Suplemento São Caetano do dia 25/07/2014

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A vida tranquila que muitos procuram pode ser encontrada nas 98 vilas da cidade. PÁGINA 8

E XEM PLAR GRATU I T O

ANO 9 | Nº 762 | 25 A 28 de JULHO de 2014 rodrigo pinto

Parabéns São Caetano! Uma história de 137 anos


2 ANIVERSÁRIO DE SÃO CAETANO | ABCDMAIOR | 25 a 28 de julho de 2014

divulgação

Sorriso Maroto fará o show de encerramento nesta segunda-feira, na avenida Presidente Kennedy

Comemoração do aniversário terá shows e a tradicional Festa Italiana Cidade celebra 137 anos com programação extensa, que inclui missa campal, cultos e shows de Anitta, Lucas Lucco e Sorriso Maroto Jessica Marques jessica.marques@abcdmaior.com.br

São Caetano completa 137 anos nesta segunda-feira (28/07) e os moradores recebem como presente, a partir das 13h, um grande show que reunirá nomes conhecidos da música brasileira no pátio da avenida Presidente Kennedy, 2.100, Bairro Olímpico. Pela manhã, será realizada missa campal na Paróquia São Caetano, que fica na praça Ermelino Matarazzo, às 10h30, e logo após, pedaços de um bolo serão distribuídos aos presentes ao meio-dia na praça. Dentre as apresentações musicais, estarão animando o público o grupo Na Hora H, Bruno Araújo, Thaeme & Thiago, Art Popular, Lucas Lucco, Eduardo Costa e Anitta. No encerramento do show, Sorriso Maroto, às 20h. A estudante Beatriz Domene

Rocha, 19 anos, já assistiu gratuitamente ao show de Luan Santana no estádio Anacleto Campanella em uma das edições da festa de aniversário da cidade e gostou muito do evento. “A programação deste ano está boa, poderiam melhorar a organização e trazer sempre artistas atuais”, disse Beatriz. O evento vai custar ao município cerca de R$ 100 mil para a estrutura da festa, o que inclui palco, som, iluminação, banheiros químicos, apoio de segurança e saúde. Os artistas serão pagos com ajuda da iniciativa privada, por meio da Rádio Gazeta FM e um parceiro. “Estamos preocupados em proporcionar à população um evento que a cidade nunca teve com tanta ênfase e cuidado, para dar aos moradores um dia agradável e alegre”, afirmou o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB).

TRADIÇÃO EUROPEIA A cidade, que tem como marco histórico a presença de imigrantes italianos, realizará todos os sábados e domingos de agosto (dias 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24) a 22ª edição da Festa Italiana. Com entrada gratuita, entre 18h e 23h o evento beneficente terá barracas com a venda de pratos típicos, como fogazzas, macarronadas, pizzas, lanches e vinho, na praça Ermelino Matarazzo. A renda arrecadada no evento será direcionada a entidades sociais, como é feito em todas as edições. As barracas são gerenciadas por voluntários e, no ano passado, os quatro finais de semana somaram cerca de 50 mil pessoas no local. A aposentada Vilma Finisgalli Caraponale, 73 anos, mudou para a cidade há 23 anos em busca de melhor qualidade de vida e já participou da Festa

Italiana. “Gostei da união das famílias que a festa proporciona”, contou Vilma, que tem ascendência italiana. Em 2013, o professor de guitarra Felipe de Milano Friedmann, 19 anos, que estava no Tiro de Guerra, ajudou na distribuição do bolo e na segurança da Festa Italiana. “Tem bastante comida boa e barata, música, alguns brinquedos e brincadeiras. É um ótimo evento e com entrada gratuita”, avaliou. OUTRAS ATIVIDADES Neste domingo (27/07), um dia antes do aniversário, os motoristas poderão participar da tradicional Carreata de São Cristóvão, saindo da Paróquia São Caetano às 10h30 e percorrendo as ruas 28 de Julho, Rio Branco, viaduto dos Autonomistas, rua Manoel Coelho, avenida Conde Francisco

Matarazzo, rua João Pessoa, rua Oswaldo Cruz, avenida Paraíso, rua Amazonas, rua Engenheiro Rebouças, avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, chegando à Igreja Sagrado Coração de Jesus, onde será a bênção. Não haverá interdição de vias. São Caetano não dispõe apenas de atividades comemorativas destinadas a quem tem o catolicismo como religião. Nesta sexta-feira (25/07), as pessoas poderão participar do culto evangélico realizado na Câmara Municipal (avenida Goiás, 600), às 19h30. Também em comemoração ao aniversário da cidade, haverá um passeio ciclístico no domingo, dia 3 de agosto, saindo da avenida Presidente Kennedy às 9h. No mesmo horário, o Ginásio Milton Feijão (avenida Walter Thomé, 64) receberá o evento Viva la Zumba.


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Município soma séculos de história para chegar aos 137 anos Historiadora da Fundação Pró-Memória relembra como imigrantes italianos tiveram importância no crescimento da cidade fotos: divulgação

