Manual da conciência fonêmica

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Programa

de Alfabetização

MANUAL DE CONSCIÊNCIA FONÊMICA


Programa Alfa e Beto Manual de Consciência Fonêmica 10ª edição • 2013 Copyright © 2010 by JM Associados – Cedido ao Instituto Alfa e Beto Concepção e Orientação: João Batista Araujo e Oliveira, Ph.D. Presidente, Instituto Alfa e Beto Autor: João Batista Araujo e Oliveira Revisão técnica: Cleise de C. Magalhães Gomes Produção editorial: Instituto Alfa e Beto Projeto gráfico: E spaço Nove Ltda. (Jacqueline Nicácio Silveira) Usha Velasco Capa: Giselle Vargas Editoração: Sandra Fujii Direitos reservados ao Instituto Alfa e Beto. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem o consentimento por escrito do instituto. Instituto Alfa e Beto SCS Quadra 04 Bloco A nº 209, Sala 303 - Ed. Mineiro CEP: 70.304-000 - Brasília – DF Fone: 0800-940-8024 Site: www.alfaebeto.org.br – E-mail: iab@alfaebeto.org.br Impresso no Brasil Printed in Brazil Impressão e acabamento: Gráfica O Lutador

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Oliveira, João Batista Araújo e Manual de consciência fonêmica / João Batista Araújo e Oliveira. -- 10. ed. -- Brasília : Instituto Alfa e Beto, 2010. -- (Programa Alfa e Beto de alfabetização) Bibliografia. ISBN 978-85-7977-068-5 1. Português - Brasil 2. Português - Fonemática 3. Português - Fonética 4. Português - Fonologia I. Título. II. Série. 110-01719

CDD-469.15

Índices para catálogo sistemático: 1. Fonêmica : Português : Linguística

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Sumário

Introdução ...................................................................................................... 5 Capítulo 1 – Atividades Preparatórias A – Consciência fonológica: identificar sons, ritmos, rimas..... 13 B – Aprendendo a ouvir e obedecer comandos ....................... 25 C – Consciência fonêmica: análise e síntese de sons ............. 28 Capítulo 2 – Fonemas: vogais orais /a/ /é/ /ê/ ................................................................. 33 /i/ /ô/ /o/................................................................... 39 /u/.............................................................................. 44 Capítulo 3 – Fonema /l/.................................................................................. 48 Capítulo 4 – Fonema /m/................................................................................ 55 Capítulo 5 – Fonema /n/................................................................................. 62 Capítulo 6 – PARTE I – Fonemas: vogais nasais /am/ /em/ /im/ /om/ /um/.... 69 PARTE II – Fonemas /lh/ e /nh/................................................... 74 Capítulo 7 – Fonema /s/................................................................................. 78 Capítulo 8 – Fonema /z/.................................................................................. 89 Capítulo 9 – Fonema /f/.................................................................................. 97 Capítulo 10 – Fonema /v/.............................................................................. 105 Capítulo 11 – Fonema /R/............................................................................. 113 Capítulo 12 – Fonema /r/.............................................................................. 126 Capítulo 13 – Fonema /ch/........................................................................... 131 Capítulo 14 – Fonema /j/.............................................................................. 134 Capítulo 15 – Fonema /k/.............................................................................. 142 Capítulo 16 – Fonema /d/............................................................................. 148 Capítulo 17 – Fonema /b/............................................................................. 154 Capítulo 18 – Fonema /p/............................................................................. 162 Capítulo 19 – Fonema /t/.............................................................................. 170 Capítulo 20 – Fonema /g/............................................................................. 178



Introdução Para se alfabetizar, a aluno precisa superar três desafios: • descobrir o princípio alfabético, isto é, descobrir o fato de que as palavras são formadas por fonemas (diferentes sons menores do que a sílaba) e que os fonemas, por sua vez, são representados por grafemas (letras); • aprender a decodificar, ou seja, aprender as relações entre os fonemas e os grafemas que os representam para extrair o som das palavras escritas; • aprender o princípio ortográfico, ou seja, as regras que regem a escrita das palavras. Este manual trata do primeiro desses desafios: o desenvolvimento da consciência fonêmica, que é a base para a descoberta do princípio alfabético. Consciência fonêmica refere-se à capacidade de identificar os segmentos de som que formam uma palavra. Esses segmentos se chamam fonemas. Normalmente uma criança, ou mesmo um adulto identifica uma palavra inteira (gato) ou uma sílaba (ga, to) como sendo a unidade menor de som. Isso é correto do ponto de vista do que a pessoa ouve, mas não do ponto de vista do sistema alfabético. Para se alfabetizar, a aluno precisa identificar os segmentos menores que compõem uma sílaba (ga é diferente de go, da mesma forma que pá é diferente de pé). Há um “som” que é menor do que o “som” da sílaba, e é isso que a criança precisa descobrir. O termo “consciência” é usado porque a aluno não tem consciência desses elementos: depois que a criança para de balbuciar e aprende a falar, ela presta atenção ao sentido da palavra, não à sua forma ou ao seu som. É por meio de brincadeiras de rimas, assonâncias, aliterações que ela toma consciência desses aspectos da palavra. O termo “fonêmica” refere-se aos fonemas. O fonema é a menor unidade sonora de uma língua. Por que o aluno precisa desenvolver consciência fonêmica Todo aluno que se alfabetiza adquire o princípio alfabético, ou seja, a ideia de que quando se muda uma letra da palavra, muda-se a pronúncia da palavra. Se havia lago e mudou para mago, ela percebe que mudou algo. Se havia pá e virou pé, ela percebe que muda a forma de escrever e de ler a palavra. Quanto mais cedo a aluno adquire esse princípio, mais rapidamente ela irá se alfabetizar. As atividades apresentadas neste manual ajudam o aluno a desenvolver a consciência fonêmica e o conhecimento das letras – seus nomes, suas formas, e os fonemas que elas representam. É isso que permite ao aluno adquirir essa noção chamada “princípio alfabético”. Se a aluno não adquire consciência fonêmica ele pode pensar que as palavras são como desenhos, e passar a decorar palavras. Ou ele decora sílabas, e compõe as palavras silabando, o que o torna um leitor ineficaz. Somente a tomada de consciência sobre os fonemas permite adquirir o princípio alfabético, primeiro passo para uma alfabetização eficaz.

