Revista InfoBrasil Software Público

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PORTAL Software Público comemora dois anos ANO II - Nº 7 - JUNHO/AGOSTO DE 2009 - WWW.INFOBRASIL.INF.BR

GINGA Mundo aprova padrão brasileiro

COMUNIDADES Colaboração na produção de software

SOFTWARE

PÚBLICO BRASILEIRO


O que para muitos é apenas desenvolvimento tecnológico, para a Prefeitura de Fortaleza é desenvolvimento social. Adotado cada vez mais pela Prefeitura de Fortaleza, a utilização de Software Livre é garantia de melhores serviços com redução de custos. Dessa maneira, foi possível beneficiar o cidadão por meio do aperfeiçoamento do fluxo de processos administrativos, geração de empregos e projetos sociais e de inclusão digital.

www.fortaleza.ce.gov.br


EDIÇÃO ESPECIAL Revista

InfoBrasil ANO II - Nº 7 - JUNHO / AGOSTO DE 2009 WWW.INFOBRASIL.INF.BR

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Rogério Santanna

Luís Felipe Costa

Jarbas Lopes Cardoso

Secretário de Logística e Tecnologia da Informação SLTI, acredita no potencial do Software Livre

4CMBr disponibiliza soluções livres para melhorar a gestão dos municípios

Software Público Brasileiro: Muito além do compartilhamento

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Portal do Software Público comemora 2 anos e integra 40 mil usuários

SUMÁRIO

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O ambiente compartilha soluções desenvolvidas pelo governo federal e uma rede de parceiros

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Conheça as comunidades que integram 40 mil usuários

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Pesquisa avalia impactos do do Software Público no Brasil

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Software Público além das fronteiras

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Amadeus inicia nova geração de ensino à distância

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InVesalius, solução pública e livre para área médica

39 Corinto Meffe Grandes nomes do Software Livre falam durante a InfoBrasil, em Fortaleza

34 Ginga é aprovado como padrão internacional

O software faz a ponte entre sistema operacional do receptor de TV e as aplicações Marcelo Moreno, PUC/RJ

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Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

EDITORIAL

O Portal do Software Público integra e desenvolve a comunidade livre Nesta edição especial, a Revista InfoBrasil leva você, leitor, a um universo conhecido por pelo menos 40 mil usuários, que integram 22 comunidades, e presta, atualmente, diversos serviços ao Governo e à Sociedade: O Portal do Software Público Brasileiro. Vinculado à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento, o Portal completa dois anos em 2009. A iniciativa tem muito o que comemorar, como você mesmo poderá constatar ao ler as 40 páginas da Revista InfoBrasil Especial. O Portal do Software Público cresce de maneira exponencial. Recebe, mensalmente, a adesão de cerca de 1500 novos usuários (Pág. 6 e 7). É uma rede social e colaborativa que firma presença no cenário nacional e já desperta interesse do mercado internacional, conforme relata as matérias das Pág. 32 a 36. O caminho é longo, mas a jornada é satisfatória. As empresas federais, com seu grande poder de compra, já adotam em suas plataformas soluções de Software Livre. A mesma opção está sendo feita pelos governos Estaduais e Prefeituras das grandes capitais do País, como é o caso do estado do Ceará e do município de Fortaleza.

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A política industrial lançada pelo Governo Lula, em 2004, foi o primeiro sinal.

A indústria de software logo percebeu o objetivo do governo brasileiro: tornar o Software Livre uma área prioritária para promover o desenvolvimento do País. Dentre as nove ações apontadas para o desenvolvimento da área de Tecnologia da Informação, destacou-se o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento de Software Livre. Para incrementar esse cenário, nasceu, em 2007, o Portal de Software Público Brasileiro. A vantagem competitiva do software livre em relação ao modelo proprietário não está apenas na possibilidade de ler os códigos, mas, os especialistas afirmam que o verdadeiro ganho é a possibilidade de alterar, customizar e melhorar o que já foi criado. Esse modelo revolucionário está quebrando paradigmas e é a grande razão que vem levando empresas tradicionais a desenvolver novos produtos ou migrar para essa tecnologia de desenvolvimento de código. Universidades de todo o País destacamse e vem criando centros de excelência em seus laboratórios. A tecnologia desenvolvida, que não paga um único centavo em royalties para o exterior, torna essa indústria aquecida e em crescente expansão. O Brasil com o SL poderá compartilhar conhecimento em igualdade de condições. Sim, o Brasil está se apresentando como a vanguarda na área de tecnologia da informação e os frutos começam a ser colhidos.

Esse modelo revolucionário está quebrando paradigmas e é a grande razão que vem levando empresas tradicionais a desenvolver novos produtos ou migrar para essa tecnologia de desenvolvimento de código.


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O conhecimento é talvez a mais poderosa

Atualmente são 22 soluções integralmente

riqueza que dispomos na atualidade e a única

disponibilizadas juntamente com o código, o

que pode ser distribuída sem que seu autor

objeto e os seus respectivos manuais. Estão

perca alguma coisa. Como grande parte do

disponíveis aplicativos nas áreas de saúde,

conhecimento está em códigos de software,

educação, gestão de TI, georeferenciamento e

disseminar o uso de soluções livres e abertas é

TV Digital, entre outros. Além do governo

importante para a soberania de uma nação.

federal, os estados, municípios, empresas e

Nesse sentido, o software livre desempenha

ONGs se beneficiam do acervo existente no

um novo paradigma de compartilhamento de

Portal do Software Público Brasileiro.

soluções, otimiza os investimentos em

O ambiente possui mais de 40 mil usuários de

tecnologia da informação e reduz a

todas as regiões do país que podem trocar

dependência de fornecedores proprietários.

conhecimentos e contribuir para a melhoria

Rogério Santanna,

Esses são conceitos plenamente incorporados

das soluções. Os usuários também são

Secretário de Logística e Tecnologia da Informação

pelo Portal do Software Público Brasileiro

informados sobre a atualização dos softwares,

(www.softwarepublico.gov.br) que

as atividades e eventos do Portal, bem como as

inaugurou uma nova etapa no

notícias sobre o avanço da iniciativa. Também

desenvolvimento da política de Software Livre

estão sendo implementados espaços para grupos de interesse e comunidades de prática.

mero usuário dessas soluções e passou a

O primeiro já implantado visa oferecer apoio

disponibilizar o conhecimento produzido pelo

tecnológico aos municípios brasileiros.

governo e também pela sociedade.

Com a consolidação do conceito de Software

Ao completar dois anos, a experiência do

podem disponibilizar suas soluções com

software público demonstra robustez e qualidade porque pela primeira vez um projeto de compartilhamento de software no setor público consegue sustentar uma política de disponibilização seguindo as prerrogativas legais do país. Várias soluções desenvolvidas por instituições e órgãos do Governo Federal, universidades tornaram-se um bem público

Capa: Criação Francisco Arrais, Corinto Maffe & Marluce Aires

Edição Comemorativa aos 2 anos do Portal do Software Público

ISSN 198 4-3364-07

ciclo virtuoso no desenvolvimento, uso e distribuição de software. Com isso, inauguramos uma nova etapa na produção do bem software em um cenário no qual o governo pode apoiar a modernização da e a sociedade pode usufruí-las com o apoio tecnológico de recursos antes inalcançáveis.

disponível à sociedade.

A2 Comunicação Escritório: Rua Antônio de Castro, 565 Cidade dos Funcionários - CEP: 60.822-510 Fortaleza-CE - Fone: (85) 3275-2033 contato@a2online.com.br www.a2online.com.br

segurança porque a iniciativa estabeleceu um

máquina pública com o uso das soluções livres

bem como prefeituras, empresas e

EXPEDIENTE: REVISTA InfoBrasil é uma publicação do Sistema Integrado de Comunicação da Exposição e Congresso de Tecnologia da Informação e Telecomunicações - InfoBrasil, evento promovido pelo Titan, realizado pelo Instituto Atlântico e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Gestão Pública -IBQGP.

