Jornal Realidade

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Realidade

Paradas do transporte As dificuldades da rua coletivo em mal estado Theobaldo Klaus Página 6

Ano III, N. 12, Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo/Unipampa

São Borja, 25 de novembro de 2010.

Tecnologia de Informação é criada em São Borja

Jaqueline Brendler Crédito da imagem

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Sistema permite pagamento das faturas e emissão de notas fiscais utilizando a interner, e não mais o telefone. Por: Jaqueline Brendler

Felipe Laud

Especialistas são-borjenses em informática desenvolveram uma nova tecnologia que promete facilitar as operações de pagamento com cartão de crédito no mercado e garantir a emissão de nota fiscal ao consumidor. A inovação pretende reduzir os gastos com telefone referentes às transações financeiras dos lojistas em cerca de 50% e também permitir o cumprimento da Lei de Transferência Eletrônica de Fundos (TEF), que desde 2005 exige a emissão da nota e seu envio automático para os órgãos governamentais de fiscalização. Os usuários de cartão de crédito em São Borja já passaram pela experiência de, muitas vezes, não poderem efetuar suas compras

porque o sistema de transferência de dados bancários estava congestionado. Isso acontece porque o compartilhamento de informações das máquinas de pagamento com as operadoras de cartões é feito via telefone, o que se torna oneroso para o comerciante e comumente traz consigo diversos empecilhos técnicos. O Sindilojas e o Fecomércio RS, preocupados com os custos das operações gerados pelo sistema atual para os pequenos e médios empresários e, principalmente, com o cumprimento das normas estabelecidas pela TEF, começaram a buscar uma solução que fosse acessível e que pudesse integrar conformidade técnica e lei. Em 2008, lançaram a demanda ao estado a fim de buscar idéias e esboços para uma solução. A GPS Net, uma empresa são-borjense, juntamente com a Ômega Tecnologia, criaram uma

tecnologia que permite tanto o pagamento das faturas quanto a emissão de notas fiscais utilizando a internet, e não mais a linha telefônica. O novo sistema une as duas principais demandas dos estabelecimentos comerciais: agilidade nos pagamentos via máquina de cartões e baixos custos de manutenção, além de emitir notas fiscais e permitir seu envio para as insituições de fiscalização, coibindo a sonegação de impostos. “ O XCard é uma solução direcionada ao pequeno e médio negócio, que visa a visibilidade técnica e legal para a transferência eletrônica de fundos, o tão falado TEF” , destaca Gustavo Pozzebon Stock, um dos mentores da inovação. A primeira mostra do sistema ao público geral será feita no dia 24 de novembro, no Sindilojas de Canoas. O XCARD é uma empresa gaúcha e faz a cobertura no estado inteiro.

Fato da semana Acontece nessa quarta-feira dia 24, a reinauguração da lavanderia da casa de Acolhida, projeto da Prefeitura de São Borja, que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O evento acontece no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS- Centro), local que abriga o projeto. Segundo a responsável pela Casa de Acolhida, Elisangela Floriano, a reforma demorou dois meses para ser finalizada. O propósito da lavanderia é atender às demandas das 22 crianças que são assistidas pela casa. No mesmo dia, acontece ainda, a entrega da nova ala masculina e da van do Projeto Despertando Valores para o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Também será apresentando o curso de serigrafia “Estampa Cidadã’’no CRAS Centro, situado na avenida Presidente Vargas, 1429.


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Realidade - São Borja, quinta-feira, 25 de novembro de 2010.

Liziane Wolfart

O que precisa mudar na Avenida Júlio Tróis?

Péssimo estado de conservação da Avenida Júlio Tróis gera transtorno para a população.

“A Júlio Tróis, está precisando de uma reforma total.” Essa é a opinião do gerente operacional da empresa de transportes Santa Ignês, Floriano Silva Fontoura. O péssimo estado de conservação da rua vem acarretando uma série de prejuízos a população do município de São Borja. Em relação à avenida, Floriano conta ainda que “principalmente após a temporada de chuvas, tem muitos buracos; nas paradas onde nós temos que fazer o embarque e desembarque de passageiros existe um afundamento da via e um levantamento do asfalto.” Já o secadorista da Pirahy Alimentos, João Cabral, 44 anos, identifica outro problema: “a Júlio Tróis

eu acho muito perigosa, tanto é que os pais, à tarde, em dia de colégio, estão todos na esquina para buscar seus filhos; e o pessoal não respeita a sinalização dupla contínua, onde não pode ultrapassar, e ultrapassam”. Os motoristas profissionais vêm tendo perdas com a atual situação da via, “o que estraga mais é pneu por causa do asfalto ruim, cheio de buraco”, reclama o taxista Anacleto da Silva Gonçalves. Já com o transporte coletivo, o maior estrago se dá com a quebra de molas, que segundo Floriano, a média de troca era em torno de 6 molas/mês. Agora esse valor atinge uma média de 14 molas/mês, e esse número já chegou a 24. Visando resolver os transtornos causados aos motoristas e pedestres, o Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e

Por: Tiago Rosário Foi assinado no último dia 13 o contrato com a Caixa Econômica Federal para a construção do Parque do Angico no bairro do Passo. O projeto, que tem custo previsto de um milhão e cem mil reais, iniciou-se com a idealização de um Piscinão no local, e tinha o valor inicial de 700 mil reais, mas devido a preocupações quanto à manutenção, a prefeitura são-borjense descartou tal obra e apresentou um novo projeto visando a preservação ambiental com um parque de convívio, iniciando uma tendência que a prefeitura tem de transformar toda a orla são-borjense do Rio Uruguai em uma grande área de lazer. Segundo informações da arquiteta municipal, Elaine Coletto, o

lugar, que inicialmente será de 25 mil metros quadrados, gozará de playground, área de convívio com quiosques e churrasqueiras, sanitários, três quadras esportivas, pista de caminhada, ciclovia e um espaço destinado ao comércio onde os moradores da região poderão trabalhar. Apesar de sofrer grandes mudanças, o local conhecido como ‘Porto do Angico’ terá todas as árvores preservadas, segundo Coletto. O projeto do Piscinão, descartado pela prefeitura, que conta com uma emenda parlamentar do deputado federal Luiz Carlos Heinze, ainda continua em andamento, mas agora na cidade de Itaqui, às margens do Rio Uruguai na área de lazer Bem-Te-Vi. Conta agora com uma verba de 600 mil reais e está em fase de licenciamento ambiental.

