a caridade.”

Dom Orani é nomeado membro da Congregação para a Evangelização dos Povos O arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, foi nomeado no sábado, 13, pelo Papa Francisco, membro da Congregação para a Evangelização dos Povos. Desde que se tornou Cardeal, em fevereiro deste ano, Dom Orani foi designado membro da Congregação para a

Educação Católica e do Pontifício Conselho para os Leigos. A Congregação para a Evangelização dos Povos, criada pela bula Inscrutabili Divinae, em 1622, tem como objetivos propagar a fé pelo mundo, coordenar as forças missionárias, proporcionar diretrizes para as missões, promover a

formação do clero, incentivar a fundação de novos institutos missionários e prover ajuda material para as atividades missionárias. No passado recente, a Congregação para a Evangelização dos Povos foi presidida pelo brasileiro Cardeal Agnelo Rossi. Fonte: CNBB

Jovens Promotores da Vida fazem ‘Cartilha Jovem para as Eleições 2014’ Os Jovens Promotores da Vida, grupo vinculado à Comissão de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília, lançaram no sábado, 13, a “Cartilha Jovem para as Eleições 2014”. Alinhada às orientações pastorais para as eleições 2014, da Arquidioce-

se de Brasília, divulgadas em agosto, a cartilha destaca a defesa e a promoção da vida humana, além do Matrimônio e da família, com uma linguagem jovem. A cartilha detalha questões fundamentais, como o direito inviolável e fundamental à vida desde a fecundação até a morte natural, a valorização

do casamento e o direito dos pais de educar seus próprios filhos. Segundo Ari Ferreira, coordenador do grupo, a iniciativa é fruto de estudos realizados sobre o documento “Nota Doutrinal sobre Algumas Questões Relativas à Participação e Comportamento dos Católicos na

Vida Política”, da Congregação para a Doutrina da Fé. “No documento, a Igreja afirma claramente que a consciência cristã bem formada não permite a ninguém favorecer, com o voto, programas contrários à fé e à moral cristã”, destaca Ari. Fonte: Arquidiocese de Brasília


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Filipe domingues

Especial para O São Paulo

Sínodo da Família terá 253 participantes

A próxima assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, que ocorre de 5 a 19 de outubro, sobre os “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, terá 253 participantes. A Santa Sé informou que, além dos 191 padres sinodais, com direito a voto, há 38 observadores e 16 especialistas. Desses, 14 são casais leigos de diversas par-

tes do mundo, que exporão e analisarão dificuldades da família no mundo atual. Entre os padres sinodais estão os 114 presidentes das conferências episcopais, 25 líderes dos dicastérios da Cúria Romana e 13 bispos das Igrejas Católicas orientais. Três padres sinodais foram escolhidos por superiores gerais de congregações religiosas e

outros 26 foram nomeados pelo Papa Francisco. Entre os nomeados estão 14 cardeais. Segundo a Santa Sé, o Papa convocou propositalmente pessoas de diferentes linhas de pensamento para promover o debate no Sínodo. Os participantes brasileiros serão o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo e membro do con-

selho ordinário do Sínodo; o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro e convocado pelo Papa para a assembleia extraordinária; e o cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que atuará como presidente-delegado do Sínodo. Participa também

o Eparca Maronita de Nossa Senhora do Líbano (SP), Dom Edgard Amine Madi, membro por nomeação pontifícia, votando em todas as sessões. Entre os auditores, participará o casal Arturo e Hermelinda Zamberline, das Equipes de Nossa Senhora da Super-região do Brasil. Fontes: Sala de Imprensa da Santa Sé e Arquidiocese do Rio de Janeiro. L’Osservatore Romano

Grupo de cardeais se une para defender doutrina atual sobre divórcio O confronto de ideias entre os participantes do Sínodo, desejado e estimulado pelo Papa Francisco, vem crescendo conforme se aproxima a assembleia extraordinária. Um grupo de cinco cardeais se uniu para escrever o livro “Permanecendo na Verdade Cristo: Casamento e Comunhão na Igreja Católica”. Embora o lançamento seja previsto para o mês de outubro, em inglês, a editora Ignatius Press já divulgou um resumo digital. O livro é explicitamente uma resposta e uma crítica às ideias do cardeal alemão Walter Kasper sobre a participação de pessoas divorciadas e em segunda união no sacramento da Eucaristia – um dos tópicos mais polêmicos a serem discutidos no Sí-

nodo. Kasper, que é um teólogo reconhecido, autor de um famoso livro sobre a misericórdia divina, afirmou diversas vezes que “o ensinamento de Jesus sobre a indissolubilidade do Matrimônio é claro”, mas que é preciso “encontrar uma forma de permitir que as pessoas em segunda união possam participar integralmente da vida da Igreja”. Ele entende que a Igreja possa, em casos específicos, “tolerar” a segunda união e permitir que os fiéis recebam a Eucaristia, isto é, que possam comungar nas missas. Atualmente, a Igreja convida os fiéis em segunda união a participarem da vida pastoral, mas pede que eles não se aproximem da Eucaristia e realizem apenas a chamada “comunhão espiritual”.

O livro-resposta, organizado pelo padre norte-americano Robert Dodaro, teve contribuições dos cardeais Gerhard Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; Raymond Leo Burke, prefeito da Signatura Apostólica; Walter Brandmüller, presidente emérito do Pontifício Comitê de Ciências Sociais; Carlo Caffarra, arcebispo de Bolonha e um dos teólogos mais próximos ao Papa João Paulo II em questões de moral e família; e Velasio De Paolis, presidente emérito da Prefeitura para Assuntos Econômicos da Santa Sé. Os autores partem da questão difundida pelo cardeal Kasper, de que a Igreja deve criar harmonia entre “fi-

delidade e misericórdia em sua prática pastoral com pessoas divorciadas que outra vez se casaram civilmente”. Segundo eles, com base na tradição bíblica e dos padres da Igreja, não é possível aderir à “tolerância”. Portanto, argumentam a favor da manutenção da atual doutrina, fortalecida especialmente pelo Papa João Paulo II, que prevê uma relação direta entre o Matrimônio e a Eucaristia. A editora informa que, além disso, “o livro desafia a premissa de que a doutrina católica tradicional e a prática pastoral contemporânea estão em contradição”. E essa é justamente a base dos argumentos dos que pensam como o Cardeal Kasper. Fonte: Ignatius Press

Maria Voce é reeleita presidente do Movimento dos Focolares A italiana Maria Voce foi reeleita, no dia 12, à presidência do Movimento dos Focolares, cargo que já ocupava desde julho 2008, quando sucedeu a fundadora Chiara Lubich. A presidente, pelos estatutos dos

Focolares, deve ser sempre uma mulher e seu mandato é de seis anos, com possibilidade de ser reeleita apenas uma vez. A Santa Sé confirmou a escolha e, na figura do Cardeal Stanisław Rylko, presidente do Pontifício

Conselho para os Leigos, desejou a ela “uma particular assistência do Espírito Santo”. Para os Focolares, a presidente é um “sinal da unidade” do movimento, também chamado Obra de Maria. De

fato, a unidade é justamente carisma do movimento, fundado em 1943, na Itália. O ecumenismo e o diálogo entre religiões são um dos seus grandes diferenciais. Em 13 de setembro, foi eleito copresidente o Padre Jesus

Morán Cepedano, focolarino espanhol. Participaram das votações 494 delegados dos cinco continentes, representantes das diversas ramificações do movimento, entre eles, 50 brasileiros. Fonte: Movimento dos Focolares


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A vida nos pede coerência Sergio Ricciuto Conte

Simone ribeiro Cabral Fuzaro Vivemos tempos interessantes! As pessoas, de modo geral, sabem bem o que querem para si - querem ser bem tratadas, ter suas vontades e direitos respeitados, querem consideração e reconhecimento no ambiente de trabalho, que a escola dos filhos consiga ensinar, educar e suprir as necessidades e imprevistos que surjam, que o governo garanta a educação, ordem, manutenção e limpeza do “público”... enfim, sabem exigir, ou no mínimo, identificar o que julgam bom! No entanto, há uma dificuldade imensa de se viver de modo coerente com o que se quer. O que se espera, na verdade, é receber do outro o que julgamos “ter direito” sem a clareza e consciência de que precisamos construir de modo muito prático tudo isso! Experimentamos diariamente as consequências da corrupção em todos os níveis da nossa sociedade e sofremos com elas. E nós? Será que nos comprometemos em agir corretamente nas circunstâncias cotidianas que se nos apresentam no trabalho, sendo pontuais em nossas tarefas, respeitando o que não nos pertence, administrando bem o que é da empresa, nos dedicando com empenho no trabalho que estamos realizando, não parando nosso trabalho a todo momento em nome de um cafezinho, um bate-papo ou para navegar na internet? Cumprimos com o que assumimos agindo com retidão, dando à nossa palavra um valor de verdadeiro compromisso? Precisamos nos conscientizar de que quando não agimos assim, estamos contribuindo, mesmo que em doses homeopáticas, com esse ambiente corrupto e de desconfiança absoluta, que tanto nos incomoda. Exigimos de nossos filhos a verdade, a generosidade, a ordem, o respeito. E nós?

‘Tinha senha e mesmo assim roubaram meus dados. O que deu errado?’ Luiz Otávio Ugolini Vianna São tantas as facilidades que nossos smartphones fornecem hoje em dia que, muitas vezes, acabamos não nos dando conta das consequências. Uma dessas facilidades é o recurso de “backup”, certamente disponível no seu aparelho.
 Utilizando esse recurso, praticamente tudo o que temos no dispositivo como mensagens SMS, fotos e aplicativos são copiados em algum lugar da nuvem, em servidores do fabricante ou de terceiros.
 Não há dúvida que manter uma cópia de nossos dados em outro lugar é uma forma importante de garantir que a perda ou mesmo o roubo de nosso dispositivo possa ser menos traumático. Mas

e a segurança dessas informações? É o que estão se perguntando uma série de celebridades de Holywood nas últimas semanas. Elas, e outros usuários, tiveram fotos pessoais “roubadas” do “backup” de seus dispositivos da Apple. Esse material acabou disponibilizado na internet. Mas o que deu errado? Uma das hipóteses é que uma brecha na segurança do serviço do fabricante permitiu que os invasores tentassem “adivinhar a senha” do usuário. Fazem isso utilizando uma ferramenta que fica tentando inúmeras combinações até acertar a senha. A falha teria sido permitir tantas tentativas, sem bloquear a conta do usuário, o que é comum em sistemas deste tipo. Como isso afeta sua vida? Bom, se você não é uma celebrida-

de, em nada, vale para avaliarmos nosso comportamento. Verifique a sua configuração de “backup” caso não queira suas fotos copiadas nessa modalidade. Lembre-se que, em determinados planos, esse tráfego de dados pode ter um custo importante em sua conta. Reavalie a senha da sua conta junto ao fabricante. A imensa maioria das pessoas utiliza datas comemorativas. Datas têm uma estrutura muito peculiar, o que facilita os métodos de tentativa e acerto. Utilize senhas longas, contendo números, letras maiúsculas e minúsculas e caracteres especiais como: !, @, & ou outras. Isso vai tornar sua senha mais segura. De resto, é torcer para o fabricante fazer a parte dele. Luiz Otávio Ugolini Vianna é engenheiro e diretor de tecnologia da Mult.Conect

