Era uma vez uma imagem... e outras histórias

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OFICINA DE LIVROS “Era uma vez uma imagem... e outras histórias”

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Um sonho encantador

Um dia sonhei que estava na lua, a ver ET a trabalhar. Eu aproximei-­‐me e disse-­‐lhe

que estava perdida e que queria ir para Terra. Ele de início achou estranho ver um humano na Lua, mas depois até aceitou a ideia. Depois de lhe explicar que precisava de uma nave para ir para Terra, ele com muita gentileza disse-­‐me logo que me levava de volta para o meu planeta. Então, mandou-­‐me subir para a sua nave, disse para eu pôr o cinto e logo de seguida arrancou a alta velocidade. Parecia que estávamos a flutuar no espaço. A viagem foi longa. Quando cheguei a Terra estava tão contente que até me esqueci de agradecer ao ET. Já com os pés bem assentes na Terra, voltei à minha vida. Eu tinha 12 anos, ainda tinha que continuar os estudos, portanto tinha que começar a estudar a sério e passar sempre todos os anos para conseguir tirar o curso que eu queria. Queria ser médica. Então vi-­‐me já alguns anos mais velha, depois de muitos anos de longos estudos, chegar ao último ano da universidade. De seguida arranjei logo emprego. Tinha conseguido …era mesmo médica. Comecei por trabalhar no hospital distrital, horas, horas, horas... até que o meu chefe disse que se ia reformar e eu iria ser a chefe de serviço. Já era uma das superiores, já sabia fazer tudo que havia para fazer e até me tornei “famosa”. Fui convidada para participar numa serie de televisão. ...

Entretanto acordei. Fiquei um bocado triste porque queria continuar a minha

aventura e descobrir um pouco mais acerca do meu futuro… Catarina Delgado

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A vida de uma Banda Era uma vez dois grandes amigos chamados Firmino, um tucano e o Fredo, um touro. Eles conheceram-­‐se na PlayBoyMansion e cedo descobriram que partilhavam o mesmo sonho: serem estrelas de rock. Eles achavam que esse sonho era impossível de se concretizar até que um manager, conhecido a nível internacional, chamado D.j. Manucho, célebre por ter sido um dos managers dos Beatles, viu uma das suas actuações num bar da zona. O D.j. Manucho gostou muito do concerto e foi falar com eles no final da sua actuação, convidando-­‐os para irem fazer uns castings ao seu auditório, que ficava em Londres. Ficaram radiantes com o convite de um manager tão conceituado como o D.j. Manucho. Aceitaram o convite de imediato e uma semana depois estavam em Londres a fazer as “provas”. O D.j. adorou-­‐os e decidiu formar uma banda com eles e mais dois músicos mundialmente conhecido: os grandiosos Synyster Gates e Mike Portnoy. Os quatro músicos formaram uma banda a que chamaram YouJizz. Firmino era o vocalista dos YouJizz, Fredo era o baixista, Synyster Gates era o guitarrista e Mike Portnoy o baterista. De início não tiveram grande êxito, mas com o passar do tempo e com um tão bom manager conseguiram actuar nos maiores palcos mundiais e também editaram vários discos de entre os quais se destacou o álbum “Triple X”, o maior sucesso da banda e o que deu mais lucro. Com o passar dos anos, este grupo ficou conhecido como uma das melhores bandas de sempre, mas com o esforço que era necessário para actuar noites inteiras começaram a tomar drogas. No final do 10º aniversário da banda, o Fredo exagerou na dose de droga, heroína e cocaína, e infelizmente, morreu em palco. Os restantes membros ficaram muito abalados com a morte do seu amigo e pararam de tocar durante algum tempo. Infelizmente, para esquecer a morte do amigo, não conseguiram deixar de consumir drogas até que Synyster Gates e Mike Portnoy também morrem algum tempo depois de overdose. Firmino, o último membro da banda, como entretanto tinha constituído família, resolveu mudar radicalmente a sua vida: deixou a droga e a música para se dedicar inteiramente à família. Ele ainda hoje está entre nós e é um embaixador da Paz. Costuma viajar pelo mundo, dando palestras onde aconselha todos os jovens a não se meterem nas drogas e dá sempre o exemplo dos seus grandes amigos da banda YouJizz. Daniel Parente André Rocha André Rodrigues

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O dragão e a árvore da vida. Era uma vez um dragão e uma árvore muito especial. O Dragão era um animal estranho. O seu corpo era formado de partes diferentes de diversos animais: a sua cauda era de um rato, a sua cabeça era de um pavão, as suas asas eram de um belo dragão e o seu corpo era de um crocodilo. E um dia ele viu uma nuvem que pairava nos céus e de repente surgiram à sua frente umas árvores estranhas mas muito bonita, mas apenas uma delas era especial, a “Árvore da vida ”. Ele tinha de a encontrar para se transformar num verdadeiro dragão. Então começou por usar os seus olhos de lobo, mas nada aconteceu. Os seus olhos não eram a solução. De seguida tentou usar todos os poderes que o seu corpo lhe oferecia, mas nada acontecia. Até que de repente a “Árvore da vida ” apareceu do nada e perguntou ao dragão: -­‐Porque estás triste? -­‐É por causa do meu corpo, não gosto muito dele. -­‐Não te preocupes, eu ajudo-­‐te. Do nada surgiu um feitiço que cercou o dragão e, num instantes, este transformou-­‐se numa linda pomba branca. André Novo Lourenço

