Realidade 2008 - 3ª ed.

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Por: Daíse Carvalho, Henrique Sanchez e Ricardo Bolson O número de focos da dengue vem diminuindo em São Borja, no entanto a cidade ainda é considerada uma das maiores áreas de risco de contaminação no oeste do Estado. O Bairro Pirahy concentra o maior número de focos devido ao grande tráfego de caminhões vindos da Argentina. O trabalho realizado contra os focos do mosquito da dengue, é feito por vinte e cinco agentes da vigilância sanitária, que são responsáveis pelos 19.566 imóveis a serem

visitados e realizam o serviço de alertar a população para prevenção, trabalho desempenhado em horário comercial, percorrendo todos os bairros da cidade de dois em dois meses, ciclo bimestral. No ano de 2007, foram encontrados 209 focos. A vigilância contava com nove agentes enfrentando dificuldades para concretização da tarefa a ser feita. Neste ano, foram registrados 71 focos, 60% estavam localizados no Bairro Pirahy, afirma Janaína Leivas, Chefe da Vigilância Sanitária de São Borja. Em locais como oficinas e depósitos deve haver

Cinema da JR entretenimento pode fechar por falta de público. Por: Marcelo A. dos Reis, Luís Gabriel Mendrana e Valeska Birck Afora o Cine JR, em funcionamento desde maio deste ano na rua General Marques, São Borja não possui outra sala fixa de cinema, sequer de teatro. As opções de lazer na área cultural resumem-se a eventos esportivos e teatros itinerantes. Mesmo sendo o único na cidade, o Cine JR desperta pouca atenção: a média de expectadores é de 20 por sessão, sendo que há lugares para 162 pessoas.”A principal causa do desinteresse da população é o fato da cidade não ter uma cultura que valorize as artes cênicas, as pessoas não tem o hábito de frequentar cinema e teatro, preferem ir a bares e clubes ” aponta o proprietário, Antônio Goncalves. Segundo o diretor do Departamento de Assuntos Culturais (DAC), Sidnei

Fenerharmel, outro fator é determinante para a despopularização dos espaços culturais: o advento das novas tecnologias de informação e entretenimento. “Com a chegada do videocassete, num primeiro momento, e do DVD posteriormente, as pessoas deixaram de ir ao cinema , em detrimento da comodidade de ver filmes em casa. Além disso, a internet possibilita que se tenha acesso a esses produtos culturais sem sair de casa” avalia. De acordo com informações do DAC, há dois projetos para a área da cultura: o primeiro visa criar um cinema itinerante gratuito, que ofereça sessões periódicas nos bairros da cidade. O segundo, refere-se à reforma do antigo Prédio Cultural, na estação férrea, com o intuito de pôr em funcionamento um novo centro cultural, dedicado ao teatro, cinema e exposições artísticas. “Vamos tentar resgatar parte da cultura da cidade”analisa o diretor.

Desvinculação de taxas é vetada pelo Poder Executivo Por: Luana Raddatz, Marlova Martins e Rafaela Thevenet

O projeto de Lei nº 108/ 2008 que propõe desvincular o Imposto P r e d i a l e Te r r i t o r i a l Urbano (IPTU) da

cobrança das taxas de Limpeza Urbana e coleta de lixo em São Borja foi vetado em outubro depois de um ano e sete meses em processo de aprovação. Depois de ser aprovado pela câmara de vereadores ele é impedido de entrar em vigor pelo poder executivo.

Criada pelo vereador Antonio Carlos Rocha Almeida (Farello), o projeto sugere a mudança do atual sistema de cobrança de taxa de lixo, que é baseada na metragem da frente do terreno, seja ele baldio ou edificado, em alíquota única para residências, indústrias, comércios sem considerar a produção de

lixo. A cobrança é irregular e inadequada, por exemplo, um imóvel com 145 metros quadrados paga R$ 59,04 da taxa, enquanto um terreno baldio paga R$ 255,84. Também segundo Almeida, a mudança é uma questão de justiça social. O prefeito de São Borja, Mariovane Weis,

vetou a lei com a justificativa de que ela é inviável e contrária ao interesse público. Também confirma o secretário de Administração e Fazenda, Bruno Maurer que realmente têm coisas que não estão bem, mas os órgãos públicos estão seguindo a lei e essas questões competem ao poder executivo.