Público, os gestores e técnicos do setor público

OPINIÃO

no país. O Governo Federal deixou de ser um

Editora: Marluce Aires (MTE 585 JP/CE) Atendimento: Diana Veras atendimento@a2online.com.br marluce@a2online.com.br Redação: Marluce Aires e Simplícia Vianna, (MTE 1711 JP/CE) plicia@a2online.com.br, Revisão: Corinto Meffe e Mahiane Barbosa Colaboradores: Mariangela Monfardini Biachi, Jarbas Lopes Cardoso Júnior, Corinto Meffe Comercial: Amélia Figueirêdo contato@a2online.com.br Ana Kécia Rocha comercial@a2online.com.br

Sob Licença cc creative commons - 2009, A2 Comunicação

Fotografia: Arquivo: A2 Comunicação, Portal Software Público e Fernando Gomes Projeto Gráfico: Francisco Arrais artedesigna@yahoo.com.br Impressão: Lux Print Tiragem: 10 mil exemplares Periodicidade: Trimestral Distribuição dirigida

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Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Portal do Software Público comemora 2 anos e integra 40 mil usuários

CONSOLIDAÇÃO NO BRASIL

O ambiente compartilha soluções desenvolvidas pelo governo federal e uma rede de parceiros

O Portal do Software Público comemorou dois anos de existência dia 12 de abril de 2009. O ambiente compartilha soluções desenvolvidas pelo governo federal e uma rede de parceiros no endereço www.softwarepublico.gov.br. A iniciativa facilita a implantação de novas ferramentas nos diversos setores da administração pública, promove a integração entre as unidades federativas e oferece um conjunto de serviços públicos para sociedade com base no bem software.

Inicialmente, a proposta da ABEP tinha como principal objetivo o compartilhamento de soluções entre as instituições públicas, em particular, as instituições de informática pública. Com a experiência do sistema de inventário CACIC, primeiro software público brasileiro, disponibilizado pela Dataprev, sob a Licença Pública Geral GPL, a visão deste compartilhamento foi ampliada para toda sociedade.

"Queremos que a Administração Pública no Brasil disponha de um ambiente onde possa compartilhar os seus desenvolvimentos, evitando sobreposição de custos possibilitando compartilhar e melhorar soluções já testadas, consagradas e que estarão à disposição dos governos, da comunidade de software livre, empresas, pessoas físicas e a sociedade em geral”, afirma o secretário de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna.

‘’O Portal, que já conta com mais de 40 mil pessoas com cadastro válido, também formou um grupo de interesse para discutir tecnologia da informação para os municípios brasileiros: o 4CMBr, que comprova o sucesso da iniciativa’,’ destaca Nazaré Bretas, diretora do Departamento de Integração de Sistemas de Informação da SLTI

O conceito do Software Público Brasileiro - SPB é um dos alicerces para definir a política de uso e desenvolvimento de software pelo setor público no Brasil, compreendendo a relação entre os entes públicos, em todas as unidades da federação e demais esferas de poder, e destes com as empresas e a sociedade.

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A idéia para estruturação de um portal de soluções livres surgiu em 1995, em função de uma proposta feita pela ABEP Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação, durante um encontro entre a diretoria executiva da entidade e o Conselho Nacional de Secretários de Administração (Consad).

Já são 22 soluções de universidades públicas e privadas, de empresas, de prefeituras e da Câmara dos Deputados, criando uma aliança social cada vez mais forte em torno da iniciativa. As soluções atendem demandas da área de saneamento, educação, saúde, georeferenciamento, TV Digital e gestão de Tecnologia da Informação. Entre os destaques das comunidades estão as soluções CACIC, Ginga, i-Educar, e-Proinfo, InVesalius e I3GEO. Este ano, três novas soluções foram agregadas ao SPB: o software para análise de acessibilidade, ASES; a ferramenta de ensino à distância, Amadeus e o Banco de Talentos para gestão de pessoas. “Isto significa que o Portal está próximo da média de disponibilização de uma solução por mês”, indica Santanna.


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COMO PARTICIPAR DO PORTAL Corinto Meffe, Gerente de Inovações Tecnológicas da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento

Para o gerente de Inovações Tecnológicas da SLTI, Corinto Meffe, que coordena o Portal, a iniciativa alcançou resultados além das expectativas. Um deles foi conseguir o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para a internacionalização da iniciativa. Meffe lembra que “quando o conceito foi lançado existia muita resistência por se tratar de uma iniciativa nacional. Hoje podemos comemorar os primeiros passos para a internacionalização do software público.” Um exemplo significativo do reconhecimento internacional foi a inserção de um artigo dedicado à experiência do software público no estudo ROADMAP 2020 http://www.openworldobservatory.org/discover, realizado em 2008, a respeito das tendências e perspectivas para o software livre e aberto até o ano de 2020. O texto em português pode ser acessado no endereço http://www.softwarepublico.gov.br/estudo-sob

Produto - tratar o software como um produto acabado chegando para sociedade com documentação completa de instalação e preparado para funcionar como qualquer software de prateleira. Serviços associados - organização de um conjunto de serviços básicos, tais como: página na internet, fórum e lista de discussão para desenvolvimento e suporte, ferramenta de controle de versão e a documentação existente do sistema. Prestação de serviços - formulação de um procedimento simplificado na relação do governo com o cidadão que acessa o serviço, onde o cidadão conheça as informações da comunidade, como pode resolver as questões relacionadas ao software e os responsáveis por cada serviço, com a disponibilização, por parte do governo, de uma equipe de atendimento para comunidade. Gestão da colaboração - incentivo à colaboração entre os diversos usuários e desenvolvedores das ferramentas, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, de qualquer setor da economia. A necessidade de estruturar instrumentos de gestão e controle mais rigorosos, como a periodicidade de lançamento de novas versões. E a formatação de parâmetros de controle de qualidade no desenvolvimento da ferramenta. Licença do software – o modelo de licença segue os princípios do software livre. As soluções recebem a Licença Pública Geral na sua versão 2.0, em português.

CONSOLIDAÇÃO NO BRASIL

Desde o lançamento do Portal, em 2007, o ambiente já passou por um redesenho do seu layout, ajustes técnicos para melhoria do desempenho, atualização da ferramenta de controle de versão, entrega de prêmios para os colaboradores voluntários – Prêmio Ação Coletiva e criação de um ambiente para os prestadores de serviços: o Mercado Público Virtual [www.mercadopublico.gov.br]

O Portal do Software Público trata o software como um direito do cidadão e as soluções disponibilizadas devem atender às seguintes características:

O Portal já conta com mais de 40 mil pessoas com cadastro válido, além de formar grupos de interesse para discutir tecnologia da informação para os municípios brasileiros: O 4CMBr, que comprova o sucesso da iniciativa.

Nazaré Bretas, diretora do Departamento de Integração de Sistemas de Informação da SLTI

SERVIÇO

Diretora Nazaré Bretas (2ª da direita para esquerda) com a equipe do Portal SPB.

As entidades que têm interesse em disponibilizar soluções no Portal devem entrar em contato por meio do correio eletrônico guialivre@planejamento.gov.br. As soluções encaminhadas são analisadas pela SLTI, responsável pelo gerenciamento do Portal, pois as mesmas devem atender a alguns requisitos que as caracterizem como públicas.