Cuidar da saúde

Tecnologia

Comportamento

10 | Viver Bem |

Vivemos essas virtudes em nossa casa e em nosso trabalho para podermos mostrar a eles o quanto de fato são importantes ou nosso discurso é diferente de nossas atitudes? Nos permitimos “mentirinhas”, “preguicinhas”, a princípio inofensivas, sem intuito de prejudicar ninguém, porém, é inegável: marca uma postura, mostra um valor diferente do almejado para o outro e influência negativamente o ambiente. Como nos atraem e despertam admiração pessoas que vivem de modo coerente, que lutam para fazer eles mesmos o bem que pregam até nos pequenos detalhes! Nosso coração humano, tendente a buscar o mais fácil, o mais prazeroso, aquilo que exige menos de nós, mesmo ele, consegue identificar e admirar aquele que luta para viver a coerência em sua vida! Pais que lutam para serem generosos na quantidade e qualidade do tempo que dedicam à família se a consideram importante. Que se esforçam por viverem o respeito, a doação e sacrifícios pessoais que educar um filho exige! Aqueles trabalhadores dedicados e equilibrados que cumprem com o compromisso assumido de modo digno, sem desculpas! Que bem fazem esse homens e mulheres que se dedicam a viver a coerência, pois ao quererem um mundo melhor, não o esperam de presente, mas plantam ao seu redor sementes boas, concretas! Que pena que sejam tão poucos e tão raros hoje em dia! A vida nos pede essa coerência! Precisamos resgatar a possibilidade de vivermos de acordo com o que queremos construir de edificarmos a partir de nós mesmos um ambiente melhor, mais justo, mais humano, equilibrado! Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora, mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, especialista em Linguagem e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita.

Respire pelo nariz e viva melhor Na próxima semana, acontecerá a campanha “Respire pelo Nariz e Viva Melhor”, durante a Virada Esportiva, nos dias 20 e 21. O ato tem o objetivo de orientar a população sobre os benefícios da respiração nasal para a saúde, e, principalmente, durante a atividade física. É importante saber a maneira correta de respirar: “o nariz umedece, aquece e filtra o ar. A respiração nasal impede que impurezas cheguem ao nosso organismo. Quem respira pela boca está sujeito a contrair resfriados, gripes e desenvolver sinusites. Também devemos estar orientados de como respirar durante a atividade física para obter a quantidade de ar necessária e não ter dores abdominais”. Todas essas explicações estarão acessíveis nessa campanha que estará sendo coordenada pela Academia Brasileira de Rinologia (ABR), em parceria com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Aproveite! Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família


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| Reportagem | 11

Mais um passo no diálogo entre a PUC-SP e as Pastorais Sociais Encontro aconteceu na terça-feira, 16, e visou estreitar a parceria com a Universidade para atender às demandas de grupos da arquidiocese Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

encontro proporcionou o conhecimento de projetos como o “Núcleo de Trabalhos Comunitários” e o “Escritório Modelo Dom Paulo Evaristo Arns”. A coordenação ficou sob a responsabilidade de Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Brasilândia e referencial para as pastorais sociais, do professor Wagner Balera, coordenador do programa de estudos Pós-Graduados em Direito da PUC-SP, pelo doutor Eduardo Dias, promotor

de justiça, e Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral do Menor arquidiocesana. Alunos, professores, membros das pastorais sociais e a reitora da PUC-SP, professora Anna Cintra também participaram do diálogo. Júlia Moreti, advogada e gestora da área de projetos sociais do “Escritório Modelo Dom Paulo Evaristo Arns”, falou das parcerias com a Defensoria Pública e outros convênios que proporcionam atender as pessoas que procuram serviços jurídicos. “Há uma equipe multidisci-

plinar que busca perceber situações de vulnerabilidade, causadoras de conflitos sociais profundos. Temos mais de 3 mil processos, além dos trabalhos coletivos”, enfatizou. Francisco Borba, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUCSP, ressaltou que o Núcleo “é um órgão ligado à Pastoral Universitária e que visa estabelecer uma ponte entre o Magistério da Igreja e os problemas sociais, econômicos e culturais de hoje”. Para Sueli, o encontro foi mais um passo para a “concretização de Luciney Martins/O SÃO PAULO

Palco de tantos acontecimentos na história de São Paulo e do Brasil, o campus Perdizes da PUCSP recebeu na terça-feira, 17, o “2º Diálogo com as Pastorais Sociais”, um projeto que visa promover a integração entre a Universidade e as pastorais sociais da Arquidiocese de São Paulo para desenvolvimento de projetos comuns. Organizado pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Direito da Pontifícia Universidade de São Paulo e pela Comissão Pastoral do Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, o

um sonho das pastorais sociais. Espero que daqui pra frente, este diálogo se consolide de fato. No primeiro, tínhamos mais participantes das pastorais sociais. E foi bom falar entre nós. Gostaríamos que os alunos se comprometessem com as causas e não só cumprissem suas cargas curriculares”. Diante das exposições, Dom Milton apontou caminhos de parcerias que podem ser desenvolvidos. “Parcerias entre a PUC-SP e as Pastorais já existem e as iniciativas devem ser valorizadas e aperfeiçoadas”, afirmou o Bispo que lembrou também as saudações do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, e de Dom Carlos Lema, responsável pelo Vicariato da Educação da Arquidiocese. “A partir de hoje, vamos ter mais atenção aos projetos pedagógicos, à aproximação com o escritório modelo e, quem sabe, a criação de um grupo de estudos sobre o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e suas políticas de aplicação”, continuou o Bispo, que expressou o desejo de realizar um encontro a cada semestre.

ATOS DA CÚRIA DECRETO DE NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO EPISCOPAL E VIGÁRIO GERAL Sua Eminência Revma. o Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de São Paulo, nomeou e provisionou como Vigário Episcopal e Vigário Geral para a Região em Sé, o Revmo. Pe. Aparecido Silva, atualmente Pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento, com todos os direitos e deveres inerentes a este encargo, até que seja mandado diversamente por quem de direito, em 12 de setembro de 2014, Memória do Santíssimo Nome de Maria. DECRETO DE NOMEAÇÃO DE CAPELÃO HOSPITALAR Foi nomeado Capelão do Hospital do Servidor Público, o Revmo. Pe Laurício José Pipper, pelo período de 1 (um) ano, em 13 de setembro de 2014. O Hospital do Servidor Público

está localizado na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Vila Mariana da Arquidiocese de São Paulo. DECRETO DE PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Sua Eminência Revma. o Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, prorrogou a nomeação de provisão de pároco dos seguintes sacerdotes: - Revmo. Pe. Rogério de Lima Mendes, CP, Pároco da Paróquia São Paulo da Cruz , Bairro de Pinheiros, na Região Episcopal Sé, pelo período de 3 (três) anos, em 8 de setembro de 2014, Festa da Natividade de Nossa Senhora. - Revmo. Pe. João Benedicto Villano, Pároco da Paróquia São Cristovão, no Bairro da Luz, Região Episcopal Sé, pelo período de 3 anos, em 15 de Setembro de 2014, memória de Nossa Senhora das Dores.

DECRETO DE NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL

DECRETO DE NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL

Foram nomeados e receberam provisão de Administrador Paroquial:

Foram nomeados e receberam provisão de Vigário Paroquial:

- O Revmo. Pe. Pelayo Moreno Palacios, OSA, para a Paróquia Jesus Ressuscitado, Região Episcopal Belém, em 8 de Setembro de 2014, Festa da Natividade de Nossa Senhora. - O Revmo. Pe. Genésio de Morais, para a Paróquia São Francisco de Assis, no Bairro do Jardim Guarani, Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral Cântaros, em 14 de setembro de 2014, Festa da Exaltação da Santa Cruz. - O Revmo. Pe. Severino dos Ramos Lima Araújo, para a Paróquia Santa Izabel-Santa Luzia, no Bairro do Jardim Primavera, Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral Freguesia do Ó, em 14 de setembro de 2014, Festa da Exaltação da Santa Cruz.

- O Revmo. Pe. Carlos Roberto Fróes, para a Paróquia São José, no Bairro Belém, Região Episcopal Belém, em 5 de setembro de 2014. - O Revmo. Pe. Siro da Silva Chaves, CP, para a Paróquia São Paulo da Cruz, Região Episcopal Sé, por um período de 3 (três) anos, em 8 de setembro de 2014, Festa da Natividade de Nossa Senhora. - O Revmo. Pe. Alcides David Bassani, CP, para a Paróquia São Paulo da Cruz, Região Episcopal Sé, por um período de 3(três) anos, em 8 de setembro de 2014, Festa da Natividade de Nossa Senhora. DEDICAÇÃO DA IGREJA E DO ALTAR Em 13 de setembro , no ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cris-

to de 2014, segundo ano do Pontificado de Sua Santidade, o Papa Francisco, às 19 horas, foi realizada a Dedicação da Igreja e do Altar da Paróquia Santa Cruz, Região Episcopal Brasilândia. A Celebração foi presidida por Sua Eminência Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. O ato litúrgico foi celebrado conforme as prescrições do Pontifical Romano. Foram depositados sob o altar as relíquias dos seguintes santos: Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão e São José de Anchieta. GONGRATULAÇÃO Dom Odilo Pedro Scherer, em nome da Arquidiocese de São Paulo, congratula o Revmo. Pe. Éverton Fernandes de Moraes, Vice-Reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor da Arquidiocese de São Paulo, pelo êxito na defesa da dissertação de mestrado em Direito Canônico, na Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, ocorrido em 11 de setembro.


