OJB EDIÇÃO 30 - ANO 2022

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ANO CXXI EDIÇÃO 30 DOMINGO, 24.07.2022

R$ 3.60 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Cristo, a razão de ser da Juventude Batista Brasileira O estado da Paraíba recebeu mais de 500 jovens Batistas de todo o país para a 29ª edição do Despertar, realizado de 06 a 09 de julho. Confira todas as informações do encontro nas páginas 08, 09 e 10.

Notícias do Brasil Batista

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Observatório Batista

Família global

Recife, Oxente!

Fé e pandemia

Aliança Batista Mundial promove Encontro Anual

Batistas pernambucanos realizam reunião visando 102° Assembleia da CBB

Revisão da Declaração Doutrinária

pág. 13

pág. 13

Saiba como participar da Consulta Pública pág. 14

Coluna fala sobre a virtualização do sagrado

pág. 15


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22

EDITORIAL

Cristo, nossa razão Comentamos neste mesmo espaço, na última edição, sobre a realização do Despertar naqueles dias, prometendo conteúdo sobre o congresso da Juventude Batista Brasileira (JBB) nas páginas de O Jornal Batista, é claro, afinal de contas, os grandes marcos, eventos de nossa denominação devem ser registrados por aqui.

E assim fizemos. Nas páginas 8, 9 e 10, você poderá “mergulhar” até os dias 06 a 09 de julho, no Centro de Celebrações Cidade Viva e compreender o que aconteceu nestes dias de comunhão, aprendizado, adoração e deliberação também (nosso jeito Batista de ser e viver). E mais do que isso tudo, declarar que Cristo é a razão de tudo.

Parabenizamos à Juventude Batista Brasileira por toda a dedicação e amor empenhados para a realização do Despertar. Mesmo em tão pouco tempo, poucos recursos e a partida recente do nosso querido Amnom Lopes, não deixaram a “peteca cair”. E, afinal de contas, apesar das dores, dos imprevistos que a vida apresenta diariamente, nós somos

parte de um Reino eterno. É por isso que a missão continua. A razão é Cristo. Leia também nesta edição as informações sobre o Encontro Anual da Aliança Batista Mundial e mais uma reunião que os Batistas pernambucanos realizaram para a 102a Assembleia da CBB. Que Deus te abençoe! n

( ) Impresso - 160,00 ( ) Digital - 80,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade

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FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza

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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22

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BILHETE DE SOROCABA

Não aconteceu Pr. Julio Oliveira Sanches Quando a COVID-19 atingiu as primeiras vítimas, surgiram os prognósticos que diziam serem passageiros os resultados, mas, eram imprevisíveis. Havia no ar uma esperança de que logo estaríamos livres do vírus maldito. O tempo passou e a pandemia fez seu estrago na economia, nos governos, na mente das pessoas, daqueles que sepultaram os seus mortos e dos que experimentaram as sequelas em seu viver diário. Sequelas que permanecem. A medicina declarou sua impotência ante o desconhecido. Os médicos não sabiam o que prescrever para debelar o mal súbito. Políticos se engalfinharam para tirar lucros da situação. Acusações infundadas foram anunciadas. As vacinas foram questionadas. Algumas autoridades aproveitaram o caos reinante para obter lucros da situação caótica, que a todos dominava. Até mesmo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) foram questionadas e desprezadas, por não saber o que prescrever. Muitos morreram e foram sepultados em valas comuns, com aparatos desoladores. Restou a dor e o sofrimento para milhares de famílias, e a incógnita sobre a origem do vírus permanece. As Igrejas foram fechadas e os tem-

plos ficaram vazios, obrigando-nos a conviver com um novo modelo de culto. Através da mídia, buscou-se uma nova estratégia para evitar o vazio e trazer de volta os crentes que debandaram dos templos. Com a debandada surgiram os prognósticos de alguns teólogos de plantão. A pandemia passaria e, ao final, os salvos voltariam aos templos, ávidos pelo antigo convívio com os demais crentes. O uso obrigatório de máscaras foi questionado por muitos e outros se recusaram a usá-la. A vacina foi recusada por muitos incrédulos sobre sua eficácia. A igreja e sua liderança não conseguiu convencer seus membros a permanecerem nos templos. Todo mundo tinha medo de todos. Alguns salvos, mais afoitos, descobriram uma nova maneira de cultuar. Não precisavam ir ao templo, mas em suas residências, sentados em confortáveis sofás, poderiam assistir aos cultos, sem necessidade dos aspectos frios dos seus templos de origem. Era possível escolher o pregador, as músicas, gravar o programa para assistir mais tarde, ou não assistir. Era um novo estilo de cultuar, sem compromisso com suas Igrejas de origem. Sem compromisso com a doutrina. Enquanto os salvos buscavam novo estilo de culto o povo, na sua maioria, continuou com suas baladas, indiferente às recomen-

dações médicas. Tempos difíceis para todos. Muitas acusações infundadas. CPI’s com finalidades eleitorais foram instaladas, usando a miséria alheia, por políticos sem escrúpulos, visando lucros pecuniários. No meio evangélico surgiram os prognosticadores de sempre. Profetas dos caos, com mensagens pessoais e não orientadas pelo Espírito Santo. Argumentando que quando a pandemia terminasse, um verdadeiro avivamento surgiria no seio da Igreja. Os templos voltariam a ficar cheios de adoradores. Os salvos voltariam aos seus templos de origem e as Igrejas experimentariam autênticos avivamentos. Alguns, mais afoitos, argumentavam que a pandemia era o prenúncio do fim. Jesus voltaria em breve. A pandemia não passou, Jesus não voltou e todos continuam indiferentes como dantes. Não se fala mais na volta de Cristo. O tempo passou, aprendemos a aceitar e a conviver com as sequelas da pandemia, convictos que se acomodar é o melhor caminho para sobreviver. Os templos estão vazios e os salvos não voltaram as suas origens. Muitos descobriram novas mídias e que assistir aos cultos sem sair de casa ainda é a melhor maneira de cultuar. Agora persiste a facilidade em mudar de canal, quando o pregador e sua men-

sagem não agradam. Quando o grupo de louvor apresenta-se desafinado, posso descartá-lo e não preciso ouvir o sermoneco do líder do louvor. Sem nenhum sentimento de culpa. Posso escolher o pregador, a mensagem e até posso gravar para ouvir mais tarde. É um novo tempo para a Igreja e sua liderança. Buscar novas estratégias que voltem a atrair os membros assíduos de antigamente. Os prognósticos dos “teólogos” de plantão não se cumpriram. E não se cumprirão. Como aconteceu no passado com os falsos profetas, hoje não é diferente. A Igreja precisa se reinventar para recuperar o rebanho que abandonou o aprisco. Um novo programa de educação religiosa que inclua o rebanho que ficou, dando-lhe base doutrinária sadia e atraente para este momento. Não cabe ao pastor fazer tudo, síndrome de Moisés, mas envolver o rebanho que ficou nas lides ministeriais. Caso contrário verá outras ovelhas fugindo do aprisco em busca de cultos mais atrativos e edificantes. Dos muitos males que a pandemia gerou, o pior deles é a ausência dos salvos nos templos adorando ao Senhor em cultos bem elaborados. Precisamos aceitar o desafio, pós pandemia, confiando nas misericórdias do Senhor que se renovam a cada nova manhã. n

As multidões sob a ótica de Jesus Celson Vargas

pastor, colaborador de OJB

“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor” (Mt 9.36). O mundo é constituído por pessoas de características peculiares ou particulares. Estas, se visualizam e se relacionam também de formas diferentes, pessoais. O texto acima apresenta forma que Jesus vê essas multidões. Nisso, temos lições preciosas para nos fortalecer, independentemente da

classe a que pertençamos nessas multidões, vejamos: Ele nos vê como um bloco único e não como classes distintas. E por este bloco, Ele se compadece. Compadecer tem aqui o significado de olhar com paixão, amor ardente, ter cuidado, sofrer junto. O texto também diz que Ele nos vê como aflitos e exaustos, isto é: angustiados ansiosos, sem forças, esgotados. Ele ainda nos vê como desorientados ou desprovidos de uma segura e confiável orientação diante das infinitas dúvidas que temos nesse mundo. Certamente, todos fazemos

parte desta multidão; na maioria das vezes, apenas nos contemplamos e nada mais fazemos. Jesus, movido por esse sentimento exclusivo, não somente nos contempla, mas age em nosso socorro. Ele foi enviado por Deus a esse mundo para ser nosso orientador divino, com a missão de nos encontrar em nossas desorientações e nos dirigir para rumos de uma nova forma de existência. Ele nos aponta o caminho de retorno ao Pai celestial, que nos criou à Sua imagem e semelhança, da qual nos dissociamos pelo pecado e nos tornamos multidão de aflitos, exaustos,

angustiados, agressivos, desesperançados. Ele, como nosso pastor vai nos resgatar de tudo isso e nos apontar um caminho sobremodo excelente, que é nossa reconciliação com o Criador, ao pagar nossos pecados com Sua própria vida. Veja o convite de Jesus para te tirar dessas multidões, e levá-lo para uma multidão de almas em descanso. “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo (…) e achareis descanso para vossas almas” (Mateus 11.28-29). n


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REFLEXÃO

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Amigo brigadeiro ou amigo parafuso?

Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB

A vida nos reserva sempre grandes surpresas. E uma das maiores, que pode ser tanto as melhores quanto as piores do mundo, são os amigos. No dia 20 de julho foi celebrado o “Dia da Amizade” e por isso podemos aproveitar para refletir sobre quem são e quantos temos amigos nessa vida. Considerar um monte de gente que passa pela nossa existência como “amigos” não é a solução mais adequada. Muitos podem ser colegas mais chegados, mas não amigos de verdade. Podemos nos dar bem com alguém sem que essa pessoa compartilhe diretamente de nossa vida. Existem diversos tipos de amigos no mundo, mas podemos resumir em

dois que podem englobar de forma geral os demais: - “Amigo brigadeiro” é aquele que está presente em todas as festas e se alegra junto com você. É uma pessoa que traz imensa alegria, mas que pode apenas estar nesses momentos e fazer falta nos mais difíceis em que pode sumir. - “Amigo parafuso” é aquele que pode até não estar em todas as ocasiões, como nas festas e momentos de alegria, mas não falta na hora do aperto e marca presença quando você mais precisa. Um amigo bem chegado como um irmão. Como disse Francis Bacon: “A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas”. Assim, bom seria que tivéssemos um “amigo parafuso/brigadeiro” para as horas do aperto e de festa. Um amigo presente e verdadeiro! n

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

Crer significa assumir uma verdade “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13). Aceitar como verdadeira uma informação exige uma postura pessoal. Um indivíduo que esteja com sede não conseguirá ficar pessoalmente satisfeito apenas porque seu melhor amigo ou amiga se dispôs a revelar a boa experiência que vivenciou, após beber de um gole. A satisfação orgânica é um dado pessoal e intransferível. Quando Felipe foi impactado por seu encontro espiritual com o Senhor Jesus, a re-

velação pessoal que ele fez ao seu grande amigo Natanael, causou uma situação tão desafiadora, que Filipe resolveu seu testemunho, declarando simplesmente: “Venha ver! Respondeu Filipe” (João 1.46). Crer implica assumir como válida uma informação. Quando testemunhamos nossa fé em Jesus Cristo, o impacto de nossa mudança é tão revolucionário que aqueles que nos ouvem assumem o desafio do “ver para crer”. Em função disso, nossa responsabilidade missionária somente fica completa e satisfatória, quando nossa fé é confirmada pelas nossas obras (Apocalipse 20.13).

Novas gerações na família cristã - Como as novas gerações estão tratando os idosos? Bruno Leandro da Silva

(extraído do site da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Brasil)

A Educação Cristã deve começar nos primeiros anos de vida do ser humano (entre os familiares próximos), pois o início de um novo ciclo de vida traz a oportunidade de corrigir erros cometidos pela geração anterior (falta de conhecimento bíblico). Nos momentos preliminares de uma nova geração, para que a estrutura familiar possa subsistir nas décadas que se seguirão, faz-se necessário apresentar, ao “recém-chegado(a)”, uma ordem dada por Deus no Monte Sinai, isto é, o 5º Mandamento (“Honra teu pai e tua mãe, para que tenhas vida longa na terra que o SENHOR teu Deus te dá”, conforme está

registrado em Êxodo 20.12). “A honra dos filhos aos pais está no cerne, pois é no lar que ocorre o ensino da Aliança” (HILL e WALTON, 2006, p. 152). Tal preciosidade foi cristalizada no ordenamento jurídico brasileiro para que, no futuro, as novas gerações possam continuar cultivando essa reverência, não deixando os genitores largados à própria sorte, conforme está elencado no artigo 229, da Constituição Federal: “os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”. Esse entendimento jurídico apresentou reflexos em legislações posteriores, como no artigo 3º, do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), que

dispõe que “é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”. Concluindo, para que o respeito pelos idosos continue existindo no futuro, será necessário que essas sementes (da Educação Cristã) sejam plantadas no presente, pois só é possível colher o que foi semeado. Vale a pena destacar a passagem registrada em Levítico 19.32: “Levanta-te diante dos idosos, honra a pessoa do ancião e teme o teu Deus. Eu sou o SENHOR”.

BIBLIOGRAFIA BÍBLIA, Antigo e Novo Testamento da. Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2015. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Constituicao/Constituicao. htm>. Acesso em: 01 dez. 2021 BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Disponível em: <https://www. planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/ L10.741.htm>. Acesso em: 01 dez. 2021. HILL, Andrew E. e WALTON, J. H. Panorama do Antigo Testamento. São Paulo: Vida, 2006. n


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22

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Propaganda enganosa Jeferson Cristianini

pastor, colaborador de OJB

Uma das últimas polêmicas das redes sociais tem a ver com os lanches que não tem o que prometem, ou seja, pura propaganda. Propaganda enganosa. As redes sociais vieram e se instalaram em nossa vida contemporânea com a proposta de aproximar as pessoas, nesse mundo cada vez mais globalizado, o que é muito bom, mas ela trouxe várias outras possibilidades de comunicação. As redes sociais têm sido palco para a disseminação de polêmicas sem fim, desde a última rodada do futebol até sobre religião, passando pela política é claro. Nas últimas semanas, veio a tona a polêmica de duas grandes empresas de alimentação, que vendiam algo e não entregavam o que estava na propaganda. A situação surgiu após denúncia e averiguação de que um lanche de picanha não ter picanha. O valor do lanche de picanha deveria sinalizar os consumidores que a carne não era esta, mesmo com o valor do lanche sendo caro. A outra empresa fazia propaganda de um lanche de costela, mas entregava um lanche com aroma de costela. Descobriu-se que o lanche era de carne de porco. Nem picanha e nem costela, o que se tinha era pura enganação. O povo estava caindo em mais uma propaganda enganosa. Pensando nos lanches que não

tinham o que a propaganda dizia ter, fiquei pensando e relacionando esse tema à religiosidade evangélica brasileira. Não querendo polemizar, mas buscando uma reflexão, creio que infelizmente muitas “igrejas evangélicas” fazem uma propaganda enganosa da fé cristã. Prometem entregar o que Deus não prometeu, fazem propaganda de pessoas prósperas e prometem aos seus fiéis que se eles cumprirem determinados ritos, logo eles gozarão de uma vida próspera financeiramente, como sinal da bênção de Deus. Há muitas Igrejas que prometem curas, milagres e sinais, dizendo que as pessoas sairão das reuniões curadas de suas enfermidades, ainda mais num país como o nosso que o povo carece de assistência médica. Infelizmente, muitas “igrejas evangélicas” têm uma propaganda enganosa, assim como os fariseus também tinham, mas na realidade, falta a essas “igrejas” e seus líderes o verdadeiro Evangelho. É triste, mas muitas são feridas pelas falsas propagandas desse “movimento evangélico” que promete muita coisa que Deus não prometeu e vende a “ilusão de uma vida de sucesso e prosperidade” às pessoas, quando na realidade Jesus disse que nesse mundo passaríamos por “aflições”, mas que tínhamos que ter “bom ânimo”, pois Ele disse “eu venci o mundo” (cf. João 16.33). Infelizmente há muitas “igrejas evan-

