OJB EDIÇÃO 48 - ANO 2022

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ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXI EDIÇÃO 48 DOMINGO, 27.11.2022 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901 Congressos de juventudes Juventudes na Bahia e Distrito Federal realizam programações; confira! Vale do Jequitinhonha Roberto Maranhão relata experiência missionária no local 138 anos de presença Batista Batistas alagoanos celebram o trabalho denominacional no estado Educação teológica Lourenço Stelio Rega traz sugestões para o avanço da área pág. 09 pág. 10 pág. 12 pág. 15 Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Observatório Batista Dia do Ministro de Música quarto domingo de novembro “Ofereçam música a Deus, cantem louvores! Ofereçam música ao nosso Rei, cantem louvores! Pois Deus é o rei de toda a terra; cantem louvores com harmonia e arte” (Salmos 47.6-7).

Celebrando a música Batista

Embora o calendário Batista aponte a comemoração deste domingo, o últi mo do mês, como o Dia do Ministro de Música Batista, temos também outros motivos para comemorar, no que se refere à Música Batista.

No dia 15 de outubro, a Associação dos Músicos Batistas do Brasil (AMBB) comemorou 40 anos de fundação, num

grande culto de louvor a Deus. Se você voltar algumas edições de OJB, poderá ler a matéria, que, inclusive, foi capa de nosso semanário. Você pode, também, assistir a transmissão ao vivo no canal da AMBB no Youtube.

Sem dúvidas, esta organização tem colaborado para a capacitação dos músicos Batistas ao redor do

Brasil, com seus eventos, comparti lhamentos e muito mais. Além disso, a AMBB é abençoada por aqueles que são a ela filiados. Quem ainda não é, recebe o incentivo de Samuel Barros, presidente da organização, no artigo “Por que cooperar com a AMBB?”, pu blicado na ediçã0 45, página 14, de 06/11/2022.

Agradecemos a Deus pelo traba lho da AMBB, ministros de Música, cantores, músicos, regentes e todos que atuam na área musical de nossas Igrejas. Nosso desejo é que continuem fazendo sempre o seu melhor, estudan do, se aperfeiçoando e adorando ao Senhor de todo o coração. n

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W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

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2 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22
EDITORIAL
REFLEXÃO O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra
Natividade EMAILs

Desânimo

O desânimo interrompe a nossa ca pacidade de agir. De tomar decisões ne cessárias para prosseguir na caminhada diária. Ao toldar o nosso olhar quanto ao futuro, o desânimo nos prostra ante os grandes desafios da vida. Em momen tos em que a tomada de uma decisão necessária e positiva nos desafia, é nor mal a presença do desânimo. Sabendo desta realidade na experiência humana, Deus sempre vem ao nosso encontro com palavras de ânimo e encorajamen to para que prossigamos.

Foi assim com Josué ao adentrar a terra prometida. “Esforça-te, e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares” (Js 1.9). Confiado nesta mensagem de ânimo, Josué e o povo conquistaram a terra prometida.

Hoje, não é diferente. Quando o de

safio supera as nossas forças, Deus nos oferece uma palavra de ânimo para superar o desânimo. Essa palavra nos é oferecida por uma passagem bíblica com novo significado. Um hino antigo que refresca a memória e nos leva a repetir: “Eu sei em quem tenho crido...” Uma mensagem transmitida do púlpito que desperta em nosso coração lem branças dos grandes feitos divinos. As vitórias que alcançamos no passado. A palavra de um amigo que sabe chorar conosco o momento do desânimo. Por isso precisamos de bons e sinceros amigos. Alguém com quem compar tilhar os nossos medos.

Quando Jesus Se preparava para enfrentar o terror do calvário, o medo e o pavor invadiram a alma do Mestre. Ele solicita aos discípulos orar por Ele e com Ele. Precisava de forças para passar pela agonia da cruz. Os dis cípulos dormiram, mas o Pai não O abandonou. Deus nunca abandona os

Adquiridos por Deus

Seus escolhidos, especialmente nos momentos de temor.

A Bíblia está repleta de mensagens de ânimo para o salvo. “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, cre de também em mim”, diz Jesus ao Se despedir dos Seus discípulos.

Ao falar de sua vocação para o ministério, realizada por Deus, Paulo escreve a Timóteo: “Dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Se nhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério” (I Tm 1.2). O ministério confiado a Paulo está reple to de perseguições, traições, prisões, dores as mais variadas, fome, frio e medo. Mas, afirma o apóstolo em to dos os momentos Deus o confortou e o animou a prosseguir. Não há sofri mento que supere o consolo que Deus nos oferece.

Na realização do ministério pasto ral, quantas vezes o pastor pode repetir as palavras do apostolo, agradecido

pelo conforto que vem da ação do Es pírito Santo nos mínimos detalhes da execução pastoral. São experiências advindas da ação divina em nosso caminhar diário na seara do Mestre.

Reconhecemos que o desânimo existe, e às vezes consegue nos aba ter, mas, a força do ânimo que vem da certeza que Deus a quem servimos, pode todas as coisas, nos oferece for ças para prosseguir. “O Senhor está comigo e me livra de todos os meus temores” (Sl 34.4).

O momento atual é de desânimo, pois parece que o maligno tudo pode contra os salvos, mas, a mensagem do salmista renova o nosso ânimo e oferece alento para prosseguir. “Espe rei com paciência no Senhor, e Ele se inclinou para mim, e ouviu o meu cla mor” (Sl 40.1). Deus continua soberano sobre o universo e sobre as ações de todos os homens. Creia nesta verdade e haverá ânimo para prosseguir. n

“Porque fostes comprados por pre ço. Agora, pois glorificai a Deus no vosso corpo” (I Co 6.20).

Quando compramos algo, alimen tamos nossa expectativa de que o objeto adquirido satisfaça nossos ob jetivos. O texto bíblico diz que fomos comprados por Deus por preço. Isso está nos dizendo que o Senhor enviou Seu Filho Jesus ao mundo, com a mis são de pagar o resgate para nossa libertação do cativeiro imposto pelo pecado a todos os homens “Portanto,

assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pe caram” (Rm 5.12). Deus nos comprou a preço da vida de Jesus oferecida na cruz do Calvário. O que Ele espera de nós, Seus adquiridos, no tempo de nossas vidas?

Primeiro, que creiamos nessa Sua contundente prova de amor para co nosco e sejamos a Ele perpetuamente gratos e O tenhamos como nosso úni co Salvador e Senhor.

Segundo, o nosso corpo, que pas sou a ser Sua propriedade e não mais de nosso primeiro senhor, o pecado

“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões” (Rm 6.12), passe a promover ações que glorifiquem a Deus, nosso dono, tais como: nossas mentes não mais da das a projetar o mal; nossos olhos não mais dados a olhar com sensua lidade; nossas falas não mais dadas a denegrir, falar e desejar mal aos nossos semelhantes; nossos ouvidos não mais voltados a ouvir coisas in decorosas ou indecentes e obscenas; nossos pés não mais nos conduzirem a caminhos que produzam qualquer tipo de mal; nossas mãos não mais utilizadas para qualquer tipo de vio

lências, tais como: roubar, agredir, matar; nossos corpos não mais uti lizados para qualquer ato contrário aos propósitos do Criador para eles, como: ingerir qualquer tipo de drogas, lícitas ou ilícitas, prostituição, sexo ilícito; como pessoas, homem/mulher, cumprir nossa missão de constituir e honrar nossas famílias, dentro dos padrões estabelecidos pelo Criador: o casamento perpétuo.

Assim, glorificaremos a Deus com o nosso corpo, como Ele espera.

