Cities.brief 03

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Fevereiro 2012

CRIATIVA SUSTENTÁVEL INCLUSIVA

INOVAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ AGORA E NAS CIDADES?

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Nº 03. FEV. 2012

EDITORIAL EM FOCO INOVAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ AGORA E NAS CIDADES? [ LIESBET DE LETTER ]

CIDADES SOCIALMENTE INOVADORAS: “MIXING INSIDE AND OUTSIDE” [ GEOFF MULGAN ]

CASOS DE ESTUDO PARQUE DE INOVAÇÃO SOCIAL EM BILBAU INOVAÇÃO SOCIAL DE GRANDE ESCALA [ GORKA ESPIAU ] HELSÍNQUIA 2.0 REINVENTAR A CIDADE PORTUGAL, UM PAÍS COM OPORTUNIDADES NA ÁREA DA INOVAÇÃO SOCIAL [ HELENA GATA ] A INOVAÇÃO SOCIAL TAMBÉM ACONTECE EM PORTUGAL FINANCIAR A INOVAÇÃO SOCIAL

FACTOS A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO SOCIAL A NÍVEL INTERNACIONAL

NOTÍCIAS INTELI EVENTOS SUGESTÕES


As cidades como agentes de resposta aos desafios sociais emergentes Ao longo da última década a inovação social tem vindo a assumir uma importância crescente na agenda política europeia e internacional, derivada da capacidade de lidar com os desafios que a sociedade atual enfrenta, como: o envelhecimento da população, as alterações climáticas, o desemprego, a exclusão social e pobreza, as doenças crónicas. Neste contexto, tudo indica que os principais setores de crescimento das próximas décadas serão no campo social e humano (saúde, educação e formação, ambiente, etc.), conforme refere Antonio Tajani, Vice-presidente da Comissão Europeia e Comissário Europeu para a Industria e Empreendedorismo. Afirmando que a inovação social pode ser uma oportunidade de negócio, Tajani destaca o caso da saúde como sendo um setor que representa grande parcela do PIB na maioria dos países Europeus. Enfatiza ainda o peso da economia social na Europa, por esta empregar cerca de 11 milhões de pessoas, ou seja, 6% da população ativa na UE. A “Declaração de Viena” (2011), lançada com o objetivo de identificar as inovações sociais mais urgentes, bem como os temas de investigação mais prementes, também menciona que, as inovações mais importantes e urgentes no século 21 terão lugar no campo social. No entanto, esta preocupação social exige uma mudança profunda no sistema de inovação. O novo paradigma da inovação, de acordo com o estudo da OCDE “New Nature of Innovation” (2009), assenta na abertura do processo de inovação à sociedade, onde os cidadãos e os clientes passam a ser atores relevantes. Expressões como open innovation, user-led innovation refletem esta mudança. Com base nesta tendência a inovação torna-se num fenómeno social. De acordo com o estudo “Reinvent Europe through Innovation: from a knowledge society to na innovation society” (2009) o conceito de inovação é agora mais amplo, passando não só pelo objetivo de retorno do investimento (ao nível dos negócios), mas também pelo retorno e transformação social. Para que esta inovação social aconteça é necessário o envolvimento e a mobilização dos diversos atores da sociedade, desde o setor público, ao privado e à sociedade civil. Destaca-se o papel das cidades como palcos de geração de soluções inovadoras para problemas sociais urbanos. As cidades são agentes fundamentais de mudança pela concentração humana e de recursos, e pelas condições que oferecem no estímulo à interação social e mobilização coletiva dos cidadãos. Assim, a inovação social deverá fazer parte das estratégias urbanas focadas na competitividade e inovação, de que são exemplo os paradigmas das “cidades criativas”, “cidades inovadoras”, “cidades inteligentes” ou “eco-cidades”. Num momento de crise económica e financeira da Europa, com graves consequências sociais para os cidadãos, esta é uma oportunidade crucial para mobilizar esforços orientados para a construção de Cidades Socialmente Responsáveis e Inovadoras!

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http://ec.europa.eu/bepa/pdf/publications_pdf/social_innovation.pdf 2

An example can be found in the CLIQ project: www.cliqproject.eu. 3

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www.socialinnovationeurope.eu

http://urbact.eu/en/header-main/news-and-events/view-one/news/?entryId=5100

http://ec.europa.eu/regional_policy/what/future/proposals_2014_2020_en.cfm#2 The draft ERDF Regulation offers Member States and Regions the possibility to integrate social innovation through the investment priority on innovation (Art. 5), or, also, develop concrete initiatives for social enterprises under the social inclusion priority (Art.9). 5


INOVAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ AGORA E NAS CIDADES? Liesbet De Letter* COMISSÃO EUROPEIA

A inovação social não é uma questão nova: vem acontecendo desde há muito e em muitos locais, mas enquanto conceito tem ganho, recentemente, atenção e interesse por parte duma multidão de pessoas motivada e cada vez maior. Esta multidão inclui profissionais, decisores políticos, investigadores, empreendedores sociais, serviços públicos, ONGs e os próprios cidadãos. Porquê? A Europa está atravessar uma crise financeira e económica que tem, também, graves consequências sociais para muitos dos cidadãos Europeus. No topo, desafios sociais como o envelhecimento da população, a feroz concorrência global, o desemprego e as alterações climáticas, demonstram a necessidade de olhar mais atentamente para a sustentabilidade dos atuais sistemas Europeus, certificando se os cidadãos podem ainda viver uma vida de qualidade, enquanto o crescimento e a criação de emprego são estimulados.

As necessidades sociais prementes estão presentes em todas as cidades

Um grande desafio! Grande parte da atual atratividade da inovação social vem do facto de que ela pode servir de conceito-chapéu para inventar e incubar soluções para estes desafios de uma forma criativa e positiva. De que forma, e qual a real abrangência da inovação social? O relatório sobre inovação social do Gabinete de Conselheiros de Política Europeia1 apresenta uma definição, agora, amplamente utilizada pela Comissão Europeia: “As inovações sociais são inovações que são sociais tanto nos seus fins como nos seus meios. Especificamente, definimos inovações sociais como novas ideias (produtos, serviços e modelos) que, simultaneamente, respondem às necessidades sociais (de forma mais eficaz do que as alternativas) e criam novas relações ou colaborações sociais. Por outras palavras, são inovações que não são apenas

Foto: Xavier Häpe

positivas para a sociedade, mas aumentam também a capacidade de ação da sociedade”. Assim, o social está tanto na forma, no processo, como no motivo dos objetivos sociais que se pretendem alcançar. Ambos são bastante relevantes no contexto urbano. As cidades têm um grande potencial para se afirmarem como laboratórios de inovação social, com uma concentração de desafios, mas também de criatividade e interacção. As necessidades sociais prementes estão presentes em todas as cidades, muitas vezes intensificadas pela crise global e os desafios sociais tais como, as migrações, o envelhecimento ou as alterações climáticas. A era das redes sociais trouxe rápidas mudanças na forma como

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as pessoas comunicam umas com as outras, mas também na forma como se relacionam com a esfera pública. As relações de poder mudam e os cidadãos e grupos podem agir de uma forma mais rápida e direta, numa forma participativa. Os modelos de “quadruple hélix” que juntam a sociedade civil à tradicional “triple hélix” das instituições de investigação, autoridade públicas e empresas privadas2 mostram de que forma novos modelos de interação e co-criação envolvendo todos estes parceiros podem encontrar soluções melhores e mais rápidas para questões de difícil resolução. Também nos negócios, a inovação social está a dar os seus passos. Não só através das empresas sociais: cada vez mais empresas exploram as possibilidades de inovação aberta e liderada pelos utilizadores, usam hierarquias mais planas e novas formas de trabalho, etc. São descobertos novos nichos de mercado, produtos e serviços.