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COMUNIDADES DO PORTAL

Conheça as comunidades que integram o Portal do Software Público

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Cacic Primeiro Software Público do Governo Federal, resultado do Consórcio de Cooperação entre a SLTI - Secretaria de Logística Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG e a Dataprev - Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social, desenvolvido pelo Escritório Regional da Dataprev no Espírito Santo. O CACIC é capaz de fornecer um diagnóstico preciso do parque computacional e disponibilizar informações como o número de equipamentos e a sua distribuição nos mais diversos órgãos, os tipos de softwares utilizados e licenciados, configurações de hardware, entre outras. Também pode fornecer informações patrimoniais e a localização física dos equipamentos, ampliando o controle do parque computacional e a segurança na rede. Desenvolvedor: Dataprev - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social Linguagem: Php, Perl, Python, Delphi Banco de Dados: Mysql Membros: 17005 membros Contato: Marcio Sena / marcio.sena@previdencia.gov.br

SGD - Sistema de Gestão de Demandas O SGD foi desenvolvido dentro da filosofia de software livre para atender as necessidades da TI, transformando as demandas internas em projetos que são controlados pelo escritório de projetos, melhorando consequentemente a qualidade do atendimento do serviço público. Contudo, por sua flexibilidade, a ferramenta pode ser utilizada por qualquer área, órgão público ou empresa que deseje o efetivo controle de suas demandas. O sistema apesar de empregar técnicas voltadas à orientação de objetos, adoção de linguagem de programação livre e a arquitetura do sistema estruturada em três camadas, tem a preocupação da adoção de padrões abertos, bem como a aderência com a política de software livre do governo federal. Desenvolvedor: FNDE Linguagem: PHP Banco de Dados: MySQL Membros: 5750 membros Contato: Rogério de Souza Leitão rsl69@hotmail.com / Pollyanna Mendes pollyanna.mendes@gmail.com

OpenACS O Sistema de Arquitetura de Comunidades Aberto (OpenACS) é um framework de desenvolvimento Web para construir aplicações que suportam comunidades virtuais. O OpenACS fornece uma infraestrutura robusta, construída em cima de alguns componentes padrão. Como outros frameworks modernos, o OpenACS dá suporte a sistema de template para separar a lógica da apresentação; internacionalização para apresentar a interface de acordo com a linguagem do usuário; sistema de pacotes modular para criar aplicações dependentes; sistema de papéis e permissões; repositório de conteúdo (content repository) para armazenar todos os tipos de conteúdo e manter um histórico de versões. Linguagem: TCL Banco de Dados: PostgreSQL ou Oracle Servidor: AOLServer para o serviço HTTP Sistema Operacional: *nix ou Windows / Membros: 1202 Contato: Eduardo Santos / eduardo.edusantos@gmail.com

Sigati O Sigati é uma ferramenta gráfica que consolida em uma única interface a administração de serviços de diretório distribuído baseados no OpenLDAP, permitindo a administração de objetos, partições, réplicas, esquemas e listas de controle de acesso. Diferentemente de outras ferramentas livres existentes, que geralmente provêm apenas administração de objetos, o Sigati permite um gerenciamento mais amplo, facilitando a execução de atividades complexas e evitando que o administrador tenha que editar manualmente os arquivos de configuração do diretório. Desenvolvedor: Universidade Católica de Brasília (UCB). Linguagem: Java Membros: 1928 membros Contato: sigati.admin@gmail.com

Sisau-Saci-Contra Software de atendimento aos usuários, sistema de gerenciamento de Portais e de controle de acesso. Desenvolvedor: Ministério do Desenvolvimento Agrário Linguagem: PHP / Banco de Dados: PostgreSQL / Membros: 2983 membros Contato: Paulo Ricardo Carvalho de Oliveira / paulo.oliveira@gmail.com


KyaPanel O KyaPanel é um sistema de gestão para servidores de e-mail que utilizam Postfix, LDAP e Courier. Além da gerência comum ele também está integrado com o Egroupware quando utilizado com Postgres, permitindo a seleção dos aplicativos disponíveis na mesma interface do KyaPanel. Desenvolvido em camadas, o seu core está desenvolvido em Shell Script e sua interface em PHP, que executa o core através de um daemon próprio. Esta estrutura permite que outras interfaces sejam desenvolvidas sem afetar o comportamento do sistema. Em sua nova série o KyaPanel esta 100% integrado ao LDAP, MySQL e PostgreSQL. Basta selecionar a base que melhor lhe atender. Desenvolvedor: Anahuac de Paula Gil Linguagem: Shell e PHP Banco de Dados: OpenLDAP, MySQL ou PostgreSQL Membros: 1633 membros Contato: Anahuac de Paula Gil / anahuac@anahuac.biz I3GEO O I3Geo é um software para Internet, baseado em um conjunto de outros softwares livres, principalmente, o Mapserver. O foco principal é a disponibilização de dados ao público, aliados a um conjunto de ferramentas de navegação, geração de análises, compartilhamento e geração de mapas sob demanda. Desenvolvedor: Ministério do Meio Ambiente Linguagem: PHP e Javascript Banco de Dados Sistema Operacional: Independente Membros: 2969 membros Contato: Edmar Moretti / edmar.moretti@mma.gov.br

Ginga Interatividade se faz com É a camada de software intermediário (middleware) que permite o desenvolvimento de aplicações interativas para a TV Digital de forma independente da plataforma de hardware dos fabricantes de terminais de acesso (set-top boxes). O Ginga reúne um conjunto de tecnologias e inovações brasileiras que o torna a especificação de middleware mais avançada e, ao mesmo tempo, mais adequada à realidade do País. O Middleware Ginga pode ser dividido em dois subsistemas principais, o Ginga-NCL e o Ginga-J, que permitem o desenvolvimento de aplicações seguindo dois paradigmas de programação diferentes, declarativo e imperativo, respectivamente. Dependendo das funcionalidades requeridas no projeto de cada aplicação, um paradigma possuirá uma melhor adequação que o outro. Desenvolvedor: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Linguagem: C++, Java Banco de Dados/Sistema Operacional: Linux, Mac OS X, WIndows, VMWare / Membros: 6072 membros Contato: Marcelo Moreno / moreno@telemidia.puc-rio.br

Cocar O Controlador Centralizado do Ambiente de Rede - COCAR foi desenvolvido pelo Departamento de Redes e Telecomunicações da Dataprev com o objetivo de disponibilizar, para todos os escritórios, uma ferramenta para monitoração do tráfego nos circuitos da rede de acesso e fornecer alarmes informativos de queda de desempenho nestes circuitos com o armazenamento dos dados coletados. Desenvolvedor: Dataprev Linguagem: PHP / Banco de Dados: MySQL Membros: 5414 membros Contato: Marcio Ishikawa marcio.ishikawa@previdencia.gov.br WebIntegrator O WebIntegrator é um Servidor de Aplicações Web com ambiente de desenvolvimento integrado, capaz de facilitar o desenvolvimento de aplicações WEB, com total independência entre os layouts das páginas e das regras de negócios. As páginas geradas são JSP, e a regra de negócio pode estar no banco de dados ou em classes Java. A produtividade obtida com a facilidade de uso do WebIntegrator reduz os prazos de entrega dos projetos, representando maiores lucros e clientes mais satifeitos. A facilidade de aprendizado permite que as equipes possam ser integradas por profissionais com menor qualificação, representando grande redução de custos. Principais desenvolvedores: Geraldo Moraes e Luiz Ruiz Linguagem: JAVA Banco de Dados: Possui conexão com os principais BDs do mercado / Sistema Operacional: Linux e Windows Contato: Mauro Jachinoski mauro@webintegrator.com.br

COMUNIDADES DO PORTAL

InVesalius InVesalius é um software público para área de saúde que visa auxiliar o diagnóstico e o planejamento cirúrgico. A partir de imagens em duas dimensões obtidas através de equipamentos de tomografia computadorizada ou ressonância magnética, o programa permite criar modelos virtuais em três dimensões correspondentes às estruturas anatômicas dos pacientes em acompanhamento médico. O software tem demonstrado grande versatilidade e vem contribuindo com diversas áreas dentre as quais medicina, odontologia, veterinária, arqueologia e engenharia. É licenciado pela CC-GNU GPL (Licença Pública Geral) versão 2 (em português). Desenvolvedor: Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia. Linguagem de Programação: Python. Sistema Operacional: GNU Linux e Windows. Membros: 2415 membros Idiomas disponíveis: Português, inglês e espanhol. Contato: Tatiana Al-Chueyr / tatiana.martins@cti.gov.br