gélicas” que se renderam a nova teologia do mercado e suas pregações e falsos ensinos são extremamente motivacionais com o foco na autoajuda. É claro e evidente que vivemos dias difíceis e precisamos de ajuda para seguir adiante, mas pregações centradas no homem, cujo foco é motivar o sujeito a se achar importante, tem sido uma das maiores aberrações da “igreja evangélica brasileira”. A proposta é que o ser humano será cuidado e que Deus vai ajudar o ser humano a buscar seus objetivos fúteis e vazios nessa sociedade do consumo. É lamentável ver que somos enganados pelas falsas propagandas, mas é bom saber que sempre tem alguém para ajudar a revelar a verdade. É triste saber que muitos vivem de falsas propagandas e marketing, enquanto a verdade é descartada ou deixada de lado. É ruim comer um lanche pensando que ele é igual ao da propaganda, depois descobrir que você foi enganado, assim como é muito complicado acreditar nas “igrejas evangélicas” e nos “pastores”, e depois descobrir que o “produto consumido” não era o Evangelho de Jesus. O evangelho de Jesus é confrontador, é transformador é a maior mensagem de amor do mundo. Evangelho é boas notícias, mas temos as más notícias. A pregação do Evangelho nos ensina que somos miseráveis pecadores carentes da glória de Deus, que precisamos tomar a cruz diariamente e seguir a Je-

sus, que precisamos nos matricular na escola da oração e do discipulado cujo professor é o próprio Senhor Jesus. Viver seguindo propagandas enganosas é muito desagradável, pois, quando se descobre a verdade, vem a sensação de traição e decepção. Assim como as pessoas que compravam os lanches de picanha e costela, pensando no sabor dessas carnes, e depois descobriram que não era nada disso; certamente ficaram decepcionadas e perderam a confiança nas lanchonetes. Da mesma forma, há muitas pessoas que se decepcionaram com as falsas propagandas religiosas e agora precisam da restauração que só o Evangelho pode dar. Assim como Paulo nos ensinou, não podemos nos “envergonhar do evangelho, pois é o poder de Deus”, e de fato não nos envergonhamos e por isso precisamos fazer propaganda, e ensinar o verdadeiro Evangelho. Que Deus nos livre das falsas propagandas de lanches e de discursos ditos de “evangélico” sem uma gota do Evangelho de Deus. Que o Evangelho puro e santo venha nutrir nossa alma e dissipar os falsos ensinos dessa “religiosidade evangélica”. Que Deus nos ajude a discernir sempre as falsas propagandas das “igrejas evangélicas” e nos apegarmos com firmeza ao verdadeiro Evangelho. Alimente bem o seu corpo e sua alma. Cuidado! Que Deus nos abençoe. n

próprio Deus, ou seja, por Sua própria natureza. Desta maneira, a glória do Reino de Deus é o conjunto das propriedades desse Reino, que se origina diretamente do Senhor Deus. Fazemos parte deste Reino. Todavia, é necessário entender os motivos que nos levam a celebrar o Reino de Deus.

porque pertencemos ao Reino Devido ao amor e misericórdia de Deus somos libertos da condenação através do sangue de Jesus, motivo que agora somos o Seu povo, Seus filhos!

Celebrando a glória do Reino de Deus Carolina Terra

membro da Primeira Igreja Batista em Araruama - RJ

A narrativa bíblica como um todo aponta para a glorificação do nosso Deus por quem Ele é. O livro de Apocalipse, no capítulo 11, verso 15 b, diz: “Os reinos do mundo vieram a ser do nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” Este versículo propõe uma reflexão sobre a Glória de Deus e os fatos pertencentes ao Reino. Portanto, assim como está no Antigo, no Novo Testamento também há diversas menções sobre o Reino de Deus

e de seu Rei. Em I Timóteo 6.15 diz que Deus é o Rei dos reis, o mesmo título dado a Jesus em Apocalipse 19.16. O escritor de Hebreus afirma no capítulo 1, verso 8 proferindo que o Reino de Deus “subsiste para todo o tempo”. Já o livro de Apocalipse exalta a soberania do Rei dos reis e nos afirma que o Senhor reinará para sempre! A Glória de Deus é a somatória de todos os atributos dEle. Entretanto, por que o Reino de Deus é glorioso? Seria por causa das pessoas que fazem parte dele? Seria devido aos acontecimentos já descritos na Palavra ou vividos hoje pelos cristãos? A glória do Reino de Deus é possível devido à glória do

Celebrar a glória do Reino de Deus por causa do Rei Por quem Ele é, o que fez e o que fará, o nosso Rei é o único digno de receber honra, glória e louvor. Celebrar a glória do Reino de Deus

Celebrar a glória do Reino de Deus porque servimos ao Reino A Bíblia afirma que fomos feitos povo de Deus para anunciarmos as Suas grandezas. Que honra! Portanto, celebrar a glória do Reino de Deus é algo que podemos fazer todos os dias. Faça disso um hábito. Afinal, pertencemos a este Reino para O glorificar! n


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REFLEXÃO

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Lançando sementes, nascendo Igrejas Guilherme de Oliveira Nossa

pastor, presidente da Ordem dos Pastores Batistas - Seção Rondônia

“Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra” (At 8.4).

discípulos de Cristo, não os silencia, mas os leva para fora de Jerusalém, e assim se dá um grande movimento missionário. Adam Clarke assim se refere a esta dispersão: “… os próprios meios imaginados por Satanás, em sua tentativa de destruir a Igreja, tornaram-se instrumentos de sua difusão e estabelecimento”. Segundo a tradição, mais de duas mil pessoas foram mortas por ocasião do martírio de Estêvão, o que ocasionou a dispersão da Igreja que estava tão acomodada ao ajuntamento solene, à comunhão, o partir do pão, regozijando-se em ouvir as grandes experiências narradas pelos apóstolos sobre os milagres operados por Jesus… agora, chega a hora da prova, onde os verdadeiros convertidos a Cristo, sem negar sua fé foram espalhados mundo afora. A Igreja de hoje, também precisa ser sacudida, sair de sua “Jerusalém” e ser espalhada por diversos lugares, vilas, lugarejos, becos… onde pessoas ainda precisam ouvir a mensagem transformadora do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

O livro de Atos dos Apóstolos traz um retrato fiel dos cristãos em sua obra missionária no primeiro século: em Jerusalém (1.1 a 8.3); na Palestina e Síria (8.4 a 12.25) e até os confins da terra (13.1 a 28.31). A Igreja parecia estar acomodada em Jerusalém. Esta acomodação impedia que se cumprisse a ordem de Jesus que está registrada em Atos 1.8 quando o Senhor assim determinou: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” Diante da acomodação da Igreja em Jerusalém, o Eterno Deus, Senhor de todas as coisas, espalha a Igreja com uma intensa perseguição imposta aos cristãos. Com isto, crentes cheios do Espírito Santo são dispersos promo2: O despertamento da Igreja: agovendo um grande avanço missionário. ra, impulsionados pelo ardor missionário divulgavam as boas notícias de que 1: A dispersão da Igreja: a violenta Jesus morreu, foi sepultado e ressuscie intensa perseguição nos acalorados tou segundo as Escrituras (I Coríntios

15.3,4). É tempo da Igreja do Senhor passar por um grande despertamento espiritual, de real compromisso com o Senhor de nossas vidas e consequentemente resultar no cumprimento da ordem do Senhor, que é estabelecer o Seu Reino no coração de cada pessoa, que pela fé O recebe como único Senhor, Salvador e Mediador (I Timóteo 2.5). O texto nos diz que com a dispersão os cristãos “iam por toda a parte, anunciando a palavra - o que indica uma intensa atividade missionária, cujo sentido é pregar as boas novas, lançando sementes e o Espírito Santo fazendo nascer Igrejas para a glória de Deus. 3: O fortalecimento do testemunho da Igreja: com o despertamento de cada servo do Senhor que dispersou por toda a parte, o testemunho cristão foi fortalecido de tal maneira que a Igreja crescia em todos os lugares. O versículo 5 mostra-nos Filipe pregando em Samaria; no versículo 25, os apóstolos Pedro e João evangelizavam em muitas aldeias samaritanas; o versículo 40 tem Filipe de volta a cena missionária, evangelizando de todas as cidades de Azoto até Cesaréia. Ou seja, cada um lançando a semente do Evangelho transformador para o nascimento de novas Igrejas.

Diante do exposto, devemos indagar: com a dispersão promovida pela intensa perseguição, para onde ou quais lugares aqueles crentes foram? A resposta é simples, “por toda a parte, por todos os lugares” fora de Jerusalém. Em Atos 11.19, a Bíblia diz que “os que foram dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia…” A influência e mensagem dos cristãos foi tão impactante na vida das pessoas que em Tessalônica foram acusados: “estes que tem transtornado o mundo chegaram também aqui” (Atos 17.6). Hoje estamos sendo desafiados a sairmos do nosso comodismo, compromissados em servir inteiramente a Cristo Jesus, obedecer a Sua ordem de semear a Santa e Bendita Palavra de Deus, tendo a visão de que estamos cumprindo o ide de Jesus. E diante de todos os desafios na obra missionária, é importante termos consciência de que fomos convocados pelo Senhor e Ele garantiu estar conosco todos os dias. “E a mão do Senhor era com eles, e grande número creu e se converteu ao Senhor” (At 11.21); assim sendo, lancemos sementes e certamente novas Igrejas nascerão para a glória de Deus. n

Água Viva pro Sertão! Teremar Lacerda R missionária

As águas jorraram no Nordeste, Nos grandes eixos de Norte a Leste nos estados Do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia. O sertanejo que outrora sedento Viu a água chegar.