Jessica Marques jessica.marques@abcdmaior.com.br

São Caetano comemora 137 anos no dia 28 de julho, data em homenagem à chegada de famílias italianas no município. De lá para cá, o desenvolvimento tornou-se incontestável, a ponto de hoje ter o título de melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País. A historiadora da Fundação Pró-Memória Cristina Toledo de Carvalho reforçou a importância de relembrar os caminhos da cidade. “A história é fundamental para criar laços de identidade a respeito de costumes e crescimento econômico. As memórias favorecem o conhecimento, o que leva ao vínculo afetivo”, reforçou Cristina. De acordo com informações da Fundação Pró-Memória, a história de São Caetano começa em 1630, quando Duarte Machado doou a terra na região do Tijucuçu, onde hoje é o Bairro Olímpico, para a Ordem de São Bento, o que iniciou a formação da fazenda beneditina. A região fazia parte da Vila de Santo André, fundada por João Ramalho em 1553. Na década de 1710, uma capela em louvor a São Caetano foi construída na fazenda, o que deu origem ao atual nome da cidade. Na área, os monges utilizavam mão de obra escrava, indígena e africana. IMIGRANTES Logo após a abolição da escravidão, a Fazenda de São Caetano foi vendida ao governo imperial e tornou-se um Núcleo Colonial, inaugurado em 28 de julho de 1877 e que recebeu as primeiras famílias de imigrantes da Itália, entre 26 e 28 grupos. A princípio, estas famílias viviam da agricultura local e produziam o suficiente para a subsistência. Depois de as fazendas serem atingidas por pragas, aderiram à produção oleira (de tijolos) pela facilidade em encontrar argila. O advogado Oscar Garbelotto, 81 anos, foi o primeiro presidente da Fundação Pró-

A antiga praça Primeiro de Maio em foto dos anos 1950, quando a cidade finalmente ganhou autonomia político-administrativa, o que favoreceu o crescimento econômico

-Memória, além de ser bisneto de Antônio Garbelotto, chefe de uma das primeiras famílias italianas a chegar a São Caetano, vindo da cidade de Cappella Maggiore, onde havia grande crise econômica. “Quando criança, morei na rua 28 de Julho, onde meu bisavô comprou o lote e onde, em 1914, meu avô estabeleceu uma concessão com a Antártica para vender os produtos e fazer o grande negócio da família”, narrou Oscar, que passou toda a infância praticamente “no quintal” da tradicional Festa Italiana, na época organizada pela extinta Sociedade Príncipe de Nápoles. INDÚSTRIA Com o tempo, a cidade foi ganhando mais habitantes e o modo de gerar renda foi se transformando. Na década de 1910, o grupo Matarazzo se instalou em São Caetano com quatro fábricas de sabão e óleos vegetais. Duas décadas depois, foi a vez da General Motors chegar e tornar-se o carro chefe da economia local, junto à Cerâmica São Caetano.

Fachada do Cinemax no Centro da cidade em 1948, quando São Caetano se emancipou de Santo André

A partir de então, a cidade tornou-se um grande polo industrial e atraiu migrantes de todo o País com oportunidades de emprego. Depois de ser Distrito Fiscal de São Bernardo e pertencer a Santo André, em 1950 a cidade finalmente ganhou autonomia político-administrativa, o que favoreceu ainda mais o progresso. LEMBRANÇAS A aposentada Laurinda Bazotti Tomé, 67 anos, mora em

São Caetano desde que nasceu e, como denuncia o sobrenome, tem sangue italiano. As lembranças saudosas da adolescência de Laurinda têm como cenário uma cidade modesta e tranquila. “Não tinha nem asfalto, tinha uma travessia com tábuas por cima do esgoto para chegar à casa e os comércios eram mais baratos”, recordou. O município, que antes era simples, passou a ganhar sofisticação. “Sair daqui pra mim seria o

fim do mundo, mas ficou muito mais caro. Conheço muita gente que se mudou pelo custo de vida”, lamentou a aposentada. Quando mais jovem, Laurinda gostava de brincar na rua de esconde-esconde, amarelinha e frequentar festas nas praças. “Inclusive conheci meu marido em um parque de diversão quando éramos jovens. Quando veio para São Caetano, ele tinha dois anos e já mora aqui há 70”, contou com emoção e saudade.


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Pinheiro: “Quem anda pela cidade, sabe que está melhor” Para o prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), a cidade começa a suiperar dificuldades surgidas após as eleições de 2012. Pinheiro afirma que inicia o período em que suas realizações aparecem. Quando assumiu o governo, herdou dívida de R$ 263 milhões, além de enfrentar esquema montado por adversários para barrar as licitações. “Para eles (opositores), quanto pior, melhor. Mas isso não é o que a população quer”, afirma o prefeito. Gislayne Jacinto gislayne@abcdmaior.com.br

ABCD MAIOR – Em um ano e meio de governo, qual é a marca de sua gestão. O objetivo de realizar uma administração diferente das passadas já está sendo sentido pela população? Paulo Pinheiro – Ainda não consegui na totalidade implementar nossa marca, mas, logicamente, dentro do possível, estamos melhorando os serviços da cidade, que é a marca principal. Na Educação, fizemos mudanças com melhorias salariais para os educadores. Na Saúde, um setor que estava bem problemático, melhoramos muito dentro das possibilidades. Inauguramos um centro cirúrgico oftalmológico, diminuímos as filas de espera nas unidades de saúde, entregamos também um novo tomógrafo no Hospital de Emergência Albert Sabin, pois o que tinha lá vivia quebrado, criamos o centro de imagem de ultrassom no Hospital São Caetano através de uma parceria cm o Hospital São Cristóvão, que possibilita a realização de 528 exames por mês. Outras conquistas foram a revitalização do Núcleo do Programa Saúde da Família e a instalação de um auditório para 50 pessoas e um refeitório no Hospital Márcia Braido, além de salas para cursos de atualização para médicos e enfermeiros. Com tudo isso, tem aumentado o grau de satisfação da população.