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COMUNIDADES DO PORTAL

Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

GSAN Sistema integrado de gestão de serviços de saneamento. GSAN é um sistema, desenvolvido com ferramentas de software livre, de Gerência de Operações Comerciais e de Controle da execução de serviços internos, disponível gratuitamente para prestadores dos serviços de saneamento brasileiros e para atendimento de seus usuários. O GSNA foi criado com o objetivo de elevar o nível de desempenho e de eficiência das empresas de abastecimento de água e coleta de esgotos, e pode ser adaptado à empresas de pequeno, médio e de grande porte. Desenvolvedor: Ministério das Cidades Linguagem: Java Sistema Operacional: Windows e Linux Banco de Dabos: PostgeSQL Membros: 1357 membros Contato: José Maria Villac Pinheiro / pinheiro@nexusbr.com

Curupira Solução corporativa em Software Livre que utiliza código aberto e executado sob o sistema operacional Linux, que permite o gerenciamento dos processos de impressão através da gestão racional dos elevados custos, volumes de impressão, insumos, permissões e eficiência do uso em redes corporativas. Desenvolvedor: Caixa Econômica Federal Linguagem: PHP, Python e JavaScript com banco de dados PostgreSQL Sistema Operacional: Linux / Membros: 2799 membros Contato: Evando Márcio de Almeida / evando.almeida@caixa.gov.br

SPED - Sistema de Protocolo Eletrônico

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O Sistema de Protocolo Eletrônico de Documentos (SPED) é um sistema WEB que surgiu da necessidade de integrar o controle na troca de documentos internos e externos das Organizações Militares do Exército. A partir desta necessidade o sistema foi desenvolvido pelo Exército para controlar o protocolo de documentos. Desenvolvedor: Exército Brasileiro e Força Aérea Linguagem: Java Banco de Dados/ Sistema Operacional: Linux/PostgreSQL / Tomcat/Apache2/LDAP Membros: 3578 membros Contato: Paulo Lamellas pflamellas@gmail.com

Sagui O SAGUI gerencia todas as estações GNU/Linux. Com ele é possível executar scripts (seqüência de comandos em linguagem de computador) de correção, customização ou coleta de informações de forma centralizada. Através de patches é possível ainda definir o escopo de aplicação: se em toda a rede ou parte dela. Desenvolvedor: Serpro Linguagem: PHP / Sistema Operacional: Linux Membros: 1079 membros Contato: João Bosco Teixeira Junior joao.teixeira@serpro.gov.br

3O Xemelê É adequado para todos que têm como objetivo potencializar o pleno uso da Internet para a comunicação institucional, promovendo a apropriação das ferramentas de comunicação (publicação e interatividade Web) pelas equipes de comunicação, produção de conteúdo e relacionamento/atendimento a públicos usuários, como ferramentas para gerenciamento de sites, blogs, chats, wikis, e também ambientes para integração de serviços de e-mail, agenda, workflow, etc. Desenvolvedores: Aguiar Soares, Marcelo Mesquita Costa, Fabiano Rangel Cidade Linguagem: HTML, PHP, JavaScript, Jquery Banco de Dados: MySql / Membros: 1990 membros Contato: Guilherme Aguiar Soares / gui.webdf@gmail.com Marcelo Mesquita / stallefish@gmail.com

Banco de Talentos O Banco de Talentos foi desenvolvido no intuito de mapear os talentos da Câmara dos Deputados e identificar o potencial humano da Instituição, de modo a facilitar uma análise contínua da evolução funcional, por meio da disponibilização de informações prestadas pelos próprios servidores. Ele foi elaborado com base em um meta-modelo de dados que permite a sua adequação à realidade das mais diversas organizações. Desenvolvedor: Câmara dos Deputados Linguagem: Java Sistema Operacional: Windows/Linux Membros: 889 membros Contato: Fabiano Peruzzo Schwartz / fabiano.schwartz@camara.gov.br


Revista InfoBrasil / Abril 2009

Amadeus

O i-Educar objetiva centralizar todas as informações do sistema educacional municipal, diminuindo a necessidade de uso de papel, a duplicidade de documentos, o tempo de atendimento ao cidadão e racionalizando o trabalho do servidor público. Com o i-Educar é possível controlar todo o cadastro de alunos com seus dados pessoais, familiares e pedagógicos. Funcionalidades como: matrículas, transferências, emissão de certificados e diplomas, suspensões, quadro de horários, são realizados de forma integrada. Todos os relatórios gerenciais e dados exigidos pelo Ministério da Educação para liberação de recursos podem ser obtidos em tempo real. O sistema conta também com um módulo de biblioteca que faz a gestão de bibliotecas de cada escola. Atualmente é mantido pela comunidade i-Educar, formada por mais de 2.800 programadores, administradores de sistemas e usuários espalhados por todo o Brasil.

O Projeto Amadeus visa o desenvolvimento de um sistema de gestão da aprendizagem de Segunda geração baseado no conceito de blended learning. O Projeto permite estender as experiências didáticas de usuários de educação a distância para diversas plataformas (Internet, desktop, celulares, PDAs, e TV Digital) de forma integrada e consistente. Essa ampliação de formas de interação dos usuários com os conteúdos e dos usuários entre eles permite a implementação de novas estratégias de ensino e de aprendizagem orientadas por teorias construtivistas ou sociointeracionistas do desenvolvimento humano.

Desenvolvedor: Prefeitura de Itajaí-SC Linguagem: PHP Banco de Dados: PostGres Membros: 3121 membros Contato: Pedro Simões pedrosimoes@planejamento.gov.br

LightBase A solução LightBase é um banco de dados textual multimídia e reúne um ambiente de desenvolvimento rápido de aplicações e um servidor tridimensional para recuperação textual, possibilitando um rápido acesso a qualquer informação da base de dados. A ferramenta foi disponibilizada em conjunto com o GoldenDoc, que fornece um conjunto de frameworks Web para a implantação de soluções voltadas para o gerenciamento de informações e arquivos eletrônicos, focando na captação, ajustes, distribuição e organização do conteúdos para apoio aos processos operacionais, com base em informações estruturadas ou não. A solução possibilita a recuperação de qualquer tipo de documento e ao mesmo tempo dispõe de recursos avançados para o gerenciamento do conteúdo digital. Desenvolvedor: Light Infocon Tecnologia S/A Linguagem: HTML, Java cript, ASP, .Net, VB e LBSP Sistema Operacional: Windows / Membros: 1413 Contato: Jairo Fonseca / jairo@lbw.com.br

ASES

Desenvolvedor: Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Linguagem: Java Banco de Dados/Sistema Operacional: Vários Membros: 1110 membros Contato: Alex Sandro Gomes asg@cin.ufpe.br

e-Proinfo O Ambiente Colaborativo de Aprendizagem - e-ProInfo é um software público, desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância - SEED do Ministério da Educação - MEC e licenciado por meio da GPL-GNU, Licença Pública Geral. O e-ProInfo é software público e possui licenciamento específico. O contrato, portanto, segue as regras da Licença Pública Geral - GPL e deve ser conhecida pelas Instituições que pretendem utilizá-lo. Para obter informações referentes as regras o usuário deverá acessar o link GNU GPL. Desenvolvedor: Secretaria de Educação a Distância - SEED do Ministério da Educação - MEC Linguagem: PHP Banco de Dados: PostgreSQL (v 7.4.7/superior) Sistema Operacional: Linux Membros: 3918 membros Contato: Rafael Andrade rafael.andrade@mec.gov.br

ASES - Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios - tem por objetivo viabilizar a adoção da acessibilidade pelos órgãos do governo, sendo uma ferramenta que permite avaliar, simular e corrigir a acessibilidade de páginas, sítios e portais. Desenvolvedor: Acessibilidade Brasil / Linguagem: Java / SO - Linux e Windows

COMUNIDADES DO PORTAL

i-Educar

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Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Municípios ganham ambiente de soluções livres para a melhoria dos serviços públicos: o 4CMBr

GRUPOS DE INTERESSE

Os municípios são os locais onde o cidadão acessa as políticas públicas que interferem diretamente na sua vida. É o caso de programas como o Bolsa Família, Brasil Alfabetizado e o Projeto de Promoção do Desenvolvimento Local e Economia Solidária. Pensando nisso, o Governo Federal desenvolveu uma iniciativa que alia a proximidade entre o Estado e a sociedade, inerente aos municípios, às tecnologias da informação e comunicação (TIC) com o objetivo de qualificar a prestação dos serviços públicos. Trata-se do 4CMBr – Comunidade, Conhecimento, Colaboração e Compartilhamento. Vinculado ao Portal do Software Público Brasileiro (www.softwarepublico.gov.br) e ação pactuada no GT de Fortalecimento do CAF - Comitê de Articulação Federativa, coordenado pela Subchefia de Assuntos Federativos – SAF, esse espaço reúne soluções de TI voltadas à melhoria da gestão municipal e, consequentemente, do atendimento à população. Atualmente, 22 softwares estão disponibilizados nesse local e são focados em áreas como educação, saúde, meio ambiente e gestão de documentos. O acesso aos códigos é livre, mediante cadastramento. Os usuários também podem propor sugestões para a melhoria das soluções porque o ambiente oferece ferramentas de interação como fóruns, chats e ambientes de colaboração. Segundo o coordenador do 4CMBr, Luis Felipe Costa, a utilização das tecnologias da informação são essenciais para a modernização e eficiência das políticas públicas porque elas permitem reduzir custos e qualificar os procedimentos.