Para sua sede acalmar, As ovelhas e o gado não morrer A terra esturricada molhar, Para a semente germinar E a comida ao prato chegar! A criança a água solvia Com a maior alegria, A água que vai, sua sede mitigar! O velhinho de rosto enrugado, Que já não cria que algum dia A água chegaria, para o solo amolecer E o animal não morrer e a fome amenizar

Naquelas plagas do sertão! Agora é somente orar, para Obreiros Deus enviar, para Caicó, Seridó, Cajazeiras e Açu, Para levar a Água Viva Para não ter sede jamais, Para salvar a alma e coração Do sertanejo sofrido, Da criança triste Do nordestino amado Que precisa de perdão! n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22

Importe-se com o que realmente importa e seja grato ao Senhor

Culto na árvore durante a Ação Jesus Transforma em Cariri Thatiana Cordeiro

Redação de Missões Nacionais

Você já participou de um culto embaixo de uma árvore? Essa é a realidade de muitos campos missionários em nosso país e ela tem muito a nos ensinar. Na Ação Jesus Transforma no Cariri, os voluntários vivenciaram árvores se tornando lugar de esperança. A sombra que elas produzem passou a ser o local do estudo bíblico, do discipulado, da canção e da oração. Isso quer dizer que, ainda que não tenhamos as melhores cadeiras, os melhores instrumentos musicais ou um teto, não deixaremos de anunciar o nome de Jesus e de louvar a Deus! Mais do que cadeiras confortáveis e ar-condicionado ligado, importa que a Igreja esteja reunida adorando ao Senhor e compartilhando o Evangelho. Podemos desfrutar dos bancos, do ar fresquinho, dos microfones e do som das igrejas, mas não podemos achar que tudo isso é imprescindí-

vel para que haja culto e louvor ao Senhor. Um culto embaixo da árvore nos ensina sobre gratidão por todas as bênçãos das quais muitos irmãos e irmãs desfrutam, mas também nos ensina sobre prioridades. Se um dia você não tiver acesso a confortos no ambiente de culto, lembre-se de que também pode adorar ao Senhor embaixo de uma árvore, porque Ele está mais interessado no seu coração, do que nos aparatos do culto. Deus não é contra bons instrumentos, espaços esteticamente bonitos e grandes programações. No entanto, precisamos lembrar que tudo isso não tem valor algum se o foco não está na pessoa de Jesus. Importe-se com que realmente importa, seja grato pelas bênçãos que Deus tem derramado sobre a igreja em que você congrega e use-as para honra e glória do nome dEle. Dentro de uma grande Igreja ou debaixo de uma pequena árvore, louvaremos ao Senhor! n

Momento de estudo da Bíblia com moradores do Sertão

Evangelho compartilhado com as crianças do Ceará

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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22

Cristo, nossa razão! Despertar, congresso da Juventude Batista Brasileira, volta a acontecer após três anos. presentantes regionais foram eleitos pelo plenário do Congresso (veja os nomes no box). Na cerimônia de posse do novo Conselho, mais um momento que entra para a história da Juventude: por unanimidade, o plenário do Despertar elegeu o pastor Vinicius Vargas como seu Conselheiro Emérito, para seguir na jornada de pastorear e aconselhar a juventude. Muita história foi contada, vivida e construída naqueles dias, e que trazem boas perspectivas para o futuro próximo da JBB e da denominação Batista no Brasil. Acessibilidade no Despertar

Jovens de todo o Brasil participaram da 29ª edição do Despertar Juventude Batista Brasileira O 29º Congresso nacional da Juventude Batista Brasileira (JBB) aconteceu nos dias 06 a 09 de julho, no Centro de Convenções Cidade Vida, em João Pessoa-PB. Com o tema “Cristo, nossa razão”, as celebrações tiveram as participações musicais de Cidade Viva Music, João Manô, Calmará e Banda Tanlan. As mensagens foram responsabilidade do pastor Sérgio Queiroz, pastor Vinicius Vargas, pastor Pedro Pamplona, Andréa Vargas, pastor André Myshilin, Jacira Monteiro e pastor Daniel Caveira. Mais de 500 jovens de todo o país participaram do encontro. O Despertar foi histórico. Adiado

para 2022, por conta da pandemia, foi pela primeira vez realizado no estado da Paraíba, que, nos dias de congresso, viu chegar à capital, João Pessoa, caravanas de todas as partes do Brasil. A ensolarada cidade esteve chuvosa em boa parte do tempo, mas isso não comprometeu o bom andamento do Despertar. O Congresso se deu nas dependências do Centro de Convenções Cidade Viva onde aconteceram as plenárias da manhã e da noite, além das já tradicionais jornadas de conteúdo. Logo na noite de abertura tivemos um momento especial de oração e gratidão a Deus pela vida de Amnom Lopes, coordenador da JBB falecido há pouco mais de um ano. Mais do

que uma homenagem, o momento foi o um reconhecimento por seu trabalho e um convite para que os congressistas fizessem novas e sinceras amizades. Nos dias seguintes, mais história seguiu sendo feita e contada. A primeira plenária da manhã trouxe um resumo histórico do percurso da Juventude Batista Brasileira ao longo dos anos e uma convocação para que a Juventude seja cada vez mais engajada na vida denominacional. A história denominacional esteve presente ainda em uma jornada de conteúdo muito bem frequentada. A excepcionalidade causada pela pandemia alongou o mandato da Diretoria da JBB, eleita em 2019, até essa edição do Despertar, quando novos re-

Despertar teve diversos momentos de louvor e adoração durante as celebrações

Outra novidade que esta edição do Despertar trouxe foi um olhar especial para a acessibilidade. Buscamos fazer o melhor que conseguimos para que os cultos fossem o mais acessíveis possível, compreendendo que é muito mais do que uma questão de legislação, faz parte da Missão. Tínhamos uma equipe de acessibilidade bastante reduzida, mas Deus fez com que coisas incríveis fossem vivenciadas, a começar pela preocupação da equipe de transmissão em relação aos intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Em vez de insistirem pela limitação do intérprete, buscaram acompanhá-lo conforme fosse necessário, não deixando que nenhum momento fosse perdido, nem mesmo o momento de oração de joelhos, seguindo aquilo que estava acontecendo no culto. Dessa forma, os surdos sinalizantes poderiam experimentar, de fato, todas as coisas que estavam acontecendo no altar, de maneira integral. Outro ponto marcante foi a maneira como os congressistas recepcionaram à equipe de acessibilidade e tudo o que ela propôs. Em toda a programação, todos os envolvidos receberam a presença do intérprete sem impor qualquer dificuldade, inclusive no teatro, permi-


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Oração e quebrantamento marcou vida da JBB

Pr. Pedro Pamplona, um dos preletores do Despertar

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Pr. André Myshilin, um dos preletores do Despertar tindo que a acessibilidade fosse plena neste sentido. Além disso, diversas pessoas demonstraram mais interesse pela questão, buscando informações com a equipe nos horários livres, incluindo pastores e líderes que enxergaram a necessidade de desenvolver tal trabalho em suas Igrejas. Alguns participantes foram tocados pelo Senhor para contribuir na interpretação, mesmo não tendo tanto domínio da Libras, recebendo auxílio da equipe de intérpretes para contribuir no culto. Outros tantos foram incentivados a criar o ministério com surdos em suas Igrejas, o que virou a chave em relação a necessidade de desenvolvermos uma Coordenadoria de Acessibilidade em nível de JBB e, é claro, em nível de CBB, haja vista a necessidade de que todas as nossas atividades e informações sejam completamente acessíveis, em diversos aspectos. É urgente falar sobre esta temática. Não podemos mais perder tempo. É realmente uma questão de vida. A Igreja foi estabelecida para o cumprimento da Missão, que é comunicar a mensagem do Evangelho a todas as pessoas. O texto de I Pedro 3.15 diz que precisamos estar sempre prontos para responder quando nos perguntarem sobre a razão da nossa esperança. Precisamos, constantemente, nos preparar para a missão. E temos feito isso. Como Igreja, adequamos a linguagem para crianças, dentre outras faixas etárias, adquirimos