12 | Reportagem |

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Antes do debate, principais c recusam a falar com a im Jornalistas criticam metodologia adotada Dividido em cinco blocos, a metodologia do debate foi criticada por alguns jornalistas na sala de imprensa, pois, na visão deles, não houve momentos de embates diretos entre os candidatos. Sem comentários, réplicas, ou tréplicas das respostas apresentadas, o debate pareceu mais a propaganda eleitoral gratuita. Dois blocos foram reservados para perguntas. Em um, oito bispos fizeram questionamentos sobre juventude, família, laicidade do Estado, desigualdade social, educação, comunicação, direitos humanos e a questão indigenista. Em outro bloco, as perguntas foram feitas por jornalistas ligados a meios de comunicação da Igreja, entre os temas a criminalização da homofobia, royalties do petróleo, saneamento básico, saúde, aborto, redução da maioridade penal, reforma tributária e liberação das drogas. Outra observação feita pelos jornalistas foi a ausência dos bispos da CNBB. Além de Dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da conferência episcopal brasileira, somente estava o bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci Nicioli. Ao final do debate, em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Raymundo minimizou a falta de demais bispos, destacando que as distancias do País, o horário e a agenda lotada podem ter dificultado a presença dos prelados, mas, ele acredita, que estes acompanharam o debate pela TV, rádio ou internet. Além disso, o Arcebispo de Aparecida afirmou que o debate “não é para os bispos, é promovido pela CNBB, mas o objetivo do debate, o destinatário do debate, é o eleitor, para que conheça os candidatos”. (eb)

Arquivo pessoal

divulgação dos Números da pesquisa Ibope foi o principal tema da conversa prévia entre os presidenciáveis Edcarlos Bispo

Enviado Especial a Aparecida (SP) edbsant@gmail.com

A menos de 20 dias para as eleições, a CNBB realizou, na terça-feira, 16, no centro de exposições Padre Vitor Coe-

lho, em Aparecida (SP), um debate com oito dos 11 candidatos à Presidência da República. As imagens do debate foram geradas pela TV Aparecida e retransmitidas por um pool de emissoras de inspiração católicas, rádios e portais na internet. Logo na chegada dos presidenciáveis, a pergunta mais dirigida a alguns candidatos era sobre a pesquisa Ibope, encomendada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo, que apresentou a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), com 36% das

intenções de voto, contra 30% de Marina Silva (PSB). A pesquisa apresenta, ainda, que no segundo turno, em um hipotético embate entre Dilma e Marina, a candidata do PSB venceria a petista em uma porcentagem de 44% contra 40%, respectivamente. Os jornalistas não obtiveram, ao menos no início do debate, uma resposta das candidatas. Dilma e Marina passaram direto sem falar com a imprensa. Apenas Rui Falcão, presidente do PT, e Beto Albuquerque, vice da pessebista,

Repercussões

Karla Maria, jornalista da revista Família Cristã, perguntou sobre a redução da maioridade penal. Para ela, o candidato Pastor Everaldo (PSC) respondeu ao questionamento, porém, Karla acredita que a redução da maioridade penal é um retrocesso. Em uma possível réplica, a jornalista questionaria o candidato sobre a superlotação dos presídios e a falência do sistema carcerário. “Se os presídios que têm meio milhão de presidiários não conseguem ressocializar adultos, conseguiriam fazer isso com adolescentes de 16 ou 17 anos? Eu acho que a Fundação Casa do jeito que está hoje não consegue ressocializar esses adolescentes infratores. Um presídio irá conseguir? Colocar adolescente no meio de adulto é a escola para o crime”.

Arquivo pessoal

Para o jornalista André Costa, da Rede Católica de Rádio (RCR), que fez a pergunta sobre aborto, o candidato Eduardo Jorge (PV) respondeu à sua questão, colocando-se favorável ao aborto. No entender do jornalista, o candidato não fugiu da resposta e mostrou o que defende. Questionado sobre a possibilidade de fazer um comentário sobre a resposta, André disse que não questionaria nada, pois, de acordo com ele, a intenção era saber a posição do candidato e, agora, cabe ao eleitor “decidir e pensar o que acha melhor”.


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candidatas se mprensa

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Síntese das propostas apresentadas Aécio Neves (PSDB)

Realizar a reforma do sistema político, adotando a maioria das propostas da CNBB (não se posicionou sobre o financiamento de campanha); Defesa do voto distrital misto; Fim da reeleição, instituindo mandatos com cinco anos de duração; Não vai propor a alteração à legislação das uniões homoafetivas; Combater a homofobia e qualquer forma de discriminação; Oferecer bolsa financeira para estudantes de ensino fundamental e médio, a ser sacada ao final dos anos de estudos; Priorizar currículos escolares regionalizados.

Dilma Rousseff (PT)

Realizar a reforma do sistema político nos moldes do que propõe a CNBB (com financiamento público de campanha, equilíbrio na participação de homens e mulheres nas chapas, fim das coligações nas disputas de cargos proporcionais e eleição em dois turnos); Implantar o programa Mais Especialidades, integrando laboratórios e médicos especialistas; Manter a autonomia do Banco Central, mas sem torná-lo independente do Governo; Priorizar a construção de hidroelétricas e investir em fontes de geração complementar, como termoelétricas e usinas de energia eólica e solar.

Eduardo Jorge (PV)

aceitaram conversar com os jornalistas. Com muita dificuldade, pois as condições estabelecidas pela organização do debate para o trabalho dos profissionais de imprensa dificultaram o acesso aos candidatos e seus assessores, os jornalistas ouviram do “cacique petista” que “o segundo turno é uma mera projeção. E nós temos certeza que com duas candidaturas apenas poderemos confrontar nossa proposta mais claramente com a dela e seremos vitoriosos”. Já Beto Albuquerque salientou que “o cenário está bom” e que os números são

Arquivo pessoal

mais uma pesquisa, mais um recorte da corrida eleitoral. O vice de Marina destacou que mantém os pés no chão, e mesmo com “esses ataques absurdos que estamos recebendo nos últimos dias, estamos mostrando que temos uma fortaleza na sociedade brasileira”. O presidenciável Aécio Neves (PSDB) conversou com os jornalistas e destacou que as pesquisas mostram que, de fato, ele foi o único candidato que cresceu nas intenções de votos e que essa reta final será outro momento das eleições.

Para Dalcides Biscalquin, da Rede Vida, apesar da candidata Luciana Genro (PSOL) ter respondido a sua pergunta sobre a reforma tributária, faltou um aprofundamento do tema. “Muitas vezes, a gente percebe, não apenas com a candidata do PSOL, mas com todos os partidos, a dificuldade que se tem de colocar os pés no chão, a dificuldade que se tem de dar resposta às grandes inquietações do povo. E me parece que outras questões que apareceram ali não foram respondidas com profundidade”. O jornalista criticou, ainda, os planos de governo e afirmou que não viu “nenhum que tenha se debruçado suficientemente sobre a questão da reforma tributária”.

| Reportagem | 13

Fim do financiamento privado de campanhas políticas; Defesa do voto distrital; Que o voto não seja obrigatório; Demarcar as 30 terras indígenas que já estão aptas para tal; Promover a educação sexual nas escolas para evitar a gravidez precoce e permitir o planejamento familiar; Revogar a lei que criminaliza as mulheres que fazem aborto; Convocar governadores e prefeitos para mapear a situação das famílias que vivem em áreas de risco, assegurando-lhes moradia segura; Promover a ocupação habitacional no centro das principais cidades do País.

José Maria Eymael (PSDC)

Proporcionar igualdade de oportunidades entre as pessoas, com atenção às mais carentes; É contra a legalização das drogas; Fortalecer a atuação das forças armadas nas fronteiras para evitar o tráfico drogas; Realizar a reforma agrária, fornecendo, além da terra, apoio técnico e equipamento aos agricultores.

Levy Fidelix (PRTB)

Fim do voto obrigatório; Defesa do financiamento público de campanhas eleitorais; É contrário à união homoafetivas (mas não mencionou se fará algo para alterar a legislação atual); Promover um modelo de desenvolvimento a partir da produção e não da especulação financeira; Aplicar os recursos do pré-sal como já está previsto em lei; Realizar auditorias nos bancos

para averiguar a dívida que a União com eles possui; Manter a autonomia do Banco Central, mas sem torná-lo independente do Governo.

Luciana Genro (PSOL)

Realizar a reforma do sistema político nos moldes do que propõe a CNBB (com financiamento público de campanha, equilíbrio na participação de homens e mulheres nas chapas, fim das coligações nas disputas de cargos proporcionais e eleição em dois turnos). A Candidata revelou que o PSOL, através de seus parlamentares, teve participação efetiva na elaboração do projeto de reforma política da CNBB. Defesa da laicidade do Estado - “As políticas públicas devem estar a salvo das crenças religiosas” -e portanto, não devem estar diretamente atreladas aos valores das religiões; Defesa das uniões homoafetivas e combate a qualquer forma de discriminação; Reforma tributária, instituindo o imposto sobre fortunas acima de R$ 50 milhões e mais tributações a ser pagas pelos bancos; Instituição da lei do inquilinato, para melhor controle do preço dos aluguéis.

Marina Silva (PSB)

Realizar a reforma do sistema político nos moldes do que propõe a CNBB (com financiamento público de campanha, equilíbrio na participação de homens e mulheres nas chapas, fim das coligações nas disputas de cargos proporcionais e eleição em dois turnos); Criar de um sistema de combate ao tráfico de drogas e armas; Auxiliar os governos estaduais na gestão da segurança pública; Estabelecer parcerias entre os governos e prefeituras, com a participação da iniciativa privada, para solucionar os problemas de saneamento básico; Assentar as 85 mil famílias que aguardam lotes de terra, e a elas fornecer crédito e assessoria técnica para a promoção da agricultura familiar; Destinar 10% da arrecadação bruta do País para o setor de Saúde; Destinar 10% do PIB para a Educação, valorizando o modelo de ensino em tempo integral; Instituir o passe livre nos transportes públicos para jovens e adolescentes.

Pastor Everaldo (PSC)

Fim do voto obrigatório e das coligações proporcionais; Manutenção do financiamento privado de campanha; Defender a liberdade de imprensa, sem qualquer tipo de marco regulatório na comunicação; Isenção de Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil mensais; Reduzir a maioridade penal (não detalhou para que faixa etária); Privatizar presídios; Não legalizar as drogas e o aborto; Defesa do “Estado Mínimo”, através da redução da quantidade de ministérios e da privatização de empresas e autarquias estatais. Por Daniel Gomes


14 | Análise |

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Debate procura criar clima de desconfiança em caso de mudança de governo Gabirante/O SÃO PAULO

Gustavo Caldas

Especial para O São Paulo

No último debate dos presidenciáveis promovido pela CNBB, a discussão da situação econômica do país e as propostas dos candidatos para esse campo não foi o destaque, ainda que alguns temas importantes foram tocados, como o combate à miséria, a questão da dívida pública, a tributação e a independência do Banco Central.

Sobre a desigualdade social A presidente Dilma, ao comentar sobre a questão da desigualdade social, deu destaque para o fato de o Brasil não constar mais no Mapa da Fome, notícia que saiu na terçafeira, 16, mesmo nos meios de comunicação. O Mapa da Fome é um levantamento da ONU que aponta os países com situação de subalimentação crítica. De fato, essa é uma conquista importante, fruto das políticas de assistência social, como o Bolsa Família. Além disso, a presidente Dilma aponta a manutenção dos baixos níveis de desemprego e o aumento do salário mínimo como outras conquistas do governo em favor da população mais necessitada. Se todos esses são esforços louváveis por um lado, por outro, temos uma economia com altas taxas de inflação combinada com crescimento praticamente zero (a última estimativa do Relatório FOCUS do Banco Central aponta um crescimento de 0,52% em 2014). Essa combinação tem efeitos muito negativos para a população: o poder de compra das famílias fica reduzido, a geração de emprego comprometida, as indústrias diante das incertezas econômicas adiam seus investimentos e

tudo isso tem um efeito deletério em termos de promoção social. O assistencialismo sem uma mudança na estrutura produtiva do país acaba tendo efeito temporário e pontual.