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Fonemas, sons e o sistema de escrita da Língua Portuguesa O conceito de som é conhecido. Podemos entender que a palavra gato tem um som, o som da palavra gato, que a distingue de qualquer outra. Podemos entender que a palavra gato é formada por dois sons, ga e to. É mais difícil perceber que além do som da sílaba, existem outros “sons” que o aluno precisa aprender. É esse o desafio que este manual ajuda a superar. O sistema de escrita da Língua Portuguesa é o sistema alfabético. O alfabeto – composto por 26 letras – permite representar todos os fonemas que nós articulamos para falar qualquer palavra de nossa língua. Esses sons são divididos em vogais e consoantes. Os fonemas da Língua Portuguesa Vogais orais Vogais nasais Consoantes /b/ /k/ /d/ /f/ /g/ /j/ /l/ /m/ /a/ /ê/ /é/ /i/ /ô/ /ó/ /u/ /am/ /em/ /im/ /om/ /um/ /n/ /p/ /q/ /R/ /r/ /s/ /t/ /v/ /ch/ /z/ /lh/ /nh/ As vogais têm um “som” independente: a, é, ã, etc. Já as consoantes, por definição, são co-soantes, elas soam junto com outras letras, as vogais. Do ponto de vista da linguística, a letra “P” não tem um som: ela representa o “fonema” /p/. Os linguistas usam colchetes para representar os fonemas. No presente livro usamos uma notação mais simples para facilitar o entendimento. A rigor, portanto, é incorreto falar em “som” das letras, pelo menos no que diz respeito às consoantes. Consideremos o caso do /f/. Podemos pronunciar o /fffff/ quase sem misturar o seu “som” com a vogal a, e, i, o, u. Tente pronunciar fffff e depois fffa, ffffe, ffffi, fffffffo, fffu. Você consegue articular o segundo fonema (a vogal) em qualquer momento da emissão dessa sílaba. Considere agora o /p/. Tente articular o fonema /p/. O que se ouve é algo parecido com “pê” e não com /p/. Tente falar pppppa ppppi: quando você vai falar “pá”, a boca já se prepara para emitir também o “a”, de forma diferente de quando você se prepara para emitir o “e” para dizer “pi”. Isso prova que o fonema não é um som, do ponto de vista rigoroso. A questão prática para o professor é: como ajudar os alunos a descobrir essas relações entre fonemas e grafemas. Não se trata, portanto, de saber pronunciar o “som” das letras. Isso é totalmente irrelevante – mesmo porque, como vimos, tecnicamente as letras representam fonemas, e não “sons”. O desafio é entender que as letras representam algo que – pelo menos no caso das consoantes – não é um “som”, mas ajuda a formar um som. Se eu digo pá ou bá, a letra p ou b muda a pronúncia. A essência da consciência fonêmica é descobrir que quando eu ouço pá e bá ou pá e pé eu estou ouvindo palavras diferentes. E que essa mudança implica mudar as letras que representam essas palavras. O fonema, portanto, é uma abstração, e uma abstração difícil. Tanto o é, que os alunos não se apercebem disso naturalmente. Se fosse fácil não haveria adultos analfabetos. Por outro lado, é mais fácil, do ponto de vista didático, dizer para o aluno que a letra P representa o som /p/ do que fazer uma explicação teórica sobre o conceito de fonemas. Na maioria 6


