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ANO XVI - EDIÇÃO 168/AGOSTO DE 2012/DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

ASSOCIE-SE

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Rogê Alexandre Andrés Alex Rocha Marcelo Frisieiro Anna Ratto Odair José António Zambujo Jota Quest Sting Thalles E muito mais...

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Dom Um Romão, o rei da bateria e da percussão

Macau, o cara da black music

O músico certo para os arranjos bonitos 60.000 E-MAILS ENVIADOS MENSALMENTE MÚSICOS, ARTISTAS, PRODUTORES, DIRETORES, PROFESSORES, SELOS, EDITORAS, FÁBRICAS, ESTÚDIOS, LOJAS


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Nido Pedrosa /Correspondente Nordeste

MERCADO MUSICAL NORDESTINO

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Deodato, Tom Jobim e Vinícius de Moraes: http://www.youtube.com/watch?v=_U8QJDWSEPc

O Som Eclético de Eumir Deodato Pianista, Compositor, Arranjador e Produtor Musical', respeitado no mundo inteiro pela critica, público e pela comunidade musical internacional, o brasileiro Eumir Deodato, nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de junho de 1943. Aos 12 anos começou a tocar acordeon, depois estudou piano, orquestração, arranjo e regência através de livros. Seu primeiro trabalho orquestral foi realizado com 17 anos, quando coordenou e conduziu seus arranjos para vinte e oito músicos. A carreira profissional iniciouse com as apresentações dos shows de Bossa Nova, em 1959, junto com Roberto Menescal, Durval Ferreira, dentre outros. Logo, Eumir se transformou em um dos mais respeitados e

ativos compositores/ pianistas do cenário musical do Rio de Janeiro e do Brasil, gravando com artistas como Elis Regina, Marcos Valle, Milton Nascimento e Antonio Carlos Jobim. Em 1964, lançou o LP 'Inútil Paisagem', com músicas de Tom Jobim e fez os arranjos dos primeiros discos de Marcos Valle, Wanda Sá, Wilson Simonal, entre outros. Em seguida, gravou o LP 'Ataque', onde registrou algumas de suas composições, a exemplo de 'Razão de Viver' em parceria com Paulo Sérgio Valle. No ano de 1967, a convite de Augusto Marzagão, participou da comissão de seleção do 'Festival Internacional da Canção (FIC)', realizado no 'Ginásio do Maracanãzinho (RJ)' e para quem não sabe, foram nas

edições deste festival que surgiram grande parte da nata da Musica Popular Brasileira que se conhece hoje, a exemplo do compositor e cantor mineiro, Milton Nascimento. Neste mesmo ano, 1967, Eumir mudou-se para Nova York (EUA), convidado a fazer arranjos para Luiz Bonfá. Depois recebeu outro convite... Fazer os arranjos do álbum 'Beach Samba', de Astrud Gilberto e ainda, foi convidado e contratado por várias companhias para trabalhar nos álbuns de outros artistas, como Frank Sinatra, Roberta Flack e Aretha Franklin, entre outros artistas de peso no cenário da música internacional. Em 1969, lançou o álbum 'Donato/Deodato', com João Donato (outra fera da música brasileira e mun-

dial). Em 1972, gravou o álbum, 'Percepção'. No ano seguinte escreveu arranjo para um clássico: 'Also Sprach Zarathustra', de Richard Strauss, tema do filme: '2001: Uma Odisséia No Espaço', de Stanley Kubrick, faixa também incluída no álbum "Prelude" de Eumir, que atingiu a marca de cinco milhões de cópias vendidas e lhe rendeu o prêmio 'Grammy' da música internacional, na categoria de Melhor Performance Instrumental Pop/ Rock e o levou a ser

Deodato com Aznavour e ICP (Brussells)

EXPEDIENTE Editores Antonio Braga e Jorge Piloto

Colaboradores

Rio de Janeiro

Bahia

Nido Pedrosa, Viviane Marins, Elias Nogueira, Alberto Guimarães Márcio Paschoal, Robson Candêo.

Redação:

Viviane Marins: (22) 8828-0041 (21) 8105-4941 bragaa@gmail.com

Jorge PIloto (71) 8299-5219 claro / 91718911 TIM / 8647-7625 Oi jorge.piloto@yahoo.com.br

Rua Soldado Ernesto Coutinho, 10 - Saquarema / RJ - CEP. 28.990-000

http://www.youblisher.com/p/186646-Anuario-de-Lojas-de-Instrumentos-Musicais-Discos/

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.


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Nido Pedrosa/Músico-Produtor

nido.pedrosa10@gmail.com, jgnews.mmn@gmail.com

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Link para abertura de 2001: http://www.youtube.com/watch?v=cWnmCu3U09w reconhecido internacionalHerbie Hancock m e n t e , e Eumir Deodato elevando sua carreira musical ao 'Top Line' dos melhores artista do mundo. A música de Strauss também lhe r e n d e u outra indicação ao Grammy, para concorrer na categoria de 'Melhor Artista Pop'. Deodato foi homenageado e reconhecido por várias publicações, como as revistas: 'Record World', 'Billboard', 'Cashbox' e 'Playboy'. Isso é só uma pincelada sobre o trabalho excepcional trilhado por esse artista brasileiro. A íntegra, você pode conferir agora: Eumir Deodato ganhou 17 discos de platina como artista, compositor, arranjador e músico/produtor. Chegou a marca de mais de 35 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo. Seu portfólio ultrapassa 475 discos e aglutina uma discografia com produções invejáveis, que incluem discos compilados com seus trabalhos como músico pianista/tecladista, compositor, arranjador e ou produtor musical. Se começarmos por orquestras, Eumir já tocou com várias sinfônicas, como a 'Sinfônica de St. Louis'; 'Sinfônica de Cincinnati'; 'Filarmônica de Nova York' e a 'Orquestra de Música Leggera dellÚnione Musicisti di Roma'. Além disso, vários

artistas de fama internacional, ao longo dos anos foram dirigidos e produzidos por ele ou interpretaram suas composições. A lista é vasta e inclui George Benson; Lee Ritenour; Sarah Vaughan; Milt Jackson; Joe Pass; Duke Pearson; Perez Prado; The Emotions, entre outros. Eumir Deodato depois de se apresentar no Hollywood Bowl, com o CTI All-Stars Band, formou seu próprio grupo e estreou no Madison Square Garden, em Nova York, no ano de 1973. Depois de sete anos fazendo turnê pelo mundo afora, incluindo a Austrália, Japão, Canadá, América do Sul, Europa e oito turnês de costa-a-costa nos Estados Unidos, voltou aos estúdios, onde atuou como produtor musical para muitos artistas e bandas, a exemplo de Earth, Wind & Fire; Michael Franks; Chuck Mangione; Breakfast Club; The Dazz