Você concorda que, pelo preço pago por nós, Ele merece ser por nós assim glorificado? n

3 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22
Celson Vargas pastor, colaborador de OJB
REFLEXÃO

Orar cantando

No dia 31 de outubro comemorar mos a Reforma Protestante. 505 anos da Reforma. Os cinco Solas seguem firmes e atuais, precisando sempre ser lembrados: Sola Fide (Somente a Fé), Sola Scriptura (Somente a Escritura), Solus Christus (Somente Cristo), Soli Deo Gloria (Somente Glória a Deus). Esses pilares precisam ser vivencia dos e ensinados em nossos dias em que o homem deseja a glória para si. A Glória é só de Deus. Ele não divide Sua glória com ninguém (cf. Isaías 42.8). A Reforma Protestante nos libertou para o canto e a oração sem mediadores humanos. Agora podemos cantar e orar ao Senhor. Foi Martinho Lutero, o grande teólogo e reformador que disse: “Quando e não consigo orar, eu canto. Apesar de cantar mal, Ele ouve o meu coração”. Como Lutero mes mo dizia que sua “mente era cativa da palavra de Deus”, essa verdade é visualizada nessa frase, que contém vários textos bíblicos ao fundo.

Lutero retoma o conceito de Paulo, quando escreve aos Romanos, que há momentos tão difíceis e agudos de nossa existência humana, que a dor não nos deixa orar, e que noutros con textos estamos tão perplexos e deso rientados que não sabemos como orar, mas nesses momentos “não sabemos orar como convém”. Não sabemos o que pedir e como agradecer a Deus. Paulo nos afirma que o Espírito que “nos assiste em nossas fraquezas”, ou seja, nunca estamos sós nas lutas da vida, pois o Espírito Santo de Deus está em nós nas fraquezas, esse Espírito “intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (cf. Romanos

8.26 a 28). Quando não sabemos orar, o Espírito ora por nós, e nós, como nos ensinou Lutero, podemos cantar ao Senhor em louvor ou em súplica. Lutero também recupera o concei to ensinado por Jesus, nosso Senhor e Mestre, sobre oração. Jesus, ao com bater o exibicionismo da performance religiosa dos fariseus no quesito da oração, ensinou sobre a oração da devoção. Oração do quarto. Oração sem visibilidade. Oração sem palavras decoradas e repetidas. Oração diante de Deus e para os ouvidos de Deus. Jesus nos ensina a fecharmos a porta do quarto e orarmos. Orar de portas abertas diante dos céus abertos, como diria C.S Lewis. Orar ao Pai e não para que os homens ouçam nossa voz e nossos pedidos. Orar ao Pai em secre to. Pai que não somente ouve as ora ções, mas vê o que está em secreto, ou seja, Deus Pai ouve os lábios e vê o coração. O Pai que sabe tudo sobre nós, conhece nossas motivações e, assim, na oração Ele ouve e vê nosso coração (cf. Mateus 6.5-8).

Em alguns momentos da vida pare ce que é difícil orar. É difícil balbuciar algumas expressões de louvor, grati dão e súplica. A dor toma conta da nossa alma. A ansiedade ronda nossa espiritualidade e tenta sequestrar nos sa esperança. A luta é tão intensa que não conseguimos nos concentrar, mas podemos saber e crer, que nessas ho ras o Espírito Santo está intercedendo por nós e cabe a nós cantar ao Senhor. Lembremos diante dos momentos di fíceis da vida, que devemos orar, seja em oração ou em canção. Orar com os lábios ou com o coração. Orar em pensamento ou verbalizando com os lábios.

A espiritualidade cristã nos ensina

Viver e pregar a Cristo

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

Antes de voltar para os céus, Je sus revelou aos Seus discípulos o tipo de missão que eles deveriam cumprir: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15-16).

A função de Jesus Cristo aqui na Terra não foi a de anunciar o ritualis mo da Lei de Moisés. A missão de Je sus foi: “Eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa” (Jo 10.10). Nossa obra missionária, en tão, não deve limitar-se a propor uma forma de religiosidade e de ritualis

que orar é muito mais do que falar com Deus, mas é uma proposta de de voção interior. Orar é estar na presen ça de Deus. Orar é falar, mas é ouvir a voz de Deus a nos conduzir, a nos pastorear e a nos consolar. Enquanto oramos, podemos cantar e enquan to cantamos estejamos em oração, pois afinal das contas, para o cristão a oração e o louvor são parceiros inse paráveis e felizes são os que cantam e oram com o coração, sabendo que Deus não vê apenas a afinação do canto, mas vê o alimento do nosso coração com o dEle. Felizes os que quando não conseguem orar, mas que se lembram que podem cantar. Felizes os que cantam e cantam canções que são expressões de oração diante do

mo. Escrevendo as revelações do Espírito Santo no Livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas nos ensinou que foi na cidade de Antioquia que, pela primeira vez, os seguidores de Jesus receberam o apelido de “cristãos” (Atos 11.26). Em outras palavras, os “seguidores do Caminho”’ levaram tão a sério seguir o modelo de Jesus Cristo que receberam o apelido de “parecidos com Cristo”.

Nosso comportamento na socie dade constitui o indicativo determi nante de nossas crenças espirituais. Que o nosso ideal seja uma vida tão evidentemente parecida com o com portamento histórico de Jesus Cristo que “os humanos vejam nossas boas obras e glorifiquem nosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16).

Senhor.

Não sei se você sabe orar, mas in centivo você a orar, e se não conseguir orar que você cante. Se você canta bem, louve a Deus, mas se você as sim como eu canta mal, louve a Deus, pois o que importa mesmo é estar em comunhão com Deus por meio do canto e da oração. Nos aproximemos do Senhor nesses dias difíceis pelos quais passamos. Há diante de nós uma agenda e uma grande pauta de oração e uma infinita lista de motivos para louvar e agradecer a bondade de Deus sobre nós.

Oremos povo de Deus, pois sem comunhão e santidade ninguém verá o Senhor e não verá o Seu poderoso agir. Soli Deo Gloria. n

Ensina a criança!

Em todo momento, Não percas o tempo: Ao sentar-te, ao deitar... Sem medo, em todo tempo; Pois passa o tempo, E não poderás ensinar!

Imprime nele, Nesse “papel em branco” Por onde estiveres, por toda parte. Nos umbrais das portas Nos postes das casas, No seu coração, na sua mente, A sã educação, as palavras de vida, Pois virá o tempo Quando não mais poderás ensinar.

Ensina a criança! Esse é o tempo: dá-lhe carinho, Dá-lhe atenção, senta com ela, Deixa-a falar; Ainda que pareça bobeiras, Ou meras repetições, Escuta-a sem desapontar!

Ensina a criança!

É criação de Deus, é a Sua imagem, Seu propósito na salvação. Ensina a criança, educa a criança, Disciplina a criança; Ama a criança, irmão! n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22
Jeferson Cristianini pastor, colaborador de OJB Olavo
REFLEXÃO

Como ser grato em todo tempo e em toda situação

bacharel em Teologia, pós-graduada em Ciência da Religião, membro da Igreja Batista do Centenário - Congregação em Areia Branca - SE

O Dia de Ação de Graças, comemo rado na quarta quinta-feira de novem bro, tem origem no século XVII, oca sião de um inverno rigoroso nos EUA, que comprometeria a colheita, mas os estadunidenses foram surpreen didos com uma colheita produtiva. Desde então, todos os anos há festa para agradecer a colheita. Em 1863, o presidente norte americano Abraham Lincoln decretou oficialmente a quar ta quinta-feira de novembro, o Dia de Ação de Graças.

A data é comemorada em família, atualmente não só nos EUA, mas tam bém em outros países, inclusive Brasil. É um dia de agradecimento e reconhe cimento por todas as conquistas ao longo do ano. Porém, o imperativo da Palavra de Deus é, não simplesmente demonstrar e expressar gratidão uma vez no ano, também não é simples

mente agradecer por conquistas e con dições favoráveis, a ordem é: “Em tudo dai graças, porque essa é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts 5.18). Mas, como ser grato em todo tempo e em toda situação?