dos países os alfabetizadores usam essa expressão “o som das letras”, mesmo sabendo que isso é incorreto do ponto de vista científico. Trata-se de uma simplificação didática, que não oferece nenhum risco à formação do aluno. O risco é um professor alfabetizador ou um estudante de linguística dizer que letras representam sons. Letras – tecnicamente chamadas de grafemas – representam fonemas. No entanto, é preciso que o professor esteja atento para o objetivo central: em nenhum momento ele deve exigir que o aluno “pronuncie corretamente” o som de uma letra, pois isso seria um contra-senso. Ao pedir para o aluno dizer o “som da letra” o professor quer que o aluno emita um som que permita identificar e discriminar um p de um b, ou um f de um v. Não se trata, em nenhum caso, de “pronunciar corretamente” o som da letra, pois isso não existe. A ênfase dos exercícios deve ser em atividades que levam ao reconhecimento do papel diferencial dos grafemas e à discriminação entre grafemas: mudou a letra, mudou o som, mudou a palavra. Não se justifica, portanto, preocupar-se com a “pronúncia correta” ou com solicitar a ajuda de fonoaudiólogos. Essa ajuda só é importante em casos extremos, em que o aluno tem dificuldades neurológicas que o impedem de reconhecer, identificar e discriminar corretamente os fonemas e grafemas. Como ensinar o “som” das letras? Não precisamos ensinar o som das letras, pelo menos esse não é o objetivo final. O objetivo final é ajudar o aluno a entender que mudando a letra, muda-se o som. É isso que significa “descobrir” o princípio alfabético. O próximo passo, na alfabetização, será identificar o valor de cada correspondência (p+a = pá e p+é= pé). Isso significa decodificar. Por enquanto tratamos da consciência fonêmica. Existem técnicas comprovadas e consagradas para ajudar o aluno a adquirir a consciência dos fonemas. Basicamente o aluno precisa aprender duas técnicas básicas: • Análise de fonemas, isto é, decompor uma palavra nos seus “sons”. Por exemplo, a palavra decomposta em seus três fonemas: UAI /u/ /a/ /i/ • Síntese de fonemas, isto é, juntar os fonemas representados pelas letras para produzir o som da palavra. Por exemplo: /u/ /a/ /i/ UAI As atividades mais adequadas para aprender essas técnicas encontram-se apresentadas de forma sistematizada no presente manual, e incluem: • identificar o som de cada fonema da Língua Portuguesa ; • discriminar um fonema de outro (/v/ de /f/, por exemplo); • identificar o nome de cada letra (o nome da letra F é “efe” ou “fê”, mas o som que ela representa é /f/; • identificar o fonema mais típico que cada grafema (uma ou mais letras) representa; O que o aluno precisa aprender Para cada par fonema-grafema, o aluno precisa aprender: • a identificar o fonema em diferentes posições na palavra; • a identificar o grafema (letra ou letras) que representam o fonema; 7


• a fazer análise, ou seja, decompor uma palavra nos fonemas que a constituem (por exemplo, a palavra UAI é formada pelos fonemas /u/ /a/ /i/ ); • a fazer síntese, isto é, juntar sons para formar palavras. A síntese pode ser tanto oral (a partir de palavras ouvidas) quanto escrita (a partir de leitura de palavras). Além dessas competências, as primeiras atividades ajudam o aluno a desenvolver consciência fonológica, isto é, a capacidade de identificar e discriminar unidades de som maiores, até que chegue ao nível do fonema. Essa consciência , que consiste na habilidade para perceber e diferenciar sons em geral, é importante para que o aluno aprenda a perceber os sons de forma bem discriminada – e é fundamental para muitos alunos pouco familiarizados com as nuanças da língua e da pronúncia das palavras. Caso necessário, para auxiliar o aluno a identificar o fonema mais típico representado pelo grafema, associar a pronúncia do fonema a algum som característico. Exemplos: [b] – bum (bomba) [k] – ca-ca-ca (galinha cacarejando) [d] – dom dom (sino tocando) [f] – ffff (encher pneu de bicicleta) [j] – jjjjj (barquinho passeando na água) [l] – lalala (cantarolar) [m] – vaca mugindo [n] – nã na ni nã não

[p] – pá pá pá (bola batendo na parede ou no chão) [R] – rrroar (urso) [r] – trim trim (telefone) [s] – cobra rastejando [t] – tá tá tá (martelo batendo prego) [v] – avião (soprar o avião para ele não cair) [ch] – chuveiro, chuá (tomando banho) [z] – abelha zumbindo, sono chegando

Estrutura e sequência do presente manual O presente Manual está organizado em 20 capítulos. O primeiro capítulo apresenta atividades preparatórias que ajudam a desenvolver a consciência fonológica. A consciência fonológica refere-se à capacidade de perceber sons, ritmos, rimas, segmentar palavras e identificar outras características associadas aos sons das palavras. Esse capítulo também apresenta atividades que ajudam os alunos a ouvir, entender e seguir comandos. Os demais capítulos apresentam os fonemas. As vogais e vogais nasais são apresentadas respectivamente nos capítulos 2 e 6. As consoantes são apresentadas, cada uma em um capítulo. A ordem adotada neste volume segue a ordem do livro Aprender a Ler, do Programa Alfa e Beto. Esta é uma de várias possibilidades para desenvolver consciência fonêmica. A escolha se deve à maior facilidade dos alunos para: • identificar os sons vogais – que por isso são apresentados logo no inicio. Além disso, o conhecimento das vogais ajuda a formar palavras com as consoantes que serão aprendidas a seguir; • pronunciar palavras que começam com sons mais fáceis de pronunciar isoladamente ou “emendando” com a vogal; • Identificar logo os sons das vogais nasais, que são muito usuais e presentes em grande número de palavras conhecidas.

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Cada capítulo têm uma estrutura muito semelhante: • Primeiro o aluno aprende a identificar os fonemas e grafemas que os representam; • Em seguida reforça a identificação dos fonemas e aprende a fazer análise e síntese de fonemas; • As atividades de cada fonema são centradas no fonema que está sendo apresentado, mas as atividades de análise e síntese incorporam e revêem todos os fonemas já estudados nas sessões anteriores; • Muitas possuem atividades de revisão, o que permite ao professor diagnosticar seus alunos com maior precisão e promover a recuperação no processo, refazendo exercícios adequados a essas atividades; • Para facilitar o trabalho de ensinar, fazer revisões, diagnosticar dificuldades específicas dos alunos e promover a recuperação, os títulos de cada atividade são uniformizados.