Então, o senhor acredita que a mudança já é percebida pelos moradores? Do que encontramos, conseguimos fazer uma mudança substancial. Alteramos a infraestrutura da cidade e a população já observa um município mais limpo, onde os parques e os jardins estão sendo bem cuidados e isso é um cartão de visita. Quem quiser andar pela cidade, vai ver que está diferente. Nossa marca é vista no dia a dia. Lançamos também o Programa Viver Melhor, onde estão incluídos vários projetos sociais. Também investimos R$ 9 milhões na área da segurança. Essa é uma prioridade do governo e da população. Sabemos que não vamos acabar com os delitos, mas vai melhorar bastante. O senhor afirmou que foi montado um esquema por adversários políticos para impedir a realizações de licitações importantes para a cidade. Isso continua? Acho que isso vai ser constante ao longo do meu governo. Vão querer prejudicar a população com essas atividades. Os adversários não querem que as coisas andem na cidade. Para eles, quanto pior, melhor. Mas isso não é o que o morador quer. O morador quer que cada gestor faça o máximo para ele, para que todos sejam felizes, quer uma cidade agradável. Os moradores querem se sentir amparados pelo poder público. Não tem como blindar o governo desse esquema. O que dá é defender os interesses

da cidade, quando há esse tipo de problema no TCE (Tribunal de Contas do Estado). Quando entram com impugnação, fazemos a defesa para viabilizar as licitações. O senhor diz ter herdado uma dívida de mais de R$ 260 milhões quando assumiu o governo em janeiro de 2013. De lá par cá, já conseguiu equilibrar as finanças? Pagamos R$ 90 milhões dos R$ 263 milhões e este ano vamos continuar pagando, mas não com tanta intensidade, porque caso contrário na dá para investir nada. Queremos também melhorar os serviços da cidade: saúde, equipamentos novos, infraestrutura, educação, com atenção aos programas que foram montados. Quero melhorar ainda mais. Já fizemos bastante, mas é possível fazer muito mais. Desde que assumimos, enfrentamos problemas com fornecedores, pois fazia três ou quatro meses que eles não recebiam. Dentro do possível, fomos saldando os débitos. Se esses R$ 90 milhões que pagamos em dívidas feitas pelo governo passado tivessem sido investidos, a cidade estaria bem melhor.

Do que encontramos, conseguimos fazer uma mudança substancial. Paulo Pinheiro prefeito de São Cateano

O senhor assumiu o governo com dívidas e agora enfrenta problemas com a queda de receita. O que tem feito para contornar a situação? Infelizmente, em junho, a receita caiu R$ 5 milhões em relação ao mês anterior e a Secretaria Municipal da Fazenda nos orientou a cortar gastos. Entre as possibilidades está a diminuição do quadro de funcionários comissionados. Por meio de um pedido seu ao Consórcio Intermunicipal, haverá um estudo jurídico sobre a possibilidade de a desapropriação do Hospital São Caetano, no valor de R$ 40 milhões. Por que tomou tal iniciativa de buscar parceria com outros municípios? Ocorre que o município não tem recursos para comprar sozinho o prédio que vai abrigar um hospital regional de retaguarda, ou seja, vai servir a Região toda. Então, nada mais justo de que os sete municípios assumirem o custo do imóvel. Quanto à reforma e a compra dos equipamentos, serão custeados pelos governos estadual e federal. Depois de comprado o prédio, acreditamos que a reforma vai demorar cerca de um ano. A Prefeitura lançou recentemente um aplicativo gratuito para celulares que informa o horário de chegada dos ônibus nos pontos em tempo real. Como o programa ajudará no cotidiano da população? Tal iniciativa possibilita que o usuário se programe para se destinar aos pontos de ônibus quando o veículo estiver chegando. Pensamos na questão da segurança dos passageiros, que não precisarão ficar muito tempo nos pontos, correndo riscos.

Com certeza, permitirá a diminuição da criminalidade e o passageiro terá mais conforto. Conseguimos viabilizar o programa devido a uma parceria com a empresa de transporte. O aplicativo faz parte do projeto Ônibus em Ponto, que pode ser baixado na loja virtual Google Play e executado em sintonia com os GPSs instalados nos ônibus. O senhor enfrentou problemas com algumas categorias de servidores, como a da Educação, que realizou, inclusive, curta paralisação. Mas, agora, tomou a iniciativa de fazer um plano de Cargos e Salários para o Magistério. Quando pretende concluir os estudos? O Plano de Cargos e Carreira ajudará os educadores na questão salarial. Nós já melhoramos bastante, pois aumentarmos em 100% o valor do abono para 4 mil funcionários da Educação, que hoje ganham igual ou melhor que os educadores da Região. O projeto permitirá a promoção dos servidores. Também estamos fazendo um Plano de Cargos para os funcionários da Saúde. A gente acredita que no início do ano que vem os Planos estarão implementados. Quando o senhor assumiu o governo, disse que a área da Segurança seria prioridade zero. Já conseguiu reduzir os índices de criminalidade neste um ano e meio de governo? Lançamos um programa de segurança, com investimento de R$ 9 milhões. Entre os projetos está o aumento de plantões dos GCMs (Guardas Civis Municipais). A medida permitiu 25 profissionais a mais todo dias. Todos aderiram e estão satisfeitos. Também assina-


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mos a Operação Delegada para que policiais militares possam também atuar na cidade. Já encaminhamos toda a documentação para o governo do Estado. O convênio com o governo do Estadojá foi assinado. Teremos 15 ou 16 policiais militares a mais. Se comparar os números de criminalidade com o mês de junho, registramos queda até o momento. O senhor enfrentou várias ações judiciais durante a campanha eleitoral, todas movidas por antigos desafetos do PMDB. No entanto, agora, contratou como assessores alguns desses peemedebistas... Logicamente, havia interesses do antigo grupo, que,

na época, queria continuar apoiando o governo (do ex-prefeito José Auricchio Júnior), que já tinha uma candidata (Regina Maura Zetone). No entanto, o diretório estadual, com apoio da Executiva nacional do PMDB não queria. Tivemos uma divergência e por isso teve briga com o diretório municipal para evitar que eu saísse candidato. Mas, agora, tudo está resolvido, pois todos nós gostamos do PMDB, além disso, hoje sou prefeito do PMDB e não tem mais o que contestar. A confiança nestes correligionários não ficou abalada? São peemedebistas que querem fazer o partido crescer e

nos juntamos para isso, independente do que aconteceu em meses anteriores à eleição. Isso foi só um momento de pensamentos e interesses diferentes. Eu queria ser candidato e eles não queriam que