Band; Pretty Poison; Kevin Rowland; White Lion, entre vários outros. Ainda na mesma época, na década de 70, lançou pelo selo de Creed Taylor - CTI, os álbuns: 'Prelude' (1972); 'Deodato 2' (1973); 'Deodato/Airto in Concert', com Airto Moreira (1974). Em seguida lançou pela MCA Records os álbuns: 'Whirlwinds' (1974); 'Artisty' (1975); 'First Cuckoo' (1975); 'Very Together' (1976) e pela Warner os álbuns: 'Love Island' (1978); 'Knights of Fantasy' e 'Night Cruiser (1979). A partir de 1979 até 1983, produziu o grupo Pop: 'Kool and the Gang', incluindo a canção 'Celebration'; 'Ladie's Night' e outros sucessos. Nosso ar tista também trabalhou em diversas trilhas sonoras para filmes de Hollywood, a exemplo de 'The Black Pearl'; 'Ghostbusters II'; 'White Nights'; 'The Gentle

Rain'; 'Target Risk'; 'The Reporter'; 'Beat Street'; 'Body rock'; 'The Onion Field'; 'The Girl From Ipanema'; 'The Adventures' (gravada com Tom Jobim e a Orquestra Sinfônica de Londres), teve algumas de suas gravações, incluídas nas trilhas sonoras dos filmes: 'Being There'; 'O Exorcista' e ainda, produziu as trilhas musicais dos recentes filmes: 'Assassinato a Sangue Frio'; 'A Pérola Negra'; Caça Fantasmas II e 'O Sol da MeiaNoite'. Eumir na década de 80, também gravou os discos 'Night Cruiser' (1980); 'Happy Hour' (1982) e 'Motion' (1985). Em 1990, lançou os CDs: 'In Concert: Live at Felt Forum'; 'The 2001 Concer t' e 'Somewhere Out There' (com participações dos vocalistas: Tom Hammer; Tara Kennedy e Joe James). Em 1994, participou como convidado especial, da turnê ao Japão da cantora francesa Clémentine e trabalhou com a cantora islandesa Björk, assinando os arranjos dos discos "Post" (1995), "Telegram" (1996) e "Homogenic" (1997). Participou ainda como tecladista; arranjador ou produtor nos álbuns de Ithamara Koorax ('Almost in Love'); Gal Costa; Titãs ('Vol. II') e Carlinhos Brown ('Omelete man'), entre muitos outros artistas. Em 2000, escreveu os arranjos da trilha sonora do filme 'Bossa nova', de Bruno Barreto. Em 2001, participou de um Concerto beneficente, na cidade de Nova York, onde tocou apenas a música 'Also


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Colaboraram com fotos e matéria: Mary Ellen Deodato, Pete Turner e Dario Zales

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Eumir e Orquestra em Also Sprach Zarathustra: http://www.youtube.com/watch?v=Lb7rTiP6dnE Sprach Zarathusta (2001)' e a reação do público foi maravilhosa. Em 2002, trabalhou com Milton Nascimento no Rio de Janeiro, onde obteve o Grammy Latino com a música "Tristesse" e essa música, recebeu o título de melhor canção do ano no Brasil. Lançou em 2007, o CD 'Eumir Deodato Trio - Ao vivo no Rio', gravado na Sala Cecília Meirelles, Rio de Janeiro-RJ, onde se apresentou acompanhado por Marcelo Mariano (contrabaixo) e Renato 'Massa' Calmon (bateria). No repertório: 'Also Sprach Zarathustra' (Richard Strauss), 'Rhapsody In Blue' (George Gershwin), 'Sabiá' (Tom Jobim e Chico Buarque), 'Berimbau' (Baden Powell e Vinicius de Moraes), 'Dindi' (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) e 'Samba de Uma Nota Só' (Tom Jobim e Newton Mendonça) - com arranjo criado para a trilha sonora do filme 'Bossa Nova' e ainda, "Carly & Carole", uma canção composta para homenagear as cantoras/ compositoras: Carly Simon e Carole King. Em 2010, Eumir se apresentou novamente no Rio de Janeiro, no projeto "Multiplicidade", ao lado do artista gráfico Breno

Pineschi. Este espetáculo, foi apresentado no teatro 'Oi Casa Grande' e apontado como um dos 10 Melhores Shows de 2010, pelo jornal 'O Globo' do Rio de Janeiro, edição de 28 de dezembro de 2010. Visitando mais o Brasil do que de costume, acabou sendo convidado para fazer arranjos e participações em gravações, a exemplo da 'Banda Huaska' e da cantora 'Laura Rizzotto'. Eumir nos diz: 'Atualmente a Europa não está mais como antes, está completamente difícil de fazer concertos lá', desabafa o músico, se referindo a crise economica mundial que afeta todos os países e consequentemente os setores da produção, inclusive a música... 'A única coisa que achei muito bom, foi o convite para fazer três shows com Al Jarreau, sendo um deles em Milão', confessa e aproveita para fazer uma crítica ao país onde vive há bastante tempo: 'Nos Estados Unidos, a indústria da música praticamente acabou, não é uma questão que esteja em situação difícil... Acabou mesmo!' Aqui no Brasil, nos próximos meses, Deodato tocará no 'BH Instrumental', em Belo

Horizonte-MG; em Ouro Preto-MG; em Manaus-AM e por várias cidades do interior de São Paulo. Perguntamos ao artista qual o segredo, qual o diferencial na sua música para que haja tanto interesse dos gringos, de diversas vertentes da música, na disputa de horários em sua agenda para criações e produções? Eumir respondeu: 'O interesse na minha música, no meu trabalho, talvez se deva pela pegada, pelo swing, balanço, a forma de compor e tocar. Para mim, o mais importante é estar tocando, deixando as pessoas contentes, felizes e satisfeitas' , finaliza. Seus mais recentes projetos incluem: os arranjos e produções musicais do álbum da cantora de rock francesa: Damien Saez; o álbum da cantora sansei: Lisa Ono e o álbum da cantora de jazz: Ann Hampton Callaway. Eumir Deodato também trabalhou com vários outros artistas recentemente, como Barbara Mendes; Ana Carolina; Fernanda Abreu; KD Lang; Marisa Monte; Berry e Cristophe (na França, que figuraram nas paradas de sucesso); Lupe Fiasco (que lançou CD e se tornou o

número um nos EUA. Nesse disco está incluída a canção 'Paris-Tóquio' que usa um sample de Eumir, da música 'San Juan Sunset'); com a 'Banda Phish', que também se tornou muito popular e gravou versão do arranjo de Eumir: 'Also Sprach Zarathustra (2001)'. Eumir, também finalizou, recentemente, para a EMI Records, trabalho com Luz Casal, cantora famosa na Espanha e França - trabalho esse, gravado nos respectivos países. Em 2011 trabalhou para o legendário cantor francês, Charles Aznavour e também para o famoso grupo: Berry, que foi lançado em abril de 2012. Além disso, produziu e organizou a carreira da nova cantora Laura Rizzotto para a 'Universal Records' e ainda, gravou seu CD 'The Crossing' em Milão-Itália, com diversos convidados como Al Jarreau; Paco Sery; John Tropea; Airto Moreira; Billy Cobham e outros astros da música mundial. Uma prova da eterna e duradoura influência do brasileiro na música mundial. Seus planos para o momento são: tocar nos concertos ao redor do mundo e produzir novos trabalhos, incluindo um novo álbum.