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O Pássaro do Amor Era uma vez um flamingo que era muito, muito apreciado por pessoas de todo o mundo. Este pássaro detinha “o dom do amor”. Sem se saber como, conseguia entrar no coração das pessoas e juntar toda a gente. Bastava chegar perto dele para que o amor nascesse entre dois seres, humanos, animais, ou fosse lá o que fosse. Para provar o que estou a dizer, vou contar-­‐vos a história de um casal de peixes, o Micas e a Pipinha e, mais tarde, a de um casal de humanos, o Antunes e a Isabel. Começando pela história dos peixinhos, convém desde já referir que o Micas e a Pipinha nunca se tinham dado bem, mas eram da mesma turma e, por isso, não podiam deixar de estar juntos. Diziam que se odiavam, gritavam-­‐no aos quatro ventos, mas todos sabiam que lá no fundo o que eles queriam era ser amigos. Numa aula em que a turma deveria desenvolver um trabalho em grupo, a professora da Escola dos Peixes decidiu juntar os dois peixinhos, assim, aparentemente por acaso. O trabalho deles consistia em pesquisar dados sobre o Flamingo mais conhecido do mundo, o Flamingo do Amor, como era mais conhecido. Pensaram então na melhor maneira de fazer aquele trabalho, de uma forma original, sem recorrer à Net, mas as ideias teimavam em não surgir. Então, com muito sacrifício, lá concordaram em escolher o caminho mais fácil: pesquisar no “Google”. E quis o destino que, logo ao começarem a pesquisa sobre o Flamingo, descobrissem que ele ia estar na semana seguinte numa praia muito próxima da pequena cidade onde moravam. Concordaram, de imediato, pela primeira vez, que iriam a essa praia para fazer uma entrevista ao flamingo. Com muito trabalho dos dois, a entrevista ficou rapidamente pronta. Só lhes restava partir rumo à aventura. Com um mapa e uma mochila lá foram os dois peixinhos, até que chegaram à praia. Estava tudo numa grande agitação. Focos, luzes, flashes das máquinas fotográficas de milhares de pessoas que estavam ali para ver aquele pássaro maravilhoso. Tudo andava de um lado para o outro como os grandes cardumes de peixes. Os peixinhos esperaram bastante tempo na esperança de que o flamingo os pudesse atender. Esperaram, esperaram até ser noite. Finalmente o flamingo foi falar com eles. Fizeram a entrevista e ,antes de partir, o flamingo dirigiu-­‐se a eles e disse: “ Sinto que há algo entre vocês. Não consigo explicar, mas é forte.” Os peixinhos ficaram horrorizados. Eles não se suportavam como é que o flamingo podia sentir qualquer química entre eles? Os peixinhos voltaram para a sua cidade, ainda um pouco intrigado com as palavras do Flamingo. A verdade é que, sem notarem, começaram a passar cada vez mais tempo um com o outro e sentiam que alguma coisa os estava a juntar cada vez mais. Aconteceu então, que numa tarde o Micas foi à

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casa da Pipinha para um trabalho de grupo e algo inesperado aconteceu, algo mágico. Um ambiente estranho pairava no ar. O amor estava lá e disso ninguém podia duvidar. E foi assim que terminou a história dos nossos peixinhos que acabaram por casar e ter um grande cardume de peixes bebés. Agora vou contar-­‐vos a história do nosso casal humano, O Antunes e a Isabel. Eles, ao contrário dos peixes, eram os melhores amigos do mundo, mas algo estava prestes a separá-­‐los. O Antunes ia mudar-­‐se para a Rússia e não havia maneira de depois a Isabel o poder ir visitar. Esta separação era inaceitável, por isso os dois amigos decidiram fugir, pelo menos até que os pais do Antunes mudassem de ideias. Fugiram para Espanha onde andaram a vaguear pelas ruas à procura de um sítio onde descansar. Até que chegaram a uma praia onde tudo estava calmo e onde o ar era quente e macio, o que os fazia sentir-­‐se bem. Procuram para ver se encontravam algum abrigo que os protegesse do frio e dos predadores da noite e acabaram por encontrar uma gruta. Adormeceram. No dia seguinte, ao acordar, viram que a praia calma em que eles tinham pernoitado já não parecia a mesma. Agora tudo estava numa confusão. De repente um grande pássaro cor-­‐de-­‐rosa escuro surge à frente deles e diz-­‐ lhes “ Vocês…, nunca na minha vida senti tal amor!” Os dois melhores amigos olharam um para o outro e pensaram que o pássaro era maluco, eles eram simplesmente amigos, como é que poderia haver amor? Mas nesse preciso momento parece que a magia aconteceu. O amor desvendou-­‐se. O sentimento já existia dentro deles só que ainda não tinha vindo cá para fora, tinha ficado preso nos pequenos corações do Antunes e da Isabel, que acreditavam ser apenas “os melhores amigos”. No dia seguinte decidiram voltar para Portugal e anunciar a todos que estavam apaixonados e que nada os podia separar. Os pais do Antunes foram para Rússia, mas deixaram-­‐no ficar. Ficou com a sua amada, que no futuro se tornaria esposa e depois mãe dos seus filhos. Estas duas histórias são espantosas, e parecem irreais…Mas acreditem! Estas relações que se foram desvendando nasceram por obra e graça mágica do Flamingo do Amor... Ariana Rodrigues

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O Pica-­‐Pau

Era uma vez um pica-­‐pau que passava o dia a picar o Pinheiro do Sº João.

Ele era vermelhinho e as suas patas e o seu bico eram amarelos.

O Sº João andava sempre a chutá-­‐lo, mas o pica-­‐pau era casmurro e não saía de lá.

Um dia o Sº João saturou-­‐se daquelas picadas irritantes e, com muita pena, decidiu deitar a

árvore abaixo, cortando-­‐a com a sua motosserra.

Então, sem perder mais tempo, pega na sua máquina e começa a cortar a árvore.

Quando o pica-­‐pau se apercebe do barulho e sente a árvore a tremer, procura levantar voo,

para não lhe cair nenhum ramo na cabeça. Mas repara que o seu bico ficara preso no ramo. Ele tentou, tentou, tentou vezes sem fim, até que de repente ele diz:

-­‐ Alto lá! Estou salvo, o meu bico saiu do ramo.

Então, sem mais demoras começou a voar e conforme ia batendo as asas, ia olhando para

todos os lados, a ver se encontrava uma nova árvore grande e cheia de ramos, para se instalar, pois a outra encontrava-­‐se derrubada. Catarina Delgado

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O meu sonho é ser actriz

Um dos meus maiores sonhos é ser actriz de cinema.

Quando era pequena, a minha mãe levava-­‐me muitas vezes ao cinema e eu imaginava como

seria bom estar atrás de muitas de câmaras, de representar outra personagem, de poder mostrar-­‐me ao mundo, de ter jornalistas à porta de casa sempre que tivesse êxito nas minhas representações, de ter centenas de pessoas a pedir autógrafos… Em casa adoro vestir os fatos da minha irmã mais velha e de calçar os sapatos de salto alto da minha mãe, depois faço de conta que sou outra pessoa e que milhares de pessoas estão a ver-­‐me. Gostava de representar num teatro, mas um teatro verdadeiro, não um de coelhinhos e de princesas ou um teatrinho de fantoches. Gostava de viver aventuras de verdade.