Primeiro, entendendo que todas as situações têm propósito divino. O apóstolo Paulo nos ensina que não se trata de uma gratidão porque algo difícil que estamos passando poderia ser ainda pior. Tipo, se eu quebrei um braço devo ser grato porque não que brei os dois. Não é isso! Não se trata de uma gratidão numa situação difícil, porque algo poderia ser pior. A grati dão deve ser baseada na certeza de que até mesmo as adversidades têm um propósito benéfico. Romanos 8.28 diz: “E sabemos que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus...” O termo todas as coi sas, no grego panta, significa em todas as ocasiões, em todos os casos. Isso implica totalidade! Assim, devemos ser gratos a Deus mesmo em meio as turbulências, não pelas circunstâncias, mas pela firme convicção de que Deus

tem propósito na vida dos Seus em todas as situações.

Como ser grato em todo tempo e em toda situação? Segundo, culti vando a alegria que provém de Deus. Essa gratidão deve estar associada a uma fonte de alegria interior, que é a comunhão com Cristo, que não pode ser perturbada nem pelas condições mais adversas. Em I Tessalonicenses 1.6, o apóstolo Paulo disse que apesar do grande sofrimento dos tessaloni censes, eles receberam o Evangelho com a alegria que é fruto do Espírito Santo. Na carta aos filipenses, co nhecida como a carta da alegria, não pelas condições favoráveis da Igreja, tampouco do apóstolo; o imperativo era: Regozijai-vos, isto é, alegrai-vos. Já aos colossenses, o apóstolo Pau lo afirma: Eu me alegro no meu so frimento em favor de você (Cl 1.24). Trata-se de uma alegria antagônica à do mundo, pois a alegria do apóstolo tem origem em Deus, não em circuns tâncias.

Como ser grato em todo o tempo e em toda situação? Terceiro, estando

convicto que nesta vida tudo é passa geiro, mas temos uma eternidade ga rantida com Deus. Por maior que seja a dor, a perda, a decepção, a angústia, nesta vida tudo um dia findará. Exis te a garantia da eternidade sem Deus e com Deus, e quando se vive com a garantia da eternidade com Deus, con segue-se ser grato em toda a situação; porque há uma esperança do que Deus fará no futuro, como descrito em Ro manos 8.18: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”.

Por isso, podemos e devemos ser gratos em todo o tempo e em toda a situação, devido a confiança que nesta vida tudo é efêmero, mas nos é reservada uma eternidade de glória que pesa mais que todo o sofrimento. Assim, aprendamos em tudo dar graça, porque esta é a vontade Deus. Finalizo com as palavras do pastor Luiz Sayão: “gratidão é tsunami de graça irrompen do no coração”. Que nossos corações jorrem de ação de graças em todo o tempo e em toda situação. n

Voltemos ao Evangelho

“Por isso, tenham o cuidado de fa zer tudo como o Senhor, o seu Deus, lhes ordenou; não se desviem, nem para a direita, nem para a esquerda” (Dt 5.32).

Chegamos ao final de um longo período eleitoral. Exercemos nossa cidadania e usufruímos do direito do voto direto, isso é a parte saudável e

necessária do processo. Não pode mos ser omissos em relação a assun tos que envolvem o governo terreno, afinal, moramos na terra e não no céu (ainda).

Muitos, porém, foram bem mais além, tiraram o foco do Caminho e uns desviaram-se para a esquerda, outros para a direita.

O nome de Deus foi muito usado, como arma, ora para atacar os que caminhavam pela esquerda, ora os da direita. Deixou de ser usado para o seu real propósito e virou motivo de

chacota e blasfêmia sendo usado para produzir mentiras.

Como se não bastasse desviar-se para a esquerda ou para a direita, mui tos levaram os púlpitos consigo, pois ali não mais se pregava sobre o Cami nho, ali não se defendia mais o nome do Salvador. A Bíblia nunca foi tão vio lentada em seus textos para favorecer ideias absurdas.

E os que optaram por seguir no Caminho sem desviar-se nem para a esquerda nem para a direita, foram duramente criticados, tinha que sair

do Caminho e escolher um dos lados.

A palavra de Deus deixou de ser pre gada, e quando era pregada por pou cos, estava desacreditada por causa do seu mau uso pelos que abandona ram o Caminho.

Graças a Deus terminou. Será que todos voltarão para o Caminho?

Voltemos ao Evangelho, sigamos no propósito para qual fomos chama dos.

“Lembre-se de onde caiu! Arrepen da-se e pratique as obras que praticava no princípio” (Ap 2.5). n

5 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22 REFLEXÃO
Roberto Celestino diácono da Primeira Igreja Batista em Taquaritinga do Norte - PE

Administrando a unidade denominacional da CBB

Administrar é, simploriamente, diri gir como se faz com a própria casa, e, portanto, é atuar com eficiência a pon to de recomendações sejam acatadas por liderados. Por seu turno, unidade, tipifica a qualidade de algo que é único ou indivisível, e, portanto, não pode ser repartido ou alterado.

A Convenção Batista Brasileira (CBB) é gerida por uma Diretoria regu larmente eleita em suas Assembleias estatutárias. Sua vasta estrutura abar ca Juntas de Missões, que tem sob sua gestão as Cristolândias espalhadas pelo Brasil em uma gama de órgãos gestores de suas múltiplas atividades.

A administração de uma unidade é exigente. Inteligentemente deve envolver fatores fundamentais para que a gestão seja boa, em todos os

aspectos. Observem-se:

Primeiro, um planejamento eficien te. O levantamento de todo o potencial de alcance merece ser alinhavado em detalhes. Neste passo devem estar determinadas a missão da instituição e suas organizações, objetivos, o modo de se perseguir e conquistar os obje tivos e o estabelecimento de todas as suas atividades.

Segundo, uma boa organização. De lineado o planejamento, a organização de toda a gestão, deve ser devidamen te organizada a fim de ser mantida a unidade denominacional. Neste passo, a descrição de cada atividade e divisão de todos os cargos e funções devem estar agrupadas, definidas as respon sabilidades de cada gestor em seus órgãos, cujos recursos devem estar previstos para o funcionamento e êxito de toda a gestão.

Terceiro, uma competente direção.

Cada segmento estabelecido pela CBB deve ter gestores hábeis, isto é, conhe cedores e portadores de habilidades es pecíficas a ponto de promover, de modo eficaz, o seu setor. Agora, o trabalho de direção é exigente porque tem o dever de se assessorar de pessoas eficientes para os cargos, saber coordenar os em preendimentos ao mesmo tempo em que deve motivar seu pessoal a fim de conquistar os objetivos de sua gestão.

E, quarto, um exercer controle sobre todos os setores da administração. Então, tudo quanto foi determinado, merece pessoas qualificadas para fis calizar a concretização eficiente de cada órgão determinado pela gestão central, isto é, da Diretoria da CBB. En tão, devem estar bem visíveis e inteligí veis os padrões de todos os gestores, e especialmente da administração cen tral, bem como devem ser exercidos o monitoramento a ponto de avaliar o

desempenho de cada unidade a fim de promover correções no sistema admi nistrativo, caso necessário.

Convém salientar dois elementos distintos de uma administração: a des centralização, que é feita mediante a delegação autorizada pela instituição para a execução simples de serviços; e, a desconcentração administrativa que é efetuada pela própria entidade através da criação de órgãos gestores de suas múltiplas atividades.

Portanto, a unidade denominacional exige uma gestão que entenda e saiba dirigir toda a amplitude de suas ações através de seus órgãos. A desconcen tração deve promover a unidade. E, para tanto, todos os fatores de uma boa administração devem ser rigorosa mente seguidos, sob pena de individua lização de gestões e desvirtuamento das metas gerais estabelecidas em um bom planejamento da CBB. n

Viva como Deus deseja

(Salmos 15.3-4)

Davi é o autor deste magnífico sal mo, e ele é um salmo de adoração. Existem aproximadamente 30 salmos que se enquadram nesta categoria. Não sabemos ao certo a ocasião em que foi escrito. Os estudiosos são da opinião que talvez Davi tenha escrito o salmo 15 no contexto em que levou a arca da aliança para o monte Sião em Jerusalém.