JGNEWS Antonio Braga

DOM UM ROMÃO - BATERIA E PERCUSSÃO

AGOSTO 2012

Ouça Dom Um: http://www.youtube.com/watch?v=GsLm9WWsN8M

O Dom de Romão Dom Um Romão nasceu em 3 de agosto de 1925, Rio de Janeiro. Pai baterista, influenciou Romão que desenvolveu estilo original, tanto na bateria, quanto na percussão, criando métodos para evocar os sons da natureza. Dom Um Romão se profissionalizou nos final dos anos 40, tocando bateria em orquestras de baile e acabou sendo contratado pela orquestra da Rádio Tupi, onde acompanhou diversos intérpretes, como Dircinha e Linda Batista. Formou, no Beco das Garrafas, em 1955, o Co-

pa Trio (com o pianista Toninho e o baixista Manuel Gusmão). No mesmo período, foi contratado pela boate Vogue. Em 1958, participou do inicio da Bossa Nova, que se originou com o álbum de Elizeth Cardoso, "Canção do Amor Demais", contendo músicas de Tom Jobim, o violão de João Gilberto e as batidas de Dom Um que foram fundamentais para o movimento. Em 1961, Romão tocou com Sérgio Mendes no Sexteto Bossa Rio, no Festival Sulamericano de Jazz (no Uruguai). Em 1962, com esse mesmo sexteto, participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em New York - o momento mais marcante da Bossa para o mundo. Logo estaria sendo convidado para participar de inúmeros discos e shows no exterior. Em 1963, com o conjunto de J.T. Meirelles, gravou o LP "Meirelles e os Copa 5". No ano seguinte, ainda com o Copa Trio, nessa época

com Dom Salvador ao piano, participou de diversos shows, destacando-se a primeira apresentação da novata Elis Regina, realizada no Bottle's, Beco das Garrafas (RJ). Com Cannonball Aderley, gravou o álbum "Cannonball's Bossa Nova" (Riverside). Com o Copa Trio participou de "O Fino da Bossa", no Teatro Paramount (1964), - primeira vez que a Bossa Nova apareceu na cidade de São Paulo. Seu primeiro álbum, "Dom Um", foi gravado neste mesmo ano, com arranjos de Paulo Moura e Waltel Blanco. O trio, ao se unir ao cantor/compositor/músico Jorge Ben, formavam o Copa 4. Em 1965, Dom Um participou do primeiro álbum de Flora Purim, sua

esposa, "Flora é MPB" (RCA). Ainda no decorrer desse ano, foi convidado por Norman Granz, produtor de Ella Fitzgerald, para morar nos EUA, apresentando-se com Stan Getz e Astrud Gilberto em turnês pela Europa e América do Norte. Logo após, Romão se juntaria ao 'Brasil 66', de Sérgio Mendes para gravar "Fool on the Hill"(A&M). Os convites não paravam de chegar e a seleção seria natural. Participou da gravação do LP "Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim", e do LP 'Wave" de Tom Jobim. Tocou e gravou com Tony Bennett (The Movie Song Álbum) dentre outros. Em 1971,

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LAUDIR DE OLIVEIRA

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DOM UM ROMÃO - BATERIA E PERCUSSÃO

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Ouça Dom Um: http://www.youtube.com/watch?v=clhYu3xWlKU&feature=related Recorte do Jornal O Globo

Romão substituiu Airto Moreira no grupo Weather Report, com o qual se apresentou no Japão e gravou o disco ao vivo "I sing the body electric", além dos LPs "Mysterious traveller" e "Sweetnighter". Ainda nesse ano, lançou o LP "Dom Um Romão". Airto se casaria com Flora Purim tempos depois. Em 1973, Dom Um. gravou seu primeiro álbum solo nos EUA, "I Sing the Body Electric", logo depois grava também "Spirit of the Times". Por conta do sucesso dos discos é convidado a fazer turnê com grupo Blood, Sweat and Tears. O disco solo "Hotmosphere" acontece em 1976. Mesmo mantendo seu estúdio Black Beans, em Nova Jersey, Dom Um se muda para a cidade de Wechis, na Suíça, no início dos anos


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DOM UM ROMÃO - BATERIA E PERCUSSÃO Ouça Dom Um: http://www.youtube.com/watch?v=clhYu3xWlKU&feature=related

oitenta. Em 1985, atuou, como percussionista de seu Quinteto Dom Um Romão, integrado também por Izio Gross (piano), Wilson D'Oliveira (sax-tenor), Hal Thurmond (bateria) e Norbert Domling (baixo), no I Festival de Jazz de Lisboa (Portugal). Com esse grupo, acompanhou diversos artistas norte-americanos, como Tonny Bennett, Robert Palmer, o conjunto Blood, Sweat and Tears dentre outros. Apareceu por aqui, no Brasil, algumas vezes, na década de 1990, fazendo shows. Em 1992, apresentou-se com o projeto "Som das ondas", realizado na Praia do Arpoador (RJ). Em 93, lançou o CD "Sauda-

des". Em 1998, esteve novamente no Brasil, realizando show pelo projeto "Quintas Acústicas" na Casa de Cultura Laura Alvim (RJ). Ocasião em que aproveitou para realizar workshop sobre bateria no Teatro da Cultura Inglesa (SP). Ainda em 1998, lançou o CD "Rhythm traveller", além de ter participado da gravação dos CDs de Itamara Koorax e Nelson Ângelo (vide recorte do jornal O Globo). Em 2000, gravou, entre Rio de Janeiro e Nova York (EUA) o CD "Lake of Perseverance", com a base gravada por ele mesmo (bateria, percussão, vocais e flautas de madeira), e com a colaboração de Jorge Pescara (baixo) e Paola Faour (teclados). O disco

contou ainda, com as participações especiais de Eumir Deodato, Danilo Caymmi, Marcelo Salazar, Ithamara Koorax, Luciano Alves, Zé Carlos Bigorna, Lord K., Teddy Kumpel e Nani Palmeira. Dom Um Romão registrou no disco canções de sua autoria, como "Sambão", "Eric's stuff" (c/ Nani Palmeira), "Groovy station", e faixas de outros compositores, como Eumir Deodato ("Bit box"), Danilo Caymmi & Marcelo Salazar ("Apache"), Luciano Alves ("House carnival"), além de clássicos de John

Elis Regina

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DOM UM ROMÃO - BATERIA E PERCUSSÃO

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http://www.4shared.com/zip/lCdqLx44/Dom_Um_Romo_-_Hotmosphere_-_19.html Coltrane ("Naima"), Mongo Santamaria ("Afro blue) e Kenny Dorham ("Blue bossa"). O disco foi co-produzido por Arnaldo DeSouteiro e Marcelo Salazar. Dom Um Romão. participou ainda do CD "Teu nome Pixinguinha", de Marcelo Vianna, lançado, em 2002, pelo selo Biscoito Fino. Em 2004, seu disco "Dom Um", de 1964, foi relançado em CD pela Dubas Música. Dom Um Romão faleceu no dia 26 de Julho de 2005, no Rio de Janeiro deixando muita s a u d a d e . . . (Colaboração/ arquivos da internet).

http://www.youtube.com/watch?v=ZcnWY7uiWWo http://www.youtube.com/watch?v=Hpw9ShtUsAc&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=qD9AbIQGBJg&feature=related

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Novamente O novo CD da cantora e compositora

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Elias Nogueira

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eliassnogueira@gmail.com Confira Rogê pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=2gwl5tNvdLI

Rogê lapida o suingue carioca em Brenguelé! Agitador cultural, compositor, cantor, Rogê lança disco com participações especialíssimas! Rogê, músico e compositor carioca há 14 anos lançou, pela Coqueiro Verde Records, seu quarto álbum intitulado Brenguelé. Quem vêm acompanhando a música brasileira contemporânea, conhece suas músicas, gravadas por: Seu Jorge, D2, Arlindo Cruz, Revelação, dentre outros. Talvez alguns não liguem as músicas à figura.