Dívida pública O candidato Levy Fidelix quando perguntado sobre o encaminhamento dos royalties da exploração do pré-sal para a saúde e educação, preferiu dar destaque ao problema dos juros pagos da dívida pública e de como esses recursos poderiam estar sendo usados em prol da população e são encaminhados, segundo ele, aos bancos. A crítica é relevante porque efetivamente nos governos Lula e Dilma a dívida pública cresceu R$ 1,45 trilhão (FHC entregou o País com uma dívida de R$ 750 bilhões e hoje está próxima a R$ 2,2 trilhões). Em agosto de 2014, o País

estava com um déficit nominal acumulado no ano de R$ 123,6 bilhões. Isso significa que considerando os juros pagos na dívida pública, as receitas menos despesas do País estão deficitárias nessa cifra bilionária. A proposta do candidato Levy Fidelix é fazer uma auditoria na dívida pública. Já outros candidatos falam pura e simplesmente em calote. Um calote traria enorme incerteza ao País e repercutiria em todo sistema financeiro, tornando-o mais frágil e incapaz de financiar o desenvolvimento.

Banco Central independente A presidente Dilma ao falar sobre o Banco Central disse que é um equívoco falar em independência, pois seria uma prerrogativa apenas dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Segundo ela, faz mais

sentido falar em autonomia operacional, mas com uma dependência em relação ao governo federal, podendo este demitir seus diretores quando entendesse necessário. Esse debate tem sido travado no País há alguns anos já. No contexto atual das eleições, o debate está repleto de meias verdades feitas para passar uma impressão de insegurança aos eleitores e confunde os termos completamente. A independência do Banco Central não é entregá-lo a banqueiros, mas justamente não deixar que forças e o lobby político sejam mais fortes que os interesses do País. Implica em que os diretores do Banco Central tenham mandatos fixos, não sejam recrutados no sistema bancário, respeitem quarentena após sair do Banco e exclui do comitê de decisões outros órgãos do Governo que poderiam ter um conflito de interesse. É o problema de governança que todas empresas conhecem muito bem. Quando a presidente Dilma argumenta, como o fez no debate, que a tendência internacional é de maior regulamentação e que a independência seria uma contramão nesse sentido, está misturando as coisas. Um Banco Central independente é compatível com uma regulamentação mais estrita e, justamente por ser independente, terá mais meios de colocar em prática essa regulamentação, sem a influência política ditando as ações. Percebe-se que mais do que uma preocupação pelos rumos da política econômica no País, o debate recente foi instigado para trazer um clima de desconfiança com relação aos possíveis rumos do País em caso de mudança de governo. Gustavo Caldas é economista formado pela Unb e analista econômico


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| Entrevista | 15

Paulo Skaf

‘Não quero a experiência da promessa não cumprida, dos projetos públicos que nunca saem do papel’ Divulgação

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

O senhor, em seu plano de governo, fala em: “Intensificar e distribuir adequadamente o policiamento ostensivo e preventivo. Coibir os pequenos crimes e os comportamentos desordeiros” e “Concluir o plano de expansão de presídios”. Poderia explicar melhor de que forma essa proposta aumenta a segurança pública? Possui algum plano ou programa que evite que cidadãos brasileiros se tornem marginais? Possui algum plano que, mais do que punir, reabilite?

Após publicar alguns pontos do plano de governo dos candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, O SÃO PAULO iniciou uma série de entrevistas com os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas Datafolha e Ibope ao Governo de São Paulo. Nesta edição, o “Com a Palavra” será com o candidato pelo PMDB, Paulo Skaf, 59. Presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o peemedebista fala sobre as parcerias do Estado com a Igreja, o ensino religioso nas escolas, progressão continuada entre outros temas. A íntegra da entrevista já está disponível também no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br).

O SÃO PAULO - O Estado e a Igreja possuem parcerias em diversas áreas de atuação da sociedade, como, por exemplo, escolas, creches e hospitais. Como o senhor enxerga essas parcerias? Como lidar com elas? Paulo Skaf - Eu recebo muito bem essas parcerias e é sempre bom dar oportunidade aos segmentos da sociedade que têm vocação para trabalhos de serviço público. Acho que os serviços que as igrejas em geral fazem para escolas, creches e hospitais são muito bem-vindos e vão ser estimulados no meu governo.

Na questão da educação, o seu plano de governo não fala do ensino religioso nas escolas. Como o senhor avalia a aplicação desse tema na grade curricular dos alunos? Sou católico e estudei em colégio católico, mas penso que, no ensino estadual, a gente tem que deixar a parte religiosa livre para as pessoas buscarem em outro momento. As pessoas têm direito de seguir a religião que bem entenderem. Como o Estado não tem condições de promover o ensino de todas as religiões é melhor cada um buscar isso fora do horário escolar.

Ainda sobre educação, o seu plano de governo indica acabar com a progressão continuada. Se eleito, isso será feito a longo ou curto prazo? De que forma isso se dará? O fim da progressão continuada não poderia significar uma maior evasão escolar? Sem dúvida nenhuma, o fim da progressão continuada não pode ser feito

crescente do eleitorado de São Paulo já sentiu isso.

de maneira abrupta. Vamos acabar com a progressão continuada no ensino em tempo integral de maneira escalonada, o que afasta o risco de evasão escolar. Em 2016, a maioria das crianças que entrar no primeiro ano escolar vai estudar em período integral. Até o final de 2018, todos 480 mil alunos do primeiro ao quarto ano do ensino fundamental vão estar matriculados no curso em tempo integral, sem progressão continuada. Esses alunos vão ser avaliados por provas, com reforço escolar. Quem entrou antes continua na progressão continuada.

Por ser presidente licenciado da FIESP, o seu governo não passaria por um conflito de interesses quando precisasse deliberar temas em que as questões de empresas privadas se contrapõem ao interesse da população? Mesmo estando à frente da Fiesp, todas as nossas batalhas interessavam à indústria e, ao mesmo tempo, à população. A gente nunca comprou uma batalha para defender a indústria em detrimento da população. Esse é um princípio fundamental. Se o eleitor de São Paulo me der o privilégio de ser governador, deixarei de ser presidente da Fiesp e não haverá conflito de interesses. Vou ser governador de todos os moradores de São Paulo e estarei preocupado com os interesses do Estado.

Governos que possuem

maioria no Legislativo têm certa facilidade em barrar CPIs e arquivar denúncias. Como é possível corrigir este problema? Como enfrentará possíveis denúncias de corrupção em seu governo? No meu governo haverá tolerância zero com a corrupção. Vou criar uma supercontroladoria que vai investigar todos os processos de compra do governo. Todas as denúncias serão apuradas, independentemente de quem estiver envolvido.

Se eleito, o senhor será o chefe do executivo do maior estado do Brasil. Qual a sua experiência em política e assuntos relacionados à gestão pública? Sente-se preparado para assumir essa responsabilidade? A gestão pública não pode ser diferente da gestão privada. É justamente isso que eu quero levar para a gestão pública. Vou levar os critérios de eficiência, de rapidez e de qualidade da gestão privada para o Estado. Não quero a experiência da promessa não cumprida, dos projetos públicos que nunca saem do papel. É nisso que eu vou inovar. Tenho capacidade, tenho um histórico de realizações, e não tenho nenhuma dúvida de estar preparado para assumir a responsabilidade de governar São Paulo. Eu já geri entidades de porte bastante grande como a Fiesp e o Sesi-Senai. Uma parcela

Em primeiro lugar, o morador de São Paulo vive uma situação de grave crise na segurança pública. Desde o começo do governo Alckmin já teve mais 40 mil estupros e uma média mensal de mil atentados à vida, entre homicídios e tentativas de homicídio. A situação é de guerra. Para coibir os crimes, a gente precisa de polícia ostensiva na rua, mesmo. Ao mesmo tempo, temos um déficit de 80 mil vagas no sistema prisional e é preciso construir mais presídios. Temos mais de 200 mil presos amontoados em 120 mil vagas nos presídios. Eu penso no longo prazo, para evitar que cidadãos se tornem marginais. Vou fazer uma revolução na educação, implantando o ensino em tempo integral para todos os alunos da rede pública estadual em dez anos. Há dois anos, no exercício da presidência da Fiesp, eu recebi a visita do rei da Suécia, Carl Gustav 16, e da rainha Silvia, filha de uma brasileira. Ele me disse que não sabia o que fazer com os presídios na Suécia, porque lá não tem delinquente, é um país justo que provê as necessidades dos cidadãos. Eu sonho com o dia em que, ao invés de construir, fecharemos os presídios. Por isso, vou fazer a revolução na educação. Mas enquanto isso não acontece, vamos ter de construir presídios. Como presidente da Fiesp, também inovamos, junto com o Conselho Nacional de Justiça, num plano de treinamento de detentos e de egressos do sistema prisional. É claro que isso vai ser intensificado no meu governo. Vou fazer um amplo programa de recuperação de quem está preso.

O senhor é a favor a algum tipo de modificação na legislação que amplie ou reduza o acesso ao aborto? Sou favorável à legislação que está em vigor. Não precisa fazer nenhuma mudança.


16 | Fé e Cultura |

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Divulgação

Divulgação

Este romance, que se pode chamar de “profético”, retrata uma sociedade secular e socialista numa situação paradoxal: há paz, mas sem justiça e verdade; há conforto, porém não há sentido nem felicidade; há tolerância mentirosa repleta de perseguição

religiosa e das ideias; há, enfim, saúde, mas a eutanásia é considerada como algo necessário. A Igreja mesmo terrivelmente reduzida e tendo que se dispersar, ainda é o bastião da fé. Seu novo Papa vê sobre seus ombros a tarefa de dar o testemunho último de fidelidade ao Salvador. No entanto, não se sabe se ele será capaz. Robert Hugh Benson (18711914), sacerdote inglês, converso do anglicanismo, dedicou-se a escrever, com paixão e intensidade verdadeiramente prodigiosas, obras de conteúdo moral e formativo. Elas incluem diversos romances, poesias, peças de teatro e ensaios espirituais. O Senhor do Mundo foi escrito em 1912. Cheio de criatividade, mas sem se perder nas superstições que rondam o tema, Benson leva em conta os dados da Revelação para dar vida a um mundo esquecido de Deus e escravizado sob o poder de um só homem, “O Senhor do Mundo”.