Títulos das atividades Identificando o som Identificando o som no início da palavra Associando som e letra Associando som e letra: lista de palavras Identificando som no meio da palavra Identificando som no final da palavra Identificando som no início e meio da palavra Identificando som em diferentes lugares da palavra Discriminando sons: pares de palavras Aprendendo a ouvir e obedecer comandos: Macaco Falou Identificando o som no início da palavra: Trenzinho das Letras Síntese oral com fonema inicial Atividades de revisão da primeira parte Síntese oral de fonemas Análise oral de fonemas Síntese de fonemas: Escorregue o Dedo e Leia Revisão As crianças gostam muito da atividade “o Trenzinho das letras”. Use-a sempre que achar conveniente, ao introduzir um novo fonema. Mas não a use em todas as sessões, para o aluno não perder o interesse. Reserve-a para os fonemas ou para os alunos com mais dificuldade. 9


Como utilizar este Manual a) Para utilizar este Manual você precisará ter à mão: • os bonecos Alfa e Beto; • as cartelas com a letra do dia e as figuras correspondentes; • letras individuais – alfabeto móvel (saquinho com letras); • cartões individuais com os nomes das letras (que você irá preparar com a letra do dia); b) Duração das atividades: • Cada sessão de atividades deve durar no máximo de 15 a 25 minutos, para não cansar os alunos. • A cada dia pode feita uma sessão. • No total, serão gastos cerca de 45 a 50 horas para realizar todas as atividades previstas neste Manual, inclusive as atividades de revisão e recuperação. c) Como realizar as atividades As atividades poderão ser realizadas: • Com toda a turma, seguindo a ordem indicada • Com um grupo de alunos • Individualmente, com alunos que ainda não adquiriram o princípio alfabético Situação

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Recomendação

Com toda turma, paralelamente ao uso do livro Aprender a Ler

Siga rigorosamente a ordem dos fonemas.

Com toda turma, usando uma outra cartilha ou manual de alfabetização

Siga a ordem dos fonemas que você estiver usando para alfabetizar

Com toda a turma, ANTES de iniciar o processo de alfabetização

Se possível use na ordem indicada, mas isso não é essencial. Nesse caso, modifique as palavras usadas na última atividade (Escorregue o dedo e leia), deixando apenas os fonemas e grafemas que as crianças já conhecem.

Com alunos individualmente

Isso ocorre a qualquer momento do ensino fundamental, quando o professor identifica alunos que têm dificuldade para entender o princípio alfabético. - Se o problema for geral, o professor deve escolher alguns fonemas e fazer as atividades até que o aluno adquira o princípio alfabético. Se necessário, continuar com os demais fonemas. - Se o problema for específico: usar as atividades pertinentes aos fonemas que a criança tenha dificuldade em identificar ou discriminar (f e v ou p e b, por exemplo).


Leia e compreenda bem esta Introdução. Para informações adicionais consulte: • O vídeo Como utilizar o Manual de Consciência Fonêmica. Reveja-o sempre que tiver dúvidas sobre como fazer. • O ABC do Alfabetizador. Prepare cuidadosamente cada sessão: • Leia e treine cada atividade, cada comando. Identifique formas simplificadas para apresentar as atividades aos alunos. Como as atividades são repetitivas, você pode ganhar muito tempo quando os alunos automatizarem o que é para fazer em cada atividade. • Entenda bem o objetivo de cada atividade e sua relação com as competências que você quer desenvolver: identificar, discriminar, analisar, sintetizar, etc. O nome de cada atividade sugere a competência que você está procurando desenvolver. Isto também contribui para diagnosticar dificuldades específicas e escolher as atividades adequadas para revisão e recuperação de alunos com dificuldades específicas. • Conforme sugerido em algumas atividades, prepare fichas ou cartelas com palavras ou frases. Isso reduz o tempo gasto em sessão e ajuda a prender a atenção dos alunos. • Anote no próprio Manual, antes de cada sessão, o nome dos alunos que você quer chamar para determinados exercícios, em função das dificuldades que eles demonstraram em sessões anteriores. Este procedimento ajuda a individualizar o ensino e a ganhar muito tempo. • Use os bonecos com moderação: s alunos em geral gostam muito dos bonecos. Por isso é importante usá-los com O moderação, para não saturar. o D ê uma voz ou personalidade própria a cada boneco. o U se os bonecos para prender a atenção, para chamar à ordem, para comunicar-se de maneira lúdica, para mostrar como se faz um dever, etc. o G uarde os bonecos ao final de cada sessão deste Manual. Eles devem ser sempre uma surpresa desejada. o

• Use esses exercícios de forma dinâmica: odas as atividades são concebidas na forma de brincadeiras. T o M antenha o tom de brincadeira, mas não perca o objetivo instrucional de cada atividade. o I mprima ritmo: não pare, passe rapidamente de uma atividade a outra (por isso as atividades precisam estar bem preparadas). o E nvolva de 2 a 3 alunos, pequenos grupos ou fileiras de alunos por atividade. o E scolha alunos que têm menos dificuldade para começar uma atividade, depois envolva os que têm mais dificuldade. o

• Use sempre uma linguagem correta do ponto de vista gramatical: jude seus alunos a ouvir a forma padrão da língua. A odifique os comandos para simplificar e adaptá-los à sua linguagem e à linguaM gem dos alunos. o A costume seus alunos a usar frases completas e corretas do ponto de vista gramatical – isto é fundamental para o sucesso deles na vida, mas também para aprender a escrever corretamente. o o