O emergente musical Kassin, produziu uma sessão e chamou Lincon Olivetti para fazer os teclados, recrutou Alberto Continentino para o baixo e Paulo Braga nos tambores, assim as gerações se encontraram e dialogaram de forma direta e espontânea como está registrado nesse disco. Brenguelé, conseguiu reunir em estúdio, emblemáticos da música de diferentes gerações, cada qual genuinamente, aprendendo com a outra. Com participações especialíssimas de Wilson das Neves e Arlindo Cruz, seus colaboradores mais fre-

quentes, assim como Seu Jorge, Luis Carlinhos, Gabriel Moura, Pretinho da Serra e tantas outras figurinhas contribuíram para o ótimo Brenguelé. Arlindo Cruz - Mais uma vez, é mestre, parceiro, amigo, professor. Estou produzindo o disco do filho dele, Arlindo Neto, muito bom... tem 20 anos. Estamos sempre ligados. Outro dia fizemos duas canções. Têm oito anos que o conheço, mas fã, sou há muito

http://www.marquesmusical.com.br/

tempo! Tinha um projeto com uns convidados e ele participou... Wilson das Neves - É o mestre. Sou Imperiano


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ROGÊ - BRENGUELÉ

AGOSTO 2012 mas preciso de estrutura maior. No disco eu domino, no DVD é diferente, mas não está descartado. Seria maravilhoso fazer ao vivo! Toco todo dia no Carioca da Gema (RJ). Quero fazer uma coisa de primeira! Queria pirar de outra maneira!

(GRES Império Serrano) também! Quando o conheci, tinha mania de ver as fichas técnicas de tudo. Chamei para gravar em outro trabalho. A postura me empolga, é uma figura ímpar. Ele é a própria escola de samba... contador de histórias... Escrevi do jeito dele e pensando nele, ouvia sua voz, têm muita verdade, coisas de gafieiras antigas, as letras que fiz foram para ele. Produção do Kassim

- Meu primeiro disco segmentado, o balanço é meio marginalizado por não ter um gênero. Para fazer um disco de uma vertente do samba é preciso algo mais e o cara da sonoridade hoje em dia é o Kassim. Pela sonoridade e os discos que ele já fez. Lincoln Olivetti - Os metais foram gravados ao vivo em quatro dias, foi na hora. A cabeça do Lincoln gira diferente com ideias instantâneas. Foi

tudo muito rápido. Brenguelé - É uma parceria com Arlindo e uma brincadeira nossa. Fizemos uma música falando do Brenguelé e gostei muito da sonoridade meio africana e brasileira a sonoridade em primeiro plano. DVD - Tenho planos para gravar um DVD, mas acho que imagem requer mais estrutura. Já pensei nisso,

Produtor Cultural - Acho que as coisas andam juntas e estou sempre pensando em vários projetos - Retrato Brasileiro, outro com Leo Gandelman - um me chama daqui, outro dali - isso me dá vivência e respaldo para meu trabalho como artista, penso muito na cultura e não somente no entretenimento. O que me move é a paixão pela música - o que puder fazer pela cultura musical farei! Faixas de Brenguelé: Presença forte; Minha glória, Olê olé, Depurando ideias, Na veia, Deixa ela sambar, Efun-oguedê, Acertando os ponteiros, Rema, Tem tambor, Brenguel, Bônus: Lagoa; Mais um, mais uma. www.iatec.com.br


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COISAS BACANAS E DIFERENTES

100 Anos de Gonzagão Esse disco celebra 100 anos de história do Rei do Baião, Luiz Gonzaga do Nascimento. Podemos dizer que Luiz Gonzaga colocou o Pernambuco, para não dizer o Nordeste, no mapa mundial da música com canções como Asa Branca. Nesse disco temos o prazer de apreciar grandes clássicos deste fenomenal artista nas vozes de grandes artistas da atualidade, tais como: Dominguinhos, Fafá De Belém, Zé Ramalho e muitos outros. Obrigatório pra todos os apreciadores de música legitimamente brasileira.

Gambito Budapeste O novo disco do duo Nina Becker e Marcelo Callado "Gambito Budapeste" vem recheado de experimentações e bom gosto. A partir do momento que damos o play somos transportados para o mundo desses dois maravilhosos músicos, onde não existe estilo definido, roupagem específica ou muito menos um limite. É um disco que merece ser ouvido para apreciar uma boa música e namorar em pensamento ouvindo uma das vozes mais bonitas que o nosso país já produziu.

Synthetica Synthetica é o quinto disco de estúdio dos canadenses do Metric, uma das bandas mais queridas e incensadas do momento. Soando futurista, mas com o pé no orgânico, Synthetica foi mixado por John O'Mahoney (Coldplay, The Cribs) e traz Lou Reed como convidado especial na faixa "The Wanderlust". O álbum mal chegou às lojas norteamericanas e já figura nas listas dos discos mais vendidos.

O VOLK vem conquistando reconhecimento do público e do meio musical, Inclusive concorrendo ao prêmio Multishow 2012 na categoria Experimente e também ao Meus Prêmios Nick, na categoria Revelação Musical. A música "All Nite" já está nas rádios de todo o Brasil desde maio e no segundo semestre deve ser lançado o primeiro CD pela Som Livre, que conta com partipações do Mr. Catra e Wanessa, e produção do Mr. Jam. O trio de eletro-pop é formado por Xin (voz), Rafinha (voz) e Henrique Mamão (synth/programação).

