Jornal Lampião - edição 21

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ARTE: CLARISSA CASTRO

ARTE: CLARISSA CASTRO

TRABALHO

CIDADANIA

Burocracia feita com mágoa

Riqueza tingida de lama Com a produção afetada pelo rompimento da barragem, patrimônios locais podem se tornar uma raridade no comércio

Moradores dos distritos atingidos se veem de mãos atadas depois de perderem a documentação básica e registros de seus bens TAINARA FERREIRA

Francielle Ramos

Mariana Rennó

Incerteza. Fabricação da geleia antes produzida em Bento Rodrigues não tem previsão de ser retomada

Cooperação Conceito um tanto distante da economia tradicional, a economia solidária não está relacionada prioritariamente ao lucro, como explica a professora do curso de Engenharia de Produção da Ufop Francisca Diana, 36. A economia solidária está ligada à autogestão e ao cooperativismo e ajuda no desenvolvimento social e local, associando o empreendimento ao lugar onde está inserida. É desenvolvida para a melhoria de vida das pessoas que trabalham nesses empreendimentos. Francisca, que participa da Incop, vinha mapeando empreendimentos de Mariana, Ouro Preto e João Monlevade para incubar os que tivessem associados à economia so-

lidária. Francisca trabalhava com a Ahobero desde maio de 2014 e, nesse processo, a associação ganhou um prêmio do Banco Santander, que foi dividido em duas fases em 2014. O dinheiro, um total de R$ 100 mil, foi usado para ampliar e adequar a associação às normas da Anvisa. Imaterial É comum escutar o discurso de que há alternativas para quem perdeu um patrimônio. A professora de Ciências Sociais da Ufop, Marisa Singulano, 32, explica que, no caso da Ahobero, as mulheres podem voltar a produzir a geleia, já que o saber-fazer não foi perdido. Ela ouviu de uma das mulheres da Ahobero que a perda mais importante foi a histó-

ria. “Ficou enterrada na lama.” Essa memória se materializava em objetos, fotografias, recordações, coisas que não serão mais recuperadas. Para Marisa, a associação faz parte da história da comunidade de Bento Rodrigues. Era muito mais que vender; as pessoas envolvidas estavam juntas desde a plantação da pimenta até a colocação da geleia no pote. Havia uma relação entre o território e a vida de cada uma delas. Nesse lugar, todos colocavam em prática o saber-fazer quando passavam por todos os processos da produção. “O território de uma comunidade é, em parte, uma dimensão material – a terra –, mas, em parte, é ‘imaterial’, é o espaço da vida, e isso se perdeu com a tragédia.”

CLARISSA CASTRO

Fonseca

MG - 129

Águas Claras Pedras

Barra Longa

Paracatu de Baixo Mendes

Mariana Rennó

Cunha

MG - 129

MG - 326

Colaboraram Flávio Ribeiro e Rafaella Souza

Mariana Ouro Preto

MG - 262

Cachoeira do Brumado

MG - 262

Ponte Nova FOTOS: TAINARA FERREIRA

Sandra, vida em reconstrução

Tiara, iguaria de Barra Longa

Seu Waldir, colher o que dá

Conhecida na região de Mariana por sua famosa coxinha, Sandra Quintão, 43, de Bento Rodrigues, espera recomeçar e recuperar um pouco do que perdeu. Assim como outras famílias que aguardam uma casa provisória e depois um lugar definitivo para morar, Sandra busca encontrar uma que a permita continuar fazendo o que usualmente fazia. Emocionada, conta que, logo quando foi levada ao hotel, depois de perder a casa, conseguiu a cozinha emprestada e continua a produção de coxinhas e pé de moleque, com a ajuda da irmã, Terezinha. A procura pelos salgados aumentou consideravelmen-

