O SÃO PAULO - edição 2968

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Dom Luciano Mendes é lembrado no Belém

Seminário pede justiça e direito para todos

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Regional Sul 1 promove encontro ecumênico

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Lançado livro para o Haiti não ser esquecido

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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ano 58 | Edição 2968| 3 a 9 de setembro de 2013

R$ 1,50

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Papa faz veemente apelo pela paz Emocionado, o Santo Padre chora a morte de crianças e jovens, vítimas das armas químicas

Na oração mariana do Angelus, no domingo, dia 1º, o papa Francisco chamou atenção para a insensatez das guerras, lembrou que violência atrai mais violência, condenou de forma inequívoca o uso de armas químicas e exortou a todos à busca do diálogo

no relacionamento entre as nações. Por fim, o Papa convocou toda a Igreja Católica, os cristãos de modo geral e todos os homens de fé, para fazer do dia 7 de setembro, um dia de oração e de jejum pela paz mundial. Página 4

Despedida Luciney Martins/O SÃO PAULO

Guarulhos diz adeus a dom Joaquim Faleceu, aos 63 anos, no domingo, dia 1º, vítima de câncer, dom Joaquim Justino Carreira, bispo da Diocese de Guarulhos e ex-bispo auxiliar de São Paulo na Região Santana. Ele foi incansável pastor em São Paulo e Guarulhos. Dom Odilo recomenda orações em sufrágio de sua alma. Página 20

visita

Arquidiocese vive peregrinações pelo Ano da Fé Os Institutos e Faculdades de Teologia, Catequistas e a Região Episcopal Belém realizaram suas peregrinações à Catedral da Sé. A atividade acontece no contexto do Ano da Fé e representa um testemunho público da fé e de sua renovação. A “Igreja Mãe da Arquidiocese de São Paulo” receberá as demais peregrinações que serão realizadas antes do encerramento do Ano, em novembro. Páginas 10 e 11

Bispo diocesano de Guarulhos e ex-auxiliar de São Paulo faleceu no domingo, dia 1º Nomeação

O SÃO PAULO recebe dom Odilo Scherer Na sexta-feira, 30, dom Odilo Scherer reuniu-se com a equipe do jornal O SÃO PAULO, inteirouse das dificuldades da produção e distribuição, sugeriu caminhos e animou a equipe a ser criativa na busca de soluções para os problemas. Também ressaltou que o Jornal registra a vida da Igreja. Página 19

L’Osservatore Romano

Dom Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano Nomeado pelo papa Francisco, o atual núncio apostólico da Venezuela, dom Pietro Parolin, substituirá dom Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, no dia 15 de outubro. “Sempre apreciei sua lealdade, assim como a sua qualidade sacerdotal, que também é muito importante”, disse o cardeal francês Jean-Louis Touran. Página 8


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Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 3 a 9 de setembro de 2013 Gabirante

frases da semana

“Os haitianos falam não somente de uma reconstrução, mas de uma refundação. Em relação à agricultura, por exemplo, na década de 1970, o Haiti tinha 98% de produção alimentar no País, sendo independente. Hoje, mais de 50%, devem importar.”

Padre Ermanno Allegri, no lançamento do livro “Haiti por si”

“É impossível falar de democratização do Estado sem falar em democratização da Justiça. A Justiça precisa de ser urgentemente repensada em nosso País, para que não permaneça uma Justiça da elite e uma Justiça dos mais pobres.”

Dom Milton Kenan Júnior, no seminário “Justiça e Direito Igual para Todos”

“Decidi convocar para toda a Igreja, no dia 7, véspera da Natividade de Maria, Rainha da Paz, um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no mundo inteiro, e convido também a unir-se a esta iniciativa os cristãos não católicos.”

Papa Francisco, ao pedir que os cristãos rezem e façam jejum pela paz na Síria

você pergunta

Espiritualidade

Como explicar Mateus 19,28

Não falem com os cristãos[...] Eu saúdo a todos

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

O Artur Luz Pascal deve ser catequista de adultos em sua comunidade. Ele quer saber como explicar, na Catequese de adultos, o texto que está em Mateus 19,28. Artur, fica bem reproduzirmos o que diz o versículo citado por você. Pedro faz uma pergunta a Jesus, sobre a recompensa que caberá aos doze apóstolos que deixaram tudo para segui-lo. Jesus, então, responde, no versículo 28 do capítulo 19: “Eu vos declaro esta verdade: na nova geração, quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, vós, que me seguistes, vos sentareis também sobre doze tronos, para julgardes as doze tribos de Israel”. Pois é, Artur, o Antigo Testamento prepara o Novo Testamento. Os doze patriarcas do Antigo Testamento foram substituídos pelos doze apóstolos no novo povo de Deus, o novo Israel, na Igreja. Jesus afirma que esses apóstolos, que deixaram tudo por ele, vão participar do julgamento final do novo Israel, que, ao passar pelas águas do Batismo, passa a ser o novo povo de Deus. Agora, Artur, não podemos isolar a frase. É preciso continuar lendo, porque Jesus continua dizendo: “E todo aquele que abandonar casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos por amor do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna”. Isso é muito lindo, Artur. Não serão somente os apóstolos que serão tratados com um carinho especial. Serão todos os que apostarem tudo em Jesus, todos os que fizerem de Jesus senhor e mestre de sua vida. Lindo, não é mesmo, meu irmão? Passe isso para as pessoas da Catequese de adultos, anime homens e mulheres a fazerem uma bela experiência de Jesus em sua vida. Fique com Deus. Que ele abençoe você e sua família.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Frei Patrício Sciadini

Nestes dias, tive uma experiência maravilhosa e ao mesmo tempo triste. Fui visitar num lugarejo a família de um futuro noviço e, na entrada da cidadezinha, vi uma faixa com esta frase: “Não falem com os cristãos, nós somos muçulmanos!”. Uma frase que no momento me chocou bastante, não entendi o porquê, mas, considerando a situação particular pela qual o País está passando, é compreensível. Aí fiquei em silêncio e tomei a decisão mais bela e cheia de opinião dentro do meu coração. Quero cumprimentar a todos os que eu encontrar na rua. Com o sorriso, com uma saudação meio errada, vestido com o hábito carmelitano, com a minha cruz que me acompanha

em todos os momentos, fui cumprimentando todas as pessoas que encontrava. E devo reconhecer que todas responderam à minha saudação com o aceno de mão, com o sorriso ou com a palavra. Vi que tudo isso é maravilhoso, abre a porta do coração e faz sentir que, no fundo de nós mesmos, há um jardim cheio de água viva, que jorra a paz, a união e o amor. É possível viver este amor não através de leis, mas através de preceitos porquanto bonitos e teológicos possam ser. Mas, é a partir do amor e da coragem, que nunca se deve ter medo do irmão. Triste é o ser humano que tem medo do outro ser humano. Eu tenho medo dos animais, dos fuzis, das bombas, mas jamais tenho medo do outro. Vivemos em um mundo onde muitíssimos gostam de construir pontes que unem, e alguns – mas são poucos – gostam de destruir essas pontes. Vamos caminhando por onde passamos, esparramando simpa-

tia, sorriso e falando somente de bem. Um cartaz na estrada da cidade espalha o medo, mas uma pessoa que passa abanando as mãos e sorrindo a todos espalha alegria de alguém. Cristo é a alegria da vida para todos. Na terra de todos, os corações precisam lançar sementes de vida e de esperança. Um dia, nascerão. Pode ser que nós não as vejamos nascer e nem vejamos e experimentemos o fruto maduro, alguém o colherá por nós. Percorri o caminho que devia percorrer e fiquei feliz porque encontrei não hostilidade, mas sim sorrisos que me fizeram bem e me convenceram no mais profundo do coração da verdade do único mestre, Jesus: “Gratuitamente recebestes, gratuitamente deveis dar: amor”. Fui dormir sereno e tranquilo e tenho certeza de que, à noite, muitas sementes que lançaram no meu coração com a resposta à minha saudação foram brotadas e tornaram a vida mais leve, mais bela e mais humana.

palavras que não passam

Investir na juventude: grande negócio PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

A Igreja despertou um filão mundial extraordinário de gente capaz de construir uma nova humanidade. É só entusiasmar a juventude por uma causa! Os governos bem que poderiam se engajar nessa iniciativa. Classificar o gasto do governo com a Jornada Mundial da Juventude como mal empregado demonstra uma visão míope e curta da História. Se alguém avaliasse o patrimônio humano, artístico, hospitalar, educacional, profissional, cívico, moral e espiritual que a Igreja plantou em nosso País, e hoje pertence ao nosso povo brasileiro, trataria muito mais de ajudar a zelar por ele do que de menosprezar tão hipocritamente. Se a Igreja um dia – que Deus não permita – abandonasse tudo, quem seria o governante corajoso o bastante para assumir tamanho gigantesco encargo? Não se trata de o governo favorecer

uma Igreja em prejuízo de outras, mas de soas e na comunidade é o que vale, fica o governo fazer o que democraticamente difícil avaliar, porque são atitudes de lhe cabe, isto é, investir no patrimônio mais transformação interna. Sem dúvida, pelo importante de um povo, que é a juventude. comportamento exterior, deduz-se a muAfinal, a promoção é da Igreja, que dança ou não de alguém que tenha partinão se reserva exclusividade, mas quer cipado da JMJ. Naturalmente, a transformação intecompartilhar com a sociedade. De maneira que o governo não dá dinheiro para a rior manifesta-se nas atitudes externas. Igreja, que paga a despesa dela; o gover- Então, sim, é possível avaliar. Basta refletir no paga pouco pelo muito benefício que a em torno de uma simples pergunta: “Como era antes do evento, e como ficou depois?”. sociedade recebe. Num evento como a JMJ, não se trabaPara justificar o investimento governamental, não é necessário comparar cifras com o gasto, Para justificar o investimento por exemplo, faraônico com governamental, não é necessário as Copas e os Jogos Olímpicomparar cifras com o gasto, por cos. Nem contar a parte que exemplo, faraônico com as Copas muita gente corrupta investiu em seu próprio bolso sem e os Jogos Olímpicos nunca restituir; e sem contar as divisas que o Governo e o comércio ar- lha só com o que é possível intelectualizar. Ao intelecto está sempre unida a parceria recadaram com a JMJ. A avaliação de um evento dessa cate- da experiência da convivência tão diversigoria caminha na direção de seus resulta- ficada. Daí que a própria diversidade dos dos para quem dele participou. Compre- idiomas não faz muita diferença, porque endo que, para quem só vale o dinheiro, a juventude aprende e se comunica na linguagem universal do amor, na qual todos fica muito difícil fazer essa avaliação. Até para quem o resultado nas pes- se entendem.

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes • Colaboração: Nayá Fernandes e Edcarlos Bispo de Santana • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: osaopaulo@uol. com.br (redação) • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura.


Fé e Vida encontro com o pastor

Síria: guerra e paz

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

O conflito na Síria está cada vez pior. Mais de um ano de guerra civil já produziu um grande número de vítimas entre civis, de destruição e de feridas na complexa comunidade siriana. Enormes recursos econômicos e energias humanas ali gastos poderiam ter sido bem melhor aplicados em projetos de paz e de bemestar social. Muitas análises sobre o conflito já foram feitas e não é minha intenção fazer mais uma. Certamente não se pode desconhecer que há um conjunto de fatores locais e estratégicos em jogo na guerra civil da Síria; há também facções que buscam se afirmar pela força sobre o resto da sociedade; há populações que desejam ver seus legítimos direitos respeitados. A sistemática violação da dignidade humana acaba se tornando insuportável. Uma guerra nunca é consequência da paz, mas de conflitos latentes ou abertos, que já existiam antes. O que preocupa agora ainda mais é a perspectiva muito concreta do alastramento do conflito, em vez da busca da sua cessação. Fala-se de intervenção externa na Síria, para

não deixar sem uma desaprovação contundente da Comunidade Internacional o uso de armas químicas contra a população, pelo governo sírio, se assim ficar comprovado. De fato, o uso de tais armas é vetado pelas convenções da Organização das Nações Unidas (ONU). A questão é saber se mais violência resolve o problema da violência? Uma guerra pode ser solucionada com outra guerra? O papa Francisco lançou um dramático apelo pela paz na Síria, na sua mensagem da hora do Angelus do domingo, dia 1º: “Vivo com particular sofrimento e com preocupação as várias situações de conflito que existem na nossa terra; mas, nesses dias, meu coração ficou profundamente ferido por aquilo que está acontecendo na Síria e fica ainda mais angustiado pelos desdobramentos dramáticos que se prenunciam”. Qual poderia ser o caminho para evitar ainda mais sofrimento, destruição, morte e feridas abertas por muito tempo? O Papa lamenta o uso das armas e condena com firmeza o uso de armas químicas; adverte que existe um julgamento de Deus e também da História sobre quem toma tais iniciativas. Se o uso da violência não conduz à paz, se a guerra traz mais guerra e a violência chama ainda mais violência, não existe outro caminho do que o da negociação, do diálogo e da busca de um entendimento razoável,

em que todos perdem menos e pode ser encontrada uma solução de paz. O Papa convida as partes envolvidas a escutarem a voz da consciência e não se fecharem nos próprios interesses; que tenham a coragem de superar o conflito cego, desarmar os espíritos e de olhar um para o outro como irmãos. O apelo também vale para a Comunidade Internacional, que está se envolvendo naquele conflito: não poupem esforços para promover, sem demora, iniciativas claras pela paz na Síria, em vista do bem da população daquele País. As numerosas vítimas do conflito e os refugiados em países vizinhos precisam da solidariedade concreta e de ajuda humanitária. A guerra civil na Síria, como tantas outras guerras esquecidas, em várias partes do mundo, requerem um novo sistema de relações de convivência entre os povos, baseado no respeito profundo à dignidade humana, na justiça e no amor. O papa Francisco também lembra “aos homens e mulheres de boa vontade”, aos adeptos das religiões, especialmente aos membros da Igreja Católica, que a paz é um compromisso de todos. E dirige seu convite a todos, para serem promotores da cultura do encontro e do diálogo: é o único caminho para a paz. Por fim, convocou toda a Igreja e convidou as pessoas não católicas a fazerem no dia 7 de setembro, um dia de oração e de jejum pela Síria.

mensagem do cardeal

Cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, enviou mensagem aos párocos, vigários paroquiais e administradores paroquiais da Arquidiocese de São Paulo. Na mensagem, o Arcebispo destaca o início do “mês da Bíblia”, o apelo feito pelo papa Francisco em favor da paz na Síria, no qual ele pediu aos católicos de todo o mundo que Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

A cátedra na Catedral da Sé Todos os anos, no dia 5 de setembro, a Arquidiocese de São Paulo celebra o aniversário da dedicação de sua Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção, conhecida popularmente como “Catedral da Sé”. O papa Paulo 6º escreveu que a catedral deve ser “expressão daquele templo espiritual, que é edificado no interior das almas e brilha pela magnificência da graça divina, segundo a afirmação de São Paulo: ‘vós sois o templo do Deus vivo’ (2Cor 6,16). A catedral é uma imagem da Igreja visível de Cristo, que em todo o orbe da terra ora, canta e

façam no sábado, 7, um dia de jejum e oração em favor da paz na Síria. Na mesma mensagem, o Cardeal relembra que, no dia 5, quinta-feira, é celebrada a dedicação da Catedral da Sé. “Na própria Catedral, celebra-se o aniversário no grau de ‘solenidade litúrgica’; em todas as igrejas da Arquidiocese deve-se celebrar o aniversário da dedicação

da Catedral da Sé no grau de ‘festa litúrgica’”, afirma dom Odilo (leia a íntegra dessa mensagem no site da Arquidiocese – www.arquidiocesedesaopaulo.org.br). Por ocasião desta data tão solene e importante para a Arquidiocese de São Paulo, o Arcebispo enviou uma mensagem explicando o sentido da Cátedra. Leia a íntegra abaixo:

adora...”. Nesse sentido, a igreja catedral é o centro da vida litúrgica da diocese. Neste Ano da Fé, desejo destacar um elemento da Catedral, que se relaciona estreitamente com o ministério da proclamação, ensinamento e testemunho da verdadeira fé, pelo bispo diocesano: trata-se da cátedra episcopal, presente em todas as Catedrais diocesanas, assim chamadas exatamente porque elas são o lugar da “cátedra” do bispo diocesano. A cátedra é o sinal visível do magistério do bispo, constituído “mestre da fé” e pastor dos fiéis da sua diocese; ao mesmo tempo, ele é sinal da unidade da fé da comunidade eclesial reunida em torno dele; através dele, ela está unida a todas as outras comunidades diocesanas e ao Sucessor de Pedro, Pastor universal da Igreja de Cristo. Da cátedra, o bispo diocesano preside a comunidade dos fiéis presentes em cada

celebração presidida por ele na Catedral; e, de maneira simbólica, dali também preside a toda a comunidade diocesana, que se reúne nas muitas igrejas de sua diocese. A Catedral é a igreja-mãe de uma diocese. A cátedra da nossa Catedral Metropolitana recebeu, recentemente, uma nova posição. De fato, antes a sua localização não estava adequada para o desempenho de sua função simbólica para a comunidade dos fiéis. Neste Ano da Fé, é bom lembrar que nós não cremos sozinhos: cremos como a Igreja crê e cremos com a Igreja toda; a cátedra episcopal das nossas Catedrais lembra também a unidade da fé da comunidade local com a universalidade da Igreja.