Expediente: o Realidade é o jornal laboratório do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Unipampa, produzido pelos acadêmicos do segundo semestre, na disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso I. Professora responsável: Profª. Me. Joseline Pippi (MTB 12164)/Equipe: Ana Camila Costa, Ana Caroline Fagundes, Ana Márcia Nilson, Ana Paula Veiga, Ana Paula Kemerich, Anderson Cogo, Andressa Shneider, Camila Schmitt, Carmem da Costa, Clevison Lopes, Daíse Escobar, Daniele Balbueno, Diego Dorneles, Diogo Rodrigues, Elder Correa Junior, Franciele Bolsan, Francine Ferreira, Gabriella de Oliveira, Glauber Alves, Henrique Sanchez, Jaiara de Oliveira, Julian Bohrz, Larissa Lucero, Lenise Morgental, Liane Godoi, Luan da Silva, Luana Raddatz, Luciano da Costa, Luis Gabriel Mendrana, Maíra Silva, Marcelo dos Reis, Márcia Solares, Marlon Ortiz, Marlova Martin, Mauro Garcia, Priscila Urach, Rafaela Vieira, Ricardo Bolson, Robson Hidalgo, Suelen da Silva, Tamela Grafolin, Tiago Muchale, Valeska Birck e Vinícius Ferreira.Tiragem: 1000 exemplares. Distribuição gratuita.

Artista plástico avalia cultura em São Borja Pág. 02

Trabalho infantil deixa crianças vulneráveis Central

Ano II, N°9, Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo/Unipampa.

São Borja, 17 de novembro de 2008.

Associações de moradores de São Borja perdem força Acervo pessoal: Joaquim Corrêa

arquivo secretaria de saúde

Encontrados focos do mosquito e m São Borja.

maior atenção por parte da população, pela reconhecida incidência de larvas do Aedes Aegypti, em materiais utilizados nesses lugares, como pneus, e nos recipientes onde pode haver água parada. Segundo o Agente Operacional da Saúde, José Antônio da Silva, o Bairro Pirahy é considerado área de risco pela proximidade com a fronteira, que liga São Borja a São Tomé na Argentina, onde foram registrados muitos focos do mosquito. A população está mais acessível em relação a vistoria das casas, e os agentes estão sendo bem recebidos nas moradias, agora com a chuva lugares ficam com água parada, precisando de maior vigilância, conta Leivas. A Dengue tem um período de incubação de 3 a 15 dias e pode se manifestar de duas formas: a Clássica e a Hemorrágica. A clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de repente entre 5 a 7 dias.A hemorrágica caracteriza-se por alterações na coagulação sanguínea. Assemelha-se Clássica, e depois de três ou quatro dias surgem hemorragias devido ao sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgão internos. A Campanha Dia D deste ano será realizada em novembro, haverá um mutirão, para conscientizar a população sobre a prevenção da dengue, explica a Chefe de Vigilância Sanitária.

Faltam espaços culturais em São Borja

Realidade

Vigilância Sanitária realiza prevenção à Dengue

realidadeccssb@gmail.com

Realidade - São Borja, Segunda-feira, 17 de novembro de 2008.

Valeska Birck

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A falta de participação da comunidade prejudica o desempenho das associações de moradores. Por: Larissa Zinelli, Lenise Morgental e Luciano Costa

As associações de moradores de todo o município sofreram nos últimos anos uma grave desestruturação de seus serviços, seja pela má administração dos presidentes de bairro ou pelo desinteresse da comunidade. Em muitos bairros os prédios estão em ruínas, outros faltam luz e água, além de não atenderem às necessidades da população. Toda receita gerada nos centros comunitários são provenientes de promoções, eventos e doações. A USAM (União Samborjense de Associação de Moradores) é responsável pela realização de eleições, fiscalizar o trabalho dos presidentes e apoiar manifestações em favor da comunidade.

