OJB EDIÇÃO 46 - ANO 2022

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ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXI EDIÇÃO 46 DOMINGO, 13.11.2022 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901 140 anos de história Batistas baianos celebram início do trabalho Batista no estado 99ª Assembleia UFMBB se prepara para evento em Recife - PE 40 anos de música Associação dos Músicos Batistas do Brasil comemora 40° aniversário 102ª Assembleia CBB divulga convocação para 102ª Assembleia pág. 05 pág. 09 págs. 12 pág. 14 Reflexão Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Ponto de Vista Prontos para o serviço Segundo domingo de novembro - Dia do Diácono Batista

“Os diáconos igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lu cros desonestos. Devem apegar-se ao mistério da fé com a consciência limpa. Devem ser primeiramente ex perimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diá conos. As mulheres igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em tudo. O diácono deve

ser marido de uma só mulher e go vernar bem seus filhos e sua própria casa. Os que servirem bem alcança rão uma excelente posição e grande determinação na fé em Cristo Jesus” (I Tm 3.8-13).

Não foi à toa que, ao escrever sua primeira carta ao jovem pastor Ti móteo, o apóstolo Paulo colocou em sequência as características e respon

A importância e seriedade da diaconia

sabilidades de pastores e diáconos. Sabemos que os dois ministérios têm suas distinções, mas carregam alta carga de responsabilidade.

Neste domingo celebramos mais um Dia do diácono Batista. E nós so mos gratos a Deus pela vida destes ir mãos e irmãs que desempenham bem, com amor, seu ministério nas Igrejas Batistas ao redor do Brasil.

Parabenizamos as associações

regionais, estaduais e a nossa Asso ciação de Diáconos Batistas do Bra sil (ADBB), que atuam para capacitar, valorizar e aproximar diáconos e dia conisas.

Louvamos a Deus por este mi nistério tão precioso para a Igreja do Senhor. n

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DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

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ARTE: Oliverartelucas

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2 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22
EDITORIAL
REFLEXÃO O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade EMAILs
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Salvos diferentes

Ao escrever sua segunda carta à Igreja em Tessalônica, Paulo vislum bra no rebanho três diferentes gru pos de salvos. Como rebanho, a Igreja deveria ser compacta e agir de modo coerente com as doutrinas recebidas. Não é o que acontece na maioria. A Igreja foi edificada em bases doutriná rias coesas, e se tem base doutrinária firmada na Palavra de Deus, a Bíblia, é capaz de superar todas as mazelas que o inimigo tenta semear no solo da grei. Crentes bem doutrinados re sistem com sabedoria aos ataques de Satanás. São salvos vigilantes que não dormitam enquanto semeiam o bom trigo do evangelho de Cristo.

O apóstolo se dirige a três grupos de salvos que integravam a membre sia da Igreja. Tratando-os com espe cial carinho e firmeza doutrinária.

Havia os desanimados. Aqueles que não encontravam estímulo no Evangelho recebido. Crentes desani mados não encontram estímulo no la bor diário. Nada dá certo e encontram erros em todas as atividades da vida

e ministério da Igreja de Cristo. Tudo se resume na palavra tédio. As men sagens transmitidas não conseguem alcançá-los. Sempre falta algo nos cultos. As mensagens do púlpito são repetitivas. O louvor não os estimula a louvar. As músicas são enfadonhas e repetitivas. Até mesmo os “sermo necos” decorados, repetidos pelo líder do louvor os aborrecem. Não há nada novo que os despertem do desâni mo espiritual. Os textos bíblicos, as orações, que, em alguns casos são feitas exclusivamente pelo dirigente, que não consegue se libertar da sín drome de Moisés, tornam-se enfado nhos e repetitivos. A dinâmica do culto não consegue despertá-los do torpor espiritual. Como o culto é vibrante e espiritual, os desanimados sentem-se agredidos pela forma como a Igreja cultua. Terminam por ausentar-se do rebanho. Não é fácil reanimar um se mimorto no seu desânimo. Os desa nimados, após a pandemia, que a to dos influenciou, merecem tratamento especial por parte da Igreja de Cristo. Paulo dedica-lhes palavras de ânimo, consolo e estímulo para que voltem

O privilégio de servir

a cooperar com o rebanho de Cristo. Alguns carecem de UTI especial sob os cuidados do Espírito Santo. Às ve zes por longo período, o que exige da Igreja paciência para suportá-los.

Havia na Igreja em Tessalônica e nas Igrejas atuais os perturbados e perturbadores. Estavam perturbados por não assimilar algumas doutrinas expostas pelo apóstolo. O Dia do Se nhor gerou dificuldades na mente de vários salvos. Pararam de trabalhar e passaram a viver na ociosidade, gerando problemas para a Igreja. Se Cristo logo voltará para buscar Sua Igreja, não havia razão ou justifica tiva para continuar trabalhando. Na ociosidade passaram a depender da Igreja e de seus membros. Paulo solu ciona o problema com recomendação drástica. Muito bem, quem não quer trabalhar que não coma também. O grupo não entendeu como a ressur reição aconteceria. Com paciência, o apóstolo escreve e explica como os mortos ressurgirão, e o que acontece rá com os que estiverem vivos na volta de Cristo. A primazia da ressurreição será dos que morreram em Cristo, de

pois os que estiverem vivos na volta de Cristo serão transformados num abrir e fechar de olhos, todos estare mos reunidos com Cristo. Esta cer teza gerava consolo que deveria ser compartilhado com todos os vivos.

O grupo que mais preocupava o apóstolo era formado pelos desobe dientes. Sempre existiram e conti nuam existindo em todas as Igrejas. Moisés lutou durante 40 anos com os desobedientes no deserto. Deus matou a todos enquanto caminha vam rumo à terra prometida. Nossas Igrejas estão repletas de salvos de sobedientes, que rejeitam toda a boa doutrina. Trazem para o seio da Igreja seus conceitos mundanos aprendi dos com pregadores da mídia, que não tem compromisso bíblico e maculam a pureza da Igreja de Cristo. Os de sobedientes não aceitam a boa dou trina, a eclesiologia e toda e qualquer autoridade, especialmente a bíblica. Firmados na rebeldia espiritual recu sam a obedecer a todos os ensinos bíblicos. Carecem de boas classes de doutrinas com fundamento bíblico. n

Jesus, ao instruir Seus discípulos sobre os princípios que devem nortear a vida cristã, deixou bem claro que a disposição para o serviço desinteres sado é elemento de valor fundamental.

O Mestre sempre evidenciou em Seus ensinos que a lógica que nor teia o mundo não é a mesma que ele apresentou para nós, Seus discípu los. Segundo Cristo, o mais valioso no Reino que Ele veio instituir não é ser o primeiro, não é ser admirado pelos outros, não é estar nas posições de destaque, mas, sim, ser humilde de

coração, é buscar a simplicidade, é amar sem esperar nada em troca, é estar pronto a servir de forma desin teressada.