Os Estados-membros e regiões são convidados a desenvolver contributos concretos na área da inovação social para os seus programas operacionais.

Algumas oportunidades para próximos passos: • Exemplos inspiradores podem ser encontrados e publicados no website da “Social Innovation Europe Initiative” 3 ; • As cidades que têm ideias concretas neste campo podem enviar a sua candidatura para o programa URBACT, a data limite é 15 de Março 4; • Para o próximo período de programação dos Fundos Estruturais 2014-2020, os regulamentos propostos pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (ERDF) e pelo Fundo Social Europeu (ESF) fazem, pela primeira vez, menção explícita à inovação social. Isto significa que os Estados-membros e regiões são convidados a desenvolver contributos concretos na área da inovação social para os seus programas operacionais.5 Estamos muito ansiosos para descobrir estas novas ideias e iniciativas!

* Liesbet De Letter trabalha como analista de políticas na Unidade Temática de Coordenação e Inovação da Direção Geral de Política Regional (Comissão Europeia). Antes de ingressar nesta Direção Geral, trabalhou para o Fundo Social Europeu, no programa Erasmus, numa fundação privada ligada a uma grande empresa de comunicação e na área da cultura. Tem formação em línguas, comunicação e cultura e um interesse particular na área da inovação social, pelo seu poder de reunir pessoas, organizações e empresas de origens muito diferentes fazendo a mudança criativa acontecer.

Texto originalmente escrito em inglês.

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CIDADES SOCIALMENTE INOVADORAS: “ MIXING INSIDE AND OUTSIDE “ Geoff Mulgan* NESTA As cidades são espaços de progresso, civilização, criatividade e governança cívica. Neste contexto de crise económica, enfrentam, porém, múltiplos desafios: das desigualdades, pobreza, crime, violência, corrupção e exploração à degradação ambiental. Esta dupla tendência é visível não só nas grandes cidades mundiais, mas também nas de menor dimensão. O grande desafio das cidades passa por aliar a sua capacidade de inovar em novas fontes de riqueza a uma maior eficácia na inovação de melhores soluções para as suas necessidades ambientais e sociais. Muito se sabe sobre apoio ao empreendedorismo, start-ups e crescimento. As diversas tentativas de replicar o modelo do “Silicon Valley”, por exemplo, foram genericamente um fracasso. No entanto, muitos lugares conseguiram combinar as suas potencialidades (tais como o forte suporte a start-ups, moblizando investidores privados e facilitando os spin-offs universitários) com os pontos fortes das instituições e culturas locais - gerando novos empregos na indústria, serviços e sector privado.

A crise económica prolongada tem originado uma vaga de inovações que emergem da base para o topo, com um forte envolvimento cívico.

Mas ter uma economia dinâmica por si só não é suficiente. A Califórnia é um bom caso de análise - economicamente dinâmica mas com um sistema educativo desastroso, uma pobreza profunda e altos níveis de criminalidade. Em vez disso, as cidades devem desenvolver-se simultaneamente em diversas frentes. Felizmente, muitos lugares estão a aprender a fazê-lo, em parte através da combinação da inovação tecnológica com a inovação social. A crise económica prolongada tem originado uma vaga de inovações que emergem da base para o topo, com um forte envolvimento cívico, tais como a disseminação da agricultura urbana, transformando parcelas não utilizadas, telhados ou mesmo barcos em quintas

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© SIX Social Innovation Exchange urbanas, bancos de tempo e sistemas de intercâmbio, projectos para licenciados desempregados e plataformas colaborativas de consumo que oferecem serviços úteis a um baixo custo. Nos Estados Unidos, as cidades estão agora a investir no aumento da sua capacidade de inovar em todas as áreas, da segurança pública aos resíduos. O presidente de Seoul, recentemente eleito, é outro grande exemplo – um dos líderes mundiais da inovação social que usa agora a sua posição de poder para transformar uma grande cidade. A inovação social são novas ideias, instituições ou formas de trabalhar que respondem a necessidades sociais de uma maneira mais efectiva. Uma cidade socialmente inovadora tem de ser capaz de gerar novas ideias em resposta a alterações das necessidades sociais e transformar essas ideias em acção. No entanto, são raras as cidades que sabem fazê-lo de uma forma correcta: tendem a não gerar novas ideias suficientes; são frequentemente lentas a adoptar boas práticas a partir do resto do mundo ou de cidades vizinhas, sendo, por conseguinte, lentas na implementação, muitas vezes por causa das ameaças aos interesses estabelecidos, por exemplo, nos serviços públicos como os hospitais e escolas. É uma das razões pela qual a inovação nas cidades necessita do apoio do topo – Presidentes e Chefes Executivos. Mas necessita também de apoio institucional: fluxos de financiamento


para apoio a ideias de alto risco mas com um impacto potencialmente elevado; espaços em que as conversas criativas possam ter lugar; e incubadoras para transformar ideias promissoras em planos de acção. Ao longo da história, as cidades têm sido mais criativas quando conseguem mobilizar as redes – não apenas de negócios e líderes cívicos, mas também de migrantes que trazem novas ideias e capital. Hoje estes estão em melhor posição para utilizar métodos explícitos para acelerar a inovação. Alguns destes métodos podem ser encontrados num dos relatórios do programa de Cidades Criativas do British Council (http://creativecities. britishcouncil.org/urban_co-design_tools/urban_ideas_bakery). O qual fornece um método para jovens profissionais trabalharem em conjunto no desenvolvimento e aplicação prática de soluções para os problemas urbanos em toda a Europa.

Texto originalmente escrito em inglês.

Envolver na Inovação Social – Lições do Reino Unido • Envolver múltiplos e diversos stakeholders é fundamental para a Inovação Social. As pessoas estão no centro da Inovação Social. • Deve ser esperada resistência por parte dos stakeholders • Identificar e gerir riscos • Estabelecer uma linguagem comum • Construir relações mutuamente gratificantes entre todos os envolvidos • Demonstrar o potencial em termos de ganhos mútuos • Oferecer a perspectiva de soluções claras • Incentivar perspectivas múltiplas em qualquer desafio

* Geoff Mulgan é Presidente da organização britânica NESTA (National Endowment for Science Technology and the Arts). Entre 2004 e 2011 foi o primeiro Presidente da Young Foundation, fundação que se tornou num dos principais centros para a inovação social, ao combinar investigação, criação de novos empreendimentos e projectos práticos. Entre 1997 e 2004, desempenhou diversos cargos no governo britânico: criou e dirigiu a Unidade de Estratégia do governo e foi director de política do gabinete do Primeiro-Ministro Tony Blair. Antes disso, foi também fundador e director do think-tank Demos. Os seus livros mais recentes incluem The Art of Public Strategy – Mobilising Power and Knowledge for the Public Good (2008), Good and Bad Power: the ideals and betrayals of Government (2006) e Connexity (1998).