Nos salmos anteriores, o rei Davi descreve em cores vivas a intensidade do mal em seus dias (Salmos 12.8). O motivo pelo qual os homens aplaudem o erro e se corrompem está ligado ao fato de deixarem Deus na lateral da vida, não querendo o governo e a di reção Dele (Salmos 14.1). No tocante a isso, o teólogo Warren Wiersbie faz a seguinte colocação: “Os insensatos não querem Deus ou não precisam dele. Desejam viver a vida a seu pró prio modo”.

Davi apresenta no salmo 15 as condições morais que Deus espera ver

naqueles que professam o seu nome. O adorador tem que viver de acordo como Deus deseja. Vamos tecer al guns pontos para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, o adorador vive como Deus deseja – controlando o que fala (Salmos 15.3). Para agradar de fato a Deus, o adorador precisa vigiar, con trolar o ímpeto da língua. Nos dias de hoje, uma das maiores necessidades dos cristãos está exatamente em cui dar daquilo que falam. A maioria dos problemas que enfrentamos na famí lia, na Igreja, no ambiente profissional decorre da falta de falta de controle daquilo que falamos.

Não difamar com a língua significa literalmente: não inventar ou passar adiante histórias que denigrem a repu tação de outra pessoa. A língua tem o poder de destruir. A vivência religiosa está intimamente ligada ao controle da língua. Tiago ao escrever sua epís tola nos ensina que o crente pode ter um conhecimento grande das Escri turas, entretanto, se ele não domina a língua, sua vivência religiosa é vã (Tiago 1.26). Benjamim Franklin certa

feita afirmou: “O animal mais terrível do mundo tem a sua toca atrás dos dentes”.

Em segundo lugar, o adorador vive como Deus deseja, não prejudicando o próximo. (Salmos 15.3). O adorador se recusa a fazer o mal contra o próximo. O que deve reger a vida do adorador é o amor. Quem ama a Deus não faz mal ao próximo. O adorador não paga o mal com o mal. O personagem bíblico Jó, em vez retaliar seus acusadores, orou por eles. Estevão orou por seus algozes quando estava sendo apedre jado. Em vez de retaliar, procure uma oportunidade para fazer o bem a quem lhe fez mal (Romanos 12.21).

Em terceiro lugar, o adorador vive como Deus deseja, sem falsidade (Salmos 15.3). O que o rei Davi expõe aqui é que o adorador é especialmen te cuidadoso em não machucar seus vizinhos no seu bom nome. Não leva as conversas da vida alheia pela vizi nhança no intuito de envergonhar o vizinho. Nada é tão constrangedor para o evangelho de Jesus Cristo, quando somos pedra de tropeço para nossos

vizinhos, xingando, brigando o tempo todo e espalhando boatos. Por vezes, deixamos de ter crédito na vizinhança, justamente por vivermos na falsidade. Precisamos ser em nossa vizinhança bênção, uma referência. Hernandes Dias Lopes diz: “O adorador é uma bênção onde mora, e seu convívio com seus vizinhos é pautado o amor e verdade”.

Em último lugar, o adorador vive como Deus deseja, temente a Deus (Salmos 15.4). Segundo o rei Davi, o adorador além de não tolerar o peca do, ele é temente ao Senhor. Temer ao Senhor não é ter medo de Deus, mas demonstrar a Ele reverência. Não po demos amar a Deus verdadeiramente a menos que o temamos, nem podemos temê-lo corretamente a menos que o amemos e reverenciemos. O temor ao Senhor é algo preciosíssimo, pois, ele é o princípio da sabedoria. O pastor e escritor Arival Dias Casimiro diz: “O temor a Deus é a joia perdida na igreja hoje. A irreverência e a falta de respei to a Deus é uma marca registrada da nossa geração”. n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22 REFLEXÃO
José Manuel Monteiro Jr. pastor, colaborador de OJB

Outubro foi mês de festa no Aviva!

O projeto, que nasceu a partir da visão missionária do Colégio Batista de Carolina, no Maranhão, comple tou, no mês de outubro de 2022, seus quatro anos de trabalho. Quatro anos em que adolescentes têm trilhado no vos caminhos ao lado Cristo, quatro anos em que eles têm se levantado para ganhar sua geração, servindo ao próximo, anunciando o Evangelho e proclamando salvação em Cristo Jesus!

O Aviva tem trabalhado firmemen te na formação de liderança entre os adolescentes e no relacionamento

discipulador, vivendo também a ora ção e as ações evangelizadoras e de compaixão e graça. Ao longo do ano, semanalmente, acontecem os cultos e os encontros devocionais para o es tudo da Palavra de Deus. Além disso, temos as vigílias de oração, as ações evangelísticas e o projeto “Aviva na Escola”, no qual todo mês visitamos escolas, levando a mensagem que Só Jesus Cristo Salva!

O tema escolhido para a celebração de aniversário foi “Em Processo”, para retratar a caminhada de santificação que o cristão vive até a volta de Cristo. A programação especial contou com três atividades comemorativas: O Altas Horas, um Culto Evangelístico na Praça e o Culto Comemorativo no Auditório

do Colégio, onde acontecem as pro gramações semanais.

O Altas Horas foi uma programa ção voltada para os alunos do Colégio, em que eles passaram a noite na es cola com culto, celebrações, gincana, desfile temático, cinema e o amanhe cer com o tempo devocional, no que chamamos de “Alvorecer com Deus”. Nessa noite, a palavra pregada por uma jovem líder do Aviva e ex-aluna da escola, foi para que os adolescentes buscassem conhecer Jesus.

O culto na Praça e o Culto Come morativo contaram com a pregação do pastor Bruno Ernandes, líder de jovens na Primeira Igreja Batista de Imperatriz - MA, e toda a organização ficou por conta do grupo de líderes do Aviva.

tidos em todas as áreas para a glória de Deus e para que a mensagem fosse anunciada!

Ainda neste ano temos muito traba lho pela frente! Seguimos com as pro gramações semanais, além de estudos com os novos decididos e preparação de adolescentes para o batismo. Tere mos ainda as programações de final de ano, como o nosso tradicional Jantar de Natal Solidário, especialmente para a equipe e os acolhidos no Abrigo Mu nicipal de Carolina.

Seguimos avançando para ganhar a nova geração para Cristo e segui mos contando com o seu envolvimen to por meio de orações e contribui ções!  n

7 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22
MISSÕES NACIONAIS
Ester Alves missionária no Colégio Batista de Carolina - MA

“Cajado

Evento é um encontro informal e alegre da família pastoral Batista goiana.

No feriado de 15 de novembro aconteceu a 4ª edição do “Cajado & Churrasco”, no acampamento Moriá Camping, na Cidade de Aparecida, na grande Goiânia – GO. Programação teve música devocional e comunhão. Além disso, os pastores ajudaram na preparação do churrasco, lavagem de louça etc., auxiliados por algumas ir mãs.

A música foi dirigida pela irmã Alana e pastor Osmarino. Tivemos também uma palavra do pastor Lu cena sobre Mateus, com foco na importância de levar nossas ansie dades a Cristo e não nos isolarmos, para não nos tornarmos autoritários e solitários. “Vinde a mim todos que estais cansados...” (Mateus 11.28,29).

Ele também agradeceu a juniores e adolescentes, que foram bênção na pandemia, auxiliando as Igrejas no mundo online

A Deus toda a glória!

Como surgiu?

De 2018 para 2019, com muitas notícias de pastores cansados e al guns tirando a própria vida ao redor do Brasil e do mundo, Deus colocou no coração do colega pastor Antônio

Justino Lucena e seus pares, a ideia de um encontro informal, leve e sem fins lucrativos para comunhão, bate papo e relacionamento intencional, anual ou semestral. Por causa da pandemia, foi interrompido e a edição deste ano retomou as atividades.

