Congresso Brasileiro de Disfagia

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MEDICINA REVISTA FUNDADA PELO CENTRO ACADÊMICO ROCHA LIMA, DOS ALUNOS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EM 1961

VOLUME 48

SUPLEMENTO 1

JUNHO 2015

Reitor da Universidade de São Paulo

Editor

Prof. Dr. MARCO ANTONIO ZAGO

Prof.Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR

Vice-Reitor

Comissão de Publicação:

Prof.Dr. VAHAN AGOPYAN

Prof. Dr. JOSÉ ANTONIO BADDINI MARTINEZ Prof. Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR Profª Drª TEREZILA MACHADO COIMBRA

Diretor da F.M.R.P. Prof. Dr. CARLOS GILBERTO CARLOTTI JUNIOR Secretaria Superintendente do H.C.R.P. Prof. Dr. MARCOS FELIPE SILVA DE SÁ

MARLENE CANDIDA DE FARIA


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Sumário APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................................... 12 COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................................................................... 13 APOIO E PATROCÍNIO ............................................................................................................................................... 14 TRABALHOS ............................................................................................................................................................... 15 1. PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM DISFAGIA OROFARÍNGEA EM HOSPITAL PRIVADO DO RIO DE JANEIRO ................................................................................................................................................... 15 Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata ............................................. 15 2. BIOMECÂNICA LARÍNGEA EM IDOSOS ROBUSTOS E SUA RELAÇÃO COM A DEGLUTIÇÃO ................. 15 Brito, Patrícia Araújo; ; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio ...................................................................................... 15 3. ANÁLISE DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS HOSPITALIZADOS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL 16 Ferreira,Jm; Pereira-Carvalho,Nav; Chaves,Ts; Vicente,Lcc................................................................................... 16 4. CUIDADOS PALIATIVOS: PERFIL CLÍNICO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS INTERNADOS ......................................................................................................................................................... 16 Scopel-Recla,R; Firmo,A; Chaves,Ts; Vicente,Lcc .................................................................................................. 16 5. IMPLICAÇÕES DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NA DEGLUTIÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA ....... 17 Corrêa, Camila de Castro; Costa, Danila Rodrigues; Berretin-Felix, Giédre............................................................ 17 6. IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO PARA RASTREAMENTO EM DISFAGIA, EM HOSPITAL TERCIÁRIO .................................................................................................................................... 17 Ribeiro,E; Costa, Adrielle ......................................................................................................................................... 17 7. O PAPEL DA FONOAUDIOLOGIA NA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS ................................................ 18 Guimarães, Valeriana de Castro; Amaral, Inez Janaina de Lima; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne Nascimento................................................................................................................................................................18 8. REFLEXÃO SOBRE O (NÃO) USO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM PACIENTES DE CUIDADOS PALIATIVOS ....................................................................................................................................... 18 Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli; Kudo, Aide Mitie Bianchi, Maiara; Pizzo, Vladimir......................................................................................................................................................................18 9. ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGICA EM UMA ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS ............................. 19 Silva-Afonso,Janaina B.; Souza, Taísa C.; Souza, Jaqueline F.; Domingues, Carla A.S.; Pelicani, Ariane D. ........ 19 10. VIDEODEGLUTOESOFAGOGRAMA DE IDOSA SARCOPÊNICA COM DIVERTÍCULO DE ZENKER ......... 19 Pereira, Melissa; Soares, Luciane; Tavares, André; Almada, Clineu ....................................................................... 19 11. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DO INTERIOR DE SERGIPE ......................................................................................................................................... 20 Araújo, M.S.F.; Seixas, V.M.; Santos, D.C.; Ribeiro, G.C.A; Domenis, D.R. ........................................................... 20 12. RELATO DE CASO: ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NO PROCESSO DE INTRODUÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ENTERAL EM PACIENTE SENIL................................................................................................ 21 Lovato, Maria Eduarda Rissato; Lima, Célia Mara Garcia; Takaara, Cecília K Ratazima; Marin, Maria Alice Sonehara; Chayamiti, Emília M P Campos................................................................................................................21 13. SPEECH THERAPY IN POST-INTUBATION PATIENTS WITH OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL ................................................................................................................... 21 Turra,Gs; Almeida,St; Martinez,Cc; Bridi,M; Schwartz,Ivd; Barreto,Ssm; ................................................................ 21


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14. QUEIXA DE DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELITO TIPOS I E II .................................... 22 Ricci, Gabriela Lima; Nascimento, Weslania Viviane; Dantas, Roberto Oliveira ...................................................... 22 15.GLOSSECTOMIA

TOTAL

E

QUALIDADE

DE

VIDA:

NECESSIDADE

DE

INTEGRAÇÃO

MULTIPROFISSIONAL ............................................................................................................................................ 22 Giroldo, Gasn; Bernardes, Apl; Oliveira, Mfb; Simões, Mr; Giroldo, Jjr .................................................................... 22 16. EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO DO FLUXO AÉREO NASAL NA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM ATAXIA-TELANGIECTASIA.................................................................................................................................... 23 Nishinaka, Maria Lúcia T; Guedes, Zelita CF; Costa-Carvalho, Beatriz T ................................................................ 23 17. INFLUÊNCIA DA ESTATURA NA DEGLUTIÇÃO DE HOMENS E MULHERES SAUDÁVEIS ........................ 23 Regueiro, Márcia RKB, Dantas Roberto ................................................................................................................... 23 18. SEMANA DE ATENÇÃO À DISFAGIA – UMA AÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS QUESTIONÁRIO EAT – 10 ...................................................................................................................................... 24 Torres,Lp; Prado,Accb; Antonioli,Cs; Sardinha, Mcl ................................................................................................. 24 19. CORRELAÇÕES ENTRE ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE DOS MÚSCULOS SUPRAHIÓIDEOS E FORÇA DE PRESSÃO DE LÍNGUA ........................................................................................................................ 24 Folha, Gislaine Aparecida; Mapelli, Andrea; de Felício, Claudia Maria .................................................................... 24 20. ATIVAÇÃO CORTICAL DA DEGLUTIÇÃO EM SUJEITOS SAUDÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM PARADIGMA EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL ............................................................................. 25 Guedes, Rlv; Pastorello, Bf; Nucci, Mp; Geraldini, Bm; Kowalski, Lp; Amaro Jr, E; Carrara-De Angelis, E ............. 25 21. EFEITO DE EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA NA ATIVAÇÃO DA MUSCULATURA SUPRAHIÓIDEA..........26 Vilas Bôas, Thami Q.; Geraldini, Bruna M.; Barcelos, Camila Barbosa; Siqueira, Luciana D.; Claudino-Lopes, Simone A. C.; Netto, Irene de Pedro; Carrara-de-Angelis, Elisabete ....................................................................... 25 22. IMPACTO DA DISFAGIA NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM MIOPATIA ................................ 26 Domenis, Danielle R; Nascimento, Weslania V; Sobreira, Claudia F; Dantas, Roberto O ....................................... 26 23. CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO DE RISCO DE ASPIRAÇÃO EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO......................................................................................................................................................... 26 Spineli, T; Netto, IP; Montoni, NPC; Milanello, PM; Vilas Bôas, TQ; Carrara-de Angelis, E. ................................... 26 24. DESENVOLVIMENTO DE BIOMEMBRANAS DE LÁTEX CARREADOR DE ESCOLPLAMINA PARA CONTROLE DE SALIVA NA CAVIDADE ORAL .................................................................................................... 27 Norberto, Ana Maria Queirós; Barros, Natan Roberto; Miranda, Matheus Carlos Romeiro; Moriguti, Júlio César; Octvaio Marques, Pontes-Neto Herculano, Rondinelli Donizetti................................................................................27 25. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM NEONATOS ................................................................................................... 27 Melo, Luana F; Maschi, Enzo G.; Nascimento, Ana Carolina C.; Flabiano-Almeida, Fabíola C.; Bühler,

Karina

E.B............................................................................................................................................................................ 27 26. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UTI NEONATAL: RELATO DE UM CASO COM SÍNDROME DE PATAU.......................................................................................................................................................................28 Keitel, Patrícia; De Almeida, Sheila Tamanini; Marchand, Daniel Lucas Picanço; Da Silva, Kariny Zencke; Zen, Paulo Ricardo Gazzola ............................................................................................................................................. 28 27. AVALIAÇÃO DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DURANTE A PRIMEIRA OFERTA DE SEIO MATERNO EM UMA UTI NEONATAL .................................................................................................................... 28 Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini........................................................................................................... 28


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28.ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UM RECÉM NASCIDO COM FISSURA LABIAL: RELATO

DE

CASO.........................................................................................................................................................................29 Otto, Danielle Martins; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini .................................................................... 29 29.

ACOMPANHAMENTO

FONOAUDIOLÓGICO

A

PACIENTES

SUBMETIDOS

À

HIPOTERMIA

TERAPÊUTICA ....................................................................................................................................................... 29 Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita .................................................. 29 30. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES SUBMETIDOS À HIPOTERMIA TERAPÊUTICA: RELATO DE CASO ...................................................................................................................................................................... 30 Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita .................................................. 30 31. REINTERNAÇÕES DE PACIENTES QUE FAZEM ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO NO AMBULATÓRIO DE SEGMENTO DO PREMATURO ............................................................................................ 30 Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Haack, Brenda; Procianoy, Renato; Silveira, Rita ......................... 30 32.

CERVICAL

ACOUSTIC

SIGNAL

OF

SILENT

TRACHEAL

ASPIRATION

IN

CHILDREN

WITH

OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A PILOT STUDY ............................................................................................ 31 Almeida,St; Ferlin,El; Callegari-Jacques,Sm; Fornari,F; Goldani,Has ..................................................................... 31 33. ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA GASTROINTESTINAL COM DISFAGIA E BAIXO PESO PARA ESTATURA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS GRAVES ................................................................................................................... 31 Barth, Fabiola Luciane; Barbosa, Lisiane De Rosa ................................................................................................. 31 34. ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: PERCEPÇÃO DA FAMÍLIA E DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE .............................................................................................................................................................. 32 Klossowski, Diulia Gomes; Godoi, Vanessa Cristina; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda; Pankiw, Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal........................................................................................32 35. A AMAMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: SABERES E PRÁTICAS DO PROCESSO ............................................................................................................................................................ 32 Godoi, Vanessa Cristina; Klossowski, Diulia Gomes; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda; Pankiw, Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal........................................................................................32 36. DISFAGIA EM PACIENTES INTERNADOS EM UTI PEDIÁTRICA POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS.........33 Giorgetti, Marilia de Paula; Flabiano-Almeida, Fabíola Custódio; Bühler, Karina Elena Bernardis .......................... 33 37. ACHADOS FONOAUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS COM GASTROSQUISE .............................................. 33 Bonfim, Danielle; Befi-Lopes, Debora; Glebocki, Aline ............................................................................................ 33 38. INTRODUÇÃO DE DIETA VIA ORAL EM RECÉM-NASCIDO COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA: RELATO DE CASO ................................................................................................................................................................ 34 Bonfim, Danielle; Ponciano, Bianca; Glebocki, Aline; Befi-Lopes, Debora .............................................................. 34 39. MATERIAL MULTIMÍDIA SOBRE CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO EM BEBÊS COM SEQUÊNCIA DE ROBIN ..................................................................................................................................................................... 34 Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Prado-Oliveira, Rosana ........................................ 34 40. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO – RELATO DE UM CASO .......................................................................................................................................... 35 Pereira, Michelle Miranda; Glebocki, Aline Cristina Gabriel; Befi-Lopes, Débora Maria .......................................... 35 41. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO – RELATO DE UM CASO .......................................................................................................................................... 36


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Gasparin, Marisa; Schweiger, Cláudia; Manica, Denise; Maciel, Antônio Carlos; Kuhl, Gabriel; Levy, DeborahSalle; Marostica, Paulo José Cauduro.................................................................................................................................36 42.

TRANSFORMACION

DE

CONSISTENCIA

LÍQUIDA

PARA

FAVORECER

LA

BIOMECÁNICA

DEGLUTORIA/ REDUCIR RIESGOS ASPIRATIVOS EN NIÑOS LESION CEREBRAL ........................................ 36 Vargas, Miguel; Rodríguez, Yohandris ..................................................................................................................... 36 43. A IMPORTÂNCIA DA FONOAUDIOLOGIA COM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS ............................. 37 Rocha, Luciana; Rock, Luciana ................................................................................................................................ 37 44. O USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA DISFAGIA ........................................................................... 37 Goldoni, NI; Netto, Irene de Pedro; Carrara de-Angelis, Elisabete ........................................................................... 37 45. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS QUANTITATIVOS ..................................... 38 Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira .................................................................................................................. 38 46. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS DESCRITIVOS .......................................... 38 Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira .................................................................................................................. 38 47. PERFIL FONOAUDIOLÓGICO DOS PACIENTES ENCAMINHADOS PARA A FONOAUDIOLOGIA EM UM HOSPITAL DE PORTO ALEGRE ............................................................................................................................ 39 Burkhard, Laura; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini ............................................................................... 39 48. INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: RELATO DE CASO .......... 39 Costa, Danila Rodrigues; Mituuti, Cláudia Tiemi; Golçalves, Jeanne Kelly; Battisti, Maíra de Paula Leite; Favoretto, Natália

Caroline;

Rubira,

Cássia

Maria

Fischer;

Santos,

Paulo

Sérgio

da

Silva;

Berretin-Felix,

Giédre.......................................................................................................................................................................39 49.

DISFAGIA

OROFARÍNGEA

EM

PACIENTES

SUBMETIDOS

À

INTUBAÇÃO

OROTRAQUEAL

PROLONGADA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ................................................................................... 40 Chagas de Medeiros, Gisele; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina .............................. 40 50. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM SEPSE DE FOCO PULMONAR ...................................... 40 Chagas de Medeiros, Gisele; Moreira, Renata; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina .. 40 51. ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: O IMPACTO NA DEGLUTIÇÃO ....................................................................... 41 Santos, Luciana Avila dos; Carrara de Angelis, Elisabete; Montoni, Neyller Patriota Cavalcante ............................ 41 52. DISFAGIA OROFARINGEA MECÂNICA DECORRENTE DE GLOSSECTOMIA PARCIAL: UM ENFOQUE NA SAÚDE PÚBLICA .............................................................................................................................................. 41 Santiago, Elissandréa; Britto, Glenda ....................................................................................................................... 41 53. IMPACTO DA XEROSTOMIA NA DEGLUTIÇÃO ............................................................................................. 42 Bianchi, Maiara Cavichioli; Gonçalvez, Aline Nogueira; Carrara – De Angelis, Elisabete ........................................ 42 54. ACHADOS CLÍNICOS DA DEGLUTIÇÃO OROFARÍNGEA NA SÍNDROME DE HANHART: RELATO DE CASO ....................................................................................................................................................................... 42 Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Souza, Olívia Mesquita Vieira; Aferri, Homero Carneiro; Dutka, Jeniffer de Cássia Rillo; Totta, Tatiane...........................................................................................42 55. ÍNDICE DE DESVANTAGEM DA DEGLUTIÇÃO: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO “DYSPHAGIA HANDICAP INDEX” ................................................................................................................................................. 43 Souza, Dhb; Guedes, Rlv; Francisco, Al; Martinez, Lgp; Villas-Bôas, Tq; Cordeiro, Jt; Vartanian, Jg; Carrara-De Angelis, E ..................................................................................................................................................................43


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56. PROTOCOLO DE DEGLUTIÇÃO DE YALE: TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL .................................................................................................................... 43 Vieira, Eg; Guedes, Rlv; Geraldini, Bm; Netto, Ip; Almeida, Rc; Carrara-De Angelis, E .......................................... 43 57. SINTOMAS DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM PACIENTES PRÉ-TIREOIDECTOMIA ............................ 44 Oliveira, Danyellë Sardinha; Barcelos, Camila Barbosa; Netto, Irene de Pedro; Siqueira, Luciana Dall’Agnol; Gonçalves, Aline Nogueira; Carrara-de Angelis, Elisabete.......................................................................................44 58. QUALIDADE DE VIDA NOS PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO .................................. 44 Claudino-Lopes, SA; Andrade, MS; Montoni, NPC; Gonçalves, AN; Caruso, P; Carrara-de Angelis, E. ................. 44 59. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÒGICA EM POS OPERATÓRIO DE TORACOTOMIA: RELATO DE CASO ........ 45 Moraes, Alba Maria Soares; Mota, Vanise Barros Rodrigues, Brito, Nildany Reis .................................................. 45 60. CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO NA REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA EM INDIVÍDUOS DEMENCIADOS EM UTI ................................................................................. 45 Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana ............................................................................. 45 61. VÁLVULA DE FALA – AUXÍLIO TERAPÊUTICO NA REABILITAÇÃO DE DEGLUTIÇÃO ............................ 46 Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana ............................................................................. 46 62. CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA DISFAGIA OROFARÍNGEA E NÍVEL DE INGESTÃO ORAL ................................................................................................................................. 46 Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Carvalho, Beatriz; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata ............... 46 63. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS AVE CEREBELAR ISQUÊMICO:ESTUDO DE CASO........................................................................................................................................................................47 Souza, Nayara de Oliveira; Mituuti,Cláudia Tiemi; Berretin-Felix,Giédre ................................................................. 47 64. AVALIAÇÃO VIDEOFLUOROSCÓPICA DA DEGLUTIÇÃO NA ANOREXIA NERVOSA ............................... 47 Carla M. Santos; Rachel A. Cassiani; Roberto O. Dantas ....................................................................................... 47 65. ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO A PACIENTES COM DISTÚRBIO DE DEGLUITIÇÃO DE ORIGEM NEUROLÓGICA ................................................................................................. 48 R. Montaldi, Marina; M. Takayanagui, Osvaldo; C. M. I. Okubo, Paula ................................................................... 48 66. GRAU DE COMPROMETIMENTO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA APÓS AVE COM LESÃO DE HEMISFÉRIO DIREITO. .......................................................................................................................................... 48 Souza,A.B; Tavares,A.M.S ...................................................................................................................................... 48 67. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PSICOGÊNICA: RELATO DE CASO ................................ 49 Ramos de Luccas, Gabriele; Benedicto Machado, Isabela; Berretin-Felix, Giédre .................................................. 49 68. ACHADOS DA NASOFIBROSCOPIA DA DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON ........................................................................................................................................................... 49 Spazzapan, Evelyn Alves; Cola, Paula Cristina; Alves, Thaís Coelho; Silva, Roberta Gonçalves da; Onofri, Suely Mayumi Motonaga.....................................................................................................................................................49 69. DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL PROLONGADA EM UM CASO DE POLINEUROPATIA DO PACIENTE CRÍTICO ........................................................................................................ 50 Wagner, Julianne; Salvatori, Daniela; Burkhard, Laura Fabiana; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini......50 70. DEGLUTIÇÃO E REFLEXO DE TOSSE NA DOENÇA DE PARKINSON ........................................................ 51 Gasparim, Az; Santos, Rs; Marques, Jm; Marcelino, Pco; Júnior, Fh ..................................................................... 51


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71. ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE DESMAME DE TRAQUEOSTOMIA EM AMBIENTE HOSPITALAR .......................................................................................................................................................... 51 Faggioni,Mr; Bizinoto, Sn; Naques, Js; Barbosa,P ................................................................................................... 51 72. CLASSIFICAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA NUEROGÊNICA PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO ........................................................................................................................................ 51 Silva, Daniele; Lemos, Érika; Gomes, Nivea; Bizinoto, Samanta ............................................................................. 51 73.

ASSOCIAÇÃO ENTRE

COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO E SEVERIDADE DA DISFAGIA

OROFARÍNGEA EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ..................................................... 52 Otto, Dm; Ribeiro, Mc; Barea, Lm; Mancopes,R; Almeida, St .................................................................................. 52 74. ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS NA REABILITAÇÃO DA DISFAGIA NEUROGÊNICA: REVISÃO SISTEMÁTICA ......................................................................................................................................................... 52 Almeida, St; Martinez, Cc; Gurgel, Lg ...................................................................................................................... 52 75. ESTUDO DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: RELATO DE CASOS ................ 53 Viera, Agda Ribeiro Harrisson; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio .......................................................................... 53 76. CRITÉRIOS FONOAUDIOLÓGICOS PARA INDICAÇÃO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ...................................................................................................................... 53 BARROQUEIRO, Priscila Carneiro; MORAES, Alba Maria Soares; LOPES, Monique Kelly Duarte........................ 53 77. APLICAÇÂO DA GUGGING SWALLOWING SCREEN (GUSS) EM PACIENTES BRASILEIROS PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO ............................................................................................................................................... 54 Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Ribeiro, Amanda; Costa, Luiza; Vale, Simone; Bougo, Graziela; Melo, Amanda; Teixeira, Antônio.....................................................................................54 78. RELAÇÃO ENTRE LIBERAÇÃO DE DIETA VIA ORAL E NÍVEL DE COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO ............................................................................................................................. 54 Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira, Fidel; Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio.................................................................................54 79. RELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO COM CAPACIDADE FUNCIONAL GLOBAL DO PACIENTE PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO .................................................................................... 55 Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira, Fidel; Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio.................................................................................55 80. DISFAGIA EM SUJEITOS COM DIAGNÓSTICO DE NEUROACANTOCITOSE ............................................. 55 Attoni, T; Moraes, En; Britto, At; Cardoso, F ............................................................................................................ 55 81. DISFAGIA APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO: FATORES DE PROGNÓSTICO ........ 56 Pereira-Carvalho,Nav; Vicente,Lcc; Schettino,Mstb; Friche,Aal ............................................................................... 56 82.

ANÁLISE

DA

CONCORDÂNCIA

DA

FUNCTIONAL

ORAL

INTAKE

SCALE

(FOIS)

ENTRE

ACADÊMICOS ......................................................................................................................................................... 57 Oliveira,Acm; Pereira-Carvalho,Nav; Friche,Aal; Vicente,Lcc .................................................................................. 57 83. ANÁLISE QUANTITATIVA DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE MÚLTIPLA ................................................. 57 Bacelete,Vsb; Vicente,Lcc; Santos,Mar .................................................................................................................... 57 84. A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGIA JUNTO AOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS – ENFOQUE NA DISFAGIA OROFARÍNGEA ..................................................................................... 58 Souza, Juliana; Santos, Diana.................................................................................................................................. 58


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85. PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E CUIDADO À DISFAGIA EM HOSPITAL TERCIÁRIO .. 58 Ribeiro, Elizabeth ..................................................................................................................................................... 58 86. GESTÃO EM FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR COM VISÃO SISTÊMICA DOS PROCESSOS ASSISTENCIAIS ..................................................................................................................................................... 59 Ribeiro, Elizabeth; Menezes, Mário ......................................................................................................................... 59 87. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO NOS PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA – ESTUDO PILOTO .... 60 Amaral, Inez Janaina de Lima; Guimarães, Valeriana de Castro; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne Nascimento ...............................................................................................................................................................60 88. PERFIL FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ..... 60 Valente, Isabela; Zenaro, Mariana; Cortiñas, Paula; Nakanishi, Juliana; Pesce, Milena ......................................... 60 89. EFICÁCIA E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DEGLUTIÇÃO .................................................. 61 Santos, Luciana Avila Dos; Dantas, Roberto Oliveira .............................................................................................. 61 90. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELO SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA EM UM HOSPITAL GERAL ........................................................................................................................................... 61 Marini-De Carli, Caroline; Catusso, Lisiane; Peruchena, Giseli da Silva Moura; Vargas, Emerson Luis ................. 61 91. FONOTERAPIA PRECOCE ASSOCIADA À ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NA DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM AVCI PONTINEO .................................................................................... 62 Torres,Lp; Fonsechi,Tb; Antonioli,Cs; Batista,Gf; Campos-Herrera,Cr .................................................................... 62 92. PRESENÇA DE DISFAGIA NA SÍNDROME DE POMPE – RELATO DE UM CASO ...................................... 62 Silva-Afonso, Janaina B.; Picinato-Pirola, Melissa N. C........................................................................................... 62 93.

EFICÁCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR

NO TRATAMENTO DA DISFAGIA

OROFARÍNGEA EM IDOSOS ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .............................. 63 Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre .......................................................................................................... 63 94. PERFIL DOS PACIENTES QUE REALIZAM O DESMAME DA VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR ...................................................................................................................................... 63 Sodré, Carolina; Suckow, Darinka; Franco, Laís; Grillo, Quéssia ............................................................................ 63 95. EFEITOS DA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA CONVENCIONAL EM PACIENTES COM DISFAGIA OROFARÍNGEA NEUROGÊNICA: RELATO DE CASOS ...................................................................................... 64 Silva-Arone, Marcela Maria Alves; Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre.................................................... 64 96.PERFIL DOS PACIENTES COM DISFAGIA ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REABILITAÇÃO TERCIÁRIO ............................................................................................................................................................. 64 Borges, L.A.S; Guedes-Granzotti, R.B.; Fukuda, M.T.H.; Domenis, D.R. ................................................................ 64 97. GRAVIDADE DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR É ASSOCIADA A PREJUÍZO NUTRICIONAL EM TRÊS MESES APÓS O ICTUS ............................................................................ 65 Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues; Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles; Mazin, Suleimy Cristina; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques ................................................65 98. SINTOMAS DE DISFAGIA APÓS TRÊS MESES DO ICTUS SÃO ASSOCIADOS A GRAVIDADE DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR ............................................................................ 66


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Pacheco, Aline Cristina; Santos, Rafaela Silveira; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues; Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques.........................................................................................66 99. ALTERAÇÃO COGNITIVA RELACIONADA A PREJUÍZO NUTRICIONAL E SINTOMAS DE DISFAGIA EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ....................................................................................... 66 Norberto, Ana Maria Queiros; Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Montaldi, Marina Rodrigues; Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques.........................................................................................66


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APRESENTAÇÃO

Bem-vindos a Ribeirão Preto,

Organizamos o Congresso Brasileiro de Disfagia com o objetivo de reunir em nossa cidade pessoas de várias áreas interessadas no melhor conhecimento das causas, manifestações, complicações, métodos diagnósticos e tratamento de pacientes com disfagia. Disfagia é um sintoma de crescente importância, gerando comprometimento significativo da qualidade de vida, associada a quadros de desnutrição, desidratação, mortalidade, e aumento dos custos. Profissionais preparados irão melhorar os aspectos relacionados a estes itens. Teremos a presença da Dra. Rosemary Martino, da Universidade de Toronto, profissional que muito contribui em aspectos relacionados ao tema, ex-presidente da Dysphagia Research Society e líder internacional em Deglutição e Disfagia. Esperamos que o Congresso tenha importância na vida futura de todos aqueles relacionados ao tema, entre aqueles que desenvolvem novos conhecimentos, profissionais que irão diagnosticar e tratar e, principalmente, importante para os pacientes, que serão os maiores beneficiados. A participação de vocês demonstra o interesse e comprometimento com a vida daqueles que tem disfagia.

Aline Cristina Pacheco Weslania Viviane do Nascimento Roberto Oliveira Dantas

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Prof. Dr. Roberto Oliveira Dantas Prof. Dr. João Pereira Leite Prof. Dr. Octávio Marques Pontes-Neto Profa. Dra. Roberta Gonçalves da Silva Profa. Dra. Paula Cristina Cola Profa. Dra. Suely Mayumi Motonaga Onofri Fga. Doutoranda Aline Cristina Pacheco Fga. Doutoranda Weslania Viviane Nascimento

COMISSÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. Hilton Marcos Alves Ricz Profa. Dra. Lilian Neto Aguiar Ricz Profa. Dra. Claudia Maria de Felício Profa. Dra. Ana Maria Furkim Dra. Elisabete Carrara de Angelis Profa. Dra. Danielle Ramos Domenis Dra. Paula Issa Okubo

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APOIO E PATROCÍNIO

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TRABALHOS

1.

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM DISFAGIA OROFARÍNGEA EM HOSPITAL PRIVADO DO RIO DE JANEIRO Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata Hospital Evangélico do Rio de Janeiro - Universidade Federal de Santa Maria

Introdução: A disfagia orofaríngea é um distúrbio da deglutição que pode trazer prejuízo aos aspectos nutricional, de hidratação e estado pulmonar de indivíduos internados em ambiente hospitalar, prolongando o tempo e aumentando os custos de internação. Objetivo: Descrever e analisar o perfil epidemiológico de pacientes avaliados e diagnosticados com disfagia orofaríngea em unidade hospitalar. Metodologia: estudo retrospectivo e descritivo realizado em Hospital privado do Rio de Janeiro, a partir da análise dos prontuários de 327 pacientes avaliados e elegíveis para terapia fonoaudiológica em unidade hospitalar, mediante solicitação de parecer médico no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014. Os pacientes foram divididos segundo a idade (idoso e não idoso), doença de base (AVC prévio, demência, outras doenças neurológicas, DPOC, idosos sem doenças previas e adultos sem doenças previas) e caracterização da disfagia (mecânica, neurogênica e mista). O teste do qui quadrado foi utilizado para avaliar a associação entre idade e patologias de base e entre idade e caracterização da disfagia. Em cada teste de hipótese foi fixado o nível de significância de 0,05. Os dados foram digitados e analisados no programa SPSS versão 14.0, 2006. Resultados: quanto ao gênero, 68,5% foram do sexo feminino e 31,5% do sexo masculino. A média de idade foi de 75,2 anos ±16,84 (82% idade ≥ 65 anos). As doenças de base mais frequentes foram a demência (35,8%), seguida pelo AVC (19,3%). Quanto a caracterização da disfagia, 57,5% apresentavam disfagia de origem neurogênica, 34,5% mista e somente 8% de origem mecânica. Houve associação estatisticamente significante entre as variáveis idade ≥ 65 anos e os tipos de disfagia neurogênica (p=0,03) e mecânica (p = 0,01), assim como entre idade e demência (p=0,00) e outras doenças neurológicas (p=0,001). Conclusão: a disfagia se mostra frequente em pacientes idosos internados em ambiente hospitalar, estando esta, associada a presença de desordens neurológicas. Descritores: Disfagia, unidade hospitlar, caracterização disfagia, desordens neurológicas

2.

BIOMECÂNICA LARÍNGEA EM IDOSOS ROBUSTOS E SUA RELAÇÃO COM A DEGLUTIÇÃO Brito, Patrícia Araújo; ; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio Departamento de Fonoaudiologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Introdução: O envelhecimento é um processo normal, individual e gradativo, que caracteriza uma etapa da vida, em que ocorrem modificações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas em consequência da ação do tempo. A deglutição no idoso sofre algumas modificações, dentre as quais, está á biomecânica laríngea. Objetivo: Avaliar a elevação laríngea durante a deglutição em idosos robustos e sua associação com a queixa de problema de deglutição. Método: Estudo seccional, descritivo e de associação. A amostra foi composta por 133 idosos, de ambos os sexos entre 60 e 96 anos de idade (média de 72,28% ± 8,2). Foram excluídos os idosos que apresentavam alteração neurológica, cognitiva, histórico de câncer ou malformação de cabeça e pescoço, os submetidos à radioterapia; O levantamento dos dados foi realizado no período de fevereiro a setembro de 2014, com os pacientes atendidos na clinica escola de fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A amostra foi de conveniência proveniente da pesquisa intitulado: “Validação no Brasil de um protocolo de triagem internacional para risco de disfagia orofaríngea”. A avaliação foi realizada utilizando-se a técnica dos quatro dedos. Para analise dos dados utilizou-se a descrição de frequências absolutas e relativas em relação a sexo, idade e o desfecho da avaliação da elevação laríngea. Para a análise bivariada, foi considerada a associação dos resultados entre a elevação da biomecânica laríngea e as demais variáveis, por meio do teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher, a depender dos valores encontrados nas frequências esperadas, em que este último teste só é utilizado quando estas tiverem seus valores menores que cinco, considerando o nível de significância em 5%. desfecho da avaliação da elevação laríngea. Resultados: foram avaliados 101 voluntários do sexo feminino (75,9%) e 32 do sexo masculino (24,1%). Dos indivíduos avaliados, 42 (31,6%) apresentaram queixa de deglutição, 9 (6,8%) tiveram presença de disfagia, 4 (3,0%) tiveram elevação laríngea reduzida. Durante a avaliação funcional da deglutição, 129 (96,2%) apresentaram maior dificuldade no selamento labial, 61 (45,9%) com presença de resíduo em cavidade oral, 7 (5,3%) com tosse e pigarro após a deglutição, 1 (0,8 %) apresentou atraso na deglutição faríngea, 4 (3,0%) ficaram com voz molhada após a deglutição e 22 (16,5%) apresentaram múltiplas deglutições por bolo. Houve associação entre redução na elevação laríngea e disfagia (p< 0,001). Conclusão: na amostra estudada, houve maior frequência de queixa de deglutição, sem associação com presença de disfagia. Verificou-se que a biomecânica laríngea encontrouse preservada no idoso robusto. Porém há associação entre presença de disfagia e redução na elevação laríngea. Descritores: deglutição, biomecânica laríngea, idoso robusto, envelhecimento.

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3.

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ANÁLISE DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS HOSPITALIZADOS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Ferreira,Jm; Pereira-Carvalho,Nav; Chaves,Ts; Vicente,Lcc Universidade Federal de Minas Gerais; Hospital Risoleta Tolentino Neves

Introdução: No Brasil, as doenças cerebrovasculares estão entre as principais causas de morte e ocorrem mais frequentemente em indivíduos a partir dos 60 anos de idade, considerados idosos no país. Dentre as diversas complicações decorrentes do Acidente Vascular Encefálico (AVE), a disfagia é um sintoma recorrente, com incidência variando entre 18% e 81% na fase aguda e prevalência de 42% a 68%. Mesmo no processo de senescência, os idosos são mais vulneráveis à ocorrência de modificações fisiológicas no mecanismo da deglutição, denominadas presbifagia. Desta forma é de extrema relevância a análise a dinâmica da deglutição no idoso após AVE, uma vez que há dois fatores que os tornam mais propensos à disfagia. Objetivo: Analisar os perfis sociodemográfico e clínico dos idosos após acidente vascular cerebral; identificar a prevalência da disfagia; analisar as alterações do sistema sensório motor oral e da deglutição; verificar a associação entre o tipo de lesão cerebral e as características sociodemográficas e clínicas, averiguar a ocorrência de pneumonia aspirativa e de óbito; e investigar a efetividade da fonoterapia para disfagia durante a hospitalização. Materiais e métodos: Tratou-se de um estudo longitudinal e exploratório, com amostra de conveniência de pacientes a partir de 60 anos de idade, admitidos em hospitais universitários e atendidos pelo Serviço de Fonoaudiologia segundo a linha de cuidados da Unidade de Acidente Vascular Cerebral (UAVC), no período de outubro de 2013 a abril de 2014. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ensino vinculada aos hospitais sob o número do parecer 368.453. Foi realizada avaliação clínica da deglutição em 61 idosos hospitalizados em fase aguda de acidente vascular cerebral. Os pacientes disfágicos foram submetidos à fonoterapia e reavaliados na alta. Resultados: A média de idade dos idosos foi de 72,6 anos e a amostra homogênea em relação ao sexo. O acidente vascular cerebral isquêmico (90,2%) e do lado esquerdo (49,2%), infartos lacunares (41,0%) predominaram. A prevalência de disfagia foi de 40%, o edentulismo em 65,9% e a paralisia facial ocorreu em 57,6%. Não houve associação estatisticamente significante entre a escala funcional de ingesta por via oral e as características sociodemográficas, do sistema sensório motor oral, o tipo e o topodiagnóstico do acidente vascular cerebral. Não houve óbito e dois pacientes apresentaram pneumonia. Após a fonoterapia, 54,2% dos disfágicos evoluíram segundo os níveis da escala funcional de ingesta por via oral na alta, sendo que 79,2% estavam com via oral de alimentação exclusiva. Conclusões: A presença de disfagia em idosos hospitalizados após acidente vascular cerebral foi alta e a fonoterapia para disfagia foi efetiva para a evolução da ingesta por via oral dos idosos. Descritores: Transtornos de Deglutição, Acidente Vascular Cerebral, Idoso, Fonoterapia

4.

CUIDADOS PALIATIVOS: PERFIL CLÍNICO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS INTERNADOS Scopel-Recla,R; Firmo,A; Chaves,Ts; Vicente,Lcc Hospital Risoleta Tolentino Neves; Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A medicina paliativa vem assumindo importância cada vez maior em todo o mundo, incorporando o conceito de cuidar e não somente de curar. Ainda é discreta a presença do fonoaudiólogo na equipe de cuidados paliativos, porém seu papel é importantíssimo para que os objetivos de uma equipe humanizada, na qual promova o bem estar físico, mental e social do paciente, sejam plenamente alcançados. Conhecer o perfil dos pacientes em cuidados paliativos, bem como suas demandas e necessidades é essencial para organizar esses planos e propiciar a eles processo de morte digno. Objetivos:Traçar o perfil clínico e fonoaudiológico dos pacientes idosos sob os cuidados da Equipe dos Cuidados Paliativos e verificar o tipo e a efetividade da intervenção fonoaudiológica realizada. Materiais e métodos: Estudo exploratório quase experimental de caráter retrospectivo.Foram incluídos pacientes com idade superior há 59 anos eacompanhados pela equipe de Cuidados Paliativosde um Hospital Público de Belo Horizonte.Os dados foram coletados por meio da análise dos registros de prontuários eletrônicos, no período de um ano. Coletou-se informações referentes ao sexo,idade, doença de base (divididas nos grupos: idoso frágil, neoplasias, demência, doenças neurológicas e outras),presença de traqueostomia, grau de funcionalidade -Palliative Performance Scale, via de alimentação, dados referentes à fonoterapia (tipo de terapia utilizada – direta e/ou indireta) eregistros da escala de ingestão oral pré e pósfonoterapia- Functional Oral IntakeScale(FOIS). Resultados:Dos108 idosos em cuidados paliativos, 50% eram do sexo feminino e 50% masculino, a média de idade foi de 78,2 anos (mínima de 61e máxima de 100 anos), distribuição equilibrada entre as doenças de base, sem predomínio de alguma, 24,1% tinham traqueostomia, 58,3% precisavam de suporte O2 não invasiva, 58,3% estavam com via enteral de alimentação e 60,2% foram acompanhados pela equipe de fonoaudiologia. Dos 65 idosos que fizeram fonoterapia, o tempo médio foi de 16,8 dias, 23% apresentaram melhora no FOIS com a intervenção e 67% não apresentaram mudança, sendo que a maioria era FOIS 1 e casos neurológicos. Os pacientes da categoria Idoso frágil, foram os que apresentaram maior percentual de piora no FOIS (66,7%) e também os que apresentaram melhora (40%). Quanto ao tipo de terapia utilizada, verificou-se que as técnicas de terapia indireta foram pouco utilizadas nos que apresentaram melhora com a fonoterapia. Houve associação entre melhora do FOIS após intervenção com adequação da consistência, volume e

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utensílio e estimulação sensório motora oral (p<0,05). Não houve relação entre o grau de funcionalidade e a mudança do FOIS, mas houve com o tipo de terapia empregado, quanto maior foi o grau de funcionalidade do idoso mais foram utilizadas as técnicas diretas e indiretas. Conclusão: Os idosos internados em cuidados paliativos apresentam uma diversidade de doenças de base e a via enteral de alimentação ainda é opção empregada em muitos casos. A fonoterapia é capaz de melhorar a via de alimentação para alguns, principalmente quando atua-se diretamente com a função. Sendo assim, justifica-se a importância do fonoaudiólogo na equipe de cuidados paliativos. Descritores: fonoaudiologia, idoso, cuidados paliativos, fonoterapia e transtornos de deglutição

5.

