AH - Principal - 11 de dezembro de 2015

Page 1

RODRIGO MARTINI / ARQUIVO

Fundado em julho de 2002 Lajeado, sexta-feira, 11 de dezembro de 2015 Ano 12 - Nº 1488 Avulso: R$ 1,00 Fechamento da edição: 21h

ESCOLAS ESTADUAIS

LEGADO DE CONQUISTA

Câncer derruba ícone do esporte Conhecido por difundir a arte marcial, Rovel Rosendo teve a carreira interrompida por um tumor na cabeça. Sem poder falar, ele tem a história contada pelo primeiro professor, ex-alunos e familiares.

COMPLEXO NO SÃO CRISTÓVÃO

Sem candidatos, Estado intervém nas direções O acúmulo de funções no cargo de diretor escolar e a desmotivação da categoria são apontados pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) como os principais empecilhos a novos gestores dos colégios da região. Das 92

instituições de ensino, em 26 não houve chapa para as eleições de terça-feira. Caso nenhum professor manifeste interesse pela função, governo do Estado e CRE devem indicar responsáveis Páginas 8 e 9 das escolas para os próximos três anos. ANDERSON LOPES

OPERAÇÃO GOLFINHO

Unimed Brigada inaugura desloca nova sede efetivo RODRIGO MARTINI

Cooperativa transfere sede administrativa e de serviços ao São Cristóvão. Mudança altera rotina do bairro e amplia expectativas do empresariado sobre aumento nos negócios. Conexão

O Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Taquari (CRPO) estima o envio de 65 policiais militares para fazer a segurança do litoral até o fim de fevereiro. Adaptações no policiamento da região envolvem deslocamento de servidores administrativos para atendimentos externos e ampliação de áreas Página 18 patrulhadas.

SEGURANÇA PÚBLICA: comando da regional afirma que redução não prejudicará patrulhamento nas cidades do Vale

PENSAR O VALE DEBATE SUSTENTABILIDADE ENERGÉTICA

TEMPO NO VALE Sol com algumas nuvens Mínima: 17°C - Máxima: 30ºC FONTE: CIH/UNIVATES

Rede precária ameaça abastecimento A única linha de transmissão entre o Vale do Taquari e a rede nacional de energia é considerada frágil e expõe a região ao risco de Página 6 apagão. Dois projetos capazes de melhorar sistema, licitados em junho de 2013, sequer saíram do papel.


2

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Ideias

EXPEDIENTE

leitor@jornalahora.inf.br

Diretor Geral: Adair Weiss Diretor de Redação: Fernando Weiss Diretor Comercial: Sandro Lucas Diretor Administrativo: Fabricio Almeida REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br COMERCIAL E ASSINATURAS Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4210 CEP 95900-000 - Lajeado - RS comercial@jornalahora.inf.br assinaturas@jornalahora.inf.br entrega@jornalahora.inf.br Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS

MOEDA

COMPRA

VENDA

Dólar Comercial

3,8036

3,8047

Dólar Turismo

3,6900

3,9600

Euro

4,0500

4,3600

Libra

5,7208

5,7232

Peso Argentino

0,3867

0,3871

Yen Jap.

0,0308

0,0309

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

ÍNDICE

ÍNDICE MÊS (%)

MÊS

11/2015

0,78

9,47

IGP-DI (FGV)

11/2015

1,76

8,90

IGP-M (FGV)

11/2015

1,89

8,36

INPC (IBGE)

11/2015

0,77

9,07

INCC

11/2015

0,27

6,66

IPC-A (IBGE)

11/2015

0,82

8,53

Salário Mínimo/2015 R$ 788,00

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

TJLP

7,0

Selic

14.25%(meta)

TR

0,1790

1,5670

CDI (Mensal)

11/2015 1,1077

10,7699

Prime Rate

11/2015

3.25

3,25 (Previsto)

Fed fund rate

11/2015

0.25

0,25 (Previsto)

-Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1077.6 – cotação do dia 10/12/2015

BOLSAS DE VALORES

PONTO

Ibovespa (BRA)

VARIAÇÃO FECHAMENTO (%)

45630

-1,04

Dow Jones (EUA) 17.942

-0,43

S&P 500 (EUA)

2.048

-0,77

Nasdaq (EUA)

5.074

1,01

DAX 30 (ALE)

10.599

0,06

Merval (EUA)

13.195

-0,81

Q

ual mesmo é a cor de dezembro? Ah, não estou querendo fazer relação com outubro rosa e novembro azul. Até não gosto muito dessa definição de cores, porque parece enfatizar a cancela divisória entre feminino e masculino. As ações de alerta e precaução ao câncer que mais afeta mulheres e homens, contudo, são de importância indiscutível. Mas, qual seria a cor mais adequada ao mês de dezembro? Lembro de aulas, na minha adolescência, em que nos era proposto escolher cores para cada dia da semana, ou para horários do dia, ou para determinadas tarefas. Lembro que para a segunda-feira, por exemplo, a cor cinza era mais comumente atribuída. Eu, como sempre gostei da segunda-feira, mesmo adorando o domingo, pintava-a de cor bem alegre, luminosa. Faço essa viagenzinha às lembranças, querendo encontrar a origem de certas padronizações que introjetamos. Penso que a insistência com que certas informações aparecem e são batidas seja a razão de muitas conformações. Isso vale, certamente, não só para as cores. O uso de algumas

palavras segue a mesma “linha.” A gente vai se acostumando a usá-la da mesma forma que outros tantos a usam. E estranhamos muito sua aplicação em outro contexto, mesmo sendo correto fazê-lo. Igual acontece com as cores, são rotuladas de belas ou alegres, outras tristes ou pesadas. Bem, agora retomo o início da reflexão: a dualidade de dezembro. Marco final do ano letivo e civil, ao mesmo tempo é o mês em que se comemora o Natal, que retoma a ideia de início. Mês marcado pelo estresse, cansaço físico e mental, cujo elixir é a expectativa de feriados, férias, convivência familiar, libertação de agendas... Os anos vão passando, e parece que a cada ano dezembro fica menos luminoso, apesar de tantos brilhos e cores que decoram casas, ruas e jardins. Será que é coisa da idade? Neste ano, de forma muito insistente, vejo pessoas se arrastando para dar conta de suas atribuições: metas e relatórios a serem fechados; planejamento de atividades em diferentes áreas para o próximo ano; reuniões que se sobrepõem e não cabem na agenda; eventos natalinos e confraternizações nas escolas, nos

grupos de amigos e comunidades; agendamentos de períodos coincidentes de férias para os diversos membros da família. Junto a isso, é imprescindível lembrar que o Natal exige preparação espiritual, além das questões bem concretas e nada rasas: onde será a ceia e quem prepara

Marco final do ano letivo e civil, ao mesmo tempo é o mês em que se comemora o Natal, que retoma a ideia de início.

Edí Fassini Professora e mestra em Ambiente e Desenvolvimento edif@univates.br

o quê? É pouco? Vou acrescentar: dezembro de 2015 carrega ainda a “carga atmosférica” pesada da insegurança político-econômica do Brasil. Nem foi me arriscar a incluir as questões de insegurança global, minha listinha já ficou cheia e não quero fomentar depressão. Dezembro é dual, dezembro abarca dois sentimentos bem distintos, duas facetas bem identificadas. É pesado e duro, mas não é escuro. É sinônimo de alegria, para uns, para outros é dor. Mas não sei qual é sua cor. Importante mesmo, é que todos nos demos conta desse complexo cenário e busquemos ar e água de boa qualidade para energizar nosso corpo. E, principalmente, busquemos luz e equilíbrio para que o Natal efetivamente aconteça em nosso espírito. E então, que venha 2016!

ACUMULADO ANO (%)

ICV Mes (DIEESE)

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

Dezembro dual

cotação do dia anterior até 17h45min

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 40.11 em 10/12/2015

Replay: o Natal está de volta

C

hega mais um fim de um ano cheio de alegrias, desafios, problemas e realizações – como todos os outros –, e começam a chover mensagens, propagandas e lembranças sobre o Natal e o novo ano em e-mails, torpedos, telefonemas, redes sociais e no concorrido whats app. Algumas melosas, outras poéticas, melódicas, as repetitivas, e há as novas, como o popular velhinho da propaganda alemã anunciando a própria morte para atrair a presença da família, que fazem repensar. Nas portas, prédios, janelas e vitrinas, a decoração colorida em vermelho, verde ou dourado dá outra vida aos espaços pelos quais passamos indiferentes no cotidiano. Dos armários saem caixas com enfeites, bolas, correntes, guirlandas, papais noéis.

Eu mesma conservo o presépio que ornava o pinheiro de Natal desde a minha infância, dado por minha mãe quando ela adquiriu um novo. Parece que alguém, o tempo talvez, aperta o botão do replay e faz retornar tudo aquilo que estava guardado desde o fim do ano passado, de quinquilharias e apetrechos estranhos até os melhores sentimentos. Há os que dizem que botam tudo fora e renovam a cada ano, investindo tempo e dinheiro nessa operação, vivida como um ritual. Há os que nem assumem uma religião, mas se desdobram para aderir à onda vermelha do mês de dezembro, ainda que seja por consumismo ou moda. Nos templos e igrejas, onde nasceu esta tradição, o Advento é celebrado com fervor: quase tudo

se repete e nem por isso deixa de ser intenso. Risos, lágrimas e uma miscelânea de emoções e sentimentos faz com que todos se reencontrem, se congratulem, queiram estar juntos. Nesta era da transitoriedade, da liquidez e do descartável, vale repensar em como o Natal – memória do nascimento que mudou o mundo e mostrou o quanto ele pode ser melhor –, mexe tanto com o real e o imaginário das multidões ocidentais. Como uma data, ao repetir-se, consegue mobilizar tantos esforços, enquanto a herança do nascimento originador deste momento é ignorada? Repete-se tudo isso por tradição ou, até inconscientemente, busca-se reafirmar e resgatar o que é mais importante? Por que, motivados por celebrar o Natal

Evanice Luiza Diedrich Schroeder Profissional de Educação Física/Especialista em Psicopedagogia Institucional/ Professora estadual, Estrela. niceluizinha@hotmail.com

em dezembro, não se vive o que ele propõe (paz, solidariedade, fraternidade) o ano todo? Que o Natal seja lindo e que ajude a recordar o que é essencial, para provocar uma mudança efetiva e verdadeira em direção ao amor: amor à vida, amor a tudo e a todos – amor que desacomoda e mobiliza para a ação em favor de quem precisa mais. Feliz Natal!