Segundo o presidente da USAM, Pedro Ivo Silva Rosa, que assumiu o cargo há seis meses, a situação deve-se à má administração de alguns presidentes. “Tem aqueles que usam sua posição apenas por interesse econômico, além de outros que, acabado o período do seu mandato, se negam a sair de seus postos, gerando briga e baixaria entre os membros da comunidade, que não podem usufruir o prédio comunitário nem eleger novas equipes diretivas”, afirma Rosa. Já para o Presidente da Associação de Moradores do Bairro do Passo, Joaquim Corrêa, é a própria comunidade a responsável pela desunião. “Ela não participa de discussões importantes para o bairro nem dá importância para os problemas que ele enfrenta”, diz. Corrêa acredita, ainda, que a comunidade não é relapsa, ela

esquece dos seus direitos e não luta por eles. segundo o Presidente, a situação só se resolverá a partir do momento que a comunidade se conscientizar do seu papel e se envolver com os problemas de seu bairro. Hoje a principal movimentação dos bairros é a favor da isenção do imposto predial das associações, em prol da construção de prédios novos e, principalmente, da reforma de prédios degradados, que podem atender a centenas de pessoas através de projetos sociais de inclusão e cursos profissionalizantes. Porém, as comunidades só alcançarão seus objetivos se houver maior envolvimento e participação de toda a comunidade. “Somente com a união a comunidade conseguirá atingir seus objetivos”, enfatiza Corrêa.

Fato da Semana Dia 14 abriram as inscrições para o Concurso Vestibular 2009 da Unipampa. O campus de São Borja oferece os cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Serviço Social e Ciência Política. A taxa de inscrição é de R$ 50. A prova objetiva e a redação serão realizadas na mesma data, dia 18 de janeiro. Segundo a Assessoria de Comunicação do campus, na prova objetiva serão 100 questões, com duas alternativas: certo ou errado. As questões erradas anulam as corretas. Para ser aprovado o candidato deve ser aprovado o candidato deve acertar, pelo menos, 25 questões. As inscrições estarão abertas até o dia 10 de dezembro e podem ser feitas através do site www.unipampa.edu.br.


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Crianças buscam renda no lixão

Rossini em seu atelier, com uma de suas criações artísticas.

Rossini Rodrigues nasceu em São Borja em 1966 e desde os 22 anos trabalha como ar tista plástico. Autodidata, é um dos representantes do Brasil no Prêmio Unesco de Artesanato Popular. Suas mais famosas obras, as Índias, o Bolicho do Gaúcho e a Churrascada na Campanha, foram premiadas em muitos salões de ar te e concursos no Rio Grande do Sul, São Paulo e Argentina.

R: Como você avalia o desenvolvimento da cultura em São Borja? R.R: Aqui em São Borja a cultura é fraquíssima, quando eu saio daqui da cidade e falo isso, ninguém acredita, o incentivo dos poderes legislativo e executivo é quase nulo, e muitas vezes a população desconhece e acaba não prestigiando.

