OJB EDIÇÃO 21 - ANO 2023

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R$ 3.60

CBB estreia programa na Rede 3.16

No dia 08 de maio, a Convenção Batista Brasileira estreou o seu programa institucional na Rede 3.16. O “Batistas em Pauta” vai ao ar às segundas-feiras, das 17:00 às 18:00h, com a apresentação de Estevão Júlio, jornalista responsável pelo Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira. A primeira edição teve a participação do pastor Hilquias Paim, presidente da CBB, e do pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo. Leia na página 10.

Dicas da Igreja Legal Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Missões Mundiais

Igreja e Terceiro Setor

Coluna explica participação das Igrejas nesse contexto

Educação Cristã missionária na América

CIEM e SEC avançam nos Estados Unidos

Promovendo a Ação Social

Convenção Batista Baiana realiza Congresso de Responsabilidade Social

Testemunho missionário

Missionária peruana conta experiência do DNA Missionário da JMM

ISSN 1679-0189
ANO CXXII EDIÇÃO
DOMINGO,
CONVENÇÃO
BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
21
21.05.2023 ÓRGÃO OFICIAL DA
BATISTA
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EDITORIAL

Batistas em Pauta

Estamos felizes e animados com mais este novo projeto em nossa área de Comunicação e que vai alcançar todas as áreas dos Batistas brasileiros. Estreamos o “Batistas em Pauta” no dia 08 de maio, com a participação do pastor Hilquias Paim, presidente da CBB, e pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo, que responderam as perguntas feitas pelo jornalista responsável pelo Departamento

de Comunicação da CBB, Estevão Júlio, e dos ouvintes que acompanham o programa ao vivo na Rede 3.16, rádio criada pela Junta de Missões Nacionais, mas, como eles sempre gostam de enfatizar, é do povo Batista brasileiro.

O fato de ter um programa de rádio da CBB, ao vivo, já nos deixou muito alegres, mas outra oportunidade também nos tocou: a possibilidade de ter

esse conteúdo em outras plataformas, para que as pessoas assistam e ouçam quando quiserem. O “Batistas em Pauta” também está nas plataformas de streaming, como Spotify e Deezer, por exemplo, e no Youtube, em áudio e vídeo. Nosso jornalista Estevão Júlio entra ao vivo no estúdio do Departamento de Comunicação e conversa através do Zoom, com os respectivos convidados. Após o ao vivo, o conteú-

( ) Impresso - 160,00

( ) Digital - 80,00

do é editado de acordo com as características de cada espaço.

Então, é isso, esperamos a todos vocês, ao vivo, na Rede 3.16, às segundas-feiras, de 17h às 18h00, para o “Batistas em Pauta”. Baixe agora mesmo o aplicativo da Rede 3.16 em seu celular. E depois ouça e assista quando quiser nas plataformas e no Youtube Vamos juntos! n

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista

Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919);

A.B. Detter (1904 e 1907);

S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

2 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23
REFLEXÃO

Por muito tempo pairou uma discussão sobre a possibilidade de classificação das organizações religiosas no terceiro setor da sociedade. Antes de prosseguir considero importante lembrar como são classificados os três setores da Sociedade:

O primeiro setor é representado pelo Estado ou setor público. Exemplos: órgãos públicos, instituições estatais, como prefeituras, governos estaduais, fóruns jurídicos etc.

O segundo setor é representado pelo Mercado, o segmento que visa lucro. Exemplos: indústria, comércio, prestadores de serviços etc.

O terceiro setor é representado pelo segmento das organizações sem fins lucrativos. Exemplos: instituições de caridade, asilos, centros sociais, clubes de serviços etc.

Pode a Igreja atuar no Terceiro Setor?

Particularmente, sempre entendi que tais organizações não se encaixariam como tais, por motivos que não caberiam enumerá-los aqui. Uma interpretação livre me permitiria sugerir que as organizações poderiam desenvolver atividades típicas do terceiro setor, mas isso não as caracterizariam como tais.

Minha convicção se consolidou quando na obra Manual do Terceiro Setor e das Instituições Religiosas, os autores Aristeu Oliveira e Valdo Romão (Editora Atlas2014), citam a obra do Terceiro Setor: Temas polêmicos, de autoria de Eduardo Szazi (Editora Petrópolis, 2004):

“O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais que têm como objetivo gerar serviços de caráter público. Segundo esse autor, ficam de fora dessa classificação as chamadas organizações religiosas (igrejas), uma

vez que, ........., a finalidade da igreja não é prestar serviço de caráter público. As igrejas não têm esta finalidade precípua; elas cuidam de questões espirituais; daí algumas pregarem a separação entre elas e o estado, até como princípio histórico”.

Interessante notar que os mesmos autores que citam outros autores, dentre os quais Mike Hudson, que apresenta outra visão: Diz ele: “Terceiro setor consiste em organizações cujos objetivos principais são sociais, em vez de econômicos. A essência do terceiro setor engloba instituições de caridade, organizações religiosas, entidades voltadas para as artes, organizações comunitárias, sindicatos, associações profissionais e outras organizações voluntárias.

Com o surgimento do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), através da Lei nº13.109/2014, alterada pela Lei nº

13.204, de 2015 e regulamentada pelo Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016, as organizações religiosas passaram a integrar o rol das entidades que desenvolvem por exemplo atividades de saúde, educação e assistência social. Nem por isso, as Igrejas devem entrar de cabeça nesse mundo desconhecido, pois, se por um lado abre um enorme leque de possibilidades, por outro pode ser um perigo.

Se você se interessou por este tema, aguarde o nosso próximo artigo.

Nota: Para conhecer o meu trabalho, visite, comente, inscreva-se e tire dúvidas no canal Cartilha da Igreja Legal no YouTube n

Jonatas Nascimento, diácono. Autor da obra Cartilha da Igreja Legal. WhatsApp: (21) 99247-1227. E-mail: jonatasnascimento@hotmail. com

Famílias edificadas em Cristo

O Salmo 127 diz que “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Temos uma poesia curta tratando de construção, casamento e segurança. Todos nós temos desejo de ter uma casa, um lar aconchegante, desejamos que nossa família tenha segurança, possa viver de forma quieta e sossegada.

A propósito do mês da família quero enfatizar que Deus é quem edifica

a nossa casa. Temos Cristo como alicerce do nosso lar. Um lar edificado em Cristo sabe exatamente o papel de cada um, pois o lar cristão segue as orientações da Palavra de Deus.

O tema lançado pela Junta de Missões Nacionais para a família deste ano é: “Minha família minha identidade”. O lar edificado em Cristo sabe o papel do homem, o papel da mulher, o papel do marido, o papel da esposa, o papel dos pais e o papel dos filhos. É um lar que vive de forma equilibrada, pois está edificado em Cristo.

Lares sem Cristo são lares desestruturados, são lares desajeitados, são lares que envergonham à sociedade.

Quantos lares vivem nas drogas, no vício da bebida, do cigarro. Lares onde ninguém tem emprego fixo, vivem dependendo dos outros para sobreviver. É triste a realidade de muitos lares no Brasil, vivendo em situação precária, muitos comem o que encontram na lata do lixo.

Lares edificados em Cristo tem compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus, são lares que

levam Deus à sério. Lares edificados em Cristo tem um tempo significativo de oração, colocam todas às necessidades diante de Deus.

Lares edificados em Cristo preocupa-se com o próximo, quer ajudar o próximo e evangelizar o próximo. Que possamos ver muitos e muitos lares se rendendo a Cristo, vamos clamar pelos lares de nossa nação, que conheçam o evangelho de Cristo e sejam edificados Nele.