instrumentos, aparato tecnológico, fazemos capacitações, para que a comunicação das mensagens, principalmente nos cultos, tenha excelência. Mas, será que temos efetivamente pensado em todos? A interpretação dos cultos em Libras não é um acessório do culto, ela faz parte da missão essencial da Igreja: comunicar o evangelho. Nossas Igrejas precisam estar prontas para comunicar a mensagem, de maneira que qualquer pessoa que entrar em nossos cultos tenha condições de compreender de maneira adequada sobre o Evangelho, não importa a faixa etária, a condição social, ou se possui alguma deficiência. Um sistema que passa por constantes atualizações consegue corrigir falhas, reforçar a segurança das informações, além de implementar coisas novas. Nossa segurança é a Palavra de Deus e como Igreja precisamos nos dispor a atualizar os sistemas, à luz da Palavra, para manter o pleno funcionamento. Nossos irmãos surdos querem aprender da mensagem, se relacionar com a Igreja, servir nos ministérios administrando a multiforme graça de Deus através dos dons que lhes foram dados. Eles querem ser liderados, aprender sobre a denominação e serem pastoreados, face a face com seus pastores. A pergunta é: Nossas Igrejas têm sido esse lugar? Em que nossos irmãos surdos têm real liberdade para serem Igreja JUNTO conosco?

Pr. Vinicius Vargas e pastor Valdevan Lucas, conselheiros da JBB

Conselho da Juventude Batista Brasileira (até 2025) NORDESTE Presidente: Pr. Valdevan Lucas Melo - IB do Córrego de Jenipapo - Recife (PE) SUDESTE Vice-presidente: Leonardo Azevedo - PIB Cobilândia - Vila Velha (ES) NORTE Frédyson Flexa - PIB em Castanhal (PA) CENTRO-OESTE Edlaine Santiago - PIB de Cáceres (MT)

Novos conselheiros da JBB

SUL Filipe Martinelli - PIB Curitiba (PR)


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22

Momentos missionários, compartilhamento e música no Despertar

JBB Cast foi gravado durante o Despertar

Acessibilidade foi uma das marcas do Despertar

Jacira Monteiro, uma das preletoras do Despertar

Esta foi uma edição especial do Despertar. A partir de 2023, Congresso voltará a acontecer em anos ímpares Além da interpretação em Libras, propomos a audiodescrição, ainda que de maneira simplificada. A caminhada para adequar nossos ambientes a todas as necessidades é uma longa jornada de amor, disponibilidade e atualização. Precisamos ser referência, não porque uma lei nos compele, mas porque independente dela, faremos o que for preciso para que sejamos UM só corpo, em comunhão. Batemos no peito para dizer que uma alma vale o mundo inteiro, e a pergunta que fica é o que de fato temos feito? Estamos dispostos a gastar os nossos dias para aprender uma língua, não porque ela pode nos render um bom emprego, um aumento, facilidades em viagens… Mas porque ela me permite relacionar com meu irmão?!

Representação denominacional Durante o Despertar, o segundo vice-residente da Convenção Batista Brasileira, pastor Doronézio Andrade, e o terceiro vice-presidente, pastor Raphael Abdalla, um jovem de 28 anos –, não só marcaram presença em quase todo o congresso, como também estiveram disponíveis para ouvir, conversar e pastorear a Juventude Batista Brasileira. Grandes encontros, como a reunião das lideranças estaduais, a Jornada de Conteúdo, junto com a professora Daisy Correia, a respeito dos Batistas brasileiros e um podcast gravado para a JBB foram bastante importantes e frutíferos para o diálogo entre a CBB e a Juventude. Essa proximidade vai ao encontro das palavras

do pastor Hilquias Paim, presidente eleito na 101a Assembleia da CBB, em Vitória-ES, que enfatizou a prioridade da juventude e a necessidade de participação nos debates, decisões e construções. Esse é um marco do começo de mudanças que precisam acontecer dentro da nossa denominação para que a voz da juventude seja respeitada e ouvida. O diretor-executivo da Junta de Missões Mundiais (JMM), pastor João Marcos Barreto Soares, também esteve no Despertar acompanhado de nossos missionários, bem como uma farta equipe da Junta de Missões Nacionais (JMN) abrilhantada pelos nossos radicais. Nossas juntas missionárias são parceiras da Juventude e estão presentes em todos os eventos promovidos pela JBB.

Jornadas de Conteúdo

Novos conselheiros da JBB

• Missões Urbanas: O papel da Igreja nas questões da cidade • Batistas Brasileiros: História, Legado e um recado para as novas gerações • Metaverso • A vida do lado de fora (Sinalizando o Reino de Deus através da cultura) • Realizando um ministério impactante com adolescentes: do sonho a colheita • Jesus começou aos 30 • Identidade em perspectiva: o que/quem me define? • O jeito cristão de ser brasileiro • O papel da Igreja na missão de Deus e o chamado de cada um • Eu sou vocacionado? Compreendendo os propósitos de Deus • Eu, discípulo? Resgatando o Método de Jesus de ser Igreja • Conhecendo a geração de 2023 • Missão ou colonização? O risco de fazer missões sem se importar com o outro • Cuidado integral das novas gerações: um olhar para as feridas da alma

Na Conferência Despertar também aconteceu a renovação do Conselho da JBB e rostos novos integraram a liderança: Leonardo Azevedo, do Espírito Santo; Filipe Martineli, do Paraná; Edlaine Santiago, do Mato Grosso; e Frédyson Flexa, do Pará, são os novos líderes da região Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte, respectivamente. Nesse novo conselho, apenas a figura do pastor Valdevan Lucas, de Pernambuco, se manteve como líder da região Nordeste e foi eleito pelos outros conselheiros como presidente. Em razão da extensão de mandato dos antigos líderes regionais, causado pela não realização do Despertar 21

por motivos de pandemia, a juventude aprovou o mandato do novo Conselho por três anos, para que o trabalho consiga ser devidamente desenvolvido e amadurecido, sendo a próxima eleição no Despertar 25, quando o mandato volta a ser de dois anos. Para os conselheiros eleitos, este mandato significa um compromisso e uma vontade grande de servir e de fazer com que a JBB contribua ainda mais, instrumentalizando as juventudes Batistas dentro de cada Igreja local espalhada pelo Brasil a cumprir com excelência a missão. Animados com o árduo trabalho que vem pela frente, no dia 14 de julho ocorreu a primeira reunião para organização e alinhamento, além da deliberação do pastor Valdevan Lucas como presidente do Conselho e Leonardo Azevedo como vice. Por fim, como prometido desde o começo de 2021, o Despertar acontecerá em dois anos consecutivos. A edição de 2022 foi uma edição especial em razão do grande intervalo de tempo em que a juventude deixaria de se encontrar, mas agora voltaremos para a manutenção do calendário com o Congresso Nacional em anos ímpares. Portanto, com muita alegria foi anunciada a próxima edição do Despertar em 2023 no estado do Espírito Santo. Em razão do curto espaço de tempo para a organização, objetivando a segurança imediata para a realização e resolução das demandas da melhor maneira possível, o rodízio de regiões foi interrompido. Não obstante, em 2025 o rodízio das regiões retornará! n


MISSÕES MUNDIAIS

Joel Santos

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O agir de Deus na África Ocidental

missionário na África Ocidental

Estamos em um país fechado na África Ocidental desde 2010. Aqui, há mais de 20 milhões de habitantes, sendo 98% adeptos ao islamismo. Falando em sociedade e estrutura de vida, estamos muito abaixo no ranking de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU). É um país com uma realidade difícil para todos, mas é principalmente cruel com os cristãos devido à extrema perseguição. Atualmente, temos trabalhos específicos em duas aldeias a duas horas e quatro horas de distância respectivamente e também pastoreamos uma Igreja na capital da Convenção Batista local em parceria com a Junta de Missões Mundiais (JMM). Esta Igreja está com dois trabalhos de plantação de Igreja, além de pequenos grupos em bairros distintos e um estruturado curso de costura para aproximadamente 90 mulheres muçulmanas. Como Missão Batista Brasileira, temos nossa associação (MBBN) reconhecida no país e temos uma Igreja sendo plantada em uma aldeia em área de risco e outros trabalhos funcionando em outra aldeia. Hoje, todos os estrangeiros ocidentais não podem sair da capital sem escolta militar, todas as regiões estão em zona vermelha de alto risco de ataques. As aldeias não muito distantes da capital têm sido assoladas por ataques com grande número de vítimas. As diferentes denominações têm tentado dar formações na área de segurança para seus membros saberem como agir em caso de ataques que estão cada vez mais frequentes e se aproximando da capital. Em várias regiões, as Igrejas, assim como a população em geral, recebem ultimatos de grupos extremistas para deixar a localidade e fugirem para algum centro onde ainda haja uma cobertura dos militares. O extremismo é contra a comunidade cristã, mas também contra os muçulmanos moderados. Contudo, apesar das dificuldades, seguimos firmes em propagar o amor de Jesus através da obra missionária. Abaixo, cito alguns dos nossos projetos em andamento para você conhecer. PROJETO EDUCANDO PARA A VIDA - ALFABETIZAÇÃO O Projeto de Alfabetização alcança 20 crianças entre seis e nove anos, funciona na aldeia e o nosso obreiro é o professor dessa classe. Nos primeiros anos de projeto dávamos uma alimentação, porém hoje suprimimos esta ação. Na Aldeia temos um terreno alugado com duas casas simples. Uma serve ao casal de obreiros e seus três filhos e outra para oito jovens que moram lá. Temos ainda dois galpões e em um deles é que acontece a alfabetização.