Se comparar os números da criminalidade com o mês passado, registramos queda até o momento Paulo Pinheiro prefeito de São Caetano

eu fosse. Na Justiça, eles não conseguiram me barrar e agora vamos unir forças. Com a experiência deles, poderão existir momentos em que poderemos pedir conselho e orientação. Temos de dar um crédito pela vivência deles. Todo partido tem de somar e se quer vir, tem de agasalhar. O senhor assumiu a Câmara com o apoio de 100% dos vereadores, mas agora tem perdido alguns aliados. Existe alguma falha em sua articulação política no Legislativo? Não, o que existem são interesses. Não posso interferir nos interesses dos vereadores. É apenas uma questão de vontade pessoal.

Quem o senhor apoiará nas eleições gerais deste ano? Para presidente da República, vamos apoiar a reeleição de Dilma Rousseff (PT). O PMDB está coligado com o PT e indicou novamente como vice Michel Temer. Para deputado federal, vou apoiar vários candidatos, entre eles Frank Aguiar e Arnaldo Faria de Sá, que mesmo sendo do PTB, me ajudou na eleição para prefeito em 2012. Para deputado estadual também apoiarei vários. Além de Robinson Castropil, ajudarei outros, pois no mundo político temos de dar uma parcela de reconhecimento a todos àqueles que nos ajudaram de alguma forma.


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Vilas escondem muitas histórias e uma vida com toques interioranos São quase 100 vilas divididas em travessas, entradas e vielas onde a rotina é diferente da correria costumeira de cidade grande fotos: andris bovo

Renan Fonseca renan.fonseca@abcdmaior.com.br

Crianças brincam de bola na rua, as vizinhas se encontram na calçada para bater papo e a cada data comemorativa a vizinhança se reúne em festejos e quitutes preparados de forma caseira. O clima é tipicamente interiorano. Restam ali histórias antigas, casas assobradadas e pessoas que fizeram parte da construção da cidade. Resta ali uma tranquilidade que não é possível encontrar facilmente na Grande São Paulo. O enredo caberia quase como uma luva para toda a São Caetano, mas no miolo dessa cidade o prelúdio de vida tranquila é mais intenso nas vilas espalhadas por quase todos os bairros. São lugarejos pitorescos com casas de arquitetura da primeira metade do século passado. Jardins de frente esboçam o frescor de plantas regadas quase todos os dias. Os vizinhos se conhecem e compartilham de bom grado a parede e meia. As vilinhas de São Caetano podem ser encontradas em ruas e avenidas movimentadas, como avenida Goiás, rua Conselheiro Lafayette, rua Alegre, entre outras. De acordo com a Prefeitura, a cidade possui 98 entradas, travessas particulares e vielas, todas habitadas. Mais precisamente, são sete no Bairro Fundação, 10 no Centro e 10 no Santo Antônio; Santa Paula possui 12, no Barcelona são 18, uma a menos no Olímpico (17), no Oswaldo Cruz são oito vilinhas, no Cerâmica tem quatro, duas no Boa Vista, nove outras no Santa Maria e uma no Nova Gerty. Ao que tudo indica, o município possui o maior número de vilas do ABCD. SOSSEGO É possível encontrar quem não arredaria o pé desses pequenos condomínios. “Essa é a segunda vila em que moro”, contou a funcionária pública Adriana Maria Jesus Vale, 49 anos. “Antes, quando estava em apartamento, meu filho só

Odette Birquolo Genga (cabelos brancos), com o filho Wilson Ricardo Genga e a nora Marise, é a moradora mais atinga da Vila Nero e ganhou título de Cidadã da HIstória

pegava no sono de madrugada. Era computador e videogame. Na vila, ele joga bola, interage com as outras crianças e quando são 20h já está na cama”, descreveu. Para ela, a segurança da área comum da vila é um dos fatores que fazem com que mantenha o pé cravado no Condomínio Piratininga – oficialmente a vila não foi batizada, mas os moradores a conhecem assim por conta da rua principal de acesso ao local. “Meu filho às vezes vai em outras vilas para jogar bola com os amigos”, falou Adriana. Moradores mais antigos na vila confirmam a predileção de Adriana. “Sempre foi muito sossegado aqui. Mesmo com a rua Piratininga, que é movimentada, não escutamos muito barulho”, disse a artesã Márcia Martins de Lima, 53 anos. Ela e a família, desde a mãe, moram há mais de 30 anos na vilinha. “A gente se reúne em festas, como foi a Copa. Assistimos em uma TV montada na rua, fizemos churrasco e tudo”, relembrou. Na mesma Piratininga existem outras vilinhas. Em uma delas vive, há mais de 50 anos,

seu Geraldo de Castro, 91. Na residência ladeada por plantas e flores, detalhes arquitetônicos característicos de construções do início da década de 1950, pintura renovada e janelas grandes, com vidros adornados por pequenas ondulações, ele criou a família e vive hoje para se orgulhar por ter sido uma das primeiras pessoas que habitou a vila. “Nessa travessinha, apenas uma casa não foi alterada, as outras, inclusive a minha, já foram bastante modificadas”, disse apontando para a casa do vizinho.