IMPLICAÇÕES DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NA DEGLUTIÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA Corrêa, Camila de Castro; Costa, Danila Rodrigues; Berretin-Felix, Giédre Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo.

Introdução: A deglutição tem como função transportar o alimento da boca para o estômago, sendo necessária a coordenação entre a deglutição e a respiração para a proteção das vias aéreas inferiores. Objetivo: investigar evidências científicas de relações entre alterações da função respiratória e disfagia orofaríngea. Materiais e Métodos: revisão de literatura realizada em abril de 2015, consultando as bases de dados Lilacs, Pubmed e Scopus, com o cruzamento “Transtornos da Deglutição” AND “Respiração” e seus respectivos em inglês, “Deglutition Disorders” AND “Respiration”. Foram incluídos estudos clínicos controlados e estudos de coorte que abordassem alterações da respiração em indivíduos com disfagia orofaríngea, com a data máxima de publicação do artigo científico de 10 anos. Foi realizada a leitura do título, resumo e do artigo na íntegra, considerando critério de exclusão apresentar em sua casuística pacientes com diagnóstico de transtornos invasivos do desenvolvimento, síndromes genéticas ou intubação orotraqueal. Resultados: Foram localizados 27 trabalhos na Lilacs, 364 na Medline, e 1 na base Scopus, selecionando-se pelo título 14 artigos. Com a leitura dos 14 trabalhos, 10 foram excluídos por se referirem a indivíduos que, além da dificuldade de deglutição, apresentavam Paralisia Cerebral, Intubação Orotraqueal, Síndrome de Pierre Robin e Síndrome de Apert. Dessa forma, foram considerados 3 artigos da Base Medline e 1 da Base Scopus, possibilitando verificar que a coordenação entre a respiração e deglutição pode diminuir com o aumento da idade, estando associado a um mecanismo natural e compensatório de proteção e não a um comprometimento patológico. Também foi verificado que existe uma maior prevalência de distúrbios noturnos da respiração de natureza obstrutiva em pacientes que tenham sofrido acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico, quadro causal também de distúrbios de deglutição. Estes acontecimentos obstrutivos podem ser explicados pela disfunção muscular como consequência do problema neurológico. Conclusão: Foram evidenciadas associações entre alterações na coordenação entre a respiração e deglutição em idosos e prevalência de distúrbios noturnos coexistindo com disfagia em casos após AVE, sendo importante o desenvolvimento de pesquisas futuras nessa área. Descritores: Respiração, Transtornos de Deglutição, Fonoaudiologia.

6.

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO PARA RASTREAMENTO EM DISFAGIA, EM HOSPITAL TERCIÁRIO Ribeiro,E; Costa, Adrielle NEFEG: Núcleo de estudos e serviços em fonoaudiologia Elizabeth Gonçalves Ltda

INTRODUÇÃO: Disfagia deve ser entendida como um distúrbio de deglutição, com sinais e sintomas específicos, que se caracteriza por alterações em qualquer etapa e/ou entre as etapas da dinâmica da deglutição, podendo ser congênita ou adquirida após comprometimento neurológico, mecânico ou psicogênico, podendo trazer prejuízo aos aspectos nutricionais de hidratação, no estado pulmonar, prazer alimentar e social do indivíduo. Tendo como principio este conceito mais amplo do que significa disfagia, suscitou-se a idéia de desenvolver um protocolo de rastreamento para ser aplicado á pacientes idosos internados nas unidades semi-intensiva do hospital Pasteur. Trata-se um hospital geral, localizado na zona norte da cidade do Rio de janeiro caracterizado como de alta complexidade. Muito comum na prática diária em fonoaudiologia hospitalar, os fonoaudiólogos serem chamados para responderem parecer médico para início do programa de reabilitação em disfagia. Pensamos que neste formato a nossa ação fica limitada, uma vez que não participamos do processo inicial para liberação de via oral. Refletindo sobre estas questões, é que desenvolvemos este trabalho com adesão da equipe médica,e por acreditar que a conscientização da equipe sobre este fato será mais bem justificada através de um estudo com esta população. OBJETIVO: Conscientizar a equipe médica sobre a importância de aplicação do protocolo de rastreamento à pacientes idosos alocados em hospital de alta complexidade. MATERIAL E MÉTODO: O protocolo tem início através de busca ativa, realizada pelos estagiários na unidade semi-intensiva, que sinalizam os pacientes idosos com via oral liberada pela equipe médica. Com base nos horários de refeições do hospital, os estagiários treinados comparecem ao quarto para observação do desempenho com fins de sinalizar a fonoaudióloga rotina sobre a necessidade de triagem da deglutição, assim como estabelecer conduta fonoaudiológica. Todos os pacientes são registrados em uma planilha de Excel com as seguintes variáveis: idade, doença de base, consistência de dieta, risco nutricional

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incluído posteriormente na planilha, devido a observação de percentual significativo para dieta pastosa. RESULTADOS: Foram estudados 100 pacientes com idade compreendida entre 69 á 97 anos, 20% apresentavam disfagia orofaríngea leve com necessidade de acompanhamento fonoaudiológico. Outro resultado interessante é de que os pacientes diagnosticados como disfágicos, apresentavam doença de base grave ( ex: sepse pulmonar, DPOC, AVC, PNM, e outros). Com relação às consistências, observado que 56% alimentam-se em branda, 27% em pastosa, 7% em semi-liquida. Desses 100 pacientes estudados 56 apresentam risco nutricional, vale ressaltar que a mudança de consistência ocorreu por critério médico.CONCLUSÃO: Com base nos resultados descritos, concluímos sobre a necessidade de aplicação de protocolo para rastreamento á população de idosos em ambiente hospitalar com visão interdisciplinar. Uma vez que constatamos pacientes com dieta via oral liberada em consistências inadequadas, e com presença de disfagia leve. Acreditamos ser importante a mudança de cultura da equipe de saúde, no que se refere à abrangência de atuação da fonoaudiologia no âmbito hospitalar. Desta forma seria possível atuar de forma primária em fonoaudiologia, contribuindo para segurança e qualidade na assistência.

7.

O PAPEL DA FONOAUDIOLOGIA NA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS Guimarães, Valeriana de Castro; Amaral, Inez Janaina de Lima; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne Nascimento Universidade Federal de Goiás – Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde

Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, Cuidados Paliativos é toda assistência oferecida por uma equipe multidisciplinar frente a uma doença sem cura, podendo ser câncer, HIV, doenças crônico-progressivas entre outras. Essa assistência tem por objetivo aliviar os sintomas, a dor e o sofrimento destes pacientes e seus familiares, promovendo a qualidade de vida e minimizando os efeitos da progressão da doença. O conceito foi inicialmente associado à prática médica, mas à medida que o cuidado tornou-se mais amplo, houve a necessidade do envolvimento do trabalho multi/interdisciplinar, envolvendo enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes espirituais. Assim, a Fonoaudiologia pode contribuir nesse processo de promoção de bem estar físico, psicológico, social e espiritual, considerando as limitações devido a evolução da doença. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar papel e atuação do fonoaudiólogo na equipe de cuidados paliativos. Métodos: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre fonoaudiologia em cuidados paliativos. Foram utilizados os descritores: cuidados paliativos e fonoaudiologia. O levantamento compreendeu o período de 2001 a 2011, com textos em português, e inglês, junto às bases de dados Bireme e Pubmed. Resultados: As pesquisas sobre os cuidados paliativos apresentaram um crescimento significativo a partir de 2000, e a Fonoaudiologia, neste contexto, pode trazer benefícios, avaliando e intervindo na qualidade do processo de deglutição e comunicação. A definição do papel do fonoaudiólogo na equipe de atendimento em cuidados paliativos ainda é recente, e não foi possível compreender quais são suas atribuições e limitações. Maiores pesquisas e estudos se fazem necessários nessa área de atuação. Conclusão: É importante promover o direito aos cuidados médicos apropriados, o apoio pessoal, o direito de ser informado e de recusar diagnósticos e/ou tratamentos que não acrescentem nada diante da morte. No entanto, o conhecimento do fonoaudiólogo acerca da morte e temas correlatos não é bem debatido dentro da realidade acadêmica, e sua atuação na equipe multidisciplinar é pouco corriqueira. Os estudos são escassos, e ainda não estão bem definidas as intervenções que podem ser realizadas. Descritores: Cuidados Paliativos, Fonoaudiologia.

8.

REFLEXÃO SOBRE O (NÃO) USO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM PACIENTES DE CUIDADOS PALIATIVOS Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli; Kudo, Aide Mitie Bianchi, Maiara; Pizzo, Vladimir Monografia de Conclusão do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Cuidados Paliativos do Núcleo de Estudos do Hospital Sírio Libanês

Introdução: A alimentação além da função de nutrição e hidratação, também é de caráter social, religioso e possui um significado muito importante na sociedade. O paciente que não está mais com a função da deglutição íntegra poderá ter muito sofrimento seja pelos engasgos, emagrecimentos, entre outras coisas que a disfagia poderá acarretar, ou até por estar privado de compartilhar da mesma alimentação que seus familiares além, da preocupação com a nutrição e hidratação destes familiares. Neste cenário surge o questionamento, tanto por parte da família quanto dos profissionais envolvidos, da necessidade ou não de indicação de via alternativa de alimentação. Objetivo: Analisar os benefícios e malefícios da indicação de via alternativa de alimentação em pacientes de Cuidados Paliativos. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de revisão de literatura. Foi realizada uma revisão sistemática nas bases Lilacs e Scielo de artigos publicados até janeiro de 2014, utilizando como descritores na língua portuguesa e inglesa: via alternativa de alimentação, deglutição, câncer de cabeça e pescoço, cuidados paliativos. Resultados: A ausência da alimentação causa angustia principalmente nos familiares e equipes, trazendo a sensação de que não está sendo efetuado o cuidado básico. O suporte nutricional e hídrico pode ser ofertado de diversas formas ao paciente em cuidados paliativos, por via oral, em quantidades fracionadas e de acordo com a aceitação do paciente,

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com consistência e posicionamento adequado e supervisão, sonda nasoentérica, gastrostomia e jejunostomia. Todas essas medidas podem oferecer algum alivio para o paciente, porém, acarretam prejuízos também. A sonda nasoentérica poderá ocasionar refluxo, náuseas e vômitos, diarréias, além de eventual contenção do paciente para que este não saque a sonda. A gastrostomia e jejunostomia também poderão ocasionar os sintomas relacionados anteriormente além do risco de fistulas e ulceração. E não há indícios de real melhora do quadro após a colocação do tubo de alimentação, nem mesmo da broncoaspiração. O objetivo do suporte nutricional em Cuidados Paliativos irá variar com a progressão da doença. No estágio inicial o objetivo será garantir que o paciente receba um aporte hídrico/ nutricional para responder bem ao tratamento e manter bom estado nutricional, porém, a medida que o quadro geral muda e o paciente se aproxima mais do fim de sua vida, os objetivos mudam. O alimento continua sendo ofertado, mas, com a preocupação do bem estar e qualidade de vida. Conclusão: Pacientes em terminalidade necessitam de quantidades hídricas e calóricas menores que indivíduos saudáveis e muitas vezes podem não se beneficiar com a indicação de via alternativa de alimentação. Cabe ao fonoaudiólogo discutir com a equipe multiprofissional envolvida no caso e se possível com os familiares e pacientes para oferecer a opção que promova maior segurança e bem estar ao paciente. Descritores: disfagia, cuidados paliatitivos, via alternativa de alimentação

9.

ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGICA EM UMA ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS Silva-Afonso, Janaina B.; Souza, Taísa C.; Souza, Jaqueline F.; Domingues, Carla A.S.; Pelicani, Ariane D. Hospital Estadual Américo Brasiliense-HEAB

Introdução: O envelhecimento é um processo natural caracterizado por mudanças morfológicas e fisiológicas. Mudanças relacionadas ao avanço da idade ocorrem também nos músculos esqueléticos resultando em perda de massa e força muscular, o que prejudica a execução de diversas funções vitais, como a deglutição. A fonoaudiologia atua no processo de envelhecimento, mas timidamente começa a se inserir nas equipes de cuidados paliativos, demonstrando a importância dessa atuação na preservação ou segurança da deglutição, no reestabelecimento da comunicação, contribuindo de forma humanizada e respeitando os limites da doença avançada. Portanto, cuidados paliativos é uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Objetivo: descrever a atuação fonoaudiológica dentro de uma enfermaria de cuidados paliativos. Metodologia: O estudo foi realizado por meio da coleta de dados e análise dos prontuários via sistema HCFMRP-USP de 177 pacientes, sendo 86 do gênero feminino, média de idade de 76 anos e 91 do gênero masculino, média de idade de 72 anos, que foram internados na enfermaria de cuidados paliativos no ano de 2012. Foram extraídos dados referentes ao diagnóstico médico, avaliação fonoaudiológica com ênfase na clínica da deglutição (estrutural e funcional), grau de severidade da disfagia, Escala FOIS, encaminhamentos realizados e condutas. Foram capturadas e analisadas as seguintes variáveis: diagnóstico médico; caracterização quanto ao gênero e idade; avaliação fonoaudiológica; voz; características da qualidade vocal; linguagem oral; fala; motricidade orofacial (MO): aspecto, mobilidade e tonicidade dos órgãos fonoarticulatórios; disfagia: aspectos funcionais da deglutição, tipo e grau de severidade da disfagia, classificação de acordo com a Escala FOIS – Functional Oral Intake Scale, encaminhamentos e condutas. Resultados: Dos 177 pacientes analisados, apenas 58 apresentavam alterações nas cinco áreas fonoaudiológica, voz, motricidade orofacial (MO), linguagem, fala e disfagia. Destes pacientes, todos foram submetidos a tratamento fonoaudiológico durante a internação. 57 pacientes, oito se alimentavam por via oral na primeira avaliação fonoaudiológica e no decorrer da internação evoluíram para dieta por sonda ou sonda mais pastosa sem líquidos (grau 1 ou 3 da escala FOIS); 6 pacientes na primeira avaliação utilizam dieta exclusiva por sonda e no decorrer da internação evoluíram para dieta por VO exclusiva, todos tiveram alta hospitalar. Porém, 43 pacientes mantiveram o grau da disfagia nível 1 ou 3 até alta hospitalar, a fonoaudiologia atuou na tentativa da manutenção da via oral para prazer e melhor forma de comunicação. Conclusão: Os Cuidados Paliativos utilizam uma abordagem humanista e integrada para o tratamento de pacientes sem possibilidade de cura, reduzindo os sintomas e aumentando a qualidade de vida. Para isto é necessário uma equipe multiprofissional apta a compreender todas as necessidades físicas, psicológicas e espirituais presentes nestes casos. As principais intervenções fonoaudiológicas analisadas para esses pacientes são a readaptação para uma alimentação segura ou para prazer e desenvolver estratégias para melhor comunicação do paciente. Descritores: cuidados paliativos; disfagia, fonoaudiologia

10. VIDEODEGLUTOESOFAGOGRAMA DE IDOSA SARCOPÊNICA COM DIVERTÍCULO DE ZENKER Pereira, Melissa; Soares, Luciane; Tavares, André; Almada, Clineu UNIFESP

Introdução: O divertículo de Zenker é considerado um pseudo-divertículo. Pois é formado pela herniaçao da mucosa hipofaríngea através de uma área frágil entre as fibras oblíquas dos músculos faríngeo inferior e cricofaríngeo, em combinações com altas pressões intraluminais. São relativamente comuns, observados em 1% dos esofagogramas, especialmente em idosos (Senaga, 2007). No inicio são assintomáticos, mas conforme aumentam

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de tamanho passam a reter alimentos e saliva, promovendo sintomas clássicos como halitose e regurgitação, principalmente quando se inclina ou deita, podendo aspirar e desenvolver um quadro respiratório associado, como tosse, broncoespasmo e pneumonias de repetição.Objetivo: Descrever o videodeglutoesofagograma de acordo com as alterações em fase oral, faríngea e esofágica. Material e Método: Estudo de Caso associado à revisão de literatura. Resultado: Paciente Idosa Sarcopênica , 89 anos, orientada em tempo e espaço apresentava queixa de engasgos durante alimentação com pior padrão com líquidos e sólidos. Ao exame paciente, na fase oral: apresentou captação e preensão adequada, porém com controle oral prejudicado e ocorrência de discreto escape precoce; Mastigação adaptada e parcialmente eficiente. Na fase faríngea: Movimentação do complexo hiolaringeo discretamente reduzida, porem eficientes. Sem episódios de penetração ou aspiração laringotraqueal, porém após a deglutição forte refluxo com episodio de penetração. Intensos resíduos em recessos piriformes e região faringoesofágica. Fase esofágica: Volumoso divertículo em parede posterior da transição faringoesofágica, acúmulo de grande quantidade de contraste, refluxo à faringe, presença de ondas não propulsoras e anti-peristálticas. Conclusão:Disfagia Orofaríngea leve com risco de aspiração por refluxo gastroesofágico. O idoso deve ser avaliado e observado mediante suas diversas alterações. O exame não reflete o alto risco de aspiração que a paciente esta sujeita por perda de massa músculo esquelética, consequentemente diminuição da motilidade e diminuição dos reflexos protetores de laringe e zona respiratória. Descritores: Videoglutoesofagograma, Idoso, Divertículo de Zenker

11. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DO INTERIOR DE SERGIPE Araújo, M.S.F.; Seixas, V.M.; Santos, D.C.; Ribeiro, G.C.A; Domenis, D.R. Universidade Federal de Sergipe – Campus Lagarto.

Introdução: O envelhecimento da população é um fenômeno mundial. Os distúrbios de deglutição podem estar presentes no idoso, e sua incidência pode ser mais alta em idosos institucionalizados, o que aumentam os riscos de desnutrição, desidratação, infecções pulmonares e morte. Objetivo: Caracterizar a dinâmica da deglutição de idosos moradores em uma Instituição de Longa Permanência (ILP) do município de Lagarto, interior de Sergipe. Métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 27022214.3.0000.5546. Os critérios de inclusão foram: ser morador da ILP com idade igual ou maior que 60 anos e a concordância na participação, através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Como critérios de exclusão foram considerados idosos que se alimentassem exclusivamente por via alternativa ou que não concluísse todas as fases do estudo. O estudo foi dividido em quatro fases: análise dos prontuários; anamnese realizada com o próprio idoso ou cuidador responsável; avaliação estrutural dos órgãos fonoarticulatórios e avaliação funcional da deglutição. Para avaliação funcional foi utilizado o Protocolo de Avaliação do Risco para Disfagia (PARD), o qual avalia o desempenho do indivíduo nas consistências pastosa e líquida em volumes específicos e após a oferta o classifica quanto à gravidade das alterações. Para a consistência pastosa foi utilizado água (25 ml) adicionado de espessante alimentar da marca Nutilis (7,5 g) e água para a líquida. Os volumes oferecidos seguiram o protocolo. Resultados: Dos 50 moradores da ILP, foram incluídos 28, pois sete tinham menos de 60 anos, sete foram a óbito no período da coleta e oito não colaboraram durante a avaliação. A média de idade foi de 79,9 anos (± 8,8 DP), sendo metade deles homens. Com relação à comorbidades descrita em prontuário, 24 (85,7%) idosos apresentaram pelo menos uma e quanto a situação motora 7 (25%) eram acamados, totalmente dependentes. Nos prontuários não foram encontrados dados relacionados à ocorrência de pneumonia, e durante a anamnese foi mencionado ocorrência de internação hospitalar de 6 (21,4%) idosos no último ano, porém sem conhecimento da causa por parte do idoso ou cuidador. Na avaliação estrutural dos órgãos fonoarticulatórios, 22 (78,6%) apresentaram alguma alteração, sendo as mais comuns alterações na dentição, com ausência total de dentes e prótese ou mau estado de conservação dos mesmos. Na avaliação funcional, as alterações ocorreram principalmente para a consistência líquida, sendo elas: atraso para o início da deglutição, escape oral anterior, deglutições múltiplas e tosse. Quanto a classificação, 7 (25%) foram classificados com deglutição normal, 13 (46,4%) apresentaram alterações isoladas, sendo considerados como deglutição funcional e 8 (28,6%) apresentaram algum grau de disfagia de acordo com o PARD. Conclusão: Alterações de deglutição estiveram presentes nos idosos da Instituição de Longa Permanência, podendo trazer riscos de saúde, como infecções pulmonares, desnutrição e desidratação. A participação do fonoaudiólogo na equipe é de grande importância na tentativa de detecção precoce dessas alterações, trazendo assim qualidade de vida a esses idosos. Descritores: Idoso. Instituição de Longa Permanência. Fonoaudiologia. Transtornos da deglutição.

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12. RELATO DE CASO: ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL ALIMENTAÇÃO ENTERAL EM PACIENTE SENIL

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NO

PROCESSO

DE

INTRODUÇÃO

DA

Lovato, Maria Eduarda Rissato; Lima, Célia Mara Garcia; Takaara, Cecília K Ratazima; Marin, Maria Alice Sonehara; Chayamiti, Emília M P Campos Serviço de Atenção Domiciliar- SAD da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto

Introdução: A alimentação é condição essencial para a sobrevivência humana. Muitas vezes os pacientes idosos deixam de se alimentar o suficiente para atingir suas necessidades calórico-protéicas devido aos mais variados fatores, como doença de base, inapetência, disfagia, depressão, incapacidade funcional, entre outros. Muitas vezes, a introdução da dieta enteral, pode gerar ansiedade e medo, particularmente, no cuidador familiar podendo levá-lo a situação de estresse e de não aceitação da dieta alternativa. Objetivo: Descrever a atuação da equipe multiprofissional no processo de introdução da alimentação enteral em paciente senil, atendida pelo Serviço de Atenção Domiciliar-SAD de Ribeirão Preto-SP. Materiais e Métodos: Paciente do sexo feminino, 89 anos, tendo como cuidadora a filha, 56 anos. Foram utilizados dados do prontuário da paciente, a partir de junho de 2014, incluindo as anotações referentes às ligações telefônicas entre a cuidadora e equipe multiprofissional. Resultados: A paciente foi assistida pela equipe do Serviço de Atenção Domiciliar em todas as suas necessidades: médico clínicogeral, equipe de enfermagem, fonoaudióloga e nutróloga. Foi ajustada a medicação anti-hipertensiva, realizadas orientações e curativos das lesões em calcâneo, avaliação subjetiva da deglutição e prescrição e introdução de sonda nasogástrica. Durante todo o período de acompanhamento da paciente, a equipe procurou responder, também, as angústias da cuidadora que se mostrava muito insegura e abalada emocionalmente com a indicação da introdução da via alternativa de alimentação. Conclusão: Observamos que o cuidado prestado pelos profissionais de saúde à pessoa que necessita de alimentação enteral vai além do aspecto técnico, ele deve permear as subjetividades, as histórias de vida do paciente/cuidador familiar. Entendemos que a inclusão de um profissional da psicologia poderia enriquecer a equipe, auxiliando no controle do estresse dos pacientes, cuidadores e profissionais. Descritores: disfagia, nutrição enteral, cuidadores, equipes de saúde

13. SPEECH THERAPY IN POST-INTUBATION PATIENTS WITH OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL Turra,Gs; Almeida,St; Martinez,Cc; Bridi,M; Schwartz,Ivd; Barreto,Ssm; Univ. Federal do Rio Grande do Sul; Univ. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Univ. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Introduction: Orotracheal intubation (OTI) is used in intensive care units in severe patients who need assistance to maintain breathing. When used for a long periods, it is considered one of the main risk factors for oropharyngeal dysphagia (OPD). Deglutition disorders in patients who need respiratory assistance are usually a result of laryngeal lesions caused by OTI, such as traumatic placement of the orotracheal tube, patient agitation causing friction of the tube against the laryngeal mucous membrane, or the presence of the tube. Lesions may also occur in the oral and pharyngeal cavities, causing a decrease in orofacial myofunctional and local sensitivity. The prevalence of postintubation dysphagia in patients intubated for over 48 hours has been reported as ranging from 20% to 83%. Purpose: This study hypothesized that speech therapy contributes to an early return to oral intake. Methods: Single-blinded randomized controlled trial for two years (2010-12) with patients of intensive care units of a hospital. Recorded in the committee of ethics of the hospital (nº 09-617). Study inclusion criteria were OTI>48 hours, age≥18 years old, clinical stability, and oropharyngeal dysphagia. Exclusion criteria were tracheotomy, score 4 to 7 in FOIS (Functional Oral Intake Scale), neurological disorders. Patients were randomized into two groups: speech treatment and control, both with maximum period of ten days of follow-up. The treated group (TG) received daily guidance, therapeutic techniques, airway protection and glottal cleaning maneuvers, orofacial myofunctional and vocal exercises, and diet introduction; the control group (CG) received SHAM treatment. Primary outcomes were oral intake progression and dysphagia severity, measured by the number of days with nasoenteric tube (NET), FOIS scores, and Dysphagia Risk Evaluation Protocol (DREP). Statistical analysis was performed by SPSS 18.0, Mann-Whitney, and Fisher’s Exact tests, maximum significance level of 5% (p≤0.05), and RV.UNIFORM (0.1) was used for randomization. Results: 240 patients were assessed and 40 (16.6%) had dysphagia. 32 met the inclusion criteria, and 17 (53%) received speech therapy. NET permanence was shorter in TG (median of 3 days) compared to CG (median of 10 days) (p<0.001). TG showed progress on FOIS scores compared to CG (p=0.005). TG also had a progression in severity levels of DREP (from moderate to mild dysphagia). Conclusion: Speech therapy favors an early progression of oral intake in postintubation patients with dysphagia. Clinical Trial Registration: RBR-9829jk. Descritores: Deglutition disorders; Intubation Intratracheal; Intensive care units; Speech therapy Financing: Fundo de Incentivo a Pesquisa e Eventos – FIPE

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14. QUEIXA DE DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELITO TIPOS I E II Ricci, Gabriela Lima; Nascimento, Weslania Viviane; Dantas, Roberto Oliveira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: O Diabetes Melito afeta o sistema digestório ao longo dos anos. Embora seja grande o relato da ocorrência de disfagia nesta população, não existem na literatura descrições da frequência de dificuldade na deglutição destes pacientes. Objetivo: Verificar a presença de queixas quanto à deglutição em indivíduos com Diabetes Melito utilizando o questionário EAT-10 (versão Português). Materiais e Métodos: Foram selecionados 36 voluntários adultos, independente do gênero, com ou sem queixas de deglutição, acompanhados no ambulatório de Diabetes de um hospital universitário, divididos em dois grupos de acordo com o tipo de diabetes. Para a avaliação do voluntário em relação à dificuldade na deglutição, foi utilizado o questionário de dificuldade de ingestão alimentar (Protocolo Eating Assessment Tool - EAT-10), versão brasileira. Tal instrumento possui dez questões de formulação simples e fornece informações sobre funcionalidade, impacto emocional e sintomas físicos que um problema de deglutição pode acarretar na vida de um indivíduo. Resultados: Todos os voluntários apresentavam o diagnóstico médico de Diabetes Melito há mais de 10 anos. Vinte e quatro voluntários tinham Diabetes Melito tipo I, com média de idade de 35,1 (DP = 15,1) anos, 13 pertencentes ao sexo feminino, e doze voluntários tinham Diabetes Melito tipo II, média de idade 58,3 (DP = 12,0) anos, 9 mulheres. Em relação aos escores do questionário EAT-10, observou-se que no grupo com Diabetes Melito tipo I, para todas as questões a média de pontuação variou entre 0 e 0,3 (DP = 0 e 1), e pontuação total com média de 1,5 (DP = 5,7). Quanto ao grupo com Diabetes Melito tipo II, as questões 8, 9 e 10 (8. Fico com comida presa/entalada na garganta; 9. Eu tusso quando como; e 10. Engolir me deixa estressado), foram as que apresentaram maiores pontuações médias: 1,2 (DP = 1,8), 1,1 (DP = 1,7), 1,1 (DP = 1,8), respectivamente, e pontuação total com média de 4,5 (DP = 7,1). Observou-se que os voluntários com Diabetes Melito tipo II apresentaram mais queixas quanto à deglutição do que voluntários com Diabetes Melito tipo I, o que pode estar relacionado com a idade mais avançada dos pacientes com Diabetes Melito tipo II, além das complicações ocasionadas pela doença. Conclusão: Concluímos que as queixas quanto à deglutição apresentam-se mais acentuadas em voluntários com Diabetes Melito tipo II. Estudos futuros, com medidas objetivas, são necessários para definir o impacto da diabetes na deglutição. Descritores: Diabetes Melito, Deglutição, Disfagia

15. GLOSSECTOMIA TOTAL MULTIPROFISSIONAL

E

QUALIDADE

DE

VIDA:

NECESSIDADE

DE

INTEGRAÇÃO

Giroldo, Gasn; Bernardes, Apl; Oliveira, Mfb; Simões, Mr; Giroldo, Jjr Hospital de Câncer de Barretos Fundação Pio XII

Introdução: Dentre os tumores que acometem a cavidade bucal, o carcinoma de língua é o de maior incidência, o que implica em grandes perdas funcionais dependendo de sua evolução. A falta de conhecimento e acesso às informações preventivas com relação ao câncer, falta de profissionais envolvidos para um bom exame do paciente, bem como centros especializados para diagnóstico são alguns fatores que podem contribuir para o aumento de sua incidência, morbidade e mortalidade.Assim, geralmente o diagnóstico é estabelecido tardiamente, fato que torna o tratamento muitas vezes mutilador levando às perdas funcionais, tais como a fala e a alimentação, exigindo o uso de sondas por um longo período. Objetivo: Objetivo deste trabalho é relatar o caso clinico de um paciente glossectomizado e a qualidade de vida alcançada pelo tratamento reabilitador fonoaudiológico e odontológico. Caso Clinico: Paciente J.A.B., masculino, 65 anos, leucoderma, procedente de Guairá-SP, foi encaminhado ao departamento de cabeça e pescoço com queixa de dor de garganta e caroço no pescoço com evolução aproximadamente 60 dias, sem disfagia e odinofagia. Ao exame intra bucal apresentava lesão ulceroinfiltrtativa em hemi-base de língua esquerda com progressão além da linha mediana. Realizou-se glossectomia total, laringectomia supra glótica, mais esvaziamento cervical radical à esquerda com rotação de retalho do músculo peitoral maior e traqueostomia. Após 20 dias da cirurgia, foi encaminhado para tratamento fonoaudiológico e odontológico sendo confeccionada prótese abaixadora de palato para melhoria da fonação, alimentação, deglutição e remoção da sonda nasoenteral, associados a exercícios fonoaudiológicos para aumento da motricidade oral, relaxamento cervical, sucção de bochecha, elevação laríngea e coaptação glótica. Após o termino da radioterapia e com os exercícios para deglutição o paciente iniciou-se dieta por via oral exclusiva sem apresentar sinais sugestivos de aspiração, engordando 4,5kg em 35 dias. Discussão: As orientações pré operatória e pós operatória nos tumores da boca são de grande importância para os pacientes e seus familiares para que ambos tenham um melhor grau de entendimento sobre a cirurgia e suas seqüelas, podendo contribuir no processo de reabilitação, diminuindo o grau de ansiedade e stress, provocado pela perda das funções vitais como a fala, deglutição, confecção da próteses que aumentam o palato diminuindo a dimensão vertical entre o assoalho da boca e o palato contribuem para o aumento da força de propulsão do alimento durante a deglutição e auxiliando na fonação, esses procedimentos visam desenvolver movimentos compensatórios com as estruturas remanescentes da boca e orofaringe. Conclusão: O envolvimento de vários profissionais como médicos, dentistas, fonoaudiólogos, psocologos e nutricionista contribuem para que através do tratamento e a reabilitação todos compreendam suas atuações e as limitações de cada área e tenham como única meta a reintegração social do paciente, melhorando a sua qualidade de vida.

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16. EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO DO FLUXO AÉREO NASAL NA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM ATAXIATELANGIECTASIA Nishinaka, Maria Lúcia T; Guedes, Zelita CF; Costa-Carvalho, Beatriz T Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina

Introdução: Ataxia-Telangiectasia - AT é uma doença neuromuscular rara cuja causa é a mutação no gene ATM codificado no cromossomo 11q22-23. Apresenta manifestações multissistêmicas que incluem ataxia cerebelar progressiva, telangiectasia oculocutânea, apraxia ocular, imunodeficiência, infecções sinopulmonares de repetição, risco aumentado para o desenvolvimento de neoplasias, hipersensibilidade à radiação, disartria e disfagia. Apesar da complexidade das manifestações clínicas, a AT apresenta um comprometimento muscular progressivo, que inclui os músculos orofaciais e respiratórios acarretando no declínio importante da função pulmonar e piora da disfagia nesses pacientes. Objetivo: avaliar a efetividade e a eficácia da terapia fonoaudiológica adaptada para os pacientes com AT, com finalidade de melhorar a sua função respiratória, e os seus reflexos na qualidade de vida relacionada à deglutição, após 18 meses de tratamento. Método e métodos: O estudo foi realizado com dez pacientes, cinco tratados uma vez por semana (Grupo S) e cinco tratados uma vez por mês (Grupo M). Foram submetidos à avaliação fonoaudiológica e os pais ou responsável responderam conjuntamente com seus filhos ao questionário de qualidade de vida em disfagia SWAL-QOL no início e após 18 meses de tratamento fonoaudiológico adaptado para estes pacientes. Realizaram também, exames de PNIF (Pico de Fluxo Nasal Inspiratório), e PImáx (Pressão Inspiratória máxima) que foram coletados nos tempos início, 6, 12 e 18 meses. Resultados: Após o tratamento foi observada a melhora da patência nasal Grupo S (37 l/min x 95 l/min, p=0,004) e Grupo M (30 l/min x 51 l/min, p=0,012) e da força muscular inspiratória Grupo S (40,6 cmH2O x 106,6 cmH2O, p=0,004) e Grupo M (45,6 cmH2O x 69,6 cmH2O, p=0,004), ao longo do tempo e em ambos os grupos, porém maior no Grupo S (p=0,009). Com relação ao SWALQoL o Grupo S apresentou melhora significativa dos domínios deglutição como fardo (p=0,042), frequência de sintomas (p=0,043), medo de se alimentar (p=0,043) e saúde mental (p=0,042), comparados aos resultados iniciais, resultando na melhora da qualidade de vida destes pacientes. O Grupo M apresentou melhora, porém não significante em nenhum dos domínios, contudo, inicialmente já apresentava melhor qualidade de vida relacionada à deglutição comparado ao Grupo S. Todos referiram melhora na respiração, deglutição e maior facilidade de mastigação. Conclusão: Conclui-se que a terapia fonoaudiológica adaptada para pacientes com Ataxia Telangiectasia foi eficiente na melhora das funções orofaciais, principalmente respiração e deglutição, auxiliando na melhoria da qualidade de vida. Descritores: ataxia-telangiectasia, disfagia, deglutição, respiração, qualidade de vida. Financiamento: Fundação CAPES – Ministério da Educação

17. INFLUÊNCIA DA ESTATURA NA DEGLUTIÇÃO DE HOMENS E MULHERES SAUDÁVEIS Regueiro, Márcia RKB, Dantas Roberto Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Introdução: Há descrição de que a duração os eventos relacionados com a deglutição são diferentes em homens e mulheres, o que pode ser conseqüente ao fato de que, na população, os homens têm maior estatura que as mulheres. Objetivo: Avaliar se a estatura interfere na duração dos eventos da deglutição de homens e mulheres. Material e Método: Participaram do estudo 40 indivíduos saudáveis com idades entre 20 e 50 anos, distribuídos em quatro grupos de 10 de acordo com o sexo (masculino e feminino) e a estatura (alta e baixa). As mulheres de estatura baixa tinham de 1,52m a 1,59m (média: 1,57m) e a alta de 1,71m a 1,79m (média 1,74 m). Os homens de estatura baixa tinham de 1,61m a 1,70m (média 1,66m) e a alta de 1,80m a 2,07m (média 1,87m. Os participantes foram submetidos à videofluoroscopia da deglutição, sendo investigada a deglutição de liquido (sulfato de bário 50%) e testados os volumes de 5mL e 10mL ofertados em copo plástico, totalizando três deglutições de cada volume, de forma randomizada. A partir das imagens foram analisadas a duração dos seguintes eventos da deglutição: trânsitos oral, faríngeo, pelo esfíncter superior do esôfago, orofaringeo, depuração faríngea, e da movimentação do osso hióide. Na análise da correlação entre estatura e a duração dos eventos da deglutição foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman (ρ). Resultados: Com o volume de 5mL, entre os homens não houve correlação entre altura e duração dos eventos (p>0,21), mas entre as mulheres houve correlação positiva no tempo de trânsito oral (ρ=0,61, p=0,01), tempo de depuração faríngea (ρ=0,47, p=0,04), e no tempo de trânsito pelo esfíncter superior do esôfago (ρ=0,58, p=0,01), ficando o valor de p entre 0,05 e 0,08 para a duração dos tempos de trânsito faríngeo e trânsito orofaríngeo. Com o volume de 10mL, entre os homens não houve correlação entre altura e duração dos eventos (p>0,12). Entre as mulheres houve correlação positiva no tempo de trânsito oral (ρ=0,63, p<0.01), tempo de trânsito faríngeo (ρ=0,45, p=0,04), e trânsito orofaríngeo (ρ=0,69, p<0.01). Conclusão: Os resultados deste estudo permitem concluir que apenas para a deglutição das mulheres há efeito da estatura na duração dos eventos da deglutição investigados. Descritores: Deglutição, Estatura, Sexo, Gênero

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18. SEMANA DE ATENÇÃO À DISFAGIA – UMA AÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS - QUESTIONÁRIO EAT – 10 Torres,Lp; Prado,Accb; Antonioli,Cs; Sardinha, Mcl Complexo Hospitalar Pref. Edivaldo Orsi

Introdução: Alterações na deglutição podem estar presentes em diversas faixas etárias como sintomas decorrentes de várias doenças. Inúmeros estudos são realizados com a utilização de instrumentos de identificação de riscos de disfagia em populações específicas como portadores de doenças neurodegenerativas, acidente vascular cerebral, câncer de cabeça e pescoço, entre outras. Estudos de rastreio da disfagia em indivíduos não pertencentes a grupos com doenças específicas não é comum, mas pode ser de grande valia na detecção e no tratamento da disfagia antes de suas complicações. Objetivo: Identificar indivíduos com queixa e/ou risco para disfagia orofaríngea durante ação realizada no Dia de Atenção a Disfagia. Orientar e encaminhar para avaliação fonoaudiológica os indivíduos que apresentarem risco positivo. Métodos: Os indivíduos presentes no ambulatório foram convidados a responder o Questionário de Risco para Disfagia EAT -10 (BELAFSKI, 2008). Após análise, os indivíduos com resultados indicativos de risco para disfagia foram convidados a realizar a triagem funcional da deglutição nas consistências líquido, néctar, mel, pudim e sólido. Os que apresentaram alteração foram encaminhados para avaliação fonoaudiológica. Resultados: 101 indivíduos (74 mulheres e 27 homens) com idade entre 16 e 82 anos responderam voluntariamente o EAT-10. 39 apresentaram risco para disfagia (score _ 3) e foram convidados, via telefone, a participar da triagem funcional da deglutição, com 13 presenças, sendo 7 avaliados como função de deglutição adequada e 6 como alterada para as consistências néctar, mel, pudim e sólido (1), pudim e sólido (1), sólido (2), líquido e néctar (1) e líquido (1). Na triagem funcional da deglutição a incidência de queixa de globus faríngeos ficou evidenciada confirmando os achados do EAT- 10. A idade média dos indivíduos com alteração foi de 55 anos. As condutas adotadas foram orientação sobre cuidados durante a alimentação, sinais e sintomas disfágicos para todos os indivíduos e encaminhamento para avaliação fonoaudiológica para aqueles com resultado da triagem alterado (6). Conclusão: A realização de triagem por meio do EAT-10 na população avaliada mostrou-se eficiente na identificação do risco de disfagia pela alta especificidade. Foi possível informar e orientar sobre os sinais e sintomas da disfagia com indicação de avaliação fonoaudiológica, quando necessário. A realização de protocolos de triagem mostrou-se ser um instrumento importante no auxílio da minimização dos agravos decorrentes da disfagia. Descritores: Deglutição. Disfagia. Triagem.