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o

se letras de tipos variados no quadro, para o aluno se acostumar com as diferenU tes grafias das letras.

d) Como realizar atividades de REVISÃO E RECUPERAÇÃO Em diversas sessões estão incluídas atividades de revisão. Elas tanto servem para rever quanto para reforçar e recuperar competências que o aluno ainda não adquiriu. • Identifique essas atividades. O comandos usados neste manual (identificar, associar, discriminar, síntese, análise) indicam as competências que são o objetivo de cada atividade. • Faça atividades adicionais do mesmo tipo com os alunos que demonstram dificuldade em algum fonema ou alguma competência específica. • Aprenda a identificar os problemas dos alunos com precisão: I dentificar o som no início da palavra. o Identificar o som no meio da palavra. o I dentificar o som no final da palavra (vogais, s, r). o D iscriminar sons (por exemplo, o som do v e do f). o A nalisar sons. o S intetizar sons. o

Seguindo rigorosamente as instruções contidas neste Manual com competência, alegria e envolvendo todos os seus alunos, você pode esperar que: TODOS OS SEUS ALUNOS TERÃO adquirido: • consciência fonêmica: capacidade para identificar os fonemas em diversas posições da palavra; • domínio do princípio alfabético: conhecer as letras, seus nomes e sua correspondência com pelo menos um fonema; • motivação para aprender a ler e escrever. MUITOS DE SEUS ALUNOS terão aprendido: • a fazer análise e síntese de fonemas. ALGUNS DE SEUS ALUNOS serão capazes: • de fazer leitura automática de palavras familiares, com base na sua competência de decodificar.

Para saber mais • Veja o vídeo Como Utilizar o Manual de Consciência Fonêmica • Leia o ABC do Alfabetizador • Consulte o coordenador pedagógico da escola ou entre em contato com o IAB através do site www.alfaebeto.org.br

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capítulo 1 - ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

A- Consciência fonológica: identificar sons, ritmos, rimas 1. Ouvindo os sons – Prepare os alunos para ouvir os sons. Cuidado para que eles não vejam os instrumentos e materiais que você trouxe para a sessão. – Pedir que fechem os olhos e tentem ouvir com atenção os barulhos que estão acontecendo. – Se houver barulho na sala ou no ambiente da escola, deixe-os ouvir estes barulhos. Se o silêncio for total, faça algum barulho com as mãos, com os pés, com objetos, etc. – Depois de 30 segundos ou mais: PROFESSOR: Agora abram os olhos. Digam os sons que vocês ouviram. – Converse sobre os barulhos identificados. – Lembre de outros barulhos que eles não tenham observado (alguma buzina ou sirene que tocou, alguma voz lá fora, etc.). PROFESSOR: Agora fechem os olhos novamente. – Use um dos instrumentos ou objetos que você trouxe. PROFESSOR: Agora fechem os olhos novamente. – Preste atenção para que os alunos fiquem de olhos fechados e não vejam o instrumento. Se necessário, esconda o instrumento debaixo da mesa ou atrás de alguma coisa e diga: PROFESSOR: Eu ouvi um som de... Diga o som que você fez (e ouviu). Os alunos devem aprender a responder dessa mesma forma, com frases completas. – Faça outro som e pergunte: PROFESSOR: Que som você ouviu, Fulano? – Encoraje o aluno a responder com uma sentença completa: ALUNO: Eu ouvi um som de... (tambor, gaita, etc.). PROFESSOR: Fechem os olhos novamente. – Agora você vai fazer dois barulhos diferentes e perguntar: PROFESSOR: Quantos sons vocês ouviram? – Quando eles responderem “dois”, você vai perguntar quais os sons que eles ouviram. 13


– Ensine-os a responder: ALUNOS: Primeiro nós ouvimos o som de ..., e por último nós ouvimos o som de ... – Se você sentir que os alunos não compreenderam bem, faça novamente o exercício com dois outros sons. – Se achar que compreenderam, faça o exercício com 3 sons. – Quando eles responderem os 3, reveja os sons e ensine-os a responder: ALUNOS: Primeiro ouvimos o som de ..., no meio ouvimos o som de ... e por último ouvimos o som de ... – Repita esta atividade com 3 outros sons, ou usando os mesmos sons em outra ordem. 2. Percebendo o ritmo PROFESSOR: Recite ou cante esta quadrinha e pergunte quem já a conhece: Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar, tirava o Fulano (nome de um aluno) do fundo do mar. – Ensine a quadrinha – recite com muito ritmo e entonação. – Repita com os alunos, até que todos falem todas as palavras corretamente. – Depois que eles aprenderem, recite ou cante com eles, batendo palma cada vez que aparecer a última palavra (peixinho, nadar, Fulano, mar). O importante é que os alunos adquiram a noção de ritmo. – Quando os alunos tiverem aprendido bem as palavras, troque o nome do aluno. Isso ajuda a conhecer melhor o nome dos colegas. Também ajuda a identificar o conceito de palavra. – Para isso, em outro dia, troque as palavras: Se eu fosse uma baleia, se eu fosse um tubarão, etc.

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Professor Os alunos já aprenderam a ouvir e isolar sons individuais. Agora eles vão aprender a descrever e analisar estes sons, através de exercícios que permitam: • ouvir o som inicial, do meio e final, em sequência; • identificar cada um desses sons; • usar as palavras primeiro, meio e final para identificar a posição dos sons. Identificar os sons é apenas um meio para que o aluno adquira o conceito de posição: início, meio e fim. Aprender que uns sons têm posição em relação a outros, ajuda a preparar os alunos a ouvir e identificar fonemas individuais numa palavra.