Geraldo de Castro, 91 anos, um dos primeiros moradores da rua Piratininga

Barcelona abriga Cidadã da História Vila Nero, no Bairro Barcelona. Portão eletrônico e interfone. Mesmas características aprazíveis de um cotidiano tranquilo e longe do corre-corre de outras vilas. Entramos com a permissão de um morador, Wilson Ricardo Genga, 47 anos. Ele nos escuta com calma o motivo da reportagem e logo se adianta. “A moradora mais antiga aqui é minha mãe.” E vai chamá-la. Do fundo de uma cozinha sai

uma senhora de cabelos brancos e vestido ornando com o ambiente de casa de avó. Com serenidade e calma ela também nos escuta e concorda em contar sua história. Quando faço a primeira pergunta, silenciosamente, ergue os olhos para uma das paredes, indicando um quadrinho de molduras de madeira. Dona Odette Birquolo Genga, 85 anos, não é somente a moradora mais antiga da Vila

Nero. Ela é Cidadã da História, título concedido em 2011 pela Prefeitura, e revela que também é a primeira moradora do Bairro Barcelona. “Na antiga casa em que morei com meus pais hoje funciona uma pizzaria famosa aqui na cidade”, relembra. “A vida aqui é tranquila. Todos os vizinhos são amigos”, descreve. “Não tenho mais carro e não me importo se algum deles estaciona na minha vaga.”


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São Caetano revisa Cidade Limpa e agrada comerciantes Lei de Auricchio causou descontentamento; Prefeitura prevê aumento na arrecadação de ISS amanda perobelli

Gislayne Jacinto gislayne@abcdmaior.com.br

O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), sancionou neste mês projeto que revê da Lei Cidade Limpa, elaborada pelo governo do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB), em vigor desde 2010. O abrandamento do projeto agradou comerciantes da cidade, que pagavam até R$ 5 mil em multas. “Logo que assumi a Prefeitura, disse que ia flexibilizar a lei e em parceria com a Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano). Conversamos com os comerciantes para fazer as alterações e hoje todos estão satisfeitos”, afirmou o prefeito.

Para Pinheiro, o fato de os lojistas conseguirem fazer a divulgação das mercadorias aumentará as vendas e, consequentemente, trará impacto na receita do ISS (Imposto Sobre Serviços). “Ainda não temos previsão do impacto, mas, com certeza, vamos arreca dar mais com esse imposto”, disse. De acordo com o governo, a partir da revisão, os empreendedores da cidade têm o direito de expor seus serviços e mercadorias de forma mais efetiva, mas sem prejudicar a paisagem urbana. A Lei Municipal de número 5.205/14 substitui o caráter punitivo pelo caráter educativo das ações de ordenamento urbano, com congelamento dos valores das multas.

Com mudança na legislação, comerciantes poderão expor marcas e produtos com maior eficiência, sem poluir visualmente a cidade


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Prefeitura estuda gratuidade para aluno da USCS que mora na cidade Objetivo é ampliar bolsas de estudo já existentes para três mil estudantes; critério é situação financeira e desempenho escolar divulgação

Rosângela Dias rosangela@abcdmaior.com.br

A implementação de gratuidade na USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) para moradores da cidade está sendo avaliada por equipe técnica da Prefeitura. Anualmente, a Administração já repassa R$ 3 milhões para arcar com bolsas parciais na instituição municipal de ensino. A estimativa é que seriam necessários mais R$ 7 milhões para garantir o benefício de 100%, que teria os mesmos critérios das bolsas parciais: situação financeira e desempenho escolar do aluno. Dos 6,2 mil estudantes matriculados em um dos 35 cursos da USCS atualmente, quase metade mora na cidade. Muitos desses alunos já possuem bolsa parcial de 30%, 40% ou 50%, fornecidas de acordo com a situação financeira e o ano cursado pelo universitário. “Já existe uma equipe trabalhando nesse assunto para descobrir de onde esse valor poderá ser redistribuído no orçamento (do município) porque não existe previsão de aumento de arrecadação”, explicou o pró-reitor de graduação da USCS, Marcos Biffi. A medida precisa ainda do aval do Legislativo. “O processo é paulatino e sério para não cometer erros na aprovação da lei.” Biffi salienta que as conversas sobre o assunto estão avançadas, mas que ainda não é possível firmar prazo para a implementação integral da gratuidade. “Uma maior parcela de alunos pode ser beneficiada a partir de 2015, mas

já existe uma equipe trabalhando nesse assunto (gratuidade) para descobrir de onde esse valor poderá ser redistribuído Marcos Biffi, pró-reitor de gradução da USCS

Universidade Municipal de São Caetano do Sul tem atualmente 6,2 mil estudantes matriculados em 35 cursos; do total de alunos, quase metade mora na cidade

ainda não chegando a 100%. Talvez não consiga atingir a todos, mas terá uma parcela maior de beneficiados.” Em nota, a Prefeitura informou que trabalha para que o projeto de bolsa 100% esteja implantado no começo do ano letivo de 2015. A ideia é que o aluno que consiga bolsa de 100% preste algum serviço social como contrapartida ao município. Na USCS já existe processo semelhante chamado monitoria técnica, onde

os alunos trabalham nas instalações da universidade para obter o benefício. Além da situação financeira, também é avaliado o desempenho escolar, já que o candidato não pode possuir disciplinas pendentes. MEDICINA Com a primeira turma aberta em 2014, o curso de Medicina não deve fazer parte da politica de gratuidade. O pró-reitor de graduação argumentou que a

decisão leva em conta o critério quantitativo, uma vez que com o valor de uma mensalidade de medicina (R$ 5,6 mil) seria possível atingir um número maior de alunos de outros cursos. “Pode ter (bolsa), mas não mais do que um salário mínimo.” A segunda turma da graduação iniciará as aulas em agosto. Cada sala é formada por 60 alunos e as aulas práticas fazem parte da grade desde o começo do curso. “Nossos alunos no

primeiro semestre já passam por aulas práticas uma vez por semana nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município, acompanhando os procedimentos com supervisão. Assim começam a ter uma relação mais próxima com os pacientes”, frisou o pró-reitor. Para o próximo vestibular está prevista a abertura de novos cursos na área de saúde. São eles odontologia, biomedicina, psicologia e ciências biológicas.