Para Costa, uma das grandes vantagens da utilização de softwares públicos é evitar a descontinuação de projetos e programas, além de gastos desnecessários com o desenvolvimento de soluções já existentes. Ele destacou ainda que a criação das comunidades de prática possibilita uma permanente melhoria dessas soluções. “Para fazer frente à escassez de recursos, é essencial compartilhar conhecimento, desenvolver trabalhos em rede e, principalmente, aprender a reutilizar os investimentos já realizados na Administração Pública”, salientou Costa. “Compartilhar esses recursos significa estimular e potencializar a inteligência nacional, além de economizar verbas públicas.” O coordenador da área de TI de Fortaleza, Cristiano Therrien, contou que o município é um grande usuário dos softwares públicos disponibilizados pelo Governo Federal. De acordo com ele, a Prefeitura local disponibilizou seu Plano Diretor de Tecnologia da Informação e o Plano Diretor de Geoprocessamento no Portal 4CMBr, bem como apóia e desenvolve vários sistemas livres para municípios, entre eles, o Sistema de Atendimento ao Cidadão, que em breve deverá ser disponibilizado no portal SBP. “A Prefeitura de Fortaleza tem consolidado sua opção pelo Software Livre no seu cotidiano administrativo e em políticas públicas de inclusão sócio-digital, promovendo formação em tecnologias livres para milhares de pessoas”, disse Cristiano. A Prefeitura de Arapiraca (AL) é outra usuária do 4CMBr e está em fase de implantação do Sistema de Controle de Escolas (I-Educar). Esse é um software para gestão escolar que permite centralizar informações de todas as escolas municipais em um único banco de dados. A solução foi desenvolvida originalmente pela Prefeitura de Itajaí e hoje está disponível à sociedade no portal SBP. De acordo com o gerente de TI de Arapiraca, Lucas Leão, o I-Educar possibilitará gerenciar a vida acadêmica de cerca de 35 mil alunos, obter informações gerenciais em

Luis Felipe Costa, coordenador do 4CMBr


tempo real e informatizar as operações das secretarias das 60 escolas da rede municipal de ensino. “Contamos com o apoio da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento que prontamente nos auxiliou no entendimento da solução e do modelo de negócios,” destacou Leão. “Confiamos na solidez deste modelo colaborativo de desenvolvimento e acreditamos que esse deve ser o caminho a ser seguido pelas organizações públicas e privadas.”

Além do 4CMBr, outros grupos de interesse vinculados ao Portal do Software Público deverão ser lançados ainda em 2009 pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento. Um deles será o 4CAcadBr que surgiu para compartilhar as boas idéias desenvolvidas nas instituições de ensino e pesquisa do Brasil. coordenador de TI da Prefeitura de Fortaleza

Visando preencher esta lacuna, o 4CAcadBr quer estimular a aproximação entre o segmento acadêmico e as comunidades de desenvolvimento de software público. A intenção é promover mecanismos que incentivem a criação e a manutenção de comunidades de desenvolvimento em torno dos saberes produzidos no ambiente acadêmico. “Imaginemos um projeto final de curso que desenvolveu bases inovadoras para a solução de um determinado problema de TI, mas que necessita ainda ser 'lapidado' para que possa ser empregado por outros usuários. Ao se formar uma comunidade de desenvolvedores ao redor deste produto, será possível transformá-lo em um software mais completo e funcional, trazendo benefícios para todos os envolvidos no processo e ainda para a sociedade em geral,”exemplificou o professor do Instituto Federal Fluminense, Rogério Atem.

Qualificação

Desenvolvido pela prefeitura de Itajaí e mantido pela comunidade i-Educar formada por mais de 3.200 programadores, administradores de sistemas e usuários espalhados por todo o Brasil, o Sistema visa centralizar todas as informações do sistema educacional municipal, diminuindo a necessidade de uso de papel, a duplicidade de documentos e o tempo de atendimento ao cidadão, racionalizando o trabalho do servidor público. “Graças a parceria tecnológica mantida com a Cobra Tecnologia, o i-Educar tornou-se o primeiro software específico do programa de apoio tecnológico aos municípios brasileiros 4CMBr,” destaca Luis Felipe Costa, do Ministério do Planejamento. Segundo o colaborador da comunidade, Eriksen Costa Eriksen Costa, com o i-Educar é possível analista de sistemas controlar todo o cadastro de da Cobra alunos, com seus dados pessoais, familiares e pedagógicos. “Funcionalidades como: matrículas, transferências, emissão de certificados e diplomas, suspensões, quadro de horários, são realizados de forma integrada.”

GRUPOS DE INTERESSE

Cristiano Therrien,

Outros grupos de interesse

i-Educar: uma comunidade exemplar

Todos os relatórios gerenciais e dados exigidos pelo Ministério da Educação para liberação de recursos podem ser obtidos em tempo real usando o Sistema, que conta também com um módulo de biblioteca para fazer a gestão de bibliotecas de cada escola. A comunidade i-Educar tornou-se um grande centro de compartilhamento de experiências na área de educação municipal, reunindo especialistas de diversas áreas do conhecimento. Para saber mais acesse:

O 5CQualiBR será o próximo lançamento do Portal do Software Público Brasileiro e tem como objetivo qualificar as soluções disponíveis no Portal, bem como fortalecer a qualidade dos relacionamentos entre os participantes do ambiente. Serão disponibilizados guias de qualidade de produto e processo, manuais para testes de software em ambiente virtual, diretrizes de interoperabilidade de software, entre outros. É uma iniciativa do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer e da SLTI, com recursos da Finep, do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Por Mariangela Monfardini Biachi

Pedro Simões, coordenador de Projetos da SLTI

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Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Pesquisa avalia impacto do uso do Portal do Software Público Brasileiro

PESQUISA - SOFTWARE PÚBLICO

Estudo irá analisar como o software público colabora para o desenvolvimento social e econômico do país análises dos dados obtidos será possível construir uma tipologia para a definição dos diferentes grupos sociais presentes no Portal, traçando, com isso, o perfil dos usuários. A qualidade dos serviços prestados pelo Portal também será avaliada.

Christiana Freitas, professora da UNB, coordena a pesquisa

O aumento da importância dos bens intangíveis - como a informação e o conhecimento - caracteriza o estágio atual da Sociedade da Informação. Entre as características mais significativas da atualidade, as práticas sociais orientadas pela lógica de produção compartilhada de conhecimento merecem destaque. Para analisar as oportunidades do modelo do Software Público Brasileiro e suas implicações sociais, a professora Christiana Freitas, da Universidade de Brasília (UnB), coordena a pesquisa "Economia do Conhecimento Compartilhado: a avaliação do software público no Brasil". A pesquisa tem a duração de dois anos, sendo os dois semestres iniciais dedicados à coleta dos dados e os dois últimos períodos voltados para sua análise e sistematização. A pesquisa, iniciada em agosto de 2008, analisa as redes sociais envolvidas com a produção e o uso do software público no ambiente de produção compartilhada: o Portal do Software Público Brasileiro. O espaço virtual foi criado em 2007, sob a coordenação da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento do Governo Federal brasileiro.