Lares forte tem como resultado Igrejas fortes, pensemos nisso. n

3 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23
Jonatas Nascimento Cleverson Pereira do Valle pastor, colaborador de OJB
REFLEXÃO
DICAS DA IGREJA LEGAL

Eu sou de Jesus, aleluia; de Cristo Jesus, meu Senhor!

Marinaldo Lima pastor, colaborador de OJB

Eu sou de Jesus, Aleluia!

Um servo a quem Deus enche a cuia!*

Sim, Ele me dá a provisão. O meu celeiro enche de montão; Um cálice faz transbordar em minha mão.

Diariamente Ele me deixa satisfeito Enquanto vou andando no caminho estreito.

J ejuando e orando no caminho da salvação,

Eu vou dando Aleluia, expressando a gratidão.

Sinto o seu cajado dando-me consolação,

Unge-me com o seu Espírito para santificação.

Se estiver em perigo, Ele me dá a proteção.

Aleluia! Quero cantar para o seu louvor!

Levo ao seu altar gratidão por seu favor

E o exalto, pois é o único Senhor.

L eio sua Palavra, que me enche de vigor.

Um salmo recito glorificando o Salvador

I ntensamente quero servi-Lo com amor;

A vida toda, consagrando ao Redentor.

De Cristo Jesus, meu Senhor, eu sou E no Evangelho caminhando vou.

Cristo Amado, és o meu melhor amigo. Remiste minha vida, cancelando meu castigo.

Intenso é o teu amor e quero sempre estar contigo;

Sê meu protetor, livrando-me do inimigo!

Te louvando em todo tempo eu prossigo;

O teu “nome bom, doce à fé”, sempre bendigo.

Já morreste por mim, o Cordeiro em expiação, E venceste a morte, bendita ressurreição!

Subiste ao céu, glorificado, na tua assunção.

É Cristo quem nos salva

“E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial” (I Co 15.49).

Escrevendo aos cristãos da cidade de Corinto, o apóstolo Paulo nos revela a realidade do que ele chama de ‘corpo espiritual’: “Assim como nós somos parecidos com o homem feito do pó da terra, assim também seremos parecidos com o Homem do céu” (I Co 15.49).

A vida eterna é uma dádiva que o Senhor nos oferece, como prêmio de nossa fé na obra redentora de

U m anjo anunciou que voltarás pra minha redenção; Será o encontro triunfal para a eterna comunhão.

Meu Senhor sou teu, tua voz ouvi E em tuas pisadas quero prosseguir, Unindo-me ao teu povo para te servir.

Senhor Jesus pra sempre irei te louvar E te agradecer quando no céu for morar.

Na tua igreja vivo, para te honrar.

Hoje clamo Maranata, Senhor, vem me

Cristo Jesus, aquele que Paulo identificou como o “Homem do Céu”. Assim como o pecado nos aprisiona dentro dos limites da vida terrena, a fé bíblica nos faz viver como cidadãos do Reino de Deus. “No passado, Ele foi paciente e não castigou as pessoas por causa dos seus pecados - Mas agora, pelo sacrifício de Cristo, Deus mostra que é justo. Assim, Ele é justo e aceita os que creem em Jesus. Será que temos motivo para ficarmos orgulhosos? De modo nenhum... Somos salvos porque cremos em Cristo Jesus” (Rm 3.27).

buscar!

Os anjos tocarão, as trombetas vão soar;

Reunirás o teu povo para te glorificar!

* CUIA: É um recipiente, geralmente feito de madeira, que serve como unidade de medida para venda de ingredientes secos, sobretudo de farinha de mandioca, que no passado foi muito usada nas feiras do interior do Nordeste. No sentido usado no poema, cuia cheia significa a abastança vinda de Deus, a sua provisão, a sua bênção. n

Que nunca nos falte o pão de cada dia

Eu fico muito compadecido com as pessoas que passam por privações. Eu lamento muito aqueles que são assolados pela pobreza, miséria, fome, desgraça social etc. Nós, povo de Deus, devemos amar essas pessoas carentes e fazer o possível para ajudar.

Existem pessoas muito mal alimentadas no Brasil. Na fila do açougue, para pegar doação do dono do açougue de retalhos, pedaços de carne. Na fila do peixe, para pegar um peixe de doação de um pescador que teve uma boa pescaria. Essas notícias, informações estão em nossos jornais, na imprensa, na mídia etc. E diante disso, os cristãos precisam agir.

Em oração e colaboração. Que a sua Igreja possa ter um bom ministério da ação social para ajudar os necessitados. Se você souber de alguém que precisa de amparo, de socorro que você prontamente estenda a sua mão para ajudar. Jesus fala que aqueles que fazem pelos pequeninos, pelos pobres, pelos carentes é como se estivessem fazendo para o próprio Senhor

Jesus Cristo. Que a gente tenha em mente os que sofrem e jamais sejamos indiferentes. Que a gente possa ajudar, colaborar. Dividirmos o que temos com quem nada tem. Compartilharmos o que temos com aqueles que passam por grandes privações. O cristão deve ter um coração generoso, um coração caridoso, um coração disposto a ajudar. n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23
Olavo Fe ijó
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

Currículo para escola de pais

Como educadores cristãos, sempre salientamos a responsabilidade dos pais na educação cristã dos filhos. Esta responsabilidade tem base bíblica (Deuteronômio 6.7, Provérbios 22.6, entre outros). Isto é muito sério e vai além do discurso, pois a prática é necessária.

Sabemos da importância da Igreja e do educador cristão, mas cada um tem seu papel, e o dos pais não pode ser delegado a outros, embora alguns pais coloquem em segundo plano este privilégio que é “ensinar seus filhos no caminho em que se deve andar”.

A denominada Escola de Pais foca na participação da família nos projetos escolares a fim de contribuir para uma educação integral dos alunos, destacando o papel dos pais. Projetos variados e instituições educacionais se voltam para o tema de forma a incluir os pais na educação secular dos filhos,

contribuindo para o desenvolvimento deles.

De uma forma geral, a “escola de pais” aborda a dinâmica do relacionamento familiar e seus desdobramentos. No caso da educação cristã o alvo é mostrar a responsabilidade dos pais no conhecimento e crescimento cristão dos filhos. A escola de pais, que vemos em muitas igrejas, é um excelente espaço para desenvolver esta compreensão materna e paterna.

Algumas comunidades eclesiásticas chamam de “escola de pais” aos encontros semestrais, trimestrais ou outros, onde se aborda alguns temas pertinentes ao trabalho educacional dentro da família. Outras tem uma classe específica para pais dentro da estrutura da EBD. Neste caso ou utilizam material diferenciado de outras classes, ou o mesmo material com uma abordagem específica.

No entanto, é importante abordar alguns assuntos. Na construção de um currículo cristão para a escola de pais

devem ser levados em consideração temas como:

• Exemplos de país bíblicos – Com suas qualidades, defeitos e dificuldades.

• Fundamentos bíblicos.

• Como ensinar os filhos sobre o plano de salvação.

• Características dos filhos nas suas diversas fases de crescimento.

• Pais e filhos, uma relação de respeito.

• Pais e filhos, uma relação de amor.

• A importância da disciplina.

• A importância dos limites.

• A disciplina é um ato de amor.

• Família, um lugar de acolhimento.

• Dialogando com as gerações –Características das gerações: “Baby Boomers” (nascidos entre 1946 a 1964), “X” (1965 a 1980), “Y” (1981 a 1996), “Z” (1997 a 2010) e “Alfa” (nascidos a partir de 2010).

