OJB EDIÇÃO 42 - ANO 2022

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José de Souza Marques

EDUCADORES EDUCADORES CRISTÃOS CEM RISTÃOS EM MOVIMENTO MOVIMENTO ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXI EDIÇÃO 42 DOMINGO, 16.10.2022 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
explicações Coluna mostra quando o pastor pode ter carteira assinada pela Igreja Cinco motivos para criar um plano educacional para sua Igreja Autor explica importância da organização do ensino na Igreja
Batista Saiba como a Educação Cristã pode reafirmar a Identidade Batista
Leia a trajetória de um dos ex-presidentes da CBB pág. 03 pág. 05 pág. 10 pág. 12 Dicas da Igreja Legal Reflexão Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista

Educadores Cristãos em movimento

O terceiro domingo de outubro é o dia escolhido pelos Batistas Brasilei ros para ressaltar a importância dos educadores cristãos para o desenvol vimento da Igreja e para a expansão do Reino de Deus.

No exercício do ministério, nos de dicamos com esmero para a formação do caráter cristão, por meio do ensino sistemático e intencional das Escritu ras. Nós estamos em constante movi mento nos mais diferentes ambientes educacionais, sempre envolvidos em processos de discipulado e mentoria, de acolhimento e cuidado, de capaci tação, orientação, supervisão e tantos outros que contribuem para a forma ção e transformação do povo de Deus. A relevância deste movimento está, principalmente, na expressão da Pa lavra na vida do cristão.

Para celebrar este dia festivo, que remos que os Batistas Brasileiros sai bam que os educadores cristãos estão em movimento nas Igrejas, nos lares, nas organizações e em diversas esfe ras da denominação:

• Nós estamos em movimento nas Igrejas por meio de ministérios que formam e integram gerações, fortale cem os lares, engajam a juventude e colaboram para o avanço da obra de Cristo na terra;

• Nós estamos em movimento nos campos missionários, nos centros sociais e nos ambientes de capela nia, sempre acolhendo, amparando e ensinando com sabedoria a fim de apresentar cada pessoa perfeita em Cristo (Colossenses 1.28);

• Nós estamos em movimento nas redes sociais e nas mídias online e

offline, produzindo conteúdo, promo vendo eventos e contribuindo para a disseminação da Palavra de Deus e da cultura cristã pelo mundo;

• Nós estamos em movimento nas convenções estaduais, coordenando a formação de liderança nos campos, integrando e motivando pessoas, pla nejando, executando, supervisionando e avaliando ações estratégicas;

• Nós estamos em movimento aqui no O Jornal Batista, nos periódicos da Convicção Editora e em tantos outros espaços abertos para a produção de conteúdo educacional relevante em nossa denominação;

• Nós estamos, também, no movi mento de migrar para Ordem dos Edu cadores Cristãos Batistas do Brasil. É um tempo de mudanças significativas em direção ao fortalecimento da Edu

cação Cristã. Pelo caráter federativo da AECBB, entendemos que a estrutura de uma Ordem é mais adequada para a sua gestão e alcance dos nossos objetivos.

Com tanto movimento, deseja mos que neste dia especial, todas as Igrejas Batistas Brasileiras, indepen dentemente do tamanho, localização ou estrutura, valorizem o ministro de Educação Cristã. A data é uma for ma singela de reconhecer o esfor ço diário destes servos para formar verdadeiros e frutíferos discípulos de Jesus, conhecedores da Bíblia e aptos a transformar o mundo em que vivem. n

SECRETÁRIO DE REDAÇÃO

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REDAÇÃO E

DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a

Theodoro Rodrigues Teixeira (1925

Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988);

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INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

TRIBUNA

Editora Esquema Ltda

2 O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22 EDITORIAL
Elana Costa Ramiro presidente da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Brasil
REFLEXÃO O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza
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1925);
a 1940);
IMPRESSÃO:
A
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Quando o pastor pode ter carteira assinada pela Igreja? Parte 2

Antes de falar sobre o vínculo do pastor e demais ministros religiosos em ambientes estritamente eclesiás ticos, ou seja, em Igrejas, achei por bem socializar com os diletos leito res de OJB informações capturadas na grande rede, no link abaixo, que apontam para as áreas de atuação do bacharel em Teologia. Na edição de 06 de novembro próximo falarei especificamente sobre as relações contratuais da Igreja com o ministro religioso e em que casos será possí vel o estabelecimento do vínculo de emprego.

Por ora, vejamos onde um teólogo pode trabalhar:

• Universidades: como pesquisador ou professor em cursos de teologia, letras, antropologia ou outras ciências humanas e sociais.

• Escolas: como professor de re ligião.

• Editoras: elaborando, revisando ou avaliando livros de cunho religio so ou ainda prestando consultoria a escritores.

• Veículos de comunicação: na ela boração, coordenação ou execução de programas e materiais religiosos,

Professor, a joia da vida

No dia 15 de outubro é o dia de um dos profissionais mais importantes dentre tantos que existem: professor.

Uma pena que mesmo com a nobre missão de ensinar, seja desvalorizado de maneira incrível e até deprimente, transformando aquele sonho de me nina “ser professora” numa nuvem de fumaça que se esvai pela vida afora...

No Japão há um pensamento entre eles que “Numa terra sem professores não pode haver imperadores”, mostran do a suma relevância na vida desde a criança, passando pelo adolescente, jovem, adulto e terceira idade.

Cora Coralina, famosa escritora, disse certa vez que “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”. Uma grande verdade, pois o quem ensina aprende, também muitas lições em sua vida.

como consultor para obras de ficção que tenham elementos de religião em seu enredo.

• Instituições de saúde públicas e privadas: oferecendo conforto espiri tual a pacientes e seus familiares.

• Órgãos públicos: como capelão no Exército ou na Marinha, por exemplo.

• Organizações Não Governamen tais: apoiando ou liderando projetos de cunho social, como pastorais, or ganizações de ajuda humanitária etc.

Fonte: https://www.mundovestibu lar.com.br/cursos/curso-de-teologia.

Nesses casos há de se constatar a presença dos requisitos do artigo 3º da Consolidação das Leis do Tra balho (CLT), quais sejam: “prestação de serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. n

Jonatas Nascimento Empresário contábil, diácono Batista e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal”. E-mail: jonatasnascimento@hotmail.com WhatsApp: (21) 99247-1227.

Lao-Tsé, de maneira muito sábia, afirmou que “Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida.”. E o que faz o professor senão ensinar para a vida?

É algo tão marcante na vida de cada pessoa que o professor pode ocupar até mesmo mais tempo que a família em muito dos casos, desempenhando um papel primordial na educação e for mação de seres humanos, tornando

-os mais preparados para um viver tão complicado. Tudo começa numa sala de aula onde a estrela é o professor.

Dê a devida importância e respeito a quem te ensinou e ainda ensina a muitos pela vida agora, tornando-se uma verdadeira joia que brilha e ilumina a vida de quem aprende para caminhar pela vida, assim como ensino o Mestre dos mestres, Jesus Cristo, “Único cami nho, verdade e a vida que leva ao seu pai que está nos céus” (João 14.6). n

3O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22
Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB
DICAS DA IGREJA LEGAL REFLEXÃO

A fé de Ana

Ana ia ao templo em ferventes orações, Crendo que Deus ouve as súplicas dos seus.

Seu marido a amava e lhe dava do melhor; Em tudo lhe agradava para sua felici dade.

Porém, ela, angustiada, vivia se lamen tando Porque não recebera o dom da mater nidade.

Viviam em Ramá, uma cidade nas mon tanhas.

Ali tinha conhecido o seu esposo, o El cana.

Ela desejava dar muitos filhos para ele; Porém, não foi isto que aconteceu com Ana.

A sua adversária vivia lhe humilhando. Dizia para ela: “O teu ventre é infecundo.”

No entanto, ela cria no Deus vivo e po deroso, No Senhor absoluto, Criador de todo o mundo.

Apesar de ser constantemente humi lhada, Ana era firme e não perdia as esperan ças.

Sonhava com filhos correndo ao seu redor, Vivendo em sua casa com a alegria das crianças.

Elcana a consolava e vivia lhe dizendo: “Ana por que choras e não comes o teu pão?

Não te sou eu melhor do que dez filhos? Por que está triste o teu nobre coração?”

Todos os anos viajavam até Siló, Onde ficava o tabernáculo de Deus.

Em certa ocasião, Ana, com bastante fé

Fez um voto a Deus, estando cheia de fervor:

Se tivesse um filho, realizando o seu sonho, Iria consagrá-lo ao serviço do Senhor.

Toda amargura que ela estava sentindo Deixou aos pés de Deus, balbuciando no altar.

O sacerdote Eli imaginou que a mulher Estava embriagada e não parava de falar.

Então foi até Ana e lhe repreendeu.

Ela respondeu: “Eu não estou embria gada.

Sou serva de Deus e peço para engra vidar E tenho certeza que serei abençoada.”

Ana e Elcana retornaram para casa E ele envolveu-a no seu mais sincero amor.

Com fé aguardaram o propósito de Deus; Esperando a bênção em oração e louvor.

Ana engravidou e muito rejubilada Testemunhou a bênção recebida lá do céu.

Teve um menino e a este primogênito Ela e Elcana chamaram de Samuel.

Quando o menino já estava bem cres cido

E a sua mãe já o tinha desmamado Foram com ele a Siló, ao tabernáculo E ao Senhor Samuel foi consagrado.

A Escritura ensina como interpretá-la

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para ins truir em justiça;” (II Tm 3.16).