Todas as actrizes que conheço e que vejo na televisão são lindas e perfeitas, e eu sempre que

me vejo ao espelho reparo que não tenho nada a ver com essas pessoas, tenho umas orelhas enormes, um nariz pequeno, uma boca larga, que esconde o meu sorriso.

Mas um dia pensei e cheguei à conclusão que o importante na nossa vida é lutar pelos

nossos sonhos. Gostar daquilo que fazemos, procurar atingir os nossos objectivos, pôr de parte os preconceitos, aproveitar o nosso talento natural é a base dos nossos sucessos. Catarina Moreira

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A coroa perdida

Numa manhã de Outono, a rainha Sofia do reino de Catamura, estava sentada no seu trono,

mas lamentava-­‐se porque lhe faltava alguma coisa. Não tinha a sua coroa. Ela estava muito aflita. Tinha procurado por todo o lado e não havia maneira de encontrar a coroa. Uma rainha sem coroa não era Rainha!

A rainha como era muito aventureira, decidiu sair do seu castelo para continuar à procura da

sua coroa. Pegou na sua mota e partiu à procura da coroa.

Pensou em todos os sítios onde tinha estado, mas estava a ser um pouco difícil, porque ela

andava sempre de um lado para o outro. Foi então que se lembrou que, na véspera, tinha passado a noite no campo de futebol a assistir ao jogo do Porto contra o Benfica.

No caminho para o campo de futebol pareceu-­‐lhe ver um fantasma, mas pensou que só

podia ser imaginação sua e continuou a sua viagem.

Uns quinhentos metros à frente apareceu-­‐lhe uma curva e desta vez o fantasma mete-­‐se à

sua frente e… Bumm! Esbarra contra uma árvore. O fantasma ri-­‐se e a Rainha Sofia pergunta:

-­‐ O que queres? Porque te meteste à minha frente?

-­‐ Meti-­‐me à tua frente porque não quero ninguém na minha floresta – disse o fantasma

-­‐ Esta bem, vamos fazer um acordo, eu deixo aqui a moto, passo a floresta a correr, e tu

nunca mais me vais ver – disse a Rainha Sofia

-­‐ Está bem, então adeus, e já podes ir. A Rainha desatou a correr e em dois minutos já tinha chegado ao campo de futebol. Quando chega às bancadas aparece-­‐lhe desta vez um OVNI. Desta vez não houve nenhum

entendimento, foi feita prisioneira, e foi levada para Marte onde foi morta e depois passado uns dias o seu corpo veio novamente para o castelo onde foi sepultada. Catarina Calheiros

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Revolução da Vida

Quando eu tinha 22 anos não passava de um pequeno marginal, que só andava pelas ruas a

fazer asneiras. Eu não queria trabalhar, não queria fazer esforços para ter o meu dinheiro ao fim do mês. Apenas queria passar o dia a vadiar e arranjar dinheiro sujo. Eu tinha bastantes amigos na verdade, mas nenhum tinha um passado limpo. Para dizer a verdade eu não era feliz. Apenas fazia aquilo por não ter estudos para arranjar um trabalho e ganhar honestamente o meu dinheiro.

Um dia estava a assaltar uma caixa multi-­‐banco, mas, infelizmente para mim alguém me

estava a observar e não hesitou em chamar a polícia, que chegou rapidamente …Eu ainda tentei fugir, mas não tive hipóteses e fui parar à esquadra. O comandante da esquadra tinha de tomar uma decisão difícil: mandar-­‐me para tribunal ou dar-­‐me mais uma oportunidade. Acontece que eu já tinha sido libertado várias vezes, tinha prometido dezenas de vezes emendar, mas eu fraquejava sempre. Isto tornava a sua decisão ainda mais difícil. Talvez com pena da minha triste sorte, fui mais uma vez ilibado, mas seria a minha última oportunidade e desta vez seria diferente. Disseram-­‐me que tinha que arranjar um emprego honesto até ao final do mês.

Eu estava aflito, ninguém me ia aceitar num trabalho com as minhas poucas qualificações e o

meu historial. Pensei até em sair do país, mas não tinha dinheiro para tal.

Já voltamos a mim…Agora vou falar-­‐vos de um tubarão. Era um tubarão branco com uns

dentes afiados como serras. Este tubarão era um matador nato, como qualquer outro tubarão, mas ele não matava para se poder alimentar. Não era uma questão de sobrevivência. Ele matava por satisfação. Era o rei dos oceanos e foi criando alguns inimigos, dos quais se destacam um grupo de baleias que há muito se queria vingar de tal monstro. Numa noite muito fria, este grupo de baleias atacou de surpresa o malvado tubarão. Este era forte, e até deu bastante luta, mas as baleias eram muitas e o tubarão acabou por ser derrotado. Inconsciente e ferido de morte, foi parar, levado pela corrente, à costa de uma praia.

Voltando a mim. Um dia recebi a informação de que um primo meu de segundo grau que eu

nunca tinha conhecido, tinha falecido. Este primo não tinha nenhuma família directa, pelo que eu era o seu único herdeiro. Fiquei surpreendido com a notícia, mas feliz pois, pela primeira vez na minha vida, tinha conseguido dinheiro de uma forma honesta. Ainda mal refeito da notícia, fui até à praia passear. Sentado na areia pensava na minha sorte, mas também sabia que isto não resolvia o meu problema…ainda tinha de descobrir uma forma de conseguir emprego. Andando pela praia, deparei-­‐ me com um tubarão…aquele tubarão….o que era um assassino nato. Vi que ele estava bastante ferido, e senti um aperto no coração…Ver um animal tão poderoso neste estado!... Os animais eram uma paixão para mim, tinha de fazer algo. Decidi começar a investir o meu dinheiro herdado numa

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causa justa. Chamei logo um veterinário, o qual tratou excelentemente do tubarão, mas ele tinha que ficar uns dias a recuperar. Foi aí que me surgiu uma ideia! Como tinha dinheiro, decidi criar uma associação de ajuda aos animais. E a minha ideia concretizou-­‐se. Criei o meu próprio emprego… Comecei por comprar uma casa, numa grande quinta onde poderia guardar e tratar os animais feridos. De seguida mandei construir aquários, jaulas, gaiolas ….e comecei a recolher animais feridos ou abandonados. Tornei-­‐me famoso nas redondezas, uma coisa que nunca tinha esperado na minha vida inteira. Como tinha finalmente um emprego também a polícia me deixou em paz.

