OJB EDIÇÃO 43 - ANO 2022

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Dia do plano cooperativoquarto domingo de outubro

anos dos Batistas no Brasil

Igreja Batista em todo lugar

Caráter e poder

ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXI EDIÇÃO 43 DOMINGO, 23.10.2022 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901 Aulas memoráveis Educadora traz três dicas para aperfeiçoar as aulas na Igreja 151
Saiba mais sobre Santa Bárbara, o marco historiográfico dos Batistas no Brasil
Conheça a história da Igreja Batista na Base do Pico dos Marins Piquete – SP
Lourenço Rega apresenta essa relação em artigo pág. 06 págs. 08 e 09 pág. 10 pág. 15 Reflexão Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil
Batista
Observatório
Batista
“Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha mui tos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (I Coríntios 12.12).

O Plano Cooperativo surgiu em 1957, durante a Assembleia Anual da Convenção Batista Brasileira, em Belo Horizonte. Nasceu para a manu tenção do trabalho geral dos batistas brasileiros e como método eficiente e bíblico para desenvolver a obra de missões. O Plano Cooperativo foi apresentado em 1957, e dois anos

Dia do Plano Cooperativo

depois, em 1959 foi colocado em prá tica para que os batistas brasileiros testemunhassem de Cristo “até os confins da terra”.

O Plano Cooperativo segue este roteiro: Quando o crente entrega seu dízimo à Igreja, ele o faz individual mente; quando a Igreja entrega seu Plano Cooperativo, ela também o

faz individualmente como Igreja, po rém, já expressando a coletividade dos seus membros. Quando muitas Igrejas entregam seus Planos Coo perativos à Convenção estadual, elas agem coletiva e solidariamente; quando as Convenções estaduais enviam seus Planos Cooperativos à Convenção Batista Brasileira, elas

expressam a participação comuni tária e solidária de crentes, Igrejas e Convenções. Ao procederem assim, dão à CBB condições de repartir o dízimo dos dizimistas com toda a obra Batista brasileira e mundial, que é contemplada com os percentuais do orçamento do Plano Cooperativo recebido.  n

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O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado

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2 O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22 EDITORIAL
REFLEXÃO
em 10.01.1901
| ISSN: 1679-0189
CONSELHO
CBB
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As fraquezas dos fracos

Conviver com os fracos na fé, na doutrina, na liturgia, no comportamen to não é nada fácil. A carga que os fracos colocam sobre os mais fortes, em alguns casos, é insuportável. Ao escrever aos Gálatas 6.2, o aposto lo Paulo recomenda levar as cargas uns dos outros e assim cumprir a Lei de Cristo. Jesus levou sobre a cruz as nossas fraquezas. Não tínhamos como carregar o pesado fardo impos to pela Lei mosaica para remissão dos pecados cometidos. O fardo exi gido pela Lei para obter perdão estava além das forças e vontade humana. Por isso, os sacrifícios eram repetiti vos, sem oferecer a certeza de que o pecado fora completamente perdoa do. Jesus nos substituiu livrando-nos integralmente da culpa gerada pelo pecado. Ele levou no madeiro todos os nossos pecados (Isaías 53.3-4), livrando-nos da condenação eterna. Firmado nesta verdade, Paulo nos desafia a suportar as fraquezas dos fracos e não as agravar ainda mais. Acontece o contrário no ambiente cristão. Quando um irmão erra surge um desejo de vingança. Pedras são atiradas até destruí-lo. Quão diferente o agir ensinado por Jesus.

Os fracos na Igreja e na fé geram irritação nos mais “fortes”. Alguns sal vos, pelo tempo de vida cristã, deviam ser mestres. Mas, cumprem o que Pau lo escreve aos coríntios, continuam tomando mamadeira com leite desna tado (I Coríntios 3.1-3ª). É comum na vida prática ver uma criança com mais de cinco anos com uma chupeta atada a um pedaço de cobertor, impregnado do odor de leite azedo, esfregando o nariz em busca de sono. A criança é culpada? Claro que não! A mãe ou os pais, sim! Para conseguir um pouco de conforto tudo é válido para acalmar o bebê chorão. O celular, hoje, substitui a chupeta. A criança não come sem o celular ligado a uma historinha infantil. Tudo errado, mas, os pais não se preo cupam com o vício infantil.

Ao iniciar meu ministério pastoral, em Belo Horizonte-MG, em 1969, fui surpreendido por várias crendices por parte de algumas ovelhas. Em certo domingo, pela manhã, uma irmã as sídua aos cultos e a todas as ativida des da igreja, apareceu no culto com um galho de arruda na orelha. Fiquei curioso com o tamanho do galho de arruda. Ao buscar a razão do compor tamento da amada ovelha, ela disse: “Pastor é para evitar mal olhado de pessoas más”. Ela não sabia que o

salvo está isento dessas crendices populares. O Diabo não tem poder sobre o salvo e não lhe toca (III João v.18). O crente não precisa ter medo de feitiço, mau olhado, despacho e outras coisas oriundas do maligno. Muitos salvos perdem as insondáveis bênçãos oriundas do trono da Graça de Cristo, por crer nessas mentiras. Somos filhos de Deus e o maligno não nos toca, sem a devida permissão divi na. É bom lembrar que Deus não per mite tentação além da que podemos suportar. Aquela ovelha precisava de doutrinas bíblicas e as recebeu através do ensino pastoral. Salvo não doutri nado significa presa fácil nas mãos do inimigo.

É comum encontrarmos bíblias abertas no Salmo 91 nas residências de muitos salvos. Caixinhas de pro messas, horóscopo do salvo, que a cada novo dia tira um versículo bíblico para saber como será o novo dia. Vestir roupa branca no culto de vigília por que traz fortuna no decorrer do novo ano. Os orixás também usam o branco como sinal de riquezas e prosperidade. Roupas vestidas pelo avesso, para evi tar tragédias. Vassoura atrás da porta para evitar visitas incômodas. Jogar um punhado de sal no fogo para espan tar maus espíritos. Levantar com o pé

esquerdo significa tragédia. Pé de coe lho como chaveiro para ser abençoado. São muitas as crendices que o novo salvo traz para a Igreja ao se converter. Por isso carecem de boa doutrina e de um programa de educação religiosa que o leve a depender exclusivamente de Cristo para o seu viver diário. Todas essas mazelas geram salvos fracos que se escandalizam com detalhes, in significantes. A Igreja, às vezes, gasta muito tempo com grupos de louvores, diga-se, cantando heresias e esquece de doutrinar os fracos. Os fracos na fé e na doutrina carecem de redobrado amor da Igreja e sua liderança. Exigem tempo para se libertar das mazelas do pecado.

Os louvores sem doutrina é uma excelente ferramenta que o Diabo usa para enfraquecer a Igreja de Cristo. Vale a afirmação de Paulo a seu filho na fé: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, de moderação” (II Tm 1.7). A Igreja de Cristo carece de salvos for tes para exercer o seu ministério. Isto exige tempo e paciência para não se escandalizar com os galhos de arruda. A Igreja precisa de salvos fortes que são ensinados a chegar a estatura de Cristo (Efésios 4.13-14). Enquanto isso suportemos os fracos. n

Orientações divinas para a unidade de nossas famílias

“Qual a ave que vagueia longe de seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe de seu lar” (Pv 27.8).

O autor sagrado traça um paralelo entre uma ave que abandona seu ninho com sua fêmea e filhotes e despreocupa damente voeja longe deles, deixando-os sem proteção, recursos, carinho e expos tos a predadores, e o homem que da mes ma forma abandona seu lar, sua família.

Estamos vivendo uma cultura vívida da descrição bíblica. Primeiro, famílias têm surgido sem antes respaldarem-se pelo matrimônio para, então, consti tuir um lar ou ninho para abrigar sua descendência. A resultante disso tem sido o nascimento de crianças, frutos de paixões meramente físicas, que culmina com um desgaste relacional e, normalmente o pai, que é o respon sável maior do ato, se afasta e começa a vaguear longe seu ninho, em busca de outra mesma e covarde aventura. O fruto dessa paixão irresponsável, nor

malmente é deixada sob os cuidados de avós, muitas vezes já desgastados pela idade e de uma mãe inexperiente, que ainda precisa prestar serviços para ajudar na alimentação do filho. Esse inocente e indefeso ser estará sob alta possibilidade de crescer podado de uma devida educação, carinho e pro teção, que ele precisa do pai e da mãe em seu reduto próprio, o seu lar, como legítimo componente de sua família, e, ainda fadado a sofrer e praticar violên cias a partir de tenra idade.

Segundo: as pessoas envolvidas

nessa transgressão quanto as leis de Deus para a família estarão alijadas da aprovação e bênçãos dEle, e, por con seguinte, caminham para um viver de insatisfações contínuas, sofrimentos, tristezas, lágrimas e solidão ao final.