• Construir redes, relações e respeito mútuo entre sectores • Envolver os media • Esperar e gerir tensões • Ganhar o apoio dos líderes políticos e de negócios • Garantir o comprometimento dos stakeholders http://www.youngfoundation.org/publications/reports/breakthrough-cities-june-2009

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O PRIMEIRO PARQUE DE INOVAÇÃO SOCIAL DA EUROPA EM BILBAU O Social Innovation Park, também conhecido como “o novo Silicon Valley social”, é uma iniciativa pioneira promovida pela Denokinn – Centro Basco de Inovação, Aprendizagem e Desenvolvimento de Novos Negócios. Este parque apoiado pelo Fundo Social Europeu, pelo governo espanhol e pelas autoridades locais, iniciou a sua atividade em 2010, e representa uma experiência única na Europa - um parque de negócios totalmente dedicado à inovação com retorno social. Localizado no País Basco, mais concretamente em Santurtzi (na grande área da cidade de Bilbau) e com uma área de implantação de cerca de 72 000 metros quadrados, o Social Innovation Park emerge como um cluster para a inovação social. Este espaço proporciona infraestruras de apoio à geração de ideias e soluções, à criação de novos projetos de forma aberta e colaborativa e consequentemente à geração de novos empregos. Neste parque, organizações do terceiro setor, de caridade, ONG’s, e empresas sociais têm a oportunidade de trabalharem e aprenderem em conjunto, desenvolverem novos projetos e empresas, em parceria num ecossistema inovador e humanizante.

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INOVAÇÃO SOCIAL DE GRANDE ESCALA Gorka Espiau* A primeira Conferência da União da Inovação promovida pela Comissão Europeia no passado mês de Dezembro estabeleceu um objetivo claro de “transformar ideias em empregos”. É exactamente este o propósito do Parque de Inovação Social de Bilbau: identificar novas abordagens inovadoras de grande escala para problemas sociais emergentes e inadequadamente resolvidos, incubá-las e, por fim, testá-las no mercado global. A principal diferença relativamente a outras incubadoras tecnológicas e de negócios reside na sua abordagem © SIX Social Innovation Exchange social e metodológica. Não nos podemos dar ao luxo de esperar por indivíduos inteligentes para “transformar fruir da mais sustentável e equilibrada qualidade de vida. ideias em empregos”. Necessitam ser construídas novas A atual crise global representa a maior ameaça alguma infra-estruturas como o Parque para procurar sistemati- vez enfrentada por este modelo Europeu de desenvolvicamente estas ideias e projetá-las em grande escala. mento económico e social sustentável. A Europa pode oferecer ao resto do mundo um modelo de desenvolvimento económico diferente e novas soluções para necesA Europa necessita sidades sociais existentes e emergentes. É este o desafio de um guia para a inovação para a inovação social.

social capaz de sustentar uma rede de infra-estruturas de grande escala, como o Parque de Inovação Social de Bilbau, em muitas outras regiões.

A inovação social necessita de provar a sua capacidade para competir com os grandes players e gerar um impacto real. O Parque de Inovação Social, enquanto incubadora, e o Hiriko – veículo auto-desdobrável – enquanto resultado mais tangível, mostram o potencial desta nova forma de fazer as coisas. Desde o início do sistema de providência, os estados-membros da União Europeia têm projetado, alimentado e implementado os mais avançados serviços e produtos para fazer face à mudança social. Graças a esta visão e apesar das dificuldades atuais, a Europa continua a usu-

É justo afirmar que não estamos preparados para competir com a Ásia, África ou mesmo a América, em certos segmentos da cadeia de valor. Ainda que consigamos, sem dúvida, batê-los numa das dimensões mais valiosas: o projeto e implementação de produtos, serviços e políticas que possam oferecer uma resposta melhor e mais eficiente para as necessidades sociais existentes e emergentes. O envelhecimento, as alterações climáticas e a pobreza são apenas alguns dos exemplos destas áreas de implementação. Contudo, se queremos manter essa posição e colher na totalidade o seu potencial benefício, necessitamos de uma infra-estrutura Europeia para a inovação social inteligente e forte. Para cumprir este objectivo, a Europa necessita de um guia para a inovação social capaz de sustentar uma rede de infra-estruturas de grande escala, como o Parque de Inovação Social de Bilbau, em muitas outras regiões. Por que não em Portugal? * Presidente de Programas Internationais Parque de Inovação Social de Bilbau Texto originalmente escrito em inglês.

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HELSÍNQUIA 2.0 REINVENTAR A CIDADE

Depois do chefe de cozinha Jamie Oliver em 2010 e do fotógrafo JR em 2011, este ano o prémio TED foi atribuído a uma ideia e não a uma pessoa: a cidade 2.0. A cidade concentra muitos dos desafios com que atualmente se defronta o planeta, desde as alterações climáticas e a energia, até à pobreza e exclusão social. Mas é, também, o palco onde se poderão construir coletivamente as soluções para um futuro melhor, aliando competitividade e inovação, sustentabilidade ambiental, diversidade cultural e inclusão social. Helsínquia antecipou esta visão no Manifesto “Social Silicon Valley – Towards a City 2.0”, elaborado pelo think tank Demos em 2008. Até 2050, a Área Metropolitana de Helsínquia pretende ser globalmente reconhecida como “The Social Sillicon Valley” e o “The Living Lab of 4th Generation Welfare State”. Para tal, torna-se essencial criar novas formas de pensar e de fazer cidade, assentes num modelo de governação aberta e num envolvimento activo dos cidadãos. A proposta assenta na co-criação das cidades como o novo paradigma de desenvolvimento urbano. No futuro, todos os cidadãos deverão ter uma voz ativa na reinvenção das cidades onde vivem e trabalham. Trata-se de um ecossistema de inovação aberta onde as comunidades se envolvem na definição das políticas públicas locais e na criação de inovações urbanas nas áreas da economia, planeamento, cultura, ambiente, estilos de vida e serviços. No centro do sistema de inovação social da Região Metropolitana de Helsínquia estão os cidadãos e as comunidades, cabendo ao governo local, por um lado, ativar a discussão pública acerca dos desafios urbanos co-crian-

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do uma visão de futuro e, por outro lado, disponibilizar recursos – financiamento, serviços, espaços, canais de comunicação, ferramentas e plataformas - que estimulem e facilitem a geração e implementação de ideias e os processos de inovação urbana. A democracia materializar-se-á num conjunto de princípios que estruturam a interação entre diversos participantes, combinando autonomia, diversidade e interdependência das pessoas e organizações e que estabelecem plataformas para a inovação social. Como afirma Roope Mokka num artigo publicado na Revista Monocle em Julho de 2008 (nº 15), as cidades do futuro serão “wikicities” no sentido em que serão criadas da mesma forma que a wikipedia. Tal como todos podem contribuir para a elaboração de uma enciclopédia online, também os cidadãos podem contribuir para a criação de soluções para as suas cidades. De acordo com o Presidente da Câmara de Helsínquia, “estamos a assistir à emergência de uma nova era de políticas públicas a que designarei de liderança aberta (….) se a Wikipedia e o Linux podem ser construídos de forma aberta, as políticas públicas também podem ser definidas desse modo (…) acredito que os governos e os negócios bem sucedidos nos próximos tempos serão aqueles que cederão às pessoas o poder de moldar o futuro das suas vidas e a capacidade de cooperar”. Qualquer cidadão poderá criar uma infra-estrutura ou implementar uma ideia na sua comunidade da mesma forma que edita um novo texto na wikipedia. Vejamos um exemplo. Um pai de dois filhos não estava satisfeito com o sistema de ensino público, defendendo que este criava uma barreira entre a atividade de aprendizagem, o lazer e a vida em comunidade. Para ele a educação deveria ser considerada um projecto de desenvolvimento pessoal inserido no quotidiano das crianças, e não uma forma de mera certificação de competências concentrada em locais específicos, em alturas limitadas do dia e com o apoio de professores acreditados.