O tubarão ficou com alguns ferimentos graves, irrecuperáveis e eu, claro, acabei por ficar

com ele.

Eu agora era feliz…e tinha o meu coração a palpitar de alegria. Dois anos depois, eu tinha salvo tantos animais que não podia sequer contá-­‐los. Era uma

sensação maravilhosa! Eu tinha passado de marginal a boa pessoa. Sentia-­‐me útil! Agora tenho 78 anos e já não posso tratar dos meus queridos animais sozinho…. Mas estou descansado, pois sei que o meu filho ( Sim, entretanto casei e tive um filho, imaginem!) continuará o meu trabalho e sei que ele não me desiludirá porque partilha do meu amor pelos animais. Filipe Pereira Diogo Araújo

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Flamingos Tudo começou numa tarde de Primavera. O Sol irradiava por entre as entranhas da janela da cozinha que me iluminava enquanto fazia as lidas da casa. A brisa sussurrava por entre as cortinas brancas. Os pássaros assobiavam ao som da música que eu estava a cantar. Os meus pés dançavam ao ritmo da mesma melodia. E toda a minha preocupação desaparecia durante estes curtos momentos. Mas tudo isto acabava por desaparecer num abrir e fechar de olhos. Quando a minha mãe entrava pela porta dentro, a queixar-­‐se sem parar, o mundo maravilhoso antes vivido deixava de existir. Era complicado aturá-­‐la. Nunca se calava, passava a vida a dizer que eu nunca fazia nada enquanto era completamente o contrário. Eu tratava de tudo, comida, lavandaria, compras… A minha mãe fazia de mim uma escrava. Nessa tal tarde, tinha saído e estava muito descansada a olhar para o rio que passava à frente da minha casa, e a pensar na minha vida desgraçada, quando ouvi um barulho que fez estremecer o chão. O objecto passou à minha frente e vi que era um carro. Só conhecia “a coisa” dos livros pois nunca tinha visto nenhum de verdade. Eu era uma jovem flamingo do campo, e achava que nada na vida me iria tirar de lá. Dentro desse tal carro encontravam-­‐se, três flamingos. Uma fêmea, que provavelmente seria a mãe, um macho que deveria ser o pai e um flamingo mais novo, logicamente o filho. A minha mãe que também tinha ouvido o barulho do carro, foi imediatamente ver o que se passava lá fora. Soube que estavam perdidos e sem gasolina. Aquela família não tinha para onde ir, e a minha mãe não conseguia ser tão cruel ao ponto de não os ajudar. Aproximei-­‐me e meti-­‐me na conversa. Ao fim de algum tempo, chegámos à conclusão que eles poderiam ficar alojados em nossa casa até encontrarem uma solução. O filho deles era maravilhoso. Muito querido, mas, pensava eu com muita certeza, que ele nunca na vida iria olhar para uma campónia como eu. Os seus pais eram chiques e faziam questão de não fazer as suas necessidades nem tomar banho na nossa casa-­‐de-­‐banho pois diziam que éramos desarrumados e que não limpávamos. Tinham uma lata! Mas o meu interesse era sem dúvida o jovem flamingo. Por mais que eu tentasse falar com ele, faltava-­‐me sempre a coragem. Até que um dia, o encontrei no rio, e decidi, a medo, começar com um “olá”. Ele respondeu-­‐me muito carinhosamente, com uma voz muito doce. Começamos a falar e entretanto ficámos amigos. Ao despedirmo-­‐nos, ele deu-­‐me um beijo muito suave, na minha bochecha, e eu fiquei tão contente que sentia as penas a bater! Eu estava a apaixonar-­‐me, mas eu sabia que não devia pois nunca na vida teria hipóteses. Passaram duas semanas, ou talvez mais, e ainda não tínhamos arranjado uma solução para esta família. Por enquanto, teriam de continuar connosco. Estava nas nuvens, claro! Eu gostava imenso que ele estivesse lá em casa, e todas as

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quintas-­‐feiras, começamos a ir juntos para o rio. A nossa amizade crescia cada vez mais. E um dia, decidi declarar-­‐me. Eu amava-­‐o e queria que ele soubesse. Nesse tal dia, ele também me queria contar uma qualquer novidade, mas pensei que teria a ver com os seus pais ou outro assunto desinteressante, e não liguei muito. Quando chegou o tal momento, estava a tremer em tudo o que era sítio. Que medo que eu tinha. Cheguei à beira dele, e ia começar a falar quando ele me interrompeu e disse que gostava de mim! Eu fiquei contentíssima! Beijei-­‐o com toda a minha paixão! Ficámos namorados, mas achamos cedo de mais para contar aos nossos pais. Esperámos, esperámos, e quando contámos, foi a pior coisa do mundo. Os pais dele não gostaram nada da ideia, claro, pois eu era uma “rapariga do campo”. Foi a pior coisa que podiam ter dito. A partir daí passava os dias a chorar. Chorei, chorei, até que um dia a mãe dele me apanhou sozinha e disse: – Olha a campónia a chorar, como não tem mais nada que fazer, o entretenimento dela deve ser chorar! Nesse momento não aguentei. Sem dar nas vistas, peguei nas minhas roupas, no meu essencial, e decidi sair de casa. Não suportava mais ver aquelas pessoas. Ainda por cima eram intrusos na minha casa! Esperei pela noite, muito ansiosa para me ver livre daquele inferno. Quando a minha mãe me chamou para jantar, só me apetecia recusar, mas já sabia que teria de ouvir um sermão, por isso, fui, mas não olhei ninguém nos olhos. Fiz de conta que ninguém estava lá. Quando acabei, fui direitinha para o telhado, reflectir na minha vida. A minha decisão estava tomada, e nem o medo me impediria. Às 10 horas da noite, já todos estavam a sonhar. Fui para a cozinha, e pela janela saí de casa. Nem pensei nas consequências que teria a minha acção, simplesmente queria ver-­‐me livre daquele mundo e começar uma vida nova. Dirigi-­‐me para Sul, com o meu pequeno saco rosa às costas. Procurei sobreviver sozinha durante dias e dias, até que um dia fui parar à porta de uma casa verde, muito colorida. Estava exausta e já não me aguentava em pé. Tinha de pedir ajuda a alguém. Os donos da casa acolheram-­‐ me de uma maneira muito carinhosa. Aquela família tinha algo de especial. Era uma família tão amável. Deixaram-­‐me estar lá cerca de dois meses, e em seguida, parti. Procurei uma escola, pois não tinha idade para trabalhar. Encontrei uma escola de artes. Era espectacular. Inscrevi-­‐me, e para surpresa minha, fui aceite. O primeiro dia de aulas foi estranhíssimo, não sabia o que fazer pois nunca tinha andado numa escola. Tentei fazer amizades, mas toda a gente me ignorava, pois as minhas roupas eram estranhas, eram roupas do “campo”. Deixei as amizades para trás, e concentrei-­‐me unicamente na minha tarefa, estudar, para ter um bom emprego. Passei semanas e meses sem um tecto, dormia na rua junto ao teatro municipal, e algumas vezes, a menina da limpeza até me deixava dormir lá dentro, mas pedia-­‐me que não desse nas vistas para não lhe arranjar chatices. A escola oferecia-­‐me o almoço, e o resto das refeições eram pequenas merendas que comprava com o subsídio que a escola me dava. Durante anos, vivi assim. As minhas notas eram altíssimas, e os professores gostavam imenso de mim.