Escrevendo a Timóteo sobre a im portância da Bíblia Sagrada, Paulo revela: “Pois toda a Escritura Sagra da é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver” (II Tm 3.16). Em outras palavras, Paulo recomenda obedecer ao conteúdo total da Bíblia, ao invés de apenas repetir as práticas tradi cionais vivenciadas pelos veteranos de nossas comunidades de fé, que se

Ana louvou ao Deus Todo Poderoso: “Eu me alegro em tua grande salvação. Os pés dos santos tu sempre guardarás E só em Ti nós encontramos proteção.”

E Samuel ficou servindo ao Senhor; Tudo aprendeu sobre os seus ensina mentos.

O pai e a mãe retornaram pra Ramá,

Crescendo em santidade

Dia desses fui fazer uma visita pas toral, a uma família que recebeu de Deus um filho. A Bíblia nos diz que os filhos são “heranças do Senhor” (Salmo 127.3). Aquela família estava muito fe liz e irradiante com a chegada daquela linda criança. Deus, em Sua bondade, deu aquele filho àquela família, para que aquela criança seja forjada na palavra do Senhor. Que este pequenino seja educa do no caminho em que se deve andar e admoestado segundo as orientações de Deus (Provérbios 22.6/ Efésios 6.4).

Os pais têm uma grande responsabili dade com o ensino dos filhos, e assim precisam nutrir, desde a tenra a idade, o temor a Deus. É claro que cabe aos pais cuidarem da nutrição do corpo de seus filhos.

Em dado momento da visita ao casal, que estava feliz com a bênção do filho no colo, ele começou a chorar. Todo recém -nascido chora. Chora de fome, sono, de manha, cólicas ou chora. Os pais sabem diferenciar os tipos de choro. Nossa vi

sita não foi demorada, pois não é sábio demorar ao visitar recém-nascidos, mas ele chorou, e a mãe já identificou que o choro era de fome e logo o amamentou. Ao receber o leite no seu quarto, nós da sala, não ouvimos mais o bebê chorar, porque ele estava satisfeito. Enquanto conversamos, a mãe disse que aquele menino era desesperado pelo leite e que não cumpria os intervalos de três horas para a amamentação. Ela disse que ele chora para mamar a cada duas horas. Esse relato me fez lembrar da Bíblia e seus ensinos.

Aquele bebê chorando de fome, me fez lembrar que a Bíblia diz que nós de vemos ter fome e sede de Deus. Jesus usa essas duas necessidades básicas do ser humano, comer e beber, para fa lar de forma profunda de Seu ministério, afirmando que quem não come de sua carne e não bebe de Seu sangue não tem parte com Ele (cf. João 6.53-56). No Evangelho, vemos Jesus chamar os pecadores para um novo nascimento, para a regeneração. Ao conversar com o líder religioso Nicodemos, Jesus diz que é necessário “nascer de novo” (cf. João

3.3). Todos precisam entender essa lição, pois todos são pecadores, todos são fa lhos e carecem da graça e misericórdia do Senhor (cf. Romanos 3.23/ 6.23). Na expressão de Jesus, quem não “nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3). Nicodemos não entende o rumo da conversa de Jesus, ao passo que o Mestre deixa claro dizendo que “quem não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nas cido do Espírito é espírito” (João 3.5-6). Jesus mostra a diferença do nascimento natural e do espiritual. A mensagem do Evangelho é clara: precisamos nascer de novo.

No Novo Testamento, os apóstolos Paulo e Pedro usam a analogia do leite para falar do crescimento cristão. Paulo usa a metáfora do leite para os irmãos de Corinto, criticando a falta de crescimento.

O leite é o primeiro alimento, completo, que gera crescimento, mas eles estavam agindo com infantilidade e não queriam crescer, queriam ficar com birras infantis.

O “leite da Palavra de Deus” dá cresci mento aos salvos. Pedro afirma que pre

acham especialistas em religião, por causa da quantidade de versículos que decoraram.

O texto do Salmo 14 veicula uma declaração “anti-bíblica”, caso nos limitemos a apenas citar seu início, que denuncia os tolos: “Os tolos pen sam assim: Para mim, Deus não tem importância” (Sl 14.1).

Satanás conhece o texto bíblico e se especializou em fingir que seu contexto não possui importância. Façamos como Jesus Cristo que, quando foi tentado pelo Diabo, ven ceu-o completamente, atendo-se ao contexto profundo da Revelação Bí blica (Hebreus 4.15).

Tendo o menino sempre nos seus pen samentos.

Anualmente Ana e Elcana o visitavam; Ela levava sempre uma túnica maior. Ana ainda teve três filhos e duas filhas; Deus fez com ela muito mais e fez me lhor. n

cisamos “desejar ardentemente, como crianças, recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”. Pedro usa a expressão “leite espiritual” com a mesma ideia de que o leite materno é tudo o que o recém-nascido precisa; a Palavra de Deus é tudo o que precisamos e nos nutre bem. A palavra de Deus é que dá crescimento a nós, assim como o leite materno num bebezinho. A Palavra de Deus nos dá o sustento necessário para o cristão.

Jonathan Edwards disse assim: “A natureza de alguém que é um recém-nas cido espiritualmente é ter sede de crescer em santidade, assim como é a natureza de um bebê recém-nascido ter sede do leite de sua mãe.” Os salvos precisam anelar a santidade, assim como a criança anela o leite materno.

Que nós sejamos como crianças se dentas pela Palavra de Deus que gera crescimento. Enquanto houver vida em nós, devemos desejar crescer mais e mais em santidade ao Senhor, lembran do sempre que “sem santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14). n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22
Marinaldo Lima pastor, colaborador de OJB Olavo Fe ijó
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

Cinco motivos para criar um plano educacional para sua Igreja

Vivemos na sociedade do prático, rá pido e eficiente. Existe uma valorização de pacotes prontos, pois economiza mos tempo, mesmo que não signifique economizar dinheiro. Por exemplo, uma comida, um lanche, um suco são ali mentos que encontramos em qualquer plataforma de entrega de refeições e alimentos online, mas também encon tramos em supermercados, porém, a demanda é menor, pois necessita de um maior tempo no processo de prepara ção do alimento e, na maioria das vezes, este preparo demanda tempo e alguns utensílios específicos. Realmente, as plataformas de refeições e alimentos virtuais têm sido uma forma bem van tajosa para quem necessita de mais tempo e praticidade no seu dia a dia, mas nem sempre essas comidas ofe recem uma boa nutrição, ou seja, talvez não contenha os nutrientes necessários para suprir o seu gasto calórico durante o dia, ou não seja o alimento ideal para sua saúde.

Neste texto falaremos um pouco

sobre o que a Igreja tem preparado ou comprado para alimentar os seus membros na área de ensino. Diversas Igrejas utilizam materiais prontos, comprados de editoras, como mate rial principal de ensino. Como cada empresa editorial possui seus próprios pressupostos, a Igreja assimila este currículo oculto que aparece nos te mas e na forma em que estes assuntos serão tratados ao longo do tempo. Ve jamos a seguir cinco motivos para criar um plano educacional próprio para a sua igreja:

1. Destaque da missão, visão e va lor do ministério

É de extrema importância que o aluno ou membro conheça a missão, visão e valores de seu ministério. Atra vés deles serão estabelecidos alguns princípios. Com a criação de um ma terial próprio é possível a implanta ção deste aspecto e fazer com que os membros aprendam os princípios de sua Igreja.

2. Fundamentação teológica

Devemos estar fundamentados em Deus. Colossenses 2 diz: “alicerçados e edificados nele…” isso quer dizer que

devemos estar fundamentados em Sua Palavra, que é a Bíblia. Ela contém toda a verdade e nela encontramos a fonte da sabedoria e de todo enten dimento.

3. Estruturação interna

Um plano educacional elaborado pela Igreja pode resultar numa estru tura estudada e moldada a partir da missão, visão e valores estabelecidos pela Igreja. Pode-se partir do contexto em que ela se encontra inserida em determinada cidade e bairro, ana lisando o perfil de seus membros e frequentadores, podendo desenvolver assim, materiais para idades diferentes e prestar um ensino específico para cada faixa etária levando em conta o tipo de abordagem para cada idade.

4. Trabalhando através do perfil da Igreja

Quando pensamos em criar um plano educacional temos a obrigação de analisar os perfis espirituais, inte lectuais e culturais, sociais, profissio nais e econômicos e financeiros da comunidade, a análise e estudo destes perfis nos permite a usar uma contex tualização específica e adequada para

a comunidade podendo estabelecer o programa educacional, a metodologia, a avaliação e até mesmo a formação da equipe educacional voltada espe cificamente para o perfil em que se encontra a Igreja.

5. Trabalhando com objetivos edu cacionais específicos

E, por fim, nós temos a oportunida de de elaborarmos estratégias educa cionais específicas e nos moldes em que a Igreja se encontra. Esses objeti vos estão ligados tanto à metodologia quanto à forma avaliativa de cada alu no, podendo também desenvolver pro jetos específicos para a integração da Igreja com o bairro, o desenvolvimento espiritual, e buscar uma aplicação efe tiva em tudo que se aprende.

Estes cinco aspectos são apenas alguns de muitos que se ganham com a criação de um plano educacional pró prio. Entretanto, vale ressaltar que esta construção requer habilidades técnicas específicas e uma boa base teológica e educacional. A Igreja poderá encontrar uma forma saudável de oferecer um alimento espiritual sólido e fundamen tado em sua identidade com o apoio específico de um Educador Cristão. n

Gratidão diante da resposta

Gleyds Silva Domingues

membro da Igreja Batista do BacacheriPR; pós-doutora em Educação e Religião; doutora em Teologia, mestre em Educação. Licenciada em Pedagogia e Educação Cristã; bacharel em Direito e Teologia; professora do Programa de Mestrado Profissional em Teologia das Faculdades Batista do Paraná e do Programa de Mestrado em Ministérios da Carolina University

“Assim, Ana concebeu, e no tempo devido, teve se filho, ao qual chamou Samuel, pois ela dizia, eu pedi ao Se nhor” (I Sm 1.20).