PA R A D I G M A S DE CI DADANI A Anos 60 – 70: “I need” Anos 80 – 90: “I want” Século XXI: “We can”


GLOBAL CITY 2.0 – MAPEAR A CIDADANIA A Global City 2.0 é uma rede informal de movimentos cívicos de cidades, afirmando-se como um espaço de reflexão sobre o papel destas formas emergentes de democracia de proximidade na transformação das cidades. Trata-se de uma plataforma de diálogo, partilha de experiências e aprendizagem coletiva sobre práticas urbanas, cruzando cidadãos e organizações de diversos países e culturas. Numa era de crise económica, social e política, os cidadãos poderão desempenhar um papel de relevo na definição das políticas públicas, na resolução dos problemas urbanos e na construção da vida coletiva local. Muitas vezes basta gerar micro-ideias de baixo custo mas com elevado impacto nas cidades. É uma iniciativa promovida pelo movimento “Cidades pela Retoma” em parceria com um conjunto de organizações de Portugal, Brasil, Espanha, Argentina, Itália, Reino Unido, Estónia, Israel, Austrália e EUA envolvendo uma rede de investigadores, profissionais e outros cidadãos. O novo site da rede foi lançado em Janeiro de 2012, apelando aos cidadãos e organizações para inserirem as suas iniciativas no mapa-mundo dos movimentos cívicos de cidade. Participe! http://www.globalcitynetwork.org/ https://www.facebook.com/groups/CityCivicMovements/

Teve, então, uma ideia: criar uma ”Kids Town”. Juntamente com outros pais da comunidade elaborou um manifesto para a aprendizagem que colocou na “citizen-wiki”. O manifesto suscitou bastante interesse e teve a adesão de mais de 40 pessoas, o que levou a Câmara Municipal a apoiar o processo de inovação social com o lançamento do projeto-piloto: “Kids Town Mellunmäki”. Para facilitar a participação dos pais na educação dos filhos, o município disponibilizou espaço, compensou os pais empregados pelas horas utilizadas no ensino das crianças e designou uma pessoa para facilitar a relação da comunidade com a Região Metropolitana de Helsínquia, o ambiente urbano e os seus actores chave. Mas o pai demonstrou ser um verdadeiro empreendedor social, estando agora a promover o envolvimento da comunidade de idosos na “Kids Town”, estimulando a aprendizagem entre gerações. O conceito foi ainda exportado para a China, onde existem agora cerca de 300 “Kids Towns”, demonstrando que uma solução urbana local pode ter

um elevado impacto face ao seu potencial de replicação noutras cidades e comunidades. O sucesso de um sistema de inovação social, como aquele que se pretende implementar em Helsínquia, assenta na emergência de empreendedores sociais nas comunidades, que conhecem as necessidades sociais dos locais onde vivem. E o município apoia: com a criação de sistemas de mapeamento das necessidades sociais, a disponibilização de fundos de capital de risco social, a cedência de espaços de interação (os designados “mixing hubs”) e do lançamento de programas de empreendedorismo social.

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PORTUGAL, UM PAÍS COM OPORTUNIDADES NA ÁREA DA INOVAÇÃO SOCIAL

Helena Gata*

Paul Romer, economista e professor nas Universidades de Stanford e de Nova York, encoraja-nos a olhar para além dos desafios imediatos provocados pelas, e inerentes às crises, alertando para a importância de abrir as novas janelas de oportunidade que daí se advinham. As crises acarretam oportunidades e novos factores facilitadores para uma mudança sistémica construtiva (Linden, 2007). Com as crises, novos recursos se tornam disponíveis, definem-se novas prioridades, regras e legislações até então entendidas como rígidas, que se tornam mais flexíveis, os líderes tornam-se mais acessíveis e finalmente a mudança é encarada como algo possível e tangível. As crises surgem num contexto de disfuncionalidade dos sistemas e bloqueio das sociedades em que “o que era eficaz há uma geração, (... ) é de certa forma disfuncional hoje” (Giddens, 2007), passando a ser uma prioridade nacional a emergência de novas soluções. Em Portugal, o cenário é precisamente este, precisamos de novas soluções. A Caixa Geral de Depósitos e a TESE criaram em 2011, o Co-laboratório de Inovação Social (colabsocial.com) de forma a gerar novas soluções numa base intersectorial e acelerar o processo de inovação social em Portugal, mas é preciso fazer muito mais. Não basta criar um Plano de Emergência Social, é preciso criar uma Estratégia Nacional para a Inovação Social, um Fundo Nacional para a Inovação Social, inovar o Sector Público – os seus procedimentos, serviços, as lideranças e cultura, etc., exigir uma maior responsabilização e participação do sector privado na construção do bem comum e no aumento da qualidade de vida. Contrariamente ao que era esperado, as políticas sociais dos últimos anos foram tendencialmente pouco dinâmicas, não tendo sido capazes de antecipar as novas tendências sociais, mantendo claramente uma postura reactiva, accionando respostas

temporariamente curativas e/ou sedativas, num contexto onde prevalecem situações de urgência permanente. Actualmente, o país precisa de uma mudança prospectiva capaz de antecipar tendências, criar espaço para os novos modelos de negócio sustentáveis de que se tem falado (e.g., Projecto Marias, Cozinhar o Futuro, Efeito D, etc.) e que podem contribuir para o desenho de uma nova ordem económica, criando paralelamente um plano de gestão de riscos associado aos vários processos de mudança que venham a ser desencadeados pelo governo e instituições.

Não basta criar um Plano de Emergência Social, é preciso criar uma Estratégia Nacional para a Inovação Social, um Fundo Nacional para a Inovação Social.

Em Novembro de 2011, a Harvard Bussiness Review destacava o surgimento de novos modelos de negócio mais sustentáveis desenvolvidos por empreendedores altamente motivados por preocupações sociais, anunciando assim uma nova era económica. Com o surgimento da crise, tornou-se comum ouvirmos falar em mudança, mas onde estarão efectivamente a ocorrer estas mudanças?

