OJB EDIÇÃO 04 - ANO 2023

Page 1

ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXII EDIÇÃO 04 DOMINGO, 22.01.2023 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
liderança Convenção Batista Maranhense apresenta novo secretário executivo Vamos completar a missão Junta de Missões Mundiais convoca participação para oferta do Dia Especial Primeiras informações de Recife Comissionamento de missionários e Encontro de músicos no Seminário do Norte; confira!
hopping Lourenço Rega explica fenômeno que está chegando nas Igrejas brasileiras pág. 08 pág. 11 pág. 12 pág. 15 Notícias do Brasil Batista Missões Mundiais Notícias do Brasil Batista Observatório Batista
Nova
Church

EDITORIAL

Quase lá

Você, talvez, esteja pensando: “A Assembleia da CBB acabou no dia 21 de janeiro. Por que esta edição não tem matéria a respeito?”. Agora, eu explico. Esta edição, com data de 22 de janeiro, foi finalizada no dia 16. Ou seja, antes mesmo da 102ª Assembleia começar de fato.

Mas, não é por isso que não citaremos o evento por aqui. No dia 13 de janeiro tivemos a Vigília de Oração pela 102ª Assembleia da CBB, numa parceria com a Junta de Missões Nacionais. A programação aconteceu das 07:00h às 19:00h, e teve a participação de organizações da Convenção e líderes

Batistas de todo o país.

E durante toda a semana de 16 a 21 de janeiro estaremos ligados em tudo o que acontecia durante a Semana Batista e 102ª Assembleia para depois trazer às páginas de O Jornal Batista. Então, a partir da edição de 29/01 teremos conteúdos sobre o evento. Sabe-

mos que será uma linda programação, guiada pelo Espírito Santo, para abençoar nossa denominação.

Até a próxima semana. n

( ) Impresso - 160,00

( ) Digital - 80,00

REDAÇÃO

Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557

Fax: (21) 2157-5560 Site: www.convencaobatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

Moisés Silveira (1940 a 1946);

Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988);

Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

2 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
REFLEXÃO O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIO
Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade EMAILs
e assinaturas:
decom@batistas.com
Estevão Júlio jornalista da Convenção Batista Brasileira
DE REDAÇÃO
Anúncios
jornalbatista@batistas.com Colaborações:
E CORRESPONDÊNCIA

A certeza do amanhã com Cristo

Ao despedir-se dos Seus discípulos, Jesus fez promessas preciosas quanto ao futuro que os aguardava. As promessas feitas por Cristo aos discípulos nos atingem também. Revelando-nos e garantindo-nos segurança para Seus servos. É possível colocá-las em prática, hoje. Pois nos trazem segurança, consolo e ânimo para prosseguir na caminhada diária. Os mesmos problemas que os discípulos enfrentaram, são atuais e nos atingem também.

Jesus prometeu estar com eles em todos os momentos da caminhada diária. Nas horas de indecisões, de perseguições, quando o desânimo tentasse diminuir a esperança e a vitória parecesse impossível. Quando os inimigos fossem maiores que suas forças físicas e espirituais. Nas prisões, eles seriam sustentados pela graça de Cristo e a presença do Espírito Santo. Não precisariam ficar temerosos sobre o que deveriam responder aos seus algozes. O Espírito Santo lhes daria a

sabedoria para formular as respostas certas. Isto ocorreu em vários momentos ante os tribunais humanos.

Jesus prometeu estar com eles todos os dias, até a consumação dos séculos. “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20). Essa promessa gera no coração do salvo, esperança, alegria e crescente gratidão. Não estamos sozinhos nas labutas diárias. Nos momentos das difíceis decisões, contamos com a presença do Espírito Santo oferecendo sabedoria para as palavras certas. Podemos recorrer ao Mestre nos momentos de decisões importantes. Não precisamos decidir firmados em sabedoria própria, mas, consultar o Mestre, sobre o melhor caminho a seguir. Seus conselhos sempre são bem-vindos e são os melhores para alimentar a nossa caminhada diária. Mesmo quando o futuro se revela sombrio e sem esperança, Cristo é a nossa esperança de vitória. A nossa caminhada para o lar celestial é segura, pois Jesus está conosco.

Jesus prometeu enviar-nos o Consolador, o Espírito Santo que em nós habita. Não é um visitante, mas o habitante permanente que nos consola em momentos de tristeza e desânimo. Quando a dor chega, Ele nos anima a prosseguir e minora o nosso sofrimento. Fortalece as nossas forças espirituais. Sonda o nosso coração e revela o mistério glorioso da convivência com Cristo. “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.16-17). Essa promessa de Jesus é vivida a cada novo dia na experiência do salvo. Gera alegria contagiante e dá suporte e a garantia, de que, mesmo nos momentos mais tristes ou dramáticos, temos alguém que jamais nos abandonará. Futuro garantido em qualquer circunstância. Somos protegidos e animados a prosseguir.

Jesus prometeu que na casa do Pai há muitas moradas, mesmo assim iria preparar lugar especial e providenciar morada para aqueles que O recebem como Salvador e Senhor. Temos um lugar especial, garantido por Jesus na casa do Pai. Não mais choraremos os transtornos desta vida terrena. (João 14.1-4).

Jesus prometeu-nos revelar-nos a Sua glória em todo o Seu esplendor. A glória que Ele tinha com o Pai, antes da criação do universo (João 17.24). Impossível descrever ou explicar essa glória que nos será revelada. Em Jesus temos a vida eterna, plena e perfeita, conquistada na cruz por nós. Quantas maravilhas Jesus nos prometeu! E ainda conseguimos reclamar da existência ou se está chovendo. Tudo integra o nosso amanhã com Cristo. Com essas convicções somos desafiados a nos alegrarmos por termos Jesus como nosso único Salvador e Senhor. Você possui essas convicções quanto ao futuro? Alegre-se por ser salvo por Jesus Cristo. n

Timóteo, um jovem de valor

Desde a sua infância conheceu o amor de Deus, Cresceu aprendendo as doutrinas do Senhor. Nos santos ensinos sua alma deleitou-se E veio a se tornar um jovem cheio de valor.

Seu pai era grego, mas permitiu que sua mãe Criasse o menino nos caminhos do judaísmo. Conheceu o Evangelho e tornou-se um discípulo E cresceu na fé dentro do cristianismo.

Paulo o conheceu e o convidou para segui-lo. Sendo orientado, ele foi circuncidado. Para convencer os judeus que ali estavam Paulo achou melhor ter todo esse cuidado.

Timóteo acompanhou Paulo em sua missão. Foi para o apóstolo sincero filho na fé. Dele recebeu duas cartas doutrinárias Com conselhos sábios para se manter em pé:

“Sê exemplo dos fiéis na palavra e no trato, No espírito, na fé, na pureza e no amor. Sempre leias a Palavra para exortar e ensinar; Não desprezes o teu dom, exercita-o com fervor.

Tens cuidado de ti mesmo e da sã doutrina. E ninguém menospreze a tua mocidade. Perseveras nestas coisas para tua salvação E dos que te ouvem em toda a verdade.”

Timóteo serviu a Deus em muitas cidades E da igreja em Éfeso foi o seu pastor.

Foi um líder responsável, um servo exemplar; Exerceu o ministério com alegria e destemor.

E assim sua existência foi muito abençoada, Servindo ao Senhor Deus desde a sua meninice.

Por toda a sua vida nunca esqueceu os ensinos De sua avó, Lóide, e da sua mãe, Eunice.” n

3 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
Marinaldo Lima pastor, colaborador de OJB
REFLEXÃO

Uma relação pessoal ou institucional?