Projetos Léo Tatsch, informou que a Prefeitura de São Borja tem um plano em andamento, no qual a Avenida Júlio Tróis passará por modificações estruturais. Estão previstos o recapeamento e a transformação em via única, sentido passo-centro. A Rua Venâncio Aires terá o percurso rodoviária-passo. Essas ações estão inclusas no programa de mudanças para a mobilidade pública são-borjense, que está se iniciando com as obras da rótula, no cruzamento das ruas General Marques com a Júlio Tróis e a Borges do Canto. O projeto tem como diretrizes gerais a redução do consumo de energia, a construção de ciclovias e ações que possibilitem atividade física para a população. “Isso representa mais qualidade de vida e não apenas asfaltos para a Porto do Angico: Projeto da Prefeitura vai criar parque no local população”,comenta Tatsch.

Tiago Rosário

Por: Liziane Wolfart

Projeto Parque do Angico

Dengue e Leishmaniose: o combate não pode parar Por: Lays Borges No dia 5 iniciou-se a Campanha Nacional de Controle à Dengue. Equipes da vigilância sanitária estão visitando escolas, divulgando materiais informativos e fazendo palestras tratando do assunto. Segundo dados da equipe de prevenção, com o empenho dos moradores, foram conseguidos eliminar grande parte dos focos. São Borja já chegou a ter 300 focos e hoje têm 79. Porém, seus números não

são tão alarmantes quanto de cidades vizinhas, onde aparecem bem elevados. As maiores concentrações desses focos estão nos bairros Pirahy e Várzea, locais estes, que estão sendo mais intensificados os trabalhos de combate. Transmitida por mosquitos, a dengue é causada por quatro tipos de vírus que afetam, principalmente, crianças e adultos jovens. “Quando coletamos a larva, enviamos para o laboratório em Santo Ângelo para ser analisada. o momento em que vem o resultado e é positivo vol-

tamos ao local e dedetizamos” diz Janaina Leivas, 33 anos, diretora da Vigilância Sanitária de São Borja. Outra preocupação da vigilância sanitária é a leishmaniose, doença infecciosa, grave, geralmente de longa evolução, causada por um parasita (protozoário Leishmania) e transmitida aos cães e ao homem através da picada do mosquito palha. Até o momento, foram nove pessoas contaminadas, sendo sete em 2009 e duas neste ano. Já foram positivos 120 mil cães em São Borja e foram eutanasiados cerca de 500. Devido à demora no re-

sultado dos exames, muitos deles não resistem e acabam morrendo, pois o laboratório que realiza os exames é em Minas Gerais. De 40 a 60% dos cães não apresentam os sintomas. “Não se pode eliminar todos os mosquitos transmissores, então a maneira encontrada é eliminar os cães contaminados” conta Janaina Leivas. Na última semana de cada mês, são colocadas armadilhas em esquinas durante três noites consecutivas para avaliar a quantidade de insetos. O máximo obtido em sete armadilhas, foram 25 mosquitos quando

surgiu a doença na cidade. Apesar da população conhecer os ricos que a doença traz, existem donos que se recusam a entregar os cães. Sendo assim, a vigilância sanitária faz com que eles assinem um termo de responsabilidade certificando-se que estão cientes do perigo que correm. Entre as medidas de prevenção contra as doenças, a população pode colaborar de forma efetiva evitando acúmulo de lixo orgânico em locais inadequados, não deixar água parada em recipientes e mantendo quintais limpos.


Realidade - São Borja, quinta-feira, 25 de novembro de 2010.

Por:Jaqueline Brendler Está prevista para o final de novembro a conclusão das obras do Centro de Comércio Popular. O projeto é financiado pela Prefeitura Municipal de São Borja, e tem a intenção de concentrar em um mesmo espaço os ambulantes e camelôs que hoje ocupam as ruas da cidade. O empreendimento localiza-se na rua General Marques, em frente das lojas Três Passos, e ainda antes de ser inaugurado está gerando impasses entre ambulantes e a prefeitura. Para o Secretário de Desenvolvimento, Léo Tastch, o Centro de Comércio se diferencia de um simples camelódromo, pois a prefeitura desenvolveu um projeto para que os ambulantes consigam receber instruções e assistência para tornarem-se pequenos empresários, devido a isso que

o projeto recebeu o nome de incubadora empresarial. A ideia é que o espaço deste centro abrigue os camelôs, uma praça de alimentação e uma mini praça para eventos. O projeto começou a ser desenvolvido em 2008, pois o setor empresarial da cidade pressionava a prefeitura para que os camelôs fossem removidos das ruas. Por não terem voz ativa no município, os ambulantes se reuniram e fundaram a Associação dos Camelôs e Vendedores Ambulantes de São Borja (AVAESB). O intuito da associação, criada há cerca de dez anos, foi buscar melhorias para a classe e conseguir um canal de comunicação com as autoridades locais. “Nós da associação concordamos que deveríamos sair das ruas, mas somos desfavorecidos por causa do lugar escolhido pela prefeitura. É um lugar de pouco movimento, pouco acesso da população”, afirma o pre-

Empregos temporários aquecem economia Por: Fernando Valério Com o aquecimento no setor do comércio no período que antecede as festas de fim de ano, empresas de todos os gêneros procuram por novos funcionários para atender de modo mais satisfatório ao consumidor e não sobrecarregar as pessoas já empregadas. O gerente da loja Obino, Alessandro Ferreira da Silva, explica que “devido ao aumento do fluxo de vendas no final do ano, temos contratado empregados temporários”. Segundo ele, o trabalhador contratado normalmente por 30 dias, terá todos os direitos que são assegurados pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) para o serviço, exceto ao seguro de desemprego e ao fundo de garantia. O emprego temporário além de beneficiar as empresas, é uma ótima opção para desempregados

ou pessoas jovens que procuram por uma primeira experiência. Apesar de ser temporário, conforme o rendimento do funcionário existe a possibilidade de efetivação, explica a subgerente da loja MB, Ariane Gamarra Andrade “ Dependendo de quanto render, os contratados temporários podem tornar-se permanentes, se o funcionário superar as nossas expectativas.” Esse fato é confirmado pelo também gerente Alessandro Ferreira que costuma fazer avaliações após o término do contrato para decidir se a pessoa se enquadra no perfil da empresa. Iniciando-se agora em meados do mês de novembro, os empregos temporários reaquecem o mercado de trabalho nas empresas. Segundo Ariane a empresa geralmente procura pessoas que estão atrás de novas oportunidades de emprego, mas que também tenham uma disponibilidade de horário para o expediente que costuma ser prolongado no final de ano.