Cidades

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Ney Arruda Filho ney@jornalahora.inf.br

Encontros e despedidas

E

stamos chegando ao fim do ano e por isso me apresso em tratar das retrospectivas e das pautas. Afinal, temos pouco mais de duas semanas para o raiar de 2016, que já está sendo anunciado como o ano no qual chegaremos ao fundo do poço. Em 2015 tivemos alguns encontros inesperados e, por que não dizer, impensáveis num passado recente. Foi o ano no qual tivemos de encarar mais de perto a face obscura da corrupção. “Nunca antes na história deste país” houve tantas notícias, tantos escândalos e tantas prisões. Empresários, políticos, gente de toda estirpe e classe social, sem distinção de cor, credo, cargo, partido ou conta bancária. Os protestos tomaram as ruas e as redes sociais, num coro afinado de milhões de vozes clamando por um país mais ético. Como já tive oportunidade de manifestar, uma sociedade ética se constrói com cidadãos éticos. Não adianta esperar pelos outros o que nem mesmo a gente faz. Também penso que não vivemos hoje períodos de maior ou de menor corrupção: ela sempre existiu. A grande diferença é que hoje existem meios eficazes de investigação, escutas autorizadas, rastreamento de ativos via sistema bancário e outras tantas formas de se chegar ao corrupto e ao corruptor. Polícia e Ministério Público estão cada vez mais aparelhados para o enfrentamento

Não sou profeta do apocalipse, muito menos do futuro, mas em 2016, como vem acontecendo em todos os anos desde que nasci, alguém famoso será preso.”

da corrupção. Não sou profeta do apocalipse, muito menos do futuro, mas em 2016, como vem acontecendo em todos os anos desde que nasci, alguém famoso será preso. Algum VIP casará com outro VIP e eles terão um bebê VIP. O papa Francisco fará uma declaração de impacto e Roberto Carlos comandará seu espetáculo em rede nacional. Novos escândalos de corrupção serão revelados. A inflação subirá, mas não chegará nem perto dos 84,32% de março de 1990. O desemprego

aumentará, mas ficará longe dos 12,6% de 2002. Na política, os escândalos e os conchavos continuarão sendo feitos, variando um pouco os atores e suas siglas partidárias. Afinal, será ano de eleições municipais. Teremos um processo de impeachment de um presidente da República, pela segunda vez na história recente do país. Primeiro foi Fernando Collor, hoje senador da República pelo PTB de Alagoas. Nosso encontro com o “Caçador de Marajás” foi em 1989: nossa despedida se deu em 1992. Ele ficou inelegível por oito anos para depois retornar à política, nos braços de seus eleitores. Golpe para uns, exercício de direito para outros, fato é que a instabilidade institucional gerada pelo processo trará consequências na política, na economia e diretamente na vida de cada um de nós. Se considerarmos que o fundo do poço é, de fato, um lugar (e que, a partir desse lugar seja impossível piorar, só se possa melhorar), tal circunstância, por si só, já pode ser considerada uma notícia boa. Afinal, se pra baixo não dá mais para ir, é pra cima que vamos. Como de resto em todos os anos, os que se foram e os que virão, em 2016 teremos muitos encontros e muitas despedidas. Alguns gratificantes, dignos de comemoração e outros nem tanto, pedindo pelo esquecimento. Como tudo na vida.

Justiça Federal gaúcha é reconhecida como inovadora pela Unesco Dois processos da Justiça Federal do RS envolvendo o reconhecimento de direitos sociais aos homossexuais passaram a integrar, desde o dia 10, o registro nacional do Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Criada em 1992, a iniciativa busca preservar e difundir documentos, arquivos e bibliotecas de grande valor histórico, cultural e social. A JFRS foi selecionada com a inscrição “Decisões que Marcaram Época: A Caminhada do Poder Judiciário no Reconhecimento de Direitos Sociais aos Homossexuais”, que abrange duas ações judiciais do acervo da instituição. No primeiro caso, de 1996, o juiz federal Roger Raupp Rios estendeu a um homossexual o direito de ser incluído como beneficiário do plano de saúde do companheiro. No outro, do ano 2000, a juíza federal Simone Barbisan Fortes assegurou os benefícios previdenciários decorrentes da morte ou da prisão aos parceiros de uma relação homoafetiva.

Anhanguera é condenada a indenizar aluno por demora na entrega de diploma O conglomerado Anhanguera Educacional S/A, atuante no ensino privado em todo o Brasil, foi condenado ao pagamento de R$ 3 mil, a título de danos morais à aluna que teve de esperar 16 meses para receber o diploma de bacharel em Administração. No processo, oriundo da Comarca de Passo Fundo, a juíza de Direito Cintia Dossin Bigolin considerou a demora injustificável, considerando os prejuízos que a aluna sofreu por não dispor da comprovação do curso universitário concluído. Para ela, trata-se de evidente relação de consumo, o que impõe ao fornecedor certas obrigações. O caso foi decidido pela 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, no dia 5, relatado pelo desembargador Marcelo Cezar Müller, e manteve inalterada a sentença de 1º grau.

3


4

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Município amplia instalação de faixas elevadas

Cidades

LAJEADO – Mais duas passagens elevadas foram instaladas pelo Departamento de Trânsito. A av. Alberto Müller, no bairro Alto do Parque, e a rua 17 de Dezembro, nas proximidades da rua Rodolfo Hexsel no bairro Hidráulica,

receberam faixas elevadas.”Queremos reduzir as possibilidades de acidentes envolvendo pedestres. Como os veículos passam por esses locais em velocidade elevada, a alternativa foi essa”, diz o diretor, Euclides Rodrigues

Estudos exibem resultados distintos Avaliações dos Portais da Transparência colocam cidades em posições diferentes ANDERSON LOPES

Vale do Taquari

do Estado. Em âmbito federal, o Rio Grande do Sul ocupa a quarta posição entre as federações, atrás apenas de Mato Grosso, Santa Catarina e Espírito Santo.

O

Ministério Público Federal no RS (MPF/RS) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) avaliaram neste ano os Portais da Transparência dispostos nos sites oficiais dos municípios gaúchos. Com diferentes métodos de pesquisa, os resultados colocam as cidades da região em colocações distintas nos rankings divulgados. A única cidade que conseguiu se destacar em ambos os estudos foi Teutônia, cujo site oficial está fora do ar desde setembro. Ela ficou em 22º no estado na pesquisa do MPF, e na 36ª posição no ranking de transparência divulgado pelo TCE em outubro, no qual foram analisados 20 tópicos, entre eles, a disponibilização de dados sobre contratos e a divulgação nominal dos salários dos servidores. Os demais municípios do Vale, premiados pelo TCE do RS há dois meses, não conquistaram boas colocações no estudo divulgado na quarta-feira pelo MPF. Arvorezinha ficou com a 63ª posição, enquanto Estrela só conseguiu ficar com o 133º lugar entre as 498 cidades no estado. Elas ficaram em 32º e 21º, no ranking anterior, respectivamente. “Não temos posse ainda dos critérios avaliados pelo MPF, diferentemente do TCE, que divulgou os principais pontos avaliados e liberou aos municípios suas avaliações individuais, o que nos servirá de subsídio para melhorar ainda mais neste ranking em 2016”, cita o secretário da Fazenda de Estrela, Darlã Belini.

Detalhes da pesquisa A pesquisa apresentada nesta semana foi realizada entre 8 de setembro e 9 de outubro. O MPF avaliou os Portais da Transparência dos 5.568 municípios dos 27 estados brasileiros. O exame

Recomendações aos prefeitos

Premiado pelo TCE, site de Estrela ficou em 133º lugar no estado, segundo MPF

levou em conta aspectos legais e boas práticas de transparência. O questionário foi elaborado pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA). Todo o processo de elaboração do questionário contou com representantes do MPF, Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon), Banco Central, entre outras instituições de controle e fiscalização. Segundo os dados divulgados, Porto Alegre é a primeira colocada entre todas as capitais brasileiras, e está entre as sete cidades que receberam nota máxima no ranking nacional dos portais de transparência, junto com as gaúchas Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. “A relevância desse trabalho coletivo é buscar a implementação de mais transparência das atividades estatais, como instrumento de controle social dos gastos públicos, objetivando assim favorecer melhor acompanhamento pela sociedade da atuação dos gestores e gestoras”, comenta o procurador, Rodolfo Krieger, do Núcleo de Combate à Corrupção

A relevância [...] é buscar a implementação de mais transparência das atividades estatais.” Rodolfo Krieger Fachinetto Núcleo de Combate à Corrupção

Na quinta-feira, o MPF estadual começou a oferecer recomendações aos 490 municípios gaúchos que deixaram de cumprir com os índices mínimos de transparência exigida para as contas públicas. As recomendações integram o Projeto Ranking Nacional dos Portais da Transparência. As recomendações serão expedidas pelos procuradores da República aos gestores. O objetivo é exigir que todos sanem as irregularidades em um prazo de 120 dias. Para auxiliar, cada governo municipal receberá um diagnóstico para saber quais pontos estão em desconformidade com a legislação. Após o prazo de quatro meses, haverá nova avaliação nacional, envolvendo todas as unidades do MPF. Essa pesquisa ocorre no período de 11 de abril a 9 de maio de 2016. A intenção dos procuradores é ajuizar ações civis públicas onde for verificado que as recomendações não foram cumpridas.

$OJXQV LWHQV YHULÀFDGRV • Relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos; • Divulgação de remuneração individualizada por nome do agente público; • Divulgação de diárias e passagens por nome de favorecido e constando, data, destino, cargo e motivo de viagem; • Prestação de contas (Relatório de Gestão) do ano anterior; • Contratos e licitações na íntegra; • Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RRO) dos últimos 6 meses.