PROJETO EDUCANDO PARA A VIDA - REFORÇO ESCOLAR

mir o Projeto Nutri.Niger, que foi autorizado por Missões Mundiais mesmo que não houvesse condição de assumir financeiramente. Contudo, Deus abriu as portas e hoje temos mais de 500 crianças e bebês que venceram, ou estão vencendo a desnutrição. São casos de desnutrição severas causados por morte prematura de mães no parto, grande número de mulheres com câncer e famílias fugindo do terrorismo em direção à capital. Na atuação que fazemos, damos um leite especial para crianças abaixo de seis meses, e farinha enriquecida, leite, cereal, ferro e vitaminas para bebês de seis meses até cinco anos. Diariamente estamos vendo Deus operar milagres através desse trabalho.

O Reforço Escolar funciona na mesma aldeia do Projeto de Alfabetização. Atendemos jovens e adolescentes do colégio público que farão uma prova do governo para serem admitidos no equivalente ao secundário no Brasil. Essa parceria e os resultados têm sido um ótimo testemunho, além do impacto na vida de muitos jovens que já estiveram conosco e hoje já têm suas profissões. E como é corrente entre o povo, eles estudaram na “igreja”, pois é dessa forma que onde moramos é conhecido. Atendemos aproximadamente 135 jovens. Dentre estes jovens temos oito que moram em nossas dependências. Sendo quatro cristãos e quatro IGREJA BATISTA muçulmanos. Os jovens cristãos são muito ativos e participantes na vida Na Capital, pastoreamos uma Igreda Igreja que está crescendo na aldeia contribuindo muito para a aceitação do ja e o missionário é o vice-tesoureiro da União de Igrejas Batistas do país. povo que é quase 100% muçulmano. Temos tido bons resultados de batismos ao longo dos anos. A frequência PROJETO EDUCANDO PARA A da Igreja tem variado entre 90 e 115 VIDA — COSTURANDO SONHOS frequentantes por domingo. A Igreja possui um Centro de CostuTemos atendido 31 mulheres na aldeia e 15 em outra aldeia, através des- ra que atende 84 mulheres muçulmate projeto de costura. Já são mais de nas e uma cristã, uma das conquistas oito anos de atividade com diferentes foi conseguirmos ter essas mulheres turmas. As mulheres aprendem corte e participando de algumas celebrações costura, tricô, bordados, cozinha e dife- conosco para, assim, podermos ter rentes trabalhos manuais. Uma ótima abertura e sermos solicitados para fae eficaz ferramenta de evangelismo e larmos a elas periodicamente. Temos trabalhado para que a Igreja promoção da dignidade humana. descubra sua relevância na Missio Dei e tentado transferir um DNA MissionáPROJETO DE NUTRIÇÃO rio para que eles, com todo o potenEm pleno período da pandemia, nos cial que Deus os deu, sejam efetivos na sentimos desafiados por Deus a assu- missão que Jesus os confiou.

TRABALHO NA ALDEIAS Temos um casal de obreiros nesta aldeia que são mantidos pelos dízimos do casal missionário. Ali funcionam trabalhos com crianças e um curso de costura para 13 mulheres. No passado, três de nossas turmas do projeto Radical também residiram nessa aldeia. CONSTRUÇÃO NO NOVO TERRENO ADQUIRIDO Temos um grande desafio diante de nós que é a construção no novo terreno adquirido. Em 2017 recebemos uma oferta para a compra de um terreno na aldeia, pois o chefe/rei da região já está bem idoso e pode ser que após sua morte não teríamos autorização para comprar algo ali. Deus abençoou e hoje temos um espaço de 1.566m², com boa parte do alicerce do muro feito e um poço que já tem servido a comunidade. Estamos esperando o agir do Pai e direcionamento para construirmos o que falta e podermos mudar para este local. Na aldeia de K, especificamente, e em todo o trabalho de modo geral, temos visto que compartilhar as Boas Novas é realmente um lançar de sementes, pois as coisas precisam acontecer de maneira orgânica, direcionadas pela ação do Santo Espírito. É dessa forma que temos visto e vivido com Deus em relação ao trabalho aqui. Os desafios são grandes, por vezes desanimadores, mas, ao mesmo tempo, vemos sinais do agir do Senhor, nos conduzindo. Então seguimos caminhando com fé, crendo que aquele que começou a boa obra estará conosco todos os dias. n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22 ARTE & CULTURA

Multiplicando bençãos em Imperatriz - MA através da Arte e do Esporte O tempo de Deus é perfeito! Muito embora tenha sido desafiado muitas vezes para ministrar na cidade de Imperatriz-MA, nunca dava certo, devido a conflito de agendas etc., mas, agora, deu certo! Pude finalmente conhecer a Primeira Igreja Batista de Imperatriz-MA, convidado pelo querido amigo, pastor Jefferson Dantas, presidente da mesma. O convite foi feito para ministrar para as crianças, durante o Congresso Multiplique Regional, onde pude cooperar com o ministério da querida irmã Maria Natividade Ribeiro Gomes, ministra de Educação Cristã da Igreja. Foi bênção demais! (risos). Segue comentário da irmã Natividade sobre a programação. “Nos dias 17 a 19 de junho, por ocasião do Congresso Regional Multiplique, na cidade de Imperatriz-MA, foi realizado uma programação muito especial para o público infantil. As crianças presentes aprenderam sobre o tema “Missão resgate. Em busca dos tesouros perdidos.” O pastor Roberto Maranhão, de uma forma lúdica e divertida, desenvolveu os assuntos Oração, Evangelização Discipuladora, como compartilhar a fé. Foi um tempo precioso, onde as crianças se divertiram e aprenderam sobre discipulado e vida cristã. Louvamos a Deus pela vida do pastor Roberto Maranhão, que com seu talento tem abençoado vidas por onde passa”. Agradeço de todo o coração pejas lindas palavras. Glórias ao nosso Deus. Além da ministração para as crianças, tive a oportunidade de compartilhar pequenas mensagens de encorajamento ao público adulto em momentos da assembleia geral do Congresso Multiplique. Pude também, aproveitando a ocasião, falar sobre o Pickleball, o esporte do momento, que é excelente ferramenta para nossas Igrejas promoverem o Evangelho de forma relacional e que também ajuda a modelar o corpo, o templo do Espírito Santo. Pastor Jefferson, apesar de enfermo durante parte da programação, pode garantir todo o bom andamento do Congresso Multiplique e do nosso congresso infantil. Foi bênção conhecê-lo melhor, pessoalmente, pois conseguiu retornar ao Congresso e orquestrar o seu bom andamento e encerramento. Participo sempre que posso do programa de rádio diário, na Rede 3.16 da nossa Junta de Missões Nacionais (JMN), e lá encontro o pastor Jefferson e companhia, e faço um personagem lúdico, pastor Bill, um boneco, pastor aposentado, uma bênção (risos). Para melhorar, Deus me deu a oportunidade de conhecer e ministrar na FUNAC Imperatriz, entidade de acolhimento de menores infratores, com uma clínica de Pickleball e compartilhar meu testemunho também com o meu boneco Marcelo. Uma grande alegria

na FUNAC, além de ver a boa aceitação dos alunos, foi reencontrar minha aluna Radical Latino da Junta de Missões Mundiais (JMM), Ueine, trabalhando como uma das funcionárias profissionais da instituição. Pastor Amós foi uma bênção para mim, o braço direito do pastor Jefferson, ao me acolher e acompanhar em todas as ações. Segue seu comentário sobre a ministração esportiva do Pickleball na FUNAC. “Me senti honrado em poder participar da montagem da apresentação deste esporte que pude ver a alegria e dos jovens ao participar em treinamento. Um esporte que envolve a todos de uma maneira extraordinário demonstrando, amor, alegria, respeito e comunhão uns com os outros”. Quero agradecer a minha irmã Andréia, advogada da FUNAC, por ser a facilitadora da nossa entrada e ministração para os alunos. Ela também deixou um comentário. Na data de 20 de junho de 2022, recebemos, no Centro Socioeducativo de Internação Provisória da