Jaqueline Brendler

Centro de Comércio Popular gera impasse entre prefeitura e ambulantes

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Obra do Centro de Comércio Popular em andamento na Rua General Marques. sidente da associação, Antônio Alberto da Silva Dias. Os camelôs ainda buscam mudar este projeto. A ideia seria que o camelódromo funcionasse na Rua General Osório entre as ruas Cândido Falcão e Olinto Arami Silva, bem no centro da cidade, com estrutura adequada e segura. “Eu vou ter que sair da rua,

porque é uma decisão que não cabe a mim. Tenho que ganhar o pão de cada dia, mas aquele espaço que a prefeitura quer é horrível.” disse Horácio Goulart de Abreu, camelo há mais de 22 anos, um dos ambulantes mais antigos da cidade. Hoje em São Borja, existem mais de 20 ambulantes espalhados pela

cidade, e quase todos são filiados à Associação dos Camelôs. “O projeto não condiz com aquilo que eles vão construir lá, aquilo lá para mim é um “mangueirão”, pois eles vão jogar todo mundo lá sem a mínima infra-estrutura. Justmente por isso que tem gente que não vai obedecer a essas ordens”, finaliza o presidente.

Máquina põe em alerta distribuição de camisinhas em São Borja Por: Juliano Jaques O Governo Federal, através do programa de prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS) vai disponibilizar máquinas de distribuição de camisinha em todas as escolas. A iniciativa parte de um estudo realizado em 2007 pelo Ministério da Saúde e Unicef, cujo diagnóstico revela que jovens entre 13 e 19 anos tem a vida sexual ativa. Para a diretora do Colégio Estadual Getúlio Vargas, Vera Wermuth, a distribuição de preservativos e a escola não devem se misturar, porque na esco- la não haveria funcionários para cuidar do material. “Aqui na escola nós estamos com o efetivo defasado, atendemos a 1.100 alunos e temos apenas 96 servidores entre professores e funcionários”, afirma. A coordenadora regional de educação, Mari Mezon, ressalta o mesmo

que com a aplicação do projeto o quadro de funcionários das escolas deve sofrer alterações. A proposta do Ministério da Saúde é colocar as máquinas nas escolas a partir do ano que vem. Para os estudantes a ideia é bem vinda, Robson Molina acredita que com a presença do equipamento, os alunos podem ter maior responsabilidade. “É na escola que começam os namoros, sob a influência dos mais velhos e as crianças desEquipamento semelhante a este de cedo teriam a consciência será instalado nas escolas. do sexo seguro”, afirma. a secretaria da saúde. Nos A Secretaria de saú- encontros a equipe efetua a de do município realiza o entrega e orienta o uso corprograma de prevenção à reto dos preservativos. As DST/AIDS nas escolas, com camisinhas são entregues a realização de palestras. Os gratuitamente nas unidaencontros abordam temas des de saúde, pelos agentes como gravidez na adoles- de saúde, ou ainda no setor cência e as doenças sexu- de DST/AIDS que funcioalmente transmissíveis. As na no Centro Municipal de palestras são agendadas e Atendimento Especializaa escola manifesta interesse do (Cemae), localizado em enviando a solicitação para frente a praça da Lagoa.


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Notinhas A

construção do Parque Esportivo General Vargas e da rótula do cruzamento das ruas Borges do Canto e General Marques com a Avenida Júlio Tróis estão na reta final. Segundo o diretor de captação e recursos da Secretaria de Planejamento, Julio Vieira, ao todo são três projetos no local. O primeiro é a construção de três quadras e uma pista de skate no Parque Esportivo, que foi concluído recentemente. O segundo projeto da rótula e da pavimentação tem prazo final para dezembro. O terceiro é a recuperação da arquibancada no Parque Esportivo. De acordo com o diretor, neste projeto serão investidos em torno de 1 milhão de reais.

Realidade - São Borja, quinta-f

Paradas de transpor cidade necessitam d

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omerciantes de toda a cidade já começam a se preparar para o Natal. Segundo o presidente do Sindilojas, Ibrahim Mahmud, a expectativa é de que as vendas aumentem em torno de 8% com relação ao ano passado. Mahmud afirma que entre os dias 20 a 24 de dezembro o movimento começa a aumentar e solicita que os consumidores não deixem para última hora: “Esperamos que procurem antes, para distribuir venda e atendimento melhores”, diz. O Sindilojas e o Sindicato dos Comerciários decidiram que em torno do dia 10 de dezembro a maioria do comércio ficará aberto de segunda a sábado até às 20h e no dia 19 (domingo) na parte da manhã, das 9 às 13h.

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APAE de São Borja recebeu no último dia 29 um novo ônibus. A diretora da Escola Especial Cyro Aquino Ferreira, Eulina Nolibos Rodrigues informou que, da verba recebida, no valor de R$90.000,00 repassados pela prefeitura, R$65.000,00 foram utilizados na compra do ônibus; o restante, R$25.000,00, na troca de uma Kombi-91, pertencente à escola. A diretora da instituição comentou que o antigo veículo estava em péssimas condições. A Associação de Pais e Amigos do Especial- APAE é mantenedora da escola, que possui 204 alunos com deficiências intelectuais. O ônibus foi comprado da empresa Carris de Porto Alegre e está devidamente equipado.