A experiência da regeneração se dá por obra do Espírito Santo e é uma ação de dentro para fora do ser humano, isto é, gerada no interior e refletida no exterior através de uma vida transformada espiritualmente, moralmente, emocionalmente e até intelectualmente. A partir da regeneração, uma relação pessoal é entrelaçada com o Deus Trino, relação essa que deve ser nutrida continuamente para não cair numa relação meramente institucional. Quando falo de uma relação institucional, me refiro a uma relação com a estrutura administrativa e política de uma Igreja. Quantas vezes nos perdemos no meio do caminho, deixando o relacionamento pessoal em troca do

institucional. Lembro-me das palavras do próprio Senhor da Igreja: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”, proferidas aos membros do partido sacerdotal aristocrata dos saduceus, em tese conhecedores da Lei de Deus. Esses, tinham desenvolvido uma relação institucional, não pessoal com Deus. Agora, conclamo o caro leitor a refletir:

Se eu prezo mais por status eclesiástico, em detrimento da prática da humildade e serviço; minha relação é institucional, não pessoal.

Se eu prezo mais por uma Igreja cheia de pessoas, em detrimento do Evangelho que confronta e santifica; minha relação é institucional, não pessoal.

Se eu prezo mais por uma Igreja engessada nos moldes denominacionais, em detrimento da graça e misericórdia; minha relação é institucional, não pessoal.

Por que obedecemos ao Senhor?

“E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” (Lc 6.46).

O termo Senhor implica uma relação de autoridade, da parte de quem manda - e de obediência, da parte de quem recebe as ordens. Baseado na desobediência deste contexto, da parte de Seus discípulos, Jesus formulou a seguinte pergunta: “Por que vocês Me chamam Senhor, Senhor, e não fazem o que eu digo?” (Lc 6.46).

“Eu vou mostrar a vocês com quem se parece a pessoa que vem e ouve a Minha mensagem e é obe-

Se eu prezo mais pelo pluralismo pós-moderno, em detrimento da singularidade dos ensinamentos cristãos; minha relação é institucional, não pessoal.

Se eu prezo mais pelo relativismo,

diente a ela. Essa pessoa é como um homem que, quando construiu a sua casa, cavou bem fundo e pôs o alicerce na rocha. O rio ficou cheio e as suas águas bateram contra aquela casa, porém ela não se abalou, porque havia sido bem construída” (Lc 6.47-48).

Por isso, nossa postura, quando recebemos as orientações dadas por Jesus, não deve limitar-se a simplesmente ouvir o texto do ensino. Se é que pretendemos viver como cristãos, a única vereda a ser seguida é a da obediência a Cristo: “Vocês são Meus amigos se fazem o que Eu mando” (Jo 15.14).

em detrimento dos absolutos da Palavra de Deus; minha fé é institucional, não pessoal.

E aí, o que temos vivido? Uma relação pessoal ou institucional? n

Este capítulo de Isaías colocado em pauta, sete séculos antes do nascimento de Cristo, até parece ter sido escrito por uma testemunha ocular da crucificação. O apóstolo Pedro preferiu citar um trecho desse capítulo, um retrato das testemunhas presenciais (I Pedro 2.21-25).

Sete citações desse são feitas no Novo Testamento. A pessoa de Cristo, no capítulo 53, oito vezes no capítulo

53. A doutrina da expiação vicária está resumida em II Coríntios 5.21 “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus”.

Quem creu? A incredulidade é a cegueira de Israel, característica do mundo daquela época e do mundo de hoje.

Jesus recebeu a humilhação na cruz do calvário. O homem natural não percebe nem a aparência, nem a atração de Cristo. Somente a fé abre os olhos para ver a formosura do Salvador no Calvário.

O profeta Isaías olhando para sua tela profética disse que o Messias não

tinha boa aparência, nem formosura. Os que pintam Jesus não veem isso. Nunca viram Jesus. Isso é idolatria nefanda! Os idólatras não entrarão no Reino de Deus. Realmente, quando Jesus estava morrendo na infame cruz, ficou desfigurado e sem aparência. Mas quando ressuscitou, a sua fisionomia mudou completamente. Jesus foi glorificado!

O apóstolo João obteve uma visão diferente do profeta Isaías (Apocalipse 19.11). O apóstolo viu o céu aberto e um cavalo branco. O cavaleiro se chamava Fiel e Verdadeiro, julga e peleja

com justiça. “Os seus olhos são chamas de fogo e na sua cabeça muitos diademas. Tem um nome escrito que ninguém conhece, senão Ele mesmo. Estava vestido com um manto tinto de sangue e o seu nome se chama verbo divino”.

O que João escreve de Cristo é emocionante. Jesus não está mais montado num jumentinho, mas sobre o chamejante cavalo branco de guerra. Os seus olhos não estão cheios de lágrimas, como quando olhou para Jerusalém, e não estava mais com uma coroa de espinhos. Amém. n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
Nédia Galvão bacharel em Teologia, pós-graduada em Ciência da Religião; membro da Igreja Batista do Centenário - Congregação em Areia Branca - SE Olavo Arnaldo Nunes pastor, membro da Igreja Batista Betel, em São Paulo - SP
O retrato de Jesus (Isaías 53.1-5) REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

Cristo é nosso tesouro

Vivemos numa época e num contexto que valoriza muito a formação da pessoa, especialmente das crianças e adolescentes visando o futuro promissor e marcado pelo sucesso. Os pais contemporâneos visam que seus filhos sejam os futuros “gênios” da sociedade e consequentemente ganhem muito dinheiro e sejam pessoas respeitadas no mercado de trabalho. Não há nada de errado em investir nos filhos a fim de que eles galguem altos patamares da vida profissional, acadêmica e da carreira, mas o foco central da vida não pode ser esse. Os pais têm resumido a vida ao fato de pagar boletos e de buscar uma vida luxuosa que ostente riqueza e bem-estar e não se preocupam com o futuro espiritual dos filhos. Os pais revelam por meio de suas decisões, do tempo investido e da forma como ensinam seus filhos quais são os valores que norteiam suas próprias vidas e como foram contaminados pela cultura de sucesso e fama de nosso tempo. Parece que o padrão desse mundo de que as pessoas precisam se dar bem na vida, e assim ter muito dinheiro para ter uma vida confortável e luxuosa, contaminou os pais, inclusive os cristãos. Erroneamente pensamos que muitas das lutas da vida serão minimizadas com os recursos financeiros, e muitas vezes a busca pelo enriquecimento é um projeto de fuga das adversidades da vida cotidiana.

Gosto muito da exortação simples e direta do pastor Batista John Piper, que diz assim: “Ore, ame e ensine seus filhos até que Cristo entre em seus corações e se torne o seu tesouro”. Cabe aos pais trabalhar muito para serem bons exemplos aos seus filhos, para estimular nos filhos o desejo de buscarem uma espiritualidade saudável, de serem pessoas consagradas e dedicadas a agenda do reino de Deus e a terem uma postura que glorifica a Deus. Cabe aos pais ensinarem seus filhos a terem os valores, princípios e virtudes da fé cristã em detrimento dessa ridícula filosofia tupiniquim do jeitinho brasileiro. Os pais necessitam mostrar os valores éticos e morais que o Evangelho nos ensina, para que eles vivam de acordo com a vontade de Deus e não em função da agenda do sucesso e riqueza desse mundo. Os pais precisam mostrar que a vida adulta é muito mais que só pagar boleto, e mostrar aos filhos que eles precisam viver para a honra e glória do Senhor. Os pais têm a missão de mostrar aos filhos que eles devem buscar ao Senhor, que os criou para Seu louvor, a fim de que Deus mostre a eles os Seus planos e propósitos (cf. Jeremias 29.11).

Os pais têm que amar a Deus acima de todas as coisas para poderem amar a seus filhos de tal maneira que não irão cessar de orar pelos filhos e de trabalhar em prol do crescimento e desenvolvimento das crianças em adultos equilibrados e felizes por encontrarem realização na relação com

Deus. Os pais precisam amar seus filhos e nutri-los de afeto para que os filhos cresçam cercados de amor e assim possam ter suas vidas abastecidas de afeto para enfrentarem esse mundo mau e caído. Os pais precisam amar a Deus e amar a igreja local, a fim de que seus filhos vejam um bom exemplo de cristão e tenha uma boa igreja como referência, a fim de que aprenda com os pais e com os demais irmãos e irmãs da congregação.