CENTRO DE FORMAÇÃO IR. RITA CAVENAGHI

CONGREGAÇÃO MISSIONÁRIA DA IMACULADA

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADO EM DEZEMBRO/13 Renda Operacional Bruta Receitas Convênio Prefeitura R$ 639.202,95 Receitas com Donativos R$ 121.356,23 Receitas Financeiras R$ 6.887,90 Res.Oper.Bruto R$ 767.447,08

R$ (19.323,59) R$ 265.275,35 R$ 245.951,76

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADO EM DEZEMBRO/13 Renda Operacional Bruta Receitas com Donativos R$ 456.564,09 Receitas com Locações R$ 125.605,80 Receitas Eventuais R$ 1.436,46 Receitas Financeiras R$ 16.687,79 Res.Oper.Bruto R$ 600.294,14 Despesas Operacionais Desp.Recursos Humanos R$ (10.975,34) Desp.Financeiras R$ ( 1.143,88) Desp.Manutenção R$ (540.441,61) R$ (552.560,83) Result. Operacional Líquido R$ 47.733,31 Result.do Exercício anterior R$ 3.242.908,78 R$ 3.290.642,09

BALANÇO PATRIMONIAL DE 01/01/2013 À 31/12/2013 ATIVO ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES Bancos Conta Movimentos R$ 187.950,68 REALIZÁVEL A CURTO PRAZO Provisão Trabalhista R$ (58.585,36) Total do Ativo Circulante R$ 129.365,32

BALANÇO PATRIMONIAL DE 01/01/2013 À 31/12/2013 ATIVO ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES Bancos Conta Movimentos R$ 11,00 VALORES À RECEBER Aplicações à Curto Prazo R$ 397.304,71 Total do Ativo Circulante R$ 397.315,71

ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Imóveis Móveis e Utensílios Máquinas e Equipamentos Depreciação Acumulada Total do Ativo Permanente TOTAL DO ATIVO

ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Imóveis Móveis e Utensílios Máquinas e Equipamentos Veículos Depreciação Acumulada Total do Ativo Permanente

R$ 2.865.467,75 R$ 30.331,49 R$ 2.435,90 R$ 126.500,03 R$ ( 130.545,45) R$ 2.894.189,72

TOTAL DO ATIVO

R$ 3.291.505,43

Despesas Operacionais Desp.Recursos Humanos Desp.Financeiras Desp.Manutenção Desp.Adm. Conv.CEI R$ (786.770,67) Result. Operacional Líquido Result.do Exercício anterior

R$ ( 81.939,48) R$ ( 1.939,33) R$ (88.135,67) R$ (614.756,19)

R$ 238.489,39 R$ 56.288,07 R$ 11.255,54 R$ (107.490,05) R$ 198.542,95 R$ 327.908,27

PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE VALORES À PAGAR A CURTO PRAZO Obrigações com Pessoal R$ 65.030,97 Obrigações Sociais R$ 16.925,54 Total do Passivo Circulante R$ 81.956,51 PATRIMÔNIO LÍQUIDO RESULTADO ACUMULADO Superávits Acumulados R$ 265.275,35 Déficit do Exercício R$ (19.323,59) Total Superávits Acumulados R$ 245.951,76

‘Provai de tudo e ficai com o que é bom’

CNPJ: 44.373.520/0001-15

PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE VALORES À PAGAR A CURTO PRAZO Obrigações Trabalhistas Encargos Sociais Total do Passivo Circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO RESULTADO ACUMULADO Superávits Acumulados Superávits do Exercício Total Superávits

R$ 572,24 R$ 291,10 R$ 863,34

R$ 3.242.908,78 R$ 47.733,31 R$ 3.290.642,09

TOTAL DO PASSIVO R$ 327.908,27 Reconhecemos a exatidão do presente BALANÇO PATRIMONIAL, levantado em 31/12/13, que soma a importância de R$ 327.908,27 (Trezentos e Vinte e Sete Mil Novecentos e Oito Reais e Vinte e Sete Centavos).

TOTAL DO PASSIVO R$ 3.291.505,43 Reconhecemos a exatidão do presente BALANÇO PATRIMONIAL, levantado em 31/12/13, que soma a importância de R$ 3.291.505,43 (Três Milhões Duzentos e Noventa e Um Mil Quinhentos e Cinco Reais e Quarenta e Três Centavos).

Bragança Paulista, 31 de Dezembro de 2013.

Bragança Paulista, 31 de Dezembro de 2013.

Ir. ANTONIA DALL MAS Presidente

Ir. ANTONIA DALL MAS Presidente

LUIZ MARQUES SPERANDIO Contador - CRC 1SP119134/O-5

LUIZ MARQUES SPERANDIO Contador - CRC 1SP119134/O-5

A frase é de São Paulo, em sua primeira epístola aos Tessalonicenses. Parece ser também a moral do filme “O Doador de Memórias”, recém-estreado no Brasil. A história se passa numa distopia futurista – na esteira de Divergente – na qual as emoções humanas e até mesmo a capacidade de ver as cores são controladas ou reduzidas para se garantir a ordem

social e a paz. O filme tem, além de excelentes atores como Meryl Streep e Jeff Bridges, o mérito de mostrar que a felicidade não pode ser encontrada na ignorância dos aspectos mais complicados e potencialmente conflituosos da natureza humana. A virtude, já dizia Aristóteles, não está na supressão das paixões humanas, mas na sua correta ordenação. Na quinta-feira, 25, haverá o terceiro Café Teológico, às 19h, na FAPCOM, com o Professor Giovanni Vella e Fernando Geronazzo, gestor de conteúdo do Site da Arquidiocese de São Paulo e membro da equipe do O SÃO PAULO, sobre o tema: “Fé e experiência humana no ambiente digital”.

Cultura

CNPJ: 01.409.519/0001-90

Formação

Dica de Leitura

Senhor do mundo | Robert Hugh Benson

Cinema

Filipe David osaopaulo@uol.com.br

Tomás de Aquino, Pascal e João Paulo II: as razões da fé Na quinta-feira, 25, começa o curso na Casa do Saber sobre as razões da fé a partir de São Tomás de Aquino, o filósofo francês Blaise Pascal e o Papa João Paulo II, recentemente canonizado pela Igreja. O curso será ministrado pelo professor Andrei Venturini Martins, doutor em Filosofia pela PUC-SP. “Em tempos em que a ciência tomou conta de quase todas as instâncias e o vocabulário teológico está em ruínas, um fenômeno curioso se apresenta: a fé em Deus aumenta cada vez mais. Todavia, tal diagnóstico é quantitativo, expresso pelas igrejas lotadas,

cenáculos em estádios abarrotados e um número significativo e crescente das chamadas conversões instantâneas. Mas qual é a qualidade desta fé? Tal questão demanda uma justificativa daquilo que se acredita. Não basta dizer: eu tenho fé. É necessário justificar, determinar e dar os motivos para aquilo que eu acho que tenho. A tradição religiosa concede seus argumentos, portanto, o curso tem como objetivo perpassar por aqueles pensadores que desejam justificar a fé, que nem todos partilham, pela razão, potência que todos os homens possuem. » Para mais informações : casadosaber.com.br


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Alan Fonteles: ‘O segredo de tudo é treino e empenho ao máximo’ Já em preparação para os Jogos Rio 2016, campeão paralímpico projeta bom desempenho do Brasil Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

ram no fim de semana passado, em São Paulo, durante a segunda etapa do circuito nacional, de novo nos 100 e 200 metros T44, sendo aclamado pela torcida. “Hoje sou reconhecido nos diversos lugares que vou, e não só pelas provas que eu fiz, pelos títulos que ganhei. As pessoas estão se interessando mais pelo esporte paralímpico, principal-

mente agora com a paralimpíada no Brasil, em 2016”, opinou.

Superação e amor ao esporte Com apenas 21 dias de vida, Alan Fonteles teve as duas pernas amputadas por conta de uma sepsemia (infecção generalizada), mas isso não o impediu de praticar esportes. Com 8 anos, correndo com próteses de

madeira, debutou no atletismo. Na adolescência, após ter ganhado próteses de fibra de carbono, disputou a Paralimpíada de Pequim 2008 e foi medalhista de prata com a equipe de revezamento 4x100 metros do Brasil. Hoje, Alan possui lâminas personalizadas. “Não me vejo fazendo outra coisa que não seja correr”, confessa. Porém, ele tem consciência que as oportunidaMárcio Rodrigues/CPB

Na Paralimpíada de Londres 2012 parecia impossível que alguém fosse capaz de desbancar o corredor sul-africano Oscar Pistorius. Afinal, um mês antes, ele se tornara o primeiro paradesportista a também competir nos Jogos Olímpicos. No entanto, em 2 de setembro de 2012, o paraense Alan Fonteles, então com 20 anos, derrotou o mito das pistas na final dos 200 metros rasos T44 (para amputados abaixo dos joelhos). “Foi treinamento. Eu e meu treinador, o Amauri Verissimo, a gente se empenhou bastante para conseguir aquele título. O segredo de tudo é treino e empenho ao máximo”, avaliou, ao O SÃO PAULO, Alan Fonteles, 22, ao recordar o feito que completa dois anos este mês. Alan continua a acumular títulos. No Mundial Paralímpico na França, em 2013, venceu os 400, 200 e 100 metros, sendo o atual recordista mundial destas duas últimas categorias. As vitórias mais recentes acontece-

Condenação de Oscar Pistorius e resultados futuros Para Alan Fonteles, a recente condenação de Oscar Pistorius pelo assassinato da própria namorada em 2013, “não irá mexer com a credibilidade do paradesporto mundial”. O velocista brasileiro diz ainda não pensar na próxima Paralimpíada, pois disputará antes o Mundial e o Parapan de Toronto 2015, mas já projeta um bom desempenho do País. “O atletismo paralímpico está vindo com muitas promessas para conquistar mais medalhas. O Comitê Paralímpico Brasileiro está fazendo uma base muito boa com esses jovens, como o Lucas Prado e o Edson Cavalcanti, em preparação para 2016 e 2020”.

MUNDO DOS ESPORTES

AGENDA ESPORTIVA Quinta-feira (18) 19h30 - Brasileirão de Futebol Corinthians x Chapecoense (Arena Corinthians)

Atletismo paralímpico Desde a primeira competição esportiva internacional entre pessoas com deficiência, os Jogos de Stoke Mandeville, em 1948, na Inglaterra, o atletismo é disputado como uma das modalidades. Também consta no programa da Paralimpíada desde Roma 1960. O atletismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Os competidores são divididos em grupos conforme o grau de deficiência constatado por uma classificação funcional, ou seja, restrições para a realização de movimentos, po-

des para as pessoas com deficiência no País ainda são limitadas. “As condições para as pessoas com deficiência no Brasil estão melhorando, mas ainda há uma série de coisas, pois nem todos conseguem andar pelas ruas ou são bem vistos pela população, então, há muito a ser melhorado”. Segundo o atleta, as melhorias, especialmente no campo esportivo, dependem de investimento. “Há apoio para o alto rendimento, hoje a Caixa Econômica Federal patrocina diversos atletas, mas muitas empresas privadas poderiam patrocinar quem quer começar no esporte, poderiam investir mais”, analisou.

tencialidade de músculos e de visão. Os atletas das categorias funcionais iniciadas por “F” competem em provas de campo, tais como arremessos, lançamentos e saltos e os das iniciadas com “T”, nas provas de pista, tais como corridas de velocidade, de fundo e saltos. Dentro de um mesmo grupo de classificação, quanto menor o número, maior é a limitação física do esportista. Os deficientes visuais são agrupados em 11, 12, 13, sendo os F11 e T11, considerados

completamente cegos. Os esportistas T20 ou F20 possuem deficiências mentais; Os agrupados nos grupos de 31 a 38 têm paralisias cerebrais, sendo que os dos grupos 31 a 34 só se movimentam por cadeira de rodas. As categorias F40 e T40 reúnem os atletas anões, enquanto que, no grupo de 41 a 48, competem os esportistas amputados, mas que não precisam de cadeiras de rodas para se movimentar. Por fim, nos grupos F51 a F58 encontram-se os cadeirantes sem paralisias cerebrais, como aqueles que sofreram poliomelite, lesões medulares e amputações. Essa mesma característica demarca os atletas das categorias de T51 a T54.