19. CORRELAÇÕES ENTRE ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE DOS MÚSCULOS SUPRAHIÓIDEOS E FORÇA DE PRESSÃO DE LÍNGUA Folha, Gislaine Aparecida; Mapelli, Andrea; de Felício, Claudia Maria Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, Núcleo de Pesquisa em Morfofisiologia do Complexo Craniofacial - Universidade de São Paulo

Introdução: a ativação muscular durante a eletromiografia de superfície (sEMG) dos músculos suprahióideos está estritamente conectada aos eventos biomecânicos da deglutição. O Iowa Oral Performance Device (IOPI) tem sido utilizado para medir a força e a resistência da língua em populações saudáveis e em diversas patologias, incluindo aquelas que causam alterações das fases oral e faríngea da deglutição. Objetivo: verificar se há correlação entre resultados da avaliação de força de pressão de língua pelo IOPI com os valores de amplitude do sinal sEMG dos músculos suprahióideos. Métodos: trinta e seis pacientes com apneia obstrutiva do sono foram avaliados. A atividade sEMG bilateral simultânea dos músculos suprahióideos (médias entre os lados direito e esquerdo) foi avaliada durante a deglutição espontânea de saliva, 10ml e 15ml de água e, de uma torrada (sólido). Cada sinal sEMG foi filtrado e retificado. O valor de amplitude do pico máximo da deglutição espontânea de saliva foi considerado 100% e todos os outros valores extraídos foram normalizados como uma porcentagem deste valor. Foram avaliados os valores de amplitude do pico máximo para a deglutição de cada bolo, bem como os valores de amplitude inicial e final. Para as avaliações com o Iowa Oral Performance Device (IOPI), as provas de protrusão e acoplamento lingual e, deglutição foram realizadas três vezes, a média destas bem como o valor máximo (Kg/f) foram utilizados para as análises. Também, a fadiga foi avaliada por meio do tempo para ocorrência (s). A correlação de Spearman foi calculada e adotado como significante P<0,05. Resultados: a amplitude do sinal EMG na deglutição do bolo sólido se correlacionou com as forças de acoplamento da língua médio (r=0,37) e máximo (r=0,39), e ao tempo para ocorrer fadiga (r=0,47), P<0,05. Nas demais provas não houve correlações significantes. Conclusão: Na amostra estudada, as provas de acoplamento lingual (IOPI) e a amplitude sEMG com o bolo sólido, que demandam maior ativação dos músculos suprahióideos apresentaram correlações significantes. A resistência no tempo também relacionou-se com a capacidade de produzir atvidade para deglutir o sólido. Descritores: deglutição, eletromiografia, língua Financiamento: Coordenação de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Núcleo de Pesquisa em Morfofisiologia do Complexo Craniofacial (NAP-CF), Universidade de São Paulo

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20. ATIVAÇÃO CORTICAL DA DEGLUTIÇÃO EM SUJEITOS SAUDÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM PARADIGMA EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL Guedes, Rlv; Pastorello, Bf; Nucci, Mp; Geraldini, Bm; Kowalski, Lp; Amaro Jr, E; Carrara-De Angelis, E AC Camargo Cancer Center; NIF-LIM44, Faculdade de Medicina USP-SP

Introdução: A Ressonância Magnética Funcional (RMf) é um avançado método de neuroimagem que monitora a atividade cerebral associada com a performance de uma tarefa solicitada, através da análise de mudanças locais na oxigenação do sangue. A utilização deste método de avaliação constitui uma ferramenta poderosa para investigar a neurofisiologia da deglutição e os efeitos de seu tratamento na neuroplasticidade, além do papel das áreas supramedulares do cérebro neste processo. Os paradigmas para estudo da deglutição em RMf, que se referem à sequência de atividades que uma pessoa realiza durante um exame de mapeamento cerebral, necessitam de métodos acurados para medir a elevação laríngea e correlacionar este movimento com a ativação cortical. Objetivo: Descrever o desenvolvimento e a utilização de um paradigma para avaliação da ativação cortical relacionada à deglutição em indivíduos saudáveis. Materiais e Métodos: Foram incluídos 5 indivíduos saudáveis, destros e sem queixas relacionadas à deglutição, com média de idade de 33,2 anos. Os participantes foram orientados a realizar a tarefa de deglutição em um paradigma evento-relacionado (deglutição de saliva vs. repouso), em 3 runs (sessões de coleta de imagens) de 3,6 minutos (EPI 108; sistema 3T – Philips Achieva; 3mm voxels isotrópicos). Cada run foi constituído de 12 tarefas de deglutição (período de 10 segundos) intercalados com períodos de repouso variável, de acordo com a distribuição de Poisson, diminuindo o efeito do aprendizado quanto ao evento. Para realização da tarefa de deglutição foram utilizados estímulos visuais (bola e cruz) no centro de uma tela de projeção. Os estímulos foram programados para estar em sincronismo com o pulso de aquisição das imagens da ressonância magnética. Para medição do movimento de elevação laríngea e análise dos dados fisiológicos foi utilizado um monitor de movimentos respiratórios acoplado na região cervical e desenvolvido um software para converter automaticamente os dados fisiológicos em algoritmo, que foi posteriormente utilizado como preditor para análise dos dados. As imagens de RMf foram corrigidas em relação ao movimento de cabeça e os mapas de ativação cortical foram obtidos através de um modelo linear geral (do inglês: General Linear Model - GLM). Como preditor da resposta da função cerebral, foi utilizado um algoritmo para detectar o sinal da deglutição durante a aquisição das imagens. Resultados: Todos os voluntários concluíram os 3 runs de deglutição de saliva e o exame completo (tempo total: 30 minutos). A sensibilidade do software em detectar o movimento de elevação laríngea foi de 86% e os mapas de ativação cortical apresentaram atividade em regiões relacionadas ao controle da função de deglutição: córtex motor primário e somatosensorial, córtex pré motor, área motora suplementar e ínsula (p<0,05). Conclusão: O paradigma criado e o sistema de medida do movimento de elevação laríngea mostraram-se efetivos para demonstrar uma atividade cortical robusta relacionada à função de deglutição de forma confiável. Este estudo piloto foi utilizado como base para o início da aplicação deste paradigma em pacientes disfágicos. Descritores: deglutição; disfagia; ativação cortical.

21. EFEITO DE EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA NA ATIVAÇÃO DA MUSCULATURA SUPRAHIÓIDEA Vilas Bôas, Thami Q.; Geraldini, Bruna M.; Barcelos, Camila Barbosa; Siqueira, Luciana D.; Claudino-Lopes, Simone A. C.; Netto, Irene de Pedro; Carrara-de-Angelis, Elisabete AC Camargo Cancer Center – São Paulo/SP

Introdução: A ativação da musculatura suprahióidea proporciona o deslocamento anterior e superior do complexo hiolaríngeo e abertura do esfíncter esofágico superior (EES). Técnicas como as manobras de Shaker e Mendelsohn são eficazes na reabilitação das disfagias decorrentes de abertura ineficaz do EES e redução da elevação laríngea, no entanto são consideradas técnicas árduas e de difícil compreensão. Recentemente foram descritas técnicas menos extenuantes e com impacto equivalente ou superior, ao exercício de Shaker, sobre os músculos suprahióideos, tal como a técnica Chin Tuck Against Resistance (queixo baixo com resistência - QBR), que consiste na compressão de uma bola de borracha inflável entre o queixo e o esterno. Outro exercício com o mesmo objetivo é o jaw opening against resistance (abertura mandibular com resistência - AMR) que utiliza o dispositivo TheraBite adaptado para auxiliar na resistência. Em estudo recente, o exercício de QBR também foi realizado com o TheraBite, em que ao invés de uma bola de borracha foi utilizado esse dispositivo como resistência. Objetivos: descrever e comparar os achados da videofluoroscopia e da eletromiografia de superfície (EMGs) com as técnicas de QBR e AMR numa série de 3 adultos saudáveis. Metodologia: três participantes do sexo feminino, saudáveis e sem queixas de deglutição, realizaram EMGs e videofluoroscopia, separadamente, durante as técnicas de QBR e AMR. As técnicas foram realizadas com o auxílio do aparelho Neckline Slimmer, desenvolvido por Paul Younane em 2009. A ativação da musculatura suprahióidea foi captada com a EMGs durante a normalização (Mendelsohn), o repouso e durante a execução dos exercícios. As participantes foram orientadas a colocar o Neckline entre o queixo e o esterno. A técnica de QBR foi realizada nas tarefas isométrica e isocinética e a técnica de AMR foi realizada na tarefa isocinética. As estruturas da orofaringe e laringe, durante os exercícios, foram avaliadas com a videofluoroscopia. Resultados: a atividade eletromiográfica foi mais elevada durante o exercício de AMR, nas três participantes, com o valor médio de 42,2 MicroVolts (µV) em comparação com o exercício de QBR, nas tarefas isométrica (19,9µV) e isocinética (13,5µV). Os valores obtidos dos exercícios de AMR e QBR (isométrica e isocinética) representam 62%,

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20% e 29%, respectivamente, do valor de normalização (67,3µV). Na análise videofluoroscópica, observou-se ampla movimentação vertical da laringe e abertura do EES, principalmente nas tarefas isocinética dos exercícios de QBR e AMR, além da participação efetiva da base da língua durante o exercício de AMR. Conclusões: As técnicas descritas mostraram-se eficazes na contração da musculatura suprahióidea e modificação das estruturas da orofaringe e laringe, podendo ser uma opção viável no fortalecimento da musculatura suprahióidea e mais uma alternativa na reabilitação das disfagias. Além disso, a fácil execução e compreensão favorece uma maior adesão à terapia das disfagias. Descritores: dysphagia exercises, suprahyoid muscle, CTAR

22. IMPACTO DA DISFAGIA NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM MIOPATIA Domenis, Danielle R; Nascimento, Weslania V; Sobreira, Claudia F; Dantas, Roberto O Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Introdução: Avaliar a qualidade de vida relacionada à deglutição nos permite interpretar a percepção do paciente sobre a dificuldade de deglutição antes, durante e após seu tratamento. Indivíduos com miopatia apresentam limitações funcionais que podem impactar diretamente a qualidade de vida. Nossa hipótese é que as dificuldades na deglutição em pacientes com miopatia podem resultar em uma piora da qualidade de vida quando comparados com pacientes com miopatia sem disfagia. Objetivo: Comparar a qualidade de vida relacionada à deglutição em pacientes com miopatia, com e sem disfagia orofaríngea, utilizando o Questionário de Qualidade de Vida em Disfagia - SWAL-QOL. Material e Métodos: Cinquenta e oito pacientes com diagnóstico médico, histológico e análise do DNA mitocondrial condizentes com miopatia, independente do tipo, foram submetidos à avaliação videofluoroscópica da deglutição com as consistências líquida, pastosa e sólida. Após esta avaliação, os voluntários foram separados em dois grupos: 29 voluntários com disfagia orofaríngea (12 homens e 17 mulheres; média de idade igual a 40,1±14,3 anos; tempo de doença 15,8±6,9 anos) e 29 voluntários sem disfagia orofaríngea (9 homens e 20 mulheres; média de idade igual a 41,0±10,0 anos; tempo de doença 17,3±11,1 anos). Todos os pacientes com disfagia apresentaram dificuldades somente para a deglutição de sólidos. Todos os voluntários responderam a um questionário específico para abordar a qualidade de vida relacionada à deglutição (Qualidade de Vida em Disfagia SWAL-QOL), composto por 44 questões que avaliam dez domínios (fardo, desejo, frequência de sintomas, seleção de alimentos, comunicação, medo, saúde mental, função social, sono e fadiga). As respostas foram convertidas numa pontuação que varia de 0 a 100, onde 0 corresponde a uma pontuação ruim (má qualidade de vida) e 100 corresponde à melhor pontuação (boa qualidade de vida). Resultados: Os escores da qualidade de vida foram menores do que 50%, tanto no grupo de pacientes com disfagia quanto no grupo de pacientes sem disfagia, nos domínios sono (46,6±36,6 com disfagia e 49,1±40,5 sem disfagia) e fadiga (31,0±16,2 com disfagia e 28,7±24,9 sem disfagia). Os escores de qualidade de vida foram inferiores a 90% nos diferentes domínios, exceto para fardo e função social em pacientes sem disfagia, nos quais os resultados mostraram escores de 91,4±14,6 para fardo e 94,3±20,9 para função social. Nos domínios fardo (77,6±26,2 com disfagia e 91,4±14,6 sem disfagia) e duração da alimentação (45,7±41,2 com disfagia e 68,5±38,5 sem disfagia) os escores da qualidade de vida foram menores nos pacientes com disfagia do que nos pacientes sem disfagia (p=0.03) Conclusão: A disfagia em pacientes com miopatia está associada a uma piora dos escores de qualidade de vida nos domínios fardo e duração da alimentação, porém os escores também estão diminuidos como consequência da própria doença. Descritores: Miopatias, Deglutição, Disfagia, Videofluoroscopia

23. CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO DE RISCO DE ASPIRAÇÃO EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO Spineli, T; Netto, IP; Montoni, NPC; Milanello, PM; Vilas Bôas, TQ; Carrara-de Angelis, E. AC Camargo Cancer Center – São Paulo/SP

Introdução: A pneumonia aspirativa consiste no processo infeccioso do pulmão resultante da aspiração de alimentos, secreções da orofaringe ou conteúdo gástrico para os pulmões. Está relacionada significativamente à presença de morbidade e mortalidade, acompanhada de altos custos hospitalares. A disfagia pode ser uma das causas da aspiração, por isso recomenda-se que seja feita a identificação precoce deste sintoma em indivíduos hospitalizados, através de uma avaliação clínica fonoaudiológica da deglutição com objetivo de detectar precocemente a presença de indicadores de risco de aspiração Objetivo: Descrever o processo de criação e implementação do protocolo de risco de aspiração em um hospital oncológico. Materiais e métodos: O protocolo de risco de aspiração foi elaborado com base na literatura e prática clínica dos especialistas participantes. Foram descritos passo a passo da criação e implementação do protocolo. Resultados: O protocolo foi criado por uma equipe multiprofissional composta por médicos de diversas especialidades, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas que se reuniram quinzenalmente durante três meses a fim de discutir quais pacientes deveriam ser incluídos, planos de ação para a adesão do protocolo, estratégias e dinâmicas para agilizar a oferta via oral. Todos os pacientes com risco de aspiração foram identificados pela equipe da UTI (enfermeiros, médicos e fisioterapeutas)

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no ato da admissão de acordo com os cirtérios de inclusão: rebaixamento do nível de consciência, doenças neurológicas, taquipnéia, ventilação mecânica não invasiva, pacientes com intubação > de 24 horas, traqueostomia, sonda gástrica, enteral ou gastrostomia, tumores de esôfago, estômago, pâncreas, duodeno, cerebral, pulmão e cabeça e pescoço. Pacientes com Glasgow abaixo de 13 foram excluídos. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica fonoaudiológica á beira do leito, e quando indicado, encaminhados para avaliações objetivas da deglutição e/ou outros exames. Conclusão: O protocolo foi criado com base na literatura e prática clínica dos especialistas como ferramenta para auxiliar na identificaçãos dos pacientes com risco de aspiração. Descritores: Aspiração; Disfagia; Protocolo; Avaliação

24. DESENVOLVIMENTO DE BIOMEMBRANAS DE LÁTEX CARREADOR DE ESCOLPLAMINA PARA CONTROLE DE SALIVA NA CAVIDADE ORAL Norberto, Ana Maria Queirós; Barros, Natan Roberto; Miranda, Matheus Carlos Romeiro; Moriguti, Júlio César; Octvaio Marques, Pontes-Neto; Herculano, Rondinelli Donizetti Departamento de Clínica Médica - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, Brazil, Departamento de Bioquímica e Tecnologia Química – Instituto de Química de Araraquara – UNESP, Araraquara, Brazil, Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara – UNESP, Araraquara, Brazil

Introdução: A broncoaspiração por saliva é frequente em pacientes com disfagia em decorencia de disfunçoes neurológicas, tumores e/ou cirurgias de cabeça e pescoço, e está relacionada aos quados de pneumonia. Além do prejuízo pulmonar, o acumulo de saliva na cavidade oral pode ser um limitador no processo de reabilitação fonoaudiológica nesses pacientes. Atualmente, há no mercado medicamentos e/ou procedimentos cirurgicos Um exemplo a ser destacado é o adesivo transdermico de escopolamina, porém seu custo elevado impossibilida o acesso da maioria dos pacientes a esse recurso. Desta forma, há a necessidade de desenvolver produtos os quais possam ter um custo mais baixo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi desenvolver um biomaterial carreador e liberador de escopolamina com a finalidade de ser usado como adesivo transdérmico para diminuição de saliva na cavidade oral. Materiais e métodos: O trabalho foi desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara / UNESP. Foram produzidas membranas utilizando 3m de látex natural extraído da seringueira (Hevea brasiliensis), devido a suas propriedades e baixo custo. Adicionados a este material, 3 ml de escopolamina (10 mg/mL). Essas membranas foram submetidas ao processo de secagem em estufa de 37º. As membranas Controle foram confeccionadas com 3ml de latex natural e 3ml de água deionizada, com secagem nos mesmos padrões. O ensaios de liberação do fármaco foram realizados em 100ml de água deionizada. Para análise da liberação do fármaco, foi utilizado protocolos já estabelecidos na literatura para esta finalidade Resultados: O fármaco foi monitorado no comprimento de onda de 257nm. 70% (63mg) da escopolamina foi liberada em 100 horas no volume de 100mL de tampão-fosfato (PBS) à 37oC, em uma liberação lenta e prolongada. A cinética desta liberação seguiu uma função bi-exponencial (ExpDec2). Conclusão: Estes resultados demonstram que este biomaterial é um promissor carreador para a escopolamina afim de ser utilizado no controle de saliva na cavidade oral. Descritores: Broncoaspiração , saliva, adesivo transdérmico, látex, escopolamina Financiamento: CNPq, FAPESP, Capes

25. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM NEONATOS Melo, Luana F; Maschi, Enzo G.; Nascimento, Ana Carolina C.; Flabiano-Almeida, Fabíola C.; Bühler, Karina E.B. Hospital Universitário da Universidade de São Paulo

Introdução: Poucos estudos descrevem os distúrbios de deglutição na população neonatal utilizando a videofluoroscopia da deglutição. Objetivo: analisar a fase faríngea da deglutição em neonatos, por meio do exame de videofluoroscopia da deglutição. Materiais e Métodos: Estudo descritivo retrospectivo. Foram analisados todos os exames de videofluoroscopia da deglutição de neonatos provenientes da unidade de neonatologia de um hospital público secundário, no período de janeiro de 2014 até março de 2015. As queixas que motivaram a solicitação do exame pela equipe médica foram: quedas freqüentes de saturação de oxigênio às mamadas, cianose, estridor, apnéia e tosse. Todos os exames foram gravados em DVD e foram analisadas as seguintes variáveis: refluxo para a nasofaringe, resíduo, penetração laríngea, aspiração e aplicada a Escala de Penetração-Aspiração.Resultados: Um total de 16 neonatos com suspeita de disfagia foram encaminhados para a videofluoroscopia da deglutição. 8 do gênero feminino e 8 do gênero masculino, com média de peso de 1852.5g e desvio padrão de 903,54g. Dos sujeitos, 62,5% (10) apresentaram aspiração, dos quais 90% foram silente. 31,25% (5) apresentaram refluxo para rinofaringe, 12% (2) apresentaram apenas estase e 37% (6) apresentaram estase correlacionada com aspiração e/ou penetração e 62,5% (10) apresentaram penetração, Em relação à Escala PEN-ASP, 37,5% (6) apresentaram contraste com resíduo em subglote, sem resposta do paciente, 25% (4) apresentaram contraste abaixo do nível glótico sem resíduo no nível subglótico, 6,25% (1) apresenaram contraste atingindo pregas vocais, sem resíduo, 6,25% (1) apresentaram contraste acima do nível de ppvv, sem resíduo e 25% (4) apresentaram ausência de contraste em via aérea. Com relação à escala de gravidade da disfagia, 25% (4) dos neonatos apresentaram-se dentro dos limites funcionais, 18,75% (3) apresentaram disfagia discreta, 43,75% (7) apresentaram disfagia discreta/moderada, 6,25%(1)

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apresentaram disfagia moderada e 6,25% (1) apresentou disfagia grave. Conclusão: Estes resultados evidenciam as alterações de fase faríngea da deglutição em neonatos e novos estudos prospectivos devem ser conduzidos para verificar o impacto destas alterações na saúde pulmonar desta população específica. Descritores: Fluoroscopia, Recém-Nascido, Prematuro, Transtornos da Deglutição

26. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UTI NEONATAL: RELATO DE UM CASO COM SÍNDROME DE PATAU Keitel, Patrícia; De Almeida, Sheila Tamanini; Marchand, Daniel Lucas Picanço; Da Silva, Kariny Zencke; Zen, Paulo Ricardo Gazzola Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Introdução: a Síndrome de Patau é uma doença genética causada pela trissomia do cromossomo 13. Pode apresentar anomalias congênitas múltiplas, caracterizada por fissura labiopalatina, polidactilia, anomalias oculares e nas extremidades, alterações viscerais com malformações cardíacas, renais, cerebrais e outras malformações, com curta expectativa de vida. Objetivo: Relatar o caso de um recém-nascido (RN) internado em UTI neonatal de um hospital público de Porto Alegre. Materiais e métodos: inicialmente realizou-se a avaliação das estruturas do sistema sensório motor orafacial (lábio, língua no repouso, língua na sucção e deglutição, bochecha, mandíbula e palato duro), reflexos orais (procura, sucção, mordida e vômito), avaliação da oferta de seio materno e da oferta de via oral (VO) através da técnica sonda-dedo. Resultados: RN do sexo masculino, com as seguintes dismorfias constatadas: microtia; fronte e occipital discretamente proeminentes; hemangioma em face, região mediana e pálpebras; nariz grande e bulboso; sobra de pele em nuca; criptorquidia lateral. A alimentação dava-se por sonda, VO e seio materno. O paciente fazia uso de traqueostomia devido à laringomalacia grave. O acompanhamento fonoaudiológico do RN iniciou-se com 1 mês e 13 dias de vida, conforme prescrição médica. Na avaliação das estruturas do sistema sensório motor orafacial, obteve-se: postura global de extensão, com normotonia, língua retraída, com movimentação alterada e sem canolamento. Quanto aos reflexos orais, verificou-se: procura ausente, sucção débil e arrítmico com padrão superior a 8 sucções por pausa, mordida exacerbado, vômito ausente. Observou-se na oferta de seio materno que o RN realizou pega fechada com escape de pressão intraoral. Na oferta VO, houve saída de leite pela traqueostomia (aspiração). Conclusão: pelo risco de aspiração laringotraqueal, as equipes de fonoaudiologia e médica decidiram pela suspensão da VO. Foi mantida dieta por sonda, e pela curta expectativa de vida e manutenção do vínculo mãe-RN, decidiu-se manter o seio materno, com orientações. Descritores: Fonoaudiologia, UTI neonatal, Síndrome de Patau, Disfagia

27. AVALIAÇÃO DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DURANTE A PRIMEIRA OFERTA DE SEIO MATERNO EM UMA UTI NEONATAL Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Introdução: o aleitamento materno é a forma mais natural e segura de alimentar um recém-nascido (RN) prematuro. A recomendação dele para o RN prematuro tem sido defendida com base nas propriedades imunológicas, no seu papel na maturação gastrointestinal, no vínculo mãe - RN e para melhorar o desempenho neurocomportamental. Quando o RN nasce, é esperado que ele possa desempenhar suas funções básicas como respirar, deglutir e sugar de maneira independente. Muitos desses RNs nascem semanas antes do amadurecimento dessas funções, e necessitam de um longo tempo até que estejam maduras, coordenadas e possam alimentar-se com segurança. O estabelecimento do aleitamento materno nessa população apresenta dificuldades específicas tanto para a mãe quanto para seu filho. A observação e avaliação da primeira oferta de seio materno em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal tornam-se imprescindíveis para que tais questões sejam vistas precocemente e, quando necessário, intervenções diárias sejam feitas. Objetivo: observar recém-nascidos prematuros durante a primeira oferta de seio materno em uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal. Materiais e métodos: foram avaliadas 15 díades mãe/recém-nascido durante a primeira oferta de seio materno na Unidade de Terapia Intensiva neonatal da Maternidade da instituição de origem. A coleta ocorreu em três partes: 1ª) Consulta ao prontuário do recém-nascido e preenchimento de um formulário. 2ª) Aplicação de um questionário estruturado às mães. 3ª) Avaliação da primeira oferta de seio materno aplicando o Formulário de Avaliação Fonoaudiológica das mamadas. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do hospital sob nº 434.378. Resultados: 46,7% dos recémnascidos apresentaram a prematuridade como único motivo de internação, 60% já estavam em acompanhamento fonoaudiológico antes de iniciarem o aleitamento materno. A média de idade das mães foi 29,27 +/- 8,058 anos e 40% delas afirmou terem relacionamento estável com o pai do recém-nascido. Foi verificado que quanto maior a idade gestacional corrigida do recém-nascido, melhor as condições de pega e ordenha ao seio materno e classificação final da mamada, assim como, quanto mais dias de vida o recém-nascido tem, melhor a pega ao seio materno. Conclusão: a prematuridade foi o principal obstáculo para o aleitamento materno, porém, as características positivas das mães, como grau de escolaridade, estado civil, experiência prévia em aleitamento materno, e

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atendimento fonoaudiológico iniciado antes do aleitamento materno em grande parte dos RN, podem ter proporcionado bons resultados na primeira oferta de seio materno. Descritores: Aleitamento Materno; Prematuro; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal

28. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UM RECÉM NASCIDO COM FISSURA LABIAL: RELATO DE CASO Otto, Danielle Martins; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Introdução: fissuras do lábio e/ou palato (FL/P) representam as anomalias congênitas mais comuns da face, correspondendo a aproximadamente 65% de todas as malformações da região craniofacial. Clinicamente, as FL/P são classificadas tendo como base anatômica o forame incisivo, em 4 grupos: fissuras pré-forame incisivo ou, simplesmente, fissuras labiais (FL), fissuras pós-forame incisivo ou fissuras palatinas (FP), fissuras transforame incisivo ou fissuras lábio-palatinas (FLP) e fissuras raras da face. A dificuldade na alimentação do bebê fissurado surge logo após o nascimento devido a prejuízos no mecanismo de sucção e deglutição, decorrentes da falta de integridade anatômica. Objetivo: relatar um caso de recém-nascido (RN) com fissura labial (FL) com atuação fonoaudiológica no auxílio à alimentação oral. Materiais e Métodos: estudo de caso pertencente a projeto de pesquisa aprovado pelo comitê de ética sob número 9742014.0.0000.5335. SR, sexo feminino, 10 dias de vida, nascida a termo. Internou na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal por asfixia neonatal, permanecendo intubada por 2 dias. Foi solicitada avaliação fonoaudiológica pela equipe médica, após estabilidade clinica do RN, para auxílio na transição da via alternativa de alimentação para a via oral e seio materno (SM). Resultados: na avaliação clínica estrutural, observou-se: fissura labial, palato íntegro, postura de lábios entreabertos e reflexo de sucção débil. Na sucção não-nutritiva (SNN) apresentou: sucções débeis, padrão de 8 sucções/pausa, rítmicas, sinais de stress de choro e tiragem. Em SM apresentou pega e sucção inadequadas e ineficientes. Iniciou-se intervenção fonoaudiológica, com estimulação sensório-motora-orofacial e de SNN, além de apoio ao aleitamento materno (AM). Após 5 dias em atendimento fonoaudiológico apresentou: pega adequada em SM, com sucções fortes e eficientes, rítmicas, com pausas adequadas, sendo indicado SM em livre demanda. A equipe multiprofissional considerou que a RN apresentou condições de alta hospitalar com AM exclusivo. Conclusões: o caso-clínico evoluiu de sucção débil e dificuldades de AM, para sucções fortes e eficientes com pega adequada em SM, culminando com alimentação plena por AM exclusivo. A atuação fonoaudiológica é fundamental nos casos de RN fissurados, devido às dificuldades alimentares que os mesmos podem apresentar logo após o nascimento. Descritores: Fonoaudiologia; Fenda Labial; Sucção; Deglutição; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

29. ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO A PACIENTES SUBMETIDOS À HIPOTERMIA TERAPÊUTICA Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Introdução: A atuação fonoaudiológica no gerenciamento da deglutição em pacientes disfágicos pediátricos é bem relatada na literatura. No entanto, não foram encontrados estudos sobre a conduta terapêutica em relação aos pacientes submetidos ao protocolo de hipotermia terapêutica.Objetivo: Descrever as condutas no gerenciamento da deglutição de pacientes que realizaram o protocolo de hipotermia terapêutica no período Neonatal.Materiais e Métodos: Relato de três pacientes que foram submetidos ao protocolo de hipotermia terapêutica e encaminhados para acompanhamento ambulatorial fonoaudiológico devido a disfagia orofaríngea. Dois pacientes tinham como diagnóstico médico asfixia grave ao nascer e um paciente com Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica do Recém-Nascido. No seguimento fonoaudiológico foram estimadas condutas de acordo com o parecer da avaliação videofluoroscópica da deglutição. As condutas propostas foram: estimulação intra-oral, estimulação extra-oral, treino de via oral com volume reduzido, modificação de consistência, manobra de controle de volume. Uma análise descritiva ocorreu para as variáveis no estudo. Resultados: Os pacientes começaram o acompanhamento fonoaudiológico aos 11 meses, 1 mês e 1 ano e 2 meses de idade cronológica. Nos dois pacientes com prognóstico de via de alimentação oral restrita foram utilizadas as seguintes condutas: estimulação intra-oral, estimulação extra-oral, treino de via oral com volume reduzido e a frequência de atendimentos foi estabelecida de forma quinzenal. No paciente com competência motoraoral e coordenação entre sucção, deglutição, respiração suficiente para se alimentar foi utilizada a modificação de consistência, manobra de controle de volume com a modificação de utensílios (redução de fluxo do bico da mamadeira) e a frequência de atendimento foi estabelecida de forma mensal.Conclusão: Mais pesquisas são necessárias para entendermos as habilidades motoras-orais para a deglutição dos pacientes que foram submetidos ao tratamento de hipotermia terapêutica. Descritores: hipotermia induzida, disfagia, pediatria.

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30. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES SUBMETIDOS À HIPOTERMIA TERAPÊUTICA: RELATO DE CASO Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Introdução: A hipotermia terapêutica está sendo amplamente utilizada no tratamento da Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica do Recém-Nascido de grau moderado à severo. Muitos casos que passaram por este tratamento estão chegando ao atendimento fonoaudiológico com queixa de dificuldade de deglutição. Objetivo: Descrever os achados fisiopatológicos de deglutição em pacientes submetidos ao protocolo de hipotermia terapêutica.Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, observacional. Relato de caso de três pacientes encaminhados para avaliação videofluoroscópica por apresentar dificuldades de deglutição, durante o seu período de internação na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Todos os pacientes tinham como história o protocolo de hipotermia terapêutica; idade gestacional 36,2; 40,4 e 39 semanas; escore de apgar no décimo minuto 4, 2, 2; e diagnóstico médico de asfixia grave ao nascer em dois pacientes e um paciente com Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica do Recém-Nascido. A primeira avaliação videofluoroscópica foi realizada nos pacientes com 11 meses, 1 mês, 1 ano e 6 meses de idade cronológica. No paciente com 11 meses foram testadas as consistências pastoso fino e pastoso grosso ofertadas de colher. No paciente com 1mês foram utilizadas as consistências líquido concentrado e líquido fino na mamadeira com bico ortodôntico para fluxo leite. No caso do paciente com 1 ano e 6 meses foram testadas as consistências líquido engrossado, pastoso fino e pastoso grosso ofertadas de colher. Para o contraste das consistências foi utilizado sulfato de bário a 100%. O exame foi realizado por uma fonoaudióloga e um médico radiologista no setor de radiologia do hospital. Os dados qualitativos foram expressos em números absolutos.Resultados: A disfagia orofaríngea foi identificada nos três pacientes. Na avaliação videofluoroscópica da deglutição observou-se: atraso no disparo da deglutição1, escape posterior 3, refluxo para nasofaringe 2, penetração laríngea 1 e aspiração traqueal 1. Conclusão: Disfagia orofaríngea ocorreu em todos os casos relatados. O achado videofluoroscópico mais comum foi escape posterior, seguido por penetração laríngea. Descritores: hipotermia induzida, transtorno de deglutição, disfagia, pediatria.

31. REINTERNAÇÕES DE PACIENTES QUE FAZEM AMBULATÓRIO DE SEGMENTO DO PREMATURO

ACOMPANHAMENTO

FONOAUDIOLÓGICO

NO

Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Haack, Brenda; Procianoy, Renato; Silveira, Rita Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Introdução: Crianças prematuras frequentemente possuem dificuldade de deglutição devido à imaturidade das habilidades motoras-orais e a incoordenação da sucção, deglutição, respiração. Além disso, procedimentos médicos podem contribuir negativamente no desenvolvimento da sucção, da deglutição e das habilidades motorasorais. Assim, a assistência do fonoaudiólogo é imprescindível para que não ocorra maiores comprometimentos do quadro clínico desses pacientes. Objetivo: Verificar a quantidade e o motivo das internações dos pacientes em acompanhamento fonoaudiológico ambulatorial. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, observacional realizado no período de maio de 2014 a abril de 2015 no Ambulatório do Segmento do Prematuro. O critério de inclusão foi crianças que estavam em acompanhamento fonoaudiológico. A amostra foi composta por 16 crianças prematuras. As variáveis estudadas foram: idade gestacional, peso ao nascer, apgar, diagnóstico médico, acompanhamento fonoaudiológico no ambulatório, número de reinternações após a alta da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal e motivo das internações. As variáveis qualitativas foram expressas em média ± desvio padrão e números absolutos e relativos. O nível de significância adotado foi p = 0,05. Resultados: Das 16 crianças identificadas, 12 (75%) reinternaram. Destas, 13 (81,2%) não possuem outro diagnóstico além da prematuridade, 1 (6,25%) possui asfixia grave perinatal, 1 (6,25%) atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica e 1 (6,25%) displasia broncopulmonar. 6 (37,5%) são do sexo masculino. A média de idade gestacional 29,8± 3,4 semanas, e a média do peso ao nascimento 1320g±490g. No total foram identificadas 44 reinternações, sendo que 10 (22,7%) ocorreram por bronquite aguda, 4 (9,09%) por náuseas e vômitos, 1 (2,2%) por colocação de sonda, 4 (9,09%) crises convulsivas, 3 (6,8%) por bronquiolite aguda, 5 (11,3%) por sintomas não especificados, 3 (6,8%) por asma, 1 (2,2%) por cuidados a orifício artificial, 2 (4,5%) por nasofaringite aguda, 2 (4,5%) por febre, 2 (4,5%) por infecção viral, 2 (4,5%) por cianose, 1 (2,2%) por dificuldades de alimentação e erros na administração da alimentação, 1 (2,2%) por mal funcionamento de traqueostomia, 1 (2,2%) por infecção de vias aéreas e 1 (2,2%) por dispneia. A média de reinternações por criança foi de 2,93± 3,4. Nenhuma criança dessa amostra reinternou por disfagia ou alguma comorbidade relacionada ao transtorno de deglutição. Conclusão: Crianças em acompanhamento fonoaudiológico apresentam muitas comorbidades e menor número de reinternação por disfagia. Neste estudo, a bronquite aguda apareceu como causa mais frequente de reinternação. Descritores: readmissão hospitalar, disfagia, pediatria.