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O objetivo da pesquisa é verificar as implicações sociais, políticas e econômicas do uso do Portal do Software Público Brasileiro para o desenvolvimento do país. A pesquisa trabalha com três grupos de indicadores: socioeconômicos, de gestão e de qualidade. Com base nas

Segundo Christiana, um dos principais motivos que estimulou o desenvolvimento do Portal – além da redução dos gastos governamentais e da demanda social – foi a percepção de que o Software Público traz práticas que possibilitam a democratização das relações sociais e de mercado no Brasil. “Nada mais significativo do que estudar algo inovador, capaz de trazer resultados positivos para a sociedade brasileira,” diz a pesquisadora. O ambiente beneficia produtores de

O objetivo da pesquisa é verificar as implicações sociais, políticas e econômicas do uso do Portal do Software Público Brasileiro para o desenvolvimento do País.

permitindo o incremento de sua qualidade de forma mais ágil e dinâmica,” afirma Christiana. A investigação aplica princípios da teoria ator-rede, desenvolvida por teóricos como Latour e Callon, visando à compreensão desses novos modelos de produção e distribuição de conhecimento científico-tecnológico. O objeto de estudo são as redes sociotécnicas compostas por cientistas, tecnólogos, gestores governamentais, empresários e membros da sociedade civil em geral. A partir da avaliação das redes estabelecidas por esses diversos atores serão laborados mapas que demonstrarão a estrutura de funcionamento do ecossistema de produção do Portal. Foram realizadas entrevistas com os integrantes do Portal que produzem software livre e público no Brasil. A base da pesquisa foi um questionário, disponibilizado por três meses no Portal a todos os usuários. No total, foram obtidas 1130 respostas. “Isso representa um número considerável de retorno e estabelece um intervalo de confiança que permite inferências com alto grau de confiabilidade,” explica Christiana.

software e outros usuários com interesses comuns que podem ser, simultaneamente, produtores e consumidores. Além disso, o Portal colabora para a geração de emprego e renda, facilitando o contato entre pessoas que pretendem utilizar soluções informatizadas e aquelas que as ofertam.

Ao longo de um período de dois meses, três mil novos usuários realizaram seus cadastros, uma média de 1500 novos usuários por mês.

“O Software Público Brasileiro representa a construção de um novo conceito, onde o software é tratado como um bem público. A produção desse bem é compartilhada e os seus resultados ficam disponíveis a todos os setores da sociedade. O Portal do SPB promove, assim, um modelo econômico em que a oferta e a demanda estão reunidas no mesmo espaço virtual, acelerando a adoção de uma determinada solução e

Os resultados parciais dos dados obtidos até o momento demonstram o sucesso da iniciativa. A análise da história do CACIC, primeiro software público brasileiro desenvolvido em 2001 pela Dataprev, demonstrou que, após a disponibilização da ferramenta no Portal, houve uma significativa ampliação da rede de usuários e desenvolvedores, atendendo às necessidades de outros


www.InfoBrasil.inf.br

atores e entidades que não estavam necessariamente na esfera governamental. Christiana recorda que “o software foi rapidamente adotado por diferentes entidades e empresas, mesmo por usuários de ferramentas proprietárias, bem como outras soluções livres e abertas que ofereciam as mesmas funcionalidades, algumas delas mais consolidadas e estáveis no mercado do que o próprio CACIC.”

A pesquisa também observou que em 2007 já se podia identificar uma produção em rede constituída a partir do Portal, reunindo oferta e demanda em um espaço único, possibilitando o florescimento de novas relações comerciais entre os diferentes atores. Outro fato importante observado é que, atualmente, novos usuários estão constantemente se associando ao Portal do Software Público Brasileiro. Em outubro de 2008, havia 29 mil usuários registrados. Ao longo de um período de dois meses, três mil novos usuários

A pesquisa também observou que, em 2007, já se podia identificar uma produção em rede constituída a partir do Portal.

realizaram seus cadastros, uma média de 1500 novos usuários por mês. Hoje o Portal possui 40 mil integrantes. Resultados como estes confirmam uma das principais hipóteses da investigação: os artefatos tecnológicos disponíveis no Portal promovem desenvolvimento econômico a partir do momento em que geram crescimento e dinamização das redes de colaboração e produção compartilhada de conhecimento no Brasil. Além disso, a produção e expansão do software público não ocorrem apenas em função da economia que esse tipo de tecnologia oferece, mas também devido à agilidade na obtenção de soluções e à melhoria progressiva de sua qualidade. “O software público permite novas configurações de redes sociais, políticas e econômicas favoráveis ao desenvolvimento do Brasil. O impacto será significativo, não só no País, mas em todas as nações que perceberem a importância da iniciativa,” finaliza a pesquisadora.

A professora Christiana Freitas destaca que um dos pontos fortes do software público é o procedimento de disponibilização de software, que funciona de acordo com o diagrama acima - publicado na Revista Linux Magazine em dezembro de 2008.

PESQUISA - SOFTWARE PÚBLICO

A rápida distribuição do software resultou em uma rede de prestadores de serviços estruturada em todos os estados do Brasil. “Uma parcela da sociedade começou, progressivamente, a assumir um papel dinâmico no processo de desenvolvimento do software público,

não apenas participando da sua construção, mas também colhendo outros tipos de benefícios - não apenas econômicos - como resultado da produção com base no conhecimento compartilhado,” comenta.

Todos os resultados serão disponibilizados no Portal do Software Público Brasileiro e publicados em livro, cujo título será "O software público brasileiro e sua participação no desenvolvimento da economia do conhecimento compartilhado". O livro será finalizado em dezembro de 2009.

DATAS DE DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA: 30 de junho: 30 de julho: 30 de setembro: 27 de outubro: 01 de dezembro:

Resultados parciais dos blocos I, II, III e IV de perguntas do questionário Resultados parciais dos demais blocos Apresentação formatada dos dados brutos Apresentação das primeiras análises da pesquisa no I Encontro do Software Público Finalização do livro e preparação da agenda de lançamento.

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ARTIGOS CIENTÍFICOS

Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Os pesquisadores do CTI escrevem sobre Software Público, especialmente, para a Edição Comemorativa de dois anos do Portal SPB. Contato: projeto-spb@cti.gov.br

Um Modelo de Referência para o Software Público Brasileiro Jarbas Lopes Cardoso Júnior, Marcos Antonio Rodrigues, Ângela Maria Alves Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, CTI

O projeto e sua gestão Pode-se perguntar qual o propósito de um projeto desse tipo. Podemos responder que é “construir e aprimorar continuamente uma rede de produção colaborativa de conhecimento para desenvolver, em ambiente público, soluções informatizadas de TI direcionadas ao desenvolvimento sustentável (social, econômico, ambiental).” Também podemos perguntar aonde queremos chegar com isso. Também podemos responder que o SPB pretende se consolidar não apenas como mais um ambiente de produção colaborativo em rede, mas ir além e ser um modelo de sucesso que possa ser replicado em outras instâncias no país e no exterior, evidenciando que o modelo foi verdadeiramente apropriado pela sociedade.

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Revista InfoBrasil / Abril 2009

O projeto “Modelo de Referência para o Software Público Brasileiro” está sendo desenvolvido de forma cooperada e compartilhada para garantir a utilização de experiências anteriores bem sucedidas dos parceiros Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI/MCT), Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI/MPOG), Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (PRODERJ), Secretaria de Política de Informática (SEPIN/MCT) e Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação (ABEP). Conta com importante financiamento da FINEP. A coordenação do projeto é feita por dois comitês: um técnico

e um de gestão. O Comitê Técnico é composto pelos líderes das diversas equipes transdisciplinares. O Comitê Gestor é composto pelos representantes das instituições parceiras e da FACTI, fundação de apoio ao CTI. Os comitês serão acompanhados por dois outros comitês, um formado por representantes dos Grupos de Interesse e outro por técnicos da agência de fomento, a FINEP.