• A comunicação na família.

• As amizades e companhias.

• Sexo e corpo.

• Necessidades físicas, emocionais

Proteção e zelo no Senhor

Gleyds Silva Domingues

“Mas, Jeosabeate, filha do rei, pegou Joás, filho de Acazias, dentre os filhos do rei que seriam assassinados, o raptou e escondeu num quarto com a sua ama. Assim, Jeosabeate, filha do rei Jeorão, mulher do sacerdote Joiada e irmã de Acazias, o escondeu de Atalia, de modo que ela não o matou” (II Cr 22:11).

Imagine a situação familiar envolvida neste trecho, retirado do livro de Crônicas, acontecendo na atualidade, ou seja, se fosse manchete de jornal sairia assim: “a tia para proteger seu sobrinho da morte o esconde da sua avó, que reinava em Israel”. Sim, aqui há um registro de um drama familiar, envolvendo disputa de poder e posição política associada ao governo.

Esse drama familiar não teve o destino esperado por Atalia, por conta da atitude de fé de Jeosabeate, que conhecia bem a história do seu povo. Ela sabia as consequências da desobediência e da não devoção ao único Deus. Ela tinha convicção de que o trono de Israel precisava ser liderado por um rei cujo coração estivesse voltado para Deus. Olhando para o exemplo e ação de sua mãe, Jeosabeate sabia que o trono não poderia ser ocupado por ela.

Jeosabeate esconde seu sobrinho, que se tornaria seu filho do coração, dentro do templo, em um local que era permitido acesso apenas para o sacerdote e proibido para outras pessoas, inclusive, a rainha, sua mãe. É nesse lugar que Jeosabeate ensina o menino e o faz compreender sobre a ação de um Deus que precisa ocupar o primeiro

lugar no coração humano.

A fé de Jeosabeate precisa ser admirada, visto que não age pelo impulso ou ingenuidade, mas por intermédio de uma estratégia. Isso indica que existem situações em que será necessário lidar com estratégias, contudo, ressalta-se que a fé não pode ser depositada nelas, mas em Deus que ao se utilizar delas, completa o seu propósito.

Como é bom saber que o exercício da fé não é um ato insano, irracional e desvinculado de reflexão. A fé requer inteligência, confiança, segurança. Ela envolve a decisão de querer descansar nas mãos daquele que tudo pode, Deus. Afinal, a fé agrada o coração de Deus. A partir da demonstração da fé, ele atua soberanamente nas situações e vida.

De fato, anos mais tarde, Joás

e psicológicas.

• Namoro, noivado e casamento.

• Conflitos na família.

• Filhos, expectativas e percepções.

• O propósito de Deus para a família.

• Ensine seus filhos com palavras e atitudes: a importância do exemplo.

• Deus em primeiro lugar na educação dos filhos.

Estes são apenas alguns dos exemplos de temas que precisam ser abordados numa “escola de pais”, ou fazerem parte do currículo de uma classe para pais na EBD. São assuntos que devem ser aprofundados sob o foco da responsabilidade educacional materna e paterna. A Igreja e o educador cristão são parceiros nesta tarefa, mas aos pais cabe o privilégio principal de cumprir a orientação divina: “[…] e as ensinareis a vossos filhos, falando delas, sentados em casa e andando pelo caminho, ao vos deitardes e ao vos levantardes;” (Dt 11.19). n

ascende ao trono e conduz o povo à adoração ao único Deus. É claro que ele contou com a ajuda de sua tia. Uma tia de visão estratégica e de uma fé firme. Ela não se deteve diante do perigo. Com Jeosabeate, a mãe do coração, aprende-se que é necessário enfrentar as situações munidos da fé.

Algumas perguntas que merecem ser analisadas: de que modo, você age diante de situações de perigo? Qual a sua reação diante de uma injustiça? O que motiva sua ação em meio a uma ameaça? Como você lida com o medo? Você teria agido como Jeosabeate, por quê? Em que se firma sua fé?

Após refletir sobre tais questões, ore ao Senhor e abra sua mente e coração em sua presença, confiando que a resposta virá e que ela visa o seu bem. n

5 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 REFLEXÃO

Minha filha, quando tinha 19 anos, foi a uma festa de família, convidada por uma amiga. Era aniversário de uma criança e muitas outras crianças convidadas estavam lá. Era uma festa linda, numa dessas belas casas preparadas exclusivamente para estas ocasiões. Fomos buscar nossa filha. Ao entrar no carro perguntamos, como sempre fazemos, como tinha sido a festa e ela nos contou que foi muito bem recebida pela família da amiga, que a festa estava muito bonita, que havia docinhos muito diferentes dos que conhecemos etc.

Entretanto, nada disso nos chamou tanto a atenção quanto o fato que ela mesma relatou, impressionada: “Mãe, você não vai acreditar, mas sabe o que eu vi? A maioria das crianças estava acompanhadas por suas babás. Algumas os pais estavam presentes e levaram a babá para tomar conta das crianças, mas várias outras nem as mães tinham ido, apenas as babás.” Lamentamos o fato e conversamos sobre ele. Infelizmente esta é a realidade

Onde estão as mães?

e ela nos constrange. O que podemos fazer?

Podemos nos indignar, lamentar, não aceitar e podemos falar e pregar. Incansavelmente diremos que crianças precisam de pais presentes. Pai e mãe que as acompanhem no dia a dia, que as vejam se desenvolver, que as ensinem a comer, andar, falar, se relacionar, que tenham tempo e disposição de brincar com elas e que as coloquem para dormir contando uma história e dando um beijo gostoso.

Mas, hoje, os casais não querem mais ter filhos ou, pelo menos, não é essa sua prioridade. As mulheres adiam a maternidade, não gostam de ficar em casa cuidando da família, criando seus filhos; ser dona de casa, mãe é coisa do passado; agora o importante é a carreira profissional e ganhar dinheiro. Não para a sobrevivência da família, mas para comprar o carro, os belos móveis, as tantas roupas.

As casas e apartamentos estão bem mobiliados, o carro está na garagem, a geladeira está recheada de

coisas gostosas, os armários estão cheios de coisas e mais coisas e os filhos estão sendo criados por outros. São os filhos das babás, das creches, dos avós… São estes que educam os filhos daqueles que não tem tempo, que trabalham muito.

Não sou totalmente contra as mulheres trabalharem fora; por experiência própria, sei que precisamos de realização profissional, que é bom ganhar nosso dinheiro e que nosso salário tem sido importante para o orçamento familiar. Entretanto, precisamos refletir sobre a situação atual – segundo pesquisas, 60% das mulheres trabalham fora. Que número elevado! Será que todas tem a real necessidade de trabalhar fora? Onde estão os filhos destas mães, quem os está educando? Quais os valores diários que estão recebendo, quem os está influenciando em seu modo de pensar, de falar? O que eles estão vendo e ouvindo? Quem os está ajudando a decidir?

Quando minhas filhas eram pequenas eu estava em casa com elas

e quantos momentos inesquecíveis desfrutamos juntas, quantas festas de aniversário nós as levamos e observamos, orgulhosos, suas brincadeiras e socialização, quantas horas preciosas foram dedicadas a conversar, responder suas perguntas, ensinar coisas grandes e pequenas da vida, recitar a Palavra de Deus e mostrar os melhores caminhos e O Caminho. Elas declararam Jesus como seu Salvador em casa. No dia a dia falamos do Evangelho para nossas filhas. Que privilégio! Eu estava lá quando cada uma delas disse a primeira palavra, deu o primeiro passo e fez todas aquelas gracinhas. E eu ri, e chorei de alegria por estar lá.