RANKING DA TRANSPARÊNCIA Posição

Cidade

27º

Teutônia

30º

Arroio do Meio

31º

Fazenda Vilanova

33º

Poço das Antas

42º

Forquetinha

45º

Santa Clara do Sul

63º

Arvorezinha

65º

Encantado

87º

Roca Sales

95º

Coqueiro Baixo

99º

Imigrante

113º

Travesseiro

116º

Anta Gorda

118º

Bom Retiro do Sul

120º

Cruzeiro do Sul

128º

Sério

133º

Estrela

141º

Westfália

142º

Colinas

166º

Marques de Souza

170º

Progresso

173º

Taquari

187º

Muçum

191º

Vespasiano Corrêa

197º

Dois Lajeados

219º

Canudos do Vale

231º

Doutor Ricardo

233º

Mato Leitão

243º

Pouso Novo

255º

Lajeado

263º

Relvado

266º

Tabaí

325º

Nova Bréscia

338º

Ilópolis

352º

Paverama

449º

Boqueirão do Leão

476º

Capitão

494º

Putinga


A HORA 路 SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

5


6

Cidades

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Empresa interrompe linha de transmissão Obra entre Garibaldi e Lajeado garantiria segurança energética do Vale por 15 anos ANDERSON LOPES

Vale do Taquari

ria capacidade de garantir segurança de abastecimento por, no mínimo, 15 anos. Segundo ele, a demanda energética do Vale é de 280 megawatts, chegando próxima do limite da rede. “Temos capacidade para suportar até 320 megawatts e a nova linha garantiria oferta de mais 160 megawatts. Agora, o nosso risco é muito elevado”, alerta. Para Hennemann, o crescimento de cerca de 5% ao ano da região exige uma solução rápida, uma vez que o consumo aumenta em percentuais ainda maiores.

A

única ligação entre a região e a rede nacional de energia é considerada o ponto mais frágil do sistema. Durante o debate Pensar o Vale realizado nessa quarta-feira, especialistas do setor alertaram para o risco de apagão em caso de pane na linha de transmissão de Nova Santa Rita. Duas obras foram planejadas para solucionar a fragilidade do sistema. Licitadas em junho 2013, as construções de uma linha de transmissão entre Garibaldi e Lajeado e uma nova subestação na maior cidade do Vale garantiriam oferta de 160 megawatts adicionais à região. Os projetos deveriam ser entregues em 2016, mas a empresa vencedora do leilão, a MGF Energy, sequer iniciou os trabalhos. De acordo com o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, a companhia ganhou o direito sobre as obras ao incluir um preço muito abaixo do custo de mercado. “A abertura da licitação foi fruto da capacidade de organização dos líderes e entidades do Vale, mas tivemos azar”, revela. Lembra que a MGF também venceu o certame para a construção de outra linha de transmissão entre Candiota e Bagé e uma subestação na Serra. O conjunto de obras compreende a linha de 47 quilômetros de extensão entre Garibaldi e Lajea-

OBRA PARADA Única linha de transmissão liga o Vale ao Sistema Nacional de Energia. Em caso de pane, a região ficaria às escuras

do, e outra linha, com 16,4 quilômetros dentro de Lajeado, além das subestações. Diante do atraso, os órgãos nacionais e estaduais ligados ao setor buscam uma alternativa para os projetos. Conforme Redecker, uma das possibilidades é a abertura de uma nova licitação. Segundo ele, a hipótese não agrada por representar uma demora ainda maior para as obras. “Seriam no mínimo mais seis anos até a conclusão das construções.” Outras opções seriam a convocação da segunda colocada no leilão ou a elaboração de um contrato emergencial com outra empresa. Em 2013, empresas tradicionais do setor, como Eletrosul,

Grupo CEEE, Copel, Abengoa e Elecnor participaram do pregão.

Empresa intimada Nesta segunda-feira, 14, a questão será debatida no Comitê de Planejamento Energético do Estado (Copergs). Conforme o secretário, a Aneel intimou a MGF Energy a prestar explicações, mas não obteve respostas. Esclarecimentos sobre o andamento das obras também foram pedidos pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), pela cooperativa Certel e pela concessionária RGE. Segundo Redecker, a empresa não teria nem encaminhado o licenciamento ambiental para o empreendimento.

Na avaliação do secretário, se hoje o Vale do Taquari precisa dessa ligação para evitar o colapso do sistema, também é preciso avaliar a possibilidade de construir a longo prazo uma terceira linha de transmissão. “A região tem potencial para produzir energia e alcançaar a suficiência. Se atualmente é abastecida pelo Sistema Nacional, pode no futuro exportar eletricidade.”

Capacidade perto do limite Presidente da Certel, Erineo Hennemann afirma que a ligação entre Garibaldi e Lajeado te-

Os projetos do lote D do leilão de transmissão de 2013 incluem a linha de 47 quilômetros e 230 kV de tensão entre Garibaldi e Lajeado e outra ligação de 16,4 quilômetros dentro de Lajeado com a mesma tensão. A licitação vencida pela MGF Energy engloba ainda duas subestações de energia, sendo uma em Lajeado e outra na Serra, e uma linha com 49 quilômetros de extensão entre Candiota e Bagé. As obras deveriam ser entregues no primeiro semestre de 2016.


A HORA 路 SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

7


8

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

EDUCAÇÃO NO VALE

Dificuldades afastam candidatos da direção escolar Em 26 dos 92 colégios estaduais da região, faltam interessados em assumir a gestão escolar. A situação decorre, segundo a 3ª CRE, da desmotivação da categoria e da maior exigência sobre o cargo nos últimos anos. Sem candidatos, cabe ao Estado definir o diretor de cada instituição no período 2016-2018. Onde há chapa, a eleição ocorre na terça-feira. EZEQUIEL NEITZKE

Vale do Taquari

A

Coordenadoria Regional de Educação (3ª CRE) tenta motivar professores de escolas estaduais a assumir a função de diretor. Das 92 instituições do Vale do Taquari, em 26 sequer foram inscritas chapas para as eleições que ocorrem nesta terça-feira (veja relação na tabela). De acordo com o coordenador, Nelson Paulo Backes, a partir de hoje, uma comissão eleitoral da 3ª CRE começa a visitar cada escola onde não há interessados pela direção para dialogar com educadores e demais funcionários sobre possíveis nomes. Se surgir algum proponente à direção, ressalta, coordenadoria e Secretaria Estadual de Educação analisarão a nomeação. Havendo mais de um interessado nessas 26 escolas, serão definidos por critérios de escolha titulação e idade. Caso nenhum nome surja durante as visitas, aponta Backes, Estado e coordenadoria se reunirão para indicar o novo diretor. Na avaliação do coordenador, o desinteresse pelo cargo é reflexo de dois fatores. O primeiro, a desmotivação da categoria em virtude de situações ocorridas ao longo dos últimos anos, entre elas, questões salariais. Além disso, a cada ano, cresce o compromisso e

Prova do aperto financeiro, escola Otília Corrêa de Lima vende cachorro-quente para arrecadar dinheiro

a responsabilidade sobre o cargo. “No passado, o diretor era uma figura social, comunitária. Hoje, ele precisa ser um gestor da escola, responsável por uma gama de projetos e atribuições.” Uma das escolas sem chapa para as eleições é a Otília Corrêa de Lima, do bairro São Cristóvão, de Lajeado. Há 15 anos na direção, Maristela Demarchi Secco, 51, não pode se recandidatar em virtude da limitação de apenas dois mandatos seguidos. “O Estado havia mudado essa regra, mas o CPERS derrubou por meio de liminar. Então abri espaço para um substituto e me ofereci para ajudar, mas ninguém se interessou.” Maristela atesta a maior exigência sobre o cargo nos últimos anos, o que acaba desestimulando a assumir a função. Enquanto

No passado, o diretor era uma figura social, comunitária. Hoje ele precisa ser um gestor da escola, responsável por uma gama de projetos e atribuições.” Nelson Paulo Backes Coordenador regional de Educação


9

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Reportagem: Estevão Heisler

em uma prefeitura há um setor específico de licitações, exemplifica a educadora, na escola toda responsabilidade recai sobre a direção. “Associado a isso, o diretor tem inúmeras outras funções, o que sobrecarrega.” Além disso, destaca a professora, o valor pago pela Função Gratificada (FG) não compensa. “A quantia varia de acordo com o número de alunos. Como temos apenas 200 estudantes, recebo menos do que em muitas outras escolas. Mas o serviço é o mesmo.” Maristela solicitou apoio dos deputados Edson Brum (PMDB) e Ênio Bacci (PDT) para rever o cálculo, mas não obteve êxito.

Cachorro-quente para pagar as contas Associado a essas questões, diretores escolares precisam buscar alternativas para o baixo volume de recursos repassado pelos governos estadual e federal. Na Otília Corrêa de Lima, a instituição decidiu vender cachorros-quentes para arrecadar dinheiro.

EM ESCOLAS TEMPOSEM CHAPA Anta Gorda: Sagrado Coração de Jesus e São Carlos Bom Retiro do Sul: Brasília Estrela: Vidal de Negreiros, Nicolau Mussnich, 20 de Maio, Estrela e Educação Profissional Estrela Fazenda Vilanova: Fazenda Vilanova Lajeado: Otília Corrêa de Lima, Irmã Branca e Moisés Cândido Veloso Marques de Souza: Ana Neri Paverama: Boa Esperança e Paverama Pouso Novo: Pouso Novo Progresso: José Pretto, Afonso Mathias Ferrari e São Francisco Putinga: Demétrio Berte Tabaí: Pedro Rosa Taquari: Pereira Coruja, Barão de Ibicuí e Júlio de Castilhos Teutônia: Reynaldo Afonso Augustin e Tancredo de Almeida Neves

De acordo com Maristela, a medida havia sido adotada há dois anos, durante período de aperto nas contas. Agora, em virtude de novos percalços, foi necessário reeditar a ação. Entre os problemas, está o atraso de duas parcelas por parte do governo federal para custear a alimentação do Programa

Mais Educação. O primeiro mutirão ocorreu em agosto, o segundo em outubro e o outro ontem, quando estimava-se vender 1,2 mil unidades. O dinheiro também servirá para pagar reformas no banheiro. “Conseguimos juntar um bom valor, mas dá bastante trabalho e envolve mui-

ta gente.” Moradora do bairro Americano, Elenice Baseggio soube da ação a partir do filho, que estuda no 1o ano, e aproveitou para contribuir. Ela enaltece a atitude do educandário, que mesmo diante dos percalços busca alternativas. “Querendo ou não, é uma maneira de colaborar com o ensino do meu filho, pois tudo o que for arrecadado aqui, voltará para as crianças.”

Mudanças afetam processo Uma das situações que prejudicou o processo eleitoral deste ano, avalia o coordenador Backes, a recente mudança no formato das eleições. Em outubro, o governador José Ivo Sartori havia sancionado novas regras para o pleito, nas quais a chapa apresentaria apenas o nome do candidato a diretor. Mas em novembro a Justiça concedeu liminar ao CPERS vetando as mudanças e mantendo o formato no qual a chapa apresenta diretor e o restante da equipe, como ocorreu em 2012.

