OJB EDIÇÃO 44 - ANO 2022

Page 1

ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXI EDIÇÃO 44 DOMINGO, 30.10.2022 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901 Educação e Psicologia Texto aponta contribuições da Psicologia para o ensino na Igreja local Cooperação Artigo traz história e contribuições do Plano Cooperativo para a denominação Prioridades Gilson Bifano dá um recado aos líderes de casais John Mein e o Colégio Batista Alagoano Leia sobre a trajetória do pastor e fundador colégio pág. 04 pág. 05 pág. 06 pág. 12 Refexão Notícias do Brasil Batista Vida em Família Notícias do Brasil Batista 31 de outubro Dia da Reforma Protestante Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia e Soli Deo Gloria

No início do século 20, um Batista norte-americano, E.Y. Mullins, escreveu apologeticamente que o que distingue os batistas é a sua “doutrina da compe tência da alma em matéria de religião, em subordinação a Deus”, ênfase que une e concentra em si” três princípios da modernidade: o princípio intelectual da Renascença, sobre a “capacidade e direito do homem” para o exercício da liberdade”; o “princípio anglo-saxônico da liberdade mental”, e o princípio re formado da justificação pela fé.

Segundo esse mesmo autor, os Ba tistas têm transformado e modificado estas tendências, dando-lhes estrutu ras mais nobres e tornando-as mais frutíferas. Ao insistir na “competên

cia religiosa do homem”, os batistas têm, a um tempo, “livrado a liberdade intelectual de todas as espécies de repressão humana”, e, a outro, guiado essa liberdade a meta do homem, que é alcançar a Inteligência por trás do universo visível. É o que diz Mullins:

“A intelectualidade humana ilumi nada pela intelectualidade divina, eis o ponto de vista batista. Defendendo o individualismo, têm livrado o princípio anglo-saxônio de uma tendência desu mana e egoísta, definindo-o como um impulso moral e religioso sob a direta tutela do guia moral da humanidadeJesus Cristo. Têm, outrossim, levado o princípio da Reforma, da justificação pela fé, para além dos sonhos de Lu

Os Batistas e a competência do indivíduo

Anúncios

REDAÇÃO

Caixa

CEP

Tel/Fax: (21) 2157-5557

tero e dos outros reformadores. Têm apoiado tudo o que está implícito no princípio da justificação.

A grande luta pela liberdade reli giosa e pela separação entre a Igreja e o Estado, que os batistas iniciaram, tem sido o desabrochar coerente de um ideal maior do que o que Lutero acariciou, o qual tem ajuntado, de for ma a constituir uma perfeita unidade, todos os tesouros morais e espirituais da própria Reforma. (...)

Este princípio da competência da alma, subordinado a Deus em assuntos religiosos, tem (...) a sua oculta filoso fia. (...) O princípio da competência pre sume que o homem é feito à imagem de Deus, e que Deus é uma pessoa

apta para se revelar a si mesmo ao homem, o que constitui o teísmo cris tão. O homem tem capacidade para Deus, e Deus pode comunicar-se com o homem. Esta filosofia (...) é a base de todo o movimento cristão. A en carnação de Deus em Cristo é a gran de prova histórica que temos disso” [MULLINS, E.Y. Os axiomas da religião; uma nova interpretação da fé batista. Tradução de J.W. Shepard. 3ª ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1955, p. 66, 67.]. n

Extraído e adaptado do site Prazer da Palavra, de Israel Belo de Azevedo, pastor da Igreja Batista Itacuruçá - RJ

Fax: (21) 2157-5560 Site: www.convencaobatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda

TRIBUNA

2 O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22 EDITORIAL
REFLEXÃO O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade EMAILs
e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com
E CORRESPONDÊNCIA
Postal 13334
20270-972 Rio de Janeiro - RJ
A
( ) Impresso - 160,00 ( ) Digital - 80,00

Diante das adversidades

“Irmãos, não queremos que igno reis a tribulação pela qual passamos na Ásia, porque foi muito acima das nossas forças, de tal modo que che gamos a desesperar da própria vida” (II Co 1.8).

Adversidades... quem não as tem? Certamente que esta é uma pergunta retórica, mas que está cheia de res pondentes. Todos os dias temos de estar dispostos a enfrentá-las. Mes mo para aqueles (se existia algum!) que, absortos em seu próprio mundo, viviam no seu mar de tranquilidade, a pandemia da COVID-19 lhes ensinou que as adversidades batem à porta. Conceitualmente, adversidade signi fica “o que traz consigo desgraças ou infortúnios”, o que na prática nós sa bemos muito bem.

As adversidades podem chegar de forma muito forte e inesperada, a ponto de trazer desesperança, ou medo profundo do que poderá vir, ou

depressão etc., ou uma combinação de tudo isso. Parece que foi o que o apóstolo Paulo passou em determi nado momento. A situação ficou tão grave que o sentimento foi de pensar que ia morrer ou que não valia a pena viver. Isto não é diferente para muita gente nestes dias. Quantas pessoas chegaram na linha limite, que cruzan do-a não teriam mais como voltar! Ela não escolhe classe social, escolari dade, religião, situação política, mas quando vem (e virá!) é preciso saber como lidar com ela.

Pois bem, como lidar com as adver sidades, já que como alertou o Senhor Jesus elas fariam e fazem parte de nossa vida (João 16.33). Talvez, esse seja o ponto chave. Eu não tenho uma resposta definitiva para esta questão, mas o contexto bíblico da desesperan ça de Paulo pode nos ajudar a pensar. Primeiro, Paulo diz que as adversida des sempre devem nos levar ao louvor e a glorificação de Deus (II Coríntios 1.3). Deus mesmo é Quem deve ser o motivo de nosso louvor, pois é Ele quem nos livra das e nas adversida des. É Deus Quem pode nos dar ânimo

para vencê-las. E Ele faz isso em Cristo Jesus. Veja que Paulo bendiz ao Deus que I) é Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, II) é Pai das misericórdias e é III) Deus de toda consolação.

Segundo, por mais estranho que pareça, Deus permite que as adversida des ocorram (II Coríntios 1.4). Quais? Qualquer uma delas! Mas, o Deus que permite as adversidades é também o “Deus de toda consolação”. E o con solo que Ele nos dá, além de vir dele mesmo, vem também de outras pes soas que são sofredoras como nós. Isso é algo que temos de aprender! Aprender a crescer nas adversidades, sabendo que podemos ajudar aqueles que passam por elas. Pode ser que não consigamos livrar alguém de seu sofrimento, mas podemos lhe trazer consolo e encorajamento em meio às aflições. Ou seja, quando passamos por tribulação e recebemos o consolo de Deus ou dos outros, nos tornamos aptos a consolar alguém.

Terceiro, em tempos de sofrimento é época de cuidar dos outros! Sim! É tempo de estender a mão ao aflito. Não é época de olharmos só para nós

mesmos, ou de autocomiseração, mas de olhar o outro e lhe prestar ajuda e consolo, pois é para isso que fomos chamados. Assim, ao passarmos por tribulações e recebermos o consolo de Deus e de outras pessoas, estamos aptos para retribuir esse mesmo cuida do, que vai até o outro e lhe estende a mão. E não é necessário que se passe pelo mesmo sofrimento do outro para lhe trazer consolo, porque quem sente o consolo de Deus pode consolar outro em qualquer tribulação. A oração é um meio poderoso para isso também (II Coríntios 1.11).

Na intercessão, abençoamos e somos abençoados. A Igreja que ora pelos seus membros é uma Igreja que louva a Deus nas tribulações. Portanto, rompamos em louvor ao Deus de mise ricórdia - “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a pro fundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Se nhor”. Amém! n

Amar, viver, liderar

“… e o Senhor que é o Espírito, nos transforma gradativamente à sua ima gem gloriosa, deixando-nos cada vez mais parecidos com ele ” (II Coríntios 3.18b - NVT)

Quando um novo ano começa, na turalmente carrega consigo as espe ranças, sonhos e planos ainda a serem realizados do ano que se findou. Ofere ce-nos uma esperança renovada de que Deus seguirá Se dando a conhecer a nós, e por nós, educadores, com a mis são de fazer brotar e crescer a fé nos corações. Que Ele nos ajudará a vencer

mos os obstáculos que nos impedem de sermos o líder que desejamos ser. Que Ele transformará nosso medo em confiança em Seu poder, orgulho em humildade, fracassos, dores, feridas pessoais em renovação e restauração.

Oremos por transformação, para amarmos mais como Jesus, para viver e liderar em atitude de servo, como Ele

nos deu Seu exemplo, para experimen tarmos seu poder transformador de maneira plena.

Em quais áreas você deseja que Deus se dê a conhecer em sua vida e liderança?

Minha oração é para que o Pai Ce lestial nos ajude a amar, viver e liderar como Jesus! Amém! n

3O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22
Raimundo Ribeiro Passos colaborador da Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil Miriam Damasceno colaboradora da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Brasil
REFLEXÃO

Ide e ensinai

Gosto de ler a Bíblia toda em um ano. Lendo o Evangelho de João, per cebi Jesus no Getsêmani, ao falar com o Pai, disse: “Assim como Tu me enviaste ao mundo, também eu vos enviei ao mundo” (Jo 17.21). Logo de pois de ter ressuscitado, falando aos discípulos, repetiu: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21). Em Sua despedida, ao subir aos céus, Ele deixou a Grande Mis são: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas

as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt 28.19-20).

Queridos educadores, não foi por acaso que o nosso Mestre e Senhor deixou registrado três vezes a Mis são que nos deu. Quando Ele queria fixar um ensino, Ele repetia três vezes, como no caso da pergunta para Pedro: “tu me amas?”.