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 3 a 9 de setembro de 2013 editorial

Guerra chama mais guerra, violência, mais violência O papa Francisco, no domingo, dia 1º, manifestou seu horror, sua consternação, sua angústia, pela estupidez, pela crueldade sem limites das guerras, de todas as guerras, mas particularmente daquela que sacode a Síria, de onde nos chegam notícias e imagens assustadoras. Naquele País, a crueldade ultrapassou os limites com o uso de armas químicas ceifando vidas inocentes de crianças, adolescentes, jovens. Chega de violência, grita o Papa. “Violência atrai violência”, lembrou. E a História está cheia de exemplos, cheia de lições que a humanidade parece ignorar. Até aonde iremos? Até quando suportaremos tanta insensatez? “Dirijo um forte apelo pela paz, um apelo que nasce do íntimo de mim mesmo! Quanto sofrimento, quanta destruição, quanta dor causou e está causando o uso das armas naquele país atormentado, especialmente entre a população civil e indefesa! Pensemos em quantas crianças não poderão ver a luz do futuro! Condeno, com uma firmeza particular, o uso das armas químicas! Ainda tenho gravadas na mente e no coração as imagens terríveis dos dias passados! Existem um juízo de Deus e também um juízo da História sobre as nossas ações aos quais não se pode escapar! O uso da violência nunca conduz à paz. Guerra chama mais guerra, violência chama mais violência.” O Papa, porém, fez mais do que protestar, mais do que manifestar sua angústia, mais do que apelar para o bom-senso. Ele convocou toda a Igreja e todas as demais religiões e – por que não? – todos os homens de boa vontade, para fazer do 7 um dia de jejum e de oração pela paz. E ele estará recebendo na praça de São Pedro nesse dia todos aqueles que com ele irão jejuar e orar pela paz. E o mundo certamente estará voltado para lá, para jejuar e orar com Francisco. Milhões e milhões de pessoas em jejum e oração, homens e mulheres de boa vontade suplicando pela paz! Que os responsáveis pelas nações vejam e ouçam o clamor de paz que sai do coração da humanidade. Que se busque o diálogo. Que impere o bom-senso dos grupos em litígio dentro da Síria e dentro de todas as nações. Que se entenda que a paz é possível. Que se entenda que a violência é um falso caminho, é um beco sem saída que não leva à paz. agenda do Cardeal

Terça-feira (3)

9h – Reunião com o clero da Região Ipiranga

Quinta-feira (5)

12h – Missa na Catedral da Sé, pelo aniversário de dedicação 14h – Reunião na Fundação Metropolitana Paulista 15h – Reunião na Fundação Santa Teresinha do Menino Jesus 16h – Reunião na Fundação Capela Menino Jesus e Santa Luzia

Sexta-feira (6)

17h30 – Participação no 3º Congresso Internacional da Academia Nacional de Direito do Trabalho

Sábado (7)

8h – Missa pela Pátria, na Catedral da Sé

Segunda-feira (9) Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

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12h – Início do retiro com o clero da Região Belém


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Fé e Vida

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liturgia e vida

24º DOMINGO DO TEMPO COMUM 15 DE SETEMBRO

palavra do papa

Papa Francisco convoca um dia de jejum pela paz

Ana Flora Anderson

O Pai misericordioso A liturgia apresenta três leituras sobre a fraqueza e o pecado diante da grande misericórdia de Deus. A primeira leitura (Êxodo 32,7-11.13-14) narra a infidelidade do povo que Moisés libertou. Cansado do sofrimento no deserto, desconfiado do poder de Deus, o povo começou a adorar um ídolo. O autor do texto apresenta um Deus impaciente com esse “povo de cabeça dura”. Moisés suplica que Deus se lembre das promessas. E ele, mais uma vez, perdoa seu povo. Na segunda leitura (Timóteo 1,12-17), São Paulo confessa que blasfemava, perseguia e insultava os primeiros cristãos. Mas Jesus, pela graça da misericórdia, transformou Paulo em servo do Senhor. No Evangelho de São Lucas (15,1-32), esse capítulo é chamado o Evangelho dentro do Evangelho! Usando uma série de parábolas, Jesus ensina que Deus é o Deus de amor infinito e conclui com a parábola do Filho Pródigo. O irmão mais velho é igual aos teólogos que criticam Jesus. Obedece a seu pai, trabalha com fidelidade e jamais cria qualquer escândalo. Mas ele não consegue aceitar que o pai ame também o filho que foi embora. O pai explica que o filho mais velho é amado e respeitado, mas, ele deve se alegrar com a volta do irmão e celebrar junto com os outros convidados. A parábola não conta se o filho obediente é capaz de amar como o pai ama. leituras da semana

SEGUNDA (16): 1Tm 2,1-8, Lc 7,1-10 TERÇA (17): 1Tm 3,1-13, Lc 7,11-17 QUARTA (18): 1Tm 3,14-16, Lc 7,31-35 QUINTA (19): 1Tm 4,12-16, Lc 7,36-50 SEXTA (20): 1Tm 6,2c-12, Lc 8,1-3 SÁBADO (21): Ef 4,1-7.11-13, Mt 9,9-13

santo da semana

Santa Regina – 7 de setembro Regina viveu no século 3º, em Alise, França. Seu nascimento foi marcado por uma tragédia familiar, porque sua mãe morreu durante o parto. Por essa razão, a criança precisou de uma ama de leite, uma cristã. Na adolescência, Regina pediu que fosse batizada no Cristianismo, embora o ambiente em sua casa fosse pagão. O martírio de Regina começou cedo. O seu pai, um servidor do Império Romano chamado Olíbrio, passou a insistir para que ela aprendesse a reverenciar os deuses. Até que, um dia, recebeu a denúncia de que Regina era uma cristã. No início não acreditou, mas decidiu que iria averiguar o assunto. Quando Olíbrio percebeu que era verdade, denunciou a própria filha ao imperador, Décio, que a seduziu com promessas vantajosas caso renegasse Cristo. Ao perceber que nada conseguiria, muito menos demovê-la de sua fé, ele a mandou para o suplício. Regina sofreu todos os tipos de torturas e foi decapitada.

Papa francisco O que podemos fazer pela paz no mundo? Como dizia o papa João 23, a todos corresponde a tarefa de estabelecer um novo sistema de relações de convivência baseados na justiça e no amor. Possa uma corrente de compromisso pela paz unir todos os homens e mulheres de boa vontade! Trata-se de um forte e premente convite que dirijo a toda a Igreja Católica, mas que estendo a todos os cristãos de outras confissões, aos homens e mulheres de todas as religiões e também àqueles irmãos e irmãs que não creem: a paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade. Repito em alta voz: não é a cultura do confronto, a cultura do conflito, aquela que constrói a convivência nos povos e entre os povos, mas sim esta:

a cultura do encontro, a cultura do di- violência no mundo. A humanidade álogo, este é o único caminho para a precisa ver gestos de paz e escutar paz. Que o grito da paz se erga alto palavras de esperança e de paz! Peço para que chegue até o coração de cada a todas as Igrejas particulares que, um, e que todos abandonem as armas além de viverem este dia de jejum, e se deixem guiar pelo desejo de paz. organizem algum ato litúrgico por Por isso, irmãos e irmãs, decidi esta intenção. Peçamos a Maria que nos ajude convocar para toda a Igreja, no próximo dia 7, véspera da Natividade de a responder à violência, ao conflito e Maria, Rainha da Paz, um dia de jejum à guerra com a força do diálogo, da e de oração pela paz na Síria, no Não é a cultura do confronto, Oriente Médio, e no mundo ina cultura do conflito, aquela que teiro. E convido constrói a convivência nos povos e também a unirse a esta iniciaentre os povos, mas sim esta: a cultura tiva, no modo do encontro, a cultura do diálogo que considerem mais oportuno, os irmãos cristãos não católicos, reconciliação e do amor. Ela é mãe: aqueles que pertencem a outras re- que Ela nos ajude a encontrar a paz; ligiões e os homens de boa vontade. todos nós somos seus filhos! AjudaiNo dia 7, na praça de São Pedro, aqui, nos, Maria, a superar este momento das 19h até as 0h, reuniremo-nos difícil e a nos comprometer a consem oração e em espírito de penitên- truir, todos os dias e em todo lugar, cia para invocar de Deus este grande uma autêntica cultura do encontro e dom para a amada nação Síria e para da paz. Maria, Rainha da paz, rogai todas as situações de conflito e de por nós! L’Osservatore Romano

Tweets do papa

@Pontifex_pt 2 – Queremos um mundo de paz; queremos ser homens e mulheres de paz!

2 – Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra! 1 – Rezemos pela paz: a paz no mundo e no coração de cada um. 30 – A fé não é algo decorativo, ornamental. Ter fé significa colocar Cristo realmente no centro da nossa vida. 29 – O amor de Deus não é algo valgo, genérico; o amor de Deus tem um nome e um rosto: Jesus Cristo. 27 – Deixemos que Jesus entre na nossa vida, saindo dos egoísmos, das indiferenças e de ficar fechado aos demais.

Papa Francisco chega à igreja de Santo Agostinho, em Roma, levando na mão, numa sacola branca, a mitra. “Não deixem adormecer o coração de vocês”, se sintetiza nesta frase o sentido da homilia que o Pontífice pronunciou durante a celebração da missa, por ocasião da abertura do Capítulo Geral da Ordem dos padres Agostinianos. Fonte: Facebook/ Humanitas Unissinos

há 50 anos

O SÃO PAULO mostra nova divisão geopolítica da África Baseando-se em dados fornecidos pela ONU, os leitores do O SÃO PAULO, em setembro de 1963 puderam conhecer a situação geográfico-política da África. “Com maior razão devem-se interessar pela nova África os povos cristãos, muitos deles culpados pelo mau andamento social de algumas novas nações.” Outra notícia foi a assinatura do novo contrato entre a prefeitura e a Companhia Telefônica do Brasil (CTB) para fixação de novas taxas. À época, dom Vicente Zioni, bispo auxiliar e vigário-geral, publicou uma nota, na capa da edição, advertindo

a importância de defender a verdade nos meios de comunicação social. “Finalidade da Imprensa é servir a verdade, bem informando os leitores de acordo com essa mesma verdade, sem jamais apoiar o erro ou prestarse à demagogia dos boatos [...].” Foi noticiada, ainda, a continuidade do Plano para a Igreja no Brasil, com os pontos essenciais do Plano de Emergência organizado pela CNBB, a fim de proporcionar aos nossos leitores um melhor conhecimento do mesmo tanto mais que se esgotou rapidamente a publicação em que foi exposto.

Capa da edição de 08/9/1963


Fé e Vida

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fé e cidadania

direito canônico

A Confraria da Santa Casa de Misericórdia

Bens temporais da Igreja

Professora da USP, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da USP e presidente do Instituto Jacques Maritain do Brasil

Maria Luiza Marcilio

As confrarias foram criadas na Idade Média, como associações de leigos, empenhados em obras de caridade e em celebrar funerais cristãos de seus membros e dos pobres. Elas fundaram os primeiros hospitais e leprosários no Ocidente europeu, mantidos por leigos ricos e devotos, com donativos e legados. A primeira confraria da Santa Casa de Misericórdia foi criada em Lisboa, Portugal, em 1498. Rapidamente, espalhou-se pelas cidades portuguesas para promover as sete obras de caridade. As corporais: dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; dar pousada aos peregrinos; assistir aos enfermos; visitar os presos; e enterrar os mortos. E as espirituais: dar bom conselho; ensinar os ignorantes; corrigir os que erram; consolar os aflitos; perdoar as injúrias; sofrer com paciência as fraquezas do próximo; e rogar a Deus por vivos e defuntos, principalmente pelos defuntos que estão no Purgatório. A primeira Santa Casa de Misericórdia do Brasil foi a

de Santos, criada por Brás Cubas, em 1543. No começo do século 20, quase todas as cidades, médias e grandes, possuíam sua Santa Casa. As Santas Casas foram os primeiros hospitais do Brasil e atendiam os pobres. Assistiam a criança abandonada, as mocinhas órfãs, abandonadas e pobres, que poderiam receber um dote para ter condição de se casar. Seus confrades visitavam presos, assistiam enfermos. Foram precursoras em criar os primeiros cemitérios, também para pobres e crianças abandonadas. Para manterem seus serviços, as Santas Casas recorriam desde o início a legados e esmolas dos ricos, embora por vezes tenham recebido apoio financeiro de reis e governos. A ajuda esteve associada ao medo do Inferno e para abreviar as penas do Pur-

gatório. No Concílio de Trento (século 16), confirmou-se a ideia da existência do Purgatório, o que desencadeou em cada católico um forte temor de passar por esse sofrimento depois da morte. Aumentou enormemente o costume, entre os que tinham grandes posses e propriedades, de escrever seu testamento enquanto vivo, partilhando seus bens e deixando parte deles em esmolas para os pobres e para a Santa Casa. Com isso, as Santas Casas foram acumulando grandes propriedades e valores através dos tempos. Hoje, a confraria da Santa Casa sobrevive restrita à assistência hospitalar, subsidiada pelo governo, com apoio de suas heranças patrimoniais remanescentes. Em muitas cidades brasileiras é o único Hospital existente. Luciney Martins/O SÃO PAULO

espaço aberto

Quando os últimos são os primeiros Professor de Teologia da PUC-SP

Padre Antonio Manzatto

O papa Francisco fez sua primeira viagem fora de Roma. Saiu de sua diocese, pela primeira vez, para se encontrar, na ilha de Lampedusa, com os esquecidos do mundo. É neste lugar que as vítimas das várias catástrofes que se abatem sobre o continente africano tentam chegar para poderem sonhar com uma vida menos sofrida. Ninguém os quer, ninguém os vê, o mundo os esconde porque não interessam ao sistema econômico. São, em todos os sentidos, os últimos da sociedade. Em frágeis embarcações, milhares morrem sem conseguir chegar ao porto. Outros ficam na ilha por longo período, esperando o momento de poderem entrar

na Europa e se instalarem, terem um emprego, uma possibilidade de vida para si mesmos e para suas famílias. Muitos os veem como peso, como problema. O Papa decidiu estar com eles um momento, manifestar-lhes sua solidariedade, jogar as luzes do mundo sobre essa realidade. Os que queriam escondê-la foram obrigados a enxergá-la. A primeira preocupação do Papa, por ser pastor, é com a realidade de vida das pessoas vítimas da pobreza, e por isso foi visitálas. Os últimos da sociedade são os primeiros na preocupação do pastor. Não é isso que diz o Evangelho? Rezando com eles, confortando-os em seu sofrimento, o Papa não se esqueceu de denunciar o pecado das pessoas e as políticas responsáveis por criarem no mundo tal situação. Afinal, o sofrimento daqueles milhares de migrantes não acontece por

acaso, mas traz como causa a organização da política e da economia em benefício dos fortes e poderosos. Sim, o Papa, por ter vindo da América Latina, conhece bem o que significa a opção pelos pobres e a põe em prática em seu trabalho pastoral. Menos príncipe e mais pastor, menos autoridade e mais servidor do povo, é assim que ele entende a expressão da fé dos cristãos. E é assim que a vive. Com seu gesto, Francisco foi capaz de devolver a esperança aos migrantes, mas também à Igreja. Ela ainda pode ter jeito, deixando de lado as intrigas da luta pelo poder e pela riqueza, para reencontrar sua natureza própria, o serviço aos pobres e aos sofredores, aos últimos da sociedade. Quando faz dos últimos sua primeira preocupação, ela afirma-se como discípula e anuncia o Reino de Deus que Jesus proclamou.

