Jornal de Serra - Edição 69

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Jornal de Serra  ●  O Jornal do Desenvolvimento  ●  Serra Talhada, Março/Abril de 2012  ●  Edição 69

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EM CENA : ARTE & CULTURA

Museu do Cangaço

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Fundação Cabras de Lampião foi criada em 1995, por Anildomá Willans de Souza e Cleonice a Maria, com a finalidade de e promover cultura através de apresentações da dança sdo xaxado por um grupo -de dançarinos denominado eGrupo de Xaxado Cabras éde Lampião. Em 2000 a -Fundação criou o Museu do oCangaço, situado no Sítio -Passagem das Pedras. Depois -os fundadores deslocaram parte do acervo para uma sala do Salão Paroquial, alugada à Igreja Católica. Com o passar do tempo o acervo cresceu e o número de visitantes também. Os fundadores então buscaram apoio do Sebrae, de organizações culturais como o Centro Dramático Pajeú e a Academia Serra-talhadense de Letras e da prefeitura municipal para a ampliação do Museu. A prefeitura cedeu à Fundação Cultural Cabras de Lampião um galpão que

Fotos: divulgação

pertencia à antiga Rede Ferroviária Federal, e no dia 05 de maio de 2009, foi reinaugurada a nova sede do Museu do Cangaço na Estação do Forró em Serra Talhada. Recentemente o Governo Federal o reconheceu como Ponto de Memória. No seu acervo contém móveis e utensílios da época do cangaço, processos jurídicos contra lampião e outros cangaceiros, bilhetes escritos por Lampião, armas dos cangaceiros; acervo de matérias de jornais da época noticiando as ações de Lampião e da sua morte, demonstrativo de ervas medicinais da vegetação da caatinga, vasta biblioteca do cangaço com mais de mil e quinhentos livros, monografias de mestrado, teses de doutorado tendo o cangaço como objeto de estudo, defendidas por pesquisadores do Brasil e do exterior, mais de quinhentos títulos de versos de cordéis,

laudos médicos e raio X das cabeças dos cangaceiros, acervo de aproximadamente 800 fotografias do cangaço, documentários em DVDs (além daqueles sobre Lampião, tem também sobre Zumbi dos Palmares, Antonio Conselheiro e Padre Cícero). Na sua estrutura física o Museu tem uma sala multimídia - com seis computadores, câmera de filmar, data-show e equipamento de som - uma sala de exibição de filmes e documentários; um palco para ensaios e apresentações, seja de teatro, de danças etc., uma sala de estudo e uma loja de artesanatos. O Museu do Cangaço é cenário favorável à pesquisa, pois as exposições de bens culturais expostos no Museu são materiais para estudos interdisciplinares realizados por historiadores, antropólogos, pesquisadores do fenômeno chamado Cangaço, que constroem seus discursos a partir

dos objetos e imagens expostos. O Museu do Cangaço é um espaço de cultura, identidade e memória. Os estudantes das escolas públicas, privadas e curiosos ao visitarem o Museu do Cangaço vão desde a fruição, a contemplação dos objetos e cenários, e até a processos mais profundos como a noção de pertencimento, identidade e memória social. Além de cumprir a função de centro agregador do patrimônio cultural e social, o Museu do Cangaço oferece gratuitamente para a população oficinas de danças (xaxado, coco, frevo e ciranda), organiza, produz e dirige espetáculos de danças. Orienta grupos de estudos e pesquisas do cangaço e da história regional. Oferece aulas de informática além de acesso à internet. Publica folhetos de cordéis. O Museu conta com o apoio cultural da Fundarpe para a realização de eventos

que fazem parte do seu calendário anual, são eles: Encontro Nordestino de Xaxado, Celebração do Cangaço, Mostra de Teatro, Feira de Literatura de Cordel e Festival de Músicas do Cangaço. E é cadastrado no IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. É uma organização pertencente à Fundação Cultural Cabras de Lampião. A presidenta da Fundação é Cleonice Maria que também assume a sua curadoria. Telefones: (87) 3831 3860 - (87) 9938 6035 e-mail – cabrasdelampiao@gmail.com blog: visite o portal www.pontodeculturacabrasdelampiao.blogspot.com. Sítio Passagem das Pedras – fica situado na zona rural de Serra Talhada. Nessa localidade nasceu Lampião. O sítio foi adquirido por um empresário carioca, Carlos Eduardo, em sociedade com a Fundação Cultural Cabras de Lampião.

Helena Conserva é graduada pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS/BA) e Pós-Graduada em Letras e Literatura pela Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada (FAFOPST). Jornalista e escritora. Professora de Redação do Colégio IFOCUS e do SARTRE - Oficina de Redação.


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