A fé promove um coração grato diante da resposta recebida, seja ela positiva, negativa ou em espera. A gra tidão envolve reconhecimento sobre a ação de Deus, pois se tem consciên cia de que tudo ocorre segundo a Sua vontade, nada escapa de Seu controle

e decisão, principalmente, quando se entrega a Ele os pedidos em oração. A história de Ana revela isso com muita propriedade.

A narrativa bíblica descreve a tris teza de Ana, porque era estéril, então, ela demonstra uma atitude de fé, pois em oração entrega seu coração, ex pressando o desejo de ser mãe. Nesse ato de entrega, Deus Se compadece e ela tem um filho. Interessante, que ela compreende que o seu filho é do Senhor, por isso, o dedica ao Seu ser viço. Que manifestação de gratidão. Que desprendimento. Ana poderia ter agradecido e posicionado o seu filho em primeiro lugar em sua vida, mas não foi essa a atitude. Sua atitude é uma expressão de fé viva.

A atitude da pessoa diante da res posta evidencia o que, de fato, tem prioridade em sua vida. Por isso que é possível ver diferentes reações diante de uma resposta de oração. O que é

preciso entender que Deus não exige nada, antes, Ele deseja que a ação de cada adorador/a seja de fato sincera, pois não é alvo de barganha.

A resposta dada por Deus evidencia Sua atenção e cuidado para cada um, por isso que o tipo de resposta não será o mesmo. Ele não pode ser ma nipulado pelo ser humano e, também não é alguém que está para satisfa zer os seus desejos. Deus é Deus. Sua ação é justa e compassiva. Ele age segundo seus propósitos.

O não atender a uma oração, não significa que Deus não se importa, mas que não é o tempo certo. É preciso ler os sinais e as evidências de resposta. São eles que indicam se aquilo que foi pedido agrada ou não o coração de Deus. Ao ouvir a resposta do Senhor é preciso demonstrar gratidão, mesmo que não se entenda o seu motivo.

Ana clama ao Senhor com inteireza de mente e coração. Ela sabe que so

mente Deus poderia mudar sua histó ria. Ela reconhecia o seu lugar e as suas limitações. Ana vai direto Àquele que tem o poder para modificar situações. Ela sabe que precisava apresentar a Deus suas petições. Por isso, como gesto de gratidão, ela entoa um cântico, registrado no Primeiro livro de Samuel, capítulo 2, em que destaca a sabedoria e o poder de Deus em responder a ora ção daqueles que o buscam.

Como você reage diante da respos ta de oração? Sua atitude é de gratidão ao Senhor? Você clama ao Senhor com inteireza de mente e coração? Como você testemunha sobre as respostas de oração? Existe em você a convicção de que Deus quer o seu melhor? Por fim, como você tem entregado a vida dos seus filhos e a sua vida no altar do Senhor?

Ore agradecendo ao Senhor e de monstre sua gratidão expressando por meio de palavras de louvor e adoração. n

5O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22REFLEXÃO

Celebrando a paz através das crianças

“E todos os que delas souberam as guardavam no coração, dizendo: Que virá a ser, então, este menino? Pois a mão do Senhor estava com ele” (Lc 1.66).

O mês de outubro nos reserva al gumas celebrações muito importantes dentro do nosso calendário eclesiásti co: 09 - Dia da criança; 12 - Dia Batista de Evangelismo Pessoal; 15 - Dia Batis ta do Brasil; 16 - Dia do Educador Cris tão; 23 - Dia do Plano Cooperativo; 31 - Dia da Reforma Protestante. Temas especiais e essenciais para o nosso crescimento cristão.

Mas, vamos focar na mensagem de paz através das crianças. O texto acima é relacionado ao profeta João

Batista, precursor de Jesus Cristo, que veio para ser a voz do que clama no deserto. De uma criança simples ao homem que apregoou a mensagem de arrependimento.

Criança é sempre uma boa temá tica para todos nós. Tão importante que o Mestre dos mestres se indignou com os próprios discípulos, porque es tavam tentando impedir as crianças de virem a Ele. Ele disse: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. E disse mais: Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira algu ma entrará nele. (Marcos 10.13-16)

O Senhor Jesus usa essa situação para trazer importantes lições para to dos nós. “Dos tais é o reino de Deus”, as crianças que ainda não tem noção de maldade, e de tantos outros males

que herdamos na queda, fazem parte do reino de Deus. “Bebês e crianças pequenas que morrem antes de se con verter estão incluídas no reino de Deus (que é o céu, a vida eterna). Com base no que a Bíblia nos diz sobre a natureza divina, Deus não responsabilizará crian ças pequenas e imaturas por decisões que elas não têm capacidade de tomar. Podemos confiar que Deus tratará de modo adequado aqueles que ainda não chegaram à idade da responsabilida de”.

Esse é o sentido dos ensinos de Jesus - “Dos tais é o reino de Deus”.

O segundo, não menos importante é: “Qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira al guma entrará nele.”

Aqui a lição é para todos que tem entendimento. Receber o Reino de Deus como criança significa conversão, novo nascimento, nova criatura. Geralmente,

a criança não tem noção de maldade, de vingança, de ódio etc. E isso tudo deve ser enterrado com o velho homem, quando nos arrependemos dos nossos pecados e nos voltamos para o Senhor prontos para fazer a sua vontade.

Era isso que Paulo argumentava para com a Igreja em Corinto: “irmãos, não sejais meninos no entendimento; na malicia, contudo, sede criancinhas, mas adultos no entendimento” (I Co 14.20). O sentido é que se alguém se diz seguidor do Senhor, mas não vive em novidade de vida, com certeza é porque ainda não nasceu de novo, e logo não é um salvo pela fé e conse quentemente não pode herdar o Reino de Deus. Que o Senhor nos ajude nessa nossa caminhada até chegarmos lá, e isso tão somente pela Sua graça! Cele bremos a paz através do maravilhoso ensino de Jesus sobre às crianças! n

Os improváveis de Deus

Em Israel, nos tempos do rei Jorão, os leprosos eram deixados fora dos muros das cidades. Os locais onde eles viviam com outros leprosos era considerado um local impuro e, caso se aproximassem de uma pessoa pura na estrada, eles eram apedrejados para se manterem distantes e não contami nar os outros.

O contexto dessa época era de guerra, fome e caos. E isso não era diferente entre os leprosos, pois eles faziam parte desse contexto social, mesmo fora dos muros, mesmo es tando segregados.

Samaria estava sitiada e o povo passando fome. Eles não tinham so lução para o problema por mais ca pazes que fossem. A solução desse problema não poderia ser resolvida pelo rei nem por seu exército.

Aconteceu, no entanto, algo inusi tado. O profeta Eliseu profetizou que em pouco tempo teriam alimentos com fartura, o rei ouviu em silêncio, mas, seu capitão duvidou e zombou do profeta, o qual disse-lhe que ele veria

os alimentos, mas, não os comeria (II Reis 7.1-2).

Paralelamente a isso, Deus estava agindo e confundiu o exército da Síria, o qual ouviu um alarido de carros e cavalos de guerra que supostamente se levantavam contra eles. Com medo, fugiram deixando tudo no arraial, bens, alimentos e animais (II Reis 7.6-7).

Nesse ínterim, quatro leprosos co meçaram a fazer conjecturas sobre a situação em que viviam, e chegaram à conclusão de que morreriam qualquer que fosse a situação. Se ficassem ali, morreriam de fome, se fossem ao ar raial dos sírios em busca de alimento, poderiam ser mortos, mas, diante da lepra, nada poderia ser feito a não ser esperar a morte. No entanto, a lepra não havia destruído a razão desses homens. Eles pensaram de maneira lógica e resolveram arriscar suas vidas em busca de uma solução prática para sua fome. Foram até o arraial dos sí rios, e, para surpresa deles, ao chega rem perto do arraial, descobriram que estava desabitado, cheio de alimentos e riqueza, ficaram atônitos diante dis so, pois, não sabiam da intervenção sobrenatural de Deus (II Reis 7.3-5).

Eles entraram, se alimentaram, se apropriaram de ouro, prata, vestes,

bens inimagináveis e talvez jamais vistos. Estavam satisfeitos e felizes, mas, caíram em si, e lembraram-se dos seus irmãos, que estavam nas mes mas condições que eles e morreriam de fome, caso eles ocultassem essa boa-nova (II Reis 7.9).

Eles poderiam ter agido de forma vingativa, por serem tratados com dis criminação e desprezo, diante da enfer midade e fragilidade em que se encon travam, mas, de uma forma admirável, mais uma vez a razão predominou e aqueles homens vencendo o medo, a limitação dos seus corpos, a solidão, a estigmatização, a culpa, a segregação e a impotência, chegaram perto dos muros da cidade, correndo risco de ape drejamento, para anunciar o segredo que haviam descoberto:” […] Fomos ao acampamento dos sírios e não havia ninguém lá, nem voz de homem, mas só os cavalos e os jumentos atados, e as tendas como estavam” (II Rs 7.10)

A solução para o problema da mor te e da fome veio por parte de Deus, que confundiu os sírios, mas, o anúncio dessa boa-nova veio dos improváveis.

Deus, mais uma vez, mostrando que é o Senhor da história, Aquele que detém o controle de tudo e que age através dos loucos, como nos diz Pau

lo em I Coríntios 1.28,29: “Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que são nada para reduzir a nada as que são, para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus”.