R: Você tem algum projeto de incentivo a cultura? R.R: Sim, eu e um grupo de pessoas idealizamos um projeto feito na antiga estação férrea, que já estamos desenvolvendo, realizamos R: Como você iniciou sua alguns eventos, porém são poucas as pessoas que carreira e como a avalia? R.R: Eu já modelava o barro participam. desde os seis anos, um dia, um arquiteto disse que pagaria R: Quais são as perspectivas um salário para eu fazer para seu trabalho daqui pra minhas peças e vender. Deu frente? certo, mas depois tive que me R.R: São sempre as melhores, virar. Hoje, meu trabalho é a estou sempre em busca de coisa que eu mais adoro no novas técnicas, conhecendo mundo, e isso é uma satisfação pessoas que tem algo a me pessoal imensa, eu consigo ensinar, me atualizando e sustentar minha com o que eu nunca desisto. Acredito que gosto de produzir, conheço onde a arte é reconhecida, há vários lugares e culturas povo evoluído. E não há diferentes e ainda ganho por dinheiro que pague o reconhecimento do meu isso, me sinto privilegiado. trabalho. R: Qual é o reconhecimento do seu trabalho na cidade? R.R: Fico surpreso com o reconhecimento que tenho em São Borja em relação com outros artistas que têm muita dificuldade de divulgar seus trabalhos. Comecei fazendo exposições aqui na cidade, pegava minhas peças e saia fazer exposições, e então depois começou a vim o reconhecimento, reportagens Um dos trabalhos premiados. e convites para galerias.

No bairro Promorar, próximo ao lixão municipal de São Borja existe um depósito irregular de lixo onde trabalham crianças e adolescentes em condições precárias. Quando, há oito anos, o lixão municipal foi institucionalizado e tornou-se a cooperativa de Prestação de Serviços Limitada (P.R.T.) os cidadãos passaram a colocar lixo irregularmente ao ar livre a cerca de cem metros da instituição. Para a assistente social coordenadora do Programa do Governo Federal de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Aline dos Reis Ribeiro, é difícil conscientizar as pessoas de que colocando lixo lá elas contribuem para que as crianças trabalhem. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente é proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos e em condições insalubres ou penosas realizadas em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento. Maria Angélica Teles, 52 anos que trabalha há seis no depósito de lixo, afirma ver cerca de vinte crianças juntando materiais em um mesmo dia, com idade a partir dos sete anos. Cinco adolescentes trabalham todos os dias e outros freqüentam o local esporadicamente. O menino de 14 anos que trabalha diariamente diz que “faça chuva ou faça sol estamos aqui, sempre esperando”. O Estatuto também ga-

rante que todas as crianças devem ter acesso à escola. A orientadora da Escola Municipal Ubaldo Sorrilha da Costa, Stella Teló Morais, onde alguns meninos declararam estudar, tem conhecimento da situação, porém não consegue identificar as crianças. Os adolescentes trabalham desde pequenos nesse local, “a gente se criou aqui, alguns foram embora buscar coisa melhor”. Os que permanecem dizem ser felizes e estarem ali por vontade própria, “melhor estar aqui do que na rua roubando” declara um deles. Segundo os catadores seu ganho mensal já chegou a ser de 70,00 reais. O dinheiro é revertido para o sustento da família e com ele compra-se o que falta. Conforme o adolescente de 16 anos que já mobiliou a sua casa com ventiladores, aparelho de som, monitor de computador, sofá, estante, cama entre outros objetos oriundos da sua coleta, “o que para outras pessoas não tem utilidade para nós tem”, comenta. O Conselho Tutelar já foi comunicado sobre o trabalho exercido por crianças e adolescentes nesse local. A conselheira tutelar Lourdes Londero Martins afirma que a fiscalização é feita através de denúncias que há tempo não são efetuadas. O Conselho assim que toma conhecimento dos casos adverte as famílias, mas os resultados não são efetivos. Em casos extremos eles são encaminhados para o Ministério da Justiça. Para a conselheira Raquel