“Havíamos montado todo um cronograma e um formato em cima do aprovado pelo Estado e precisamos alterar tudo de última hora”, aponta Backes. Até então, todas as 26 escolas sem candidatos haviam apresentado chapa para as eleições. A eleição começou ontem por Vespasiano Corrêa, Travesseiro e Sério, pois o calendário escolar nessas cidades segue o definido pela rede municipal. Nos demais colégios, a votação ocorre na terça-feira. A posse dos eleitos será dia 30, em Caxias do Sul.

Contratação emergencial Começa hoje o período de inscrições para o cadastro temporário de contratação emergencial de professores nas escolas da 3ª CRE. Elas podem ser feitas no site da Seduc (educacao.rs.gov.br) ou na sede da coordenadoria, em Estrela, das 8h às 12h e das 13h15min às 17h15min. O cadastro encerra no dia 18. De acordo com Backes, a medida garante o início do ano letivo de 2016 com todo quadro de professores preenchido.


10

Cidades

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Sede da Unimed muda panorama do bairro Cooperativa inaugura prédio no São Cristóvão. Complexo terá mais de 360 funcionários RODRIGO MARTINI

Lajeado

A

mudança da sede administrativa e de serviços de saúde da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo altera a rotina do mais populoso bairro da cidade. Com o novo empreendimento, o São Cristóvão receberá pelo menos mil pessoas a mais por dia, entre funcionários efetivos, terceirizados e pacientes da cooperativa. Com essa nova perspectiva, comerciantes vizinhos ao complexo de 13,2 mil metros quadrados construído na rua Piraí preveem aumento significativo das vendas. “Acredito em um aumento de 50% na movimentação de

clientes”, aposta Carmen Pereira, gerente de uma pizzaria instalada na esquina com a av. Alberto Pasqualini há um ano. O sócio dele, Nestor Roberto Gudiel, trabalha faz quatro anos no local e avisa que alguns terrenos próximos estão alugados. “O vizinho aqui alugou por sete anos. Também está prevista a construção de um prédio de 16 andares nas proximidades”, avisa. Há pelo menos outros 37 empreendimentos, projetos e obras protocoladas para serem instalados no bairro. Ao lado do prédio da Unimed, já está em construção a nova unidade do Sicredi, o que promete atrair ainda mais pessoas daquela redondeza. “A expectativa por Nova sede da Unimed tem 13,4 mil metros quadrados. Segundo direção, área do imóvel valorizou 500% em quatro anos

um aumento na movimentação é grande. Acredito que essa área esteja entre aquelas com maior desenvolvimento previsto dentro de Lajeado”, comenta o empresário. Hoje, a Unimed VTRP conta com 542 funcionários, divididos em pelo menos quatro cidades. Só a nova sede da cooperativa contará com 360 desses trabalhadores diretos. A direção também estima uma movimentação média diária de 600 pessoas pelo prédio.

A nova sede O complexo será inaugurado hoje. São mais de 13 mil metros quadrados de área construída, distribuídos em subsolo e mais sete pavimentos. A obra, que iniciou em 2013, levou dois anos e meio para ser concluída. A transferência das atividades ocorrerá em etapas. O objetivo é centralizar as estruturas que a cooperativa médica tem hoje no município: áreas administrativas, Espaço Viver Bem, consultórios de multiprofissionais (psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais), consultórios de medicina ocupacional e SOS Unimed. As áreas com atendimento ao público começam a funcionar no novo endereço no dia 21. “Os clientes terão a vantagem de encontrar em um único local todos os serviços que procuram, instalados em um prédio atual,

Os clientes terão a vantagem de encontrar em um único local todos os serviços que procuram. Aldo Pricladnitzki presidente da Unimed VTRP

com maior conforto e facilidade de estacionamento. Além disso, pensamos em cada detalhe para melhor receber pessoas com deficiência.”, esclarece o presidente da Unimed VTRP, o médico Aldo Pricladnitzki. Na sede atual, localizada na av. Benjamin Constant e utilizada faz 34 anos pela cooperativa, no centro, ainda permanecerá uma área de atendimento ao público, para autorizações e comercialização de planos. Apenas esses atendimentos serão realizados nos dois pontos da Unimed na cidade.

DETALHES DO PRÉDIO O projeto da nova sede foi desenvolvido a partir da aplicação de conceitos de sustentabilidade e economia, a começar pelas dimensões do prédio, com pouca profundidade, para aproveitamento da luz natural e redução no consumo de energia. A economia se destaca em relação ao ar-condicionado, pois os brises externos na fachada dos fundos, os ambientes de trabalho abertos, as paredes e os vidros duplos garantirão isolamento térmico. O prédio também tem elevadores inteligentes

e lâmpadas econômicas, com sensores de movimento em corredores e banheiros. Da mesma forma, merece ser destacado o reaproveitamento da água da chuva e da água do ar-condicionado, que servirão de fonte para as descargas dos vasos sanitários, uso no jardim e lavagem das calçadas. À disposição, para essa finalidade, estão dois reservatórios na cobertura e duas cisternas no subsolo, com capacidade total para armazenamento de 350 mil litros de água.


A HORA 路 SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

11


12

Cidades

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

La Salle almeja instalar segundo câmpus Parte do complexo da Polar foi cedida pelo município para a instituição de ensino ANDERSON LOPES

Estrela

da Informação (TI), o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas tem duração de três anos e visa suprir a grande demanda de profissionais do setor no mercado de trabalho. Com duração de dois anos e meio, a graduação em Logística

A

provada na sessão da câmara dessa segunda-feira, a concessão de um prédio público para a Faculdade La Salle permitirá a ampliação das atividades da instituição no município. Localizado na sede da antiga Cervejaria Polar, o imóvel com quase 1,8 mil metros quadrados deverá abrigar um novo câmpus. De acordo com a diretora administrativa da faculdade, Claudia Argiles da Costa, as tratativas para a concessão do imóvel são antigas e a instituição tem um plano elaborado para a utilização do espaço. “Temos um planejamento até 2020, mas vamos divulgar após a sanção do projeto por parte do prefeito.” Conforme a diretora, a instituição tem crescimento médio de 25% ao ano. Realizada no sába-

forma profissionais especializados em aquisição, recebimento, armazenagem, distribuição e transporte. A faculdade também oferece formações em Administração, Agronegócio, Gestão Ambiental, Gestão Financeira, Recursos Humanos e Processos Gerenciais.

CENTRO ADMINISTRATIVO

Localizada junto com o colégio Santo Antônio, La Salle oferece 8 cursos

do, 5, a prova de vestibular de verão teve aumento de 32% no número de inscritos em relação ao ano passado. Com a aprovação no MEC de dois novos cursos para 2016, o câmpus de Estrela abrirá um novo processo seletivo em fevereiro.

Com a inclusão das graduações em Logística e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, a faculdade terá oito cursos em andamento no próximo ano.

Novos cursos Primeiro na área de Tecnologia

A antiga sede da Cervejaria Polar também abrigará o novo Centro Administrativo da cidade. De acordo com o arquiteto do município, Frederico Ronaldo Ely Birkholz, uma empresa foi contratada por meio de licitação para fazer um levantamento sobre as necessidades de cada secretaria. “Será avaliada a área total necessária e realizado

um estudo de plantas para a divisão das secretarias”, afirma. Segundo ele, ainda não existe um prazo para a conclusão dos trabalhos. Parte dos recursos necessários para a criação do novo Centro Administrativo é oriunda da venda de dois prédios públicos, que abrigavam as secretarias de Saúde e Agricultura. Juntos, renderam R$ 1,8 milhão aos cofres públicos.


A HORA 路 SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

13


14

A HORA 路 SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015


Cidades

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

15

Dívida do Estado compromete atendimento Serviço do Samu depende da verba de R$ 843 mil em atraso desde setembro ARQUIVO A HORA

Vale do Taquari

os dias. Desde o fim do modelo de pedágios privados, os casos de acidentes nas rodovias foram repassados às equipes. No ano passado, as seis unidades contabilizaram 5.499 atendimentos, uma média de 15 por dia.

O

atraso de repasses do Estado obriga profissionais a trabalhar como voluntários. Desde novembro, o quadro funcional do Samu está sem receber salário. O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Taquari (Consisa) aguarda posicionamento do governo até o dia 15. A omissão resulta em mobilização regional. Líderes locais pretendem agendar audiência na Secretaria Estadual de Saúde, em Porto Alegre. Os recursos para o pagamento dos funcionários do Samu deveriam ser encaminhados ao Fundo Municipal de Estrela, Teutônia, Arvorezinha, Encantado e Lajeado. Depois são destinados ao Consisa que encaminha à prestadora do serviço. Desde o início do ano, os valores foram depositados de forma irregular. Em agosto, o salário foi parcelado e demorou 21 dias para chegar completo aos funcionários. Hoje o déficit é de R$ 843 mil referente aos meses de maio, setembro, outubro e novembro. A maior parcela da dívida do Estado é com Lajeado. O município mantém base avançada com UTI e a dívida chega a R$ 700 mil. O serviço ocorre durante 24 horas feito por cinco médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e motoristas. A equipe auxilia no transporte de pacientes para hospitais com leitos disponíveis na UTI. O investimento para manter o atendimento nas cinco cidades chega a R$ 308 mil por mês. Desse valor, R$ 141 são oriundos do Estado e o restante da União e das cidades. O custo com medicamentos, combustível e manutenção dos veículos chega a R$ 25 mil por mês. De acordo com o secretário executivo do Consisa, Nilton Rolante, o Samu da região é o único no estado que atua 24 horas. A região tem 75 profissionais no serviço e registra 500 atendimentos por mês, distribuídos pelas cinco bases. A negativa do Estado, diz Rolante, transmite a responsabilidade para os municípios. A desistência do sistema obriga as administrações a custearem os serviços

MAIS UNIDADES

Unidades do Samu na região enfrentam problemas para manter serviços desde os primeiros meses deste ano

de emergência e urgência, diz. A Fundação Araucária presta o serviço desde 2010 e é responsável pelo pagamento dos funcionários. O Consisa abriu contrato emergencial para atender a demanda, mas a contratação efetiva depende de resposta do Estado.

Ano de incertezas Desde janeiro, o Consisa registra atrasos nos repasses para o custeio do Samu na região. Com a troca de governo, o pagamento dos últimos meses de 2014 foi protelado. Nos primeiros meses, o salário da equipe, a manutenção das ambulâncias e a compra dos

materiais de expediente foram mantidos com o fundo reserva do consórcio. O Samu atende chamados todos

Em 2014, o Consisa elaborou projeto para adquirir mais unidades para atender a demanda nas rodovias. A aquisição dos oito veículos pleiteados depende do Ministério da Saúde. O repasse de verbas da União e do Estado define a entrega. O primeiro veículo seria entregue a Estrela. A ampliação da frota contemplaria Arroio do Meio, Marques de Souza, Fazenda Vilanova, Ilópolis, São José do Herval, Dois Lajeados e Boqueirão do Leão.