Esses homens não lamentaram sua situação, não agiram com pessimismo ou derrotismo, não murmuraram, não olharam para sua fragilidade, nem tam pouco foram tomados por espírito de vingança, eles foram nobres e empáti cos para com aqueles que os despre zavam e conseguiram com o auxílio de Deus, trazer não só o alimento para o seu povo, mas a vitória sobre a guerra.

Ah! E quanto a profecia anunciada por Eliseu, ela se cumpriu e o capitão que duvidou da providência de Deus, viu os alimentos, mas, foi pisoteado na entrada dos portões e morreu sem comê-los (II Reis 7.19-20).

Que Deus em sua infinita sabedo ria, possa conduzir o Seu povo a uma conscientização diante das enfermi dades e deficiências e que possamos olhar para os mesmos além da sua deficiência, possamos vê-los como pessoas capazes e aptas para desen volver funções dentro das suas pos sibilidades, pois as deficiências não definem as pessoas. n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22 REFLEXÃO

Até alcançar o povo sertanejo para Cristo!

As radicais Sertanejas Wicttoria Souza de Oliveira e Lizabeth Soares de Lima atuam em João Dourado, na Bahia. Elas estão no sertão da Bahia há três anos e quatro meses, plantan do Igreja e pregando o Evangelho de Jesus dia após dia.

A rotina diária é vida na vida com os moradores do bairro Novo Canal. As ati vidades e ações que as jovens realizam

são: Culto de Adoração, Culto de Oração, Culto de Ensino, PGM, Sopão, Tarde com Deus, Visita de Oração, Estudos Bíblicos, EBD, Culto nos Lares, Ações Sociais (en trega de roupas, sapatos e alimentos), Aulas de Pandeiro Ornamental e Pales tras com Psicólogas mensalmente.

As crianças são o maior público e fazem a ponte para a entrada das missionárias em seus lares e nos de seus parentes. Deus têm usado as crianças de forma muito linda para que seus pais aceitem cultos no lar, estudo e até mesmo uma simples ora

ção. Diariamente, Wicttoria e Lizabeth são acionadas para atender famílias que precisam de socorro físico emer gencial ou para dar apoio psicólogo e espiritual. Para que o Reino avance, é importante estar presente na vida dos moradores da comunidade.

As radicais lançam um desafio: “orem por nosso campo de atuação, que tanto carece de Jesus, mas ainda se encontra bem resistente, principal mente a população masculina. Tem sido desafiador o trabalho de evan gelização com os homens e com os

meninos da região, mas nosso Deus tem nos direcionado com novas estra tégias! Para nos aproximar mais ainda dos meninos com abertura para a Pa lavra, Deus nos permitiu sonhar com o Projeto de Jiu-jitsu”, compartilha.

Louvado seja Deus pelas Radicais que estão nessa região, impactando vidas e compartilhando a Palavra. Ore pela obra missionária em João Doura do, na Bahia. Ainda há muito trabalho pela frente e você pode fazer parte dis so. Vamos avançar, anunciando que “Só Jesus Cristo Salva”! n

7O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22
MISSÕES NACIONAIS
Wicttoria Souza de Oliveira Adaptação: Redação de Missões Nacionais

O ensino na Igreja

Artigo aponta importância de aspectos para o ensino na Igreja.

A Reforma Protestante trouxe pro fundas mudanças ao Cristianismo e ao mundo como um todo. Foi de lá que vieram ideais de liberdade, de igualda de, da possibilidade de busca pelo co nhecimento, do surgimento de escolas e universidades e, principalmente, da possibilidade de por si mesmo alguém poder desfrutar do estudo da Palavra de Deus. O Sola Scriptura tinha o ob jetivo não só de estabelecer a base correta e única da verdadeira crença, mas também de levar ao desenvolvi mento do ensino bíblico correto e que fosse acessível a qualquer um.

A educação, que era privilégio de alguns, passaria a alcançar um número cada vez maior de pessoas através do ensino das Escrituras Sagradas. Em bora em pleno século XXI ainda tenha mos tantas pessoas que não tem aces so à educação formal, sem a Reforma Protestante estaríamos numa situação muito pior. Mas o mar nem sempre foi de rosas e prova disso é o crescimento de tanta esquisitice espiritual em nos sos dias, em sua maioria por falta do ensino correto das escrituras.

Neste artigo quero delinear, não de forma exaustiva, alguns pontos impor tantes quanto ao ensino na Igreja, pois sua correta e constante aplicação pode proporcionar excepcional crescimento espiritual da comunidade cristã. O en sino na Igreja deve ocupar um lugar de primazia (ou pelo menos deveria!), pois é através dele que a formação ade quada e bíblica acontece. Esse deveria

ser o desejo de todo crente que quer crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus. Ouso dizer que limi tar-se a ir à Igreja para ouvir sermões não é suficiente para o verdadeiro cres cimento espiritual.

1. A importância do ensino das escrituras

É através do ensino que aprende mos a forma correta de crer (ortodo xia) e agir (ortopraxia). As escrituras sempre desempenharam proeminên cia, quando do período de estabele cimento da nação de Israel, durante os períodos de exílio ou de domínio por outras nações, até o aparecimento do Messias e para na formação Igreja primitiva, estendendo-se até nossos dias. Infelizmente, nestes tempos pós-modernos a influência cultural de uma sociedade líquida, nas palavras do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, tem levado ao extermínio educacional e formativo de outrora. Não há busca pela verdade como tal e o que mais importa são as narrativas.

Assim, ouvir um sermão ou uma ex plicação de um texto, tudo mastigado, tem se tornado mais importante que o deleite ou o beber da própria fonte, que são as sagradas escrituras. Some-se a isso a falta de tempo, ou o uso do tem po para o supérfluo, que tem levado cada vez menos à leitura e ao estudo das escrituras.

Revisitar as escrituras é necessá rio para se entender a importância de seu ensino, pois é através dela que se preparam “os santos para a obra do mi nistério, para que o corpo de Cristo seja

edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturi dade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4:12,13).

Num artigo recente que escrevi e foi publicado no Blog da AECBB (https:// www.aecbb.com.br/para-que-serve -sua-biblia/) delineei alguns pontos importantes da importância das es crituras. Brevemente, apresentei três motivos para o estudo das escrituras que estão na essencialidade para o crescimento espiritual (I Pedro 2.2), na necessidade para que se alcance ma turidade espiritual (Hebreus 5.11-14) e que a sagrada escritura é eficaz ao que se propõe e tem eficácia comprovada (II Timóteo 3.16-17).

Não podemos aceitar nada menos que isso. Para ter uma Igreja madura e sadia, é necessário que o ensino das Escrituras ocupe o lugar mais impor tante. Digo, o ensino correto, que leva ao verdadeiro crescimento e que busca a glorificação de nosso Deus. Cristãos bem formados na Palavra de Deus são aqueles que constroem suas vidas so bre a rocha e que não são abalados por qualquer vento ou tempestade que apareça (Mateus 7.24-27).

As próprias Escrituras nos ajudam a entender o que estou tentando alertar. A grande comissão dada aos discípu los foi de que fossem e ensinassem o que haviam aprendido do mestre, pois isso era o que traria a verdadeira mudança (Mateus 28.19-20). Enten dendo este chamado, os discípulos foram, dispersaram-se para cumprir o chamado e anunciar a Boa Nova do Evangelho. Não tinha lugar que não

fossem (Atos 13:14; 14:1; 18:4), pois estavam comprometidos com o ensino correto das Escrituras, com o anúncio do verdadeiro Evangelho que traria a mudança essencial e necessária à vida das pessoas. Mas para que isso acontecesse, eles não só tiveram um chamado, foram também capacitados e continuaram sendo capacitados du rante toda a jornada (Efésios 4:11-14).

O ensino das escrituras é essen cial para o desenvolvimento do crente, pois ela foi escrita para isso (Romanos 15:4), mesmo que não a compreenda mos completamente quando a lemos, pois há coisas que não são reveladas de primeira (Deuteronômio 29.29), mas depois de lidas, relidas e conversadas podemos chegar a sua compreensão com mais clareza. Além disso, o en sino das Escrituras permite olharmos para trás e vermos as obras grandio sas de nosso Deus e sabermos, com certeza, que ele cuida de nós (Josué 4.21-24).

2. A importância de um currículo

Ter uniformidade, começo, meio e fim também é importante para a cultura do ensino na Igreja. Assim, a definição de um currículo básico de ensino, estruturado, mesmo que sim ples, é necessário. Um currículo reú ne disciplinas e conteúdos a serem implementados e cumpridos, além de estabelecer os objetivos de aprendi zagem em cada etapa do crescimento espiritual, baseados no conhecimento das Escrituras Sagradas, bem como dá uma sequência lógica para que esse conhecimento seja construído.

8 O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22
Raimundo Ribeiro Passos colaborador da Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil
REFLEXÃO

Um ensino sério das escrituras sa gradas gera uma Igreja forte e sadia. Por isso, é necessária uma “profissio nalização do ensino na Igreja”. Com isto, não estou dizendo que não há en sino sério nas Igrejas, mas que é pre ciso manter um ensino sério para que a Igreja continue crescendo de forma sadia. Isso necessita de uma mudança completa no comportamento de cada um de nós, a começar pelas atitudes bem simples. Por exemplo, quantos vão às aulas da escola bíblica levando caneta e caderno para anotações, além de sua Bíblia? Talvez, essa seja a sua realidade, mas posso garantir que não é a de muita gente. Tenho ministrado o ensino religioso e secular e constato que neste quesito eles são diferentes, embora a falta de anotações nas aulas seja algo já universal, independente do que é ensinado. Mas ainda no ensino secular, os estudantes vão com um compromisso de fazerem anotações, ou tiram fotos do quadro/apresenta ção, para estudarem depois. Na Igreja nem sempre isso acontece.