3. Ouvindo os sons PROFESSOR: Vou fazer mais uns sons que vocês conhecem. Ouçam. – Faça dois sons familiares, usados na sessão anterior. Diga: PROFESSOR: O primeiro som foi de .... e o último foi de .... – Faça estes mesmos sons novamente. – Peça que os alunos dêem a resposta, usando a mesma forma: ALUNOS: O primeiro som... – Faça agora 3 sons familiares e repita o procedimento com os alunos. PROFESSOR: Agora prestem muita atenção. Vou fazer outros dois sons. – Fechem os olhos. – Faça os dois sons. – Pergunte a um aluno: PROFESSOR: Qual foi o primeiro som que você ouviu? – O aluno deve responder usando a sentença completa: ALUNO: O primeiro som... – Repita o exercício com outros alunos, alternando a pergunta anterior com: PROFESSOR: Qual foi o último som que você ouviu? – Repita o procedimento com 3 sons familiares, alternando a pergunta. Professor O importante é o aluno identificar o primeiro som, o som do meio e o som final. Não é essencial que ele saiba ou se lembre dos três sons em ordem. O objetivo é identificar a posição relativa dos sons.

– Repita o mesmo procedimento com 3 sons novos. – Verifique se todos os alunos compreenderam e sabem usar o conceito 15


de primeiro, meio e final, bem como expressar o conceito corretamente e usando frases completas. 4. Percebendo o ritmo – Repita a estrofe (Se eu Fosse um Peixinho) ensinada no dia anterior. Todos os alunos devem estar se lembrando bem da cantiga. PROFESSOR: Agora eu vou cantar um verso da música e apontar para um aluno. Quem eu apontar continua. (demonstrar) Se eu fosse um peixinho... (aponta um aluno) ALUNO: ...e soubesse nadar... PROFESSOR: ...eu tirava o (diz o nome de outro aluno)... ALUNO: ...do fundo do mar. – Repita o exercício, trocando o nome (se eu fosse um peixão, uma baleia, etc.). Os alunos devem perceber que um pedaço foi trocado, mas o resto fica igual. Desta forma, eles vão aprendendo o conceito de palavra. Atenção: os alunos devem falar de forma ritmada. Procure manter o ritmo, inclusive com os demais alunos batendo palma na última palavra de cada linha. Aproveite esse exercício para: • assegurar que cada aluno aprecia, compreende e cadencia o ritmo adequado; • familiarizar o aluno com os nomes dos colegas e aprender a identificá-los pelo nome. Professor Você vai usar palavras para despertar e aguçar a capacidade de discriminação auditiva dos alunos.

5. Ouvindo os sons das palavras – Use cartões com as palavras e figuras que rimam. – Siga o mesmo formato, instruções e frases completas que você usou na sessão anterior para identificar 2 e 3 sons. – Use palavras que rimam, em grupos de duas e depois de três palavras. – Pergunte qual é a primeira palavra, qual a do meio, qual a última. 16


– Fale três palavras, depois repita apenas as duas primeiras, peça que os alunos digam qual é a terceira, e assim por diante. O objetivo é acostumar os alunos a ouvir cada palavra como uma unidade separada de som – a primeira, a do meio, a última (da mesma forma que discriminaram sons de instrumentos, no dia anterior).

– Use palavras do texto da leitura ou outras, como: mato gato saco

peito leito feito

pão feijão macarrão

6. Substituindo palavras Conceito de sentença ou frase: Sempre que puder, repita e reforce a ideia de que uma sentença é feita de várias palavras.

– Use, por exemplo, a sentença: PROFESSOR: O primeiro som foi do tambor. Ou: A palavra do meio foi pato. – Fale de forma bem distinta, mostrando os limites de cada palavra, destacando cada palavra da frase. – Outro exemplo: Quando você muda o nome da pessoa, na cantiga “Se eu Fosse um Peixinho”, você muda a frase. – Use frases com nomes diferentes de alunos para ilustrar. – Mostre como isso muda a atenção das pessoas – quando falamos o nome de Fulana, todo mundo olha para ela, a Fulana sabe que é a vez dela falar, etc. 7. Identificando sons omitidos Identificar sons omitidos ajuda o aluno a aprimorar sua capacidade de ouvir. Nesta fase, não é importante que o aluno identifique a posição do som que está faltando. O importante é fazê-lo ouvir e identificar o nome do som que está faltando.

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PROFESSOR: Ouçam com atenção os sons que eu vou fazer: – Faça dois sons. Por exemplo: bata palma e bata o pé. Espere um momento e depois diga: PROFESSOR: Agora ouçam: – E faça apenas um som: bata palma. Depois pergunte: PROFESSOR: Que som está faltando? – Ajude os alunos a responder usando a frase completa: ALUNOS: O som que está faltando é do ... (pé, ou de bater o pé) – Repita a atividade com sons diferentes, primeiro com dois e depois com três sons. 8. Identificando palavras omitidas – Pegue três cartões, cada um com uma palavra (acrescida do desenho que a representa). – Faça o mesmo exercício acima, apresentando primeiro duas palavras, depois omitindo uma palavra (ora a primeira, ora a segunda). – Em seguida use três palavras e omita uma delas. – Os alunos devem sempre responder com sentenças completas: ALUNOS: A palavra que falta é: .... – Repita esse exercício muitas vezes, para que todos os alunos tenham oportunidade de demonstrar que identificam as palavras que faltam.