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urante todo o ano acontece o Circuito das Artes em São Borja. Promovido pelo Departamento de Assuntos Culturais (DAC) da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, o projeto que visa a oferta de oficinas é dividido em etapas, cada uma com sua especificidade. Escultura, desenho e pintura em tela são as opções à disposição dos interessados. O DAC informou que é nesta fase do projeto que ocorre uma divulgação mais intensa do Circuito, que acontece durante todo o ano. Gratuito e destinado ao público em geral, os participantes só devem arcar com as despesas do material, e no término, além de receber um certificado, terão seus trabalhos expostos em conjunto.

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Associação Espírita Ferreira de Moraes promove encontros quinzenais chamados Papo Jovem, para a discussão de diversos temas. No primeiro, ocorrido no dia 11 de outubro, as 19h, o debate abordou a questão das tatuagens e piercings, a Arte no Corpo. Outros assuntos como drogas, depressão, amor, homossexualidade e sonhos, servirão de pauta para o esclarecimento e a desmistificação de acordo com a visão da Doutrina Espírita. Todos os jovens estão convidados a participar das reuniões que acontecem na casa espírita, situada no Centro, Rua Manuel Luís Fagundes, 2080. A próxima está datada para o dia 29 de novembro, com o tema Sexualidade.

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Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) trabalha com programas e projetos de inclusão social, com cursos profissionalizantes e geração de renda, informou a assistente social Cristiane Saldanha Garcia. No dia 29 de novembro, a instituição, em parceria com o SESI, oferecerá o curso Cozinha Brasil, que consiste em um carro móvel com profissionais ministrando as aulas. O programa é uma nova tecnologia social para os problemas relacionados à má alimentação. Os interessados em participar encontram informações pelo telefone 3431-2413 ou na sede localizada na Rua Monsenhor Patrício Petit Jean, 3765, Bairro Passo, aberta de segunda a sexta-feira.

Paradas de ônibus em São Borja não tem assento nem cobertura. Por: Alane Braga Os usuários do transporte coletivo urbano da cidade seguidamente se deparam com a falta de sinalização ou mesmo inexistência de paradas. Estrutura inadequada dos pontos de estacionamento, ruas sem pavimentação, buracos à beira das calçadas, falta de cobertura e assentos são alguns dos problemas mais comuns enfrentados diariamente pelos trabalhadores que fazem uso desse meio de transporte. Segundo a empresa de transportes Santa Ignês, o município possui um total de 218 paradas de coletivos urbanos. “Todos os pontos foram mapeados e entregues no setor responsável da prefeitura, para que sejam reparados ou mesmo repostos”, relata o gerente operacional da empresa, Floriano Fontoura. A empresa de transportes é a única que oferece o serviço, percorrendo todos os bairros da cidade, mas não

é a responsável pela manutenção das paradas de ônibus. Um dos problemas mais comuns nesses locais é a falta de assentos e cobertura, que prejudica o bem-estar de quem aguarda o coletivo. Para Rosa Maria Pires, 56 anos, moradora do bairro do Passo“tem que ter cobertura e banco, especialmente para quem carrega sacolas pesadas, não pode ficar sem cobertura”.A ausência desse tipo de estrutura prejudica principalmente os idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo, que muitas vezes são obrigados a esperar longos períodos, tendo que permanecer em pé e sujeitos às intempéries. Outros problemas que geram dificuldades para a população são aqueles causados pela circulação constante dos ônibus. Rebaixamento e soerguimento, bem como buracos nas vias,que principalmente durante os dias de chuva causam transtornos, originando poças d’água junto às paradas. Esses são alguns problemas de

diversos locais de espera em diferentes locais da cidade. De acordo com Fontoura, todas as paradas da rua Júlio Tróis, no bairro Passo, necessitam de reparação tanto na estrutura quanto no seu entorno.O que se verifica é a necessidade constante de reparos, mas não há pressa na resolução dos problemas por parte do poder público. A prefeitura é responsável pela instalação e manutenção das paradas bem como por prover as condições necessária para o tráfego seguro dos coletivos nas vias públicas. Conforme o Secretário de Planejamento e Orçamento do Município, Léo Tatsch, os custos para manter essas estruturas em bom funcionamento são muito elevadas. Por ser um investimento necessário e urgente, a Prefeitura elaborou um plano diretor de Mobilidade Urbana para captar recursos, com vistas a iniciar a recuperação desses espaços. O plano prevê que a prefeitura deve contribuir com 10 a 20%


feira, 25 de novembro de 2010.

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Tamara Finardi

Alane Braga

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Carreira e projetos: Deco Almeida em evidência