Todos caminhamos para um fim e vivê -lo sozinho e em pecado será horrível. Acerte sua família, restaure seu casamento, cultive-o, coloque-o nos padrões de Deus. “Por esta causa dei xará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Mt 19.5). n

3O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22
BILHETE
DE SOROCABA
Pr. Julio Oliveira Sanches
REFLEXÃO

A tecnologia e o cristão

A importância do descanso

A tecnologia é uma bênção de Deus! Hoje podemos ter muitos recur sos graças a tecnologia. O meu desejo é que o mundo seja cada vez mais tecnológico. A tecnologia pode ser usada para abençoar vidas. A tecno logia pode ser usada para a glória de Deus. O cristão deve usar a tecnologia para a sua edificação e para abençoar a vida das pessoas.

1) O cristão deve usar a tecnologia para agilizar a sua vida;

2) O cristão deve usar a tecnologia para aprender mais;

3) O cristão deve usar a tecnologia como um instrumento de evangeliza ção;

4) O cristão deve usar a tecnologia

para abençoar a vida das pessoas;

5) O cristão deve usar a tecnologia com sabedoria, com bom senso;

6) O cristão deve compartilhar a tecnologia com aqueles que não tem acesso à tecnologia;

7) O cristão deve usar a tecnologia para promover a paz;

8) O cristão deve usar a tecnolo gia para compartilhar as informações verdadeiras;

9) O cristão deve usar a tecnologia com equilíbrio;

10) O cristão deve usar a tecnolo gia para a glória de Deus.

Eu desejo que você seja um cris tão conectado com a tecnologia. Que você possa usá-la da melhor maneira possível para o seu desenvolvimento, para abençoar a vida dos outros e para glorificar a Deus. n

Terrenos do coração

“Tu, pois, fala aos filhos de Is rael, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica” (Ex 31.13).

“O Senhor Deus mandou que Moisés dissesse ao povo de Israel o seguinte: - Guardem o sábado, o Meu dia de descanso, pois é um si nal de união entre Mim e vocês para sempre, a fim de mostrar que Eu, o Senhor, os separei para serem o Meu próprio povo. Portanto, guardem o dia de descanso, porque ele é sagra do para vocês... O povo de Israel deve guardar esse dia como um sinal da

aliança. É um sinal da aliança para sempre entre Mim e o povo de Is rael porque eu, o Senhor, fiz o céu e a Terra em seis dias e, no sétimo dia, parei de trabalhar e descansei” (Ex 31.12-17).

A Revolução Francesa caracteri zou-se pelo seu extremo anti-cleri calismo, tentando eliminar todas as suas instituições, incluindo o “descan so sabático”. Diante dos resultados negativos do desprezo à regularidade do “sábado”, os intelectuais da Europa entregaram os pontos e continuaram aceitando a semana de sete dias, ca racterizada, oficialmente, por seis dias de atividade laboral e um dia dedicado à restauração das energias. Esta prá tica permanece até os dias de hoje.

Marcelo Aguiar pastor

Extraído do site da Associação dos Diáconos Batistas do Estado do Rio de Janeiro

Em Lucas 8.4-15 encontramos a Parábola do Semeador. Ela explica por que a Palavra de Deus não produz o mesmo efeito em todas as pessoas. A culpa não é da semente e, sim, do solo. De que é feito o seu coração?

Alguns corações são um terreno endurecido (vs. 5,12). Têm contato com a semente do Evangelho, mas

não se arrependem, não creem e não são salvos. Parecem ser mais duros do que o diamante. É triste ver pes soas que são simplesmente indife rentes à voz do Senhor. Elas cometem um erro que acaba por custar as suas próprias vidas.

Existe também o caso dos cora ções impulsivos (vs. 6,13). São os co rações daqueles que se interessam, mas sem inteireza de alma. São “fogo de palha”, como se costuma falar. Dian te da primeira prova, essas pessoas voltam atrás e abandonam o caminho do Senhor. “Tantos que corriam bem

já não mais contigo vão”, diz a letra do antigo hino.

Outras pessoas têm um coração dividido (vs. 7,14). Elas deixam de ser salvas não por causa das dificulda des, e sim devido ao amor às coisas terrenas. A religião desses indivíduos é o trabalho, a tradição, o namoro, o dinheiro, o prazer ou qualquer outra coisa que é colocada antes do pró prio Deus. Ninguém pode servir a dois senhores…

Mas, graças a Deus, existem ho mens e mulheres que possuem um coração receptivo (vs. 8,15). A boa

semente, quando cai em um terreno assim, faz maravilhas. Brota e frutifi ca. Produz salvação, vida e paz. Um coração aberto é o que Deus espera para transformar as nossas vidas e para escrever o nosso nome no céu.

Por milhares de anos o Evangelho vem sendo anunciado a milhões de pessoas. Os missionários, pregadores, pastores e todos os crentes têm lan çado à terra a boa semente.

Examine o seu coração. Veja do que ele é feito. Tenha um coração recepti vo. Entregue-se ao amor e ao poder do Salvador. n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22
REFLEXÃO

Weliton Carrijo Fortaleza pedagogo, historiador, psicólogo, professor universitário, sócio da AECBB e pastor da Primeira Igreja Batista em Garavelo, Aparecida de Goiânia - GO

A Educação Cristã é um processo que ocorre durante toda a vida cristã e que leva em consideração todos os aspectos da realidade humana, bus cando o ponto de vista bíblico centrado em Deus (Deuteronômio 6). Está ligada à experiência de viver no mundo, de ler o mundo e dialogar com ele com a mente de Cristo. A educação é um processo de ensino e aprendizagem que está em permanente transforma ção. Ela é transformada pela ação do ser humano e produz transformações dos que dela participam. A Educação Cristã não acontece de uma só vez, mas vai sendo construída e com preendida conforme as perguntas e as preocupações de cada fase da vida, de forma contínua e permanente. A Educação Cristã está em constante desenvolvimento no relacionamento transcendente e imanente com Deus,

o próximo e o mundo. Para isso neces sita-se de princípios cristãos a fim de buscar o desenvolvimento da pessoa e de seus dons naturais à luz da pers pectiva cristã da vida, da realidade, do mundo e do homem. Esses princípios são inspirados nas Escrituras.

A Educação Cristã como disciplina pode ser vista como “o esforço delibe rado, sistemático e sustentado, divino e humano, de compartilhar ou adquirir conhecimento, valores, atitudes, habili dades, sensibilidades e comportamen tos que compõem ou são compatíveis com a fé cristã” (PAZMIÑO, p.89).

Na amplitude da cosmovisão cris tã, o alvo precípuo do educador não consiste apenas da mera transmissão de conhecimento, mas requer a espe rança de uma transformação do aluno a ser operada pela ação do Espírito Santo. O educador cristão, na busca de alcançar esse objetivo, deve aten tar para um esforço sistemático em termos de exposições sequenciais e interações contínuas com seus alu nos, sempre buscando refletir em seu procedimento as características de um

Educação Cristã e seus desdobramentos no processo de ensino/ aprendizagem

verdadeiro discípulo de Cristo.

Vale ressaltar que a perspectiva cristã defende uma abordagem edu cacional holística, que considera não apenas o cosmo material, mas tam bém a realidade espiritual. Partindo da perspectiva bíblica, a Educação Cristã entende o ser humano como criado à imagem de Deus e não meramente um animal biológico. O propósito é levar o educando a viver de tal forma que ele reconheça e adore o seu Criador, a fim de cumprir o propósito para o qual foi criado (CLARK, p. 141).

Para Pazmiño, a filosofia do ponto de vista da educação procura articular um esquema sistemático do pensa mento para direcionar a sua prática. “Logo, a filosofia de educação cristã procura organizar sistematicamente as variadas áreas do conhecimento de acordo com as verdades reveladas nas Escrituras, a fim de que o resultado prático seja não apenas benéfico ao aluno, mas coerente com a verdade do Criador” (2008. p.83).

Portanto, a premissa básica da Edu cação Cristã é a centralidade de Deus.

Ela enfatiza que o “temor de Deus é o princípio do conhecimento” (Provér bios 1.7). A Educação Cristã contínua auxilia no processo de desenvolvimen to integral e contínuo, que desperta e alimenta a fé e intervém na maneira como as pessoas vivem.

Bibliografia

BÍBLIA. Português. Bíblia de Refe rência Thompson. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição rev. e corr. Compilado e redigido por Frank Char les Thompson. São Paulo: Vida, 1992.

BROWN, C. Filosofia e fé cristã. São Paulo: Vida Nova, 1983.

CLARK, Gordon H. A Christian philosophy of education. Jefferson, Mary land: The Tinity Foundation, 1988.

GRAEDORF, W. C. Introduction to biblical Christian education. Chicago: Moody, 1981; cf. RICHARDS, L. O. Teo logia da educação cristã. São Paulo: Vida Nova, 1983.

PAZMIÑO, Temas fundamentais da educação cristã, São Paulo: Cultura Cristã, 2008. n

Educação cristã: Ensino por meio do servir

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme gra ça de Deus” (I Pe 4.10).