20h – Paulista de Basquete Masculino Palmeiras x Internacional (Ginásio do Palmeiras – rua Turiassu, 1.840, Perdizes) Sábado e domingo (20 e 21) Virada Esportiva em São Paulo (http:// viradaesportiva.prefeitura.sp.gov.br) Domingo (21) 16h – Paulista de Basquete Masculino Pinheiros x Franca (Ginásio do Pinheiros – rua Hanz Nobiling, 132) 16h – Brasileirão de Futebol Corinthians x São Paulo (Arena Corinthians)


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Brasilândia

Diego Monteiro

Colaboração especial para a Região

Cardeal Scherer dedica templo e altar da Paróquia Santa Cruz

A véspera da Festa da Exaltação da Santa Cruz foi contagiante para centenas de fiéis que se aglomeraram dentro e fora da matriz da Paróquia Santa Cruz, no Jardim Peri Alto, na Região Brasilândia, no sábado, 13, para a dedicação da igreja e do altar, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. Foram conce-

lebrantes os Padres Eduardo McGettrick, superior-geral da Sociedade Missionária de São Patrício, e Bernardo Daly, pároco. Dom Odilo lembrou a todos sobre a beleza dessa celebração e o quão significativos são os gestos feitos nos ritos, que tiveram início com a aspersão da água sobre o altar, sobre as paredes do templo e

sobre o povo. Depois, os leitores entregaram o lecionário a Dom Odilo, que o depositou sobre o ambão. Durante a celebração, o Cardeal lembrou que “a igreja é o lugar para ouvir e acolher a Palavra de Deus no coração, praticando-a. Quando vamos à igreja deveríamos levar no coração sempre esse desejo: ‘Quero ouvir o que o Senhor fala’”, e ain-

da destacou: “Nós estamos aqui, inaugurando a construção do templo que queremos dedicar a Deus. E o Apóstolo Paulo recorda que o verdadeiro Templo de Deus somos nós”. Dom Odilo lembrou, ainda, que Jesus é o verdadeiro Templo de Deus. “Quem chega a Jesus, chega a Deus; quem encosta-se a Jesus, encosta em Deus humanamente; quem Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Comunidade unida na construção de um sonho De forma unânime, os olhos dos paroquianos brilhavam de alegria em ver que a reforma para ampliação da Paróquia Santa Cruz estava concluída. Essa última reforma durou cerca de dois anos e só foi possível por causa das doações e do voluntariado de paroquianos que promoveram bingos, rifas, bazares e festas típicas. Há quase 40 anos na comunidade, Lourenço Moreira, 79, era pura emoção quando entregou como oferenda, nas mãos de Dom Odilo, a marreta que utilizou para derrubar as paredes da antiga construção, VENHA ESPALHAR A PAZ E O BEM! SENDO FRANCISCANA DA AÇÃO PASTORAL NOSSO CARISMA FRATERNIDADE E PASTOREIO

juntamente com outros homens. “Agora o Senhor pode me levar porque eu vi a Igreja Santa Cruz pronta. Eu dou graças a Deus por isso”. Joana Lucas, 77, externou sua gratidão em ver o templo pronto. “Temos que agradecer muito a Deus e aos padres que conseguiram construir a igreja, especialmente o Padre Bernardo”. E foi complementada por Maria Aparecida, 50: “Ele é forte, perseverante e muito corajoso, porque essa comunidade é muito pobre e merecia tudo o que ele fez”.

Venha nos conhecer Ir. Magda de Assis Ramalho Rua: Iperana, 137 Altos da Mooca (4ª.parada) CEP: 03177-090 - São Paulo - SP Tel.(11) 2268-4966

facebook.com/Franciscanas DaAcaoPastoral

Apoio da Adveniat e da Diocese de Colônia Criada em 1973, a Comunidade Santa Cruz, juntamente com outras sete comunidades, compunha a Paróquia Cristo Ressuscitado, até então sem matriz fixa. Após a reforma e ampliação, deu lugar à Paróquia Santa Cruz. No entanto, todo esse processo só foi possível após o pedido de auxílio que o pároco, Padre Bernardo fez à Diocese de Colônia, na Alemanha, e à Adveniat, da Conferên-

cia Episcopal Alemã, organização que, em 2014, completa 53 anos de ajuda à Igreja na América Latina. Atualmente, a Igreja Santa Cruz ocupa uma área de 210 m², com capacidade para cerca de 200 pessoas. “Quando eu cheguei, senti a necessidade de ter um ponto de referência. E nós achamos melhor aqui porque o terreno possibilitava o aumento da igreja”, explicou Padre Bernardo.

Igreja presente na vida dos moradores A Paróquia Santa Cruz engloba três bairros: Jardim Ceci, Jardim Santa Cruz e Jardim Peri Alto, todos com alta densidade populacional em virtude das ocupações e favelas nos entor-

nos. Essa situação se agrava com a ausência ou ineficiência das políticas públicas. Marcileni Leite, que mora há 38 anos na comunidade, falou à reportagem sobre o que a Paró-

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Vem e segue-me

ouve Jesus, ouve a Deus; quem recebe a bênção de Jesus, recebe a bênção de Deus”. Após a Profissão de Fé, o canto da Ladainha foi entoado e, em seguida, foram depositadas sob o altar as relíquias de Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, e de São José de Anchieta. Dom Odilo fez a Oração da Consagração e ungiu com o óleo do Santo Crisma o altar, lembrando Cristo que é o ungido do Pai; depois, ungiu as paredes da igreja. E sobre o altar foi queimado o incenso, como gesto de culto a Deus. O Arcebispo incensou o altar, a igreja e o povo. Paroquianas foram convidadas a ornamentar o altar e depositaram arranjos de flores em frente a ele. Ao final do rito, a igreja foi iluminada lembrando a presença luminosa de Cristo.

Pelo presente edital ficam convocados ANA MARIA LEMOS – R.G 3.265.8779; DANTE DALL AGLIO JUNIOR – R.G 6.830.353; HUGO FREIRE ABBE – R.G 41.983.591-X, e RENATO AKIRA - R.G 10.695.363 ambos com endereço desconhecido, para que compareçam à Assembléia Geral Extraordinária para dissolução da Associação de Apoio à Promoção Humana “Novos Rumos” (art.36 do Estatuto) que se dará em sua sede, à Rua Canuto do Val, 170 – Santa Cecília – nesta capital, em primeira chamada às 09:00 horas e em segunda chamada às 09:30 horas com os presentes, no dia 25 de outubro de 2014. São Paulo, 17 de setembro de 2014. Renato José Bicudo - Presidente.

quia representa para o bairro. “Através da organização dos grupos, nós conseguimos a maioria das coisas voltadas às políticas públicas sociais. Foi luta das nossas comunidades aqui do bairro”, enfatizou a catequista na Paróquia Santa Cruz e representante das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Região Episcopal Brasilândia.

AGENDA REGIONAL Sábado (20), das 8h às 12h Assembleia Regional da Região Brasilândia, na Paróquia Santos Apóstolos (avenida Itaberaba, 3.907, Itaberaba).

Padre Bernardo acredita que a Igreja matriz dará mais visibilidade à Paróquia. “O povo falava que não sabia que tinha uma igreja nesta rua. O problema com as comunidades pequenas é que elas não são vistas, ficam escondidas. Então, era preciso uma igreja maior para que o povo visse que ela existe”. A Paróquia Santa Cruz pertence ao Setor São José Operário e está localizada na rua Dr. Paulo Furtado de Oliveira, 370, no Jardim Santa Cruz.


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João Carlos Gomes

Colaborador de Comunicação da Região

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Belém

Exaltação da Santa Cruz de libertação, esperança e vida Em comemoração ao aniversário de 48 anos de criação, que acontece no dia 18, e à Exaltação da Santa Cruz, a Paróquia Santa Cruz, do Setor Vila Antonieta da Região Episcopal Belém, realizou no dia 14, missa solene, seguida de procissão pelas ruas da Vila Rica, encerrando com confraternização e a partilha do tradicional bolo da Santa Cruz. A missa foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, Dom Edmar Peron, e concelebrada pelo Padre Edenildo Pereira da Silva, administrator paroquial, com a participação dos diáconos permanentes Wainer Fracaro da Silva e Marcos Antonio Domingues. Cerca de 500 pessoas participaram da celebração e depois da procissão em que 20 paroquianos vestidos com

capuzes, representando penitentes, carregaram tochas e a cruz pelas ruas do bairro. “O próprio nome de nossa festa já ajuda a entender que a cruz não nos é dada como um caminho de morte, de sofrimento, de peso, mas sim um caminho de libertação, de esperança, de vida”, disse Dom Edmar. Ao saudar os fiéis, seu pároco e diáconos, Dom Edmar recorreu novamente à Santa Cruz: “Tenho certeza que esta é uma paróquia que, diante de dificuldades, não entrega os pontos, que não desiste que é corajosa; pois seria uma incoerência uma paróquia desanimada festejar a Exaltação da Santa Cruz. Que Deus nos conceda sempre a fortaleza que vem da cruz”, disse. Tomado desse espírito, Padre Edenildo ratificou o

João Carlos Gomes

Dom Edmar Peron preside missa solene da Exaltação da Santa Cruz, com a presença de 500 pessoas

que Dom Edmar disse durante a procissão. “O andar pelas ruas é quando nós recebemos a comunhão do Cristo e nos

colocamos a caminho, saimos para evangelizar, abrimos nosso coração e não ficamos no comodismo, fechados em

nosso mundo, em nossa Paróquia, mas saimos em caminhada como povo de Deus no deserto”.

Conselho de Leigos estuda Mateus e encíclica do Papa em retiro anual O Conselho de leigas e leigas da Região Belém se reuniu entre os dias 29 e 31 de agosto na Chácara dos Abares, para um retiro com o tema: “Identidade e Missão do Leigo”, a partir do Evangelho de Mateus e da encíclica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco. O Retiro teve a presença de 27 pessoas e foi assessorado por Carlos Mário Vásquez Gutiérrez, mestre em Bíblia e doutor em Profetas. “Um retiro espiritual como este nos faz discernir a presença Deus na nossa vida, o que ele representa para nós, e como devemos anunciar Jesus” disse Carlos.