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Deco Almeida em seu ambiente de trabalho na rádio. Realizava um trabalho jornalístico fazendo panfletos. Eu acho que veio daí a minha inspiração, uma coisa de família. R.: Com que idade o senhor começou traJosé Carlos Rocha Almeida, mais balhar? conhecido como Deco Almeida, concedeu D.C.: Comecei com 19 anos. uma entrevista ao Realidade expondo um R.: E a quanto tempo o senhor trabalha pouco mais de sua vida, carreira, inspira- nessa rádio? ções e também sobre o livro organizado D.C.: Trabalho à 30 anos nesta rádio. pela Profª Dra. Cárlida Emerim ”Simples- R.: Qual sua relação com a história da rámente Deco”, que será lançado em 16 de dio? dezembro deste ano, pela editora Conceito D.C.: Eu fiz um teste de locução, só que e terá, além de outros relatos, algumas crô- minha voz era muito ruim. Então fiquei nicas do radialista, colunista e funcionário um ano treinando até eu chegar num nível bom. Passei por todos os setores da rádio, público. desde a limpeza à operador de áudio; até Realidade: Há quanto tempo reside em chegar a gerencia da rádio. R.: Explique melhor seu trabaSão Borja? na Prefeitura, como o senhor Deco Alemida: Eu resido em São “Meu início lho coordena o DAC? Borja à 50 anos. Eu nasci aqui. Toda família é daqui. Nós somos entre foi no rádio, D.C.: Eu coordeno toda parte através do Departamennove irmãos. Eu tenho um irmão depois passei cultural to Cultural. Então a minha preoque é vereador; tenho três irmãos que são advogados; e as mulheres para o jornal”. cupação na área de acessoria de imprensa é fazer uma descentrasão professoras. R.: Em que áreas de trabalho o senhor atua lização cultural do município. Por isso que nós criamos a caravana cultural que vai ou atuou? D.C.: Meu início todo foi no rádio. Do rá- para o interior e leva um pouquinho do mudio eu passei para o jornal substituindo seu, um pouquinho da biblioteca, música e uma colunista tradicional. Depois eu fui teatro para mostrar as pessoas do interior a guindado a acessor de imprensa de vários cultura. Na cidade a gente fomentou a criaprefeitos aqui de São Borja. Fiz concurso, ção do conselho municipal do patrimônio virei funcionário público municipal, e hoje histórico, a fim de preservá-lo. Em termos eu dirijo toda a área cultural do município de sociabilizar crianças introduzimos em através do Departamento de Assuntos Cul- três escolas aulas de flauta, violão e gaita. Também temos a biblioteca itinerante que turais, o DAC. R.: Você possui alguma formação na área leva livros para as pessoas. R.: Este ano o senhor vai lançar um livro, cultural e jornalística? quais são suas expectativas em relação ao D.C.: Não. Apenas conhecimento. R.: Então o senhor teve alguma inspiração lançamento dele? para fazer jornalismo quando ainda era D.C.: Comecei a escrevê-lo este ano. O livro conta minha história, 27 anos de colunismo criança? D.C.: Eu me inspirei num cara que se cha- social, e as principais pessoas que passaram mava José Fontella, um dos maiores jorna- pelas minhas mãos. Alguns colunistas vão listas do Rio Grande do Sul, que é aqui de relatar algo sobre a minha vida e também São Borja. Ele era meu vizinho. José Fontella fazer homenagens. Tem algumas crônicas era uma pessoa fantástica. Meu avô tam- de minha autoria. A obra vai se chamar bém me inspirou. Ele morava em Garru- “Simplesmente Deco”. O lançamento está chos, e militava muito com Getúlio Vargas. previsto para o dia 16 de dezembro. Por: Débora Carvalho

do valor orçado para as melhorias – valores que estão sendo captados junto a emendas parlamentares nos Ministérios. O restante da verba é oriunda dos impostos pagos pelos cidadãos. Contudo, para que a manutenção seja realizada, é necessário que haja infraestrutura adequada. Muitos locais que abrigam paradas de coletivo na cidade, principalmente nos bairros, não possuem rede de drenagem adequada, comprometendo qualquer tipo de melhoria. “A rede de drenagem tira a água empossada da frente da parada, permitindo que o veículo de transporte coletivo que passa ali não jogue água sobre os pedestres que estão esperando”, afirma Tatsch. Para a empresa de transporte Santa Inês, o Projeto de Mobilidade Urbana do município vai melhorar o transporte urbano, principalmente nos quesitos de distribuição, operacionalidade, e capacidade de atendimento dos coletivos na cidade. Segundo

Fontoura, esse plano de mobilidade irá atender as necessidades de São Borja para, no mínimo, a próxima década, e também auxiliará a empresa, visto que com as melhorias a serem implementadas os gastos com a troca de equipamentos será menor. “Mensalmente somos obrigados a trocar as molas dos ônibus, que estragam com frequência devido aos buracos nas vias. Isso custa, em média, dois mil reais por mês para a empresa”, conta Fontoura. Segundo o Secretário de Planejamento, a atual administração está procurando suprir as necessidades do município aos poucos. Segundo ele não basta só o município melhorar a infraestrutura do transporte coletivo, é necessário, também, prevenir o vandalismo, orientando a população a ter mais cuidado com o patrimônio público. “Também vamos ter que orientar o usuário para que mantenha o equipamento em boas condições”, afirma.


Pichações com declaração de amor na Rua Cândido Falcão Por: Aline Sant’Ana Você já deve ter notado as pichações de declarações de amor ao andar nas ruas de São Borja. Também deve ter pensado que sua origem deve ser os jovens que se expressam no espaço público. Provavelmente você considera essas atitudes como vandalismo. Se você pensou em alguma destas possibilidades, está certo. Ou quase certo. Quem picha declarações de amor busca, além de chamar a atenção, dizer o que sente. Marcando o contexto urbano, essas manifestações colaboram para a poluição visual e desrespeito à propriedade. As pichações são consideradas crime ambiental segundo a Lei 9.605/98, mas na cidade não existe nenhuma denúncia a respeito. Sendo de amor ou não, a pichação

perde o caráter criminoso só por não ter nenhuma regulamentação que a caracterize como tal? E como justificar a incidência destes casos em locais freqüentados na maioria por jovens? Josélia Pires, vicediretora do Colégio Estadual Getúlio Vargas, tenta justificar a incidência das pichações nas proximidades da escola, e na própria escola, como necessidade de auto-afirmação. Para ela a pichação é caracterizada como vandalismo quando se utiliza o espaço da escola para xingar ou agredir através do anonimato. “Já tivemos casos em que uma aluna registrou boletim de ocorrência para responder por seus xingamentos a uma colega”, lembra. A respeito das mensagens de amor Josélia comenta: “há pichações que são como arte, Se o aluno quer se expressar pela arte, aí damos o nome de grafite”, ressalta ela.