Padre Carlos Roberto Santana da Silva

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sustentação do clero, pois se deveria dar maior atenção ao que se refere à comunhão dos bens eclesiásticos, o destino dos bens aos pobres, o espírito de pobreza. Diante de certas lacunas, sugeriu-se a inserção de alguns elementos: fundamentado na encíclica de Paulo 6º Populorum Progressio se faça a menção do uso dos bens que sobram, para sustentar os pobres; que se deem faculdades especiais aos bispos para que se reconheça o seu poder supremo de “dispensadores” na diocese; que se faça menção do múnus do Sumo Pontífice para se concretizar os princípios contidos no Decreto Christus Dominus e na Constituição Pastoral Gaudium et Spes a respeito das obrigações das Igrejas particulares de socorrerem as Igrejas particulares mais

Na sequência dessas edições, iremos tratar sobre os bens temporais da Igreja, Livro 5º do Código de Direito Canônico, da Igreja do Rito Latino. Nesta edição, de modo especial, trataremos sobre os traços históricos do livro 5º; alguns aspectos do juízo geral; os aspectos positivos, negativos e possíveis lacunas. Aspectos positivos: na elaboração dos cânones se dá grande espaço para o princípio de subsidiariedade; o esquema responde aos princípios emitidos para a reforma do Código; a questão dos benefícios e da constituição da caixa comum foi bem solucionada; normas reais e não abstratas; as normas estão imbuídas de um sadio realismo; As normas se sobressaem pela o esquema coloclaridade, simplicidade, e pelo ca muito bem o aspecto social e espírito de equidade, bem como comunitário dos pelo espírito de caridade e bens eclesiásticos, em contrapobreza eclesial; a matéria está posição à visão bem distribuída individualista do sistema beneficial; boa técnica jurídica; as normas se sobres- pobres; que os missionários saem pela claridade, simplici- persuadam as comunidades dade, e pelo espírito de equi- das novas dioceses e que dade, bem como, pelo espírito procurem os meios necessáde caridade e pobreza eclesial; rios para sustento próprio, a matéria está bem distribuí- sem que necessitem do auxída; canonização da lei civil. lio de outras Igrejas; que se Aspectos negativos: a lei insiram no esquema as norgeral delega muitas coisas à mas da Congregação para o lei particular; preferivelmente Clero a respeito da tutela do a lei deveria ser geral podendo patrimônio eclesiástico que ser completada pela lei par- tenham um peculiar valor em ticular; há certo exagero no razão da arte ou da história. que tange à legislação sobre a (Continua a reflexão na próxima edição).

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ceat

Pastoral operária

Expectativas mundiais de emprego dos jovens

Padre Lício de Araújo Vale

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou, em maio deste ano, o documento Tendências Mundiais do Emprego Juvenil 2013. O documento mostra dados preocupantes sobre o desemprego dos jovens: a taxa mundial dos que têm de 15 a 25 anos está em 12,4%, mas varia muito de região para região. Ela é mais alta no Oriente Médio e na África do Norte, com 28,3% e 23,7%, respectivamente, e mais baixa na Ásia, com 9,5%. Na América Latina e Caribe, o desemprego juvenil está em torno de 12%. A OIT destaca que, embora o crescimento econômico nessa região tenha produzido melhoras na situação, os jovens não foram os mais beneficiados. O documento mostra que os empregos formais, os de carteira assinada, estão menos disponíveis aos jovens, que acabam tendo que aceitar empregos temporários. A média da taxa de desocupação entre os jovens é quase o dobro da adulta, que, na região, está em 6%, segundo a OIT. No Brasil, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula em 22,6% a porcentagem de desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos, no fim de 2012. Já a taxa de desemprego no País está em 5,7%, a menor da História. Cabe investigar por que os jovens não estão empregados. Segundo Sérgio Mindlin,

presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, uma das explicações é que os jovens não costumam parar muito tempo num emprego. Outra é a de que existe um vácuo entre as habilidades e competências adquiridas na escola e as exigidas pelas empresas, o que faz com que pessoas mais experientes sejam preferidas nas entrevistas. Outro fator preponderante é a baixa escolaridade. A escolaridade média dos brasileiros é uma das menores da América do Sul: 7,2 anos de estudo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), ou de 7,4 anos, segundo o Ministério da Educação (MEC). A evasão escolar no ensino fundamental é de 24,3%, também uma das maiores do continente. Um dos grandes desafios do Brasil é, portanto, saber aproveitar o potencial dos jovens e superar os obstáculos, como a baixa escolaridade. Assim, é necessário investir em capacitação pública, mas não nos moldes antiquados; a educação para o trabalho deve ser estimulante e capaz de reconhecer novos tempos e aspirações, bem como apresentar uma metodologia inovadora, que considere os talentos da juventude. Outra saída é que as empresas criem programas de contratação e de formação de talentos, para que esses jovens talentos possam crescer dentro da própria empresa. Se empresas e governos se unirem para enfrentar esses desafios, não teremos uma geração inteira perdida e será possível atender às necessidades de uma imensa parcela de pessoas hoje excluídas do mundo do trabalho.

vagas da semana 250 Vagas p/ OPERADOR DE CAIXA em todas as regiões de SP, fem, 18 a 36 anos, sem experiência, ensino médio completo. 400 Vagas p/ OPERADOR DE SUPERMERCADOS em todas as regiões de SP, mas/ fem, 18 a 36 anos, sem experiência, ensino fundamental completo. 700 Vagas p/ PORTEIRO em todas as regiões de SP, masc, 24 a 45 anos, sem experiência, ensino médio incompleto. 40 Vagas p/ AJUDANTE DE CARGA E DESCARGA em todas regiões de SP, masc, 18 a 30 anos, sem experiência, ensino médio incompleto. 750Vagas p/ ATENDENTE DE LANCHONETE em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 32 anos, sem experiência, ensino fundamental completo. 1.500 Vagas p/ AUXILIAR DE LIMPEZA em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 45 anos, sem experiência, ensino fundamental incompleto. 250 Vagas p/ VENDEDOR LOJISTA em todas

as regiões de SP, mas/fem, 18 a 28 anos, sem experiência, ensino médio completo. 1.800 Vagas p/ OPERADOR DE TELEMAR-KETING em todas as regiões de SP, mas/ fem, 18 a 55 anos, sem experiência, ensino médio completo. 150 Vagas p/ REPOSITOR DE MERCADORIAS em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 30 anos, sem experiência, ensino fundamental completo. 350 Vagas p/ AUXILIAR DE COZINHA em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 50 anos, ensino fundamental incompleto. 350 Vagas p/ ATENDENTE DE BALCÃO em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 40 anos, sem experiência, ensino médio incompleto. 50 Vagas p/ Embalador zona oeste, mas/ fem, 18 a 40 anos, sem experiência, ensino médio completo. 200 Vagas p/ Manobrista em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 40 anos, sem experiência, ensino médio incompleto.

Unidades de atendimento Unidade Santana – Rua Dr. Gabriel Piza, 475 – Metrô Santana Unidade Rio Pequeno – Av. Otacilio Tomanik, 1.555 – Rio Pequeno Unidade Santo Amaro – Rua Padre José de Anchieta, 172 – Santo Amaro Unidade Tatuapé – Rua Bonsucesso, 233 – Metrô Tatuapé

Igreja em Ação

Unidade São Miguel – Rua José Dias Miranda, 48 – São Miguel Paulista Unidade Vila Mariana – Rua Bartolomeu de Gusmão, 524 – Vila Mariana Unidade Marechal Deodoro – Rua Barão de Campinas, 691 – Marechal Deodoro

O movimento sindical e as manifestações de junho Membro da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo

Padre Miguel Pípolo

A inação do movimento sindical durante as passadas manifestações de junho constitui-se num caso à parte. Ressabiado com a presidente Dilma Rousseff, o movimento sindical está amuado e chora as mágoas em seus gabinetes refrigerados. Quem diria! Sem saberem o que fazer com os milhões de reais, sindicatos e suas centrais sindicais passeiam sua indiferença pelo País. Os sindicatos gloriam-se de obter reajustes salariais acima da inflação. Nunca foi tão fácil sentar às mesas de negociações, e lá ficam sentados. O sindica-

to dos condutores de ônibus atrapalhou a vida de milhares e milhares de trabalhadores por causa de uma briga mesquinha entre militantes sustentados pelo imposto sindical. Os donos do fabuloso negócio dos transportes públicos da cidade queixamse porque dizem estarem sem condições de investir em ônibus novos. O movimento sindical está longe das suas bases. Sem bandeira de luta que atinja o bolso do trabalhador, o movimento não sabe o que fazer. Não há o menor esforço para explicar aos trabalhadores questões como o fim do fator previdenciário e a jornada de trabalho de 40 horas. Ou seja, não há formação para a classe trabalhadora. Preferem ficar à espera de uma brecha na agenda da presidente Dilma

Rousseff. É o peleguismo de sempre. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é outro caso à parte. Engordada por fartos reais, suas antigas bandeiras de luta ficaram esquecidas em algum fundo de baú. Suas direções sindicais nem sequer se lembram delas. Resulta talvez do desserviço prestado por Luiz Inácio Lula da Silva ao dar a elas um naco do imposto sindical. É o suprassumo do peleguismo. O velho Joaquinzão não faria melhor. Enquadrada pelo seu exherói de lutas encarniçadas do passado, o seu presente é uma pálida imagem daquilo que foi. As lutas de junho da juventude poderiam ter dado ao movimento sindical aquela oportunidade de apresentar um projeto de nação encalhado no nevoeiro da sua inação. Luciney Martins/O SÃO PAULO

pastoral vocacional

Crescei e multiplicai-vos Promotor Vocacional da Arquidiocese de São Paulo

Padre Messias de Moraes Ferreira

Prezados animadores vocacionais de nossa Arquidiocese de São Paulo. Quero saudar a cada um em Cristo Jesus. “Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo” (Rm 1,7). “Vocês são a luz do mundo.” Essas palavras de Jesus são a fonte e a força de toda missionariedade dos cristãos. Se alguém é luz não pode deixar de levá-la aos lugares onde existem trevas e sombras, para que tudo esteja na luz e todos possam ver as maravilhas de Deus.

O verdadeiro cristão não pode esconder as razões da esperança que tem dentro de si nem deixar de dar testemunho de vocação recebida do Pai, chamada por Jesus e enviada pelo Espírito Santo. Não pode se contentar em saciar a fome e a sede de um só dia, quando tem aquele que sacia a sede e a fome de sempre e dá a vida eterna. A continuidade, a fecundidade, a multiplicação e o crescimento pertencem à própria dinâmica da vida. Por isso, hoje, é importante que cada cristão saiba da importância de se promover as vocações para que elas sejam cada vez mais fecundas no mundo e na Igreja. Cada um deve descobrir a sua responsabilidade individual na evangelização dos povos. A

resposta generosa de cada homem e de cada mulher em ser missionário evangelizador deve se pautar segundo a vocação pessoal recebida de Deus. É o Espírito Santo que faz a unidade na diversidade de dons e carismas, línguas e culturas. Com Deus, a unidade torna-se sólida e perene. Supliquemos a Deus por todos aqueles que doam sua vida a serviço da evangelização e se dispõem a ser conduzidos pelo Espírito Santo em todos os momentos de suas vidas. As vocações surgem de comunidades orantes. Seja você também um animador vocacional em sua paróquia ou comunidade. Para mais informações, entre em contato conosco pelo e-mail cvasp@uol.com.br ou pelo telefone 3104-1795.


Igreja em Ação

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pastoral familiar

bioética

Semana Nacional da Família

Mortalidade infantil e expectativa de vida ao nascer

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Secretários da Pastoral Familiar Arquidiocesana

Zuleica e João Abrahão

A Semana Nacional da Família foi criada em 1992 e é desenvolvida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da CNBB, e pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar. Ela objetiva incentivar a família brasileira, na situação em que se encontra no momento, a fazer uma reflexão sobre a questão da “Transmissão e educação da fé cristã na família”. A Semana Nacional da Família é celebrada durante o mês vocacional. A Hora da Família de 2013 procura, através de reuniões familiares, encontros, seminários ou grupos de reflexão, desenvolver os seguintes subsídios: Pai e mãe, primeiros e autênticos transmissores da fé; desafios cristãos na educação dos filhos na fé; valores que permanecem: memória da educação dos filhos na fé; educar pela presença: pais, modelos de virtudes e valores humanos; educar com fortaleza e “docilidade de alma”; iniciação cristã: educação para a felicidade; projeto de vida pessoal e familiar. Ademais, apresenta celebrações para o Dia das Mães, dos Pais e dos Avós. Oferece, ainda, celebração para as bodas matrimoniais e para a renovação da fé e, também, pais e filhos celebrando o perdão e um pequeno texto para motivar a im-

Niversindo Antonio Cherubin

plantação de Associação de Famílias nas Paróquias. Através de um especial enfoque nos relacionamentos familiares, envolvendo esposos, filhos, avós e parentes, com a certeza de que Deus está presente e deseja a felicidade de

cada membro, a Semana Nacional da Família, pelo subsídio “Hora da Família”, busca que a família brasileira reencontre o verdadeiro sentido cristão de sua existência, convicta de ser responsável pela “Transmissão e educação da fé cristã na família.”

Cardeal e Pastoral Operária solidarizam-se com vítimas de acidente na zona leste Redação

“O pão dos indigentes é a vida dos pobres, e quem tira a vida dos pobres é assassino” (Eclesiástico 34, 20-22), assim começa a nota da Pastoral Operária (PO) da Arquidiocese de São Paulo, que comenta o desabamento de um prédio em São Mateus, zona Leste da capital paulista. Na nota, a PO afirma que “a omissão e o descaso com a vida de trabalhadores por parte do Poder

Público municipal mutila e mata trabalhadores na cidade de São Paulo”. A pastoral recomenda que haja, por parte dos cristãos católicos, “forte pressão para uma rigorosa investigação e punição de todos os responsáveis”. Em nota, o Arcebispo metropolitano, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, manifestou solidariedade para com as vítimas do colapso do edifício comercial. Dom Odilo lamentou “profundamente a perda de vidas humanas no acidente”.

“Neste momento, é importante tomar consciência das implicações de sinistros graves, que poderiam ser evitados, se tivessem sido devidamente observadas as indispensáveis precauções de segurança. Esse lamentável episódio deve levar a uma profunda reflexão sobre a preciosidade de cada pessoa humana, cuja vida não deve ser exposta a graves riscos, mas protegida e valorizada.”