Em um mundo no qual a disputa constante se desenvolve em várias esferas, inclusive na eclesiástica, a realização plena deste discurso é um grande desafio. No universo Batista, um personagem que tem na execução de sua função eclesiástica a possibi lidade de reforçar a lógica de Cristo em contraposição à lógica do mundo é o diácono. Este personagem tem em sua gênese o compromisso de ser vir à comunidade de Cristo de forma desinteressada, pensando sempre no

bem comum.

Infelizmente, hoje, são muitos os que não dão o valor devido a esta fi gura. Porém, o fato é que o exercício saudável da diaconia pode ser fonte de grandes benefícios para a Igreja atual.

Seja no serviço da mesa da Ceia, participando do memorial no qual é evidenciado o privilégio de servir - inclusive com a vida -, ou no ser viço ao Corpo de Cristo no dia a dia, o diácono tem o grande privilégio de testemunhar a cristãos e a incrédulos que se dar pelos outros é um grande privilégio.

É importante ter em mente que a desvalorização atual da figura do

diácono é fruto tanto da falta de valo rização dada a esta figura por alguns líderes, como da ação de pessoas que não exercem a diaconia com o com promisso e a responsabilidade ne cessárias.No entanto, assim como no passado, o ministério da diaconia tem na sua essência um grande potencial de promover pelo exemplo, entre o Corpo de Cristo, a salutar cultura de que o serviço é um grande privilégio.

Que neste Dia do Diácono Batista possamos prestar a homenagem me recida a estes homens e mulheres que têm se dedicado ao serviço em prol do bem comum em nossas Igrejas. n

3 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22
Extraído do site da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense
REFLEXÃO

O diácono na Igreja

No segundo domingo de novem bro é comemorado o Dia do diácono Batista. Muitos não observam o dia a dia dos diáconos, mas eles trabalham muito. São muitas vezes incompreen didos e objetos de críticas.

A Bíblia fala de dois oficiais da Igreja, são eles o pastor e o diácono. Precisamos entender a tarefa diaconal e quais as qualificações para ser um diácono. O pastor Eli Bento Corrêa, da Igreja Batista Ebenézer, fez um acrós tico com a palavra diáconos, que ficou assim:

Despenseiros da graça de Deus Irrepreensíveis em seu viver Amigos fiéis do pastor Cooperadores na Igreja Ocupados no serviço do Mestre Não dados ao vinho

Obedientes à sua missão Servos exemplares

Diácono é servo (aquele que minis tra ou distribui, auxilia, é assistente); a

diaconia é o exercício do serviço dia conal. Para ser um diácono, na Igreja Batista, é necessário aceitar as Escri turas Sagradas como única regra de fé e conduta. ‘Aquele que me serve deve seguir-me, e onde eu estiver ali estará também o meu servo. E se alguém me serve, meu Pai o honrará’ (Jo 12.26).

Tem que estar disposto a servir e pronto para atender às necessidades. I Timóteo 3 diz que deve ser irrepreen sível, governar bem a sua casa, ético, íntegro, não chegado ao vinho, não cobiçoso e conservar o mistério da fé.

Os diáconos serão honrados por Deus, reconhecidos pela Igreja e quem serve, tornando-se parecido com Je sus. Em Marcos 10.45, a Bíblia diz: “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Parabéns a todos os diáconos Batis tas do Brasil, que Deus os abençoe neste dia. n

Olavo Feijó

Como servindo ao Senhor

“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Cl 3.23).

Viver com os outros é coisa difícil. Tanto é assim que, não raramente, preferimos ficar isolados, ao invés de gastar a energia que a convivência social nos impõe. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Colossenses, revela -nos o princípio bíblico da convivên cia humana. “O que vocês fizerem, façam de todo o coração, como se estivessem servindo ao Senhor e não as pessoas. Lembrem-se que o Senhor lhes dará como recompensa aquilo que Ele tem guardado para o Seu povo, pois o verdadeiro Senhor que vocês servem é Cristo” (Cl 3.2324).

“Que todos louvem a Deus por

causa da Sua grandeza e porque Ele merece profundo respeito. O Senhor é santo” (Sl 99.3). Quando amamos a Deus, Ele nos capacita a também amarmos as pessoas: “Queridos amigos: amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem ama é filho de Deus e conhece a Deus. Quem não ama, não O conhe ce, pois DEUS É AMOR. Foi assim que Deus mostrou o Seu amor por nós: Ele mandou o Seu único Filho ao mundo para que pudéssemos ter vida por meio Dele. E o amor é isto: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e mandou o Seu Filho para que, por meio Dele, os nossos pecados fossem perdoa dos. Amigos: se foi, assim que Deus nos amou, então nós devemos nos amar uns aos outros” (I Jo 4.11-12).

“Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós...”

Liberdade é a busca de quase todas as pessoas nesta vida. Todos querem se ver “livres” de alguma coi sa: do chefe, dos políticos, dos ban didos, do presidente da República, do professor, do vizinho chato, daquela “pedra no sapato” ...

Mas, o que é realmente liberda de? É fazer tudo aquilo que se quer sem pedir para ninguém, porém, se não houver responsabilidade de nada adianta. Vira bagunça!

Quando o Brasil se tornou liberto da Monarquia, em 1889, pôde, enfim, respirar aliviado como uma nação in dependente “de verdade”. Mas o que fez de sua liberdade? Agiu com res

ponsabilidade, nestes 133 anos da Proclamação da República? Nossos governantes têm se importado real mente com o povo? A que políticos temos dado o nosso voto? Reflita, principalmente, neste ano, em que já elegemos o presidente, governador, senadores, deputados federais e es taduais!

Da mesma maneira que há mais de

2022 anos, Cristo veio ao mundo para nos libertar da opressão que o pecado nos traz. É isso mesmo: o pecado nos prende, destrói e mata.

E aí, o que você tem feito de sua liberdade? Deixe o refrão do hino da República invadir a sua vida e Cris to libertar o seu coração do pecado: “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós...” n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22
Rogério
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

Comemorando a PIB da Bahia após 140 anos

Em 31 de agosto de 1882, três fa mílias chegaram ao porto de Salva dor - BA. Dois casais (Taylor e Bagby) serviam no Brasil, por meio da junta missionária, filiada à denominação de Igrejas Batistas no Sul dos EUA.2

Zacharias Taylor e William Bagby escolheram a cidade de Salvador para plantar sua primeira Igreja Batista por diversos motivos.3 O principal foi que havia pouquíssima presença evangéli ca e missionária entre o Rio de Janeiro, no Sudeste, e Recife, no Norte.

Nas mentes dos missionários, a ci dade de Salvador - BA também servi ria como a primeira base missionária. Dessa base, eles divulgariam o Evan gelho, discipulariam novos crentes, plantariam outras Igrejas e começa riam empreendimentos de apoio. Essa estratégia também incluiria os esta belecimentos de outras bases mis sionárias em centros urbanos estra tégicos, pelos quais os missionários e nacionais subsequentes seguiriam o mesmo padrão.

É importante lembrar que Salvador serviu como a capital religiosa do Im pério Brasileiro até 1892. À luz disso, nenhuma outra cidade-alvo poderia ter sido mais ousada para começar a alcançar a população nacional.