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Talles da Graça Music e da Confraria Dos Compositores Thalles foi o primeiro artista a pisar no palco da primeira Confraria Oficial dos Compositores, evento organizado pelo Jornal das Gravadoras, que reunia os melhores autores da música popular do Brasil. Está no vídeo gravado com essas palavras: Thales você é o primeiro artista a se apresentar nesse primeiro encontro de compositores... Anos depois recebo da Graça Music o CD desse artista, nascido em Passos, cidade do interior de Minas Gerais. Um excelente trabalho desse filho de pastor e regente do coral da igreja Sara Nossa Terra. Dono de um talento incomum, Thalles partiu para o mercado, integrando o time do Jota Quest por cinco anos. Depois, fez parte dos vocais da cantora Ivete Sangalo; trabalhou com Jamil e Uma Noites; teve músicas gravadas por Luciana Melo; fez arranjos vocais para César Menotti e Fabiano; cantou com Roberto Carlos num dos especiais de final dentre outras coisas. Tempos depois, Thalles voltou a compor para a música gospel e recebeu um convite especial de Mariana (Valadão) para fazer músicas para seu novo CD. Três faixas entraram no repertório, incluindo a que dá título ao disco (De todo meu coração). Em março de 2009, surgiu a oportunidade do primeiro trabalho de Thalles pela Graça Music que se chama Na Sala do Pai. CD e DVD, acústico, com louvor e adoração. 14 faixas, todas autorais, produzidas pelo próprio, em poucos meses ultrapassou a marca das 100 mil cópias vendidas, o que rendeu ao cantor discos de Ouro e de Platina. O DVD, um misto de documentário com apresentação musical, bateu logo a casa das 25mil cópias, o que rendeu ao cantor mais um disco de ouro. O CD Raízes, uma coletânea de clássicos do gospel lançado em 2010, com produção de Ruben di Souza, ultrapassou a marca de 40mil cópias vendidas, dando ao cantor mais um Disco de Ouro. Em 2011, no Chevrolet Hall, em Belo Horizonte, Thalles gravou o primeiro ao vivo: CD e DVD com uma plateia de mais de 5600 pessoas. 22 canções foram gravadas, entre inéditas e regravações, além de duas participações especiais: a de André Valadão, na canção "Deus me ama", e de Gabriela Rocha, na faixa "Nada além de Ti". O CD 'Uma história escrita pelo dedo de Deus' foi lançado em dois formatos. O primeiro, com dois discos na mesma embalagem digipack, feita na Espanha, especialmente para esse projeto. O segundo, também em digipack, mas em dois volumes separados. Em março de 2012, durante uma apresentação no Arena Vitória, antigo Ginásio Álvares Cabral (ES), Thalles foi supreendido com a entrega de três discos de Ouro dos CDs Uma história escrita pelo dedo de Deus vol 1 e Uma história escrita pelo dedo de Deus vol 2, pela vendagem superior a 40mil cópias, e DVD Uma história escrita pelo dedo de Deus, pela vendagem superior a 25 mil cópias. E Disco de Platina pelo DVD Uma história escrita pelo dedo de Deus, com vendagem superior a 50mil cópias.


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Márcio Paschoal

DICAS DE LANÇAMENTOS ESPECIAIS

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paschoal3@gmail.com

COMENTÁRIOS DE MÁRCIO PASCHOAL

Vem de Minas o mais novo talento da nova geração de lá: o compositor, cantor e arranjador, Alexandre Andrés. O jovem músico desenvolve um trabalho criativo, unindo música instrumental com boas letras em parceria com o também mineiro Bernardo Maranhão. Ganhador do Prêmio Natura, Andrés viu a possibilidade de reeditar seu primeiro trabalho, o CD "Agualuz". Amparado por nomes, como André Mehmari, Regina Amaral, Artur Andrés e o grupo Uakti, mostra amplo domínio e inspiração musical para compor um mosaico de instigantes canções. Um se-

não faz-se notar no formato que fica claro: parecem textos musicados. Dito de outro modo, trilhas sonoras a acompanhar as palavras. Às vezes, funciona, como em "Agualuz", ou na bem bolada "Névoa-nada"(com citação a Borodin) ou em "Cadência" (com Monica Salmaso aliando seu registro quase instrumental). Em outras, soa um tanto forçado, como na homenagem a Guimarães Rosa ou no lamento ao uirapuru. A melhor parte do disco é a gismontiniana "Estrela no chão". Seu traçado de melodia sincopada e dissonâncias delicadas são um achado. Vale o disco. Fica a inevitável curiosidade para ver qual o caminho que o músico irá trilhar. Se o mais pop em busca de maiores holofotes ou a manutenção cômoda do

underground hermético. A melhor receita, se haverá alguma, é a simbiose das duas facetas. De minha parte, faço fé em Alexandre. Só o tempo dirá. Sob a tutela do projeto Niterói Discos, o trabalho dos músicos Alex Rocha e Marcelo Frisieiro, no CD "Cachet". O baixista (que em 2003 já havia deixado boa impressão com o seu primeiro disco-solo "Boas Novas") e o guitarrista (discípulo de Scott Henderson) passeiam por temas autorais com eficiência. As

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faixas "Kwanza" (Alex Rocha) com ótimas participações de Idriss Boudrioua no sax tenor e David Feldman no piano, e a "Balada 6" (Marcelo Frisieiro) se destacam. Marcelo exibe boa técnica jazzística nos fraseados, notadamente em "Poeira no olho", enquanto Alex acerta no fretless em "Pedra". "Barreira changes" tem ritmo e bossa. Difícil fazer um disco autoral só com piano, baixo e uma discreta cozinha. Mas a dupla, celebrando mais de dez anos de parceria, acerta na maior parte das


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DICAS DE LANÇAMENTOS ESPECIAIS

faixas. Um trabalho instrumental em que o simples impera, mas com qualidade. Uma linha tênue que separa simplicidade e competência do apenas limitado. Depois de participar do projeto "Novelas acústico" e gravar dois álbuns ("Do Zero" e "Girando") a carioca e psicóloga Anna Luisa vem

com seu terceiro disco e novo nome (foi impedida de utilizar o anterior, já registrado por outra profissional). O CD "Anna Ratto" traz nove faixas, sendo seis de sua autoria. Impressiona seu talento e versatilidade como compositora. Os trabalhos autorais abrem com a ótima "Seja lá como

for" (...duas almas perdidas, penadas, por fim amarradas, seja lá como for), com levada pop-reggae a cargo dos trombones de Marlon Sette e Bidu Cordeiro e o trompete de Altair Martins. Os mesmos também na irresistível "Penumbra". A balada "Não era mais" tem o acordeom de Marcelo Caldi a embalar a letra de incertezas e voltas amorosas. Uma delícia o foxtrot "Pertolonge", à la when i'm sixtyfour, no arranjo de Eduardo Souto Neto, onde os olhos do amado leem todo o encontro possível de uma apaixonada renitente. Nas releituras bem escolhidas, destaque para o frevo "Pecadinho" (Tom Zé e Tuzé de Abreu) e "Se o caso é chorar" (Tom Zé e Perna) em ritmo de tango e samba, um acerto no arranjo e na guitarra de Fernando Caneco. Anna tem estrela e esse seu terceiro trabalho a

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confirma como uma promissora revelação. Olho nela. Na esteira do resgate nostálgico, a bola da vez é o ídolo das empregadas, nosso Dylan tupiniquim, o goiano Odair José. Méritos, é verdade, não lhe faltam. Começou como crooner com menos de dezoito anos, frequentando inferninhos, circos e bares e formando o painel de figuras humanas que transportaria para suas letras genuínas e incomodativas. Assim foi com a garota de programa do "Vou tirar você desse lugar", a doméstica de "Deixa essa vergonha de lado" e a indecisa em "Pare de tomar a pílula"(proibida pela censura). Logo se transformou no maior ídolo da música brega, vendendo milhões de discos. Agora, produzido por Zeca Baleiro e Leonardo Nakabayashi, com o selo Sarava e o apoio luxuoso de músicos, como Tuco Marcondes e Adriano Magoo, Odair volta no CD "Praça Tiradentes". A canção que intitula o disco, não por acaso, é uma das melhores

e bem traduz o gênero do autor (...todo dia qualquer hora estou presente nas histórias lá da praça Tiradentes...). A parceria com Zeca, "E depois volte pra mim", é um bom momento, em que pese a inevitável associação à moça de vida fácil mencionada na velha canção. Pode ser vista como uma bela homenagem. Mudam-se as prostitutas, permanece o sentimento. A faixa "Aconteceu" tem boa melodia, apesar de a letra ser um coquetel de clichês, mesmo no acerto da metáfora de um scoth falso e sem gelo mostrando ao mundo que amor vagabundo também tem apelo. Como maior senão o coro em "Fim de nós dois", cópia da metamorfose ambulante do Raul Seixas. Enfim, fiel ao seu estilo, nada de novo no front de Odair. Indicado somente aos fãs e saudosos do cantor.