Disse o Papa: ‘Obrigado a todos!’”.

do jornal O SÃO PAULO pela realização da oficina sobre “Escrita Jornalística”, na qual a dinâmica fraterna permitiu a todos nós dialogar sobre a contribuição e construção deste importante veículo par a Arquidiocese de São Paulo.

Leia a íntegra da nota do Arcebispo no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br)

espaço do leitor

Papa Francisco recebe O SÃO PAULO Por intermédio do padre Antonio Spadaro, sj, italiano, que trabalha no Vaticano, a equipe do O SÃO PAULO conseguiu que um exemplar da edição especial sobre a JMJ chegasse às mãos do papa Francisco. Na quinta-feira, 29, o Padre mandou mensagem, pelo facebook, a um de nossos reporteres e destacou: “Papa Francisco recebeu ‘O SÃO PAULO’ esta tarde. Quando ele o viu, abriu-o e folheou as páginas com um grande sorriso.

Agentes de pastoral parabenizam por Oficina de Comunicação Muito obrigado pelas dicas, foi uma ótima reunião, onde fazia muito tempo que nem lembrava as regras para escrever para jornal. Parabéns para toda a equipe do jornal, pela clareza, pelo empenho, dedicação e comprometimento. Um forte abraço para todos. Daniel Zampieri - Assessor da Pastoral da Criança

Queremos parabenizar a equipe

José Lucas dos Santos Secretário da Pastoral Operária

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

Nos últimos 30 anos, o Brasil melhorou sensivelmente os dois indicadores acima. É só fazermos uma comparação entre os anos de 1980 e 2010. Na mortalidade infantil, em cada mil nascidos vivos no primeiro ano de vida, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que publicou a estatística no último dia 2 de julho, o Brasil baixou, nos últimos 30 anos, de 69,1 para 16,7. O Nordeste se destacou neste item, passando de 97,1 para 23 – uma queda de 74,1%. Está, porém, ainda na liderança nacional. De acordo com os dados da União das Nações Unidas, o Brasil ocupa a 97ª posição no ranking mundial, perdendo inclusive, na América do Sul, do Chile e da Argentina, respectivamente com 6,54 e 12,42. O motivo pelo qual a mortalidade infantil no Brasil é ainda tão elevada envolve em primeiro lugar aspectos de saúde, no sentido de que o percentual de mulheres grávidas que não querem ou não têm a opção de fazerem um bom pré-natal é muito elevado, mesmo nas grandes cidades. Outro motivo importante é a utilização de uma alimentação inadequada ou deficiente. Há também quem não faça a vacinação. O saneamento básico e a não participação aos programas, como a saúde da família e a falta de escolaridade, interferem expressivamente na manutenção da vida dos recémnascidos. Quanto à expectativa de vida ao nascer, houve também melhoria bem acentuada nos últimos 30 anos. O Brasil passou de 59,6 para 70,2, um aumento de 10,6 anos. Esta, porém, bem abaixo do Chile (79,20 anos) e da Argentina (75,77 anos). Segundo a Organização das Nações Unidas, o Japão é o país onde as pessoas vivem mais tempo, chegando, em média, a 83,09 anos. No Brasil, as diferenças regionais são muito acentuadas. Assim: Alagoas tem uma expectativa de vida de apenas 69,2 anos; Rondônia, de 73,9; Piauí, 73,8; Maranhão 72,8; e Roraima, 72,8. Já no Sul e Sudeste, a situação é bem melhor: Santa Catarina 79,9; Espírito Santo, 79,5; São Paulo, 79,2; e Rio Grande do Sul, 79,2. São muitos os fatores que influenciam para o aumento da expectativa de vida. Assim: realização frequente e sistemática de exercícios físicos, vacinação contra uma série de doenças, alimentação equilibrada, bom uso da água, check-up anual, não exposição a perigos, como os de trânsito, consumo moderado de álcool e não exposição à violência.

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Geral

Evento trata da contribuição da JMJ para a teologia A Faculdade de São Bento realizou na sexta-feira, 30, no mosteiro, o evento “A contribuição da JMJ para a teologia”, com reflexões sobre Juventude e o Novo Testemunho e o Pós-JMJ, além da mesa-redonda “Téologos na JMJ”. Participaram do evento o padre Alexandre Awi e os professores Domingos Zamagna e Nei Márcio de Oliveira de Sá.

Nomeado secretário de Estado do Vaticano Dom Pietro Parolin, diplomata por formação e núncio apostólico na Venezuela, foi escolhido pelo papa Francisco NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

“Uma pessoa simples, humilde, que não gosta de se mostrar com os sinais episcopais. Nisso se assemelha muito ao papa Francisco”, contou a senhora Ada Miotti, 85, mãe do arcebispo Pietro Parolin, atual núncio apostólico na Venezuela, nomeado pelo papa Francisco, no sábado, 31, como novo Se-

cretário de Estado do Vaticano. Dom Pietro substituirá o cardeal Tarcisio Bertone, que permanecerá no cargo até o dia 15 de outubro. Naquela data, em audiência com toda a Cúria Romana, Francisco agradecerá

publicamente o serviço prestado à Santa Sé pelo Cardeal salesiano e apresentará dom Pietro Parolin a seus colaboradores. O novo secretário de Estado Vaticano tem 58 anos e é

natural de Schiavon, na província de Vicenza, região norte da Itália. Seu pai era dono de uma loja de ferramentas e máquinas agrícolas e a mãe, professora de ensino básico. De família simples, ficou órfão de pai e entrou no seminário aos 14 anos. A experiência da perda trágica do pai, falecido num acidente rodoviário em 1965, marcou a sua infância e a dos irmãos. Sacerdote desde 1980, dom Pietro iniciou sua carreira na diplomacia vaticana em 1986. Assim, a escolha marca o retorno à Secretaria de Estado de um diplomata de formação. Após a nomeação, disse sentir viva a graça deste chamado que, mais uma vez, constitui uma surpresa de Deus em sua vida. Disse sentir também toda a responsabilidade desta missão exigente, perante a qual as suas forças são frágeis, e pobres as suas capacidades.

O salesiano Tarcisio Bertone, escolhido pelo papa emérito Bento 16 um ano após a eleição do Pontífice, deixará o cargo com quase 79 anos. A origem da escolha de um prelado não proveniente da diplomacia cardinalícia se deu provavelmente devido à proximidade dos dois entre os anos 1995 e 2002, quando Bento 16, então cardeal Ratzinger, era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O cardeal francês Jean-Louis Touran, que conhece bem o cardeal Pietro, disse que foi uma “ótima escolha” e que o Arcebispo será um grande assistente do papa Francisco na reforma da Cúria e com especial atenção às questões internacionais. “Eu sempre apreciei sua lealdade, assim como a sua qualidade sacerdotal, que também é muito importante.” (Com agências)

A Jornada Continua

Assessor do Setor Juventude comenta ações pós-JMJ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Daniel Gomes Redação

Passada a JMJ Rio-2013, os jovens assumirão sua força de fé na Igreja e terão o apoio dos padres neste propósito. A avaliação é do padre André Torres, assessor arquidiocesano do Setor Juventude, que em entrevista ao O SÃO PAULO indica quais serão os próximos trabalhos com jovens na Arquidiocese de São Paulo. O SÃO PAULO – Que expectativas o Setor Juventude tem em relação aos jovens de São Paulo que participaram da JMJ Rio-2013? Padre André Torres – Podemos nos reportar às palavras do beato papa João Paulo 2º, que disse aos jovens que se eles soubessem a força que têm, incendiariam a terra. Essa força que os jovens trazem da Jornada é a força de renovar as nossas paróquias, comunidades, no sentido de trazer alegria de uma juventude que se entende Igreja, que participa da vida da Igreja e que tem algo a dizer à Igreja. No Rio de Janeiro, eles experimentaram a alegria do amor de Deus nos encontros com o papa Francisco. A expectativa nossa é que esses jovens

Padre André Torres

assumam essa força de fé e levem às comunidades a alegria de uma Igreja viva, vibrante e que celebra a fé. O SÃO PAULO – É possível sistematizar um trabalho pósJornada na Arquidiocese? Padre André – Esse é um desafio. O Setor Juventude tentará sistematizar esse trabalho com projetos temáticos de acompanhamento, de criação, de formação de lideranças, mais isso não só na Arquidiocese. A Igreja no Brasil olha para esse momento pós-Jornada como desafiador para sistematizar um trabalho com a juven-

tude. Em dezembro, haverá um encontro com os assessores de juventude de todas as dioceses do Brasil para continuar um projeto. O SÃO PAULO – A Jornada também reavivou o olhar do clero do Brasil para os jovens? Padre André – Alguns padres já acreditavam na juventude e sentiam-na como uma força vital da Igreja, como uma força nova, mas alguns padres não acreditavam. Porém, diante do que vimos e ouvimos, das experiências que fizemos, tenho certeza de que muitos padres vão acreditar de novo nos jovens e no projeto com a juventude. Acho que a Igreja vai viver um novo momento. O SÃO PAULO – Momento que já começou? Padre André – Quando recebemos o Ícone de Nossa Senhora e a Cruz Peregrina da Jornada, em 2011, dom Odilo [Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo] disse que este seria um momento para aproveitarmos tudo aquilo que esta celebração nos proporcionaria, para viver um novo tempo na Igreja e este é o momento: não podemos desperdiçar nada daquilo que vivemos, é hora de acreditar, renovar e viver um novo tempo na Igreja.


Geral

Dia de formação reúne agentes da Pascom Psicologia da Comunicação foi tema de encontro, realizado em parceria com Sepac

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ANO DA FÉ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Rafael Alberto

Especial para O SÃO PAULO

Cerca de 200 agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom) reuniram-se, no sábado, 31, no auditório Paulo Apóstolo, para uma formação promovida pelo Serviço à Pastoral da Comunicação (Sepac), em parceria com as regiões episcopais Lapa e Sé. Assessorada pelo padre Antonio Francisco Ribeiro (padre Toninho), assessor da Pascom na Região Lapa, a formação tratou da relação entre psicologia e comunicação, a partir de reflexões sobre os processos de comunicação humanos, tendo como referência o serviço pastoral e a missão evangelizadora da Igreja. Padre Toninho falou sobre os riscos dos excessos no uso da tecnologia e afirmou que é um desafio consiliar, por exemplo, a presença de telões em igrejas

Benedito Prezia, coordenador do Programa Pindorama da PUC-SP

Encontro no Auditório Paulo Apóstolo aborda psicologia da comunicação

com as orientações litúrgicas que explicitam que o altar deve ser, sempre, o centro das atenções na missa. Para ele, a tecnologia não pode substituir o encontro real. Para o padre Marcos Vinícius, vigário episcopal da Comunicação da Diocese de Guarulhos (SP) e membro do Setor de Comunicação do Regional Sul 1 da CNBB, encontros como os de sábado são uma “rica oportunidade de formação, inclusive para dioceses com menos estrutura do que a Arquidiocese de São Paulo”. O arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer,

passou pelo encontro e destacou três preocupações com a comunicação da Igreja: a quantidade não pode ser mais importante que a qualidade de informação; o testemunho dos próprios agentes, por meio daquilo que comunicam; e a comunhão e a unidade dos trabalhos, para que regiões episcopais e paróquias, por exemplo, não sejam ilhas dispersivas de produção de informação. No encontro houve ainda as oficinas de “Planejamento e produção de eventos”; “Música na liturgia; “Comunicação da Palavra”; e “Expressão corporal e vocal”.

No Festival Vocamundi jovens falam do pós-JMJ Luiz Henrique/Vocamundi

Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

O Centro Vocacional Arquidiocesano (CVA) realizou, no sábado, 31, no Colégio Notre Dame, a 4ª edição do festival Vocamundi. Com o tema “JMJ, o dia seguinte”, a atividade propôs uma reflexão a partir da “cultura do encontro”. De acordo com o padre Messias de Moraes, promotor vocacional arquidiocesano, é preciso aproveitar este momento forte que vive a Igreja, especialmente no Brasil. O bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal da Região Santana, dom Sergio de Deus Borges, falou sobre a “cultura do encontro”. Para o Bispo, é preciso que haja um testemunho por parte dos padres, bispos e religiosos de ir ao encontro dos jovens, “através do nosso exemplo os jovens vão se entusiasmar também”, destacou. Sobre a Jornada, dom Sergio salientou que ela representa um grande impulso para a Igreja, porém é preciso que se ajude os “jovens a perceber que todos são chamados por Deus”, e ainda, “ninguém está nesse mundo por acaso, ninguém é descartá-

Jovens falam do pós-JMJ e da cultura do encontro em evento promovido pelo CVA

vel”. O Bispo ainda afirmou que “para todos têm um projeto de amor”. As jovens Maria Luiza, 14, Josi dos Santos, 15, Letícia Sobral, 15, estudantes do 1º ano, no Colégio Franciscano Stella Maris, destacaram que é preciso chamar os outros jovens, convocá-los pelas redes sociais, e, até mesmo, na escola no dia a dia. Para elas, é preciso mostrar aos jovens que não estão na Igreja, que eles estão perdendo algo importante. Para o vocacionado Bruno Flávio Alencar Zacarias é necessário refletir sobre a vocação e “estar preparado para dizer sim”. O jovem, da Paróquia

São Camilo de Lellis, afirmou que, para evangelizar os outros jovens, se deve mostrar Jesus para eles, e dizer o caminho que ele quer na vida de cada um. CVA - Centro Vocacional Arquidiocesano Atendimento e encaminhamento vocacionais: de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h Rua Felipe de Oliveira, 36/6º andar Praça da Sé, CEP 01001-010 São Paulo/SP Telelefone: (11) 3104-1795 Fax: (11) 3104-2668 E-mail: cvasp@uol.com.br Facebook: facebook.com/cvasp1

Viver a fé numa pastoral de fronteira panha e depois fui para o Peru, onde trabalhava numa fábrica de chocolate e morava numa favela. Foi quando tive consci“A fronteira ência de que o Brasil também da Igreja pasé um País indígena.” sa no coração Benedito voltou para a Suíde cada um”, ça e chegou a pegar 20° negadisse Benedito tivos, mas teve que retornar ao Antônio GenoBrasil por questões de saúde. fre Prezia (Be“Quando saí, parecia que tinha nedito Prezia), acabado o mundo. Mas comeque nasceu em Poços de Caldas (MG), mas cei a estudar enfermagem e ainda pequeno foi morar em trabalhei na Santa Casa e no Águas da Prata (SP). Atual coor- Hospital das Clínicas.” Mas, não se encontrando denador da Pastoral Indigenista Arquidiocesana, ele é fundador na área da saúde, ele procurou e responsável pelo Programa dom Angélico Bernadino, bispo emérito de Blumenau (SC), que Pindorama da PUC-SP. estava em São Miguel Paulista e Jesus escolheu um povo, resolveu ir morar se encarnou. Temos o perigo lá. Em 1983, recebeu um convite de intelectualizar a fé ou do Conselho Indisepará-la da vida. genista Missionário (CIMI) para ir à Trabalhamos numa pastoral Brasília. “Além do de fronteiras, onde vivemos CIMI, em Brasília, vivi na favela do uma bela dimensão da Paranoá, quando espiritualidade, como leigos o Governo queria tirar a comunidaAos 11 anos, Benedito quis de que ficava próxima ao setor ingressar no seminário e foi de mansões.” Em 1991, ele voltou para morar em Ribeirão Preto (SP). “Passei por uma fase de mudan- São Paulo, fez mestrado em ças e, lendo um livro de Charles linguística na USP e começou de Foucauld, comecei a me inte- contato com o pessoal do CIMI ressar pela causa dos pobres.” no Estado. “Estabelecemos Em 1961, Benedito soube uma sede em São Paulo e, em que alguns irmãos da Fraterni- 2001, a Pastoral Indigenista dade dos Irmãos de Charles de Arquidiocesana teve início. Foucauld vinham para o Brasil. Percebemos que havia uma “Escrevi e depois de quatro demanda dos indígenas para ou conco meses tive resposta. cursos de graduação. Então, O primeiro irmão, Francisco foi fundado o Projeto PindoraPacheco, se estabeleceu em ma na PUC-SP.” Ter a casa aberta faz parte Santo André (SP). Porém, por intermédio de um tio, ganhei da espiritualidade deste leigo. uma passagem e quis conhe- “Jesus escolheu um povo, se encarnou. Temos o perigo de cer a fraternidade na França.” “Foi uma aventura ir so- intelectualizar a fé ou separázinho para a França com 19 la da vida. Trabalhamos numa anos. Alguns até perguntavam pastoral de fronteiras, onde vise eu era refugiado político, vemos uma bela dimensão da pois foi logo depois do golpe espiritualidade, como leigos”, [1964]. Fiquei um ano na Es- disse ao O SÃO PAULO. NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO


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Catequistas: evangelizadores e transmissores da fé Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Peregrinação à Catedral aconteceu no sábado, 31, e teve gesto concreto com arrecadação de donativos para o Amparo Maternal Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

Os catequistas pertencentes às seis regiões episcopais participaram, no sábado, 31, da peregrinação à Catedral da Sé, por ocasião do Ano da Fé. A celebração foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, concelebrada pelo bispo auxiliar e referencial da Animação Bíblico-Catequética, dom Tarcísio Scaramussa, pelo coordenador da Catequese na Arquidiocese, padre Paulo César Gil, pelos padres coordenadores nas regiões episcopais e demais padres. “Catequista: Viva a alegria de crer e transmitir a fé”; “Catequistas: Sejam protagonistas de um novo tempo”, esses

Representando as seis regiões episcopais da Arquidiocese, catequistas acenderam as velas da assembleia junto com o Cardeal, bispos e padres, professam o símbolo nicenoconstantinopolitano

foram os convites feitos aos catequistas nos cartazes introduzidos na Catedral da Sé, logo na procissão de entrada da celebração. A jovem Camila Ferreira, 20, há cinco como catequista na Paróquia Santa Cecília, Região Episcopal Sé, afirmou que as peregrinações do Ano da Fé

Candidatos ao diaconato permanente fazem retiro Fábio José Parpinelli

Especial para O SÃO PAULO

Aconteceu nos dias 30, 31 e 1º, em Itapecerica da Serra (SP), o 2º Encontro dos candidatos ao Diaconato Permanente da Arquidiocese de São Paulo. O pregador do retiro foi o padre Luis Gutiérrez Pardo, pároco da Paróquia Menino Deus, da Região Episcopal Belém. Entre os pré-diáconos, 3 deles deverão ser ordenados em dezembro na Catedral da Sé. Participaram do retiro 54 alunos da Escola Diaconal Arquidiocesana São José, e algumas das suas esposas. O retiro realizou-se na Casa de Encontros Mary Ward, dirigida pelas religiosas do Instituto Beatíssima Virgem Maria, fundado em 1609, na Bélgica, pela bem-aventurada Mary Ward. “Nossos sinceros agradecimentos e profunda admiração ao padre Gutiérrez, que, em suas meditações, motivou e ensinou a todos com vigor e entusiasmo, encerrando hoje com a missa celebrada com muita alegria e fé”, confirmaram os candidatos ao diaconato permanente. Fábio Parpinelli

mostram que a Igreja está viva, que a Catequese está viva. A jovem ressaltou a importância da Catequese se renovar e citou como exemplo a quantidade de jovens, que, como ela, se tornam catequistas. Camila contou que é preciso fazer a diferença na vida dos catequizandos e de suas

famílias. Para ela, a Catequese é algo cíclico, pois como ela foi tocada há cinco anos ao fazer Catequese, agora é o momento de testemunhar sua fé para as pessoas. “A Catequese é um método privilegiado e insubstituível de evangelização”, comentou o Cardeal na celebração. Durante

a homilia, dom Odilo questionou os catequistas se eles têm fé e destacou que o catequista é muito importante para a comunidade e imprescindível, juntamente com o bispo e o padre. Foi realizado um gesto simbólico por parte dos catequistas, que, a pedido de Solange D’Atri, da Paróquia Assunção de Nossa Senhora, Região Episcopal Sé, arrecadaram “presentes para os recém-nascidos do Amparo Maternal”. Catequista há mais de 20 anos, Solange destacou que é preciso sempre dar testemunho da fé. Ela contou que sempre ajuda o Amparo, se pautando no que escreveu São Tiago, “a fé sem obras é morta”, afirmou que é preciso dar testemunhos claros da fé. O coordenador arquidiocesano da Catequese, padre Paulo César Gil, afirmou que é preciso “despertar nos catequistas a alegria de poder crer e transmitir a fé”. Para o Padre, é preciso pensar em uma Catequese a partir da história de vida de cada um dos catequizandos, “uma vida, vivida e iluminada pela fé, fortalecida pela fé. E uma fé que vai sendo destacada no testemunho pela própria vida”.

Faculdades e Institutos de Teologia em peregrinação Edcarlos Bispo de Santana da cidade. Dom Odilo destacou Especial para O SÃO PAULO que os fiéis são chamados a conhecer a beleza da fé que não Na manhã da quarta-feira, 28, anula a razão. Durante a homilia, o Cardeos professores e estudantes das Faculdades e Institutos de al destacou que a fé não deve Teologia, a maioria da cidade ficar oculta, como se fosse algo de São Paulo, participaram da da vida privada, por isso se torperegrinação à Catedral da Sé, na importante que haja, principor ocasião do Ano da Fé. A ce- palmente, no Ano da Fé, uma lebração foi presidida pelo car- manifestação pública da fé. De deal dom Odilo Pedro Scherer, acordo com o Arcebispo, os esarcebispo metropolitano, con- tudos, neste caso o de teologia, celebrada pelo bispo auxiliar da são importantes para que os Diocese de Curitiba (PR), dom estudantes se aproximem cada Rafael Biernaski, e por padres vez mais da fonte, que é Jesus. O estudante de teologia da diretores e formadores das faPUC-SP, Willian Alves, destaculdades e institutos. Participaram da celebração cou que é importante revelar professores e estudantes da para as pessoas a importância Faculdade de Teologia Nossa Se- de “uma fé que não está entre nhora da Assunção da PUC-SP, quatro paredes, mas que iluAssociação São Paulo de Estu- mina a todos”. De acordo com dos Superiores (ITESP), Facul- o estudante, cursar teologia é dade São Bento, Escola Domi- entender que a fé não é algo innicana de Teologia (EDT), Centro fantil, mas algo que precisa ser Universitário Salesiano (Unisal) alimentado e amadurecido. Padre Valeriano dos Santos Campus Pio XI, Instituto de Direito Canônico Pe. Dr. Giuseppe Costa, diretor da Faculdade Benito Pegoraro, Centro Univer- de Teologia Nossa Senhora da sitário Claretiano e a Faculdade Assunção da PUC-SP, destacou Paulo VI de Mogi das Cruzes (SP). que os Centros e Institutos AcaAntes de chegarem à Ca- dêmicos “devem ser um centro tedral da Sé, os estudantes e de irradiação da fé, refletida, professores reuniram-se no aprofundada por vários meios, Mosteiro de São Bento e pere- principalmente pelo meio acagrinaram pelas ruas do centro dêmico”.

Luciney Martins/O SÃO PAULO


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Católicos pelas ruas da cidade para testemunhar a fé em Jesus Fiéis da Região Episcopal Belém fizeram sua peregrinação à Catedral da Sé, junto ao bispo auxiliar, dom Edmar Peron NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

Segurando um papelão com as fotos de dom Luciano Mendes de Almeida e dom Helder Câmara, caminhava Teresa Castellani, da Paróquia São Miguel Arcanjo. “Lembrei que os pobres fazem cama com papelão e foi uma forma de trazê-los para a peregrinação.” Assim como Teresa, os peregrinos da Região Episcopal Belém, junto a dom Edmar Peron, bispo auxiliar na Arquidiocese, caminharam do Pátio do Colégio até a Catedral da Sé, no domingo, 1º, para a sua peregrinação regional, que marca as celebrações do Ano da Fé na Arquidiocese de São Paulo. Dom Luciano Mendes de Almei-

da, dom Décio Pereira, os beatos Mariano de La Mata e João Paulo 2º, Madre Paulina, Santo Antônio de Santana Galvão e Nossa Senhora Aparecida, foram as testemunhas de fé escolhidas pelos fiéis para serem lembradas durante a peregrinação. Em sua homilia, o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, destacou que é preciso sempre pedir a Deus o dom da fé e que os bispos são aqueles responsáveis por zelar para que a fé seja acolhida pelos fiéis e produza bons frutos. Ao O SÃO PAULO, dom Edmar Peron lembrou que peregrinar é um dos aspectos fundamentais da pessoa que crê. “Partir do Pátio do Colégio é lembrar as origens da cidade e mostrar que, hoje, nós somos as pessoas que creem.” Dom Edmar recordou ainda alguns textos bíblicos que lembram caminho. “A mais importante passagem bíblica que fala do caminho é a de Abraão. Depois, toda a caminhada do povo de Deus, mas também pequenas peregrinações como a de Elias e Moisés. Do Novo Testamento, o caminhar do próprio Jesus e o do Apóstolo Paulo, que foi às gentes para anunciar o Evangelho.”

O Grupo Ecumênico do Vale do Paraíba acolheu os participantes das 17 dioceses e de 4 regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo e de representantes das Igrejas: Anglicana, Batista, Luterana e Presbiteriana, para o 18º Encontro Ecumênico do Regional Sul 1, entre os dias 23 e 25, em Campos do Jordão (SP). Dom João Carmo, bispo diocesano de Taubaté (SP), refletiu sobre a importância de subir a montanha para o encontro e que, ao voltar, cada participante pudesse ser instrumento

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Setembro, mês da Bíblia Padre cido pereira diretor de o são paulo

18º Encontro Ecumênico do Regional Sul 1 do diálogo na realidade de cada um. Na manhã de sábado, foi apresentada e refletida a declaração Nostra Aetate e discutiram, em grupos, os desafios e as perspectivas para o diálogo ecumênico e inter-religioso. Raul Meyer, da Comunidade Judaica, e do Sheikh Houssam A. El Boustani da Comunidade Muçulmana, apresentaram a fundamentação das respectivas religiões. Já o pastor Lauri Wirthi, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, e o padre Marcial Maçaneiro, scj, apresentaram o tema: “Os desafios e perspectivas para o diálogo

Mês da Bíblia

Da Paróquia Imaculado Coração de Maria, padre Marlson Assis de Araújo, lembrou que “as peregrinações são uma boa oportunidade para renovar os compromissos no seguimento a Jesus Cristo, a partir da Palavra de Deus”. “Percebemos que há muita gente unida pela mesma fé”, disse Millena Sousa, 17, que veio para a peregrinação junto a outros 12 jovens da Paróquia São Carlos Borromeu.

Dom Luciano Mendes de Almeida é lembrado durante a missa presidida por dom Odilo e concelebrada por dom Edmar e cerca de 30 padres

REDAÇÃO

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ecumênico e inter-religioso”; e dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Lapa, concluiu com a apresentação do decálogo do diálogo e com a bênção bíblica. O encontro só foi possível porque contou com a colaboração de muitas pessoas na organização, na coordenação, na animação e com a presença e participação de 92 pessoas que, juntas, refletiram sobre o tema “Fé abraâmica em diálogo: judeus, cristãos e muçulmanos a partir da declaração Conciliar Nostra Aetate”. (Com informações do cônego José Bizon)

O mês de setembro é o mês da Bíblia para a Igreja Católica. E ela tem uma razão muito forte para isso. No dia 30, celebra-se a memória de São Jerônimo, homem sábio que intuiu que a Bíblia deveria chegar ao povo e não apenas ser objeto de estudo e reflexão para os teólogos. São Jerônimo, tradutor e exegeta, reuniu um grupo de estudiosos e traduziu a Bíblia do hebraico e do grego para o latim. A sua tradução passou a ser chamada de Vulgata, que se pode entender como a Bíblia do vulgo, do povo. Para São Jerônimo, ignorar as Sagradas Escrituras é ignorar a Cristo. Sua dedicação ao estudo da Palavra de Deus ocupou toda a sua vida. Ele nasceu no ano 340 e morreu no dia 30 de setembro de 420. O Concílio Vaticano 2º acentuou a importância da Sagrada Escritura na vida da Igreja. Nesses 50 anos, à luz da Dei Verbum, Constituição Dogmática sobre Revelação Divina, multiplicaram-se os estudos e os círculos bíblicos e ganhou maior brilho a Liturgia da Palavra nas celebrações da Eucaristia e dos demais sacramentos. Também a Lectio Divina ou Leitura Orante da Bíblia constituiu-se em instrumento eficaz para o aprofundamento, a vivência e o testemunho da fé. Há 42 anos, celebra-se o mês da Bíblia, cada ano com um tema diferente. Como em 2013, o Evangelho de Lucas é lido na liturgia dominical e é proposto para a reflexão e o estudo dos fiéis. O tema do mês da Bíblia é tirado de Lucas, 15. A frase “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15), é um convite a redescobrir o tesouro da fé recebido no Batismo. Em entrevista à rádio 9 de Julho, o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, recomendou mais atenção à Palavra de Deus e à leitura orante da Bíblia. Ele entende que neste mês se faz necessário redobrar a escuta da Palavra de Deus, individualmente e juntamente com outras pessoas. É tempo de se aprender a fazer a leitura orante para apreender e saborear a Palavra de Deus. E dom Odilo recomenda a leitura orante também como parte do Ano da Fé. Nas seis regiões episcopais, as comunidades e paróquias usarão de criaitividade para dar destaque à Bíblia, e ao tema deste 42º mês da Bíblia, que será celebrado na perspectiva do Ano da Fé.


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Região Brasilândia

Setor Jaraguá reúne paróquias no Mutirão Bíblico Evangelho de São Lucas foi o foco das reflexões do evento realizado; outros setores tiveram atividades similares da região episcopal

“Alegrai-vos comigo. Encontrei o que havia perdido!” (cf Lc 15). BRASILÂNDIA À luz do tema extraído do texto do Evangelho de Lucas, fiéis das paróquias pertencentes ao Setor Jaraguá, assim como o fizeram leigos, religiosos e padres de outros setores pastorais, celebraram juntos o Mutirão Bíblico, na tarde do domingo, dia 1º, na Área Pastoral Santo Antônio (antigo CJ), no Parque Taipas. Motivado pelo padre Reinaldo Torres, o Mutirão começou com uma reflexão sobre o estudo do mês de setembro dedicado ao Evangelho de Lucas. “É uma proposta da Igreja para aprofundarmos os ensinamentos de Jesus e um convite para colocarmos em agenda regional

prática sua experiência de fé e de vida”, destacou. Em seguida, um jovem de cada paróquia do Setor representou o evangelista São Lucas. O primeiro Lucas, por um jovem da Área Pastoral Parque Taipas, ajudou o povo a refletir sobre o sentido da alegria na caminhada da Igreja. Na sequência, foi entronizada a Bíblia, pela juventude do Parque Taipas. Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora da Paz ajudaram a refletir sobre a presença de Maria, e um jovem representando Lucas bradou: “Maria, uma

mulher que partilha as dores e as alegrias do seu povo”. Após essa reflexão, houve a encenação da visita de Maria a sua prima Isabel e a visita do Anjo Gabriel. A presença do Espírito Santo foi relatada pelo jovem Lucas da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Lendo a passagem de Lucas, sobre a presença do Espírito Santo. “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.” Em seguida, a juventude da Paróquia Nossa Senhora das Dores ajudou a refletir sobre a ação salvífica de Jesus e a preferên-

cia pelos pobres para receber e anunciar os sinais da salvação de Deus. Já os jovens da Paróquia Cristo Libertador refletiram sobre a vivência da prática do amor e da justiça por meio da conversão que Jesus pediu e São Lucas relatou em seu Evangelho. A misericórdia de Deus como sinal de serviço ao próximo foi refletida pelo jovem Lucas da Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha. Por fim, o tema da experiência com o Cristo Ressuscitado, na passagem bíblica dos discípulos de Emaús, foi apresentado pelos jovens da São Renata Moraes

Área Pastoral Santo Antônio acolhe abertura do Mutirão Bíblico do Setor Jaraguá, da Região Brasilândia, dia 1º

Luis Maria Grignion de Montfort. Em entrevista, padre Reinaldo, pároco da Nossa Senhora Mãe e Rainha, destacou a importância do Mutirão no Setor. “É um momento forte na vida das comunidades e paróquias, das pastorais e movimentos. Por meio do estudo bíblico, fortalecemos nossa caminhada de vida e de fé.” O Padre destacou também como foi feita a preparação do evento. “Refletimos o caminho proposto por Jesus a partir do Evangelho de Lucas, aprofundando o tema ‘Alegrai-vos comigo. Encontrei o que havia perdido!’ (cf. Lc 15). A partir dessa consciência e aproveitando o clima da JMJ, chamamos os jovens para nos ajudar nas apresentações. De forma simples, descontraída e atualizada, exploramos o caminho da comunidade, a presença de Maria, a unção de Jesus, sua a ação salvífica, o sentido da conversão, a misericórdia como serviço ao próximo e o encontro com o Ressuscitado.” Ao fim do momento celebrativo, os padres do Setor Jaraguá abençoaram as Bíblias que foram doadas pelas paróquias para serem sorteadas entre as comunidades do Setor.