Produto artesanal e familiar, a cachaça Tiara foi mais um dos patrimônios da região que teve a produção interrompida. O local onde o bagaço da cana ficava armazenado foi atingido pela lama do rompimento da barragem da Samarco. A tragédia afetou a produção da cachaça, prevista para terminar apenas em dezembro. Segundo Juliano Siqueira, 37, gestor da empresa, quatro funcionários formais e outros dez informais foram dispensados. O bagaço serve como combustível para o alambique onde produzem a cachaça. Numa safra, que dura, em geral, seis meses, chegam a ter entre 70 e 80 mil li-

Com um sorriso no rosto e muita disposição, seu Waldir Pollack, 69, morador de Paracatu de Baixo, conta sua história. No dia 7 de novembro, foi a primeira vez que chegou à feirinha onde vende suas hortaliças de mãos vazias, para mostrar aos clientes que estava bem. Ficou ao lado da barraca toda a manhã. Uma semana depois, ele já tinha o que vender, mas em menor quantidade. Com o rompimento da barragem, trabalhadores que o ajudavam na plantação foram afetados e não tiveram condições de continuar no subdistrito. A plantação é grande e possui uma diversidade de produtos.

te e ela os vende congelados ou fritos, por R$50 o cento. Sandra trabalhou durante nove anos em casas de família, em Belo Horizonte, e lá aprendeu a fazer o salgado. Mas o tempero é dela e é segredo. O casarão em que ficava o Bar da Sandra, que servia comida mineira, funcionava como pousada. “Já tive casos de a pessoa almoçar e pegar a coxinha pra levar na viagem.” Hérica Mara, 22, frequentava desde a infância o subdistrito e, sempre que dava, visitava os tios. Sobre as coxinhas, ela afirma: “É impossível resistir. Ela tem mãos de fada. E os doces também são maravilhosos”.

tros do produto. Como a produção é anual, a Tiara não deve sumir do mercado e, por volta de junho de 2016, a safra recomeça. Desde 1940 no mercado, a cachaça Tiara, inicialmente Iara, é produzida em Barra Longa. Antes de Juliano, o patrimônio foi administrado pelo pai, Benjamin e, antes dele, pelo avô. A Tiara tem parceria com o departamento de Tecnologia de Alimentos da Ufop, que faz análises periódicas do produto. Em 2014, a Tiara foi premiada com medalha de ouro do Concurso Mundial de Bruxelas. Ela é comercializada em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Campinas.

“Tinha acabado de chegar, naquela quinta-feira fiz compras no mercado. Só peguei minha bolsa e saí com a roupa do corpo”, relembra. Atualmente, ela tem a carteira de identidade e o CPF, porque ficaram na bolsa que protegeu. Vanda ainda não solicitou a segunda via da certidão de nascimento e da carteira de trabalho, porque não está pronta para lidar com o processo. Para ela, o único meio de atestar a existência da construção é a conta de luz em seu nome. O documento da Cemig comprova a residência no lugar, não a posse do imóvel. Procedimentos No dia seguinte ao rompimento, o Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) de Mariana, em parceria com a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, a Polícia Civil de Mi-

nas Gerais e o Sindicato dos Cartórios (Recivil), iniciou mutirões para que as pessoas pudessem refazer a documentação básica. As equipes foram até os hotéis e recolheram os nomes de quem precisaria. As ações já foram finalizadas, mas os serviços regulares desses órgãos continuam sendo preferenciais. A Câmara Municipal e o Cartório de Registro de Imóveis de Mariana garantiram que todos os afetados pela calamidade têm direito à isenção para retirar novas vias dos documentos. A Câmara não soube informar quantos deles foram atendidos desde 6 de novembro. Uma fonte contou ao LAMPIÃO que a Samarco pagará a segunda via do documento do carro e descontará no valor da indenização. Até o fechamento, 20 moradores de Bento Rodrigues e Paracatu haviam ido ao