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No décimo segundo ano, ofereciam uma bolsa a quem ganhasse o concurso de teatro que ia haver no teatro municipal. Dediquei-­‐me intensamente à preparação da peça. Mal comia. Durante semanas só pensava em treinar, repetir, ensaiar. No final, a minha peça teve um resultado acima das minhas expectativas. Eu tinha feito tudo sozinha, e os júris valorizaram muito isso. Lembro-­‐me tão bem, de estar entre os vinte concorrentes, todos bem juntos no palco, à espera que anunciassem o nome do vencedor. E na hora em que o júri diz o meu nome, a minha cabeça explode de alegria. Tinha ganho a bolsa e o concurso. Com a bolsa, a escola ainda me ofereceu mais dez mil euros como prémio. Com os dez mil euros, arranjei um apartamento de luxo, até, porque naquela altura, tudo era muito mais barato. Fui para a universidade e tudo me corria bem. Fiz amizades com algumas raparigas muito talentosas e mais velhas, que me ajudavam em tudo. Quando acabei o curso, arranjei logo um emprego numa empresa de design gráfico. Ganhava milhares por dia. Certo dia, propuseram-­‐ me um trabalho importantíssimo, e como é óbvio aceitei. Tinha de fazer uma imagem e um slogan para uma empresa de móveis. Inicialmente não fazia ideia do que iria fazer, então pus-­‐me a inventar e até saiu um desenho bonito, embora ainda faltassem uns pequenos retoques. Quando acabei, fui até à empresa entregá-­‐lo. Quando cheguei à empresa imaginem quem lá encontrei. A “mulher a quem a minha mãe tinha dado casa” e o marido. Fiquei boquiaberta! “Só me faltava agora aparecer também o filho...” pensava eu naqueles momentos de raiva, e repentinamente, quem aparece? Ele! Fiquei triste, ao mesmo tempo que sentia o meu coração a bater furiosamente. Era verdade… passados tantos anos longe daquelas pessoas e daquela vida, eu ainda o amava. Fiz de conta que não os conhecia, mas o grande problema era que eu tinha de lhe entregar o trabalho a ele. Cheguei lá, entreguei o trabalho, e ele ficou a olhar para mim durante muito tempo e disse: -­‐És muito bonita! Fazes-­‐me lembrar alguém que conheci há muito tempo atrás…Eu envergonhada nem respondi e saí do edifício a correr. Chorei durante noites e dias... esperando que a dor passasse. Mas o destino teimava em magoar-­‐me e alguns dias depois tinha na caixa-­‐de-­‐correio uma carta dessa mesma empresa. Abri e dizia “Gostamos imenso do trabalho que a senhora nos entregou. Vamos com certeza utilizá-­‐lo. E gostaríamos de a convidar para um convívio, onde estarão presentes as pessoas que contribuíram para o crescimento da empresa. Contamos com a sua presença. Os nossos sinceros agradecimentos. Estava sem fala. E a minha primeira reacção foi recusar o convite. Mas pensei nas possibilidades que este convívio me ofereceria. Quando cheguei à festa, fiz de conta que não conhecia ninguém, até que a mãe do meu amado veio ter comigo, e disse: -­‐ Parece que a conheço. A menina não é a filha daquela simpática família que nos deu abrigo quando nos perdemos, há uns anos atrás? Fui apanhada de surpresa e respondi: – Sim, sou a “campónia” …

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Ela ficou a olhar para mim durante muito tempo, vi a minha transformação e começou a pedir desculpa! Eu disse-­‐lhe que já não tinha mal, pois se não fosse ela, nunca teria a vida que tinha actualmente. Ela levou-­‐me até ao filho, e a reacção dele, foi dar-­‐me um beijo. Eu fiquei tão... Sei lá! Uma sensação estranhíssima, mas no fundo muito agradável! Nunca na vida tinha estado assim. Ele pediu-­‐me em namoro, e depois de três anos de um namoro feliz, casamo-­‐nos e fomos viver com a minha mãe, que faleceu pouco tempo depois. Sofri, pois claro, mas não muito, porque apesar de ser minha mãe, nunca tinha actuado como tal. Inês Fernandes Marta Sousa

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Especial

Como já era hábito, Mariana acordava de manhã com pelo menos uns vinte pássaros a