Para criar novas soluções que funcionem, o país tem de ser capaz de canalizar todo o seu descontentamento e “projectar soluções reais, para necessidades reais” (David Bornstein, 2006). Transformar o pessimismo e os problemas actuais, em oportunidades para criar novas soluções para o país, é o maior desafio actual. Muitas vezes, estas soluções são simples e muito acessíveis, já não precisamos de super heróis. Existem já ferramentas interactivas online, como o site urgentevoke.com - um jogo interactivo que nos ensina a desenvolver estratégias de inovação social – que nos permite simular a resolução de problemas sociais, e onde podemos todos treinar as nossas competências e aprender com outros jogadores. Vale a pena experimentar, porque neste jogo da Inovação Social todos são vencedores. *Presidente da TESE (ONGD) A autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

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S. Vicente Retalhos de Esperança

Viana do Ca Ainda Dar

Porto Escola do Bairro

Sintra Pólo Manto Social

Os projetos de inovação social estão a acontecer por todo o território nacional Apesar da inovação social ainda não ser uma área muito mediatizada em Portugal, localmente encontram-se diversos projetos a acontecer de forma discreta mas fulcral para a qualidade de vida de certas comunidades. A sua divulgação é importante para estimular a economia social do país e alargar as boas práticas no setor. Nota: A escolha dos projetos não teve qualquer critério de seleção, apenas a demonstração (indicativa e não exaustiva) de que se estão a desenvolver projetos de inovação social por todo o país.

Lisboa Faz-te Forward Lisboa Projeto Marias

A Músic Bairros Gera-

Cascais Escolinha de Rugby da Galiza Lisboa Cozinhar o Futuro

Lisboa Efeito-D

Lisboa K’CIDA

Angra do Heroísmo In Forma-te

Lisboa Lavagem de Automóveis CAIS

Odem A Vida V

Lagos a Proxima'Arte


Vila Real Guimarães

domiciliária

astelo r-que falar

Mirandela Banco Solidário Alfândega da Fé Novos Povoadores

Porto Aconchego

Seia Eco-talentos Coimbra Cozinha Solidária

Covilhã Arca de Talentos

Aveiro ca nos -Sons

Caldas da Rainha Loja Social

Tomar (Tomar) o Rumo Certo

Constância

Amadora Orquestra Geração

Avis Vamos à Horta

Seixal Orquestra Tocá Rufar

Moura Capital Aldeia

ADE Serpa Em Casa Não Estou Só

mira Vale

Lagoa Banco de Trocas

Lagoa Cartão LagoaSocial

Loulé Asas para Amanhã

Ferreira do Alentejo EC3 - Eco-Centro


FINANCIAR A INOVAÇÃO SOCIAL

crescente que certos grupos da população têm em associar parte das suas poupanças a impactos positivos na sociedade.

Banca Ética Bancos éticos são aqueles que têm como missão promover o bem-estar social, ambiental e cultural. São bancos cujos objetivos vão para além da maximização do lucro para o accionista, tão comum na banca tradicional. Estes pretendem maximizar o bem-estar social, tendo um conjunto de políticas de crédito e de financiamento compatíveis com a sua missão, promovendo assim o financiamento de atividades empresariais e organizacionais na área da inovação social. Como exemplos de bancos éticos podemos identificar o Triodos (www.triodos. com) e o Charity Bank (www.charitybank.org) que, sendo dois bancos muito distintos na abordagem que têm ao financiamento que concedem, constituem dois bons exemplos desta abordagem ética ao dinheiro. Foto:www.freeimages.co.uk

A inovação social pode ser entendida como uma nova forma de promover atividades geradoras de emprego e de rentabilidade económica, com o objetivo de contribuir para o bem-estar social e ambiental da sociedade. Existem em Portugal já alguns exemplos de empresas com uma causa social, não havendo ainda um enquadramento legal próprio para este tipo de organizações. Uma vez que pretendem desenvolver uma atividade em prol da sociedade ou ambiente, sendo também geradoras de auto-emprego e/ou de mais postos de trabalho, estas organizações sentem necessidades de financiamento, tal como os negócios tradicionais. No entanto, têm normalmente maior dificuldade em conseguir obter o financiamento tradicional proveniente de produtos bancários convencionais. Esta dificuldade resulta do facto de a banca tradicional não deter conhecimentos sobre esta área, nem de possuir ferramentas próprias que permitam analisar de forma concreta e real o risco e o potencial da atividade. Ao longo dos últimos 30 anos, foram surgindo novas formas de financiamento que ajudam estas empresas e organizações a crescer. Na maioria dos casos, surgem de iniciativas da sociedade civil e que depois crescem e se expandem por caminhos distintos. Estas formas de financiamento constituem ainda um nicho de mercado, relativamente ao financiamento tradicional, mas em franco crescimento, evidenciando assim a necessidade

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Recentemente foi criada a Global Alliance for Banking on Values, uma rede independente de bancos que usam o seu poder de financiamento para a promoção do desenvolvimento sustentável junto de pessoas carenciadas, das comunidades e em prol do bem-estar ambiental. Esta rede tem cerca de 14 bancos éticos como membros, e como parceiros o FMO (banco para o desenvolvimento Holandês), a Fundação Americana Rockefeller e o ShoreBank International (www.gabv.org).

Microcrédito O microcrédito consiste na atribuição de pequenos empréstimos, mediante o pagamento de uma taxa de juro, a pessoas e empreendedores que normalmente são excluídos da banca tradicional. Estes indivíduos, por não possuírem conta bancária, não terem colateral, ou não terem um emprego estável, não conseguem obter financiamento para iniciar a sua atividade. Esta prática teve origem no Bangladesh com o Grameen Bank, criado por Muhammad Yunus, e que constitui uma referência ao nível do microcrédito junto das populações pobres. Esta abordagem ao crédito tem por base a ideia de que os pobres têm capacidades que não estão a ser utilizadas, que podem criar o seu próprio emprego e que conseguem gerar receita suficiente para melhorar a sua qualidade de vida e pagar o juro associado a esse empréstimo. Por exemplo, em Portugal existe a Associação Nacional


Financiar a Inovação Social - Um Exemplo do Reino Unido O Governo do Reino Unido tomou a iniciativa de utilizar as contas inativas ou estagnadas nos vários bancos do país e de utilizar esses montantes em projetos de cariz social e, assim, contribuir para o crescimento do chamado terceiro sector. Criou legislação no sentido de transferir as contas inativas e estagnadas (as chamadas dormant accounts) nos bancos para um banco criado por si designado “Big Society Bank” que entretanto passou a ser intitulado “The Big Society Capital Group“. Este grupo é uma instituição financeira que pretende desenvolver um mercado de investimentos baseado no retorno social e financeiro. Desta forma canalizou-se dinheiro que estava depositado em contas da banca tradicional para um banco com finalidades sociais. Para mais informações: http://www.cabinetoffice.gov.uk/content/big-society-capital

de Direito ao Crédito (ANDC) que, em conjunto com alguns bancos portugueses, consegue ajudar um conjunto de indivíduos e pequenas organizações a criar e ampliar o seu negócio, o que de outra forma não seria possível. A ANDC, não sendo uma instituição financeira, não pode conceder empréstimos nem cobrar juros, e por isso a sua atividade consiste em recolher informação, analisá-la e propor à CGD, BES e Millenniumbcp que estes financiem os projetos por si identificados. Em 2011, a ANDC concedeu cerca de 1 milhão de euros a 164 empréstimos, com um valor médio de 7.400 euros, e que viabilizaram cerca de 230 postos de trabalho. Para mais informações: www.microcredito.com.pt/.