Os pais, diante de tantas pressões, perspectivas, cobranças e projeções acabam se perdendo em tantas ênfases que se esquecem que a primeira missão como pais é a transmissão da mensagem de Deus aos filhos. Esquecem que a casa deve ser o primeiro ambiente de aprendizado da Palavra de Deus, por meio da convivência, culto doméstico, momentos de oração e estudo ao redor da mesa. Ali, no seio familiar é que a semente do evangelho deve ser semeada com canções de ninar e orações, depois essa semente vai sendo regada pela fé cristã dos pais, até que um dia feliz, os filhos confessam seus pecados e reconhecem que precisam de Jesus como Salvador. É claro que os pais precisam depender exclusivamente do Espírito Santo no convencimento dos nossos filhos em relação ao pecado, justiça e juízo (cf. João 16.8-11). A missão dos pais cristãos é a transmissão da fé aos filhos. Os pais por meio de diversos meios precisam ensinar o temor ao Senhor, o amor ao Senhor e o louvor ao Senhor aos filhos, a fim de que, eles no tempo

oportuno do Senhor e de acordo com o agir do Espírito Santo do Senhor se renda a Jesus, confessando-O como Senhor e Salvador (cf. Atos 4.12/ Romanos 10.9/ Filipenses 2.9-11). Não deve ter maior presente aos pais cristãos de que ver a conversão de seus filhos, de vê-los cumprindo as ordens de Deus, de vê-los sendo batizados e servindo ao Senhor com dedicação e zelo.

Pais, ensinem que Deus Pai é rico em graça, e por isso enviou Jesus, Seu Filho, como a Sua manifestação (cf. Efésios 2.4). Jesus veio cheio de graça, revelar a graça de Deus a nós o amor de Deus e mostrando que a nossa existência ganha novo significado quanto entendemos a vida eterna. Jesus nos faz entender que a “tua graça é melhor que a vida” (Salmo 63.3). Que benção ter a vida eterna! Jesus, nosso Pastor, nos promete que veio para nos dar “vida (eterna) e a tenham em abundância” (João 10.10).

Pais, oremos, trabalhemos e ensinemos por palavras e a ações que Jesus é o maior tesouro de nossas vidas. Pais, mostremos aos nossos filhos que as riquezas desse mundo são bijuterias diante da riqueza da graça de Deus e dos tesouros celestes que Jesus prometeu aos que O seguem e O temem. Que Jesus seja o nosso tesouro, a nossa riqueza, e assim vivamos a espiritualidade cristã diante de nossos filhos dando testemunho do Senhor e de Sua obra em nossas vidas, para que as próximas gerações se rendam ao Senhor e sejam frutíferos para a glória de Deus. n

5 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23 REFLEXÃO

Casamento válido

A união entre pessoas de sexos diferentes faz nascerem vidas, como regra milenar instituída pelo Criador. O casamento civil foi instituído no Brasil aos 24 de janeiro de 1890, em consequência da Proclamação da República. E assim, o casamento civil passou a ser ato formal e solene entre duas pessoas de sexo oposto que tradicionalmente tem o objetivo de constituir uma família, pelo Decreto 181 de autoria de Rui Barbosa, promulgado nesse dia e ano como o Dia da Instituição do Casamento Civil no Brasil.

Por lei brasileira, homem e mulher com 16 anos podem casar-se. Antes dos 16, dependem de autorização de ambos os pais ou representantes legais. O regime republicano permitiu que o contrato de casamento sofresse profundas transformações acompa-

nhando as mudanças sociais e dentre elas a possibilidade de dissolução, a separação de corpos e a composição quanto ao regime de bens. Entretanto, a Constituição de 1988 ampliou o conceito de família ao dar novo entendimento ao afeto e ao amor capaz de gerar vínculo familiar e assim, inovou ao reconhecer uniões estáveis com a possibilidade de convertê-las em casamento civil.

Como instituição milenar, é importante observar o que a Bíblia ensina sobre o casamento.

Primeiro: ensina que é uma instituição divina. No Gênesis, Moisés disse que o homem e a mulher foram criados por Deus e dados um ao outro para viver em harmonia e prosperidade, como está escrito: “será chamada ‘mulher’, porquanto do ‘homem’ foi extraída” (2.23).

Segundo: ensina que novas famílias devem ser formadas por pessoas

conscientes e corajosas. Tão logo pessoas começaram a nascer, evidente que a moral lhes dava um norte. E, a mesma Palavra trouxe orientação segura: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher” (Gn 2.24a).

Terceira: ensina que ambos formam uma unidade. A unidade implica em incorporação de afeições íntimas e materiais a ponto de serem indestrutíveis. É o que diz o texto sagrado: “ambos serão uma só carne” (ibid. 2.24b). O êxito de uma unidade dificilmente se rompe, como lembra o profeta: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3). Pessoas capazes e responsáveis não se desvencilham com quem livre, conscientemente se dispuseram a compartilhar e viver a vida com êxito, em todos os sentidos.

Quarta: ensina que o que Deus ajunta não se destrói. Como referência ao casamento, observem-se as

considerações de Jesus: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.4-6).

Casamento, como sociedade civil instituída por Deus para felicidade, multiplicação da vida e prosperidade tem a compreensão dos apóstolos e é reverenciada por pessoas que assim entendem, como está escrito: “Venerado (reverenciado, respeitado) seja entre todos o matrimônio (casamento) e o leito (do casal) sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hb 13.4). Então, viva-se a instituição casamento na sua forma original, para êxito e felicidade, como dádiva divina para um homem e uma mulher. n

Podemos cantar mesmo no deserto

a 40 graus durante o dia e fazer muito frio à noite. Davi se refugiu aí algumas vezes (I Samuel 13.15; I Samuel 22.5; II Samuel 15.23).

A qualidade de nossas vidas tem a ver com nossas atitudes diante da vida. Há pessoas que não são como este poeta feliz apesar das circunstâncias. Há pessoas que não são como o apóstolo Paulo, aquele prisioneiro que cantava na cadeia injusta. Há pessoas que têm uma certeza: o pior virá.

Diferentemente, podemos e devemos cantar, mesmo que estejamos no deserto, como ensina o salmo 63.

O poeta evoca um tempo em que viveu no deserto de Judá, que ficava entre as colinas de Judá e o mar Morto. Por ter montes, vales, cavernas, florestas e riachos, servia como esconderijo, embora a temperatura pudesse chegar

O deserto é também um lugar para se cantar. Cantemos embora choremos por causa da violência (verso 9), por causa da mentira contra nós (verso 11). Não esperemos que a violência cesse. Não esperemos que a mentira se cale. Cantemos. Quem canta vence. A vitória começa com uma atitude de canto perante a vida, mesmo no deserto.

Todos ficamos admirados sabendo da fibra de Abraham Lincoln (18091865), que faliu duas vezes, viu morrer a namorada, teve um colapso nervoso, sofreu de depressão e perdeu oito eleições até ser eleito e reeleito presidente dos Estados Unidos. Essa história está

cheia de outros exemplos.

O mais lido escritor cristão de todos os tempos, John Bunyan, foi encarcerado várias vezes. O maior escritor brasileiro de todos os tempos (Joaquim Maria Machado de Assis) era epilético. O destacado estadista Franklin D. Roosevelt teve paralisia infantil. O gênio da música, Ludwig van Beethoven, era surdo. O insuperável cantor Enrico Caruso foi o único sobrevivente entre seus 18 irmãos. O notável físico Albert Einstein era tido como um estudante incapaz de aprender.

Escrevendo aos filipenses, Paulo lhes pediu a viverem sem queixas e discussões (Filipenses 2.14). Quando não cantamos, queixamo-nos e reclamamos. Quando não cantamos, murmuramos.

