Jornal do Baixo Guadiana Março 2013

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2013 |

JORNAL DO

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Baixo

Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal Ano 12 - Nº154

MARÇO 2013

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS

PREÇO: 0,85 EUROS

TAXA PAGA

PORTUGAL CEM NORTE

“A esquerda é desafiada a apontar uma alternativa” Carlos Brito cumpriu a 9 de Fevereiro 80 anos de vida. Amigos, companheiros de luta e família não quiseram que a data passasse em claro. Bem pelo contrário, juntaram-se e realizaram em Lisboa uma homenagem de enorme impacto, não apenas para o homenageado, mas também para toda a sociedade portuguesa que foi informada pelos meios de comunicação social desta reunião, que foi lugar de aclamação ao resistente anti-fascista, revolucionário clandestino, preso político, promotor da liberdade e democracia, escritor, jornalista e cidadão ativo, cuja grande parte da vida tem sido trilhada ao serviço da democracia portuguesa. Nesta entrevista muito é dito, mas há episódios que ficam por contar, pois a sua história de vida é longa e muito rica em acontecimentos. Tentamos trazer para estas páginas do JBG alguns dos momentos mais marcantes da vida de Carlos Brito.

G R A N D E P L AN O Ricardo Godoy, o «senhor Mundialito», inovou em plena crise, mas também em ano em que comemora o 20.º aniversário do maior torneio de futebol infantil de sete do mundo. Fazemos um «grande plano» ao criador deste torneio que há sete anos acontece em Vila Real de Santo António. São várias as novidades e destacamos, desde já, a «ferry line», uma linha de ferry boat criada exclusivamente para transportar os jogadores, familiares e equipa técnica pelo Guadiana nas deslocações que vão fazer de Portugal para os jogos em Ayamonte. O Mudialito acontece entre 23 e 31 de Março.

Município apoia rastreio e acompanhamento de terapia da fala às crianças do concelho

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projeto «Jessica» já arrancou e a primeira fase de requalificação do centro histórico termina em julho

Câmara Municipal converte imóveis devolutos em habitações para famílias carenciadas

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2013

ABERTURA

JBG

Editorial

Jornal do Baixo Guadiana Diretor: Carlos Luis Figueira Sub-Diretor: Vítor Madeira Chefe de Redação: Susana Helena de Sousa CP 9621 Redação: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Ana Lúcia Gonçalves Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes José Mário Figueira João Raimundo Maria Celeste Santos Pedro Pires Rui Rosa Associação Alcance Associação GUADI Associação Rodactiva DECO NEIP Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com e/ou joanagermano@gmail.com Sede e Redação: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 966 902 856 baixoguadiana@gmail.com Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Rui Rosa Impressão: Postal do Algarve, Lda Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C 8800-412 TAVIRA Tel: 281 320 900 Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: 123554 Depósito legal: 150617/00 JBG ONLINE http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook

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O mês que corre ficará certamente na memória colectiva do País. Não porque nos vitimasse qualquer catástrofe natural, mas porque porventura pode significar o final ou a inversão de um ciclo que se arrasta penosamente desde 2008, em resultado da crise mais profunda e longa que o sistema capitalista viveu até aos dias de hoje sem que, com segurança e rigor, de forma responsável se possa, sem demagogias, determinar até quando. Visitam-nos os funcionários dos nossos credores para uma última avaliação ao comportamento da

nossa economia, de acordo com as regras que antecipadamente determinaram quando nos emprestaram, a juros gananciosos, o dinheiro que o País necessitava para acorrer aos seus compromissos. Os resultados para nós não são de todo animadores. Aumento da divida pública a números nunca antes vistos. Empobrecimento da classe média, destruição de milhares de empresas e postos de trabalho, empobrecimento, desconfiança, desespero, medo. A receita aplicada, a persistir, pode matar o doente. O governo não acerta nenhuma das previsões que anuncia e afigura-se um tanto perdido no labirinto que criou, amarrado a crendices de radicalismo ideológico, cercados pelo protesto de quem pouco já tem a perder, respondendo em muitas circunstâncias com a arrogância da fé. É assim que nos encontramos até agora. As últimas notícias que tivemos a oportunidade de conhecer pela imprensa parecem dar nota de algum acolhimento a teses que desde há muito gente informada e de vários quadrantes políticos defendiam. Em suma, sem que de algum se modo ignorar as dificuldades que o País atravessa, era

necessário assumir uma outra postura perante os credores. Maior firmeza nas condições de pagamento da dívida, aumento de prazos, renegociação de juros, libertação de meios financeiros para apoio ao relançamento da actividade económica. A saber, coragem, verticalidade, bom senso, patriotismo. Veremos o que este promissor mês de Março, como antecipado anúncio de Primavera, nos vai dar. Procurando resistir, mesmo com escassos meios, aos problemas que o País atravessa, neste extremo Sotavento, no Baixo Guadiana, o poder local, as câmaras municipais, buscam caminhos, descobrindo novas oportunidades na valorização do seu património ou dos recursos naturais que dispõem. São exemplos de perseverança que também marcam um ciclo. Em Vila Real de Santo António através de uma candidatura ao Programa Comunitário Jessica assente na valorização do seu centro histórico como motor de apoio à actividade comercial e turística; em Castro Marim, entre outros exemplos, no êxito que constituiu a presença de uma Feira na Alemanha para o conhecimento e abertura a negócios relacionados com

a produção de sal; em Alcoutim na aposta de um turismo de natureza. É toda esta multifacetada realidade que compõe este território que também terá expressão, através da Associação Odiana, mais uma vez, na Feira de Turismo de Lisboa. Por estas bandas, não se baixam braços às dificuldades presentes, como não se vira cara ao vento.

Carlos Luis Figueira cluisfigueira@sapo.pt * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Vox Pop Que opinião tem acerca da eurocidade Ayamonte/VRSA?

Nome: António Bartolomeu

Nome: Cristina Ahrens

R: Considero que é uma boa iniciativa, mas que vem em tempos maus por causa da crise onde não há muita oportunidade para ganhar dimensão.

R: Acredito que se podem criar sinergias que visem a criação de pólos de desenvolvimento económico em atividades comuns em ambas as cidades. Por exemplo a pesca e transformação dos seus produtos, troca de conhecimentos e melhorias nos acordos de preservação das espécies. Podem-se criar objetivos comuns para a educação, cultura e saúde promovendo encontros, debates, espetáculos e tertúlias.

Profissão: Funcionário Público

Profissão: Bibliotecária

Nome: Ricardo Cipriano

Profissão: Diretor de empreendimento turístico R: Quanto à Eurocidade parece-me uma iniciativa extremamente positiva. Deverá ser uma forma de cooperação transfronteiriça que nos permita ganhar escala e, por conseguinte, competitividade em vários sectores económicos, dos quais destaco obviamente o turismo e o comércio. Deverá ser igualmente, entre outras coisas, uma plataforma de pressão conjunta de ambos os municípios a ambos os Governos para um objectivo fundamental para todo o Baixo Guadiana que é o desassoreamento do rio Guadiana

Nome: Nelson Afonso

Profissão: Empresário informática e telecomunicações

R: Gostaria de ver melhor esclarecido o que é uma eurocidade. Os responsáveis pela iniciativa deveriam explicar melhor qual a sua essência e objetivo.

Não perca na próxima edição... Entrevista a Jacinto da Palma Dias, que recentemente publicou o livro «Algarve em 3D» Jovem Ana Carreiras, do Monte Francisco, integra seleção nacional de basquete no Algarve Companhia de teatro «Fech’Ó Pano» dinamiza Parque das Merendas Dora Nunes aposta no artesanato urbano «As três viagens» de Filipe Baptista inicia triologia na escrita Reportagem sobre Sal de Castro Marim que está no centro da aposta das entidades públicas e privadas do Baixo Guadiana JBG todos os meses feito a pensar em si...


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CRÓNICAS * Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

Vítor Madeira

Projecto JESSICA – Uma âncora na valorização da cidade iluminista de Vila Real de Santo António

Os centros Históricos afiguram-se-nos como elementos preponderantes para uma melhor compreensão da identidade e da cultura dos povos. Foi a partir da sua matriz que se criaram as cidades e os meios urbanos de produção e de comércio, negócios e administração, fazendo emergir a vida em sociedade. Com as transformações sociais ocorridas nas últimas décadas do século XX, que se prendem com a deslocalização dos sectores produtivos, administrativos e residenciais, os centros histó-

ricos das principais cidades do país viram-se confrontados com sérios problemas de desertificação, de degradação e envelhecimento da população residente, havendo por isso necessidade de travar a erosão do património e da identidade desses lugares. Vem isto a propósito da candidatura da Sociedade de Gestão Urbana (SGU) - Empresa Municipal de Vila Real de Santo António, ao programa comunitário JESSICA, para a recuperação do antigo Edifício da Alfândega e do centro Histórico da cidade, aprovada no passado mês de Setembro, no valor de 1 milhão de euros, de um total de 15 milhões disponibilizados para a região até 2014, os quais vão ser geridos pelo Instituto de Turismo.

No Algarve, esta foi a primeira candidatura a ser aprovada ao fundo JESSICA. Este programa comunitário foi lançado pela Comissão Europeia e pelo Banco de Investimento Europeu (BIE) para apoiar os estados-membros na aplicação dos fundos estruturais destinados ao financiamento de investimentos de regeneração urbana do património inserido nos centros Históricos, que disponham de instrumentos de planeamento, visando a sua recuperação e dinamização económica. Em Vila Real de Santo António, o projecto JESSICA desenvolve-se em duas fases. A primeira delas, em curso de Fevereiro a Junho, contempla a recuperação e requalificação de um belo exemplar da arquitectura pombalina, o Edifício

da Alfândega, o primeiro imóvel construído na cidade. A segunda fase do fundo JESSICA decorre entre Outubro de 2013 e 2014, a qual prevê a revitalização económica do Centro histórico de V.R.S.A com a criação de uma imagem própria que inclui sinalética, arte urbana, luminotecnia, exposição permanente da história da cidade e sinalética cultural. O projecto de recuperação e revitalização da Sociedade de Gestão Urbana (SGU) - Empresa Municipal representa uma arrojada intervenção de sustentabilidade cultural de Vila Real de Santo António – Cidade do Iluminismo, que no seu horizonte tem uma política de transformação, privilegiando os fluxos turísticos e as dinâmicas do mercado urbano de lazeres.

A criação de um “Centro Comercial a Céu Aberto” no Centro Histórico da cidade sonhada e mandada construir de raiz por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, em 1774, é uma atitude inteligente, que além de valorizar o património cultural, torna-o mais atractivo ao investimento, com ganhos muito significativos para a economia local nos domínios do comércio e da restauração. A concretização deste projecto para Vila Real de Santo António irá contribuir decerto para uma maior internacionalização da cidade iluminista, escrevendo com sucesso uma nova página da sua história no século XXI.

50 milímetros na sua câmara fotográfica. Esperou duas horas pelo primeiro raio e falhou. Teve mais sorte à segunda tentativa, tirando então duas fotos. Outros fotógrafos também captaram as descargas sobre o edifício que é dos mais altos da cidade de Roma. A BBC fez até um vídeo. Mas aquele não era um dia vulgar. Era o dia da renúncia do papa e o raio alcançou um simbolismo religioso, suscetível das mais diversas interpretações, como tem acontecido ao longo da História com outros acontecimentos naturais de que está cheia a narrativa da Bíblia. E todos nós

vimos e sabemos como tudo aconteceu, quase em tempo real, graças à Internet, Estamos agora mais habilitados a compreender como se geram ou não os mitos. Queiramos ou não, a renúncia, seguida de um raio, na noite; dias depois pela passagem a rasar o planeta de um asteroide perigoso e pela explosão de outro nos céus da Rússia, são eventos destinados a ficar, mais tarde, caldeados pela poeira dos tempos. Daí a importância de relatar já o modo como aconteceram os factos e a interpretação por aqueles que os viveram. Vai fazer bem ao futuro.

insubmisso69@gmail.com

José Cruz

Vantagem competitiva

A recente resignação do papa Bento XVI trouxe para a ribalta do grande jornalismo um espetacular “furo” noticioso da italiana Giovanna Chirri, vaticanista da agência noticiosa Ansa, conseguido em condições muito específicas. Ela foi a primeira a informar o mundo de um acontecimento histórico raríssimo. O último papa a renunciar tinha sido Gregório II em 4 de Junho de 1415. No passado dia 11 de Fevereiro, ela

foi a única repórter que entendeu o latim que o papa falou, anunciando a renúncia, no local onde decorria um consistório para a canonização dos mártires da cidade de Otranto. Esta vantagem competitiva prova a necessidade de os jornalistas, ao longo de toda a vida, se empenharem na aquisição de uma sólida cultura geral, pois esta proporciona uma capacidade acrescida para se conseguirem boas respostas, com base em dados que, embora ainda insuficientes, permitam já obter uma boa confirmação dos factos. Estar atento e culturalmente bem ancorado, permite dar ao público informação segura, séria, confiável e

sobre a hora. Outro tanto se pode afirmar em relação ao fotógrafo que captou o momento em que caiu um raio sobre a Basílica de S. Pedro, no Vaticano, com 138 metros de altura, horas mais tarde. Embora Filippo de Monteforte, da agência AFP, classifique a sua ação como golpe de sorte, costuma dizer-se que ter sorte dá bastante trabalho. Abrigou-se nas colunas, com frio e chuva e esperou que, como é costume quando há tempestades sobre a cidade de Roma, o para-raios da basílica atraísse um que pudesse captar. Para tal, serviu-se de uma objetiva de

José Mário Figueira

Admirável Pomarão

Segui o serpenteado da estrada que se abre em paisagem. A única estrada de acesso à localidade. Ao subir esse caminho, tinha a perfeita consciência que caía no desconhecido. Depois e com muita dificuldade, subi toda aquela elevação e cheguei finalmente ao cume. Ao ponto mais alto, onde a partir dali o alcatrão parte a cortar a vasta campina. Procurei na sombra fresca de uma azinheira, uma laje de pedra que levantei da terra seca e dura. Sentei-me. Nas proximidades, uma perdiz cantava alegremente

enquanto o calor não chegava. Em seguida, acompanhou-a o cantar da cotovia. Ao longe, de um local que não consegui identificar, chegou-me o contínuo cucular do cuco. Finalmente voltei a encontrar-me e a saciar os meus desejos, enquanto o olhar corria avidamente por toda a parte. À minha frente, como um espelho onde o Céu se reflete, tinha a barragem de Chança a perder-se de vista. Na margem oposta; terras de Espanha. Atrás de mim e rasgado pelo grande rio do Sul, o imenso vale de encanto, que deixa passar as águas calmamente à procura do mar. A restante paisagem considerei - a como parte da planície, com um ou outro pequeno outeiro e alguns rasgos de montado muito ao

longe. Lugares de horas perdidas sem encontrar vivalma. Imagens a oiro e solidão, que só depois de as deixarmos é que as compreendemos. Foram quadros como este, infinitos ao olhar, que serviram de inspiração a pintores, poetas e outros artistas mais. Povo que escreve pinta e canta; amor; a solidão; a cal; os campos verdejantes e floridos; o sangue; mas também se lamenta e revolta, de alma a chorar pelos seus campos tristes. Foi esta moldura, que me levou a soltar algumas livres pinceladas sobre as folhas brancas do meu caderno. Deixei o lápis deslizar, entre frases e desenhos, à sua livre vontade, sem o contrariar. Ele entendeu os meus sentimentos e o modo particular como se sente e ama aquele

Alentejo. Depois, fechei os olhos e o de sementeiras; de terra lavrada e das fartas eiras! De grupos ceifando, sob lápis de carvão decidiu por mim. um Sol queimando. Vi o calor devolvido pelo chão Oh minha terra, planície dourada! naquele dia braseiro, deixando ao Despejada de gente, secou-se o celeiro; longe algumas silhuetas turvas que só sei que és tu, pelo teu inconfundímal se distinguiam. Lágrimas de Sol? vel cheiro! Mas sinto e vejo, que os Árvores; pessoas; gado em busca do campos imploram; pela semente no nada, ou simplesmente uma miragem teu ventre, são almas que choram. chegada à minha imaginação? Reparo e sei ver, os teus olhos tristes; secas o corpo, mas ainda E o lápis teimosamente criou o resistes! A tua pintura é agora de desenho: ouro; tão farta que foste, meu lindo tesouro! Esqueceram-se de ti, eu recoOh, meu Alentejo que não te conheço! nheço; sinto desgosto, dessa dor eu Eu não te encontro com tapetes em padeço! Oh, meu Alentejo, eu não te flor; que na Primavera te pintavam de conheço. aguarela; vejo que sofres, de desgosto e Secaram-se as fontes, abandode dor! Sem estevas, loendros, lírios e nou-se o montado; desertam teus flores perfumadas; azinho, paisagens, montes; sem campo lavrado! Mas sei searas e casas caiadas. com firmeza; porque em ti confio; Onde estão os teus poetas matinais, serás forte em riqueza; fruto do que antes do nascer já colhiam o pão; regadio! Contudo eu não minto; que num cantar alegre, de saudade e soli- de uma dor eu padeço; grito tudo o dão! Pelos campos adentro, repletos que sinto; eu não te conheço!


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EDUCAÇÃO&JUVENTUDE  Escolas e Infantários de Alcoutim

Rastreio e acompanhamento gratuitos de terapia da fala As crianças que frequentam os infantários e escolas do concelho de Alcoutim vão ser alvo de um rastreio para despistar a necessidade de acompanhamento especializado na área da terapia da fala. O despiste é gratuito e, caso seja necessário acompanhamento o município também assegura. Para que as dificuldades relacionadas com a terapia da fala sejam identificadas nas crianças é necessário que os educadores fiquem alerta para algum sintoma associado ou então que a criança seja submetida a um rastreio. A câmara municipal de Alcoutim está empenhada em apoiar um despiste precoce a este nível junto dos mais novos e, para isso, está a decorrer

nas escolas e infantários do concelho um rastreio de terapia da fala que abrange as crianças do pré-escolar e 1º ciclo. As crianças são avaliadas e as que revelarem dificuldades nas áreas da fala, linguagem e leitura/escrita vão ter direito a um acompanhamento por uma terapeuta da fala. A terapia da fala debruça-se sobre a avaliação, tratamento e

estudo da comunicação humana e perturbações relacionadas. Atua nas áreas da fala e linguagem, bem como nas perturbações relacionadas com as funções auditiva, visual, cognitiva, motricidade oral e facial, respiração, deglutição e voz. A câmara municipal de Alcoutim ao promover esta iniciativa está a “a prevenir a ocorrência de perturbações de comunicação e também

a impedir o agravamento das já detetadas, que, até agora, tinham de ser encaminhadas para Faro”, tal como nos é dado a saber por

um comunicado enviado às redações pelo executivo liderado por Francisco Amaral

Escola para a Juventude instalou-se em VRSA Ao longo de uma semana Vila Real de Santo António foi palco da «III Escola de Desenvolvimento Juvenil» do Conselho Nacional de Juventude (CNJ). Tiveram acesso a esta instituição jovens entre os 18 e 30 anos. Esta escola dedicada à formação dos mais jovens foi lugar de sinergias e partilha de experiências entre associações e estruturas juvenis. A aposta desta escola este ano recaiu sobre a oferta de três cursos de formação de formadores, dirigidos a jovens entre os 18 e os 30 anos, nas áreas da Educação para os Direitos Humanos, da Educação não Formal e

da Educação para a Saúde. A escola durou uma semana e juntou em VRSA jovens oriundos de várias regiões do país que integraram, em paralelo, um programa social e de animação em diversos pontos do município. Os cursos dirigidos a jovens e trabalhadores juvenis pretenderam preparar melhor os formandos para a construção de uma

democracia pluralista e inclusiva. As formações servem, igualmente, para aumentar as redes de proximidade entre o CNJ, as associações juvenis e estudantis, bem como os institutos públicos que tutelam a área da juventude, da educação e da saúde.

Comunidade em geral

«Ganda Cena» fez-se representar na Irlanda do Norte Miguel Gomes está de regresso em força à associação «Ganda Cena». O antigo presidente, e membro fundador desta associação juvenil vila-realense, esteve uns anos afastado da associação, mas regressou como tesoureiro e responsável pelas relações internacionais da «Ganda Cena» e, recentemente , representou esta associação juvenil em Belfast. Esta foi, de resto, a única organização portuguesa ali representada, para além de ter garantido dois projetos de intercâmbio que vão trazer a Portugal, em Agosto próximo, quatro grupos da Irlanda do Norte. A deslocação da associação juvenil de Vila Real de Santo António até à Irlanda do Norte deveu-se a um seminário para a constituição de parcerias europeias relacionadas com projetos de intercâmbio futuros subordinados à inclusão social. Até ao final do mês de Abril a «Ganda Cena» vai reativar o seu website onde vão ser divulgadas as vagas para os seus projetos internacionais, e onde os interessados podem candidatar-se

convidada a conhecer De forma a expandir o evento à comunidade em geral, as três ações de formação programadas contemplaram um conjunto de sessões com entrada livre. A Escola de Desenvolvimento Juvenil (EDJ) do CNJ promove cursos de formação de formadores desde 2006, sendo atualmente o espaço de

maior visibilidade na área da Educação Não Formal em Portugal. A edição de 2013 é organizada pelo Conselho Nacional de Juventude, em parceria com a Direção Regional do Algarve do Instituto Português do Desporto e Juventude, com a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e com a Junta de Freguesia local.

Tatiana Parra Faleiro e a dependência mútua entre corpo e máquina

Exposição de gravura inaugurada em Fevereiro no Arquivo Histórico de VRSA

«Ganda Cena» traz a Portugal jovens da Irlanda do Norte no mês de Agosto a participar. (Roménia), Lecce (Itália) e Budapeste (Hungria). Cada organização preparou, com Intercâmbio vai levar 80 jovens à Irlanda do Norte organizações juvenis de Belfast, candidaturas para a realização de Na atividade em que a intercâmbios, e um intercâmbio que foi «Ganda Cena» esteve envolvida na já candidatado e que vai levar mais de Irlanda do Norte participaram líde- 80 jovens de toda a Europa a Belfast e res de organizações de juventude Ballycastle, durante uma semana do de Belfast (Irlanda do Norte), VRSA, mês de Julho. Istambul (Turquia), Bucareste

O Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António recebeu em Fevereiro uma exposição de gravura de Tatiana Parra Faleiro. Intitulada «Gravura Bidimensional - Relação Máquina-Corpo», a exposição desta artista, natural de Vila Real de Santo António, é constituída por um conjunto de sete gravuras abstratas que recorrem à técnica de água-forte e serigrafia. As obras apresentadas são reflexo do ambiente académico de Tatiana Faleiro – a antiga «Fábrica dos Leões», em Évora –, onde atualmente se encontra a funcionar o curso

de Artes Visuais da Universidade de Évora. Interessada pelos complexos sistemas mecânicos e elétricos existentes naquela fábrica, a artista criou um conjunto de composições a partir do recorte de diversas máquinas, numa tentativa de (re) construir esquemas do corpo humano, combinando reproduções anatómicas com mecanismos ou maquinaria industrial. A representação figurativa deste «novo corpo» construído visa criar uma analogia da máquina com a estrutura do corpo, mostrando a dependência que ambos têm um do outro.