Primeiros cursos a distância começam em agosto A partir do segundo semestre deste ano, a USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) terá em sua grade duas opções de cursos a distância. As graduações em administração e pedagogia são os primeiros da modalidade na instituição de

ensino superior. Além das aulas virtuais, serão realizados encontros presenciais a cada quinzena. As inscrições para o vestibular já podem ser feitas pelo site (www.uscs.edu. br) e as aulas começam em 9 de agosto. A mensalidade de

ambos os cursos é de R$ 210 e serão oferecidas 200 vagas para cada turma. “Estamos começando a implementar em agosto os cursos a distância na USCS e já firmamos acordo para que os funcionários da Prefeitura tenham

100% de bolsa”, afirmou o pró-reitor de graduação da USCS, Marcos Biffi. As opções de graduação a distância serão ampliadas em 2015, quando serão abertas turmas em áreas como letras, geografia, matemática e tecnologia.


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Prefeitura vai espalhar TVs para informar a população Um dos 30 pontos que estão sendo instalados na cidade já funciona em fase experimental divulgação

Gislayne Jacinto gislayne@abcdmaior.com.br

Em 15 dias, a Prefeitura de São Caetano colocará em funcionamento 30 pontos de TV pelas ruas da cidade para veicular informações institucionais das ações do município. O governo do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) fará a divulgação por meio de monitores de 42 polegadas espalhados em diversos prédios públicos municipais, entre eles o Atende Fácil e UBSs (Unidades Básicas de Saúde). De acordo com o secretário de Comunicação da Prefei-

tura, Fernando Scarmelloti, um dos pontos já está funcionando em fase experimental no Palácio da Cerâmica. “Em 15 dias, os demais pontos estarão concluídos e em pleno funcionamento”, afirmou. O custo será de R$ 30 mil por mês, totalizando um gasto de R$ 360 mil por ano. A TV Sanca, como foi batizado o projeto, transmitirá todo tipo de informação relacionada à Prefeitura, com destaque para notas de serviços, como inscrições para cursos e atividades. Também haverá espaço para agenda cultural e esportiva, além de vídeos sobre a cidade.

“Os vídeos em exibição são relacionados aos serviços oferecidos pela Prefeitura, que fazem da cidade a número um em IDH no País. Os próximos materiais vão focar na Educação, mostrando à população práticas pedagógicas e programas educacionais existentes nas escolas municipais”, informou a Prefeitura por meio de nota oficial. O serviço será inserido no contrato de publicidade que a Administração tem com a Agência Cavassani. Todos os materiais são feitos pela Secretaria de Comunicação pelos jornalistas, fotógrafos e demais profissionais da área.

Um dos pontos de TV já está funcionando, no Palácio da Cerâmica


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divulgação

Programa de reciclagem em S.Caetano já é feito em todas as casas e ainda neste ano será ampliado para prédios, comércios e indústrias; geração de resíduos pode chegar a quase 3 kg/dia por morador em 2020

Coleta seletiva porta a porta vai atingir toda a cidade até outubro

Meta da cidade é ampliar a reciclagem de 0,5% para 40% até 2015; hoje já existe em 100% das casas e faltam prédios e empresas Claudia Mayara mayara@abcdmaior.com.br

Entre setembro e outubro deste ano, São Caetano deve universalizar a coleta seletiva porta a porta. Com a mudança, prédios, comércios e indústrias serão incluídos no programa de reciclagem do município que atualmente atinge 100% das casas. Até 2015, a cidade pretende ampliar a reciclagem de 0,5% para 40%. A expectativa é que a universalização da coleta seletiva contribua para o município atingir a meta. Atualmente, o porta a porta é realizado diariamente, de segunda a sábado, nos 15 bairros de São Caetano e a Prefeitura distribui sacos amarelos para a população diferenciar os resíduos secos dos úmidos. Com a universalização, a cidade será dividida em 12 setores e a coleta seletiva passará a ser realizada uma vez por semana, entre as terças e sextas-feiras. “A setorização nos permitirá criar mecanismos de medição dos resíduos coletados e a gestão final ficará mais fácil”, analisou a engenheira Vitória Garcia, res-

ponsável pela Divisão de Resíduos Sólidos do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano. Por mês, o município gera 5.540 toneladas de resíduos domiciliares e recicla 19 mil quilos, mas não tem o controle da reciclagem de cada local. Todo o material coletado segue para frente de trabalho, que conta com 20 catadores. “Já estamos finalizando a documentação para criar a primeira cooperativa de São Caetano”, revelou Vitória. Além da inclusão social e o aumento da geração de renda, a cooperativa proporcionará a participação de pessoas de fora da cidade. “Hoje temos 30 inscritos que moram em cidades próximas. Mas na frente de trabalho só podemos aceitar moradores”, explicou. A expectativa é que a cooperativa inicie os trabalhos com até 70 cooperados. EQUIPAMENTOS Além da universalização do porta a porta, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São Caetano prevê a criação de sete ecopontos. “Cada um atingirá um raio de 2,5 quilômetros e receberá resíduo

apenas dos pequenos geradores, ou seja, de moradores”, alertou Vitória. Os equipamentos receberão até 1 metro cúbico de resíduos de construção civil, de poda, volumosos (como móveis velhos), materiais recicláveis, e resíduos que integram a logística reversa, tais como pneus, pilhas, baterias automotivas, equipamentos eletrônicos e lâmpadas fluorescentes. A responsável pela Divisão de Resíduos Sólidos do DAE

lembrou que atualmente o morador de São Caetano não possui locais municipais para descartar corretamente pequenos entulhos e resíduos volumosos. “Hoje temos 180 pontos de descarte irregular desses resíduos e pretendemos extingui-los”, comentou Vitória. A implantação dos equipamentos também deverá ser realizada a partir deste segundo semestre. Clubes e escolas também serão transformados em locais de

entrega voluntária de resíduos recicláveis. “A ideia é ter espaços próximos aos moradores”, argumentou Vitória. As mudanças serão acompanhadas de campanhas de comunicação. O DAE mobilizará pessoal para passar de porta em porta falando sobre legislação, separação, conscientização ambiental e logística reversa para comerciantes, empresários e moradores. “Queremos mostrar que o trabalho deles reflete no nosso”, afirmou.