No domingo, 15 de outubro de 1882, os dois casais e Antônio Teixeira

1  Atua como missionário no Brasil des de 1999 pela International Mission Board (IMB), entidade missionária da Convenção Batista do Sul/EUA. Ele atua como profes sor ocasional em faculdades e seminários teológicos. Auxilia também em iniciativas educacionais em prol dos batistas lusó fonos. Escreve livros e artigos de revistas teológicas sobre áreas pertinentes à igreja local e sua missão. Suas duas publica ções recentes são Igreja Regenerada—uma eclesiologia bíblica, histórica e contempo rânea (Fiel, 2022) e A notável Confissão de Fé de New Hampshire—a surpreendente história da primeira Confissão de Fé dos Batistas no Brasil (Pro Nobis, 2022). Ele e sua esposa, Laurie, são casados há 32 anos, residem no Rio de Janeiro e perten cem à Igreja Batista do Jardim Botânico. O casal tem dois filhos, Marissa e Haddon, que moram no estado de Mississippi. 2  Esta junta missionária era chamada da Foreign Mission Board desde a fundação em 1845 até 1997. Seu nome se mudou para a International Mission Board. Seu antigo nome popular no Brasil era a Junta de Richmond.

3 Cf. Zacharias Clay Taylor in: Glendon Donald Grober, “An Introduction to and Critical Reproduction of the Z. C. Taylor Manuscript: The Rise and Progress of Bap tist Missions in Brazil” (Thesis, Arkadel phia, Arkansas: Ouachita Baptist Universi ty, 1969), p. 86-89. A. R. Crabtree, História dos Batistas do Brasil: até o ano de 1906, 2ª ed. (Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1962 [1937, 1ª ed.]), p. 73-74. Bra zil Mission in: Southern Baptist Convention Annual, 1883, p. X.

de Albuquerque se organizaram como a PIB da Bahia. Esta ocasião solene ocorreu em sua pequena casa aluga da, localizada na Rua Canella. Albu querque documentou as decisões do grupo em sua Ata da Organização.4 Os membros adotaram a “Confissão de fé de New Hampshire” e adotaram um pacto da Igreja, o qual abreviou como eles viveriam o Evangelho juntos. Eles também designaram o segundo do mingo do mês para a celebração da ceia do Senhor.

As familiais se mudaram para uma nova residência em 01 de dezembro. A casa forneceu quartos separados para as três famílias e o babá do casal Bagby. Além disso, o edifício tinha um grande salão para até 200 pessoas, bem como ambientes para a escola bíblica e o depósito de livros.

Em janeiro de 1883, a Igreja come çou a realizar cultos públicos, convi dando também os habitantes para a sua sala de reuniões. Os sacerdotes denunciaram os missionários imedia tamente; conspiraram contra eles; e alertaram o povo para ficar longe das reuniões dos ‘hereges protestantes’. Mesmo assim, eles distribuíram fo lhetos evangelísticos a todos que os aceitavam, venderam numerosas Bí blias e visitaram as casas de qualquer pessoa que os recebiam.5

O trabalho do Evangelho começou a gerar seus primeiros frutos entre aqueles mais próximos dos crentes Batistas.6 As duas convertidas foram empregadas domésticas dos Bagby e Taylor. A esposa de Albuquerque, Francisca, também abraçou a fé de seu marido pastor. Essas primeiras conversões deram ao grupo a confian ça de que “outros seriam convertidos quando eles ouviam a boa notícia em sua plenitude”.7

Outra conversão aconteceu em 1883, que proveu significativa à causa Batista. João Gualberto Batista8 tor nou-se o primeiro fruto de seus esfor ços evangelísticos pessoais. Zacha rias Taylor conheceu este latoeiro em sua loja. Os dois conversaram sobre o folheto intitulado: O Retrato de Maria como ela está no Céu, que Katarina Taylor havia traduzido e publicado no jornal da cidade. Esse encontrou le vou o jovem homem a estudar a Bíblia

4 Primeira Igreja Batista da Bahia, ATA da organização (páginas fotográficas, 15 de fora). 1882), in: Glendon Donald Grober, “An Introduction to and Critical Reproduction of the Z. C. Taylor manuscript”, op. cit., p. 441-441a.

5  Kate S. Taylor, “Diary of Kate S. Taylor” (manuscrito não publicado), entrada: 25 Jan 1883 (Salvador/BA).

6  ZCT, Bahia Mission (Brasil), panfleto, Jan [?] 1887, p. 1.

7 Zacharias Clay Taylor in: Glendon Donald Grober, op. cit., p. 93.

8  Conhecida como João Batista daqui em diante.

e frequentar os cultos da PIB. Com efeito, o Espírito fez sua obra regene radora em seu coração. Depois de um período de crescimento cristão, a Igre ja o ordenou como ministro do Evan gelho. João servia como um vendedor de Bíblias, evangelista, bem como um pastor até sua morte.

A PIB da Bahia cresceu lentamente em sua primeira década. Os converti dos Batistas sofriam preconceito e en calço. Mesmo o primeiro sepultamen to gerou dificuldades para a Igreja e a família em luto. Alguns crentes profes sos desviaram da Igreja devido à per seguição, mas outros permaneceram firmes no Evangelho. Os missionários pioneiros, por sua vez, recebiam fre quentes ameaças. Muitas vezes, as multidões perturbavam as reuniões e jogavam pedras nos ambientes que usavam para suas reuniões.

Taylor e Bagby concordaram que precisavam estabelecer uma segun da base missionária, o quanto antes. Assim, a família Bagby se mudou em 1884 para a cidade do Rio e a PIB do Rio de Janeiro foi estabelecida, com posta por cinco membros. No mesmo ano, algumas pessoas em Maceió ti veram acesso à Bíblia e pediram que alguém viesse e lhes ensinasse. As sim, Albuquerque mudou sua família para Maceió no primeiro semestre de 1885.

No final de 1886, a “Missão da Bah ia” incluía três Igrejas estabelecidas, compostas por 76 crentes batizados em Salvador, 43 em Maceió e 20 em Recife. A missão também incluía cin co ministros, dos quais Albuquerque, João Batista e Mello Lins compreen diam o contingente nacional. Além disso, a base supervisionava vários pontos de pregação e dois colporto res.9

A PIB da Bahia não representa a primeira membresia Batista em solo

brasileiro.10 Todavia, ela simboliza a primeira Igreja que os Batistas plan taram para alcançar a população bra sileira. Por isso, a cidade de Salvador foi escolhida para a ocasião solene da organização da CBB em 1907, por conta de sua importância na história de missões Batistas no Brasil.

Assim, é apropriado que os Batis tas brasileiros comemorem 140 anos da PIB da Bahia. Devamos agradecer a Deus pelo zelo missionário, pela fide lidade bíblica e pela perseverança dos primeiros missionários Batistas, além dos convertidos brasileiros que abra çam o Evangelho e sofreram por ele.

É lamentável que a PIB da Bahia não se afilia mais com a CBB. Como diz um estudioso evangélico brasileiro, a membresia se “(neo) pentecostali zou”.11 A Igreja até vendeu seu patri mônio histórico à Igreja Mundial do Poder de Deus para que pudesse se mudar para outro local.