www.astralmusic.com.br


JGNEWSRobson Candêo

CDS, DVDS E BLU-RAYS

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MUSICANDOMUSICANDO Os lançamentos em BluRays musicais ainda tem sido escassos aqui no Brasil, então vou comentar sobre dois que foram lançados há alguns poucos meses. O primeiro é o documentário Michael Jackson - The Life of an Icon, que traz depoimentos de familiares e pessoas próximas a Michael Jackson, que detalham muito bem toda a vida do Rei do Pop, desde quando criança até sua morte. Tudo com muitas imagens de arquivo e sem esconder nenhum detalhe. O segundo é o show do cantor Sting - Live in Berlin que canta seus grandes sucessos acompanhado da Royal Philharmonic Concert Orchestra em um show imperdível. Nos lançamentos em DVD, tivemos títulos bastante interessantes como o Jota Quest - Folia & Caos, onde esta grande banda comemorou os 15 anos de carreira, com uma turnê pelo Brasil mostrada neste DVD, que traz uma seleção de músicas da banda, caprichada, e também ótimas participações. Já a cantora Adriana Calcanhoto acaba de lançar o álbum Micróbio Vivo, inovando com sambas muito legais que ela mesma compôs. E outra cantora que também tem novidades é Ana Carolina - Ensaio de Cores, onde canta seus maiores sucessos e algumas regravações em um show acústico e muito legal.

Agora as maiores novidades estão mesmo nos CDs e vou começar falando dos nacionais, onde destaco o novo CD do cantor Rogê Brenguelé, que traz um suingue muito bom em ótimas canções, e também o novo álbum da Negra Li Tudo de Novo, que traz um soul music nacional de primeira qualidade. Já nos lançamentos em CDs internacionais, o grande destaque está no primeiro álbum do Eric Silver - When You´re Here, onde este multifacetado artista apresenta músicas brilhantes que ele mesmo compôs e também três covers. Também fiquei espantado com o brilhante CD do Godsmack - Live & Inspired que é duplo e traz um rock metal fantástico. O grupo Easy Star All-Stars tem inovado ao gravar em formato de reggae, um álbum famoso de uma banda ou artista internacional, e agora foi lançado o primeiro álbum deles - Dub Side of the Moon, onde regravaram as músicas do mais famoso álbum do Pink Floyd (Dark Side of The Moon) de uma forma brilhante e original e que merece ser conferida. E quem é fã de uma boa guitarra não pode perder o álbum do guitarrista Michael Schenker Group by Invitation Only com músicas novas e algumas regravações caprichadas; também o álbum do Dokken - The Anthems que traz um hard rock mais leve e de alto nível; e dois álbuns

bem legais do Alcatrazz que foram relançados Disturbing the Piece e Dangerous Game. Já dos mais clássicos, vale a pena conferir o CD do grupo America - Ventura Highway, gravado ao vivo em 2005; o do grupo Foreigner - Alive and Rockin´com os grandes hits deles gravados ao vivo em 2006; e também o álbum do Neil Sedaka - The Show Goes On - Live at the Royal Albert Hall, onde este grande compositor apresenta clássicas da música norte-americana, com piano e voz de forma brilhante, sem precisar de qualquer outro instrumento. Por fim, tem o álbum do falecido Robin Gibb, que juntamente com seu filho RJ Gibb, compuseram Titanic - Requiem, uma peça sinfônica completa executada pela Royal Philharmonic Orchestra. Robson Candêo é responsável pelas resenhas musicais do site www.dvdmagazine.com.br e escreve para o blog: http://goo.gl/vLnlh


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LANÇAMENTOS JULHO/AOOSTO

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USHER Looking 4 Myself SONY MUSIC

100 ANOS DE GONZAGÃO 50 GRAVAÇÕES INÉDITAS LUA MUSIC

FIONA APPLE FIONA APPLE SONY MUSIC

IVAN LINS AMORÁGIO SOM LIVRE

MADONNA MDNA UNIVERSAL MUSIC

METRIC SYNTHETICA INDEPENDENTE

SURICATO PRA SEMPRE PRIMAVERA INDEPENDENTE

THE OFFSPRING DAYS GO BY SONY MUSIC

NELLY FURTADO THE SPIRIT INDESTRUCTIBLE GAFFEN

THE SHEEPDOGS THE SHEEPDOGS WARNER MUSIC

GAMBITO BUDAPESTE NINA BECKER E MARCELO YB/BOLACHA

T.I. GO GET IT WARNER MUSIC

LIZA MINNELLI LIVE AT THE WINTER GARDEN ST2 MUSIC

PINK THE TRUTH ABOUT LOVE SONY MUSIC CORAJOSOS FILME/COLECIONADOR DVD/BLU RAY

JOTA QUEST FOLIA & CAOS MULTSHOW

MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE ESSA COLUNA, CONTATO: (21) 8105-4941


JGNEWS Viviane Marins

SANGUE BOM NO PEDAÇO

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Olhos Coloridos: http://www.youtube.com/watch?v=OQ3yhCVZqec&feature=related

Macau, primeiro álbum, com produção de Sandra de Sá Macau, autor do megahit "Olhos Coloridos", que praticamente impulsionou a carreira da cantora Sandra Sá, lançou seu primeiro disco, intitulado 'Do Jeito Que Sua Alma Entende' (o título vem da letra da música "Afasta-se", parceria com Sandra de Sá) . O artista começou na carreira artística como integrante da banda Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, grupo originário da Cruzada São Sebastião, favela edificada no bairro do Leblon, Zona Sul carioca. Após gravar o primeiro LP, em 1974, a banda se dissolveu, entretanto Macau continuou compondo músicas blacks e acabou firmando-se como um grandes autores da vertente negra brasileira. Ao apresentar para o mundo "Olhos Coloridos" (Sarará Crioulo...), na voz de Sandra de Sá, acabou por criar um hino para as comunidades negras do país. Sandra de Sá gravou esse mega hit pela primeira vez num LP, de 1982. A gravação original teve Macau tocando seu violão, arranjos de Serginho Trombone e produção de