cantar na sua janela. Ela já não se sentia bem ao acordar sem os ouvir . Quando se levantava, abria as cortinas de cor fúscia para observar as criaturas maravilhosas a cantar aquela linda melodia. Havia pássaros de todas as cores, azul, roxo , rosa , etc . Mas havia um que se destacava. Era um pequeno pássaro, de uma cor muito bela, um castanho com manchas verdes, até fazia lembrar os fatos militares. Mariana gostava imenso desse passarinho, era único para ela. Um dia , com tanta pena daqueles pobres passarinhos sem uma gaiola para se resguardar do frio, pediu à mãe que deixa-­‐se construir uma gaiola para os pássaros com as ferramentas de carpinteiro do pai. A mãe, com certeza não achou muita piada à ideia, mas Mariana explicou-­‐lhe que não se sentia bem com tantos pássaros em sua janela, sem lar. A mãe claramente compreendeu e deixou que a filha construísse a gaiola. Passados alguns meses, Mariana ainda só tinha feito algumas grades, então percebeu que necessitaria da ajuda do seu pai. Ao jantar, um pouco receosa perguntou ao pai se a poderia ajudar, e é evidente que o pai teve a mesma reacção que a mãe, mas por fim, concordou. Demoraram quatro semanas de trabalho intenso para concluir a construção. No dia da conclusão, Mariana adormeceu muito feliz e bem-­‐humorada. Na manhã do dia seguinte, pôs-­‐se de pé, levantou os braços no ar, bocejou, e fez o costume. Abriu as cortinas muito cuidadosamente e de repente começou correr deseperada pelas escadas a chorar, a reclamar que os pássaros que praticamente já lhe pertenciam, tinham fugido. Ficou arrasada. Durante semanas questionou o porquê de eles fugirem naquele preciso dia, até que uma noite, depois de estar horas sentada no baloiço cor-­‐de-­‐rosa, a reflectir um pouco sobre o que tinha acontecido há meses atrás , se apercebeu que eles viram que ela estava a construir uma gaiola para eles, e que nela não seriam felizes , entretanto decidiram mudar-­‐se . Ninguém, nem mesmo um animal irracional são felizes fechados em gaiolas , jaulas ou seja o que for , e essa foi a conclusão que a Mariana tirou , e simplesmente ficou feliz ao pensar que naquele momento estariam num sítio melhor do que uma. Marta Sousa

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O Flamingo Doente Era uma vez uma região como outra qualquer, mas tinha uma coisa de especial viviam lá flamingos não humanos como é normal.

Nessa região vivia o flamingo João que tinha uma vida normal como outro flamingo

qualquer.

A certo dia o flamingo João foi dar um passeio á cidade havia uma brisa refrescante que a

achava muito boa. A certo momento começaram-­‐lhe a aparecer coisas tipo borbulhas no corpo inteiro e a coisa que lhe passou pela cabeça foi atirar-­‐se para o chão e esfregar-­‐se todo a ver se desaparecia.

Os outros flamingos começaram a aperceberem-­‐se da confusão e chamaram a ambulância.

Ficou eternado porque podia contaminar os outros flamingos. Devido á doença tive morrer,

mas ficou para a história a sua doença.

Assim ficou famoso depois de morrer.

Miguel Vieito

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Rita no país das maravilhas Estamos no início da Primavera, sopra um vento fresco, umas folhas dançam pelo ar e um sol envergonhado dá um ar da sua graça. Numa pequena aldeia, abrigada entre montanhas, morava a família Arieira, numa grande casa com vista para o parque. Essa família era constituída pelo pai o senhor Leonardo, pela mãe, a senhora Margarida e pela filha de cinco anos que se chamava Rita. Havia outro membro importante nessa família, o cão Max. A Rita só tinha cinco anos e gostava muito de passear no parque em frente a sua casa, sempre acompanhada pelo seu melhor amigo. O Max, como era um cão bem comportado não necessitava de usar coleira pois nunca saía da beira da sua dona. O parque era fascinante. Havia uma macieira diferente, pois dava maças todo o ano, e eram bem docinhas e vermelhinhas. Um regalo para as crianças! Flores de todas as cores tornavam este espaço multicolor. A relva verdinha e o grande lago onde patos brincalhões se refrescavam, as rãs coaxavam alegremente, os peixes nadavam ao som dessa melodia, e os nenúfares boiavam preguiçosamente, contribuíam para tornar este recinto mágico. A Rita sentia-­‐se como a “Alice no País das Maravilhas”. Mas a sua grande tentação era a macieira. Sempre que passava junto da árvore não resistia àquele aroma, aquele vermelho tentador. E caía na tentação de comer aquelas maças vermelhinhas. Como era uma menina muito asseada, nunca esquecia de as lavar antes de meter à boca, como lhe ensinara sua mãe. Então, dirigia-­‐se a uma fonte que ficava ali juntinho à árvore, de onde saía uma água limpa e transparente. A família Arieira não podia ter escolhido melhor sítio para morar. Mónica Parente

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Um rapaz americano Era uma vez um rapaz americano chamado Richard. Richard era um menino inteligente, persistente e curioso que procurava concretizar o seu maior sonho que era conseguir realizar cinco dos seus maiores desejos. Um dia quando regressava da escola teve a curiosidade de entrar numa gruta que já há muito tempo queria explorar. Já lá dentro, reparou num homem vestido de azul com uma pequena varinha numa mão e na outra um livro de feitiços. Richard, assustado, tentou fugir, mas o feiticeiro impediu-­‐o. O rapazinho ficou ainda mais assustado quando viu que o feiticeiro não o deixava sair. Depois de muito falar Richard apercebeu-­‐se que era um bom feiticeiro e até ficaram amigos. O rapaz perguntou-­‐lhe o que estava a preparar. O feiticeiro respondeu-­‐lhe que estava a preparar uma poção para o congresso mundial de feiticeiros que se ia realizar no Japão. O feiticeiro perguntou-­‐lhe se queria ir com ele pois sabia que os miúdos iam entrar de férias. Richard aceitou logo pois sabia que lá iria encontrar um mundo maravilhoso onde todos os desejos se realizavam. Agora só faltava mesmo o transporte. Richard lembrou-­‐se do seu comboio de brincar que estava na sua pasta, e pediu que o aumentasse e o pusesse em andamento. Já com o comboio a apitar, partiram para o congresso. A meio do caminho deram de caras com uma grande tempestade e como se não bastasse apareceram uns robots maléficos que pertenciam ao maior rival do feiticeiro que não queria que este chegasse ao congresso. Depois de muito combater, Richard lembrou-­‐se que tinha um Homem-­‐Aranha na pasta. O feiticeiro deu-­‐lhe vida e pouco tempo depois ele já tinha acabado com os robots. Mas os nossos heróis passaram por um grande susto. Já no congresso apareceu mais um dos seus inimigos, mas desta vez, Richard e o feiticeiro não conseguiram escapar. Foram aprisionados numa caverna. Até que aparece um outro feiticeiro que , quando os viu naquele estado, usou a sua magia para os salvar. Já libertado o feiticeiro entrou no congresso e o rapaz entrou no mundo maravilhoso onde conseguiu concretizar os desejos. Renato Viana Tiago Torre

