Desafios da Educação em tempos de (pós) pandemia - O Contributo Ubuntu

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CONTRIBUTO UBUNTU

Por um lado, a importância da inteligência emocional na gestão de conflitos em sala de aula tem vindo a ser reforçada por autores como Valente (2019, p.110), manifestando-se na “(…) defesa de políticas educativas e de práticas pedagógicas que valorizem a dimensão emocional do professor na sua formação académica”. Por outro lado, Silva e Duarte (2012, p.70) destacam “(…) o impacto das emoções na memória, diminuindo-a ou aumentando-a, e, consequentemente, o seu impacto na aprendizagem”. Neste sentido, a inteligência emocional assume um papel preponderante na esfera educativa, refletindo-se na qualidade do trabalho docente e no desempenho académico dos estudantes. A ênfase do sistema educativo na reprodução de conteúdos limita a autonomia do indivíduo para que possa expressar-se, relegando-o sempre para tarefas delimitadas por um conjunto de orientações, limitando a sua criatividade e conduzindo-o a uma representação das suas realidades de acordo com um padrão predefinido. Pode, não raras vezes, contribuir também para a frustração pela incapacidade de o indivíduo responder ao que lhe é solicitado e, por consequência, determinar o aumento da agressividade ou da apatia. A obediência “cega” e a ausência de incentivo à participação podem contribuir, também, para a desmotivação do aluno e a emergência de emoções negativas. Assim, é necessário introduzir nas escolas o trabalho focado na inteligência emocional dos estudantes. Criar espaços de reflexão sobre as emoções, sempre de forma lúdica e relacionando-as gradualmente com as realidades de cada estudante. Recorrer a meios audiovisuais para gerar emoções através de estímulos visuais, auditivos, olfativos, sensitivos, possibilitando uma melhor consciência não apenas das emoções, mas quais as circunstâncias que as despoletam e que podem gerar emoções diferentes em diferentes indivíduos. Em segundo lugar, colocar questões aos estudantes capazes de suscitar uma reflexão sobre as reações de cada um, sobre as diferentes emoções que experienciam e, ainda, sobre as estratégias para minimizar/potenciar o seu impacto. Em terceiro lugar, gerar empatia, que o mesmo é dizer, sugerir aos estudantes que se coloquem no lugar do outro, que procurem respeitar a forma como cada um lida com as emoções, evitando juízos de valores. Por fim, e em quarto lugar, todo o trabalho deve gerar competências relacionais e socioemocionais.

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