“Viver o Evangelho, é viver seus ensinamentos. Viver o Cristo Ressusci-

tado é viver uma comunidade/igreja acolhedora, uma vez que a comunida-

AGENDA REGIONAL Quinta-feira (18), 20h Festa do Padroeiro da Paróquia São Mateus Apóstolo (rua Antonio Previato, 134, São Mateus). Sábado (20), das 8h às 13h Encontro Arquidiocesano de Formação Litúrgica, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belém)

de é a presença de Jesus ressuscitado”, finalizou. Equipe de Liturgia Belém

O Centro Pastoral São José se encheu da música de Deus, nos dias 30 e 31 de agosto, quando cerca de cem agentes da Pastoral Litúrgico-musical participaram de formação, com assessoria da Irmã Idê Maria, que apresentou um repertório musical variado para as liturgias. A atividade teve a coordenação da Irmã Miria Kolling. No dia 30 houve uma celebração eucarística, presidida pelo jovem músico Frei Telles.


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Santana

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de Comunicação da Região

Pastoral Carcerária leva a fé às penitenciárias Luís Henrique Rocha

Dom Sergio de Deus Borges celebra missa e sacramento do Crisma em penitenciária feminina

O trabalho da Pastoral Carcerária na Região Santana não se limita apenas a visitas de solidariedade ou cortesia

AGENDA REGIONAL

quando os agentes se dirigem às penitenciárias, pois além do apoio psicológico e espiritual, eles conversam com os presidiários, oram e, muitas vezes, também os preparam para os sacramentos,

Sexta (19), 20h Encontro de Catequistas do Setor Medeiros, na Paróquia São José Esposo da Virgem Maria (rua dos Gauleses, 266).

Sábado (20) Das 9h às 12h - Assembleia Regional na Cúria de Santana (avenida Mel. Eurico Gaspar Dutra, 1.877). Das 15h às 17h - Oficina do site da Região Santana para agentes de pastoral, no Colégio Nossa Senhora Consolata (avenida Imirim, 1.424).

como Batismo, Primeira Eucaristia e Crisma. “Durante os diálogos que mantemos com as presas, ficamos sempre conhecendo a história de vida de cada uma, que muitas vezes são abandonadas pelos familiares quando são

aprisionadas. Elas nos pedem para ajudar na reaproximação”, diz Eliana Rocha, coordenadora da Pastoral na Região. Semanalmente, a Pastoral realiza visita às presas, vai ao encontro dos seus familiares, seja nas residências deles ou, por meio de carta e telefone. Muitas vezes, as mulheres estão presas nas penitenciárias e os maridos em outras cadeias do Estado de São Paulo. Assim, os agentes contatam a Pastoral Carcerária do lugar ou a direção das unidades prisionais, promovendo reencontros familiares. Em algumas ocasiões, os agentes levam os filhos para visitar os pais nas cadeias. “Encaminhamos também para retirada de documentos. Ajudamos a buscar novas oportunidades de vida, como trabalho, cursos, assis-

tência jurídica. A população carcerária da Região Santana é bastante carente, por esse motivo, precisamos ajudar, conseguindo com as pastorais das paróquias e outras parcerias, cestas básicas, roupas de adulto, materiais de higiene pessoal. E como temos dentro da Região um hospital penitenciário que abriga mulheres com recém-nascidos de 0 a 6 meses, precisamos sempre de roupas infantis, agasalhos e cobertores e material de higiene pessoal infantil para os bebês”, complementa Eliana. Nesse trabalho de apoio espiritual, a Pastoral realizou, no dia 30 de agosto, a Crisma das presas, com Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese Região Santana, presidindo missa no pátio da penitenciária feminina.

Paróquia Nossa Senhora de Fátima celebra Crisma A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Imirim, celebrou, no domingo, 14, a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Foi um dia especial também para 54 jovens da matriz e da Capela São João Batista, que, pela imposição das mãos de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Ar-

quidiocese na Região Santana, e pela unção com o santo óleo da Crisma, foram confirmados na fé. Dom Sergio, em sua homilia, lembrou que a Igreja celebra a cruz como instrumento de salvação, fonte de santidade e símbolo revelador da vitória sobre o pecado e a morte.

Lembrou o Bispo que o Espírito Santo, que animou a vida e as ações de Jesus Cristo e veio sobre os apóstolos em Pentecostes, dando-lhes a coragem para anunciar o Evangelho, se fará presente para ser força e vida na caminhada de fé de cada confirmado.


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Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

Igreja de São Paulo agradece a Dom Tarcísio A Região Episcopal Sé, com toda a Arquidiocese de São Paulo, se despediu do bispo auxiliar Dom Tarcísio Scaramussa, na terça-feira, 9. A missa celebrada na Paróquia Santíssimo Sacramento, no Paraíso, reuniu fiéis e o clero atuante na Região para a ação de graças pelo ministério episcopal de Dom Tarcísio, como vigário episcopal por pouco mais de seis anos, até ser nomeado pelo Papa Francisco bispo coadjutor de Santos (SP), em julho. A missa também contou com a presença do arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer, que logo no início da celebração saudou Dom Tarcísio lhe passando, em seguida, a presidência da Eucaristia. Dom Odilo afirmou que ainda que considere “cedo esta despedida”, estava feliz pelo fato de o Papa Francisco o ter enviado para uma nova missão. Ao agradecer por sua presença e atuação em São Paulo, o Cardeal ressaltou a oportunidade que tiveram de trabalhar juntos. “Foi um tempo bom, Dom Tarcísio. Eu tinha acabado de assumir como Arcebispo de São Paulo e

Douglas Mansur/Região Episcopal Sé

Fiéis na Região Sé e de toda a Arquidiocese se reúnem para se despedir de Dom Tarcísio em missa, no dia 9

você veio ajudar como primeiro bispo auxiliar que eu ordenei. Percebemos em você sempre uma enorme capacidade e enorme disponibilidade no serviço à Igreja. Que Deus o recompense por isso”. Dom Tarcísio agradeceu por ter

sido acolhido realmente “como irmão”, e pela “experiência extraordinária de comunhão e amizade” vivida entre os bispos. Ele também agradeceu ao clero e a todo o povo pela colaboração com sua missão na Arquidiocese. “Os padres me sustentaram em to-

‘Um tempo vivido com muita fraternidade’ No final da missa, representantes de diferentes dimensões da Região manifestaram seu agradecimento a Dom Tarcísio. Em nome dos leigos, a secretária regional, Laura Inglez, definiu a experiência de trabalhar com Dom Tarcísio como “um tempo vivido com muita fraternidade”. “A maneira como o senhor sempre priorizou as necessidades pastorais, a vida das comunidades e dos agentes de pastoral, nos artigos e entrevistas, nas celebrações, reuniões, momentos de encontro com o povo e nos atendimentos, nos impelia a construir cada vez mais uma Igreja viva e acolhedora em São Paulo”, destacou a Secretária. Irmã Sônia Maria Martins, res-

ponsável regional pela Cáritas, falou em nome dos religiosos e consagrados. “O senhor foi sempre um pastor presente em nossa caminhada. Quando o procuramos, nos escutou, quando solicitamos algo, nos atendeu. Com sua bondade, sua humildade e simplicidade, será um pai para todos aqueles que te esperam em Santos”. Em nome do clero, o vigário geral e agora também vigário episcopal para a Região Sé, Padre Aparecido Silva, também fez agradecimento a Dom Tarcísio. “Agradecemos imensamente pela sua dedicação pastoral, seu zelo para com o povo de Deus e sua doação total pela vida da Igreja”. O Sacerdote também sublinhou a atenção e preocupação de Dom Tarcísio para com os

padres, “para que esses pudessem estar sempre bem na missão do dia a dia”, especialmente para com os sacerdotes idosos e enfermos. “O senhor, como um pai dos padres, viveu também momentos difíceis, ao ter que devolver esses filhos, por ocasião de seus falecimentos, àquele que é a fonte e origem da vida, Deus, nosso Pai”. Emocionado, Dom Tarcísio reforçou seu agradecimento a todo o povo de São Paulo. “Na pessoa de vocês, eu quero agradecer a todos os irmãos e irmãs desta Igreja que eu encontrei aqui em São Paulo. Agradeço pelo testemunho de fé, pelo amor, pela fraternidade, pelo espírito de comunhão”.

dos os momentos, me apoiaram sempre e se dispuseram em assumir juntos a caminhada e a missão da Igreja. Dou graças a Deus por aqueles que Ele colocou ao meu lado nesse tempo”, disse o Bispo, complementando: “Senti a alegria de viver a fé nesta igreja”.

Vigário Episcopal para a Região Sé Luciney Martins/O SÃO PAULO

Festa de Nossa Senhora do Brasil Vinícius Credicio/Igreja Nossa Senhora do Brasil

Fafá de Belém nos festejos da Nossa Senhora do Brasil

A Paróquia Nossa Senhora do Brasil celebrou solenemente sua padroeira no domingo, 14. As comemorações começaram no dia 7 e se estendem durante a semana, com missas e a oração do Ofício de Nossa Senhora em três horários. Na celebração, foi lançado o CD “Salve Regina”, com 13 canções de devoção à Nossa Senhora, cuja renda será revertida para o Amparo Maternal. Fundada em 1940, a Paróquia Nossa Senhora do Brasil remonta uma devoção do início do século XVII em torno de uma imagem da Virgem Maria considerada milagrosa entre uma missão indígena em Pernambuco. A escultura da virgem Maria de 1,5 metros, talhada em madeira, era uma peça artística original feita no Brasil. Alguns historiadores consideram ser de São José de Anchieta, um dos fundadores da cidade de São Paulo, a inspiração para a criação da imagem.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer nomeou na sexta-feira, 12, o Padre Aparecido Silva (foto), atual pároco da Paróquia Santíssimo Sacramento, como vigário geral e vigário episcopal para a Região Episcopal Sé. Padre Aparecido Silva é natural de Pato de Minas (MG). Ele nasceu em 6 de fevereiro de 1960 e foi ordenado presbítero no dia 15 de fevereiro de 1992. (Leia o decreto de nomeação na página 14).


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Padre Antonio Ribeiro e Benigno Naveira Colaboradores de Comunicação da Região

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Lapa

Rito da Paz é refletido entre padres Em encontro realizado na Cúria da Lapa, na terça, 9, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, orientou os padres sobre a carta circular da Santa Sé enviada através da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, publicada por ordem do Papa Francisco, que determina algumas normas sobre o Rito da Paz na Celebração Eucarística. Resumidamente, o documento orienta os fiéis a aprofundar o sentido espiritual do mesmo e não exagerar no gesto para evitar dispersão “justamente antes da Comu-

nhão” e que desejem a paz apenas aos que estiverem mais próximos. O documento destaca também que não se introduzam músicas nesse momento da celebração, já que além de não serem previstas no missal romano, tiram a concentração da missa. O rito da paz deve ser “discreto” na Liturgia, e que os padres expliquem aos fiéis o sentido deste rito e a necessidade das normas. A indicação é fomentar o respeito pelo modo correto de levar a cabo a saudação, evitando o deslocamento dos fiéis ou que o sacerdote abandone o altar. Dom Julio recordou que

Padre Antônio Ribeiro

o rito da paz é um convite ao testemunho dos fiéis em todas as dimensões de sua vida: “Os católicos enfrentam hoje o

grave compromisso de construir um mundo mais justo e pacífico”, está escrito no documento. Isto “implica um

entendimento mais profundo do significado cristão da paz e sua expressão na celebração litúrgica”.