16

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

MODELO ASSOCIATIVO

Ordenha com robô alivia mão de obra JUREMIR VERSETTI/CHINELAGEM PRESS

Dália Alimentos aplicará R$ 20 milhões na construção de quatro condomínios leiteiros. A primeira estrutura foi inaugurada ontem, em Nova Bréscia, com capacidade de alojar 262 animais. São 16 famílias associadas. Sistema operado por robôs elimina trabalho braçal, qualifica o processo produtivo e ameniza falta de mão de obra. Vale do Taquari

U

m dos projetos mais ousados da cadeia leiteira no RS foi colocado em prática ontem, em Nova Bréscia, sob coordenação da Dália Alimentos de Encantado. Dezesseis famílias, lideradas pelo associado Ademir Lorenzon, deixarão de lado o trabalho braçal de tirar leite das vacas e fazer o trato. O condomínio Dei Produttori di Latte Bréscia é o primeiro a ter ordenha robotizada executado de forma associativa na América Latina. O aspecto pioneiro é ressaltado pelo presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini. A escolha pela ordenha robotizada foi motivada pela busca de uma solução para o déficit

de mão de obra na região e uma alternativa para incrementar a produtividade. Esses condomínios já funcionam na produção de suínos, em que a recria de leitões para a terminação é feita de forma conjunta. Na área do leite, a cooperativa buscou subsídios e modelos implantados na Europa e nos EUA. “Muitas famílias não têm como competir com a realidade de produção que está sendo implantada. Estruturado em sociedade, com alta tecnologia e baixo custo de produção, um produtor que é pequeno em escala pode ficar grande com os demais do grupo e se manter na atividade.” Segundo o presidente-executivo da cooperativa, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, o projeto surgiu depois de várias viagens, es-

tudos e debates. A cooperativa implantará outros três condomínios automatizados (Arroio do Meio, Candelária e Roca Sales), com investimento total de R$ 20 milhões, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Todos em construção.

Estruturado em sociedade, com alta tecnologia e baixo custo de produção, De volta à atividade um produtor que é Após desistir por falta de mão pequeno em escala de obra há 27 anos, Ademir Loren62, é um dos 16 produtores a pode ficar grande zon, integrar a associação. Como difecom os demais do rencial, destaca o uso da tecnolopara facilitar o trabalho, fazer grupo e se manter gia o controle da qualidade e aumentar a produtividade. na atividade. Gilberto Antônio Piccinini Presidente

Por não terem férias ou folga, poucos jovens investem no setor. Essa nova forma de produzir pode

Modelo pioneiro com uso da tecnologia robótica será implantado em três condomínios.

atrair novos criadores. “É possível melhorar a qualidade de vida sem precisar migrar para a cidade.” A estrutura onde Lorenzon alojará 20 animais foi construída na localidade de Linha Tigrinho Baixo, numa área de 13 hectares, distante cinco quilômetros da sede. Estão no condomínio 115 vacas em lactação e 66 animais entre vacas secas e novilhas. A produção atual é de 2,5 mil litros, com estimativa de atingir


17

A HORA ¡ SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Reportagem: Giovane Weber

6,5 mil litros em sua capacidade mĂĄxima. “Cada produtor ĂŠ responsĂĄvel por comprar as vacas, fornecer o alimento e sĂŁo remunerados por cotas, com base no nĂşmero de animais alojados.â€? SĂŁo de responsabilidade da cooperativa a infraestrutura, tecnologia e a administração tĂŠcnica.

Modelo europeu 4/QUARTA-FEIRA, 24 DE MARÇO DE 2010

QUARTA-FEIRA, 24 DE MARÇO DE 2010/ 5

Especial Espec

Espanha Esp Enviado especial

FERNANDO WEISS

alternativ para sucessão familiar Associativismo rural surge como alternativa ejo par l Comitiva de 23 pessoas estå na Galícia em busca de novas tecnologias e formas de manejo para melhorar produção e qualidade do leite no Vale do Taquari pråticas individuais para proporcionar o menor custo de produção, o que na mÊdia chega a 90% do M a i o r p r o d u t o r a preço final. Melhorar esse perde leite da Espanha centual Ê o segredo do negócio. O responsåvel por 40% produtor com melhor mÊdia por do total produzido no vaca nem sempre Ê quem ganha país e um dos maiores do mundo, mais dinheiro, mas quem produz a região da Galícia serve de escola com mais controle nos custos. para 23 pessoas do Vale do Taquari desde såbado, quando chegaram à capital Santiago de Compostela. Empresårios, produtores, sindicalistas, prefeitos, deputado, reitor e jornalistas buscam soluçþes para problemas recorrentes, como êxodo rural, suEm busca de mais qualidade de FHVVmR IDPLOLDU TXDOL¿FDomR GD PmR YLGD GHVJDVWDGRV FRP D SUR¿VVmR TXH de obra e manejo, especialmente no exige dedicação exclusiva durante os setor leiteiro. A viagem contempla 360 dias do ano, 14 pequenos produvisitas a propriedades de diferentes tores se reuniram e fundaram uma escalas de produção, laboratórios e associação produtora de leite, comcooperativas, mas percebe-se que prando 120 hectares de terras, com nem tudo estå perfeito. capacidade para manter uma mÊdia Números comprovam que a de 700 animais, entre vacas, novilhas cada ano cresce o percentual de e terneiros. Como todo o sistema da propriedades rurais desativadas no produção leiteira galega mantÊm os Vale do Taquari, consequência do DQLPDLV HP FRQ¿QDPHQWR XVDP DV Possuem um sistema de ordenha êxodo rural e do envelhecimento terras para levar o esterco e produzir dos colonos, ocasionados pela alimento verde) construíram mil me- rotativo capaz de tirar leite ao mesmo tempo de 40 das 300 vacas que saída dos jovens do meio rural. tros de årea com prÊ-moldados. Pesquisa da Univates divulgada Para fazer todo o serviço, contrata- possuem, em apenas três horas. Elas em 2006 mostra que das 35 mil ram quatro funcionårios especializa- rendem uma mÊdia de 30 litros por propriedades rurais do Vale, 10 dos que cuidam de toda a produção dia. O animal que produzir menos de mil estão paralisadas, ou seja, não e manejo, permitindo aos 14 sócios 15 litros diårios Ê descartado. O trato Ê totalmente terceirizado VmR DXWRVVX¿FLHQWHV SDUD SURGXomR um rodízio de atividades na granja, por uma cooperativa que fornece a alimentícia, muito menos para au- conforme escala preestabelecida. xiliar no desenvolvimento do setor. Essas estatísticas são alguns dos principais motivos que trouxeram 23 representantes à Galícia, onde os gaúchos encontraram o mesmo problema, mas com avançados projetos para sua resolução, como R DVVRFLDWLYLVPR H D TXDOL¿FDomR da propriedade rural. Os galegos mantêm uma mÊdia de produção que raramente fica abaixo de 35 litros de leite por vaca/dia, indiferente do tamanho da propriedade. Na segunda-feira, visitamos cinco lugares com escalas de produção variadas e utilização tecnológica avançada. A mÊdia geral que os produtores UHFHEHP SRU OLWUR GH OHLWH ¿FD HP 0,30 euros, que transformados em moeda brasileira soma R$ 0,81 (Euro valendo R$ 2,7). O que diferencia a rentabilidade de cada produtor Ê a forma do manejo e as despesas com os animais. Todo produtor mantÊm mecanismos e Sistema de ordenha rotativa foi instalado pela associação dos 14 produtores *Enviado Especial Fernando Weiss

ResistĂŞncias sĂŁo coisas do passado

M

“O desafio estĂĄ na gestĂŁoâ€? Assessor de polĂ­tica agrĂ­cola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), MĂĄrcio Langer avalia que a robotização facilita a vida do produtor, sendo uma alternativa em localidades onde hĂĄ escassez de mĂŁo de obra. Destaca como desafios a gestĂŁo conjunta, a divisĂŁo de funçþes e os lucros. “Na Europa temos uma cultura e esses modelos deram certo. Aqui ĂŠ uma novidade.â€? Quanto Ă robotização do sistema de ordenha e Ă aglomeração de todo rebanho em um Ăşnico espaço, Langer demonstra receio. “O computador analisa nĂşmeros e nĂŁo sentimentos. Ter o produtor presente no processo ĂŠ importante.â€?

A sanidade Ê outro grande diferencial em relação ao sistema de produção no Vale. As vacas são tratadas de uma forma especial, com manejos especiais desde o primeiro dia de vida. O processo varia de um produtor para outro, mas de modo geral, todos têm obrigação de adotar sistemas que deixem o leite nas condiçþes sanitårias exigidas pelo governo e laboratórios. A Galícia começou o processo de re-

14 produtores juntos

formulação do setor leiteiro hå cerca de 20 anos e sofreu com os mesmos problemas que registra o Vale do Taquari atualmente. Segundo o diretor-geral de Produção Agropecuåria do Conselho do Meio Rural da Galícia, JosÊ Alvarez Robledo, foram FULDGDV SROtWLFDV GH TXDOL¿FDomR D FRPHoDU pela erradicação da brucelose e tuberculose, parecido ao processo que iniciou recentemente na comarca de Arroio do Meio. Ele

Ordenha feita por um robĂ´

alimentação pronta atĂŠ a propriedade, inclusive o material que forma a cama dos animais. O presidente da Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda. (Cosuel), Gilberto Piccinini, pretende criar uma associação de produtores no Vale por meio de incentivos da prĂłpria cooperativa. “Nossos pro-

dutores nĂŁo tem folgas nem fĂŠrias e aqui vimos na prĂĄtica que por meio de associação ĂŠ possĂ­vel fazer escalas de trabalho e reduzir as horas do colonoâ€?, explica Piccinini que vĂŞ nessa fĂłrmula uma das soluçþes para evitar a paralisação de muitas propriedades no Vale. Para o presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, ĂŠ preciso adaptar o sistema Ă realidade local da nossa regiĂŁo. “Estamos aqui para buscar fĂłrmulas e alternativas para melhorar o setor no Vale, mas nĂŁo podemos esquecer que a nossa realidade ĂŠ diferente e precisa ser transformada de forma gradativaâ€?, destaca Bayer, ressaltando o trabalho de rejuvenescimento de cinco anos que a Languiru fez nos Ăşltimos cinco anos nas propriedades onde atua. Embora a GalĂ­cia tambĂŠm sofra com o ĂŞxodo rural dos jovens, e para o qual ainda nĂŁo encontrou uma saĂ­da para sua estagnação, os galegos dispĂľem de incentivos da UniĂŁo Europeia mediante investimentos em tecnologia. Ou seja, o governo subsidia quando percebe que na propriedade existe a possibilidade GH SURÂżVVLRQDOL]DomR &RPR DV FRRperativas exercem papel muito forte por aqui, os produtores se sentem mais seguros em fazer apostas a longo prazo.