Cremos que todos os crentes em Cristo Jesus são chamados a servir na Igreja e no mundo, e este serviço não é opcional. Cada cristão recebeu do Espírito Santo dons específicos, para edificação e crescimento do Corpo de Cristo. Somos então, convocados a exercer o dom que recebemos, a fim de que a multiforme graça de Deus seja compartilhada.

À primeira vista pode parecer algo simples e óbvio. Mas não é! Diferenciar as preferências e habilidades pessoais dos dons espirituais pode ser confuso para alguns cristãos. E isto implica diretamen te no exercício do servir na Igreja local.

A expectativa é de que cada cristão conheça seus dons, e os desenvolva.

O resultado seria o crescimento sau

dável da Igreja, enquanto organismo e organização, pontuando avanços expo nenciais. Porém, na realidade, encon tramos por vezes, muitos que ainda não identificaram seus dons ou não sabem como exercê-los. Em conse quência, a tendência é de que poucas pessoas se envolvam em muitas áreas da Igreja, enquanto muitas outras tor nam-se apenas espectadoras. Assim, as equipes de servos tornam-se cada vez menores, o que os sobrecarrega e gera o efeito inverso do esperado.

Neste contexto, a Educação Cristã auxilia a potencializar a Igreja e seus ministérios. A partir da compreensão de que o serviço é uma das formas de adoração, temos como objetivo o servir com amor e alegria, ajudando a cada cristão a exercitar os dons espirituais que recebeu para a glória de Deus e a edificação do próximo. Neste ínterim, é importante ressaltar que os cristãos que colaboram em sua igreja local, são mais que voluntários. São servos!

Ao alinhar a visão, missão e valo res juntamente com levantamento de dados específicos da Igreja local, um planejamento é construído, metas são estipuladas e ações são desenvolvi

das. Para que a dedicação ao serviço seja vivenciada na Igreja, é preciso for talecer o serviço cristão ao mesmo tempo em que se mantém o olhar para aquele que serve. Serviço e servo são igualmente importantes e necessários.

Dessa forma, a Igreja precisa estar atenta à diversas formas de agregar novos colaboradores, como porta de entrada para servir na comunidade cristã. Através de maior visibilidade das áreas de serviço, a pessoa passa a ter mais conhecimento sobre a es trutura da igreja e suas diversas ações, bem como, o que precisa fazer para in tegrar-se em cada equipe e ministério. Com o foco em oportunidades, e não em “trabalho”, é possível fortalecer a cultura de que o serviço é importante tanto para a edificação da Igreja quan to para o crescimento cristão na vida do servo atuante.

Por conseguinte, é preciso inves timento na capacitação dos servos que estão em atividade, afinal, esta é a mola propulsora do aprimoramento. Partir do pressuposto de que servir ao próximo é também uma das formas de servir ao Senhor, devemos fazê-lo com dedicação e qualidade. Ao inte

grar determinada equipe ou ministé rio, nem todas as pessoas possuem experiência na área em que vão atuar. Assim, o investimento na formação e capacitação destas lideranças é de grande relevância para o alinhamento da prática à visão e objetivos da igre ja. Encontros específicos, grupos de estudo e mentoria, workshops, confe rências são grandes aliados.

Por fim, e não menos importante, a Igreja precisa manter olhar constante em direção à assistência específica de seus cooperadores, o que está direta mente ligado ao pastoreio de cada ser vo. A pessoa que coopera não é impor tante apenas no ambiente eclesiástico. Cada cooperador possui um estilo de vida, uma família, transita em diferen tes contextos, e possui também seus dilemas. Quando a igreja se importa com cada servo de forma específica e os auxilia em suas demandas, eles se sentem verdadeiramente acolhidos e valorizados. Sentem-se amados e im pulsionam amor no exercício de suas atividades. Exercem seus dons com mais alegria e disponibilidade.

Ensinemos, cuidemos e sirvamos uns aos outros! n

5O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22REFLEXÃO
Jemima Oliveira Caetite ministra auxiliar de Ensino da Primeira Igreja Batista da Penha - SP; secretária da Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil

Educador e sua identidade em Cristo

Eliszangela Santos de Oliveira membro da Primeira Igreja Batista de Teresina - PI; vice-presidente da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Brasil; executiva da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Piauí; educadora cristã, escritora, pedagoga e bacharel em Direito; especialista em Docência do Ensino Superior; MBA em Gestão de Conflitos - Mediação de Conflitos; mestranda em Mediação de Conflitos; professora do STBT

Escrevo essas linhas como forma de autoafirmação sobre nós, educa dores, no caminhar ministerial cristão. Como nos vemos como educador nas Igrejas que estamos servindo? Qual o nosso papel diante dos que serão assistidos por nós enquanto somos os transmissores educacionais local? Sem sombra de dúvida somos aqueles escolhidos por Deus para desempe nhar um papel importante no que ele nos destinou a fazer.

O ministro de Educação deve es tar em conexão com Jesus o qual en tendemos ser mais apto a ensinar de

forma idônea e respeitosa tornando-o o mestre ideal que estimula e inspira todos nós no cumprimento da missão destinada a cada um.

Jesus é a encarnação da verdade e o elemento mais importante para que o ministro-educador o reconheça como único exemplo a ser seguido.

O educador que identifica em sua vida a presença e imagem de Jesus é aquele que busca diariamente essa conexão e vida com ele. “Eu sou... a verdade” (João 14.6) Jesus fala a to dos para seguir o caminho reto e não duvidoso. Somos pessoas falhas, pe cadoras e por vezes infiéis ao que Je sus nos deixou a fazer. Por essa razão o foco do educador é Jesus Cristo para que os seus passos sejam marcas re gistradas para todo aquele que busca caminhar com ele.

Como parte de sua “identidade em Cristo “somos reconhecidos como ine vitavelmente um filho de DEUS! (João 1.12). A nossa responsabilidade no conduzir a igreja através do ministério educacional nos faz entender que esta mos na base do ensino, sendo aqueles que direciona e por vezes transforma a

vida de pessoas descrentes em Jesus de forma estratégica e simples a pro ximidade com Jesus. Essa é a razão para nossa identidade ser a de Cristo.

“Ó Senhor, tu examinas meu cora ção e conheces tudo a meu respeito. Sabes quando me sento e quando me levanto; mesmo de longe, conheces meus pensamentos. Tu me vês quando viajo e quando descanso; sabes tudo que faço. Antes mesmo de eu falar, Senhor, sabes o que vou dizer. Vais adiante de mim e me segues; pões so bre mim a tua mão. Tire um momento para conversar com Deus, peça que ele sonde seu coração” (Sl 139.1-5). Educa dor examine o seu coração e conheça o seu íntimo para que possas cumprir com o segundo mandamento de Deus em sua vida cristã - “Ame ao seu próxi mo como a ti mesmo”. O sentido desse mandamento de Deus é cumprimento da identidade de Cristo na sua vida e o cuidado com todo o teu ser espiritual, mental, pessoal e relacional.

Somos escolhidos para o serviço em nome do Rei Jesus e para que possamos fazer de forma idônea faz necessário tirar um tempo para falar

com Deus, dialogar e moldar pontos que não agradam no que irá trabalhar. Se chegou até aqui é porque Deus tem grandes planos para sua vida e precisa estar preparado para receber o que mereces pelo que fez até aqui.

Educador com a vida em Cristo é aquele que comprometesse segui-lo mesmo que receba pancadas doloro sas. Deus está do seu lado e nunca estará sozinho.

REFERÊNCIAS:

Bíblia na Nova Tradução na Lingua gem de Hoje

Bíblia na nova versão transforma dora White, Ellen G., 1827 – 1915. O grande conflito: acontecimentos que mudarão seu futuro / Ellen G. White; tradução Hélio L. Grellmann. – Edição condensada. – Tatuí, SP: Casa Publi cadora Brasileira, 2007.

Poujol, Jacques. Conflitos: origens, evolução e superação / Jaques & Claire Poujol; tradução Adriana de Oliveira e Frank de Oliveira; - São Paulo: Editora Vida, 2005. n

Três formas de fazer aulas memoráveis

Quando o assunto é o ambiente da sala de aula das Igrejas locais pode mos nos deparar com uma série de desafios. Dentre eles, o grande desa fio de se fazer entender, de comunicar claramente o conteúdo proposto. Isso vai além de olhares atentos, é sobre fazer o conteúdo se fixar na mente das pessoas de maneira que elas meditem profundamente e levem esse conteúdo para as suas vidas na prática. É muito cômodo colocar toda uma carga de culpa sobre os ouvintes desatentos, mas será que nós professores esta mos comunicando de maneira real mente eficiente? Para contribuir com essa reflexão vamos passar por três pontos à luz de textos bíblicos.

Ponto de partida

“No passado, por meio dos profe tas, Deus falou aos pais muitas vezes e de muitas maneiras” (Hb 1.1).