Que essa ocorrência triste também sirva como aviso para os membros das Igrejas Batistas filiadas à CBB. A história cristã comprova que “as crenças e práticas das Igrejas de uma geração são determinantes para as Igrejas das gerações seguintes, seja para o bem, seja para o mal.”12 Que permaneçamos fiéis em nossas cren ças e compromissos pactuais para o bem-estar de nossas Igrejas, seu cumprimento de sua missão e em prol da próxima geração dos Batistas bra sileiros.  n

10  Este prêmio vai a uma igreja batista que era situada em Santa Bárbara d’ Oeste/ SP, composta de crentes americanos que imigraram para o Brasil na segunda meado do século 19.

11  Carlos Tadeu Siepierski, “‘De bem com a vida’: o sagrado num mundo em trans formação’, Dissertação de doutorado (São Paulo: Universidade de São Paulo, 2001), p. 56-57.

ZCT, Bahia Mission (Brasil), panfleto, Jan [?] 1887, p. 1-2.

9

12  David Allen Bledsoe, Igreja Regenera da – uma eclesiologia bíblica, histórica e contemporânea (São José dos Campos: Fiel, 2022), p. 179.

5 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22 REFLEXÃO

Celebrando a paz através da teologia e música

“A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; en sinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gra tidão em vossos corações” (Cl 3.16)

Chegamos ao penúltimo mês do ano celebrando a paz verdadeira, Je sus Cristo! Estamos conscientes que a paz, do ponto de vista humano, está longe de acontecer e provavelmente nunca chegará, a menos que os seres humanos se submetam ao senhorio de Jesus Cristo. Em pleno século XXI estamos presenciando e convivendo com conflitos e guerras. Invasão da

Rússia à Ucrânia, a guerra entre as duas Coreias que nunca acabou etc. Quando falamos de guerras ou parti cipamos delas, de certa forma senti mos a ausência da paz. É claro que, como servos de Jesus Cristo, vive mos a nossa constante guerra contra o mal. Efésios 6.11,12 diz que nossa luta não é contra seres humanos, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.

Graças ao Senhor que nos deu ar mas espirituais para lutarmos contra o reino das trevas. A maior arma contra as trevas é a Palavra de Cristo que nos dá sabedoria, que proporciona que ensinemos e nos admoestemos

uns aos outros. É aí que entra o papel preponderante do ensino teológico e a música cristã autêntica. Teologia e Música sempre andaram juntas. Se é aplicada uma teologia saudável na música cristã, o corpo de Cristo só tem a ganhar, porque isso vai proporcionar um crescimento equilibrado direcio nando à maturidade espiritual.

A revelação de Deus nas palavras e na vida de Jesus é o conjunto de diretrizes pelo qual todos os crentes devem viver. Palavra de sabedoria, canções edificantes, hinos e atos de adoração que elevam o crente devem ser usados regularmente. Louvor e ação de graças devem ser caracte rísticas constantes de uma vida que reconhece a soberania e majestade do Senhor.

A característica de um cristão au têntico e que tem a paz verdadeira no coração é dar graças ao Senhor dia riamente.

A música e o ensino (Teologia) de sempenham papeis vitais na adoração do Novo Testamento ao Senhor Jesus Cristo!

Louvor e ação de graças brotam de vidas cheias da Palavra de Deus. Por isso, devemos celebrar a paz tendo como instrumento a Teologia e a Mú sica. Então declaremos com o autor sagrado: “Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam seu nome (Hb 13.15). n

O evangelista Lucas começa o sex to capítulo do livro de Atos dizendo que por se multiplicar o número de discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque suas viúvas eram desprezadas no mi nistério cotidiano. Essa murmuração chegou aos ouvidos dos apóstolos, que tomaram uma decisão prática:

Diácono não se aposenta

não era razoável que eles deixassem o ministério da Palavra e da oração em detrimento dos problemas sociais, então convocaram a Igreja que orasse e escolhesse homens de boa reputa ção, cheios do Espírito Santo e sabe doria para atender aquela demanda crescente. Você pode ler todo o texto em Atos 6.17 e I Timóteo 3.8-13

Na Igreja Batista só há dois títulos considerados como oficiais e o diáco no é um deles. Das Igrejas históricas (Batistas, Presbiterianos, Congrega

cionais e Metodistas), os diáconos sempre tiveram e têm um papel fun damental, pois formam o núcleo de liderança mais estável e eficiente que ela pode contar nos momentos de cri se. Os critérios para o convite e a con sagração deles, ainda são os mesmos exigidos no texto que citamos acima: homens e mulheres de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabe doria para que tenham habilidade e integridade para exercer as múltiplas funções.

Há entre eles professores, canto res, coristas, ministros e conselheiros, mas também fazem trabalhos simples como atender a portaria, supervisio nar os estacionamentos e promover a segurança da área interna do templo.

Diáconos não se aposentam, mas permanecem servindo em atividades que exijam menor vigor físico e maior experiência. A estes, a nossa grati dão. n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22 REFLEXÃO
Levy de Abreu Vargas, pastor da Primeira Igreja Batista em Nilópolis - RJ (adaptado)

A Campanha Missionária 2022 ainda não acabou!

Esse tempo especial que vivemos todos os anos começa em setembro, mas até o fim do ano temos Igrejas realizando atividades missionárias e levantando ofertas que fazem a obra avançar ainda mais em nossa nação. É sempre tempo de mobilizar nossas comunidades de fé, despertar o amor por missões em pessoas de todas as idades e ofertar para o sustento de tantos missionários que estão de nor te a sul do Brasil.

Nosso coração se enche de alegria ao ver as crianças envolvidas com a expansão do Reino. Na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro - RJ, os pe quenos também se envolveram com a Campanha. Eles receberam cofrinhos para juntarem suas ofertas missio nárias e ainda viveram um momento muito especial! Durante o culto de en cerramento, meninos e meninas do projeto Reino na Mangueira foram até a PIB. Juntos, eles cantaram lindos louvores ao Senhor!

As crianças podem e devem par ticipar da Campanha, e assim tem acontecido com o pequeno Fabrício, que faz parte da Congregação Batista em Água Limpa, no Espírito Santo. Ele estabeleceu o seu alvo pessoal e de cidiu vender biscoitos para arrecadar ofertas para a Campanha Missionária 2022. “Estou vendendo esses biscoi tos para dar uma oferta pra missões. Eu quero ajudar os missionários com a minha oferta pessoal. Eu quero ajudar os missionários a anunciar que ‘Só Jesus Cristo Salva’. Eu to vendendo com carinho e vocês podem comprar pra me ajudar. Se você comprar, eu vou ficar muito feliz!”, contou.

Por fim, vamos falar da participa ção dos juniores da Primeira Igreja Batista em São Joaquim do Monte, no estado de Pernambuco. Durante um

culto missionário, eles realizaram a entrada das bandeiras vestindo trajes típicos de cada região. Dessa forma, eles aprenderam mais sobre o nosso país e sobre como cada estado pre cisa ser alcançado pela Verdade que liberta. Esse foi um momento muito especial para toda a Igreja!