Como educadores não podemos nos desviar dessa Missão: ensinar as Verdades eternas sem deixar que as múltiplas e variadas técnicas de en sino distraiam a grande Verdade: Ele veio para nos salvar e quer que espa lhemos essa maravilhosa Salvação!

Deus nos abençoe e nos firme nes sa Missão! n

A derrota de Golias

“Assim Davi prevaleceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão” (I Sm 17.50).

A história israelense descreve as sim a sua mais famosa vitória, con seguida contra o exército dos filis teus - “Davi venceu Golias e o matou apenas com uma pedra. Quando os filisteus viram que o seu herói esta va morto, fugiram. Aí, os soldados de Israel e de Judá correram atrás deles... Os filisteus caíram feridos, pela estrada de Saaraim, até Gate e Ecron. Os israelitas voltaram da per seguição aos filisteus e levaram as coisas do acampamento deles. Davi pegou a cabeça de Golias e a levou

Como um guerreiro experiente, Davi sabia que apossar-se das ar mas do inimigo teria um impacto maior do que exibir como troféu os restos mortais do adversário: um ca dáver tende a desaparecer; armas conquistadas mantêm sua mensa gem de poderio.

Jesus ensinou Seus discípulos sobre os segredos do poder divino e o Seu impacto na vida espiritual: - “Eu sou a videira verdadeira e o Meu Pai é o Lavrador... Eu sou a videira e vo cês são os ramos. Quem está unido Comigo e Eu com ele, esse dá muito fruto, porque sem Mim vocês não podem fazer nada” (Jo 15.5).

Contribuições da Psicologia da Educação para o ensino na Igreja local

Valdecy de Oliveira Pontes colaborador da Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil

Ao considerar cada abordagem da Psicologia em sua prática docente, o educador cristão deve adotar uma perspectiva integradora entre os fun damentos oriundos da Psicologia e os pressupostos teológicos cristãos. Dessa forma, o professor tem o papel de discernir cada proposição, antes de sugerir currículos e prescrições para a prática educativa cristã.

A seguir, a título de ilustração, ana lisamos algumas considerações de Piaget e a sua aplicabilidade para o ensino cristão.

Segundo Coll (2007), há duas ma neiras de interpretar o conhecimento da Psicologia de Piaget para a Educação. A primeira daria ênfase a aspectos en dógenos do indivíduo no processo de aprendizagem, enfatizando a atividade livre e espontânea do aluno na aquisição do conhecimento. A segunda interpreta ção dá ênfase ao aspecto interacionista e afirma que, na educação, deveriam ser criadas condições para que o indivíduo estivesse em desequilíbrio para assim estar motivado para o processo de aqui sição do conhecimento.

O conhecimento dos estágios de desenvolvimento infantil propostos por

Piaget, por exemplo, é muito relevante para o processo de ensino-aprendiza gem, posto que, se o objetivo do pro fessor é educar bem uma criança, ele deve considerar o conhecimento prévio dela, bem como respeitar a sua fase de desenvolvimento.

Piaget defende o método psico genético, no qual afetividade e inte ligência estão correlacionadas, mas o conhecimento, fruto do trabalho docente, para Piaget, é sinônimo de uma construção, pois não é inato ao indivíduo. Nesse sentido, o docente tem a função de subsidiar o proces so de aprendizagem, estimulando as crianças ao desenvolvimento e, con sequentemente, ao aprendizado e à evolução cognitiva (LIMA, 1980).

Vale esclarecer que Piaget, em ne nhum momento, propõe algum método de ensino, ou indica diretrizes no que toca à prática docente em sala de aula. No entanto, ele apresenta subsídios teóricos, no que se refere à aprendi zagem da criança.

Por último, é importante salientar que, conforme Cool et al. (2004a), em bora os estudos de Piaget sejam ques tionados e até superados em alguns aspectos por pesquisas mais recentes sobre o desenvolvimento infantil, seu trabalho continua “sendo um modelo teórico coerente e ambicioso que nos

permite ver o que existe de radical mente novo na maneira de pensar das crianças em idade escolar” (COOL ET AL., 2004b, p. 250). Para além disso, os estudos piagetianos nos proporcionam muitos dados relevantes no que tange à psicologia evolutiva da criança nas di versas áreas do conhecimento humano.

Ao pensar no ensino de crianças, no contexto da Escola Bíblica Domini cal (EBD), a partir da teoria piagetiana, no tocante à importância do entendi mento de ensinamentos e conceitos no ensino da Igreja, em cada faixa etária, Beechick (2014, p. 65) pontua que: “Se receberem a história completa no princípio, crescerão em completo entendimento, como crescem suas mentes, e não terão de reaprender ou desaprender mais tarde, na vida”.

Ainda, sobre o ensino cristão, Paz miño (2008) esclarece que Piaget interpreta o crescimento em termos de reestruturação das percepções da pessoa à medida que emergem novas estruturas cognitivas, criando a própria realidade da pessoa. No entanto, nas palavras de Pazmiño (2008, p. 204): “Piaget coloca prioridade no desen volvimento interno ou em estruturas cognitivas para o desenvolvimento humano”, ou seja, não foca no desen volvimento espiritual.

Por outro lado, o educador cristão,

ao analisar o desenvolvimento huma no, deve ir além desses fatores e con siderar, também, fatores e distinções adicionais que caracterizem uma vi são cristã das pessoas, tais como a revelação de Deus na Escritura e em Jesus e, ainda, a atuação do Espírito Santo como função normativa para o desenvolvimento humano.

Referências

BEECHICK, R. Como ensinar crian ças do primário: compreendendo como elas pensam e aprendem. Tradução de Ercília Martelo D. de Micas. 5 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

COLL, C. (org.). O construtivismo na sala de aula. 3 ed. São Paulo: Ática, 2007.

COLL, C. et. al. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia evolutiva. 2 ed. Porto Alegre: ArtMed, 2004 a. v.1.

_____. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia da educação escolar. 2 ed. Porto Alegre: ArtMed, 2004 b. v.2.

LIMA, L. de O. Piaget para princi piantes. 6 ed. São Paulo: Summus, 1980.

PAZMIÑO, Robert. W. Temas funda mentais da Educação Cristã. 1ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22
Lúcia Margarida Pereira de Brito educadora cristã e missionária voluntária da Junta de Missões Nacionais Olavo Fe ijó para Jerusalém. Porém, as armas de Golias ele guardou na sua própria barraca” (I Sm 17.50-54).
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

Plano cooperativo da CBB - uma semente poderosa para a expansão do Reino de Deus

O compromisso com o dízimo é dever de todo o cristão (Malaquias 3.10). A nossa motivação maior para o investimento na expansão do Reino de Deus é o nosso prazer em Deus. Devemos fazer tudo para a Glória de Deus (I Coríntios 10.31). As bênçãos decorrentes da fidelidade do cristão são enormes e abrangentes. É muito importante que todas as Igrejas Batis tas do Brasil se comprometam com o Plano Cooperativo por meio da sua fidelidade nos dízimos e nas ofertas dos seus membros. Cada Igreja deve ser uma célula saudável comprometida com a saúde do corpo denominacio nal. Conheçamos o Plano Cooperativo, sua história, prática e contribuição para a expansão do Reino de Deus através dos batistas brasileiros.

O Plano Cooperativo

O Plano Cooperativo foi criado em 1959, pela Convenção Batista Brasilei ra (CBB) com o apoio das Convenções Estaduais. Neste tempo, cada Igreja enviava suas ofertas para: Junta Es tadual, Missões Nacionais, Missões Mundiais (Junta de Missões Estrangei ras), Junta de Beneficência, Imprensa Bíblica, Seminários e outras institui ções.1

Segundo o pastor João Falcão Sobrinho, esse método tinha várias deficiências: A: era oneroso para as Igrejas (várias remessas). B: não per mitia um crescimento equitativo das organizações. C: não ajudava muito os seminários, que eram sustentados por subsídios do exterior, em sua quase to talidade. D: havia extrema dependência das missões de Richmond (Internatio nal Missions Board). E: o trabalho nos estados era precário. Todos os executi vos estaduais (exceto o da Convenção

1 Sobrinho, João Falcão. Revista Visão Missionária, UFBMB, 4 T 2014.

Batista Carioca) eram missionários americanos e nenhuma Convenção Estadual possuía sede própria. F: havia pouco entrosamento entre as conven ções regionais e a CBB, o que limitava o crescimento e até comprometia a unidade da obra Batista no Brasil.2

A Junta de Richmond desejava a emancipação econômico-financeira da obra Batista do Brasil. Por iniciativa do secretário da Convenção Batista Carioca, pastor José dos Reis Pereira, foi convocada uma reunião dos exe cutivos estaduais para estudar um programa de sustento mais racional e produtivo das instituições Batistas. Foi criado, então, com a aprovação geral, o Plano Cooperativo, à semelhança do Cooperaty Program (Programa Coope rativo) existente nos Estados Unidos. Levado à Assembleia da CBB, em 1959, o Plano foi unanimemente aprovado e imediatamente posto em prática. Isto foi um grande avanço para o cresci mento sustentável da obra Batista no Brasil e a expansão na sua missão transcultural.

Pelo Plano Cooperativo aprovado, as Igrejas deveriam enviar 10% das suas receitas de dízimos para as Jun tas Estaduais, que dividiriam esta con tribuição, ficando 60% para o sustento do trabalho estadual e remetendo 40% para a CBB, que dividiria esses recur sos entre as organizações da CBB e Aliança Batista Mundial.