Loguércio, os adolescentes passam por transformações identitárias e buscam desafiar a sociedade. “O adolescente que picha procura exatamente o meio de exposição, principalmente nos lugares significativos para o seu grupo ou tribo, para se afirmar dentro do contexto que ele vive”, explica. A ocorrência das pichações perto de escolas, bares, praças e outros locais, muito freqüentados por este público, reafirmam a sua relação com as mensagens. Para Maria Guilhermina Fontes, 54 anos, As placas de ruas devem ter o título do homenageado que teve o muro de sua residência pichado com decla- sou a chamar-se Leonel rações de amor, o problema Por: Bhárbara Ceccon Brizola. “É raro ocorrer prodas pichações já deveria ter jetos de troca de nomes de sido resolvido pelas autoruas”, diz o auxiliar, ressalridades públicas. “A gente Segundo a Lei tando que é mais comum a pinta e reforma o muro para Orgânica do Município, as substituição de ruas nomeater uma casa decente, e esses trocas dos nomes das ruas das por números por nomes trombadas vêm e acabam são de responsabilidade de pessoas ilustres, datas com o nosso negócio. Vou dos vereadores. Para que e fatos históricos, de acipedir as contas para a pre- isso ocorra é necessário o dentes geográficos e outros feitura”, ironiza. Para Gui- envio de um projeto à Câ- ligados à vida nacional, relhermina não interessa se as mara dos Vereadores e speitando os critérios para pichações são de amor ou aprovação deste pelos de- esta troca segundo o Código não. “Na hora que o muro mais da bancada. de Postura do Município. está pichado, está sujo, feio, O auxiliar leO diretor da Secreuma lambança! Ninguém gislativo da Câmara de taria de Relações Instituciovê se é romântico ou não.” Vereadores, Ricardo Jorna- nais afirma que o Código é Diversos muros da Rua José Ribeiro já foram da Martins, afirma que o úl- antigo (Lei 657/70), e estippichados e os moradores timo projeto para a troca de ula que a denominação dos se dizem desesperançados nome de rua foi do vereador logradouros é de responsabpor resoluções do fato. “Na Eugênio Dutra, em 2009, ilidade do município, sendo minha rua os moradores já porém o processo acabou proibido dar nomes de pesaté se acostumaram; é mais sendo arquivado. A pro- soas vivas; homenagens fácil a gente aceitar e pintar posta apresentada preten- póstumas são permitidas o muro, do que as autorida- dia a troca de nome da Rua após seis meses de falecides fazerem alguma coisa. Riachuelo para José Pereira mento e as trocas só poderão Além do mais, o que eles Alvarez. A última proposta ocorrer com excepcionalipodem fazer contra isso?”, aprovado foi do vereador dade. Além disso, as placas pergunta outra moradora Celso Lopes, em 2005, onde de ruas devem ter o nome que não quis se identificar. a Avenida Imigrantes pas- e título do homenageado. Roberto Ferreira

Renan Guerra

Realidade - São Borja, quinta-feira, 25 de novembro de 2010. 6 O amor nos muros de São Borja Ruas recebem nome de De acordo com homenageados a psicóloga Clarissa Rillo

Um ano se passou e o descaso continua Há um ano o Realidade mostrou o drama dos moradores da rua Theobaldo Klaus, antiga rua dos trilhos. Depois de tanto tempo, os problemas ainda não foram resolvidos. Há onze anos a rua começou a ser habitada por moradores que construíram suas casas ao redor dos trilhos da antiga ferrovia, e ao longo desse período foram feitas reivindicações que até hoje não foram atendidas. A principal reivindicação dos moradores é a luz elétrica e a falta

de calçamento que prejudica o acesso dos pedestres. A única instalação elétrica que possuem é clandestina, precária e com a fiação exposta, pondo em risco a segurança das pessoas que ali residem. Segundo Gilvanei Borges Lemes, 46 anos, pescador, em reunião no começo deste ano com a promotora Mônica Leal e alguns moradores, ficou combinado que a prefeitura teria dois meses para mobilizar a AESul, que teria mais dois meses para fazer a instalação da rede elétrica. O prazo venceu e os moradores continuam na mesma situação. Enquanto não há consenso

acerca das responsabilidades, os moradores permanecem sem iluminação adequada. Esse é apenas um dos problemas que os moradores enfrentam, a rua também não possui calçamento e a grama está tomando conta do espaço de trânsito. “ É horrível não ter calçamento e luz, tem água podre parada, grama sem cortar, está tudo abandonado” diz Chão sem calçamento e grama tomando conta Boges, que convive há sete Apesar do descaso passa regularmente, e a anos com o problema. O pescador afirma, ainda, que da prefeitura, e de todos rua é segura, pois segundo pensa em se mudar, mas os problemas que os mo- ele, a Brigada Militar faz João sua ronda diária, mas a sunão vai para uma vila pois radores enfrentam, fica muito longe do hospital, Clóvis Santos da Luz, 63 jeira e a falta de condições e atualmente, dois de seus anos, aposentado, fala que mínimas de moradia aiquatro netos estão doentes. ao menos a coleta do lixo nda continuam no local. Manuella Sampaio

Por: Manuella Sampaio


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Realidade - São Borja, quinta-feira, 25 de novembro de 2010.

Por: Rafael Junckes O pedestre são -borjense enfrenta várias dificuldades ao andar pelas calçadas da cidade. As irregularidades são causadas tanto pelo descaso dos proprietários dos imóveis quanto pela omissão do poder público, que fiscaliza, mas não incentiva a resolução das irregularidades, tornando a circulação perigosa principalmente para idosos e portadores de necessidades especiais. A maioria das calçadas de São Borja é antiga e foram construídas com pedras de arenito. “Seu baixo custo levou muitos moradores a optar por esse material”, afirma Léo Tatsch, Secretário de Planejamento Orçamentário e Projetos. Odila Moreira Zancan, 70 anos, proprietária de uma casa na Rua João Palmeiro, conta que a calçada de sua casa existe a mais de 25 anos e ela utilizou o arenito na construção “naquela época

tínhamos apenas esse material a disposição”, justifica. Além de prejudicar a locomoção dos pedestres, as calçadas são também motivo de acidentes. Antonia Melo Souza, 69 anos, já sofreu uma queda devido a irregularidades na calçada “levei um tombo há quatro anos e quebrei um braço”. A idosa reclama da falta de cuidado dos moradores e da fiscalização ineficiente da prefeitura. O Secretário reconhece as condições das calçadas e afirma também que há fiscalizações para punir quem descumpre o Código de Obras e Posturas do município, que exige do proprietário a construção e manutenção adequada das calçadas de suas residências ou estabelecimentos. Há multa para quem não cumpre a lei, mas justifica que “o valor é irrisório e não intimida os infratores”. Léo Tatsch comenta que entre 2006 e 2008 existiu um projeto para reforma das calçadas “em parceria