Quem canta demonstra que tem

fome e sede de Deus. Quem tem sede de Deus vê o amor, o poder e a glória de Deus. Quem tem sede de Deus bendiz a Deus. Quem bendiz a Deus vê que a vida vale a pena. A vida é um dom de Deus. Quem bendiz a Deus bendiz no interior do seu coração, mas canta também no coração do santuário, onde os que creem estão reunidos. Quem canta sabe que o amor de Deus é melhor que a vida, que as coisas da vida, que as bênçãos da vida, que as vitórias da vida, que as alegrias da vida.

As coisas que Deus dá são muito boas, mas o Deus que nos dá as coisas é muito melhor. As coisas acabam, mas Deus não.

Não podemos idolatrar coisas. Devemos adorar a Deus. Não amamos a Deus pelas coisas Deus nos dá. Amamos a Deus por quem Ele é. n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23 REFLEXÃO
Israel Belo de Azevedo pastor da Igreja Batista Itacuruçá, Tijuca - RJ

SOS Bahia: Ações de compaixão e graça abençoam famílias atingidas pelas chuvas

Redação de Missões Nacionais

No fim de dezembro de 2022, fortes chuvas assolaram o estado da Bahia. Na época, o governo estadual estimou mais de 90 cidades afetadas e quase 200.000 pessoas atingidas. Muitos municípios estavam sob decreto de situação de emergência e, mesmo no início, o número de desabrigados já passava de 1.700 e o de desalojados tinha chegado a 20.000.

Nesse momento, Missões Nacionais, em parceria com a Convenção Batista Baiana, se empenhou para enviar garrafas de água e cestas básicas, e convocou a todos para orar pelas famílias afetadas e pelas autoridades locais. Tendo em vista a necessidade, outras ações começaram a ser feitas e, felizmente, muitas pessoas foram abençoadas!

É maravilhoso fazer parte da grande família de Deus e a família de Lilian, promotora de missões na

Primeira Igreja Batista de Rio Novo, em Ipiaú - BA, sabe bem disso. Ela teve a casa alagada e sofreu inúmeros prejuízos, mas a igreja de Cristo se levantou para ser bênção. Diante dessa situação, foi lançada uma campanha na Sala de Oração de Missões Nacionais, com o objetivo de abençoar Lilian e sua família. Para a glória de Deus, foram comprados cama, geladeira e fogão!

Os moradores de Jequié - BA também enfrentaram dias difíceis

por conta das chuvas e, mais uma vez, irmãos e irmãs que participam da Sala de Oração, e tantos outros parceiros da obra missionária, levantaram recursos para abençoar diversas famílias dessa região. Da mesma forma aconteceu, por exemplo, com os moradores da cidade de Dário Meira, no mesmo estado.

Nós louvamos a Deus pela oportunidade de levar cuidado e amor ao próximo. Orar também é agir. Juntos, vamos mais longe! n

7 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
MISSÕES NACIONAIS
Distribuição de cestas básicas em Jequié - BA Ação do SOS em Jequié - BA

Trabalho missionário nas regiões Sul e Sudeste de Minas Gerais traz boas notícias

Batismos marcaram o fim de ano nos campos missionários.

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Mineira

Deus está realizando maravilhas na Região Sul e sudeste do Estado de Minas Gerais. Encerramos 2022 com as boas notícias de pessoas batizadas nas cidades de Guapé, Campestre, Mercês e Maria da Fé. Em todas essas cidades temos trabalho Batista, Igrejas sendo plantadas para servir o Reino e transformar vidas.

Em Guapé, nosso missionário pastor Patrick Santos batizou os irmãos Alan e Ruan, que estavam sendo discipulados desde o mês de maio de 2022. “Deus tem nos abençoado grandiosamente aqui!”, comentou o pastor Patrick. Já em Campestre, onde está o missionário pastor Olímpio desenvolvendo um trabalho pioneiro na cidade, aconteceu o batismo da irmã Juliana e a aclamação de quatro novos irmãos. “Agora somos 25 irmãos e caminhamos para, no próximo semestre, realizaremos novos batismos; é muita gratidão a Deus por tudo que Ele tem realizado em Campestre”.

O trabalho Batista em Mercês também encerrou 2022 com festa, bati-

zando quatro pessoas e recebendo três novos irmãos por aclamação. “Graças a Deus estamos felizes com o andamento da obra do Senhor aqui em Mercês, depois de vencermos algumas dificuldades nesse ano que passou. Nossas perspectivas são enormes, pois daremos início a construção do nosso templo este ano em nome de Jesus!”, disse o missionário Marcos Pontes.

Em Maria da Fé, o missionário pastor Renato José se alegra pelos feitos do Senhor nesta cidade. A Igreja celebrou o batismo do casal Edvagner e

Marciléia no dia 31 de dezembro. “Eles conheceram a Igreja através do Projeto “Vida na Vida”, no qual cuidamos da melhor idade. Como eles têm uma academia, fechamos uma parceria e através dessa parceria eles conheceram a Igreja e Jesus. Além deles, muitas outras pessoas têm conhecido Cristo, inclusive, já temos mais quatro batismos para fazer”, conta o pastor. Testemunhar essas bênçãos é motivo de celebrar e agradecer a Deus pelo ano que se passou. Esse é o sentimento do gerente de Missões da Área 3 da CBM, pastor José Elio Muniz: “Uma

das melhores maneiras de uma Igreja encerrar o ano é prestando a Deus um culto de gratidão, ainda mais quando nesse culto se recebe novos irmãos na comunhão da membresia da Igreja. Foi assim que aconteceu entre os dias 30, 31 de dezembro de 2022 e 01 de janeiro de 2023 em alguns dos campos missionários da Área 03. Foi um 31 de dezembro de muita alegria para todos nós e certamente um começo de Ano novo com alegria e motivação renovada para seguirmos avançando na obra de Deus “falando a toda gente” da graça maravilhosa de Jesus”! n

Convenção Batista Maranhense

A Convenção Batista Maranhense realizou, no dia 09 de janeiro, o Culto de Posse do novo secretário executivo da CBM, o pastor Helben Costa Barros. Celebração aconteceu na Igreja Batista

do Olho D’ Água, em São Luís - MA. Gratidão, louvor e adoração marcaram o evento.

O Culto de Posse teve a presença de membros da Diretoria e dos Conselheiros da CBM, pastores, líderes denominacionais e membros das

Igrejas Batistas filiadas. O Ato de Pos se foi conduzido pelo pastor Rogério Ribeiro Linhares, presidente da CBM.

A mensagem foi proferida pelo pastor João Batista Ericeira Filho, presidente da Ordem de Pastores Batistas do Brasil - Seção Maranhense (OPBB -

-MA) e pastor da Igreja Batista Vale

Oramos ao Senhor em favor da vida do pastor Helben Costa Barros e sua família, rogando bênçãos e sabedoria à frente da Secretaria Executiva da CBM. n

8 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Convenção Batista
empossa novo secretário executivo
o novo líder da
Maranhense
Pr. Helben Costa Barros é
Secretaria Executiva.
Cidades de Guapé, Campestre, Mercês e Maria da Fé tiveram batismos no fim de 2022 Culto de Posse teve a presença de membros da Diretoria, Conselheiros da CBM, pastores, líderes denominacionais e membros das Igrejas Batistas filiadas

Convenção Batista Brasileira e Junta de Missões Nacionais realizam Vigília de Oração pela CBB 2023

No dia 13 de janeiro, das 07:00h às 19:00h, a Convenção Batista Brasileira (CBB) e a Junta de Missões Nacionais (JMN) realizam a Vigília de Oração pela CBB 2023, de maneira online. Organizações da CBB e líderes Batistas de todo o país oraram pelo maior evento anual da denominação e, também, pelas necessidades de cada área. A programação foi exibida simultaneamente nos canais de Youtube da CBB e JMN.

O primeiro momento, das 07:00h às 08:00h, foi coordenado por líderes Batistas de todo o país. Na sequência das 08:00h às 09:00h, a Convenção Batista de Pernambuco, através do pastor Humberto Umbelino, conduziu o tempo de oração. A Ordem de Pastores Batistas do Brasil (OPBB), através do pastor Daniel Ventura, executivo, e pastor José Maria, presidente foi a responsável pelo período de louvor e oração das 09:00 às 10:00.