Numa das propriedades consideradas modelo de produção na GalĂ­cia e talvez no mundo, a ordenha das vacas ĂŠ feita por um robĂ´ adquirido hĂĄ trĂŞs anos por 120 mil euros (R$ 324 mil) com ajuda de 50% do governo. Com o mesmo problema do envelhecimento, Manoel e Consuelo Lebon, ambos com 53 DQRV H R ÂżOKR 0DUFRV GH FRPSUDUDP R URE{ SDUD TXDOLÂżFDU R VLVWHPD GH RUGHQKD PDV SULQFLSDOPHQWH melhorar qualidade de vida. A ordenha das 60 vacas que antes exigia duas horas de dedicação cada turno foi substituĂ­da pela mĂĄquina. “Hoje podemos fazer outros serviços, enquanto o robĂ´ tira o leite das vacasâ€?, comemora Marcos, que a cada dia imprime os relatĂłrios sobre a produção de cada animal.

lembra que houve muita resistĂŞncia por parte dos agricultores, que alĂŠm de sempre se sentirem “injustiçadosâ€?, nĂŁo eram receptivos Ă s mudanças. Com o passar dos anos, o processo ocorreu naturalmente e hoje se SURÂżVVLRQDOL]RX D SURGXomR OHLWHLUD 3DUD VH ter uma ideia, nos Ăşltimos trĂŞs anos reduziu o nĂşmero de propriedades de 85 mil para 13 mil, no entanto a produção e a qualidade aumentaram.

Alguns cuidados: Botas de plĂĄstico para visitantes ao entrar nos estĂĄbulos Concreto ao redor de todos os galpĂľes GalpĂľes limpos automaticamente, por meio de uma esteira com largura igual ao galpĂŁo que empurra o esterco atĂŠ a estrumeira É descartado todo leite de vaca em tratamento, indiferente do grau de gravidade ou alteração na composição do leite

Como funciona - funciona sozinho, sem necessidade de presença humana - as vacas entram voluntariamente para a sala de ordenha (em mĂŠdia a cada seis horas – trĂŞs ao dia), enquanto um sensor circunda o umbre e localiza as tetas para fazer a limpeza e ordenha - precisa em mĂŠdia seis minutos para ordenhar cada vaca (em mĂŠdia 14 litros toda vez) - apresenta relatĂłrio completo sobre produção individual de cada vaca, conforme registrada por nĂşmero no sistema informatizado - mostra qualidade do leite, contaminação por doenças e se estĂĄ dentro das normas

Robô necessita em mÊdia de seis minutos para ordenhar cada vaca e não necessita presença humana

Em março de 2010, Dålia Alimentos integrou comitiva de 23 pessoas (empresårios, produtores, sindicalistas e prefeitos) do Vale do Taquari, que visitou a região da Galícia, na Espanha. Entre as atividades, conheceram modelos associativos de produção leiteira e a ordenha robotizada implantada por um grupo de 14 produtores.

Incremento no valor adicionado O prefeito Gilnei Agostini estima aumentar em R$ 150 mil anuais o retorno de ICMS com o novo complexo leiteiro. Para ele, o sistema automatizado supre a escassez de trabalhadores no interior. “Esperamos que encoraje outros produtores a se organizar e estruturar seus

Esperamos que impulsione outros produtores a se organizar e estruturar seus próprios condomínios.� Gilnei Agostini Prefeito de Nova BrÊscia

prĂłprios condomĂ­nios.â€? Cerca de R$ 650 mil foram investidos pelo poder pĂşblico na compra da ĂĄrea e infraestrutura. Por ano, 200 produtores vendem seis milhĂľes de litros de leite, com projeção de elevar para dez milhĂľes atĂŠ 2018. Segundo Agostini, o setor primĂĄrio representa 80% da arrecadação, cujo orçamento ĂŠ de R$ 18 milhĂľes. Desse montante, 15% ĂŠ dividido entre as secretarias de Obras e Agricultura. Outra ĂĄrea incentivada pelo Executivo ĂŠ a criação de frangos e suĂ­nos. Nos Ăşltimos dois anos, foram construĂ­dos 15 aviĂĄrios no sistema dark house, cada um com capacidade de alojar 48 mil aves. Foram aplicados R$ 15 milhĂľes. Para 2016, outras 20 estruturas devem ser erguidas. “Vamos elaborar um projeto para conceder um incentivo de atĂŠ R$ 70 mil por empreendimento, cujo montante deve ser repassado ao produtor em oito anos, a fundo perdido.â€? O municĂ­pio ĂŠ o quarto maior produtor de frangos do estado. Em 2014, foram abatidos 36 milhĂľes de animais, criados por 140 produtores. Na ĂĄrea de suinocultura, estĂĄ em fase de conclusĂŁo a primeira granja de bem-estar animal com capacidade para 2,5 mil matrizes, a partir de maio. Por ano, serĂŁo produzidos 70 mil leitĂľes. Em 2015, outros sete chiqueiros foram construĂ­dos. Com os projetos desenvolvidos na ĂĄrea rural, Agostini estima aumentar o valor adicionado em mais de R$ 30 milhĂľes nos prĂłximos anos.

Como funciona a ordenha robotizada – O sistema gera economia no uso de equipamentos, mĂŁo de obra e tempo. A vaca circula livremente pelo galpĂŁo e, ao passar pelo robĂ´, um sensor identifica se estĂĄ apta para ser ordenhada, se precisa de alimento, ĂĄgua, suplemento ou apresenta um sintoma anormal. – Quando a vaca for encaminhada para a ordenha, o equipamento limpa as tetas, estimula as mamas, retira os primeiros jatos de leite e seca. Em seguida, inicia a ordenha por completo. – Um braço robĂłtico

coloca as teteiras, um laser identifica o posicionamento e se adapta ao tamanho. Caso uma teta esteja com problema como bactĂŠrias ou febre, a matĂŠria-prima ĂŠ desviada para um outro tanque. – Ao fim da ordenha, um spray ĂŠ espalhado no Ăşbere para evitar o contato com fungos, bactĂŠrias ou contrair doenças. Todos equipamentos sĂŁo lavados entre a ordenha de uma vaca e outra para manter um padrĂŁo de sanidade. – Todas as informaçþes coletadas durante o pro-

Para entender O Projeto Associativo de Produção Leiteira com Ordenha Robotizada busca reunir produtores em torno de um empreendimento de produção associativa e visa o aumento da produtividade e da renda dos associados. Os produtores serão sócios do condomínio e responsåveis pela alimentação e aquisição das vacas. Eles participarão por meio da compra de cotas, de acordo com o número de animais que alojarão. O investimento da Dålia Alimentos nos quatro projetos Ê de R$ 20 milhþes. Cada projeto integrarå, em mÊdia, 15 famílias e 262 animais, totalizando 60 famílias e 1.048 animais alojados. Com o investimento, a meta Ê produzir 30 litros de leite por vaca. Hoje essa mÊdia Ê de 20 litros.

NĂşmeros

R$ 20 milhþes Construção de quatro condomínios

60 produtores nĂşmero de produtores associados nos condomĂ­nios em Nova BrĂŠscia, Arroio do Meio, Roca Sales e CandelĂĄria

1.048 vacas serĂŁo 262 em cada estrutura

30 litros diårios cesso são encaminhadas para a tela do computador. Elas podem ser acessadas no local ou a distância. Apresen-

tam relatório completo sobre produção individual de cada vaca, conforme registrado no sistema informatizado.

meta da cooperativa com o investimento


18

Cidades

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Operação Golfinho força adaptações na BM Região deve ceder até 65 militares para atuar no litoral, 35 estão confirmados Vale do Taquari

O

policiamento nas cidades da região deve ser adaptado para atender as demandas locais durante a Operação Golfinho. Ela inicia no dia 19 e deve contar com cerca de 65 militares do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) para patrulhas no litoral e também como salva-vidas. A estimativa feita pelo comandante do CRPO-VT, coronel Humberto Teixeira, leva em consideração o volume de efetivo fornecido em edições anteriores da operação. Pelo menos, 35 policiais militares estão confir-

ANDERSON LOPES

mados para atuar nas ruas do litoral gaúcho até o fim de fevereiro. Segundo o coronel, o número de policiais fornecidos por cada município respeitará a proporção de efetivo. A média de ocorrências durante o período da Operação Golfinho costuma se manter em comparação com o restante do ano. De acordo com ele, um atenuante à situação é a redução das populações das cidades nos períodos de férias. Como alternativa para o deslocamento de policiais, o comando altera estratégias de atuação da Brigada Militar (BM). Nos batalhões, servidores de funções administrativas devem Comandante do CRPO, coronel Humberto Teixeira acredita que estratégias adotadas no período atendem a necessidade

ser aproveitados para atuar em ocorrências externas, enquanto as patrulhas devem ter suas áreas ampliadas para contemplar cidades com menor efetivo. Em Estrela, o Pelotão de Operações

Especiais (POE) deve ser distribuído de forma temporária para complementar o policiamento. Segundo o comandante, apesar da necessidade de adaptação, as medidas não devem

trazer prejuízos à população. “Se hoje já tenho alguma defasagem, obviamente, isso traz algum prejuízo, mas é algo normal, que ocorre todos os anos. Não tenho como manter todas as guarnições que tenho nas ruas com menos pessoas.” Entre as ocorrências mais comuns no período, estão os furtos a residências e perturbações em vias públicas. Como forma de amenizar problemas na área comercial, desde o início do mês está em andamento a Operação Papai Noel. Nela, o policiamento é intensificado em áreas e horários de circulação em lojas.

Alsepro questiona Para o presidente da Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro), Dani Petry, os efeitos da Operação Golfinho são questionáveis. “Vemos com muita preocupação, pois prejudica o policiamento nas cidades. Mesmo com fluxo maior nos centros, os bairros ficam desassistidos.” Segundo Petry, uma alternativa para reduzir o deslocamento de policiais militares seria o treinamento de grupos da sociedade das cidades litorâneas para auxiliar em ações como salvamento. De acordo com ele, o conhecimento maior sobre as características das praias facilitaria o processo, além da medida servir como opção de renda.