Vale a pena investir na vida dos pe queninos. Eles não são a igreja apenas do futuro. Eles já são a Igreja! Nossa oração é para que todas as crianças do Brasil possam conhecer o Senhor e compartilhar a mensagem de que “Só Jesus Cristo Salva” por onde quer que andarem. n

7 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22
MISSÕES NACIONAIS
8 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22
9 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22

CB Baiana celebra 140 anos do trabalho missionário Batista no Brasil

Congresso sobre Princípios Batistas fez parte da programação

Lidiane Ferreira, gerente de Comunicação e Marketing da Convenção Batista Baiana

15 de outubro de 1882: início do trabalho missionário e evangeliza dor Batista no Brasil, com a fundação da primeira Igreja Batista em Salva dor - BA. 14 e 15 de outubro de 2022: Congresso Reafirmando os Princí pios Batistas: Identidade, Convicção e Contemporaneidade, e Celebração de 140 anos de história. O congresso, promovido pela Convenção Batista Baiana, foi realizado na Igreja Batista da Graça em Salvador - BA. Batistas da Bahia e de outros estados acom panharam o evento presencialmente e pela transmissão ao vivo nos canais da CBBA e da Igreja no Youtube. Os preletores foram: pastor Israel Belo de Azevedo (Igreja Batista Itacuruçá, no Rio de Janeiro), pastor Erivaldo Barros (presidente da CBBA e pastor da IB da Graça em Salvador) e pastor Geremias Bento (diretor executivo do Seminário Teológico Batista do Nordeste).

A programação foi dividida em cinco plenárias: (1) Nossa História, Nossa Identidade - pastor Israel Belo; (2) Convicção e contemporaneidade dos princípios da Suficiência de Je sus e da Liberdade de Consciência e expressão da fé - pastor Israel Belo; (3) Convicção e contemporaneidade dos princípios da Separação entre Igreja e estado e da Autonomia da Igreja Local - pastor Erivaldo Barros;

(4) Convicção e contemporaneidade dos princípios da Bíblia como única regra de fé e conduta e da Igreja como comunidade democrática formada por pessoas regeneradas e biblicamente batizadas - pastor Israel Belo e (5) Convicção e contemporaneidade dos princípios do Sacerdócio do crente / competência do indivíduo e da Perse verança dos salvos - pastor Geremias Bento. As plenárias foram importan tes espaços de troca de informações e debate sobre as doutrinas batistas e sua aplicação no contexto atual.

A noite de 15 de outubro foi de ce lebração pelos 140 anos do trabalho missionário Batista no Brasil, inicia do com a fundação da primeira Igre ja Batista, em Salvador - BA, voltada para a evangelização dos brasileiros. A solenidade contou com a partici pação do pastor Fernando Brandão, diretor executivo da Junta de Missões Nacionais (JMN). A Cristolândia Bahia marcou presença com um coral e testemunhos de transformação de vidas. A Convenção Batista Baiana recebeu uma placa da JMN celebran do os 140 anos de história. O pastor João Marcos Soares, diretor execu tivo da Junta de Missões Mundiais (JMM), gravou um vídeo exibido para os Batistas baianos celebrando a data comemorativa. O pastor Daniel Cos ta, presidente da Associação Batista do Salvador (ABS), representando a JMM, também entregou uma placa comemorativa para a CBBA.

O presidente da Convenção Ba tista Brasileira, pastor Hilquias Paim, baiano nascido em Feira de Santana, foi o orador da noite de celebração. Durante toda a programação do con

gresso, houve várias participações musicais. Estamos com os corações gratos a Deus por reafirmar nossos princípios Batistas durante esses dois dias e celebrar a nossa história. n

Câmara Municipal de Londrina homenageia Batistas do Norte do Paraná

Trabalho na região foi reconhecido em sessão solene.

A Câmara Municipal de Londrina, por iniciativa do ex-vereador, pastor Gerson Araújo, renovada pela vereado ra professora Sônia Gimenez (Batista), promoveu no dia 25 de outubro, uma homenagem de Reconhecimento Pú blico pelos 80 anos da presença dos Batistas no norte do Paraná, oportuni dade em que foram louvadas as ações missionárias, educacionais, sociais e político-cidadãs dos crentes Batistas.

A sessão solene, presidida pelo vereador Jairo Tamura, foi abrilhan

tada pela apresentação de um vídeo institucional da Associação Batista do Norte do Paraná (ABANOPA), o cânti co do hino “Minha Pátria para Cristo”, pela irmã Regiane Bockhorni Guidoni Pedroso, acompanhada ao violão pela irmã Sueli Romero Jandre.

O presidente da ABANOPA, pastor Paulo Sérgio Nogueira, fez um pronun ciamento representando a Associação, onde resgatou a história dos Batistas e sua contribuição para a sociedade como agentes de transformação e salvação de vidas. A Convenção Ba tista Paranaense foi representada pelo pastor Tiago Silva Souza, segundo vi ce-presidente da CBP. n

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Devanir Oliveira, pastor, coordenador da Associação Batista do Norte do Paraná Junta de Missões Nacionais homenageia CBBA com placa comemorativa Batistas acompanharam a programação presencialmente e também pela transmissão ao vivo na internet
Reconhecimento Público pelos 80 anos da presença dos Batistas no norte do Paraná

Um abraço é esperança para crianças refugiadas

“Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para ti, por amor do Senhor teu Deus, e do Santo de Israel; porque ele te glorificou” (Is 55.5).

Foi exatamente esse texto que veio ao meu coração após chegar na Polônia. Assim que iniciamos nossas atividades na Polônia servindo junto a um projeto da Igreja local que esta va acolhendo refugiados ucranianos, me deparei com algo que encheu meu coração de alegria!

Uma linda menina ucraniana, vou chamá-la de Val (nome fictício), foi a primeira criança a me receber de bra ços abertos, ainda no primeiro dia. O idioma por vezes tentava se fazer uma barreira, mas a linguagem do amor ultrapassava qualquer limite naquele momento.

A linda Val assim que me viu, sem ao menos saber quem eu era, de onde estava vindo, veio ao meu encontro, sem que eu percebesse e segurou minha mão, quando olhei para ela, vi aquele sorriso lindo em seu rosto, que para mim expressava tantas coisas, como: “Seja bem-vinda, obrigada, eu aceito sua ajuda, eu quero seu abraço, eu preciso de ajuda...”.

E não aguentei, olhei para o seu rostinho sorridente e a abracei! Eu também queria dizer tantas coisas, mas a língua impedia as palavras (Val

só falava ucraniano), mas não pôde impedir o sentimento que nasceu na quele exato momento, e tudo o que aquele abraço podia transmitir para aquela linda menina.

Val, era uma menina muito doce e carinhosa, passamos uma semana juntas, mas só conseguíamos nos ver na parte da manhã. Minha amizade com ela, me aproximou da sua mãe,

que por sua vez, me relatou a triste história de como foi ter tido que sair às pressas da sua terra natal e deixar seu esposo para trás.

Essa mãe que para alegria do meu coração tem o mesmo nome que a minha, sentiu o desejo de desabafar um pouco, e relatou sobre como era difícil estar longe de casa, falou sobre sua situação financeira, a tristeza em seu coração de ter que falar para a filha todo o tempo que ela não poderia levá-la para ver o pai, medo por conta do marido, entre outros assuntos.