Região Tocantina, a visita do pastor Roberto Maranhão. Na ocasião, além de apresentar a modalidade esportiva Pickleball, houve também a ministração da Palavra de Deus. Os alunos da instituição se divertiram, aprenderam e gostaram muito do que viram e ouviram. Houve ainda uma disputa entre o ministro da Palavra e um dos adolescentes internos, que ganhou uma raquete e uma bola como premiação pelo desempenho numa partida de pingue-pongue, na qual foi vencedor. A atividade foi de grande relevância para os socioeducandos, que apesar das situações vividas, demonstram estarem sempre sedentos de ouvir a Palavra de Deus, bem como de atenção e afeto”. Para completar minha alegria, tive como colega de quarto no hotel, o pastor William, um dos preletores do Congresso Multiplique, homem de Deus, que acorda cedo e dobra seus joelhos, buscando Senhor por orientações para a sua agenda diária. Para transbordar minha alegria, pude me reunir com o

diretor de Esporte e Lazer da Cidade de Imperatriz-MA, Luizinho, onde fui recebido com muita atenção na reunião. Acertamos um retorno para, juntos, promovermos o Pickleball para todas as escolas e centros esportivos. Aleluia! Que Deus continue abençoando a todos os nossos queridos irmãos que militam em gestões do amor, cuidando de vidas preciosas. Seja você também um servo dedicado, sempre pronto a servir ao Senhor, com seus dons e talentos. Aguardamos para ouvir seu testemunho de como tens usado seus talentos para a glória de Deus. n Roberto Maranhão Coluna Arte e Cultura CBB Ministro de Arte e Esporte Internacional Capelão da Associação Brasileira de Pickleball Embaixador da Federação Internacional de Pickleball (31) 9730-5875 marapuppet@hotmail.com


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

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Aliança Batista Mundial promove Encontro Anual Batistas brasileiros também participam do evento.

Ministros Batistas de todo o mundo se reuniram em adoração ao Senhor e também para um tempo de aprendizado e decisões Estevão Júlio

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

Definido pela Aliança Batista Mundial como um tempo de oração, comunhão e aprendizado para líderes Batistas de todo o mundo, o Encontro anual da BWA foi realizado de 10 a 15 de julho na Stamford University, em Birmingham, no estado Alabama (EUA). Além disso, o Comitê Executivo e o Conselho também Reuniões aconteceram durante toda a semana no estado do Alabama (EUA) estiveram reunidos nestes dias. Entre os Batistas brasileiros que participam da Conferência está o pas- e um dos vice-presidentes da Aliança Junta de Missões Mundiais (JMM); e sidente da Convenção Batista Brasileira tor Fernando Brandão, diretor-executivo Batista Mundial; pastor João Marcos pastor Luiz Roberto Silvado, pastor da e membro do Conselho da Aliança Bada Junta de Missões Nacionais (JMN) Barreto Soares, diretor-executivo da Igreja Batista do Bacacheri-PR, ex-pre- tista Mundial. n

Batistas pernambucanos realizam mais uma reunião para a 102ª Assembleia da CBB Faltam cerca de seis meses para a nossa Assembleia anual.

Estevão Júlio

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

Os Batistas pernambucanos estão trabalhando para receber os Batistas brasileiros na 102ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), de 19 a 22 de janeiro de 2023, no ginásio “Geraldão”, e nos encontros

das nossas organizações, a chamada “Semana Batista”, a partir do dia 16. No dia 11 de julho, as comissões estiveram reunidas no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB) para seguir a organização das atividades. Desde já agradecemos o trabalho e hospitalidade dos Batistas pernambucanos. n Comissões e organizações apresentaram seus trabalhos

Batistas pernambucanos têm uma série de atividades para desenvolver no período da Assembleia


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PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22 FÉ PARA HOJE

O cristão como facilitador

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob Esta é uma afirmação segura. O cristão como facilitador é um tema bíblico e atual. Os cristãos não devem ser obstáculos, mas elementos comprometidos com o fluxo de informações acessíveis para o bem-estar da comunidade. Ser facilitador significa contribuir para que as tarefas sejam realizadas de forma eficiente. Pessoas certas, nos lugares certos e pelas razões certas formam a filosofia do facilitador. Jesus era um facilitador para que os propósitos do Pai fossem cumpridos. Ele orou a noite inteira para a escolha de 12 homens que O ajudariam na empreitada de buscar e salvar o que se havia perdido - o homem morto em seus delitos e pecados (Lucas 19.10; Efésios 2.1-3). O facilitador chama, convive, dá o exemplo, treina e envia para a missão. Ele não é um teórico. O liderado aprende a fazer fazendo. Jesus sempre levava Seus discípulos para que olhassem o que Ele fazia. Enquanto caminhavam, Ele os ensinava. Como facilitadores, devemos ser pessoas comprometidas com a organização e o organismo de forma apaixonada, pois o elemento humano é fundamental para o trabalho que realiza. Assim era Jetro, pois ele ensinou Moisés a trabalhar de forma mais eficiente (Êxodo 18.1-27). Sonhar, abrir caminhos, perseguir metas, estabelecer estratégias, avaliar performance e motivar, são procedimentos dos facilitadores. À semelhança dos professores, eles não ensinam, mas estimulam as pessoas com as quais trabalham a aprenderem. O facilitador é visionário, firme em suas convicções, motivador, empreendedor criativo, mobilizador, sensível, sincero, zeloso e ama o que faz. Ele nunca se acomoda, mas procura estar engajado no trabalho de forma inovadora. Ele é um investidor em talentos. O seu prazer é formar pessoas para serem úteis aos semelhantes. Facilitador gera e forma facilitadores.

O apóstolo Paulo foi um facilitador que gerou facilitadores. Vemos os casos de Tito, Timóteo, Barnabé, Epafrodito e Tíquico. Ao lermos Romanos 16, observamos o reconhecimento do velho apóstolo aos seus facilitadores Aquila e Priscila, chamados de seus cooperadores; outros nomes como Epêneto, Maria, Andrônico, Júnias, Amplíato, Urbano, Estáquis, Apeles, Aristóbulo, Herodião, Narciso, Trifena, Trifosa, Rufo, Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas, Filólogo, Júlia, Nereu, Olimpas, Lúcio, Jasom, Sosípatro, Tércio, Gaio, Erasto, Quarto. Todos estes irmãos eram pessoas de valor, proativos e, portanto, facilitadores no exercício do ministério cristão, na expansão do evangelho de Cristo. Esta é uma galeria de gente facilitadora com qualidade excelente. Devemos imitar o seu exemplo. Sejamos facilitadores na formação de pessoas comprometidas com o bem-estar do próximo, agindo nas áreas espiritual, ética, emocional, social, ambiental, encorajando e desafiando ao trabalho que produz impacto positivo na sociedade. Devemos trabalhar em nossas comunidades eclesiásticas mobilizando seus membros para o evangelismo e o discipulado. Nas associações de moradores, promovendo a educação ambiental, a coleta seletiva dos resíduos sólidos e orgânicos; coleta do óleo usado, limpeza do bairro, plantação de mudas, aumentando a área verde, transformando terrenos baldios, cheios de mato, animais peçonhentos e insetos, em hortas comunitárias; visitando as escolas e levando a visão de excelência; promovendo a proatividade, assertividade e criatividade, criando bibliotecas comunitárias (farmácia, mercado, padaria), aulas de reforço, esportes etc. Como facilitadores, nos comprometamos com a ética e as práticas bem-sucedidas de Jesus de Nazaré. O Seu alvo era buscar e salvar o ho-

mem perdido. Toda a Sua vida estava comprometida com essa missão muito nobre. Ele deu a Sua própria vida por nós (Mateus 20.28)! Os Seus discípulos, hoje, devem ser facilitadores por excelência. São pessoas apaixonadas pelo que fazem. Não se contentam com o bom, mas buscam o ótimo, excelente. São indignados

com a injustiça, ignorância, o analfabetismo, a corrupção, violência e toda a sorte de maldade. O cristão é um facilitador proativo, incisivo, criativo e altamente qualitativo. Devemos ser facilitadores no lar, na igreja, empresa, escola, universidade, sociedade e no país. Cristão, você é uma pessoa facilitadora? Mexa-se! n

Consulta Pública para Revisão da Declaração Doutrinária Está disponível aos Batistas brasileiros a segunda consulta pública de revisão da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira. Em nosso site você encontra o vídeo do pastor Hilquias Paim, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), convidando o povo Batista brasileiro a participar deste momento histórico, as sugestões da Comissão de Revisão e um formulário que você deve preencher. Esta consulta pública estará aberta até o dia 11 de agosto de 2022. Aponte o seu telefone para o QR Code ou digite bit.ly/DDCBB


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 24/07/22

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OBSERVATÓRIO BATISTA

A virtualização do sagrado e a volta da pandemia - será que conseguiremos?