“Crowdfunding” O chamado crowdfunding (crowd – multidão; funding – financiamento) é uma nova forma de obter financiamento e encontra-se muito associado à sociedade global e digital. É resultado de uma cooperação coletiva por parte de um conjunto de pessoas que, trabalhando em rede, decidem alocar dinheiro em prol de uma pessoa ou organização em quem confiam. Normalmente estas redes funcionam via internet, sendo esta a plataforma onde os financiadores e financiados se encontram, onde uns colocam algumas das suas poupanças, e os recetores colocam a informação sobre o que fazem com esses montantes. Este tipo de financiamento pode ser visto como uma resposta natural ao gap que existe entre a necessidade de capital e os modelos de financiamento numa sociedade moderna, onde a sociedade civil tem um peso cada vez mais evidente e ativo. Por este motivo, a NESTA – “National Endownment for Science, Technology and

the Arts” (Reino Unido) designou o ano de 2012 como o “ano do crowfunder”. Em Portugal, a Bolsa de Valores Sociais (BVS), que existe também no Brasil, consiste em replicar a ideia subjacente a uma bolsa de valores, em que existe um conjunto de investidores que aplicam o seu dinheiro na expectativa de um retorno. O que diferencia a BVS das bolsas tradicionais é que na primeira o investidor espera apenas um retorno social e não um retorno financeiro direto da aplicação da sua poupança. A equipa da BVS identifica e seleciona projetos de âmbito social que cumprem com um conjunto de pré-requisitos, e anuncia-os online identificando publicamente o montante que necessita de ser obtido, de que forma vai ser utilizado e qual a finalidade do projeto. Cabe depois a cada individuo e/ou empresa utilizar algumas das suas poupanças nestes investimentos sociais. Muitas empresas, no âmbito dos seus programas de mecenato, utilizam a BVS para identificarem os projetos que decidem apoiar. O retorno que estes investidores recebem exprime-se pelo aumento do bem-estar social e da sustentabilidade da economia. Para mais informações: www.bvs.org.pt/v.

Casos de Crowdfunding social KIVA – www.kiva.org Global Giving - www.globalgiving.org/ Impulso - www.impulso.org.br/ Vamos agir! - www.vamosagir.com/pt LET’s - www.lets.bt

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A importância crescente da inovação social a nível internacional Marcos relevantes no campo da Inovação Social*

Center for Social Innovation Empresa social

2006

Toronto (Canadá)

2004

2005 Social Innovation Japan ONG

2002

2000 Center for Social Innovation Escola Superior de Negócios Universidade de Stanford (EUA)

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for Social Innovation PPP (Parceria público-privada), (patrocinadores: ministérios e indústria) Roterdão (Holanda)

Tóquio (Japão) New Zealand Social Innovation Young Foundation

TESE – Associação para o Desenvolvimento ONGD Lisboa (Portugal)

Netherlands Center

formada pela fusão de diferentes organizações, cria a SIX - Social Innovation Exchange Londres (Reino Unido)

Investment Group (Grupo-chave de filantrópicos, doadores de bolsas e líderes comunitários) e New Zealand Centre for Social Innovation Auckland (Nova Zelândia)


2009

Social Innovation Generation (SiG) Uma colaboração nacional para enfrentar os desafios sociais e

A Inovação social aproxima-se do

ecológicos do Canadá através da criação de uma cultura de inovação social contínua. Kitchener, Ontario (Canadá)

2007

mainstream e é impulsionada por

2008 A Direcção-Geral das Empresas e Indústria da Comissão Europeia estabelece um “Business Panel on Future EU innovation policy”, que formula a principal recomendação do seu relatório (Vasconcelos et. al. 2009, 1.): “Propomos basear a acção da UE em torno de desafios sociais convincentes, financiar fundos para a inovação social, incentivar inovações em larga escala ao nível da comunidade, transformar o sector público e promover o potencial de novas infraestruturas e novos tipos de parcerias.”

líderes políticos internacionais. Na primeira semana do seu mandato, o presidente Obama anuncia a criação de um “Departamento de Inovação Social” na Casa Branca (e dota-o de um fundo no valor de 50 milhões de dólares). Em Bruxelas, o Presidente da Comissão Europeia Durão Barroso declara: “A crise económica e financeira torna a criatividade e a inovação no geral e a inovação social em particular ainda mais importante para promover o crescimento sustentável, assegurar o emprego e aumentar a competitividade.” (Comunicado de imprensa

IES - Instituto de Empreendedorismo Social Cascais (Portugal)

IP/09/81, 20 de Janeiro de 2009).

Australian Centre for Social Innovation Adelaide (Australia)

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2010

Empowering people, driving change: Social innovation in the European Union Relatório escrito por Agnès Hubert et al. Waterloo Institute for Social Innovation and Resilience (WISIR) Instituto da Universidade de Waterloo, Ontário (Canadá)

do Bureau of European Policy Advisers (“BEPA Report”), que faz recomendações relativamente às políticas para a inovação social ao nível da UE para atender às necessidades sociais, aos desafios da sociedade, e à necessidade de reformar a sociedade em geral.

Social Innovation and Social Entrepreneurship Research Centre na Universidade de Massey - Palmerston North, Auckland, e Wellington (Nova Zelândia)

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A Inovação social é tida em consideração enquanto campo de investigação no âmbito do Programa de Trabalho 2011, no campo

2012

temático de Ciências Sociais e Humanas do 7 º Programa Quadro de IDT; na sequência de um concurso público, a DG Empresas lança a “So-

A Comissão Europeia anunciou

cial innovation pilot initiative”. Na “Europe 2020 Flagship Initiative: Innovation Union” publicada a 6 de Outubro de 2010, é dada grande importância à inovação social: “a inovação social é um campo importante que deverá ser incentivado. Trata-se de, a partir da ingenuidade das instituições de caridade, das associações e dos empreendedores sociais encontrar novas formas de satisfazer as necessidades sociais, que não são adequadamente respondidas pelo mercado ou pelo sector público.” (Comissão Europeia de 2010, 21) Na página 22 são especificados os objetivos

o lançamento de um prémio

2011

anual no âmbito da inovação

“A Comissão apoiará um programa

director da Cisco Systems In-

de investigação substancial sobre o

ternational Diogo Vasconcelos.

social em memória do antigo

sector público e a inovação social ... que irá servir de guia para um Painel Europeu da Inovação no Sector Público”. A Comissão Europeia cria a Social Innovation Europe Initiative

e as medidas: “A Comissão vai lançar uma European Social Innovation Pilot ... Esta irá fornecer inovação social através do Fundo Social Europeu (FSE) ... a Inovação Social deverá tornar-se o foco principal em ... programas do Fundo Europeu Social”.

Fonte: adaptado de Josef Hochgerner (2011) The Analysis of Social innovations as Social Practice * Lista indicativa e não exaustiva, a partir de 2000.

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WINTER SCHOOL SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL A INTELI participou durante dois dias na primeira Winter School promovida pela rede Social Innovation Exchange (SIX), em Gdynia, na Polónia, intitulada Social Innovation in 2015: What will it look like and how can we achieve it? Esta iniciativa teve como principal objetivo estabelecer a agenda da Inovação Social para os próximos quatro anos e planear como alcança-la, isto é, procurar entender o que é que já foi feito até hoje no campo da Inovação social e de que forma a comunidade poderá contribuir para o futuro desenvolvimento desta área. Neste contexto, foram organizados workshops, espaços de aprendizagem colaborativa e troca de ideias sobre vários temas, nomeadamente: visões da Inovação Social em diferentes partes do mundo (Europa, Austrália, Brasil e EUA entre outras); casos práticos de inovação social; os desafios que a Inovação Social enfrenta atualmente; e quais poderão vir a ser as futuras tendências em termos de oportunidades e desafios para a inovação social. Este evento contou com a presença de organizações internacionais de referência na área da inovação social, como: a NESTA (Reino Unido), a Young Foundation (Reino Unido), a Denokinn (Espanha), o Australian Centre for Social Innovation (Australia), o Center for Social Innovation (Canadá), e nacionais como: a TESE, a Fundação Calouste Gulbenkian, a CISCO, entre outras.