O Salmo 127 diz que os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que Ele dá, que o homem é feliz quando tem muitos deles. Como a Palavra de Deus é verdadeira!

Ela nos dá esperança, a esperança de que os filhos ainda sejam criados por suas mães. n

Por: Elizabete Bifano

Lutando contra o medo (Salmos 27.1-6)

Gleyds Silva Domingues educadora cristã

O medo é algo muito presente em nossas vidas - e justamente por isso que temos nas Sagradas Escrituras - repetidas várias vezes a expressão “não temas”. Hoje em dia, um dos nossos maiores medos é o medo de fracassar. O psiquiatra Flávio Gikovate diz: “Quando o medo de fracassar impede a ação, paralisa. A pessoa não arrisca. Quem tem medo do fracasso, medo de se frustrar, tem é medo de sofrer. E esse medo tem que ser enfrentado, porque quem não tenta, quem não experimenta, já fracassou”.

Temos aqui neste salmo - escrito pelo rei Davi - sua luta para superar o medo. Ele tem diante de si inimigos cruéis que desejam ver sua destruição (Salmos 27.2). Davi é alguém que anda sobressaltado, com medo de ser ceifado por malfeitores. Seu medo era grande e, por isso, ele deposita toda sua confiança em Deus, suplicando por auxílio, proteção contra seus inimigos. O teólogo Warren Wiersbie diz:

“Davi escreveu esse salmo antes de ser ungido. Isto significa que, provavelmente, foi escrito quando estava no exilio, sendo perseguido pelo rei Saul e seus homens”.

Ao longo deste salmo, Davi ensina que, quando conhecemos o Senhor e confiamos nEle, recebemos ajuda para superar nossos medos. Vamos elencar alguns pontos para a nossa reflexão.

Em primeiro lugar, traga a memória a realidade de Deus para a sua vida (Salmos 27.1). O problema de Davi era grande, pois o rei Saul estava disposto a matá-lo - uma vez que considerava Davi uma ameaça. O exército e a polícia estavam à disposição de Saul para caçar a Davi e matá-lo. É neste contexto que Davi traz a sua memória a realidade de Deus. Deus era sua luz, salvação e fortaleza.

Quando trazemos a nossa memória a realidade de Deus – as trevas se dissipam e, as circunstâncias que muitas vezes se apresentam como grandes e intransponíveis, tornam-se superáveis porque Deus é a nossa salvação e fortaleza. O pastor Leandro Peixoto diz:

“Davi está dizendo que mesmo nas horas mais sombrias, escuras ou tenebrosas das piores batalhas da vida, não há o que se temer, pois Deus é a luz que dissipa as trevas”.

Em segundo lugar, tenha em mente que Deus frustra os propósitos do inimigo (Salmos 27.2). Davi estava convicto de que qualquer que fosse a opressão, ele contaria com intervenção divina, e que nenhum ataque de seus opressores e inimigos teria sucesso. Ao longo de sua trajetória, Davi pode presenciar o quanto Deus o socorreu em situações delicadas especialmente contra seu sogro (o rei Saul). O pastor Dennis Allan diz: “Essa confiança em Deus – deixa o salmista sem motivo de temer seus inimigos. Seus adversários caem e ele permanece”.

Em terceiro lugar, mantenha sua fé em Deus mesmo quando o mal está diante de seus olhos (Salmos 27.3).

É perceptível ao longo deste verso que a situação vai gradativamente se agravando. Primeiro - ele fala sobre o exército que se acampa contra ele.

É interessante o que o poeta inglês Edward Young diz: “O exército acam-

pado inspira maior medo que o mesmo exército guerreando”.

Depois, o salmista fala propriamente da guerra que estoura. Mesmo diante do cerco de um exército ou propriamente da guerra, Davi não muda, e sua fé em Deus continua a mesma. Ele confia no Senhor, mesmo quando o mal está diante de seus olhos. O reformador Genebrino João Calvino diz: “Ainda que todos os homens conspirem para minha destruição, não levarei em conta sua violência, porquanto o poder de Deus, o qual sei estar do meu lado, está muito acima do poder deles”.

Em último lugar, a busca pela presença de Deus (Salmos 27.4). Algo surpreendente na vida de Davi é que ele investia tempo em seu relacionamento com Deus. Não há menor sombra de dúvida de que a confiança que o salmista demonstrava em público tinha muito a ver com o tempo que ele gastava em comunhão com o Senhor no privado. Concordo plenamente com que expressou o pastor Dennis Allan: “A verdadeira habitação de Deus não é entre um edifício feito de pedras, e sim o coração seguidor fiel”. n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 VIDA EM FAMÍLIA REFLEXÃO

Mais batismos em nossa nação!

Redação de Missões Nacionais

Batismo é tempo de renovar as esperanças e celebrar a nova vida que nasce. Ele simboliza a vida que fica para trás e anuncia que aquele que desceu às águas agora é uma nova criatura no Senhor Jesus. É por isso que esse momento é muito feliz e emocionante.

O dia 30 de abril foi um desses momentos, porque 16 pessoas confessaram publicamente a fé em Cristo e foram batizadas, em Brasília, no Distrito Federal. Com a celebração desses batismos, uma nova igreja está surgindo: a Congregação Batista Viver. Esse tempo é motivo de muita alegria, pois estamos iniciando mais uma Igreja, a fim de cumprir a missão de alcançar o Brasil com o Evangelho.

Ainda em Brasília, no dia 07 de maio, celebramos os batismos de cinco pessoas, que confessaram publicamente que só Jesus Cristo salva. O momento aconteceu na região do Vale do Amanhecer, em Planaltina, no Distrito Federal, onde atua o casal missionário pastor Cleber e Maria Rodrigues. Louvamos ao Senhor, porque a Igreja de Cristo se faz presente mesmo em um local conhecido pelo misticismo!

Nesse mesmo domingo, outros 5 irmãos foram batizados na Congregação Batista de São João do Sabugi, no Rio Grande do Norte. Eles reconheceram Jesus como único e suficiente Salvador de suas vidas e desceram às águas. Louvamos a Deus pela vida dos nossos missionários Pr. Adão e Jaciléia, que atuam nessa região. Continue orando e abençoando o trabalho no Brasil. Acesse o site: www. missoesnacionais.org.br/contribuir e envie a sua oferta. n

7 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23
MISSÕES NACIONAIS
8 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
9 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 NOTÍCIAS
DO BRASIL BATISTA

CBB estreia o “Batistas em Pauta”, programa de rádio semanal na Rede 3.16

Primeira edição teve a participação de lideranças da CBB.

Estevão Júlio

jornalista responsável pelo Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

No dia 08 de maio, uma segunda-feira, a Convenção Batista Brasileira (CBB) estreou o seu programa institucional na Rede 3.16, rádio criada pela Junta de Missões Nacionais. O “Batistas em Pauta” vai ao ar às segundas-feiras, das 17:00 às 18:00h, com a apresentação de Estevão Júlio, jornalista responsável pelo Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira. A primeira edição teve a participação do pastor Hilquias Paim, presidente da CBB, e do pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo.

