"Diário de Bordo" da Viagem à Ásia Central

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VIAGEM À ÁSIA CENTRAL de 25 de Abril a 12 de Maio de 2014

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DIÁRIO DE BORDO



PRÓLOGO

Viajar com palavras vivas feitas ideias feitas guardadas na memória. Novas gentes, novas paisagens escrevem-me no papel em branco notas, textos, versos sombras que se descobrem no despertar diário de novos horizontes.



25.04-2014

EM VOO

Vi um bom filme hĂĄ muito aguardado almocei li o jornal habitual como se em casa atravessando a Europa atĂŠ chegar voando quase como se nĂŁo tivesse partido.



26.04.2014

ISTAMBUL-O MUSEU DA MEMÓRIA Objectos inocentes postos em sossego guardam ainda os reflexos de um tempo outro que por eles passou. Poderiam ter pertencido à bela Fusun Fusun poderia ter pousado neles o seu olhar. Memória de uma paixão vivida na imaginação literária de Ohran Pamuk objectos há muito esquecidos vivos agora nas vitrines iluminadas de um Museu.



27.04.2014

CAZAQUISTÃO-ASTANA

Cidade montra do poder do Poder exibição arquitectónica na reinvenção do viver globalizad0. Cidade nova entre cidades ultrapassando o Tempo com estrondo cidade olhando futuros com a alma ainda em construção.



28.04.2014

CAZAQUISTÃO -ALZHIR Alzhir lembra Alzira nome de Mulher Alzhir acrónimo de um campo de concentração onde Mulheres sofreram e morreram por serem mulheres, irmãs, filhas de quem ousou discordar da construção imaginada de um Homem Novo em nome de uma Verdade única utopia cega que matou sem olhar.



29.04.2014

CAZAQUISTÃO- ASTANA O que restará em mim da cidade nova que vou deixar ruas, gente, casas, nomes? A vida em construção proezas arquitectónicas que não voltarei a ver? Cidade que um dia será diferente cidades que nascem, crescem e um dia lá longe muito para lá de mim irão também morrer.



30.04.2014

CAZAQUISTÃO- ALMATY Capital que o foi e continua não o sendo cidade ao sabor dos poderes de vontades estranhas que a fizeram nascer que a usaram e a abandonaram que lhe estão deformando o rost0 à sombra das eternas montanhas na névoa cinzenta em que a encontrámos.



01.05.2014

CAZAQUISTÃO-A CORDILHEIRA DE TIAN SHAN Acompanhando os cumes nevados do Tian Shan sabemos do outro lado o viver de um outro povo. Povos diferentes nações nómadas diferentes entre iguais sedentarizados por força da História de tutela em tutela agora livres e sós continuam diferentes entre iguais nómadas de caminhos em busca de futuros.



02.05.2014

QUIRGUISTÃO-PETROGLIFOS

Procurar nas pedras as sombras do passado desenhos gravados lápides esquecidas escritas indecifráveis pré-histórias de um povo construindo uma nação raízes nascidas do Tempo.



03.05.2014

QUIRGUISTテグ

Explode a Primavera cansada do frio nasce o verde razテ」o das sementes cansadas de esperar. Recomeテァa o ciclo da vida para alimento dos Homens. A terra ornamenta-se de flores de mantas dispersas de cores sem nome.



04.05.2014

TAJIQISTÃO Outro país outra nação outra História outros heróis outra língua outras lutas outros caminhos outras faces outras paisagens outros sins outros nãos outros futuros se futuro!



05.05.2014

TAJIQUISTテグ- CAMINHOS Rota da seda imaginada nos caminhos de outrora nos vales profundos nos nomes de cidades agora outras buscando sombras sinais delidos pelo tempo nas fortalezas nos caravanserai nos mercados de outras gentes onde tambテゥm se vende e se compra se trocam ideias se vivem crenテァas que a rota um dia transportou.



o6.05.2014

TAJIQUISTテグ-KUJANT

Cidade milenar esquecida a Rota da Seda que se infraestrutura que se limpa que se apresenta nas margens Syr-Darya construindo-se como outras cidades que guardamos na memテウria.



07.05.2014

UZBEQUISTÃO –NO VALE DE FERGANA

À procura de um vale vale florido mar de papoilas que se imaginou mas que não há só fruta ainda verde campos tratorizados agropecuariamente valorizados sem papoilas sem flores sem nome.



08.05.2014

UZBEQUISTÃO- FERGANA

É bom poder ver o que os persas alcançaram em terras estranhas mesquitas madrassas palácios onde o seu génio continuou depois da morte do seu Império. Da China tão próxima a porcelana a seda que a Rota da Seda trouxe uma tradição que ficou e que se vende a retalho.



09.05.2014

UZBEQUISTÃO - TASHKENT Tamerlão o culto Tashkent a Capital Uma nação a fazer-se país apropria-se de uma sua História a história de um personagem Grande construtor de um Império frio cruel implacável cultor de cultura. Tamerlão herdeiro forçado de Gengis Kahn Pai reencontrado dos uzbeques.



10.05.2014

UZBEQUISTÃO- SAMARCANDA

Das ruínas o passado reconstruido as fabulosas decorações com o brilho de outrora mesquitas madrassas minaretes outra vez de pé alicerces vivos da História para glória do presente na Capital de Tamerlão para atração didática de milhares de visitantes.



11-05.2014

UZBEQUISTÃO-TASHKENT Cidade que o sol me mostrou no verde luminoso dos parques no bailado sereno das fontes nos edifícios públicos de branco espelhado em ilhas de verde e flores. Estátuas de heróis enquanto o são olhando soberbos o futuro. Cidade de espaços abertos beleza sólida e tranquila imagens que me sorriem e em dois dias me conquistaram.



12-05.2014

EPÍLOGO Regresso à vida recomeçada espaço meu que me fui construindo agora com o olhar mais cheio de novos horizontes a memória grata de ter viajado na História de outros Homens de outros lugares de outras paisagens. O prazer da ilusão de ter vivido num outro lugar até regressar em breve o desejo de partir de novo!


jcastilho@netcabo.pt


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