Morador duplicará geração de resíduos Conforme o prognóstico traçado pelo Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São Caetano, se a geração de resíduos continuar a crescer como nos últimos anos, em 2020 cada morador poderá gerar por dia 2,94 quilos de resíduos, o que representa 14.170 toneladas por mês em toda a cidade. Em 2012, essa média era de 1,57 kg e hoje, calcula-se que essa média seja de 1,84 kg por habitante. Para calcular a projeção da geração de resíduos, o estudo

encontrou a variação média (8,8%) histórica do município, entre 2007 e 2010, a partir de dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). política pública Também foram levados em consideração os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados do Estado de São Paulo) sobre a projeção do número de habitantes

(158.697) para 2020. Além do consumo consciente, os dados mostram a importância que a reciclagem terá no futuro, uma vez que as prefeituras precisam diminuir a quantidade de resíduos encaminhados aos aterros sanitários. “A reciclagem, antes era vista como boa vontade do cidadão. Mas hoje, devido à Política Nacional de Resíduos Sólidos, passou a ser uma obrigação”, argumentou a engenheira Vitória Garcia, do DAE.


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amanda perobelli

Além de buscar incentivos locais, instituto quer romper as divisas da cidade e compartilhar o desenvolvimento com o ABCD; inventário tecnológico da Agência de Desenvolvimentro vai ajudar nessa articulação

Ações tecnológicas serão expandidas para a Região

Instituto de Tecnologia de S. Caetano busca incentivos às empresas locais e quer novos projetos Iara Voros iara@abcdmaior.com.br

O Itescs (Instituto de Tecnologia de São Caetano) quer expandir as atividades para as sete cidades da Região a partir do próximo ano. Por meio de parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico, os projetos inovadores na área de tecnologia da informação e comunicação poderão ser desenvolvidos regionalmente. A intenção inicial é fortalecer a relação entre as empresas por meio do APL (Arranjo Produtivo Local) do segmento de tecnologia na cidade, expandir essa experiência para as demais secretarias municipais de desenvolvimento econômico e atrair investimentos em projetos inovadores, assim como novas companhias na Região. APL é a reunião de empresas, poder público e trabalhadores para criar modelos de desenvolvimento e cresci-

mento econômico. De acordo com o presidente do instituto, Renato Grau, a integração dos empresários é fundamental para conquistar as ações de fomento junto ao poder público. “As raízes estão em São Caetano, mas não tem nenhum sentido em querer que a expansão do setor fique apenas na cidade porque a tecnologia não tem fronteiras e a Região tem potencial, falta incentivo”, aponta. Polo tecnológico Atualmente, a agência realiza o inventário tecnológico do ABCD, com licitação aberta para o centro de pesquisa da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) levantar empresas, universidades e centros de tecnologia existentes nas sete cidades e disponibilizar o material no site da instituição para viabilizar o conhecimento e o acesso aos serviços tecnológicos dispostos nos âmbitos pri-

vados, públicos e mistos. Para o presidente da entidade econômica da Região, Rafael Marques, essa organização é foco de interesse para induzir empresas de tecnologia a investir nas cidades, além de dar visibilidade aos trabalhos locais e potencializar os projetos individuais e coletivos. “A Agência tem força suficiente para intermediar ações em benefício às empresas com diversos programas do governo federal. Se o projeto for bom,

Tecnologia não tem fronteiras e a Região tem potencial. falta incentivo Renato Grau Instituto de Tecnologia de São Caetano

capital sempre vai ter”, afirma, contando com o apoio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Federal). A discussão acerca da constituição de um polo tecnológico na Região se arrasta desde a década de 1990 e continua entre os principais tópicos de debate do instituto, já que São Caetano é a cidade mais cotada para abrigar este empreendimento. A ideia de potencializar as indústrias é tornar a região atrativa para que algumas empresas não migrem para outras localidades. Conforme Renato Grau, depende da vontade do poder público em reverter o conceito de cidade dormitório. “O que foi feito até agora foi trabalho entre empresários e a secretaria de desenvolvimento do município busca tratar com seriedade, implantando o sistema de gestão empresarial para

a gestão pública por meio do conselho municipal para identificar as prioridades e ajudar o poder público em atender as demandas”, diz Grau. Internacionalização O Instituto de Tecnologia incentiva também a troca de experiências dos empresários e trabalhadores do setor de tecnologia da Região com grupos estrangeiros. Durante esta última semana quatro empresas presentes em São Caetano e Santo André participaram de uma feira no Peru voltado a projetos inovadores. “É importante acompanharmos a sinergia entre o governo de outros países com as empresas de tecnologia para termos modelos a serem seguidos em nosso território nacional e, quem sabe, os relatórios apresentados pelos participantes contribuam para essa abertura na Região”, sugeriu o presidente da entidade.