Achado. Após 19 dias, Geralda volta ao local da tragédia e recupera alguns documentos essenciais

cartório para buscar as escrituras. Alguns voltaram de mãos vazias. Dos 25 imóveis procurados, apenas 10 foram identificados. Um mês após o desastre, a Samarco ainda não tinha uma estratégia para ressarcir as vítimas, inclusive as que estão sem a documentação comprobatória dos bens. De acordo com o analista de comunicação da mineradora, Thales de Toledo França, a empresa está focada em ações emergenciais. “A Samarco não está discutindo indenizações agora com nenhum dos atingidos, isso não é a prioridade. O que estamos fazendo é o atendimento aos direitos humanos. A prioridade é necessidade básica como alimentação, moradia, água e pagar contas.” Thales afirmou que existe uma consultoria começando a traçar um plano para reembolsar quem não apresentar provas legítimas de suas posses. “Isso vai entrar nesse planejamento, mas ainda não temos uma resposta”. Ele assegurou que a Samarco cumprirá os prazos estabelecidos pelo Ministério Público. A empresa atrasou para cumprir as primeiras etapas do Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Segundo o promotor de Direitos Humanos da comarca de Mariana, Guilherme Meneghin, a falta de documentos não é empecilho para a indenização; eles podem ser supridos pela prova testemunhal. As vítimas se enquadram em um mecanismo jurídico chamado inversão do ônus da prova. Nele, a parte prejudicada declara os bens e a outra é que deve comprovar que ela não os possuía. “A Samarco não pode se negar a ressarcir. Ela é quem tem que provar que a pessoa não tinha aquilo, e ela não vai conseguir.”

Solidariedade em meio à dor

MG - 326

Bento Rodrigues

A lama liberada após o rompimento da barragem do Fundão da mineradora Samarco, no dia 5 de novembro, não destruiu apenas lares, vidas e meio ambiente. Os rejeitos de minério misturados à água prejudicaram o convívio das comunidades atingidas e levaram um pedaço da dignidade das vítimas. Os documentos são suportes para que qualquer pessoa consiga exercer sua cidadania. Não tê-los em mãos dificulta a comprovação das posses ou até mesmo da própria existência. Quando se depararam com a invasão da lama, os moradores dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo se preocuparam em se salvar. Os bens materiais, assim como a documentação, se tornaram irrelevantes. Alguns resgataram o que puderam, outros perderam tudo, de certidões de nascimento, carteiras de identidade e Cadastro de Pessoa Física (CPF) a documentos que envolvem maior burocracia para serem repostos. Registros informais de casas e automóveis se dissiparam em meio aos escombros. “Dei sorte porque meus documentos estavam todos no alto, deixei pendurados na parede. As paredes molharam, mas a bolsa não”, afirma Geralda da Penha Gomes, 57 anos, moradora de Bento Rodrigues. A dona de casa conta que, hoje, só tem a documentação essencial por um “milagre”. Ela foi levada pela Samarco para buscar o que restou somente no dia 24 de novembro. Até então, estava sem os documentos básicos e com medo de precisar fazer todos outra vez. Ao fugir, Geralda não pegou nada. “Quando corri com meu me-

nino, não teve jeito de pegar documento. Nessa hora o mais importante é sair vivo.” Ela revela que vem recebendo apoio da empresa, menos na questão documental. Apesar da perda da escritura, sua casa era registrada em cartório, o que facilita a comprovação da propriedade. Nos distritos, por ser uma área rural, grande parte dos imóveis não eram formalizados. Os proprietários não dispõem de documentos que certifiquem, legalmente, que eram donos dos pertences. Esse é o caso de Vanda Emília Teotono, 60, também dona de casa e moradora de Paracatu de Baixo. Ela perdeu a casa onde vivia, deixada de herança pelo pai e ajeitada aos poucos por ela. “Fiz minha casa como pude. Era tudo novo, meus móveis... Tudo novo.” Desde a tragédia, Vanda está morando com a irmã em Mariana.