Ouvintes de 21 estados brasileiros estavam sintonizados no momento da estreia, além de pessoas nos Estados Unidos e Canadá. Eles mandaram recados, desejando sucesso ao programa e fizeram perguntas aos convidados. O presidente da CBB compartilhou como surgiu a ideia para a criação do “Batistas em Pauta”. “Logo após a eleição, em janeiro de 22 (eleição da Diretoria da CBB), eu fui entrevistado pela Rede 3.16 e fiquei impressionado com o alcance dos nossos ouvintes. Pessoas de todos os estados brasi-

leiros, nos lugares mais distantes da sede da Convenção Batista Brasileira. Naquela ocasião respondemos inúmeras perguntas e me pareceu uma grande oportunidade de a gente ter aqui, na Rede 3.16, um tempo de diálogo, comunicação com os Batistas do Brasil. Ali, a gente já rascunhou: ‘bom seria se nós tivéssemos um programa dos Batistas brasileiros pra falar sobre a denominação, para atualizar, para informar, para trazer esclarecimentos. O tempo foi passando e quando chega a última reunião do Conselho, a gente lembrou disso e eu falei: ‘olha, seria muito bom se nós tivéssemos isso’. Os Batistas brasileiros gostam

e querem informações nesse tempo de informação através do site , mas essa informação mais quente, quando as pessoas podem ouvir, podem falar, podem fazer perguntas, podem obter esclarecimentos. Além da Comunicação que a gente já tem via portal, site, O Jornal Batista, Instagram, Facebook, WhatsApp, eu penso que uma informação quente como essa de o pessoal ouvir a voz e poder falar, ela tem uma efetividade maior”, explicou.

Pr. Hilquias também destacou a força do alcance da Rede 3.16. “Eu sei que os ouvintes da 3.16 existem pessoas de outras denominações, pessoas de outras religiões e pessoas até que não

tem religião nenhuma, mas que vão poder conhecer melhor quem são os Batistas brasileiros”.

Já o pastor Sócrates Oliveira de Souza explicou qual a importância do “Batistas em Pauta” e o que ele pode contribuir para os Batistas brasileiros e os ouvintes da Rede 3.16. “É mais uma forma de alcançarmos os Batistas e o povo de Deus que nos acompanha. Ao vivo e aqueles que depois vão ouvir o podcast e assistir no Youtube, terão a oportunidade todo final de segunda-feira de se dirigir e ouvir as últimas informações sobre o trabalho que os Batistas brasileiros realizam. É muito importante, porque muitos Batistas desconhecem algumas das ações que os Batistas, como Convenção Batista Brasileira, realizam; trabalho que é realizado em todo o Brasil e algumas ações fora do Brasil, através da nossa área de Missões. Será uma oportunidade singular de poder continuar dando mais informações usando esta ferramenta”, comentou.

Acompanhe ao vivo através do aplicativo ou site da Rede 3.16. Se você não puder acompanhar ao vivo também poderá conferir durante a semana no canal do Youtube da CBB ou nas plataformas de streaming, como Spotify, Deezer ou Apple Podcasts, por exemplo. n

Convenção Batista Baiana realiza

Congresso de Responsabilidade Social

Programação celebrou o Dia Batista de Ação Social.

Lidiane Ferreira

gerente de Comunicação e Marketing da Convenção Batista Baiana

O primeiro domingo de maio é o Dia Batista de Ação Social. Para celebrar a data, a Convenção Batista Baiana promoveu o seu Congresso de Responsabilidade Social nos dias 06 e 07 de maio, na Igreja Batista da Graça em Salvador - BA. O evento teve como tema “Compaixão: Ação e Transformação”.

O congresso reuniu mais de 270 pessoas, representando Igrejas Batistas da capital e interior da Bahia. No sábado (6), foram realizados painéis com os seguintes temas: Captação de Recursos (Vinícius Porto - CADI Valença); Voluntariado e Centro Comunitário (Ivan Gomes - Centro Comunitário Clériston Andrade em Salvador) e Organização de OSC (Jocenil Gonçalves - Centro Comunitário Batista Sete de

Setembro em Ipiaú).

Os presentes também se inspiraram com os testemunhos dos projetos Metanoia, SOS Presídios (liderado pela missionária da CBBA Jesse Jane), Viver Escola e Cristolândia Bahia. À noite, Edileide Castro, escritora e palestrante, iniciou entre os Batistas baianos o Maio Laranja, campanha de enfrenta-

mento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. No domingo pela manhã (7), o Congresso seguiu com o testemunho do PEPE Bahia, com a coordenadora estadual Edna Peixoto. O atual gerente de Responsabilidade Social da CBBA, Uelington Rocha, homenageou a antiga gerente, Maria Assis, pelos anos dedi-

cados à área entre os Batistas baianos.

O orador foi Maurício Cunha, diretor de Pais do ChildFund Brasil, que trouxe uma palavra desafiadora sobre os cuidados com as crianças e adolescentes. Ele também destacou o Maio Laranja, mês de enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
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Pr. Sócrates Oliveira, Pr. Hilquias Paim e Estevão Júlio na 1ª edição do “Batistas em Pauta” Batistas Baianos foram motivados a refletir sobre Responsabilidade Social Homenagem da Gerência de Responsabilidade Social à irmã Maria Assis

Testemunho do DNA Missionário

Agradeço primeiramente a Deus pela graça de ser Sua filha e pelo privilégio de fazer parte de Sua missão. Agradeço à diretoria de Missões Mundiais por me dar a oportunidade de realizar a campanha 2023 “Vamos Completar a Missão”. Foi um momento maravilhoso compartilhar com vocês e com cada Igreja Batista que pude visitar, compartilhando a Palavra de Deus e falando sobre o Projeto DNA Peru - Projeto Awajun.

Gostei muito desses dois meses aqui, aprendi muito com o que vocês como organização fazem para continuar cumprindo a Grande Comissão. Obrigado pelo cuidado comigo, por cuidar de mim e se preocupar comigo; por tudo o que aprendi com cada um dos colaboradores da Sede; vocês tiveram tempo e paciência para me ensinar,

obrigada por se preocuparem para que eu aprendesse o idioma, é isso que eu valorizo muito e meu compromisso é que quando eu voltar ao Peru de forma pessoal e usando as ferramentas que existem eu possa continuar praticando. É um grande desafio para eu aprender esse idioma maravilhoso, um pouco difícil, mas com certeza vou conseguir.

Posso garantir que, quando voltarmos ao Peru, colocaremos em prática algumas coisas que Missões Mundiais faz e que serão muito úteis e desafiadores para nós, como a Junta de Missões no Peru, colocá-las em prática. Ore por isso.

Volto para casa com o coração cheio de amor do povo brasileiro, muito caloroso, muito amoroso, que ficará para sempre em meu coração. Eu realmente apreciei cada dia fazendo parte dessa linda equipe. Muito Obrigada. Deus o abençoe! n

Jesus é a fonte para relacionamentos saudáveis

Edemílson Vieira pastor

Um relacionamento saudável na dimensão vertical impacta diretamente nos relacionamentos na dimensão horizontal. O maior desafio do discípulo é permanecer em Cristo. Os frutos são consequências do meu relacionamento com Jesus.

COM JESUS, RELACIONAMENTOS GERAM FRUTOS SAUDÁVEIS

Seus frutos estão diretamente ligados à sua condição diante da Videira Verdadeira

(JESUS). O fruto é decorrência “de ser” e não “de fazer”. Isso é interessante porque vivemos, hoje, numa sociedade que tem uma visão distorcida do relacionamento. Que trabalha muito os relacionamentos descartáveis, independentes das circunstâncias e consequências (Ler João 15.1-4).

Precisamos olhar a partir do nosso relacionamento com Cristo e começar a fazer diferença, primeiro, em nós, porque como eu me relaciono com Cristo vai impactar os que estão à minha volta, gerando ou não frutos de arrependimento (Ler Mateus 3.8).

COM JESUS, RELACIONAMENTOS GERAM DISCÍPULOS SAUDÁVEIS

Viver firmado no relacionamento com Cristo e com Sua Palavra refletirá no cumprimento da “Grande Comissão”.