A Convenção Batista Brasileira

liderou a programação das 10:00h às 11:00h. O pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da CBB esteve à frente, e convocou colaboradores da equipe e membros da Diretoria para o período de oração e trouxe informações sobre a programação da Assembleia.

As mulheres Batistas do Brasil também participaram. Entre 11:00h e 12:00h, Marli Gonzalez, executiva da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB) e Cássia Cavalcanti, presidente, estiveram à frente do momento e falaram do “Inspire-se”, congresso que as mulheres realizarão em Recife - PE.

Na parte da tarde, a programação teve a União Missionária de Homens Batistas do Brasil – UMHBB (12:00h às 13:00h), na condução de Jairo Peixoto, coordenador da organização; Conselho Geral da CBB, representado pela irmã Licínia (13:00h às 14:00h); Missões Mundiais, com a missionária Rita (14:00h às 15:00h); Juventude Batista Brasileira, com Jéssica Martins, coordenadora da organização (15:00h às 16:00h); Associação Brasileira de Instituições

Batistas de Ensino Teológico (ABIBET), com o pastor Linaldo Guerra (16:00h às 17:00h); Junta de Missões Nacionais, com o pastor Fernando Brandão (17:00h às 18:00h); e, para encerrar, a liderança Batista do Brasil (18:00h às 19:00h).

Durante a vigília, muitos irmãos também participaram através do chat no Youtube. “Obrigada, Deus, pela oportunidade e privilégio de acompanhar a vigília de oração em

favor da Assembleia da CBB” (Elizete Ribas Torres). “Manifeste a Tua graça e a Tua glória sobre o Teu povo, Pai, de maneira sobrenatural, de maneira tal que todos sejam impactados em nome de Jesus” (Vandeka Gomes). “Abençoe a programação, os oradores, use-os com sabedoria e poder. Guarde-os na chegada até o local. Levanta vocacionados para a Tua obra” (Alaide Cristino de Oliveira). n

9 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
Estevão Júlio jornalista da Convenção Batista Brasileira
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Pr. Hilquias Paim, presidente da CBB, e Pr. Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da CBB Iracy Leite, primeira secretária da CBB, e Cássia Cavalcanti, presidente da UFMBB Marli Gonzalez, diretora executiva da UFMBB

Estamos em batalha constante, uma luta que parece injusta, mas por sermos conhecedores da verdade, sabemos que somos mais que vencedores, sabemos que maior é o que está em nós.

O jogo de Xadrez nos mostra que a nossa missão é proteger o Rei, peças diferentes com valores diferentes. O peão, a peça de menor valor, pode ser promovida à peça mais poderosa em movimentos. O peão pode ser promovido a qual quer peça, até mesmo se tornar Rei.

Se contente em estar no campo de batalha com um General sobrenatural. Jesus Cristo deixou seu Reino e se tornou o mais humilde, como um peão no jogo de Xadrez, lutou, morreu e Ele retornou aos céus para continuar seu reinado, pois sempre foi Rei.

Aprenda a jogar Xadrez, um esporte para todas as idades, como é o caso da nossa entrevistada:

1. Como nasceu o amor pelo xadrez?

O meu amor pelo xadrez nasceu quando, aos quatro anos, o meu pai me ensinou os nomes das peças, os movimentos e a posição inicial, desde então fiquei apaixonada pelo xadrez.

2. O que o xadrez tem significado para você??

Significa um jogo de tabuleiro, que também é um esporte, permitindo que as pessoas usem suas mentes.

3. Como é ser campeã?

Ser campeã me deixa muito feliz, porque eu venço obstáculos nos torneios difíceis e me sinto forte e vitoriosa.

4. Como você se prepara para os campeonatos?

Eu me preparo para os campeonatos treinando com o professor da APAN - Itumbiara, Rhuan Moreira; com meu pai, Fernando Florenzano; estudo duas horas por dia; leio livros de xadrez; assisto partidas de grandes mestres e jogo muitas partidas.

Maria Fernanda, a princesa do Xadrez

5. Compartilhe um momento marcante na sua vida de atleta.

Um momento marcante na minha vida de enxadrista foi na final do Campeonato Goiano de Xadrez em 2022, onde ganhei a final por 3 a 1, após três dias de competição, totalizando 16 horas, sendo ao todo 16 partidas.

6. Quais os seus planos?

Meus planos é estudar muito, me tornar astronauta, ser uma jogadora profissional de xadrez e me tornar Grande Mestre.

7. Quem é o atleta profissional de xadrez que você mais admira?

Meu atleta profissional de Xadrez é Henrique Mecking, conhecido como Mequinho, que é um Grande Mestre brasileiro e foi um dos maiores jogadores do mundo nos anos 70, chegando a terceiro lugar e ainda está na ativa até os dias de hoje.

8. Que mensagem daria para as crianças da sua idade sobre a prática

esportiva?

A mensagem que eu deixo para as crianças sobre a prática esportiva é que o xadrez é um esporte que ajuda a desenvolver as habilidades mentais, a concentração, a memória, o raciocínio lógico que levamos não só no xadrez, mas para a vida toda. Para jogar xadrez, a pessoa deve ter um preparo físico e mental, porque são muitas horas de partidas, necessitando muita concentração e um corpo saudável. Além de xadrez, eu pratico natação, é importante que todas as crianças iniciem desde cedo uma atividade física que gostem, para crescerem saudáveis e felizes.

9. Compartilhe conosco como iniciou o jogo de xadrez na sua linguagem

O xadrez sofreu algumas modificações ao decorrer do tempo, acredita-se que tenha sido criado na Índia com o nome de chamado Chaturanga.

O rei estava triste pela morte de seu filho, aí um jovem sacerdote criou um jogo de tabuleiro e apresentou ao

rei; as peças representavam tropas do exército indiano e depois de muito tempo jogando, o rei ficou feliz e falou que o sacerdote poderia pedir qualquer coisa como prêmio.

Depois de muita insistência, o sacerdote falou que queria a recompensa em trigo, a sua resposta gerou brincadeiras por parte dos membros da corte, o jovem disse que queria um grão de trigo para a primeira casa, dois grãos, para segunda, quatro, para a terceira e assim por diante, calculando o dobro para cada casa seguinte.

Ao fazer os cálculos, o número era bastante alto e o rei percebeu que não podia pagá-lo e aprendeu que não se pode prometer o que não se pode cumprir. Impressionado com a sabedoria do sacerdote, convidou-o para ser o principal conselheiro do Reino. n

Roberto Maranhäo Ministro de Arte e Esporte Internacional marapuppet@hotmail.com

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
ARTE & CULTURA
WhatsApp: +55 31 9530-5870

Um Dia Especial para completar a missão

Junta de Missões Mundiais

CNPJ: 34.111.088/0001-30

PIX: 34.111.088/0001-30

Bradesco Ag: 1125-8 Cc: 59000-2

Banco do Brasil Ag: 3010-4 Cc: 141900-5

Itaú Ag: 9218 Cc: 65100-9

É neste dia que todo o amor, dedicação e empenho na campanha de missões é celebrado por meio de uma oferta especial. Graças às Igrejas que contribuem para a sinalização do Reino ao Deus, Missões Mundiais, segue acreditando que, juntos, “Vamos Completar a Missão”.

A campanha que acontece todo primeiro semestre de cada ano é uma

oportunidade para toda Igreja focar na obra missionária mundial e entender que ofertar faz parte da Grande Comissão. Contamos com a sua oração, mobilização e oferta especial neste ano de 2023 para alcançar o alvo de R$ 22,5 milhões. Para continuar com a propagação do Evangelho demonstrando o amor de Jesus, por meio da educação, alimentos e cuidados, que Missões Mundiais oferece com a Graça de Deus, através dos missionários e

projetos para todos os povos e nações ao redor do mundo.