MONIQUE TORQUETTI

Nas prateleiras dos pequenos comércios, já não é possível encontrar as geleias de pimenta biquinho. A promessa de tê-las de volta nos comércios é uma etapa adiada. A Ahobero não se construiu de forma rápida e do nada; foram anos para conquistar o que alcançaram. Agora que estavam prontas para avançar, o trabalho foi perdido. Tudo foi levado por um mar de lama. Produzida com a adição de frutas cítricas, açúcar e pimenta malagueta, além da própria biquinho, a geleia de pimenta era vendida em feiras e laticínios sob encomenda para revenda em Belo Horizonte e em pequenos comércios da região de Mariana. Ela foi concebida e produzida para ajudar no desenvolvimento de um grupo de pessoas e da comunidade. A Associação de Hortifrutigranjeiros de Bento Rodrigues (Ahobero) começou em 2002, em Bento Rodrigues, com a produção de verdura processada. Em 2006, por incentivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater–MG), a Ahobero conheceu a pimenta biquinho, novidade no Brasil naquela época. A ideia inicial era vender o produto em seu estado natural para a região. No mesmo ano, o grupo decidiu mudar e passou a produzir a geleia de pimenta biquinho, estimulado por uma técnica da Emater. A associação é composta por nove pessoas, que participavam de todo o processo de produção, desde o plantio e colheita (processo que levava três meses) até a confecção da geleia.

Com a inclusão da Ahobero na Incubadora de Empreendimentos Sociais e Solidários (Incop), projeto de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), a associação adequou a produção às normas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inserindo o código de barras nos produtos para poder vender a geleia em supermercados. Estava tudo organizado e planejado para a ampliação das vendas. Keila Vardele Sialho dos Santos, 42 anos, presidente da associação, conta que já chegaram a produzir mais de 7 mil potes em menos de uma semana devido a uma encomenda de cestas. Em média eram produzidos 400 potes de geleia por dia. Neuza da Silva Santos, 39, uma das produtoras, comenta que, depois do rompimento da barragem, todo o maquinário foi recuperado da sede da associação no subdistrito de Bento Rodrigues, assim como cerca de 700 garrafas pets (de 1,5l e 2l) cheias de pimenta biquinho, hoje em posse da mineradora Samarco. Ainda havia 22 caixas e meia de geleia prontas, com 24 potes cada. Logo que ocorreu a tragédia, a procura aumentou. Foram vendidas 21 caixas de geleias para apenas uma pessoa, pelo valor de R$ 10 cada pote. Antes da tragédia, o valor médio de venda era R$ 7,50. Sem expectativas, Keila e Neuza esperam em breve poder produzir geleia com as pimentas já colhidas e estocadas, assim como conseguir um novo espaço para retomar a plantação e produção da geleia. Ambas, contudo, ainda estão incertas de quando e como isso vai ocorrer.

Além disso, uma diversidade de plantações frutíferas foi destruída, juntamente com o trabalho de reflorestamento na beira do rio Gualaxo que ele vinha realizando. “E, por enquanto, vou tentar tocar o que dou conta.” Além de vender suas hortaliças na feirinha, que acontece aos sábados no Centro de Convenções de Mariana, ele também entregava orgânicos em comunidades da região. Flávio Ernani, 30, conta que vai à feirinha há cinco. “Ele é muito simpático. Vou lá e deixo tudo separado e busco depois.” Flávio começou a fazer isso porque os produtos do seu Waldir acabam rápido.

“Você chega com uma palavra, um abraço, uma cesta e percebe que, em meio à destruição, consegue ver sorrisos nos rostos dessas pessoas”, conta Elmírio Eduardo de Almeida, 38 anos, sobre os atos de solidariedade após a tragédia que deixou 16 mortos, três desaparecidos e centenas de desabrigados em Mariana. O caminhoneiro se envolve em ações de diferentes situações de calamidade pelo país. Por ter um jipe com facilidade para se deslocar, ele oferece ajuda àqueles que querem doar, mas não têm condições de chegar a lugares precários. Elmírio saiu do Mato Grosso e foi aos distritos atingidos para resgatar vítimas, em apoio ao Corpo de Bombeiros. Desde então, compra e recolhe donativos para levar aos que perderam tudo. Ele e quem o acompanha nas “missões” consultam os moradores para descobrir do que es-