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LOCAL  Na Praça Marquês de Pombal

VRSA acolheu uma das maiores manifestações do pós-25 de Abril Segundo as contas da organização terão sido 400 os manifestantes que na tarde de 16 de Fevereiro em Vila Real de Santo António exigiram a mudança de políticas e de Governo. A Praça Marquês de Pombal recebeu um aglomerado humano em sintonia nas palavras de ordem. «O povo unido jamais será vencido» e «está na hora do Governo ir embora» ecoaram na Praça Marquês de Pombal através dasqueles que participaram na manifestação convocada pela União de Sindicatos do Algarve (USAL) e que exigiu a demissão do Governo de coligação. No meio daquelas pessoas estava o pequeno Francisco. Acompanha os pais nas manifestações e ao lado deles sente a energia da reivindicação. Levanta os braços, pequeninos, mas que acredita serem poderosos conjuntamente com as palavras de ordem que se dizem nestas alturas. Uma família naquela manifestação que, segundo Marco Rosa, do Sindicato dos Professores da Zona Sul, se traduziu “na maior manifestação do

pós-25 de Abril em VRSA”.

O percurso da manifestação Os manifestantes efetuaram um percurso que atravessou a Praça Marquês de Pombal, passou por várias artérias do centro histórico, indo até ao centro de saúde onde se opuseram simbolicamente aos cortes sociais no Estado. Maria José Madeira, da União de Sindicatos do Algarve (USAL), e Marco Rosa discursaram perante os manifestantes e reivindicaram contra “esta política, que está a empobrecer os trabalhadores, os desempregados e os reformados”. “É hora de dizer basta a este Governo

e a estas políticas, porque estão a deixar o país cada mais endividado e os trabalhadores a pagarem uma fatura cada vez mais elevada”, acrescentaram.

Jornada de Luta da CGTP prolonga-se por Março No mesmo dia a CGTP manifestou-se ao nível nacional e anunciou uma Jornada Nacional de Ação e Luta que se vai prolongar pelo mês de Março com a realização de greves, paralisações, concentrações e manifestações em todo o país, com expressão nos setores público e privado.

400 pessoas manifestaram-se contra políticas atuais e contra o Governo

Clube de Mergulho entrega equipamentos térmicos aos mariscadores de arrasto O Clube de Mergulho Isla Sub VRSA doou um conjunto de doze casacos de mergulho e dez calças de mergulho à Associação de Mariscadores de Arrasto de Cintura da Baía de Monte Gordo.

O material, ainda em bom estado, mas já não apto para a prática de mergulho, destina-se a auxiliar o trabalho dos mariscadores, nomeadamente na defesa contra o frio e as intempéries. A entrega do equipamento foi feita no salão nobre da autarquia vila-realense e dá seguimento ao apoio já prestado pela Câmara Municipal, que colaborou na fundação da associação, tendo em conta a importância desta atividade no sustento de dezenas de famílias e no próprio tecido económico do concelho. Na ocasião, a escola de mergulho comprometeu-se a doar à associação outros materiais destinados à prática de mergulho sempre que proceder a renovações de equipamentos. A fundação da Associação de Mariscadores de Arrasto de Cintura da Baía de Monte Gordo, em setembro de 2012, colmatou uma lacuna sentida pelos profissionais do arrasto uma vez que, apesar de já existirem estruturas associativas locais dedicadas à pesca e aos armadores, nenhuma estava exclusivamente centrada

 CPCJ

Violência no namoro volta a ser motivo de sensibilização

Doação decorreu no salão nobre da câmara municipal de VRSA na defesa dos mariscadores de arrasto. O Clube de mergulho Isla Sub VRSA foi fundado em 2008. O seu principal objetivo é a divulgação das atividades subaquáticas, utilizando o mergulho amador.

Exerce ainda funções de escola e centro de mergulho.

O Grupo de Trabalho para a Sensibilização, Prevenção e Intervenção na Violência Doméstica é uma organização da CPCJ de Vila Real de Santo António em colaboração com outras entidades locais que se envolveram com o objetivo de sensibilizar a população local e, com isto, prevenir e diminuir a ocorrência de eventuais situações de violência existentes no concelho. À semelhança do que aconteceu no ano letivo passado, este grupo realizou mais uma semana de trabalho para a prevenção da Violencia Doméstica desta feita, tendo como tema a Violência no Namoro. As ações com o título “(N)amor(o) (Im)perfeito” foram realizadas na Escola Secundária

de Vila Real de Santo António para todos os alunos do 12º ano, perfazendo um total de 11 ações onde cerca de 206 alunos e respetivos professores puderam refletir com os tecnicos envolvidos sobre estas pertinentes questões. Nesta ação estiveram envolvidas as seguntes entidades: CPCJ VRSA, Assembleia Municipal, GNR - VRSA, PSP - VRSA, NEIP - Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, APAV - GAV de Tavira e Cruz Vermelha Portuguesa - VRSA, bem como os professores das turmas referidas. É de salientar a participação ativa de todos os alunos do 12ºano bem como dos seus professores que se envolveram também nesta tarefa.


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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *

ESPANHA por Antónia-Maria

Carnaval 2013 en Ayamonte Siete carrozas y más de 2.000 participantes, conformaron ayer la Cabalgata de Carnaval de Ayamonte, que partió desde las naves municipales a las 16:30 horas y que durante más de cuatro horas recorrieron las calles del barrio de El Salón de Santa Gadea, y tras la Avenida Ramón y Cajal, enfilaron la Avenida de Andalucía para finalizar el recorrido en el Paseo de La Ribera. Extraordinario ambiente el que se vivió ayer en Ayamonte, donde entre los más de 2.000 participantes, cabe destacar, los 11 grupos del concurso y 23 grupos de animación inscritos, un desfile en el que han participado

amigos, asociaciones vecinales y sociales, y familias enteras. Pese al frío, miles de ayamontinos salieron a la calle, y también se recibió la visita de miles de curiosos de gran diversidad de rincones, tanto de la provincia como del Algarve, convirtiendo una vez más a Ayamonte como uno de los puntos neurálgicos de la provincia. Las calles de Ayamonte se llenaron de alegría, fantasía, diversión, imaginación y colorido, con una Cabalgata de más de un kilómetro y medio. El Alcalde de Ayamonte, Antonio Rodríguez Castillo, agradeció una vez más, “a las agrupaciones, grupos

El narcotráfico en la region del Bajo Guadiana La costa occidental de Huelva, junto a la costa de Cádiz, son las dos regiones andaluzas por donde entra el mayor volumen de droga con destino a Europa. Larache, en la costa occidental de Marruecos, es donde se produce la mayor compra e intercambio de hachís para su posterior desembarco en las playas del litoral occidental o en la desembocadura del Guadiana. El transporte de sustancias estupefacientes se intensifica en verano por el mayor tráfico de barcos deportivos que proliferan en todo el litoral, incluida la costa del Algarve, al ser mas fácil pasar desapercibido. Los delitos y crímenes relacionados con este negocio han acaparado la prensa nacional y local, durante muchos años, y las agentes del Servicio Marítimo de la Guardia Civil, han incautado toneladas de hachís en nuestra frontera con la colaboración de la Guardia Republicana del país vecino. Es escandaloso para la ciudadanía, en la vecina ciudad de Isla Cristina, ver jóvenes, incluidos menores de edad, dedicados a la venta del “menudeo” a pleno día en la vía publica y pasearse en vehículos de lujo sin tener una ocupación o trabajo conocido… Actualmente se está celebrando juicio contra una organización criminal, con agentes de la Guardia Civil

implicados y guarda de seguridad, por el sabotaje al sistema de radar de vigilancia costera de la costa, en la playa del Rompido, con el fin de descargar la mercancía sin peligro de ser descubiertos. La destitución del director de la cárcel de la ciudad de Huelva, Francisco Sanz, por “perdida de confianza”pone al descubierto su condición corrupta por su larga relación con los narcos, los regalos recibidos por ellos, y los beneficios de que disfrutaban en la prisión de Huelva, donde cumplían penas, entre ellos el mayor traficante de sustancias prohibidas de Europa, Anselmo Sevillano, de etnia gitana. El director dirigía esta cárcel desde 1997 y había recibido la Medalla de Honor de la Instituciones Penitenciarias. Son frecuentes, igualmente, los robos en los lugares destinados al almacenamiento de droga, y la implicación de agentes de la Guardia Civil y Marítima en los mismos. Por otro lado, el drama de las familias con algunos de sus miembros encarcelados, desaparecidos o muertos como el brutal asesinato de un empresario de Ayamonte, en un camino rural entre esta ciudad y Villablanca por ajustes de cuentas entre bandas mafiosas, que pasó a ser una realidad cotidiana, cada vez más frecuente en nuestra región.

La costa occidental de Huelva, junto a la costa de Cádiz, son las dos regiones andaluzas por donde entra el mayor volumen de droga con destino a Europa

de disfraces, a la Asociación de Carnavaleros de Ayamonte, y a entidades y asociaciones de la localidad, que hayan hecho posible una vez más una “tarde mágica en nuestra ciudad”. Asimismo añadió que este Carnaval 2013, pasará a la historia como unos de los más multitudinarios y con más éxito, y todo ello, según él, a pesar de los momentos complicados por los que atraviesan muchos ciudadanos. El Carnaval continúo en Ayamonte, el lunes y martes con el turno de los disfraces callejeros, música y la algarabía por las calles de la Ciudad fronteriza.

La pintora Sanz Tineo La pintora Sanz Tineo, de nombre Ana María Sanz, expuso una selección de su obra, recientemente, en la Asociación Gastronómica “Las Cañas”, un acogedor lugar situado entre las ciudades de Isla Cristina y Ayamonte. De origen asturiano, nació en Oviedo, pero con raíces en nuestra región, ya expuso en el Parador de Ayamonte una colección de obras llamada”Retrospectiva a la vida”. Alumna aventajada, fue profesora de pintura y pinta desde muy joven. A partir de los 16 años empezó a recibir premios como el “Ansoleaga” y “Paulino Caballero” concedidos por la Diputación y Ayuntamiento de Pamplona. Ya realizó, igualmente, numerosas exposiciones individuales y colectivas a lo largo de su recorrido artístico. Dentro de su temática pictórica, abundan las figuras de las mujeres orientales, con numerosos matices de colorido, reflejos y gamas que gravitan en toda su obra, y que se adivinan en sus exóticos rostros.

7 carrozas y más de 2.000 participantes, conformaron ayer la Cabalgata de Carnaval de Ayamonte

Tapones para la vida Cada vez son mas los Centros Escolares, hospitales, y restaurantes… que recogen todo tipo de tapones de plástico para fines benéficos y también, cada vez más, los Ayuntamientos que se unen a esta campaña situando puntos de recogida en algunos lugares de las ciudades. Esta recogida selectiva de los tapones de botellas o envases de cualquier tipo, tienen sus ventajas desde el punto de vista ambiental ya que para poder rentabilizar mejor el material, estos deben estar separados. Si separamos el vidrio, el papel, el plástico, la materia orgánica. el metal…de una forma efectiva, el valor de cada uno de estos, se recupera con una buena calidad y con el menor coste económico. Los tapones de plástico es una materia que se puede reciclar; cuanto mayor sea la pureza del plástico, mas importante es el

reciclaje. El plástico de los tapones, suele ser del mismo tipo de material, al contrario de las botellas donde se utiliza diferentes tipos de plástico en su fabricación. Las empresas dedicadas al reciclaje pagan 300 E por una tonelada de tapones, cantidad que va directamente a las entidades benéficas para la investigación y tratamiento de las numerosas enfermedades raras, que no están cubiertas por el sistema sanitario del Estado. Estas campañas de recogida han ayudado a conseguir tratamientos e intervenciones, en el extranjero, para niños que no tiene ninguna posibilidad de cura en España. También para conseguir sillas de ruedas o material ortopédico especial para los pacientes Estos gestos solidarios de la ciudadanía que ayudan a salvar vidas y donde todos podemos aportar nuestra pequeña ayuda y nuestro compromiso diario con esta causa.

Por error en el número anterior, incluimos la imagencorrespondiente al artículo "Un Santuario tartesico a orillas del Guadiana"

Dentro de su temática pictórica, abundan las figuras de las mujeres orientales


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LOCAL  Castro Marim

Imóveis municipais estão a ser disponibilizados a famílias carenciadas O executivo da câmara municipal de Castro Marim está a reconverter um conjunto de imóveis municipais em habitações para famílias em exclusão social. A mairia dos imóveis estão localizados no centro histórico. A esmagadora maioria dos agregados familiares nesta condição tem filhos. São oito imóveis que estavam, maioritariamente, devolutos e que a câmara municipal decidiu recuperar para atribuir a famílias carenciadas que em tempos difíceis não têm qualquer possibilidade de inverter o rumo da degradação das suas condições de vida. As famílias abrangidas pela mais recente medida social da parte do executivo liderado por José Estevens tem, na sua grande maioria, filhos. As condições em que viviam atingiram o limite da pobreza, tendo sido imperativo para a autarquia reconverter imóveis da sua propriedade em habitações dignas para estas famílias em dificuldades. A maioria dos imóveis localiza-se na freguesia de Castro Marim, nomeadamente no centro histórico, e, estando alguns já reconvertidos, outros estão a ser alvo de obras para o efeito. “As famílias que estamos a ajudar encontram-se em situações muitíssimo complicadas financeiramente, têm filhos a seu cargo e estão no desemprego”, contextualiza José Estevens ao JBG.

Entre os imóveis alvo de reconversão para esta medida estão edifícios de algumas escolas do 1º ciclo, entretanto, desativadas. O presidente da câmara justifica a medida com a “extrema necessidade, por parte dos agregados em causa, de terem uma habitação condigna”. São, como refere, “casos limite a que era preciso acudir”. Ora, se quando adquiridos estes imóveis não tinham esta finalidade, agora vão dar lugar a espaços habitáveis para fazer face à crise aguda que o país atravessa, e que se reflete em Castro Marim. “A aquisição destes imóveis foi realizada em tempos bem diferentes e o objetivo principal era revitalizar o centro histórico e promover o povoamento das localidades. Agora é urgente ajudar a resolver graves problemas sociais que afetam os castromarinenses e os edifícios vão cumprir esta finalidade, sendo que, ao mesmo tempo, estão a contribuir para combater o despovoamento”, sintetiza J. Estevens.

No total estão em causa cerca de oito imóveis, sobretudo na freguesia de Castro Marim

Reabilitação do património De referir que esta ação insere-se num conjunto de políticas sociais mais vasto da autarquia, que integra outros projetos em desenvolvimento de grande significado para a qualidade de vida e o bem-estar dos castroma-

rinenses, de que são exemplo a recuperação e qualificação de habitações degradadas a idosos; os subsídios de incentivo à natalidade; a atribuição de bolsas de estudo; o «Cartão do Idoso»; o Bibliomóvel (biblioteca itinerante); o transporte para consultas ao médico; a rede de transportes coletivos do município ou o «Castro Marim Amigo».

Alcoutim reforça apoio na saúde oral Passados três anos da abertura do primeiro consultório de medicina dentária em Alcoutim o município decide agora alargar a iniciativa e dotá-la de mais 12 mil euros anuais. Em Alcoutim as famílias carenciadas têm um acesso livre a consultas de medicina dentária desde 2010. A iniciativa surgiu integrada no Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS), estabelecido entre o Município de Alcoutim, o Instituto de Segurança Social e a Associação Odiana e foi efetivado graças a um acordo entre a Câmara Municipal e a Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim. Com um investimento total de 13.200 euros em 2012, este projeto viu agora a sua verba reforçada em mais 12.000 euros anuais, dadas as dificuldades acrescidas das famílias alcoutenejas pelas medidas de contenção económica impostas. Até aqui 400 famílias já tiveram acesso a consultas dentárias para melhorar as condições de saúde oral. Segundo o Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação da autarquia, em 2012 foram dadas cerca de 500 consultas.

 5 Março

Esclarecimentos  18 Março sobre Palestra sobre Menopausa

O gabinete já atendeu 400 munícipes carenciados desde a sua abertura

Numa colaboração com o Centro de Saúde de VRSA e com o Unidade de Cuidados na Comunidade Santo António de Arenilha, o município de Alcoutim realiza uma palestra sobre a menopausa no dia 5 de Março. A decorrer no salão paroquial de Martinlongo, a palestra vai abordar a definição de menopausa, os sintomas que lhe estão associados e as diferentes abordagens que podem ser realizadas.

demências

A Câmara Municipal de Alcoutim organiza no dia 18 de Março, uma palestra com a neurologista do Hospital de Faro, Isabel Valente. A temática explora as demências, abordando questões que vão desde o diagnóstico aos tratamentos possíveis. A sessão decorre no Centro de Dia do Pereiro, pelas 21h.

POUPANÇA CRIATIVA Caro leitor e cara leitora, quero nesta edição partilhar consigo algo divertido e fácil de fazer e que o/a deve ajudar a poupar algum dinheiro ao longo de vários meses: DETERGENTE CASEIRO para a máquina de lavar roupa. Parece estranho, mas acredite, funciona! Este “detergente” não tem fosfatos, lava bem e é barato. A receita original é para oito litros mas, quando o fiz pela primeira vez rendeu-me 12 litros! Apenas vos digo que há cerca de um ano que não gasto dinheiro em detergente! Os ingredientes podem ser encontrados em supermercados, drogarias ou farmácias. O que é necessário então? 400gr de sabão azul e branco (entre 0,90€ e 1,10€); 120 gr de carbonato de sódio compra-se em drogarias ou farmácias (entre 1,50€ e 2€) - eu usei bicarbonato de sódio por 1,80€; 120gr de borato de sódio – compra-se em farmácias (cerca de 2€) eu encontrei num supermercado com o nome de perborato por 0,90€; 8 litros de água. Coloque 1,5 litros de água numa panela grande. Junte o sabão cortado em pedaços pequenos e deixe derreter completamente em lume brando. Junte o borato de sódio e mexa até dissolver. Deve ter preparado um recipiente grande (um balde de plástico de 12 litros, mínimo). Junte o carbonato de sódio e mexa até espessar. Se usar bicarbonato de sódio, como eu usei, deve deitar o preparado no recipiente grande antes de adicionar o bicarbonato, pois este produto entra em reação e “cresce” e arrisca-se a que comece a sair da panela! Quando tiver o preparado no recipiente adicione água quente até perfazer os oito litros. Mexa vigorosamente durante algum tempo (15 minutos) até que esteja homogéneo. O detergente engrossará enquanto vai arrefecendo. Mexa de vez em quando até arrefecer totalmente. Transfira o detergente para garrafões de plástico ou reutilize outros recipientes de plástico. Uma dose de detergente entre 60 e 90 ml é suficiente para uma máquina de roupa. Com o uso verá que dose lhe convém, pois isto depende do nível de sujidade da roupa. Esta receita é da autoria da blogger Rita Domingues, publicada na «Revista Visão», nº 992, semana de 8 a 14 de Março de 2012. Divirta-se e até à próxima edição! Maria Celeste Santos


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G RAND E P L ANO

Ricardo Godoy festeja os 20 anos do Mundialito O «senhor Mundialito», inovou em plena crise, mas também em ano em que comemora o 20.º aniversário do maior torneio de futebol infantil de sete do mundo. Fazemos um «grande plano» ao criador deste torneio que há sete anos acontece em Vila Real de Santo António. São várias as novidades: A «ferry line», uma linha de ferry boat criada exclusivamente para transportar os jogadores, familiares e equipa técnica pelo rio nas deslocações que vão fazer de Portugal para os jogos em Ayamonte. Uma inovação que vai servir três grandes objetivos: oferecer uma experiência diferente às crianças, utilizar esta via de comunicação para lhe dar mais vida e, também, fazer bater mais forte o coração da recém-criada euro-cidade Ayamonte/Vila Real de Santo António. O «Mudialito» tem data marcada para 23 e 31 de Março. Susana H. de Sousa Mal chegou a Vila Real de Santo António Ricardo Godoy disponibilizou-se para nos receber sabendo que iríamos à procura de novidades no ano em que o «Mundialito» comemora 20 anos de vida. Ninguém melhor que Godoy para nos falar sobre o tema, mas também para nos proporcionar uma viagem sobre a história deste torneio que tem encantado milhares de crianças em todo o mundo. E no que toca a «boas-novas» o criador do maior torneio de futebol infantil de sete do mundo adiantou-nos, em primeiro lugar, e com grande entusiasmo, que este ano o «Mundialito» vai utilizar o ferry boat para atravessar o rio Guadiana, porque, tal como explica, “os atletas, famílias e equipas técnicas vão de ferry até aos jogos que serão disputados em Ayamonte”. Esta ideia surgiu, garante-nos Godoy, para facultar uma nova experiência aos pequenos jogadores que, ao invés de se deslocarem apenas por terra, vão ter oportunidade de navegar no grande rio do Sul. Outro dos objetivos da inovação passa por fomentar a dinâmica da eurocidade Ayamonte/Vila Real de Santo António que foi criada há um par de meses. Aliás, segundo o próprio, a candidatura ibérica do «Mundialito» terá mesmo sido de tal modo “inspiradora” para os autarcas dos dois lados do rio que, desde logo, começaram a esboçar a ideia da euro-cidade que viria em 2013 a unir ainda mais os dois lados do Guadiana.

Mundialito tornou-se ibérico em 2010

Há três edições que o «Mundialito» se tornou ibérico e é atualmente realizado com a contribuição pública de uma candidatura feita em 2010 no âmbito da cooperação transfronteiriça. A maior fatia de apoio ao torneio cabe ao município de Vila Real de Santo António (cerca de 70% do total). Godoy recorda que caso esta candidatura não tivesse surgido o torneio não teria tido continuidade por falta de sustentabilidade financeira. “Em 2010 estalou a crise e ficámos sem patrocinadores; os apoios da câmara de Vila Real de Santo António também ficaram mais reduzidos, sendo insuficientes para realizar um evento desportivo desta dimensão”, explica Ricardo Godoy. Uma vez que já havia uma grande tradição entre as duas cidades, no âmbito da cooperação, “foi relativamente simples o processo desta candidatura”, conta Godoy, lembrando que “hoje os jogos do Mundialito animam as duas cidades raianas”.

4 mil nas unidades hoteleiras portuguesas Quanto às deslocações no rio, pela «ferry line», vão ser constantes até porque este ano - e esta é outra das novidades do «Mundialito» - os quatro mil participantes que compõem as 200 equipas do torneio, vão ficar alojados apenas no lado português, nomeadamente nos concelhos de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Tavira. “Faz parte do nosso projeto estimular a economia local e em articulação com os hoteleiros de Vila Real de Santo António, e também de Castro Marim e Tavira, está garantida a sua

O argentino Ricardo Godoy foi jogador profissional e formou-se na área de treinador. O projeto do Mundalito era uma ambição antiga

resposta às nossas necessidades de alojamento”, concretiza Godoy. De referir que em edições anteriores recentes a verdade é que não houve uma resposta concertada do lado português, tendo, por essa razão, o «Mundialito» ocupado unidades hoteleiras espanholas. Estando por cá a resposta assegurada, “o Mundialito vai ser uma lufada de ar fresco para a economia local” preconiza Godoy. O «Senhor Mundialito» aproveita para deixar um apelo aos comerciantes portugueses que podem fazer negócio acrescido durante a semana da Páscoa: “Não inflacionem os preços durante o «Mundialito» porque assim terão, certamente, maior oportunidade de negócio”, desafia, lembrando que participam no torneio equipas de economias muito distintas, sendo umas emergentes, como o Brasil, e outras em desenvolvimento, como é o caso de equipas africanas com baixo poder de compra.