Vantagens do Plano Cooperativo

Põe ordem nas finanças denomi nacionais, permitindo o crescimen to equânime de toda a obra; amplia a visão missionária dos crentes nos termos de Atos 1.8, promovendo o au mento da responsabilidade e da libe ralidade dos crentes na fidelidade da mordomia; fortalece as convenções re gionais e as associações e consolida a unidade dos batistas brasileiros; pode estimular os que não participam do 2 Ibidem.

Plano Cooperativo, a fazê-lo; e dá aos participantes do Plano Cooperativo a responsabilidade de fiscalizar a apli cação dos recursos da obra de Deus.3

A participação efetiva no Plano Cooperativo revela claramente a matu ridade e nobreza da Igreja local. O seu engajamento na vida denominacional é uma semente poderosa de cresci mento saudável. Nossas contribuições para a obra de Deus frutificam em bên çãos maravilhosas.4 Cada Igreja local tem o privilégio e a responsabilidade de participar do desenvolvimento e da expansão da obra de Deus em todo o mundo.

Como promover o crescimento da obra por meio do Plano Cooperativo

Devemos sempre promover a Mor domia nas Igrejas. O dízimo é bênção para o crente, antes de o ser para a Igreja e a causa de Deus. Que as Igre jas omissas no Plano Cooperativo ou com diminuta contribuição, aumentem a sua participação até o ideal de 10% das suas entradas. Que o Plano Coo perativo seja apresentado às Igrejas como um desafio missionário para evangelizar a cidade, o seu estado, o Brasil e o mundo e não apenas um pro grama financeiro. É relevante dizer que o dinheiro é um assunto altamente es piritual. O investimento na Igreja local e na expansão do Reino de Deus é uma prova inequívoca de espiritualidade. O mesmo acontece quando a Igreja tem consciência de sua participação estratégica na sua denominação.

A questão do dízimo

É uma questão de fé na graça de Deus, de entregar por quem Ele é, e não simplesmente para barganhar com Ele. O dízimo cristão revela o equilíbrio

3 Ibidem.

4 CUNNINGHAM, Loren. Fé e Finanças no Reino de Deus, Belo Horizonte, MG: Editora Betânia, 1993, p. 86.

das finanças na família. Promove a fidelidade no lar. Abençoa o casal e os filhos. Amplia a cosmovisão do crente para além do aqui e agora, do tempo, do relógio, do passageiro. O dízimo é um assunto altamente espiritual. O dízimo é o mínimo que devolvemos para o Senhor com três razões: Sua Glória, desapego às coisas materiais e sustento de Sua obra em toda a terra a partir da Igreja local. Deus ama ao que dá com alegria (II Co 9.7).

Dízimo é mais que ordem, é pra zer, ato de culto ao Senhor, reconheci mento de que somos Seus por direito de Criação e de Redenção (Gênesis 1.27; 2.7; Isaías 42.5; 43.1-7; Ezequiel 18.4; Êxodo 19.5; I Coríntios 6.19,20; Apocalipse 5.9). Na sua experiência de 60 anos de vida conjugal, o pastor João Falcão Sobrinho testemunha a bênção de ser fiel ao Senhor no dízimo e nas ofertas gerais e missionárias. A liberalidade é do crente e a avareza é do incrédulo. Há algumas perguntas que precisamos fazer: Tenho sido fiel na entrega do dízimo? Tenho exercido boa mordomia dos bens que Deus me concede? Se a minha Igreja não é fiel em sua participação no Plano Coo perativo, o que posso fazer enquanto cristão Batista? Tenho consciência e entendimento da necessidade de contribuir financeiramente para que o Reino de Deus se expanda? Como tem sido minha participação neste sentido? As nossas respostas definirão o nosso nível de compromisso com o Senhor, o Deus de toda a Terra e Autor da nossa salvação!

A mordomia bíblica, seja do crente com a sua Igreja, seja da sua Igreja em relação à denominação, é o reco nhecimento da soberania de Deus, e aceitação do nosso cargo de depo sitários da vida e das possessões, e administração das mesmas de acordo com a vontade de Deus5 n

5 DILLARD, J. E. Citado por Walter Kaschel em Lições de Mordomia. Belo Horizonte, MG: Editora Betânia, 1978. p. 6.

5O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22REFLEXÃO

Recado para líderes de casais

Realizar um ministério com casais é algo sério e relevante. Mas, muitas vezes, na vontade de ajudar casais a viverem uma vida conjugal feliz, nos esquecemos do nosso próprio casa mento. Por isso, quando trabalharem com casais, não se esqueça de colocar a ‘máscara de oxigênio conjugal’. Caso contrário, você é que precisará receber mais atenção.

Há muitos anos, viajando para Ma ceió - AL, a fim de falar em um evento para famílias, na Primeira Igreja Batista daquela cidade, parei para ouvir mais atentamente aquelas orientações cor riqueiras, porém importantes, que as comissárias de bordo prestam antes de cada decolagem. Quem viaja com assiduidade, queira ou não, já decorou todas elas.

Uma orientação, diz mais ou me nos assim: “Havendo despressuriza ção da cabine, máscaras individuais de oxigênio cairão automaticamente. Puxe-a para si, colocando sobre o na riz e a boca. Lembramos que pessoas acompanhadas de crianças ou de al guém precisando de ajuda coloquem a máscara primeiro em si para depois

auxiliá-las”. A intenção é clara: para ajudar alguém que esteja sem oxigê nio, o ideal é que quem está ajudando, tenha plenas condições físicas para prestar o socorro.

Em que se aplica ao trabalho com casais?

Pela graça de Deus, as Igrejas evan gélicas, nesses últimos 20 anos, têm se despertado para o trabalho com casais. Tudo começou na Primeira Igreja Ba tista de Niterói - RJ. Dali, os Encontros de Casais tomaram uma dimensão tremenda. Cada Igreja escolhe o seu nome. Umas Igrejas chamam de “En contro de Casais com Cristo”, outras de “Grupo de Integração da Família Cristã”. Não importam os nomes. O importante é o trabalho que fazem. Muitos casais tiveram um encontro verdadeiro com Cristo através desses eventos.

Eu mesmo trabalhei por vários anos num dos Encontros, presenciei casais sendo impactados com a proposta do trabalho. Outros casais, a despeito de todo o esforço por parte dos organi zadores, não levaram, infelizmente,

adiante os seus casamentos. Aonde quero chegar?

Minha preocupação não é necessa riamente com os participantes que são convidados a passarem um final de semana de crescimento conjugal. Te nho estado preocupado é justamente com aqueles casais que se envolvem de corpo e alma no planejamento e realização dos Encontros, em alguns casos até dois por ano, numa mes ma Igreja. No afã de ajudar os casais convidados a terem uma vida conjugal melhor, estão se esquecendo dos seus próprios casamentos e famílias. Usan do a ilustração das máscaras, vejo com preocupação, muitos casais sem ‘oxi gênio conjugal’ procurando ajudar, de sesperadamente, outros casais com dificuldades no casamento.

Como evitar que isto aconteça?

Em primeiro lugar, os casais que trabalham nos Encontros devem dosar seus envolvimentos. Conheço casais que participam quase todo o final de semana de um Encontro. Trabalhe em um, no máximo dois encontros.

Segundo dê atenção e fortaleça o seu próprio casamento. Esta será a melhor maneira de ajudar casais com dificuldades. Haverá autoridade con jugal.

Terceiro, valorize sua família. Já ouvi alguém dizendo que alguns fi lhos de “encontristas” estão criando a AFAPEC (Associação de Filhos Aban donados Pelos Encontros de Casais).

Em quarto lugar, a liderança dos Encontros de Casais deve promover oportunidades de enriquecimento con jugal e familiar dos próprios casais que trabalham nos diversos setores.

Tenho a certeza de que através des tes caminhos, os casais que trabalham nos Encontros, terão melhores condi ções de colocarem a ‘máscara do oxigê nio’ em muitos casais com asfixia con jugal. Ao mesmo tempo em que a obra de Deus junto aos casais será realizada com mais eficácia e autoridade. n

Gilson Bifano é diretor do Ministério OIKOS. Palestrante, escritor e coach na área de família e casamento. oikos@ministeriooikos.org.br

A construção de uma pedagogia saudável na família

Percebe-se que o grande desafio do ser humano não se encontra na busca desenfreada na conquista e na des coberta de novas tecnologias ou em soluções para os males sociais que têm assolado o nosso mundo. Na era tecnológica, isso sempre foi buscado e estudado para uma sociedade me lhor. E isso é louvável. Entretanto, o nosso maior desafio, enquanto seres humanos, que enfrentamentos o dia a dia, é na solidificação da família, na criação e educação dos filhos a partir dos padrões divinos.

O cenário em que estamos inse ridos é deveras caótico e hostil. A sociedade tem descaracterizado e deteriorado a família. A família tem sofrido sérios ataques. Especialistas mostram que as mudanças sociais pelas quais a família tem passado trouxeram consequências para a sua

constituição. Por isso, a necessidade da construção de uma pedagogia sau dável na família.

A sociedade está cada vez menos desprovida com a construção dos ideais de ética e moral. Do ponto de vista sociológico, eles são os respon sáveis pela manutenção da ordem entre as pessoas. E a família acaba sendo influenciada nos arcabouços de uma sociedade de valores e de meca nismos pecaminosos e impuros.