Durval Ferreira. O álbum selou definitivamente a parceria e Macau com Sandra, juntos até hoje. O hit ganhou novas versões, como uma, daquela mesma época, num disco reunindo Sandra e a Banda Black Rio. Em 1986, novo registro, com arranjos de Lincoln Olivetti. Oito anos mais tarde, nova leitura, com arranjo de Guto Graça Mello - inaugurando vocais que se fazem presentes até hoje nas apresentações da cantora. A música tem muito fôlego e sobreviveu aos modismos e às tendências impostas pelas gravadoras. Em 1999, nova gravação. com o Funk Como Le Gusta, e Sandra de Sá num dueto inédito com Paula Lima. "Olhos Coloridos" foi tema de Filme, de Programas de TV e de Rádio. Também foi registrada e/ou incluída no

repertório de importantes artistas, como MV Bill, Sérgio Loroza, Preta Gil, Toni Garrido, Jair Oliveira, Paula Lima, Funk Como Le gusta, Celebrare, Grupo Bom Gosto, Seu Jorge, Falcão, BNegão, Evelyn Castro e dentre muitos outros. Em parceria com Durval Ferreira, Macau compôs as canções "O Amigo de Nova York", "Transformação" e "Doce Amor", gravadas respectivamente por Emílio Santiago, Eliana Pittman e Rosana. Com Graça Motta, Macau fez a faixa que seria sucesso na voz de Emílio Santiago, "Revelação". A parceria com Sandra de Sá rendeu mais de 30 canções, algumas gravadas pela própria cantora ("Depende de Você" (1991), "Free-Lance (1993)", "Trem da Central" (1983), "Tudo Muito Tudo" (1994), "Cheiro de Brasil" (2010) e "Tem Alguma Coisa Errada Aí" (2010)); o Grupo Fina Stampa, gravou "Saudade"; Preta Gil, gravou "Estágio no Perigo", e por aí foi... Em 2010, a famosa intérprete Sandra de Sá decidiu produzir os shows e o primeiro CD de seu grande parceiro. Assim aconteceu "Macau, do jeito que sua alma entende", que em 2011 saiu pela Warner Chappell/Warner Music Digital. Macau apresentou o show

de seu primeiro disco no tradicional Teatro Rival/ Petrobrás, no Rio de Janeiro, que teve participações para lá de especiais: Luiz Melodia, Sérgio Loroza, BNegão e Nise Palhares. No disco não poderia faltar o mega sucesso "Olhos Coloridos", dessa vez na voz de seu autor; "Vítimas do Mundo", com participação de BNegão; "Dois Tipos", com Luiz Melodia; "Chutando Pedra", com Sandra de Sá; "Porões da Vida", que fala da importância da luta dos negros; "Mora na Filosofia", de Monsueto e Arnaldo Passos, e "Cara a Cara", de Luiz Melodia e Renato Piau, além de outras tantas... 14 faixas, que mostram a competência desse artista que ficou anos na sombra de uma única faixa. A justiça foi feita e Macau agora tem muita estrada pela frente para recuperar o tempo perdido. Talento não lhe falta. O disco é muito bom e vale a pena conferir!!!


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SUCESSOS DA MÚSICA GOSPEL

http://www.gracamusic.com.br/portal/artistas.html

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GISLANE E MYLENA DO JEITO DE DEUS MK MUSIC

BANDA GIOM NOVO CONCEITO, NOVA UNÇÃO MK MUSIC

AO CUBO UM POR TODOS GRAÇA MUSIC

WILIAN NASCIMENTO LEVANTA TUA VOZ MK MUSIC

TRAZENDO A ARCA LIVE IN ORLANDO GRAÇA MUSIC

BRUNA MARTINS MINHAS CANÇÕES GRAÇA MUSIC

DEUS É GLORIOSO PR. ANTÔNIO CIRILO GRAÇA MUSIC

FELIPÃO É DESSE JEITO GRAÇA MUSIC

BRUNA OLLY FELIZ PRA SEMPRE GRAÇA MUSIC

MARIANA VALADÃO VAI BRILHAR AO VIVO GRAÇA MUSIC

SORAYA MORAES MINHA ESPERANÇA GRAÇA MUSIC

THALLES AO VIVO UMA HISTÓRIA ESCRITA... GRAÇA MUSIC

www.st2.com.br


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PORTUGAL

Alberto Guimarães (correspondente

em Portugal)

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alberto.ammguimaraes@gmail.com

António Zambujo: outros fados Um novo disco do cantor português António Zambujo foi publicado este ano em Portugal e terá edição em breve no Brasil e no resto do mundo. Tem por título Quinto, e antecipamos aqui o lançamento brasileiro do novo trabalho deste cantor que no Brasil tem conquistado popularidade e sido enaltecido. António Zambujo cativa quem ouve o seu belo timbre vocal e percebe uma atmosfera musical entre o fado, as sutilezas de João Glberto, e vários outros portos musicais, naquilo que o escritor angolano José Eduardo Agualusa aponta "um saudável desrespeito pelas fronteiras". A revista JG NEWS en-

controu António Zambujo no Porto depois de um show de Milton Nascimento na Casa da Música. Zambujo foi, juntamento com o brasileiro Zé Renato, convidado por Milton para se apresentar com o mineiro no Porto no início de julho. Semanas depois, Zambujo voltou à Casa da Música para o seu próprio show por motivo do lançamento de Quinto e nos recebeu para uma entrevista pouco antes dessa apresentação. Como foram suas origens musicais? Eu nasci em Beja, no Alentejo. A minha avó tinha e tem um conhecimento profundo do cancioneiro tradicional do Alentejo e

passou-me isso. E ao mesmo tempo, em frente a casa da minha avó havia uma taberna típica onde ao fim da tarde se juntavam os homens para cantar as modas. Então eu fazia esse jogo de ouvir as letras pela minha avó e escutar depois os homens a cantar, e ia tentando cantá-las e reproduzi-las em instrumentos que a minha avó tinha em casa: piano, acordeão, harmónica (gaita)… eu consegui facilmente tocá-los, então ia reproduzindo as melodias que ia ouvindo, cantava-as. Depois comecei a juntar-me aos homens e a cantar com eles também. Então foi por aí que eu percebi, ou melhor foram os outros que perceberam, que eu tinha jeito para cantar. Uma das formas musicais que tem estado presente em seus discos é o Cante. Pode nos falar sobre esse género? O Cante alentejano é um canto polifônico. Existe uma tradição de cantar em conjunto ao largo de toda a região mediterrânica, do sul da Europa ao norte de África. O Alentejo é uma dessas regiões e esse canto polifônico apareceu a partir dos coros de igreja, do canto barroco. Os homens que iam à igreja transportaram essa maneira de cantar para o seu dia-a-dia, ou seja, as letras falam do seu quotidiano e eram cantadas durante o trabalho. Os homens que trabalhavam no campo em con-

junto, iam cantando e criando melodias. É uma tradição oral, não está praticamente nada registado, com certeza já muita coisa se perdeu. Era algo que eles faziam durante o trabalho e basicamente falavam no amor e no que acontecia, por exemplo, do trabalho, das ceifeiras que viam, das mondadeiras, etc… Foi assim, resumindo, que começou o cante alentejano e de fato ele não se desenvolveu muito mais do que isso. Eu acho que uma das lacunas do cante aletejano hoje em dia, é a falta de renovação quer a nível de cantores (todos os gupos estão muito envelhecidos), quer a nível de repertório porque as modas que se cantam hoje em dia continuam ser as mesmas que se cantavam há 50, 60, 70 ano, as mesmas que a minha avó me ensinou. A integração que você faz da música tradicional alentejana acontece naturalmente no seu trabalho? Eu acho que nós acabamos por ser muito o reflexo daquilo que ouvimos. Tenho por base, desde o início, a