tão precisando. O período de duração de alimentos, remédios e água é considerado para que a próxima carga chegue no tempo certo. “A solidariedade parte das pessoas que estão na sua zona de conforto e se sentem incomodadas quando veem alguém em sofrimento. Parte das pessoas de bom coração”, define. “E então vejo como está sobrando em casa e acho que é hora de ajudar. ” O caminhoneiro prefere entregar os donativos pessoalmente a quem necessita. Segundo ele, com esse trabalho voluntário pode ter contato humano e experimentar a sensação de dever cumprido. “Isso me faz muito bem, me sinto feliz e me gratifica muito.” Para Elmírio, todos devem estar unidos para que a cooperação tenha mais força. “Toda ajuda é bem-vinda para essas pessoas. Vamos nos por no lugar delas, porque um dia podemos precisar também.” Mobilização Os pontos oficiais de recolhimento de doações foram criados

pela Prefeitura de Mariana em parceria com Defesa Civil de Minas Gerais, Corpo de Bombeiros e Cruz Vermelha. Após a tragédia, moradores se voluntariaram para organizar os itens recebidos e amenizar o caos instalado. Com o apoio deles, os galpões foram estruturados aos poucos. Segundo o secretário adjunto de Desenvolvimento Social e Cidadania de Mariana, João Paulo Batista, hoje a maioria dos que fazem esse trabalho são servidores públicos municipais. Você chega com uma palavra, um abraço, uma cesta e percebe que, em meio à destruição, consegue ver sorrisos nos rostos dessas pessoas.” Elmírio Eduardo de Almeida

As doações foram armazenadas no Centro de Convenções e cerca de 940 pessoas podem recebê-las. Triagens foram realizadas pela Assistên-

cia Social para identificar as necessidades reais dos atingidos. Entre os donativos, estão arroz (230 kg), feijão (197 kg), colchões (111), produtos de higiene (2104) e água (84,3 mil litros). A Samarco disponibiliza transporte para as famílias buscarem as doações. Em média, elas pegam o que precisam duas vezes por semana e os idosos comparecem menos. A mineradora é responsável por mobiliar as casas alugadas para os desabrigados e arcar com os utensílios domésticos e enxovais. Ainda assim, quando foram encaminhadas para os imóveis, as vítimas procuraram cestas básicas e roupas de cama no Centro de Convenções. A empresa abastece as casas com alimentos perecíveis. Porém, a Samarco não se compromete mais com o suprimento após a entrega do cartão de auxílio financeiro. Ele contém um salário mínimo por família, mais 20% para cada dependente e o valor de uma cesta básica. Até o fechamento do LAMPIÃO, 754 pessoas haviam sido alojadas.

Três contas bancárias foram abertas pela Prefeitura para contribuições em dinheiro e são administradas por uma comissão de órgãos públicos e moradores. Elas continuam ativas e o arrecadamento foi de aproximadamente R$ 1 milhão. O recebimento de donativos foi interrompido no dia 15 de novembro, por causa do acúmulo de objetos. João Paulo Batista afirmou que a decisão foi tomada para tudo seja contabilizado e distribuído com eficiência. Apesar de a campanha estar finalizada, três carregamentos de doações chegaram na cidade na semana do dia 11 de dezembro. O secretário diz que os órgãos públicos não têm como controlar ações independentes porque o ato de doar é espontâneo. Ele acredita que os que preferem contribuir assim têm medo de que as coisas não cheguem até quem precisa. A grande arrecadação em Mariana possibilitou que donativos fossem direcionados para outras cidades, como Barra Longa e Governador Valadares. SABRINA PASSOS

Empatia. Voluntários ajudam na separação e organização dos donativos para serem distribuídos às vítimas; Centro de Convenções de Mariana é o principal ponto de apoio


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