No início, era só dos pastores, mas,

depois, alguns colegas sugeriram que fosse da família, e após votação, ficou decidido que seria assim.

Cada família fica responsável em levar sua carne e bebida, e se divide entre os inscritos o aluguel do espaço e os ingredientes para arroz, feijão tro peiro, mandioca e vinagrete.

É um encontro sem “ata que não desata”, sem “estatuto que vira esta tonto”. Sem formalidades. Sem hie rarquias ou vaidades. Chinelo, toalha, roupa de banho, roupa leve, peteca, dama, dominó, quebra cabeças, bola, rede etc. Muita alegria e descontra ção. n

Com o tema “80 anos - Para a glória de Deus”, tendo como divisa: “Façam tudo para a glória de Deus” (I Coríntios 10.31b), a Primeira Igreja Batista em Taquaritinga do Norte - PE celebrou seus 80 anos de pregação da Palavra de Deus nesta cidade. Nos últimos dias 12 e 13 de novembro, celebramos a Deus com muita alegria o que Ele tem feito por esta Igreja. No sábado (12), o pastor e cantor Armando Filho esteve louvando a Deus conosco; no domingo (13), tivemos a participação de todos os departamen tos da Igreja louvando ao Senhor.

O pastor Silvio Lima expressou grande agradecimento a Deus e a

toda a Igreja pelo envolvimento nes se momento tão importante para esta comunidade cristã.

Esta agência do Reino de Deus foi plantada no solo norte taquaritinguen

se no ano de 1942, pelos missionários José Munguba Sobrinho (brasileiro), Leônidas Johnson (inglês) e John Mein (norte americano). A PIB em Taquari tinga foi não apenas a Primeira Batista,

mas a primeira Igreja cristã evangélica plantada na cidade. Somente no dia 03 de outubro de 1982, a Congrega ção foi organizada em Igreja com 38 membros. n

8 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22
Felipe Guiger líder de Juventude da Primeira Igreja Batista em Aparecida de Goiânia - GO Roberto Celestino diácono da Primeira Igreja Batista em Taquaritinga do Norte - PE
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
& Churrasco” chega à quarta
edição
Primeira Igreja Batista em Taquaritinga do Norte - PE celebra 80 anos de existência É a primeira Igreja cristã evangélica plantada na cidade.
Responsáveis pela preparação do churrasco Mulheres participaram e ajudaram na realização do evento Famílias dos pastores Batistas de Goiás também podem participar do Cajado & Churrasco Membros da PIB em Taquaritinga do Norte - PE Fachada da Igreja

Uma Vida Contracultura é tema do CONJUBAG

37 na Bahia

Mais de 45 Igrejas foram representadas.

Juventude Batista Grapiunense

Mais de 250 jovens reunidos com um único propósito: viver em santida de! Nos dias 07, 08 e 09 de outubro de 2022 aconteceu, no Acampamento Batista Teosópolis em Ilhéus - BA, a trigésima sétima edição do Congres so da Juventude Batista Grapiunense, pela primeira vez em um formato to talmente novo.

Tivemos a honra de receber dois preletores de grande relevância no nosso país: os pastores Batistas Filipe Breder e Pedro Pamplona. Homens de Deus e referências para nossa geração que nos abençoaram com a ministra ção da Palavra.

Contamos com três bandas aben çoadas que nos levaram a adorar em liberdade e verdade ao nosso Deus: Ministério Libertar, Banda Radical e a nossa Banda Oficial da JUBAG.

Tivemos mais de 45 Igrejas re presentadas de três associações da nossa Bahia e mais de 10 reconci liações e infinitas experiências com o Senhor!

Departamento de Comunicação da Convenção Batista do Planalto Central

A Convenção Batista do Planalto Central (CBPC) realizou nos dias 11 e 12 de novembro, na Igreja Batista Espe rança, em Taguatinga - DF, o Congresso da Juventude Batista do Planalto Central (JUBAPC) 2022. O evento contou com uma programação, incluindo louvor, ofi cinas e ministrações da palavra de Deus.

Com o tema “Ajustando o foco”texto base em Filipenses 3.14 (“Pros sigo para o alvo, pelo prêmio da so berana vocação de Deus em Cristo Jesus”), o encontro teve como propósi to fortalecer a fé e a esperança dos jo vens, destacando a importância que a nossa juventude esteja cada vez mais conectada com o Senhor, avançando no coração do Brasil, na proclamação do Evangelho.

Recebemos como preletores, o pas tor Valdevan Lucas, pastor na Igreja Batista do Córrego do Jenipapo, em Recife - PE, terceiro secretário da Con venção Batista de Pernambuco (CBPE),

do Planalto Central (JUBAPC) e pastor da juventude da Segunda Igreja Batista no Plano Piloto (SIBPP).

Na música, tivemos a participação da banda “Os Jays”, e do ministério

do Congresso par ticiparam de oficinas sobre Liderança, Vocação, Discipulado, Cultura Bíblica e Novas Tecnologias. n

9 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22
ceu nesses três dias! Estamos gratos pela oportunidade de marcar a vida de muitos jovens anunciando a transfor mação do Evangelho. Vamos avançar, isso é só o começo! n coordenador da Juventude Batista Brasileira (JBB) na Região Nordeste e presidente do Conselho da JBB; e o pastor Guilherme Ferrarezi Vilela de Souza, novo líder da Juventude Batista
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Os participantes
Juventude Batista do Planalto Central tem mais um congresso realizado Louvor, oficinas e ministrações fizeram parte da programação.
Fotos: Keila Cidade Mais de 250 jovens participaram do 37° Congresso da Juventude Batista Grapiunense Louvor, adoração, comunhão e aprendizado marcaram o Congresso Participantes do congresso “Ajustando o foco” Oração pelo novo presidente da JUBAPC e sua família Congresso da Juventude Batista do Planalto Central trouxe alegria e momentos de edificação

Pickleball no Vale do Jequitinhonha

- A evangelização esportiva multiplicadora em ação

bim, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. O convite foi feito pelo pastor Jeferson, diretor do Palavra da Vida, do Vale do Jequitinhonha, para que eu fosse o preletor do acampa mento das crianças. Logo coloquei um time de voluntários de elite, queridos amigos, que foram meus auxiliadores nessa missão. Helen, do Rio de Janei ro, jovem supertalentosa e que já foi nossa voluntária na Alemanha, tem servido em muitas missões, com suas habilidades administrativas e como intérprete de inglês e espanhol. Tam bém foram voluntários nessa missão, William e Gustavo, meus alunos de

Pickleball, que foram indispensáveis para o sucesso da missão.

Tivemos aproximadamente 500 participantes, entre crianças e adul tos, durante aquela semana. Pastor Jeferson foi abençoado com a parceria da prefeitura local, que deslocou esco las da região para poderem ter um dia especial no acampamento.

As crianças da região são bem sim ples e carentes. Percebemos a alegria no rosto de cada criança e professo res. Pude conversar com alguns docen tes sobre a realidade das crianças; não tem como não se emocionar, diante dos vários testemunhos.

As crianças tiveram um tempo ma ravilhoso, regado de diversas ativida des esportivas e de lazer! Tiveram tam

bém oportunidade de ouvir da palavra de Deus. Outra bênção foi divulgar um novo esporte para as escolas e deixar uma miniquadra de Pickleball, total mente pintada, com rede e raquetes, acompanhado de uma boa capacita ção, para que os voluntários possam continuar a promover o novo esporte. Foi uma bênção!

Conhecemos pessoas maravilho sas, com coração missionário e outras com um carinho todo especial pelas vidas do Vale. Queremos parabenizar nossos irmãos Batistas de Campinas - SP, que vierem de carro e levaram aproximadamente 350 cestas básicas para famílias da região. Visitamos al gumas famílias durante as entregas das doações e oramos por elas. Visi

tamos duas comunidades da região, onde pudemos ministrar a palavra de Deus e colher frutos de conversões aos pés de Cristo.