Rafael Junckes

Os grandes desafios para os pedestres são-borjenses

Rua General Marques: defeitos nas calçadas causam transtornos aos pedestres. com os proprietários fizemos a reforma dos locais em estado mais crítico”. Paulo (ele preferiu não informar seu sobrenome), 58 anos, é cadeirante e diz ser muito difícil se locomover em meio aos buracos e desníveis “há muito descaso dos proprietários dos imóveis, até as lojas possuem calçadas em péssimas condições e sem

acesso para cadeira de ro das”. O Realidade acompanhou Paulo pela Rua Coronel Lago, em determinado ponto foi necessário se locomover em meio aos carros, o acesso pela calçada estava muito danificado. O Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana, apresentado em setembro de 2010, prevê melhorias para várias questões

problemáticas das vias públicas. Criação de ciclovias, afunilamento de avenidas nos cruzamentos, padronização de calçadas com a utilização das pedras de arenito, entre outras questões de interesse público. “Em janeiro, o mais tardar em março, iniciaremos as obras de pavimentação e reforma da área central”, garante o secretário Léo Tatsch.

Feira de Ciências do CESB: da teoria à pratica

Por: Débora Carvalho

Por: Phillipp Gripp

Está sendo implantado em São Borja um projeto de rearborização urbana, que prevê mudanças na estética da cidade. Dentre elas, a extração de árvores que foram plantadas em locais inadequados e causaram problemas na rede elétrica, na rede de esgoto, no calçamento e nos muros. Estas serão gradativamente substituídas, conforme a necessidade, por outras de médio porte, plantadas em um tubo de concreto, impedindo que suas raízes cresçam horizontalmente. O projeto está incluso no plano diretor de obras do município, que prevê a plantação de mudas em locais próprios, para que não seja necessária a retirada das árvores novamente. A retirada das árvores em frente ao Banco do Brasil, no final do mês de setembro, foi uma das etapas desse programa. O secretário do meio�������� ambiente de São Borja, José Enio

Abreu de Jesus, explicou que o banco é o parceiro responsável em repor as plantas e consertar a calçada. Esse mesmo processo será realizado no Banco Santander e na Polícia Civil, em períodos futuros. Haverá também a revitalização de todas as praças da cidade, a recuperação da mata ciliar próxima à Polícia Federal, a construção de uma nova área de lazer no bairro Passo, o replantio de 280 mudas nativas, a adoção de áreas verdes por moradores e a readequação dos limites do espaço urbano e rural da cidade. Com relação à praça da ferroviária, haverá parceria com uma empresa que adotará e revitalizará o ambiente. Tudo isso deve ser feito com conscientização ambiental: “Que a população colabore com o meio ambiente, se preocupando, para que nós possamos ter uma cidade mais limpa, mais sadia, principalmente uma cidade mais florida e conseqüentemente mais bonita ”, pede o secretário.

Cheia de experiências que envolviam explosões, sentidos sensoriais e projetos sustentáveis e que chamavam a atenção pela curiosidade, a Feira de Ciências do CESB de 2010, que ocorreu de 22 a 23 de outubro no ginásio esportivo do colégio estadual, mobilizou a classe estudantil de São Borja. “A Feira tem o objetivo de pôr em prática o conhecimento teórico aprendido dentro da sala de aula”, explica Abrão Martins, 45, diretor do CESB. Com 140 trabalhos sobre biologia, química, física e geografia, os alunos tinham motivos além da nota para participar, “Estamos tentando conscientizar as pessoas que é possível se divertir de forma sustentável”, afirma Thais Olea, 16, estudante do 3º ano. O projeto exposto por ela e Jeanine Rolim, 17, é nomeado “Balada Sustentável”, com o objetivo de

Gian Fachini

Rearborização de São Borja

Balada Sustentável por Thais e Jeanine. educação ambiental através de equipamentos que utilizam energia renovável. O diferencial desta edição ficou por conta da não competitividade entre os estudantes. Delva Rockenbach, 31, professora de Química e Biologia, lembra quando os alunos competiam entre si, “O objetivo era focado apenas na vitória e não na ideia

de de

aprendizado através atividades práticas.” O diretor afirma que a possibilidade de voltar à realizar competições existe, mas apenas quando os alunos perceberem que o importante não é o primeiro lugar e sim o trabalho de cooperativismo e o reconhecimento do mérito, que o levou à tão esperada colocação.


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Realidade - São Borja, quinta-feira, 25 de novembro de 2010.

Unipampa abre as portas para jovens de vários estados Caroline Rossasi

Obras do Instituto Federal estão em fase final

Novo sistema de ingresso na universidade atraiu estudantes de diversos lugares do país. Por: Caroline Rossasi Devido à adesão ao novo sistema de seleção proposto pelo MEC através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Universidade Federal do Pampa matriculou, este ano, estudantes de diferentes regiões do Brasil. Segundo a pesquisa realizada pelo economista do campus de São Borja, Nilson Zalewski, em 2006, ano em que foi implantado, apenas 0,8% dos alunos entrevistados eram de fora do Rio Grande do Sul. Em 2009, 3,3% e em 2010 o percentual subiu para 19,1%. Vários alunos de outros Estados que ingressaram na Unipampa este ano vieram desde Santa Catarina até Amapá. Eles afirmam que o Enem foi fundamental para ingressar em uma universidade pública. Conforme Robson Osório, graduando de Ciência Política e natural de Macapá (Amapá), próximo de sua cidade não existem instituições que ofertem vagas no curso no qual estuda. “Sempre quis fazer o curso de Ciência Política, mas nunca tive a oportunidade, por só ter do Centro-Oeste pra baixo”, diz. Desde que a Uni-