Nossos filhos são bombardeados por estímulos cada vez menos saudá veis. E do ponto de vista psicológico - “psicologia-sócio-histórica”, essas informações, esses ambientes cons truirão o seu caráter, determinando o comportamento presente e futuro da família e em toda a sociedade. O papel da pedagogia cristã no âmbito da edu cação, é crucial para proteger a família e nossos filhos. Ou seja, o intelecto, as emoções e a espiritualidade dos filhos, levando-os a uma consciência bíblica para construção do seu caráter.

É salutar ressaltar que a importân cia da Bíblia para a educação cristã consiste no fato de que ela é o registro e a revelação escrita de Deus. Neste sentido, um dos principais pontos da “filosofia cristã de educação no âmbito familiar é a autoridade bíblica”. Em se tratando de educação cristã, temos que passar para a nossa família que a Bíblia é mantida como a fonte primária e o único critério inerrante da verdade absoluta.

Para Pazmiño, “ao manter a Bíblia como sua fonte de autoridade final, não vai ser ignorado os estudos con temporâneos nem as necessidades de desenvolvimento. Pelo contrário, ele se sente livre para investigar todos os campos do saber humano com a confiança de que Deus é o autor de toda a verdade” (2008, p. 56).

De tudo que é ensinado à criança a respeito de Deus, o exemplo fundante que fará toda diferença no processo de ensino aprendizagem é a vida dos pais. Certa vez me deparei com uma seleta

frase de um livro que me inquietou e que guardo até hoje: “Somos por vezes gigantes no falar, mas anões no viver”. E isso é uma realidade. O exemplo, as atitudes, as ações falam mais alto que as palavras. Não adianta ensinar nossos filhos algo que eles percebem que não está condizendo com o nosso próprio testemunho. Em síntese, os pais precisam urgentemente educar os seus filhos por meio de um teste munho coerente, fidedigno, praticando aquilo que ensinam. Que esta premissa esteja latente nos nossos corações.

Bibliografia

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda (Org.). Filosofia da educação. São Paulo: Editora Moderna,1989.

PAZMIÑO, Robert W. Temas fun damentais da educação cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2008.

RICHARDS, Lawrence O. Teologia da educação cristã. São Paulo: Vida Nova, 1983. n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22 VIDA EM FAMÍLIA REFLEXÃO

Vamos juntos evangelizar o Brasil?

A Campanha de Evangelização 2022 está sendo uma bênção! Como é bom ver tantas Igrejas empenhadas na missão de anunciar que “Só Jesus Cristo Salva”! Quando trabalhamos juntos, unimos forças, ideias, dons e talentos para impactar cada vez mais vidas e, por isso, nos alegramos ao ver gente de todas as idades saindo pelo país para compartilhar vida e es perança.

Para a glória de Deus, a Primeira Igreja Batista do Bairro Paraíso, em Queimados, no Rio de Janeiro, é uma das Igrejas que estão animadas e em penhadas com a evangelização do nosso país. Diversos irmãos e irmãs foram até uma das praças da cidade para anunciar a Verdade que liberta. Lá, oraram, cantaram e compartilharam a mensagem do Evangelho.

A Igreja Batista Monte Sião tem aproveitado a Campanha para impac tar a cidade de Nova Iguaçu, também no Rio de Janeiro. Jovens, adultos, ido sos e crianças saíram às ruas para orar e conversar com os que passavam, e anunciar a mensagem transformado ra da salvação em Cristo Jesus. Para isso, eles prepararam cartazes, enche ram balões e levaram também o violão. Foi um tempo muito precioso!

Os irmãos da Primeira Igreja Batista em Vila Velha, no Espírito Santo, tam bém se uniram para participar da Cam panha de Evangelização. Empenhados na Campanha “Só Jesus Cristo Salva”, além de ouvirem testemunhos missio nários nos cultos, também foram às ruas da cidade para abençoar muitas vidas. Estamos todos em missão! No site www.missoesnacionais.

tra

teúdo

7O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22
MISSÕES NACIONAIS
org.br/evangelizacao/ você encon
diversas ferramentas que vão te ensinar, por exemplo, a ter conversas evangelísticas. Aproveite todo o con
disponível e se prepare ainda mais para ser bênção no Brasil. Há muito trabalho pela frente. Então, par ticipe você também! Vamos avançar, anunciando que “Só Jesus Cristo Sal va”! n
IB Monte Sião
- RJ
PIB do Bairro Paraíso - RJ PIB em Vila Velha - ES

Convenção Batista do Estado de São Paulo instala

jornalista da Convenção Batista do Estado de São Paulo

A Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP) instalou em seu escritório no bairro de Perdizes, ca pital paulista, o “Painel dos Batistas”. Com 2×2 metros, o quadro foi criado e apresentado na celebração pelos 150 anos dos Batistas no Brasil. A tela traz as assinaturas do povo Batista e das respectivas Igrejas presentes na sole nidade, realizada em 10 de setembro de 2021, em Santa Bárbara d’Oeste. Memorial à unidade da denominação, a estrutura agora exposta na sede da CBESP receberá novas assinaturas. n

Batista de Governador Valadares

Primeira

celebra 89 anos de organização

A Primeira Igreja Batista de Gover nador Valadares - MG celebrou nos dias 03 e 44 de setembro, os 89 anos de organização. Foram realizadas três celebrações com participação do Coro e Orquestra da PIBGV, tendo como ora dor o pastor Hélio Schwartz Lima, ex -pastor da Igreja na década de 1980.

Como parte das programações, a Igreja realizou o “Dia A de Ação Social”, que abriu as dependências para a popu lação ser atendida. Foram oferecidos vários serviços, como aferimento de pressão, consulta médica, assessoria jurídica e contábil, corte de cabelo, ba zar, dentre outras. Cerca de 200 pes soas foram atendidas nessas oficinas.

A Convenção Batista Mineira (CBM) foi representada por seu presidente, pastor Sandro Ferreira, que entregou ao atual pastor titular da PIBGV, pas tor Hélio Alves de Oliveira, uma placa comemorativa. Várias outras lideran ças denominacionais locais também estiveram presentes.

A PIBGV foi organizada no dia 06 de setembro de 1933, quando Valada res era conhecida como Figueira do Rio Doce. Dentre os 2.103 moradores da época, havia um pequeno grupo de crentes que percorria cerca de quinze quilômetros por semana, atravessando o Rio Doce em canoas, para participar

dos cultos. Esse pequeno rebando deu origem à PIBGV, que foi responsável por organizar a primeira Igreja Batista no Vale do Aço (Primeira Igreja Batista de Coronel Fabriciano) e a primeira no Vale do Mucuri (Primeira Igreja Batista em Teófilo Otoni).

Nesse período, a Igreja já foi lide

rada por 19 pastores (entre titulares e interinos). Cada um desses pastores contribuiu e fez grande diferença para a Igreja. Foram organizadas 14 Igre jas de forma direta e muitas outras de maneira indireta por meio de parcerias missionárias.

A Igreja, agora, já se prepara para as

comemorações dos 90 anos, que con tará com nove celebrações de janeiro a setembro de 2023. O tema para as comemorações dos 90 anos é: “Reco meçar”, indicando o desejo dessa co munidade de, revisitando seu passado, olhar para frente e rumar em direção aos

de

n

8 O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22
Hélio Alves pastor da Primeira Igreja Batista de Governador Valadares - MG
novos planos
Deus.
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
“Painel dos Batistas” na sua sede Estrutura homenageia os 150 anos da denominação no Brasil.
Igreja
- MG
Ação social marcou parte das programações; Igreja já se prepara para os 90 anos. Painel utilizado durante o culto celebrativo de 150 anos dos Batistas
no
Brasil Celebração e ação social durante comemoração de 89 anos da Igreja Coro e Orquestra da A Primeira Igreja Batista de Governador Valadares - MG participaram da celebração

Comunicação da Associação Batista Nordestina

No dia 17 de setembro, foi realiza da a Inspirativa da Associação Batista Nordestina (Asbane), na Igreja Batista Monte Horebe, em Serrinha - BA. Foram 14 Igrejas e duas missões representa das, totalizando mais de 260 irmãos.

As organizações da Asbane reuni ram-se para tratar das suas demandas, buscando melhorar sua atuação no trabalho missionário nas Igrejas, assim como na Associação. Estiveram reuni das Sociedade de Homens, Juventude Batista Nordestina, Mulheres Cristãs em Missão e a subseção da Ordem de Pastores Batistas.

O culto foi dirigido pelo pastor Luci van Pereira, presidente da Associação. Após as boas-vindas feita pelo pastor Tércio Ramos, pastor da Igreja anfitriã, o pastor Márcio Silva realizou oração de louvor e adoração.

O ministério de louvor local mi nistrou duas canções lindíssimas. O pastor Joandson fez a apresentação

das Igrejas presentes. O pastor David Pina, gerente de Expansão Missionária da Convenção Batista Baiana (CBBA), coordenou a oficina coletiva.

Pastor David dividiu os presentes em cinco grandes grupos para pensar sobre: Paixão por Deus (Salmos 63.3), Paixão por resultados (Atos 20.24), Paixão por suprir necessidades (Nee mias 2.4-5), Paixão por compromisso (II Coríntios 11.23-28) e Paixão por cuidar de pessoas (Atos 20.28-30). “A paixão que devemos ter sobre todas

as coisas deve ser a paixão por Jesus”, disse ele.

À noite, após algumas informações, pastor Lucivan convidou pastor Agenor para fazer uma oração. Dando segui mento ao culto inspirativo, foi lido de forma uníssona o tema e a divisa do evento, seguido da música oficial que foi interpretada pela irmã Amanda, da Igreja Batista Sião, de Retirolândia - BA.