Marlova Martin

Por: Luana Raddatz e Rafaela Thevenet

Usina de Biomassa: Oportunidade de desenvolvimento para São Borja

Trabalho infantil explora e remunera pouco crianças do lixão Roso, o órgão tem dificuldades de identificar esses indivíduos, pois eles fogem quando reconhecem o carro do Conselho Tutelar. “Nunca conseguiram nos pegar, somos mais rápidos.” afirma o garoto de 15 anos que desde os sete freqüenta o lixão. Raquel também ressalta a responsabilidade dos pais como fator decisivo na inserção desses adolescentes no trabalho irregular. A mãe do adolescente de 14 anos que trabalha no depósito diz que não gostaria que ele trabalhasse, “lá não é lugar, mas o dinheiro que a gente ganha não garante o sustento da casa”. Na empresa P.R.T. não é permitida a entrada de menores de idade, assim se aglomeram no depósito irregular em busca

do sustento. “Tem que vir porque não adianta esperar que caia do céu, porque não cai”, diz um deles com 15 anos. Outra dificuldade, ressalta a assistente social, são as omissões e as mentiras dos adultos feitas para acobertar o trabalho infantil irregular. “Eles não contam onde as crianças moram, dizem o endereço errado e é difícil conseguir informação.” Além disso, a família não participa no processo educacional. Os trabalhadores são em sua totalidade da zona norte de São Borja, nela há ações como o Grupo Infantil de Apoio ao Meio Ambiente (Giama) que propõe inserir também essas crianças na sociedade de forma que não trabalhem ou se

ocupem com outras atividades de formação cidadã. O coordenador do Giama, Mário Carvalho tem conhecimento de casos de crianças que começaram a freqüentar o projeto e pararam de ir no lixão, entretanto há outras que ainda vão lá nos fins de semana e em outros horários e também têm àquelas que pararam de ir no Giama para ir no lixão. A psicóloga do PETI, Iara Brainack Bittencourt, vê na família o entrave para ajudar essas crianças. “É uma situação grave, elas não têm condições, não é um trabalho. Elas envelhecem, são colocadas em situação de risco: doenças, abuso” afirma.

Região das Missões terá Escola Técnica F ederal Federal Por: Ana Paula Kemerich Danile Balbueno Gabriella Oliveira

Com um custo de 10 milhões, as obras que garantem a implantação da Escola Técnica Federal de São Borja, já foram iniciadas. O terreno, localizado no Bairro Pirahy, foi doado pela Prefeitura Municipal, que arcará também com a metade do custo da obra, o restante ficará a cargo do Governo Federal, responsável pelas licitações. As primeiras dependências construídas

serão o Centro Administrativo e as salas de aula, depois a nova unidade será contemplada com biblioteca, alojamento masculino e feminino (casa do estudante), com capacidade para 10% do número de alunos, auditório, área de vivência, centro de saúde, refeitório e ginásio de esportes. Segundo Luiz Osório, Secretário Geral de Governo, estão previstas a contratação, por concurso público, de professores e pessoal administrativo para iniciarem suas atividades a partir da implantação dos cursos previstos para o primeiro semestre de 2009.

A Usina Termoelétrica de Biomassa está em construção na BR285 em São Borja, com capacidade para abastecer uma cidade de 70 mil habitantes. A indústria tem previsão de iniciar suas atividades em setembro de 2009. A casca de arroz, um dos principais subprodutos para geração de energia e que até então não era aproveitada comercialmente na cidade, será vendida pelas empresas de beneficiamento de arroz para a Usina de Biomassa. Um problema decorrente do mal uso da casca de arroz era seu acúmulo em lugares abertos, exposto por completo e que logo entrava em decomposição, prejudicando o meio ambiente. Além disso, o acúmulo do produto a céu aberto e sob o sol pode causar incêndios, visto seu alto poder de combustão. São Borja produzia cerca de 30 toneladas de

briquetes (blocos de casca de arroz prensada) por dia, que eram utilizados em caldeiras e como combustor para fogões a lenha. Esta prática, no decorrer do tempo, causa sérios problemas respiratórios devido à fumaça exalada dos produtos químicos usados na fabricação dos briquetes. Com o aproveitamento para a indústria, danos ambientais e à saúde, como estes, serão sanados. Segundo José Francisco Rangel, Presidente da Agência de Desenvolvimento de São Borja (ADSB) e idealizador da usina uma das entidades engajadas na iniciativa, a perspectiva é de que sejam gerados além de 250 empregos diretos, 700 indiretos, uma oportunidade para quem está desempregado no município e região.