O autor do livro de Hebreus come ça contextualizando com algo que era muito familiar aos judeus, as profecias e escritos que encontramos no Antigo Testamento. Ele parte desse princípio para conduzir os destinatários a Cristo. De igual forma devemos saber qual é o ponto de partida de quem nos ouve. O ideal é que tenhamos um relacionamen to com eles de antemão, mas se essa não for a realidade do momento pode mos nos valer de perguntas reflexivas ou de dinâmicas que ajudem as pessoas a se expressarem. Isso contribui para que o professor entenda o que faz parte do conhecimento prévio dos participantes. É um exercício constante lembrar que o outro também tem uma bagagem.

Menos é mais

“Amados, enquanto me empenhava para vos escrever acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever exortando-vos a lutar pela fé entregue aos santos de uma vez por todas” (Jd 1.3).

Nós, professores, desejamos pas

sar muito conteúdo que entendemos como extremamente relevantes e fun damentais para os participantes de nossas aulas. Mas não adianta falar em demasia, as pessoas têm um limi te de absorção. Precisamos focar no que é realmente necessário ser dito naquele momento. Judas em sua car ta demonstra o desejo de falar sobre determinado assunto, porém foca na quilo que é mais importante para os receptores. É muito mais eficaz passar menos conteúdo com uma qualidade de absorção maior do que tentar depo sitar uma infinidade de conteúdo que se perderá em poucos instantes ou que não é a necessidade real daque le período. Mesmo que pareça pouco conteúdo quando focamos em algo, essas pequenas doses de saber vão se somando, construindo pontes de conhecimento muito maiores e per manentes. Não tenha pressa!

Repetição não é enrolação

“[…] e as ensinarás a teus filhos e delas falarás sentado em casa e an

dando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te” (Deuteronômio 6.7).

As vezes parece que é crime repetir ou reforçar o conteúdo durante a aulapode parecer até mesmo um erro, uma perda de tempo. Mas na realidade é atra vés da repetição que tornamos as coisas mais fáceis de lembrar para os partici pantes. Isso não significa repetir exata mente a mesma frase milhares de vezes, podemos reforçar o mesmo conteúdo de formas diferentes. Dinâmicas, perguntas, histórias, leitura da Palavra, citações de conteúdo artístico (filmes, livros, pintu ras), conversas etc. O importante é ser intencional, lembrando que precisamos necessariamente da repetição para fixar mos algo em nossas mentes.

Resumindo, devemos lembrar que o percurso da comunicação enfrenta diversas armadilhas. Mas podemos nos prevenir de algumas delas se estivermos sensíveis e preparados. Isso começa na conscientização dos nossos erros e no compromisso de buscarmos mudanças. Dessa forma será possível transmitir o conhecimento da Palavra que ficará fixo na mente das pessoas. n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22 REFLEXÃO
Nicoli Santana colaboradora da Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil

Até onde vai sua visão?

Sempre ouvimos falar sobre “vi são missionária” e creio que este termo se resume a nós, como Igreja, entendermos a visão de Deus para dentro e fora das “quatro paredes”. Em meio às distrações e correrias do dia a dia, precisamos manter os olhos fixos em Jesus, que nos per mite enxergar, pela fé, muito além do que se pode ver! Enquanto nos sos irmãos pregam o Evangelho nos campos pelo Brasil, nós seguramos as cordas, orando e ofertando, e pre gamos a Palavra no lugar em que estamos. Quando entendemos isso, entendemos que esta é nossa função como Igreja local, como discípulos de Jesus. Ao contribuir, ao orar, ao

promover, estamos cooperando para que mais discípulos sejam formados em todo o Brasil.

Jesus é a lente corretora da nossa visão! Precisamos enxergar as vidas sem esperança e avançar para levar essa esperança a todo aquele que pisar nossa nação: do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste, do brasileiro ao afegão refugiado, da criança ao idoso.

Ter visão missionária é olhar para o que Cristo fazia e observar como po demos reproduzir isso, como imitá-Lo.

É enxergar a necessidade dos que não conhecem a Jesus e ter compaixão.

É não olhar para si, mas enxergar a glória de Deus em cada detalhe. É ter a visão de expansão do reino do Deus missionário, por meio do Espírito San to.

“Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas

sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermi dades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor” (Mt 9.35,36). Jesus per corria vários lugares e nós também vamos percorrer, fazendo missões e levando esperança. Precisamos en xergar com compaixão como Cristo enxergava!

Que possamos olhar a frente, para ver o quanto ainda precisamos avan çar. Que possamos olhar para os lados e ver o nosso próximo. Que possamos

olhar para o Alto para manter nossa visão pautada na visão de Deus para nossas vidas e nossas Igrejas!

Mês de campanha missionária é mês de movimento! Vemos gente trabalhando, os alvos se formando, os olhos das igrejas e dos membros voltados para os campos e projetos. É o Evangelho em forma de ação! É colocar o ide em prática mesmo na Igreja local. É uma movimentação di ferenciada, para a glória de Deus! Não é só sobre levantar recursos, é sobre a Igreja se levantando e isso é encan tador. n

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MISSÕES NACIONAIS
Ana Luiza durante a Campanha Missionária 2022 Ana Luiza em atividade com crianças na Vila Minha Pátria (SP)

Santa Bárbara, o marco historiográfico dos Batistas no Brasil

Início do trabalho Batista no Brasil completou 151 anos em setembro.

Almiranice Cidade mestranda em História do Atlântico e da Diáspora Africana pela Universidade Estadual de Santa Cruz; especialista em Psicopedagogia Institucional Faculdade de Tecnologia e Ciências- FTC; bacharela em Teologia pela Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil - FACETEN, licenciada em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC, coordenadora pedagógica e secretária na Instituição Igreja Batista Filadélfia em Ilhéus - BA; docente no Seminário Teológico Batista do Nordeste, polo em Itabuna - BA

[…] os batistas como tópico de es tudo se justificam em si mesmos, pela sua antiguidade e presença no Brasil, marcadas por um certo tipo de com promisso social e por uma certa regu laridade em termos de crescimento e institucionalização. Eles são hoje a maior denominação do protestantismo de missão no Brasil, mas seu pensa mento não foi ainda objeto de estudos” (Israel Belo de Azevedo, 1996).

Os Batistas são oriundos dos mo vimentos puritanos separatistas que ocorreram na Inglaterra no século XVII. No Brasil, foram organizados como Igreja por colonos emigrados dos EUA,

Brasil datava a partir da organização da Primeira Igreja Batista, em Salvador, em 1882.

Essa divergência de marco fun dacional dos Batistas no Brasil se desenvolveu como uma polêmica anunciada pela jornalista e historia dora Betty Antunes de Oliveira, que, no mês de novembro de 1966 enviou ao O Jornal Batista um texto com o título “No primeiro centenário dos pioneiros norte-americanos”, concluindo com a seguinte afirmação: “[…] por causa do grupo de batistas vieram os missio nários Bagbys e depois outros. Que sementeira magnífica![1]” Os missioná rios William Buck Bagby e Anne Luther Bagby chegaram ao Brasil em março de 1881 e foram alguns dos membros fundadores da Primeira Igreja Batista em Salvador, na Bahia, no dia 15 de outubro de 1882.

Em 1969, três anos após o artigo de Betty Antunes, os Batistas publi caram um apelo em O Jornal Batista, conclamando os membros para que começassem a contribuir para a cons trução do templo da Igreja de Salvador.

tuadas dentro da denominação, ganhan do visibilidade, a partir do ano de 1969, a interpretação votada e escolhida pela Convenção Batista Brasileira (CBB). Esta estabeleceu o ano de 1982 como aquele em que os Batistas estariam celebrando seu centenário no Brasil.

Segundo Yamabuchi (2009), o de bate em torno do marco inicial dos Batistas no Brasil foi protagonizado por duas figuras de representações na denominação: José Reis Pereira, pastor e líder da CBB; e Betty Antunes de Oliveira. Essa disputa ocupou o ce nário político denominacional durante as décadas de 70 e 80.

Em “Breve História dos Batistas”, publicada em 1982 e de autoria do pas tor José Reis Pereira, comemorava-se nesse ano o centenário dos Batistas no Brasil. O autor apresentava a Pri meira Igreja Batista em Santa Bárbara, que havia sido organizada em 1871, como limitada em seu escopo por manter seus cultos em língua inglesa, destinada apenas aos colonos norteamericanos naquela região. Mesmo que os colonos tivessem criado uma

segunda Igreja em um local chamado de Estação, essas duas instituições tinham o intuito apenas de atender às conveniências locais dos colonos, sem uma preocupação como a evangeliza ção dos nacionais (PEREIRA, 1982).

Para Betty Antunes de Oliveira, no entanto, a existência do grupo por ape nas cerca de quatro décadas naquela localidade não invalida sua importân cia. Não se pode afirmar que o grupo não tenha existido e que não tenha feito parte da história da denominação aqui no Brasil (OLIVEIRA, 2005).