Grato aos queridos que oraram por nós e os que nos ajudaram para que essa missão fosse uma realidade. Agradecimento especial para nossa amiga Christina, que nos motivou a aceitar o desafio de cooperar com a obra evangelizadora no Vale do Jequi tinhonha. n

Arte e Cultura CBB Roberto Maranhäo Ministro de Arte e Esporte Internacional marapuppet@hotmail.com WhatsApp: +55 31 9530-5870

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
ARTE & CULTURA
Roberto Maranhão

Realizando o sonho de estudar a Bíblia

“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem Dele se aproxima precisa crer que ele existe e que re compensa aqueles que o buscam” (Hb 11.6).

Agora, compartilhamos sobre a nossa visita ao CTB (centro de trei namento) para novos obreiros, que será inaugurado em janeiro. Devido à COVID-19, acompanhamos, de lon ge, mas pela graça do Pai, no início do mês fomos até lá pessoalmente. Confesso que foi muito emocionante. Agendado para inaugurar em janeiro, o CTB receberá aproximadamente 25 jovens, por semestre, vindos de países onde a mensagem é proibida. Eles estudarão, por seis meses, no formato de internato. Os estudos serão foca dos para o treinamento de líderes e obreiros.

O CTB fica há 6h de carro da nos sa casa. De forma estratégica (devido

à segurança), foi construído em um vilarejo com maioria cristã, bem afas tado da cidade, sem acesso à internet e telefone. Durante a pandemia foram construídas duas casas e uma capela. São obras simples, porém boas o bas tante para receber os novos alunos. Temos uma casa para os rapazes, e outra para receber as moças e famílias dos professores convidados. Imagine, jovens e adultos conver

tidos, de lugares onde simplesmente pronunciar o nome dEle é motivo de retaliação, tendo a oportunidade de estudar o Livro de forma profunda e com segurança, podendo cultuar de forma livre, clamando e interagindo com outros irmãos e irmãs que sofrem a mesma perseguição, se preparando, unindo e se fortalecendo e voltando preparados para a batalha. Parecia um sonho. Mas, se tornou realidade. Esta

mos muito felizes e animados com a inauguração!

O CTB foi uma união de forças de muitos obreiros de nossa região e co munidades do mundo inteiro. E é com nossos corações cheios de alegria que dizemos: você faz parte dessa cami nhada. Seria maravilhoso receber você na inauguração, imaginou? Mas, creio que, mesmo não podendo, suas ora ções e ofertas chegam até aqui, para a glória do nome dEle.

Ore ao Pai para que comece a pre parar aqueles que serão enviados, em janeiro, não apenas os alunos, como também os professores e suas famí lias. Precisamos também de funcioná rios que trabalhem de forma integral. Ainda são muitos detalhes a ser tra balhados, mas cremos que a nossa função é descansar.

Encerramos esta carta com um abraço bem caloroso e uma oração: que nosso Pai continue usando sua vida para a honra e a glória do nome dEle!

Trabalho de tradução bíblica na África Ocidental

O Projeto Luz para o Povo Marká de Missões Mundiais tem o objetivo de traduzir a Bíblia para a língua Marká na África Ocidental, alcançando assim a comunidade local para o Reino de Deus. Essa tradução ocorre através de aplicativos gratuitos para dispositivos móveis que já contam com os Livros de Mateus até Efésios traduzidos.

Missões Mundiais começou a de senvolver esse Projeto em 2015 bus cando alcançar o Povo Marká pela Graça de Deus através das Escrituras. Eles são cerca de 300 mil pessoas que se encontram em 60 aldeias a noroes te da região ocidental do continente. Quando começaram o trabalho, das cerca de 30 línguas, nenhuma possuía um versículo bíblico traduzido. Estas línguas pertencem às etnias menos alcançadas pela Palavra de Deus e de muitos habitantes que não possuem acesso à educação. A região tem forte presença muçulmana e com intensas práticas de feitiçaria, se tornando um projeto muito importante de trazer es sas pessoas para Cristo.

Confira abaixo o relato do missio nário sobre o andamento do trabalho junto ao Povo Marká:

“Em nosso trabalho apoiamos tam bém o pastor Koné, um obreiro local que trabalha em uma rede de Igre jas Batistas do povo Marká que têm implantado 12 Igrejas e mais cinco frentes de trabalho. Um dos pastores,

pastor Jean, está conduzindo quatro trabalhos e ainda nos conta que outras localidades estão clamando por mis sionários. O principal pedido de oração deles é por segurança, mais obreiros qualificados, união e fortalecimento da Igreja face à perseguição.

Com os aplicativos gratuitos já disponíveis, estes irmãos que se en contram na linha de frente, apesar das imensas dificuldades e risco de vida, nos motivam e nos encorajam constantemente diante daquilo que estamos fazendo.

Por isso, com muita honra, compar tilho com os irmãos o trabalho mais esperado do ano: participar diretamen te da atualização e disponibilização gratuita da versão 2.0 da Bíblia em Marká. Qualquer pessoa no planeta pode carregar em seu dispositivo ele trônico a versão que agora contém os livros de Mateus à Efésios nos idiomas Marká, Francês e Inglês. Basta pegar seu aparelho móvel e ir no aplicativo

do Google Play Store e digitar: “Bible Marka”. A divulgação já tem sido feita por aqui no campo em que atuamos e já pode contemplar muitos da comu nidade Marká com acesso à Palavra. Junto a eles continuamos trabalhando nos cânticos, alfabetização e demais materiais de apoio na língua deles, para a Glória de Deus!

Agradeço a Deus, que apesar das dificuldades tem permitido o trabalho avançar. Peço que agradeçam conos co também por sua Graça manifesta àqueles que atuam na linha de fren te e pelo aplicativo que já pode ser utilizados pelo povo. Ore para que o Senhor continue fortalecendo e pro tegendo aqueles que arriscam sua vida na proclamação do Evangelho. Interceda para que Deus nos conduza diante das enfermidades no cuidado com nossa saúde.

Confiados ao Rei que reina sobre tudo e sobre todos, que sigamos fir mes na missão a nós proposta!”

Faça parte desse trabalho! Envolva -se com a campanha Bíblias Para os Po vos, para que os missionários prossigam no trabalho de tradução e distribuição da Palavra de Deus para o Povo Marká. Mande sua oferta pelo PIX bibliaspa raospovos@doeagora.com ou por meio das contas bancárias disponíveis abaixo:

Junta de Missões Mundiais

CNPJ: 34.111.088/0001-30 PIX: 34.111.088/0001-30

Bradesco

Agência: 1125-8 Conta corrente: 59000-2

Banco do Brasil

Agência: 3010-4 Conta corrente: 141900-5

Itaú Agência 9218 Conta corrente: 65100-9

Santander

Agência: 3894 Conta corrente:13001270-8

Caixa Econômica Federal Agência: 0201 Conta corrente: 1165-4 op. 003

Observação: O comprovante de de pósito dever ser enviado para o e-mail: ofertas@jmm.org.br ou pelo WhatsApp da Central de Atendimento: (21) 980551818. n

11 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22 MISSÕES MUNDIAIS

Batistas em Alagoas celebram 138 anos no estado

Convenção realizou uma celebração no início do mês.

jornalista

Os Batistas alagoanos comemoram 138 anos da presença Batista no esta do de Alagoas falando da necessidade do novo nascimento para chegar aos céus. No Evangelho de João 3.3, Jesus deixa claro, na conversa que teve com Nicodemos, que nascer de novo (vida transformada) só é possível mediante a eficaz operação do Espírito Santo.

A celebração desse importante acontecimento foi no dia 04 de no vembro, às 19h30, com um culto de louvor e adoração a Deus no templo da Primeira Igreja Batista do Tabulei ro, localizada na rua Dr. Eurico Ayres,

78, no bairro Tabuleiro do Martins. O mensageiro foi o pastor da Igreja, An derson Nunes.