Aquelas palavras que me emocio nam até em escrever sobre elas, foram a abertura para que eu pudesse lhe falar sobre o verdadeiro Amor, sobre a nossa esperança e sobre o Senhor que guarda e protege. Ela ouviu tudo, me abraçou e agradeceu várias vezes pelas palavras e por ter ido até lá e pelo carinho com sua filha, a linda Val.

Que bom seria poder continuarmos mesmo que daqui do Brasil dizendo para todas essas crianças ucranianas refugiadas na Polônia que há uma es perança: Jesus Cristo! Para que não só a Val, mas para que todas elas se sintam abraçadas por nós, a igreja de Cristo no Brasil.

Para levar a amor, cuidado e cari nho para mais crianças refugiadas na Polônia, Doe Esperança para o projeto Tenda de Brincar.Pix: tenda@doeago ra.com

Para fazer parte do programa Vo luntários Sem Fronteiras escreva para: voluntarios@jmm.org.br para mais in formações. n

Acampamento de Promotores 2023: Inscrições abertas

Inscrições abertas para o Acampa mento de Promotores 2023! Chegou o momento de unir nossa fé, nossa mo bilização e a nossa vontade de fazer mais e melhor por Missões Mundiais em 2023. O acampamento está de volta e a sua presença é muito im portante.

No acampamento, o promotor ou virá testemunhos de missionários di retamente do campo, será capacitado para realizar a campanha de 2023, terá a oportunidade de viver a comunhão e trocar experiências com líderes, mis sionários e outros colegas de missão. Além disso, terá acesso a um pano rama sobre os principais desafios de

Missões Mundiais e conhecerá um pouco mais os Missionários Mobili zadores de cada região do Brasil.

Para alinhar nossas ações e pen samentos em torno da campanha de Missões Mundiais para o ano de 2023 inscreva-se:

Rio de Janeiro

De 3 a 5 de fevereiro de 2023

São Paulo

De 3 a 5 de fevereiro de 2023

Santa Catarina

De 3 a 4 de março de 2023

Você, promotor, é essencial para a

realização da campanha de Missões Mundiais nas Igrejas brasileiras. Para mais informações escreva para pro mocao@jmm.org.br. Contamos com você!

“Cada um exerça o dom que rece beu para servir aos outros, adminis trando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorifi cado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (I Pe 4.10,11) n

11 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22 MISSÕES MUNDIAIS

Associação dos Músicos Batistas do Brasil celebra 40 anos de organização

Organização realizou um culto em gratidão a Deus.

No último dia 15 de outubro, a As sociação dos Músicos Batistas do Brasil (AMBB) celebrou um culto de gratidão a Deus pelos seus 40 anos de organização. O local escolhido foi a Primeira Igreja Batista de Madureira, no Rio de Janeiro - RJ.

Diversos convidados estavam pre sentes, dentre eles, destaca-se a pre sença de ex-integrantes da diretoria, Nilda Bastos (segunda secretária em 1982), Audiva Sanches (segunda se cretária em 1994), Alzira Araújo (pre sidente no período de 1995 a 2007) e Tânia Kammer (presidente no período de 2008 a 2012).

Estavam presentes também os vencedores do Prêmio Arthur La kschevitz na categoria Amigo dos Músicos: Eth Zanardi (2015), pastor Clademir Mendonça de Faria (2017) e pastor Diné René Lota (2019), além do pastor José Paulo Moura, presiden te da PIB de Madureira - RJ e pastor Nilton Antonio de Souza, diretor geral na Convenção Batista Carioca (CBC). As associações de músicos estaduais enviaram seus representantes: Isaías Nunes (AMBC - Carioca), Altiene Flores

A abertura da programação contou com a participação do projeto Sons da Missão da Junta de Missões Na cionais (JMN). O coro e a orquestra, compostos por alunos da Cristolândia do Rio de Janeiro e por professores do projeto, apresentaram três músicas: “Ouvi contar a história”, “Porque Ele Vive” e “Preciosa Graça”. A maestri na Débora Medeiros, líder do projeto, desafiou todos os presentes a contri buírem com o Sons da Missão, para

que seja possível alcançar todas as Cristolândias em solo brasileiro.

A parte musical contou com a lide rança da maestrina Priscila Bomfim, na Regência do Coral e da Orquestra; com o ministro Marcelo Nelles, na pro dução musical; e o ministro Vagner Araújo, na direção do canto congre gacional. No repertório coral músicas de Marcelo Nelles – “Viver para o teu louvor”, Nathan D’Avila – “Cantem to dos com Exaltação”, e Samuel Barros – “Salmo 91”.

Um breve vídeo (teaser) foi apre

sentado com trechos do documen tário que tinha o objetivo de contar a história da AMBB pela ótica de seus ex-presidentes. A versão completa do documentário será exibida em Recife - PE, por ocasião do 39º Congresso da AMBB, que acontecerá nos dias 17 e 18 de janeiro na Igreja Batista da Capunga.

Outro vídeo emocionou os presen tes ao relembrar todas as diretorias eleitas nesses 40 anos. Foi uma be líssima homenagem a estes homens e mulheres que se dedicaram a causa musical Batista em todo o território brasileiro.

O pregador da noite, pastor Clade mir Mendonça de Faria, da Primeira Igreja Batista do Paraíso, em São Gon çalo - RJ, trouxe uma reflexão sobre o texto de Atos 7.23, 29, 30 e 36, enfati zando o significado do número 40 na Bíblia, em especial na vida de Moisés.

Fica aqui a nossa gratidão a todos os que participaram deste dia histó rico. Aos músicos do Rio de Janeiro e aos que vieram de outros estados brasileiros para esta celebração. Nos sa gratidão a PIB de Madureira, seu pastor José Paulo Moura e ao ministro Thiago Balbino, pelo carinho e dedica ção com que receberam os músicos Batistas do Brasil. n

Homens Batistas do Brasil constroem templo em 12 dias

Ilha de Cana Brava, em Bom Jesus da Lapa - BA, recebeu Mutirão Nacional Missionário.

A União Missionária de Homens Batistas da Bahia (UMHBBA) relata com muita alegria as ações realizadas pelos homens Batistas do Brasil entre os dias 01 e 12 de outubro, na Ilha de Cana Brava, Bom Jesus da Lapa - BA. Além da evangelização, tivemos uma equipe de obra, que construiu em 12 dias um templo, todo acabado, pin tado, com ventiladores e cadeiras. O templo foi construído na Ilha para lou vor e adoração ao Rei dos reis.

Tivemos participações dos seguin tes estados: Rio de Janeiro (carioca e fluminense), Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Mara nhão e o estado da Bahia, anfitrião. Foram cerca de 140 missionários vo luntários cumprindo o Ide de Jesus Cristo. A Segunda Igreja Batista de

Bom Jesus da Lapa, liderada pelo pas tor Isac Gomes, deu toda a atenção ao projeto.