Logo em seguida, a irmã Anedy Belisário, da Primeira Igreja Batista em Santaluz - BA, exaltou ao Senhor

através da mensagem de uma poesia autoral. A inspirativa contou também com a participação do pastor Genilson Souto, secretário geral da CBBA, que deu uma palavra de incentivo às Igrejas da Associação através de vídeo.

Um dos pontos altos do culto foi a homenagem prestada pela associação ao pastor Sandrino Igor, que por quase 18 anos serviu a Asbane como secre tário executivo. O texto da mensagem do pastor Silvio Rodrigues baseou-se em Atos 10.1-45. n

jornalista

Após um período de pelo menos quatro anos sem ter um evento para o público juvenil, um grupo de jovens da Segunda Igreja Batista no Tabulei ro - AL, que passa por um processo de reestruturação, resolveu encarar o desafio de organizar, em tempo re corde, o Congresso da Juventude. Ele aconteceu nos dias 27 e 28 de agosto e superou as expectativas dos organi zadores em número de participantes e envolvimento de toda a Igreja.

De acordo com Lydia Feitosa, in tegrante da comissão organizadora, o tema “Ecoar’” foi escolhido a partir de uma pesquisa de opinião com o público mais jovem sobre suas expec tativas e necessidades na área espiri tual. Ele foi explanado pelos pastores Tércio Ribeiro, da Primeira Igreja Ba tista de Maceió - AL, e Alex Balbino, da Igreja Batista Koinonia. Além dos cultos, também aconteceram oficinas temáticas.

o pastor Anderson Nunes, o evento serviu para fortalecer a

9O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22
Joseane Santos Oliveira
Para
fé dos irmãos e incentivar a juventude e servir a Deus com mais entusias mo e força. “A juventude é a Igreja do presente e não do futuro. Dela depen de o dinamismo e a força da Igreja”, disse.  n NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA Associação Batista Nordestina, na Bahia, se reúne para falar de Missões e denominação Mais de 200 pessoas participaram do encontro. Segunda Igreja Batista no Tabuleiro - AL realiza Congresso de Juventude Igreja não tinha eventos para o público jovem há alguns anos. Associação e suas organizações querem melhorar suas respectivas atuações Palavra e louvor marcaram a programação do Congresso de Juventude Juventude e Igreja se mobilizaram para a realização do evento

A mão de Deus está agindo podero samente na vida de 89 pastores e líde res de Igrejas e Congregações Batistas de Alagoas e Pernambuco reunidos em Paripueira - AL. Eles participaram da Academia de Estudos sobre Princípios Batistas, de 19 a 23 de setembro, ge radores de muitos frutos para a glória do Senhor Jesus.

“Os estudos foram momentos de refrigério! Vemos a mão poderosa de Deus na vida dos pastores e dos pre letores que trouxeram as mensagens nas plenárias e oficinas; foram mo mentos edificantes”, considerou o pas tor Djalma Inoue, gerente-executivo da Convenção Batista Alagoana (CBAL), promotora do evento.

Os 89 pastores e líderes (79 de Ala goas e 10 de Pernambuco), na avalia ção do executivo da CBAL, estavam todos radiantes. “Só tenho ouvido palavras de carinho, falando da paz que eles estão tendo no coração; da alegria de participarem dessas ativi dades transformadoras e impactantes em suas vidas”, disse o pastor Djalma.

O executivo informou ainda que o tema do evento deste ano – ‘De volta aos Princípios Batistas’ – foi reconhe cido por todos pela importância de se voltar ao uso do Cantor Cristão, à unidade da cooperação e do envio de

Pastores

missionários para o campo. “Tudo isso foi um momento muito lindo na nossa academia”, ponderou.

Outro destaque do executivo da CBAL foi a presença de dois pales trantes norte-americanos, o pastor Rob White e o missionário Everett Kendall.

“Esses irmãos também foram impac tados e já disseram que querem estar participando conosco no próximo ano. “Eu creio que seja uma parceria muito edificante”, concluiu.

O pastor Lon Davisson, um dos palestrantes do evento, disse que a Academia se mostra como uma fer ramenta essencial para uma melhor preparação de pastores e líderes para o exercício efetivo e eficiente do ministé rio das Igrejas no tocante aos aspectos espirituais e organizacionais. “Igreja que conta com lideranças bem treina das e equipadas, estão melhor prote

gidas para servir aos seus membros e a toda comunidade ao seu entorno”, enfatizou.

Missionário define o evento como semana repleta de emoções

O missionário Everett Kendall de finiu a Academia de Estudos como “uma semana repleta de emoções, com muita energia entre pastores e líderes participantes. Todos ansiosos por aprender mais de Deus e querendo ficar cada vez mais fortes, mais cheios de informações para voltar às suas Igrejas e serem servos melhores”.

“Posso perceber em cada partici pante a satisfação com a qual eles es tão aqui aprendendo lições grandiosas para levar de volta às suas Igrejas, a bem do Evangelho e da verdade”, re forçou o pastor Rob White, outro pales

trante que veio de Carolina do Sul, nos EUA, falar sobre ‘Princípios Batistas’ na Academia de Estudos.

Os norte-americanos pertencem a First Baptist of Simpsomville (Igreja Batista de Simpsomville). O pastor Rob é coordenador de Missões e Everett líder do grupo missionária Freeland Brasil. Há mais de 30 anos, ele vem anualmente a Alagoas ajudar na cons trução de templos, em parceria com a Convenção Batista Alagoana.

A Academia de Estudos começou com palestra dos pastores Lon Davis son Rob White. Eles substituíram o pas tor Irland Pereira de Azevedo, que não pode particpar por motivo de doença. Os outros convidados, para falar em ple nárias e nas oficinas foram os pastores Daniel Ventura (RJ), Farley Filho (AL), o psicólogo Joaquim Braga e a contadora Deliene Keyla Cavalcante Santos. n

coordenadora da Área de Comunicação da Convenção Batista de Pernambuco

O Conselho Geral da Convenção Ba tista de Pernambuco (CBPE) se reuniu no sábado 24 de setembro, das 8h30 às 16h30, no auditório Dayse Correia, na sede da Secretaria. Estiveram pre sentes mais de 40 conselheiros e toda a Diretoria eleita na última Assembleia da Convenção. Tradicionalmente, o Conselho se reunia às sextas-feiras, dificultando a participação dos mem bros que trabalham durante a sema na. A fim de contemplar a maioria dos conselheiros, a nova Diretoria firmou o compromisso de alternar os dias de reunião entre sexta-feira e sábado.

Foi apresentada na ocasião a propos ta da Campanha de Missões Estaduais

2023. Seguindo o tema da Campanha de 2022, os Batistas pernambucanos irão comemorar os 50 anos de reunificação das convenções estaduais trabalhando mais um ano com o tema da reconci liação. Destacamos ainda o calendário da Juventude Batista de Pernambuco

(JUBAPE), que visa contemplar as ativi dades denominacionais, dando apoio à CBPE e CBB, além de seguir no passo das gestões anteriores, intensificando a inte gração da juventude do sertão ao litoral.

O diácono Lyncoln Araújo reforçou a agenda de ações visando a Assem

bleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), que será realizada em RecifePE no próximo ano. O ginásio Geraldão já está garantido para receber os Batis tas de todo o Brasil e as organizações estão articuladas na organização de

n

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Paula Sales
suas Assembleias.
são convocados para reiniciar caminhada Proposta da CBAL para voltar aos Princípios Batistas impacta 89 pastores e líderes em academia de estudos. Reunião do Conselho Geral da CBPE é marcada por deliberações e momentos devocionais Juventude, CBB23 e Missões foram os destaques. Palestrantes, pastores e líderes em frente ao local da em que o evento foi realizado, no Acampamento Batista Pastor Boyd O’Neal, em Paripueira - AL Mais de 40 conselheiros e toda a Diretoria participaram da reunião

Graça e Perseverança

“Antes como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito” (Rm 15.21).

Viver em um contexto transcultu ral traz consigo inúmeros desafios e peculiaridades e somando-se a isso a missão de transmitir a mensagem da Graça em um ambiente com restrições e proibições, os desafios e peculiari dades são elevados, a ponto de ser difícil de explicar, mas que precisa ser entendido e colocado diante dEle em intercessão para que nossas convic ções e forças não sejam minadas.

Uma das peculiaridades por aqui é que todos os meios de comunicação são monitorados. Não importa se é um aplicativo de celular ou a internet da sua casa, tudo está sujeito a filtros, análises e atenção por parte das auto ridades. Isso significa que não passa mos mensagem de qualquer jeito. Não podemos usar a linguagem da Palavra de forma livre em nossas mensagens e temos que tomar cuidados extras com informações muito detalhadas.

Há alguns meses recebemos uma mensagem de uma amiga com a qual não falávamos há algum tempo. Ela, que chamaremos de Anna, nos per guntou como uma pessoa fazia para se tornar seguidora do Filho. A prin cípio, uma mensagem maravilhosa, não? Sim, mas em nosso contexto precisamos responder a esse tipo de

mensagem com muito cuidado.

A primeira coisa que precisávamos saber era se era mesmo a nossa ami ga, a segunda era como responder de maneira sábia e cuidadosa, pois aquela mensagem seria monitorada. Graças ao Pai, realmente era a nossa amiga Anna e estava perguntando porque já havíamos compartilhado com ela pes soalmente da nossa convicção Nele. E também porque Anna tinha uma amiga que havia decidido conhecer mais do Filho e queria saber como fazer isso. No fim das contas a mensagem teve até um conteúdo cômico, pois ela perguntou se precisava fazer algum teste antes de se tornar seguidora do Filho ou se precisava pagar para ir aos encontros, obviamente respondemos que não e indicamos um grupo local que conhecemos para que ela pudesse visitar.