Demandas regionais são apresentadas a candidatos ao Legislativo Aconteceu no dia 6 na Paróquia Santa Domitila, Setor Pirituba, com a presença de cerca de 30 pessoas, um debate com os candidatos a deputado estadual, pautado nos seguintes temas: necessidade da pessoa idosa; meio ambiente; educação; saúde; reforma política e política pública; mobilidade urbana; adolescentes e Fundação Casa.

Foram convidados candidatos que têm ficha limpa e participam pela primeira vez de uma eleição: Fernando Sulliwan (PV), Lindolfo dos Santos (PPL); Rosana Chiavassa (PSB); Alexandre Pimenta (PV) e Daniel Monteiro Lima (PSOL). O debate foi dividido em três partes: na primeira, o mediador, Jairo

Fedel, iniciou com uma oração e na sequência passou a palavra para cada um dos candidatos, que se apresentaram e falaram de suas plataformas políticas, experiências, atividades profissionais e sociais. Na segunda parte, cada candidato dirigiu uma pergunta ao outro candidato, conforme sorteio feito na hora; na terceira parte, o pú-

blico fez perguntas aos candidatos, e todos tiveram o mesmo tempo para respondê-las. O debate, promovido pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) e as pastorais do Idoso e de Fé e Política, transcorreu tranquilamente, para a satisfação tanto do público quanto os candidatos.

Dom Julio visita Paróquia Cristo Jovem Na manhã de domingo, 14, a reportagem da Pastoral da Comunicação da Região Lapa acompanhou o primeiro dia da visita pastoral de Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, à Paróquia Cristo Jovem, no Setor Lapa. Dom Julio foi recebido pelo pároco, Padre Euclides

Eustáquio de Castro, e muitos fiéis que o aguardavam. Iniciou sua visita presidindo a missa das 9h, na sequência realizou três batizados - Ana Clara Silva (7 anos), Poliana Viana (1 ano) e Manoele Santos (9 meses) – e conversou com a equipe do Conselho Paroquial e a equipe de finanças. Ele ainda almoçou com

as pastorais: Terço em família, equipes de festas e de construção, conversou também com os catequistas e outras pastorais. Presidiu novamente a missa das 18h e jantou com os integrantes do Ministério da Música, encerrando suas atividades no domingo. A visita pastoral segue até quintafeira, dia 18.

23 novos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Na noite da sexta-feira, 12, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Jaguaré, aconteceu a missa de colação dos 23 novos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, Dom Julio Endi Akamine, e concelebrada pelos Padres Jorge Pierozan (Rocha), pároco, e Vinicius Matos, da Paróquia Santo Antônio, da Diocese de Guarulhos (SP). Dom Julio, na homilia, comentou que na leitura do Evan-

gelho, Jesus pergunta: “pode um cego conduzir outro cego? o que acontece: os dois caem”. O Bispo ressaltou que somente Jesus é o guia, mas que há na Igreja pessoas com autoridade para conduzir e orientar. Todavia, não podem ser cegos, senão levam todos a cair. Dom Julio disse ainda: “hoje nós estamos fazendo a colação dos ministros e gostaria de convidar a comunidade que rezasse por esses irmãos. Que eles não só façam bem o trabalho, mas que este trabalho seja também

Benigno Naveira

acompanhado do crescimento espiritual de uma maturidade maior e de um amor maior a Jesus Eucarístico”. Padre Rocha, antes da bênção final, convidou a coordenadora dos ministros, Maria Helena, para que lesse uma passagem bíblica para os novos ministros, e em nome da comunidade entregou um presente a Dom Julio. O Bispo parabenizou Padre Rocha e aos novos ministros, agradeceu a presença de todos e encerrou com a bênção final.

AGENDA REGIONAL Sexta-feira (19), 10h Reunião de Padres do Setor Lapa, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298) Domingo (21), 11h Dia da Padroeira, da Paróquia Nossa Senhora dos Pobres (avenida. Dr, Vital Brasil, 1.185).

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24 | Geral |

18 a 23 de setembro de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Dom Tarcísio é acolhido em Santos Chico Surian/Diocese de Santos

Guadalupe Mota

Especial para O SÃO PAULO, da Diocese de Santos (SP)

religiosos; a Professora Maria Helena Lambert, pelos leigos; e Padre Caetano Rizzi, em nome do clero.

Cerca de 3 mil fiéis das nove cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista participaram da celebração na qual Dom Tarcísio Scaramussa tomou posse do ofício de bispo coadjutor da Diocese de Santos (SP), na manhã do sábado, 13. A missa celebrada no Mendes Convention Center foi presidida pelo arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelo bispo diocesano de Santos, Dom Jacyr Francisco Braido, com mais 14 bispos e o clero da Diocese. Ao saudar o Bipo coadjutor, Dom Jacyr apresentou um panorama da realidade social e pastoral da Diocese, em especial, os cinco pólos que norteiam a ação pastoral: Porto, Turismo, Universidade, Miséria e Fome, e Terceira Idade. “É uma grande alegria têlo conosco, e juntos vamos animar nosso povo no serviço da evangelização”, destacou. Na homilia, o Cardeal Scherer lembrou o significado do lema episcopal de Dom Tarcísio – “E habitou entre nós” –, extraído do prólogo do Evangelho segun-

‘Ajudem-me a ser um Bom Pastor’ Ao falar sobre sua nova missão em Santos, Dom Tarcísio destacou sua experiência como bispo auxiliar de São Paulo, por pouco mais de seis anos, que o “fez crescer muito, especialmente pela vida fraterna e comunhão experimentadas com os irmãos bispos, com os sacerdotes, com os religiosos, com todo o povo de Deus, com os catequistas e a juventude, de modo particular”. Dom Tarcísio reiterou seu desejo de engajar-se na caminhada em comunhão com todos os “santos nesta Diocese de Santos”. “Sei que preciso aprender muito. Já me sinto acolhido de coração aberto, e tenho certeza que contarei com a ajuda e as orações dos irmãos e irmãs desta Igreja”. “Quero também acolher todos os dons e manifestações que o Espírito Santo de Deus derrama constantemente na comunidade, e em cada um dos batizados”, acrescentou o Bispo, pedindo que todos o sustentem com suas orações. “Ajudem-me a ser um Bom Pastor segundo o coração de Jesus Cristo”.

Dom Tarcísio toma posse do ofício de bispo coadjuntor de Santos, em celebração com cerca de 3 mil fiéis, no sábado, 13

do São João. “Que bela lição este lema de Dom Tarcísio nos traz sobre o que é ser Igreja, sobre que somos nós... Nós somos as testemunhas de Jesus Cristo, que está no meio de nós”, disse. “Que a Diocese de Santos, com a presença de Dom Tarcísio, possa continuar a ser sinal e instrumento da presença de Jesus Cristo no meio de seu povo, em

todas as situações, desde o vasto litoral até as encostas das serras [...]. Que o espírito Santo ilumine e conduza os corações dos pastores desta Diocese e de todo o Povo de Deus, que aqui é testemunha de Jesus Cristo”, completou Dom Odilo. Após a comunhão, foi lido o decreto de nomeação do Bispo Coadjutor como vigário geral da

Diocese, e houve a acolhida do sacerdote com menor tempo de ordenação, Padre Vagner Argolo, e do mais idoso, Monsenhor Francisco Leite. No final da celebração, representantes de diversos setores da sociedade local saudaram Dom Tarcísio, entre eles o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa; a Irmã Antonieta Piovesan, pelos

Um fim de semana de análise do jornalismo católico no Brasil Assessoria de imprensa CNBB

Daniel Gomes

Enviado especial a Brasília (DF) danielgomes.jornalista@gmail.com

Há quatro anos, Márcia Marques, 30, é assessora de imprensa da Diocese de Campina Grande (PB). Em uma sala com um computador, telefone e acesso à internet, ela articula os trabalhos de comunicação da Diocese em diferentes mídias. “É uma sala muito simples, mas a minha estrutura humana, de apoio, é muito boa. Claro que é preciso investir mais, pois a demanda de comunicação é grande para uma pessoa só, mas estamos conseguindo melhorias”, afirmou Márcia ao O SÃO PAULO. Ela esteve entre os 54 participantes do 7º Encontro de Jornalistas dos Regionais, Dioceses, Pastorais e Organismos da CNBB, que aconteceu entre os dias 12 e 14, em Brasília (DF). O cotidiano profissional de Márcia é comum à maioria dos jornalistas que estiveram no encontro. No partilhar das vivências, houve a percepção de que a comunicação da Igreja no Brasil tem avançado, mas pode ser melhor no planejamento das ações, infraestrutura de trabalhos, comunicação entre as dioceses, articulação dos grupos de Pascom e formação dos padres e bispos para o uso das novas tecnologias e participação nas redes sociais.

Jornalista Gerson Camarotti (esq.) da GloboNews participa de encontro da CNBB em Brasília

“Temos crescido muito. Dávamos muita importância à pregação verbal, visual, mas não tínhamos, muitas vezes, pessoas preparadas, não só tecnicamente, mas vocacionalmente para a comunicação. Hoje, o jornalista que é vocacionado pode se preparar mais através do estudo, da troca de experiência, e isso vai dando uma habilidade e despertando a sensibilidade para a comunicação e o anúncio da presença da Igreja”, disse, à reportagem, Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB. Segundo o Bispo, mais que fatos, os

jornalistas católicos devem “transmitir a presença extraordinária de Cristo em nosso meio”, mostrando uma Igreja em saída, sem fazer proselitismo, mas apresentando a dimensão teológica da Igreja.

Visibilidade da Igreja na mídia Alguns profissionais de comunicação foram convidados para falar aos participantes. Gerson Camarotti, da GloboNews, que entrevistou com exclusividade o Papa Francisco no Brasil, afirmou que depende da ajuda dos profissionais das dioceses para produzir reportagens sobre a Igreja. “A mídia brasilei-

ra tem muito desconhecimento da Igreja, o que redunda em uma abordagem superficial. Em coberturas específicas, os jornalistas laicos cometem erros, seja por falta de abordagem ou distanciamento da Igreja”. O Professor Doutor em Comunicação, Luiz Martins, apontou que uma diocese somente consegue divulgar uma boa notícia na grande imprensa trabalhando-a com tempo e através de relacionamentos com os jornalistas. Jorge Duarte, mestre em comunicação social, defendeu que as dioceses invistam em comunicação estratégica, delimitando objetivos, e recomendou aos jornalistas que conheçam as demandas dos assessorados e se preocupem em produzir conteúdos relevantes e não apenas notícias. Sobre a presença da Igreja nas mídias sociais, Nelson Leoni, da agência de publicidade Isobar Brasil, alertou que bispos e padres devem ser conscientizados sobre o eventual impacto de suas postagens. Já Andrea Lopes, especialista em mídias digitais, comentou que as dioceses e pastorais devem perceber qual a rede social que melhor atende as demandas que possuem. Ela defendeu que já na formação ao sacerdócio, a comunicação seja alvo de estudo. “O assunto precisa ser discutido, as plataformas apresentadas, senão não haverá mudanças”.


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