Cristão nominal, sem frutos, pode estar preso a um relacionamento re-

ligioso, sem entrega para uma vida plena com Jesus (Ler João 15.5-8).

Quando buscamos, em nosso relacionamento com Jesus, o fruto do Espírito Santo, que está em Gálatas 5.22, desenvolvemos a dimensão de servir e evidenciar o poder de Deus em nossos relacionamentos e, assim, gerando discípulos (Ler Gálatas 5.22).

COM JESUS, RELACIONAMENTOS

GERAM FAMÍLIAS SAUDÁVEIS

Nossa família deve ser o primeiro campo missionário. A alegria completa nos relacionamentos familiares depende diretamente da referência do amor de Cristo (Ler Salmos 103.17-18). O

modelo que Jesus nos deixou é o relacional, em que invisto na família para que desenvolva todo o seu potencial. E, a partir da família, a sociedade recebe pessoas saudáveis que também geram transformação.

O reflexo de amarmos e permanecermos em Cristo vai transbordar o amor de Deus através da nossa vida, e teremos um relacionamento que abrirá caminho para o Espírito Santo agir nas pessoas, povos e sociedades. Somente assim cumpriremos nossa missão e cooperarmos para encher os céus, arrancando almas do inferno.

Você, que aceitou a Cristo, já está ligado à Videira Verdadeira: agora é

sua a decisão de dar frutos que mostrem arrependimento, e para isso você precisa:

• Decidir viver um relacionamento íntimo com Deus que gere frutos saudáveis;

• Decidir viver um relacionamento íntimo com Deus que gere discípulos saudáveis;

• Decidir viver um relacionamento íntimo com Deus que gere famílias saudáveis.

Você está conectado por interesse ou por convicção? Fazendo aquilo que mais lhe agrada ou porque você é um discípulo procurando diariamente aumentar seu relacionamento com Jesus? n

11 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 MISSÕES MUNDIAIS

Igreja Batista Koynonia, em

Santarém - PA, forma Embaixadores do Rei

Ao todo, 10 meninos foram aprovados.

Matheus Almeida conselheiro da Embaixada Pr. Arthur Xabregas, da Igreja Batista Koynonia, em Santarém - PA

No dia 06 de maio, os candidatos da Embaixada Pr. Artur Fernandes Pereira Xabregas, da Igreja Batista Koynonia, em Santarém, no Pará, foram avaliados e elevados ao posto de Embaixador Escudeiro, este que é o primeiro dos quatro postos existentes na organização.

O culto aconteceu na Primeira Igreja Batista de Santarém - PA, onde 10 candidatos se tornaram Embaixadores do Rei - Escudeiro. O culto contou a presença de pastores, amigos e familiares dos embaixadores e foi voltado para a organização, contando um pouco da história dos ER’s.

Na ocasião, também aconteceu a reativação da embaixada Pr. Eurico Alfredo Nelson, na Primeira Igreja Batista de Santarém - PA.

Com fé em nosso Deus e os pés no arado, muitas embaixadas serão reativadas em toda região do Baixo Amazonas e delas sairão líderes, conselheiros, evangelistas e missionários. Sempre dispostos a seguir a ordem nosso Senhor Jesus Cristo.

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas

as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19-20).

Uma vez embaixador sempre Embaixador do Rei!

Construindo meninos para não remendar homens. n

Primeira Igreja Batista em Canudos - BA oficializa Mulher Cristã em Missão

Mulheres viveram dia de comunhão e festa.

No dia 16 de abril, a Primeira Igreja Batista em Canudos - BA realizou o culto de Oficialização da Organização

Mulher Cristã em Missão (MCM) em sua Igreja. Pela manhã, houve um café, seguido da ministração da Palavra. E à noite, o culto de oficialização, que teve como tema: “Como ser uma autêntica mulher de Deus na atualidade”, baseada em Provérbios 31.30b.

Foi um dia de muita comunhão e festa para as mulheres, que receberam a irmã Sueli Sena, presidente da MCM do estado da Bahia, que ministrou a Palavra pela manhã e noite. A irmã Eunice Oliveira, presidente da MCM da Associação Nordestina (a PIB de

Canudos faz parte), também nos honrou com sua presença.

A Igreja se encontra alegre e grata a Deus por Ele fazer infinitamente mais do que pediram ou pensaram. Grandes coisas fez o Senhor pela PIB de Canudos pelas quais estamos alegres! n

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Roque Machado da Silva pastor da Primeira Igreja Batista em Canudos - BA Embaixadores da Igreja Batista Koynonia passaram para o posto de Escudeiro Culto temático contando um pouco da história dos Embaixadores do Rei Café da manhã da MCM da PIB em Canudos MCM da PIB de Canudos Foto: Natham Santos

Pr. Elias Teodoro completou a carreira

(

 Recife - PE, 20/02/1942  Belém - PA, 23/04/2023)

Dados biográficos coletados por familiares e amigos do Pr. Elias Teodoro

Elias Teodoro da Silva nasceu em Recife - PE, no dia 20 de fevereiro de 1942. Filho do casal pastor Bento Teodoro e Severina Dias da Silva, missionários Batistas em Pernambuco, era o irmão mais velho de Osana. Elias cresceu num lar cristão e sempre procurou seguir os ensinamentos bíblicos, como testemunham suas próprias palavras: “Não tive dificuldades de, ainda jovem e voluntarioso, assumir e defender a mesma fé de meu pai que (...), considerando minha decisão por Cristo, realizou o meu batismo, cumprindo as orientações contidas na Palavra de Deus”.

Em 27 de novembro de 1965, an tes mesmo de concluir seus estudos formais, casou-se com Irenice Guedes Teodoro, obreira formada pelo Seminá rio de Educação Cristã (SEC) em Recife - PE. Dessa união, nasceram quatro filhos - Elias Júnior, Elinilze, Elson e Eldenir, e cinco netos - André e Alícia, fi lhos de Elias Júnior e Ruth; Ana Vitória e Amanda, filhas de Elson e Danielle; e Gabriel, filho de Eldenir.

Pastor Elias se formou em 1972, como Bacharel em Teologia pelo Se minário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB), em Recife - PE. Em 1975, obteve a Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco (Recife - PE); e, em 2010, tornou-se mestre em Teologia pelo Seminário Teológico Batista Equatorial (STBE), em Belém - PA. Além disso, fez cursos de Especialização, dentre os quais Terapia de Família, área a que se dedicou com muito zelo e amor por muitos anos.

Consagrado ao Ministério da Palavra de Deus em novembro de 1969, pastor Elias exerceu seu primeiro pastorado na Primeira Igreja Batista da Vila COHAB, em Rio Doce (Olinda - PE), de 1969 a 1972. A seguir, de 1972 a 1975, pastoreou a Primeira Igreja Batista em Caruaru - PE, de onde seguiu para a Igreja Batista de Campos Elíseos, em Ribeirão Preto - SP; lá permaneceu de 1975 a 1977. Entre 1977 e 1984, exerceu o Ministério da Palavra na Igreja Batista dos Mares, em Salvador - BA, período em que participou da fundação de um seminário Batista e, pela Convenção Batista Baiana (CBBA), de programas de rádio e de TV, tendo sido presidente da CBBA por dois mandatos. Ainda em Salvador, foi vice-presidente da comissão organizadora das comemorações do Centenário dos Batistas Brasileiros, em 1982, além de ter sido capelão do Hospital Evangélico da Bahia e do presídio da Penitenciária

Lemos de Brito, onde atuou por sete anos, atividade que considerava uma extensão do seu ministério pastoral.

