TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS LIBERTADORES

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que se traduz no fato de que a região Norte passa por uma transição econômica de economia de fronteira, marcada pela exploração predatória dos recursos naturais (Figura 2)— concebese nesse sistema que o ―progresso‖ depende da exploração de recursos naturais erroneamente considerados infinitos — e dos recursos humanos (identificado pela adoção do trabalho servil), para uma economia industrializada, pari passu à necessidade de ser sustentável, em decorrência principalmente do papel da sociedade civil organizada em criticar o discurso predatório, defendendo a relação cooperativa entre os seres humanos e a natureza.

Figura 2: Cidade de Marabá, no estado do Pará (foto: pesquisadora).

O governo brasileiro foi um dos primeiros e poucos em todo o mundo a admitir a existência de trabalho escravo em seu território, em 2003, frente à Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU); graças a essa atitude se pôde lançar, no mesmo ano, o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Presidência da República, 2003), o qual contém propostas com prazos e órgãos responsáveis pela sua execução; sendo uma das mais importantes delas o projeto de lei que desapropria terras em que for encontrado trabalho escravo, suspende o crédito de fazendeiros escravocratas; essa proposta tem enfrentado forte resistência na Câmara Federal por parte da bancada ruralista. 69


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