Brasil traz maior representação de sempre

se firmam, nomeadamente na área da promoção turística e nas relações que se estabelecem.

No que diz respeito às formações de futebol, o país-irmão Brasil vai trazer até terras pombalinas a maior representação de sempre com 20 equipas, o que representa 600 jogadores. Outra novidade é a Austrália que, pela primeira vez, joga em Portugal neste torneio. Com um conjunto tão alargado de nacionalidades que compõem o «Mundialito» este tem sido também espaço de estabelecimento de relações institucionais, mas também palco de negócio entre empresários locais e empresários vindos de origens muito distintas. Por isso “o Mundialito é também muito importante do ponto de vista económico e de promoção turística”, sublinha Godoy que acredita que durante o período em que o evento desportivo acontece “há muitos negócios que

Em VRSA Mundialito tornou-se o maior do mundo Desde que o presidente da câmara municipal vilarealense, Luís Gomes, trouxe o «Mundialito» para terras pombalinas que este torneio foi ganhando maior dimensão, sendo hoje o maior torneio de futebol infantil do mundo de sempre. Ricardo Godoy lembra que em 2012 o torneio alargou-se a faixas etárias mais novas. Atualmente participam jogadores entre os 6 e os 12 anos. Passados sete anos sobre a primeira edição em VRSA o número de equipas participantes, praticamente, duplicou. De 106 em 2007 para cerca de 200 previstas para 2013.


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GR AN D E P LAN O 20 anos, 2 continentes, 3 cidades O «Mundialito», ao longo dos 20 anos de vida, já atravessou dois continentes e teve palco em três países diferentes: Argentina (Mendonza), Espanha (Gran Canária) e Portugal (Vila Real de Santo António). Sair de um país para outro e recomeçar numa nova cultura, apesar de transportar um histórico de sucesso, não se afigura assim mesmo uma tarefa facilitada. Radicado em VRSA há sete anos, este torneio é cobiçado por outros municípios. Ricardo Godoy conta que tem recebido propostas para a compra do «Mundialito» por parte de outras cidades portuguesas e espanholas. Mais do que nunca confiante nas potencialidades deste torneio, Godoy garante que se sente “em casa” em VRSA onde tem a sua “família tuga” e é aqui que pretende continuar nos próximos anos a dar continuidade ao projeto. “Até nos quererem por cá nós vamos continuar”, afiança. Para além do apoio financeiro e logístico do município de Vila Real de Santo António, Ricardo Godoy destaca a “ajuda preciosa” das cerca de duas centenas de voluntários que participam no torneio e que são recrutadas a partir do Banco Local de Voluntariado da Câmara Municipal, também este criado a pensar no apoio para o Mundialito.

Mundialito 2013 promete mais equipas algarvias e andaluzas A edição deste ano vai contar com um maior número de equipas do Algarve e da Andaluzia, garantindo a maior promoção das equipas

locais e um maior número de assistentes nas bancadas. Formações dos clubes grandes também vão marcar presença no torneio, a destacar a Real Federação Espanhola, Real Madrid, Barcelona, AC Milan, Sporting, Benfica, Porto e muitos outros. Godoy está também a trabalhar para trazer grandes nomes do futebol até ao «Mundialito» em VRSA, mas ainda não há confirmações. O que nos pode antecipar é que a revista do torneio vai ter mensagens de Piqué, Casillas, Vicent Del Bosque, Sérgio Ramos, entre outros. A revista estará na rua a meados do mês de Março e à venda no «Mundialito Center».

Mundialito Center Este ano o Mundialito Center vai ter lugar no pavilhão multiusos do Complexo Desportivo de VRSA que, apesar de não estar terminado ao nível do apetrechamento, é o espaço escolhido para acolher o «centro comercial» do Mundialito. Ali estará à venda muito merchandising do torneio, bem como toda a história deste torneio que tem encantado milhares de crianças no mundo inteiro e formado jogadores do futebol internacional da atualidade.

Futuro: Ásia, Brasil, África e Europa À conversa com o JBG Ricardo Godoy garante-nos que ainda não aconteceu o Mundialito 2013 “e já está em preparação o Mundialito 2014!”. Quanto ao futuro Godoy adianta-nos que «Mundialito» vai passar pela Ásia, África, América e Europa. Graças à realização do modelo pré-mundialito. São torneios preparatórios que servem para apurar as equipas que parti-

cipam no grande torneio de VRSA. Nesta viagem pelo maior torneio de futebol de sete infantil do mundo ficamos a saber também que um novo «Mundialito» poderá surgir, mas desta vez no Brasil. A proposta está a ser estudada e, a acontecer, terá lugar no mês de Agosto. “Teremos dois «Mundialitos» por ano; um na Páscoa em VRSA e Ayamonte e outro em Agosto, no Rio de Janeiro”, explica Godoy.

Cidades-Mundialito, cidades-irmãs A Escola Internacional de Futebol Ricardo Godoy está a estudar a possibilidade de criar laços de geminação entre as cidades que nos quatro continentes recebem «Mundialito» e pré-Mundialitos. “A ideia é criar laços mais fortes entre as cidades de modo a fomentar a sua aproximação ao mesmo tempo que se estimula a promoção turística dos destinos”. Ou seja, cidades-mundialito poderão virar cidades-irmãs.

VRSA recebe «Mundialito Color» em Agosto Também nos planos da Escola Internacional de Futebol Ricardo Godoy está a produção de um novo evento em VRSA, no mês de Agosto. Chama-se «Mundialito Color» e pretende ser uma autêntica festa desportiva que vai juntar famílias e amigos que vão participar numa corrida de cinco quilómetros com muita cor, música e possibilidade de ganhar um automóvel novo. “São novos projetos que se tornam desafios interessantes para dar continuidade à nossa presença nesta cidade maravilhosa”, declara .odoy. Para além de VRSA, este evento desportivo vai acontecer nas principais cidades europeias.

Como surge uma boa ideia O «Mundialito» foi criado por Ricardo Godoy a partir da ambição que sempre cultivou em criar uma escola internacional de futebol a pensar na formação e a partir daí fazer um mundial internacional da modalidade. Uma ideia da qual nunca desistiu, sendo que o torneio que ambicionava tornou-se um evento de enorme sucesso e sem precedentes no mundo. A primeira edição do «Mundialito» começou em 1994, na província de Mendonza na Argentina. À terceira edição foi considerado o maior torneio do género no mundo com 10 mil participantes. Recebeu uma distinção da UNICEF como mensageiros da paz, pelo alcance social que protagonizava. A quartaedição jáfoinaGranCanaria.A ideiafoicompradae seguiurumo para Espanha onde esteve 10 anos. Foi o grande salto do «Mundialito». Com uma dimensão em cresccendo o torneio foi comprado pelo executivo de Luís Gomes em 2007 e desde aí que tem lugar em VRSA na semana da Páscoa. A crise provocou uma quebra de apoios a partir de 2010 e o «Mundialito» começou a enfrentar as maiores dificuldades. A crise levou todos os patrocinadores que até aí apoiavam este evento desportivo e o orçamento da câmara também se foi reduzindo. Hoje mantêm-se graças a uma candidatura ibérica que ganhou vida há três anos, sendo o torneio disputado entre VRSA e Ayamonte. Quanto ao orçamento total a maior fatia pertence a VRSA (70%), sendo os restantes 30% de Ayamonte. Um dos triunfos do torneio é contar com a participação de equipas grandes que lhe dão mediatismo. Conheça a programação de 2013 em: www.mundialito.org

Ao longo de 20 anos de vida o Mundialito de futebol já passou por três países: Argentina, Espanha e Portugal


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LOCA L

José Estevens é o novo líder do PSD Castro Marim José Fernandes Estevens é o novo líder do Partido Social Democrata de Castro Marim, na sequência de eleições realizadas para a Comissão Política Concelhia. José Estevens foi eleito por 83% dos votantes. De acordo com uma nota à redação “a recém-eleita Comissão Política Concelhia visa a abertura de um novo ciclo na vida interna do PSD, de modo a permitir que o partido conquiste um espaço de maior intervenção na sociedade civil e, particularmente, no povo castromarinense, com o qual pretende interagir na busca de soluções e compromissos para o futuro do concelho de Castro

Marim”. Compromissos esses que “passam por continuar a política de modernidade e desenvolvimento sustentável levada a cabo, aprofundando as políticas sociais criadas pelo executivo PSD que dirige os destinos do concelho há quinze anos, as quais se traduzem na melhoria substantiva da qualidade e do bem estar dos cidadãos desta terra”. Em declarações ao JBG José Estevens confirma que vai ser criado “um Fórum Autárquico livre e plural onde os castromarinenses, indistintamente do partido que militam, possam participar ativamente no debate franco e aberto, dando os seus contributos

a questões tão diversas com o desenvolvimento económico, o turismo, o ambiente ou a produção cultural no concelho”. O líder laranja em Castro Marim definiu como uma das prioridades imediatas do seu mandato “a mobilização do partido para as próximas eleições autárquicas, nomeadamente, a eleição de Francisco Amaral, para liderar a Câmara Municipal de Castro Marim, a partir de outubro de 2013.

 Na Freguesia de Odeleite

PS responde ao PSD, acusando-o de “desrespeito e anti-democracia” O Partido Social Democrata de Castro Marim criticou o facto dos eleitos pelo PS para a Assembleia de Freguesia de Odeleite terem abandonado aquele órgão autárquico. “Numa total ausência de respeito pela população da Freguesia de Odeleite e numa clara afronta à democracia representativa, os membros do Partido Socialista de Castro Marim, eleitos para a Assembleia de Freguesia local, abandonaram aquele órgão autárquico sem que nada o fizesse prever”, pode ler-se numa nota enviada às redações. Tal ato representa para o PSD “uma notória falta de cultura democrática, atirando pela borda fora os compromissos eleitorais

feitos em nome do povo em 2009, viraram as costas à comunidade de Odeleite”. E continua dizendo que “porque as pessoas da freguesia de Odeleite têm memória, decerto, não vão esquecer que o Partido Socialista, uma vez mais, as abandonou. Já não bastava a discriminação e a maldade que lhes infringiu em 1997, à data na Câmara Municipal, aquando da construção da barragem, permitindo que ficassem privadas desse bem essencial à vida, que é a água, senão, agora, a fuga da Assembleia de Freguesia, por incapacidade de desempenhar o seu lugar na oposição”. O PSD local agora liderado por José Estevens diz acreditar “na inteligência e na bondade das

gentes de Odeleite”, estando certo “que não esquecem o papel decisivo do executivo do PSD na Câmara Municipal e na Junta de Freguesia para a melhoria das suas condições de vida, desde a construção do saneamento básico, até à criação da rede social de transportes coletivos, passando pela requalificação e recuperação da Casa de Odeleite, do Moinho das Pernadas e o apoio aos saberes tradicionais, não se deixando por isso enganar muito menos sucumbir pelas promessas dos candidatos do Partido Socialista às Eleições Autárquicas de Outubro de 2013”. Em resposta a estas declarações o PS castromarinense enviou um comunicado às redações onde con-

firma que os socialistas abandonaram o cargo “há quase dois anos em sinal de protesto pela ineficácia, falta de respeito democrático e autoritarismo profundo demonstrado pelos eleitos do PSD, que duma forma salazarenta, nunca souberam respeitar as opiniões e propostas vindas do PS durante as sessões do órgão, opiniões essas que tendiam a melhorar a qualidade de vida das pessoas”. Célia Brito, líder da concelhia rosa em Castro Marim acusa o presidente da junta de freguesia de Odeleite de afirmar, “ quaisquer que fossem as propostas apresentadas pelo PS nunca seriam ouvidas nem tidas em conta, porque quem manda aqui sou eu que fui eleito para isso”.

“Quanto à renuncia por parte dos membros do Partido Socialista, importa referir que afinal o PSD e os atuais lideres concelhios, têm uma memória muito fraca, coisa que aliás já há muito tempo fora detetado… Vamos tornar pública a falta de memória do PSD ao acusar o PS de renuncia, quando, no ano eleitoral de 2005, em Castro Marim, o Victor Madeira e os seus acompanhantes, depois de lhes ser infringida uma estrondosa derrota eleitoral, por vergonha e cobardia politica, não tomaram posse no cargo e ainda por cima, acabaram por perder o mandato decretado pelo tribunal”. rematam os socialistas.

Sucesso de visitas leva à renovação do canal «Baixo Guadiana» no Lifecooler Num ano o canal Baixo Guadiana teve mais de três milhões de visualizações. Alojado no maior canal de turismo e lazer do país, o objetivo deste canal é promover na internet o território como destino turístico. O último ano do canal «Baixo Guadiana» no Lifecooler ficou marcado por um enorme sucesso de visitas. Alojado desde Dezembro de 2011, naquele que é o maior site português de turismo e lazer, o território que abarca os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António conquistou entre Dezembro de 2011 e Dezembro de 2012 a atenção de 3 milhões e 133 mil visitas. Os dados surgem num relatório divulgado pelo Lifecooler, onde se pode ler que foi no mês de Agosto de 2012 que o canal do Baixo Guadiana teve o maior número de visualizações, atingindo as 354 mil. Julho, Agosto, Setembro e Dezembro de 2012 foram os meses que

registaram o maior número de visitas cibernéticas, sempre a ultrapassar as 300 mil. Ainda de acordo com o portal, o canal online «Baixo Guadiana» recebe mensalmente uma média de 200 mil visualizações, sendo que desde que foi criado que o número de visitas ao canal tem crescido de forma notória. No top das preferências dos turistas, que acedem desta forma ao Baixo Guadiana, estão as secções de «Roteiro», «Dormidas», «Gastronomia», «Restauração», «Património», sendo de salientar que a secção «Alojamento» é a mais procurada. Outro dado que este estudo também revela é que o Baixo Guadiana é cada

O «canal Baixo Guadiana» promove o território enquanto destino turístico vez mais procurado para estadias de fim-de-semana e curtas férias. Recorde-se que a criação de um canal online do Baixo Guadiana surgiu

em Dezembro de 2011 pelas mãos da associação de desenvolvimento local ODIANA. Esta iniciativa tem por finalidade aumentar de forma

concertada e assertiva a promoção turística do Baixo Guadiana, trabalhando a ODIANA para afirmar Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António no mapa turístico nacional e internacional. A direção da ODIANA já confirmou que “perante o sucesso cumpre à Direção da ODIANA informar que a aposta na criação de um canal turístico on line do Baixo Guadiana foi claramente ganha, e que, por isso mesmo, o projeto vai ser renovado por mais um ano”.


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LO CAL  I fase do projeto Jessica

Arrancou requalificação do centro histórico pombalino Até Julho de 2013 estará concluída a primeira fase do projecto de requalificação do centro histórico de Vila Real de Santo António no âmbito do projeto «Jessica». O objetivo é reabilitar e dinamizar ao nível económico esta zona da cidade. Os comerciantes, hoteleiros e empresários da restauração foram auscultados sobre propostas de trabalho elaboradas pela SGU, empresa municipal, encarregue da execução deste projeto. Nos dia 13 e 18 de Fevereiro foram levadas a cabo duas sessões públicas em que a SGU, empresa municipal de Vila Real de Santo António, deu a conhecer as propostas de requalificação e dinamização previstas para o centro histórico de Vila Real de Santo António no âmbito do programa Jessica, cujo contrato de financiamento foi assinado em Setembro de 2012. O objetivo é tornar o centro pombalino mais atrativo, sendo que as algumas das propostas apresentadas estão a ser alvo de alterações e adaptações decorrentes da auscultação que foi feita aos empresários e população em geral. Requalificar e modernizar o «centro comercial a céu aberto» são as premissas do projeto que representa um investimento de 1,5 milhões de euros, financiado a 70%.

I fase concluída em Julho O Jessica em VRSA vai dividir-se em duas fases, sendo que a primeira vai ser executada até Julho deste ano e a

segunda terá início em Outubro próximo e culminará no último trimestre de 2014. Já se iniciou a requalificação da Alfândega, o primeiro edifício a ser construído em VRSA após o terramoto de 1755, bem como será requalificada a calçada das artérias de acesso à praça Marquês de Pombal, que será dotada de maior acessibilidade. Para tornar o centro atrativo em pleno verão as principais artérias comerciais serão dotadas de coberturas amovíveis com o objetivo de proporcionar ensombramento. Surgirão também em vários eixos mapas do centro histórico, bem como será produzida sinalética para proporcvionar a melhor deslocação. Estão também previstos novos suportes para bicicletas, bem como a renovação do mobiliário urbano. A toponímia vai ser alvo de melhoramentos, a baixa-mar terá um espaço lúdico para os mais pequenos e o balneário público oferecerá as melhores condições de higiene e conforto. Nesta primeira fase a rua da Princesa vai ser espaço de exposições de arte urbanas para ganhar mais vida. As paredes dos edifícios municipais

vão também ser palco de arte de rua. Para além de tudo isto o centro histórico vai ganhar uma nova e melhorada iluminação. O projeto contempla, igualmente, um site e aplicações tecnológicas móveis junto aos comércios para otimizar a informação ao turista. Aos comerciantes foram apresentadas várias propostas para o mobiliário de esplanada, toldos, expositores, estruturas de menus e também de sinalética. O objetivo é uniformizar a imagem deste «centro comercial a céu aberto». A estética desenhada será representativa da cultura vilarealense em que os elementos água, rio, mar, indústria conserveira, xilogravuras, poesia de António Aleixo, entre outros, marcarão presença.

Propostas em aberto Tal como referiu, nas sessões públicas de esclarecimento acerca do projeto, Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, estas propostas “não estão fechadas para que possam ser melhoradas

com o contributo de todos”. O objetivo é “valorizar o centro histórico de modo a torná-lo mais atrativo ao nível turístico e económico”, lembrando o autarca que “esta requalificação vem dar resposta ao que é reivindicado há muito tempo, nomeadamente, pelos comerciantes”. O executivo do município quer “uma VRSA surpreendente já este verão”, sendo que pela frente a SGU tem quatro meses de intenso trabalho no âmbito do «Jessica».

CM VRSA

ACRAL aplaude A Associação de Comerciantes, ACRAL, em Vila Real de Santo António aplaude a iniciativa. António Guedes, responsável máximo desta delegação, lembra “a importância que este projeto vai ter no relançamento da economia do centro histórico vilarealense”. De referir que o «Jessica» em VRSA é encarado como e potenciador de novos nichos de mercado, sendo também atrativo ao nível imobiliário.

Edifício da Alfândega já começou a ser requalificado no âmbito do Jessica

 BioFach

Sal de Castro Marim fez sucesso na Alemanha As associações Terras do Baixo Guadiana e Odiana levaram até à Alemanha o sal de Castro Marim, considerado por muitos o melhor sal do mundo. A verdade é que o stand das associações foi bastante concorrido e de lá trouxeram-se elevadas expectativas de comercialização. Decorreu entre 13 e 16 de Fevereiro em Nuremberga, na Alemanha, a «BIOFACH» Nada mais nada menos que a maior feira internacional de Produtos orgânicos do mundo e onde o Baixo Guadiana se fez representar com o sal de Castro Marim. O objetivo de partida do Baixo Guadiana era afirmar no mercado mundial este sal como um produto biológico de alta qualidade. A experiência superou as expectativas, de acordo com a comitiva que esteve a representar as associações Terras do Baixo Guadiana e Odiana. O JBG ouviu também Rosa Dias, presidente da cooperativa de produtores de sal de Castro Marim, que nos confirmou “a elevada adesão”

que o sal e flor de sal de Castro Marim tiveram naquele país germânico. Esta feira terá sido um grande trampolim para este produto pelas “inúmeras encomendas que a cooperativa já teve graças a este certame”, sublinha Rosa Dias. A participação do sal de Castro Marim nesta feira “insere-se numa estratégia de dinamização e promoção do território e numa aposta clara nos produtos locais biológicos e endógenos da região”, lembra Valter Matias, diretor-executivo da Odiana. Por sua vez, Ricardo Bernardino, coordenador da ATBG, lembra que “o sal certificado e com esta escala tem de estar cada vez mais presente

em certames desta dimensão”. Balanço da BioFach em Abril Para melhor conhecer o balanço que vai sendo feito desta feira o JBG está a produzir uma reportagem sobre o tema que vai ter destaque na edição de Abril. De referir que vamos ouvir também a empresa «Baesuris Sal» que marcou presença no stand do Baixo Guadiana, mas a título individual. A iniciativa surgiu no âmbito do Plano de Aquisição de Competências e Animação PACA – Subprograma3 – Dinamização das Zonas Rurais do Programa PRODER

Comerciantes preparam «Dia da Andaluzia» O comércio do Centro Histórico de Vila Real de Santo António acolhe uma série de iniciativas de promoção integradas, entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março, preparando-se para receber as centenas de espanhóis que habitualmente visitam a cidade por ocasião do feriado do «Dia da Andaluzia» (28 fevereiro). A medida destina-se também a assinalar o final da época oficial de saldos, a promover o comércio tradicional e a garantir a animação do centro histórico da cidade. Nestes quatro dias, o Centro Cultural António Aleixo recebe o I Outlet Têxtil / Feira de Stocks de VRSA. O certame conta com a participação de vários expositores e comerciantes de VRSA, que aproveitarão a ocasião para escoar os seus produtos e preparar as novas coleções. A Feira de Stocks ultrapassará as portas do Centro Cultural, envolvendo cerca de três dezenas de lojas do centro histórico que se associarão ao evento como «aderentes», através de publicidade alusiva. Paralelamente, irá decorrer, na Praça Marquês de Pombal, a I Feira do Comércio Tradicional

de VRSA. Aqui estarão disponíveis produtos como doçaria, frutos secos, cerâmicas, produtos hortícolas e tasquinhas. A feira funcionará todos os dias, entre as 9h30 e as 20h00, e junta uma mostra de artesanato organizada pela Associação Cultural de VRSA. No mesmo recinto, haverá carrocéis para os mais novos, bem como animação de rua. Em agenda está a atuação do Rancho Folclórico da Associação Cultural de VRSA, a atuação do Clube de Dança «A Idade do Ouro» e a apresentação de um espetáculo de dança dos alunos da Escola Secundária de VRSA. O Outlet Têxtil/Feira de Stocks e a I Feira do Comércio Tradicional são uma organização conjunta da Câmara Municipal de VRSA, da empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU) de VRSA, da delegação local da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (Acral) e da Associação Cultural de VRSA.


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LOCA L  Até 21 de Março

Agricultores afetados pelos incêndios ainda podem recorrer a apoios Os agricultores que foram afetados pelos incêndios florestais de Julho do ano passado participaram numa sessão de divulgação que deu a conhecer os apoios disponíveis, no âmbito do restabelecimento do potencial produtivo. Os pedidos de apoio podem ser feitos até 21 de Março. A iniciativa decorreu ainda no final de Janeiro e surge de uma ação conjunta da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e da Câmara Municipal de Castro Marim e teve lugar no Centro Multiusos do Azinhal. A sessão de divulgação debruçou-se sobre apoios a conceder aos agricultores do concelho, nomeadamente, das freguesias de Azinhal e Castro Marim, afetados pelos incêndios florestais de Julho do ano passado. Trata-se de um apoio atribuído no âmbito da aplicação da Ação 1.5.2 «Restabelecimento do potencial produtivo», integrada no Subprograma nº 1 do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente, PRODER.