Entendendo que Deus o chamava para outro desafio, em 1984 pastor Elias seguiu para a Igreja Batista de Monte Castelo, em Fortaleza - CE, estado em que, por três anos, foi secretário executivo da Convenção Batista, tendo também participado do processo de organização de um seminário da denominação. Em 1990, com ajuda e aprovação da Igreja, uma experiência marcou decisivamente seu ministério: a implantação do I Encontro de Casais Com Cristo (ECC) da Igreja Batista de Monte Castelo. Tal programação, pioneira na cidade Fortaleza, teve resultados significativos junto aos casais participantes e muito contribuiu para o fortalecimento das famílias não só daquela Igreja, mas de outras Igrejas evangélicas da cidade e da comunidade em geral.

Em fevereiro de 1992, pastor Elias Teodoro iniciou um abençoado e frutífero ministério à frente da Primeira Igreja Batista do Pará, o qual se estendeu até 28 de fevereiro de 2007. Cabe ressaltar que, até a presente data, maio de 2023, seu pastorado à frente da PIB

do Pará foi o mais longo da sua vida e da história dessa Igreja, razão pela qual foi escolhido como seu pastor emérito, título a ele entregue em junho de 2019. Dentre as muitas realizações desse período, dois grandes destaques precisam ser colocados: a implantação do Encontro de Casais com Cristo (ECC), a partir de 1995 e até hoje, e as comemorações do Centenário da PIB do Pará, em 1997, marco histórico vivido com grande alegria pela Igreja. No mesmo modelo do ECC, o Encontro de Jovens com Cristo (EJC) foi instituído pela Igreja ainda nos anos 90, mantendo-se em atividade até os dias de hoje. Em reconhecimento ao seu trabalho com casais, jovens e famílias através do ECC e EJC desde 1995, no ano de 2004, a Câmara Municipal de Belém - PA conferiu ao pastor Elias Teodoro o título de Cidadão de Belém. Em 2005, foi a vez do Ministério Público do Estado do Pará conferir a ele o Colar do Mérito Institucional, honra pela primeira vez entregue a um pastor por essa instituição.

Desde que chegou a Belém, pastor Elias integrou o corpo docente do STBE, atividade que exerceu como extensão de seu ministério há até pou -

cos anos. É importante destacar que a aposentadoria do pastor Elias, em 2007, não representou afastamento de suas atividades ministeriais, uma vez que ele continuou a lecionar no STBE e ainda passou a se dedicar inteiramente ao Espaço Amor à Família, projeto que idealizou para ampliar seu cuidado com famílias, fortalecendo-as e restaurando relações entre seus membros. Tal ministério, que se estendeu por dez anos, tinha duas linhas de atuação: atendimento presencial para aconselhamento e orientação pastoral a casais, e gravação de CD’s com mensagens às famílias, visando ajudá-las no processo do aconselhamento. Ele chegou a realizar três séries de gravações: Caminhos de Esperança, Caminhos do Amor e Caminhos da Fé.

Em 2010, atendendo a insistente convite dos irmãos da Primeira Igreja Batista da Marambaia, em Belém - PA, voltou ao pastoreio, confirmando o que sempre dizia: “nenhum pastor se aposenta, sempre será pastor”. Em novembro de 2016, o pastor Elias Teodoro completou 47 anos de ministério pastoral, e, poucos meses depois, devido a limitações impostas por sua saúde, suspendeu definitivamente suas atividades ministeriais.

Elias Teodoro da Silva testemunhou sua fé em Jesus Cristo até o fim. Durante os dois últimos anos, período em que seu quadro de saúde se agravou, manteve-se confiante e aguardando as providências do Senhor. Não se queixava, não resmungava, não se lamentava - mantinha-se sereno diante das muitas provas que lhe sobrevinham. Ele, que sempre cuidou de pessoas, teve dificuldade de passar ao lugar de ser cuidado, mas logo se adaptou, foi resiliente, mantendo até o último dia de vida sua característica tão forte: o bom humor. Aos que o serviam ou cuidavam, tratava com amor e dele recebiam sua gratidão e sua bênção.

Hoje, com toda a certeza, podemos dizer que o pastor Elias Teodoro fez valer em sua vida as palavras de Atos 20.24, seu texto bíblico predileto: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (Almeida 21).

O Culto de Gratidão por sua vida, realizado na PIB do Pará, na manhã de 24 de abril deste ano, foi marcado por testemunhos emocionados e cheios de gratidão de familiares, amigos, pastores e irmãos em Cristo.

Elias Teodoro completou a carreira e guardou a fé.

Louvado seja o nome do Senhor!

13 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 OBITUÁRIO NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
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Lar, melhor escola para a vida

Deus formou a família para que o homem não vivesse sozinho. Em Salmos 68.6, podemos ler: “Deus faz com que o solitário viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em terra árida”.

E cada membro da família: esposo e pai, esposa e mãe, filhos, dentre outros, tem a função bem definida,

mas será que realmente são? Um lar não pode ser como um quartel onde todos obedecem a um “general”. Talvez, deveria ser mais como uma escola, que ensina e alerta os “alunos” para a vida.

Precisamos agir para que essa escola chamada “lar” seja dinâmica, antenada com as mudanças do mundo. E dar o exemplo para os outros, dentro de casa, para que possam seguir seus passos que levem a um bom

caminho, caso contrário, pode levá-los a um abismo sem saída.

Quem têm sido os “mestres” dessa escola? Os pais estão preparados à luz do ensino da Palavra de Deus para essa nobre lição? E a direção está neles mesmos ou em alguém bem mais experiente como Jesus Cristo?

O lar será a “melhor escola para a vida” se conseguir levar todos ao caminho da verdade nesse mundo de mentira e aos ensinos que permitam

ao espírito santo tomar conta dos corações.

Que estejamos em constante oração ao nosso Pai para que Ele reine sobre o lar, edificando cada pessoa como uma “pedra”, para que juntos montem uma verdadeira fortaleza que ninguém poderá derrubar porque está alicerçado numa boa e divina educação à luz da Palavra de Deus que tem sempre uma nova lição e resposta para o nosso dia a dia. n

Autismo, o que você precisa saber?

O Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta as áreas sociais, de comunicação, comportamentais e apresenta interesses restritos. As crianças já nascem com autismo, a prevalência é do sexo masculino e apresenta seus sinais até o trigésimo mês de vida.

O Autismo tem três níveis, sendo classificado de acordo com o grau de

suporte que a pessoa precisa: o nível 1, precisa de pouco ou nenhum suporte substancial, o nível 2, precisa de suporte substancial e o nível 3, de muito suporte substancial.

As crianças com Autismo precisam ser compreendidas e amadas, bem como serem incluídas em todos os ambientes da sociedade e a Igreja não poderia ficar de fora.

O primeiro passo para a inclusão é a informação.

Há crianças autistas com graus

diferentes e intensidades diferentes do transtorno, podendo atingir uma autonomia e ter uma vida praticamente sem necessidade de ajuda, conseguem se comunicar oralmente e aprendem com facilidade, além de terem o hiperfoco, que faz com que eles se desenvolvam em áreas restritas, não necessariamente, sendo considerado um superdotado ou com altas habilidades.

As pessoas da Igreja que irão trabalhar com os autistas, precisam buscar

capacitação necessária para conhecer o transtorno e principalmente conhecer o autista, pois, não existem dois iguais. Se você conhecer a criança e souber dos seus interesses, esse será o primeiro passo para ter a troca de olhares e ganhar a confiança da criança, levando-a a um relacionamento. A partir daí você pode começar a ensiná-la, partindo desse interesse restrito.