Os alunos já aprenderam a identificar sons e palavras individualmente, numa sequência. Agora eles irão fazer o mesmo, mas identificando a sequência completa na frase. O aluno deve identificar em sequência: a primeira palavra, a palavra do meio e a última palavra de uma frase.

9. Aprendendo a ouvir e obedecer comandos – Você vai falar frases com três palavras, usando palavras e comandos familiares. Os alunos que você chamar primeiro vão obedecer o comando (por exemplo: ficar de pé), depois vão dizer qual é a primeira, a segunda e a terceira palavra, usando frases completas: PROFESSOR: Vou fazer essa brincadeira com o Fulano, depois vocês vão repetir. PROFESSOR: Fulano, fique de pé. – O aluno fica de pé e diz: 18


ALUNO: A primeira palavra é ... fique; a segunda palavra é... de; a terceira palavra é... pé. Professor Aproveite este tipo de exercício para ensinar os comandos necessários a um bom clima de sala de sessão: como falar, como ouvir, postura, forma de pegar objetos, pedir licença.

– Os alunos devem ouvir, fazer o que você estiver “comandando” e depois eles devem identificar a primeira palavra, a palavra do meio e a última palavra, respondendo com sentenças completas. – Faça o exercício com diversas frases curtas, dando oportunidade a todos os alunos. – Use frases de 3 ou 4 palavras. – Depois diga uma frase mais longa da leitura, lendo pausadamente cada palavra. Diga: PROFESSOR: Qual é a primeira palavra? – Repita a frase e pergunte: PROFESSOR: Qual é a última palavra? – E assim por diante, com outras frases. – Quando os alunos derem a resposta certa, mostre onde estão as palavras, se você as retirou de algum livro. – Quando os alunos derem a resposta incorreta, mostre onde está a palavra e explique por que a resposta é incorreta (não é nem a primeira nem a última, por exemplo). 10. Percebendo o ritmo Quando os alunos batem palmas acompanhando o ritmo de um poema ou cantiga e separando cada linha de um verso, eles aprendem a ouvir as partes da linguagem, ao invés de ouvir uma sequência de sons pregados uns nos outros.

– Ensine uma quadrinha conhecida, por exemplo: Minha enxadinha trabalha bem Corta matinho no vai e vem. Minha enxadinha vai descansar Para amanhã recomeçar. 19


– Escreva o poema no quadro (ou pregue um cartaz preparado anteriormente). – Ensine os alunos a bater palmas a cada palavra, até que todos decorem. – Leia cada linha, pausadamente, indicando as palavras com o dedo e batendo palma a cada palavra. – Faça os alunos repetirem. Depois indique uma fileira ou grupo de alunos que devem ler a linha que você indicar com o dedo – assegurando-se de que eles sabem qual é a linha que devem ler. – Mostre com o dedo, dê alguma dica para ajudá-los. – Dê chance para todos os alunos, individualmente ou em pequenos grupos, lerem pelo menos uma linha. – Aponte para palavras que eles já conhecem (que já viram em algum texto anteriormente). Lembre a frase onde estava estas palavras. 11. Substituindo palavras Professor Quando você comete “erros” na sua leitura – por exemplo, ao ler linhas ou palavras fora de ordem – você está ajudando a aguçar a capacidade de discriminação auditiva e aumentando a confiança dos seus alunos, ao verem que você também pode “errar”. Use muitos poemas e leituras simples que os alunos já conhecem, para provocar este tipo de erro (seu) e correção (pelos alunos).

– Diga aos alunos (ou a um aluno ou a um grupo de alunos): PROFESSOR: Eu vou ler (ou falar) um poema que vocês já conhecem. Atenção: se vocês notarem qualquer coisa diferente, levantem a mão. – Leia o texto “Minha Enxadinha” e faça um erro trocando uma palavra de posição. – Quando o aluno (ou grupo de alunos) levantar a mão, pare de ler e pergunte o que aconteceu. – Releia o trecho novamente e continue, fazendo outros erros. – Os alunos precisam estar muito concentrados, e você deve ler (ou recitar) no ritmo natural de leitura. Sempre tenha o cuidado de comparar a linha ou verso correto com a leitura incorreta. 12. Percebendo o ritmo – Repita o poema “Minha Enxadinha”. Bata palmas a cada palavra, mantendo o ritmo. – Coloque os alunos numa rodinha (ou outro arranjo que seja possível na sua sala). 20