Imagine se você recebesse esse tipo de mensagem? Que alegria, não?

Você provavelmente se ofereceria para ajudar a pessoa, a levaria para as re uniões e tudo o mais, e era isso exa tamente o que queríamos fazer, mas nosso contexto especial exige sabe doria e confiança na providência de Deus para aqueles que Ele tem tocado.

Nossas respostas e ajuda tiveram que ser calculadas e pensadas antes de concretizadas e assim temos fei to desde que chegamos aqui. E nos últimos meses, esse cuidado tem se intensificado.

No entanto, é motivo de extrema gratidão perceber que, mesmo em meio a tanta restrição, o Pai segue abrindo portas surpresas. Ele segue nos lembrando que o trabalho é dEle

e que nossa tarefa segue sendo o de estar atentos à sua voz e seguir em fidelidade. Um outro exemplo é o pro cesso de receber novos membros em nossa igreja nas casas. Temos um gru po de aproximadamente 30 pessoas que se reúnem dominicalmente em dois locais diferentes, pois 30 pessoas chamariam bastante atenção. Mesmo não tendo a liberdade de anunciar e trazer novas pessoas para esse grupo, o Pai tem nos dado o privilégio de ver esse grupo aumentar e mais pessoas têm sido cuidadas, ensinadas e aben çoadas em nossa comunidade.

Entretanto, dadas as restrições, não podemos receber visitantes, desconhe cidos ou mesmo amigos em nosso grupo sem antes ter um cuidado extra e conversar com eles. Todos os mem bros do nosso grupo sabem que pre cisamos evitar mencionar nossas ati vidades em redes sociais, mensagens de texto e até mesmo evitar comentar com amigos e parentes que fazemos parte desse grupo, isso Não significa deixar de afirmar em quem cremos e quem somos nela para nossos ami gos, a única coisa que fazemos é não mencionar o grupo e nossas reuniões, porque se não tomarmos cuidados extras e a notícia de que temos um grupo como esse chegar a ouvidos errados, com certeza teremos proble mas e nossos amigos locais sofrerão consequências sérias.

Assim, antes de recebermos uma nova pessoa precisamos conversar, conhecer, saber quem ela é e além dis so o novo potencial membro precisa ser indicado por outra pessoa que já pertença ao grupo. Novamente pedi

mos que você imagine que fosse na sua comunidade, se alguém que já conhece o Mestre se achegasse pe dindo para fazer parte, o que acontece ria? Certamente haveria um processo para que isso acontecesse, mas seria algo natural e simples, certo? Esse é o nosso desejo, mas nossa realidade é outra. Não nos alegra colocar tantos “empecilhos” ao processo, mas no pas sado vimos muitos ignorar a sabedoria e o nosso contexto e deixar esses cui dados extras de lado, a consequência foi que seus grupos foram obrigados a se desfazer, outros foram expulsos do país por terem sido identificados como líderes de grupos, alguns irmãos locais são obrigados a pagar altas multas e outros constantemente recebem co municados dos oficiais pois tiveram problemas no passado.

Não se engane, estamos prontos para passar por tudo isso e sabemos que sofrer pelo nome dEle é privilégio, mas seguir a sabedoria da Palavra e agir com responsabilidade também faz parte da jornada, e jornada não requer velocidade, mas consistência, perseverança e confiança de que Ele vai seguir à frente.

Lembre-se de nós e de todos esses detalhes especiais que são parte de nosso dia a dia, nos ajude a perseverar por meio da sua intercessão, mas lem bre-se disso tudo com alegria e grati dão no coração, pois temos aprendido a conviver com esses detalhes extras com o coração grato pelo privilégio de seguir por aqui testemunhando do agir Dele. Juntos vamos seguindo, nós daqui, você daí e o Pai por nós, em nós e sobre nós! n

11O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22MISSÕES MUNDIAIS
Bel Oliveira missionária de Missões Mundiais no Leste da Ásia

John Mein e o Colégio Batista Alagoano

Conheça a trajetória do missionário e do

Batista.

Extraído do site Memória dos Batistas

Fonte: História de Alagoas

O missionário norte-americano John Mein chegou ao Brasil em 1915. Veio com sua esposa Elizabeth Mein e dois filhos: John Gordon Mein, diplo mata assassinado na Guatemala em 1968, durante uma tentativa de seques tro, e David Mein. Se instalou no Rio de Janeiro e em 1917 era o diretor do Colégio Batista Fluminense. Seu nome é também citado pelo Almanak Laem mert como diretor do jornal mensário O Escudeiro Batista, da Missão Batista de Campos, Rio de Janeiro. Esse jornal foi fundado em 1908.

Designado como agente da Casa Publicadora Batista da Convenção Batista Brasileira, chegou a MaceióAL no dia 26 de agosto de 1920, para permanecer até o início dos anos 30, quando foi morar em Recife - PE.

Na capital alagoana nasceram Margareth Mein Costa, que chegou a ser diretora da Escola de Enferma gem de Recife - PE, e Roberto Mein, que ingressou na Medicina. Guilherme Mein, que nasceu em Campinas - SP, foi professor.

Com a experiência adquirida na di reção do Colégio Batista Fluminense e repetindo a iniciativa da Igreja em Re cife - PE, John Mein propõe, em 1920, a criação de um Colégio Americano Batista em Maceió - AL. Fazia parte da política da Igreja para enfrentar a discriminação sofrida por muitos estudantes não católicos em outras instituições.

O embrião do que viria a ser o Co légio Batista Alagoano começou a funcionar em abril de 1921 e ocupou improvisadamente a residência do mis sionário John Mein, provavelmente na Rua Tibúrcio Valeriano, Centro de Ma ceió, atual Rua (Beco) São José, onde também funcionava a Primeira Igreja Batista. Era dirigida por uma junta de

Educação.

Com a aprovação da Convenção Batista, o Colégio Batista Alagoano passou a existir oficialmente a partir de 1922 e a novidade não agradou à Igreja Católica. O arcebispo D. Manoel Antônio de Oliveira Lopes chegou a recomendar aos diocesanos que não matriculassem seus filhos em colégio ou escolas protestantes. Os que assim procedessem seriam considerados como traidores da fé.

Em 1923, a Igreja Batista concluiu o seu novo templo no Parque Rio Branco, na Levada, e, ao mesmo tempo, alugou por 250 mil réis mensais um casarão no Farol para receber o Colégio. O pré dio pertencia ao Cônsul alemão Hans Seeger, cujo nome mal pronunciado estava associado à rua onde se situa va, o Zeiga, nº 7, atual Av. Aristeu de Andrade.

Esse prédio foi posteriormente ad quirido graças as doações dos irmãos White de Cadiz, Kentucky, EUA. Como agradecimento foi acrescentado “Whi te Memorial” ao nome do Colégio.

No novo prédio, as aulas tiveram início no dia 04 de fevereiro de 1923, ainda em regime de externato por falta de estrutura. Pouco tempo depois fo ram criados os internatos masculino e feminino e as turmas passaram a ser mistas, um avanço para a época.

Inicialmente, o CBA oferecia apenas os cursos primário e médio. Somente em 20 de janeiro de 1946 recebeu au torização oficial para funcionar como colégio, com os cursos clássico e cien tífico. A autorização foi concedida pelo Decreto nº 17.304, de 05 de dezembro de 1944.

John Mein, em homenagem ao pe ríodo que passou em Maceió - AL, lan çou em 1931 o livro “A Causa Batista em Alagoas”.

Transferido para Recife - PE, em 1931 assumiu a direção do Colégio Americano Batista e, em 1942, a di reção do Seminário Batista do Norte

do Brasil. O Seminário foi fundado em 1902 pelos missionários Salomão Ginsburg e Jaff Hamilton. Foi deste seminário que nasceu o Colégio Ame ricano Batista.

John Mein faleceu no dia 29 de julho de 1962, em sua residência na Av. Ingleside, nº 1269, Jacksonville, Flórida, EUA.

Uma rua no bairro do Pinheiro, em Maceió - AL, recebeu seu nome e uma das principais construções do Colégio Batista Alagoano também homena geou o fundador.

O prédio Jonh Mein foi inaugurado em 13 de maio de 1964, com a pre sença de dois dos seus filhos: John Gordon Mein e David Mein. O evento também teve a participação do repre sentante da Missão, Barry Mitchell. O diretor do Colégio era o professor Je thro Ferreira.

John Gordon Mein nesta data era encarregado de Negócios da Embai xada Americana no Brasil, dirigida por Lincoln Gordon. Quatro anos depois foi assassinado na Guatemala.

Sucesso e ocaso

Quando expandiu suas instalações, com as construções de novas depen dências em 1924, o Colégio começou a funcionar como internato de meninos, principalmente atendendo a filhos de Batistas que vinham do interior do es tado com a perspectiva de continuar os estudos no Seminário Batista do Norte do Brasil, em Recife - PE.

No ano seguinte, já funcionava tam bém com o internato feminino, o que lhe deu projeção na sociedade local. Era o primeiro a oferecer essa modalidade de ensino. Também foi pioneiro como escola religiosa mista em Alagoas.

Suas amplas instalações e localiza ção eram divulgadas como atrativos, como revela um anúncio de 1937: “O Colégio está situado em um dos mais aprazíveis bairros da cidade, seus pré

dios são bem arejados, espaçosos e tem largo espaço para recreio”.