pampa se instalou, houve crescimento nos comércios, restaurantes e lancherias. De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial de São Borja (ACISB), Wolmi de Oliveira, desde 2005 o acréscimo de vendas atingiu a média de 5 a 8% ao ano. Proprietária da lancheria Águia Lanches 02, Ione Ribeiro, afirma que quando a universidade iniciou suas atividades no bairro, não existia estrutura para oferecer refeição. “Ouvimos que os alunos sentavam até na calçada pra comer”, conta. Os estudantes vindos principalmente de fora do estado tiveram dificuldades para alugar imóveis. Segundo Robson, as casas não atendem à sua necessidade. “Não tinha nada em nenhuma imobiliária. Demorei uns dois meses pra encontrar alguma coisa com uma boa relação custo-benefício”, comenta. O proprietário da Imobiliária Janot, Janot Marques, conta que a procura só vem aumentando: “Antes chegaria aqui na imobiliária em média de cinco a dez pessoas por semana e hoje são cinco a dez pessoas por dia! (...) Estão faltando imóveis para alugar”, diz. A maioria dos jovens, vindos de capitais, se surpreendeu com a falta de opções de lazer. De acordo

com o Diretor do Departamento de Assuntos Culturais (DAC), Deco Almeida, com a vinda das universidades houve uma revolução mental e estrutural, pois os alunos vêm de grandes centros onde as fontes de divertimento são incontáveis. “Como moramos na fronteira, dificilmente se consegue fazer esse tipo de concentração, até mesmo porque deve haver a mentalidade das autoridades não muito focada nesses interesses de oferecer opção de lazer”, relata. Grande parte dos estudantes que atravessaram o Brasil até chegar a São Borja enfrentaram obstáculos, como os costumes e principalmente o vocabulário do povo rio-grandense. “Chimarrão acho muito amargo. Quanto às gírias, isso até hoje me pego em algumas coisas” comenta Clara Barrêto, estudante do de Serviço Social, que demorou quatro horas de avião e mais oito de ônibus desde Salvador. Com a permanência do Enem como processo único de seleção, a tendência é aumentar ainda mais o número de estudantes provenientes de outros lugares do Brasil. Por conta disso, cada vez mais proporcionará o contato entre culturas das diferentes regiões do país.

Por: Tatiane Souza As obras no Instituto Federal Farroupilha seguem após interrupção por problemas com as antigas construtoras. Sobre o andamento das obras e quais os próximos passos, o diretor do campus de São Borja, Carlos Eugênio Balsemão declarou “Já em fevereiro do ano que vem os alunos terão aula no prédio, só estamos esperando a colocação de mobiliário e a instalação elétrica e hidráulica na parte externa’’. A construção dos pavilhões para as salas de aula e laboratórios já foram concluídas, porém no local está funcionando temporariamente a administração e o almoxarifado do Instituto. Os alunos seguem desde março tendo aulas no prédio do Colégio Sagrado Coração de Jesus. O terceiro

andar do colégio é utilizado inteiramente pelo Instituto Federal. A diretora de ensino, Maria Helena Oliveira, afirma que a questão do espaço limita qualquer atividade. Vanuza Regassun, aluna que cursa Técnico de Informática integrado ao Ensino Médio declara estar incomodada pela falta de estrutura do colégio. A ausência de um laboratório de Biologia é outra grande reclamação da aluna. Para o próximo ano estão planejadas a construção da Casa do Estudante, do refeitório, de laboratórios e um espaço esportivo. Já foram investidos 7 milhões de reais e até o fim do ano deve ser realizada uma licitação para a construção de novos prédios, as instalações terão capacidade total para mil e duzentos estudantes que buscam cursar o ensino médio e superior.

Uma vida nova à melhor idade são-borjense Por: Phillipp Gripp Por lei, o idoso tem direito à vida, enquanto a família, a sociedade e o estado, têm o dever de garantir esse direito e amparar o idoso. O Coral Melhor Idade, partindo disso, é uma iniciativa do Departamento do Idoso de São Borja dentro de um grande projeto que tem como objetivo a integração de pessoas a partir de 50 anos com vulnerabilidade social e/ou que foram abandonadas por suas famílias. Segundo a assistente social e diretora do Departamento do Idoso, Fátima da Rocha, existem nove grupos distribuídos nos bairros da cidade com cerca de 30 participantes em cada um deles. “Os idosos se divertem cantando como sabem, acompanhados do som de um teclado, e emocionam o público

com depoimentos e suas histórias de vida”, conta. Além dos encontros semanais, o grupo tem quatro apresentações confirmadas todo ano: duas atividades no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), além de no dia das mães e no início da primavera. Ocorrem também apresentações fora da cidade, quando convidados. O trabalho, que já existe há 10 anos, envolve dinâmicas de superação, união e cooperativismo contando com o apoio de trabalhos voluntários, da Igreja Luterana e do PTG João Manoel, que sedem seus espaços, duas vezes por semana, para a realização de atividades físicas e festas. Quem tiver interesse em participar dos grupos, basta ter acima de 50 anos e se dirigir à Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania, que se localiza ao lado da Prefeitura.

Expediente: O Realidade é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo da Unipampa, produzido pelos acadêmicos do 2o semestre, na disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso I. Professoras responsáveis: Profa. Me. Joseline Pippi (MTb 12.164) e Profa. Me. Mara Ribeiro (MTb 8.185). Equipe de reportagem: Aline Sant’Ana, Andressa Dantas, Bhárbara Ceccon, Caroline Rossasi, Daniele Kunzler, Débora Carvalho, Diego dos Santos, Emanoeli Burei, Felipe Laud, Fernando Valério, Franciele Farias, Jaqueline Brendler, Lays Borges, Liziane Wolfart, Luiz Briza Jr, Manuella Sampaio, Marina de Almeida, Nathalya de Oliveira, Noêmia Brunet, Pâmela Faustino, Phillipp Gripp, Rafael Junckes, Roberto Ferreira, Tatiane Souza, Thalita Chagas, Tiago Rosário e Will Santos. Equipe de fotografia: Alane Braga, Gian Fachini, Julianne Lopes, Juliano Jaques, Katiele Meotti e Renan Guerra. Equipe de diagramação: Beatriz Wardzinski, Clevison Abenlup, Everton Toller, João Ricardo Ribeiro, Ludmila Constant, Nycolas Ribeiro, Patrícia Bittencourt, Sofia Silva e Tamara Finardi. Impressão: Gráfica Santo Ângelo Ltda. Tiragem: 1000 exemplares. Distribuição gratuita.


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