RENERGY PROMOVE COOPERAÇÃO INTER-REGIONAL A INTELI é um dos parceiros do projecto RENERGY – “Regional Strategies for Energy Conscious Communities”, iniciativa aprovada no final de Dezembro no âmbito do Programa INTERREG IV C da Comissão Europeia. O objectivo do projecto é melhorar, através da cooperação inter-regional, a eficácia das políticas regionais e locais de energia sustentável, como resposta aos compromissos e estratégias da União Europeia com foco na Estratégia Europeia de Energia e na Estratégia Europa 2020. Com inicio em Janeiro de 2012, a iniciativa decorrerá durante 3 anos. O projecto é coordenado pelo Município de Poenza (Itália), sendo a parceria constituída por mais 11 cidades, regiões e organizações de Portugal, Áustria, Dinamarca, Alemanha, Hungria, Lituânia, Polónia, Roménia e Reino Unido.

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INTELI LÍDER DO PROJETO EUROPEU RE-GREEN A INTELI é líder do projeto RE-GREEN – “REgional policies towards GREEN buildings”, aprovado no dia 16 de Dezembro de 2011, pelo Programa INTERREG IV C da Comissão Europeia. A iniciativa tem como objetivo melhorar as políticas de desenvolvimento regional orientadas para a promoção de “regiões verdes”, com foco na reabilitação de edifícios através do fomento da eficiência energética e utilização de energias renováveis. Para além disso, pretende ainda promover o desenvolvimento económico, a criação de emprego e a inclusão social, no seio do paradigma da “economia verde”. A parceria integra a Universidade de Potsdam (Alemanha), o Município de Dabrowa Gornicza (Polónia), a Agência Regional de Energia de Tartu (Estónia), a Nordregio – “Nordic Centre for Spatial Development” (Suécia), o Governo Regional da Extremadura (Espanha), o Município de Mizil (Roménia), o Município de Dublin (Irlanda), o “Building for the Future Limited” (Reino Unido) e a Agência Regional de Energia de Spodnje Podravje (Eslovénia). No âmbito do arranque oficial do projeto, a INTELI está a organizar o seminário de lançamento sob o tema Regional Policies for Greening the Building Sector, que se irá realizar no próximo dia 28 de Fevereiro, no Museu do Fado, e que contará com a presença de um leque alargado de oradores internacionais. Contacto: info@re-green.eu INSCREVA-SE AQUI

ECONOMIA CRIATIVA UNE EXPERIÊNCIAS LUSO-BRASILEIRAS A INTELI é responsável pelo módulo de Economia Criativa da Pós-graduação em Gestão da Criatividade e Inovação, organizada pela Fundação Brasil Criativo em colaboração com a Faculdade São Luís de França, em Aracaju (Brasil). O objectivo deste curso é preparar e qualificar profissionais para apoiar e conduzir processos de mudança que tenham como pressuposto a necessidade de aplicar conhecimentos sobre criatividade e inovação. A pós-graduação tem uma duração de 18 meses, sendo que o módulo de Economia Criativa decorrerá em Março de 2012. Esta participação deriva do processo de colaboração que a INTELI estabeleceu com a Fundação Brasil Criativo no âmbito da criatividade e inovação.

There is a c vironment, isolation. Th to a green e velopment a ties for jobs considers 11 economy, w and renewa and cities. T greenhouse Energy Effic in buildings takes place i the renovat my Report the buildin becoming a GHG emissi

Regional Policies for Greening the Building Sector Launch seminar Lisboa [Portugal] Museu do Fado 28. February.

In this fram and public about 12% Report the g etc.) are ide public procu

2012

The seminar will be a neutral carbon event.

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INTELI VISITA O PARQUE DE INOVAÇÃO SOCIAL EM BILBAU No próximo dia 12 de Março de 2012, a INTELI juntamente com o CEIIA – Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel, vão visitar o Parque de Inovação Social em Bilbau, com o objetivo de conhecer, não só o parque enquanto infraestrutura, mas também o projeto de mobilidade elétrica Hiriko, e outros projetos de inovação social que estão a crescer num ecossistema de inovação único. Hiriko é um novo conceito para a mobilidade urbana. Um modelo que relaciona a cidade, os cidadãos e os veículos. É um veículo tecnologicamente muito avançado, 100% elétrico, produzido localmente e de forma colaborativa. No passado dia 24 de Fevereiro de 2012, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, anunciou o Hiriko, como um projeto de inovação social de referência. Esta iniciativa foi ainda referida como parte da resposta à crise que se vive na Europa e ainda “o tipo de projeto certo para a prioridade certa, contribuindo totalmente para o objetivo triplo que está no centro da Estratégia Europeia 2020 que é um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, estimulando também a criação de emprego” segundo as palavras de Durão Barroso. Pela via do Professor Bill Mitchell do MIT (EUA), o Hiriko nasceu no país Basco, no seio da criação do Social Innovation Park - o testbed do Hiriko. Este projeto está agora a ser implementado em vários pontos do mundo, para além do País Basco, como: Malmo, Berlin, Vitoria, Barcelona e São Francisco nos EUA.

Foto: JOHN THYS/AFP/Getty Images

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The SROI Network International Conference “A time for social value” Berlim, Alemanha – 16 e 17 de Fevereiro de 2012 O nível de interesse em relação ao impacto social e ambiental tem vindo a aumentar. Investidores sociais e de impacto como Fundações e comissários do sector público pretendem, cada vez mais, saber quanto valor é que os seus investimentos geram, e os empreendedores sociais têm vindo a reconhecer a importância de maximizar o valor que podem criar para aqueles que servem. Esta conferência internacional pretende explorar como é que se quantifica o impacto em termos de retorno social do investimento.

2012 UK-Ireland Planning Research Conference - Building communities Reino Unido – 11 a 13 de Abril de 2012 O sistema de planeamento é vital para uma economia forte, para um ambiente atractivo e sustentável e para uma boa democracia. É necessário um sistema de planeamento aberto aos cidadãos locais, sensível à história e ao carácter de um determinado local. Esta conferência contará com sessões plenárias, sessões paralelas e workshops sobre inúmeros temas, nomeadamente: vizinhança e planeamento comunitário; planeamento para adaptação às alterações climáticas; mobilidade e infra-estruturas; regeneração urbana e rural; desenvolvimento urbano e rural e os impactos ambientais.

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EURAM 2012 - 12th Social Innovation for Competitiveness, Organisational Performance and Human Excellence Roterdão, Holanda – 6 a 8 de Junho de 2012 O objectivo da Conferência EURAM 2012 é discutir as diversas formas de reforçar a inovação social e tecnológica dentro de uma empresa; entre empresas através de redes de inovação aberta; durante a interacção com os stakeholders institucionais, bem como através de uma melhor medição e monitorização geral da mesma.