Durante os dias aqui na cidade de Bom Jesus da Lapa e comunidades circunvizinhas, foram realizados vá rios cultos e visitas. Na comunidade carcerária, houve 13 decisões e três reconciliações. Houve cultos nas pra ças, com distribuição do evangelho de João, atividades com crianças; no total tivemos mais de 100 decisões.

No culto de inauguração e louvor ao Senhor Jesus Cristo, tivemos duas vidas sendo batizadas, para a glória do Senhor.

Parabéns à União Missionária de Homens Batistas do Brasil (UMHBB) pela realização de mais um trabalho missionário e de construção. Depois de dois anos parados por causa da pandemia, voltamos com o Mutirão Nacional Missionário (Munami). n

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Nerinaldo Luís, pastor, presidente da União Missionária de Homens Batistas da Bahia (AMBF - Fluminense) e Tânia Kammer (AMBESP - São Paulo). Coro e Orquestra para os 40 anos da AMBB Homens Batistas de todo Brasil participaram do projeto missionário

Igreja Batista Solar Campo, em Duque de Caxias - RJ, comemora 40° aniversário

Celebração se estendeu durante todo o mês de outubro.

Washington e Leciandro (Represen tando a Junta de Missões Nacionais.)

A celebração do aniversário de 40 anos da Igreja Batista Solar Campo, em Duque de Caxias - RJ, foi realizada nos dias 01 e 02 de outubro. O tema escolhido para a festividade foi “Nós, porém, nos levantamos e nos mante mos de pé”, com divisa em Salmos 20. 7-8: “Alguns confiam em carros e ou tros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor nosso Deus. Eles vacilam e caem, mas nós nos ergue mos e estamos firmes”.

Participaram da celebração a can tora Raquel Braga, o saxofonista Ma theus, e os pastores Marcos, Jorge

Durante todo o mês de outubro, ouvimos que confiar em Deus é uma das maiores necessidades do ser hu mano nos dias de hoje. Em um mundo totalmente inseguro, colocar a con fiança no Senhor é uma necessidade real e urgente. A confiança no Senhor nos mantém de pé, mesmo quando tudo ao nosso redor está desabando. Confiar em Deus é a melhor e mais segura escolha que você pode fazer na sua vida.

A Igreja Batista Solar Campo está na rua São Félix, 581, em Santa Cruz da Serra - Duque de Caxias - RJ. E é liderada pelo seu pastor presidente, José Roberto.

Adolescentes da PIB em Ceará-Mirim-RN participam da Campanha de Missões Nacionais 2022

Trabalho missionário em todo o Brasil foi destaque na programação.

No dia 09 de outubro, um domin go, os adolescentes da Primeira Igreja Batista em Ceará-Mirim - RN apre sentaram as Apoteoses de abertura e encerramento durante o Encerramento da Campanha de Missões Nacionais 2022. Cada adolescente pode procla mar que só Jesus Cristo salva.

Foi um momento enriquecedor em que pudemos conhecer um pouco de cada região do nosso país; os impac tos que a pandemia tem causado e de como os missionários têm se esfor çado e trabalhado de maneira árdua para propagar o Evangelho. A Igreja tem feito diferença em cada região do nosso território e glória a Deus por isso. n

13 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Andréia Doalmo Provenzano segunda tesoureira da Igreja Batista Solar Campo, em Duque de Caxias - RJ Thaty Silva e Josefa Gizeuda, líderes dos Adolescentes da Primeira Igreja Batista em Ceará-Mirim - RN Celebração de 40 anos da Igreja Batista Solar Campo, em Duque de Caxias - RJ Adolescentes apresentaram informações dos campos missionários

A glória é sempre de Deus

Na obra de Deus não há lugar para a glória humana (Watchman Nee).

O apóstolo Paulo definiu esta ver dade quando disse: “Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31). É isso mesmo, a glória em tudo o que fazemos quando edifica e transforma vidas é de Deus. Alguém disse sabiamente que a graça opera com o esforço, mas não com o méri to. Este é sempre de Deus em Cristo Jesus. A obra da cruz aponta para o alto, para a glória de Deus na vida do homem regenerado. Jesus veio para salvar e resgatar a glória do Pai em nossas vidas. A obra do Senhor Jesus Cristo na cruz produz em nós salvação (nova vida, a natureza divina), san tificação (dessemelhança humana e semelhança com Cristo) e glorificação (consumação ou perfeição). Uma vida regenerada está sempre dando a gló ria e a honra para Deus.

Vivemos um tempo de muito estre lismo, muita tietagem e glória pessoal em nossos ambientes sejam como Igrejas, seja como denominação. As fotos dos personagens do poder hu mano são abundantes. Há elementos em nossas Igrejas e denominação que apreciam muito o pódio, os al tos degraus, gostam de se oferecer, buscam cargos em vez de cargas e se colocam na vitrine para serem no tados. Nos encontros de líderes, nas assembleias convencionais há sempre os que querem se autoafirmar. Há uma busca pela megalomania. Os servos de Deus não precisam aparecer. Te nho uma grande admiração por João Batista quando lhe perguntaram se ele era o Cristo. Ele respondeu que não era digno nem de desatar as sandálias do Mestre e que o Senhor devia crescer e ele, João Batista, diminuir (Marcos 1.7 e João 3.30). O precursor de Jesus estava consciente de sua missão e po sição. É importante dizer que a missão que recebemos sempre engrandece o Senhor e nos diminui. O Senhor é a razão e o caráter da missão.

A glória é sempre do Senhor. Esta afirmação deve definir o nosso ser e o

nosso fazer para Deus. A glória divina deve destronar a glória humana. So mos chamados à humildade de Cristo, pois Ele é o nosso modelo de servo (Fi lipenses 2.5-8; João 13.1-20). Quando o nosso Deus é o centro das nossas vidas, dá glória a Ele é uma conse quência natural. Tudo o que somos e fazemos deve ser “para louvor e glória da Sua graça” (Efésios 1.6,12,14). Não há coerência em nossa diaconia se buscamos a glória pessoal. O nosso “eu” é o centro da glória humana. É muito triste ver pessoas buscando a glória pessoal em detrimento da glória de Deus.

A obra de Jesus Cristo na cruz vence o nosso modo de viver egoís ta e megalomaníaco. Para Paulo, “o viver é Cristo” (Filipenses 1.26). Ele estava crucificado com Cristo e a vida de Cristo era a sua própria vida (Gálatas 2.20). Ele trazia no seu cor po o morrer de Jesus para que a vida Cristo se manifestasse em sua carne mortal (II Coríntios 4.9,10). O Senhor Jesus Cristo deve ser sempre a ra zão do que somos e fazemos. Tudo é para Ele, para o louvor da Sua glória. Watchman Nee assevera: “O Senhor nunca nos pede que façamos aquilo que podemos fazer. Ele pede-nos que vivamos uma vida que, na realidade, nós não podemos viver e que façamos uma obra que jamais podemos fazer. Contudo, pela Sua Graça, essa vida é vivida e essa obra é realizada. Como? É que a vida que vivemos é a vida de Cristo vivida pelo poder de Deus e a obra que realizamos é a obra de Cristo realizada por nosso intermédio e por ação do Seu Espírito, o Espírito ao qual obedecemos. O “eu” é, na realidade, o único impedimento a essa vida e a essa obra. Que cada um de nós possa orar bem do fundo do seu coração: “Senhor, opera mim!”.

