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02 Ponto de Vista BAGÉ, 7 e 8 DE DEZEMBRO DE 2013

JORNAL MINUANO

Setor turístico na expectativa pela Copa

Na tarde de ontem os brasileiros assistiram ao sorteio para formar os grupos de seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol de 2014. E os gaúchos já sabem quais jogos serão realizados em Porto Alegre. Duas seleções campeãs do mundo jogam no Estádio Beira-Rio, do Esporte Clube Internacional. Os hermanos argentinos enfrentam os nigerianos e os franceses encaram os hondurenhos. Outra grande equipe é a dos holandeses. Pegam os australianos e ainda haverá Coreia do Sul e Argélia.

São quatro jogos que devem movimentar não só a capital, mas todo o Estado. A expectativa é de que a Copa seja um grande filão para o mercado turístico. Agências de viagens, hotéis, empresas de excursão e todos os setores que são indiretamente atingidos com evento prospectam bons resultados, principalmente os municípios que servirão de porta de entrada para os sul-americanos. E as cidades da fronteira com Uruguai e Argentina vivem essa expectativa. Para atender a necessidade de receber os tu-

Marcelo Teixeira

ristas, o governo federal prevê investimentos em Centros de Atenção ao Turista (CAT) e Bagé é uma das escolhidas para servir como ponto de referência aos que chegam. O Ministério do Turismo irá disponibilizar R$ 4,8 milhões para a construção do (CAT) no Ginásio Militão. A Rainha da Fronteira já recebeu investimento também no Aeroporto Comandante Kraemer, que pode servir de estacionamento para as aeronaves. Ou seja, a expectativa não é só pelo título da Copa de 2104, mas por uma oportunidade econômica ímpar.

CHARGE

CLÁUDIO FALCÃO

Acácias

Advogado e professor universitário @marcelodct | marceloct@ymail.com

falcaobage58@gmail.com

Silêncio eloquente Nunca antes na história desta cidade um filme ficou tanto tempo em cartaz. Até semana passada ainda estava em cartaz, no Cine Sete, o filme “O Tempo e o Vento”, completando, aproximadamente setenta dias em exibição. Por não conhecer uma fonte confiável que confirme se tratar de um recorde local, fiz a afirmação inicial com base na vaga lembrança que tenho desde a época que Bagé contava com quatro salas de cinema. Não lembrei de nada igual! No dia 20 de setembro, quando o filme estreou aqui, eu estava viajando e não pude assisti-lo, mas a expectativa era muito grande. Tanto que, ao chegar a meu destino, acessei as redes sociais para ler as primeiras impressões dos meus amigos após o filme, mas, incrivelmente, quase ninguém comentou nada sobre. Tinha mais comentários sobre o protesto na saída do cinema, contra os políticos presentes na “avant première”, do que elogios ou críticas ao filme em si. Estranhei, mas concluí que minha surpresa com aquele silêncio talvez estivesse ligada a minha grande expectativa. De qualquer forma, no dia seguinte, em Caxias do Sul, coloquei na minha agenda não dormir sem ver o filme. Estava tão ansioso que me antecipei bastante para comprar o ingresso, temendo que pudesse faltar pela grande procura. Porém, mais uma vez me surpreendi, pois não só consegui ingresso com certa facilidade, como ainda consegui até um desconto. Para finalizar as surpresas do dia, na hora do filme, vi que a fila para assistir a um outro filme era maior que a nossa. Pensei na hora que aquele aparente desinteresse dos caxienses era porque a comunidade deles não estava tão envolvida quanto a nossa. Sentei numa poltrona bem na frente, ansiedade total, luzes se apagam, já nos minutos iniciais fico emocionado com o encontro entre a velha Bibiana e o fantasma do Capitão Rodrigo, mas, depois, a cada minuto que a trama se desenvolvia, minha ex-

pectativa altíssima foi se transformando paulatinamente numa triste decepção. De repente, aquele silêncio nas redes sociais, a facilidade de comprar o ingresso e a fila menor começou a fazer sentido. O filme não era bom! Não sou um crítico de cinema e minha opinião não tem valor nenhum, mas fiz questão de fazer este relato só depois do filme deixar de ser exibido, não só para fazer uma leitura menos apaixonada da opinião alheia, mas também para não atrapalhar – mesmo que minimamente – o faturamento do meu amigo Serginho no Cine Sete. Sou do tempo em que era “chique” dizer que o livro era melhor que o filme. Como não lia muito na época, não podia contestar quem dizia isso, mas, hoje, acredito que existam obras que são melhores de ser lidas do que vistas e acho que “O Tempo e o Vento” é uma delas. Digo isso porque não gostei muito da minissérie “O Tempo e o Vento” exibido na Globo na década de 80 e gostei menos ainda do filme “Um certo Capitão Rodrigo”. Em todos, a narrativa é meio lenta, arrastada e o roteiro, para um audiovisual, parece não ser muito atraente. Some-se a isso, no filme do Monjardim, uma edição de imagens aparentemente feita às pressas (talvez para estrear no 20 de setembro), que chegou a prejudicar o entendimento da história, pouca coisa boa restou além de uma belíssima fotografia, uma boa qualidade de som e alguns bons desempenhos dos atores. Fiquei muito triste com esse fato, com as opiniões que li sobre o filme e com a bilheteria que decepcionou, mas confirmou essas impressões. Resta agora torcer para que a inclusão de cenas inéditas e uma reedição de imagens mais caprichada possa transformar o filme numa minissérie mais atraente, mas, até lá, como consolo, me ocorreu plagiar parcialmente uma frase de Aldous Huxley, dizendo: “Dá tanto trabalho fazer um filme ruim como um bom; ele brota com igual sinceridade da alma do autor”.

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