Lourenço Stelio Rega Com a notícia da pandemia da COVID-19 em março de 2020, passamos praticamente dois anos em um cenário complexo, tanto na vida pessoal, familiar, quanto na coletiva, com grandes desajustes na normalidade em que vivíamos, pois dormimos em um mundo e acordamos em outro na manhã seguinte, com a transformação de tudo do dia para a noite. Os marcos existentes que nos davam certa segurança para viver, ou foram movidos ou desapareceram. Surgiram sentimentos diversos, como o do medo, da insegurança, e outros tantos nos conduziram para um mundo de incerteza. O cenário ficou tão complexo, tão diferente de tudo o que o mundo vivia, que Klaus Schuwab, presidente do Fórum Econômico Mundial, o nomeou como “COVID-19 - O Grande Reset”. Em outras palavras, o que se pode imaginar é que a vida teve uma parada e um reinício. Aprofundando mais esse tema escrevi aqui nessa coluna, em abril de 2021, cinco artigos com o título “COVID-19 - o mundo parou e estamos em um grande reset!” explicando como é o fenômeno do “reset” no campo da informática, em que o sistema operacional volta ao começo e todas as variáveis de controle são recolocadas para que tudo volte ao normal. Mas, neste caso, essas variáveis de controle, como já afirmei acima, ou foram mudadas ou desapareceram. Sobre o assunto da pandemia e isolamento publicamos aqui nessa coluna, diversos artigos para ajudar no mapeamento desse novo e complexo movimento. Conseguimos fazer uma estatística em nível nacional no final de 2020 e começo de 2021 com a possível perspectiva da volta da pandemia, que acabou não ocorrendo, mas os dados obtidos naquela época podem ajudar nesse momento em que se espera que tudo possa retornar nesse “novo normal”, se é que podemos falar des-

sa forma. Você poderá consultar essa estatística, artigos, palestras e vídeos no link: bit.ly/VoltaPandemia. Relembrando um dado obtido que hoje traz importante alteração em como o membro da Igreja já está assumindo o retorno à vida eclesiástica, é o que diz respeito à pergunta: “Você assistiu sermões, mensagens e/ou exposições bíblicas de outros expositores além de seu pastor? (Somente para crentes)”. 85,8 % responderam afirmativamente e, destes, apenas 9,6% não encontraram expositores melhores que seu pastor; 28,1% encontraram expositores melhores que seu pastor; e, 62,4% encontraram expositores semelhantes ao seu pastor. No link acima você poderá ter acesso a outros itens e gráficos dessa pesquisa. Você poderia imaginar a consequência disso hoje, quando esses participantes estão ouvindo a pregação de seu pastor? Será que continuam agora acessando estes outros pregadores? Mas, mais do que isso, temos aí um indicador de que, se não havia, agora existem meios de comparação entre o que a pessoa ouve nos sermões de sua Igreja e o que ouve de outras fontes. Isso vem pelo fortalecimento do que podemos chamar de “democracia digital”, em que qualquer pessoa tem facilitado o acesso ao mundo da comunicação, seja para ouvir outros pregadores, seja para comparar o que está ouvindo e mesmo conferir com comentários bíblicos e outros textos facilmente acessíveis pelo “Dr. Google”, “Dr. Bing” e outros mecanismos de buscas. Mas também isso dá aos membros da Igreja uma espécie de “empoderamento” que vai além do que ouve pelo púlpito ou líderes pastorais (“clero”?) que antes poderiam imaginar que teriam o privilégio em deter o poder da palavra sobre o sentido e interpretação da Palavra (vejam o minúsculo e o maiúsculo sobre “palavra”). Então, o que isso pode nos ensinar, como pastores? Já parou para

pensar? Será que investimos tempo para ensinar ou, pelo menos, prover o ensinamento de interpretação bíblica (Hermenêutica) para nossas ovelhas? Será que as ajudamos a compreender melhor as Escrituras e a terem acesso às verdades divinas? Ou tivemos receio de que elas, tendo esse acesso, poderiam aferir com mais precisão nossos sermões e ensinos? Você já perguntou para os membros de sua Igreja como eles conseguiram se manter na fé sem a presença do pastor, do púlpito, no templo, das atividades eclesiásticas dominicais? Quem deu a atenção presencial e pastoral para esses membros em suas famílias na ausência desses instrumentos que modelavam nossa vida de Igreja (templo, domingo, púlpito, autoridade pastoral, atividade eclesiástica)? Como famílias conseguiram sobreviver sem tudo isso, por exemplo, quando alguém foi hospitalizado e não podia receber visita? Ou quando alguém morreu e o funeral não podia ter quase ninguém? Que membro da família, homem ou mulher, foi o “pastor” lá dentro do isolamento? Como está a “cabeça” desse membro da Igreja? Dessa família? Será que a volta está animada como antes estava? Lembro que quando estávamos para retornar da pandemia entre o final de 2020 e início de 2021, antes da segunda onda de contaminação, colegas falavam em cultos híbridos - presencial e virtual -, utilizar tecnologia e tantas outras estratégias. Nessa ocasião procurei alertar e escrevi outro artigo intitulado “Tecnologia não substitui Bíblia, Teologia e adoração!” (11/10/2020), para demonstrar que necessitaríamos rever tudo isso e redescobrir novos caminhos para pastorear e cuidar dos sobreviventes que estariam voltando. Não bastaria utilizar tecnologia. Hoje, lamentavelmente, vejo que aquela estratégia está sendo reativada. Não que o culto e reuniões híbridas não sejam necessárias, não que a tecnologia deva ser descartada ou

mesmo que desprezemos o crescimento da participação virtual em reuniões de oração, cultos, facilitação para cursos, escola bíblica e tudo o mais que podemos alcançar com a virtualização da vida. O que destaco é que o cuidado das vidas, dos relacionamentos, da atenção individual e pessoalizada, do carinho e misericórdia pastoral precisa ser cada vez mais estimulado, apesar da tecnologia. O sagrado se “virtualizou”, mas Deus não, a espiritualidade continua firme e ativa no mundo real da individualidade e necessitamos redescobrir caminhos para que a volta completa da pandemia seja mais e mais envolvente. Que possamos ensinar cada membro da Igreja a interpretar a Palavra, para que quando ouvir palavra do pregador seja como a dos crentes de Bereia conferindo nas Escrituras tudo o que ouviam (Atos 17.11,12). Que possamos ensinar cada crente a pastorear sua família. Que descubramos e vivamos o Cristianismo que vá além do domingo, templo, púlpito, sentido clerical, atividades eclesiásticas. Que a vida cristã de cada crente seja conquistar sua “Jerusalém” e muito mais por um testemunho que vá além de palavras, mas seja cimentado com vida transformada modelo de discipulado para que mais pessoas sejam alcançadas pela recuperação de Deus em Cristo Jesus. A palavra “crise” no kanji (utilizado por chineses e japoneses), formada por dois ideogramas - wei-ji - em que “wei” é risco, perigo, e “ji” oportunidade, pode nos ajudar na indicação de que diante desse risco que passamos e estamos passando, possamos aprender a transformá-lo em oportunidade, tendo os ensinos de nosso Mestre como bússola para novos momentos nesse “novo normal”. Enfim, não basta tentar voltar a tudo o que era, precisamos descobrir e redescobrir outros caminhos, pois temos diante de nós uma “chance de ouro” para redescobrir o sentido de tudo tendo a Bíblia como porto seguro. n



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