A glória é sempre de Deus. Ele acei ta o trabalho que realizamos no cará ter de Cristo. O Pai nos vê por meio de Cristo. Glorificamos o Pai através de Cristo, Seu Filho. Jesus nos ensina: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vos sas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu” (Mateus 5.16).

Jesus está ensinando que o nosso testemunho por meio das boas obras exalta somente a Deus, nosso Pai. O nosso amor a Deus e ao próximo traz glória para Deus. Devemos obrar para Deus porque vem DELE toda a nossa capacidade (II Coríntios 3.5). É pre cioso o texto a seguir: “Portanto, não digas no teu coração: A minha força e a fortaleza da minha mão adquiri

ram para mim estas riquezas. Pelo contrário, tu te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque ele é quem te dá força para adquirires riquezas, a fim de confirmar sua aliança, que jurou a teus pais, como acontece hoje” (Dt 8.17,18). Devemos sempre glorificar Àquele que nos criou e nos redimiu em Cristo (Efésios 2.8-10)!  n

BRASILEIRA

CONVOCAÇÃO À 102ª ASSEMBLEIA

DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

O Sr Presidente da CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, Hilquias da Anunciação Paim, no desempenho de suas atribuições, de acordo com o ESTATUTO, art 5º e seus parágrafos, art 9º inciso I e II e REGIMENTO INTERNO, art 6º e seus parágrafos, CONVOCA as Igrejas Batistas do Brasil, a ela filiadas, a enviarem os seus mensageiros, devidamente credenciados, para a 102ª Assembleia da CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, a realizar se na cidade de Recife, durante os dias 19 a 21 de janeiro de 2023, no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (Geraldão) Av Mal Mascarenhas de Morais, 7787 Imbiribeira, Recife PE, 51180 001

Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2022

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA
Rua José
www batistas com CNPJ:
CONVENÇÃO BATISTA Missão: “Viabilizar a cooperação entre as Igrejas Batistas no cumprimento de sua missão como comunidade local “
Higino, 416 Prédio 28 Tijuca Rio de Janeiro RJ 20510 412 Tel : (021) 2157 5557
39 056 627/0001 08
Hilquias da Anunciação Paim Presidente

Formar obreiros ou líderes? Escola de profetas ou muito mais que isso?

Estamos no mês de educação teo lógica e cabe agora uma reflexão so bre um dos mais importantes temas neste campo. Em geral, ouvimos que nossos seminários e faculdades de Teologia devem formar obreiros ou que são escolas de profetas.

O que é um obreiro? É um trabalha dor, é quem executa a mão de obra em cumprimento de alguma tarefa. Mas um pastor, por exemplo, seria apenas um obreiro, um executor de obras? Não seria um pastor muito mais do que alguém que executa?

Efésios 4.11,12 nos ensina que Deus colocou na Igreja apóstolos (missionários de hoje), profetas (os que anunciam a verdade de Deus, se riam os pregadores), evangelistas (os que anunciam a salvação de Deus) e os pastores-mestres (no texto grego estes dois substantivos estão juntos) para aperfeiçoar (no original, tornar algo naquilo que deve ser) os santos, que, depois de aperfeiçoados, cum prem seu ministério para que se con cretize a edificação do corpo de Cristo - a Igreja.

Então, estes líderes (apóstolos, pro fetas, evangelistas, pastores-mestres) teriam como foco fazer simplesmente a obra como mão de obra agitada ou

aperfeiçoar/capacitar os santos para que estejam habilitados para cumprir o serviço (diakonia). Em outras pala vras, os líderes têm a função de liderar, os santos de “diakonizar”!

Formar obreiros é formar alguém para a execução, que necessariamen te não necessita ter visão estratégi ca de futuro, nem ter as ferramentas para avaliar cenários e tendências do mundo e como isso afeta a Igreja, a vida dos crentes. Quem “diakoniza” necessita ter a segurança de sobrevi ver neste mundo caótico e sem Deus, necessita ter a segurança de que sua ação presente tenha resultados es tratégicos para o futuro e para isto precisará de ter suporte, orientação, engajamento e encantamento promo vido por um líder.

Formar líderes é promover a sua capacitação para que conheçam a Bí blia, a Teologia como fundamentos. É fornecer ferramentas necessárias para avaliar os cenários em formação e os seus riscos para a vida no Evangelho. É ensinar o líder a dar ao povo de Deus segurança bíblica e teológica para vi ver sob a óptica do Evangelho diante do caos do mundo. É capacitar para cuidar de vidas de modo a dar-lhes saúde espiritual.

Me parece que, em geral e por mui to tempo, nossos seminários foram

mobilizados a formar obreiros em vez de formar líderes. Será que não se ria este um dos motivos da fraqueza que sentimos em muitos pastorados ou absenteísmo em nossa influência diante da sociedade e seus dilemas? Fraqueza espiritual de muitas Igrejas que acabaram se tornando em orfa natos espirituais?

Formar líderes, portanto, exige muito mais do trabalho de um semi nário ou faculdade teológica. Exige que sua ação educacional ultrapasse a formação cognitivo-acadêmica em transmitir conhecimentos (SABER) ou mesmo a formação prático-ministerial (FAZER), deve incluir a construção do conhecimento (REFLETIR), a formação afetivo-mental equilibrada para dar conta dos desafios da vida e minis tério (SENTIR), além da formação nos relacionamentos, convivência, gestão de conflitos humanos (CONVIVER) e, mais ainda, na formação do caráter exemplar a ser seguido de pureza de vida (SER). Por isso mesmo, uma escola teológica não pode ter uma GRADE curricular, mas uma MATRIZ curricular. A grade está ligada à uma prisão, uma matriz à construção de vidas.

Portanto, um seminário é mais do que escola de profetas, é escola de evangelistas, de apóstolos, de pasto

res-mestres, de conselheiros, de as sistentes sócio espirituais. Vejam que, com o tempo, deve ter sido empobre cida a limitada a formação teológica.

E aqui ainda entra um conceito educacional também muito importan te. Falamos em treinar, treinamento. Hoje, em educação, treinar é domes ticar, é adestrar. Preferimos o verbo capacitar, formar, que nos leva mais além, pois formar líderes é formar homens e mulheres transformados e transformadores.

Mais ainda, quando estivermos promovendo um curso de atualização podemos chamar isso de recapacita ção, mas nunca de reciclagem, que é um termo próprio para o reaproveita mento de lixo. Pessoas são pessoas, lixo é lixo. Vamos aprender então a compreender corretamente estas va riáveis educacionais.

E ainda nem falamos sobre a fun ção estratégica da formação teológica para garantir a qualidade no futuro de nossas igrejas e denominação, que será tema para o próximo artigo.

Tudo isso requer uma completa re visão em nosso modo de pensar edu cação teológica e ministerial. Você aceita esse desafio? n

Contato: rega@batistas.org –Instagram @lourencosteliorega

15 O JORNAL BATISTA Domingo, 13/11/22
PONTO DE VISTA
OBSERVATÓRIO BATISTA
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