Nos anos 30, com a intervenção da Prefeitura de Maceió - AL para o reordenamento das numerações dos prédios da capital, o endereço do CBA passou a ser Av. Aristeu de Andrade nº 376.

Os estudantes do CBA se organi zavam em torno do Grêmio Estudantil Floriano Peixoto, que promoveu vários eventos culturais e ajudou a formar muitas lideranças da sociedade ala goana.

No final do século XX, depois de muitos anos de atividades vitoriosas, o CBA começou a sofrer com a crise que terminou por atingir muitas instituições de ensino do país.

Vários investimentos foram reali zados para manter seus alunos, que migravam cada vez mais para colé gios mais próximos dos seus locais de moradia ou para instituições con correntes.

Uma das iniciativas para manter viva a tradição do Colégio Batista foi a criação, em 25 de julho de 1998, do IBESA - Instituto Batista de Ensino Su perior de Alagoas, com a finalidade de oferecer ensino superior no período noturno. Uma modalidade de ensino que crescia em Maceió naqueles anos.

Mesmo com o esforço da Conven ção Batista Alagoana (CBAL) e dos administradores daquela instituição educacional, a crescente inadimplên cia e as enormes dívidas levaram o histórico colégio a declarar falência em 2011.

Naquele último ano de funciona mento, o Colégio Batista atendia a aproximadamente 550 alunos do en sino infantil ao ensino médio.

O prédio e o terreno foram vendi dos à Construtora Record. A demolição teve início na terça-feira, 08 de janei ro de 2013. No local foram erguidas quatro torres de apartamentos resi denciais. n

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
colégio
Colégio Batista Alagoano
fez a diferença na vida de muitos alunos ao
longo dos anos

As Igrejas Batistas e a cooperação

Saiba

estudante de Teologia no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, redator da revista O Embaixador e coordenador dos projetos Memória ER e Memória dos Batistas

Nos estudos sobre a tradição Ba tista, encontramos documentos im portantes sobre a nossa denominação. Entre eles está o Pacto das Igrejas Ba tistas, que trata de aspectos de coope ração dos crentes na Igreja local e a cooperação entre as Igrejas Batistas.

Por isso, é importante a defesa dessa postura de pacto e cooperação através da Convenção Batista Brasileira, enten dendo não só como algo da tradição Ba tista no mundo e no Brasil, mas também por ser uma estratégia consagrada para potencializar o avanço do Reino.

Como as Igrejas Batistas trabalham em conjunto?

Os Batistas creem que a Igreja lo cal deve ser livre para fazer aquilo que considera o melhor sob a orientação do Espírito Santo, com o propósito de cumprir a comissão de Cristo. Culti vando a cooperação dos crentes e desenvolvendo programas além de suas possibilidades locais, a Igreja é livre para associar-se com outras de objetivos semelhantes.

Os Batistas se reúnem, portanto, em associações, conferências, conven ções e uniões nacionais, culminando na Aliança Batista Mundial. Mas a Igre ja local permanece soberana.

A Convenção Batista Brasileira é um fator de convergência e de união. As Igrejas se filiam à convenção vo luntariamente, aceitam sua declara ção doutrinária, seu programa coope rativo e se comprometem a apoiar e trabalhar pela expansão do Reino de Deus no Brasil e no mundo. Unidas em torno da Palavra de Deus, a Bíblia Sa grada, e da pregação do Evangelho, as mais de sete mil Igrejas cooperantes ampliam seu raio de ação, inclusive pela organização de Igrejas a cada ano e pela evangelização de milhares de pessoas que se convertem e são batizadas.

A Convenção tem encontrado na cooperação dos pastores e leigos - ho mens e mulheres - e na submissão ao Espírito Santo a sabedoria necessária para organizar seus planos e aceitar os desafios da comunicação do Evangelho.

Seguimos então com o pacto das Igrejas Batistas, que é um pacto para o pleno exercício de cooperação na igreja local:

O pacto das Igrejas Batistas

Tendo sido levados pelo Espírito Santo a aceitar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador e batiza

dos, sob profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, decidi mo-nos, unânimes, como um corpo em Cristo, firmar, solene e alegremente, na presença de Deus e desta congrega ção, o seguinte Pacto:

Comprometemo-nos a, auxiliados pelo Espírito Santo, andar sempre uni dos no amor cristão; trabalhar para que esta Igreja cresça no conheci mento da Palavra, na santidade, no conforto mútuo e na espiritualidade; manter os seus cultos, suas doutri nas, suas ordenanças e sua disciplina; contribuir liberalmente para o sustento do ministério, para as despesas da Igreja, para o auxílio dos pobres e para a propaganda do Evangelho em todas as nações.

Comprometemo-nos, também, a manter uma devoção particular; a evitar e condenar todos os vícios; a educar religiosamente nossos filhos; a procurar a salvação de todo o mun do, a começar dos nossos parentes, amigos e conhecidos; a ser corretos em nossas transações, fiéis em nos sos compromissos, exemplares em nossa conduta e ser diligentes nos trabalhos seculares; evitar a detração, a difamação e a ira, sempre e em tudo visando à expansão do Reino do nosso Salvador.

Além disso, comprometemo-nos a ter cuidado uns dos outros; a lembrar mo-nos uns dos outros nas orações; ajudar mutuamente nas enfermida des e necessidades; cultivar relações francas e a delicadeza no trato; estar prontos a perdoar as ofensas, buscan do, quando possível, a paz com todos os homens.

Finalmente, nos comprometemos a, quando sairmos desta localidade para outra, nos unirmos a uma outra Igreja da mesma fé e ordem, em que possa

mos observar os princípios da Palavra de Deus e o espírito deste Pacto.

O que diz a declaração doutrinária da CBB sobre a Igreja?

Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé. É nesse sentido que a palavra “igreja” é empregada no maior número de vezes nos livros do Novo Testamento. Tais congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas com finalidade de prestarem culto a Deus, observarem as ordenan ças de Jesus, meditarem nos ensina mentos da Bíblia para a edificação mútua e para a propagação do evange lho. As Igrejas neotestamentárias são autônomas, têm governo democrático, praticam a disciplina e se regem em todas as questões espirituais e doutri nárias exclusivamente pelas palavras de Deus, sob a orientação do Espírito Santo.

Há nas Igrejas, segundo as Escri turas, duas espécies de oficiais: pas tores e diáconos. As Igrejas devem relacionar-se com as demais Igrejas da mesma fé e ordem e cooperar, vo luntariamente, nas atividades do Reino de Deus. O relacionamento com outras entidades, quer seja de natureza ecle siástica ou outra, não deve envolver a violação da consciência ou o com prometimento da lealdade a Cristo e sua palavra.

Há também no Novo Testamento um outro sentido da palavra “igreja”, em que ela aparece como a reunião universal dos remidos de todos os tempos, estabelecida por Jesus Cristo e sobre ele edificada, constituindo-se no corpo espiritual do Senhor, do qual ele mesmo é a cabeça. Sua unidade é de natureza espiritual e se expressa

pelo amor fraternal, pela harmonia e cooperação voluntária na realização dos propósitos comuns do reino de Deus.

Versículos Base: Mateus 18.17; Atos 5.11; 20.17-28; I Coríntios 4.17; Atos 2.41,42; Mateus 18.15-17; Atos 20.17,28; Tito 1.5-9; I Timóteo 3.1-13; Mateus 16.18; Colossenses 1.18; He breus 12.22-24; Efésios 1.22,23.

A responsabilidade das Igrejas Batistas com a evangelização e missões

A missão primordial do povo de Deus é a evangelização do mundo, visando à reconciliação do homem com Deus. É dever de todo discípulo de Jesus Cristo e de todas as igrejas proclamar, pelo exemplo e pelas pala vras, a realidade do Evangelho, procu rando fazer novos discípulos de Jesus Cristo em todas as nações, cabendo às igrejas batizá-los a observar todas as coisas que Jesus ordenou.

A responsabilidade da evangeliza ção estende-se até aos confins da terra e por isso as Igrejas devem promover a obra de missões, rogando sempre ao Senhor que envie obreiros para a sua seara.

Versículos Base: Mateus 28.19,20; João 17.30; Atos 1.8; 13.2,3; Mateus 28.18-20; Lucas 24.46-49; João 17.20; Mateus 28.19; Atos 1.8; Romanos 10.13-15.

É importante que como Batistas possamos defender que nossa da iden tidade denominacional seja mantida na Igreja local, promovendo coopera ção na Igreja local, e propagando essa cooperação entre as Igrejas Batistas através das Associações, Convenções regionais e com a Convenção Batista Brasileira. Seja você parte disso! n

13O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
como os Batistas brasileiros pensam sobre este tema. Ao longo da história dos Batistas brasileiros, a cooperação fez a diferença para o avanço da denominação

Cinco maneiras de impedir que as crianças cheguem a Deus

Luciene Costa Santos Freitas educadora cristã, missionária da Convenção Batista Baiana, pedagoga e escritora

“Alguns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam. Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: “Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”. Em se guida, tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou” (Mc 10.13-16).

O texto acima mostra algumas si tuações interessantes. Observe: “Al guns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas”. Provavelmente, os pais que começavam a crer em Cris to, queriam que seus filhos também O conhecessem, crescem e fossem abençoados, mas os discípulos os re preendiam e tentaram impedi-los.

Existem várias maneiras de impe dir que as crianças cheguem a Deus. Citaremos apenas cinco, divididos em dois grupos: Família e Igreja.