Ginásio Cleto Dória recebe competidores

Conforme Otacílio Motta, diretor da Escola, a meta é de 10 cursos que impulsionarão os 13 municípios da fronteira oeste e os 25 das missões, com a formação de profissionais nestas áreas ,visando mudar o per fil sócio-econômico e proporcionar a permanência dos jovens na região, contribuindo para o desenvolvimento local. A Escola que está projetada para 1200 alunos, 400 no primeiro ano, 400 no segundo ano e 400 no terceiro ano, ainda não tem um critério de seleção definido, mas adianta que a prioridade será dada para Futuras instalações da Escola Técnica Federal já tem obras iniciadas. estudantes carentes.

Ana Paula Kemerich

“Onde a arte é reconhecida, há povo evoluído”

Por: Larissa Zinelli, Lenise Morgnetal e Luciano Costa

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Realidade - São Borja, Segunda-feira, 17de novembro de 2008.

São Borja foi a cidade escolhida para sediar nos dias 14 e 15 de novembro a final estadual dos Jogos Estudantis do Rio Grande do Sul (JERGS) na categoria Xadrez. A abertura dos jogos aconteceu no dia 14 às 19h no Cais do Porto, e as atividades esportivas tiveram início no sábado, dia 15 de novembro, e foram divididas em 5 rodadas de meia hora para cada jogador com tempo máximo de 1h por partida. Segundo Roberto João Morais da Cunha, Coordenador da 35º Coordenadoria Regional de Educação (CRE), 180 atletas estão disputando o torneio nas categorias mirim, infantil e juvenil masculino e feminino. Os JERGS têm 7 modalidades e são divididos em 4 fases, mas no Xadrez não há 3º etapa. A primeira fase é municipal, onde todas as escolas públicas municipais, estaduais e federais concorrem à vaga, na segunda fase é a etapa de coordenadoria, a 3º fase é a regional. São Borja é da 4º região e conta com mais 5 coordenadorias, São Luiz, Santo Ângelo, Três Passos, Santa Rosa e Ijuí, que concorrem

nas modalidades coletivas, são 5 campeões regionais mais o município sede que vão para grande final,que este ano acontece aqui. Os jogos objetivam integrar os alunos, promovendo uma competição saudável e positiva.

Desvalorização do leite causa protestos Os produtores de leite de São Borja aderiram ao movimento de valorização do produto que já havia iniciado em todo o Estado do Rio Grande do Sul. O produto nos últimos tempos anda em baixa no mercado devido à queda de 50% no preço e o aumento nos insumos de manutenção do rebanho. O leite vem sendo comprado a R$ 0,38 o litro, enquanto que a ração para o gado leiteiro está R$ 0, 60 o quilo, o que torna a produção economicamente inviável, conforme a GADOLANDO (Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul). Entre as principais reivindicações da categoria está o aumento no preço por litro e o pagamento antecipado da remessa de leite. Segundo o técnico da NHUPOLEITE (Associação dos Produtores de Leite de Nhuporã), Lúcio Simões Aquino: “A sociedade está ignorando quem produz alimentos anonimamente e que contribuem para a grandeza do município, Estado e nação. Perguntamos, será que os produtores rurais terão que perder a dignidade, suas terras e esmolar

donativos do governo? Nós entregamos o leite e ficamos dependentes do mercado que paga o que bem entende. Temos que vender três litros de leite para fazer apenas R$ 1,00. É muito trabalho e pouco preço para o produto. É urgente à tomada de decisão para corrigir os problemas da cadeia do leite, antes que aconteça o desestimulo e o desabastecimento público deste alimento”, explica Aquino. Em São Borja são produzidos 15 mil litros de leite diariamente e as associações leiteiras da cidade e região alegam que para se poder manter de forma adequada a produção é necessário que o preço do insumo e o do leite se mantenham iguais ou equivalentes.

Fonte: www.zootecniabrasil.com.br


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