Agricultores de Almada

D’Ouro e Junqueira Participaram dezenas de agricultores, cujos terrenos em Almada D’Ouro e Junqueira tiveram prejuízos com os incêndios ocorridos, o Diretor Regional de Agricultura, explicou o alcance da medida de apoio para minimizar os danos causados nas explorações agrícolas e, ainda, o modo como poderão apresentar os pedidos de apoio. A Câmara Municipal disponibilizou o Bibliomóvel do Município e um técnico credenciado para os ajudar no preenchimento do formulário eletrónico, disponível no sítio da Internet do PRODER, em www.proder.pt. De referir que o Bibliomóvel é uma biblioteca móvel a funcionar de segunda

a sexta-feira e está apetrechado de meios especializados e informatizados que, além da promoção do livro e da leitura, disponibiliza outros tipos de informação aos utilizadores no âmbito cultural, social, desportivo ou informação ao munícipe.

Pedido de apoio até 21 de Março

Os agricultores de Almada D’Ouro e Junqueira afetados pelos incêndios podem requerer apoio até 21 de Março

O formulário do pedido de apoio deverá ser submetido ao site do PRODER, até ao dia 21 de Março de 2013. Para mais informações, os interessados poderão contactar o Gabinete de Apoio ao Munícipe (GAM) através do e-mail: gam@ cm-castromarim.pt ou pelo telefone 280 210 778.

 300 novos pinheiros

Mata Nacional das Dunas Litorais Bombeiros de de VRSA vai ser reflorestada Alcoutim receberam No próximo dia 2 formação de combate de Março a Mata Nacional das Dunas a incêndios Litorais de Vila Real de Santo António vai receber 300 pinheiros mansos numa jornada ambiental que vai envolver diversas entidades responsáveis na matéria e também voluntários por esta causa.

A ação é aberta a toda a comunidade e trata-se de mais uma ação de reflorestação da Mata Nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António que desta vez vai receber um total de 300 pinheiros mansos (pinus pinea). Vai acontecer já a 2 de Março pelas 14h30. A jornada dá seguimento ao projeto «Floresta Comum», que estabeleceu como meta a plantação de 3000 novos pinheiros na mata nacional, até ao final de 2013, renovando este espaço verde inserido na Rede Nacional de Áreas Protegidas e na Rede Natura 2000. No dia 2 de Março vão estar a colaborar diversas entidades parceiras, nomeadamente o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), onde se inclui a Reserva

O quartel dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim recebeu, nos dias 14 e 15 de fevereiro, a formação de Ferramentas Manuais para Combate a Incêndios Florestais, em que participaram oito corporações de bombeiros e a Associação Cumeadas

(Associação de Proprietários Florestais). A formação foi ministrada por elementos da Força Especial de Bombeiros, com a colaboração da Autoridade Nacional de Proteção Civil e da Câmara Municipal de Alcoutim.

Iniciativa está aberta a toda a comunidade Natural do Sapal de Castro Marim e VRSA. Está prevista, igualmente, a participação e colaboração do grupo de Sapadores Florestais, do Banco de Voluntariado de VRSA, dos jovens do projeto «Escolhas Vivas», do grupo de Escoteiros n.º 60 de VRSA, entre outras associações locais e regionais que queiram participar.

Projeto «Floresta Comum»

Mata Nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António A Mata Nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António assume um papel de proteção desta região, funcionando como meio de fixação do sistema dunar, controlando os ventos marítimos e abrigando fauna selvagem. Atualmente, desempenha uma importante função social, sendo frequentemente utilizada para a prática desportiva.

Localmente, o projeto «Floresta Comum» envolve ainda a participação dos alunos do concelho, no âmbito das ações ambientais desenvolvidas em contexto escolar, nomeadamente o «eco-escolas», tica com informações relativas às através do qual será criada sinalé- espécies plantadas.

Formação teve lugar a 14 e 15 de fevereiro


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“O agravamento das condições de vida vai exigir mais da esquerda”

Susana H. de Sousa JBG: Os seus 80 anos foram pretexto para uma grande homenagem, levada a cabo por muitos amigos e familiares, em Lisboa, e que foi bastante divulgada pela comunicação social. Esperava um acontecimento destes na sua vida? Carlos Brito: Não, claro que não esperava de maneira nenhuma!... E se não tivesse surgido esta ideia de homenagem eu teria deixado passar os meus 80 anos muito em segredo, e faria figura de muito mais novo! (risos). Isto foi uma ideia de um grupo de amigos pessoais, a que depois se juntaram também os amigos políticos. De uma maneira geral foi a união de pessoas com quem ao longo da minha vida me fui encontrando tanto no plano político, como cultural e cívico. JBG: Houve alguém que gostava de ter visto neste jantar

cARLOS bRITO e que não compareceu? CB: Para além de amigos que estavam adoentados, e outros que por motivos vários quiseram, mas não puderam estar presentes, a ausência mais significativa foi a da representação do PCP. No jantar estavam muito elementos do PCP, mas não a representar o partido. Enquanto que estavam representantes do PS e do Bloco de Esquerda, e pessoas de outras associações de esquerda para além da Associação Renovação Comunista, da qual eu faço parte, e que teve um papel muito importante na organização do jantar, e noutros aspetos que foram assinalados nos 80 anos da minha vida. JBG: Não esperava, então, a ausência de um representante do PCP… CB: Não, não esperava. As questões mais quentes que aconteceram entre mim e o PCP já foram há muitos anos, foram nos finais do

século passado!... Pensei que pelo facto de estarmos adiantados num outro século tivesse esbatido essas diferenças e que tivesse prevalecido a camaradagem. JBG: Qual a leitura que faz dessa ausência? CB: É a persistência de uma atitude muito sectária em relação a quem tem opiniões muito diferentes, a quem divergiu de uma linha geral e que tem outra conceção do que deve ser o projeto comunista para o país. JBG: Depois de ser sancionado com a suspensão do PCP, pelo facto de ter uma visão renovadora dentro do partido, optou por «bater com a porta» e abandonar um partido que serviu ao longo de praticamente 50 anos. Como é que olha para o PCP atualmente; acredita que a dissidência vai ter continuidade neste partido?

CB: Eu creio que quando persiste uma linha muito sectária, muito fechada, há sempre um terreno de cultura muito favorável à dissidência. E lamento que assim aconteça. JBG: A associação Renovação Comunista, da qual é presidente do Conselho Geral, surgiu como projeto ainda enquanto estava no PCP? CB: Não, surgiu apenas quando chegámos à conclusão que não havia quaisquer condições de diálogo com PCP; um diálogo que nós desejávamos fazer dentro do partido. As sanções e outras medidas de retaliação que o partido tomou em relação aos militantes que tinham opiniões diferentes da direção levou-nos à conclusão que não era possível um diálogo interno e, por isso, decidimos organizarmonos fora para polemizar com o PCP. Não havendo diálogo há polémica, e é isso que temos feito.

A Renovação Comunista nunca quis constituir-se como partido, apesar de discutirmos essa questão por várias vezes. O que interessa é assumir a nossa vocação de reflexão no plano ideológico e político sobre o projeto comunista para Portugal e nessa base defender os nossos pontos de vista e influenciar a posição do PCP, quer o PCP queira dialogar connosco quer não queira. JBG: Têm-se associado à Renovação Comunista militantes do PCP descontentes com o partido? CB: Há casos desses, mas também de pessoas sem filiação partidária que tomam conhecimento do nosso propósito e associam-se a nós. JBG: A associação Renovação Comunista está empenhada em refletir sobre a reformulação do projeto comunista em Portugal… CB: E não só; para além de proje-


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Carlos Brito cumpriu a 9 de Fevereiro 80 anos de vida. Por sua iniciativa o mais certo era a efeméride ter passado quase despercebida. Mas amigos, companheiros de luta e família não quiseram que a data passasse em claro. Bem pelo contrário, juntaram-se e realizaram em Lisboa uma homenagem de enorme impacto, não apenas para o homenageado, mas também para toda a sociedade portuguesa que foi informada pelos meios de comunicação social desta reunião, que foi lugar de aclamação ao resistente anti-fascista, revolucionário clandestino, preso político, promotor da liberdade e democracia, escritor, jornalista e cidadão ativo, cuja grande parte da vida tem sido trilhada ao serviço da democracia portuguesa. tarmos um novo projeto comunista em Portugal, temos privilegiado na nossa intervenção a aproximação e convergência das forças de esquerda, particularmente em determinados momentos do país, como o que estamos a atravessar; em que vivemos uma crise muitíssimo profunda, com desemprego assustador, com o empobrecimento acelerado e a pobreza a atingir níveis muito elevados. Neste momento a esquerda é desafiada a apontar muito rapidamente uma alternativa e a apresentar propostas credíveis para o país sair da crise. De resto, defendemos que a convergência deve surgir tanto à esquerda como mais ao centro para travar as dificuldades seríssimas com que estamos a viver em Portugal. JBG: Sendo este um período tão dramático está, efetivamente, a servir de mote para que surja essa convergência? CB: Eu tenho dito que em termos objetivos há uma série de questões em que essa convergência existe; como o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social pública, a escola pública, bem como em relação a várias privatizações e à reforma do Estado. Relativamente a esta questão eu tenho saudado muito a posição que o PS, PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes tomaram na Assembleia da República: é a primeira vez que não se constitui uma comissão parlamentar, neste caso para discutir a reforma do Estado, porque uma parte significativa dos partidos se recusa a participar nela. Demonstra que há um terreno comum em questões capitais e que a partir daqui é possível apresentar uma proposta ao país para uma nova governação. É inédito em Portugal que não se constitua uma comissão parlamentar por falta de contraditório na Assembleia da República. Apesar de institucionalmente ser muito importante, lamentavelmente, não se tem dado grande importância a esta questão. JBG: O que falta para que surja uma proposta de convergência da esquerda em Portugal? CB: É preciso ultrapassar os preconceitos que me parece que há em todos os partidos de Esquerda. Estão agarrados aquela ideia errada de que cada partido tem que seguir sozinho para tirar vantagem. Mas a experiência refuta essa visão, e é preciso olhar para o que a experiência nos tem demonstrado. JBG: A direita tem mostrado

Carlos Brito completou 80 anos no passado dia 9 de Fevereiro e foi alvo de uma homenagem em Lisboa uma capacidade de união bem diferente da esquerda… CB: A direita sempre ultrapassou mais rapidamente as opiniões próprias de cada formação para privilegiar os interesses de classe, das forças sociais que estão por detrás dos partidos. JBG: E o projeto da Renovação Comunista, formado há 10 anos, está a cumprir-se? CB: Sim. Temos um papel de reflexão, intervenção política, ideológica; para tentar influenciar, nomeadamente, para as convergências. Só não conseguimos concretizar os progressos no diálogo com o PCP, mas pensamos que não tem sido por nossa causa... Como combatente que sempre fui vou preservando a esperança de um dia chegarmos a esse diálogo! Até porque o agravamento das con-

dições de vida dos portugueses vai exigir mais da Esquerda; não apenas vai acusar a coligação de Direita, mas também reivindicar propostas à Esquerda. JBG: Defende a linha marxista como orientadora do projeto comunista em Portugal… CB:Sim, a linha marxista é mais abrangente, não está manchada por experiências concretas que comprometem e ensombram os ideias do socialismo e do comunismo, enquanto o marxismo-leninismo funcionou como doutrina de Estado da União Soviética e funciona actualmente como doutrina de Estado da China ou da Coreia do Norte. Pelo contrário, o marxismo afirma-se cada vez mais como a ciência que desvenda as mais profundas contradições do capitalismo, que

estão na base das suas cruéis injustiças, assegura o caminho mais certo de lutar contra elas e contra o capitalismo em geral.A crise que vivemos no nosso país e que a crise que humanidade está a viver dão plena razão ao marxismo. Outro aspeto da linha marxista tem que ver com a filosofia de partido. O marxismo-leninismo está mais ligado a uma filosofia de partido que assenta no centralismo democrático; já a filosofia que os marxistas têm é a do método democrático puro e simples sem centralismo. JBG: Quando tentou afirmar as suas ideias renovadoras no PCP fê-lo com a legitimidade de quem deu a vida pelo partido? CB: Eu tinha as minhas convic-

ções e cheguei a acreditar que a renovação era possível dentro do PCP. Efetivamente, eu legitimava as minhas opiniões pelo facto de por várias vezes ter sacrificado a minha vida pelo partido. Não sabia até onde é que a minha resistência às torturas me poderia levar, mas isso nunca me fez abandonar a luta. Pensei sempre que isso me daria uma certa legitimidade para ter opiniões sustentadas. Quanto mais me sentia incompreendido mais isso me fortalecia; não admitia que colocassem em dúvida as minhas intenções, porque sempre demonstrei a minha lealdade no PCP… JBG: Desde cedo que aprendeu a defender as suas ideias… CB: Fui desenvolvendo essa capacidade de lutar pelas minhas ideias desde o MUD Juvenil em que erámos muito perseguidos e maltratados pela polícia. JBG: Ao serviço do PCP a determinação valeu-lhe vários episódios de tortura, oito anos de prisão, 10 anos de vida clandestina, uma fuga de alto risco da prisão do Aljube... Como é que conseguiu resistir tanto?! CB: Os meus interesses culturais e literários foram sempre uma grande ajuda nos períodos de isolamento. Procurava ter a cabeça sempre ocupada e não pensar naquela condição de confinamento em que me encontrava. Já tenho contado que na prisão quando não tinha acesso aos livros passava muito do meu tempo a recitar poesia que sabia de cor. Era bom para as cordas vocais falar, para a memória ser exercitada e uma excelente ocupação também para fazer uma análise dos poetas portugueses. (risos) JBG: Foi torturado por não prestar quaisquer declarações à PIDE [Polícia Internacional de Defesa do Estado]. A tortura do sono é a mais difícil de aguentar… CB: É a mais difícil, sem dúvida. Ser espancado não custa nada (risos). Fica-se com nódoas negras e outras mazelas, mas passa. A tortura do sono nunca se sabe quando vai acabar. O preso a certa altura começa a ter alucinações, a ter medo de enlouquecer. Fui alvo da tortura do sono várias vezes; cheguei a estar três dias e quatro noites sem dormir… Não foi para chegarmos a este ponto que lutámos. JBG: Passados 39 anos de democracia e no meio de uma


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crise gravíssima como olha para o processo de desenvolvimento de Portugal no pós-25 de Abril? CB: Não foi para chegarmos a este ponto que lutámos. Aliás, no que diz respeito às condições sociais posso dizer-lhe que regredimos à época da ditadura. Hoje temos manchas de fome e de falta de condições de vida gravíssimas. JBG: E quanto aos triunfos do «25 de Abril»?... CB: Olhe, um Serviço Nacional de Saúde que se mantém e que tem grandes defensores tanto da Esquerda como da Direita, a Segurança Social pública, apesar de todos os ataques que tem servido, a escola pública, que com as suas limitações permitiu dar um salto na formação no país. Não podemos também esquecer o poder local que, apesar de estar a ser cada vez mais atacado, antes era inexistente. JBG: Como encara esta lei autárquica que está a ser o centro das atenções, pela negativa, em pleno ano de eleições? É a favor ou contra a limitação de mandatos? CB: Quanto a mim não é uma questão fundamental. Ao invés de estarmos a discutir a limitação de mandatos deveríamos promover uma maior atribuição de competências às assembleias municipais, que estão esvaziadas de poder. Veja-se em relação ao orçamento em que a única competência que a assembleia municipal tem é a de o colocar em votação sem qualquer poder de alteração. A assembleia municipal deveria ser, também, um patamar de formação de cidadãos, quer para exercer mandatos públicos quer como maior representatividade das populações. JBG: Mas é favorável ou contra a limitação de mandatos? CB: Quanto à lei da limitação de mandatos foi aprovada e, na verdade, dá duas interpretações. Considero que deveria ser respeitada no sentido em que os autarcas que acumularem três mandatos consecutivos devem sair da cena política. Eu estou convencido que essa é grande intenção da lei e seria mais saudável para a democracia que a lei fosse cumprida. Mas, deixe-me dizer-lhe que tenho dúvidas que o país tenha quadros para que de tantos em tantos anos possa haver essa renovação geral… JBG: «O povo é quem mais ordena». Do seu ponto de vista, o povo tem-se manifestado o suficiente? CB: Penso que é preciso mais. Mas também compreendo que houve um avolumar de ações que conseguiu travar a TSU [Taxa Social Única] e depois seguiu-se um período em que as massas populares estiveram a tomar fôlego. Espero que haja novas movimentações do género que resultem numa mudança global. É preciso lembrar que as manifestações têm tido resultados claros, nomeadamente no recuo por parte do Governo em relação às privatizações da RTP e da TAP, nomeadamente. A luta tem produzido resultados, mas é preciso que a vontade popular condicione mais o Governo e ajude a encontrar outra saída para o país. JBG: Acredita em mudanças efetivas também em relação

ao memorando da Troika? CB: Nota-se uma mudança de atitude agora em relação “custe o que custar” que Pedro Passos Coelho havia anunciado relativamente ao cumprimento do programa de ajuda financeira a Portugal. A linha que estava definida para o ajustamento está derrotada, foi um fracasso. Já perceberam que é preciso dialogar de outra maneira com a Troika e espero que o façam

Há 14 anos em Alcoutim empenhado nas causas locais JBG: Está há 14 anos em Alcoutim, afastado da vida agitada de Lisboa. Desde que aqui chegou inseriu-se em pleno na vida local, fundando várias associações, o Jornal do Baixo Guadiana e integrando a direção de outras entidades. Mantém bastante ativa a atividade literária. Continua a ser um cidadão bastante ativo, o que acarretará também disciplina… CB: Gosto de estar integrado de forma muito intensa na vida associativa, dando o que posso para ajudar ao desenvolvimento de Alcoutim. Por norma, a minha rotina passa por escrever durante a manhã, quando me sinto mais criativo, e a tarde reservo-a para questões ligadas às associações locais. Por vezes é tão intenso que nem tenho tempo para tratar da minha hortinha (risos). JBG: Esteve sempre empenhado na luta pela construção da ponte Alcoutim-Sanlúcar, um projeto muito ambicionado, mas sem concretização à vista… CB: Chegou a ser feito um estudo prévio que dava parecer positivo à ponte, mas a verdade é que, lamentavelmente, até agora não houve verba, nem tão pouco, decisão efetiva quanto a esta obra. A ponte daria um grande impulso ao desenvolvimento económico das duas margens e é muito ambicionada pelas populações. Arrancaria Alcoutim desta situação ultraperiférica e, por isso, é um projeto pelo qual vamos continuar a lutar. JBG: O acelerado despovoamento de Alcoutim levaram a que Carlos Brito, Mário Zambujal e a professora Teresa Rita Lopes criassem o movimento cívico «Pr’ó Futuro de Alcoutim»… CB: Com esta crise a tendência é que o Interior seja ainda mais desprovido de serviços. Isso tem-se verificado, o que tem agravado as condições de vida da população. O grupo Pró Futuro de Alcoutim tem como finalidade travar a fuga dos serviços bem como promover iniciativas que chamem a atenção de investidores de modo a criar mais postos de trabalho.

A escrita é uma grande paixão JBG: Para além desta intensa atividade cívica encontrou em Alcoutim a tranquilidade que precisa para dar continuidade à sua produção literária, sendo que a escrita é uma das suas grandes paixões, tendo já publicado 12 obras. Quais os projetos que tem em mãos? CB: Neste momento tenho três dossiers em aberto! Um novo livro de contos do Guadiana das marés; um livro de reflexão política sobre o movimento comunista internacional e um livro de poesia! São temas e géneros muito distintos, mas que vou trabalhando a par e passo. Como disse, a escrita é uma das minhas grandes paixões! JBG: O livro «Álvaro Cunhal, Set Fôlegos do Combatente» é o marco na sua carreira literária, tendo tido o maior reconhecimento nacional. Esperou para poder escrever este livro com maior distanciamento político-partidário… CB: Esperei cinco anos após a sua morte para o escrever. Era preciso ganhar esse distanciamento dos acontecimentos vividos para escrever quase cinco décadas de história do PCP e da figura de Cunhal.

Jornal do Baixo Guadiana é o porta-voz dos três concelhos JBG: E em relação ao Baixo Guadiana o que é preciso fazer para promover o seu desenvolvimento? CB: Desde logo dizer-lhe que o Jornal do Baixo Guadiana dá uma expressão de unidade a este território e é o porta-voz das aspirações dos três concelhos. Por isso considero que é muito importante que se mantenha e com esta linha atuante. Há muito para reivindicar para o Baixo Guadiana, desde logo o desassoreamento do rio; um processo que se tem arrastado no tempo, apesar de determinante para o desenvolvimento do território. É preciso tornar o Guadiana navegável e promovê-lo porque tem uma enorme potencialidade. JBG: O IC 27 até Beja teria também um papel importante no desenvolvimento do território… CB: Sem dúvida. Era muito importante que o IC27 fosse concluído até Beja, encontrando uma solução que o aproximasse de Mértola, visto que há o receio de que o IC27 retire os turistas que passam pelo interior. JBG: Há muita ainda por fazer no Baixo Guadiana CB: Está quase tudo por fazer… !

Com a regionalização o Interior estaria muito mais defendido JBG: É também um dos membros fundadores do movimento cívico «Regiões Sim». A regionalização está posta de parte neste momento. CB: A regionalização está como a ponte Alcoutim-Sanlúcar; num impasse! As conceções deste Governo não dão abertura para a regionalização, sendo o ministro Miguel Relvas um dos maiores inimigos desta reorganização administrativa. Apesar de tudo o movimento mantém-se. E estou convicto que caso tivesse havido regionalização o nosso Interior teria maior capacidade de aguentar a crise. O Algarve estaria muito mais defendido. Esta região está em decadência, com a mais elevada taxa de desemprego e com muitas dificuldades no turismo, tendo as portagens na Via do Infante trazido um retrocesso enorme à região. JBG: Como é que será possível o Algarve reerguer-se? CB: Eu penso que só será possível através da recuperação da agricultura e das pescas e numa aposta forte no turismo. O Algarve foi completamente cercado por esta política. JBG: O estado em que o Algarve se encontra deve-se apenas a um forte ataque ou também à falta de capacidade de defesa? CB: O ataque é forte, mas o facto de não termos uma região enfraquece a resposta. Era preciso uma voz coletiva que se fizesse ouvir contra as muitas forças que conspiram contra o Algarve.

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D ESENVOLVI ME NTO  Estudo com base em dados do INE

Castro Marim e VRSA no top das localidades com mais qualidade de vida do país Os concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António estão na lista dos 30 ao nível nacional que têm mais qualidade de vida. O estudo é da Universidade da Beira Interior. Castro Marim aparece classificado em 22.º lugar e Vila Real de Santo António, logo a seguir, em 23.º. São os dois concelhos do Baixo Guadiana presentes nesta lista que inclui outros concelhos do Algarve. O estudo foi levado a cabo pela Universidade da Beira Interior (UBI), destinado a avaliar o Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social de Portugal. O estudo foi coordenado pelo Professor Catedrático Doutor José Pires Manso, tem por base os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) obtidos em 2010, para os 308 municípios do país, que incidem nas condições materiais, sociais e económicas refletidas no número de centros de saúde, equipamentos culturais e a taxa de escolarização por cada cem mil habitantes. Nesta terceira edição do estudo sobre a qualidade de vida dos municípios portugueses da responsabilidade da Universidade da Beira Interior, no grupo dos primeiros 30 classificados, o Algarve surge à cabeça com onze concelhos, seguindo-se a região do Alentejo

com seis. O município de Castro Marim já se pronunciou sobre este dados e numa nota enviada às redações diz mesmo que “os dados relativos a Castro Marim, agora conhecidos são expressivos da trajetória de desenvolvimento sustentável que o concelho tem vindo a prosseguir nos últimos anos e que se traduzem no aumento da qualidade de vida e no bem-estar das populações. Para esse facto, muito têm contribuído as políticas levadas a cabo pelo executivo em áreas fundamentais da vida municipal tais como o saneamento básico, as acessibilidades, a habitação social, a cultura, o ambiente ou as questões sociais”, pode ler-se no comunicado. A Câmara Municipal entende que o presente estudo “constitui um incentivo para o trabalho autárquico realizado mas, ao mesmo tempo, exige mais responsabilidades para continuar a travar a batalha do desenvolvimento e da modernidade a que os castromarinenses aspiram”.