Durante décadas, os debates sobre a originalidade dos primeiros Batistas no Brasil foram intensos. Porém, o ob jetivo deste artigo não é o de elucidar as discussões em torno do marco ini cial, mas apresentar de forma suscinta como os emigrados vindos do Sul dos Estados Unidos interagiram na comu nidade de Santa Bárbara, no interior de São Paulo. E, também, como o núcleo de colonos Batistas se organizou no Brasil como Igreja, articulando- se a partir da Junta de Missões de Rich mond, nos EUA, para que essa coo perasse com os trabalhos Batistas no Brasil, enviando missionários.

Em 1865, o Brasil recebeu grupos de emigrados vindos dos EUA que fu

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NOTÍCIAS
DO BRASIL BATISTA
Capela em Santa Bárbara D’Oeste, que foi a sede do marco inicial Batista no Brasil

giam da crise instaurada com o fim da Guerra de Secessão que durou entre 1861 e 1865. Essa emigração ocorreu logo nos primeiros anos após o final da guerra. Oliveira (2005) destacou que a emigração atingiu uma movimenta ção expressiva nos anos de 1867 e 1868, porém em 1871 já estava bem escassa.

Santa Bárbara dos Toledos ou San ta Bárbara, como era conhecida até fi nal do século XIX, possuía um território coberto de matas com abundância de madeiras de lei e suas terras eram pró prias para agricultura, principalmente para o cultivo de algodão, da cana- de -açúcar e de cereais. Era um território denominado Região dos Toledos, que se tornou município desmembrado de Piracicaba em 1869. Além de manan ciais, a região era regada pelo rio Pira cicaba e seus afluentes, o ribeirão dos Toledos e o do Quilombo. Em 19 de de zembro de 1906, essa região recebeu os foros de Cidade pela Lei Estadual nº 1038 e em 30 de novembro de 1944 passou a ser reconhecida como Santa Bárbara d’Oeste (OLIVEIRA, 2005).

Segundo Aguiar (2009), Santa Bár bara se desenvolveu em termos de agricultura, principalmente no cultivo do algodão, da cana-de-açúcar e da melancia. Os colonos que chegaram a Santa Barbara se inseriram na econo mia local nas mais variadas profissões, atuando principalmente na lavoura, como destaca Oliveira (2005, p.43) “a agricultura passou a ser a atividade principal.” Segundo a autora mesmo os que não eram agricultores foram levados a amanhar a terra pela neces sidade de subsistência.

Os colonos conseguiram se inserir no circuito mercantil da região e ainda se integraram na vida social e política local. O primeiro norte-americano a tomar parte na política municipal foi Wilber Fish McKnight entre 1896-1898, como vereador na Câmara Municipal de Santa Bárbara (AGUIAR, 2009). Em 1870, entre os norte-americanos, em Santa Bárbara, já havia 40 produtores de algodão, que se utilizaram de recur sos tanto do trabalho livre quanto da mão de obra escrava (AGUIAR, 2021).

Os colonos norte-americanos em Santa Bárbara estiveram organizados em cinco núcleos. Nesses núcleos ha via os que se reuniam em cultos segun do suas tradições denominacionais.

Além do núcleo batista havia a pre sença de outros núcleos protestantes, como os presbiterianos e metodistas (MENDONÇA, 2005). No início, cada grupo se reunia em suas casas e aos poucos foi se reunindo na casa de quem tivesse uma sala que agregas se mais pessoas, até que cada núcleo pôde ter seu próprio salão para realiza ção dos cultos e local para ensino aos filhos de imigrantes, que segundo Clark (1988), eram escolas limitadas às es feras de influências desses colonos.

O núcleo Batista foi organizado como Primeira Igreja Batista no dia 10 de setembro de 1871, composto por 12 famílias, sendo um total de 29 pessoas sob a liderança do pastor Ri

chard Ratcliff. Segundo Oliveira (2005), Ratcliff procurou instruir-se e relacio nar-se quanto à vida política, civil e re ligiosa do Brasil e uma das medidas tomadas por ele foi registrar-se como Ministro do Evangelho na Secretaria do Império, nos termos do Decreto Impe rial Nº 6.884 de 20 de abril de 1878. O pastor Ratclff retornou aos EUA com seus cinco filhos, sua esposa Eunice Ratcliff havia falecido em dezembro de 1876 (OLIVEIRA, 2005).

Com isso, o pastor Elias Hoton Quil lin assumiu a liderança da Primeira Igreja. Ele foi nomeado missionário da Freign Mission Board of the Southern Baptist Convention- FMB- SBC em 1879 e, no mesmo ano, em 02 de novembro foi organizada na Estação, município de Santa Bárbara, a segunda Igreja Batista, com 12 (doze) membros pro cedentes da primeira (OLIVEIRA, 2005).

Em 1880, os Batistas contaram com o apoio do ex-padre Antonio Tei xeira de Albuquerque, que foi batiza do e ordenado ao ministério pastoral, na presença de uma congregação de americanos e brasileiros, na Igreja da Estação. Como Albuquerque não foi nomeado missionário da Foreign Mission Board – Southern Baptist Convention , seu nome não aparece como pastor na história dos batistas (OLIVEIRA, 2005).

A FMB-SBC foi o órgão responsável pela nomeação e envios de missioná rios para o Brasil, além do sustento financeiro desses missionários, criou seminários teológicos com o objeti vo de preparar obreiros para servirem tanto nas Igrejas Batistas quanto no campo missionário.

O pastor E. H. Quillin serviu às duas Igrejas no Brasil por cerca de quatro anos. Ele mantinha contato com a Convenção americana para que ela promovesse uma emigração voluntá ria e em seus escritos sobre o Brasil o descrevia como um país promissor para uma projeção missionária.

Em uma de suas informações à

FMB-SBC, quanto às Igrejas em Santa Bárbara, Quillin fez apelo para que a Convenção despertasse para uma con sideração especial à nação brasileira e, havendo um pastor que desejasse realizar um grande movimento no cam po missionário, o Brasil era um país de ricas terras.[3]

Atendendo aos pedidos do pastor Quillin, a FMB-SBC nomeou o missioná rio W. B. Bagby e a esposa dele, Anne Luther Bagby, para a missão no Brasil. O casal chegou a Santa Bárbara no dia 07 de março de 1881. O missionário Z. C. Taylor e sua esposa Kate Crawford chegaram ao Brasil em 23 de janeiro de 1882, com a tarefa de auxiliar os Bagby. O ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque foi o mestre de português dos missionários, segundo relato em O Jornal Batista [4].

Os missionários saíram do interior de São Paulo em 1882 para fixarem-se em Salvador, porém W. Bagby realizava as viagens para Santa Bárbara com objetivo de dar suporte à Igreja naquela localidade e no dia 16 de agosto de 1885 Edwin Herbert Soper assumiu o pastorado da Igreja, permanecendo ali apenas por um ano. Edward Allen Puthuff tornou-se um dos pastores da Igreja de 1886 até 1888. As Igrejas em Santa Bárbara tiveram a sua vida ad ministrativa limitada a um tempo em média de 38 anos (OLIVEIRA, 2005).

Segundo Azevedo (1996, p. 5), “[…] não dá para ignorar o pensamento de um grupo religioso como os batistas, nascidos na Inglaterra no período elisa betano, desenvolvidos nas colônias e estados norte-americanos e inseridos no Brasil imperial”. A historiografia dos batistas tem sido pouco explorada e ainda há muito que se investigar acer ca desse grupo religioso com mais de quatro séculos de história.

NOTAS:

[1] OLIVEIRA, B. Antunes. O Jor nal Batista. Ano- LXVI n 48 – Novem

[2] O Jornal Batista. Ano LXIX n. 21

[3] O Jornal Batista, n 5 ano LXVII.

Referências:

AGUIAR, Letícia. Imigrantes norte-a mericanos no Brasil: mito e realidade, o caso de Santa Bárbara. 2009. XX p. Dissertação (Mestrado). Instituto de Economia. Universidade Estadual de campinas – UNICAMP. São Paulo –SP, 2009.

AGUIAR, Letícia. Famílias de em preendedores norte-americanos em Santa Bárbara d’Oeste, 1866-1900. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. São Paulo – SP, 2012.

AZEVEDO, Israel Belo de. A celebra ção do indivíduo: a formação do Pen samento Batista Brasileiro. Piracicaba: UNIMEP; São Paulo: Exodus, 1996.

CLARK, Jorge Uilson. A imigração norte-americana para a região de Cam pinas: análise da educação liberal no contexto histórico e educacional bra sileiro. Dissertação (Mestrado), UNI CAMP, 1998.

MENDONÇA, Antonio Golvêa. O Pro testantismo no Brasil e suas encruzi lhadas. Revista USP, São Paulo, n.67, p. 48-67, setembro/novembro 2005.

OLIVEIRA, Betty Antunes de. Cen telha em Restolho Seco. Uma contri buição para a história dos primórdios do trabalho Batista no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Vida Nova, 2005.