Para o secretário executivo da Con venção Batista Alagoana (CBAL), pas tor Djalma Inoue, sua denominação “tem sido um presente do Senhor na vida de todos que a conhecem e fre quentam”. Tudo começou, segundo o executivo, “com um grupo de homens e mulheres que Deus levantou para vir trabalhar nas terras alagoanas”.

Chamado de Deus

“Esses homens e mulheres acei taram o chamado de Deus para uma grande tarefa! Os campos estavam pre

parados e o Senhor os trouxe aqui para colher os frutos da salvação em Cristo Jesus por meio da pregação do Evan gelho”, reforçou a missionária Edvania Souza Romão, presidente da Associa ção das Igrejas Batistas de Maceió.

Ainda de acordo com a missionária, muitas vidas foram alcançadas para a glória de Deus nesses 138 anos. Edva nia expressou a profunda gratidão dos Batistas alagoanos “ao Senhor da his tória, da Igreja e da vida” e a todos que, “com esforço e dedicação colocaram a mão no arado para semear em Alagoas a semente do Evangelho”.

Parte da história dos Batistas ala goanos, desbravada por homens e mulheres que, de coração e alma co

Programação teve momento de homenagens

locaram os joelhos no chão clamando pela salvação de vidas neste estado, foi contada pelo pastor Jonas Bispo Pereira, na celebração na PIB Tabulei ro. Na mensagem, o pastor Anderson lembrou aos irmãos a importância da vinda destes homens e mulheres que dedicaram sua vida ao trabalho Batista em Alagoas. n

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Mineira

Entre os dias 24 e 27 de outubro, pastores do estado de Minas Gerais participaram do Retiro de Pastores promovido pela Ordem dos Pastores

Batistas do Brasil - Seção Minas Gerais (OPBB - MG). O tema deste retiro foi “Pastores de carne e não de aço”. O preletor oficial do evento foi o pastor Hilquias Paim, presidente da Conven ção Batista Brasileira (CBB).

Para os participantes, estes dias

foram importantes para aprendizado, troca de experiências ministeriais e um momento para descanso. Dentre as atividades propostas no cronogra ma do retiro, estava os atendimentos médicos e odontológicos na unidade móvel do Projeto Vida na Estrada.

De acordo com o diretor-executivo da OPBB - Seção Minas Gerais, pastor Renê Toledo, mais uma vez “fomos agraciados por Deus para ter um tem po de revisão, edificação, comunhão que impactam diretamente no minis tério pastoral”, declara. n

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Raimundo Gomes
OPBB Minas Gerais
Retiro de Pastores “Pastores de carne e não de aço” foi o tema deste ano.
promove
Culto de louvor e adoração a Deus por 138 anos dos Batistas em Alagoas
serviu para aprendizado, troca de experiências ministeriais e um momento para descanso
Encontro
13 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22

Cinco verbos do perdão

O perdão é a capacidade de relevar a ofensa, zerando a dívida que alguém tinha conosco a partir do amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; o amor que jamais aca ba” (I Co 13.4-8). O Senhor Jesus nos ensina sempre a perdoar, a tratarmos os outros com amor e não resistirmos ao perverso. O perdão é a capacidade de restaurar relacionamentos quebra dos pelo ódio, ressentimento, pela in compreensão, rejeição e inveja. Diante desta realidade, é preciso destacar, na minha limitada compreensão, os cinco verbos do perdão que, certamente, nos ajudarão em nossos relacionamentos. São cinco verbos que devem ser con jugados ou vivenciados diariamente.

O primeiro verbo do perdão é es quecer. É possível relevar o agravo. Quando perdoamos, não mais nos lembramos negativamente do mal que nos fizeram. Este não tem mais preponderância para nós. Não mais nos acompanha. Não é mais peso para nós. É muito saudável liberar perdão. O ato de perdoar está ligado à obra de Cristo na cruz e ressurreição. Lá da cruz, Ele nos perdoou quando de clarou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sa bem o que fazem. Então repartiram entre eles as suas roupas, tirando sorte sobre elas” (Lc 23.34). O perdão de Jesus é incondicional. Esta é a base para relevarmos a ofensa. O que isto significa? Quando estamos crucifi cados com Cristo perdoamos com o

Seu perdão. Esquecemos a ofensa e lembramos sempre de amar a pessoa que nos ofendeu. Esquecer o agravo e lembrar sempre de amar o próximo com o amor do Senhor. Alguém disse: “Perdoe ou pereça”.

O segundo verbo do perdão é en corajar. Devemos sempre encorajar, motivar os que nos ofenderam. Todos aqueles que foram perdoados recebem uma palavra de encorajamento. Na ver dade, o próprio perdão é um encora jamento para restaurar o ofensor. O Senhor, pelo Seu Espírito, é o nosso en corajador sempre. Ele está perto, muito perto, de todos os que O invocam e o fazem em verdade. O encorajamento renova as forças e ajuda na caminhada cristã. Ajuda-nos a não repetir o erro. O Senhor Jesus disse à mulher que foi pega em flagrante adultério: “Vai e não peques mais” (João 8.11).

O terceiro verbo do perdão é res taurar . O Senhor é especialista em restaurar. “Ele dá força ao cansado e fortalece o que não tem vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fatigarão” (Is 40.29-31). Experimenta restauração quem crê na suficiência de Jesus Cristo, nosso Salvador e Se nhor. Uma pessoa alquebrada pelo perdão é restaurada em Cristo Jesus. Foi assim com o filho chamado pródi go. Ao voltar para casa arrependido, o pai o recebeu com amor, dizendo

aos seus servos: “Trazei depressa me lhor roupa e vesti-o; ponde-lhe o anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o melhor bezerro e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; havia se perdido e foi achado. E co meçaram a se alegrar” (Lc 15.21-24). Esta é a atitude do Deus de amor que nos perdoou e nos salvou em Cristo Jesus. Onde o perdão é liberado, a restauração, o amor, a alegria, a paz e a humildade são abundantes. O perdão é um remédio eficaz na cura de relacionamentos doentios. É a re construção da ponte destruída pela ira, pela amargura e pelo ódio.

O quarto verbo do perdão é desa fiar. A pessoa que perdoa e a perdoada devem andar juntas no projeto de Deus de viverem relacionamentos saudáveis para o testemunho do Evangelho. O Reino de Deus é um reino de amor e perdão; graça e misericórdia; verdade e justiça. Quando aceitamos o desafio do perdão, nós crescemos. Desafiar é motivar, buscar a excelência, vencer limites e atingir o alvo com consciência de missão. Aquele que perdoa e o que é perdoado são desafiados a sempre agirem com o amor de Cristo. O de safio é duplo: pedir perdão e perdoar. Jesus ensinou a grande verdade de perdoar 70X7. Muito além da tradição e do legalismo. A pessoa que experi menta o perdão tem sempre o desafio de perdoar.

O quinto verbo do perdão é que brantar. Quando se perdoa e se recebe

o perdão acontece o quebrantamen to. O Senhor não despreza o coração quebrantado e contrito. Esta foi a experiência de Davi quando pecou e foi confrontado pelo Senhor através do profeta Natã. O Salmo 51 é uma preciosa peça de arrependimento e confissão do rei Davi a Deus. A pessoa cujo coração é íntegro, que reconhece o seu pecado em profundo arrependi mento, agrada ao Senhor. O Senhor não despreza um coração quebrantado e contrito (Salmos 51.17). Para que haja perdão, as pessoas envolvidas de vem estar humilhadas diante de Deus. Alquebradas por sua condição comum diante de Deus.