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Na antiga Agith, Zanetti terá ‘casa’ quatro vezes maior do que a atual Centro de Excelência de Ginástica Artística e Rítmica começará a ser construído neste ano e estará na rota das Olimpíadas do Rio de Janeiro rodrigo pinto

Antonio Kurazumi kurazumi@abcdmaior.com.br

Poucos metros separam a Serc Santa Maria da Agith. São esses poucos metros (até a avenida é a mesma) que separam o campeão olímpico e mundial Arthur Zanetti da estrutura desejada desde que virou um atleta de ponta. A previsão é que tenha início em novembro a construção do Centro de Excelência de Ginástica Artística e Rítmica, justamente na antiga Agith, na avenida Presidente Kennedy, que se transformará na nova casa de Zanetti e das equipes de competição de São Caetano. Segundo o secretário de Esporte e Turismo, Antonio Carlos Adolfo, uma empresa elaborou o projeto que passará por revisão da Prefeitura. Logo na sequência, será aberta a licitação para definir a empresa que executará a obra. O Ministério do Esporte já liberou R$ 7,5 milhões. “A área tem quatro mil metros quadrados e é quatro vezes maior do que a Serc, que ficou muito pequena para o tamanho da equipe de ginástica artística. Serão quatro andares no novo espaço, um para os treinos da própria ginástica artística e outro para a rítmica, além de vestiários, sala de fisioterapia, de imprensa e auditório nos demais”, adiantou Adolfo. A notícia é um alento para Zanetti e seu técnico, Marcos Goto, que volta e meia reclamam da climatização do ginásio atual. Lá é muito frio no inverno e quente ao extremo no verão. A Serc, agora, tem aparelhos de ponta, mas fica apenas nisso. Não há uma estrutura excelente de retaguarda para os atletas. Mas a Serc não será desativada, conforme prometeu Adolfo. “A ideia é que prossiga apenas com as escolinhas, aí aqueles alunos que se destacarem vão para o Centro de Excelência”. Essa é a grande aposta de São Caetano para fazer parte dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, na condição de local para treinamento de atletas e delegações estrangeiras e nacionais. A previsão é que o “quartel ge-

Arthur Zanetti tem aparelhos de ponta à disposição na Serc Santa Maria, mas ginásio tem problema de climatização e não tem uma grande estrutura de retaguarda

neral” esteja em pleno funcionamento no segundo semestre do próximo ano. Legado da Copa É desse modo que o secretário

de Esporte e Turismo de São Caetano se refere às reformas do estádio Anacleto Campanella, que tiveram início na semana passada. Com verba de R$ 6 milhões do Ministério do Esporte, o antigo

prédio destinado à imprensa está sendo demolido e dará lugar a uma nova construção. “Serão três andares. O térreo terá um vestiário para cada equipe, sala de fisioterapia e banheiro,

o segundo ganhará sala de imprensa, um anfiteatro e duas áreas para aquecimento e o terceiro terá um grande auditório ou será sede da secretaria de Esporte, ainda não sabemos”, projetou Adolfo.

Base é prioridade e escolas serão olhadas com carinho Vencer novamente os Jogos Regionais ou os Abertos não é prioridade no momento para São Caetano, que outrora era considerada a capital do esporte pelos resultados expressivos nessas competições. O PEC (Programa Esportivo Comunitário), que atrai a comunidade por oferecer aulas gratuitas em dezenas de modalidades,

é considerado o principal trunfo para a cidade seguir revelando tantos nomes para o cenário nacional, por mais que os jovens valores muitas vezes vão embora sem que São Caetano receba uma recompensa financeira. “Nossa prioridade de momento é fomentar o trabalho de base, aí depois iremos atrás de patrocinadores para forta-

lecer nossas equipes. O PEC trabalha a iniciação, traz o menino para conhecer o esporte, é detectada a especialidade (modalidade em que tem mais aptidão) e aí ele é encaminhado para as equipes”, explica o secretário de Esporte e Turismo, Antonio Carlos Adolfo. Em um futuro breve, a pasta pretende descobrir talentos nas

escolas, seja municipais, estaduais ou particulares. “Queremos aumentar a nossa base trazendo o aluno que está na escola. Faremos eventos pontuais envolvendo as crianças. Já temos os Jogos Escolares, que acontecem em setembro, mas pensamos em promover mais campeonatos para pinçar talentos”, diz Adolfo.

Campeão olímpico e Duda são nomes para 2016 A cerca de dois anos das Olimpíadas de 2016, é certo que São Caetano mandará representantes ao Rio de Janeiro. A dúvida é sobre quantos atletas irão atrás de medalhas para o Brasil. Salvo alguma lesão ou um problema de últi-

ma hora, não é exagero escrever que dois nomes da cidade estarão na delegação nacional: o ginasta Arthur Zanetti e Mauro Vinícius, o Duda, do salto em distância (prova do atletismo). A dupla conquistou há pou-

co tempo – em menos de dois anos – o título mundial nas respectivas provas. Se os Jogos Olímpicos começassem hoje, por exemplo, seriam certamente um dos favoritos à medalha de ouro. Outro nome de respeito é

Fabiana Murer, do salto com vara. Recordista sul-americana com 4,80m, a atleta vive o melhor ano da carreira em termos de regularidade. A idade atrapalha porque Murer estará com 35 anos em 2016, mas ainda é a melhor brasileira na prova.


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São Caetano em números rodrigo pinto

0,862

156.362

é o Índice de Desenvolvimento Humano, o maior do Brasil

habitantes, sendo 122.285 eleitores

78,2 anos 786 empresas abertas entre janeiro de 2013 e maio de 1014

114.054

é a expectativa de vida, a terceira maior no Estado

empregos formais

R$ 2.043,74 é a renda per capita mênsal

14 mil empresas

14%

62% de serviços, 28% de comércio e 8% de indústria

da população têm mais de 65 anos e 15,2% menos de 15

R$ 2.341,64 é a média salarial dos empregos formais

R$ 11,7 bilhões

0,09% da população é extremanente pobre e 0,52% é pobre

foi a soma de riquezas produzidas ano passado

31,3% dos moradores têm nível de ensino superior

98,4% da população são alfabetizados

64 Clubes e agremiações comunitárias

Fontes: IBGE, Núcleo de Pesquisa da USCS e Ministérios do Trabalho e da Saúde

592 estabelecimentos de saúde. 548 da rede privada e 44 da rede pública


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