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A missão Numa tarde de sol, um jovem rapaz estava a trabalhar no zoo marinho em Lisboa. Foi dar uma vista de olhos pelos animais do aquário, entretanto reparou que num deles havia uma lagosta que parecia muito doente. O jovem tinha de ver o que a lagosta tinha. Vestiu o fato de mergulho e entrou no tanque, pegou nela e levou-­‐a para um tanque especial, onde ficavam os animais doentes ou feridos. Fez várias análises à lagosta e descobriu que esta tinha uma doença extremamente rara, e ficou desolado pois sabia que o zoo não teria dinheiro suficiente para comprar os remédios necessários para a curar. No dia seguinte, a caminho do zoo, reparou num poster afixado numa parede que anunciava um concurso de graffiti: o melhor graffiti ganhava um prémio de dois mil euros. Então como ele tinha jeito para o desenho, em especial com latas de tinta, decidiu inscrever-­‐se. Faltavam dois dias para o concurso e a lagosta estava a ficar cada vez pior. No dia do concurso, ele deu o seu melhor pois sabia que esta era a grande oportunidade para salvar a sua tão amada lagosta. Quando chegou a hora de anunciar o vencedor, todos estavam nervosos, mas ao mesmo tempo ansiosos. Finalmente o júri anunciou o nome do vencedor. Ao ouvir o seu nome, o jovem rapaz explodiu de contente e, muito emocionado, foi receber o seu tão desejado, mas merecido prémio. Pegou no prémio e, no seu grande e bonito camião de transporte de animais e dirigiu-­‐se para o zoo marinho. Pegou na lagosta, pô-­‐la num aquário e foi ao veterinário com a lagosta. Pagou o tratamento com o dinheiro do prémio e esperou pela recuperação da lagosta. Esta, ao ver o quanto o rapaz gostava dela, começou a melhorar e em pouco tempo estava de pé. O rapaz ficou todo contente, claro, pois sentiu que o concurso não tinha sido em vão já que tinha conseguido salvar a lagosta. A partir desse dia o rapaz e lagosta tornaram-­‐se inseparáveis. André Lourenço Ruben Lajoso Telmo Borlido

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Cogui e o Cogumelo Era uma vez um caracol chamado Cogui. Cogui tinha nascido há pouco tempo por isso não tinha experiências da vida na floresta! No dia em que saiu de casa dos pais sozinho pela primeira vez, estes estavam muito orgulhosos do seu protegido, e o Cogui, estava radiante por, finalmente, viver na responsabilidade de se sustentar! Estava ansioso por saber que perigos a floresta escondia! Estava ansioso para sentir o cheiro das ervas daninhas a crescer em sítios inesperados. Estava ansioso para passear por sítios desconhecidos e descobrir todos os seus segredos. Os seus pais tinham-­‐lhe falado de tudo o que ele poderia encontrar na floresta , incluindo os perigos! Por isso, Cogui não tinha nada a temer! Certo dia, enquanto dava o seu habitual passeio da manhã, pensou: «Estou farto disto! É sempre a mesma rotina! Vou mudar a minha rota!» Se assim pensou, assim fez! Em vez de ir até à Praça do Feto e voltar pela Rua do Papagaio Cantor, decidiu ir até à Avenida do Mocho e passar pela casa do seu amigo escaravelho, Thomas. Então lá foi todo contente! Ao passar pela Avenida do Mocho, encontrou a D. Borboleta caída no chão! -­‐ D. Borboleta! Está bem? Olhe só o que lhe foi acontecer! -­‐ Aí menino Caracol. Você nem imagina. Os bandidos dos mosquitos bateram contra mim, eu caí, magoei-­‐me numa asa, e eles fugiram! Ai quando eu os apanhar! – resmungou a D. Borboleta com o punho erguido. -­‐ Acalme-­‐se, não está em condições de se exaltar! Olhe só, eu hoje decidi mudar de rumo, e dou por mim a encontrá-­‐la magoada, sozinha no chão! Isto, só o destino! Com cuidado, o Cogui levantou a D. Borboleta e levou-­‐a até o centro de cuidados florestais mais próximo. Por sorte, encontraram lá o Dr. Lagartino, que era amigo do Cogui, e iria cuidar, certamente muito bem, da pequena ferida de D.Borboleta. Deixando, então, a D. Borboleta em boas mãos, o Cogui continuou o seu passeio. De repente, sentiu um ligeiro toque no dorso. De seguida sentiu outro, e outro, e outro, até que começou a sentir muitos ao mesmo tempo! Quando deu por si, estava debaixo de um chuvada repentina. O Cogui dirigiu-­‐se, o mais rapidamente que pode , para o abrigo mais próximo.

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-­‐ Ufa, quem diria que ia chover assim tão repentinamente! Parece que hoje, a vida não quer que eu dê o meu passei matinal! Mas, que é isto? Cogui não fazia a menor ideia do local onde estava abrigado. Era uma espécie de chapéu-­‐de-­‐ chuva esponjoso. Apalpou-­‐o bem, para sentir a textura! Cheirou-­‐o para ver se conseguia descobrir de que é que se tratava, mas não obteve sucesso. Na verdade, o que o Cogui estava a observar era um Cogumelo, mas, por estranho que pareça, Cogui não fazia a menor ideia do que é que aquilo era! Alguns metros à sua frente, avistou um outro cogumelo mais pequeno, e esperou que a chuva parasse para o poder observar também, de mais perto. Algum tempo depois, a chuva abrandou, e o Cogui teve a possibilidade de apalpar e cheirar também a outra espécie de Cogumelo, para ter a certeza que eram coisas semelhantes! Ao fim de alguns segundo, lá estava o Cogui às voltas e a pensar que espécie de planta era aquilo e para que é que servia ! De repente, passa junto de Cogui o seu amigo grilo! -­‐ Grilo, Grilo! – chamou Cogui – anda aqui se faz favor! -­‐ Bom dia Cogui! Então, que problemas te atormentam? -­‐ Alguma vez viste isto? – disse, apontando para o Cogumelo -­‐ Já, é um Cogumelo, serve para os insectos se abrigarem da chuva! Não sabias disso? Oh, Cogui, não andas a ver televisão – dizendo isto, foi-­‐se embora! Cogui continuou a pensar: «Se fosse só para a chuva, não teria esta textura esponjosa! Não, tem que ter outra ultilidade!» As horas começam a pesar, então, o Cogui arranca o Cogumelo e leva-­‐o consigo para sua casa. Lá, almoçou, descansou e pensou muito acerca do estranho objecto, e decidiu fazer um pequeno inquérito pela vizinhança. Começou pelo seu vizinho mais próximo: o Caracolito. -­‐ Bom dia Caracolito, sabes o que é isto? – disse, apontando para o Cogumelo. -­‐ Olá Cogui, claro que sei, é um trampolim! Basta ires para cima dele, saltas o mais alto que podes e depois escorregas! -­‐ Parece divertido, e isso explica a sua textura esponjosa! O Grilo disse-­‐me que era um abrigo para a chuva! -­‐ O Grilo? Oh, o Grilo não sabe nada!