Lisboa ocupa 1.º lugar

Castro Marim ocupa o 22.º lugar e VRSA o 23.º lugar nesta lista que é liderada por Lisboa O estudo divulgado no portal da UBI, de acordo com a lista dos trinta

municípios classificados e respetivos índices, atribui a Lisboa o 1ºlugar

e em 30º está Ponta Delgada, nos Açores.

 Debate em Ayamonte

Eurocidade Ayamonte/VRSA afirma potencial turístico As cidades fronteiriças de Ayamonte e Vila Real de Santo reuniram-se com hoteleiros, profissionais e associações comerciais de Portugal e Espanha para recolher sugestões e avaliar o potencial turístico da recém-criada Eurocidade Ayamonte - Vila Real de Santo António. Na jornada de trabalho, que, em meados de Fevereiro, juntou dezenas de pessoas no auditório do Centro Cultural Casa Grande em Ayamonte, concluiu-se que, em conjunto, as duas cidades têm maior capacidade para se afirmarem quer no contexto do Algarve, quer no contexto da Andaluzia, captando mais visitantes e ampliando os proveitos turísticos.

Eurocidade potencia economia de escala Tendo em conta as estatísticas oficiais de cada um dos países e a capacidade de alojamento de Ayamonte e VRSA, estima-se que, em conjunto, a Eurocidade Ayamonte – VRSA possa representar perto de 11% da capacidade de alojamento do Algarve (cifrada em 102884 camas) e cerca de um quarto da capacidade de alojamento da região

de Huelva (47912 camas). A capacidade global de alojamento da Eurocidade Ayamonte – VRSA coloca a cidade espanhola no primeiro lugar em termos de camas turísticas no contexto da região de Huelva. Em sentido idêntico, a Eurocidade passa a conferir a Vila Real de Santo António o quarto lugar em termos de camas turísticas no Algarve. Unidas, as duas localidades têm ainda para oferecer 6 campos de golfe de 18 buracos, assim como 3 portos desportivos que, na totalidade, oferecem mais de 900 lugares de amarração. Para o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, “Portugal e Espanha vivem uma realidade semelhante em termos turísticos, nomeadamente no que se refere aos desafios e dificuldades, pelo que a definição de estratégias comuns trará proveitos igualmente comuns para os agentes económicos”. «Estamos confiantes de que a cooperação turística é uma área com potencial no contexto da Eurocidade, até porque não estamos a impor nenhum modelo à partida, mas antes a construir caminho ao

A Eurocidade potencia a economia de escala. Comerciantes e hoteleiros dão seu parecer à iniciativa lado dos profissionais do setor”, continua Luís Gomes. Para o presidente do Ayuntamiento (município) de Ayamonte, Antonio Rodríguez Castillo, a reunião desenvolvida com os profissionais do turismo mostra que “existe vontade política para iniciar um trabalho comum nos dois lados da fronteira”, tendo o autarca igualmente destacado o papel das associações empresariais de Portugal e

Espanha.

Eurocidade representa novo modelo de cooperação A «Eurocidade Ayamonte – VRSA» é exemplo de um novo modelo de cooperação que vai além da colaboração institucional e da soma de simples programas e iniciativas. Adotando uma nova visão de cida-

dania europeia, o projeto conjuga esforços e recursos, o que passará, por exemplo, pela gestão conjunta dos serviços e equipamentos dos municípios fronteiriços.


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D ESEN VO LVIMEN TO  Promoção Turística

Baixo Guadiana marca presença na BTL 2013 Os concelhos de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim estiveram representados na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), a maior mostra nacional de turismo. A iniciativa foi levada a cabo pela Associação Odiana. O Baixo Guadiana marca presença com um stand na Bolsa de Turismo de Lisboa 2013, que decorre desde 27 de Fevereiro até 3 de Março. A maior mostra de Turismo que em Portugal é um espaço privilegiado para os agentes económicos e demais entidades a operar em Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. A oferta turística deste território desde a serra, barrocal, rio e mar é bastante diversificada, sendo que na BTL esteve em destaque a elevada qualidade turística do património natural, ambiental, cultural, arquitetónico, histórico e gastronómico. O rio Guadiana, as praias, os produtos da gastronomia tradicional, a avifauna, a flora, o artesanato, a riqueza arqueológica e arquitetónica e os diversos nichos turísticos presentes – sol e mar, natureza, rural, patrimonial, cultural e gastronómico

– vão ser fortemente promovidos.

Odiana aposta na promoção A participação do Baixo Guadiana em certames turísticos nacionais e internacionais é cada vez mais uma constante, indo ao encontro do objetivos de promoção traçados pelas associações locais de desenvolvimento e autarquias, bem como agentes económicos locais. A participação do Baixo Guadiana foi assegurada pela parceria das associações Terras do Baixo Guadiana e ODIANA, que nos últimos anos têm apostado numa forte promoção turística do território. A primeira presença autónoma do Baixo Guadiana na BTL aconteceu em 2012 e foi extremamente positiva pela visibilidade adquirida,

Odiana esteve na BTL com os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e VRSA bem como pela consistência e eficácia que acrescentou à promoção dos três concelhos no mercado turístico. De referir ainda que Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António integraram o «Espaço Algarve» que junta no mesmo pavilhão o Turismo do Algarve e

os restantes municípios algarvios. Um espaço que pretende promover e divulgar a região algarvia de forma integrada e mais apelativa.

Operadores turísticos do Reino Unido visitaram VRSA Três operadores turísticos do Reino Unido estiveram em Vila Real de Santo António, entre 21 e 23 de Fevereiro, no âmbito de uma «Fam Trip», uma visita educacional com o objetivo de melhor conhecer as potencialidades do turismo náutico, de desporto, saúde e bem-estar do concelho. Ao longo de três dias, os operadores turísticos tiveram oportunidade de conhecer as infraestruturas e os recursos naturais de Vila Real de Santo António, potencialidades que têm contribuído para que o município obtenha cerca de um milhão de dormidas anuais e tenha registado algumas das mais elevadas

taxas de ocupação do Algarve em 2012 e já em 2013. O Complexo Desportivo de VRSA, centro de treino acreditado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e classificado como Centro de Preparação Olímpica, por onde têm passado alguns dos mais mediáticos atletas e clubes da atualidade, foi um dos pontos de destaque desta visita. Contaram também, com os olhares atentos dos operadores, as praias de Monte Gordo e a Mata Nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António, esta última cada vez mais utilizada como espaço de manuten-

ção e preparação física durante todo o ano, bem como a rede de ciclovias municipais. Além destes recursos, os operadores turísticos do Reino Unido também descobriram o núcleo histórico de Cacela Velha, bem como centro histórico pombalino através de uma visita guiada com o historiador Hugo Cavaco.

Golfe e turismo náutico Noutra ótica, foram mostrados os enquadramentos dos campos de golfe do concelho e realizou-se uma visita à Associação Naval do Guadiana, de

forma a promover o turismo náutico e as potencialidades do rio ibérico. Esta «Fam Trip» foi organizada pelo município de Vila Real de Santo António e pela ODIANA - Associação de Desenvolvimento do Baixo Guadiana e contou com a parceria da AICEP London e da Associação Turismo do Algarve (ATA).A iniciativa inseriu-se no protocolo estabelecido entre a Odiana e a ATA, no âmbito do Plano de Comercialização e Vendas (PCV) em vigor.

Portugal vai receber mais verba comunitária do que esperado O orçamento comunitário prevê um corte de 95 mil milhões em relação à primeira proposta da Comissão Europeia. No entanto, Portugal obterá, no conjunto entre os programas de coesão e de agricultura, 27,8 mil milhões, mais 300 milhões do que no documento inicial. Foi com satisfação que o primeiro-ministro português encarou o acordo alcançado sobre o orçamento da União Europeia para os próximos sete anos. Este acordo superou as expectativas iniciais, mesmo com a redução comunitária. Pedro Passos Coelho sublinhou que Portugal obteve no conjunto da política da coesão e da política

agrícola comum “um valor de 27,8 mil milhões de euros”, mais 300 milhões de euros” do que o documento inicial. O montante dos fundos, ainda que superior ao inicialmente proposto, representa uma diminuição de “9,7%” em relação ao quadro financeiro anterior (2007-2013). Por ouro lado, a média europeia revela uma queda de 13,1%. “Num

contexto de descida generalizada, melhorámos a nossa posição relativa no seio da UE no conjunto da coesão e agricultura”, defendeu o primeiro-ministro. Passos Coelho aproveitou ainda a ocasião para expressar o seu “reconhecimento” ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, “pelo seu decisivo contributo para o sucesso

desta negociação em circunstâncias adversas, tanto no interesse comum europeu, como no interesse de Portugal”.

NO ALGARVE

ELEIÇÃO NA ACRAL – Pela primeira vez, desde o ano de 1979, a ACRAL, Associação do Comércio e Serviços do Algarve, terá duas listas concorrentes aos órgãos sociais. João Rosado, atual presidente, é confrontado por Victor Guerreiro. As eleições realizam-se a 5 de Abril próximo, já com cerca de um ano de atraso. Álvaro Viegas, presidente da Assembleia Geral da ACRAL, considerou que só agora ficaram reunidas as condições necessárias a discutir e aprovar os documentos de gestão, devido a dúvidas que existiram sobre a regularidade. Em causa, encontram-se os relatórios de atividades e contas de 2011 e 2012 e os planos de atividade de 2012 e 2013. FADO ALEIXO – Este é o título do novo trabalho e oitavo CD de originais de Afonso Dias, que transporta para o fado os versos do poeta António Aleixo. O projeto conta com o apoio da Direção Regional de Cultura do Algarve, da Fundação INATEL e dos municípios algarvios de Lagoa, Loulé, S. Brás de Alportel e do município alentejano de Castro Verde. Afonso Dias, poeta e compositor, também fez casar o Fado Aleixo com instrumentos pouco habituais no fado como o acordeão, o fagote, o piano e o cavaquinho. PO ALGARVE 21 – O investimento elegível no âmbito do PO Algarve 21, atingiu 287 milhões de euros no final de 2012, anunciou a CCDR-Algarve. Os apoios financeiros foram de cerca de 142 milhões de euros, repartidos por 343 projetos, entre 900 candidaturas. Estes valores representam 81% do plafond atribuído ao PO Algarve 21, para o período de 20072013. DESEMPREGO – Números negros para o desemprego na região do Algarve. Os níveis dispararam para valores preocupantes, batendo pela negativa todas as regiões do país, com exceção da Região Autónoma da Madeira. Fica para reflexão dos responsáveis pela condução das políticas económicas e financeiras que, após tantos programas de combate à sazonalidade e a afirmação do turismo como principal fonte de riqueza para a economia destas áreas do nosso país, sejam elas as que estão a sentir as maiores dificuldades para enfrentar a crise.

José Cruz


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DESENVOLVI ME N TO

Grafeno um novo e revolucionário material «Perto

da

Europa»

O grafeno é um novo material, baseado no carbono, elemento abundante na atmosfera do nosso planeta. A descoberta deste revolucionário material valeu aos investigadores o prémio Nobel da Física. Saiba porquê. José Cruz

Fundos de pensões – um aspeto importante do modelo social europeu “Acima de tudo, os fundos de pensões existem para servir uma finalidade social. Só em segundo lugar devem funcionar como instituições financeiras, tendo em conta os enormes ativos que gerem”, declarou o Comissário Europeu responsável pelo Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, László Andor, numa conferência sobre o papel dos fundos de pensões no envelhecimento ativo e na solidariedade entre gerações, em Bruxelas. Acrescentou que a sustentabilidade a longo prazo da União Económica e Monetária também exige solidariedade e que é vital clarificar e reforçar a sua dimensão social, como foi reconhecido pelos Chefes de Estado ou de Governo na cimeira de 2012. As próximas semanas serão fundamentais para avaliar de que modo esta discussão deverá ter lugar tendo em vista o Conselho Europeu de junho de 2013. Um importante contributo para o debate sobre a abordagem da reforma social pela UE será o pacote de investimento social que a Comissão apresentará a 13 de fevereiro. Esse pacote deverá estabelecer uma agenda em matéria de política social para ajudar os Estados-Membros a realizarem as reformas estruturais necessárias para saírem da crise mais fortes, mais competitivos e mais coesos. O discurso estará disponível às 18h. Comissão e a UNESCO apelam a uma ação conjunta em matéria de literacia A Comissão Europeia e a UNESCO apelaram a uma ação conjunta para reduzir o número de jovens e de adultos que carecem das competências básicas em matéria de leitura e de escrita, tanto na Europa como a nível mundial, numa reunião realizada no Parlamento Europeu. Agenda Digital: Comissão pede ao Tribunal de Justiça que aplique uma coima a Portugal por excluir empresas da prestação do serviço universal A Comissão Europeia pediu ao Tribunal de Justiça Europeu que impusesse uma coima a Portugal por não ter respeitado uma decisão de 2010 do Tribunal que exigia ao país que respeitasse as regras europeias das telecomunicações ao decidir quem deve prestar o serviço universal em Portugal. A Comissão sugeriu um montante fixo de 5 277,30 euros por dia para o período compreendido entre o acórdão de 2010 e a segunda decisão, definitiva, do Tribunal. UE lança estratégia para os combustíveis limpos A Comissão Europeia anunciou hoje um pacote de medidas ambicioso para assegurar a criação de estações de serviço para combustíveis alternativos em toda a Europa, com normas comuns de conceção e utilização. As iniciativas tomadas até à data prendem-se essencialmente com os combustíveis propriamente ditos e os veículos que os utilizam, sem terem em conta a distribuição dos combustíveis. Os esforços para proporcionar incentivos têm sido insuficientes e mal coordenados.

Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 europedirect@ccdr-alg.pt

www.ccdr-alg.pt/europedirect

O nosso mundo de objetos e utilitários está em vias de mudança, graças à descoberta da forma de aproveitar um novo material, baseado no carbono, elemento abundante na atmosfera do nosso planeta, a que foi dado o nome de grafeno. A descoberta é de Andre Geim e Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester, Inglaterra. Com ela, ganharam o prémio Nobel da Física. Recentemente a Comissão Europeia atribuiu aos investigadores uma bolsa de mil milhões de euros, destinada à pesquisa de novas aplicações com este material que é mais forte que qualquer diamante, muito mais condutor que o cobre, flexível

Uma sugestiva imagem sobre as futuras aplicações de grafeno, publicada no site e transparente. Ocupa o espaço de um plano com a dimensão de um átomo, estruturado numa retícula hexagonal, dado que cada átomo se liga a outros três. A verba será repartida por 600 equipas científicas de todo o mundo, incluindo a de Nuno Peres, da Universidade do Porto, colaborador dos laureados desde 2005 e um dos grandes teóricos do grafeno, a quem foi atribuído o prémio Gulbenkian da Ciência 2011, no valor de 50.000 euros. As propriedades elétricas especiais que vêm desta estrutura residem no facto de que cada átomo de carbono, que tem 4 eletrões, utilizar três na

ligação e partilhar com os outros átomos o outro eletrão, que viaja pela rede. Os nossos lápis de pau têm, na mina, quem diria, sucessivas camadas de grafeno que pode ser extraído com o recurso a uma vulgar fita adesiva. Devido às propriedades elétricas é bastante provável que, num futuro bem próximo venha a substituir o silício na produção de semicondutores. Para se ter uma ideia da eficácia, basta considerar que um processador de silício de 5GHz, pode, se construído com grafeno, alcançar velocidades 100 vezes superiores com maior eficácia. Os cientistas também descobriram

qua a introdução de “defeitos” na estrutura do grafeno pode permitir a criação de componentes eletrónicos mais pequenos e mais rápidos. A IBM já apresentou o primeiro circuito integrado de grafeno e a NASA, agência espacial americana, anunciou a descoberta de grafeno no espaço. Os leitores que têm Internet podem pesquisar a palavra e passarem algum tempo a consultar a abundante documentação e vídeos sobre este curioso material que alguns já prognosticam como criador de um novo paradigma de vida para os seres humanos.

Desemprego atinge já 923 mil pessoas De acordo com o Instituto Nacional de Estatística o desemprego em Portugal afeta perto de mil pessoas. O número preciso é 923 mil e os dados foram divulgados a meados de Fevereiro. O que faz com que a taxa respetiva atinja já os 16,9%. Os dados são respeitantes ao último trimestre de 2012. A evolução do desemprego ao longo do ano e os números do último trimestre ameaçam as previsões do Governo para o corrente ano. No Orçamento do Estado, o executivo espera fechar 2013

No Algarve a taxa de desemprego atinge já os 19,7%

com uma taxa de desemprego de 16,4%. A taxa de 16,9% tem por detrás uma população desempregada que já ultrapassa as 923 mil pessoas. Comparando com o último trimestre de 2011, o INE dá conta de mais 152 mil desempregados. E, entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado, 52 mil pessoas declararam estar sem emprego. A região do Algarve é a que tem maior taxa de desemprego ao nível nacional, atingindo já os 19,7%.

 Em 2012

Economia recuou 3,2% acima das previsões do Governo A economia portuguesa recuou 3,2% em 2012. Um valor que é ligeiramente pior que o previsto pelo Governo e pelos credores internacionais na sexta revisão do programa, quando apontavam para uma queda de 3% para a totalidade do ano. Neste período, Portugal foi o segundo país onde o PIB mais contraiu dentro da União Europeia, sendo apenas ultrapassado pela Grécia. São resultados piores do que as previsões do Governo português da troika. Também vai contra a previsão da OCDE, a mais pessimista de todas, ao prever uma contração de

3,1% para 2012. Segundo a estimativa rápida das contas nacionais do Instituto Nacional de Estatística, que anuncia as contas para o último trimestre do ano, este é o quarto trimestre consecutivo em que a economia portuguesa encolhe em comparação com o ano anterior. Esta revisão em baixa levou a que o Governo anunciasse um pedido de alargamento do prazo para o cumprimento do défice por mais um ano. O pedido à Troika foi feito durante o fecho da edição do JBG pelo que não nos foi possível avançar mais desenvolvimentos sobre esta matéria.

Vitor Gaspar pediu um alargamento do prazo para cumprir o défice


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C ULTUR A

Teatro Experimental de Alcoutim prepara duas estreias O Teatro Experimental de Alcoutim (TEA) existe desde 2009 e desde então que tem dinamizado a vida cultural e artística do concelho. De uma assentada só o grupo está a preparar duas estreias e, como vem sendo habitual, com elevada expectativa junto da comunidade. «A História do Dragão», para a infância e outra direcionada para os adultos com o nome «Monte Demo» são as peças que estão a ser produzidas neste momento para estrear em breve. Os espetáculos serão apresentados em várias povoações do concelho e posteriormente a nível regional. Além destes projetos, o TEA vai participar também num projeto da Direção Regional de Cultura do Algarve, numa digressão da peça «As Pinduronas», uma adaptação do «Auto da Índia», de Gil Vicente, exibida em 2011 e que fez sucesso junto da comunidade alcouteneja, mas também vilarealense, aquando da participação do Festival Internacional de Teatro organizado

pela companhia profissional vilarealense «Fech’ó Pano».

Município apoia o TEA À frente deste Teatro Experimental a companhia está há três anos o ator e encenador profissional Francisco Braz, contando com um apoio de 6 mil euros do município de Alcoutim. O TEA nasceu em 2009 e desde então tem desenvolvido a vida cultural de Alcoutim, promovendo espetáculos, proporcionando uma contínua formação cultural e participando ativamente na organização de outros eventos socioculturais. O grupo tem atualmente 12 membros amadores.

Apresentação de «A Cidade Islâmica de Faro» passou por Faro e VRSA

Em Faro a apresentação do livro do vilarealense Fernando Pessanha contou com a presença da delegada regional da cultura Em simultâneo com a impressão o Presidente da Associação Faro em gráfica do Jornal do Baixo 1540, Bruno Lage e o Prof. Doutor Guadiana decorria em Vila Real de António Rosa Mendes, da UniverSanto António a apresentação da sidade do Algarve. O autor contou obra «A Cidade Islâmica de Faro», nesta apresentação em Faro com de Fernando Pessanha. O histo- a presença de uma delegação da riador vila-realense fazia assim a comunidade urbana de Tânger segunda apresentação no mesmo que esteve em visita ao concelho mês, sendo que a primeira acon- de Faro. teceu a 15 na Biblioteca Municipal De referir que esta obra assinala de Faro, e contou com a presença os 1300 anos que passaram sobre o do Presidente da Câmara Muni- início do domínio islâmico em Faro cipal de Faro, Macário Correia, a e no Algarve. Com este livro é-nos Diretora da Direção Regional da dado a compreender a História da Cultura do Algarve, Dália Paulo, presença muçulmana na cidade.

O «Auto das Pinduronas» vai, entretanto, entrar em digressão regional

Clube de leitura de Huelva visita Alcoutim O clube de leitura/cultura portuguesa de Huelva esteve de visita a Alcoutim no passado dia 16 de Fevereiro. Os membros tiveram oportunidade de conhecer a vila, o seu castelo e de ter um encontro na biblioteca municipal «Casa dos Condes» com Carlos Brito. A visita prolongou-se pela manhã e teve como objetivo levar os membros do clube de leitura/cultura portuguesa de Huelva a conhecer Alcoutim, sua história e a personalidade Carlos Brito em ano de comemoração do 80.º aniversário. O JBG esteve presente na «Casa dos Condes» para acompanhar o encontro com Carlos Brito. Uma conversa que se prolongou por cerca de hora e meia e que permitiu aos membros e monitores deste clube ouvirem na primeira pessoa a história de vida deste combatente anti-fascista, líder partidário, escritor, jornalista e homem do associativismo em Alcoutim. No final o JBG questionou um dos monitores acerca da visita e Pedro Tavares explicou que um dos objetivos destas visitas “é divulgar in loco a cultura portuguesa, num contacto direto com as comunidades lusas, tornando mais dinâmica a atividade desta iniciativa”.

«Clube 1001 Palavras | 1001 Debates» O «Clube 1001 Palavras | 1001 Debates» é um projeto de António Cabrita e Pedro Tavares. Este projeto é inovador, desde logo por contar com dois monitores, sem que isso represente mais custos para a organização já que aqueles dividem os honorários.

A visita guiada passou pelo castelo de Alcoutim É grande a vontade de promover a leitura e cultura portuguesas no país vizinho, bem como incentivar ao debate e à troca de ideias a partir de textos escritos em Língua Portuguesa. Outro aspeto inovador deste clube é a utilização de novas ferramentas, como a criação de um blogue e de uma página de facebook, de modo a permitir a interação entre os leitores para lá do espaço de leitura em conjunto.