PEREIRA, J. Reis. Breve História dos Batistas. Rio de Janeiro,: Juerp, 1982.

YAMABUCHI, Alberto Kenji. O de bate sobre a história das origens do trabalho batista no Brasil: uma análise das relações e dos conflitos de gênero e poder na Convenção Batista Brasi leira dos anos 1960-1980. XX p. Tese (Doutorado). Universidade Metodista de São Paulo, 2009. n

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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Betty Antunes de Oliveira José dos Reis Pereira

Conheça a história da Igreja Batista na Base do Pico dos Marins Piquete - SP

Espaço serve como local de oração para aventureiros.

Localizada no início do trecho de subida do Pico dos Marins em Pique te - SP, serve como local de oração para aventureiros que se dispõem a fazer a caminhada ao cume que possui uma das mais belas vistas do Vale do Paraíba. Este templo faz par te da pousada que acolhe visitantes que querem repousar e descansar aos pés do Pico. Vá, vi site e procure saber da bela história do acolhedor local que está lá a mais de cinquenta anos.  n

Primeira Igreja Batista do Pará, a primeira Igreja evangélica da Amazônia

Igreja completou 125 anos em 2022.

A história do Evangelho na região Amazônica começou com a chegada em Belém do navio chamado “Hope” (esperança), que aqui ancorou na sex ta-feira, dia 19 de novembro de 1891, trazendo entre outros passageiros, o jovem sueco, Eurico Alfredo Nelson.

Após cinco anos e três meses de sua chegada, muito trabalho, muitas lutas e muita perseguição religiosa, no dia 02 de fevereiro de 1897, foi or ganizada a Primeira Igreja Batista do Pará, que se tornaria a primeira Igreja evangélica da Amazônia. n

John W. Shepard

atuou na evangelização e na área educacional.

Nasceu em 28 de janeiro de 1879, em Gladesville, Tennessee, Estados Unidos da América. Se converteu e foi batizado em 1894. e foi consa

grado ao ministério pastoral Batista em 1899. Estudou no Seminário Teo lógico Batista de Louisville, Kentucky, Estados Unidos da América. Foi en viado pela Junta Missionária Estran geira Batista de Richmond, Virgínia, Estados Unidos da América para

auxiliar na evangelização e na obra educacional, iniciando seu trabalho no Brasil, no Colégio Americano Gil reath de Recife, Pernambuco. Foto: O Jornal Batista, 15 de novembro de 1906, p. 1  n

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Extraído das redes sociais do Memória dos Batistas Extraído do site Memória dos Batistas Extraído das Redes Sociais do Memória dos Batista
Missionário
Igreja Batista na Base do Pico dos Marins Piquete - SP Eurico Alfredo Nelson trabalhou muito na região e ficou conhecido como “Apóstolo da Amazônia”

O Programa Radical está de volta

O Programa Radical de Missões Mundiais que leva jovens a vivenciar mais do campo missionário transcul tural está de volta e com inscrições abertas. Por conta da pandemia da COVID-19, o programa ficou pausado por cerca de dois anos, mas retornou e convida você, jovem, a fazer parte!

Desde 2003, o Programa Radical tem se firmado como uma estratégia diferenciada para se fazer missões. O programa tem como objetivo enviar jovens cristãos para atuação entre os povos não alcançados em diferentes países das Américas, da África e da Ásia, sinalizando o Reino de Deus através da proclamação e do serviço em favor da vida e da promoção da dignidade do homem, conforme os padrões estabelecidos por Deus.

As inscrições abertas são para os projetos: Radical África, Radical Luso-Africano, Radical Latino-Americano. Eles são voltados para jovens com idade entre 18 e 30 anos, membros de uma Igreja Batista há pelo menos dois anos e escolaridade a partir do partir do Ensino Médio completo.

Escreva para crh@jmm.org.br para mais informações e inscrição.

Ore para que o Senhor direcione o seu coração a fazer a vontade dEle. Converse com seu pastor e familiares para tomar essa decisão e contar com o apoio das pessoas ao seu redor.

Indique essa oportunidade para um jovem da sua igreja, talvez você seja a resposta da oração de alguém. O ide é mais do que sair de um local para o outro, é sinalizar o Reino de Deus todos os dias.

O clamor das crianças solitárias

O Senhor nos diz em Isaías 10.1-2: “Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores, para privar os pobres dos seus direi tos e da justiça os oprimidos do meu povo, fazendo das viúvas sua presa e roubando dos órfãos!”.

Este país tem dificultado o trabalho dos cristãos entre os pobres e neces sitados. Já foram muitos os orfanatos, hospitais e escolas fechadas. Muitos pastores e missionários continuam presos ou estão ainda respondendo diante do tribunal por terem sido fal samente acusados.

Nós sofremos muito com esta per seguição. Muito triste acompanhar o sofrimento dessas crianças que foram transferidas do Lar da Paz para outras casas. Muito doloroso ao recebermos telefonemas deles pedindo socorro e compartilhando o quanto elas sentem nossa falta.

Muitas crianças foram retiradas dos orfanatos cristãos e enviadas para casas de familiares que não tinham nenhum vínculo ou afeição. Muitas

sofreram abusos e até há casos de morte e casamento infantil. Algumas foram enviadas para orfanatos gover namentais e forçadas ao Hinduísmo.

Estas crianças não podem perma necer órfãs e desamparadas! Eu e você precisamos fazer o papel de pais para esta geração.

Eu entreguei a minha vida para esta causa, demonstrando o amor de mãe para as “crianças solitárias”. O Lar da Paz tem cuidado e tem trazido segu

rança, dignidade e restauração para vidas de crianças que foram traumati zadas, crianças que viveram sozinhas. Temos cuidado e providenciado a cura para os corações destes que foram danificados devido às amargas expe riências de abandono.

Tenho orado e peço suas orações, para que neste momento de tanta ne cessidade Deus levante mais minis térios que ajudem aos órfãos e aos abandonados que tem sofrido sérias

dificuldades.

Orem pelas crianças que foram resgatadas e estão em instituições. Elas precisam de cura e do toque do Amor de Deus e do toque do meu e seu Amor. Para manter o Lar da Paz funcionando, precisamos que a igreja brasileira continue orando e contribuin do. E estejam orando por nós e pelas crianças que vivem em necessidade e que diariamente precisam defender a si mesmas. Que o Senhor milagrosa mente se faça conhecido entre elas.

Com a pandemia milhares de crian ças perderam um ou ambos os pais. É muito preocupante o número de crian ças abandonadas. Correm um alto risco de abuso e exploração sexual. Algumas destas crianças que se tor naram órfãos estão sendo colocados para adoção ilegal. Já foram vários casos encontrados nas redes sociais oferecendo crianças.

Com a pandemia, muitos pastores e missionários locais faleceram. Grande número de missionários retornou para os seus países de origem. Oramos hoje por mais obreiros para esta terra.

Escutemos o clamor das na ções! n

11O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22MISSÕES MUNDIAIS
ORE - OFERTE - VÁ - MOBILIZE n

Werner Kaschel (1922-2010)

Pastor deixou grandes contribuições para a Igreja e para a denominação.

Extraído do site Memória dos Batistas

Traduziu a Bíblia para facilitá-la. Na Bíblia de Werner Kaschel, onde aparecia o termo “verbo”, agora se lê “palavra”. O substantivo “caridade” foi trocado por “amor”. Descendente de alemães, Werner nasceu em Campi nas-SP e se tornou pastor da Igreja Batista. Por mais de duas décadas, trabalhou como tradutor da Socieda de Bíblica do Brasil, onde integrou a Comissão de Tradução da Bíblia na Linguagem de Hoje. O primeiro volume saiu em 1988.

O trecho “E a terra era sem forma e vazia”, por exemplo, virou “A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo”. A última revisão da NTLH (Nova Tra dução na Linguagem de Hoje) foi em 2000. Werner colaborou com a socie dade até 2008.

Em entrevista recente, disse: “Ao revisar a tradução bíblica, é preciso levar em conta que a palavra de Deus deve ser simples e compreendida por todos. E isso inclui ricos, pobres, cultos e incultos”.

O pastor reconhecia que a nova versão não era uma unanimidade. “A impressão é que muita gente gosta da Linguagem de Hoje, mas ainda existem reações contrárias a ela, pois algumas pessoas estão acostumadas com a velha tradução”, afirmou.

Doutor em teologia, Werner foi pas tor em Americana, São Paulo e Rio. Nos anos 60, dirigiu o Colégio Batista Brasileiro. Também comandou a Facul dade Teológica Batista de São Paulo, de onde saiu em 1989. Traduziu hinos religiosos e escreveu livros. Poliglota, era especialista em hebraico.