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Cogui agora confundiu-­‐se! Não sabia em qual deles acreditar. Então decidiu perguntar ao próximo vizinho. Este disse ao Cogui que o Cogumelo servia para comer. Mas preveniu-­‐o que havia alguns cogumelos que eram venenosos, e podiam matá-­‐lo. Portanto, o Cogui nem sequer tentou dar uma trinca no Cogumelo. Mas agora estava ainda mais confuso! Tinha três opções, e não sabia qual delas era a certa. Então continuou o seu inquérito. E as respostas eram as mais mirabolantes! Uns diziam que era uma peça de decoração! Outros diziam que era uma espécie de árvore, e ainda havia animais que diziam que era um sinal de trânsito! Cogui achava que nunca ia encontrar a verdadeira resposta para a sua questão! Cogui continuava assim, dia e noite, a pesquisar, a procurar, a elaborar respostas… E foi assim que Cogui descobriu a sua paixão e o seu talento para a procura e a investigação! Graças a um cogumelo insignificante, o Cogui tornou-­‐se um dos mais conceituados cientistas da “Era Animal”. Ah, e o nosso pequeno caracol, Cogui, nunca chegou a saber o verdadeiro nome e para que é que o Cogumelo servia! Susana Lage

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A amizade não tem limites Esta é uma história de sucesso, entre um porco e um E.T… Aconteceu no ano de 1947, tinha acabado de haver a pior guerra de sempre. A segunda guerra mundial marcara para sempre toda a Humanidade… Nessa altura ainda ninguém sabia, ou sequer acreditava, que estávamos a ser observados por seres de outro planeta e de outra dimensão, e que esses mesmos seres queriam mudar de planeta pois não estavam satisfeitos com o seu império. Então querendo os E.T’s saber realmente com o que estavam a lidar decidiram mandar para a Terra Mark, um potencial criminoso que matara a sua família apenas com uma lata de Spray… Quando chegou à Terra foi recebido por um estranho ser que nunca vira. Era um porco, um porco vulgar na sua pocilga, na sua quinta, no seu lugar. Mas eis que o porco começou a falar com o ET, sim a falar, não a nossa língua , mas a mesma que o ET. Ambos se entendiam perfeitamente, mas eis que surge uma questão: Como é que o porco o entendia sendo de um mundo completamente diferente e distante? Talvez tivesse a mesma origem ou talvez puro e simplesmente a língua dos porcos fosse igual a dos E.T’s. Contudo era um pouco estranho, mas eles começam a falar: -­‐Olá!-­‐ começou por dizer o porco -­‐Nunca vi ninguém como tu por aqui! -­‐Não posso falar com estranhos! Estou numa missão fundamental para o meu pais. Adeus, estranho ser cor-­‐de-­‐rosa! E virando a sua cara estranha, disse-­‐lhe que iria seguir caminho por terra que nunca antes pisara. Então o Porco pensou nos locais por onde o ET teria inevitavelmente de passar: terras desconhecidas, terras onde era possível ver sepulturas da guerra, terras onde muita gente sofria ou morrera pela pátria. Então o porco que estava farto de ver gente sofrer e morrer disse: -­‐Espera, chega de mortes, eu vou contigo! Conheço muito bem esta zona e sei onde estão os maiores perigos.

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E lá foram os dois, correndo os montes cheios de campas, passando por casas em ruína que outrora foram habitadas, por árvores agora mortas no meio da solidão. Entretanto o Capitão dos E.T’s começava a preocupar-­‐se e questionou-­‐se: Onde estaria Mark que há 3 dias tinha partido e ainda não dera notícias? Foi então que decidiu contactá-­‐lo por teleston, uma espécie de comunicador dos ETs. -­‐Está lá, escuto? Recluso responda… -­‐Daqui recluso…Diga! -­‐respondeu ele. -­‐Qual é o relatório que faz do espaço? -­‐Ainda não consegui descobrir nada, mas há vida neste planeta…Over ! Logo que tenha mais novidades, informo-­‐o. Terminando assim a conversa o porco perguntou: -­‐Porque é que não lhe disseste que era seguro atacar? E Mark ouvindo aquilo virou costas e seguiu caminho… Não sabia o seu destino, apenas queria descansar e poder pensar para ele mesmo. No dia seguinte saiu bem cedo deixando um bilhete em cima da mesa: «Eu tinha como objectivo explorar o teu mundo para os meus superiores o conquistarem, mas eis que te encontrei e percebi que não o podia fazer. Porquê? Porquê tirar a vida a estes seres se eles merecem viver…? Foi graças a ti ou por ti que eu consegui acordar para a realidade e perceber que o que estava a fazer era errado. Reparei que ainda há pouco houve um terrível confronto entre vós que causou um número assustador de baixas e vos marcará para sempre. Sei que já sofrestes demasiado . Decidi que não vos iremos atacar… Despeço-­‐me dizendo: Obrigado meu amigo, obrigado por tudo. Não te preocupes, estarás sempre comigo, mas noutra dimensão…» Mal acabou de ler o bilhete, o porco , muito comovido, olhou para o céu e viu uma nave estranha a sobrevoar o planeta, rumo ao infinito espaço do desconhecido. Cláudia Ferreira

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Nome dos alunos 7º C que participaram neste projeto: 1

André Rodrigues

2

André Rocha

3

André Lourenço

4

Ariana Rodrigues

5

Catarina Delgado

6

Catarina Moreira

7

Catarina Calheiros

8

Daniel Parente

9

Diana Sequeira

10

Diogo Alexandre

11

Diogo Filipe

13

Filipe Pereira

14

Ines Fernandes

16

Marta Sousa

18

Miguel Vieito

19

Mónica Parente

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Rafael Viana

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Renato Viana

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Ruben Lajoso

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Susana Lage

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Telmo Borlido

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Tiago Torre

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Claúdia Ferreira

Nome dos professores responsáveis deste projeto: • •

Isabel Sá (grupo 300) Língua Portuguesa e Área de Projeto_____________________ João Carlos Pereira(grupo 600) Educação Visual______________________________

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