Encontro semanal Este Clube de Leitura representa uma comunidade de leitores, que se

encontra semanalmente na biblioteca de Huelva para partilhar a leitura do mesmo texto e expressa a sua opinião sobre essa mesma leitura. O encontro implica a leitura partilhada de um texto escolhido, o que requer a participação nos encontros e descoberta de outras leituras através do debate de opiniões sobre os textos lidos. A experiência tem sido “gratificante” tanto para os formandos, bem como para os monitores. António Cabrita e Pedro Tavares são dois homens que promovem a cultura do e no Baixo Guadiana. São os autores do livro de poesia: «UrbaN_iDaDes», publicado em 2012.


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CULTURA

UTL assinalou os 500 anos da fundação de Arenilha No passado dia 6 de Fevereiro a Universidade dos Tempos Livres (UTL) de Vila Real de Santo António assinalou uma importante data para a História Local: os 500 anos da fundação de Santo António de Arenilha. A Aula Aberta, destinada ao público generalista, esteve a cargo do formador do curso de História do Algarve, Fernando Pessanha, e teve a duração de uma hora e meia, aproximadamente. Segundo o comunicador, foi a Carta de Privilégio concedida por D.

Manuel, em 8 de Fevereiro de 1513 que veio determinar a construção de Arenilha: “nossa Villa darenilla que hora mandamos fazer e edifycar”, pelo que o presente mês de Fevereiro balizou os 500 anos da fundação da pequena vila de pescadores. Ao longo da comunicação houve ainda tempo para apontar as razões que levaram à edificação da vila, passar em retrospectiva a vida de António Leite, Senhor de Arenilha e apontar as causas da sua extinção.

Jovem Filipe Baptista lança início de triologia No passado dia 22 de fevereiro teve lugar o lançamento do livro «As três viagens - livro 1», de Filipe Batista, que contou com a apresentação do psicólogo Pedro Costa. Este livro, de um jovem autor de Vila Real de Santo António, é a primeira parte de uma trilogia dirigida ao público jovem e adulto que aborda vários temas pertinentes da sociedade actual, tais como a depressão e exclusão social, bullying, aborto clandestino, drogas, entre outros. Neste livro o leitor é convidado a descobrir um segredo que existe entre personagens. Na apresentação do livro o autor

Liga dos Amigos Manuel Cabanas presta homenagem ao Mestre acompanhada de jovens valores A Liga dos Amigos do Mestre Manuel Cabanas organizou no dia 16 de fevereiro uma evocação ao Mestre por ocasião do 111º aniversário do seu nascimento (1902 – 2013). Como habitualmente, as celebrações começaram pelas 10h, com uma romagem ao cemitério de Cacela Velha, com a colocação de flores. Pelas 11h realizou-se uma sessão solene no Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António, no Espaço Manuel Cabanas, que contemplou a inauguração da exposição de aguarelas «MSC, o xilogravador», do arquiteto Nuno Rufino. Seguiu-se um momento musical com o pianista e compositor Fernando Pessanha, bem como a apresentação da exposição «Gravura Bidimensional», de Tatiana Faleiro, patente no Arquivo Histórico Municipal. Estes três momentos representam a manifestação e oferta cultura que existe no concelho, tendo a Liga, nesta homenagem, rodeado-se de valores jovens da cultura local. O programa terminou com a Assembleia-Geral da Liga dos Amigos do Mestre Manuel Cabanas.

desafiou à leitura de uma história que considera “envolvente” e de “leitura acessível e objetiva”. O auditório da biblioteca municipal encheu-se para este lançamento.

«Semana da Paixão» na Igreja de Castro Marim A exposição «Semana da Paixão» vai estar patente a partir de 17 de Março na igreja do Castelo de Castro Marim. Contém três mil peças de cerâmica pintadas à mão. A iniciativa é da Associação Cultural Amendoeiras em Flor. Aclamada de «Semana da Paixão» consiste numa exposição sequencial, sob representação em maquete de 13 passagens de Cristo, com mais de três mil peças de cerâmica pintada à mão, ambiente alusivo ao tema composto e utilizando vários materiais. O trabalho é produzido por Sócios da ACAF e Artistas da região, terá lugar na Igreja do Castelo de Castro Marim. E será acompanhada de uma exposição de arte sacra e artifícios ligados á religião cristã, cedida por alguns populares da região. Vai ser inaugurada no Domingo dia 17 de Março em que a associação estará representada também pela atuação do coro litúrgico “CREDO IN VOBIS”. Este é também um projeto também criado por esta associação que, assim, dinamiza diversas vertentes em prol da cultura. Na inauguração será servido um beberete, pela Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António para os convidados presentes.

AGENDA VRSA Alcoutim Pereiro Exposição «Bonecas da Flor d’Agulha» Mês de Março Centro de Artes e Ofícios em Alcoutim Exposição de Cerâmicas de Alcoutim, por Isabel Ferreira Mês de Março Casa dos Condes Concerto de Páscoa com Orquestra do Algarve 02 Março, 17h Igreja Matriz do Pereiro

Palestra «Falando sobre Menopausa» 05 Março, 18h Martinlongo Feira do Pão Quente e do Queijo Fresco 10 Março, 11h Vaqueiros Palestra «As Demências» 18 de Março, 21h

Marcha da Papoila 23 Março, 10h Pereiro Encontro de Poetas Populares 23 Março, 14h30 Sede da Associação dos Balurcos Baile da Pinha 23 Março, 21h30 Farelos Bailes da Pinha Março, 21h30 29, Alcoutim 30, Pereiro VIIIª Feira de Doces d’Avó 29 e 30 Março, 14h Alcoutim (Cais da Vila)

Castro Marim Serões do Acordeão 09 Março – Quebradas 16 Março – Alta Mora 23 Março Monte Francisco

João Frizza convida Vanessa Espetáculo integrado nas comemorações do Dia Internacional da Mulher Data: 9 de março Hora: 21h30 Local: Centro Cultural António Aleixo Org.: II ACTO – Produções Artísticas «Al-Buhera» – Espetáculo de Fado Data: 30 de março Hora: 21h30 Local: Centro Cultural António Aleixo Espetáculo comemorativo do 8.º aniversário da Companhia de Dança Splash Data: 16 de março Hora: 21h30 Local: Centro Cultural António Aleixo Org.: Animashow «Casual» – Espetáculo de Dança Data: 23 de março Hora: 21h30– Org.: Grupo de Danza del patronato Municipal de Deporte de Ayamonte e Academia de Baile de Gracia Díaz (Vila Real de Santo António) Direção Artística: Gracia Díaz/Carolina Caetano /Susan Oliveira

POR CÁ ACONTECE

Sessão «Saber cumprir para melhor trabalhar! – Obrigações laborais» Data: 15 de março Hora: 14h30 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas Org.: Autoridade para as Condições do Trabalho Clube de leitura «Livros mexidos» Tema do mês: Literatura Russa ou autores que escreveram sobre a Rússia Data: 21 de março Hora: 18h00 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas «Via Sacra» - Exposição coletiva de 15 fotógrafos algarvios Data: 4 a 31 de março Horário: segunda a sexta-feira 9h30 > 12h30 - 14h00 > 16h30 Local: Arquivo Histórico Municipal | VRSA - Exposição – Indústria Conserveira em Vila Real de Santo António; - Exposição - Artes Litográficas; - Exposição – Espaço Manuel Cabanas; - Exposição de escultura - Arlindo Arez «Subtil Feminino» (logradouro);

- Consulta de documentos e acesso à internet todos os dias de 2ª a 6ª - das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 16h45. - Visitas guiadas todos os dias com marcação prévia pelo telefone 281510260 A Casa da Marioneta (Con)vida Data: 23 a 30 de março Local: Jardim Municipal (Junto ao Complexo Desportivo de VRSA) Informações: helio.bonusfrater@gmail.com


JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2013 |

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COLUNA CULTURAL

C ULTUR A

O Rei Poeta Al Mutamid – Governador de Silves e Rei de Sevilha Poucos foram os soberanos muçulmanos do Gharb al-Andaluz cujos nomes conseguiram resistir às ameaçadoras brumas do esquecimento. Um destes soberanos foi o célebre Muhammad Ibn Abbad Al Mutamid (‫دمتعملا‬ ‫)دابع نب‬, frequentemente conhecido como rei-poeta Al Mutamid; um dos mais distintos e eloquentes poetas do al-Andaluz. Al Mutamid nasceu em Beja, no ano de 1040, e era filho de Al Mutadid, o poderoso rei da taifa de Sevilha que ficou conhecido por adornar o seu jardim com as cabeças dos seus inimigos e por ter mandado matar um dos seus próprios filhos, Ismail, que conspirava contra ele. Quando o pequeno reino taifa de Silves sucumbiu perante a ofensiva do rei abádida de Sevilha, o jovem Al Mutamid, que então teria apenas 13 anos, foi deixado a governar o território que compreende o actual Algarve. Foi durante o governo de Al Mutamid, em Silves, que a cultura floresceu e que surgiram outros poetas na sua corte, como ibn al-Milh, al-Mississi, ou o controverso ibn Ammar, por quem o jovem viria a desenvolver uma profunda amizade (que não teve final feliz…). Contudo, a morte de seu pai fez com que Al Mutamid se visse obrigado a deixar o Algarve e a voltar para Sevilha, de onde passou a dirigir o seu reino. A verdade é que todas as disputas entre os vários reinos taifas do al-Andaluz vieram facilitar as investidas dos reinos cristãos. Em 1085, Afonso VI de Castela conquistava Toledo, e no inverno seguinte já preparava o cerco a Saragoça. Perante a ameaça que representava Afonso VI de Castela, Al-Mutamid viu-se obrigado a pedir auxílio aos almorávidas, gente robusta e dura do sul de Marrocos, contra as recomendações dos seus conselheiros. Segundo a tradição, quando os conselheiros de Al Mutamid lhe alertaram para o perigo que representavam os almorávidas, este terá respondido: “ser antes cameleiro em África do que guardador de porcos em Castela”. Desta forma, um imenso exército almorávida comandado por Yussef ibn Tachfin cruzou o estreito e aportou em Algeciras em 1086, de modo a auxiliar o rei-poeta. Tendo derrotado o exército de Afonso VI de Castela e ganho a batalha de Zalaca, os almorávidas regressaram a Marrocos mal impressionados com os reinos taifas da península Ibérica, uma vez que o modo de vida e a falta de rigor religioso destes incomodava o fundamentalista fervor religioso da dinastia marroquina. Acabariam por regressar ao al-Andaluz em 1090, destronando Al Mutamid em 1091. Depois de ver os seus filhos assassinados, o rei-poeta foi levado em ferros para Agmat, no sul de Marrocos, juntamente com a sua esposa Itimad, onde viriam a perecer. Para a História ficou a memória deste rei do al Gharb, amante de tertúlias e um dos mais notáveis poetas do seu tempo. Tal é a admiração e o orgulho por esta personalidade do al-Andaluz que, ainda hoje, o túmulo de Al Mutamid e Itimad é local de peregrinação para os muçulmanos… Fernando Pessanha Historiador e Formador de História do Algarve * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Delegação Regional da Cultura assume compromisso para valorizar acordeão Dália Paula, delegada regional da cultura, confessou-se uma apaixonada pelo acordeão em dia de primeiro aniversário da «Mito Algarvio-Associação de Acordeonistas do Algarve». O Festival Internacional do Acordeão que teve lugar no passado dia 3 de Fevereiro na Quinta do Sobral foi palco para uma importante mensagem de Dália Paulo que assumiu o compromisso de trabalhar com a

«Mito Algarvio» para elevar o acordeão a património nacional. “Este é um instrumento nobre da cultura algarvia que é preciso preservar e em conjunto com a associação de acordeonistas recém-criada vou trabalhar para elevar o acordeão a património nacional e quem sabe um dia consigamos elevar a património imaterial da humanidade”, assumiu.

«Mito Algarvio» nasceu há um ano A associação de acordeonistas do Algarve nasceu há um ano e tem como presidente o castromarinense João Pereira. Com sede em Tavira esta associação surge com o objetivo de promover, investigar, defender e promover o acordeão

Serões de Acordeão em Castro Marim Entre 9 de Março e 7 de Setembro vai ter lugar mais uma temporada dos Serões do Acordeão. Este evento vai percorrer diversos lugares do concelho, nas freguesias de Azinhal e Odeleite. Num total de vinte sessões, de Furnazinhas à Tenência, passando por Rio Seco, os castromarinenses e os turistas que nos visitam poderão ouvir e

dançar as modinhas que, melodicamente, se soltam das teclas do acordeão, instrumento que continua a encantar novos e velhos. Com o espírito da amizade e da partilha, os acordeonistas João e Miguel Pereira, ao longo de sete meses, propõem-se levar a música e à animação aos quatro cantos do concelho, recriando momentos únicos

Tertúlia juntou utentes da Santa Casa da Misericórdia

de lazer e cumplicidade com os munícipes. A nova temporada dos Serões de Acordeão é uma das apostas da programação cultural do Município para esta Primavera/Verão, com a qual se pretende preservar a cultura e o património do concelho, quebrando o isolamento das

Quebradas Monte Francisco Alta Mora Vale do Pereiro Funchosa de Cima São Bartolomeu do Sul Junqueira Corte Pequena Odeleite Rio Seco Azinhal Corte Gago Portela Alta de Baixo Almada D´Ouro Tenência Alcarias Grandes Alcaria de Odeleite Furnazinhas Foz de Odeleite Cortelha

A 13 de fevereiro o Jornal do Baixo Guadiana dinamizou mais uma tertúlia em Castro Marim. Desta vez aconteceu no Lar e Centro de Dia onde os utentes tiveram oportunidade de falar sobre os momentos mais marcantes da sua vida.Muitas foram as histórias de outros tempos que se ouviram no espaço da Santa Casa da Misericórdia

zonas do interior e, ao mesmo tempo, conferir bem-estar e qualidade de vida às populações locais. Os Serões de Acordeão têm a organização da Câmara Municipal de Castro Marim e o apoio das Juntas de Freguesia e das Associações Locais.

9 Março 16 Março 23 Março 6 Abril 13 Abril 20 Abril 27 Abril 4 Maio 18 Maio 25 Maio 1 Junho 8 Junho 6 Julho 13 Julho 20 Julho 27 Julho 3 Agosto 10 Agosto 17 Agosto 7 Setembro castromarinense. A nostalgia tomou conta de uma manhã que preencheu de uma forma diferente os utentes que acederam à nossa iniciativa. A tertúlia foi uma organização do JBG em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, nomeadamente com a animação socio-cultural de Neuza e Susana


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COLABORADO R E S JUSTIFICAÇÃO

No dia seis de Dezembro do ano dois mil e doze, nesta cidade de Olhão e Cartório Notarial, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote um, rés-do-chão, perante mim, Lic. António Jorge Miquelino da Silva, respectivo Notário, compareceram como outorgantes:

A Voz da Razão Distraído no meu viver imaginário Escuto, conformado, a voz da razão Neste sonho de vivências voluntário O aqui, o agora, o depois e o então Nos tempos percorridos que vivi A experiência que ganhei na ignorância Faz-me pensar no agora e aqui Os tempos que vivi na minha infância Na mocidade que é minha, por ter vivido Digo bendita seja a ignorância Porque nela nasce a voz da razão Só vivendo se aprende a ter vivido Quero continuar a ser criança Na velhice que os anos me darão. Manuel Gomes

Primeiros José Rodrigues e mulher Claudina Rita Pereira Barão Rodrigues, casados sob o regime

As Noites da Minha Aldeia Vejo da minha janela as estrelas a brilhar; e a lua cheia tão bela, como é lindo o seu luar! O céu da minha aldeia tem mais encanto e beleza; nas noites de lua cheia, está em festa a Natureza. Ó noites da minha aldeia, noites de luar d’Agosto, quando a lua está bem cheia fica mais belo o teu rosto. É tão límpida a claridade que o luar de Janeiro produz, essa gélida luminosidade que enche a aldeia de luz.

O Falso Amigo Tu falas tanto dos outros Mas fazes ouvidos moucos Quando não queres falar Não digas mal de ninguém Pelo mesmo caminho vem O que não estás a esperar. Se um dia de mim falares E ao mesmo tempo pensares Aquilo que tu disseste Não te admires também Falar de ti a alguém Pelo pago que me deste. Sei que falas com desdém E se algo de mal contém Tu ficas logo interessado Como bem se compreende Quem não está não se defende Ao saber fica chocado. Com as tuas falsas ideias E o caminho que rodeias Desconheces a verdade Acredito, quero crer Que não aprendeste a ler O que diz sinceridade.

Noites frias, noites quentes, lindas noites de luar, dançam as estrelas cadentes no céu até desmaiar. E nem mesmo quando a lua de preconceitos despida, no seu leito fica nua, deixa a noite entristecida. Filosofando, cantando, dei asas à fantasia, vi minha aldeia vibrando nessa noite de poesia. Ia alta a madrugada, descia das nuvens quando, nos braços da terra amada, acordei, estava sonhando. Meu amor, tu és tão bela, ó minha terra natal, flor da minha lapela, sou louco por ti, Azinhal! Manuel Palma

Henrique Roberto Postal do mês de Março «A terra do aço» Estou na esplanada dum restaurante da baixa pombalina. A temperatura bastante agradável e o dia cheio de sol. Mesmo à minha frente tenho um saboroso “prataço” de bife de atum à algarvia com salada e batatinha frita. Quase a terminar esta fabulosa refeição, quando vejo passar o meu “primaço” Jeremias. Chamei-o logo para a minha mesa, e começamos a falar naquele dia em que ele deu o “abalroaço” no carro do “mariconaço”. Mas conversa puxa conversa em terra de marquês ou melhor de Sebastião José de Carvalho e Melo, que fundou a real companhia das pescas, cujo edifício ainda hoje existe em Vila Real Santo António. Por falar em edifício os estimados leitores certamente lembram-se do cinema Foz, passava lá cada “filmaço” de se lhe tirar o chapéu, mas que infelizmente já desapareceu. A terra do aço é simplesmente o sufixo que o povo juntou na sua linguagem em determinados localismos. Escusado será dizer que estaríamos aqui um dia inteiro para refletir todos os vocábulos terminados em “aço”. I lda Ferreira

da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, residentes na Rua Calouste Gulbenkian, nº 72, r/c esqº, freguesia e concelho de Olhão, contribuintes fiscais números 100 502 547 e 103 209 557, portadores dos Bilhetes de Identidade números 4978522 emitido aos 02.04.2008 e 6837173 emitido aos 02.05.2007 ambos pelos S.I.C. de Faro.

Segundos

a) – António Sebastião Afonso, casado, natural da freguesia e concelho de Alcoutim, residente na Rua Calouste Gulbenkian, nº 72, 2º dtº, freguesia e concelho de Olhão, portador do Bilhete de Identidade número 1183675 emitido aos 23.06.1999 pelos S.I.C. de Lisboa; b) – António Joaquim Garrido, casado, natural da freguesia de Alcafozes, concelho de Idanha-aNova, residente na Rua Calouste Gulbenkian, nº 70, 1º esqº, freguesia e concelho de Olhão, portador do Cartão de Cidadão número 02480024 4ZZ0 válido até 15.12.2014; e c) – António Aurélio Guerreiro Frederico, casado, natural da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, residente na Horta Francisco das Marinhas, E.N. 125, freguesia e concelho de Olhão. Verifiquei a identidade dos outorgantes pela exibição dos seus referidos documento de identificação. E pelos primeiros outorgantes, foi dito: Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio urbano térreo, destinado a habitação, com a área coberta de vinte e quatro metros quadrados, com ramada com vinte metros quadrados e curral com trinta metros quadrados, sito em Zambujal, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, a confrontar do Norte do Sul e do Nascente com Rua e do Poente com António Colaço, inscrito na matriz, em nome de José Cavaco, cabeça de casal da herança de, sob o artigo 487, com o valor patrimonial tributável de duzentos e vinte e seis euros e vinte e nove cêntimos, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. Que entraram na posse do referido prédio por compra meramente verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e dois, a António Cavaco Faustino e mulher, Albertina Pereira Ribeiros Faustino, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Vila Real de Santo António, e que estes, por sua vez haviam entrado na posse do prédio em data imprecisa do ano de mil novecentos e cinquenta e dois, por doação verbal e nunca reduzida a escrito que lhes foi feita por seus pais e sogros, José Cavaco e mulher, Custódia Tomásia, casados sob o regime da comunhão geral, residentes no dito sítio e Zambujal, ambos já falecidos; e que sem qualquer interrupção no tempo, desde a mais antiga daquelas datas, portanto há mais de vinte anos, têm estado eles, justificantes e antes os antepossuidores, na posse do referido prédio, habitando-o, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que, invocando expressamente aquela posse iniciada em mil novecentos e cinquenta e dois, adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Pelos segundos outorgantes, foi dito: Que por serem verdadeiras, confirmam as declarações dos primeiros. Assim o disseram e outorgaram. Arquivo: - Certidão comprovativa da omissão do prédio. Exibiram-me: - Caderneta predial obtida via Internet do Serviço de Finanças de Olhão em 12.11.2012, da qual consta que o prédio inscrito na matriz no ano de mil novecentos e trinta e sete. Foi esta escritura lida aos outorgantes e explicado o seu conteúdo, tendo os mesmos sido advertidos de que incorrem nas penas aplicáveis ao crime de falsas declarações perante oficial público se, dolosamente e em prejuízo de outrém, tiverem prestado ou confirmado declarações falsas. CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃO Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, Notário Lic: António Jorge Miquelino da Silva Certifico narrativamente para efeitos de publicação que por escritura de 06 de Dezembro de 2012, exarada a folhas 79 do livro de notas deste Cartório número 93 - A, José Rodrigues e mulher Claudina Rita Pereira Barão Rodrigues, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, residentes na Rua Calouste Gulbenkian, nº 72, r/c esqº, freguesia e concelho de Olhão, contribuintes fiscais números 100 502 547 e 103 209 557, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio urbano térreo, destinado a habitação, com a área coberta de vinte e quatro metros quadrados, com ramada com vinte metros quadrados e curral com trinta metros quadrados, sito em Zambujal, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, a confrontar do Norte do Sul e do Nascente com Rua e do Poente com António Colaço, inscrito na matriz, em nome de José Cavaco, cabeça de casal da herança de, sob o artigo 487, com o valor patrimonial tributável de duzentos e vinte e seis euros e vinte e nove cêntimos, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. Que entraram na posse do referido prédio por compra meramente verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e dois, a António Cavaco Faustino e mulher, Albertina Pereira Ribeiros Faustino, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Vila Real de Santo António, e que estes, por sua vez haviam entrado na posse do prédio em data imprecisa do ano de mil novecentos e cinquenta e dois, por doação verbal e nunca reduzida a escrito que lhes foi feita por seus pais e sogros, José Cavaco e mulher, Custódia Tomásia, casados sob o regime da comunhão geral, residentes no dito sítio e Zambujal, ambos já falecidos; e que sem qualquer interrupção no tempo, desde a mais antiga daquelas datas, portanto há mais de vinte anos, têm estado eles, justificantes e antes os antepossuidores, na posse do referido prédio, habitando-o, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que, invocando expressamente aquela posse iniciada em mil novecentos e cinquenta e dois, adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme: Cartório Notarial de Olhão, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 06 de Dezembro de 2012 Por delegação do Notário, artº 8/2 DL 26/2004, de 04/02, A Colaboradora autorizada aos 01.02.2011 ……………………………………………………… (Ana Cristina Matias de Sousa) ON nº 222/6 Conta registada sob o nº 2276 / 2012

Caro assinante Foram efetuadas transferências bancárias para validação de assinatura do Jornal do Baixo Guadiana cujo jornal desconhece a identidade do remetente/assinante. Agradecemos ao visado que contacte o JBG de modo a proceder à atualização e faturação da respetiva assinatura. 2011 - TRANSF Vânia Alm. Torres, 07 Fevereiro 2011 [Banif], € 10,00 - TRANSF Vânia Isabel Pal, 26 Abril 2011, € 10,00 - TRANSF IB 005863530, 10 Agosto 2011 € 10,00 - TRANSF Teresa Maria Norberto, 14 Novembro 2011, €20,00


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PSIC O LO GIA&PATR IMÓ N IO

A mentira nas crianças Todos os dias nos deparamos com algumas declarações que não são verdades mas e quando estas surgem na boca das nossas crianças? O que fazer? Muitos pais envergonhados perguntam sobre a mentira das suas crianças. Sem conseguir-se perceber o que fazer quando esta situação ocorre. Por volta dos 3/4 anos a criança realiza um investimento na linguagem e percebe que pode dizer tudo. Apos esta fase a criança começa a perceber que também pode dizer o que não é verdade e que tem a capacidade de inventar uma história. É talvez o primeiro contacto que a criança tem com o seu imaginário e quando começa a perceber a diferença entre o que é real e o que é fruto da sua imaginação. A distinção entre os dois mundos é realizada de forma progressiva, após os 6/7 anos e após a integração dos valores sociais e morais a criança já deve perceber esta diferença. Nas crianças a mentira reveste-se de dois aspetos a ter em conta: no primeiro a mentira tal como os adultos a conhecem, ou seja, declaração verbal que não é corresponde à verdade, cujo emissor é consciente de tal facto. Por outro lado a mentira como atividade lúdica e efabulação que consiste numa afirmação errónea que se baseia na vida imaginária do sujeito.