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32. CERVICAL ACOUSTIC SIGNAL OF SILENT OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A PILOT STUDY

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TRACHEAL

ASPIRATION

IN

CHILDREN

WITH

Almeida,St; Ferlin,El; Callegari-Jacques,Sm; Fornari,F; Goldani,Has Univ. Federal do Rio Grande do Sul; Hospital de Clinicas de Porto Alegre

Introduction: Oropharyngeal dysphagia (OPD) is defined as a dysfunction of the oral and/or pharyngeal stages of swallowing associated (or not) with laryngeal penetration and tracheal aspiration of foods of one or more consistencies. Aspiration is known as the entry of secretions or foreign bodies into the larynx that pass below the vocal folds, with the potential risk for acute and chronic airway disease. Aspiration may be associated with coughing or choking, or may be entirely asymptomatic (silent aspiration), whose identification is difficult without the aid of an imaging assessment. Purpose: To characterize the acoustic signal of silent tracheal aspiration in children with oropharyngeal dysphagia (OPD). Method: This cross-sectional study was approved by the Research and Ethics Committee of Hospital (protocol no. 09/554). Informed and written consent was obtained from children’s parents or caretakers. In this pilot study, 32 children with OPD (aged 1 to 14 years) were examined with combined digital cervical auscultation (DCA) and videofluoroscopic swallow study (VFSS). The acoustic detector employed was a tiny piezoelectric microphone (4mm x 2mm) with a flat response curve (-3 dB) between 15 Hz and 15.000 Hz. Power spectral density (PSD, in 1/√Hz) of a sequential series of five liquid swallows was the acoustic signal used for comparisons between children who silently aspirated and children who did not aspirate at VFSS. Results: Among 32 children, 14 were excluded due to either DCA/VFSS artifacts or non-silent aspiration. The remaining 18 participants (median age 6 years) were classified based on VFSS as aspirators (n = 8) and non-aspirators (n = 10). The PSD curve of aspirators presented an ascending pattern (1st vs. 5th deglutition: 695.2 vs 4421.9 1/√Hz), while the curve of non-aspirators was flat (1st vs. 5th deglutition: 509 vs 463.4 1/√Hz), with marked differences being observed from the 3rd measure onwards (P < 0.001). Conclusion: In this pilot study, we used digital cervical auscultation for identification of silent tracheal aspiration in children with oropharyngeal dysphagia. This non-invasive technique demonstrated aspiration by an increase in the power spectral density curve. Large scale studies are needed to confirm this promising technique in the diagnostic process of oropharyngeal dysphagia. Descritores: Deglutition disorders; Acoustical analysis; Speech, Language and Hearing Sciences. Financial support: Fundo de Incentivo a Pesquisa e Eventos/ FIPE

33. ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA GASTROINTESTINAL COM DISFAGIA E BAIXO PESO PARA ESTATURA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS GRAVES Barth, Fabiola Luciane; Barbosa, Lisiane De Rosa Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Introdução: Bebês e crianças com dificuldades de alimentação e deglutição frequentemente apresentam problemas de trato gastrointestinal, sistema que representa influência soberana para prover a nutrição do organismo. Problemas do trato gastrointestinal incluem anormalidades estruturais de esôfago e estômago, alterações de motilidade, doenças inflamatórias e constipação. Esses podem resultar ou contribuir para problemas de alimentação e deglutição, e se não identificados precocemente, podem rapidamente evoluir para deficiência de nutrição e falha no crescimento em bebês e crianças com pouca ou nenhuma reserva nutricional. Até mesmo em crianças sem alterações na deglutição, o adequado manejo das alterações gastrointestinais é essencial para o sucesso potencial da alimentação. Mesmo que a condição médica orgânica tenha sido resolvida, deve-se notar que muitas vezes estes pacientes são privados por longos períodos da alimentação enteral, e por consequência das experiências de alimentação via oral, podendo comprometer o sucesso da alimentação, e requerendo atenção. O fonoaudiólogo especialista na área de transtornos de alimentação e deglutição trabalha com o intuito de evitar ou minimizar o impacto para complicações, favorecendo o crescimento e maturação no período crítico do desenvolvimento, promovendo melhora do status nutricional e a diminuição da morbidade. Objetivos: Analisa os resultados da avaliação clínica fonoaudiológica da deglutição e o estado nutricional de pacientes graves internados por doença de base gastrointestinal em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, e suas associações. Métodos: Previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número do parecer 467.673. Trata-se de estudo desenvolvido em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, com amostra de conveniência. Os critérios de inclusão foram possuir doença de base gastrointestinal, solicitação médica e estabilidade clínica para avaliação de deglutição. Os critérios de exclusão compreenderam dados incompletos em prontuário. Os dados foram coletados através de registro em prontuários médico e fonoaudiológico. A avaliação clínica da deglutição baseou-se na identificação de problemas em uma ou mais fases da deglutição. AdotouResultados: O diagnóstico de etiologia gastrointestinal foi apontado para 18 pacientes. Observou-se associação significativa (p=0,012) para o diagnóstico clínico fonoaudiológico de disfagia com etiologia gastrointestinal, 86,7% (n=13). Associação significativa (p=0,023) também foi encontrada para doença gastrointestinal com baixo peso para estatura, 52,9% (n=9). Conclusões: Os achado deste trabalho corroboram a literatura no que diz respeito à influência da maturidade gastrointestinal sobre as habilidades e eficiência da alimentação oral. Apesar de a falha no crescimento ter causas multifatoriais, a otimização do funcionamento do trato gastrointestinal é importante para restituir e manter a saúde ideal nesse grupo complexo de crianças, que vem aumentando sua incidência. Interromper

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o ciclo de crescimento abaixo do esperado e o desenvolvimento secundário de deficiência de nutrição é essencial e faz-se apropriado em qualquer estágio do desenvolvimento, a fim de reverter doenças anatômicas, fisiológicas e psicológicas decorrentes da malnutrição. O fonoaudiólogo especializado é essencial às equipes de atenção ao paciente com alterações gastrointestinais, pois é o profissional habilitado para gerenciar a disfagia, garantir segurança nutricional e prevenir recusa e aversão alimentar. Descritores: Transtornos de deglutição, Trato gastrointestinal, Unidade de terapia intensiva, Pediatria, Desnutrição

34. ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: PERCEPÇÃO DA FAMÍLIA E DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE Klossowski, Diulia Gomes; Godoi, Vanessa Cristina; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda; Pankiw, Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal Universidade Estadual do Centro-Oeste

Introdução: O nascimento prematuro e suas complicações são as principais causas das mortes neonatais e outras morbidades (paralisia cerebral, deficiências cognitiva, auditiva e de aprendizagem). Visando prevenir e reduzir a gravidade das comorbidades, o Ministério da Saúde do Brasil adota como Política Pública a Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso (Método Canguru- MC). O Método é realizado em três etapas, sendo que as duas primeiras se concentram no ambiente hospitalar e a terceira etapa é o acompanhamento ambulatorial. Objetivo: O objetivo geral do presente estudo foi compreender a forma como ocorre a assistência ao recém-nascido prematuro, conforme preconiza a política pública de saúde, Método Canguru, a partir da percepção da família e profissionais de saúde. Método: Trata-se de um estudo de cunho qualitativo. Foram entrevistados dezoito profissionais de saúde e seis famílias. Os locais de entrevista com os profissionais foi na Secretaria Municipal de Saúde, no Consórcio Intermunicipal de Saúde e no Hospital Santa Casa de Irati/PR. As famílias foram entrevistadas neste último estabelecimento. As entrevistas foram encerradas a partir da saturação das respostas. A análise das entrevistas foi a partir da análise de conteúdo, modalidade temática. Emergiram os seguintes núcleos temáticos das entrevistas com os profissionais: Descompasso na comunicação entre os serviços de saúde e as famílias; A fragmentação do cuidado ao prematuro e as famílias; Contradições entre as práticas profissionais e a política pública instituída. Já para as famílias, os núcleos temáticos foram: Valorização do cuidado hospitalocêntrico; Assistência centrada nos indicadores físicos do desenvolvimento do prematuro. Resultados: Os discursos nos remetem a uma comunicação superficial e pautada em técnicas médicas como sendo o necessário à gestante e ao bebê. A família e o bebê recebem um cuidado fragmentado, centrado na doença, e não integralmente conforme preconiza a política. Houve relatos concisos sobre a política, observamos que os profissionais desconhecem o que ela preconiza, e valorizam a atenção e cuidado hospitalar. Em decorrência disso, ocorrem contradições entre as práticas profissionais e o que está instituído na política. Conclusão: A formação dos profissionais de saúde não acompanhou a mudança do paradigma no cuidado, e está afastada da forma de um cuidado integral. O que se percebe é uma formação insuficiente para as transformações instituídas na prática. A valorização do cuidado hospitalar ficou marcado nas falas das famílias. O bebê recebe uma assistência básica, de pesagem e vacinação e atendimento médico. Não há o cumprimento da política pública e a existência de um serviço e de profissionais que garantam ações conjuntas e eficientes no cuidado com o bebê e a família. Descritores: prematuro; assistência à saúde; família; profissional de saúde; pesquisa interdisciplinar, desenvolvimento da comunidade.

35. A AMAMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: SABERES E PRÁTICAS DO PROCESSO Godoi, Vanessa Cristina; Klossowski, Diulia Gomes; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda; Pankiw, Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal Universidade Estadual do Centro-Oeste

Introdução: Ser mulher na atualidade não significa mais somente ser ou tornar-se mãe. As mulheres hoje possuem o direito de escolha sobre suas decisões, seu estilo de vida e principalmente sobre a maternidade. Por esse viés, a compreensão da amamentação na contemporaneidade envolve ao ser mulher: mãe, esposa, trabalhadora e cidadã, visando as mudanças de acordo com os contextos histórico, social e cultural. A decisão de amamentar da mulher está interligada a sua história de vida, ao significado que atribui a este ato, sendo uma opção pessoal da mulher determinada pelo seu existir no mundo. Entretanto, ela sente-se cobrada pela sociedade, que valoriza a maternidade e vê a prática de amamentar como uma virtude natural, um dom divino, puro e universal. O desprazer nem sempre é explícito por quem vivencia, por não ser compatível ao perfil idealizado de mãe. Os aspectos biológicos da amamentação sobrepõem a subjetividade da mulher e, ao mesmo tempo em que ela diz ser livre para escolher, é necessário estar preparada para as cobranças impostas pela sociedade. Percebe-se que as profissionais de saúde, detentoras do conhecimento sobre o aleitamento materno, tem como principal papel o auxílio às nutrizes e, a partir disso, acabam se tornando as protagonistas no sucesso dessa prática. Objetivos: Compreender o processo da amamentação pela ótica das profissionais da saúde, descrever a vivência da amamentação das

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profissionais de saúde e identificar saberes e práticas que envolvam o aleitamento materno mediante o que foi vivenciado no processo da amamentação. Método: Foi realizada uma abordagem qualitativa, em que foram entrevistadas 12 profissionais de saúde de diferentes áreas de formação que já haviam passado pela experiência de amamentar seus filhos e que atuavam ou já atuaram na UTI neonatal e Alojamento Conjunto da Santa Casa de Irati. Os dados foram analisados mediante a análise do conteúdo, modalidade temática. Resultados: Pôde-se perceber que a amamentação é vista pelas profissionais como um ato natural e naturalizado; como uma prática associada ao gênero feminino, como uma obrigação, tanto pelas cobranças sociais, quanto pelo próprio saber científico e técnico que possuem e, que foram muitos os desdobramentos que essa vivência causou no processo de atuação profissional. Conclusão: Embora se referindo à amamentação como algo natural, aspectos relativos a momentos negativos e desagradáveis vivenciados pelas mulheres durante a amamentação foram ressaltados por elas em suas falas, evidenciando uma visão diferente do que se vem apregoando nos discursos em prol do aleitamento materno. Percebemos também que a amamentação para essas mulheres é tomada muitas vezes como obrigação, como um fardo que carregam pela qualificação que possuem, e pelas determinações sociais e de gênero. No entanto, independente da vivência ter sido boa ou ruim, as profissionais de saúde modificaram seu olhar para as nutrizes. Descritores: Amamentação, gênero, profissionais de saúde. Financiamento: CAPES/Fundação Araucária

36. DISFAGIA EM PACIENTES INTERNADOS EM UTI PEDIÁTRICA POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Giorgetti, Marilia de Paula; Flabiano-Almeida, Fabíola Custódio; Bühler, Karina Elena Bernardis Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP

Introdução: As doenças respiratórias são uma das principais causas de internações em Unidades Pediátricas de Terapia Intensiva, sendo a disfagia orofaríngea um achado freqüente, geralmente em função de prejuízos na coordenação entre deglutição e respiração durante a alimentação. Além disso, essas crianças podem necessitar de intubação orotraqueal (IOT) prolongada, o que também pode levar a quadros de disfagia. Objetivo: Analisar as alterações de deglutição apresentadas por pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva pediátrica devido a doenças respiratórias, comparando-se os pacientes submetidos e os não submetidos à intubação endotraqueal prolongada. Método: estudo retrospectivo de revisão de prontuário. Foram analisadas as avaliações clínicas fonoaudiológicas realizadas na UTI Pediátrica de um hospital público de nível secundário, durante o período compreendido entre Janeiro e Junho de 2014. Todas as avaliações foram realizadas utilizando-se o Protocolo de Avaliação Clínica da Disfagia Pediátrica (PAD-PED). Os critérios de inclusão foram: pedido médico de avaliação fonoaudiológica para verificação da prontidão para reintrodução de alimentação por via oral, diagnóstico de internação relacionado exclusivamente à doenças respiratórias. Os critérios de exclusão foram: queixa prévia de dificuldade de deglutição, histórico de prematuridade, alterações neurológicas, presença de síndromes e/ou cardiopatias. Assim, dos 145 pacientes que deram entrada na UTI do referido serviço, foram selecionados 16 para composição deste estudo. O grupo sem IOT foi composto por seis crianças (quatro do gênero feminino e duas do gênero masculino), com média de idade de 3 meses e 10 dias. O grupo com IOT foi composto por 10 crianças (5 do gênero masculino e 5 do gênero feminino), com média de idade de 10 meses e 12 dias. O tempo médio de intubação foi de 7,2 dias (DP =2,44). Os diagnósticos de internação foram crise de sibilância, bronquiolite, pneumonia e insuficiência respiratória. Resultados: Após análise das avaliações fonoaudiológicas realizadas, foi constatada ocorrência de disfagia orofaríngea de grau leve em 16% do grupo sem IOT enquanto no grupo com IOT, observou-se disfagia de grau moderado a severo em 50% dos sujeitos e disfagia de grau leve em 10% dos sujeitos. O teste de Mann-Whitney revelou forte tendência à significância estatística na comparação entre os grupos (p-valor = 0,059). Conclusão: Observou-se um número significativo de pacientes com disfagia orofaríngea na população estudada, especialmente nos casos em que foi necessária intubação orotraqueal, sendo a maioria classificada como de grau moderado a grave. Tal achado reforça a importância da presença do Fonoaudiólogo em unidades pediátricas de terapia intensiva, uma vez que este é o profissional mais indicado para a determinação do diagnóstico e intervenção dos distúrbios da deglutição, reduzindo o tempo de internação e custos hospitalares. Descritores: disfagia, crianças, doenças respiratórias, intubação orotraqueal.

37. ACHADOS FONOAUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS COM GASTROSQUISE Bonfim, Danielle; Befi-Lopes, Debora; Glebocki, Aline Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

Introdução: A Gastrosquise é uma anomalia congênita caracterizada pela extrusão do intestino fetal, secundária a um defeito na parede abdominal anterior, dentro da vida uterina. Logo após a cirurgia de correção, se faz necessária a permanência prolongada do recém-nascido na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, tendo por consequência dificuldade em estabelecer alimentação por via oral. Objetivo: descrever os achados fonoaudiológicos em indivíduos com gastrosquise, em pacientes internados em UTI neonatal. Método: Estudo retrospectivo transversal realizado a partir da análise de registros das avaliações fonoaudiológicas nos pacientes. Foram incluídos dados dos pacientes internados que passaram por avaliação fonoaudiológica da deglutição de janeiro de 2012 a novembro de

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2014, totalizando 28 indivíduos. Aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa sob no. 796.415. Resultados: Todas as mães eram primigestas, 57% abaixo dos 20 anos de idade; A ocorrência de prematuridade foi de 57,1%. A média de idade dos RN foi de 37,3 dias na avaliação e de 48,5 dias na alta fonoaudiológica. O tempo médio entre avaliação e alta fonoaudiológica foi de 11,2 dias. O principal motivo da solicitação médica para avaliação foi de transição de via alternativa de alimentação exclusiva para via oral. A principal via de alimentação no momento da avaliação foi a sonda orogástrica em 21% dos pacientes e a principal dieta foi a fórmula hidrolisada. Os parâmetros de sucção nãonutritiva, captação, reflexos, coordenação entre sucção, deglutição e respiração, saturação e ausculta cervical apresentaram resultados dentro do esperado em mais de 50% da amostra. A presença de escape anterior ocorreu em 65% das avaliações realizadas e em 64% foi necessária a indução de pausas durante a oferta. Todos os pacientes do estudo receberam alta hospitalar com via oral exclusiva. Conclusão: Os dados encontrados demonstram a necessidade da avaliação e terapia nos pacientes com gastrosquise e a importância da atuação fonoaudiológica na transição de via alternativa de alimentação à via oral no período de internação hospitalar. Descritores: Transtornos de deglutição; Gastrosquise; Fonoaudiologia

38. INTRODUÇÃO DE DIETA VIA ORAL EM RECÉM-NASCIDO COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA: RELATO DE CASO Bonfim, Danielle; Ponciano, Bianca; Glebocki, Aline; Befi-Lopes, Debora Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

Introdução: A epidermólise bolhosa é definida como uma dermatose rara, de caráter hereditário, caracterizada pelo desenvolvimento de bolhas na região cutaneomucosa de todo o corpo, em resposta ao trauma mínimo, ao calor, ou a nenhuma causa aparente, podendo se manifestar ao nascimento ou durante os primeiros anos de vida. Pode ser classificada como epidermólise bolhosa simples, juncional ou distrófica, segundo a herança genética, distribuição anatômica das lesões e o nível histológico de formação das bolhas; no entanto, o diagnóstico concreto, só pode ser feito através de biópsia cutânea e exame de imunofluorescência ou microscopia eletrônica. As bolhas podem se estender na pele e mucosas, incluindo orofaringe e esôfago; seu surgimento é seguido de ruptura e cicatrização hipertrófica, le¬vando à anquiloglossia, microstomia e estenose de laringe, vestíbulo nasal e de esôfago, em casos mais avançados. Objetivo: Descrever o processo de introdução de dieta via oral, pela equipe de fonoaudiologia, em um recém-nascido com epidermólise bolhosa internado em unidade de terapia intensiva neonatal. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo transversal realizado a partir da análise dos dados relatados nas evoluções fonoaudiológicas em prontuário. Resultados: Na avaliação fonoaudiológica o recém-nascido se encontrava em uso de sonda orogástrica (SOG) exclusiva para alimentação e clinicamente estável. Foram encontrados os seguintes achados fonoaudiológicos: prontidão, e vedamento labial, sucções ritmadas, lentificadas e com pressão intra-oral diminuída. A oferta de dieta via oral com fórmula láctea na mamadeira de bico comum de silicone foi, inicialmente, dificultada pela não aceitação do bico, por provável estímulo doloroso devido à presença de lesões nas regiões peri e intra-orais. Os atendimentos fonoaudiológicos foram realizados diariamente, com periodicidade de uma ou duas vezes ao dia, com objetivo de introdução de dieta via oral com segurança e conforto ao paciente. Com a utilização de bico de látex houve melhor desempenho com boa coordenação sucção-deglutição-respiração, sendo possível iniciar a liberação de dieta via oral já no terceiro atendimento fonoaudiológico. Com a adaptação do bico, a melhora do padrão de sucção e progressiva aceitação da dieta foi possível liberar dieta exclusivamente por via oral no décimo atendimento fonoaudiológico. Com a melhora das lesões foi introduzido o bico de silicone, com boa aceitação e desempenho. Foram realizadas orientações à mãe quanto à utilização do bico de látex somente em caso de desconforto pela presença de novas bolhas ou lesões na cavidade oral após a alta hospitalar. Conclusão: O manejo do paciente com epidermólise bolhosa deve ser cuidadoso, porém a introdução de dieta via oral é possível, com a devida intervenção fonoaudiológica, considerando a existência de bolhas na orofaringe e evitando a possível formação de novas lesões. Descritores: Epidermólise Bolhosa; Disfagia; Neonatal

39. MATERIAL MULTIMÍDIA SOBRE CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO EM BEBÊS COM SEQUÊNCIA DE ROBIN Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Prado-Oliveira, Rosana Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – Universidade de São Paulo

Introdução:A Sequência de Robin é definida pela presença de micrognatia e glossoptose com ou sem fissura palatina. Caracteriza-se por obstrução alta e dificuldades respiratórias e alimentares que são mais frequentes e mais graves no período neonatal. Sendo o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, um centro de referência na reabilitação de pacientes com deformidades craniofaciais, a diversidade de casos, a complexidade das deformidades e a demanda por tratamento multidisciplinar impele a instituição a não somente ser um centro assistencialista, mas também, centro de ensino e pesquisa. Desta forma, cabe aos profissionais atuantes na área de saúde, disseminar conhecimentos para outros profissionais e para os pais e/ou cuidadores por meio de materiais gráficos, multimídia ou programas de teleassistência abordando os conceitos que

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favoreçam a prevenção e o tratamento das alterações associadas. Objetivo: Desenvolver um material multimídia com informações a respeito da alimentação do bebê com Sequência de Robin para ser utilizado pelos profissionais da área como facilitador da compreensão dos pais e/ou cuidadores sobre questões relativas à alimentação dos lactentes. Material e Métodos: Este estudo está sendo realizado no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais e foi inciado após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas da instituição. O material está em processo de execução, no Laboratório de Fonética Experimental do Hospital. Foi selecionado como público alvo os pais e/ou cuidadores de bebês com Sequência de Robin nos diversos níveis culturais e sócio-econômicos, e profissionais da saúde. O material em preparo segue as planilhas propostas por Wen (2008) para identificação da prioridade de assuntos e da abordagem pedagógica para organização do conteúdo. Uma vez elaborado o roteiro (imagens e descrições), a finalização computacional será realizada utilizando-se o programa Power Point ou Word (Microsoft, 2007), e este material será convertido em um vídeo auto-demonstrativo, material multimídia que futuramente será disponibilizado online no site do Hospital: http://www.centrinho.usp.br/. Resultados: Realizou-se a organização do conteúdo abrangendo as seguintes habilidades: conhecer ou entender o que é Sequência de Robin e familiarização com uso dos termos clínicos micrognatia, glossoptose e dificuldade respiratória; conhecer ou entender o que é Sequência de Robin e familiarização com uso dos termos clínicos micrognatia, glossoptose e dificuldade respiratória; habilidade de compreender como ocorre o processo em que os bebês podem passar quanto à cânula, intubação nasofaringea; compreender a posição correta durante a alimentação do bebê e a necessidade um processo de intervenção ampliado com equipe Multiprofissional; conhecer e realizar estratégias que possam auxiliar a alimentação do bebê com fissura labiopalatina. Mantendo-se um enfoque nas questões relacionadas à alimentação dos bebês com Sequência de Robin, optou-se pelo desenvolvimento de um conteúdo que ajudasse a compreensão desse processo e auxiliasse os pais e/ou cuidadores quanto ao manejo de técnicas para facilitar essa alimentação. Conclusão: Foi organizado o conteúdo do material multimídia com informações a respeito da alimentação do bebê com Sequência de Robin para ser utilizado pelos profissionais da área como facilitador da compreensão dos cuidadores. Futuramente com a finalização do material multimídia, o mesmo será disponibilizado para o público. Descritores: Síndrome de Pierre Robin, Fissura Palatina, Multimídia, Orientação, Cuidadores, Alimentação Artificial e Aleitamento Materno

40. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO – RELATO DE UM CASO Pereira, Michelle Miranda; Glebocki, Aline Cristina Gabriel; Befi-Lopes, Débora Maria Instituto da Criança – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: A região da fossa posterior é o local mais comum de tumores cerebrais na infância. Estruturas desta região, incluindo o cerebelo, tronco cerebral, gânglios basais e vias da substância branca córtico-cerebelar conectando estas áreas desempenham um papel crucial na execução precisa e eficiente dos movimentos da fala e da deglutição. Um dos tipos de tumores da região da fossa posterior é o meduloblastoma. Objetivo: descrever caso de paciente pediátrico com diagnóstico de meduloblastoma clássico acompanhado pela equipe fonoaudiológica em hospital oncológico pediátrico. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo transversal realizado a partir da análise dos dados relatados nas evoluções fonoaudiológicas em prontuário. Resultado: Paciente do sexo masculino, cinco anos de idade, iniciou acompanhamento fonoaudiológico após ressecção parcial do tumor evoluindo com paralisia facial, disfagia e disartria. Em avaliação fonoaudiológica paciente encontrava-se com sonda nasogástrica como via de alimentação exclusiva, em ar ambiente, contactuante, responsivo e colaborativo. Apresentava: assimetria facial com paralisia à direita, tônus e mobilidade reduzidos de órgãos fonoarticulatórios, deglutição espontânea de saliva com força e elevação laríngea diminuída, ausculta cervical ruidosa e “voz molhada” sugerindo estase salivar em recessos faríngeos. Foi realizada oferta de alimento pastoso homogêneo em colher e observado abertura de boca reduzida, captação do alimento, vedamento labial completo, tempo de trânsito oral aumentado, ejeção do bolo enfraquecida, elevação laríngea reduzida, deglutições múltiplas, ausculta cervical ruidosa mantida e tosse fraca durante oferta. Após a avaliação foi indicada gastrostomia, devido à necessidade de ganho nutricional para continuidade do tratamento com quimioterapia e radioterapia. O planejamento terapêutico, após a gastrostomia, visou o aumento da mobilidade e elevação laríngea, da mobilidade e força dos órgãos fonoarticulatórios, da sensibilidade e função de hemiface direita, além do treino com terapia direta para possível transição de via de alimentação. As sessões foram divididas em terapia de regulação orofacial, exercícios de motricidade oral, manobras terapêuticas como: Shaker com objetivo de elevação, anteriorização e estabilização laríngea; deglutição de esforço para aumentar a força muscular das estruturas envolvidas; deglutição com lateralização de cabeça para auxiliar limpeza em recessos faríngeos; estimulação tátil-térmico-gustativa intra-oral e oferta de volume com consistência pastosa. Após as seis primeiras sessões foi possível notar melhora da elevação laríngea e ausência de resíduo salivar em recessos faríngeos em ausculta cervical. Após quinze sessões de terapias diárias, foi liberada dieta pastosa duas vezes ao dia com ausência de sinais clínicos de penetração e/ou aspiração laringotraqueal. Em treinos realizados com líquidos, a criança apresentou escape nasal significativo. Diante disso, acrescentou-se durante o processo exercícios para mobilidade velofaríngea. Após dezoito terapias foi liberada dieta semi-sólida com restrição para líquidos, pois o paciente mantinha escape nasal. Na última sessão (vigésima segunda) foram liberados líquidos no canudo ou no

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copo com goles controlados, evoluindo com dieta geral para idade. Conclusão: o presente estudo de caso evidencia a importância da atuação fonoaudiológica no paciente com meduloblastoma, e sugere que novos estudos, com população ampliada, sejam realizados em busca de promover melhor qualidade de vida para os pacientes oncológicos pediátricos. Descritores: pediatria, oncologia, fonoaudiologia, disfagia, meduloblastoma, reabilitação

41. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO – RELATO DE UM CASO Gasparin, Marisa; Schweiger, Cláudia; Manica, Denise; Maciel, Antônio Carlos; Kuhl, Gabriel; Levy, Deborah Salle; Marostica, Paulo José Cauduro. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Serviço de Otorrinolaringologia, Unidade de Laringologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Serviço de Radiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Faculdade de Fonoaudiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Unidade de Pneumologia Infantil do Serviço de Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

INTRODUÇÃO: a investigação da disfagia inicia-se, usualmente, através da avaliação clínica seguida de exames complementares, como a videofluoroscopia, considerada o padrão-ouro para diagnóstico de aspiração. A avaliação clínica da deglutição é amplamente utilizada na rotina fonoaudiológica por ser um método rápido e de baixo custo, que pode ser realizado tanto em unidades de internação quanto em unidades ambulatoriais. Sabe-se, porém, que não há instrumentos validados para a população pediátrica, e a acurácia do método é desconhecida. Sendo assim, é fundamental conhecer sua sensibilidade e sua especificidade para melhor entender a aplicabilidade do método. OBJETIVOS: verificar a acurácia de um protocolo de avaliação clínica da deglutição em uma amostra de crianças com diagnóstico de laringomalacia ou de glossoptose, bem como descrever a prevalência de disfagia em cada uma dessas doenças e a resposta da dinâmica da deglutição às intervenções fonoterapêuticas de redução de fluxo e de modificação de consistência dos líquidos. MÉTODOS: foi realizado um estudo transversal que avaliou crianças com idade entre um mês e 11 anos de vida com diagnóstico de laringomalacia ou glossoptose, acompanhados pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), entre abril de 2013 e outubro de 2014. O diagnóstico dessas patologias foi realizado pelo médico otorrinolaringologista através de endoscopia de vias aéreas. Realizou-se a avaliação clínica da deglutição por uma fonoaudióloga e, após, a videofluoroscopia, seguindo-se a mesma rotina e padronização da avaliação clínica, porém por outra fonoaudióloga e por um médico radiologista. Foram utilizados os protocolos propostos por DeMatteo et al. (2005) e modificados pelos pesquisadores do presente estudo, sendo testadas as consistências líquida rala e líquida engrossada na viscosidade néctar. Os utensílios testados na oferta da via oral foram mamadeira e bico que a criança utilizava na alimentação usual, bico ortodôntico para líquidos de média consistência (fluxo leite) e bico ortodôntico para líquidos ralos (fluxo água/chá). RESULTADOS: a amostra do estudo foi composta por 29 pacientes, sendo 10 portadores de laringomalacia e 19 de glossoptose. A sensibilidade da avaliação clínica não ultrapassou 50% em nenhuma das observações, mas a especificidade alcançou valor de 100% em alguns casos. A prevalência de disfagia foi de 100% e o espessamento dos líquidos reduziu significativamente as aspirações traqueais. CONCLUSÕES: a disfagia foi altamente prevalente em crianças com laringomalacia ou glossoptose. A avaliação clínica mostrou-se pouco sensível na identificação de penetração laríngea e aspiração traqueal. No entanto, sua elevada especificidade sugere repensar a indicação da videofluoroscopia nos casos em que tais eventos são identificados através da avaliação clínica. Descritores: distúrbio de deglutição; laringomalacia; glossoptose; acurácia

42. TRANSFORMACION DE CONSISTENCIA LÍQUIDA PARA FAVORECER LA BIOMECÁNICA DEGLUTORIA/ REDUCIR RIESGOS ASPIRATIVOS EN NIÑOS LESION CEREBRAL Vargas, Miguel; Rodríguez, Yohandris Facultad de salud – Universidad de Pamplona – Colombia

Introducción: Dentro del abordaje fonoaudiológico, especialmente en sujetos con déficit motores, se privilegia el trabajo con funciones vitales como la deglución, proceso por medio del cual el ser humano se nutre a través de la ingesta de los alimentos. La condición motora “atípica” generará trastornos en el proceso que implican, incluso, factores de riesgo para la vida. La búsquedas de estrategias que permitan a esta población efectivizar su deglución y disminuir sobre medida las implicaciones riesgosas de la alteración, es un deber disciplinar. Sin embargo, históricamente la fonoaudiología ha dado cuenta de los procesos de abordaje a esta población, pero por más evidente que se haga el trastorno, el contexto, que es al final el encargado de proporcionar, facilitar y adecuar los procesos, no sucumben ante la idealidad, pero si ante las exigencias de tiempo de la sociedad y el trabajo, aspectos evidenciados en el campo. Objetivo: Fundamentar aspectos que adquiere el proceso deglutorio al adoptar, como herramientas terapéuticas, transformaciones de consistencias que posibiliten al usuario con lesiones cerebrales un control funcional del alimento. Metodos: El proceso se plantea bajo la modalidad de investigación de campo, de

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carácter interpretativo, de base cuali-cuantitativa y de observación participativa, cuya función permitirá al investigador conocer la relación o grado de asociación existente entre los factores implícitos en la transformación de la consistencia líquida y la adecuación del proceso deglutorio evidenciado en la aplicación de la A.C. Para efectos interpretativos se remite el estudio a la arqueología documental, teniendo en cuenta los antecedentes históricos que describen los trastornos deglutorios en sujetos en condición de discapacidad motora. La metodología aplicativa inicia con la elección de la muestra poblacional y pasa posteriormente a la aplicación de la prueba y toma de muestra. Resultados: Sujetos con Insuficiencia Motriz de Origen Cerebral, secuelas motoras de Eventos Cerebro-Vasculares, Traumatismos Cráneo-Encefálicos, entre otras, conviven con limitaciones físicas propias de su patología, generando inconvenientes específicamente en una función primordial, primitiva pero compleja, la deglución. Deglutir se concibe como ese proceso sensorio-motor encargado de transportar alimento de boca a estómago; comandado por un alto número de músculos orales, faríngeos y esofágicos, y estructuras óseas, dinámicas y móviles, que anclan grupos de fuerza encargados del envío. Es un proceso complejo que exige la coordinación de estructuras aparentemente inconexas y que de fallar puede incluso arriesgar la vida. Conclusión: Se deben establecer procesos que puedan suplir las necesidades motoras de la población con déficit motor. Las transformaciones de consistencias, aunque mejoran cualitativamente el proceso biomecánico deglutorio, no revela una deglución eficaz en el indicador de la ausculta cervical Se concluye que la transformación de consistencia líquida favorece la disminución de riesgos aspirativos en la biomecánica deglutoria, ocasiona un mejor control del bolo del alimento en la cavidad oral, inhibiendo por ejemplo la salida anterior del mismo, el derrame por comisura e incluso el escape posterior. Descritores: Trastornos del movimiento; Deglución; Espectrografía del sonido; Terapéutica; Trastornos de deglución Fuente de financiamiento: Universidad de Pamplona

43. A IMPORTÂNCIA DA FONOAUDIOLOGIA COM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS Rocha, Luciana; Rock, Luciana Instituto de Ciências da Saúde – Universidade Federal da Bahia Institute of Health Sciences - Federal University of Bahia

Introdução A traqueostomia, ou seja, abertura temporária da traquéia na parte anterior do pescoço e com a introdução de uma cânula para melhorar a respiração, é um procedimento muito utilizado atualmente. Antigamente esse método era usado em situações de emergências para salvar vidas, por se trata de uma técnica que apresentava altas taxas de mortalidade. Após a padronização da técnica o procedimento passou a ser usado rotineiramente de maneira segura e eficaz (CHEVALIER JACKSON, 1921). O procedimento é indicado em pacientes com problema de deglutição e aspiração, laringotraqueal, mas a própria traqueostomia pode apresentar aspiração. A importância do uso da traqueostomia é reduzir as complicações severas, seja a aspiração laringotraqueal, a infecção local ou estenose laringotraqueal.Objetivos Goals Mostra a importância do acompanhamento Fonoaudiologico com paciente que utilize a traqueostomia.Métodos Através de uma extensa revisão de literatura por meio de pesquisa em artigos científicos que abordam o conteúdo sobre a Fonoaudiologia e pacientes traqueostomizados. Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas: Pubmed, CEFAC, Scielo e CAPES. Resultados Independentemente da traqueostomia ser o fator desencadeante da disfagia ou uma conseqüência, deve-se pensar em estratégias que minimizem seu impacto na deglutição, mesmo que essas estratégias ainda não estejam totalmente comprovadas como eficazes. Antes da realização da traqueostomia, o cirurgião deve decidir pelo tipo de incisão na traquéia e pelo tipo de Cânula utilizada que menos afetarão a deglutição. Foi possível perceber que os artigos, demonstraram que os pacientes traqueostomizados dependentes do ventilador e apresentam comprometimento das estruturas orofaríngeas como atrofia muscular e diminuição da mobilidade, possivelmente interferindo na coordenação da dinâmica da deglutição. É importante durante o uso da traqueostomia desinsuflar o canff por pouco tempo em alguns momentos do dia.Conclusões O acompanhamento fonoaudiologico é de extrema importância para os pacientes traqueostomizados principalmente os que dependem da ventilação mecânica internados em Unidade de Terapia Intensiva que podem apresentar alteração de tonicidade e amplitude do movimento e das estruturas orofaríngeas e alteração da deglutição, principalmente nos pacientes disfágicos com cuff insuflado. A reabilitação fonoaudiológica contribuiu para a melhora da deglutição nesses pacientes. Descritores: Traqueotomia, Fonoaudiologia, Disfagia

44. O USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA DISFAGIA Goldoni, NI; Netto, Irene de Pedro; Carrara de-Angelis, Elisabete A. C. Camargo Cancer Center – São Paulo/SP

Introdução: Pacientes em UTI têm dificuldade com a comunicação em situações onde não conseguem falar. Estas situações podem gerar um impacto na participação ativa do paciente no tratamento e no processo de cura. A escassez de literatura sobre a importância da comunicação alternativa ao paciente disfágico é real. Assim, há a necessidade do levantamento das contribuições da comunicação alternativa ao paciente disfágico em unidades de terapia intensiva. Objetivo: Realizar revisão da literatura dos estudos que demonstram o papel da comunicação alternativa no auxílio à reabilitação do paciente disfágico na Unidade de Terapia Intensiva. Material e Método: Foi realizado levantamento na literatura nacional e internacional, publicada nos idiomas Inglês ou Português, utilizando-

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se a base de dados Biblioteca Virtual em Saúde - BVS (www.bireme.br) que engloba as bases de dados LILACS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO e IBECS e a base de dados PubMed-NCBI (Us National Library of Medicine and National Institute of Health), sem restrição de tempo. Foram utilizadas as seguintes palavras, em combinações variadas: comunicação alternativa; disfagia; leito; deglutição; unidade de terapia intensiva; centro de terapia intensiva; UTI. Resultados: Vinte e seis estudos contemplaram os critérios propostos. Os artigos foram tabulados quanto à caracterização da amostra e à metodologia. A maioria dos artigos envolveu pacientes com ausência temporária da comunicação oral. Houve diferentes formas de comunicação: lousa mágica; símbolos pictográficos; prancha com fotos; questões fechadas como “sim” ou “não”. Os achados referentes à deglutição foram variados e descritos de acordo com objetivos de cada estudo. Conclusão: Foi constatado que a comunicação alternativa é um método eficaz na redução da frustração da comunicação em pacientes disfágicos durante o período de internação. Alguns achados demonstram que o sistema aumenta a eficiência e a rapidez da comunicação. Ainda há escassez na literatura. Descritores: Comunicação Alternativa; Disfagia; Unidade de Terapia Intensiva

45. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS QUANTITATIVOS Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: A laringite é uma doença que pode ser causada por fatores como tabaco, bebidas alcoólicas, alergias, infecções rinofaríngeas e lesões traumáticas, entretanto, nos últimos anos, tem sido observada com frequência como uma manifestação extra-esofágica decorrente do refluxo gastroesofágico. Nossa hipótese é que estas lesões em laringe possam afetar a deglutição. Objetivo: Comparar os tempos dos eventos da deglutição nas fases oral e faríngea, entre pacientes com laringite e indivíduos normais Materiais e Métodos: Participaram do estudo 21 pacientes com laringite (14 mulheres e sete homens; idade média: 50 anos) e 21 indivíduos normais (14 mulheres e sete homens; idade média: 50 anos). Todos os participantes do estudo passaram pela avaliação videofluoroscópica da deglutição, na qual foram analisadas as deglutições nas consistências líquida, pastosa e sólida, numa sequência randomizada. Os pacientes com queixas sugestivas de alteração em laringe foram submetidos, antes da videofluoroscopia, ao exame laringoscópico, com o qual foi feito o diagnóstico de laringite. No grupo de pessoas normais, que não tinham queixas, não foi realizada laringoscopia. Resultados: No exame laringoscópico, as principais alterações laríngeas encontradas nos pacientes foram hiperemia e edema posterior de laringe (71%), hiperemia e edema de pregas vocais (29%) e paquidermia laríngea (19%). As principais queixas relatadas pelos mesmos foram rouquidão (86%), pigarro (86%), pirose (76%), regurgitação ácida (76%), globus faríngeo (71%) e necessidade de realizar deglutições múltiplas (62%). Não houve diferença significativa entre pacientes e indivíduos normais na deglutição da consistência líquida. Para a consistência pastosa, o tempo de preparo oral do bolo foi mais lento nos pacientes (média: 4691 ms) do que nos indivíduos normais (média: 2700 ms; p=0,002). Para a consistência sólida, o tempo de trânsito oral foi mais rápido nos pacientes (média: 548 ms) do que nos indivíduos normais (média: 1533 ms; p=0,012). Conclusão: Pacientes com laringite tem um maior tempo de preparo oral do bolo e um menor tempo de trânsito oral, após a preparação do bolo. Estas alterações podem ser consequências da presença de lesões laríngeas, que não afetam o trânsito faríngeo. Descritores: Deglutição, Laringite, Refluxo Gastroesofágico, Rouquidão Financiamento: CAPES

46. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS DESCRITIVOS Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: Alguns casos de laringite têm sido associados a episódios de refluxo gastroesofágico (RGE). Os achados laríngeos nesses casos vão desde hiperemia e edema posterior, até quadros de úlceras de contato em processo vocal, tecidos cicatriciais exuberantes, alterações do revestimento laríngeo, estenose subglótica e degeneração neoplásica do epitélio. Alguns autores referem a presença de disfagia nestes pacientes que apresentam laringite relacionada ao RGE. Objetivo: Comparar o padrão da deglutição nas fases oral e faríngea entre pacientes com laringite e indivíduos normais. Materiais e Métodos: Foram realizadas avaliações clínica e videofluoroscópica da deglutição em 21 pacientes com laringite detectada através da realização do exame de laringoscopia (14 mulheres e sete homens; idade média: 50 anos), e 21 indivíduos normais (14 mulheres e sete homens; idade média: 50 anos). Os dois grupos passaram por avaliações clínica e videofluoroscópica da deglutição. Tanto na avaliação clínica quanto na videofluoroscópica, foram estudadas as deglutições nas consistências líquida, pastosa e sólida, numa sequência randomizada e em duplicata. Resultados: Na avaliação clínica, os pacientes com laringite apresentaram maior número de deglutições múltiplas, manobras compensatórias, sensação de alimento parado, tosse e resíduos em cavidade oral, em comparação aos indivíduos normais. Na avaliação videofluoroscópica, foi observado que os pacientes com laringite apresentaram maior ocorrência de escape prematuro posterior para as consistências líquida (p=0,006) e pastosa (p=0,0001). Na consistência sólida não houve

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diferença entre os grupos. Além disso, de um modo geral, observou-se tendência dos pacientes apresentarem resíduo em cavidade oral, estase em valécula e recessos piriformes, e fracionamento do alimento embora, nestes aspectos, não haver diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Conclusão: Os resultados deste estudo permitem concluir que há diferença na deglutição do paciente com laringite comparada a pessoas normais. O estudo de um grupo maior e com lesões específicas poderá caracterizar melhor esta diferença. Descritores: Deglutição, Refluxo Gastroesofágico, Laringite Financiamento: CAPES

47. PERFIL FONOAUDIOLÓGICO DOS PACIENTES ENCAMINHADOS PARA A FONOAUDIOLOGIA EM UM HOSPITAL DE PORTO ALEGRE Burkhard, Laura; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Introdução: a disfagia pode ser definida como uma desordem neurológica ou anatômica da deglutição e pode resultar em desnutrição e desidratação, além da exposição ao risco de aspiração e infecções pulmonares. A inserção fonoaudiológica no atendimento à beira do leito, assegura ao paciente a avaliação precoce e o diagnóstico diferencial da deglutição, interpreta o diagnóstico e estabelece condutas terapêuticas que propiciem a melhor qualidade na reabilitação da deglutição, linguagem e funções neurovegetativas. Objetivo: descrever o perfil dos pacientes encaminhados para avaliação fonoaudiológica de um hospital público de Porto Alegre. Materiais e métodos: estudo retrospectivo, através de revisão de prontuários de um banco de dados. O estudo avaliou 79 pacientes no período de janeiro a novembro de 2014. Quarenta eram do sexo feminino, com idades entre 28 e 97 anos, encaminhados para avaliação fonoaudiológica à beira do leito pelas equipes de medicina de um hospital público de Porto Alegre. Os pacientes foram submetidos à avaliação sensório-motora-orofacial e ao protocolo Gugging Swallowing Screening (GUSS), para classificar a deglutição. Estudo aprovado pelo comitê de ética do hospital sob n° 41354. Resultados: a amostra apresentou média de idade de 64 anos (28 – 97 anos), com equivalência entre gêneros (49,36% do gênero masculino e 50,63% do gênero feminino). Os diagnósticos médicos mais prevalentes na população estudada foram AVC em 15 pacientes (18,98%), neoplasias em 13 pacientes (16,45%), HAS em 5 pacientes (6,32%), choque séptico em 4 (5,06%), crise convulsiva em 3 pacientes (3,79%) e AIDS em 3 (3,79%), entre outros casos. A equipe médica responsável por um maior numero de encaminhamentos foi a equipe de Medicina Interna com 46 encaminhamentos (58,22%) seguida da Neurologia com 8 (10,12%). O motivo predominante para a avaliação fonoaudiológica foi verificar a capacidade de reintrodução de via oral em 48 pacientes (60,75%). Na avaliação sensório-motora-orofacial 45 pacientes (56,96%) apresentaram uma ou mais alterações na mobilidade dos lábios, 41 pacientes (51,89%) na mobilidade da língua, 43 (54,43%) na força da língua, 17 (21,51%) na sensibilidade da língua, 8 (10,12%) pacientes apresentaram alterações de sensibilidade da face, 55 (69,62%) apresentaram uma ou mais alterações na mobilidade da mandíbula. Em relação à disfagia, 7 pacientes (8,86%) apresentaram deglutição normal ou disfagia leve sem ou com mínimo risco de aspiração, 23 (29,11%) apresentaram disfagia leve com baixo risco de aspiração, 13 (16,45%) apresentaram disfagia moderada com risco de aspiração, 15 (18,98%) apresentaram disfagia grave com alto risco de aspiração, 11 (13,92%) apresentaram deglutição Funcional, em 6 (7,59%) não foi possível realizar o teste de deglutição, 4 (5,06%) pacientes estão sem informações referentes ao grau de disfagia no banco de dados. Conclusão: foi possível verificar que o perfil fonoaudiológico dos pacientes avaliados é equivalente em relação ao gênero, com média de 64 anos e com predomínio de doença cérebro vascular e neoplasias de diversas etiologias. Contudo observa-se que há uma frequência importante de alterações de deglutição nas diferentes doenças identificadas. Fato este que necessita de atenção especializada como forma preventiva de complicações pulmonares e nutricionais, as quais adiam a alta hospitalar. Descritores: fonoaudiologia, disfagia, deglutição, diagnóstico médico

48. INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: RELATO DE CASO Costa, Danila Rodrigues; Mituuti, Cláudia Tiemi; Golçalves, Jeanne Kelly; Battisti, Maíra de Paula Leite; Favoretto, Natália Caroline; Rubira, Cássia Maria Fischer; Santos, Paulo Sérgio da Silva; Berretin-Felix, Giédre Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo

Introdução: O câncer de cabeça e pescoço pode trazer grande impacto no bem estar físico, psicológico e social do paciente. Os tratamentos cirúrgico, de radioterapia e quimioterapia podem resultar em déficits funcionais na mastigação, deglutição e fala, influenciando a condição emocional, o estado nutricional e a qualidade de vida. Para uma terapêutica eficaz, se faz necessário uma ação em conjunto com a equipe interdisciplinar, onde o objetivo final é o melhorar a qualidade de vida do paciente. Objetivo: apresentar os resultados de intervenção multidisciplinar no caso de um paciente pós-tratamento de câncer de cabeça e pescoço. Método: paciente de 65 anos, homem, com diagnóstico de carcinoma espinocelular de língua, após tratamento quimioterápico/radioterápico, tendo realizado acompanhamento na Clínica Multidisciplinar e na Clínica de Fonouadiologia da FOB-USP. Foram aplicados os questionários EAT-10, OHIP-14, avaliação clínica da deglutição e avaliação subjetiva global produzida pelo próprio

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paciente (ASG-PPP) pré e pós intervenção. A intervenção interdisciplinar foi constituída por terapia fonoaudiológica voltada à função de deglutição utilizando exercícios miofuncionais orofaciais e manobras facilitadoras, tratamento odontológico convencional e reabilitação protética, assim como orientação nutricional. Resultados: Os resultados dos protocolos antes das intervenções da equipe multidisciplinar demonstraram 16 pontos no EAT-10 e houve impacto fraco na qualidade de vida do paciente relacionada à saúde oral (OHIP-14). Na avaliação clínica com alimento líquido e sólido foi verificada elevação laríngea reduzida, alteração vocal e tosse após a deglutição, além de engasgo para líquido e resíduo em língua e bochecha para o alimento sólido. Na ASG-PPP, foi observada perda de 25% de seu peso habitual e mudança de dieta geral para pastosa. Após quatro meses de intervenção fonoaudiológica semanal, odontológica e nutricional foi obtido 6 pontos no questionário EAT-10, enquanto no OHIP-14 foi obtido impacto fraco na qualidade de vida relacionada à saúde oral. Na avaliação clínica da deglutição foi observado presença de pigarro após a deglutição de líquido e sólido, além de presença de resíduo em língua para alimento sólido. A partir da ASGPPP houve recuperação de 83% do peso habitual e mudança para dieta semi-sólida, porém com necessidade de acompanhamento nutricional regular. Conclusão: A intervenção interdisciplinar mostrou impacto positivo na qualidade de vida, no estado nutricional e no quadro de disfagia orofaríngea em um paciente com câncer de cabeça e pescoço. Descritores: Neoplasias de Cabeça e Pescoço, Equipe Interdisciplinar de Saúde, Transtornos da Deglutição, Reabilitação Bucal, Qualidade de Vida

49. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES SUBMETIDOS À INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL PROLONGADA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Chagas de Medeiros, Gisele; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: A deglutição é um processo complexo que requer a coordenação precisa de mais de 25 músculos, seis pares de nervos cranianos e os lobos frontais. O comprometimento neste processo, denominado de disfagia, pode aumentar a taxa de morbidade dos pacientes e também o risco para a aspiração, retardando a administração de uma nutrição adequada por via oral. A intubação orotraqueal prolongada, definida na literatura como período superior a 48 horas de intubação, poderá causar alterações na deglutição e ocasionar a disfagia após a extubação. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar as variáveis independentes da avaliação fonoaudiológica da deglutição que são preditoras do risco de disfagia após intubação orotraqueal prolongada nas Unidades de Terapia Intensiva. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética para Análise de Projetos e Pesquisas (CAPPesq da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, sob o número 0224/10). Foi realizado um estudo transversal observacional. Participaram deste estudo 148 pacientes submetidos à avaliação em beira de leito da deglutição, no período entre setembro de 2009 e setembro de 2011. Todos os pacientes apresentavam histórico de intubação orotraqueal prolongada e foram admitidos em uma das Unidades de Terapia Intensiva de um grande hospital escola brasileiro. Os critérios de inclusão adotados foram: estabilidade clínica e respiratória; pontuação na Escala de Coma Glasgow acima de 14 pontos; idade acima de 18 anos; ausência de traqueostomia; ausência de doenças neurológicas; ausência de disfagia esofágica; ausência de procedimentos cirúrgicos envolvendo a área de cabeça e pescoço. Além disso, os pacientes deveriam ser submetidos à avaliação em beira de leito da deglutição no prazo de 48 horas após a extubação. A avaliação da deglutição foi realizada através do Protocolo de Avaliação do Risco da Disfagia e a determinação do nível de deglutição de acordo com a American Speech-Language-Hearing Association National Outcome Measurement System. A análise estatística incluiu a correlação entre os resultados obtidos no teste de deglutição de água e a pontuação do nível da deglutição. Resultados: Os resultados do modelo de regressão logística das variáveis independentes do risco de disfagia mostraram que o item ausculta cervical e tosse são variáveis preditoras independentes do risco de disfagia. Conclusão: Os resultados do estudo sugerem que pacientes submetidos à intubação orotarqueal prolongada que apresentarem alteração da ausculta cervical e tosse durante o teste da água, devem ser submetidos a uma avaliação precoce e mais detalhada da deglutição. Descritores: Deglutição; Intubação intratraqueal; Transtornos de deglutição

50. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM SEPSE DE FOCO PULMONAR Chagas de Medeiros, Gisele; Moreira, Renata; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: A sepse consiste em uma resposta do organismo frente uma infecção, podendo ser desencadeada por diversos microorganismos. Os principais focos da sepse são pulmonar, abdominal e urinário. Pode haver uma evolução para quadros mais severos: sepse grave e choque séptico. A sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensivas em todo o mundo. A fisiopatologia da sepse é complexa e envolve fatores hemodinâmicos e inflamatórios, sendo que não é completamente conhecida. O cérebro pode estar afetado na sepse, assim como qualquer outro órgão, porém com vários efeitos únicos. Além da questão neurológica, o fato de pacientes com sepse/choque séptico apresentarem dificuldades respiratórias significativas, necessitando de ventilação mecânica prolongada, há um maior risco para o surgimento da disfagia, uma vez que estudos indicam que

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pacientes submetidos à intubação orotraqueal por mais de 48 horas apresentam risco de disfagia. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi caracterizar a deglutição em pacientes com sepse de foco pulmonar sem comprometimento neurológico prévio, considerando a relação entre o grau de disfagia e uma escala de gravidade em Unidades de Terapia Intensiva. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética para Análise de Projetos e Pesquisas (CAPPesq da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, sob o número 0224/10). Consiste num estudo transversal retrospectivo, com base no banco de dados. Participaram deste estudo 15 pacientes submetidos à avaliação em beira de leito da deglutição com histórico de intubação orotraqueal prolongada. Para caracterização do estado de saúde geral dos pacientes foi utilizada a escala de gravidade em UTIs: Simplified Acute Physiology Score. A avaliação da deglutição foi realizada através do Protocolo de Avaliação do Risco da Disfagia e a determinação do nível de deglutição de acordo com a American Speech-Language-Hearing Association National Outcome Measurement System. Resultados: Em relação aos sinais encontrados no teste de deglutição com água, 47% dos participantes apresentaram tosse e 40% apresentaram alteração na qualidade vocal. Resultados semelhantes podem ser encontrados na literatura nacional. Os pacientes com pior desempenho na avaliação de deglutição apresentam os maiores valores do Simplified Acute Physiology Score, indicando uma gravidade no quadro clínico geral. Conclusão: Este estudo representa o início da correlação entre escalas de gravidade em UTIs e o perfil de deglutição dos pacientes, sendo um tema inovador, sem referências já publicadas na área de disfagia nacional. Descritores: Deglutição; Transtornos de deglutição; Sepse; Fonoaudiologia; Unidades de terapia intensiva

51. ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: O IMPACTO NA DEGLUTIÇÃO Santos, Luciana Avila dos; Carrara de Angelis, Elisabete; Montoni, Neyller Patriota Cavalcante Fundação Antônio Prudente- Hospital Ac. Camargo Cancer Center- Sp

Introdução: A esofagite eosinofílica (EE) ou esofagite alérgica ou idiopática é uma doença inflamatória primária crônica do esôfago, distinguidos por uma exacerbada eosinofilia esofágica, e para o qual o antígeno alimentar parece ser um importante fator de condução do processo da doença, em que nota-se uma intensa infiltração anormal de eosinófilos no epitélio esofágico. Sendo o esôfago desprovido de eosinófilos, a sua presença nesta porção do tubo digestivo é sempre indicativa de patologia subjacente, logo se pode observar um quadro de esofagite eosinofílica. A sintomatologia da esofagite eosinofílica tem sido frequentemente confundida com a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), devido à presença de eosinofilia intraepitelial, hiperplasia da camada basal e alongamento papilar, que são freqüentemente observadas em pacientes com DRGE. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo descrever o impacto da esofagite eosinofílica na fisiologia da deglutição, através de uma revisão de literatura. Materiais e métodos: O estudo foi realizado por meio de revisão de literatura, onde foram utilizados periodicos nacionais e internacionais, bem como publicações bibliográficas nacionais. Foram pesquisados os descritores “esofagite eosinofílica”, “refluxo gastroesofágico”, “deglutição”, “transtornos de deglutição”, “disfagia” e “esofagite” nas bases de dados Pub Med, Bireme, Lilacs, Scielo, Google acadêmico, bem como no acervo da Biblioteca do Hospital A.C. Camargo os anais e revistas específicas referentes ao assunto. Resultados: A esofagite eosinofílica apresenta diversos estudos e pesquisas de cunho científico a nível internacional e nacional, com publicações voltadas para a área médica nas especialidades de pediatria e gastroenterologia. Porém, pode-se observar uma escassez de estudos e publicações com correlações entre a fonoaudiologia e a esofagite eosinofílica, uma vez que um distúrbio da deglutição afeta a fisiologia, função e metabolismo do indivíduo, sendo necessário um suporte de uma equipe multiprofissional para melhor acompanhamento do caso. Conclusão: Concluiu-se que a esofagite eosinofílica impacta diretamente na fisiologia da deglutição, pois uma vez que o bolo alimentar se torna de difícil passagem para o estômago, o sujeito tem a sensação de alimento parado na garganta, odinofagia, e até mesmo uma consequente impactação para se alimentar, a qual acarretará numa indisposição para vários alimentos, e consequentemente modificará sua dieta alimentar, bem como qualidade de vida. Descritores: Esofagite eosinofílica, Refluxo gastroesofágico, Deglutição, Transtornos de deglutição, Disfagia; Esofagite

52. DISFAGIA OROFARINGEA MECÂNICA DECORRENTE DE GLOSSECTOMIA PARCIAL: UM ENFOQUE NA SAÚDE PÚBLICA Santiago, Elissandréa; Britto, Glenda Clínica Escola Santa Edwirges - Faculdade Santa Terezinha – CEST

Introdução: O ato de engolir é uma função vital para os seres humanos, processo este bastante complexo e dinâmico e de grande importância para a nutrição do organismo. A presença de câncer na cavidade oral pode comprometer as funções de mastigação, deglutição e fala, portanto estas podem ser mais alteradas se estruturas como a língua, fundamentais no desempenho destas funções, forem retiradas total ou parcialmente no ato cirúrgico. Objetivo: Identificar alterações na deglutição, na mastigação e na fala de um paciente submetido à glossectomia parcial. Levando em consideração apenas o atendimento fonoaudiológico em saúde pública. Método: O estudo foi realizado em um paciente do sexo masculino, 29 anos, com diagnóstico de câncer de língua, submetido à cirurgia de glossectomia parcial além da retirada de linfonodos sub-mandibulares, na qual foi realizada anamnese e avaliação

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fonoaudiológica da deglutição. Resultados: Verificaram-se alterações significantes na mastigação e deglutição. Identificamos mudança na função mastigatória onde os movimentos mastigatórios são ineficientes e a manipulação do bolo dentro da cavidade oral é realizada com dificuldade. Com relação à deglutição identificamos estase intra-oral e presença de movimentos compensatórios de cabeça, mas sem sinais de bronco-aspiração ou engasgos. Durante a fala identificamos que a produção dos fonemas onde exigem o contato da língua com o alvéolo e o palato encontravam-se alteradas. Conclusão: Tendo em vista os resultados encontrados o paciente recebeu encaminhamento pra realizar fonoterapia. Palavras-chave: Disfagia; Câncer de cavidade oral; Glossectomia Descritores: Disfagia; Câncer de cavidade oral; Glossectomia

53. IMPACTO DA XEROSTOMIA NA DEGLUTIÇÃO Bianchi, Maiara Cavichioli; Gonçalvez, Aline Nogueira; Carrara – De Angelis, Elisabete Monografia de Conclusão do Curso de Pós Graduação Lato Sensu Disfagia da Fundação Antônio Prudente

Introdução: Xerostomia é a sensação de secura na boca ou ausência de saliva. Este ainda é um sintoma pouco valorizado mas, que pode influenciar de forma significativa no processo de deglutição principalmente nas fases oral e faríngea. Os pacientes que apresentam xerostomia referem muito desconforto e apresentam alterações na mastigação, deglutição e na articulação das palavras além de estarem predispostos a apresentarem infecções na mucosa oral e caries dentárias. Objetivo: Verificar o impacto da xerostomia na deglutição e eventuais condutas que o fonoaudiólogo possa realizar para auxiliar no processo de deglutição do paciente com este tipo de alteração. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de revisão de literatura. Foi realizada uma revisão sistemática nas bases Lilacs e Scielo de artigos publicados até março de 2013, utilizando como descritores na língua portuguesa e inglesa: xerostomia, deglutição, câncer de cabeça e pescoço e ausência de saliva. Resultados: Foram encontrados diversos artigos que abordam a xerostomia, porém, poucos se aprofundam na discussão do tema xerostomia e deglutição. Pode-se notar que a xerostomia pode estar presente em patologias como Parkinson, Tumores Cerebrais, alterações neurológicas e em pacientes submetidos à radiação e/ou quimioterapia devido a tumores de cabeça e pescoço. A ausência de saliva é uma alteração significativa na deglutição, pois poderá alterar a sua dinâmica e todo o processo alimentar podendo ocasionar alteração na formação do bolo alimentar, estases de alimento na cavidade oral e recusa alimentar devido a feridas na mucosa oral e odinofagia gerando assim riscos para disfagia, danos a saúde e na qualidade de vida do indivíduo. Seu tratamento está mais voltado para os sintomas do paciente que para a causa, pois, em muitos casos essa alteração é irreversível, porém existem algumas medidas paliativas que poderão influenciar de forma positiva na dinâmica da deglutição tais como: discutir com médico eventual troca da medicação anticolinérgica, utilizar saliva artificial, oferecer goles de água frequentes, realizar assepsia oral no mínimo três vezes ao dia para evitar saburra, umedecer os lábios, ofertar alimentos mais umedecidos e macios, oferecer líquidos cítricos e gelados ou pedacinhos de gelo para casos de odinofagia. Também é importante que o ambiente esteja úmido para evitar ressecar a mucosa oral. Conclusão: A xerostomia é uma alteração recorrente em muitos casos com demanda fonoaudiológica e poderá alterar o processo de deglutição e até mesmo na fala, portanto cabe ao fonoaudiólogo o conhecimento desta alteração para que possa auxiliar com estratégias que melhorem a deglutição. Descritores: xerostomia, deglutição, ausência de saliva

54. ACHADOS CLÍNICOS DA DEGLUTIÇÃO OROFARÍNGEA NA SÍNDROME DE HANHART: RELATO DE CASO Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Souza, Olívia Mesquita Vieira; Aferri, Homero Carneiro; Dutka, Jeniffer de Cássia Rillo; Totta, Tatiane Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – Universidade de São Paulo

Introdução: A Síndrome de Hanhart é uma doença rara, com diagnóstico clínico e radiológico, em que o paciente apresenta micrognatia, microglossia e alterações do desenvolvimento dos segmentos distais dos membros. Objetivo: Apresentar aspectos clínicos da deglutição orofaríngea numa menina com Síndrome de Hanhart, em processo de desmame de prótese de palato preventiva a estenose faríngea. Materiais e métodos: Relato de caso. Paciente do sexo feminino, com 12 anos, apresentando Síndrome de Hanhart, com microtia severa, microstomia, migroglossia, micrognatia severa, malformação dos dentes inferiores, ausência de fissura e desenvolvimento neuropsicomotor adequado. Foi submetida à avaliação clínica da deglutição orofaríngea por uma fonoaudióloga, no período pós-desmame de prótese de palato, utilizada para inibir um processo de estenose faríngea iniciado após cirurgia de reconstrução de faringe e adenoidectomia. Apresentava alimentação exclusiva por via oral (VO), queixando-se de início de sialorreia após a retirada da prótese de palato. Realizou-se uma avaliação dos órgãos fonoarticulatórios incluindo-se os aspectos: sensibilidade, mobilidade, tonicidade e análise morfofisiológica. Foram ofertadas as consistências: sólida, pastosos grosso e fino heterogêneo (40ml); líquidos engrossado homogêneo (40ml), e fino (5, 10, 30ml e volume livre), ofertados na colher de metal e em copos plásticos. Resultados: Verificouse sensibilidade extraoral adequada, porém diminuída na região dos pilares palatinos; mobilidade adequada das bochechas e lábios; hipertonia de lábio inferior e mentual, e normotonia de bochechas e lábio superior; presença de broto lingual, palato atrésico e ogival; e overjet acentuado. Para a saliva e todos os alimentos foi observada fase oral

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adaptada à micrognatia e à microglossia, havendo: apreensão anterior; propulsão do alimento para a região oclusal ou para a orofaringe gerada pela posteriorização do lábio inferior e retração mandibular; mastigação/amassamento bilateral alternado, sem formação de bolo; deglutição realizada com o selamento e a pressão do lábio inferior no palato associada à retração mandibular, gerando a captação, propulsão em direção à orofaringe e a deglutição (1 a 3 por oferta). Observou-se a manobra espontânea de extensão cervical, e a ausência de escape extraoral, refluxo nasal e de sialorreia. Na fase faríngea observou-se elevação laríngea reduzida, porém sem demais sinais indicativos de penetração laringotraqueal, havendo ausência de tosse, engasgos, alterações vocais, dispneia e ausculta cervical adequada. A recomendação foi manter a alimentação exclusiva por VO para todas as consistências, o que a paciente faz com segurança ao manter as compensações descritas e a manobra de extensão cervical. A sialorreia foi considerada uma descompensação da fase oral mediante a retirada da prótese de palato, cuja espessura auxiliava no apoio do lábio inferior na deglutição. Existe indicação clínica para um futuro avanço mandibular secundário, o qual deve ser realizado com cuidado, uma vez que pode trazer riscos de disfagia orofaríngea ao desestabilizar as compensações da fase oral da deglutição, necessárias à microglossia. Conclusão: Em um caso com síndrome de Hanhart englobando microglossia, microstomia e anomalias dentárias, a severa micrognatia e a adequação da mobilidade de lábios permitiram a adaptação de uma efetiva deglutição por via oral, por meio do apoio do lábio inferior no palato com movimentos de retração mandibular. Descritores: Transtornos de Deglutição. Síndrome. Constrição patológica

55. ÍNDICE DE DESVANTAGEM DA DEGLUTIÇÃO: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO “DYSPHAGIA HANDICAP INDEX” Souza, Dhb; Guedes, Rlv; Francisco, Al; Martinez, Lgp; Villas-Bôas, Tq; Cordeiro, Jt; Vartanian, Jg; CarraraDe Angelis, E Hospital Sirio Libanês, São Paulo; AC Camargo Cancer Center, São Paulo; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Introdução: A avaliação da qualidade de vida (QV) associada à função de deglutição é fundamental para a reabilitação em pacientes com câncer de cavidade oral e orofaringe. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a QV relacionada à disfagia em pacientes tratados por câncer de cabeça e pescoço através do Índice de Desvantagem da Disfagia (IDD). Métodos: Foi realizado um estudo transversal, incluindo pacientes adultos tratados do câncer de cabeça e pescoço, independente do sítio tumoral. Foram aplicados o IDD, o Questionário de Qualidade de Vida em Deglutição (SWAL-QOL) e o Questionário de Qualidade de Vida - Short Form Health Survey (SF36). Os resultados foram correlacionados com dados clínicos e demográficos. O questionário Índice de Desvantagem da Disfagia (IDD) foi previamente traduzido e validado pelos pesquisadores (Coeficiente de Correlação Intraclasse = 0,89; p < 0,001). Resultados: Foram avaliados 80 pacientes, 72,5% do gênero masculino, média de idade de 58 anos. O sítio do tumor primário predominante foi cavidade oral (61,2%), 31,2% com estadiamento avançado e tratados com modalidades combinadas (47,5%). O questionário IDD apresentou correlações estatisticamente significantes com o SWAL-QOL e o SF 36 (quanto pior a QV relacionada à deglutição, piores os escores da QV geral). Os pacientes que realizaram fonoterapia (56,25%) obtiveram valores significativamente melhores no IDD. Foi observada diferença significativa em todos os domínios para questão global nos questionários e uma média do score total de 42,5. Observamos maiores (piores) scores em todos os domínios e no score total em pacientes com idade avançada (>=60 anos), gênero masculino, estadiamento T avançado, presença de linfonodos positivos, baixa escolaridade, modalidades combinadas de tratamento e esvaziamento cervical, apesar da não significância estatística. Conclusão: O IDD de pacientes tratados do câncer de cabeça e pescoço demonstra uma limitação de 42,5 no score total, que pode ser considerada uma limitação mínima na qualidade de vida. Descritores: qualidade de vida; disfagia; câncer

56. PROTOCOLO DE DEGLUTIÇÃO DE YALE: TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL Vieira, Eg; Guedes, Rlv; Geraldini, Bm; Netto, Ip; Almeida, Rc; Carrara-De Angelis, E AC Camargo Cancer Center

Introdução: O uso de protocolos de avaliação e de triagem em deglutição no âmbito hospitalar tem se tornado imperativo para o estabelecimento de intervenções planejadas e controladas, instituindo-se assim métodos objetivos e princípios de avaliações consensuais. Com isso o trabalho desenvolvido permite a aplicação do conceito de uma atuação baseada em evidências, e de que os dados obtidos sejam coletados de forma pré-estabelecida, possibilitando melhor análise e definição de condutas. O protocolo de Yale foi criado com o objetivo de identificar de forma rápida e eficiente os pacientes com disfagia no ambiente hospitalar, permitindo assim um tratamento precoce e efetivo. Objetivo: Realizar a tradução e adaptação transcultural do Protocolo de Deglutição de Yale para a língua portuguesa do Brasil. Material e método: A tradução foi realizada por três tradutoras bilíngues, segundo as regras pré- estabelecidas na literatura. As três versões foram comparadas e analisadas por uma equipe de cinco fonoaudiólogas especialistas em deglutição, chegando-se à versão final do protocolo. Resultados: Houve consenso

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entre a primeira versão realizada pelas tradutoras bilíngues e a equipe de fonoaudiólogas especialistas em deglutição em relação à equivalência semântica e de conteúdo nas três versões. Não foi necessário realizar nenhuma modificação de conteúdo no protocolo. A versão retro-traduzida foi aceita como válida pelo autor original do questionário. Conclusão: O Protocolo de Deglutição de Yale foi traduzido e adaptado para a língua portuguesa do Brasil possibilitando a utilização de mais um instrumento padronizado na atuação fonoaudiológica hospitalar. Com sua aplicação e validação será possível evidenciar de forma clara e precisa dados relativos a condutas terapêuticas fonoaudiológicas. O questionário encontra-se em processo de validação. Descritores: protocolos; disfagia; deglutição

57. SINTOMAS DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM PACIENTES PRÉ-TIREOIDECTOMIA Oliveira, Danyellë Sardinha; Barcelos, Camila Barbosa; Netto, Irene de Pedro; Siqueira, Luciana Dall’Agnol; Gonçalves, Aline Nogueira; Carrara-de Angelis, Elisabete A. C. Camargo Cancer Center – São Paulo/SP

Introdução: Atualmente, muitos são os estudos que avaliam as alterações vocais e seu impacto em pacientes pós-tireoidectomia, no entanto vemos a importância de estudar esses pacientes no pré-operatório visto que indivíduos candidatos à tireoidectomia podem apresentar alterações vocais e de deglutição mesmo antes da cirurgia. Estas alterações pré-cirúrgicas dificultam a interpretação dos achados após a tireoidectomia e, até o presente momento, esses dados não foram devidamente investigados. Objetivo: Verificar e descrever os sintomas de vias aéreas superiores pré-tireoidectomia por meio de um questionário de auto-avaliação. Material e Método: Trata-se de um estudo prospectivo, em sujeitos com indicação de tireoidectomia parcial ou total independente do tipo histológico do tumor. Os sujeitos foram submetidos à aplicação do questionário de Sintomas de Vias Aéreas Superiores que avalia sintomas de voz e deglutição. Posteriormente foi realizada uma análise descritiva dos dados encontrados. Resultados: Foram identificados 255 sujeitos (GG – grupo geral), com idade média de 42 anos, sendo 211(82,7%) do sexo feminino. Os sujeitos do GG foram divididos em dois grupos, o grupo A (GA) (n=185) com idade de 18 a 50 anos (média 36,2 anos) e grupo B (GB) (n=70) maiores de 51 anos (média 59,5 anos). Observou-se que no GG, 116 (45,5%) apresentavam sintomas em relação à deglutição, 98 (38,4%) não tinham queixas, 33 (12,9%) apresentaram sintomas vocais e em 8 (3,1%) voz e deglutição foram similares. Quando divididos em grupos, o GA mostrou 85 (45,9%) com sintomas de deglutição, 71 (38,3%) sem queixas, 24 (12,9%) com sintomas de voz e em 5 (4,2%) voz e deglutição foram iguais. No GB, foram observados 31 (44,2%) com sintomas de deglutição, 27 (38,5%) sem queixas, 9 (12,9%) com sintomas vocais e em 3 (4,2%) voz e deglutição foram iguais. Os sintomas de deglutição mais encontrados foram: garganta seca (GG: 82 (32,1%) GA: 56 (30%) GB: 26 (37,1%) e tosse (GG: 69 (27%) GA: 48 (25%) GB: 21 (30%). Conclusão: Podemos observar a presença de sintomas de vias aéreas superiores, onde a queixa predominante são os sintomas relacionados à deglutição com similaridade entre o grupo A e B. Essas evidências merecem atenção por todos os profissionais envolvidos para melhor orientação pré-tireoidectomia e conduta no pós-operatório. Descritores: Deglutição; Voz; Disfonia; Tireoidectomia

58. QUALIDADE DE VIDA NOS PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO Claudino-Lopes, SA; Andrade, MS; Montoni, NPC; Gonçalves, AN; Caruso, P; Carrara-de Angelis, E. AC Camargo Cancer Center

Introdução: As mudanças nos aspectos físicos, emocionais e funcionais decorrentes de alterações na deglutição ou na respiração dos pacientes que evoluem com disfagia decorrentes do câncer ou do seu tratamento podem trazer consequências indesejáveis em termos psicossociais, acarretando maior ou menor impacto na qualidade de vida dos indivíduos, a depender de sua representação pessoal e da necessidade de interação social, familiar ou professional Objetivo: avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes tratados do câncer de cabeça e pescoço. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, realizado no Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia, com pacientes com diagnóstico de tumores de cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe, no período de fevereiro de 2012 a maio de 2014, independentes de sexo e idade. Os pacientes foram submetidos à aplicação dos questionários específicos de QV (UW-QOL – QV da Universidade de Washington; SGRQ – Questionário do Hospital Saint George na doença respiratória; MDADI – Questionário de disfagia M.D. Anderson). Foram avaliados em 4 momentos: pré-tratamento, 1 a 3 meses após o tratamento, 6 a 9 meses após o tratamento e 1 ano e 6 meses após o tratamento. Resultados: foram incluídos 38 pacientes, 28 homens (73,7%) com média de idade de 60 (27-85) anos. Histórico de pneumonia aspirativa foi observado em 4 (10,5%). Houve mudanças na qualidade de vida específica em câncer, em doença respiratória e em deglutição. No questionário UW -QOL, observou-se piora significativa nos domínios aparência, paladar, fala, saliva e escore total pós-tratamento e melhora significativa no domínio ansiedade ocorreu na avaliação após 1 ano. No questionário SGRQ, houve mudança significativa no domínio sintomas no decorrer das avaliações. No questionário MDADI, houve mudança significativa na qualidade de vida específica em deglutição com piora significativa dos domínios funcional, físico e total na

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avaliação após 1 a 3 meses, quando comparados ao pré-tratamento. Conclusão: A QV específica em câncer, deglutição e em respiração mudam após o tratamento. Descritores: qualidade de vida, UW-QOL – Questionário da Universidade de Washington; SGRQ – Questionário do Hospital Saint George na doença respiratória; MDADI – Questionário de disfagia M.D. Anderson Financiamento: Fundação de Amparo à pesquisa do estado de São Paulo – FAPESP

59. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÒGICA EM POS OPERATÓRIO DE TORACOTOMIA: RELATO DE CASO Moraes, Alba Maria Soares; Mota, Vanise Barros Rodrigues, Brito, Nildany Reis Hospital Universitário Presidente Dutra – HUUPD São Luís – Maranhão

Introdução: Tratar dor aguda pós operatória ainda é um desafio, apesar da evolução das técnicas em analgesia. Dor de difícil controle gera angústia, sofrimento para o paciente e para a equipe. Todos os esforços para aliviar as queixas são utilizados. A cetamina é um bloqueador do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), inicialmente empregada com fins anestésicos. A partir do conhecimento dos seus efeitos anti-hiperalgésicos e antialódínicos, tem sido utilizada no tratamento adjuvante de dor de difícil controle aguda ou crônica. Objetivos :Relatar a experiência do uso de dextrocetamina venosa para tratamento de paciente com dor pós-operatória de difícil controle em unidade de terapia intensiva e a atuação da equipe de reabilitação. Materiais e Método: Paciente de 36 anos com histórico de dor em região torácica de forte intensidade. Após 5 meses observou abaulamento de região de manúbrio esternal com aumento progressivo e lento. Após tomografia foi evidenciado tumor aderido ao externo (Schawannoma). Foi admitido na UTI em IOT após toracotomia, apresentava-se estável hemodinamicamente, acordado, usava drenos torácicos direito e esquerdo além de drenos suctores em tecido celular subcutâneo. Após efeito residual da anestesia, apresentou-se desconfortável, agitado referindo dor de forte intensidade. Mesmo com várias tentativas de analgesia e avaliação do Serviço de Dor foi iniciado morfina. Após extubação o paciente continuava a referir dor em forte intensidade (EM=10-10) levando ao ajuste da morfina. Devido a persistência da dor, ansiedade, desconforto, dificuldade de inspiração, para o atendimento fisioterapêutico, fonoaudiólogo e da enfermagem, foi prescrito dextrocetamina associado com morfina e diazepam. Após esse esquema obteve-se melhora do quadro de dor e possibilidade de atendimento mesmo diante a ansiedade da equipe devido ao fato do uso de dextrocetamina ser um procedimento novo na UTI. No 3º dia foi possível realizar a Avaliação Fonoaudiológica Clínica da Deglutição e das Habilidades de Comunicação. O paciente apresentou habilidades de linguagem compreensiva e expressiva preservadas, qualidade vocal, fonoarticulação e tempo máximo de fonação alterados devido ao quadro de taquidispnéico, órgãos fonoarticulatórios com mobilidade funcional, sensibilidade preservada e tonicidade norma. Apresentou deglutição voluntaria e sob comando, reflexo de tosse presente porém ineficiente, ausculta cervical sem ruídos anormais, controle miofuncional, tempo de transito oral e faríngeo e excursão do complexo hiolaringeo seguro e funciona e deglutições múltiplas como recurso protetivo e de clearense. Após avaliação, foi sugerida via oral assistida e gerenciada pela fonoaudióloga a fim de prevenir broncoaspiração e favorecer qualidade de vida através da dieta por via oral segura e funcional durante o período em que esteve na UTI. Conclusão: Controlar dor em alguns paciente é tarefa árdua e o uso de analgesia combinada tende a ser vantajoso. A UTI aponta para a necessidade de cuidados intensivos fonoterápicos diante de casos como estes em que a atuação assistida intensiva possibilita ao paciente qualidade de vida e minimização de riscos. Descritores: Dextrocetamina, Dor de difícil controle, Unidade de Terapia Intensiva

60. CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO NA REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA EM INDIVÍDUOS DEMENCIADOS EM UTI Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Com o crescente aumento da incidência de demência, surgem questões relacionadas à qualidade de vida e cuidados a esses pacientes, principalmente aos profissionais da saúde e a familiares ou cuidadores, que os assistem até o final da vida. Na demência de Alzheimer os dados de prevalência de disfagia orofaríngea são significativos, mesmo em estágios iniciais da doença. Muitos são impossibilitados de se alimentar por via oral, sendo que o processo torna-se mais complexo naqueles pacientes com demência avançada, devido a questões éticas e morais associadas com a continuidade dos cuidados de conforto. Objetivo: Caracterizar o atendimento fonoaudiológico à beira de leito em pacientes demenciados, internados em unidade de terapia intensiva. Método: Foram incluídos sujeitos com demência de Alzheimer internados em unidade de terapia intensiva, que realizaram avaliação clínica fonoaudiológica durante o período de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015. A partir da avaliação clínica fonoaudiológica realizada à beira de leito, os indivíduos receberam a classificação do nível da escala ASHA NOMS para deglutição. Todos os sujeitos seguiram em acompanhamento fonoaudiológico durante a internação, com objetivo de melhora do padrão de deglutição. De acordo com indicação clínica, foram realizadas técnicas específicas. Foi realizada análise do indicador de prognóstico de tempo para retorno da alimentação por via oral e a quantidade de tempo terapêutico após a avaliação fonoaudiológica. A quantidade de tempo terapêutico foi

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medida em UVR (unidade de valor de rendimento). Cada UVR correspondeu a 15 minutos de tempo de terapia. Resultados: Dos 89 sujeitos avaliados, 10 se encaixaram nos critérios de inclusão estabelecidos. 70% dos sujeitos incluídos nesta pesquisa tiveram como motivo de internação pneumonia. Após o acompanhamento fonoaudiológico, 63,3% dos sujeitos foram capazes de retornar a alimentação via oral, porém todos com restrições importantes de consistências alimentares. Na avaliação fonoaudiológica inicial, 60% apresentaram nível na escala ASHA NOMS menor que 3. Após fonoterapia, 70% por sujeitos apresentaram nível maior que 3. Observamos como média de dias de internação 27,4, sendo o tempo terapêutico de 23UVR em média. Apenas um paciente permaneceu com via alternativa de alimentação exclusiva. Conclusão: Apesar de o quadro demencial impactar de maneira importante na alimentação, é possível por meio do acompanhamento fonoaudiológico, manter alimentação por via oral mesmo que com restrições de consistências, com foco na qualidade de vida do paciente. Descritores: demência, Alzheimer, disfagia, UTI

61. VÁLVULA DE FALA – AUXÍLIO TERAPÊUTICO NA REABILITAÇÃO DE DEGLUTIÇÃO Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: A presença da traqueostomia diminui a capacidade do indivíduo em se comunicar e se alimentar por via oral, uma vez que se usa grande fluxo de pressão, necessária para ventilação do indivíduo. A traqueostomia e cuff insuflados impedem o fluxo de ar através da glote, reduzindo assim a sensibiilidade e o aumento da pressão subglótica durante a deglutição o que pode resultar em um quadro de disfagia. O uso da válvula de fala na traqueostomia proporciona benefícios à deglutição, o que viabiliza o início da alimentação via oral. Devido à complexidade respiratória e clínica de indivíduos traqueostomizados, faz-se necessário aprofundar os conhecimentos para diagnosticar e propor estratégias terapêuticas adequadas na introdução e transição da dieta via oral. Objetivo: Classificar o nível funcional da deglutição de pacientes submetidos à traqueostomia e sua evolução funcional após abordagem fonoaudiológica auxiliada pelo uso de válvula de fala. Método: Foram incluídos 13 sujeitos com patologias neurológicas, pulmonares, infecciosas e gastrointestinais, que realizaram avaliação clínica fonoaudiológica durante o período de setembro de 2014 a fevereiro de 2015. A partir da avaliação clínica fonoaudiológica realizada à beira de leito, os indivíduos receberam a classificação do nível da escala ASHA NOMS para deglutição. Todos os sujeitos seguiram em acompanhamento fonoaudiológico durante a internação, com objetivo de melhora do padrão de deglutição e auxilio no desmame da traqueostomia com o uso da válvula de fala. De acordo com indicação clínica, foram realizadas técnicas específicas. Foi realizada análise do indicador de prognóstico de tempo para retorno da alimentação por via oral e a quantidade de tempo terapêutico após a avaliação fonoaudiológica. A quantidade de tempo terapêutico foi medida em UVR (unidade de valor de rendimento). Cada UVR correspondeu a 15 minutos de tempo de terapia. Resultados: Dos 13 sujeitos avaliados, 46,15% era do gênero feminino e 53,85 do gênero masculino. Com relação ao diagnóstico, 61,54% apresentavam quadro de distúrbio neurológico, 15,38% moléstias infecciosas, 15,38% doenças pulmonares e 7,69% doença gastroenterológica. Na avaliação fonoaudiológica inicial, todos os indivíduos foram classificados como nível 1 na escala ASHA NOMS, dependentes de via alternativa de alimentação. Após o acompanhamento fonoaudiológico com adaptação de válvula de fala, 53,85% dos sujeitos foram capazes de retornar a alimentação via oral (ASHA NOMS maior ou igual a 5). Observamos 75,07 dias como média de dias de internação, sendo o tempo terapêutico médio de 128,97UVR. Em 53,85% foi possível decanulação. Conclusão: Os dados apresentados sugerem a eficácia da válvula de fala no processo de reabilitação de indivíduos traqueostomizados, tanto no processo de desmame da cânula, como na reintrodução segura da alimentação por via oral. Descritores: traqueostomia, disfagia, válvula de fala

62. CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA DISFAGIA OROFARÍNGEA E NÍVEL DE INGESTÃO ORAL Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Carvalho, Beatriz; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata Hospital Evangélico do Rio de Janeiro - Universidade Federal de Santa Maria

INTRODUÇÃO: A disfagia orofaríngea é um sintoma frequente nos casos de doenças neurológicas. A escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) é um dos instrumentos para medir a eficácia da terapia e o tempo de terapia é fator a ser considerado, visto que o objetivo é alcançar alta hospitalar com alimentação via oral segura. OBJETIVO: Correlacionar o tempo de terapia, a doença de base e a evolução na escala FOIS dos pacientes atendidos em hospital privado do Rio de Janeiro. METODOLOGIA: estudo retrospectivo em banco de dados realizado a partir da análise dos prontuários de pacientes disfágicos atendidos pelo setor de fonoaudiologia, submetidos a fonoterapia no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014. Foram relacionados tempo de fonoterapia com o tipo de doença neurológica e a FOIS. Para análise utilizou-se o programa SAS versão 9, sendo utilizado o teste qui-quadrado ou o teste exato de Fisher para comparação das variáveis categóricas e o teste Kruskal-Wallis para comparação das variáveis numéricas. O nível de significância adotado foi P<0.05. RESULTADOS: Dos 327 prontuários analisados, 68,5% era do sexo feminino, sendo 51,68% da amostra composta

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por idosos com idades entre 66-85anos, seguidos de 29,05% de idosos ˃86anos e de adultos ˂65anos. Em relação a doença de base o perfil mais prevalente foi o de idoso sem doença prévia (40,67%) seguido de demência (35,78%), adultos sem doença prévia (9,17%), outras doenças neurológicas (9,17%), AVC prévio (3,67%) e DPOC (1,53%). Quanto ao tempo de fonoterapia por doença de base observou-se que foram atendidos de 1- 5dias idosos sem doença prévia (46,62%), adultos sem doença prévia (36,67%), aqueles com outras doenças neurológicas (43,33%) e demências (42,74%). Foram atendidos de 6-10 dias aqueles com AVC prévio (33,33%) e os com DPOC (20%), relações estas que não foram significantes. A análise das medianas quanto ao nível de ingestão oral demonstrou que os pacientes com AVC prévio apresentaram FOIS inicial 4 e final 6, os pacientes com demência FOIS inicial 1 e final 4; aqueles com outras doenças apresentaram FOIS inicial 1 e final 4 , aqueles com DPOC FOIS inicial 1 e final 6, os idosos sem doença prévia FOIS inicial 2 e final 3 e os adultos sem doença prévia FOIS incial 3 e final 7; sendo essa relação estatisticamente significante para FOIS inicial nos com AVC prévio e demência (p=0,012) e FOIS final nos adultos sem doença prévia, nos com DPOC e nos com AVC prévio ( ˂0,001). Na análise da relação entre FOIS e tempo de fonoterapia obteve-se significância estatística para FOIS inicial e final naqueles com menor tempo de terapia (1-5dias) onde p=˂0,001 e p=0,03. CONCLUSÃO: A relação entre tempo de terapia e doença de base não foi significativa. Entretanto as relações entre doenças de base e FOIS e do tempo de terapia e FOIS foram estatisticamente significantes, o que parece indicar que a doença de base isoladamente não determina o tempo de terapia, sendo importante considerar a progressão do nível de ingestão oral determinado pela FOIS como marcador da eficácia terapêutica. Descritores: Disfagia, terapia, FOIS, reabilitação

63. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS AVE CEREBELAR ISQUÊMICO: ESTUDO DE CASO Souza, Nayara de Oliveira; Mituuti,Cláudia Tiemi; Berretin-Felix,Giédre Faculdade de Odontologia de Bauru– Universidade de São Paulo

Introdução: As disfagias neurogênicas representam distúrbios no processo de deglutição e/ou alimentação que tem como origem doença ou trauma neurológico, cuja prevalência em casos pós Acidente Vascular Encefálico (AVE) tem sido de 20% a 40%. Neste sentido, a reabilitação da deglutição pode envolver tanto a terapia convencional como a aplicação de técnicas coadjuvantes, como a Eletroestimulação Neuromuscular (EENM). Objetivo: Apresentar a evolução do caso de um paciente com disfagia orofaríngea neurogênica decorrente de AVE, tratado com terapia convencional e EENM. Materiais e métodos: Foram coletados os dados de um paciente acometido por AVE cerebelar isquêmico em 2001, gênero masculino, 68 anos, com quadro de disfagia orofaríngea diagnosticado no ano de 2011. O paciente foi submetido primeiramente à terapia com EENM e posteriormente à terapia convencional seis meses após o término da terapia com EENM. As avaliações foram realizadas com a consistência líquida por meio do exame de videofluoroscopia da deglutição antes e imediatamente após as diferentes modalidades de intervenção. A terapia com técnica coadjuvante consistiu na aplicação de EENM em nível sensorial na região da musculatura supra e infra hióidea durante vinte minutos, solicitando-se deglutição com esforço a cada dez segundos, com dois minutos de descanso após dez minutos de aplicação, três vezes por semana, por quatro semanas. A terapia convencional ocorreu por meio de exercícios para otimizar tônus de lábios e língua, fortalecer músculos expiratórios e melhorar a função de esfíncter esofágico superior (EES), como também o movimento de parede posterior da faringe, seguidos do treino funcional da deglutição, uma vez por semana, durante 6 semanas. Resultados: No exame de videofluoroscopia pré terapia foram encontrados sinais de escape oral posterior, atraso no início da fase faríngea, resíduos em valécula, em seios piriformes e em esfíncter esofágico superior (EES), penetração e pigarro após deglutição. Após a intervenção com terapia EENM os sinais de penetração e pigarro foram eliminados. Após seis meses da intervenção com EENM, foram observados os mesmo sinais clínicos de disfagia da avaliação pré terapia. Após a terapia convencional, foram eliminados os sinais de penetração, pigarro e resíduo no EES. Conclusão: As terapias com EENM e a convencional foram eficazes no tratamento do paciente com quadro de disfagia orofaríngea neurogênica. A partir dos resultados, é possível inferir que o modelo terapêutico ideal seja a associação da EENM com a terapia convencional, uma vez que ambas levaram a diminuição das alterações apresentadas, porém, a EENM não substitui as estratégias utilizadas na terapia convencional, no que se refere à eliminação de sinais clínicos, como o resíduo em EES. Descritores: Disfagia; Acidente Vascular Cerebral; Terapêutica

64. AVALIAÇÃO VIDEOFLUOROSCÓPICA DA DEGLUTIÇÃO NA ANOREXIA NERVOSA Carla M. Santos; Rachel A. Cassiani; Roberto O. Dantas Hospital da Clínicas da FMRP/USP

INTRODUÇÃO: Anorexia nervosa (AN) é um transtorno alimentar caracterizado por distorção da imagem corporal e uso de dieta extremamente restrita, resultando em prejuízos biológicos e psicológicos. Nossa hipótese é de que este transtorno pode estar associado a modificações na função de deglutição. OBJETIVOS: Avaliar a deglutição orofaringeana de pacientes com AN e comparar com sujeitos saudáveis e de peso próximo ao ideal.

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MÉTODOS: O estudo foi realizado com 22 sujeitos, divididos em 2 grupos: 8 indivíduos com diagnóstico clínico de AN do tipo restritiva (G1) e 14 sujeitos saudáveis (G2). Foram avaliadas deglutições em triplicata no volume de 5mL, nas consistências líquida (sulfato de bário 100%) e pastosa (sulfato de bário 100% adicionado a 3g de espessante alimentar). O método utilizado foi a videofluoroscopia da deglutição. Durante o exame foi aplicado uma Escala de Sensibilidade para verificar a sensação da passagem do alimento pela orofaringe. RESULTADOS: A média de duração do tempo de trânsito faríngeo (TTF) do G1 foi menor (média= 404ms) na deglutição da consistência pastosa em comparação ao G2 (média= 499ms, p=0,02). Já a duração do tempo de movimento do hióide (TMH) foi maior no G1 (média 1265ms) em comparação ao grupo G2 (média 864ms, p=0,01), na deglutição da consistência líquida. Na Escala de Sensibilidade, o G1 apresentou maior desconforto durante a passagem do alimento líquido pela orofaringe em relação ao G2. CONCLUSÃO: As alterações encontradas não apresentaram repercussão clínica na função de deglutição dos sujeitos estudados. No entanto, a combinação entre o reduzido TTF e o aumento do TMH pode ser uma adaptação da deglutição dos indivíduos que rejeitam a ingestão alimentar.

65. ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO A PACIENTES COM DISTÚRBIO DE DEGLUITIÇÃO DE ORIGEM NEUROLÓGICA R. Montaldi, Marina; M. Takayanagui, Osvaldo; C. M. I. Okubo, Paula Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: A deglutição é o ato de engolir alimentos, tendo seu início na vida fetal. É uma ação automática, que é comandada pelo tronco cerebral. Quando há alguma dificuldade neste processo, denominamos de disfagia. O fonoaudiólogo é dentro da equipe multidisciplinar, o profissional indicado para ajudar no diagnóstico, no prognóstico, assim como na reabilitação do distúrbio da deglutição. Esses processos devem ser aplicados adequadamente, para que se tenham parâmetros de análise quanto à aplicabilidade e evolução de cada paciente. Eles estão diretamente relacionados aos objetivos propostos, a adesão às condutas e, principalmente, aos fatores intrinsecamente relacionados a não melhora do quadro de deglutição. Objetivo: Desta forma o propósito do presente estudo é caracterizar o perfil de atendimento do ambulatório de disfagia neurogênica do HCFMRP/USP, por meio de uma pesquisa documental. Materiais e Métodos: A coleta foi realizada em fichas de avaliação e arquivos de prontuários, selecionados no período de fevereiro de 2001 a dezembro de 2006. Registramos os dados: gênero, idade, clinica que encaminhou para avaliação fonoaudiológica, diagnóstico médico, e diagnostico e conduta fonoaudiológica, e analisamos de forma descritiva esses aspectos, seguindo valores relativos e percentuais. Resultados: Foram analisadas 732 fichas de avaliação, e os resultados demonstraram que houve um predomínio do gênero masculino (56 %), com idade média de 60 anos, sendo que a maioria dos pacientes foram encaminhados por ambulatórios de caráter neurológico do próprio HCFMRP-USP (57,65%). A doença de base diagnosticada pelos médicos mais freqüente foi o AVC (60,24%), e como diagnostico fonoaudiológico observamos um alto percentual de pacientes disfágicos (50,54%). Conclusão: Podemos concluir que com o alto percentual de disfagia encontrado nos pacientes aqui analisados, é necessário termos uma atenção especial voltada àqueles que tenham alguma doença neurológica de base, tendo como apoio uma equipe multidisciplinar. Além disso, mais estudos devem ser realizados em outras instituições a fim de verificarmos a evolução dos serviços prestados, e sempre que necessário e possível reformular os parâmetros questionáveis, buscando sempre a maior eficácia nos atendimentos. Descritores: Disfagia orofaríngea neurogênica. Deglutição. Prevalência

66. GRAU DE COMPROMETIMENTO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA APÓS AVE COM LESÃO DE HEMISFÉRIO DIREITO. Souza,A.B; Tavares,A.M.S Faculdade De Tecnologia Intensiva

Introdução: A deglutição é um processo complexo, que envolve estruturas relacionadas à cavidade oral, faringe, laringe e esôfago, submetidas a um controle neural que permite a condução do conteúdo oral até o estômago. Dessa maneira, uma lesão neurológica, tal como o acidente vascular encefálico (AVE), ao comprometer qualquer uma dessas estruturas, pode acarretar um distúrbio de deglutição, denominado de disfagia. A disfagia pode trazer déficits nutricionais e de hidratação ao indivíduo, bem como comprometimentos do seu estado pulmonar. A presença de disfagia orofaríngea no Acidente Vascular Encefálico (AVE) é estudada desde a década de 70, sendo que a incidência descrita nestes estudos varia de 19% à 81% . A classificação da disfagia no AVE tem sido descrita na literatura especializada como instrumento para determinar o grau de comprometimento do distúrbio de deglutição, sendo que a relação topodiagnóstica ainda não está totalmente esclarecida. Objetivo: Classificar o grau de comprometimento da disfagia orofaríngea neurogênica em indivíduos pós-AVE com lesão em hemisfério direito. Casuística e Método: Foram avaliados 10 indivíduos, pós-AVE agudo, com lesão de hemisfério direito comprovado por exame de neuroimagem, com idade entre 40 e 83 anos (médiade 58,7 anos), atendidos no leito em UTI de um Hospital Público de Referência de Fortaleza. Realizada avaliação fonoaudiológica clínica e videofluoroscópica da deglutição com aplicação da escala de grau de comprometimento proposta em literatura. Os autores classificaram a

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disfagia em leve, moderada e grave, utilizando como critério a presença de penetração laríngea e aspiração laringotraqueal para uma ou mais consistências. Resultado: Foram encontrados 60% de casos com disfagia leve e 40% classificados como disfagia moderada. Conclusão: A maior frequência de disfagias orofaríngeas leve e moderada no AVE de hemisfério direito em fase aguda sugere que há possibilidade de via oral gerenciada. No entanto, considerando que a escala utilizada tem como parâmetro de grau de comprometimento somente a presença de penetração laríngea e aspiração laringotraqueal, sugere-se que as condutas não considerem somente a classificação, mas incluam o desempenho da fase oral e seu impacto nutricional.

67. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PSICOGÊNICA: RELATO DE CASO Ramos de Luccas, Gabriele; Benedicto Machado, Isabela; Berretin-Felix, Giédre Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo

Introdução: A disfagia orofaríngea pode ser decorrente de várias doenças de base. Nos casos psicogênicos, normalmente a ocorrência é brusca e associada a um acontecimento traumático, problemas insolúveis ou relações interpessoais difíceis. Tende a desaparecer após algumas semanas de tratamento e há contradição entre os resultados obtidos nas avaliações e a queixa dos pacientes, sendo os relatos mais acentuados do que as evidências nos exames. Não há dados claros acerca da epidemiologia da disfagia psicogênica, das formas de tratamento e principais características, devido ao número restrito de estudos e casos relatados na literatura. Objetivo: Apresentar a evolução do caso de uma paciente com disfagia orofaríngea psicogênica, reabilitada com terapia fonoaudiológica convencional. Materiais e métodos: Paciente do gênero feminino, 51 anos, com quadro de disfagia orofaríngea diagnosticado por meio de exames clínicos e instrumentais. Relatou ser muito ansiosa, ter problemas de relacionamento em casa e medo de engasgar nas refeições. A avaliação clínica e instrumental (videofluoroscopia e nasoendoscopia) evidenciou alteração da função de língua, tempo de trânsito oral aumentado, escape posterior prematuro, resíduos em valécula e alteração vocal nas consistências líquido e sólido, além de ineficiência mastigatória, prejuízos na organização do bolo, resíduos na língua e bochechas, bem como alteração na motilidade esofágica para sólidos. Notou-se aumento dos batimentos cardíacos após a paciente introduzir o alimento na boca em todas as consistências testadas. As escalas EAT-10 e FOIS, aplicadas antes do início da terapia, tiveram como resultados 23 pontos e nível 5, respectivamente. A terapia convencional ocorreu por meio de exercícios miofuncionais orofaciais, exercícios respiratórios, treino da coordenação pneumofonoarticulatória e da coordenação entre a respiração e a deglutição. Realizou-se encaminhamento para as áreas de gastroenterologia, nutricionista, psicologia e otorrinolaringologia. A paciente também foi encaminhada para fisioterapia e ortopedia por referir dores na coluna e para neurologia devido a queixas de formigamento nos membros superiores. Resultados: Foram realizadas seis sessões de terapia, com frequência de um atendimento por semana com duração de 50 minutos. Após as sessões, a avaliação clínica evidenciou melhora no tipo e modo respiratório, batimentos cardíacos estáveis durante a deglutição, melhora na função de língua, da organização do bolo e ausência de resíduos após as deglutições, o que demonstrou melhora no quadro de disfagia, principalmente devido à melhora da coordenação entre a respiração e a deglutição, sendo o mesmo relatado pela paciente. As escalas EAT-10 obteve uma pontuação de três pontos e a FOIS permaneceu com nível 5. A partir dos resultados obtidos na avaliação psicológica, indicou-se a necessidade da paciente realizar terapia psicológica individual e familiar, uma vez que apresenta sugestivo quadro de Ansiedade e Depressão, devido a problemas emocionais, o que provavelmente pode ter desencadeado o quadro de disfagia. A paciente encontra-se em acompanhamento de alta e aguarda atendimento nas áreas em que foram realizados os encaminhamentos. Conclusão: A terapia convencional resultou em diminuição dos sinais e sintomas de disfagia orofaríngea em um caso com componente psicogênico, sendo a abordagem interdisciplinar uma importante meta a ser alcançada em tais casos. Descritores: transtornos de deglutição; estresse psicológico; reabilitação; fonoaudiologia

68. ACHADOS DA NASOFIBROSCOPIA DA DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON Spazzapan, Evelyn Alves; Cola, Paula Cristina; Alves, Thaís Coelho; Silva, Roberta Gonçalves da; Onofri, Suely Mayumi Motonaga Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Marília

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa comum que afeta principalmente pessoas idosas. Além das manifestações clínicas motoras, a DP causa distúrbios na voz, fala e deglutição. As alterações na deglutição dificultam a hidratação e a nutrição adequada, e pode acarretar maior ocorrência de pneumonias aspirativas. Objetivos: O objetivo deste estudo foi verificar os achados da fase faríngea da deglutição nos indivíduos com DP. Método: Estudo clínico transversal com 25 indivíduos adultos, com diagnóstico médico de DP, sendo 14 homens e 11 mulheres, com idade entre 43 a 85 anos, com média de 70,8 anos. O tempo de diagnóstico da DP variou entre 8 meses a 20 anos, com média de 5,8 anos. Os participantes foram classificados segundo a escala de classificação da Doença de Parkinson (Hoehn & Yahr, 1967) sendo 3 (12%) indivíduos com classificação 1; 8 (32%), com classificação 2; 6 (24%), com classificação 3; 6 (24%), com classificação 4 e 2 (8%),

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com classificação 5. Todos os participantes foram submetidos à avaliação nasofibroscópica da deglutição, por um mesmo médico otorrinolaringologista, sendo observados parâmetros como escape oral posterior, resíduos em faringe, penetração laríngea e aspiração traqueal. Foi utilizado o nasofibroscópio da marca Pentax®, acoplado ao sistema de microcâmera da marca Pentax® e o software de captura de imagem Zscan 6,0. Foi oferecido dez mililitros das consistências alimentares pastosa fina, líquida engrossada e líquida (água) na colher descartável. Essas consistências foram preparadas com líquido em forma de suco dietético, sabor pêra, espessante alimentar instantâneo e corado com pigmento na cor azul. Para o alimento líquido engrossado foi colocada uma medida de espessante (fornecida pelo próprio fabricante) para 100 ml de líquido e para o pastoso fino uma medida e meia de espessante para 100 ml de líquido. Resultados: Quanto aos achados da nasofibroscopia de deglutição, com o alimento pastoso fino, observamos que 8 (32%) indivíduos apresentaram escape oral posterior, 9 (36%) deles presença de resíduos em faringe e 2 (8%), com penetração laríngea. Na consistência líquida engrossada verificamos que 13 (52%) indivíduos apresentaram escape oral posterior; 8 (32%), resíduos em faringe e 4 (16%), penetração laríngea. Na oferta de água, observamos que 14 (56%) indivíduos apresentaram escape oral posterior; 3 (12%), resíduos em faringe; 3 (12%), penetração laríngea e 1 (4%), aspiração traqueal com tosse. Conclusão: De acordo com nossos resultados os achados mais frequentes na nasofibroscopia de deglutição na DP foram escape oral posterior, presença de resíduos em faringe e penetração laríngea, com todas as consistências oferecidas e a aspiração traqueal ocorreu apenas quando oferecemos água. Descritores: Doença de Parkinson, Deglutição, Disfagia e Nasofibroscopia de Deglutição Financiamento: FAPESP

69. DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL PROLONGADA EM UM CASO DE POLINEUROPATIA DO PACIENTE CRÍTICO Wagner, Julianne; Salvatori, Daniela; Burkhard, Laura Fabiana; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Introdução: a polineuropatia do paciente crítico (PPC) é uma doença de natureza predominantemente motora, axonal, aguda e simétrica e pode ser observada em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que manifestam dificuldade no desmame da ventilação mecânica, por serem acometidos por uma redução em sua funcionalidade de modo generalizado. A intubação orotraqueal prolongada, num período superior a 48 horas, pode ocasionar lesões na cavidade oral, na faringe e na laringe, causando uma diminuição da motricidade e da sensibilidade – o que compromete o processo da deglutição, desencadeando a disfagia orofaríngea. Posteriormente, problemas como a desnutrição e pneumonia aspirativa podem ocorrer, complicando o quadro clínico do paciente internado. Objetivo: relatar o caso de um paciente com PPC, em uso de traqueostomia, que apresentou disfagia orofaríngea pós intubação orotraqueal prolongada. Materiais e métodos: estudo retrospectivo, através de revisão de prontuários obtidos em um banco de dados. Relato de caso de um indivíduo do sexo masculino, 68 anos, traqueostomizado, com diagnóstico de PPC, internado em um hospital de Porto Alegre. Durante a internação, o paciente fez uso de ventilação mecânica por tubo orotraqueal por período prolongado, tendo sido substituído por traqueostomia. O paciente foi encaminhado pela equipe de Medicina Interna para avaliação fonoaudiológica com o objetivo de verificar a possibilidade de reintrodução de alimentação por via oral. Os protocolos de avaliação utilizados foram o Gugging Swallowing Screening (GUSS), que classifica a deglutição e o Functional Oral Intake Scale (FOIS), que classifica a ingestão oral em níveis. O caso faz parte de estudo aprovado pelo comitê de ética do hospital sob n° 41354. Resultados: na avaliação inicial da deglutição, o paciente apresentou disfagia grave com alto risco de aspiração, segundo a escala GUSS e nível de ingestão via oral 1 (nada por via oral), de acordo com a FOIS. Foi solicitada Videofluoroscopia da deglutição e nesta, observou-se que em fase oral houve escape posterior prematuro de alimento para orofaringe; na fase faríngea foi observada aspiração após a deglutição de líquido espessado, provavelmente relacionada com estase alimentar em faringe. Deste modo, o paciente necessitou permanecer com via alternativa de alimentação exclusiva e terapia indireta. Na avaliação final da deglutição (pré-alta hospitalar), observou-se que o paciente ainda permanecia com disfagia grave com alto risco de aspiração, mantendo o mesmo nível de ingestão por via oral. O acompanhamento pela equipe de Fonoaudiologia do hospital foi realizado por 27 dias 2 vezes por semana. O paciente recebeu alta hospitalar e encaminhamento fonoaudiológico para sua cidade de origem. Conclusão: No caso relatado, observa-se o impacto da intubação orotraqueal prolongada associada à PPC e posterior uso de traqueostomia. A compilação de complicações e fatores que interferem na biomecânica da deglutição pode explicar o prognóstico reservado do caso para retomada da via oral em um curto espaço de tempo. Salienta-se, contudo, a importância da investigação ainda à beira do leito para prevenir possíveis complicações relacionadas à introdução de via oral de forma indiscriminada. Descritores: adulto, fonoaudiologia, polineuropatias, protocolos clínicos, respiração artificial, transtornos de deglutição

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70. DEGLUTIÇÃO E REFLEXO DE TOSSE NA DOENÇA DE PARKINSON Gasparim, Az; Santos, Rs; Marques, Jm; Marcelino, Pco; Júnior, Fh Universidade Estadual de Maringá; Universidade Tuiuti do Paraná

Introdução: A doença de Parkinson é uma das patologias que mais comumente afetam a deglutição. Objetivo: Analisar a eficácia da deglutição e do reflexo de tosse nos casos de penetração laríngea ou aspiração traqueal de alimento, em diferentes estágios de severidade na doença de Parkinson. Material e Método: A amostra constou de 38 pacientes, com diagnóstico de doença de Parkinson, divididos em quatro grupos em relação aos graus de estadiamento da doença. Todos foram submetidos à avaliação neurológica e otorrinolaringológica, com o uso da nasofibrolaringoscopia, para verificar a presença de reflexo nauseoso, reflexo de tosse sem e com alimento, rima da glote, constrição supraglótica, tremor laríngeo e/ou glótico e mobilidade de prega vocal. Na avaliação da deglutição, o reflexo de tosse foi classificado em eficaz (manifestação de tosse) e não eficaz (ausência de tosse), nos casos de penetração laríngea e/ou aspiração traqueal por alimento. Resultados: Quanto aos achados laringológicos constatouse rima glótica do tipo fusiforme anteroposterior em 14 indivíduos (36,8%), constrição supraglótica tipo anteroposterior em 12 indivíduos (31,6%) e tremor laríngeo em 50% dos casos. O reflexo de tosse manifestou-se em 100% dos pacientes quando avaliados sem a oferta de alimento. A presença de estase alimentar em recessos piriformes e valéculas epiglóticas na deglutição das consistências líquida, pastosa e sólida foram significativas (p=0,0000). A ocorrência de penetração laríngea na consistência líquida foi significativa (p=0,0036). Aspiração traqueal ocorreu em seis pacientes no grupo experimental na consistência líquida, e ausente no grupo-controle. Conclusão: A deglutição foi eficaz para os alimentos nas consistências líquida e sólida em pacientes parkinsonianos nos estágios 1 a 2,5 da escala de estadiamento; e na consistência pastosa em pacientes parkinsonianos nos estágios 1 a 4; o reflexo de tosse foi eficaz para alimento de consistência pastosa nos estágios de 1 a 4 da doença de Parkinson. Descritores: doença de Parkinson, tosse, transtornos de deglutição.

71. ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE DESMAME DE TRAQUEOSTOMIA EM AMBIENTE HOSPITALAR Faggioni,Mr; Bizinoto, Sn; Naques, Js; Barbosa,P Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca

Introdução: A traqueostomia é uma técnica cirúrgica que tem por finalidade possibilitar a respiração por uma nova via aérea. Ela facilita a remoção da secreção brônquica, diminui a incidência de infecções hospitalares e o tempo de ventilação artificial, no entanto não há consenso sobre o modo de realizar seu desmame e decanulação. Objetivo: Formular um protocolo de desmame e decanulação de traqueostomia. Métodos: O estudo se tratou da formulação de um protocolo de desmame e decanulação da cânula de traqueostomia a partir de uma revisão bibliográfica, com artigos publicados de 2004 a 2013, relacionados ao tema, nas bases BIREME, SCIELO, MEDLINE e LILACS, assim como a experiência clínica dos autores e a rotina das enfermarias do local sobre os temas. Resultados: Formulamos um protocolo de desmame e decanulação de traqueostomia com base na literatura, experiência dos autores e rotina local. Conclusão: Concluímos que há uma escassez de artigos científicos e protocolos relacionados ao tema, porém a nossa experiência e rotina condizem com a literatura encontrada

72. CLASSIFICAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA NUEROGÊNICA PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO Silva, Daniele; Lemos, Érika; Gomes, Nivea; Bizinoto, Samanta Universidade de Franca – Unifran

Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC), é uma das principais causas de lesões permanentes em adultos, podendo provocar seqüelas motoras globais, alterações de fala, linguagem e deglutição. Durante a fase aguda, a detecção do risco de aspiração é fundamental para prevenir complicações pulmonares e permitir apropriadas intervenções terapêuticas, possibilitando a alimentação por via oral precoce e segura. Objetivo: Esta pesquisa tem por objetivo classificar o grau de disfagia orofaríngea neurogênica em pacientes Pós Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Materias e métodos: por meio da aplicação do Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica Preliminar e do Protocolo Fonoaudiológico de Avaliação do Risco para Disfagia. No período de 21 de junho a 09 de agosto de 2013, deram entrada na Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca 34 indivíduos com idades entre 39 a 88 anos, dos gêneros masculino e feminino, com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Resultados: Os resultados obtidos indicaram uma prevalência de 47,04% na relação entre o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e a incidência da disfagia orofaríngea neurogênica, classificadas em grau leve 23,7%, leve a moderada 3,0% e grave 20,7%. Na amostra analisada houve maior incidência de disfagia em sujeitos do sexo feminino e idade superior a 60 anos. Conclusão: A avaliação fonoaudiológica no leito auxilia no mapeamento das

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situações de risco inerentes a disfagia e busca recursos para melhor qualidade de vida, afim de garantir ao paciente uma alimentação segura. Descritores: Fonoaudiologia, disfagia, transtornos da deglutição, acidente vascular cerebral

73. ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO E SEVERIDADE OROFARÍNGEA EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

DA

DISFAGIA

Otto, Dm; Ribeiro, Mc; Barea, Lm; Mancopes,R; Almeida, St Univ. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Univ. Federal de Santa Maria

Introdução: A disfagia orofaríngea (DOF) é um distúrbio da deglutição que pode impossibilitar o indivíduo de se alimentar. A DOF apresenta alta incidência após o acidente vascular cerebral (AVC), sendo a principal causa de mortalidade relacionada com as complicações respiratórias e desnutrição apresentadas pelo paciente. Objetivo: Verificar o comprometimento do processo de deglutição em pacientes acometidos por AVC, associando o grau de alteração desta função com a gravidade (pontuação da escala National Institute of Health Stroke Scale – NIHSS), o tipo e a localização da lesão neurológica. Materiais e métodos: Estudo transversal, prospectivo e descritivo de 42 pacientes com diagnóstico de AVC atendidos na enfermaria do SUS de um hospital público, no período de junho de 2012 a agosto de 2013. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do referido hospital, sob o número 41354/12. Todos os pacientes passaram por avaliação clínica neurológica e aplicação da escala NIHSS – que compreende a avaliação do nível de consciência, campo visual, mímica facial, força motora, ataxia, linguagem, disartria e atenção –, revisão de prontuário e avaliação fonoaudiológica clínica. A avaliação das disfagias foi realizada a partir de dois instrumentos: a Escala Funcional de Ingestão por Via Oral (FOIS) – a qual avalia a quantidade e tipo de alimento que o paciente consegue ingerir por via oral de forma segura – e o Protocolo de Avaliação para Investigação de Disfagia Orofaríngea em Adultos – constituído por anamnese, avaliação sensório motora-oral e testes indireto e direto da deglutição (teste das consistências alimentares: pastoso, líquido, sólido). Foi utilizado o Teste Exato de Fisher para verificar associação entre o grau de comprometimento da deglutição e a escala NIHSS, o tipo e a localização da lesão neurológica. Para os resultados deste estudo o valor de significância adotado foi p≤0,05. Resultados: 52,4% da amostra total eram mulheres com idade média de 65,7 anos (DP = ± 14,4); 92,9% apresentavam AVC do tipo isquêmico; 59,5% apresentaram comprometimento da circulação anterior. Houve significância estatística entre o resultado da escala neurológica NIHSS e o grau de comprometimento da deglutição (p=0,016). Identificou-se que a classificação de AVC leve (NIHSS 0-6) estava significativamente associada à deglutição normal e disfagia leve; já a classificação de AVC grave (NIHSS ≥16) estava significativamente associada à disfagia grave. Além disso, todos os pacientes com NIHSS igual ou superior a 16 (AVC Grave) apresentaram algum grau de DOF. Ainda, observou-se que, independente da gravidade do AVC, 32 pacientes (76,2%) apresentaram algum grau de disfagia orofaringea. Conclusão: Há evidências suficientes para apontar a associação entre a gravidade do AVC e a gravidade do distúrbio de deglutição. Houve predomínio de pacientes com disfagia orofaríngea grave que apresentavam AVC do tipo isquêmico e com comprometimento da circulação anterior como área de localização da lesão neurológica. Descritores: Acidente Vascular Cerebral; Distúrbio de Deglutição; Exame Neurológico; Fonoaudiologia

74. ESTRATÉGIAS SISTEMÁTICA

TERAPÊUTICAS

NA

REABILITAÇÃO

DA

DISFAGIA

NEUROGÊNICA:

REVISÃO

Almeida, St; Martinez, Cc; Gurgel, Lg Univ. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Introdução: A disfagia orofaríngea é considerada um sintoma de alguma doença de base e está associada ao aumento de morbidade e mortalidade, podendo conduzir a uma variedade de complicações clínicas, entre elas: desidratação, desnutrição e pneumonia aspirativa. A indicação de estratégias terapêuticas comprovadamente eficazes e eficientes para a reabilitação do distúrbio ainda é considerada um campo de estudo e investigação a ser desenvolvido com maior rigor científico. Objetivo: verificar sistematicamente na literatura as principais estratégias terapêuticas utilizadas no tratamento da disfagia orofaríngea neurogênica (DOFN) em adultos e idosos com doenças neurológicas. Método: Foram pesquisadas as bases de dados MEDLINE, LILACS, Biblioteca Cochrane, SciELO e referências dos estudos selecionados. Os termos de busca foram “Deglutition Disorder”, “Rehabilitation”, “Randomized Controlled Trial” e seus entretermos. Os termos relacionados às desordens neurológicas foram determinados conforme estabelecido na literatura como causas de DOFN. Foram incluídos ensaios controlados randomizados, sem restrição de língua ou período de publicação e principais estratégias terapêuticas. Foram excluídos ensaios que não descreveram, de maneira confiável, o tratamento utilizado na DOFN, tratamento com acupuntura, medicamentos ou aplicados por médicos. Resultados: Foram identificados 196 artigos. Destes, 174 foram excluídos pela análise do titulo e/ou resumo e critérios de elegibilidade. Dos 22 incluídos, 3 tratavam do exercício de Shaker, 2 de terapia tradicional, 1 da manobra postural “queixo para baixo”, 1 de espessamento de líquidos, 2 sobre “queixo para baixo” e espessamento, 3 sobre estimulo tátil/térmico e gustativo, 1 sobre treinamento de força muscular expiratória, e 9 sobre estimulação elétrica. As doenças investigadas nestes estudos foram

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Parkinson e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Conclusão: para o tratamento da DOFN no Parkinson, terapia tradicional, espessamento de líquidos e treino de força muscular expiratória aparecem como as estratégias de escolha. No AVC, identifica-se a terapia tradicional, exercício de Shaker e estimulação elétrica sozinha ou combinada. Em ambas as doenças, há necessidade de maior investigação e rigor científico. Descritores: distúrbio de deglutição, revisão, reabilitação, fonoaudiologia

75. ESTUDO DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: RELATO DE CASOS Viera, Agda Ribeiro Harrisson; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio Departamento de Fonoaudiologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neuromuscular degenerativa e progressiva que, aos poucos, vai incapacitando o indivíduo na realização de suas atividades da vida diária, bem como na manutenção de suas funções vitais, dentre elas, a deglutição e respiração, consequência da fraqueza e atrofia muscular, que acontece de maneira rápida e constante. O prognóstico da doença varia de 3 a 4 anos após sua descoberta, levando a óbito, principalmente, por insuficiência respiratória. Diante deste cenário, a equipe multidisciplinar faz-se necessária para a manutenção da qualidade de vida de acordo com as possibilidades e estádio de progressão da ELA para aumento no tempo de sobrevida do indivíduo. Nesta equipe o fonoaudiólogo deve estar inserido para reestruturar a comunicação nos estádios mais avançados que inviabilizam a expressão oral, assim como para minimizar as complicações nutricionais e pulmonares provenientes dos quadros de disfagia presentes. Dentre os exames utilizados para avaliar a disfagia, como a ausculta cervical, vídeoendoscopia da deglutição, cintilografia da deglutição, a videofluoroscopia da deglutição é considerado o exame que melhor visualiza as estruturas durante as fases da deglutição e possibilita a análise instrumental registrada em mídia sobre os achados que precisam ser melhor identificados para planejamento terapêutico mais eficiente.Objetivo: Nesta perspectiva, este trabalho objetiva estudar e descrever as principais alterações da deglutição que atingem os indivíduos com ELA, por meio do exame da videofluoroscopia da deglutição. Materiais e métodos: Foi realizado o estudo de 3 casos de pacientes com ELA, por meio da coleta dos prontuários arquivados no Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em que continham os laudos da videofluoroscopia da deglutição. A análise dos resultados foi de natureza descritiva com elaboração de quadro comparativo para observação de comportamentos miofuncionais repetitivos. Resultados: As alterações encontradas nos três casos foram alteração na formação do bolo, estase no assoalho da boca, no palato duro, na língua, em base de língua, na valécula e na transição faríngoesofagica, com fase faríngea iniciada em valécula.Conclusão: De acordo com os casos analisados, pacientes com ELA apresentam maiores dificuldades evidenciadas na deglutição em fase preparatória oral e oral propriamente dita, por redução do tônus e mobilidade principalmente da língua, o que desencadeia desorganização maior na fase faríngea, podendo resultar em estases em região faríngoesofagica e risco de aspiração/ penetração laríngea. Descritores: esclerose lateral amiotrófica, disfagia, fluoroscopia, fonoaudiologia

76. CRITÉRIOS FONOAUDIOLÓGICOS PARA INDICAÇÃO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA BARROQUEIRO, Priscila Carneiro; MORAES, Alba Maria Soares; LOPES, Monique Kelly Duarte Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão

Introdução: O fonoaudiólogo está habilitado para identificar, avaliar e intervir junto a pacientes disfágicos e de risco para disfagia oral e/ou faríngea. Na unidade de terapia intensiva, os pacientes tendem a maior instabilidade do quadro clínico devido a diversos fatores, sendo a intervenção fonoaudiológica precoce imprescindível para evitar complicações clínicas, infecções pulmonares e prolongamento da internação hospitalar. Cabe a este profissional, após avaliação clínica e considerando o caráter de segurança e funcionalidade, indicar a via de alimentação a ser utilizada. Objetivos: Analisar quais os critérios fonoaudiológicos para indicação de via alternativa de alimentação na Unidade de Terapia Intensiva Geral de um hospital universitário. Métodos: O estudo tem caráter transversal, retrospectivo, quantitativo e descritivo, baseado em dados coletados nos Protocolos de Admissão, Avaliação, Gerenciamento e Alta Fonoaudiológica dos pacientes atendidos entre janeiro e dezembro de 2014 que tiveram via alternativa de alimentação indicada por fonoaudiólogo. Os dados coletados foram tabulados no programa Excel e contrastados com literatura específica. Resultados: Participaram do estudo 25 indivíduos, sendo 13 mulheres e 12 homens. A idade variou entre 18 e 90 anos, com média 64,44. O motivo de internação de maior prevalência foi neurocirurgia (32%). Seispacientes (24%) apresentaram alterações de linguagem, treze (52%) de fonoarticulação e onze (44%) de qualidade vocal. Trezepacientes (52%) encontravam-se com dieta prescrita a critério médico e dez (40%) estavam em dieta zero. Dezessete pacientes (68%) não apresentaram condições para realização da avaliação funcional da deglutição. O critério fonoaudiológico de maior prevalência para indicação de via alternativa de alimentação foi alteração do quadro de alerta (52%). Os demais critérios (tempo de trânsito oral aumentado; alteração importante de tempo máximo fonatório, incoordenação deglutição/respiração e distensão abdominal

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importante; aumento do tempo de trânsito oral e flutuação do quadro de alerta; taquipnéia e diminuição do quadro de alerta; escape posterior; sonolência e emagrecimento importante; queda da saturação e desconforto respiratório; quadro de alerta, desconforto respiratório, alteração de controle oral e trânsito orofaríngeo lentificado; dor abdominal e desconforto respiratório intensos; trânsito orofaríngeo lentificado, baixa ingestão de dieta e intensa dor abdominal; dispnéia e vômito; nível de consciência e agitação psicomotora) tiveram prevalência de 4% cada. Conclusão:O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para identificar precocemente pacientes de risco para disfagia, utilizando critérios diferenciados durante suas abordagens. Na amostra estudada, o critério de maior prevalência para indicação de via alternativa de alimentação foi a alteração do quadro de alerta, visto que, para manutenção de via oral exclusiva de alimentação, o indivíduo necessita mante-lo estável paraalimentar-se de forma segura e funcional. Na UTI, fatores como distúrbios metabólicos, uso de medicações edelirium podem levar a alteração deste. O estudo evendencia a relevância da intervenção fonaudiológica junto a equipe de saúdepara execução de ações proativas, preventivas e de gerenciamento. Descritores: Fonoaudiologia; UTI; método de alimentação

77. APLICAÇÂO DA GUGGING SWALLOWING SCREEN (GUSS) EM PACIENTES BRASILEIROS PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Ribeiro, Amanda; Costa, Luiza; Vale, Simone; Bougo, Graziela; Melo, Amanda; Teixeira, Antônio Hospital Risoleta Tolentino Neves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) & Faculdade de Medicina, UFMG

Introdução: Em busca de avaliação clínica rápida e confiável para disfagia pós-AVC agudo foram encontrados testes de triagem para deglutição, constatando-se que a maioria utiliza a consistência líquida para avaliação inicial. Foi observado também que estudos brasileiros vêm utilizando protocolos de avaliação não validados. Objetivo: Analisar a eficiência da escala de avaliação clínica de deglutição, Gugging Swallowing Screen – GUSS em pacientes brasileiros. Métodos: Trata-se de estudo exploratório pré-experimental com amostra não probabilística em que foram avaliados 45 pacientes admitidos na unidade de acidente vascular cerebral em um hospital público de referência. Os critérios de inclusão foram: pacientes internados com diagnóstico de AVC isquêmico com ou sem queixas para deglutição e com presença ou não de disfagia. Critérios de exclusão: disfagia mecânica associada e pacientes com instabilidade clínica. A avaliação da deglutição foi realizada em dois momentos: admissão nas primeiras 24 horas após o ictus e alta hospitalar. A GUSS foi escolhida dentre as demais escalas por estabelecer parâmetros de avaliação das três consistências básicas na fase aguda da doença (pastosa, líquida e/ou sólida). Inicialmente, utilizou-se a GUSS para definição de conduta (dieta oral suspensa ou liberada, e qual consistência indicada). Após definição, foi reavaliada a deglutição com os mesmos parâmetros definidos na escala GUSS, exceto o volume, sendo este da refeição hospitalar. O volume da refeição foi estabelecido pelo serviço de nutrição e dietética do hospital. Após avaliações foi aplicada a escala funcional de ingestão por via oral - FOIS. Resultados: Dos 45, 25 pacientes eram do sexo masculino (56%). Foram observadas as médias de 64 anos para idade, 14,0 dias de internação, sendo de 5,0 (1-7) na FOIS, 16,0 (11-20) na GUSS e 14,0 (10-15) na escala de coma de Glasgow para admissão hospitalar, e 6,5 (4-7) na FOIS, 18,0 (15-20) na GUSS e 14,9 (13-15) na Glasgow para alta. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 20.0. O teste de normalidade foi realizado pelo teste Shapiro-Wilk e teste de Spearman para variáveis contínuas. Houve diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos pelas escalas FOIS e GUSS nos dois momentos avaliados (p<0,00). Ao comparar presença ou não de disfagia observou-se que, pacientes triados como não disfágicos na escala GUSS apresentaram disfagia durante a refeição, sendo 16 (36%) no momento da admissão hospitalar e 6 (13%) na alta hospitalar. Conclusões: No presente estudo a GUSS não se mostrou um teste de triagem favorável para identificar pacientes pós-AVC isquêmico agudo com ou sem disfagia. O volume estabelecido no protocolo original não apresentou resultado funcional para deglutição segura e eficaz. Descritores: Triagem, Deglutição, Neurologia, Saúde Pública

78. RELAÇÃO ENTRE LIBERAÇÃO DE DIETA VIA ORAL E NÍVEL DE COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira, Fidel; Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio Hospital Risoleta Tolentino Neves,Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) & Faculdade de Medicina, UFMG

Introdução: O National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) é uma escala de avaliação quantitativa dos déficits neurológicos pós-AVC, sendo utilizada para nortear o tratamento da fase aguda e previsão do prognóstico. Embora seja amplamente utilizada na literatura, de rápida e fácil aplicação, não avalia os distúrbios de deglutição. Objetivo: verificar a correlação entre o nível funcional de ingestão de via oral (FOIS) com o nível de comprometimento neurológico definido pela National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) ao longo da internação. Métodos: Trata-se de estudo observacional com amostra não probabilística em que foram avaliados 45 pacientes admitidos na unidade de acidente vascular cerebral em um hospital público de referência. Os critérios de inclusão foram: pacientes

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internados com diagnóstico de AVC isquêmico com ou sem queixas para deglutição e com presença ou não de disfagia. Critérios de exclusão: disfagia mecânica associada e pacientes com instabilidade clínica. Avaliações da deglutição (FOIS) e do comprometimento neurológico (NIHSS) foram realizadas em três momentos: admissão nas primeiras 24 horas após o ictus, 72 horas de internação e alta hospitalar. Segundo os critérios da NHISS, o paciente é avaliado quanto a: nível de consciência, campo visual, paralisia facial, força motora, ataxia, linguagem, disartria e atenção. Resultados: Dos 45, 25 pacientes eram do sexo masculino (56%). Foram observadas as médias de 64 anos para idade, 14,7 na escala de coma de Glasgow, 7,0 no NIHSS e 6,0 no FOIS. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 20.0. O teste de normalidade foi realizado pelo teste Shapiro-Wilk e teste de Spearman para variáveis contínuas. Houve correlação negativa entre o grau de ingestão por via oral com o nível de comprometimento neurológico avaliado pela NIHSS em todas as etapas (p<0,00). Não foi possível estabelecer um valor de corte na NIHSS como preditor para liberação ou não da dieta por via oral. Conclusões: Os resultados confirmam a relação da gravidade déficit neurológico global com capacidade de ingestão oral A pontuação da NIHSS não define liberação de dieta oral e/ou exclui avaliação da deglutição. Descritores: Deglutição, Neurologia, Saúde Pública

79. RELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO COM CAPACIDADE FUNCIONAL GLOBAL DO PACIENTE PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira, Fidel; Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio Hospital Risoleta Tolentino Neves,Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) & Faculdade de Medicina, UFMG

Introdução: A medida de independência funcional (MIF) é provavelmente o instrumento mais abrangente para mensurar capacidade funcional. É capaz de medir o desempenho do indivíduo para a realização de um conjunto de 18 tarefas, referentes às subescalas de autocuidados (alimentação), controle esfincteriano, transferências, locomoção, comunicação e cognição social. Objetivo: Analisar a correlação entre a evolução da capacidade de deglutição por meio da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) com medida de independência funcional (MIF) de indivíduos pós-AVC isquêmico agudo. Métodos: Trata-se de estudo observacional com amostra não probabilística em que foram avaliados 45 pacientes admitidos na unidade de acidente vascular cerebral em um hospital público de referência. Os critérios de inclusão foram: pacientes internados com diagnóstico médico de AVC isquêmico com ou sem queixas para deglutição e com presença ou não de disfagia. Critérios de exclusão: disfagia mecânica associada e pacientes com instabilidade clínica. Avaliações da deglutição (FOIS) e da incapacidade funcional (MIF) foram realizadas em dois momentos: admissão nas primeiras 24 horas após o ictus e alta hospitalar. Resultados: Dos 45, 25 pacientes eram do sexo masculino (56%). Foram observadas as médias de 64 anos para idade, 14,7 na escala de coma de Glasgow, 7,0 no NIHSS, sendo a média de 5,0 (1-7) na FOIS e 73,0 (18-119) na MIF para admissão hospitalar e, 6,5 (1-7) na FOIS e 84,0 (21-126) na MIF na alta hospitalar. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 20.0. O teste de normalidade foi realizado pelo teste Shapiro-Wilk e teste de Spearman para variáveis contínuas. Houve correlação positiva entre a capacidade funcional da deglutição com capacidade funcional global do paciente pós-AVC nas duas etapas avaliadas: admissão e alta hospitalar (p<0,00). Conclusões: Os resultados obtidos confirmam relação entre a MIF à capacidade da deglutição, sugerindo um olhar mais globalizado por parte do fonoaudiólogo no momento da reabilitação da disfagia. Descritores: Deglutição, Incapacidade, Neurologia, Saúde Pública

80. DISFAGIA EM SUJEITOS COM DIAGNÓSTICO DE NEUROACANTOCITOSE Attoni, T; Moraes, En; Britto, At; Cardoso, F Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A Neuroacantocitose é um distúrbio neurológico no qual manifestações de movimentos anormais, amiotrofia e epilepsia associam-se obrigatoriamente à presença de hemácias espiculadas, denominadas acantócitos, no sangue periférico. Trata-se de síndrome rara, provavelmente subdiagnosticada, autossômica recessiva, cujos distúrbios motores são variáveis, incluindo hipercinesias (coreia, discinesia buco-línguo-facial, tiques) ou parkinsonismo, além de alterações do comportamento e declínio cognitivo. A neuroacantocitose é ocasionalmente confundida com doença de Huntington, havendo poucos casos relatados na literatura. Embora pacientes com Neuroacantocitose se queixem de dificuldades deglutitórias, pouco se sabe sobre a frequência e as características da disfagia nesta síndrome. Objetivo: Caracterizar as alterações presentes no processo de deglutição de pacientes portadores de Neuroacantocitose. Materiais e métodos: Para este estudo, nove sujeitos portadores de Neuroacantocitose foram avaliados, sendo cinco do gênero masculino e quatro do gênero feminino, com faixa etária entre 35 e 40 anos (mediana de ). Todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado no COEP sob o número CAAE 0523.0.203.000-11. Estes sujeitos são avaliados periodicamente no Ambulatório de Distúrbios de Movimento, tendo passado por avaliação clínica constituída por exame neurológico para verificar a presença de distúrbios de movimento e pesquisa de acantócitos no sangue periférico para confirmar a doença. Para a avaliação da deglutição foi utilizado protocolo próprio constituído por levantamento da história da

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disfagia; avaliação clínica da função oral, sensorial, e sistema respiratório; análise da ingestão de alimentos para identificar as disfunções posturais e uma avaliação independente da alimentação por meio da ingestão de alimentos de consistência sólida e líquida. Resultados: Todos os sujeitos apresentaram sinais indicativos de disfagia: alteração de vedamento labial, escape oral para alimentos sólidos e líquidos, incordenação mastigatória, diminuição do movimento de elevação da laringe, aumento do tempo de trânsito oral, deglutições pequenas e repetidas, sinais sugestivos de penetração laríngea. Três sujeitos apresentaram protrusão involuntária da língua, resultando em dificuldade de ejeção do alimento e até mesmo arremesso do alimento para fora da cavidade oral. Na análise da história da disfagia, um sujeito era alimentado em posição supino, facilitador físico da ação da gravidade, a fim de vencer a barreira imposta pela incoordenação lingual. De forma geral, os pacientes com Neuroacantocitose apresentaram discinesia orofacial, presença constante de contração de lábios e tiques vocais característicos, além de grande incoordenação lingual. Conclusão: A avaliação evidenciou graves dificuldades nas fases preparatória e oral da deglutição, que são seriamente prejudicadas nos portadores de Neuroacantocitose. Contudo, por ser um estudo essencialmente exploratório e original, novas avaliações e técnicas devem ser empregadas para se investigar todo o fluxo da deglutição nesta síndrome. Descritores: Neuroacantocitose, Transtornos de deglutição, deglutição, coreia Financiamento: CAPES

81. DISFAGIA APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO: FATORES DE PROGNÓSTICO Pereira-Carvalho,Nav; Vicente,Lcc; Schettino,Mstb; Friche,Aal Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: Uma das complicações mais frequentes após o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a disfagia orofaríngea - reconhecida como um dos principais fatores de risco para ocorrência de pneumonia aspirativa. A disfagia possui grande impacto quanto ao estado nutricional do paciente, à ocorrência de pneumonia aspirativa e, consequentemente, ao tempo de internação dos pacientes. Quanto aos fatores de risco para a não ingestão por via oral quatro semanas pós-icto, são relatados como sintomas mais frequentes: o distúrbio de consciência, déficit cognitivo, paralisia facial, dificuldade de protruir a língua, ausência do reflexo de gag, fraqueza muscular e altos escores na escala NIHSS; é relatado o uso de via alternativa de alimentação em 15,0% dos pacientes após quatro semanas do evento. Quanto ao prognóstico da disfagia durante a internação e sua relação com a intervenção fonoaudiológica, é referido que pacientes submetidos à terapia diária tem risco menor de morte intra-hospitalar, pneumonia, necessidade de suporte respiratório e suporte nutricional ao receberem alta do que pacientes que não o foram. Objetivos: Analisar a disfagia e fatores de prognóstico para reabilitação da via oral de alimentação em pacientes hospitalizados após AVC isquêmico e verificar a ocorrência de pneumonia aspirativa entre esses pacientes. Métodos: Estudo analítico observacional longitudinal com 19 pacientes hospitalizados após o primeiro AVC isquêmico, nas fases aguda e subaguda, diagnosticados com disfagia orofaríngea por meio de avaliação clínica até 24 horas após à admissão em hospital de referência; os pacientes foram submetidos diariamente à terapia fonoaudiológica e reavaliados semanalmente quanto à gravidade da disfagia, capacidade de ingestão de via oral (escala FOIS), gravidade do AVC (escala NIHSS) e capacidade funcional (Índice de Barthel modificado), até a alta hospitalar. Os casos de pneumonia aspirativa – diagnosticados pela equipe médica - foram registrados. Para análise estatística dos dados foram utilizadas medidas de tendência central e dispersão das variáveis contínuas e distribuição de frequência das variáveis categóricas. Para as variáveis categóricas foram utilizados os testes Quiquadrado e Exato de Fisher. Para verificação das modificações nos parâmetros avaliados, foi utilizado o Teste T pareado para comparação de médias, ANOVA e os testes não paramétricos Mann Whitney e Kruskal Wallis. Para o processamento e análise dos dados foi utilizado o SPSS 21.0. Resultados: A disfagia de grau moderado foi a mais frequente (57,9%), seguido pelos graus leve (26,3%) e grave (15,8%); alteração concomitante nas fases preparatória-oral, oral e faríngea foi a mais comum (68,4%). Quanto à capacidade de ingestão de via oral à avaliação, 31,6% tiveram indicação de via alternativa e 68,4% tiveram ingestão de via oral restrita. A nota no Índice de Barthel à admissão apresentou diferença estatística significante entre pacientes que apresentaram bom prognóstico para reabilitação da deglutição e aqueles que mantiveram sua capacidade de ingestão inalterada. A pneumonia aspirativa foi observada 10,5% dos pacientes. Conclusões: A disfagia orofaríngea deve ser oportunamente avaliada pelo fonoaudiólogo a fim de minimizar seus impactos na evolução do paciente; a nota no índice de Barhtel foi fator preditivo para a evolução da disfagia durante a internação do paciente pós-AVC. Descritores: Acidente Vascular Cerebral, Fatores de Risco, Avaliação de Resultados (Cuidados de Saúde), Transtornos de Deglutição, Fonoaudiologia.

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82. ANÁLISE DA CONCORDÂNCIA DA FUNCTIONAL ORAL INTAKE SCALE (FOIS) ENTRE ACADÊMICOS Oliveira,Acm; Pereira-Carvalho,Nav; Friche,Aal; Vicente,Lcc Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A Escala Funcional de Alimentação (Functional Oral Intake Scale – FOIS) descreve o nível funcional de alimentação oral do paciente, levando-se em consideração as modificações e a necessidade de manobras compensatórias na deglutição. A FOIS considera as características da dieta do indivíduo classificando-o em sete níveis de acordo com a via de alimentação, limitações e restrições alimentares. Objetivo: Verificar o grau de concordância da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) entre acadêmicos de fonoaudiologia. Métodos: Trata-se de um estudo observacional analítico transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer de n° 0592.0.203.000-09. Participaram 15 alunos de Fonoaudiologia, sendo 40% do sétimo período e 60% do oitavo período e três fonoaudiólogos, com experiência mínima de quatro anos na utilização da escala FOIS. Foram selecionados 28 protocolos de avaliação clínica de pacientes adultos com diagnóstico de disfagia orofaríngea, de comprometimento e etiologia variados e que se alimentavam por diferentes vias de alimentação. Destes, seis protocolos foram selecionados para reteste, para verificar a concordância intra-examinador. Após a seleção dos casos, realizou-se o treinamento com os acadêmicos, que consistiu em uma aula teórica a respeito da escala FOIS e a prática, por meio da avaliação de protocolos de quatro pacientes com disfagia orofaríngea, diferentes dos utilizados no estudo. Ao final do treinamento, foram apresentados os 34 casos e durante a avaliação destes, não foi permitida qualquer troca de experiência. Para comparar as respostas fornecidas pelos estudantes, três fonoaudiólogas analisaram os mesmos casos, separadamente. As respostas determinadas foram comparadas, com intuito de se obter apenas um valor da escala FOIS para cada caso. Para os casos que divergiram as respostas foram realizadas uma nova análise, sendo o resultado desta, obtido em comum acordo entre as profissionais. A concordância entre as acadêmicas e as fonoaudiólogas foi verificada por meio do Coeficiente Kappa (K). Resultados: Os níveis 1 (K=0.411) e 7 (K=0.596) da escala FOIS apresentaram maiores valores de concordância entre os acadêmicos quando comparado aos demais, sendo a concordância destes moderada. Esses níveis obtiveram os melhores resultados quando foram atribuídos pelos acadêmicos que apresentaram concordância substancial e quase perfeita em suas análises, sendo respectivamente, K=0.509 e K=0.650. Dentre os acadêmicos 33,3% apresentaram concordância substancial na análise dos casos retestados, assim como as profissionais e 6,6% apresentou concordância quase perfeita. Dentre esses acadêmicos apenas um cursava o sétimo período, os demais, incluindo o que obteve concordância perfeita, estavam concluindo o curso. Conclusão: A concordância da escala FOIS foi influenciada pelo tempo de formação e a experiência prática em disfagia, visto que os alunos do sétimo período apresentaram concordância fraca e esta melhorou quando determinadas pelos discentes que encontravam-se no final do curso. Sendo assim, a prática da classificação da escala FOIS é importante para acadêmico, uma vez que para utilizar a escala de forma eficiente é necessário estar familiarizado com a classificação dos níveis funcionais de alimentação oral e ainda, estabelecer o raciocínio-clínico coerente com o caso. Descritores: Reprodutibilidade de testes, estudantes, transtornos da deglutição e classificação

83. ANÁLISE QUANTITATIVA DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE MÚLTIPLA Bacelete,Vsb; Vicente,Lcc; Santos,Mar Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A características da disfagia na esclerose múltipla (EM) descritas são prejuízo na elevação laríngea, atraso na fase faríngea da deglutição, penetração e/ou aspiração alimentar e resíduos alimentares em faringe. Analisar fatores associados à ocorrência de presença de resíduos em recessos faríngeos e de penetração/aspiração permite o desenvolvimento de programas terapêuticos mais específicos. Objetivos: Analisar quantitativamente o deslocamento hiolaríngeo, constrição faríngea e resíduos alimentares em valéculas de indivíduos com EM, bem como a sua associação com o gênero, idade e grau de incapacidade neurológica avaliada a partir do Expanded Disability Status Scale (EDSS) e conhecer os fatores relacionados à ocorrência de resíduos alimentares em recessos faríngeos e de penetração e/ou aspiração alimentar. Métodos: Foram analisados 40 exames de videofluoroscopia de sujeitos com Esclerose Múltipla, sendo 20 do grupo caso (exames de indivíduos com resíduos alimentares em recessos faríngeos com ou sem penetração/aspiração) e 20 do grupo controle (indivíduos sem alterações da fase faríngea da deglutição). A amostra foi composta por 36 mulheres e quatro homens, com idade entre 25 e 60 anos, média de 41,1 anos e EDSS entre 1 e 8, média de 4. Dentre as formas de apresentação da doença, 32 eram do tipo recorrente-remitente, seis secundariamente progressiva, um primariamente progressiva e progressivamente com recorrência. As medidas de deslocamento hiolaríngeo, de percentual de máxima constrição faríngea e de resíduos alimentares em valéculas foram realizadas nas consistências líquida, pastosa e sólida por meio do programa ImageJ do National Institute of Health. Os indivíduos foram pareados segundo gênero, idade e grau de EDSS e comparados em torno da média das variáveis idade (<=41 e >41) e EDSS (0,0- 4,0 e 4,5-8,0). Resultados: A média de deslocamento máximo hiolaríngeo entre mulheres foi 1,82 cm e, entre homens, 1,97 cm. Os sujeitos mais jovens apresentaram média de 1,87 cm e, os mais velhos, 1,82 cm. No grupo com EDSS abaixo de 4,5, a média foi 1,72 cm e, maior que 4,5, o valor foi 2,05 cm. Em sujeitos com resíduos em valéculas e seios

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piriformes, as médias foram 1,85cm e 1,66cm, respectivamente. Em sujeitos com penetração/aspiração, a média foi 1,59cm. O percentual médio de máxima constrição faríngea entre mulheres do foi 94,7% e, entre homens, 90,7%. Em indivíduos mais jovens, foi 96,4% e, entre mais velhos, 95,7%. No grupo com menor EDSS, a média foi 93,7% e, em EDSS maior, 94,5%. Entre casos com resíduos em valéculas, a média foi 93,9%; com resíduos em seios piriformes, 91,9%;e, penetração/aspiração, 95,2%. O percentual de resíduo em valéculas foi maior entre mulheres (68,6%), indivíduos mais jovens (66,1%) e com menor EDSS (68%). Houve associação entre o percentual de constrição faríngea e resíduos em recessos faríngeos e presença de penetração/aspiração, sendo a porcentagem menor no grupo caso(p<0,05). Conclusão: Os resultados indicaram que o gênero e idade influenciam medidas biomecânicas da fase faríngea da deglutição em sujeitos com Esclerose Múltipla e que há associação entre a presença de resíduos em recessos faríngeos e de penetração/aspiração nos casos com o percentual de constrição faríngea reduzida. Descritores: constrição, deglutição, esclerose múltipla, faringe, fenômenos biomecânicos, osso hioide

84. A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGIA JUNTO AOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS – ENFOQUE NA DISFAGIA OROFARÍNGEA Souza, Juliana; Santos, Diana Divisão de Fonoaudiologia HCFMUSP-HAS (Hospital Auxiliar de Suzano)

Introdução: O paciente que apresenta doenças crônicas necessita de um tempo maior de recuperação, a média de permanência no Hospital é em torno de 90 dias e sendo alguns casos por anos. Devido à longa permanência torna-se necessário montar um plano terapêutico fonoaudiológico de acordo com o perfil destes pacientes hospitalizados que difere em alguns aspectos da assistência fonoaudiológica de um hospital geral, ou seja, não especializado em cuidados prolongados. No Hospital de longa permanecia diferente de um Hospital Geral, a visita é aberta. Visita Aberta – É um dispositivo que garante, no maior tempo possível, a presença da rede sócio familiar dos usuários internados, de forma a assegurar o elo entre o usuário do hospital, sua rede social e os demais serviços da rede de saúde. Assim ampliando a possibilidade de acesso para os visitantes de forma a garantir o elo entre família e paciente. Nessa modalidade de visita, há possibilidade de um acompanhante permanecer na unidade como cuidador do paciente, inclusive há cuidadores que permanecem 24 horas no hospital. Isso fez com que a equipe fonoaudiologia pensasse numa forma de intervenção junto a esses cuidadores. Nos cuidados prolongados a participação da família e do cuidador é essencial na compreensão da dificuldade de deglutição que o paciente apresenta e os riscos significativos ao introduzir alimentação por via oral ao paciente sem autorização da equipe de fonoaudiologia. Considerando que o cuidador permanece a maior parte do tempo com o paciente, e os riscos de broncoaspiração aumentam quando o paciente é consciente e o cuidador oferta alimento desconhecendo os riscos que podem ser gerados através daquela oferta. Visando reduzir os riscos de broncoaspiração, foram desenvolvidas ações educativas como, por exemplo, palestras informativas para cuidadores e familiares uma vez a cada três meses. Nas palestras a equipe de fonoaudiologia fala sobre os distúrbios da deglutição e os riscos de oferta de alimentos a pacientes disfágicos. Objetivos: O objetivo deste trabalho é apresentar a importância da atuação fonoaudiológica com pacientes disfágicos em ambiente hospitalar e mostrar a proposta de como essa atuação é realizada num hospital de cuidados prolongados. Metodologia: Para este trabalho, foi realizada pesquisa quanto ao tema pacientes em cuidados prolongados que possuem doenças crônicas, fonoaudiologia e Disfagia, por meio de publicações e dados científicos. O foco principal do trabalho foi a abordagem fonoaudiológica na Disfagia e o paciente com tempo de internação prolongado. Resultados: Coube a equipe fonoaudiologia desenvolver estratégias de caráter informativo sobre a Disfagia e o risco de broncoaspiração nos pacientes com tempo de internação prolongado, estabelecendo uma comunicação entre equipe e familiares e assim garantindo ao doente uma melhor qualidade de vida. Conclusão. Embora a Fonoaudiologia contribua na atenção ao paciente disfágicos com doenças crônicas e internação prolongada, poucos são os artigos que descrevem a atuação do fonoaudiológica nesses Hospitais. São inúmeros os benéficos que um serviço de fonoaudiologia traz a uma unidade hospitalar sendo assim na área da saúde é necessário haver ações integradas para uma atuação eficaz e de qualidade no serviço prestado ao paciente. Descritores: Fonoaudiologia – Doenças Crônicas - Disfagia Orofaríngea

85. PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E CUIDADO À DISFAGIA EM HOSPITAL TERCIÁRIO Ribeiro, Elizabeth Núcleo de fonoaudiologia NEFEG e Hospital Barra D´or RJ

Introdução: O estudo foi realizado no hospital Barra D´or, um hospital terciário, privado, localizado na zona oeste do Rio de janeiro. Constituído por quatro unidades de terapia intensiva (adultos, cardiointensiva, pósoperatório, neurointensiva), semi-intensiva e quartos. Os programas de Acreditação Hospitalar, agregam as instituições de saúde o conceito de segurança do paciente, prevenção de risco e interdisciplinaridade. Neste novo contexto, há necessidade de mudanças de alguns paradigmas, com fins de educar e capacitar toda uma equipe quanto à integralidade no cuidar. Sendo importante a transformação da cultura hospitalar no que tange aos cuidados

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com a disfagia; uma vez que se situa em um limbo multiprofissional. A garantia de segurança do paciente disfágico não depende só da ação do fonoaudiólogo, mas sim da atenção e cuidado de toda equipe. As variáveis que norteam a criação deste programa; são: parâmetros de eleição para via oral nas unidades intensivas, parâmetro de consistências das dietas para disfágicos, consenso clínico quanto ao desmame do catéter nasoenteral, oferta de dieta oral por terceiros; fluxo de comunicação entre equipe e estimativa de tempo para prognóstico quanto a via de alimentação. Pensamos que todas estas variáveis acompanhadas de forma integrada, possam vir a corroborar para segurança do paciente. Objetivo: Instituir protocolo interdisciplinar de acompanhamento a pacientes disfágicos, com fins de favorecer segurança do paciente e comunicação entre a equipe de saúde. Material e métodos: Descrito protocolo operacional padrão sobre a metodologia do programa de reabilitação em disfagia, com inserção dos profissionais de saúde (nutrição, enfermagem , técnicos de enfermagem, médicos) para o desenvolvimento do processos de acompanhamento fonoaudiológico. O programa inclui sinalização a equipe do nível de risco do paciente por meio de placas, assim como protocolos para cada setor envolvido na cadeia de ações das respectivas fases do tratamento. O Programa de reabilitação fonoaudiológica preconiza até 10 sessões para estabelecimento de prognóstico quanto à via de alimentação. A fase de transição entre alimentação via enteral e alimentação via oral é orientada por meio de fluxograma que mensura quantidade de oferta via oral em relação ao valor energético total por via enteral contribuindo para um desmame seguro. Resultados: A partir da adesão da equipe de saúde aos protocolos inerentes ao “Programa interdisciplinar de atenção e cuidado a disfagia” pudemos observar mudanças referentes à cultura por parte da equipe de saúde no que se refere à disfagia, menor ocorrência de distúrbios de comunicação entre a equipe no que concerne à decisão da via de alimentação, e segurança quanto ao desmame do cateter nasoenteral. Observarmos também menor tempo de internação hospitalar, uma vez que houve maior controle do tempo de acompanhamento (10 sessões) para o prognóstico quanto à via de alimentação. Conclusão: Com base nos resultados, concluimos que as estratégias adotadas no programa, contemplam as variáveis apontadas no estudo. Entendendo a disfagia como uma síndrome multidimensional, acreditamos que o acompanhamento ao disfágico requer uma abordagem sistêmica, para contribuir com a política de segurança dos hospitais, através do cuidado seguro por meio de prática consciente. Vemos a necessidade de prosseguir o estudo, uma vez que esta etapa teve como objetivo a conscientização da equipe quanto aos cuidados a disfagia; não sendo possível mensurar os resultados para análise da eficiência do programa interdisciplinar. Com base nos resultados de caráter subjetivo, acreditamos que as estratégias adotadas no programa, corresponderam as expectativas iniciais do estudo.

86. GESTÃO EM FONOAUDIOLOGIA ASSISTENCIAIS

HOSPITALAR

COM

VISÃO

SISTÊMICA

DOS

PROCESSOS

Ribeiro, Elizabeth; Menezes, Mário Núcleo de fonoaudiologia NEFEG

Introdução: Implantar um serviço de fonoaudiologia hospitalar em hospitais de alta complexidade é de grande responsabilidade, pois exige um básico conhecimento dos princípios gerais de administração. A assistência fonoaudiológica prestada a indivíduos disfágicos em fase aguda requer planejamento de linhas de cuidado assistencial multidisciplinar. Pensamos que neste contexto a atuação do fonoaudiólogo deve ser orientada por protocolos que descreva a cadeia de ações inerentes aos diferentes procedimentos fonoaudiológicos. Problematizando mais a questão, questionamos se o fonoaudiólogo está preparado para esta cultura, uma vez que em sua formação não há disciplinas relacionada aos princípios básicos de administração. A percepção que temos é de que o fonoaudiólogo conclui a graduação preparada para atuar de forma autônoma, com a visão de que o seu maior compromisso é com o domínio das técnicas terapêuticas. Acreditamos que tal cultura, compromete aceitar que a prática fonoaudiológica exercida neste ambiente, deva ser guiada por protocolos interdisciplinares; com fins de minimizar os erros evitando eventos adversos. Objetivo: Melhorar a continuidade e a coordenação do cuidado em todas as diferentes disciplinas e setores minimizando erros, além de melhorar a qualidade do serrviço. Material e métodos: capacitação da equipe de fonoaudiólogos através de curso teórico-prático com duração de cinco meses, oferecido por nossa empresa. Descrição de Instrução normativa referente aos principais processos da assistência fonoaudiológica (avaliação e tratamento) contratualizada com a alta administração do hospital. Participação da ambientação dos hospitais para o conhecimento e treinamento dos protocolos referente à política de segurança hospitalar (gerenciamento de risco) Resultados: Diminuição da variabilidade na prática fonoaudiológica levando a melhores resultados, em contrapartida aumento na rotatividade do quadro de fonoaudiólogas, notificações dos outros setores assistenciais (enfermagem, nutrição) ao nosso serviço quanto à falta de adesão das fonoaudiólogas ao protocolo interdisciplinar de cuidado. .Conclusão: Neste contexto em que trabalhamos com uma equipe de fonoaudiólogas torna-se imperioso afirmar a necessidade da padronização dos processos da assistência fonoaudiológica, tornando um grupo de fonoaudiólogas em verdadeiro time. Porém gerou grande rotatividade, talvez pelo fonoaudiólogo não se adaptar a este modelo de visão sistêmica, potencializado pela cultura de trabalho autônomo. Tal situação compromete sobre maneira a qualidade do serviço, uma vez que torna-se difícil amadurecer a equipe quanto à dinâmica dos protocolos assistenciais. Ao concluir este trabalho percebemos não ser possivel apontar soluções, mas sim levantar questões para serem refletidas. Por exemplo, a necessidade de uma formação diferenciada que seja capaz de satisfazer a demanda da interdisciplinaridade aliada à expertise na área de disfagia.