– Coloque apenas alguns alunos – não mais do que 10 de cada vez. – Fique dentro da rodinha. – Recite o poema devagar, palavra por palavra, e vá batendo de leve no ombro de um aluno diferente, uma vez a cada palavra. – O último aluno (“recomeçar”) se levanta e faz o mesmo que você, batendo de leve nas costas dos colegas (por fora da roda). – Para variar: peça que os alunos escolham uma palavra para substituir “enxadinha” (pode ser uma ferramenta ou outra coisa, como, por exemplo, “minha pazinha” ou “meu tratorzinho”.). – Faça o mesmo exercício da rodinha, usando a palavra nova que os alunos escolheram. 13. Produzindo rimas: O caminhão está cheio de ... PROFESSOR: Hoje nós vamos fazer uma brincadeira. Vamos fazer de conta que estamos carregando um caminhão com mercadorias. Só que vamos carregar o caminhão com palavras que rimam. – Reveja com os alunos o que é rima, peça exemplos, dê exemplos. – Coloque os alunos em círculo (ou numa posição em que estejam um ao lado de outro). – Explique o jogo. PROFESSOR: Eu vou falar: O caminhão está cheio de... lata. Depois vou rolar a bola para um de vocês. Quem receber a bola vai fazer uma rima. Depois vai devolver a bola para mim. Por exemplo: se eu falar lata, ele pode dizer o caminhão está cheio de rata ou está cheio de pata, antes de devolver a bola. – Se o aluno acertar, repita a rima e role a bola para outro aluno. – Se o aluno não acertar, tente dar dicas, várias, até que ele acerte. – Quando acabarem as rimas com lata, faça outra frase e recomece: PROFESSOR: O caminhão está cheio de pão; estrelas; linha; etc. – Tenha um conjunto de palavras que rimam na sua cabeça, para dar pistas e ajudar os alunos a encontrar rimas. – É importante facilitar ao máximo para que os alunos encontrem palavras que rimam. – Trabalhe com todos os alunos ou com pequenos grupos. 21


– Se preferir trabalhar com pequenos grupos, coloque os demais alunos junto ao círculo, para eles acompanharem a brincadeira, prestando atenção, mas sem participar. – Esta é uma forma de você também ensinar comandos e regras sobre participação em grupos: Aguarde a vez. Fique sentado. Preste atenção, etc. 14. Produzindo rimas Uma coisa é compreender o que é uma rima. Outra coisa mais difícil é fazer uma rima. O professor ajuda os alunos a fazerem rima dando dicas visuais, mostrando as palavras e letras que está trocando.

– Use os poeminhas já estudados: Um, Dois, Feijão com Arroz; Meio Dia Panela Vazia; Minha Enxadinha, etc. – Use textos bem simples. Por exemplo, substituir por: Um, dois, feijão com farinha. Três, quatro, feijão na latinha. Cinco, seis, essa vez é a minha. Sete, oito, vou comer biscoito. Nove, dez, vou bater os pés.

15. Substituindo palavras para reinventar um poema – Recite o poema abaixo: O cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada. O cravo saiu ferido e a rosa despedaçada. – Troque uma palavra: cravo por lírio, por exemplo. – Recite com a nova palavra. – Pode trocar pelo nome de pessoas, dos alunos. – Faça os alunos sugerirem novas palavras e vá trocando. – Dê oportunidade ao maior número possível de alunos para recitar o poema trocando uma palavra. 22


16. Substituindo palavras para reinventar o poema – O exercício seguinte ajuda a praticar rimas e desenvolver as habilidades de adquirir ritmo. – Também ajuda os alunos a segmentar um poema em linhas, reforçando a ideia de que as palavras são separadas e não emendadas umas com as outras. – Recite a poesia “Macaco Foi à Feira”: O macaco foi à feira, não sabia o que comprar. Comprou uma cadeira pra comadre se assentar. A comadre se assentou, a cadeira esborrachou. A coitada da comadre, foi parar no corredor. – Depois que todos os alunos já souberem muito bem, escreva a poesia no quadro (ou traga pronta num cartaz bem legível). – Agora retire da poesia a palavra FEIRA. Você ou os alunos vão inventar uma outra palavra. Por exemplo: Macaco Foi à Cidade. – Tente, com os alunos, inventar rimas para a palavra CIDADE. Ou: Macaco Foi à Lua. Macaco foi à Lua, não sabia o que comprar. Comprou uma perua, pra comadre jantar. – Continue usando a estrutura básica da poesia “Macaco Foi à Feira”, mas mostrando aos alunos que: • quando muda uma palavra, muda o som; • quando muda o som, muda o sentido.

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17. O Trenzinho das Letras Professor Procure fazer esta brincadeira, ou variantes dela, para reforçar o som da vez. Faça o exercício no primeiro dia que introduzir uma nova consoante. Repita no segundo dia, apenas se achar que é necessário para reforçar a aprendizagem do som. Antes da sessão treine a brincadeira com um pequeno grupo de alunos, para na hora da sessão você ficar bem seguro do que está fazendo. Nas sessões subsequentes repita a mesma instrução, mudando apenas a letra que dá direito ao aluno de “entrar no trem”.

Instruções: 1. Coloque os alunos em círculo ou fila. 2. Você é a locomotiva. 3. Diga para os alunos: Professor: Em vez de dizer “cheque – cheque – cheque - cheque”, este trem diz : /k//k//k/ (use sempre o fonema do dia). 4. Faça os alunos virem atrás de você repetindo o /k/ inicial. Se a turma for muito grande, faça um pouco com cada grupo ou cada dia com um pequeno grupo diferente. 5. De repente você pára e diz para os alunos: Professor: Agora eu vou explicar como é a brincadeira: Todo mundo sai do trem. (os alunos ficam em pé, de lado, etc.). Para entrar no trem de novo, todo mundo precisa comprar o bilhete. Para comprar o bilhete tem que dizer uma palavra que começa com o som /k/. Quando eu parar atrás de uma pessoa, ela tem que me dar o bilhete (isto é, tem que dizer uma palavra que começa com o som /k/ ). Quando o aluno diz uma palavra que começa com C, Q, K, ele “entra no trem” e anda atrás de você. 6. Vá circulando e envolvendo outros alunos.

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