A profissionalização do ensino na Igreja deve passar pela definição de um currículo que gere desejo do co nhecimento da Palavra de Deus. Deve abordar conteúdos e as várias meto dologias de aprendizagem, inclusive as ativas, a fim de levar a uma apren dizagem significativa, duradoura e que gere mudanças quanto à necessidade do processo educacional constante.

Não definirei um currículo básico ou amplo aqui, mas a base de ensino dele deve ser as Sagradas Escrituras.

A partir disso, uma discussão peda gógica com pessoas que trabalham a Educação na Igreja deve levar à con clusão de que o conhecimento das Es crituras não é algo fragmentado, sem sentido, com conteúdos ou disciplinas isolados, mas que fazem parte da vida diária do indivíduo, que se importa com ela, que procura relacionar a vivência diária com a vontade de Deus.

O que estou falando é o que as Es

crituras mesmo nos ensinam, quando a orientação dada ao povo da recém-na ção formada que deveria comunicar/en sinar em todo tempo, em toda situação, a qualquer um, sem distinção (“Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo ca minho, quando se deitar e quando se le vantar” (Dt 6.7). O ensino das Escrituras deve ser holístico, no sentido de que não é fragmentado, e abranger toda a vida do cristão. Portanto, o currículo deve se propor a abranger o ensino das Escri turas para todas as faixas etárias, para todas as fases do crescimento cristão e sempre voltado para o despertamento dos dons espirituais, para o crescimento do corpo de Cristo.

Assim, o currículo deve buscar o entendimento da vontade de Deus (capacitação na compreensão da Palavra de Deus), o entendimento da missão da Igreja (capacitação para a vida comunitária), o entendimento da missão da pessoa (capacitação para o trabalho no Reino de Deus) e enten dimento do desenvolvimento da pes soa (capacitação para a vida pessoal equilibrada), que constituem o ensino integral das Sagradas Escrituras. Um bom exemplo de currículo pode ser observado na Proposta de Projeto Pe dagógico da Convenção Batista Bra sileira (http://www.convencaobatista. com.br/sig/modulos/site/comunica cao/uploads/documentoDownload Site/2977891318092017183437.pdf).

3. A importância de professores bem capacitados

A adoção de um currículo educacio nal para a Igreja leva também à neces sidade de capacitação de pessoal. Isso quer dizer que a promoção de ativida des específicas para a formação de professores é necessária, não só para fortalecer os professores existentes, mas para levar à formação de novos professores.

Essa capacitação deve levar ao comprometimento individual daque le que exerce seu chamado. É como o apóstolo Paulo ressalta que aquele que ensina deve se esmerar em fazê -lo (Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensi no; Rm 12.7). O contexto que Paulo fala é o de desenvolvimento dos dons espirituais, sendo o ensino um deles. Mas os professores também precisam ser ensinados, a fim de que aprendam como ensinar. É como diz Riobaldo – “Mestre não é o quem sempre en sina, mas quem de repente aprende.” (GUIMARÃES ROSA, J. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Frontei ra, 1986).

Neste sentido, Jesus é nosso mes tre maior, aquele que nos ensina todas as coisas. Num artigo publicado no Blog da AECCB diz: “Jesus era conhe cido como Mestre (professor) pela for ma como ensinava. Seu ensino não era despropositado, sem fundamento, mas Ele irritava a liderança da época, por que seu ensino trazia em si as mudan ças necessárias para uma vida melhor. Esse foi o caso de Maria Madalena. Eu acho que essa é também uma boa qualidade de um professor, o ensino que dá, a forma como o faz, o com promisso com o que ensina e as mu danças que espera proporcionar. Outra qualidade é que Jesus não escolhia quem ensinar, não havia os preferidos, ensinava a todos, embora houvessem os escolhidos. Mas estes, o foram não porque eram melhores que qualquer outro, mas porque a agenda do Mestre estava comprometida com a vontade do Pai. Assim, escolher a quem ensinar em detrimento de outros, não parece ser uma boa qualificação, mas estar aberto a ensinar a todos quantos pro curam, sim!” (https://www.aecbb.com. br/professor/).

Por outro lado, o ensino das Es crituras não é para os ignorantes, ou para aqueles que não tinham o que fazer e caíram de paraquedas um dia

em que o professor faltou na escola bíblica. O ensino é para aqueles que foram chamados, capacitados e que se comprometem com o Reino (E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensina rem os outros. II Tm 2.2).

Nossos professores da escola bíbli ca precisam ser capacitados, desperta dos para o compromisso com o ensino verdadeiro das Escrituras. Quantos de nós capacitam-se para o ato de ensino secular, mas quando se fala do ensino na Igreja, o fazem de qualquer forma. Muitos não gastam tempo em pesqui sa, em busca do melhor método, em serem melhores professores. Isso é negligência e não somos chamados a isso! Imagina se nosso Senhor Jesus Cristo tivesse sido negligente em seu chamado (Hebreus 5:8-10)! Mas nós podemos ser negligentes e assim não aprendemos o que deveríamos (como mestres ou alunos) e nem ensinamos como deveríamos, o que pode trazer sérios prejuízos ao crescimento espi ritual da Igreja (Hebreus 5.12-14).

CONCLUSÃO

Portanto, o ensino na Igreja não pode ser tratado de qualquer jeito. É preciso um ensino sério das escrituras para que haja verdadeiro crescimen to espiritual. Ele é importante para o cristão crescer de forma sadia, com uma fé sólida e sabendo de sua ne cessidade constante de aprender cada vez mais do próprio Cristo. Para isso, a Igreja deve estabelecer as bases corretas para o ensino, montando um currículo básico que considere fatores como faixa etária, grau de crescimen to, compreensão e comprometimen to com o Reino, além de professores chamados, capacitados e dispostos a levarem a Boa Nova do Evangelho. Que o Senhor Jesus Cristo, nosso mestre maior, seja o nosso guia e alvo a ser perseguido. Amém! n

9O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22
REFLEXÃO

A identidade Batista reafirmada no trabalho da Educação Cristã

Texto mostra os

para a obra Batista.

Gleyds Silva Domingues

membro da Igreja Batista do BacacheriPR; pós-doutora em Educação e Religião; doutora em Teologia, mestre em Educação. Licenciada em Pedagogia e Educação Cristã; bacharel em Direito e Teologia; professora do Programa de Mestrado Profissional em Teologia das Faculdades Batista do Paraná e do Programa de Mestrado em Ministérios da Carolina University

Talvez, você esteja pensando, qual seria a relação estabelecida entre a identidade Batista e a Educação cristã? Para que se apresente tal objetivo, é preciso descrever o sentido de ser de uma identidade. Inicia-se, consideran do a identidade como um elemento essencial, porque carrega uma digital que contém marcas específicas e in dividualizadas em conformidade com o que ela representa.

Quando se pensa na identidade, é comum associá-la a um documento que contém autenticidade. Atesta-se que é verdadeiro, legítimo e idôneo, porque está em conformidade com o que é apresentado. De fato, a identida de é um instrumento comprobatório porque contém autenticidade e traz unidade para aqueles que são seus portadores.

Ainda, é preciso ressaltar que não se pode diminuir o valor da identidade e ou ignorá-la, porque ela expressa o que se prioriza e atribui significado. Ela traz a ideia de conformidade, que atesta sobre a sua veracidade. Assim, defende-se que a identidade no con texto eclesiástico precisa ser ensinada para que ela seja conhecida. Nela, é

possível identificar os pressupostos que asseguram o sentido e a razão da fé assumida.

É preciso reconhecer que a ausên cia dos pressupostos da fé traz prejuí zos à formação a ser constituída no processo de afirmação de uma identi dade. Afinal, se não tem identidade, não tem unidade. E se não tem unidade, não se tem motivos para atribuir um nome, ou seja, uma designação que tem como base a pessoa de Cristo Jesus.

Ao transpor a questão da identidade para o contexto da Igreja Batista, faz-se necessário identificar as suas marcas, ou seja, o que ela carrega enquanto sua digital. Uma forma de identificação é a partir do que ela defende como pacto de fé e que expressa a missão, a visão e os valores. Outra forma é a partir da sua declaração doutrinária, pois nela contém os pressupostos e os princípios de fé que fundamentam sua razão de ser e existir na realidade.

É neste sentido, que a identidade Batista precisa ser apropriada por to dos aqueles que são alcançados, quer seja pelo pacto, quer seja pela declara ção denominacional, a fim de que haja unidade de pensamento com relação à fé. A unidade é sua característica fundamental, que particulariza e atribui similaridade a partir da designação Batista, contudo, é preciso alertar que ter uma identidade significa que não se é apenas portador de uma designa ção, mas uma testemunha viva de uma mensagem que traz transformação completa e integral ao ser humano. Afinal, a identidade se origina em Cris to, que traz unidade de pensamento, ação, sentimento e fé.

A partir do Pacto e da Declaração dos Batistas filiados à Convenção Ba tista Brasileira, é firmado o compro misso de servir e adorar integralmente a Deus, observando a sua Palavra, se guindo os passos de Cristo e confiando no Espírito Santo que auxilia e capacita à Igreja a andar em unidade no amor. Nesta direção, compete à Igreja ensi nar, crescer, desenvolver, viver, aplicar e apropriar-se dos princípios bíblicos, porque são eles que dinamizam a vida e os relacionamentos estabelecidos.

O ato de comprometer-se é sina lizador de disposição e desejo para, portanto, revela, um objetivo, uma fi nalidade a ser alcançada. Ainda, evi dencia um propósito de caminhada a ser materializado na vida cristã. É, aqui, que surge o trabalho da Educação Cris tã, como portadora da identidade e do compromisso assumidos em Cristo.