Converteu-se em 1930, na Primeira Igreja Batista de Campinas-SP, sob o ministério do missionário Paul C. Por ter. Foi batizado em dezembro de 1934, sentindo no mesmo ano, a chamada para o ministério. Bacharelou-se em teologia no Seminário do Sul, da Igreja Presbiteriana do Brasil, em Campinas, em 1944. Fez o mestrado no Seminário Batista, (Southwestern), Fort Worth, Texas, em 1949, e o doutorado em Filo sofia, no Seminário Batista, (Southern), em Louisville, Kentucky, em 1971.

Foi pastor da Primeira Igreja Batista de Americana, São Paulo (1943-1944), Igreja Batista Central do Rio de Janeiro (1945-1946), Bom Retiro, Rio de Ja neiro (1952-1960) e Casa Verde, São Paulo (1963-1966). Foi diretor do De partamento de Treinamento da Junta de Escolas Dominicais e Mocidade, de 1948 a 1957, e serviu seis vezes como primeiro secretário da Convenção Ba tista Brasileira.

Como educador, exerceu seu mi nistério com grande êxito nesta área

desde 1946. Até 1960 serviu como professor e Deão do Seminário Teo lógico do Sul do Brasil, no Rio de Ja neiro. Foi diretor do Colégio Batista Brasileiro em São Paulo, de 1961 a 1967. Ensinou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo desde 1961, e em 1972 assumiu o cargo de reitor, onde permaneceu até 1989. No âmbito nacional, foi presidente da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (ASTE) e Associação Brasileira de Ins tituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET).

Na denominação, prestou relevan tes serviços à causa do Mestre, no Brasil e no exterior desde sua juven tude, liderando juntas, organizações, campanhas estaduais, nacionais e internacionais.

As contribuições literárias enrique ceram o meio evangélico, ora escre vendo, ora traduzindo. A lista é longa,

mas talvez a maior obra seja sua par ticipação na Comissão de tradução da Bíblia na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil. Esta co missão trabalhou durante 21 anos no estudo dos textos nas línguas origi nais, produzindo a versão da Bíblia em linguagem popular. Werner trabalhou para a Sociedade Bíblica do Brasil até 2008, com 86 anos.

A contribuição de Werner para a hi nologia brasileira é rica e extensa. Des de a sua juventude, escreveu e traduziu muitos hinos. Foi um dos integrantes da Comissão que elaborou o Hinário para o Culto Cristão. Em reconheci mento ao seu trabalho nessa área, em 1989 recebeu o Premio “Arthur Laks chevitz”, da Associação dos Músicos Batistas do Brasil (AMBB). Ainda pu blicou os seguintes trabalhos: Plano Financeiro para as Igrejas Batistas do Brasil, Viagens à Palestina, Sumário de

Evangelismo Pessoal, e o Dicionário da Bíblia de Almeida.

Werner Kaschel falava cinco idio mas, além de ser especialista em He braico e Grego. O casal Werner Kaschel e D. Dirce Folster Rodrigues Kaschel, merece destaque entre todos os Ba tistas brasileiros, por sua longa e pro dutiva folha de serviço.

O valor do seu trabalho como mem bro da Subcomissão de Textos do Hinário para o Culto Cristão (HCC) é inestimável. Da sua lavra há dez letras originais, além de três em parceria e duas estrofes avulsas. Também dele são dezesseis traduções completas, mais três estrofes avulsas. Estas re presentam uma pequena parte da sua fiel colaboração no Hinário para o culto cristão.

Werner Kaschel faleceu em 08 de novembro de 2010, na Cidade de Cam pinas-SP. n

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

Igreja Evangélica Batista em Jussari - BA promove conferência de aniversário da MCM

Trabalho existe na Igreja há 84 anos.

Nos dias 03 e 04 de setembro, ti vemos a conferência de aniversário de 84 anos da organização Mulher Cristã em Missão (MCM) na Igreja Evangélica Batista em Jussari - BA.

O tema da celebração foi “Mu lher, Joia preciosa aos olhos de Deus”, e divisa em Provérbios 31.10: “Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis”. A preletora foi Edna Peixoto.

Juventude Batista de Pernambuco planeja segundo semestre e calendário de 2023

Integração tem sido o foco da JUBAPE nos últimos anos.

Paula Sales coordenadora da Área de Comunicação da Convenção Batista de Pernambuco

A Diretoria e Secretaria Executiva da Juventude Batista de Pernambuco (JUBAPE) estiveram reunidas no dia 17 de setembro para planejar as ativi dades do segundo semestre e definir o calendário de 2023.

Esta é a terceira gestão consecu tiva da JUBAPE cuja prioridade é a integração das juventudes do sertão ao litoral, tendo como estratégia um calendário enxuto de atividades, prio rizando a presença da liderança nos eventos promovidos pelas Igrejas e Associações.

Aos poucos, a articulação tem fun cionado. Algumas Associações que

estavam paradas retomaram suas atividades em 2022, com Diretoria eleita e calendário integrado. O traba lho em rede tem chamado a atenção dos jovens de outras Associações, até então estagnadas, que começaram suas tentativas de reorganização de maneira bem orgânica durante o mês da juventude.

Há também um olhar todo especial para o trabalho com adolescentes. No sábado 10 de setembro, a JUBAPE or ganizou mais uma edição do Teen Day, um dia inteiro voltado para eles; esta edição aconteceu na Primeira Igreja Batista em Caruaru - PE e reuniu cer ca de 100 pessoas. Foi um tempo es pecial e marcante para a trajetória da organização.

É claro que os poucos recursos

financeiros dificultam a realização dos mais variados sonhos e ideias que passam no coração da juventu de. A atual situação financeira dos jovens e adolescentes pernambuca

nos impõe alguns limites para o que se quer fazer. Até mesmo a integração de toda a juventude do estado esbar ra no financiamento das viagens, da promoção de congressos, acampa mentos e atividades de comunhão entre eles. Em algumas Igrejas, nem previsão de orçamento para a juventu de há. Apesar disso, os adolescentes e jovens seguem sendo a principal força motora das suas comunidades de fé. Eles estão na comunicação, no ministério de educação, sonoplastia, ação social e onde quer que se abra espaço e precise de ajuda. Graças a Deus por isso.

A verdade é que a juventude ama o Reino de Deus. Em 2023, a JUBAPE segue trabalhando em prol dos jovens e à serviço de Cristo. n

Primeira Igreja Batista no Jardim Camargo Novo - SP tem novo pastor

Culto teve homenagens e participação de pastores.

Novo, em Itaim Paulista - SP, o pastor Edson de Souza.

No dia 03 de setembro, tomou pos se como pastor e presidente da Primei ra Igreja Batista no Jardim Camargo

A cerimônia de posse teve vá rios momentos de homenagem e a participação dos pastores Natanael Mendonça, Hermínio Manoel, Carlos Alberto Azevedo, João Kazuvas, Izair Pereira, Givanildo de Menezes, Geo

vane Alves, Carlos Andrade, Epami nondas Cristóvão, Ivan Ferli, dentre outros.

Com uma admirável programação e a presença de familiares e amigos, ao lado de sua esposa, Eliana Rodrigues de Souza, celebrou-se a solene posse do pastor. Gratidão. n

13O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22
Neirival Souza pastor da Igreja Evangélica Batista em Jussari - BA A festividade foi uma bênção! Gratidão a Deus por essa orga nização missionária, que muito tem contribuído para o avanço do Evangelho de Cristo em nossa ci dade.  n Antonio Maia primeiro vice-presidente da Primeira Igreja Batista em Camargo Novo, em Itaim Paulista - SP Conferência de aniversário de 84 anos da organização Mulher Cristã em Missão (MCM) na Igreja Evangélica Batista em Jussari – BA Reunião da JUBAPE Cerimônia de posse do Pr. Edson de Souza

Mais que felizes

Discute-se muito hoje o conceito de felicidade. No mundo, ele está ligado a sentir-se bem, realização pessoal, familiar; ter dinheiro suficiente para lazer, entretenimentos. Tem a ver com a qualidade de vida e a busca do prazer pelo prazer. Mas, as pessoas bem-a venturadas, mais que felizes, segundo o ensino de Jesus, estão contidas no contentamento e absolutamente des colados do poder das coisas visíveis, ou seja, estão livres das compulsões ditadas pelo “deus do entretenimento” e pelo sistema chamado mundo.

As pessoas que vivem os ensinos de Jesus neste mundo realmente são mais que felizes. Na verdade, são as que receberam o novo coração, expe rimentaram o novo nascimento, a cru cificação e morte do velho homem, e ressuscitaram com Cristo Jesus para viverem a Sua vida como sal da terra e luz do mundo (Romanos 6.1-11; II Co ríntios 5.17; Colossenses 3.1-4; Mateus 5.13-16). Agora, elas não têm mais um coração de pedra, incrédulo, insensível, mas um coração de carne, de fé, amo roso, sensível, misericordioso, solidá rio, sendo obedientes aos ensinos do

Mestre. Essas pessoas são aquelas que aprenderam a viver contentes em toda e qualquer situação (Filipenses 4.11-13).