A oferta do Dia Especial deve ser enviada para Missões Mundiais entre o primeiro e o último dia de expediente bancário do ano vigente da campanha, através de depósito em uma das contas abaixo. O comprovante de depósito deve ser enviado para o e-mail: ofertas@jmm.org.br ou pelo WhatsApp da Central de Atendimento: (21) 98055-1818.

Santander Ag: 3894 Cc: 13001270-8

Caixa Econômica Federal Ag: 0201 Cc: 1165-4 op. 003

Você faz parte de uma missão! Vamos completar juntos. n

Escola em Moçambique é instrumento de Deus

Marcolino missionário em Moçambique

Nossa escola comunitária Arco-íris Machava, em Moçambique, finalizou o ano letivo com grande êxito. Realizamos a formatura do Pré-Escolar e foi um grande testemunho para os pais e os que estavam presentes.

Geralmente marcamos a formatura no dia de domingo, no horário do culto, e assim os pais têm a oportunidade de prestigiar seus filhos, e conhecer melhor a Igreja. Mais uma vez fomos surpreendidos pelas músicas, poesias, versículos decorados e a apresentação realizada pelas crianças; que mesmo tão pequeninas nos ensinaram valores preciosos.

Após receberem os certificados foram abraçadas e aplaudidas por suas famílias. Os pais ficaram impressionados com o que presenciaram: crianças apresentando números incríveis que outras, maiores, não conseguem realizar. Somos gratos a Deus, pois a nossa escola é instrumento de transformação na comunidade, algo visível a todos.

São inúmeros os testemunhos de transformação pela educação através da nossa escola, e isso é confirmado através das palavras de agradecimentos, incentivos e até presentinhos por partes dos pais. Na última reunião, os

pais agradeceram a qualidade do ensino, a prestatividade, a dedicação por partes dos professores e o esforço da escola por fazer sempre o melhor às crianças.

Em um país em que a taxa de analfabetismo é cerca de 53.6%, e mais elevada nas zonas rurais (65,7%), com 68% de analfabetos, a educação é de extrema urgência. Nossa escola atende crianças de pré-escolar até a 5ª. série.

A professora do Pré-Escolar é uma jovem de 21 anos, muito dedicada, que cursa a Faculdade de Educação Ambiental na Universidade de Moçambique. O nome dela é Dalénia e, quando criança, ela estudou em nossa escola. Ela fez o pré-escolar, completou a escola primária conosco e depois foi para outras escolas. Agora, já cursando o nível superior, voltou para ensinar outras crianças do pré-escolar. Dalénia é testemunho vivo de que passamos valores de geração a geração. Ela ensina as crianças que se assentam nas mesmas cadeiras que ela usou anos atrás. Vemos que ela possui um chamado para trabalhar com as crianças, pois o faz com muito amor e profissionalismo.

Ao olharmos para trás, é possível notar a fidelidade de Deus ao evangelizarmos, ensinarmos e amarmos os pequeninos assim como o Senhor

Jesus nos ensina. Que Deus continue abençoando nossas crianças e nos usando para o louvor da Sua glória.

Continue orando por nós e pelos

ministérios que Deus colocou em nossas mãos!

Vamos Completar a Missão em Moçambique. n

11 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23 MISSÕES MUNDIAIS
Edvaldo

Voluntários do Jesus Transforma Recife

Missionários atuaram durante a 102ª Assembleia da CBB.

Durante a semana da 102ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), a Junta de Missões Nacionais (JMN) realizou o Jesus Transforma Recife. Todos os anos, no período de assembleias da CBB, este trabalho é realizado. Neste ano, os trabalhos aconteceram de 14 a 23 de janeiro. No dia 15, aconteceu o Comissionamento dos voluntários, na Igreja Batista da Lagoa - PE. Durante o projeto, os missionários atuaram na região do entorno do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães em Recife - PE, o Geraldão, com o objetivo de plantar uma Igreja nessa localidade. Apresentaram a mensagem do Evangelho de porta em porta e em seguida deram a oportunidade de a comunidade conhecer mais a Deus por meio de estudos bíblicos. Também trabalharam com abordagens na orla da praia e utilizando técnicas de evangelismo criativo. n

mestre, presidente da Comissão Especial do III Encontro Sinfônico de Todos os Tempos.

Aconteceu nos dias 12 a 15 de janeiro, na cidade de Recife - PE, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB), o III Encontro Sinfônico de Todos os Tempos, encerrando as celebrações do Jubileu de Diamante do Coro Sinfônico da Faculdade STBNB.

Este projeto acontece a cada dois anos e reúne sinfonistas e ex-sinfonistas. Neste ano contou também com a participação de amigos do coro e integrantes do Coro Capela - coro de alunos que se une ao Sinfônico formando o Coro Oratório.

Consolidando-se como um evento para acompanhamento de egressos, o Encontro Sinfônico de Todos os Tempos tem se fortalecido, evidenciando o amor pela boa música.

No II Encontro, o pastor Fred Spann foi nosso homenageado nos alegrando com sua amável presença conosco. Neste ano contamos, felizes e hon-

rados, com a presença dos maestros e pianistas convidados Dr. Alcingstone Cunha, Me. Charla Greenhaw, Me.

Laura Lúcia Santos, Dr. Ralph Manuel, Me. Robson Ribeiro, todos responsáveis pela sólida formação musical que

marca o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil.

O Coro Sinfônico, sob regência da maestrina Me. Hadassa Rossiter, deu continuidade à notória qualidade e relevância que tanto marcam a todos que

ouvem o Coro há anos.

Pela segunda vez presidindo este evento, a palavra que resume o meu sentimento é gratidão. Somos gratos a Deus pela oportunidade ímpar de louvá-lo com nossa voz e nossa vida! n

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Estevão Libna Villarinho
são comissionados
Seminário do Norte recebe III Encontro Sinfônico de Todos os Tempos Encontro acontece a cada dois anos.
região
Evento encerrou as celebrações do Jubileu de Diamante do Coro Sinfônico da Faculdade STBNB
Missionários atuaram na
do
entorno do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães em Recife - PE, o Geraldão
13 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23

Pensar, sentir e agir em Cristo Jesus!

Pensar, sentir e agir em Cristo Jesus são movimentos que O exaltam. Pensar detidamente em Cristo como estilo de vida é refletir acerca de Sua vida e obra, Sua influência vital sobre nós, definindo nossos motivos, nossas atitudes, ações e reações. Quando pensamos em Cristo Jesus nossas mentes são revigoradas. Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é puro, tudo o que é justo, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, passa a definir o nosso pensamento (Filipenses 4.8). Pensar em Cristo Jesus é dialogar com amor, respeito e ternura. Raciocinar em Cristo é ter uma mente ajustada, energizada, descansada, renovada e focada. É pensar radicalmente com a verdade do Evangelho de Cristo, que é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Romanos 1.16). A mente em Cristo confia, é verdadeira, inteira e visionária. Não pensa em si mesma, mas no próximo. Tem prazer em servir à semelhança de Cristo “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20.28).

Além de pensarmos em Cristo Jesus, precisamos sentir nEle. Paulo exortou aos irmãos em Filipos: “tende

em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo” (2.5). Este sentimento se caracteriza pela humildade, pureza, renúncia, amor, obediência, entrega, mansidão e generosidade. Devemos sentir com o coração do Mestre, cheio de compaixão pelo perdido (Marcos 6.34). Jesus sempre foi empático aos párias da sociedade. Ele era despido de qualquer interesse pessoal, egoísta. Jesus possuía sentimentos absolutamente puros, alinhados à vontade do Pai. Sentimento que O levou a chorar como Ele chorou na morte do Seu amigo Lázaro (João 11.35). Que O levou a lamentar a situação espiritual de Jerusalém. Ele nos ensinou a amar os nossos inimigos, a bendizer os que nos maldizem e orar pelos nos perseguem (Mateus 5.43-48). A vida de Jesus sempre foi de puro sentimento voltado para as necessidades do homem perdido, morto nos seus delitos e pecados (Lucas 19.10). Quando meditamos na Palavra de Cristo, quando O buscamos de todo o coração e desejamos fazer a Sua vontade, Ele age poderosamente em nossa capacidade de sentir.