A inclusão é a compreensão do outro e a aceitação das diferenças.

Vamos incluir? n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 PONTO DE VISTA
Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB Samya Vanessa Soares de Araújo educadora cristã

“Mestre, qual é o maior mandamento na Lei? Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.36-39).

RESUMO

A lei da reciprocidade ou o amor na horizontal, faz parte da lei do equilíbrio; aquele amor que tem como parâmetro o amor a Deus e ao outro como a si mesmo, sabendo que a prática desse amor a si e ao outro depende do quanto a pessoa se ama.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No artigo anterior falamos sobre a lei do amor em equilíbrio, usando como ilustração a balança de dois pratos que tem o fiel posicionado na vertical, e é o responsável para promover o equilíbrio dos pratos na horizontal. Usando este exemplo podemos dizer que o equilíbrio entre o amor ao próximo e a si mesmo está intimamente ligado ao amor a Deus, que segundo o texto bíblico deve abranger todo o ser humano, na sua força, entendimento, coração, considerando que essa forma de amar é uma resposta ao amor de Deus, visto que Ele nos amou primeiro, con -

A lei da reciprocidade

forme afirma o texto de I João 4.19. Entendemos então que o equilíbrio do amor se dá na reciprocidade em duas dimensões: vertical e horizontal, num relacionamento espiritual, inter e intrapessoal, com atos de amor em resposta ao amor de Deus, ao amor do outro e ao autoamor.

RECIPROCIDADE ESPIRITUAL

Para melhor entendimento da afirmação de que nós amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro trago aqui um conceito apresentado por DELAMBRE (2022) de dois tipos de nascimentos nos quais o ser humano passa, e recebe um banho de amor. Nesses, o ser humano, ainda no início da existência está totalmente dependente do Criador e do outro. Um terceiro nascimento pode acontecer mais tarde com a consciência e decisão da pessoa.

O que seria então o nascimento espiritual? DELAMBRE (2022) chama esse nascimento de passagem da “não existência para a existência”. No exato momento em que o ser humano passa da não existência para a existência, recebe do Criador, num ato de total silêncio e mistério um banho de amor, que é o seu primeiro registo de afeto, antes de ser embalado pelo útero da mãe. Essa atitude de Deus de nos amar primeiro nos liga a Ele pelo vínculo do afeto. Pelo Seu amor vencemos a possibilidade da não existência e nosso amor a Ele é um ato de reciprocidade.

RECIPROCIDADE INTERPESSOAL

No momento posterior ao “nascimento para a existência” o ser humano inicia o processo para o que DELAMBRE (2022) denomina “nascimento para o mundo”, em que o ser é acolhido no útero materno. Mais uma vez esse ser tem uma recepção banhada de amor, porque a ocitocina, que faz parte do conjunto dos chamados hormônios do bem-estar, é liberada no corpo da mãe e toma a responsabilidade de preparar tudo, para o tempo do nascimento para o mundo.

Sobre a ocitocina, de acordo com o CANAL USP é um neuro-hormônio liberado pelo hipotálamo que através da hipófise cai diretamente na circulação sanguínea. A ocitocina é responsável pelos efeitos que estão presentes no parto e na amamentação e que ajuda a estabelecer vínculos de afeto, confiança e empatia com a mãe. Como um neuro-hormônio, além de atuar na hipófise que é a glândula geradora do leite materno, atua também no nosso corpo todas as vezes que fazemos o bem a alguém, todas as vezes que amamos o próximo.

RECIPROCIDADE INTRAPESSOAL

Segundo o CANAL USP, a ocitocina produzida pelo nosso organismo facilita não só os vínculos sociais de afeto e empatia entre pais e filhos e/ ou amigos, melhorando o sentimento de confiança e lealdade, ela nos ajuda a identificar pelos sinais faciais quais

são as intenções de uma pessoa. Está também relacionada à diminuição da ansiedade e do stress, pode modular a dor e até controlar o peso e a glicemia. Com relação ao terceiro nascimento DELAMBRE (2022) diz que ele acontece geralmente quando a pessoa toma conhecimento de si mesma e entende qual é a sua missão aqui na terra. Este também, para acontecer precisa ser regado de amor e com participação ativa da própria pessoa – o que estou chamando aqui de amor intrapessoal ou autoamor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O primeiro contato que uma pessoa teve na passagem da “não existência” para a “existência”, conceito criado pelo Dr. Delambre foi um encontro silencioso e misteriosamente banhado pelo amor do Criador. O segundo nascimento foi banhado pelo amor da mãe, pela ocitocina, também conhecida como o hormônio do amor, liberada no seu corpo para agir nas contrações uterinas no momento do nascimento. Nas primeiras horas de vida a pessoa foi alimentada com o leite materno, produzido pelo trabalho da ocitocina. Dessa forma o ser humano recebe desde o início as cargas de amor que lhe são suficientes para desenvolver em si a capacidade de reciprocidade ao amor a Deus, ao outro e a si mesmo. Só que é preciso realimentar, reabastecer, e aprimorar essa prática que dá sentido à vida e que faz do mundo um lugar melhor. n

A salvação é para toda a família

Estamos vivendo tempos de muito individualismo. A moderna tecnologia criou equipamentos que tem produzido uma cultura de isolamento, gerando uma falsa impressão de autossuficiência. Acrescente-se a isso as exigências da vida moderna, que nos levam a ficar ocupados com tantas atividades que não sobra tempo para interagir com nossa família. Aliás, a própria noção de família sofreu mudanças para pior. O egocentrismo, isto é, a busca de uma felicidade exclusivamente pessoal, está matando os laços familiares.

Esse problema estendeu-se também para a nossa vida espiritual. Temos tido muita dificuldade para compartilhar nossa a fé com a família. O que cremos deixou de ser objeto de comunhão. Ser cristão tornou-se uma vivência exclusivamente pessoal e não coletiva. Muitos, voltados para a sua experiência individual, não se importam mais com fato de que pessoas da sua família precisem da graça libertadora de Jesus.

Porém, não é isso que a Palavra de Deus ensina; nela aprendemos que a promessa da salvação é para toda a família, como Pedro afirma em Atos 2.39. Quando o carcereiro de Filipos perguntou a Paulo e Silas o que ele

deveria fazer para ser salvo, eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, você e sua família” (Atos 16.25-34). A pergunta foi pessoal, mas a resposta incluiu toda a família dele. Isso porque Deus deseja salvar toda a família.

Quando um casal cristão tem filhos, seu maior desejo e sua maior preocupação é que esses filhos venham a também aceitar Jesus como Salvador pessoal. Apesar de entendermos que cada pessoa precisa tomar conscientemente a sua decisão pessoal de seguir ou não a Cristo, isto não significa que devamos ser neutros. Pelo contrário é nosso dever ensinar e exortar nossos filhos sobre a necessidade de arrependimento e fé.

A fé em Jesus é contagiante, não é uma experiência para ser vivida egoisticamente. Não é possível ser impactado pela graça de Deus e não ser impulsionado a compartilhar essa experiência com nossos familiares (e com todos os demais que nos rodeiam). Além disso, nossos familiares são as pessoas que mais amamos e com cujo bem-estar mais nos preocupamos. Se a fé em Cristo é o nosso bem maior, é natural que desejemos que eles também a tenham. Portanto, a salvação em Jesus é para toda a sua família, e você é o maior responsável por compartilhar sua fé com ela. n

15 O JORNAL BATISTA Domingo, 21/05/23 PONTO DE VISTA
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