A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Futsal PATROCÍNIO:

Copas apontam os campeões hoje Cafusal e Taça Aci-e promovem últimos jogos do ano à noite

A

s competições de futsal do Vale do Taquari entram na reta decisiva. Hoje à noite, dois certames apontam os campeões: em Lajeado e Encantado. A final do Campeonato Aberto de Futsal de Lajeado (Cafusal) ocorre a partir das 19h15min no Centro Esportivo Municipal, no bairro São Cristóvão. A premiação é entregue após a última partida. Na primeira, Meninos da Rua aposta no artilheiro João de Moura, autor de 26 gols, para vencer o Belas Águas e conquistar o título da categoria sub-17. A segunda decisão é entre o atual campeão do feminino, Eletro Diesel Hirt, e Tangerina Splash, da artilheira Fernanda Sostmeier. Pela força livre, o Coorevat, único invicto até o momento, enfrenta o ASDP, de Santa Clara do Sul. As equipes buscam o título inédito da competição. A decisão da 3° Taça Aci-e de Integração de Encantado é entre as equipes da Brigada Militar e a Dália Alimentos, a partir das 21h, no Ginásio Municipal de Esportes do Parque João Batista Marchese. Antes, às 20h, se enfrentam Dália Rações e Associação Baldo pelo 3° lugar. A entrega da premiação ocorre após a decisão. A entrada é franca.

Imigrante As semifinais do Campeonato Municipal de Futsal e Voleibol ocorrem hoje, às 19h15min, no Ginásio Municipal. O primeiro jogo é entre Tanto Faz e Siri Sem Freio.Quem vencer enfrenta a Equipe do Barulho na final do

DIVULGAÇÃO

Brigada Militar disputa a final da Taça Acie-e contra a Dália Alimentos. Jogo ocorre no Parque João Batista Marchese EZEQUIEL NEITZKE

voleibol. Em seguida, Ferinhas D'Bola e Só Canelas disputam o terceiro lugar da sub-15. Também jogam pela terceira colocação Bola na Rede e Só Elas, no feminino, além de Daltro Filho e Seca Baixa no veterano. A categoria força livre aponta os dois finalistas. No primeiro jogo, o Seca Baixa encara o Bigo Range. Depois, R.V.B enfrenta o Daltro Filho. Já estão garantidos nas finais: Ecas versus Bola da Vez (sub-15), Devassa FC x MHFC (feminino) e Avanta versus Esquinão Lanches (veterano). As decisões ocorrem dia 18, a partir das 19h15min.

Canudos do Vale Os finalistas da categoria força livre do campeonato municipal são conhecidos amanhã. Os jogos ocorrem no Ginásio Municipal a partir das 20h30min. A primeira semifinal é entre EC 22 de Outubro e A Sobra. Após, SE Canarinho e EC Nova Berlim ree-

Dioma da Silva é a aposta do ASDP para conquistar o título inédito do Cafusal

ditam a semifinal de 2014. Os finalistas das categorias feminino e sub-20 já estão definidos e disputam no dia 19. Pela

categoria feminino, a decisão é entre Canarinho e Íbis. Na sub16, a disputa do título é entre EC Nova Berlim e Boleiros FC.


20

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Lembranças que superam o câncer Nas quase duas décadas de carreira, Rovel Rosendo difundiu a arte marcial no Vale do Taquari, formou talentos e criou o próprio estilo de luta. Em 2012, foi diagnosticado com um tumor maligno na cabeça. Perdeu a fala, os movimentos e metade do peso. Preso a uma cama e calado pela doença, Rosendo tem a história contada pelo primeiro professor, ex-alunos e familiares. Ele sempre foi mais dedicado e esforçado do que a maioria dos alunos.” Comecei a dar aula em Lajeado nos anos 90, na Academia Alternativa. Representava a Songahm Taekwondo Federation. Éramos, na época, uma das poucas instituições que ensinavam a arte marcial na região. Me lembro que o Rovel foi trazido à academia pela Grazi, namorada dele na época. Num primeiro momento, ele parecia tímido e inseguro. Não olhava nos olhos, cabeça baixa. Enfim, frutos da idade. Ele teve algumas dificuldades técnicas nas primeiras aulas. Pouca flexibilidade, chutes baixos. Mas com o tempo foi evoluindo. Uma melhora rápida e surpreendente. O Rovel gostava de treinar e ia à academia sempre que podia. Ele sempre foi mais dedicado e esforçado do que a maioria dos alunos. Não me recordo com certeza, pois já faz mais de duas décadas, mas acho que ele treinou comigo por cerca de três anos, até a faixa vermelha. Jeanduval Freitas (primeiro professor)

ARQUIVO PESSOAL

Rosendo é classificado como um dos precursores da arte marcial no Vale. Na foto, treina com o filho Conan antes da doença

O Rovel foi referência aqui em Lajeado.”

Conheço o Rovel a minha vida toda. A gente morava na mesma rua na Cohab, em Lajeado, e estudávamos no mesmo colégio (Carlos Fett Filho). O Rovel sempre teve o mesmo perfil. Ele não era de brigar, mas sempre gostou desse negócio de luta e sempre foi um cara forte. De vez em quando, a gente se reunia na casa de alguém ou no parque e fazia uns treinos não oficiais. Na década de 90, comecei a treinar de verdade com ele. Fui um dos primeiros faixa-preta que ele formou. O Rovel sempre incentivava bastante o pessoal. Era muito focado em fazer a coisa correta. Ele via em cada aluno o potencial que tinha e desenvolvia isso. O Rovel foi referência aqui em Lajeado. Muita gente passou por aqui e ele sempre permaneceu. Ele sempre tentava inovar, aprimorar os golpes. Por isso, dentro do conhecimento dele, ele criou a própria arte marcial, o sistema Combate de Artes Marciais. Foi influenciado em estilos de luta como o jiu jitsu, o full contact e o budô samurai. Matéria do O Informativo do Vale destaca a criação do sistema Combate de Artes Marciais, idealizado por Rosendo Luís Everton de Lima, 41 (ex-aluno)


21

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Reportagem: Fábio Kuhn

Ele dizia: ‘eu como, durmo e respiro luta.’” Antes de existir MMA, UFC, quando a família Gracie estava começando esse negócio de jiu jitsu, lá nos anos 90, nós tínhamos uma turma de amigos. Nossa diversão era juntar o pessoal no domingo de tarde, montar um tatame na grama do Parque do Imigrante e treinar taekwondo. Foi o Rovel que começou esse tumulto todo. Ele tinha um Fusca laranja e lotava o carro levando o pessoal para o Parque do Imigrante. O Rovel era um cara que dedicou a vida à luta. Ele dizia: ‘eu como, durmo e respiro luta.’ Até por isso, todo campeonato ou evento de arte marcial que tinha aqui na região, ele es-

tava presente. O Rovel chegou a vender um Del-Rey e começou a andar a pé para comprar equipamentos para a academia. Um dia, em 2011, encontrei-o no supermercado. Ele me abraçou e disse que estava começando um projeto para levar arte marcial aos bairros mais carentes de Lajeado. Ele encheu os olhos de água e disse assim: ‘cara, único problema que to tendo é a resistência da parte política’. Ele pediu uma renda em torno de R$ 1 mil por mês. E foi negado. Ele disse: ‘não sei mais o que vender, não sei mais da onde tirar dinheiro para continuar.’ Jeferson de Vargas, 39 (ex-aluno)

Com ele eu fui tricampeã mundial” Comecei a praticar judô com 12 anos. Quando me mudei para Lajeado, fui fazer jiu jitsu e muay thai. Na academia onde treinava, o Rovel era o mestre responsável. Ele ia lá às vezes para fazer graduação e passar seminário. Foi onde a gente se conheceu. Um dia, quando eu tinha 16 anos, pediu se eu queria treinar na equipe dele. Quando entrei lá, um dos alunos mais velhos falou: ‘tu esquece tudo o que tu sabe, pois aqui tu vai aprender do zero.’ Muitos, quando entravam na equipe e ouviam isso, saíam. Eu pensei: vou ficar, pois quero ser boa como eles. Lutei a primeira vez com 17 anos em um evento no shopping. Acabei perdendo. No fim da luta, o Rovel chegou pra mim e pediu o

que eu tinha achado. Depois ele falou: ‘se tu quer, eu posso te fazer campeã’. Com ele, eu fui tricampeã mundial de jiu jitsu. Em 2012, o Rovel substituiu um aluno num evento de submission em Bento Gonçalves. Quando fizemos a baixa de peso na sauna, ele desmaiou duas vezes. Depois, começou a sentir formigação no lado esquerdo do corpo. Mesmo assim, foi lutar. No primeiro soco, ele nem defendeu. Ele caiu e pararam a luta. No fim, ele disse que não sentia o lado esquerdo do corpo. Fomos direto de Bento Gonçalves até o hospital (Bruno Born). Na topografia, foi constatado que o Rovel tinha um tumor do tamanho de um ovo. Roberta Rodrigues Paim, 27 (ex-mulher, ex-aluna e lutadora do Bellator)

A vida dele não gira em torno dessa doença maldita[...]” Um dia depois da luta em Bento Gonçalves, mesmo com todos os problemas, ele veio na academia. Tava com o olho roxo, uma mão meio caída. Ninguém sabia de nada. Os familiares dele foram nos médicos aqui de Lajeado. Foi feita uma cirurgia e logo depois ele voltou a conversar. Até ia na academia de cadeira de rodas. No primeiro momento, nós achávamos que ele se recuperaria. Lembro de um dia que o busquei para ver um treino. Tava indo de ré com a caminhonete e coloquei a mão pra trás. Aí ele falou: ‘que que é isso, Adriano tá me estranhando. Pensei que tu ia me dar um beijo’. Ele ainda estava falando. Ainda estava brincando. Mesmo com a situação que estava passando, tinha ânimo de brincar. Só que ele foi piorando de novo. A gente tinha a expectativa que ele estava curado. Dias depois, nem um mês depois, ele piorou de vez. Foi acabando aquele tigre que era para estar, hoje, enfermo.