Então, o pensar e o sentir em Cristo Jesus nos levam a agir como Ele. O Senhor desafiou homens a segui-lO e servi-lO. Treinou-os com amor e disciplina. Diante de várias situações, o Se-

nhor Jesus sempre buscou o homem, o alcançou nas suas mazelas. Ele perdoou os que O ofenderam. Confrontou Zaqueu, Nicodemos, o jovem rido e a mulher adúltera e condenou veementemente a postura dos escribas e fariseus, que viviam uma religião aparente, incoerente e hipócrita, marcada pelo legalismo implacável. Ele agiu ressuscitando mortos, curando enfermos e dando um código de ética do Reino aos Seus discípulos (Mateus 5, 6, e 7). Diz Lucas que Jesus andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus era com Ele (Atos 10.38). Jesus saiu dos níveis do pensamento e do sentimento para o nível da ação. Não basta que pensemos e sintamos, mas é necessário e urgente que ajamos sempre em Cristo Jesus, no Seu caráter, de acordo com os Seus ensinos. João, em sua belíssima primeira carta, diz: “Quem afirma estar nEle também deve andar como Ele andou” (2.6). Devemos viver como Ele viveu. Fazer como Ele fez. O Seu estilo de vida deve ser imitado por nós. O Seu pensar e o Seu sentir O levaram a agir com simplicidade, eficiência e eficácia, dentro da vontade do Pai. O Mestre possuía uma mente simples. Devemos viver de forma simples. Como nos ensina Tiago: “Portanto, aquele que

sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (4.17).

Que sejamos tomados pelo exemplo de Jesus Cristo. Vivamos os Seus ensinos. Façamos como Ele fez a partir dos pensamentos e sentimentos centrados nEle. Que o nosso coração tenha prazer em fazer a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12.2). Sejamos absorvidos pelo amor de Cristo Jesus. Vivamos este amor em nossos relacionamentos. Façamos de nossas famílias e Igrejas habitats da graça derramada e do amor “que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; que jamais acaba” (I Coríntios 13.4-8). Que oremos pelo perdido. Que o busquemos com o amor de Cristo Jesus. Tenhamos paciência uns com os outros. Que dons e talentos sejam exercidos no caráter de Cristo Jesus. Imitemos o apóstolo Paulo quando disse: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. (Atos 20.24). Se os nossos pensamentos (razão), sentimentos (emoções) e ações (prática) estão em Cristo Jesus, nós impactaremos o mundo com a mensagem do Evangelho e o Pai será glorificado! n

Deus quer que sejamos diferentes, não esquisitos

que amam a Deus. Como entender tal situação?

Há alguns anos, no interior do estado do Tocantins, aproximei-me de um senhor e puxei conversa com o cidadão de média estatura, moreno e já passado dos 40 anos de idade. Procurando compartilhar com ele o Evangelho, comecei a falar do amor de Deus, da pessoa de Cristo, do plano de salvação, quando ele me interrompeu e me encarou, e, carrancudo, perguntou-me: “Você é crente?”. E logo depois de minha resposta afirmativa, ele prosseguiu: “Mas, você bebe café?”. Quando respondi que sim, o homem esbravejou: “Então você não é crente coisa nenhuma, porque o crente que é crente mesmo nem café não bebe!” Nunca mais esqueci aquela experiência inesperada, intrigante e triste.

Por que será que tantas pessoas têm tal ideia dos cristãos evangélicos? De onde procede tal perspectiva? Apesar das caricaturas injustas dos evangélicos disseminadas atualmente, parte dessa imagem estranha vêm dos próprios “crentes”. Muitas vezes, porém, tais comportamentos extremistas procedem de pessoas sinceras e

A verdade é que Deus ordena que o cristão não ame o mundo (I João 2.15). Por outro lado, o filho de Deus não pode sair do mundo (I Coríntios 5.10) e não deve perder sua liberdade e submeter-se à servidão legalista (Gálatas 5.1). Como lidar com essa tensão? A resposta está na própria atitude de Jesus. Vemos nos evangelhos que nosso mestre e senhor sempre esteve no mundo: ele participava de festas (João 2.1-11), foi chamado de comilão e de beberrão (Mateus 11.19) por seu comportamento social comum, foi criticado por estar na companhia de cobradores de impostos desonestos, os publicanos, (Marcos 2.16), aproximava-se dos pecadores (Lucas 5.30) e tinha coragem de conversar com mulheres de má fama, arriscando sua reputação (João 4.9; Lucas 7.37-39). Apesar disso, Jesus nunca tolerou o pecado (Mateus 21.12), criticou a injustiça (Mateus 6.15), anunciou o juízo de Deus, condenou a hipocrisia religiosa (Mateus 12.34) e pregou uma mensagem muito dura (Mateus 5.20).

Parece que muita gente tem achado que um bom cristão deve ser uma

pessoa diferente dos outros na sua forma de agir. Quando o cristão é um alienado, usa roupas estranhas, torna-se isolado, tem cara de bravo e parece que está “chupando limão” o tempo todo, muitos imaginam que aí está um “santo servo do Senhor”. As regras mais estranhas e desconhecidas pela própria Bíblia tornam-se padrão de espiritualidade: Usar gravata no culto, cortar a barba, não usar bigode, não ouvir música “do mundo”, usar penteados específicos, usar instrumentos musicais determinados, a obrigação (ou proibição absoluta) de bater palmas no culto, guardar dias “sagrados”, rejeitar certos alimentos não espirituais, trajes femininos especificados e dezenas de outras “leis” semelhantes.

A grande verdade é essas questões pequenas são irrelevantes e nada têm a ver com o ensino de Jesus. Na verdade, trata-se de uma distorção do cristianismo bíblico e representam uma fuga da real responsabilidade do povo de Deus nesse mundo de trevas. É possível tornar-se uma pessoa estranha e esquisita, cheia de maneirismos religiosos, e ainda assim “amar o mundo”. Amamos o mundo quando

buscamos poder, pomos o nosso ego como centro da vida e temos como alvo aquilo que as pessoas desse mundo mau tanto desejam. O fato é que não precisamos ser diferentes das demais pessoas. Devemos agir como seres humanos normais que comem arroz com feijão, ouvem a previsão do tempo, ouvem notícias, conhecem futebol, música, arte, ciência etc. A diferença deve estar em nossos valores, em nossa ética e em nossa atitude misericordiosa e amorosa. Sejamos diferentes: rejeitemos a imoralidade sexual, condenemos o aborto e a exploração infantil, vamos denunciar e criticar todo tipo de injustiça e de maldade, deixemos de ser consumistas tolos, vivamos para as nossas famílias, perdoemos quem nos odeia e nos prejudica, rejeitemos subornos e propinas, lutemos contra a tentação da riqueza, da ostentação e da vaidade, choremos pelos perdidos.

Não seja um sujeito estranho e, ao mesmo tempo, igual aos demais descrentes, meu querido irmão; torne-se, cada dia, bem diferente do padrão desse mundo. Não seja um “alienígena”, pois Deus quer que sejamos diferentes, e não esquisitos. n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA
Luiz Sayão pastor

“Church hopping” está chegando no Brasil

Esta expressão aprendi de outra em inglês - job hopping - que literalmente significa salto de emprego, e é uma expressão que descreve um fenômeno que está ocorrendo entre jovens da Geração Y (Millenials) e Z. Os primeiros, nascidos após os anos 1980, e os segundos, após os anos 2000, que hoje se constituem em grande força de trabalho e em pleno vigor da vida.

Pesquisas recentes demonstram que muitos jovens dessas gerações já não permanecem por muito tempo em um emprego, especialmente os da Geração Z. A média apurada está em cerca de três meses para que o salto para outro emprego ocorra.