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PORTUGAL António Zambujo e Roberta Sá: http://www.youtube.com/watch?v=JvHg0eJjFp8

música tradicional do Alentejo. Depois, um pouco mais tarde, veio o fado que comecei a ouvir nos discos. Mais o fado-canção, aqueles cantores da altura de Tony de Matos, Max, Tristão da Silva, Francisco José que teve uma carreira fantástica no Brasil, e inevitavelmente a Amália Rodrigues. É nessas bases que assenta toda a música que eu faço. Claro que depois, ainda mais tarde, acabei por receber outras influências. Apaixonei-me pela música brasileira quando ouvi o João Gilberto pela primeira vez e após isso tentei ouvir todo o resto. Apaixonei-me pelo jazz por causa do Chet Baker e em seguida acabei por estudar guitarra com o Mário Delgado (músico de jazz português) também. Apaixonei-me também pela música africana, principalmente as mornas de Cabo Verde por causa da Cesária Evora, tendo depois tentado conhecer outros cantores de África e até já me encontrei com alguns, como a Mayra Andrade, a Lura, a Nancy Vieira, e o próprio Jon Luz que faz parte da nossa banda. Então, tudo isso acaba por se misturar na-

turalmente. Apesar de eu gostar de ouvir sempre coisas novas, há alguns cantores que eu tenho sempre como referência para desbloquear algum nó que eu tenha, ou que me vá aparecendo na cabeça. Entre eles, estão principalmente o João Gilberto, o Chet Baker e o Tom Waits. Claro que também o Caetano Veloso, um dos melhores cantores do mundo, ou o Milton Nascimento que eu não conhecia tão bem e a quem fiquei totalmente rendido, principalmente à longevidade vocal que ele consegue ter com setenta anos. Vão-se sempre adicionando algumas coisas mas aquelas influências base acabam por se manter sempre ao longo de todo o meu percurso, quer na fase de composição quer na fase de interpretação. E portugueses, além dos fadistas? Em termos de música portuguesa, Fausto, Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira. Do reportório do Adriano inclusivé já gravei uma música num disco anterior, no Outro Sentido. Gosto daquela idéia de

Da esquerda para a direita da foto dos músicos: guitarra portuguesa Bernardo Couto, José Miguel Conde - Clarinetes, depois do Zambujo está o Jon Luz - cavaquinho/guitarra clássica e Ricardo Cruz - contrabaixo e direção musical

cantautores, como o próprio Tom Waits, Leonard Cohen, Bob Dylan ou os portugueses Sérgio Godinho e JP Simões. Já no seu segundo disco, Por Meu Cante, encontrase uma música brasileira, Noite Cheia de Estrelas, de Cândido das Neves. Como é que ela surge ali? (com um sorriso) Noite Cheia de Estrelas apareceu porque li o livro de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos e estava lá essa letra. Mais tarde, já há alguns anos, conheci o Zé Renato e ele tinha feito um disco com o Wagner Tiso recriando algumas músicas antigas. E esse disco, que se chama Memorial, me mostrou uma série de coisas antigas brasileiras. Eu gosto de pesquisar e de conhecer música. Já conhecia nomes como Pixinguinha, Orlando Silva ou Cartola mas desconhecia o Cândido das Neves que descobri através do disco do Zé Renato e do Wagner Tiso, tal como encontrei ali o Quando Tu Passas Por Mim de Vinicius de Moraes e Antônio Maria, que eu viria a gravar mais tarde no Outro

Sentido. Depois de ler os versos muito bonitos de Lua Cheia de Estrelas no livro de Jorge Amado, fiquei assim a saber que eles tinham uma música fantástica e gravei-a. O seus discos estão muito impregnados pelo fado porém seria dificil encontrar uma clasificação para eles… Acho que as pessoas já perceberam que os meus discos não são assumidamente de fado. A influência de fado está lá como estão as outras, a que de vez em quando vou acrescentando mais. Não me preocupo nada com rótulos. Tentar rotular uma música é quase como uma castração. A música tem de ser algo livre e a que eu faço é a que eu sinto, a que eu gosto, a que eu imagino na minha cabeça. O processo criativo é egoísta mas depois eu quero que existam mais pessoas a gostar e felizmente isso tem acontecido. Portanto a questão do rótulo não me preocupa. Claro que nas lojas em Portugal meus discos estão na seção de fado mas se existisse uma seção só de


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música portuguesa, eu preferia que os discos estivessem lá, porém isso é uma coisa que não podemos controlar. Tem trabalhado de modo assíduo com o Ricardo Cruz, seu diretor musical. Quer falar sobre ele? O Ricardo já é meu parceiro desde o início, nós estamos juntos desde o primeiro disco. É um músico que eu admiro muito, um aliado. Toda a parte da produção, desde a pré-produção, escolha de reportório, gravação, tudo isso é feito em conjunto. Normalmente começamos a fazer os dois e mais tarde incluímos o resto dos músicos. Depois, em relação à parte técnica, fica só ele com o nosso engenheiro de som. Já nos conhecemos bem, temos gostos muito parecidos, isso faz com que nos enten-

PORTUGAL damos muito. Também temos crescido musical-mente juntos. Eu sinto, pela minha maneira de ver e pela forma como imagino a música para mim e como a quero mostrar às pessoas, que tem havido uma evo-lução no sentido certo, no sentido pretendido. De disco para disco sinto isso. E o Ricardo gosta de arriscar, como eu. Não nos preocu-pamos com estereóti-pos nem com coisas preconcebidas. O Ricardo ser também assim, é muito importante para mim. O poeta José Gomes Ferreira escreveu um verso em que diz "nunca vi um alentejano a cantar sozinho com egoísmo de fonte". (Zambujo ri) Será por isso que você se reune sempre com outras pessoas no seu trabalho musical? Eu gosto de parcerias. Tento conhecer as pessoas e tento perceber se faz sen-

tido uma parceria. E gosto muito de sentir estabilidade e coesão. Hoje em dia já sinto que conseguimos isso. Tocamos juntos há muito tempo e de todos que entraram quase não saiu alguém. Houve uma substituição de guitarra portuguesa, depois acrescentamos o clarinete, depois o cavaquinho, e nos temos mantido assim. Nos últimos dois ou três anos fizemos imensas apresentações e quem nos ouve nota essa coesão e essa cumplicidade. A nível de autores e compositores, acho que também já existe um núcleo duro de pessoas com quem eu gosto de fazer música. Pode sempre aparecer alguém de novo, como em Quinto, onde surgiu o Pedro da Silva Martins, com quem eu não tinha trabalhado, e sei que vou ter nele um parceiro para toda a vida. O João Monge já é um parceiro antigo. No Brasil, o Márcio Faraco, o Rodrigo Maranhão, o Pedro Luis, o Marcelo Camelo, são pessoas de quem eu me sinto

António Zambujo com Milton Nascimento

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muito próximo, com quem existe uma relação honesta e verdadeira, pelo que de certeza nos próximos tempos vamos fazer coisas juntos. Como está a sua agenda para o Brasil? O Quinto vai sair no Brasil em setembro, como sairá também nos Estados Unidos e no resto da Europa. Contamos então fazer uma digressão brasileira, embora ainda não estejam datas e lugares definidos. Já depois do seu show no Porto, António Zambujo escreveu no Facebook: "Quando vou à Casa da Música volto sempre mais feliz". Isso estará relacionado com a qualidade daquela sala portuense e com as particularidades do seu público. O que nós testemunhamos, é que quem ouve António Zambujo também se mostra mais feliz. Outros fados.


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