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Assumir a disfagia como multifatorial é valorizar a interação e o cuidado de toda equipe para o alcance de resultados com eficácia e eficiência. 87. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO NOS PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA – ESTUDO PILOTO Amaral, Inez Janaina de Lima; Guimarães, Valeriana de Castro; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne Nascimento Universidade Federal de Goiás – Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde

Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC), de evolução crônica e progressiva, considerada uma das causas mais comuns de incapacidade neurológica em mulheres jovens (entre 20 e 40 anos) e de etnia branca. A etiologia mais aceita é uma conjunção de predisposição genética e fatores ambientais desconhecidos, originando uma disfunção do sistema imunológico e uma ação autolesiva contra a substância branca, alguns estudos têm reconhecido também a existência de fatores infecciosos que podem explicar o seu aparecimento. Na EM, as alterações da deglutição, ou disfagias, são sintomas relativamente comuns, e são consideradas complicações graves. O diagnóstico precoce da disfagia é um aspecto importante para minimizar suas consequências funcionais. A avaliação fonoaudiológica tem por objetivo avaliar os sinais e sintomas que indicam possíveis alterações no trânsito do bolo alimentar desde a região orofaríngea até possíveis penetrações e/ou aspirações laríngeas, auxiliando no diagnostico clinico e funcional da deglutição do enfermo. Objetivo: Avaliar a deglutição em pacientes com diagnóstico de Esclerose Múltipla. Métodos: Estudo realizado no Centro de Referência em de Esclerose Múltipla FM-UFG. Para avaliação da deglutição foi utilizado o protocolo de avaliação do risco de disfagia – PARD adaptado com avaliação de alimentos sólidos. Trinta e dois pacientes com diagnostico de EM foram incluídos nesse estudo. Resultados: Dos 32 pacientes avaliados, 25 (78,12%) eram do sexo feminino e 07 (21,87%) do masculino. Durante a avaliação 25 (78,12%) pacientes apresentaram deglutição normal, 02 (6,25%) apresentaram deglutição funcional, 04 (12,5%) apresentaram disfagia orofaríngea leve e 01 (3,12%) disfagia orofaríngea levemoderada. Dos pacientes com alterações na deglutição, 04 (57,14%) referiram alteração de sensibilidade em região de face (dormência ou formigamento), 02 (28,57%) referiram dificuldades para deglutição de sólidos e 02 (28,57%) precisaram de líquido para a avaliação de deglutição do alimento sólido. Conclusão: Os resultados encontrados nas avaliações funcionais da deglutição estão perto dos achados por outras pesquisas, que apontam de 30 a 40% de casos de disfagia nesta população. Percebe-se no entanto, que esse sintoma é subestimado pelos pacientes, sendo que as queixas referentes à sensibilidade facial são mais frequentes. 88. PERFIL FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO Valente, Isabela; Zenaro, Mariana; Cortiñas, Paula; Nakanishi, Juliana; Pesce, Milena Hospital Universitário – Universidade de São Paulo

Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é a terceira causa de morte no mundo e uma das principais causas de lesões permanentes em adultos. Um dos sintomas mais comuns é a disfagia orofaríngea, ocorrendo em 45-65% dos casos. A intervenção fonoaudiológica precoce em ambiente hospitalar visa à identificação rápida da disfagia e prevenção de complicações clínicas, tais como pneumonias aspirativas, desidratação e desnutrição. Promove o retorno à alimentação por via oral de forma mais rápida e segura e reduz o tempo de internação e os gastos hospitalares. Objetivo: Descrever o perfil funcional da deglutição em pacientes com diagnóstico de AVE, prévio ou recente, durante período de internação hospitalar. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, realizado a partir do levantamento dos atendimentos fonoaudiológicos conduzidos no período de janeiro a dezembro de 2014. Foram incluídos os pacientes com diagnóstico de AVE único, recente ou com ictus previamente à internação. Foram excluídos os pacientes com história de múltiplos AVEs e com diagnóstico de outros acometimentos do SNC. O desempenho dos pacientes durante a avaliação da dinâmica da deglutição e no decorrer do acompanhamento fonoaudiológico, até a data da alta hospitalar, foi classificado de acordo com a escala Swallowing Functional Measure (ASHA NOMS). Foram coletados dados referentes à idade, tempo de internação, tempo de reintrodução VO, tempo de retirada de via alternativa e progressão da dieta. Resultados: No período em questão, foram avaliados 95 indivíduos. Foram excluídos 35 pacientes da amostra, 21 por AVE + outros acometimentos do SNC e 15 por ocorrência de mais de um AVE. Dessa forma, 59 pacientes foram incluídos no estudo. A média de idade foi de 66,38 anos. Dos pacientes com exames de imagem, 9 apresentaram lesão em hemisfério direito, 10 em hemisfério esquerdo e 2 lesão bilateral. A média de tempo de internação destes indivíduos foi de 6,18 dias. A média de atendimentos por paciente foi de 3,96. A prevalência de pacientes com disfagia orofaríngea foi de 66%. Na avaliação inicial, 40% dos indivíduos foram classificados no nível 4 da ASHA NOMS e dentre os acompanhados, 34% foram classificados no nível 5 no último dia de atendimento. Em relação aos pacientes com via alternativa de alimentação (VAA), foram encontrados 11 (18,6%) com SNE e 1 (1,7%) com GTT. Seis dos 11 pacientes com SNE foram acompanhados. A média de tempo de reintrodução VO foi de 3,60 dias, e o tempo de retirada de VAA foi de 5,83 dias. Dos pacientes com VO exclusiva, a média de tempo até a primeira progressão da dieta VO foi de 5,30 dias. Conclusão: Com os dados obtidos, foi possível traçar o perfil funcional da

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deglutição e alimentação de pacientes pós AVE, permitindo verificar a presença de disfagia orofaríngea, classificar o distúrbio de deglutição quanto à gravidade, necessidade de supervisão e possibilidade de ingestão oral. Palavras-chave: Acidente vascular encefálico, AVE, AVC, Deglutição, Disfagias orofaríngeas. 89. EFICÁCIA E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DEGLUTIÇÃO Santos, Luciana Avila Dos; Dantas, Roberto Oliveira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo-SP

Introdução: O corpo humano executa uma determinada função ao se alimentar, a qual promove a condução do alimento ao estômago. Esta função é denominada deglutição. A dificuldade na deglutição ou disfagia, pode trazer alguns problemas ao indivíduo, como entrada de alimento na via aérea, na qual provocam problemas pulmonares, tosse, sufocação/ asfixia ou aspiração. Além disso, traz danos relacionados ao estado nutricional do indivíduo, como perda de peso, desidratação e até mesmo morte. A disfagia orofaríngea neurogênica pode ser causada por doenças neuromusculares degenerativas, encefalopatias, demências, traumas de cabeça ou pescoço, ou acidente vascular cerebral (AVC). A avaliação clínica da deglutição, tem como objetivo identificar alterações da fisiologia da dinâmica da deglutição, fornecer a necessidade ou não de exames objetivos, identificar as fases comprometidas, o grau de severidade, a classificação da disfagia, enfim, colher informações que possam auxiliar num diagnóstico e conduta terapêutica mais adequada. Objetivo: Este estudo teve como objetivo descrever a eficácia e importância da avaliação clínica da deglutição, tendo como referência a avaliação objetiva da deglutição (nasolaringofibroscopia), em pacientes com disfagia orofaríngea neurogênica, com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (Isquêmico ou Hemorrágico), Doença de Alzheimer e Doença de Parkinson; investigar a coincidência dos resultados da avaliação clínica tendo como padrão a avaliação nasofibroscópica da deglutição e avaliar a gravidade da disfagia pelas escalas da avaliação clínica e nafibroscópica. Materiais e métodos: Foram incluídos 35 sujeitos adultos e idosos, de ambos os sexos, acima de 40 anos de idade, com diagnóstico prévio de disfagia orofaríngea neurogênica, decorrente de AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico ou hemorrágico, Doença de Parkinson, Doença ou Mal de Alzheimer, confirmado por Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética, os quais eram pacientes da Clínica Médica e UTI do Hospital Universitário de Uberaba-MG. Foram considerados fatores exclu¬dentes da amostra: estado de coma, pacientes com quadro clínico instável no momento da avaliação, quadros de agitação psicomotora que podiam impedir o acesso ao paciente. Foram avaliados 35 pacientes, 6 do gênero feminino e 29 do gênero masculino, que apresentaram a faixa etária de 52-82 anos. A avaliações foram realizadas no mesmo dia, sendo feita primeiramente a avaliação clínica e posteriormente a avaliação nasofibroscópica da deglutição, seguindo protocolo específicos. O médico que realizou a avaliação nasofribroscópica não teve conhecimento do resultado da avaliação clínica antes de dar início ao seu procedimento. Resultados: Ocorreram coincidências entre os achados dos resultados da avaliação clínica da deglutição, tendo como padrão a avaliação nasofibroscópica. Houve uma forte correspondência e associação entre as escalas da avaliação clínica e nasofibroscópica. Conclusão: Com base nos achados adquiridos neste estudo, conclui-se que a avaliação clínica da deglutição deve ser realizada no paciente com disfagia orofaríngea neurogênica, pois o fonoaudiólogo pode determinar um diagnóstico adequado, classificar a disfagia quanto ao tipo e grau de severidade; detectar os problemas durante a deglutição; auxiliar na conduta terapêutica; determinar qual via de alimentação e determinar quais manobras específicas da deglutição podem ser utilizadas no paciente avaliado. Descritores: Transtornos de deglutição. Endoscopia. Acidente Vascular Cerebral. Doença de Alzheimer. Doença de Parkinson.

90. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELO SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA EM UM HOSPITAL GERAL Marini-De Carli, Caroline; Catusso, Lisiane; Peruchena, Giseli da Silva Moura; Vargas, Emerson Luis Fundação Universidade de Caxias do Sul

Introdução: a disfagia é uma condição clínica altamente debilitante, que pode acarretar complicações graves como pneumonia aspirativa, desidratação e desnutrição. Objetivo: verificar o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos pelo serviço de fonoaudiologia em um hospital geral do Estado do Rio Grande do Sul (RS), quanto à disfagia. Materiais e métodos: foi utilizado como instrumento de avaliação o Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica para Pacientes Adultos, padronizado no referido hospital e baseado na literatura da área, além de coleta de dados nos prontuários dos pacientes. No decorrer do estudo, avaliaram-se as funções corporais prejudicadas, dentre elas a deglutição, bem como os sinais e sintomas sugestivos de disfagia, abordando dados referentes ao desempenho do paciente na alimentação e ao estado clinico geral. Posteriormente, os dados foram analisados, quanto a faixa etária da população avaliada através de solicitação médica, presença e motivo da disfagia. Resultados: após análise dos resultados, verificou-se maior prevalência de pacientes idosos apresentando como sintomas associados às comorbidades a disfagia, bem como principais motivos da disfagia o tempo de ventilação mecânica, disfagia como sequela de AVE e DPOC. Conclusão: sendo a disfagia uma condição clínica que pode resultar em complicações graves, o diagnóstico precoce e o tratamento multiprofissional são fundamentais para assistência integral e

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intervenção primária dos pacientes acometidos por tal sintoma. Aliado a isso, o acompanhamento fonoaudiológico impacta na redução do tempo de internação hospitalar, recuperação mais rápida das comorbidades associadas e adequação do padrão nutricional, promovendo melhorias na qualidade de vida dos pacientes. Descritores: disfagia, distúrbios da deglutição, pacientes hospitalizados

91. FONOTERAPIA PRECOCE ASSOCIADA À ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NA DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM AVCI PONTINEO Torres,Lp; Fonsechi,Tb; Antonioli,Cs; Batista,Gf; Campos-Herrera,Cr Complexo Hospitalar Prefeito Edvaldo Orsi

Introdução: Na oclusão de uma artéria do sistema vértebro-basilar, responsável pela vascularização do tronco cerebral e consequente AVC, uma das manifestações clínicas comuns é a disfagia com risco de complicações pulmonares por aspiração, desnutrição, desidratação, hospitalização prolongada e morte. Pacientes com diagnóstico de oclusão da artéria basilar, frequentemente apresentam disfagia grave de pior prognóstico. A EENM somada à fonoterapia tem sido aliada na reabilitação da disfagia. Objetivo: Descrever a evolução terapêutica com uso da eletroestimulação neuromuscular (EENM) associada às técnicas fonoterapêuticas em pacientes com AVCi Pontineo Material e Método: Relato de caso- Dois pacientes, sexo masculino, 72 e 64 anos, avaliados na Unidade de Referência Vascular Aguda com diagnóstico de AVCi Pontineo, com disfagia orofaríngea grave, uso de SNE. A fonoterapia teve início na internação com uso da Estimulação Elétrica Funcional, frequência entre 10 a 80 Hz, pulso de 250 a 300μs e intensidade suportada pelo paciente. Foram usados exercícios isotônicos e isométricos nas 22 sessões de estimulação sendo 5 dias na semana, 2 vezes por dia. Resultados: Os pacientes evoluíram para uma disfagia leve, VO exclusiva. A EENM, uma técnica não invasiva, aplicada com eletrodos transcutâneos associada a exercícios funcionais tem como finalidade promover movimentação laríngea por meio da contração da musculatura supra-hióidea.Conclusão: Na reabilitação da disfagia orofaríngea, a eletroterapia, é uma importante técnica a associar aos tratamentos tradicionais, podendo ser mais um recurso para eficácia da reabilitação. Nas alterações neurológicas pós AVC, o diagnóstico diferencial preciso, uma equipe interdisciplinar preparada somada a intervenção fonoterapêutica precoce, ainda com o paciente internado são fundamentais para prevenir complicações decorrentes de aspirações, redução do tempo de internação propiciando melhor qualidade de vida ao paciente. Descritores: AVC – Disfagia- Eletroestimulação Neuromuscular

92. PRESENÇA DE DISFAGIA NA SÍNDROME DE POMPE – RELATO DE UM CASO Silva-Afonso, Janaina B.; Picinato-Pirola, Melissa N. C Fonoaudióloga do Hospital Estadual Américo Brasiliense, Docente da Universidade de Brasília (UnB)

Introdução: A doença de Pompe é uma doença de depósito lisossômico (DDL) causada pela atividade insuficiente da alfa-glicosidase-ácida. Tem com característica clinica a fraqueza muscular esquelética e respiratória é progressiva e implacável, levando à dependência de cadeira de rodas e/ou de respirador e, em última instância, à morte entre o início da infância e o meio da vida adulta. Objetivo: Verificar a evolução clínica fonoaudiológica dos aspectos miofuncionais e da deglutição em um caso de Síndrome de Pompe. Método: O caso se refere a um paciente do gênero feminino, de 16 anos, com diagnóstico de Síndrome de Pompe. Traqueostomizada, com cuff insulflado, em ventilação mecânica, restrita ao leito. Alimentação via nasoenteral exclusiva. Foi realizada uma avaliação fonoaudiológica, que incluiu avaliação do sistema sensório-motor oral e da deglutição. Avaliação fonoaudiológica: Observamos mobilidade de lábios reduzida, lábios entreabertos durante o repouso; mobilidade de língua diminuída na protrusão e retração, tremor no movimento, posicionamento de língua anteriorizado entre as arcadas no repouso, interposição de língua na deglutição, flacidez de bochechas, palato duro profundo, palato mole adequado, mordida aberta anterior. Na avaliação da deglutição, foi realizado uma nasofibroscopia da deglutição, corado em azul 5 ml de pastoso, oferecido na colher, o cuff foi desinsulflado, a paciente foi transferida para nebulização. Durante o exame foi observado penetração de alimento na via aérea, estases em seios piriformes, valéculas e parede posterior de faringe, solicitado manobras de proteção de vias aéreas superiores, não sendo suficiente para clarear a laringe. A paciente apresentou sinais de aspiração, manifestada pela saída de alimento pela traqueostomia. Resultados: Após avaliação tomou-se como conduta a manutenção de dieta exclusiva por sonda nasoenteral e a realização de exercícios miofuncionais, a paciente realizou os exercícios diariamente por 6 meses. Realizada reavaliação do sistema sensório-motor oral e da deglutição. Foi observado melhora da mobilidade de lábios e do posicionamento no repouso, aumento do tônus da língua, com diminuição do tremor, melhora da flacidez de bochechas, não foi possível intervenção ortodôntica. Na avaliação da deglutição, foi realizado exame de videofluoroscopia da deglutição, contrastado com iodo, diluído em água, na proporção 20:50ml; o cuff permaneceu insulflado, a paciente foi transferida para nebulização. Primeiramente foi ofertado alimento na consistência pastosa, 5ml na colher, a paciente apresentou um episódio de penetração laríngea, porém, com clareamento após deglutições múltiplas. Para a consistência liquida, oferecida no copo, a paciente não apresentou sinais de penetração e/ou aspiração laríngea. A consistência sólida, foi ofertada bolacha tipo maisena contrastada com Bário gel, não foi

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observado sinais de penetração e/ou aspiração laríngea. Após os achados, foi dado inicio a treino assistido de alimentação via oral na consistência pastosa. Em toda alimentação, a paciente era transferida da ventilação mecânica para a nebulização, o cuff era mantido insulflado. A paciente foi orientada a manter os exercícios miofuncionais. Após duas semanas de treino assistido, sem sinais de aspiração laríngea, foi liberada dieta via oral. Conclusão: A realização dos exercícios miofuncionais e sua manutenção auxiliaram na melhora do tônus muscular e consequentemente no aumento da pressão intra-oral, que acarretou na deglutição funcional. Descritores: Sindrome de Pompe, disfagia

93. EFICÁCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NO TRATAMENTO OROFARÍNGEA EM IDOSOS ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

DA

DISFAGIA

Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre Universidade Federal de Santa Catarina; Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Introdução: Várias são as propostas para reabilitação da disfagia orofaríngea, sendo a eletroestimulação neuromuscular (EENM) uma nova modalidade de tratamento. Poucos são os trabalhos que comprovam a eficácia deste tratamento na reabilitação da disfagia e ainda não foram encontrados estudos que verificaram o efeito da EENM em idosos em fase tardia do acometimento vascular encefálico. Objetivo: Assim, o objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito, a curto e médio prazo, da terapia da deglutição com EENM sensorial em idosos com sequelas de acidente vascular encefálico (AVE) que foram submetidos à terapia fonoaudiológica convencional sem sucesso, quanto ao nível de ingestão oral, ao quadro de disfagia orofaríngea e à qualidade de vida relacionada à deglutição. Materiais e Métodos: Para isto 10 indivíduos idosos, pós-acidente vascular encefálico (AVE), que já haviam realizado terapia fonoaudiológica convencional foram classificados quanto ao nível de ingestão oral na escala funcional de ingestão oral (FOIS), submetidos à avaliação instrumental (videofluoroscopia) da deglutição utilizandose líquido, alimento na consistência de pudim e sólido, a partir da qual foi analisado o grau da disfagia orofaríngea por meio da escala Dysphagia Outcome and Severity Scale (DOSS), realizada a classificação na escala de penetração e aspiração e na escala de resíduos. Também foi realizada a aplicação do protocolo de qualidade de vida relacionado à deglutição SWAL-QOL e aos procedimentos terapêuticos propostos, sendo que os exames foram repetidos imediatamente e três meses após a reabilitação. As sessões de terapia foram realizadas três vezes por semana e distribuídas em quatro semanas, totalizando 12 sessões. Cada sessão consistiu em duas etapas de 10 minutos de exercício, nas quais os pacientes foram solicitados a deglutirem a saliva com esforço, ou uma pequena quantidade de água a cada 10 segundos durante a EENM. Imediatamente após e três meses após as 12 sessões de terapia, todos os indivíduos foram submetidos novamente às avaliações iniciais. Resultados: Os resultados demonstram que houve melhora da classificação da deglutição para 4 dos 10 pacientes imediatamente após a intervenção e, após três meses, um paciente ainda melhorou em mais um nível. Na análise estatística foi confirmada diferença significante na classificação da escala DOSS (0,023) entre os períodos. Além disso, houve diferença estatisticamente significante na somatória dos pontos do questionário de qualidade de vida relacionado à deglutição (p=0,008) entre os períodos pré e pós 3 meses de terapia com EENM. Não foram encontradas diferenças entre os períodos da reabilitação quanto ao nível de ingestão oral, classificação da penetração e aspiração, aos resíduos na faringe e aos tempos de trânsito oral e faríngeo (p>0,005). Conclusão: A aplicação da eletroestimulação neuromuscular em nível sensorial em idosos acometidos por AVE resultou em diminuição do grau da disfagia em curto e médio prazo, além de melhora na qualidade de vida relacionada à deglutição após três meses de terapia. Descritores: Acidente cerebrovascular. Transtornos de deglutição. Reabilitação Financiamentto: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP

94. PERFIL DOS PACIENTES QUE REALIZAM O DESMAME DA VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR Sodré, Carolina; Suckow, Darinka; Franco, Laís; Grillo, Quéssia Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: A deglutição é uma função comandada por um mecanismo neuromotor complexo e a alteração desse mecanismo leva a indicação do uso da via alternativa de alimentação, visto que alguns pacientes podem apresentar limitações funcionais que impactam diretamente na ingestão oral de alimentos. Em alguns casos, sua utilização é temporária, podendo o sujeito efetuar o desmame eficiente da via alternativa, alimentando-se exclusivamente por via oral. Objetivo: Traçar o perfil dos pacientes internados em um hospital geriátrico e de reabilitação de referência que realizam o desmame da via alternativa de alimentação. Materiais e métodos: Estudo transversal prospectivo, tendo-se realizado coleta de dados em 58 prontuários de pacientes em uso de via alternativa de alimentação internados em enfermarias e apartamentos entre abril de 2014 a março de 2015, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Médica da instituição. Resultados: Dentre os 58 prontuários analisados, 29 pacientes eram do gênero masculino e 29 do feminino, com equidade deste fator. Quanto à faixa etária, 35 pacientes apresentavam menos de 65 anos (60,34%); 3 entre 65 a 75 anos (5,17%); 7 com mais de 75 anos (12,06%); 13 com mais de 85 anos (22,41%).Quanto à doença de base, 24 pacientes apresentavam sequelas de AVE (41,37%); 14

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sequelas de TCE (24,14%); 6 DPOC exacerbado (10,34%); 4 ITU/PNM (6,89%); 3 quadro demencial (5,17%); 3 sequelas de mielopatia (5,17%); e um paciente para cada quadro a seguir: PCR (1,72%); TRM (1,72%); quadro psiquiátrico (1,72%); síndrome de korsakoff (1,72%). Quanto ao grau da disfagia orofaríngea, 25 pacientes possuíam deglutição funcional (43,10%), 17 deglutição normal (29,31%) e 16 disfagia orofaríngea leve (27,58%). Conclusão: Quanto à faixa etária, os resultados sinalizam a prevalência de desmame nos pacientes com menos de 65 anos, sendo o fator idade apontado como favorável ao prognóstico de reabilitação pela maioria dos estudos; contudo, ao observar o percentil das demais faixas etárias não se estabelece uma correlação direta entre a idade e o desmame, já que 22,41% dos pacientes que alcançaram o desmame tinham mais de 85 anos, 12,06% entre 75 e 84 anos, 5,17% entre 65 e 74 anos. Quanto ao fator doença de base, observou-se que a maioria dos pacientes que realizaram o desmame estavam em reabilitação de sequelas de AVE, seguidos da reabilitação de sequelas de TCE, dos quadros de DPOC exacerbado, quadros infecciosos (ITU, PNM), mielopatias e quadros demenciais, seguidos de um caso das outras causas menos freqüentes. Quanto ao grau de disfagia, observou-se a incidência de desmame de pacientes que atingiram após a terapêutica o grau de deglutição funcional, seguidos dos pacientes com deglutição normal e disfagia orofaríngea leve, demonstrando que é possível efetivar o desmame da via alternativa de alimentação mesmo com a permanência de alterações no processo da deglutição. Descritores: Fonoaudiologia; Reabilitação: Transtornos da deglutição; fenômenos fisiológicos da nutrição

95. EFEITOS DA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA CONVENCIONAL EM PACIENTES COM DISFAGIA OROFARÍNGEA NEUROGÊNICA: RELATO DE CASOS Silva-Arone, Marcela Maria Alves; Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo

In Introdução: A literatura contempla várias propostas de reabilitação da disfagia orofaríngea, como a utilização de manobras protetoras e facilitadoras da deglutição, os exercícios miofuncionais orofaciais, os exercícios vocais e o treinamento da força muscular expiratória. O sucesso da reabilitação depende da elaboração de um programa terapêutico cujos procedimentos sejam capazes de influenciar na dinâmica da deglutição. Poucos são os estudos que demonstram os resultados longitudinais de tal abordagem em idosos com disfagia neurogênica. Objetivos: Verificar o efeito, a médio prazo, da terapia convencional em idosos com disfagia orofaríngea neurogênica. Métodos: Foram reabilitados 6 idosos, sendo 3 acometidos por AVE do tipo isquêmico em fase crônica (tempo de lesão entre 6 e 13 anos), com média de idade de 64,66 anos, e 3 com doença de Parkinson, com média de idade de 74 anos, todos com diagnóstico de disfagia orofaríngea realizado por meio de exame instrumental. As sessões de terapia fonoaudiológica foram realizadas três vezes por semana e distribuídas em 5 semanas. Após o término das 15 primeiras sessões, os indivíduos foram acompanhados para gerenciamento da deglutição, uma vez por semana, durante três semanas, num total de 18 sessões. Foram realizados exercícios isométricos e isotônicos voltados aos órgãos fonoarticulatórios, exercícios vocais e manobras protetoras e facilitadoras da deglutição para todos os indivíduos. Aos idosos com doença de Parkinson, ainda foram aplicados exercícios de força muscular expiratória e de coordenação entre deglutição e respiração. Todos os indivíduos foram submetidos à aplicação do protocolo de qualidade de vida relacionado à deglutição (SWAL-QOL), à classificação do nível de ingestão oral (FOIS) e à avaliação instrumental (videofluoroscopia) da deglutição (DOSS) antes, 3 e 6 meses após a terapia fonoaudiológica. Resultados: Para a avaliação da qualidade de vida, todos os indivíduos apresentaram melhora após 3 e 6 meses de reabilitação, quando comparado ao período anterior, sendo que após 6 meses o índice foi menor do que pós-3 meses. No que se refere ao nível de ingestão oral, 3 indivíduos apresentaram melhora após 3 meses de reabilitação, tendo o resultado sido mantido para 2 deles no pós-6 meses. A avaliação instrumental mostrou que 3 indivíduos tiveram melhora na gravidade da disfagia no período pós-3 meses, mantendo o resultado após 6 meses da reabilitação. Os outros 3 mantiveram os mesmos resultados em todos os períodos avaliados. Conclusões: Os resultados demonstram que as estratégias convencionais de reabilitação da disfagia orofaríngea podem resultar em melhora no nível de ingestão oral, na gravidade da disfagia e, principalmente na qualidade de vida de indivíduos acometidos por AVE e doença de Parkinson a médio prazo, sendo necessário considerar os diferentes aspectos da doenças estudadas. A ampliação da amostra poderá auxiliar na melhor análise dos dados apresentados e na compreensão dos casos que se beneficiam de deferentes abordagens terapêuticas. Descritores: transtornos de deglutição, doença de Parkinson, acidente vascular cerebral, reabilitação

96. PERFIL DOS PACIENTES COM DISFAGIA ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REABILITAÇÃO TERCIÁRIO Borges, L.A.S; Guedes-Granzotti, R.B.; Fukuda, M.T.H.; Domenis, D.R. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo; Universidade Federal de Sergipe – Campus Lagarto.

Introdução: A disfagia orofaríngea é um sintoma que pode estar presente em diversas doenças neurológicas trazendo como consequências aumento do risco de desnutrição, desidratação, internações por complicações pulmonares e maiores chances de óbito. A reabilitação do paciente disfágico tem como principal objetivo a busca por uma deglutição sem riscos, com consequente redução das complicações citadas e melhora na qualidade de vida,

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para isso ela deve ser iniciada o mais precocemente possível e baseada em evidências. Objetivo: Traçar o perfil dos pacientes disfágicos atendidos no Ambulatório de Fonoaudiologia Adulto, em um Centro de Reabilitação Terciário, favorecendo assim a criação de Programas de Reabilitação em Disfagia. Métodos: Estudo retrospectivo através de análise de prontuário dos pacientes atendidos no Ambulatório de Fonoaudiologia de um Centro de Reabilitação Terciário desde sua implantação (agosto de 2010) até dezembro de 2012. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 14466/2013. Foram coletados dados sobre idade, doença de base, especialidade que encaminhou, avaliação fonoaudiológica e conduta. Como critério de inclusão foi instituído paciente com idade a partir de 18 anos, independente da doença de base, encaminhado para triagem fonoaudiológica e diagnosticado com disfagia. Os prontuários com dados incompletos foram excluídos do estudo. Para análise foram calculadas as frequências absolutas e relativas dos dados, além de análise descritiva dos mesmos. Resultados: Dos 248 pacientes adultos encaminhados para triagem fonoaudiológica, foram incluídos no estudo 108 (43,5%), diagnosticados com algum grau de disfagia. A média de idade foi de 55,4 anos (± 18,9 DP), sendo 67 (62,0%) homens e 41 (38,0%) mulheres. Com relação à doença de base, as mais comuns foram o acidente vascular encefálico (46,3%); traumatismo cranioencefálico (15,7%); doenças neuromusculares (9,3%) e doença de Parkinson (4,6%). Quanto ao grau da disfagia diagnosticado após avaliação clínica da deglutição, 57 (52,8%) pacientes apresentaram disfagia grave para todas as consistências, sendo que desses, apenas 39 utilizavam via alternativa para alimentação. A consistência em que os pacientes apresentaram mais alterações durante a avaliação, foi a sólida, seguida de líquida e depois pastosa. Foram encaminhados para exame objetivo da deglutição 23 (21,3%) pacientes, dos quais nove apresentaram aspiração silente para líquido (água). Todos os pacientes com disfagia apresentaram também outras alterações fonoaudiológicas associadas como distúrbio de linguagem ou disartria e 74 (68,5%) deles entraram em processo de reabilitação no próprio centro, enquanto o restante foi encaminhado para atendimento em sua cidade de origem ou outra instituição. Conclusão: A disfagia esteve presente em um grande número de pacientes seguidos no Centro de Reabilitação, sendo consequência principalmente de doenças neurológicas agudas. A participação do fonoaudiólogo na equipe multidisciplinar é imprescindível, tanto para a detecção precoce dessas alterações, quanto para a tomada de condutas que priorizem a segurança na alimentação e manutenção da qualidade de vida. Descritores: Centro de reabilitação. Fonoaudiologia. Transtornos da Deglutição. Reabilitação

97. GRAVIDADE DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR É ASSOCIADA A PREJUÍZO NUTRICIONAL EM TRÊS MESES APÓS O ICTUS Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues; Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles; Mazin, Suleimy Cristina; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: Os pacientes que sofrem Acidente Vascular Cerebral (AVC) frequentemente apresentam prejuízo no estado nutricional tanto na fase aguda como no período de reabilitação. As disfunções nutricionais ocorrem quando há uma deficiência, excesso ou desequilíbrio de energia, proteína e outros nutrientes, causando efeitos adversos no organismo. A prevalência de desnutrição em pacientes com AVC varia na literatura de acordo com o método utilizado para avaliação. A presença de desnutrição frequentemente está associada a idade, gravidade do AVC, disfagia orofaríngea, alteração cognitiva, entre outros fatores. Objetivo: O objetivo deste estudo foi identificar a frequência de desnutrição e analisar os fatores preditivos de prejuízo nutricional em pacientes com AVC após três meses do ictus. Materiais e métodos: Foram avaliados 87 pacientes com AVC após três meses do ictus. As avaliações foram realizadas no ambulatório destinado a pacientes com AVC desta instituição. Para avaliação do estado nutricional foi utilizado o instrumento de triagem MNA, um questionário composto por 18 questões, subdividido em quatro domínios: antropometria, dietética, avaliação global e auto avaliação. Cada questão possui um valor numérico que varia de 0 a 3. Uma pontuação menor que 17 representa desnutrição, entre 17 e 23,5 risco nutricional e maior ou igual a 24 estado nutricional normal. Para identificar sintomas de disfagia foi utilizado o questionário EAT-10, e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foi utilizado para avaliação da cognição. Os dados de AVC (NIHSS de admissão, NIHSS na alta, tipo de AVC e realização de procedimentos para recanalização arterial) foram coletados do Registro de AVC desta instituição. Resultados: O grupo foi constituído por 43 pacientes do sexo masculino (49%) e 44 pacientes do sexo feminino (51%). A idade média dos pacientes avaliados foi de 63,5 ± 13,56 anos. À admissão hospitalar, os pacientes apresentaram pontuação na escala NIHSS de mediana 7 (IC: 3-14). A maioria dos pacientes apresentou AVC do tipo isquêmico (86%). Na avaliação do estado nutricional a média de pontuação foi de 21,6±4,3, na avaliação da deglutição 2,7±6,2 e na avaliação cognitiva 19,4±7,6. Dos pacientes avaliados, 15 (17%) foram classificados como desnutridos, 39 (45%) sob risco de desnutrição e 33 (38%) com estado nutricional normal. Na análise multivariada a pontuação na escala NIHSS na alta hospitalar associou-se independente com pior pontuação no estado nutricional (p<0,0001). Conclusão: Na amostra estudada,17% dos pacientes estavam desnutridos e 45% apresentavam risco para desnutrição. A gravidade do AVC na alta hospitalar associou-se independentemente com prejuízo nutricional após três meses do ictus.

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Descritores: Disfagia; AVC; Desnutrição Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

98. SINTOMAS DE DISFAGIA APÓS TRÊS MESES DO ICTUS SÃO ASSOCIADOS A GRAVIDADE DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR Pacheco, Aline Cristina; Santos, Rafaela Silveira; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues; Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: Disfagia orofaríngea é frequente em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e está relacionada a desnutrição e pneumonia. Além do prejuízo pulmonar e no estado nutricional, o indivíduo disfágico pode apresentar graves consequências emocionais, socioeconômicas e na qualidade vida. Desta forma, é de extrema importância identificar sintomas de disfagia nesta população para iniciar o processo de reabilitação e evitar complicações. Objetivo: O objetivo deste estudo foi identificar a frequência de sintomas de disfagia e analisar os fatores preditivos destes sintomas em pacientes com AVC após três meses do ictus. Materiais e métodos: Foram avaliados 84 pacientes com AVC após três meses do ictus. As avaliações foram realizadas no ambulatório destinado a pacientes com AVC desta instituição. Para avaliação dos sintomas de disfagia foi utilizado o questionário EAT-10 que é constituído por 10 questões com respostas que variam de 0 (ausência de problema) a 4 (problema severo). Uma pontuação ≥3 neste questionário indica presença de sintomas de disfagia. O estado nutricional foi avaliado com o instrumento de triagem Mini Avaliação Nutricional (MNA) e na avaliação da cognição foi utilizado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Os dados de AVC (NIHSS de admissão, NIHSS na alta, tipo de AVC e realização de procedimento para recanalização arterial) foram coletados do Registro de AVC desta instituição. Resultados: O grupo foi constituído por 42 pacientes do sexo masculino (50%) e 42 pacientes do sexo feminino (50%). A idade média dos pacientes avaliados foi de 63,5 ± 13,56 anos. À admissão hospitalar, os pacientes apresentaram pontuação na escala NIHSS de mediana 7 (IC: 3-14). A maioria dos pacientes apresentou AVC do tipo isquêmico (87%). Dos pacientes avaliados, 65 (77%) não apresentaram sintomas de disfagia (pontuação ≤3 no questionário EAT-10) e 19 (23%) pacientes apresentaram sintomas de disfagia (pontuação≥3 no questionário EAT-10). Na análise multivariada a pontuação na escala NIHSS na alta hospitalar associou-se independente com sintomas de disfagia (p=0,002). Conclusão: Na amostra estudada, 23% dos pacientes apresentaram sintomas de disfagia após três meses do ictus e a presença destes sintomas associou-se com a gravidade do AVC na alta hospitalar. Descritores: Disfagia; AVC; screening Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

99. ALTERAÇÃO COGNITIVA RELACIONADA A PREJUÍZO NUTRICIONAL E SINTOMAS DE DISFAGIA EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Norberto, Ana Maria Queiros; Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Montaldi, Marina Rodrigues; Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

Introdução: As alterações cognitivas são frequentes em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e podem estar relacionadas a dificuldades no momento da alimentação. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar se a presença de alteração cognitiva se associa com prejuízo nutricional e sintomas de disfagia após três meses do AVC. Materiais e métodos: Foram avaliados 87 pacientes com AVC após três meses do ictus. As avaliações foram realizadas no ambulatório destinado a pacientes com AVC desta instituição. Na avaliação da condição cognitiva foi utilizado o Mini Exame do Estado Mental. Para avaliação dos sintomas de disfagia foi utilizado o questionário EAT-10 que é constituído por 10 questões com respostas que variam de 0 (ausência de problema) a 4 (problema severo). Uma pontuação ≥3 neste questionário indica presença de sintomas de disfagia. Na avaliação do estado nutricional foi utilizado o instrumento de triagem Mini Avaliação Nutricional (MNA), um questionário composto por 18 questões, subdividido em quatro domínios: antropometria, dietética, avaliação global e auto avaliação. Cada questão possui um valor numérico que varia de 0 a 3. Uma pontuação menor que 17 representa desnutrição, entre 17 e 23,5 risco nutricional e maior ou igual a 24 estado nutricional normal. Os dados de AVC (NIHSS de admissão, NIHSS na alta, tipo de AVC e realização de procedimento para recanalização arterial) foram coletados do Registro de AVC desta instituição. Resultados: O grupo foi constituído por 43 pacientes do sexo masculino (49%) e 44 pacientes do sexo

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feminino (51%). A idade média dos pacientes avaliados foi de 63,5 ± 13,56 anos. À admissão hospitalar, os pacientes apresentaram pontuação na escala NIHSS de mediana 7 (IC: 3-14). A maioria dos pacientes apresentou AVC do tipo isquêmico (87%). Alteração cognitiva foi associada a presença de sintomas de disfagia (r:-0,42; p=0,0001) e prejuízo nutricional (r:0,29; p=0,01). A presença de prejuízo nutricional também foi associada a presença de sintomas de disfagia (r:-0,44; p<0,0001). Conclusão: Na amostra estudada alteração cognitiva associou-se a presença de prejuízo nutricional e sintomas de disfagia em três meses após o ictus. Mais estudos são necessários para avaliar essa associação. Descritores: Disfagia; AVC; Cognição Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

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