Quinta-feira (5)

De quarta-feira a sexta-feira (6 a 8)

Sábado (21)

Aniversário de ordenação sacerdotal de dom Milton Kenan Júnior

15º Retiro do Movimento Escalada da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, no Mosteiro São Bento, em Vinhedo (SP). Informações: (11) 3974-7204

Início da novena da padroeira da Paróquia Santa Terezinha (rua Jorge Palmiro Mercado, 143, Vila Terezinha), que seguirá até 1º de outubro. Informações: (11) 3921-9577.


Região Belém

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Eventos recordam dom Luciano Mendes de Almeida Educadores, crianças e clero da Região Episcopal rememoraram sete anos do falecimento do Bispo, que foi auxiliar em São Paulo da região episcopal

Dois eventos na terça-feira, 27, marcaram as bELÉM homenagens da Região Episcopal Belém a dom Luciano Mendes de Almeida, que na referida data, há sete anos, “foi morar ainda mais perto de Deus”, como reconheceram seus amigos, saudosos de sua presença. O primeiro evento aconteceu pela manhã, no Centro Pastoral São José, a casa que dom Luciano, quando era bispo regional do Belém, ajudou a construir. Cerca de 150 crianças e adolescentes das entidades Assistência Social A Colmeia e do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto se juntaram aos educadores e trabalhadores do Centro Pastoral para, num momento celebrativo, recordar e agradecer a Deus a vida de dom Luciano. “Nós não poderíamos deixar passar despercebida esta data, especialmente com as crianças e adolescentes, que foram uma das grandes causas de dom Luciano; parece que foi ontem que dom Luciano, foi para mais pertinho de Deus, porque ele sempre esteve próximo de Deus”, disse a secretária de Pastoral da Região Belém, Laurentina da Silva, a Iracema, que organizou o evento. Além de Iracema, outros amigos que conviveram com dom Luciano, como a irmã Judith Lupo, o senhor Haroldo Miranda e Antonia Mucciolo, a Toninha, contaram para as crianças e demais presentes um pouco de suas experiências caminhando ao lado do Bispo. À noite, na Paróquia São José do Belém, cerca de cem pessoas celebraram a ‘vidaagenda regional

palavra do bispo

Crescer na fé, meditando a Palavra de Deus Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

Na semana passada, tive a feliz oportunidade de pregar o retiro para o clero da Diocese de Lorena (SP), e na próxima semana o cardeal dom Odilo, nosso arcebispo, pregará o retiro para o seu clero da Região Episcopal Belém. O retiro espiritual é uma oportunidade cheia de graça para que a pessoa se dedique à meditação da Palavra de Deus; momento muito importante na vida de cada pessoa. Contudo, no nosso caso, o retiro acontece uma

vez por ano; já imaginaram se o bispo, seu padre, um diácono dedicassem apenas um tempo anual para ler, meditar e rezar os sagrados textos da Bíblia? Seria muito triste, pois faltaria à vida do ministro ordenado e, de certo modo, à sua comunidade, o alimento que Deus oferece a todos os seus filhos e filhas: o Pão da Palavra. Esse alimento “é indispensável para formar o coração de um bom pastor, ministro da Palavra”, afirmaram os bispos reunidos no Sínodo sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja (outubro de 2008). Ao que Bento 16 acrescentou: “Bispos, presbíteros e diáconos não podem de forma alguma pensar viver a sua vo-

cação e missão sem um decidido e renovado compromisso de santificação, que tem um dos seus pilares no contato com a Bíblia” (Verbum Domini, 78). A Palavra de Deus é, portanto, sustento para a vida e a missão do ministro ordenado. Mas a Bíblia é fundamental para sustentar a vida da pessoa que foi batizada, e não somente a vida dos ministros ordenados, escolhidos do meio do povo que é, todo ele, “uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa” (1Pd 2,9). Por isso, para além de um retiro anual, somos convidados cada dia a tomar o Livro Sagrado em nossas mãos e a dedicar um tempo, ainda que não muito longo, à sua medi-

tação. Caso seu tempo seja curto demais, sugiro que não mude o texto a cada dia, mas, por exemplo, tome o Evangelho do Domingo e medite-o ao longo da semana; é melhor pouco texto, mas com maior profundidade. Fazendo isso, a sua fé, dom gratuito de Deus e ato livre da pessoa humana, “cresce continuamente, de modo especial, graças à escuta da Palavra de Deus e à oração” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 28). Vamos dar também este passo: crescer na fé, meditando a Palavra de Deus, num clima de oração, deixando-a iluminar nossa vida, como fizeram os santos e as santas.

Fotos: João Carlos Gomes

No Centro Pastoral São José, educadores e crianças (det.) recordam vida e ação de dom Luciano Mendes de Almeida; padres e lideranças pastorais que com ele trabalharam, também prestam homenagens ao Bispo, em missa na Paróquia São José do Belém

ressurreição de dom Luciano Pedro Mendes de Almeida – Em Nome de Jesus’. A celebração foi presidida pelo padre Júlio Lancelotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, e concelebrada por padres do Belém.

Visivelmente emocionado, padre Júlio recordou momentos com dom Luciano e ressaltou a necessidade da vida a partir do legado deixado por ele. “É muita emoção poder celebrar esta missa, neste altar em que há 28 anos, dom

Luciano me ordenou padre. E também por estar usando a estola que foi a última que ele usou aqui em São Paulo e me foi dada após a missa de corpo presente”, disse, emocionado. “Não basta apenas celebrarmos o aniversário de

seu falecimento, mas termos sempre presentes o legado de dom Luciano, sobretudo o seu lema episcopal ‘Em nome de Jesus’ em nossas escolhas, em nossos conflitos, em nossas lutas, em nossas vidas”, completou padre Júlio.

Terça-feira (3), 19h30

Quarta-feira (4), 20h

Domingo (8)

De 9 a 12/09

Reunião da Comissão de Pastoral, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belém).

Missa da festa do padroeiro da Comunidade Moisés Libertador (rua Canoeiro, 170, Jardim Paraguaçu).

Às 11h, dom Edmar Peron, bispo auxiliar na Região, preside missa na Comunidade Lituana-Paróquia São José de Vila Zelina (praça Lituana, 74).

Retiro do clero da Região Belém em Itaici, Indaiatuba (SP)

Às 18h, dom Edmar preside a missa da Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Graças (rua Antenas, 582, Vila Califórnia).


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Região Ipiranga

Jovens e adultos são confirmados na fé em Cristo Pascom

48 pessoas receberam o sacramento do Crisma em celebração na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no sábado, dia 31 da região episcopal

Desde novembro do ano passado, a Região IPIRANGA Episcopal Ipiranga está sem um bispo auxiliar que possa colaborar com o arcebispo de São Paulo, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, na condução da Arquidiocese, em específico, no Ipiranga. No entanto, essa situação faz com que dom Odilo esteja mais presente em nossa região, mesmo com o bom trabalho desempenhado pelo vigário episcopal, padre Anísio Hilário, o Arcebispo faz questão de mostrar-se perto das paróquias dessa região episcopal. Pela recomendação de dom Odilo, as paróquias da região vêm intensificando seus pedidos para que seja enviado um novo bispo para a Arquidiocese e que possa se fazer presente na região. No sábado, 31, o Arcebispo presidiu a celebração eucarística em que foi conferido o sacramento da Confirmação a 48 pessoas, sendo 31 jovens da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Jardim Maristela (Setor Anchieta). A preparação demorou cerca de um ano, e foi intensa, as férias só aconteceram na semana do Natal e no mês de janeiro. De acordo com Marcio Stein, coordenador da Catequese de Crisma, a igreja ficou repleta, com cerca de 700 fiéis que quiseram acompanhar a Missa presidida pelo Cardeal. De acordo com Marcio Stein, a comunidade paroquial, ao receber a notícia de que o Arcebispo presidiria a celebração, ficou extremamente feliz. “Sentimo-nos honrados pela visita do Arcebispo, para nós foi um momento de honra e muita alegria”, afirmou. Ainda segundo o jovem Marcio, os crismandos também se empolgaram com o fato de que dom Odilo seria o Bispo que os confirmaria na fé. Para eles, a presença do Cardeal lhes trouxe um maior senso de responsabilidade duran-

Jovens e adultos recebem o sacramento da confirmação, em celebração presidida pelo cardeal dom Odilo Scherer, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima

te a celebração eucarística. Em sua homilia, dom Odilo fez questão de lembrar aos crismandos que aquele momento não se tratava de uma formatura, de uma conclusão de curso, de um ponto final. Na verdade, disse o Arcebispo, o sacramento da Crisma era uma nova etapa, uma parte de algo maior a ser vivido na caminhada cristã. A preparação destes crismandos foi marcada pela Jornada Mundial da Juventude, o acontecimento também fez a diferença na vida dos que foram confirmados na fé. Segundo Marcio Stein, 11 jovens que fazem parte deste grupo partiagenda regional

ciparam da Jornada no Rio de Janeiro. Marcio afirmou que, durante a preparação, o número dos que chegam é superior ao dos que terminam, mas os que perseveram saem com a vontade de desenvolver algo de bom inspirados pelos valores do Evangelho. No fim, o pároco, padre João Cícero Freitas de Moraes, agradeceu a dom Odilo a presença na comunidade paroquial. Afirmou que a paróquia é a casa do Bispo e que ele é sempre bem-vindo à paróquia. E que a presença do Arcebispo é um motivo de extrema alegria para todos os paroquianos.

Pastoral do Dízimo traça metas Da Região Episcopal

No dia 24 aconteceu na Região Episcopal Ipiranga um encontro da Pastoral do Dízimo para traçar planos e metas para o segundo semestre de 2013. A atividade começou com uma palestra de aprofundamento sobre a Fé na Pastoral do Dízimo. A intenção foi de trazer a realidade do Ano da Fé para a Pastoral do Dízimo, tratando essa Pastoral não

como uma mera captadora de recursos, ou uma mera equipe financeira. É um trabalho pastoral em que os agentes devem se sentir responsáveis pela evangelização da Paróquia e da conscientização dos fiéis, para que sejam corresponsáveis na manutenção da Paróquia. Por fim, foi distribuído um material com perguntas e respostas sobre o dízimo, para que os agentes dessa Pastoral possam se aprofundar sobre o tema proposto.


Região Lapa

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Pastoral da Saúde visita Casa da Esperança Benigno Naveira

Agentes também fizeram doações para a manutenção do local, fundado para atender portadores de HIV da região episcopal

A Pastoral da Saúde, definida como “a presenLAPA ça e a ação da Igreja, para levar a luz e a graça do Senhor aos que sofrem e a quem a eles se dedica” (nota CEI, 19), é ação que se processa nas três formas de atuação pastoral, como evangelização, no campo da saúde e da doença, da vida e da morte; como celebração, através dos sacramentos, sinais eficazes da graça criativa e vivificante de Deus (Carta aos Agentes de Saúde, 110); e como testemunho da força terapêutica da caridade, por meio da Diakonia (o serviço) e a Koionia (a comunidade). Na tarde da quarta-feira, 28, a Pastoral da Saúde da Região Episcopal Lapa, representada pela responsável por 36 paróquias e seis comunidades, Maria Izabel Guimarães e outros agentes, levando doações arrecadadas, visitou a Casa Esperança – Associação Paulo VI (rua Dr. Álvaro Osório de Almeida, 315, no Jardim Bonfiglioli). Todos foram recepcionados e acompanhados na visita pela coordenadora da Casa, Rosalina Helena Gaeta, que lá trabalha há 24 anos. Ela fez um breve relato do histórico da Casa Esperança Associação Paulo VI. Essa instituição foi fundada em 1989, pelo padre Aníbal Gil Lopes, médico e professor da USP, com o propósito de atender pacientes portadores do vírus HIV. Com a ajuda de um casal de voluntários, Maria Aparecida e Luiz, começaram os movimentos nas pastorais em busca de pacientes que tinham o sintoma da doença e que eram encaminhados para o hospital Emílio Ribas e perdiam contato com os familiares. Padre Aníbal queria um lugar para o tratamento dessas pessoas e surgiu esse imóvel, que era uma creche da Igreja, administrada pelo padre Hélio Vigo, que cedeu o espaço e transferiu a creche para a Paróquia Santíssima Trindade. Hoje, a Casa Esperança possui 16 leitos só para homens, 14 dos quais ocupados por pacientes portadores do vírus HIV,

Atendidos pela Casa da Esperança – Associação Paulo VI recebem visita de agentes da Pastoral da Saúde da Região Episcopal Lapa, na quarta-feira, 28 palavra do bispo

O porquê da Revelação de Deus ao homem Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO: semana passada, começamos a tratar do tema da Revelação Divina no Catecismo da Igreja Católica. Hoje, gostaria de tratar sobre o significado da Revelação para nós. Afinal, para que Deus se revela? Que importância isso tem para nós? Se Deus se revela, isso muda alguma coisa na nossa vida?

que chegam encaminhados pelo serviço social do Estado e da Prefeitura que lidam com essa doença. A Casa mantém atendimento 24 horas aos pacientes, com técnicos de enfermagem que prestam um serviço na área da alimentação, higiene e outros.

Primeiro, devemos entender que Revelação não é mera comunicação de proposições e mensagens. Se fosse só isso, bastaria para Deus usar o email ou o Facebook. A Revelação Divina é muito mais do que isso: ela é, sobretudo, a comunicação da própria vida de Deus, que, além de se revelar, manifesta ao homem o seu desígnio de salvação. A Revelação é uma verdade e também uma realidade salvadora. Revelação Divina não é simplesmente comunicação de informações. É comunicação de um desejo de salvação que se realiza pelo próprio

ato de comunicar tal desejo. Quando Deus comunica o seu desígnio de salvação, realiza essa salvação de fato. Para Deus, falar e agir, realizar e desejar, é a mesma coisa. Por isso, a manifestação do desígnio de salvação por parte de Deus constitui, ao mesmo tempo, a nossa salvação. A Revelação Divina é a ação de Deus que se dirige ao homem num diálogo de amor. Esta Revelação, que procede do amor de Deus, produz também uma obra de amor: introduzir o homem na sociedade de amor que é a Trindade. O plano da salvação de Deus

consiste em fazer com que a pessoa humana participe da natureza divina e receba a filiação divina. O ser “capaz de Deus” alcança, assim, uma nova ordem do ser: ele é chamado por Deus a ser mais do que ele é. Ao se revelar, Deus inicia o homem no que há de mais íntimo em si mesmo: o mistério de sua vida, o coração de sua subsistência pessoal. Deus nos convida à mais surpreendente amizade, e ao nos revelar a Trindade torna possível a nossa participação na vida divina, constituindo assim uma realidade do amor de Deus ao homem.