A identidade em Cristo é o elemen to de conexão das Igrejas Batistas. É ela que especifica sobre o compromis so de fé assumido, por isso que não se pode desprezá-la, antes ela precisa ser conhecida e assumida, porque é nesse sentido, que surgem os posicio namentos e, também as práticas que se vivencia na realidade social. Não existe neutralidade na identidade. Ela especifica a razão de existir e ser do seu portador.

A Educação Cristã, no ato de cons trução de sua proposta formativa, in dica a trajetória que se firma nos fun damentos da fé e que são assumidos pela denominação batista, por isso ela tem como ponto de partida o que está assentado no Pacto e na Declaração. Esses documentos expressam o jeito

de ser batista, em relação ao que se crê, diante da verdade revelacional de Deus.

Os princípios a serem observados no trabalho da Educação Cristã podem ser extraídos da Declaração doutrinária batista e consistem na aceitação das Escrituras como verdade revelacional de Deus que pauta a fé e a conduta; no sentido comunitário de Igreja, formada por pessoas regeneradas; no entendi mento sobre a natureza e os fins dis tintos de Igreja e Estado; na liberdade de consciência; na responsabilidade individual da pessoa diante de Deus, em relação aos seus atos; e na auten ticidade e Apostolicidade da Igreja.

Diante dos princípios eleitos, com pete a Educação Cristã pautar seu trabalho em três frentes formativas: ensino, capacitação/treinamento e prá tica ministerial. No ensino, a Educação Cristã expõe as Escrituras, evidencian do o mover providencial de Deus na História. Na capacitação/treinamento, ela provê as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de líderes em potencial, ao mesmo tempo, em que potencializa o uso de dons na Igreja. Na prática ministerial, é o campo de ação orquestrado pela Educação Cris tã, e que atinge os diferentes setores de atuação da Igreja.

Ao concluir esta breve exposição, é preciso dizer que a denominação Ba tista só tem a ganhar com a impulsão da Educação Cristã, porque ela soli difica os princípios da fé e assegura a sua identidade que se materializa por intermédio de um trabalho sério, responsável e comprometido com os valores do Reino. n

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22 REFLEXÃO
benefícios da Educação Cristã

A incomparável compaixão de Jesus

O apóstolo Paulo em sua carta II Coríntios 5.14 declarou que o amor de Cristo nos constrange. Quando foi a última vez que você se sentiu cons trangido por esse incomparável amor compassivo de Jesus? Ao meditar neste texto me senti tocado e como vido pela incomparável compaixão de Jesus, mas também por sua determi nação em cumprir a missão que o Pai lhe outorgara.

Marcos 6.30-44

É impossível não apreciar a in comparável compaixão de Jesus pe los Seus discípulos. Nos versos 3032 Jesus começa a ouvir os relatos entusiasmados dos Seus discípulos, seus feitos e ensinos, mas enquanto eles falavam, os olhos compassivos de Jesus perceberam o cansaço deles.

No verso 31 Jesus lhes convida para uma parada, um descanso e refrigério.

O texto diz que eles não tinham tem po para comer tal era o excesso de trabalho. Ensinar, curar, aconselhar e como menciona o texto, havia pessoas indo e vindo a todo instante. Jesus per cebeu que vários ou todos estavam esgotados.

Talvez você esteja se sentindo as sim. Está apaixonadamente envolvido na obra do Senhor, talvez sem tempo para comer, para a família ou para você mesmo. Não percebe, mas sente uma fadiga. O trabalho na obra do Senhor não para e Jesus hoje está te chaman do para descansar um pouco num lu gar deserto e calmo.

Eu ouvi o relato de um missionário na América Latina profundamente en volvido no trabalho. Ele tomou alguns dias para consagrar-se, mas não parou o ritmo de trabalho. Estava um dia na fila do banco para pagar uma conta quando subitamente desmaiou e todo o dinheiro em sua mão se espalhou pelo chão. Graças a Deus, não houve prejuízo. As pessoas no local socorre ram o missionário e juntaram as notas de dinheiro e as devolveram para ele. Há muito trabalho a ser feito, mas o Senhor se importa com nossa con dição. A incomparável compaixão de Jesus, o bom pastor, cuida dos seus e os leva a descansar em um lugar tranquilo.

É interessante que Jesus havia ten tado levar seus discípulos a um lugar deserto para que pudessem descansar, mas a multidão os “perseguiu”. Esta é uma realidade da obra missionária. A necessidade é muito grande. O texto diz que Jesus teve compaixão e Ele mesmo passa a ensinar-lhes. Há uma necessidade de não perder tempo, mas também uma demanda a ser atendida.

Eu me lembro que quando estávamos em Arequipa, Peru, estávamos aju dando a plantar uma Igreja e também apoiando mais três Igrejas. Passáva mos o domingo rodando para atender, pregar e ensinar a Palavra. Saíamos de uma igreja e íamos para outra, depois da terceira igreja no mesmo dia, meu filho mais novo perguntou: “E agora, papai, vamos para qual Igreja?” E eu disse: “Não, meu filho, agora vamos comer”. Embora haja muito serviço na obra do Senhor, é necessário parar para descansar.

O verso 34 afirma que quando Jesus saiu do barco, viu uma gran de multidão, desorientada, perdida e também com suas almas famintas da luz do céu. O versículo 35 nos diz que já era tarde. A multidão era enor me. Só os homens foram contados, mulheres e crianças não. Havia cinco mil homens, o lugar era deserto e não havia comércio suficiente para suprir a necessidade de tantos. Em meio a uma profunda necessidade, alguém ofereceu os 5 pães e 2 peixes. Sete elementos! Para os judeus, o número

perfeito. Entretanto, a Palavra de Deus diz: “O Senhor é justo e perfeito em todas as suas obras”. Jesus não ape nas estava atento às necessidades de seus discípulos, mas também de toda a multidão.

Se olharmos bem, a situação era desafiadora. Um deserto, quase se aproximando o fim da tarde e mais de cinco mil pessoas com fome. O que fez a diferença para mudar esse quadro foi a presença de Jesus. O seu coração cheio de imensa compaixão multiplicou pães e peixes, suprindo a tudo e a todos. Quando chegamos a Ayacucho, estado peruano onde se iniciou o grupo terrorista Sendero Lu minoso, ouvimos as histórias de so frimento e muitas mortes por todos os lugares onde passávamos. A igreja tinha um templo sem paredes e sem piso, havia somente uma estrutura com telhas que cobria a área do tem plo. Quando chovia, molhava a todos; e quando estava seco, as pulgas pica vam as pernas das irmãs que iam para o culto de saias.

de Jeremias 33.3 e então começamos a clamar dia e noite pela provisão de Deus. Depois de meses clamando, o Senhor manifestou a sua graça e gló ria. De onde não esperávamos, Deus levantou ajuda, nos EUA e no Brasil, e a casa de Deus foi edificada no físico com uma construção que honrou o Seu nome e com salvação de almas. O Se nhor manifestou a sua incomparável compaixão.

Sem dúvida alguma, a incompa rável compaixão de Jesus começa com seus obreiros. Ele cuida de seus discípulos como vimos neste texto. Se você tem se sentindo desanimado ou desamparado, não se esqueça, o Senhor está cuidando de você. Ele é quem providencia o nosso descanso. Precisamos ouvir sua voz quando Ele nos chamar para descansar. Todo su primento e abundância que eu e você precisamos está no Senhor e Ele usa vidas para nos abençoar. Como disse o apóstolo Paulo, “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Fp 4.19).

11O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22MISSÕES MUNDIAIS
O Senhor ali nos lembrou a Palavra
n

Conheça a história da missionária Dinalva Oliveira Gabrielli

os frutos começaram a florescer or ganizaram a Congregação em Barra Grande (Bahia).

Dinalva Oliveira Gabrielli, nascida aos 19 de dezembro de 1912, era mem bro da Primeira Igreja Batista da Bahia, esposa do Sr. Guilherme. Decidiram morar na ilha, exatamente em Barra Grande no Alambique, onde decidiram comprar uma fazenda, que recebeu o nome de Fazenda São José. Ela, mis sionária que sabia o que veio fazer na ilha, começou a evangelizar vizinhos que eram poucos e não muito perto, a pé ou até mesmo a cavalo, depois com sua famosa “veraneio”. Assim foi conquistando a confiança de muitos e

Alguns anos depois, em 12 de julho de 1970, veio a ser organizada a Pri meira Igreja Batista de Barra Grande e a Primeira Igreja Batista da ilha já con tavam com alguns irmãos que foram fundadores: As irmãs: Senhorazinha, Benedito Lopes, irmã Euzebia (Nane ga), irmã Anita Barbosa, irmã Elvira, Gaída, Eusébio, irmã Elizete, Emília. Estávamos sob a direção do pastor Simão, outros irmãos foram chegando e a Igreja foi se expandindo e abrindo pontos de pregação em Catu, Barrei ras, Tairu, Conceição, Ponta Grossa e

Congregações: Tairu e depois Ponta Grossa que hoje já é Igreja.

Em 1982, nosso primeiro trabalho social com a evangelização da APEC. Criação da Escola Guilherme Franco Guimarães, conveniado com a Secre taria do Estado, sob a direção da irmã Adnólia Silva Gabrielli em 1983. Cola boradoras: professora Heloisa, irmã Rute, Zélia e Anita, e sua idealizadora, irmã Dinalva, que sempre estava pre sente.

Em 01 de outubro de 1999, a nossa querida irmã Dinalva Gabrielle partiu para a glória. Encerrando aqui a sua carreira.