Conheço o Rovel faz quase 20 anos. Como sempre fui amigo dele, prefiro lembrar das coisas boas, dos momentos bons, dos campeonatos. Não gosto de lembrar dele como está hoje. A vida dele não gira em torno dessa doença maldita, mas, sim, em torno do que ele fez pelas pessoas e pelo esporte. Adriano Rodrigues Piassini, 36 (ex-aluno)

...vou cuidar dele até o fim.” ARQUIVO PESSOAL

Desde que descobriu que tinha câncer, o Rovel se preocupou muito com o nosso filho, Conan (14 anos). Não queria que ele sofresse. Me lembro de uma das visitas no Hospital de Clínicas depois da cirurgia. O Rovel olhou para o Conan e fez um esforço sobre-humano para falar: ‘volta pra casa, só pensa coisas boas e me espera.’ Cinco meses depois, fui chamado para uma reunião com a mulher dele na época, a Roberta Paim, e os pais dela. Eles informaram que não teriam mais condições de cuidar do Rovel. Sugeriram levá-lo para uma clínica. Não falei nada no momento. Fui para o quarto e vi o meu filho abraçado com ele na cama e não tive dúvidas e nem medo. Cabia a mim a decisão de manter unidos pai e filho e de dar conforto emocional para o Rovel no pior momento da vida dele. Ele sempre foi um grande amigo meu, um ótimo pai. Eu jamais o deixaria desamparado. As pessoas me questionaram muito: ‘por que pegar ex-marido de volta?’. A maioria das mulheres disse que jamais faria isso.

Mas eu acredito em amor ao próximo. Acredito que tu tem que ajudar a pessoa quando ela precisa. Um momento que nunca vou me esquecer foi quando trouxeram ele aqui para casa em julho de 2013. Ele chegou apavorado com a sensação que atrapalharia minha vida voltando para cá. Daí eu disse que não. Que nós estávamos muito felizes de ter ele de volta e que iríamos cuidar dele, que ele melhoraria e se curaria. Quando chegou aqui, ele conversava. Fazia até musculação na cama. Aí, depois de uns quatro meses, ele parou de falar, não se mexia mais. Fizemos uma ressonância nova e o médico falou que o tumor tinha retornado de novo. Na época, deram um ano de vida para ele. Isso faz mais de dois anos. Os médicos também disseram que não tem volta. Não tem como operar ou fazer quimioterapia. Mas, independente do que acontecer daqui pra frente, eu estou feliz com a minha decisão e vou cuidar dele até o fim. Tutty Brites, 49 (ex-mulher e ex-aluna)


22

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Eze q ui e l N e i t zke

Craque da Partida No fim de semana, Júnior Costa, o “Japa”, do Aimoré, e Sílvio Peralta Camargo, do União Carneiros, ganharam as medalhas de Craque da Partida/Jornal A Hora. Os dois tiveram atuações destacadas nas vitórias sobre Pinheiros e 25 de Julho, respectivamente.

Duas categorias definem campeões no domingo Decisão ocorre na sede do Campo Branco DIVULGAÇÃO

Pagando promessa Após a conquista do 25 de Julho, a torcedora Inevis Konzen cumpriu a promessa feita no início do campeonato. Ela atravessou o campo de joelhos segurando a taça.

Grêmio Esportivo Gaúcho disputa o título masculino contra o Amizade

Futsal Sete

Presente O amigo e leitor Adauto de Azevedo recebeu de Rodrigo dos Santos, o “Mano Praia”, a camisa do Al Qaeda Jr, campeão da segunda divisão da Soges.

Mercado do futsal Com o fim da temporada, as especulações sobre o futuro dos jogadores que atuaram na Alaf e ASTF é grande. Por isso, toda semana trarei novidades sobre a situação dos atletas. • O fixo Zé Carlos, que estava na ASTF, disputará a Série Ouro de 2016 com a Asif, de Ibirubá. • O pivô Edinho da Rosa, que atuou na ASTF, se

aposentou e jogará o amador de Teutônia com o Atlético Gaúcho. • O pivô Gessé, que estava na Alaf, é a novidade do Minas Tênis Clube, de Minas Gerais, para a disputa da Liga Nacional. • O ala Tininho se desligou da Alaf nesta semana e estuda proposta de equipes que disputam a Série Ouro.

ezequiel@ jornalahora.inf.br

A

primeira edição do Campeonato Municipal de Futebol 7 de Progresso aponta no domingo os campeões das categorias feminino e masculino. Os jogos ocorrem no campo do Internacional, em Campo Branco, a partir das 15h30min. No primeiro, o Achados e Perdidos tem a vantagem de jogar por um empate com o Internacional de Lajeado do Meio para ficar com

o terceiro lugar. Na categoria feminino, Grêmio Esportivo Gaúcho e Internacional de Lajeado do Meio disputam a taça. Pela categoria masculino, o embate é entre Gaúcho e Amizade. Como o primeiro jogo terminou em 0 a 0, novo empate leva a decisão para os pênaltis. A entrega da premiação ocorre após o término dos jogos. A realização é da Liga de Futebol Amador de Progresso, com o apoio do Departamento de Esportes da administração municipal.

Competição aguarda cem clubes inscritos Copa Eurovale Fiat De 22 a 29 de janeiro, Teutônia sediará a 10ª Copa Eurovale Fiat. Cerca de cem equipes devem disputar a competição de base nas seis categorias – sub-11, sub-12, sub-13, sub-14, sub-15 e sub-16. As equipes são brasileiras, uruguaias

e paraguaias. Abertura será no dia 22, às 16h, no pavilhão Multiuso, do Centro Administrativo. Primeiro jogo será entre os Amigos da Eurovale e Amigos de Teutônia. No dia 23, ocorrerão as partidas classificatórias. A partir do dia 26, serão disputadas as fases eliminatórias.


23

A HORA · SEXTA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2015

Informe

www.setelajeado.com.br

Escolinha organiza festa de encerramento FOTOS DIVULGAÇÃO

Torneio de Verão As inscrições para o O Torneio de Verão poderão ser feitas até o dia 11 de janeiro. No mesmo dia, haverá reunião técnica, às 20h, na sede do clube. A competição iniciará no dia 14 de janeiro. Os jogos serão nas segundas, quartas e quintas-feiras. Interessados devem procurar Luís Felipe Worm, “Farelinho”. O valor da inscrição é R$ 300. Até o momento, 15 equipes confirmaram participação.

Saiba mais A Escolinha do Clube Sete de Setembro tem mais de 220 alunos. É coordenada pelos professores Nico Dallagnol e Juarez de Mello Júnior e supervisionada por Luís Felipe Worm, o “Farelinho”.

Horários de treinamento Dias

Categoria

Horário

Terça-feira e quinta-feira

2007/08/09/10

9h30min às 11h

Terça-feira e quinta-feira

2003/04

8h às 9h30min

Quarta-feira e sexta-feira

2005/06

9h30min às 11h

Quarta-feira e sexta-feira

2001/02

8h às 9h30min

Nascidos no ano 2000 se despedem do clube nesta temporada. Jogadores agora buscam espaço na categoria juvenil

A

Escolinha de Futebol do Clube Sete de Setembro promove neste domingo o encerramento da temporada. As atividades iniciam às 9h com jogos entre os alunos das categorias menores no gramado sintético. O almoço ocorre no Ginásio de Esportes a partir das 11h30min. Os cartões podem ser adquiridos no local ao preço de R$ 10 (criança/ aluno) e R$ 15 (adulto). Os alunos devem usar a camiseta de treino do Sete. No encerramento, ocorrem sorteios de camisas oficiais, uniformes da escolinha, bolas oficiais e outros brindes. A camisa do Grêmio foi doada pelo ex-aluno da entidade Moisés Wolschick. A do Milan é oferecida por Rodrigo Ely, também ex-atleta que hoje atua na equipe italiana. Deivid, integrante da comissão técnica das categorias de base do Inter, doou a camisa colora-

O que Festa de encerramento da temportada

Quando Domingo a partir das 9h

Almoço Para criança R$ 10 e para adultos R$ 15

Participantes do evento de domingo concorrem a quatro camisetas de clubes profissionais onde atuam atletas da Região

da. O goleiro Tiago Volpi ofereceu a do Queretaro, do México. Durante o evento, os alunos da categoria 2000, que neste ano se despedem da Escolinha, recebem o pôster oficial da equipe. Todos os alunos ganham uma medalha pela participa-

ção nas atividades deste ano. O Departamento de Escolinhas convida familiares de alunos e todos associados para o evento. A diretoria informa que a Escolinha entra em recesso no dia 22. A partir do retorno, no dia 5 de janeiro, serão promovidas

atividades no turno da manhã durante as férias escolares. Os alunos interessados devem se inscrever na secretaria. As atividades voltarão à normalidade após o Carnaval. Mais informações com o técnico Nico pelo 8146-8410.


ESPORTE

Lajeado, sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Jornalismo / redação: ahora@jornalahora.inf.br Publicidade: comercial@jornalahora.inf.br Assinaturas: assinaturas@jornalahora.inf.br

Série Ouro

ACBF a um empate do título A ACBF deu um passo importante rumo ao 11º título do campeonato gaúcho. Na quarta-feira à noite, venceu por 1 a 0 o primeiro jogo da final, em Venâncio Aires, contra a Assoeva. O atual campeão da Liga Nacional abriu o placar no primeiro minuto de jogo, quando Pito recebeu a bola dentro da área e chutou para o fundo da rede. Nos minutos seguintes, os anfitriões tentaram o empate, sem sucesso. Na segunda etapa, a tensão aumentou. Pito teve a chance de ampliar, mas também chutou na trave. Aos 9 minutos, o goleiro Quinzinho saiu da área para interceptar o ataque da ACBF, mas acertou uma voadora no rosto do pivô Rafa e foi expulso. O time da Serra Gaúcha não conseguiu aproveitar a vantagem numérica em quadra nos dois minutos seguintes. No final, a Assoeva entrou com goleiro-linha, mas a defesa laranja e o goleiro Gian impediram o empate. O jogo decisivo é neste domingo, às 13h, em Carlos Barbosa. A ACBF joga por um empate no tempo normal. Caso seja derrotada, a decisão vai para a prorrogação, em que a equipe laranja tem a vantagem do empate novamente. Os ingressos antecipados começaram a ser vendidos ontem na Loja Paixão Laranja por R$ 20. Na hora, a custam R$ 25. A novidade para o segundo confronto é a primeira Fan Fest da ACBF. O evento ocorre no estacionamento do Centro Municipal de Eventos Sérgio Luiz Guerra, a partir das 10h. Oferece o Espaço Gourmet, com food trucks; o Espaço Cultural, com shows e artesãos locais; o Espaço Futsal, que mostra a história da ACBF e os troféus; e o Espaço Kids.

FUTSAL

Lajeado e Encantado apontam campeões Página 19


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.