Esses cinco verbos do perdão fa zem parte do vocabulário do cristianis mo autêntico. O amor é o oxigênio do Reino de Deus (Romanos 12.9,10). Ao conjugarmos o verbo amar, o perdão é uma resultante natural. Só perdoa ver dadeiramente quem conhece o amor de Cristo, Aquele que nos perdoou na cruz (Lucas 23.34). Crucificados com Ele, perdoamos incondicionalmente. Fomos perdoados para perdoarmos sempre. Na oração do Pai Nosso, o Se nhor Jesus nos ensina: “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também temos perdoado aos nossos devedo res” (Mt 6.12). Paulo, o apóstolo, nos ensina: “Pelo contrário, sede bondosos e tende compaixão uns para com os outros, perdoando uns aos outros, as sim como Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). Então, vivamos os verbos do perdão que vem de Deus. n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA

Educação teológica - revolução estratégica

Lourenço Stelio Rega

Não temos informação precisa so bre a quantidade de seminários Batis tas que possuímos no Brasil, já ouvi que passam de 100 instituições. Seja qual for o tamanho ou mesmo a loca lização de cada uma destas casas de ensino torna-se necessário que todos os seus dirigentes, coordenadores e docentes se atentem para o papel es tratégico que a sua instituição possui, pois da qualidade, da forma, do con teúdo e extensão do ensino que ofe recerem aos seus alunos dependerá a maneira como desenvolverão seu mi nistério junto às Igrejas, denominação e Reino de Deus. Por 46 anos atuando na área tenho notado que se os alunos forem bem capacitados, teremos bons, capazes, eficientes e eficazes líderes que terão condições de guiar o povo de Deus com segurança diante deste mundo caótico e sem Deus.

Se sonhamos com maior número de Igrejas e crentes que exerçam de fato seu papel de luzeiros deste mun do, Igrejas efetivamente contagiantes com um Evangelho vivo e transforma dor, que ultrapasse o espaço do tem plo, a temporalidade do domingo e o âmbito da pregação, com ações práti cas e concretas, será necessário que a educação teológica seja radicalmente transformada em nosso meio, seja ela oferecida por seminários grandes ou pequenos, oficializados ou não pelo governo.

Em diversos casos será necessário dar radical guinada em nossos currícu los e programa de nossos seminários. E, olhe bem, meu caro leitor, os resul tados começarão a serem sentidos em âmbito nacional somente daqui cerca de 10 anos. Isso é educação. Trabalhamos hoje para obter os resul tados efetivos a médio e longo prazo. Qualquer equívoco hoje no processo educacional só será sentido depois de um bom tempo. Veja que é bem diferente do trabalho de evangelização e missões, cujos resultados, em geral, são mais rapidamente sentidos.

Em resumo vou dar algumas su

gestões transformadoras da educação teológica em nosso país:

1. Aumento de dilemas éticos: a cada dia que passa, não apenas cres cem as alternativas para as decisões éticas, como se tornam mais comple xas. E quando isso ocorre temos o que eu chamo de dilemas, isto é, situações praticamente sem saída. Há em ética um fenômeno chamado de “moral do duplo efeito”, em que seja qual for a de cisão que você tomar, vai incorrer em erro ou prejuízo ético. Como profes sor de Ética e Bioética há cerca de 40 anos tenho procurado despertar meus alunos para dilemas éticos que estão se construindo na sociedade e quem nem sempre a Igreja tem percebido. Entre estes dilemas temos o aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de natalidade e mortalidade que provocam o achatamento da base da pirâmide populacional e aumento em seu topo. Em resumo, a população idosa até 2040 vai crescer numerosa mente, estamos nós nos preparando hoje para lidar com os dilemas sociais, emocionais e físicos dos idosos, pro porcionando-lhes condições saudáveis e dignas de vida? Como lidar com o descarte ocupacional da população de média idade ainda com condições de trabalho, mas sem grandes opor tunidades?

O que dizer também da cultura de gênero que tem sido defendida em parte do seguimento político, jurídico e social do mundo? Hoje já é estabe lecido na sociedade a legitimação da identidade sexual diferente de sua con formidade físico e neurobiogenética. Como lidar com estas situações que já ocorrem dentro de Igrejas? O cenário social e nos meios de comunicação já está caminhando para legitimação de que a pedofilia seja apenas uma orientação sexual entre outras tantas já culturalmente aceitas.

Quando foi legalizado o divórcio houve muito alarde (hoje seria maior por conta da Internet ), mas quais seminários, quais teólogos Batistas brasileiros, quais pastores, de fato se

prepararam teológica e eticamente, e prepararam as Igrejas para lidar com o assunto na época e no correr da linha do tempo em que o nível de divórcios se ampliou? Tratamos hoje apenas dos sintomas que já alcançam a linhagem e famílias pastorais.

Nestas últimas décadas, muitos líderes questionaram os seminários de que deveriam formar pastores e não teólogos. Vejam aí os resultados desta pressão equivocada que, muitas vezes, acabou formando fragilmente os egressos dos seminários. Como formar médicos sem Medicina, sem conhecimento e conteúdo? Como for mar pastores sem Teologia?

2. Ensino criativo em vez de do mesticador: por muito tempo, em certo segmento, a educação teológica se mostrou treinadora de obreiros por meio de um tipo de ensino domesti cador, possivelmente, em grande parte, sendo transformando em uma espécie de instrumento de dominação cultural, em vez de ser capacitadora de líde res transformados, conhecendo bem a Bíblia, a Teologia, o ser humano, as tendências construtoras dos atuais cenários caóticos deste mundo, que estariam preparados para liderar com segurança o povo de Deus neste mun do sem Deus, com uma vida exemplar, com exercício seguro do ministério. Será que é por isso que muitos semi nários, em vez de matriz curricular, pos suem “grade” curricular. Grade é pri são. É possível ainda encontrar muitos seminários focalizando treinamento, em vez de capacitação. Na educação contemporânea treinar é domesticar, enquanto capacitar é informar, formar e transformar líderes para que sejam sujeitos históricos transformados e transformadores, não meros consu midores da realidade.

3. Por isso é que a educação teoló gica contemporânea deve desenvolver um ensino abrangente que contemple a formação integral do aluno e não apenas contemple o aspecto acadê mico/teórico (SABER/REFLETIR), nem

apenas o aspecto prático ministerial (FAZER), mas que também dê condi ções do aluno estar preparado emo cional e mentalmente (SENTIR) para o exercício de seu ministério, mas tam bém que seja capacitado na arte de CONVIVER com gente, com pessoas, pois o relacionamento é fundamental no exercício do ministério. Mas, sobre tudo que sua vida (SER) seja profunda mente transformada no seminário de modo a ser exemplo para sua Igreja e mundo. A isto eu chamo de Pedagogia Integral, que iniciamos o desenvolvi mento no início da década de 1990.

4. A educação teológica deve capa citar líderes que consigam não apenas entender, mas conviver e mobilizar as novas gerações. Será que estamos bem-preparados para compreender a “geração Y”, a “geração Z”, a “Alpha”? Estamos conseguindo levar estas no vas gerações a terem sede de Deus, a se envolverem com a pregação e vi vência do Evangelho? Vejo que estas gerações estão esperando isso de nós.

5. Os seminários necessitam bus car a capacitação atualizada na ad ministração da Igreja: as descobertas recentes na área de liderança e gestão (que na verdade já figuram há muito tempo nas Escrituras) devem estar nas aulas dos seminários. Temos diante de nós o desafio do multiministério, da descentralização, a redescoberta do chamado “leigo”, a redescoberta dos diversos dons de serviços, liderança colaborativa etc. Não há mais lugar para a empáfia do autoritarismo e ges tão centralizada. Jetro já dava aulas de gestão compartilhada e colegiada para seu genro Moisés (Êxodo 18).

Estes são alguns exemplos. Já ima ginou termos líderes sendo formados por meio destas ações estratégicas? Que resultados poderemos ter daqui a 10 anos? Quem não começou, deve começar agora!

Contato: rega@batistas.org Instagram : @lourencosteliore ga n

15 O JORNAL BATISTA Domingo, 27/11/22 OBSERVATÓRIO
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