Todo procedimento médico é feito pelo setor referência da doença. Para o paciente Arnaldo Evangelista, há 17 anos no local, a Casa Esperança é uma bênção de Deus na sua vida, pois foi acolhido com amor e carinho. A Associação Paulo VI é pre-

sidida pelo diácono permanente André Iasz Filho, que atua na Paróquia São Francisco de Assis, no Jaguaré. A Casa recebe doações e, por meio de um convênio, tem verba do Ministério da Saúde para os custos com enfermagem. No fim da visita, após a ora-

ção, Maria Izabel comentou: “Nós, agentes de pastoral, precisamos estar de braços abertos para acolher. Jesus acolhe a cada um de nós e esta casa é a Casa da Esperança. Que nós possamos manter em nosso coração a fé, a esperança e a caridade”.

agenda regional

Quarta-feira (4)

Sábado (7), 8h

Às 11h, reunião dos padres que atuam no Setor Rio Pequeno. Será na Paróquia São José Operário (rua Dr. Coriolano Pompeu Eliezer, 05, Jardim Sarah).

Retiro para catequistas. Será na Casa Santa Terezinha, antigo Anjo da Guarda (rua Madre Linda Lucotti, 200, Lapa).

Às 14h, avaliação da 7ª Mostra Cultural. Será na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62). Às 20h, dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar na Região, profere Catequese na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298).


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Região Santana

Comunidade faz festa ao beato Claudio Granzotto Diácono Francisco Gonçalves/Pascom

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa, após a procissão

Pascom

da região episcopal

A Comunidade Bem-aventurado Frei Claudio SANTANA Granzotto (avenida Álvaro Machado Pedrosa, 524), pertencente à Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, comemorou no domingo, dia 1°, antecipadamente, a festa do padroeiro, que no calendário da Igreja se dá no dia 2, com missa presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, dom Sergio de Deus Borges, e concelebrada pelos primos do beato, padres Nadir Sergio Granzotto e Alfredo Granzotto. Antes da missa, uma procissão com a imagem do beato, presidida por dom Sergio, percorreu as ruas próximas da Capela. Em sua homilia, dom Sergio enalteceu as virtudes do beato Claudio. Expressou que ele era um homem humilde, um homem de oração, e lembrou que o humilde reza e se coloca nas mãos do Senhor. Esse caminho que percorreu o beato serve para todos, que, caso sigam seu modelo, também estarão junto ao Senhor. Padre Nadir disse que o Beato nasceu em 1900, mas o Sacerdote só teve oportunidade de ter um conhecimento maior do primo-beato quando foi iniciado seu processo de beatificação, já que, por sua família residir no Rio Grande do Sul e o beato em Ciampi, na Itália, não havia um contato maior entre as famílias. Em 1994, na beatificação, compareceram 17 membros da família Granzotto residentes no Brasil. Padre Nadir narrou que, ao voltar de Roma, o Beato estava para edificar uma comunidade no atual

Padres Nadir e Alfredo precedem dom Sergio na procissão de entrada na festa do beato Claudio Granzotto

endereço da Capela e dom Joel Catapan, então bispo em Santana, propôs que a nova comunidade tivesse como padroeiro o beato Claudio Granzotto. Em 2009, os primos Nadir e Alfredo fizeram o lançamento do livro “Beato Claudio Granzotto, um artista franciscano do século 20”, de autoria do padre italiano Redento Fusato e tradução de frei Ary Pintarelli. Segundo padre Alfredo, a edição portuguesa deve-se à insistência de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, pela tradução de frei Ary. “O livro conta a história do Beato de um modo simples e interessante. O beato Claudio tinha como objetivo principal a

arte, e queria que ela fosse uma manifestação da beleza e dos atributos de Deus. Ele tem uma mensagem muito bonita para os artistas de hoje: através da arte, chegar ao artista principal, que é Deus”, disse padre Nadir, que comemora, dia 9, 86 anos. “Agradeço a Deus esse dom da vida. Tive uma vida longa e sempre penso que devo aproveitar cada dia que Deus nos dá, colocando a serviço do Reino os dons que Deus nos deu”, expressou o Padre. Para ele, ter um santo na família não ajuda e sim compromete. A família Granzotto deu à Igreja do Brasil quatro padres e sete freiras.

Padre Doutel assume paróquia No domingo, dia 1°, na missa das 11h, dom Sergio deu posse ao padre Carlos Alberto Doutel como pároco da Paróquia São José Operário (Al. Afonso Schmidt, 96, Santana), onde era administrador paroquial até então.

palavra do bispo

Comunidade animada pela Palavra de Deus! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

Há muitas pessoas que leem a Palavra de Deus quase diariamente; outras, uma vez na semana ou esporadicamente, e, muitas outras, somente a ouvem durante a celebração litúrgica. Dessas, muitas têm dificuldade de compreender o texto que estão lendo e aplicálo à vida diária e tê-lo como sustento da caminhada. Afirmam que não conseguem se adaptar à linguagem bíblica, que as palavras são difíceis ou que não conseguem compre-

agenda regional

ender as parábolas ou retirar uma mensagem para a própria vida. Nós podemos transformar essa realidade, a fim de que mais fiéis possam experimentar a força do Evangelho, assumindo com coragem a terceira urgência do 11º Plano de Pastoral da nossa Arquidiocese: “Igreja – comunidade animada pela Palavra de Deus”. A comunidade de fé, animada pela Palavra de Deus, é convidada a proporcionar a todos os seus membros um caminho seguro no encontro com a Palavra, facilitando sua leitura, compreensão e, sobretudo, aplicação à vida do dia a dia. Não basta ape-

nas vender Bíblia mais barata para as pessoas da comunidade, pois algumas até compram e pedem que o padre a abençoe, mas a colocam como enfeite em cima de uma mesa. A comunidade animada pela Palavra, além de colocar a Bíblia nas mãos do povo, auxilia-o a ter um contato profundo e vivencial com ela, isto é, ajuda o povo de Deus a ler a própria vida à luz da Palavra e, assim, se empenhar por colocá-la em prática efetivamente (cf. 11º Plano, 32). Isso deve ser realizado através da animação bíblica da pastoral, através de retiros, cursos, encontros, subsídios

para a leitura individual, familiar e em pequenos grupos (p. 32-33). Um método bonito, que leva à oração a partir da Bíblia, que poderia existir em todas as comunidades, é a leitura orante da Palavra, a lectio divina. Caso a paróquia não tenha pessoas preparadas no método da leitura orante da Bíblia, deve pedir ajuda à região episcopal. A partir da leitura orante, evitaremos uma leitura individualista da Palavra de Deus, que não é própria de um católico, e nos voltaremos ainda mais para a comunidade, lugar por excelência da leitura da Palavra da Vida.

Terça-feira (3)

Quarta-feira (4)

Sexta-feira (6), 9h30

Sábado (7), 22h

Às 9h, reunião geral do clero da Região, na Cúria de Santana (avenida Marechal Eurico Gaspar Dutra, 1.877, Parada Inglesa).

Aniversário natalício de dom Sergio de Deus Borges.

Reunião da Comissão de Presbíteros, na Cúria de Santana.

Vigília em preparação para a 19ª Romaria da Pastoral da Juventude a Aparecida. Será na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Três Rios, 75, Bom Retiro, próxima ao metrô Tiradentes).

Às 14h30, reunião dos padres coordenadores de setor, na Cúria de Santana.


Região Sé

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Paróquia da Consolação festeja padroeira Devoção marcou missão de igreja no centro para ser consoladora dos que sofrem

palavra do bispo

A Palavra de Deus e a fé Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Dom Tarcísio Scaramussa

da região episcopal

A Paróquia Nossa Senhora da Consolação, no SÉ centro de São Paulo, celebrou a festa de sua padroeira no domingo, 1º, com missas solenes presididas pelo Arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, e por dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Região Sé. A festa foi preparada por uma novena que contou com a participação de padres representantes de diferentes expressões eclesiais. A devoção de Nossa Senhora da Consolação e Correia (nome original) chegou a São Paulo por meio de um frade agostiniano que passou por uma capela na cidade e deixou sobre o altar a imagem da Virgem com este título. Atualmente, esta imagem está no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Por ser uma devoção nascida entre os agostinianos, esta festa é sempre no domingo seguinte ao dia da memória de Santo Agostinho, celebrado no dia 28 de agosto. Na homilia da missa presidida no fim da tarde, dom Odilo ressaltou que a devoção a Nossa Senhora da Consolação chama a atenção a uma dimensão muito importante da fé cristã. “Nossa fé é também para nós conforto, consolo, alegria, segurança. Sim, Deus quer nos confortar, ser nossa força, nosso refúgio. Nossa Senhora, mãe de Jesus Cristo, filho de Deus feito homem, nossa mãe é consolo para nós, cristãos, e para todos aqueles que a ela acorrem”, destacou. O Cardeal exortou aos fiéis da paróquia a serem sempre sinal de consolo e esperança no centro da cidade, onde existem muitas pessoas que sofrem. “Maria foi escolhida por

“Agradecemos a Deus sem cessar, porque, ao receberdes a Palavra de Deus que ouvistes de nós, vós a recebestes não como palavra humana, mas como o que ela de fato é: Palavra de Deus, que age em vós que acreditais” (1Ts 2,13). Para reavivar a fé, comecemos novamente da Palavra! A Palavra de Deus é fonte inesgotável e indispensável da fé. O importante é ouvi-la, seguila obedientemente, tornar-se discípulo dela. O desejo de Deus é que en-

tremos em comunhão íntima com ele, com seu mistério. Por isso, ele nos fala através da Escritura, da Palavra da Igreja, da sua intervenção nos acontecimentos da nossa vida. De fato, “no princípio era a Palavra!” (Jo 1,1). A Palavra é nossa regra de vida: ouvindo-a e colocando-a em prática aprendemos a conhecer e a amar o verbo encarnado, Jesus. Ela nos faz viver a experiência do Espírito, que realiza em nossa história e na vida de cada um as maravilhas de Deus. E como Deus não cessa de falar à Igreja e à História, devemos estar sempre atentos para continuarmos ouvindo o Senhor que fala, para um impulso renovado no serviço da causa da sua Palavra na qual

fomos criados (cf. Jo 1,3). A pergunta fundamental, portanto, é como fazer emergir o primado da Palavra, como fazer com que a Palavra se faça carne e venha a habitar no meio de nós, como dar nova vida aos ritos, às celebrações, à piedade popular, às manifestações de religiosidade, às pastorais, com o fogo da Palavra? Quando uma pessoa se confronta com a Palavra, é questionada radicalmente e provocada a uma resposta: ou ela escuta o Senhor, acolhendo a Palavra em sua vida, ou a recusa. Surge então a pergunta que não pode calar: “Vocês também querem ir embora?” (Jo 6,67). Se a pessoa responde positivamente, como

Simão Pedro “A quem iremos, Senhor, tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68) abre-se uma porta de diálogo e de abandono obediente à Palavra de Deus. Esta é a atitude de fé, que desencadeia o seguimento do discípulo, configurando sua vida à de Cristo, sempre obediente ao Pai: “Seja feita a vossa vontade, na Terra como no Céu” (Mt 6,10). O Concílio Vaticano 2º ensina-nos a obediência da fé ao Deus que revela, com uma entrega livre a Deus, com plena adesão da inteligência e da vontade. Para que penetremos sempre mais profundamente no mistério da revelação, “o Espírito Santo aperfeiçoa continuamente a fé por meio de Seus dons” (DV, 5).

Rejane Guimarães

Dom Odilo Scherer preside uma das missas da festa de Nossa Senhora da Consolação, que acontece todos os anos após o dia de Santo Agostinho, dia 1º

Deus para ser sinal do socorro de Deus sobre a humanidade, quando, por meio dela, enviou seu Filho ao mundo”, completou. Após a missa presidida por dom Tarcísio pela manhã, houve uma procissão pelas ruas do centro com a imagem da padroeira, com algumas paradas para orações pelos moradores e co-

agenda regional

merciantes da região. Um dos pontos foi em frente ao Edifício Copan, cartão-postal da cidade, onde vivem cerca de 5 mil pessoas. De acordo com o padre José Roberto Pereira, administrador paroquial, a realidade da paróquia convida a ser consoladora de todos aqueles que são esquecidos pela sociedade. “Aqui vivem muitas pessoas abando-

nadas, principalmente idosos, muitos jovens depressivos e com muitos sofrimentos. Por isso, temos aqui o trabalho da Pastoral da Escuta, atendimento psicológico e espiritual”, afirmou o Padre, que também ressaltou que um dos maiores desafios, como em toda paróquia em regiões urbanas, é entrar nos prédios para visitar as pessoas.

Sábado (7), 18h

Segunda-feira (9)

Início da 40ª festa da San Gennaro na Paróquia São Januário (rua da Mooca, 950, Mooca). Informações pelo telefone (11) 3209-0089.

Curso Doutrina Social da Igreja: Desafios e Compromissos, no ItelSé (Colégio Maria Imaculada, avenida Bernardino de Campos, 79, Paraíso). Informações (11) 3826-4999.

Encontro de Liturgia A Região Episcopal Sé realizou, nos dias 28 e 29, mais um Encontro Regional de Liturgia, que teve como tema os sacramentos do Batismo e da Confirmação – Crisma. O encontro foi assessorado pelo frei Valmir Neres de Barros, vigário paroquial da Paróquia Santa Margarida Maria, que falou sobre a evolução histórica da celebração destes sacramentos, as características fundamentais das etapas da iniciação cristã e seus pontos marcantes, em vista, também, da iniciação cristã para adultos, além de aspectos práticos dos sacramentos.


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Geral

Vigília de leitura contínua da Palavra Na sexta-feira, 13, a partir das 19h, a Fraternidade da Esperança promove a 3ª edição da Vigília de Leitura Contínua da Palavra, com leitores de diferentes realidades e idades, que se alternarão na leitura do Pentateuco. Será no Arsenal da Esperança (rua Dr. Almeida Lima, 900, metrô Bresser-Mooca). Informações: (11) 2292-0977.

Por ‘Justiça e Direito Igual para Todos’ Seminário no Centro Pastoral São José tratou sobre democratização e acesso ao Judiciário Daniel Gomes

Reportagem na zona leste

Com a meta de refletir sobre a democratização e melhor acesso ao Judiciário brasileiro, o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo promoveu no sábado, 31, no Centro Pastoral São José, o seminário “Justiça e Direito Igual para Todos”, com maciça presença de universitários e agentes de pastorais. Na abertura dos trabalhos, o

cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, comentou que o Estado brasileiro ainda não atende a todas as demandas do cidadão e apontou que, às vezes, o exercício da Justiça apenas baseado nas leis inocenta culpados e culpa inocentes. O advogado José Nildo, um dos assessores do encontro, destacou que 50% dos processos na Justiça são provenientes do Executivo, há pouco controle social do Judiciário e dificuldade em acessar as defensorias públicas, sendo que, em São Paulo, há um defensor para cada 82.504 pessoas. Luciana Zaffalon, ouvidora da Defensoria Pública de São Paulo, disse existir um descompasso no atendimento de Justiça para ricos e pobres e lembrou que somente ampliar a quanti-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Seminário no Centro Pastoral debate ‘Justiça e Direito Igual para Todos’, dia31

dade de defensorias não trará melhorias. “É muito importante que haja defensoria em todos os lugares, mas temos que fazer uma vigilância permanente para que não aconteça com a Defensoria o que aconteceu com o Ministério Público e com a ma-

gistratura, que é se afastar da condição de servir ao público“, disse ao O SÃO PAULO. Para dom Milton Kenan Júnior, bispo referencial do Serviço da Caridade, Justiça e Paz, a Igreja deve exigir que o Estado cumpra sua função e a socie-

dade não pode ser omissa em cobrar dos Poderes. Segundo o Bispo, “é impossível falar de democratização do Estado sem falar em democratização da Justiça. A Justiça precisa ser urgentemente repensada em nosso País, para que não permaneça uma Justiça da elite e uma Justiça dos mais pobres e dos indefesos”. Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, revelou a expectativa de que, a partir do evento, haja questionamento sobre o atual modelo de Justiça e comentou, ainda, que “um sonho que se tem neste seminário, é que consigamos implantar no Estado de São Paulo ouvidoria e corregedorias independentes do Ministério Público e do Judiciário”.