Essa rotatividade no emprego (“job rotation”) indica que o comportamento dos trabalhadores da Geração Z e parte da Geração Y é diferente da Geração X (nascidos entre 1960 e 1980) e da Geração “Baby Boomer”, nascidos antes dos anos 1960, para os quais têm sido comum a permanência em um trabalho por longo tempo, e, para os quais, a rotatividade é vista como um risco a ser evitado.

Por sua vez, jovens da Geração Z e parte da Geração Y buscam se envolver em trabalho que tenham propósito e qualidade compatíveis com sua vida. Mas também buscam aceleração na carreira, novos desafios, aprendizado contínuo, fuga de rotinas que perturbem seu senso de liberdade, evitando a sensação de se tornarem presas a uma empresa. Buscam hierarquias mais leves, ambiente em que possam participar mais efetivamente das decisões da empresa, estimulando sua criatividade e se sentindo como algo que faz diferença no dia a dia da empresa.

Tudo isso tem provocado a preocupação empresarial, pois um colaborador hoje é considerado como fonte de conhecimento e repositório de experiências que ficam no terreno de patrimônio de uma organização, que, diante desse fenômeno, está ficando fluido e deixa as empresas em situação de insegurança e instabilidade. Assim, a pergunta essencial que hoje se torna chave para líderes, empresários e executivos mais experientes tem sido: o que fazer para evitar o job hopping?

Algumas respostas já começam a ser alinhavadas, tais como a transparência, o alinhamento das expec -

tativas entre funcionário e empresa e vice e versa. Mas também a fomentação de um ambiente que estimule a participação desses jovens nas decisões da empresa, com hierarquia mais horizontalizada e flexível. Além disso o trabalho híbrido ou mesmo remoto em maior conta já tem sido um caminho.

Outro meio tem sido buscar estimular o que é chamado de “softs skills”, isto é, competências/habilidades ligadas ao nosso comportamento, muito mais do que na produtividade, tais como colaboração, flexibilidade, fluidez na comunicação, capacidade de resolver problemas, criatividade, relacionamento interpessoal, trabalhar sob pressão, resiliência etc.

Pois bem, o que tudo isso tem a ver com a Igreja e por que o título do artigo é “church hopping”? Não há estatística segura ainda sobre a rotatividade de membros em relação à sua Igreja, especialmente após o longo período de quarentena e pandemia. Muitos marcos que nos davam estabilidade na vida da Igreja foram movidos e outro tanto desapareceram. Acompanhando esse cenário desde o seu surgimento acabei escrevendo aqui nessa coluna mais de 20 artigos, concedi um sem-número de entrevistas, “lives”, e até uma pesquisa fiz entre o final de 2020 e início de 2021, quando se pensava que iríamos retornar da quarentena. Dados dessa pesquisa já foram publicados aqui nessa coluna e em outros veículos de comunicação. Você pode consultar esse material no link https:// bit.ly/VoltaPandemia.

Notei que um dos fenômenos de destaque nesse período e que podem estar sendo um dos “gatilhos” para o “church hopping” foi o empoderamento dos membros da Igreja, que, sem contar com o apoio presencial de seu pastor, com a presença aos cultos, no templo, aos domingos, longe das atividades eclesiásticas, teve de buscar por si mesmo pastorear sua família e tentar descobrir até mesmo como interpretar a Bíblia, pois acabava recebendo tudo pronto pelo púlpito de sua Igreja, em muitos casos até teve que providenciar o sepultamento de seus mortos pelas restrições impostas pela pandemia. Para agravar mais a situação, muitos membros de Igreja tiveram acesso a outros pregadores e expositores da Palavra de Deus, cultos

de outras Igrejas etc. A pesquisa que fiz revelou, por exemplo, que estes somaram 85,8% dos participantes, dos quais, para apenas 9,6%, o seu pastor foi melhor na pregação do que os pregadores ouvidos, para 28,1% encontraram pregadores melhores que seu pastor e para 62,4% tanto o seu pastor como outros pregadores foram semelhantes.

Fico me perguntando se este empoderamento do membro da Igreja está sendo agora objeto de cuidado pastoral de forma a se promover na Igreja meios para ampliar a aprendizagem da interpretação bíblica (Hermenêutica), sua aplicação nos mais variados cenários da vida que possam ir além do desafio missionário com o levantamento das ofertas missionárias, plantação de Igrejas, evangelização, que são importantes e nos levam a cumprir com a INTENCIONALIDADE MISSIONÁRIA e sua fundamental biblicidade.

Mas, e os desafios para que cada membro da Igreja atue de forma efetiva no ambiente em que vive, exercendo o seu papel como cristão nas decisões profissionais, familiares, entre os amigos, vizinhos, na escola, na faculdade? Agindo como sal, luz e embaixador do Reino, indo mais do que apenas um pregador do Evangelho? Cumprindo assim a DIMENSÃO

MISSIONAL

Billy Graham disse uma vez que nós somos as Bíblias que o mundo está lendo, somos os sermões que o mundo está ouvindo. A Igreja primitiva causava impacto por onde caminhava (Atos 17.6), não apenas por pregar que “Cristo Salva”, mas, especialmente, por viver em seus atos o Cristo que salva. Que país teríamos hoje se, como Igreja, tivéssemos superado o restringir a vida cristã apenas ao templo, aos domingos, dependendo do púlpito e de imaginar que apenas trabalhando na Igreja já estaríamos cumprindo, como que sacramentalmente, nossa “obrigação de sermos crentes”?

Já se observa com preocupação o crescimento dos chamados “sem igreja” (unchurched people), composto por pessoas cansadas de rotina institucional, de hierarquias dominadoras, de formalidade litúrgica, de poder desmedido que impede a participação na vida da Igreja com dons de serviço e talentos dados por Deus, do ensino e de uma pregação sobre um Deus distante que só pode ser alcançado

pelo merecimento e intermediação clerical etc.

A virtualidade promovida pelos tempos da pandemia também pode estar diretamente influenciando o chamado “culto do sofá”, em que as pessoas, no domingo de manhã, “assistem” confortavelmente cultos de diversas Igrejas e o pertencer a uma Igreja em si já não é mais fundamental, pois está se “alimentando” pelos inúmeros cultos virtuais. Isso poderia também demonstrar o quanto ficamos distantes do que seja de fato o papel de uma Igreja no desenvolvimento da vida de seus membros?

Jovens e adultos, me parece, que estão indo em busca dos cultos com liturgia mais “animada” ao estilo de “entretenimento gospel” bem semelhante aos “shows de artistas famosos”, uma espécie de “adoracionismo”, recebendo “gotas de sabedoria” para a vida de algum pastor, muitas vezes também jovem, que sabe bem se comunicar e tocar em pontos fundamentais de crise em suas vidas profissionais, matrimoniais, sentimentais. Será que estes mesmos “frequentantes” estão sendo de fato fortalecidos para serem resilientes diante das ameaças do mundo secularizado, consumista, efêmero e sem Deus?

Em casos como estes, o fenômeno “church hopping” já está sendo notado, pois se uma Igreja não atende suas demandas, procura-se outra, não há mais o compromisso do pertencimento a uma “família” de irmãos na fé que deveriam estar ocupados com o estado da vida de seus pares. E, basta em sua cidade e bairro olhar ao redor e verá irmãos na fé de diversas idades buscando encontrar um caminho e talvez vivendo esse fenômeno. Que tal dar um tempo para estes irmãos na fé para conversar e ver o que está acontecendo, como você pode participar para compreender e encontrar respostas para essa situação?

E nós, pastores, o que estamos fazendo para encontrar respostas para tudo isso? Só ter aprendido a utilizar bem a tecnologia para agora fazer com maestria “cultos híbridos” não substituirá Deus, adoração, devoção, pertencimento e Bíblia.

Desejando participar desse diálogo aprendente me escreva rega@batistas. org; no Instagram @lourencosteliorega. n

15 O JORNAL BATISTA Domingo, 22/01/23
PONTO DE VISTA
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.