A Igreja passou por algumas refor

mas, ao longo do tempo. Hoje, ela tem gam se convertem e às vezes tem que partir para uma outra cidade: Marcelo, Bárbara, Clóvis, Elias, Alana, Robson

Pastores e irmãos que colaboraram com essa obra: pastor Simão, pastor Simões, seminarista Rosalino Assun ção, pastor Daniel, pastor Calixto, pas tor Elson, pastor Jean Carlos, pastor Wellington Correia, educadora Débora Soriano, irmão Elias Barbosa, Adnolia Gabrielli, diácono Antônio de Castro, diácono Gilmar, pastor Arno Hudner, pastor Willians, pastor Carlos Magno, irmão Nielson Macário e outros. n

A história de José de Souza Marques

Extraído do site Memória dos Batistas

José de Souza Marques (Rio de Ja neiro, 29 de março de 1894 - Rio de Ja neiro, 1974) foi um educador, político, advogado, pastor e teólogo brasileiro. Estudou no Seminário Teológico Batis ta do Sul do Brasil e foi presidente da Convenção Batista Brasileira.

José de Souza Marques era neto de escravos, filho de trabalhadores humil des - pai marceneiro e mãe lavadeira - nascido na Zona Norte do Rio de Ja neiro em 1894, e criado, dos dois aos 17 anos, no distrito de Pinheiral, hoje município, que na época pertencia ao município de Piraí. Retornou ao Distri to Federal aos 17 anos de idade, sem escolaridade, semianalfabeto, e prático nas artes da marcenaria e carpintaria, que aprendera com o pai.

Sendo de origem humilde, estu dante negro num país recém saído da abolição da escravatura, numa si tuação incomum para sua época, com esforço e grande mérito conseguiu bacharelar-se em Ciências e Letras, no Colégio Batista do Rio, posterior

mente tendo graduado-se em Teologia no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, na turma de 1922, com 28 anos de idade.

Casou-se com Leopoldina Ribeiro, com quem teve sete filhos. Foi pas tor no Paraná durante algum tempo. Voltou ao Rio de Janeiro e formou-se em Direito.

Foi secretário e vice-diretor do Co légio Batista do Rio de Janeiro, na épo ca do doutor Shepard. Por concurso

público de provas e títulos, tornou-se professor no então Distrito Federal.

Em 1929 fundou uma Escola Pri mária que se transformou no Colégio Souza Marques, posteriormente inte grado na Fundação Técnico-Educacio nal Souza Marques, na região de Cas cadura, no Rio de Janeiro, que também mantém uma Faculdade de Medicina.

Convertido ao protestantismo na Primeira Igreja Batista do Rio de Ja neiro, em 1910, Souza Marques foi batizado pelo Pastor J. W. Shepard. Após, graduou-se no Colégio Batista e já formado em Teologia pelo Semi nário Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro, foi consagrado ministro evangélico, tornando-se pastor Batista, vinculado à Convenção Batista Brasilei ra, tendo sido pastor da Igreja Batista do Engenho Novo, no Rio de Janeiro (substituindo seu irmão, Antonio de Souza Marques, que havia falecido), e da Primeira Igreja Batista de Campo Grande, no período de 1923 a 1925. Foi também pastor, pelo tempo de oito meses na Primeira igreja Batista de Bonsucesso, no período de setembro de 1924 a maio de 1925, (Livro de Ata

da Igreja), também pastor da Primeira Igreja Batista de Realengo, entre 1934 e 1942, e da PIB em Osvaldo Cruz.

Fundou a Igreja Batista Jardim da Prata, em Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, em 02 dezembro de 1951, com 20 membros e o apoio da membresia da Igreja Batista do Enge nho Novo, sendo então seu primeiro obreiro o pastor no até 09 março de 1952.

Construiu vários templos Batistas, dentre outros, nos bairros cariocas de Realengo, Osvaldo Cruz e Engenho Novo.

Em várias ocasiões, foi presiden te da Convenção Batista do Distrito Federal (depois, da Guanabara, atual Convenção Batista Carioca), por doze vezes, entre 1924 e 1960.

Foi presidente da Convenção Ba tista Brasileira, em 1935, com 41 anos de idade, realizada na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro. Posterior mente, foi presidente da Ordem dos Ministros Batistas do Brasil, em 1958, com 64 anos de idade, quando se deu o Primeiro Congresso de Pastores Ba tistas do Brasil.

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Extraído do site Memória dos Batistas
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Missionária fez a diferença na localidade onde vivia.
História do pastor mostra superação e contribuição na denominação e na área educacional.
Momentos
do ministério da missionária Dinalva Oliveira Gabrielli

Igreja Batista da Redenção, em Olinda - PE, celebra 49 anos

Paulo Carlos da Silva pastor na Igreja Batista da Redenção, em Olinda - PE

A Igreja Batista da Redenção, em Olinda - PE comemorou 49 anos de organização no feriado de 7 de setem bro.

A Igreja, fruto do trabalho Batista em Pernambuco, sediada em Olinda, passou por um período longo de nego ciação com o estado de Pernambuco e, após anos de incerteza, teve que aceitar o valor imposto, sem reconhe cimento da posse do terreno. Por fim, o templo foi desapropriado e demolido pelo estado no primeiro semestre de 2022. A crise da desapropriação inten sificou-se justamente no período do isolamento social durante a pandemia da COVID-19. Com a demolição do lo cal de reunião, as atividades remotas foram estendidas até o segundo se mestre deste ano.

Nada disso, porém, abalou o vigor

Celebração de aniversário da Igreja Batista da Redenção, em Olinda - PE

da comunidade de fé. O aniversário foi em clima de gratidão e recomeço. A Igreja desfrutou do espaço do Sítio Silvânia, em Aldeia - PE, e prestou a Deus um culto, no final da tarde, na belíssima capela do sítio, agraciada com as luzes do pôr do sol. Ministrou a palavra na ocasião o pastor Cleber Balaniuc, missionário da Missão Pio neiros.

Em processo de negociação de um novo espaço, quatro vezes menor que o espaço anterior, a Igreja Batista da Redenção retomou suas atividades presenciais no domingo 25 de setem bro, a agora “Casa Redenção”, é um imóvel próximo do templo antigo, de fácil acesso e bem localizado na região

O Senhor da Igreja cuidou de Re denção até aqui, trazemos à memória

todas essas coisas e elas renovam a nossa esperança. Apesar da perda do antigo templo, não tivemos perda de nenhuma vida em razão da COVID-19, isso é muito para nós e já é suficiente para consolar nossos corações e revi gorar nossas expectativas em Deus. A Igreja Batista da Redenção segue sendo uma presença fiel no Fragoso, agora com novo endereço. n

Encontro de homens Batistas em Mato Grosso é marcado pela Palavra e edificação de vidas

Evento ressaltou a influência do homem na família e na sociedade.

Com o tema, a “Importância do homem na vida do outro homem”, a Sociedade de Homens Batistas da Primeira Igreja Batista em Tijucal, em Cuiabá - MT, promoveu um evento com a União de Homens Batistas da Asso ciação Centro, realizado no dia 24 de setembro.

Manoel de Jesus, coordenador do Ministério de Homens na Primeira Igre ja Batista em Tijucal, em Cuiabá - MT, leu o texto de I Coríntios 5.21 e Colos senses 1.28: “Àquele que não conhe ceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus; e, “A quem anunciamos, admoes tando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo”.

Após uma oração, passou a palavra ao irmão Elias Paixão, que instruiu os homens presentes quanto à recitação da nossa divisa, tema e compromisso, bem como o hino oficial. Com pala vras sucintas e bem objetivas, Elias

explicou a estrutura e o funcionamen to da União Missionária de Homens Batistas do Brasil (UMHBB), desde a abrangência nacional à local. Também falou dos trabalhos desenvolvidos pela Associação Centro em parceria com as Sociedades de Homens Batistas coirmãs nas Igrejas locais.

O preletor, pastor Robson Carlos Gomes, tendo como base o texto do Evangelho de Lucas, Lucas 1.5 em diante, falou sobre a importância e da responsabilidade que o homem sempre teve no sentido de exercer in fluências, negativas ou positivas no seu relacionamento com outro ser humano, quer seja na família ou na

comunidade onde interaja, tendo como base a vida e o exemplo do sacerdote Zacarias (pai de João Batista) e José, que assumiu a responsabilidade de instruir o então menino Jesus, o Filho de Deus. Dentre os vários aspectos destacados na mensagem, o enfoque esteve na prática da vida cristã como homens cristãos que somos e exemplo de Cristo que devemos ser.

Enfatizou a responsabilidade que o homem tem para com a sua família na presença de Deus. Pastor Robson ins truiu aos homens presentes em como ser uma influência positiva, como Za carias e José, e se comportarem para que sejam modelos de seus filhos, em

como amar e sair da zona de conforto, criando situações consistentes com a fé proclamada em nossas vidas cris tãs.

A palestra foi encerrada com um bate-papo entre os homens presentes e o palestrante, num clima de edifica ção e comprometimento com a palavra de Deus.

Ao término dos trabalhos, Manoel de Jesus agradeceu todos os pre sentes e com deferência, os varões, Elias Paixão, o preletor pastor Robson, Efraim e Leo (nosso churrasqueiro), pela contribuição ao primeiro encontro de homens, na PIB Tijucal, pós pande mia. n

13O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Manoel de Jesus coordenador do Ministério de Homens na Primeira Igreja Batista em Tijucal, em Cuiabá - MT
Comemoração foi em clima de gratidão e recomeço.
Clima de edificação e comprometimento foi observado pelos participantes

Três passos para ter um coração avivado diante de Deus

O Salmo principal é o 119, versícu los 11, 25 e 33: “Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti. Minha vida está perto de virar pó; vivifica-me segundo tua Palavra SE NHOR, ensina-me o caminho dos teus decretos, e eu o seguirei até o fim”.