‘Haiti por si’, para não cair no esquecimento Grito dos Excluídos destaca NAYÁ FERNANDES participação da juventude Miguel Ahumada/Web Radio Migrantes

Especial para O SÃO PAULO

“A reconquista da Independência Roubada” do Haiti foi o que motivou a Agência de Informação Frei Tito para a América Latina (Adital), com organização da jornalista Adriana Santiago, a escrever o livro: “Haiti por si”, lançado na sexta-feira, 30, na Casa do Migrante, centro da capital paulista, em parceria com o Serviço Pastoral do Migrantes (SPM) da Arquidiocese de São Paulo. O lançamento já aconteceu em diversas capitais, a começar por Fortaleza (CE), mas foi a primeira vez que o livro foi apresentado para haitianos, que são acolhidos na Casa do Migrante da Missão Paz, por onde, somente este ano, já passaram 910. “Este é um lugar simbólico e é significativo que o lançamento do livro, em São Paulo, aconteça nesta casa”, disse padre Paolo Parise, diretor do Centro de Estudos Migratórios (CEM). Ao O SÃO PAULO, padre Ermanno Allegri, diretor-executivo da Adital, explicou que os lançamentos em diversos Estados brasileiros podem contribuir para uma conscientização acerca da realidade haitiana. “A ideia do livro nasceu em 2011, mas a vontade de fazer algo pelo Haiti veio antes do terremoto [janeiro de 2010]. Pensamos, primeiramente, em contar a história,

Redação

Padre Ermanno Allegri apresenta o livro “Haiti por si”, na Casa do Migrante

para que as pessoas saibam por que o Haiti está nesta situação. Depois, quisemos mostrar uma série de iniciativas para a reconstrução.” “Os haitianos falam não somente de uma reconstrução, mas de uma refundação. Em relação à agricultura, por exemplo, na década de 1970, o Haiti tinha 98% de produção alimentar no País, sendo independente. Hoje, mais de 50%, devem importar. A última novidade foi a importação do arroz de Miami (EUA), que foi um grande golpe para os haitianos”, explicou padre Ermanno. O Padre, que veio da Itália para o Brasil em 1974, já trabalhou na Bahia; em Goiânia (GO), quando foi secretário nacional

da Comissão Pastoral da Terra e no Ceará, onde está desde 1991, disse que é importante que os demais países da América Latina voltem os seus olhares para o Haiti e disse ter esperança de que os Governos tomem providências, em breve. “Como africano, achei a iniciativa do livro muito boa e que você deveria sempre fazer coisas assim, pois depois de uma catástrofe como a que aconteceu no Haiti, tudo o que se faz é positivo”, disse Jean Katumba, da República Democrática do Congo, hóspede na Casa do Migrante, ao agradecer a oportunidade de participar do lançamento junto a outros migrantes.

“Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular”; com este lema, o Grito dos Excluídos 2013, em sua 19ª edição, pretende conscientizar toda a sociedade, em especial os jovens, a se engajarem em torno da construção de um projeto popular para o Brasil. Em coletiva de imprensa (foto) realizada na sexta-feira, 30, foi explicado como serão os trabalhos que nortearão o evento deste ano. Participaram da coletiva dom Pedro Luiz Stringhini, pela CNBB; Liciane Andrioli, da coordenação nacional do Grito; Eduardo Paludette, da 26ª Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras; Marcelo Naves, do Instituto Paulista de Juventude; e Anderson Lopes Miran-

da, do Movimento Nacional dos Moradores de Rua. Dom Stringhini destacou a atuação da Igreja junto ao Grito dos Excluídos, desde o seu surgimento em 1994. Ele também lembrou que o ato do Grito sempre ocorre em consonância com a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema “Fraternidade e Juventude”. De 1 a 7 , acontecem diversas atividades ligadas ao Grito, dentre elas, o Pré-Grito, 5, que terá concentração na avenida Paulista. No feriado da Independência, 7, o Ato começará com a celebração eucarística na Catedral da Sé, às 8h, logo após haverá uma caminhada até o Parque da Independência. (Com informações do site da Arquidiocese) Alderon Costa/Rede Rua


Geral

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Nunciatura apostólica no Brasil reforça Dia de Oração e Jejum pela paz na Síria Em carta ao cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, dom Giovanni d´Aniello, núncio apostólico no Brasil, reiterou o pedido do papa Francisco para que no sábado, 7, as dioceses do País façam o Dia de Oração e Jejum pela paz na Síria, “invocando de Deus o almejado dom da paz para aquelas populações tão martirizadas”.

Dom Odilo reúne-se com equipe do O SÃO PAULO Arcebispo de São Paulo expressou vontade de que Semanário chegue a mais pessoas e falou da missão dos jornalistas

para a Pastoral da Comunicação, e Maria das Graças Silva (Cássia), administradora do Semanário, apresentaram ao Arcebispo a equipe administrativa e de redação, e expuseram as estruturas disponíveis para a realização dos trabalhos e uma tabela com os custos e

receitas do Jornal no último semestre. Dom Odilo pediu especial empenho para iniciativas que possibilitem que o Semanário chegue a mais pessoas, tendo em vista os altos custos de produção e baixa tiragem frente à quantidade de fiéis e paróquias

que há na Arquidiocese, e solicitou cópias do levantamento da quantidade de assinaturas em cada região episcopal para apresentar aos bispos auxiliares de São Paulo. O Cardeal também estimulou que haja ações para ampliar o número de assinantes e de Luciney Martins/O SÃO PAULO

Daniel Gomes

Reportagem na zona oeste

Em visita à redação do jornal O SÃO PAULO na tarde da sextafeira, 30, na Cúria Metropolitana, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, reuniu-se com a equipe administrativa e de jornalismo do Semanário e com os profissionais do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação. O cônego Antônio Aparecido Pereira (padre Cido), diretor do Jornal e vigário episcopal

Equipe administrativa e de jornalismo do O SÃO PAULO participa de reunião com o cardeal dom Odilo Pedro Scherer

anunciantes, bem como para a maior disponibilização do conteúdo do Semanário pelo site da Arquidiocese e pelas mídias sociais, tendo sugerido também a possibilidade de assinaturas digitais; e ressaltou ainda que o Jornal seja bem feito, se não for lido, não tem valor. Aos repórteres do Semanário, o Arcebispo fez algumas recomendações quando à postura que devem ter durante reportagens em ambientes de Igreja e explicou sobre algumas expressões a serem adotadas ou evitadas no Jornal. Dom Odilo Scherer também esclareceu dúvidas pontuais dos repórteres referentes a convenções de texto e à frequência de sua aparição em fotos das reportagens. Ao fim da reunião, o Cardeal lembrou aos jornalistas do O SÃO PAULO que a cada edição eles são os responsáveis pela imagem da Arquidiocese que ficará para a História.

Semanário recebe agentes das pastorais da Arquidiocese Luciney Martins/O SÃO PAULO

Daniel Gomes

Reportagem na zona oeste

Para conhecerem as recentes mudanças no O SÃO PAULO e receberem dicas de texto jornalístico e de fotografia, 16 agentes de pastorais, movimentos e novas comunidades da Arquidiocese de São Paulo estiveram na redação do Semanário, na Cúria Metropolitana, na quinta-feira, 29. Cônego Antonio Aparecido Pereira (padre Cido), diretor do Jornal, explicou que o novo formato do Semanário requer textos mais curtos e que preferencialmente retratem atividades das pastorais e não apenas reflexões, e assim pediu que os

chegue a mais agentes priorizem pessoas e que a produção de texhaja, tanto no tos noticiosos a arJornal quanto no tigos. site da ArquidioPara capacitácese, a divulgalos na elaboração ção das atividade tais textos, os des e dos textos repórteres – Daniel das pastorais. Gomes, Edcarlos Diante das Bispo de Santana demandas, foi e Nayá Fernanelaborada uma des – conduziram escala de publiuma formação mensal sobre captação de Agentes de pastorais, movimentos e novas comunidades durante o curso cação dos textos dos informações e características e estruturação do O encontro também foi grupos que enviaram representexto jornalístico; e o fotógrafo oportunidade para que os agen- tantes ao encontro ou justificaLuciney Martins apresentou di- tes opinassem sobre o novo ram ausência, de modo que, a cas para a produção de fotos formato do Periódico e apre- cada mês, 12 destes, três por com boa qualidade em celu- sentassem sugestões. Houve edição, terão textos publicados lares e máquinas compactas. pedidos de que o Semanário e ainda haverá um espaço para

veicular oportunamente os conteúdos daqueles que não estão na escala. Para Nelson Teixeira, da Pastoral Fé e Política, a formação oferecida pelo Semanário aos agentes “vai melhorar a escrita, dar um tom profissional aos textos das pastorais e permitir captar mais informações”. Aparecida Gonçalves de Jesus, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Criança, também enalteceu o encontro. “Achei essa iniciativa excelente, porque há uma ideia de que a gente escreve e nada é publicado, faltava um incentivo. Na próxima reunião da Pastoral, já vou avisar que temos este compromisso do texto com o Jornal.”


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Geral

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 3 a 9 de setembro de 2013

Nova plataforma de comunicação irá ajudar bispos A Conferência Episcopal Latino Americana e Caribe (CELAM) lançou neste final de semana uma plataforma digital para a comunicação entre os bispos. O projeto elaborado em parceria com o Pontifício Conselho para as Comunicações (PCCS) irá possibilitar a troca de informações, principalmente por meio de videoconferências.

Morre, aos 63 anos, dom Joaquim Justino Carreira Bispo de Guarulhos (SP) e ex-auxiliar na Arquidiocese de São Paulo, faleceu no domingo, dia 1º Daniel Gomes Redação

“O Senhor me chamou e me trouxe aqui para anunciar que o tempo já se completou, o Reino de Deus está próximo, que todos somos peregrinos, rumo à vida eterna e somente

o amor e a caridade permanecem para sempre”, disse dom Joaquim Justino Carreira, ao tomar posse como bispo de Guarulhos (SP), em janeiro de 2012. Às 23h45 do domingo, dia 1º, “o tempo se completou” para dom Joaquim, que aos 63 anos faleceu no hospital AC Camargo, na capital paulista, onde estava internado desde 24 de agosto, devido a complicações advindas do tratamento quimioterápico de um câncer no fígado. O corpo do Bispo está sendo velado na Catedral Nossa

Senhora da Conceição (praça Tereza Cristina, 01, no centro de Guarulhos) e será sepultado na terça-feira, 3, às 17h, na mesma Catedral, após a celebração de exéquias, que será presidida, às 15h, pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano e presidente do Regional Sul 1 da CNBB. Em nota, o padre Antonio Bosco da Silva, do Colégio de Consultores da Diocese de Guarulhos, desejou que dom Joaquim “receba a coroa da glória eterna por ter combatido o bom combate e guardado

ado em novembro de 2011. “Expresso, especialmente, meu agradecimento pela generosa dedicação de dom Joaquim à Arquidiocese de São Paulo, como bispo auxiliar. Deus, que o chamou do nosso meio, conceda-lhe agora um lugar no céu entre os bons e fiéis operários de sua messe e entre os santos pastores, que entregaram a vida pelo seu povo”, manifestou o cardeal Scherer em nota. Também a CNBB emitiu condolências pelo falecimento de dom Joaquim (veja a íntegra das notas ao lado).

a fé, numa vida de intensa dedicação a Deus e ao seu povo santo. Configurado ao Senhor Jesus, sacerdote, profeta e rei, pelas Sagradas Ordens, participe agora do banquete celestial, e alcance a visão bem-aventurada”. Nascido em Santa Catarina da Serra (Portugal), em 1950, dom Joaquim foi ordenado padre em Jundiaí (SP), em 1977, e nomeado bispo auxiliar de São Paulo em maio de 2005, onde permaneceu até janeiro de 2012, quando assumiu a Diocese de Guarulhos, para a qual foi nome-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

NOTA DA CNBB Nota de condolências pelo falecimento de dom Joaquim Justino Carreira A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB recebe, com pesar, a notícia do falecimento do bispo de Guarulhos (SP), dom Joaquim Justino Carreira, ocorrido na noite deste domingo, 1º de setembro. Nascido no ano de 1950 em Santa Catarina de Serra, em Portugal, sua família emigrou para o Brasil quando dom Joaquim ainda era criança. Na sua cidade de Jundiaí (SP), viveu a infância e iniciou sua caminhada na comunidade cristã. Foi ordenado presbítero em 1977. Durante seu ministério presbiteral, dom Joaquim atuou em diversas paróquias da Diocese de Jundiaí, e também como reitor do seminário diocesano. Destacou-se na direção espiritual de diversas pastorais sociais, como o Movimento de Valorização Humana em São Paulo, a Pastoral da Mulher Marginalizada e a Pastoral dos Moradores de Rua. Neste período, também concluiu o mestrado em Matrimônio e Família, pela Universidade Lateranense de Roma.

NOTA DE DOM ODILO pedro SCHERER Em 2005, foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo pelo papa João Paulo 2º, tornando-se responsável pela Região Episcopal Santana. Em nossa Conferência, desde 2011, era membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família. O papa Bento 16 nomeou dom Joaquim, no fim de 2011, para a Diocese de Guarulhos. Seu lema episcopal, “A paz esteja convosco” (Jo 20,21), revela o carisma com que realizou o seu serviço à Igreja. Desde o fim de 2012, este nosso irmão realizava o tratamento contra um câncer no fígado, contando com as orações e a colaboração do clero e dos fiéis da Diocese para a continuidade das atividades pastorais. Neste momento, estamos unidos aos familiares de dom Joaquim Justino, ao clero e aos fiéis da Diocese de Guarulhos na ação de graças a Deus, e na experiência de fé nas promessas do Ressuscitado. Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-geral da CNBB

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

São Paulo, 02.09.2013. NOTA DE PESAR E SOLIDARIEDADE Na noite de 01.09.2013 veio a falecer o Ex.mo Dom Joaquim Justino Carreira, bispo de Guarulhos, após uma devastadora enfermidade, que durou cerca de oito meses. Registro aqui meus sentimentos de pesar pelo falecimento do estimado Bispo e manifesto minha proximidade e solidariedade ao clero e a todo o povo da Diocese de Guarulhos, que ficou sem seu amado Pastor. Da mesma forma, expresso minha solidariedade aos familiares de dom Joaquim, que o acompanharam com

tanto carinho na vida e, especialmente, nesses últimos dias. Dom Joaquim, nascido em Portugal em 24.01.1950, imigrado ainda criança no Brasil, em Jundiaí (SP), tornou-se sacerdote pela Diocese de Jundiaí e, em 21.05.2005, recebeu a ordenação episcopal para servir a Igreja, como Bispo Auxiliar de São Paulo; desde 23.11.2011 era Bispo de Guarulhos. Expresso, especialmente, meu agradecimento pela generosa dedicação de Dom Joaquim à Arquidiocese de São Paulo, como Bispo Auxiliar. Deus, que o chamou do nosso meio, conceda-lhe agora um lugar no céu entre os bons e fiéis operários de sua messe e entre os santos pastores, que entregaram a vida pelo seu povo.

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo


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