Família/Pais

1. Terceirizar a Educação Cristã Muitas famílias terceirizam a edu cação cristã de seus filhos, pois acre ditam que isso é responsabilidade da Igreja, por isso, não sentem necessi dade de investir no ensino da Palavra em casa, basta levar os filhos para a Igreja aos domingos e durante duas horas (em média), eles receberão su primento bíblico necessário, para re sistirem longe do Senhor, até o outro domingo.

2. Negligenciar a vida devocional Devido ao corre-corre do dia a dia, a vida devocional e o relacionamento com Deus são negligenciados em mui tas famílias, gerando uma “desnutrição espiritual”. A criança passa ter uma referência distorcida de como deve se relacionar com Deus, passando a ter um contato superficial, frio e distante.

Igreja

3. Subestimar o valor das crianças

“..., mas os discípulos os repreen dia”. Na cultura daquela época, as crianças tinham pouco valor. É bem provável que eles agiram assim in fluenciados por uma bagagem cultu ral que os levava a não considerar as crianças importantes o suficiente para serem abençoadas. Eles andavam com Jesus, mas ainda tinham uma visão distorcida do Reino de Deus em rela ção as crianças. Não entendiam que elas também precisavam ser salvas.

4. Considerar as crianças como a Igreja do futuro

O foco está nos adultos. Todos os cultos e a maioria das programações é destinada a esse público. Alguns dizem que as crianças são o futuro da Igreja. Por isso, não é necessário investir MUI TO nelas hoje. Deixam para fazer esse investimento no futuro, quando prova velmente elas serão adultas, tendo con dições de contribuir com seus talentos, dons e financeiramente. Contudo, isso pode ser perigoso, pois devido à falta de investimento algumas crianças não chegarão à fase adulta na Igreja.

5. Distância entre discurso e prá tica

Outros dizem, que as crianças são a prioridade da Igreja, mas em alguns casos, a prática não condiz com o dis

curso. Basta olhar rapidamente para três áreas que é possível identificar falhas no discurso de prioridade:

• Orçamento

Em algumas Igrejas, o trabalho com as crianças, Departamento, Ministério Infantil não faz parte do orçamento. Outras, mais visionárias, destinam uma fatia minúscula do orçamento. Mas todas têm uma justificativa (desculpa) para o pouco investimento financeiro, tais como: construção, queda nas en tradas etc.

• Espaço físico inadequado

O Brasil é um país gigantesco. Tem Igrejas de todos os tamanhos e situações econômicas. Contudo, isso apenas explica o fato de algumas não terem sequer uma sala para o desenvolvimento de atividades com as crianças. Nesse contexto, elas não são bem-vindas no templo, pois atrapalham o culto dos adultos, por isso ficam do lado de fora correndo e gritando.

Em outros casos há apenas uma sala que mais parece um depósito, com pouca ventilação, iluminação e vá rias crianças, de todas as idades, jun tas. Existem Igrejas maiores que têm várias salas, mas isso não significa que são adequadas para o desenvol vimento de atividades com crianças.

Nem sempre a decoração e o mo biliário são apropriados para as faixas etárias.

• Equipe de professores

Muitas Igrejas têm dificuldades de formar sua equipe de professores voluntários do Ministério Infantil, por isso aceitam qualquer um que tenha coragem de participar desse minis tério, leigos, novos convertidos e até pessoas despreparadas.

Em Deuteronômio 6. 3-9 Deus dá duas ordens ao povo: Que eles amem, vivam e sirvam ao Senhor integralmen te. E ensinem, isso aos seus filhos de maneira formal e informal, em todo o tempo, como um estilo de vida. Ou seja, Deus deixa bem claro que o papel da Educação Cristã é da família. Mas cabe à Igreja instrumentalizar, capa citar e orientar os pais para o mesmo como uma rede de apoio. Além de tra balhar intensamente com o propósito de evangelizar as crianças da comuni dade na qual está inserida.

A atitude dos discípulos deixou Je sus indignado, a ponto de repreendê -los. Ele deixou claro que as crianças têm grande valor e importância, a pon to de elas servirem de exemplo para os adultos na questão da fé e confiança divina. Ele abraçou carinhosamente cada criança e as abençoou, priorizou, valorizou e encontrou tempo para aten dê-las.

Os discípulos, cheios de boa inten ção, tentaram impedir as crianças de chegarem a Cristo. Hoje, 21 séculos depois, ainda existem muitos que tam bém têm fechado as portas da Igreja e dificultado o acesso das crianças a Jesus.

A necessidade de mudança é ur gente, se ainda houver interesse em al cançar essa geração. As crianças não param de crescer, por isso não podem esperar a mudança de mentalidade dos adultos. Elas estão crescendo!

É imprescindível plantar HOJE, a se mente do evangelho NESTA GERAÇÃO, e regá-la com o discipulado ao longo dos anos, para daqui a 10, 20, 30 anos termos uma Igreja cheia de cristãos maduros e comprometidos com Deus. A atitude da Igreja HOJE, com esta ge ração, determinará o futuro da Igreja e das próximas gerações. n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22 PONTO DE VISTA

Inclusão: opção ou dever?

pode fazer com que todos tenham a oportunidade de conhecer e aprender sobre Jesus.

Pensar e agir em Educação Cristã inclusiva é urgente. No Brasil temos cerca de 17 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência segundo o PNS (Programa Nacional de Saúde 2019).

Atualmente, as Igrejas vivem o desafio de incluir crianças com defi ciência nos grupos com assertividade, equidade e amor. É necessário fazer com que todas as crianças se sintam parte da comunidade. São três pilares essenciais para um projeto de inclu são:

Acolher: Entender as necessidades de cada pessoa para que possam sen tir-se à vontade em permanecer;

Ensinar: Ensinar com equidade, adaptar, reforçar para que o ensino seja aplicado e compreendido;

Pertencer: Conquistar a confiança e o amor tanto dos pais quanto das crianças, para que elas sintam o desejo de voltar e tornar-se parte da comu nidade.

Quando Jesus diz em João 3.16 “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”, Jesus diz todo; então podemos afirmar que a Igreja é uma ferramenta pela qual Deus

Algumas iniciativas são importan tes para iniciar um projeto sólido de inclusão em nossas Igrejas, a começar pelas crianças. Nosso compromisso é fazer com que as crianças tenham participação plena e efetiva nas ativi dades da Igreja.

Nove atitudes práticas para iniciar um projeto de inclusão

1º - Criar um grupo dedicado : a implantação de um projeto de inclu são deve ser planejada por um grupo focado nos processos e responsável em dar os primeiros passos. É inte ressante esse grupo ser composto por algum integrante de uma família com experiência diária com criança com algum tipo de deficiência e se possível algum profissional da área. A expe riência dessas pessoas pode tornar o projeto mais assertivo.

2º - Elaborar um questionário: de senvolver uma pesquisa que tenha como objetivo conhecer o público da Igreja, suas necessidades, ter dados para contato das famílias e informa ções específicas de cada criança. Dispare essa pesquisa na Igreja. Ex plore as redes sociais, canais oficiais da Igreja e caso seja necessário te nha a pesquisa impressa para que

o maior número de pessoas tenha acesso.

3ª - Tabular o resultado : com a pesquisa concluída é hora de enten der o público da sua Igreja, quais as deficiências e começar a pensar nas estratégias de inclusão.

4º - Desenvolver uma cartilha: um compilado de conteúdo com o panora ma geral de cada deficiência, quais as dificuldades de aprendizagem, qual a melhor forma de comunicação, quais estratégias de ensino na Igreja, frases capacitistas que podem ferir a criança e a família e como podemos preparar atividades estratégicas.

5º - Capacitar o facilitador: o vo luntário capacitado propende a ter mais segurança em desenvolver novas ideias quando se sente seguro sobre determinado assunto. Capacitar o fa cilitador vai prepará-lo para desenvol ver as aulas, receber e cuidar de cada criança de forma singular, entender suas limitações e ensinar de maneira eficaz. A capacitação também é uma estratégia para manter o voluntário engajado e motivado. É extremamen te relevante que todos que servem no ministério infantil sejam capacitados.

6º - Apoiar as famílias : criar um grupo de apoio, pequeno grupo ou re uniões periódicas para acolher, ouvir e

apoiá-las. Famílias que possuem filhos com algum tipo de deficiência tende a se sentir solitária e é nosso papel como Igreja acolhê-las.

7º - Estruturar espaços: é interes sante a Igreja ter adaptações para ca deirantes, pessoas com dificuldade de locomoção; como rampas de acesso, portas nas proporções para que ca deirantes possam circular livremente, banheiros adaptados, acompanhantes para cegos e intérpretes para surdos.

8º - Implantar o projeto : crie um ambiente acolhedor, atividades em que TODAS as crianças possam par ticipar, se possível, crie um ambiente de autorregulação, incentive a todas as crianças a serem acolhedoras e amáveis umas com as outras. Esse é o momento de colocar em prática os ensinamentos da capacitação.

9º - Avaliar continuamente : é tempo de ouvir os facilitadores sobre como foi a experiência em sala de aula, o que funcionou, o que precisa ser reavaliado. Ouvir as famílias sobre as experiências das crianças também pode ser bem relevante para a evolu ção do projeto.

A inclusão nos ensina a viver o amor de Deus em cada detalhe, de monstrado através do cuidado mútuo. A inclusão é urgente! n

15O JORNAL BATISTA Domingo, 30/10/22PONTO DE VISTA
Tamires Santana formanda em Educação Cristã; coordenadora de Rede de Crianças da Primeira Igreja Batista da Penha - SP
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.