São muito felizes as pessoas que estão submissas ao ensino de Jesus Cristo (Mateus 5.1,2). Este ensino transformou seus corações, renovou suas mentes, suas forças, e lhes deu uma cosmovisão cristã. Agora, elas têm o espírito de sabedoria e discerni mento (Efésios 1.17). Andam como Je sus andou (I João 2.6). A sua maneira de viver é caracterizada pela mansidão e humildade (Mateus 11.29). As suas ações e reações estão em conformi dade com os ensinos do Mestre. Per manecem em Cristo Jesus e dão muito fruto (João 15.5).

Desprovidas de qualquer orgulho espiritual, as pessoas mais que felizes são humildes de espírito, pois reconhe cem as suas debilidades, fraquezas, frustrações e limitações (Mateus 5.112). Têm consciência da sua miserabi lidade (Romanos 7.24). Como ensina Martin Lloyd Jones: “Elas têm a cons ciência de que nada são, que nada têm, olhando para Deus em total submissão a Ele, e dependem inteiramente de Sua misericórdia, de Sua graça”.

Mais que felizes são os que con fiam na Pessoa e Obra de Cristo (João 6.68,69). Elas contemplam o Senhor Jesus Cristo, vendo-O conforme Ele está revelado nos Evangelhos. Reco nhecem as suas carências. Podem afirmar com muita segurança: “Nada trazemos em nossas mãos; Só na tua cruz nos agarramos. Vazios, desampa rados, nus e vis. Entretanto, o Senhor é Todo-Suficiente – Sim, tudo quanto nos falta em Ti encontramos. Oh, Cor deiro de Deus, nos achegamos a Ti!” (Lloyd-Jones).

Como pessoas muito felizes elas creem na suficiência das Escrituras. Pedro, o pescador, depois de uma pescaria malsucedida, recebe a or dem do Mestre para lançar de novo as redes ao mar. Isto fazendo, pegou uma grande quantidade de peixes, ao ponto de romper as redes e precisar da ajuda de outro barco (Lucas 5.5-7). As pessoas que encontraram a satis fação em Cristo Jesus são realmente bem-aventuradas ou mais que felizes. Elas não vivem mais presas pelas cir cunstâncias, mas na dependência de Cristo Jesus, pela fé. Essas pessoas são desapegadas dos bens materiais, títulos, reconhecimentos, prêmios,

cargos e das honras deste mundo. A sua riqueza é invisível e está preparada por Cristo Jesus antes da fundação do mundo.

Para as pessoas mais que felizes “o viver é Cristo e o morrer, lucro” (Fi lipenses 1.21). Elas têm a certeza da vida eterna (João 5.24; 10.28). São providas de consciência vocacional e têm prazer em servir. Suas metas são arrojadas. Seus sonhos estão alinha dos com os ensinos de Cristo Jesus. A graça de Cristo basta para elas, pois o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (II Coríntios 12.9,10). Os seus lábios cantam a vitória de Cristo Jesus sobre a morte, ressurreto dentre os mortos (Mateus 28.1-20; 1 Coríntios 15.1-5).

Por esta razão, os cristãos são otimis tas, assertivos, prestativos, criativos e proativos. Os seus corações descan sam na fidelidade do Pai. O seu prazer é a lei do Senhor e nela medita dia e noite (Salmo 1.1-3). A paz de Cristo é o árbitro em seus corações (Colos senses 3.15). A gratidão e a alegria são duas notas muito fortes na música das suas almas satisfeitas em Deus (I Tessalonicenses 5.18; Filipenses 4.4). A glória de Deus é o seu maior alvo e o seu maior prazer. n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA

O poder não corrompe

Lourenço Stelio Rega

Ao ler diariamente os noticiários não é difícil notar que muita gente, ao galgar cargos de elevada responsabi lidade, acaba se envolvendo em cor rupção e outros atos ilícitos tal como abuso de poder etc. Sobre isso temos o ditado que o poder corrompe.

Será que o poder de fato corrompe mesmo? Penso que o poder não cor rompe, mas revela. Revela o que estava latente no estado de ego da pessoa como um gatilho que dispara os mais egoístas instintos de levar vantagem do poder assumido, pode também dis parar o que é chamado na Psicologia de kratomania (mania de poder) ou à megalomania (mania de grandeza). Pelo menos é o que posso concluir depois de algumas décadas acompa nhando como pessoas assumem a liderança, seja na denominação, seja numa Igreja local.

Para uns, assumir cargos de eleva da responsabilidade é tido como um privilégio em servir, em indicar novos rumos para a organização ou área que vão liderar visando alcançar com cria tividade, eficiência e eficácia a missão a ser cumprida. Para outros, o poder poderá revelar o ego inflado de uma personalidade perturbada e desajus tada. Já convivi com líderes que pos suíam fortes traços de esquizofrenia, de paranoia e outras psicopatologias.

Certa vez, um diácono de uma Igreja me procurou para falar que seu

pastor mentia. Dentro de mim enten di que o seu pastor na realidade não mentia, mas sofria de esquizofrenia e imaginava certas realidades de for ma tão intensa que o seu cérebro não conseguia mais identificar o que era a realidade e o que era, de fato, a imagi nação. Sem querer denegrir a imagem do colega, respondi ao diácono que seu pastor necessitava de atenção e que a Igreja deveria ajudar seu pastor, oferecer um sabático e caminhos para seu tratamento. Imagine num caso assim como esse líder lidaria com o poder.

Se o líder (pastor ou não), por exem plo, sofre de paranoia geralmente se imagina como o porta voz de Deus e tudo o que fala passa a ser como que a “pura e incontaminada” verdade de Deus. Ele poderá se imaginar como um enviado de Deus para “por em ordem” a denominação, uma organização ou mesmo a Igreja. Tudo o que fizer ou le var o povo a fazer será como se fosse Deus fazendo.

É possível ainda que a pessoa te nha outros distúrbios em seu estado do ego, tais como a kratomania ou megalomania, como falei há pouco, a ponto de não saber lidar com o poder.

Já me cansei de ver líderes (e muitos pastores) que ao assumir a presidência de alguma coisa na denominação ou Igreja, mudam da “água para o óleo” do dia para a noite, se desfiguram, se transfiguram, como se o cargo que está assumindo fosse como que uma

elevada força que os eleva sobre os demais como o mais importante dos seres. Soube uma vez de um caso em que um jovem pastor foi consultado se desejaria pertencer a uma área deno minacional. A resposta “bate e pronto” foi “sim, pois desejo ser um dia o pre sidente desta convenção”. Soube que este jovem pastor acabou assumindo a presidência daquela área conven cional e se transfigurou após a oração de posse, agindo de forma totalmente autoritária em todo o período de seu mandato.

O poder não corrompe, mas pode revelar o desejo que a pessoa pode ter de se valer da “máquina denomi nacional” ou da Igreja para dar vazão ao seu ego inflado, ao seu desejo de levar vantagem ou transformar a de nominação ou Igreja em “ação entre amigos”. Será que já vivemos muitos dissabores e até perda patrimonial por causa disso? Seria uma das causas de nosso fracasso “nos negócios denomi nacionais”?

Por outro lado, já vi também mui to líder que, ao assumir o poder, logo rompe com todos os relacionamentos antigos como se todos agora passas sem a ser delinquentes ou algo seme lhante. É claro que há pessoas que se aproveitam da amizade para tentar tirar vantagem de um líder. Mas falo daqueles que assumem a liderança e acabam se imaginando agora como “reis” mudando radicalmente seu com portamento.

Sobre tudo isso tenho também uma outra “teoria”. Tenho percebido que muitos jovens que, após a oração de consagração ao pastorado, “empinam o nariz” e passam a ser orgulhosos. A minha “teoria” é que ao término da oração de consagração pode ter havi do um “encurtamento simbólico das vértebras” L1 e L2 ao final da coluna vertebral daquele jovem pastor que acabou puxando o seu pescoço para cima. Descobri que há cura e sempre ensinei aos meus alunos que basta visitar uma vez por mês um setor de tratamento de queimados ou um pronto socorro de um hospital (não vale visitar a maternidade) e ver que a vida está sempre por um fio e não somos nada sem Deus. Se não houver melhoras a visita deve ser quinzenal. Se persistir, a visita deve ser semanal e se não houver cura para a soberba e o orgulho, então é melhor deixar o ministério.

Enfim, não posso deixar ainda de falar que o poder não corrompe, mas revela também o estado esfarrapado da vida espiritual de muitos que se co locam como líderes. A humildade é a mais elevada virtude de um líder. Jesus nos deixou o exemplo para que siga mos suas pisadas. Ele, mesmo sendo Deus, se humilhou a si mesmo e não se valeu de seu poder, mas foi um lí der-servo que nos indica o caminho equilibrado da liderança.

Contato: rega@batistas.org; No Instagram: @lourencosteliorega n

15O JORNAL BATISTA Domingo, 23/10/22 OBSERVATÓRIO BATISTA PONTO DE VISTA
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