The XXIII ISPIM Conference – Action for Innovation: Innovating from Experience Barcelona, Espanha – 17 de Junho de 2012 Organizado pela ISPIM (International Society for Professional Innovation Management) e acolhido pela Universidade La Salle em parceria com Orbita97, esta conferência reunirá profissionais de gestão da inovação da indústria, de organizações de investigação e intermediárias. O formato da conferência incluirá palestras, sessões temáticas, juntamente com círculos de discussão e workshops. As sessões incluem os seguintes temas: Ação para a Inovação; Colaboração para a Inovação; Criatividade e Geração de ideias; Empreendedorismo, Modelos de Negócios e Financiamento para Inovação; Métodos, Ferramentas e Medição da inovação; Redes e Clusters de Inovação; Sustentabilidade na Inovação.

World Conference on Social Work and Social Development 2012 Estocolmo, Suécia – 9 de Julho de 2012 Esta conferência será o ponto de encontro entre decisores políticos, assistentes sociais, académicos e estudantes para troca de experiências e para o desenvolvimento da prática do trabalho social, da investigação e educação social e de políticas sociais, com o objectivo de desenvolver um sistema de bem-estar social sustentável. Os três temas centrais a abordar na conferência serão: os direitos humanos e a igualdade social; as mudanças ambientais e o desenvolvimento social sustentável; a transformação social global e a ação social.

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SITES & LINKS Social Innovation Europe

TESE

Young Foundation

Fundação Calouste Gulbenkian

Euclid Network

Social Silicon Valley Manifesto

NESTA

TEDprize

SIX – Social Innovation Exchange

LIVROS & ARTIGOS

Economia Solidária: Questões Teóricas e Epistemológicas Pedro Hespanha, Aline Mendonça dos Santos, Almedina, 2011

Esta obra, lançada no âmbito do Colóquio Internacional “Economia Solidária: Uma Semente de Futuro” em Novembro de 2011, pretende fornecer novas abordagens epistemológicas e metodológicas para um melhor entendimento do que é a Economia Solidária. Actualmente existe uma grande dificuldade em captar a riqueza e a diferença específica da Economia Solidária e das outras formas económicas não capitalistas. Ao alargar o campo de análise, estas novas abordagens têm uma maior probabilidade de reconhecer os aspectos invisibilizados ou negligenciados pelo saber convencional como, por exemplo, a subjectividade dos actores, dos modos de participação social e política, da racionalidade alternativa dos empreendimentos, ou das formas de mobilizar e utilizar os recursos escassos. Tudo isto são questões fundamentais para uma melhor compreensão sobre a Economia Solidária.

Design for Social Sustainability: A framework for creating thriving news communities

Saffron Woodcraft, Tricia Hackett & Lucia Caistor-Arendar, The Young Foundation & Future Communities, 2011 Este documento, elaborado por uma parceria do Reino Unido composta pela Future Communities, a Young Foundation e a Homes and Communities Agency, estabelece como planear, desenhar e desenvolver novas comunidades de forma eficiente e socialmente sustentável. As ideias e os exemplos são retirados de uma revisão feita em larga escala de provas concretas sobre o que faz florescer as comunidades, com exemplos práticos e abordagens de novos casos de comunidades em todo o mundo.

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Unmet Social Needs in Singapore

Braema Mathi and Sharifah Mohamed, Lien Centre for Social Innovation, Social Insight Research Series, Outubro 2011 Este relatório pretende destacar as áreas onde as políticas sociais e uma cultura de inclusão precisam ser revistos ou melhorados em Singapura. O documento beneficiou de um feedback construtivo dos vários sectores de serviços sociais, em Singapura. Foi desenvolvido com o propósito de construir sobre as estruturas já existentes de forma a provocar uma mudança social positiva nas comunidades identificadas.

Breakthrough cities – How cities can mobilise creativity and knowledge to tackle compelling social challenges Lauren Kahn, Geoff Mulgan e Charles Leadbeater (et al.), The Young Foundation, British Council, Londres, 2009

Social Watch Report 2012 – Sustainable Development: The Right to a Future O Social Watch Report 2012, com base na contribuição de organizações em 66 países de todo o mundo que produziram os seus relatórios nacionais, conclui que o aumento das desigualdades e as finanças não regulamentadas estão a expropriar pessoas um pouco por toda a parte dos benefícios a que têm direito. O relatório inclui capítulos temáticos escritos por membros de organizações sociais e académicas, tais como o Grupo da Sociedade Civil de Reflexão sobre o Desenvolvimento Global, a Rede do Terceiro Mundo, a Rede Árabe de ONGs para o Desenvolvimento (ANND), a Rede de Desenvolvimento Social (SODNET, Kenia), a Eurostep, a Aliança Feminista para Acção Internacional (FAFIA, Canadá), e o Fórum de Política Global. Este relatório contém ainda dados da medição mais recente do Índice de Capacidades Básicas (BCI), indicador que combina taxas de mortalidade infantil, o número de partos assistidos por pessoal qualificado e taxas de matrícula na escola primária.

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Este é um relatório inovador sobre a forma como as cidades podem mobilizar a criatividade e o conhecimento para enfrentar os atuais desafios sociais. O relatório Breakthrough Cities é um recurso muito útil para quem trabalha no campo da política das cidades - decisores políticos, consultores, funcionários públicos, trabalhadores nos setores das artes ou da educação, ONGs, ou simplesmente para o cidadão comum preocupado com a melhoria da vida da cidade – ao fornecer ideias inspiradoras e orientações que podem ajudar a transformar as cidades em melhores lugares para se viver. Este relatório foi escrito após uma pesquisa realizada pela The Young Foundation para desenvolver o conceito de Urban Ideas Bakery (Padaria de Ideias Urbanas) no âmbito do projeto Cidades Criativas do British Council. Geoff Mulgan e Charles Leadbeater, especialistas internacionais em inovação social e criatividade, deram um forte contributo para este documento.


Todas as edições da Cities.brief são dedicadas a uma personalidade ou instituição de relevo no tema em debate. Dedicamos a Cities.brief 03 a Diogo Vasconcelos pelo seu notável contributo para o desenvolvimento da sociedade da informação e do conhecimento em Portugal, tendo tido uma influência decisiva na integração da inovação social nas políticas europeias. Era um exemplo do contributo que os portugueses podem dar para a Europa e o mundo, tendo-se destacado como Director Sénior da Cisco Internacional e distinguished fellow da empresa. Foi consultor da Presidência da República para os assuntos da Sociedade do Conhecimento e fundador e presidente da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento. Era, acima de tudo, um amigo. A INTELI


A INTELI é um think-and-do-thank que actua na área do desenvolvimento integrado dos territórios a nível económico, social, cultural e ambiental, através do apoio às políticas públicas e às estratégias dos actores locais. Opera nos domínios da cultura e criatividade, energia e mobilidade e inovação social, procurando contribuir para a afirmação de cidades e regiões mais criativas, sustentáveis e inclusivas.

FICHA TÉCNICA Edição: INTELI – Inteligência em Inovação, Centro de Inovação Av. Conselheiro Fernando de Sousa, 11, 4º 1070-072 Lisboa – Portugal Tel: (351) 21 711 22 10 Fax: (351) 21 711 22 20 Website: www.inteli.pt E-mail: citiesbrief@inteli.pt


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