Este Salmo é o poema mais lindo e mais bem elaborado da Bíblia. Um cân tico! Uma valorização ao ensino divino e da vontade de Deus para nós. Ele não é apenas uma referência à legislação contida na Torá, mas abrange tudo que Deus revelou acerca de Seu caráter e de Seu propósito e o que Ele queria que o ser humano fosse e fizesse.

No âmbito do comportamento, re ferente ao ethos de Israel, o conjunto de costumes e hábitos culturais, fun damentais do povo de Israel, a Lei do Senhor não era vista como um fardo, mas sim como um meio de contato direto com Deus e uma demonstração de Sua graça e orientação.

Muitas vezes, nós brasileiros, como cristãos, temos a Bíblia como regra de fé, mas não lemos, consideramos que

ela é um fardo, um peso. O clube do livro foi criado com o propósito de apresentar às pessoas a leitura da Palavra de Deus de uma forma clara e criativa como um meio de contato direto com Deus e uma demonstração de sua graça e orientação.

Então pense: O que a Palavra de Deus representa para você? Vamos ressaltar aqui três passos para se ter um coração avivado diante de deus.

1. Guarde a Palavra de Deus no coração como um tesouro

“Guardei a tua palavra no meu co ração para não pecar contra ti” (v.11). Diz o salmista que esta palavra, “é luz para nosso caminho” (v.105). “É mais doce que o mel” (v.103). “É melhor do que o dinheiro” (v.14). “É o desejo do nosso viver” (v.40). “Eis que tenho de sejado os teus preceitos, vivifica-me por tua justiça”. Você tem desejado viver a palavra de Deus? Tem guardado ela em seu coração? Reflita sobre isso.

2. Reconheça a sua condição humana e peça ajuda ao Espírito Santo

“Minha vida está perto de virar pó; vivifica-me segundo tua palavra” (v.25).

Já teve a sensação de estar lendo e não entender nada? Mesmo que você queira, não consegue penetrar no sig nificado profundo da mensagem. Era assim que o salmista se sentia nes te versículo, mas, ele reconhece que precisa do Espírito Santo. O Espírito Santo é nosso ensinador (João 14.26). Ele pede pelo avivamento através da Palavra de Deus. Hoje é o dia, o tempo, de você clamar por avivamento através da Palavra do Senhor para que sua vida seja transformada. Eu tinha 20 anos de cristã e ainda não havia experimen tado o poder da Palavra em mim. Ela se torna real quando a aplicamos à nossa vida diária. É Cristo vivendo em nós! Ore para que esse avivamento te alcance.

3. Decida fazer a vontade de Deus

“Escolhi o caminho da fidelidade; coloquei tuas ordenanças diante de mim” (v.30). Se colocar diante da von tade do Senhor não é algo tão fácil quanto parece. Exige renúncia, exige constância, exige fé. Você precisa passar o controle de tudo para Deus, entender Sua soberania, tornar-se com pletamente dependente de Deus. E, às vezes, o que acontece é que você não

está disposto a isso. Mas, para ter um coração avivado no Senhor submeter -se à vontade dele, é necessário. O pró prio Jesus em momento de tamanha dor pediu ao Pai que passasse de Sua frente aquele cálice amargo. Por três vezes pediu! Mas, padeceu a morte e morte de cruz por amor a mim e a você. O salmista no versículo 35 diz:“ Faze com que eu ande pela vereda dos teus mandamentos, pois nela tenho prazer”.

Que o seu prazer seja fazer a von tade de Deus que é boa, perfeita e agradável E em tudo ele te honrará. No ano de 2020, em plena pande mia, nós mulheres do clube do livro Pilar nos dispusemos a estudar a Palavra de Deus, nos debruçamos sobre essa verdade. O Senhor veio a nós e mudou nosso viver, acendeu a chama e vivificou nosso coração e nos tornamos escritoras, mensa geiras de Sua Palavra através dos livros que foram produzidos como frutos dessa comunhão. Assim po demos declarar como o salmista, no versículo 57: “O SENHOR é a minha herança; prometo obedecer às tuas palavras”. Ninguém pode permane cer em Cristo sem permanecer em sua Palavra. Amém!  n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22 PONTO DE VISTA

Temos verificado, ao longo dos anos, que não são poucas as Igrejas que possuem departamento com o tí tulo acima, ou mesmo com a denomi nação de Serviço Social, com objetivo de atender os irmãos a elas filiados que suportam os mais diversos pro blemas.

Isso nos leva a meditar sobre a con veniência de criar uma diaconia com a finalidade de atendê-lo, pois temos verificado que, não obstante a boa von tade e a dedicação dos que compõem esses departamentos, as dificuldades em equacionar os problemas que lhes chegam às mãos são grandes. Na sua maioria, os problemas têm como fator primordial a necessidade financeira, e para satisfazê-los os crentes depen dem de recursos que lhes deem as Igrejas.

Seria razoável transferir este setor da Igreja para um diaconia ser orga nizada? É uma ideia a ser bem estu dada, pois o cerne do problema não está na estrutura dos departamentos ou na falta de interesse dos que os dirigem, ou naqueles que os auxiliam, na sua maioria graciosamente, e sim no suficiente recurso financeiro para o atendimento.

Com as diaconias já elaboradas, vem-nos outra pergunta: Teria a dia conia, como organização diaconal mais verba para trabalhar? Como a conseguiria, se os caixas de nossas Igrejas estão sempre esperando mais recursos? Cremos que as menciona das diaconias, uma vez implantadas,

já prestariam relevantes serviços ao departamento próprio da Igreja, man tido para atender os irmãos e outras pessoas que a ele recorrem.

Entendemos que os departamen tos, como a própria organização diaco nal, trabalham no sentido de prestar à Igreja serviços aos que dele carecem. Por este motivo não vemos como se iniciar uma disputa em torno dessa área de atendimento, e sim como pedir a direção do Senhor, buscá-lo forte mente para que ele nos oriente sobre o melhor caminho a seguir.

Outro ponto de considerável peso reside nos serviços que as Igrejas prestam, notadamente as maiores em número de membros, cujos recursos destinados à parte de assistência so cial permitem-lhes manter razoáveis atendimento, como assistência médica e dentária, convênio de aplicação de vacinas obrigatórias para menores. A transferência desse acervo para a dia conia a ser implantada poderia trazer certa dificuldade no que tange à manu tenção dos atendimentos e até mesmo quebra de sequência, o que prejudica ria muito os que dele se utilizam.

Ao refletir sobre as possíveis difi culdades a serem equacionadas, senti que precisávamos de um certo ama durecimento sobre a conveniência ou não de viabilizar o nascimento dessa diaconia.

Vem-nos à mente um dos mais co nhecidos adágios: “Time que está ga nhando não deve ser molestado com a troca de jogadores”. Daí concluirmos

Assistência Social

que, nas Igrejas onde os serviços es tão sendo realizados a contento, não vemos como mexer a estrutura, porque se o fizéssemos correríamos o risco de uma mudança prejudicial. Mas naque la em que patente está o não funcio namento razoável desta área, através do órgão criado com este fim, assim como para as que não possuem ainda órgão de assistência ou serviço social, cremos que vale a pena a organização diaconal, é claro “ad referendum” da Igreja, lançar esta diaconia. Ela terá como objetivo suprir a falta de atendi mento aos irmãos e outros carentes, mesmo não crentes, para que não seja a igreja tida como omissa quanto à assistência social.

Ao concluir os irmãos pela viabilida de do serviço através da organização diaconal, cabe a esta instituição não só propor o nascimento da diaconia, como também suplicar meios à Igre ja para que lhe seja possível cumprir sua finalidade. Dentre as necessida des mais latentes para o funciona mento deste trabalho diaconal, estão os recursos financeiros, espaço físico para instalação, material necessário para execução, como mesa, cadeira, fichário e, conforme o seu porte, até pessoal.

A diaconia para assistência so cial compor-se-á, de preferência, por irmãos diáconos que possuam expe riência nessa área, que sejam atencio sos, pacientes, capazes de estudar os problemas dos solicitantes com amor, de tal forma que haja sempre uma

resposta sincera quanto ao que lhes é suplicado. Dizia sempre um grande amigo: “A sinceridade não ofende, pelo contrário, ela termina com as esperan ças vazias”.

Quanto ao atendimento médico, dentário, vacinação, não há grande necessidade da Igreja manter esses serviços em local próprio. Eles podem ser realizados através de convênios, que muitas vezes não custam mais do que se fossem instalados na própria Igreja, a qual teria ainda a responsa bilidade de mantê-los em ordem para uso e arcar com despesa direta: de pessoal, inclusive encargos decorren tes do vínculo empregatício.

Bom aproveitamento para reduzir os custos, principalmente nas Igrejas que possuem médicos, dentistas, psi cólogos e outros profissionais ligados à área de saúde, é solicitar que, sem prejuízo de suas atividades próprias, deem algumas horas de trabalho a título de colaboração, o que viria a di minuir as despesas da Igreja.

Do exposto, só nos resta concluir quanto ao surgimento ou não desta diaconia. Cada caso é um caso, ou melhor, cada Igreja tem suas neces sidades, problemas e recursos, por conseguinte, uma regra não poderia ser ditada como válida para todas elas, ou mesmo para as organizações dia conais. Busquemos, pois, a face do Se nhor, para que ele nos oriente sobre o melhor a fazer, resultado objetivo será inquestionavelmente o melhor para o seu reino. n

15O JORNAL BATISTA Domingo, 16/10/22PONTO DE VISTA
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