Existem vários motivos pelos quais as crianças mentem. Ackerman and Kappelman descrevem 5 tipos de mentira nas crianças: (1) Mentira exploratória onde a criança testa o que há para descobrir no outro lado da verdade; (2) Mentira Protetora, utilizada para evitar castigos. Esta mentira em crianças pequenas reveste-se na forma de negação (“Eu não parti o boneco”) mas, à medida que a

“«Pinóquio o que aprendeste na escola hoje?... …“Ahhh aprendi a ler os números e a contar as letras» ... e o nariz crescia...” criança cresce toma formas mais sofisticadas e até premeditadas; (3) Grande mentira que consiste no exagero (4) Mentira ruidosa que consiste numa chamada de atenção. Nesta situação a criança é consciente de que o interlocutor sabe qual é a verdade mas persiste na sua história; (5) Mentira fantasiosa, que envolve aspetos do imaginário fantasmático da criança que surgem como desculpa ou para serem responsabilizados pelos seus maus atos. Em algum momento do seu desenvolvimento todas as crianças contam uma mentira. O

Tradições pascais no Baixo Guadiana

Contrato, contrato, contrato faremos. No Sábado de Aleluia o desmancharemos. lhes tinha acontecido algo de mau. Para ocupar esses dias, realizavam-se bailes de roda nas eiras e jogos tradicionais. O Domingo de Páscoa era o dia principal: as pessoas estreavam roupas novas, visitavam os vizinhos e familiares mais chegados, e iam aos bailes. Durante a Quaresma rezava-se o Terço em casas particulares, onde acorriam pessoas da localidade e das redondezas para acompanharem as orações. Os proprietários decoravam o tecto da sala com um pano de lençol, salpicado de estrelas, e faziam um altar com o Senhor Crucificado, outros santos da sua devoção, jarras com flores, toalhas bordadas e enfeitavam as paredes com flores de papel. Nos Terços arranjavam-se namoros e os mais jovens faziam a

Por outro lado a mentira pode também dificultar o adquirir de competências sociais importantes para o desenvolvimento saudável da criança. Então o que fazer quando temos um pequeno Pinóquio? De seguida propomos algumas ideias sobre a melhor forma de lidar com a mentira nas crianças. • Seja claro a definir as regras e tenha em sempre a preocupação da criança entender o porque de cada regra; • A mentira faz parte da vida e alguns adultos mentem. Tente explicar à criança que apesar

Rubrica de pATRIMÓNIO

e sexta-feira santa ninguém trabalhava a terra ou realizava tarefas domésticas, pois contavam-se histórias de pessoas que por laborarem nesses dias

Durante a semana da Páscoa faziam-se os folares, cozidos nos fornos a lenha, em cima de folhas de palma. Coziam folares para cada elemento da família e também para os parentes mais chegados. Eram enfeitados com confeitos e ovos – que se colocavam dentro da massa com casca e tudo. Nessa semana, seguindo a tradição religiosa, as pessoas não comiam carne ou gorduras e temperavam a comida apenas com azeite. No Domingo de Páscoa era proibido comer “aves de pena”, pelo que a ementa tradicional era cabrito ou coelho com griséus. Para escapar à interdição, as famílias mais ricas compravam a bula à Igreja e podiam comer tudo, sem restrições. Na época pascal, as gentes cumpriam escrupulosamente as suas obrigações religiosas. Na quinta-feira

problema real coloca-se quando as mentiras passam a fazer parte integrante da vida da criança que as utiliza com frequência. Um dos problemas da mentira nas crianças é que esta constitui um dos tijolos onde construída uma série de comportamentos problemáticos, acompanhar outros comportamentos indesejados e reduzir as hipóteses deteção destes comportamentos.

“Serração da velha” com uma boneca de trapos enfiada num pau, a representar a mulher mais idosa da localidade. Na semana da Páscoa liam o testamento da velha de trapos para as moças e moços que frequentavam o terço, e no fim serravam a boneca ao meio. Os “Contratos da Páscoa” eram realizados por jovens e adultos durante a Quaresma e terminavam no Sábado de Aleluia. Duas pessoas entrelaçavam os dedos mindinhos e repetiam: “Contrato, contrato, contrato faremos, no Sábado de Aleluia ofereceremos!”. Estavam em jogo algumas amêndoas para o vencedor, que eram pagas no Domingo de Páscoa. Até ao último dia, os contraentes jogavam ao gato e ao rato, pois sempre que um via o outro em primeiro lugar, gritava-lhe “ajoelha” e o outro obedecia sem pestanejar. No Sábado de Aleluia escondiam-se em lugares estratégicos, ou disfarçavam-se com roupas emprestadas para passarem despercebidos e apanhar o outro contraente desprevenido e gritar “Oferece!”, para assim ganhar a aposta.

Pedro Pires Técnico de Património Cultural Membro do CEPHA / UALg

dos adultos também utilizarem mentiras este comportamento não é aceitável; • Tente conversar com a criança sempre de forma calma e não induzi-la a mentir. Realize perguntas abertas, por ex: em vez de perguntar “O que é que tu fizeste?” Tente perguntar: “O que foi que aconteceu?”; • Tente não prometer o que não pode cumprir pois este ato permite que a criança desvalorize a mentira e torne-a num comportamento vulgar, da mesma forma os elementos de educação (pais, tios, ..) devem evitar utilizar mentiras à frente das crianças; • Quando a criança faz alguma asneira tente compreender o seu comportamento conversando com calma e informando com clareza que aquele comportamento não é desejado, propondo sempre uma solução alternativa, se necessário ajude a criança a simular essa solução; • Quando a criança mente tente perceber o que a levou a mentir se de facto estava confusa ou se estava consciente da mentira e porquê; • Por vezes a falta de confiança no apoio parental e a rigidez na punição promove que as crianças tentem escapar à mesma, é recomendada uma reflexão sobre os vários momentos em que houve

punição da criança o que aconteceu e se foi adequada; • Dizer que é feio mentir e que a criança é uma mentirosa ou similar não ajuda! Tente explicar as consequências de mentir; • Após a mentira o castigo ou conversa deverão ser sempre imediatos e, de preferência, com relação à mentira; • Atenção quando a mentira frequente realiza-se sempre sobre o mesmo assunto ou em determinados momentos. A mentira pode esconder alguma angústia da criança que necessite de um pouco de atenção; • Cultive o diálogo com a criança. A cada dia o diálogo deve ser promovido através da escuta atenta dos outros e da escuta atenta da conversa da criança. Apenas com a promoção de um estilo de vida saudável, calmo e atento o desenvolvimento infantil poderá ser saudável.

NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira, Ana Sofia Gonçalves, Daniela Santos

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e quatro de Janeiro de dois mil e treze, foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e dez a folhas cento e onze verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e dois - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Daniel Guerreiro Gonçalves e mulher, Maria de Lurdes Fernandes Galhana Gonçalves, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, ela da freguesia da Luz, concelho de Mourão, residentes em Alcaria Queimada, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, contribuintes fiscais números 125 323 182 e 177 679 719. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do do prédio rústico sito na Corga Velha, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por cultura arvense, oliveiras e amendoeiras, a confrontar a norte com via pública, a sul com Francisco António Ramos, a nascente com caminho e a poente com José Nobre, com a área de mil e quarenta metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na matriz sob o artigo 28, da secção 019, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de 67,45 euros, igual ao atribuído. Que o referido prédio lhes pertence, por o terem adquirido, já no estado de casados, por doação verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, feita pelos dos pais do justificante marido, Adelino Gonçalves e Lucinda Maria, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes que foram em Alcaria Queimada, na dita freguesia de Vaqueiros. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, arando suas terras, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 24 de Janeiro de 2013. A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 55/01 Factura n.º 3343


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PASSATEMPO S & L AZER

Autor: João Raimundo

Quadratim - n.º105

Jogo da Paciência n.º 110

Já que os membros do Governo e outros órgãos de soberania não se preocupam com a miséria, fome, desemprego, fecho de empresas, cortes de salários e pensões (…) vamos todos dizer «Não às Greves» que só beneficiam o Governo e prejudicam grevistas e restantes cidadãos. Manifestações de desagrado si; ordeiras e sem desacatos (…) civilizadas e construtivas.

“PEIXES E NÃO SÓ ”

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Carapaus Sardinha Pargo Besugo Salmão Peixe-Espada Sarda

Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro do «Não às Greves»

8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20.

Tainha Dourada Bacalhau Lampreia Truta Corvina Pescada Polvo Lula Camarão Gamba Santola Sapateira

Soluções Jogo da Paciência - n.º109

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

“Ouvi falar recentemente no CASA - Centro de Arbitragem do Sector Automóvel, para que serve?”

Banco de Roupas Funcionando nas instalações de um armazém cedido à Delegação de Vila Real de Santo António, esta valência presta um serviço importante na área de apoio social à comunidade, uma vez que procura dar resposta a cerca de 270 agregados familiares, número que, dada a crise que o país atravessa, tem vindo a crescer. É dinamizado por um grupo de voluntários que, para além do trabalho de selecção e organização, estão disponíveis dois dias por semana para atendimento dos utentes: 3ª e 5ª feira, das 15h às 17h. Mantém-se em vigor o protocolo com a empresa Ultriplo Lda., que faz a recolha regular da roupa depositada em contentores devidamente assinalados. No entanto, a Delegação agradece todas as dádivas directas de roupa de criança ou de adulto, roupas de cama, carrinhos de bebé, utensílios de cozinha, mobílias e material escolar. Av. Ministro Duarte Pacheco s/n 281541827 – 913771910

A DECO INFORMA... O CASA foi criado pela DECO e por outras entidades (entre as quais associações do sector automóvel) e tem como finalidade auxiliar consumidores e empresas a resolverem conflitos relacionados com a compra ou a utilização do veículo automóvel. Através da mediação, da conciliação, ou de julgamento arbitral, pode ver o seu problema resolvido de modo rápido, desburocratizado, eficaz e gratuitamente, ou com um custo reduzido. Mas, para ter a certeza de que vai ser assim, terá de escolher uma empresa aderente do CASA. Estes mecanismos são voluntários, por isso, só as empresas aderentes garantem a resolução de qualquer reclamação. A DECO aconselha os consumidores a escolherem empresas aderentes do CASA quando compram veículos ou fazem reparações Se vai comprar um veículo novo ou usado, ou se o seu automóvel precisa de uma manutenção programada ou reparação, antes de escolher o stand ou a oficina, procure saber se a empresa é aderente do Centro de Arbitragem do Sector Automóvel (CASA). Saiba que empresa escolher, e como recorrer ao CASA, através do site www.centroarbitragemsectorauto.pt ou pelo 21 782 73 30, 91 871 33 78 ou 96 477 19 28.

Susana Correia jurista

Porquê comprar, quando pode adotar? Visite o canil/gatil Intermunicipal de VRSA/Castro-Marim

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283 Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 968079025 guadivrsa@hotmail.com/ http://associacaoguadi.blogspot.com FACEBOOK associacaoguadi@gmail.com


JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2013 |

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P UBLIC IDAD E CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e quatro de Janeiro de dois mil e treze, foi lavrada neste Cartório, de folhas noventa e nove a folhas cento e sete do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e dois - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: a) Célia Pereira Domingos e marido, Jorge Manuel de Jesus Mateus, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, ele da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, residentes no Largo do Mercado, 1º direito, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 203 571 266 e 178 885 428. b) Manuela Pereira Domingos, solteira, maior, natural da mencionada freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, onde reside, na Avenida D. Maria Rosa Dias, Bloco 8, rés-do-chão esquerdo, na vila e freguesia de Moncarapacho, concelho de Olhão, contribuinte fiscal número 207 692 637. Que declaram ser donas e legítimas possuidoras, em comum e partes iguais, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: UM - Prédio rústico sito em Penedos, composto por cultura arvense e mato, com a área de sete mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte, a Nascente e a Poente com Manuel José e a Sul com linha de água e outro, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 137, da secção 100, com o valor patrimonial tributável de 82,46 euros. DOIS - Prédio rústico sito na Corga dos Fetos, composto por alfarrobeiras e mato, com a área de mil e oitocentos metros quadrados, a confrontar a Norte, a Nascente e a Poente com Manuel Angelino e a Sul com Manuel José Neto e outro, inscrito na matriz rústica sob o artigo 2, da secção 101, com o valor patrimonial tributável de 149,39 euros. TRÊS - Prédio rústico sito na Corga dos Fetos, composto por amendoeiras, cultura arvense, mato, figueiras e vinha, com a área de vinte e dois mil oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água, a Sul com Angelino António, a Nascente com Maria Joaquina Pereira e outros e a Poente com Maria Joaquina e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 4, da secção 101, com o valor patrimonial tributável de 410,71 euros. QUATRO - Prédio rústico sito na Fonte da Buraca, composto por amendoeiras, cultura arvense e amendoal, com a área de dois mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água, a Sul e Poente com José Manuel Agostinho e a Nascente com Adriano José, inscrito na matriz rústica sob o artigo 21, da secção 101, com o valor patrimonial tributável de 51,74 euros. CINCO - Prédio rústico sito em Corgo das Eiras Velhas, composto por cultura arvense, com a área total de seiscentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água, a Sul e a Poente com Adriano José, a Nascente com Maria Joaquina Pereira, inscrito na matriz rústica sob o artigo 84, da secção 101, com o valor patrimonial tributável de 9,72 euros. SEIS - Prédio rústico sito na Cruz das Casas, composto por cultura arvense e mato, com a área de três mil e oitocentos metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Via Pública, a Sul com Adriano José e outros e a Nascente com Francisco Mariano Martins, inscrito na matriz rústica sob o artigo 65, da secção 101, com o valor patrimonial tributável de 42,02 euros. SETE - Prédio rústico sito no Corgo do Lameiro, composto por cultura arvense e mato, com a área total de seis mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com António Guerreiro Rodrigues, a Sul com Manuel Domingos Neto e a Nascente com Maria Joaquina Pereira, inscrito na matriz rústica sob o artigo 103, secção 101, com o valor patrimonial tributável de 31,26 euros. OITO - Prédio rústico sito em Fonte da Buraca, composto por amendoeiras, cultura arvense, figueiras e mato, com a área total de quinze mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água e Manuel Mariano, a Sul com Isabel Teresa Fernandes, a Nascente com Martinho Lourenço e outros e a Poente com Linha de Água, inscrito na matriz rústica sob o artigo 12, secção 102, com o valor patrimonial tributável de 297,36 euros. NOVE - Prédio rústico sito em Eiras Velhas, composto por cultura arvense, mato e vinha, com a área total de quinze mil seiscentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Rodrigues, a Sul com Francisco Martins e outros, a Nascente com Adriano José e outros, e a Poente com Manuel Rodrigues e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 221, secção 102, com o valor patrimonial tributável de 215,60 euros. DEZ - Prédio rústico sito em Corgo dos Griséus, composto por cultura arvense e mato, com a área total de oito mil metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Linha de Água, a Sul com Manuel Domingos Neto e outros, e a Nascente com Adriano José, inscrito na matriz rústica sob o artigo 3, secção 107, com o valor patrimonial tributável de 89,70 euros. ONZE - Prédio rústico sito em Volta do Malho, composto por cultura arvense e mato, com a área total de doze mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água e António Francisco, a Sul com Maria Joaquina Pereira, a Nascente com Maria Joaquina Pereira e outros, e a Poente com António Guerreiro Rodrigues, inscrito na matriz rústica sob o artigo 18, secção 107, com o valor patrimonial tributável de 144,79 euros. DOZE - Prédio rústico sito em Corgo das Portelas, composto por cultura arvense, olival e oliveiras, com a área total de seis mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Francisco Martins, a Sul com Manuel Teixeira António, a Nascente com Francisco Mariano Martins, e a Poente com Linha de Água, inscrito na matriz rústica sob o artigo 133, secção 107, com o valor patrimonial tributável de 101,00 euros. TREZE - Prédio rústico sito no Sítio da Casa do Braz, composto por cultura arvense, com a área total de seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com José Domingos, a Sul com António Guerreiro Rodrigues e a Nascente com Manuel Teixeira António, inscrito na matriz rústica sob o artigo 84, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 9,19 euros. CATORZE - Prédio rústico sito em Barranco do Lavadouro, composto por cultura arvense e oliveiras, com a área total de oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Agostinho, a sul com Francisco Mariano Martins, a Nascente com Francisco Martins, e a Poente com Angelino António, inscrito na matriz rústica sob o artigo 92, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 61,63 euros. QUINZE - Prédio rústico sito em Eira Alta, composto por mato, cultura arvense, amendoal e oliveiras, com a área total de trinta e três mil metros quadrados, a confrontar a Norte com Via Pública, Francisco Valente e outros, a Sul com Francisco Mariano Martins, a Nascente com Adriano José e outros e a Poente com Via Pública, inscrito na matriz rústica sob o artigo 135, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 712,83 euros. DEZASSEIS - Prédio rústico sito em Curral das Piteiras, composto por cultura arvense, com a área total de três mil e duzentos metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Francisco Valente e outro, a Sul com Francisco Valente, e a Nascente com Francisco Mariano Martins, inscrito na matriz rústica sob o artigo 140, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 46,27 euros. DEZASSETE - Prédio rústico sito em Barranco do Lavadouro, composto por cultura arvense, oliveiras, amendoal, mato, construção rural e pomar de citrinos, com a área total de vinte e três mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Angelino António e outros, a Sul com Barranco, a Nascente com Barranco e Lavadouro, e a Poente com Manuel Domingos Neto e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 157, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 746,73 euros. DEZOITO - Prédio rústico sito no Sítio da Portela, composto por cultura arvense e mato, com a área total de nove mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Via Pública, a sul com Francisco Martins e outros, a Nascente com Francisco Mariano Martins, e a Poente com Francisco Martins, inscrito na matriz rústica sob o artigo 176, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 123,42 euros. DEZANOVE - Prédio rústico sito em Soalheira do Poço, composto por cultura arvense, amendoal e mato, com a área total de seis mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Francisco Valente, a Sul com António Guerreiro Rodrigues e outros, a Nascente com Natália Maria Pereira Niza, e a Poente com Joaquim Ramos, inscrito na matriz rústica sob o artigo 204, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 78,92 euros. VINTE - Prédio rústico sito no Sítio do Cerro, composto por amendoeiras e cultura arvense, com a área total de trezentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Joaquim Ramos, a Sul e Poente com Manuel Teixeira António e a Nascente com Manuel Gonçalves Gomes, inscrito na matriz rústica sob o artigo 217, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 57,38 euros. VINTE E UM - Prédio rústico sito em Horta do Barranco, composto por amendoeiras, cultura arvense, oliveiras, alfarrobeiras e citrinos, com a área total de novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Ezequiel Custódio Ramos, a Sul com Francisco Mariano Martins e outro, a Nascente com Estado Português e a Poente com Francisco Valente, inscrito na matriz rústica sob o artigo 253, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 198,12 euros. VINTE E DOIS – O direito a um terço indiviso do prédio rústico sito no Cerro da Eira, composto por cultura arvense, com a área total de mil e duzentos metros quadrados, a confrontar a Norte com João Domingos e outros, a Sul com Manuel Teixeira António, a Nascente com João Domingos, e a Poente com Via Pública e João Domingos, inscrito na matriz rústica sob o artigo 277, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 5,77 euros, correspondente ao direito. VINTE E TRÊS - Prédio rústico sito em Cerro da Eira, composto por cultura arvense, com a área total de três mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com António Guerreiro Rodrigues e outro, a Sul com António Dias Castanho e outros, a Nascente com Manuel Angelino António e a Poente com Manuel Teixeira António e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 280, secção 108, com o valor patrimonial tributável de 45,21 euros. VINTE E QUATRO - Prédio rústico sito em Corgo do Machado, composto por cultura arvense, com a área total de três mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Maria Joaquina Pereira e outro, a sul com José Manuel Agostinho, a Nascente com Maria Joaquina Pereira e a Poente com António Guerreiro Rodrigues, inscrito na matriz rústica sob o artigo 204, secção 109, com o valor patrimonial tributável de 47,51 euros. VINTE E CINCO - Prédio rústico sito em Cerro dos Moinhos, composto por cultura arvense e mato, com a área total de onze mil metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Joaquim Rita e outros, a Sul com Joaquim Pereira e outros e a Nascente com Manuel Domingos Neto, inscrito na matriz rústica sob o artigo 66, secção 109, com o valor patrimonial tributável de 137,37 euros. VINTE E SEIS - Prédio rústico sito em Furadouro, composto por cultura arvense e mato, com a área total de cinco mil e duzentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Francisco Mariano Martins, a Sul com Ramiro António, a Nascente e a Poente com Maria Joaquina Pereira, inscrito na matriz rústica sob o artigo 225, secção 109, com o valor patrimonial tributável de 66,92 euros. VINTE E SETE - Prédio rústico sito em Pereira das Chãs, composto por mato e cultura arvense, com a área total de treze mil e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água e Ezequiel Ramos, a Sul com Barranco das Hortas, a Nascente com Ezequiel Custódio Ramos e outros e a Poente com Joaquim Ramos, inscrito na matriz rústica sob o artigo 4, secção 125, com o valor patrimonial tributável de 137,72 euros. VINTE E OITO - Prédio rústico sito no Barranco do Vale da Rosa, composto por cultura arvense, com a área total de sete mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Francisco e outros, a Sul com António Dias Castanho, a Nascente com Barranco do Vale da Rosa e a Poente com Joaquim Manuel Guerreiro, inscrito na matriz rústica sob o artigo 95, secção 125, com o valor patrimonial tributável de 105,42 euros. VINTE E NOVE - Prédio rústico sito em Corgo do Restolho, composto por cultura arvense de sequeiro, oliveiras, vinha, mato, cultura arvense e leitos de curso de água, com a área total de onze mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Caminho e António Guerreiro Rodrigues, a Sul e Poente com Maria Joaquina Pereira e a Nascente com Linha de Água, inscrito na matriz rústica sob o artigo 36, secção 125, com o valor patrimonial tributável de 274,05 euros. TRINTA - Prédio rústico sito em Cerro Fernandilho, composto por cultura arvense, com a área total de três mil trezentos metros quadrados, a confrontar a Norte com José João Horta, a Sul com Herdeiros de António, a Nascente com Herdeiros de Maria Pereira Teixeira e a Poente com Marcelino José Rodrigues, inscrito na matriz rústica sob o artigo 86, secção 125, com o valor patrimonial tributável de 47,68 euros. TRINTA E UM - Prédio rústico sito em Cerro da Rocha, composto por cultura arvense, com a área total de dezasseis mil trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Caminho, a Sul com António Custódio, a Nascente com Caminho e Maria Rosa Valente e a Poente com Maria Joaquina Pereira e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 28, secção 126, com o valor patrimonial tributável de 236,97 euros. TRINTA E DOIS - Prédio rústico sito em Corela do Ribeirão, composto por alfarrobeiras, cultura arvense, horta e leitos de curso de água, com a área total de nove mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com Barranco do Ribeirão e Joaquim Manuel, a Sul com Joaquim Manuel Guerreiro e outros e a Poente com Joaquim Manuel Guerreiro, inscrito na matriz rústica sob o artigo 33, secção 126, com o valor patrimonial tributável de 469,16 euros. TRINTA E TRÊS - Prédio rústico sito em Pego Redondo, composto por cultura arvense, com a área total de três mil e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com António Custódio, a Sul com Joaquim Manuel Guerreiro e outro, a Nascente com Herdeiros de Isabel Custódio Pereira e a Poente com Joaquim Manuel Guerreiro, inscrito na matriz rústica sob o artigo 42, secção 126, com o valor patrimonial tributável de 44,50 euros. TRINTA E QUATRO - Prédio rústico sito em Corgo dos Loendrões, composto por cultura arvense e mato, com a área total de dois mil e seiscentos metros quadrados, a confrontar a Norte com António Conceição Ramos, a Sul e Poente com Maria Joaquina Pereira e a Nascente com Francisco Martins, inscrito na matriz rústica sob o artigo 77, secção 117, com o valor patrimonial tributável de 16,96 euros. TRINTA E CINCO - Prédio rústico sito em Corgo dos Loendrões, composto por cultura arvense e mato, com a área total de seis mil cento e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Barranco e Manuel Domingos Neto, a Sul com António Conceição Ramos e outro, a Nascente com Francisco Mariano Martins e a Poente com Maria Joaquina Pereira, inscrito na matriz rústica sob o artigo 80, secção 117, com o valor patrimonial tributável de 33,36 euros. TRINTA E SEIS - Prédio rústico sito em Fonte do Barranco, composto por cultura arvense, com a área total de quatro mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água e Manuel Angelino António, a Sul com Francisco Valente e outro, a Nascente com António Guerreiro Rodrigues e a Poente com Manuel Angelino António, inscrito na matriz rústica sob o artigo 158, secção 117, com o valor patrimonial tributável de 66,04 euros. TRINTA E SETE - Prédio rústico sito em Cerro de Alcaria, composto por cultura arvense, com a área total de seis mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Valentim Angelino Pereira, a Sul com António Guerreiro Rodrigues, a Nascente com Francisco Valente e a Poente com Maria Joaquina Pereira, inscrito na matriz rústica sob o artigo 164, secção 117, com o valor patrimonial tributável de 90,94 euros. TRINTA E OITO - Prédio rústico sito em Cerro da Eira Alta, composto por cultura arvense, com a área total de nove mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água e Natália Pereira, a Sul com Barranco, a Nascente com Francisco Martins e outro e a Poente com Manuel Teixeira António, inscrito na matriz rústica sob o artigo 49, secção 119, com o valor patrimonial tributável de 143,55 euros. TRINTA E NOVE - Prédio rústico sito em Hortas, composto por alfarrobeiras, amendoeiras, cultura arvense, figueiras, oliveiras e amendoal, com a área total de três mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Ezequiel Ramos e outro, a Sul com Manuel Angelino, a Nascente com Manuel José Agostinho e a Poente com Maria Joaquina Pereira e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 60, secção 119, com o valor patrimonial tributável de 669,04 euros. QUARENTA - Prédio rústico sito no Sítio da Cerca, composto por cultura arvense, olival, oliveiras e mato, com a área total de cinco mil e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Francisco Mariano Martins e outros, a Sul com Irene Ramos e outros e a Nascente com Caminho, inscrito na matriz rústica sob o artigo 65, secção 119, com o valor patrimonial tributável de 102,77 euros. QUARENTA E UM - Prédio rústico sito em Corgo do Brejo, composto por cultura arvense e oliveira, com a área total de três mil oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com Manuel Angelino António, a Sul com António Ramos e a Poente com Manuel Guerreiro Ramos, inscrito na matriz rústica sob o artigo 97, secção 119, com o valor patrimonial tributável de 80,34 euros. QUARENTA E DOIS - Prédio rústico sito em Umbria das Hortas, composto por cultura arvense e amendoal, com a área total de sete mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Barranco das Hortas, a Sul com João António Cruz, a Nascente com Natália Maria Pereira Rosa e a Poente com Joaquim Ramos, inscrito na matriz rústica sob o artigo 144, secção 119, com o valor patrimonial tributável de 108,24 euros. QUARENTA E TRÊS - Prédio rústico sito em Pau-Seco, composto por cultura arvense e mato, com a área total de treze mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com António Guerreiro Rodrigues, a Sul com António Dias Coutinho e a Poente com Manuel Teixeira António, inscrito na matriz rústica sob o artigo 214, secção 119, com o valor patrimonial tributável de 156,45 euros. QUARENTA E QUATRO - Prédio rústico sito em Umbria do Brejo, composto por cultura arvense e vinha, com a área total de dez mil seiscentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Custódia Martins e outro, a Sul com Joaquim Ramos e outro, a Nascente com Barranco do Brejo e a Poente com Via Pública, inscrito na matriz rústica sob o artigo 222, secção 119, com o valor patrimonial tributável de 206,59 euros. QUARENTA E CINCO - Prédio rústico sito em Soalheira das Carvoeiras, composto por cultura arvense e mato, com a área total de nove mil e seiscentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Linha de Água, a Sul com António Dias Coutinho e outro, a Nascente com Irene Ramos Felício e outro e a Poente com António Guerreiro Rodrigues, inscrito na matriz rústica sob o artigo 2, secção 120, com o valor patrimonial tributável de 135,26 euros. QUARENTA E SEIS - Prédio rústico sito em Corgo da Parreira, composto por cultura arvense e mato, com a área total de sete mil e oitocentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Maria Joaquina Pereira, a Sul com Manuel João, a Nascente com Francisco Valente e a Poente com António Dias Costa e outro, inscrito na matriz rústica sob o artigo 21, secção 120, com o valor patrimonial tributável de 90,94 euros. QUARENTA E SETE - Prédio rústico sito em Barranco das Carvoeiras, composto por cultura arvense e oliveiras, com a área total de oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com Manuel José, a Sul com António Guerreiro Rodrigues e outro e a Poente com António Guerreiro Rodrigues, inscrito na matriz rústica sob o artigo 66, secção 120, com o valor patrimonial tributável de 25,77 euros. QUARENTA E OITO - Prédio rústico sito em Umbria do Corgo da Taipa, composto por mato, cultura arvense e figueiras, com a área total de nove mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Via Pública, a Sul com António Guerreiro Rodrigues e outro, a Nascente com Natália Maria Pereira e a Poente com Custódia Martins, inscrito na matriz rústica sob o artigo 90, secção 120, com o valor patrimonial tributável de 125,55 euros. QUARENTA E NOVE - Prédio rústico sito em Vale das Carvoeiras, composto por amendoeiras, cultura arvense e figueiras, com a área total de setecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte, a Sul e Poente com Natália Pereira Rosa, e a Nascente com Manuel José, inscrito na matriz rústica sob o artigo 108, secção 120, com o valor patrimonial tributável de 32,85 euros. CINQUENTA - Prédio rústico sito em Cerro dos Cabaceiros, composto por cultura arvense e mato, com a área total de onze mil oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Sul com Manuel Angelino António e outros, a Nascente com Manuel José e a Poente com Joaquim Ramos e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 125, secção 120, com o valor patrimonial tributável de 163,69 euros. CINQUENTA E UM - Prédio urbano sito no Cerro, composto por um edifício térreo com dois compartimentos destinado a arrecadações e arrumos, e logradouro, com a área total de sessenta e dois vírgula vinte e cinco metros quadrados, dos quais quarenta e três vírgula setenta e cinco são de área coberta, a confrontar a Norte com Herdeiros de João Pereira e Via Pública, a Sul e Nascente com Via Pública e a Poente com Herdeiros de João Pereira, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1959, pendente de avaliação, ao qual atribuem o valor de 1.100,00 euros. CINQUENTA E DOIS - Prédio urbano sito no Cerro, composto por um edifício térreo com dois compartimentos destinado a arrecadações e arrumos, e logradouro, com a área total de setenta e seis vírgula noventa e cinco metros quadrados, dos quais cinquenta vírgula trinta e cinco são de área coberta, a confrontar a Norte e Sul com Herdeiros de João Pereira e Via Pública, a Nascente e Poente com Herdeiros de João Pereira, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1960, pendente de avaliação, ao qual atribuem o valor de 1.500,00 euros. Que atribuem aos referidos prédios rústicos os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, e aos prédios urbanos os respectivos valores atribuídos, pelo que somam os mesmos o valor global de dez mil cento e vinte e seis euros e oitenta e seis cêntimos. Que os referidos prédios lhes pertencem, por os terem adquirido, ainda no estado de solteiras, a justificante identificada em a), maior, e a justificante identificada em b), menor, por doação verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, por seus pais, João Domingos e Florinda Maria Pereira, casados sob o regime o regime da comunhão geral de bens, residentes no Serro, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado as justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, utilizando os urbanos para armazenamento, pagando suas contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa que, tendo-se iniciado ainda no estado de solteiras, é exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que as justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 24 de Janeiro de 2013. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 51/01 Factura n.º 3341


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DESPOR T O

Futebolândia

Olá e sejam bem-vindos a mais uma «Futebolândia»! Nesta edição vou lançar alguns candidatos á presidência do Sporting, mas aviso, desde já, que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. Candidato Nº1 – Artur Jorge Lembram-se da “limpeza” que fez no Benfica quando foi treinador, só ficou o roupeiro, a águia Vitória e o arrumador de carros (O “Flipas” do Casal Ventoso). Era importante fazer uma limpeza de balneário, por exemplo o Wolfswinkel, não marca um golo nem ao Melgacense da séria A da III Divisão (pelo nome deduzo ser uma equipa de melgas). Eu já tinha referido que era melhor trocar a equipa B pela principal o que vai acontecendo aos poucos. E perguntam os leitores…mas o Artur Jorge é do Sporting? E eu pergunto…e o Jesualdo e o Domingos são?!! Candidato Nº2 – Godinho Lopes Sim o Godinho Lopes. Estava a ser um aliado de Pinto da Costa, do “Tareco” e do “Bobby” e era importante na estratégia do F.C. do Porto para ser campeão nacional. É só analisar, por exemplo a transferência do Izmailov; no Sporting não jogava por estar sempre lesionado, no Porto desapareceram as lesões e é titular. Além disto, Godinho Lopes animava a “malta”, por ser brincalhão e por dar a entender que estava sempre num carrocel e num mundo imaginário. Aliás Portugal é rico nesse tipo de pessoas, é só ver os casos do Vítor Gaspar, Passos Coelho, Miguel Relvas e do boneco do multibanco que está sempre com um sorriso irritante apesar da crise! Candidato Nª3 – Vítor Gaspar Sim, o ministro das finanças, para fazer uma auditoria às contas dos “leões” que até acabariam por dar saldo positivo, porque para dar “barraca” em matéria de matemática não há melhor em Portugal, é só analisar as contas do défice, que se não fosse uma matéria tão importante, até dava para rir. Além de fazer uma “nana” aos adeptos com aquele discurso pautado e adormecido, penso que não faz por mal, até acho que ele anda cansado é só ver as “olheiras”, dá a sensação que não dorme, eu também teria algumas dificuldades em adormecer se estivesse no seu lugar. Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação eusebiocosta@live.com.pt

Campeão europeu voltou a estagiar no Complexo Desportivo O recordista francês Christophe Lemaitre esteve a estagiar até ao passado dia 2 de Fevereiro no Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António. Este atleta ultrapassou o recorde de 10 segundos nos 100 metros lisos, com uma marca de 9s92 nos campeonatos nacionais de França, em Albi em Julho de 2011. Além desta marca, Lemaitre foi campeão da Europa de 100, 200 metros e 4x100 metros e renovou, em 2012, nos Europeus, o ouro nos 100 metros. Atualmente, Lemaitre encontra-se a preparar a época para as competições de Pista Coberta e em Fevereiro participou em diversos meetings e

no Campeonato Francês de Pista Coberta. O estágio de Christophe Lemaitre em Vila Real de Santo António foi promovido pelo clube do atleta – o L’Athlétique Sport Aixois –, emblema sediado em Aix-les Bains, localidade termal situada a Este de Lyon. O atleta, de 22 anos, efetuou um treino aberto à imprensa onde correu ao lado de Pierre Alexis Pessonneaux, também membro da seleção francesa, que se tem destacado nos 200 metros e nos 4x100 metros. De referir que o complexo desportivo de Vila Real de Santo António é cada vez mais procurado por atletas Campeão de 22 anos preparou em VRSA época de competições de alta competição.

 UEFA satisfeita com organização vila-realense

Esperanças do futebol exibiram-se em VRSA Decorreu em Vila Real de Santo António o «Torneio de Desenvolvimento da UEFA de seleções sub-16» masculinos e femininos, organizada pela Federação Holandesa de Futebol e apoiada pela Federação Portuguesa de Futebol. Uma competição que reuniu no relvado do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António as seleções da Holanda, Áustria, Escócia e Portugal e em que os jovens jogadores foram alvo dos olhares atentos de famosos «olheiros» de todo o mundo. A seleção nacional contou com um elemento vilarealense. Após a conquista do torneio por parte da seleção masculina portuguesa a UEFA destacou a qualidade da organização vila-realense e elogiou as instalações do Complexo Desportivo de VRSA, já procuradas por equipas de topo mundial.

Para a autarquia vila-realense, a escolha do município para esta competição é também sinal do reconhecimento do trabalho de promoção do seu Complexo Desportivo e da notoriedade desta estrutura junto dos centros de decisão do futebol.

Complexo Desportivo de VRSA cada vez mais procurado O Complexo Desportivo de VRSA é um centro de treino acreditado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), desde 2002, e está classificado como Centro de Preparação Olímpica, desde 2004. É igualmente sócio-honorário da Associação de Futebol do Algarve. É palco frequente de treino de seleções e formações nacionais e

Seleção Nacional contou com um elemento vilarealense com o n.º 16 internacionais, recebendo ainda eventos periódicos como o «Mundialito» de futebol infantil, a corrida

internacional «X Milhas do Guadiana» ou a «Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo».

Associação BBT Baixo Guadiana angariou meio milhar de alimentos

Jovens podem ser voluntariados no Algarve Cup 2013

A Associação BTT Baixo Guadiana, com o apoio da Câmara Municipal de VRSA e da Junta de Freguesia de VRSA, entregaram mais de meio milhar de bens alimentares à delegação de VRSA da Cruz Vermelha e à Associação de Beneficência Mão Amiga. A angariação foi o resultado de um passeio solidário contra a fome, que aconteceu a 17 de Fevereiro e que teve como objetivo ajudar as famílias carenciadas do concelho vilarealense. A inscrição no passeio teve o valor simbólico de um euro, a que acrescia a doação de um produto alimentar. No mesmo dia, foi igualmente realizada uma recolha de alimentos nos supermercados Intermarché de Vila Real de Santo António, Monte Gordo Angariação feita no âmbito de um passeio solidário de BTT e Altura. O percurso do passeio e contou com a participação de voluntários que colaboraram na teve a extensão de 20 quilómetros mais de 150 pessoas e de vários iniciativa.

O Algarve Cup 2013 - Mundialito de Futebol Feminino vai decorrer entre 6 e 13 de Março e o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) está, em colaboração com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a angariar voluntários, com mais de 16 anos, para apoio à organização deste evento desportivo. Os jogos decorrem em vários estádios no Algarve: Estádio Municipal Bela Vista – Parchal; Estádio Municipal de Albufeira; Estádio Municipal de Lagos; Parque Desportivo Nora – Ferreiras; Estádio Municipal de Vila Real de St. António, Estádio Municipal – Quarteira e Estádio Algarve (conforme calendários de jogos anexo). Os voluntários têm direito a um seguro de acidentes pessoais, lanche, certificado de participação e ressarcimento de despesas.


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D ESP O R TO

«Formula 1» do ciclismo acelerou no Baixo Guadiana

Castro Marim e Tavira foram «a cereja no topo do bolo» da 39ª edição da Volta ao Algarve em bicicleta, que mais uma vez esteve marcada por uma constelação de estrelas. O nome e imagens do Baixo Guadiana estiveram em destaque em todo o mundo, visto a grande cobertura que o evento teve por parte dos meios de comunicação social. Humberto Fernandes

A Volta ao Algarve em bicicleta aconteceu entre 14 e 17 de Fevereiro e a última etapa, um contrarelógio, partiu de Castro Marim rumo a Tavira. A competição foi ganha pelo alemão da equipa Quickstep, Tony Martin, que não deixou os seus créditos por mãos alheias quando se viu sozinho no contra-relógio na ligação Castro Marim a Tavira, repetindo o triunfo de 2011. Tony Martin venceu a última etapa, um contra-relógio de 34,8 quilómetros. Com um tempo canhão de 45.09 minutos o alemão deixou o segundo classificado da etapa, o companheiro de equipa Michal Kwiatkowski, a 1.07 minutos. Os homens da terra Ricardo Mestre (Euskaltel- Euskadi) e Samuel Caldeira (OFM – Quinta da Lixa) foram 44º e 116º respectivamente. Na geral individual, Martin ganhou com 58 segundos de avanço sobre Kwiatkowski, seu colega de equipa e no último lugar do pódio ficou o holandês Lieuwe Westra, da Vacansoleil, a 59 segundos. O melhor português da 39.ª Volta ao Algarve foi Rui Costa (Movistar) (5.º classificado, a 1.26

Castromarinense Ricardo Mestre partiu de «casa» para o contra-relógio e exibiu camisola de nova equipa minutos). Quanto a Ricardo Mestre foi 47º e Samuel Caldeira 70º.

Mestre e Caldeira estrearam-se em novas equipas A nível pessoal Mestre fez um balanço positivo desta Volta depois

de no domingo 17 de Fevereiro ter saído de Castro Marim com a camisola laranja da sua nova equipa, Euskaltel-Euskadi vestida, naquela que foi a sua estreia em casa com uma das equipas mais tradicionais do pelotão internacional. E a ocasião não podia ser mais perfeita, um dia depois de ter sido um dos ciclistas do

dia ao andar fugido na etapa rainha da «Volta ao Algarve», com final no alto do Malhão, o castromarinense desfilou as suas novas cores, símbolo de uma nova aventura, diante dos seus amigos e familiares, tendo tido a visita do pai e da mãe que vieram desde o sul de França. “Até neste momento, a

experiência está a ser bastante positiva, sinto que estou me estou a adaptar bem a equipa. Esta é uma equipa com bastante tradição e adeptos bastante ferrenhos, o que se torna uma grande motivação. Apesar das diferenças entre esta equipa e o Tavira serem bastante evidentes através das infraestruturas, o ambiente das duas é bastante idêntico e familiar, talvez este seja o principal factor que me faça sentir bem e não tenha estranhado a adaptação”, referiunos o «menino de ouro» do Baixo Guadiana. Samuel Caldeira foi outro dos ciclistas da terra que passeou novas cores perto de casa. “Poder estar presente na Volta ao Algarve tendo a importância que tem a nível nacional e internacional e logo passando à porta de casa dá enorme prazer e satisfação. A nível desportivo a prova correu como o esperado; consegui estar na frente nas chegadas ao sprint e sempre com a sensação que tinha força para poder vencer uma etapa, se não fosse sempre a dificuldade em conseguir uma boa colocação para sprintar”, confessou-se o natural da Manta Rota.


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2013

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Carnaval animado e solidário O Carnaval do Baixo Guadiana foi popular e juntou a comunidade em torno de uma tradição foliona que anima em todas as idades. Nos três concelhos os mais novos saíram à rua mascarados e atraíram muitos às ruas para os verem passar animados a festejar. Em Altura o fim de semana de 9 e 10 de Fevereiro juntou centenas de foliões e outros que não participando assistiram num registo de alegria. A presidente junta de freguesia de Altura disse ao JBG que “gostaria de ver mais apoio financeiro por parte do executivo da câmara para uma festa que junta uma comunidade concelhia, muitos turistas e que é muito importante para a promoção do concelho”, e em resposta o presidente José Estevens admite a importância e o impacto da organização, mas garante que “em tempos de tantas necessidades sociais não há maior disponibilidade financeira” para o efeito, referindo que “o apoio logístico que também prestado pela câmara é bastante significativo”. Em Castro Marim houve também bailes organizados por diversas associações locais que se esmeraram na concretização de matinés. Em Alcoutim uma tertúlia na «Casa dos Condes» subordinada ao tema e englobando o Entrudo e a Quaresma animou mais uma «Palavra Sexta à Noite». Os bailes da Pinha estão programados para animar os vários montes do concelho no mês de Março. Em Vila Real de Santo António o executivo municipal em parceria com as juntas de freguesia organizou um carnaval que se prolongou até dia 16 de Fevereiro, culminando com o tradicional «baile da pinhata». Houve desde bailes e concursos de máscaras, no Centro Cultural António Aleixo, até noites com DJ’s na zona poente de Monte Gordo. E foi no concelho de VRSA que teve lugar um carnaval inédito. O «Carnaval dos Animais» que juntou três associações por uma causa. A companhia de teatro vila-realense «Fech’ó Pano» teve a ideia e concretizou no seu espaço no Parque das Merendas, em Monte Gordo, com a co-organização da «Guadi», de Vila Real de Santo António e Castro Marim e «3AT», para a proteção dos animais de Tavira. Na terça-feira de Carnaval houve lugar para cortejo de donos com os seus animais domésticos e angariaram-se 83 quilos de ração para os animais abandonados que têm sob a sua alçada e 7 euros em donativos.

Cartoon

Carlos Brito fez 80 anos de uma vida grandemente dedicada à luta pela democracia

CGTP juntou 400 pessoas em protesto em VRSA. Uma das maiores manifestações pós 25 Abril

O desemprego no Algarve já atinge os 19,7%

sotavento algarvio

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