Como chegamos até aqui O projeto Modelo de Referência para o Software Público Brasileiro tem como objetivo “aumentar a confiança em todos os níveis (legal, técnico, administrativo e de negócios) para os artefatos desenvolvidos, financiados ou geridos pelo governo, promovendo seu compartilhamento.” Esse objetivo difere consideravelmente do que foi pensado inicialmente, em meados de 2006. A mudança é decorrente da maior compreensão do que é o SPB e seu potencial para subsidiar a produção de conhecimento público a partir de redes emergentes. Essa maior compreensão vem dos constantes debates e reflexões realizados pelos os parceiros CTI, SLTI, PRODERJ, ABEP e SEPIN. Posteriormente, o debate vem sendo ampliado para os diferentes grupos de interesse, em especial as comunidades do Portal SPB. O projeto foi originalmente idealizado com escopo mais modesto, não necessariamente menos complexo. Ele começou a ser delineado na segunda metade do ano de 2006


com ênfase no desenvolvimento de modelos abertos que viessem privilegiar o compartilhamento de software pelas instituições de governo em seus diferentes níveis e poderes. Antes disso, é importante destacar como duas importantes iniciativas, surgidas em diferentes contextos, convergiram para conceber o projeto “Modelo de Referência para o SPB.” A primeira iniciativa, discutida nesta edição, é o próprio conceito do SPB, lançado no ano de 2001 pela PROCERGS, empresa TI do Governo do Estado do Rio Grande do Sul e associada da ABEP. Posteriormente, em 2002, a DATAPREV, empresa de TI da Previdência Social, liberou o programa de inventário CACIC como software público. Em 2006, ABEP e SLTI celebraram um convênio visando aplicar o conceito de sof tware público para facilitar o processo de compartilhamento de aplicativos de software entre os municípios, estados e a União.

Com a intensificação da demanda por treinamento por parte das associadas da ABEP, somada a limitação de recursos, a restrições de modelos tecnológicos e as questões políticas, estava configurado o cenário promissor para que CTI, ABEP, PRODERJ e SLTI começassem a discutir a continuidade do projeto, surgindo então a pergunta inevitável “por que não sob a luz do SPB?” Durante 2007, esses parceiros, coordenados pelo CTI, trabalharam intensivamente na elaboração de uma proposta de projeto para o SPB. Esse período altamente produtivo contribuiu para uma maior compreensão do alcance do conceito SPB. Em 2008, juntou-se aos parceiros a SEPIN/MCT visando não apenas a negociação de recursos para o desenvolvimento do projeto dentro do contexto do PACT&I como também a produção de resultados que viessem fortalecer a indústria de software do Brasil. No final de 2008 tivemos aprovado o financiamento do projeto pela FINEP. A figura abaixo mostra a linha de tempo dos eventos.

ARTIGOS CIENTÍFICOS

A segunda iniciativa começou de forma independente em 2002. Parceiros em projetos de inovação em governo eletrônico, CTI, Governo do Estado de São Paulo e Instituto FOKUS/Fraunhofer, ABEP e outros parceiros na Europa e América Latina propuseram e tiveram aprovado o projeto eGOIA (Electronic Government Innovation and Access) pela União Européia no âmbito no programa @lis, Aliança para a Sociedade da Informação. Um dos principais resultados alcançados foi, no ano de 2005, o desenvolvimento de uma arquitetura de referência orientada a serviço baseada em padrões abertos e interoperáveis. Com esse modelo foram realizadas provas de conceito em diferentes ambientes reais de operação na disponibilização de serviços ao cidadão ao

cidadão: pela PRODESP (empresa de TI do estado de São Paulo) junto ao Sistema Poupatempo, em prefeituras no Estado de São Paulo e na SLTI. Além disso, os resultados do projeto eGOIA, através da ABEP, foram disseminados para as empresas de TI dos estados. É importante destacar o fato de o projeto ter, durante o ano de 2006, treinado mais de duas centenas de profissionais em diferentes estados. Só para lembrar, os técnicos da ETICE, empresa de TI do Ceará, foram os primeiros a receber o treinamento ocorrido junto ao InfoBrasil daquele ano.

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ARTIGOS CIENTÍFICOS

Durante o período de discussão da proposta do projeto, acompanhamos diversas iniciativas nos EUA (OpenBBR, COSI) e na Europa (Qualipso), mostrando que não só estávamos no estado-da-arte quanto à preocupação em relação à qualidade dos artefatos, processos e serviços como fomos além, com o conceito de bem público associado ao software. Tanto que fomos convidados a participar da 1ª Conferência do Projeto Qualipso no início de 2008 e a inclusão do SPB no Roadmap de Tecnologias Abertas (2020 Free-Libre Open Source Software Roadmap) como experiência inovadora a ser observada e amplamente disseminada.

Relacionamentos e Confiança A construção de relacionamentos de confiança em projetos de cooperação não é uma tarefa fácil. A confiança que aqui se refere é um conceito complexo, composto pela habilidade de se aderir às normas que guiam o processo e o produto da produção, como também, compõe-se da conotação social deste termo, ou seja, uma relação entre duas pessoas, onde uma toma a decisão de confiar e a outra apresenta-se fidedigna desta confiança. Em projetos de inovação, o relacionamento de confiança começa a ser estabelecido inicialmente sob a conotação social do termo. A troca de opiniões, de entendimento sobre o problema é extremamente rica para os interlocutores. Todos saem ganhando. É algo similar à confiança que colocamos em nossos pais, professores, orientadores, médicos, amigos. Já o termo confiança com a conotação de aderência a normas e regras contratuais pode legitimar o comportamento dos signatários e trazer transparência principalmente quando se trata da aplicação de recursos públicos. Com o estabelecimento de regras contratuais muito bem definidas espera-se que as relações ocorram como um relógio, ou como um autômato. Isso pode funcionar nas relações comerciais entre empresas, no entanto, em projetos de inovação e, em especial, aqueles de desenvolvimento compartilhado há um alto custo a pagar. A diferença entre as duas conotações pode ser sentida quando alguém compra algum produto ou contrata algum serviço e quando discute qual o produto ou serviço mais adequado. No primeiro caso é preferível que o processo seja aderente às regras muito bem estabelecidas. No segundo, a análise e a decisão do que contratar estão muito mais baseadas na confiança com a conotação social com parâmetros essencialmente intangíveis.

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Os projetos de desenvolvimento cooperado e compartilhado são fortemente baseados na confiança. Natureza intrinsecamente distinta das atividades rotineiras e mesmo dos projetos convencionais. A começar de seu surgimento, o trabalho em rede de cooperação se faz necessário quando a forma de

trabalho hierárquica convencional se mostra incapaz de resolver determinados problemas. O cenário atual nos remete a uma situação de praticamente eliminar a conotação de confiança no contexto social, fundamental para o processo de inovação tecnológica. Os projetos de pesquisa e desenvolvimento são regidos pela Portaria Interministerial 127/2008 e o Acórdão 2731/2008 do TCU que impõem um conjunto de normas e regras que as fundações de apoio devem seguir rigorosamente sob pena de severas punições, inclusive aos pesquisadores. Se por um lado, o controle e a transparência no uso dos recursos públicos é benéfica, por outro lado, o estabelecimento de regras contratuais rígidas causa um aumento substancial do custo das transações entre os parceiros e contratados pelo projeto. Com um complicador adicional: aquela confiança social, tão eficaz na produção de conhecimento, geradora de valiosas contribuições para o projeto, fica seriamente comprometida.

Os riscos Um projeto de desenvolvimento inovador pelo que propõe e, sobretudo, inovador na forma de desenvolver a solução para o problema, sem dúvida alguma apresenta uma série de riscos, todos eles decorrentes do debate do modo de tratar o processo de inovação, ou seja, tratar coisas novas com as formas convencionais. Podemos citar alguns riscos, entre muitos outros: incompatibilidade da dinâmica do projeto com a cultura das entidades envolvidas (gestão, participação, agilidade, compartilhamento, comprometimento, inovação, ousadia); adoção de padrão de redes do tipo comando e controle para redes emergentes auto reguladas baseadas na confiança; desconsideração com as necessidades da demanda (formulação de ferramentas, que embora sofisticadas, tenham pouca aderência com a realidade); recursos financeiros insuficientes ou de difícil utilização; insucesso na criação e manutenção de comunidades; não atendimento às expectativas dos grupos de interesse, em especial das comunidades; desmotivação das equipes. Acreditamos que esses riscos e as restrições impostas, ainda que a duras penas, serão superados e conseguiremos não só construir o modelo de referência para o software público brasileiro, plenamente aceito e apropriado pelas comunidades, como também difundiremos a cultura de produção cooperativa e a confiança nos produtos e relacionamentos desse processo.


Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Software Público Brasileiro: muito além do compartilhamento de software O que uma rede para o desenvolvimento de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) pode contribuir para a melhoria das condições sócio-econômicas e ambientais do Brasil? Angela Maria Alves, Giancarlo Nuti Stefanuto, Paula F. Drummond de Castro, Sueli A. Varani, CTI.

O impacto das TICs na indústria e na sociedade é tão rápido e tão intenso que divide opiniões de especialistas quanto aos seus efeitos. Por um lado, são apontadas as diversas possibilidades da construção de uma sociedade mais justa e igualitária como decorrência da democratização da informação e a intensificação da organização da sociedade pela luta de seus direitos (cybercidadania, etc.). Ao mesmo tempo, a crescente interdependência entre o capital financeiro e a alta tecnologia levam à construção de uma rede de capital global, cujos movimentos e lógica própria têm levado crescentemente à concentração do capital. Reformulando então o questionamento inicial: é possível construir um novo modelo de desenvolvimento de TICs que não privilegie somente o desenvolvimento econômico, mas também priorize o desenvolvimento social e outras dimensões de interesse da sociedade como a preservação ambiental, etc.? Esta pergunta remete ao aspecto da intencionalidade presente no desenvolvimento científico-tecnológico. Estudiosos dos aspectos sociais da ciência e tecnologia têm concluído que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia1 se dá a partir de um processo de construção social, que por sua vez reflete o tecido social no qual se

insere. Assim, a cultura, os anseios, os valores, etc., de uma determinada sociedade influencia diretamente a construção de seus aparatos tecnológicos. Portanto, tecnologias que levem a maior inclusão digital, maior acesso e apropriação social de seus resultados, etc., já têm estes valores incorporados no seu próprio modelo de desenvolvimento.

Caminhos e modelos alternativos Um dos modelos de produção que vem sendo apontado como caminho possível para maior inclusão social, a partir do maior acesso ao conhecimento, é o modelo do software livre2. A experiência brasileira com a adoção do software livre como estratégia de governo desde 2002 parece sinalizar novas possibilidades para seu uso como instrumento para o desenvolvimento social. Uma destas experiências é o Projeto Software Público Brasileiro (SPB), capitaneado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), envolvendo diversas instituições parceiras (MCT, Proderj, Abep, etc.). Partindo do modelo de software livre, a SLTI estabeleceu um novo marco jurídico, que define responsabilidades para a entidade que quiser disponibilizar seu software como software público, ou seja, além de ter seu código aberto, a entidade que disponibiliza o software fica responsável pela coordenação e manutenção de uma comunidade virtual de apoio ao uso do software disponibilizado3.

ARTIGOS CIENTÍFICOS

Esta pergunta, simples em sua formulação, abre caminho para reflexões acerca dos impactos derivados da formação de redes virtuais na sociedade, proporcionada pelo desenvolvimento das TICs. Embora isto pareça uma decorrência inexorável do progresso tecnológico, há também diversos questionamentos quanto aos impactos resultantes deste desenvolvimento.

Inicialmente, o SPB tinha como motivação prover um ambiente para o compartilhamento de software pelas

1. Esta corrente de pensamento denomina-se como Construção Sóciotécnica e insere-se no campo dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia. Neste campo de estudos destacam-se os trabalhos de Michel Callon, Trevor F. Pinch, Wiebe Bijker, Renato Dagnino e Hernan Thomas. 2. Esta leitura a respeito do modelo de produção do software livre como promotor da emancipação social é mais oriunda Países em Desenvolvimento, dadas as suas características e problemas estruturais. Um exemplo desta visão pode ser encontrado em SILVEIRA, S. A. A mobilização colaborativa e a teoria da propriedade do bem intangível. São Paulo: USP, Departamento de Ciência Política, 2005. Tese (doutorado). Disponível em: <http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/TeseSA/WebHome>. Nos países desenvolvidos este modelo está mais vinculado à idéia de liberdade em relação aos modelos proprietários. 3. Para operacionalizar e instanciar o conceito de software público brasileiro foi criado um portal (www.softwarepublico.gov.br), que conta hoje com aproximadamente 40.000 cadastrados.

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ARTIGOS CIENTÍFICOS

Figura 1 – Ecossistema SPB e seu entorno Fonte: elaboração própria, inspirada no conceito de ecossistemas digitais

instituições públicas, de modo a diminuir os custos com o desenvolvimento de software pelo Governo e promover maior sinergia no uso de ferramentas de TI. Porém, com a disponibilização das primeiras ferramentas de software no portal como software livre, observou-se a rápida formação de comunidades virtuais no entorno destas ferramentas, compostas por uma forte diversidade de atores, atuando cooperativamente e compartilhando os resultados (aprimoramentos nas ferramentas de software). Com a liberação de novas ferramentas, por iniciativas próprias de empresas públicas e privadas, novas comunidades foram se formando e conformando núcleos com dinâmicas próprias de interação. Embora a adoção do modelo de produção de software livre (e respectivos valores inerentes) fizesse parte da estratégia do projeto SPB para maior democratização do conhecimento, os resultados obtidos na formação de comunidades virtuais desembocaram na formação de um sistema com dinâmica própria, com mais identidade e autonomia da indução governamental do que o inicialmente previsto. Este sistema vem crescentemente se auto-organizando, incorporando novos atores, novas parcerias e ensejando uma inteligência e padrões de comportamento sistêmicos que veio a ser denominado de ecossistema SPB.

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Ecossistema SPB A adoção da terminologia ecossistema é uma nova leitura do conceito de ecossistemas digitais, originado na Europa no final dos anos de 1990, que define uma estrutura conceitual complexa para descrever as interações entre empresas, tecnologia e conhecimento, e que é inspirada em 4 ecossistemas biológicos . Este conceito originou investimentos significativos da comunidade européia para construção de uma infraestrutura técnica e logística para a promoção do inter-relacionamento entre pequenas empresas de software européias tendo como objetivo principal a consecução de novos negócios. O contexto brasileiro caracterizado por uma indústria de software menos amadurecida que a européia, uma maior assimetria social, um nível de escolaridade média inferior, etc., demandava outro tipo de conceituação. Ademais, embora a consecução de negócios também esteja entre os objetivos do SPB, seu maior foco reside na melhoria da gestão pública e no acesso público ao conhecimento de TI, direcionados para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Assim, o ecossistema SPB assume uma configuração distinta, tendo em vista estas características da realidade brasileira. A figura 2, a seguir, ilustra o conceito de ecossistema SPB. Como se pode observar, o ecossistema é nucleado pelo conceito do software como bem público, que tem por base o modelo do software livre, mas estabelece uma nova dinâmica

4. O conceito de ecossistema digital e sua evolução a partir das ações do Projeto Framework 7 de Pesquisa (Comissão Européia) , pode ser encontrado no artigo The Digital Ecosystems Research Vision: 2010 and Beyond, disponível em:


para o papel do Estado e seu relacionamento com entidades interessadas em disponibilizar soluções e conhecimentos de software5. Além do modelo de produção do software livre, o projeto SPB considera em sua formulação outros temas que têm sido apontados como fatos portadores de futuro como a economia dos bens intangíveis, a reconfiguração do papel do Estado no desenvolvimento, modelos organizacionais em rede e propriedade intelectual de bens produzidos colaborativamente. Estes temas vêm sendo incorporados ao projeto inicial do SPB como decorrência de um processo de retroalimentação oriundo das comunidades virtuais e usuários finais participantes do projeto, bem como a rede de stakeholders que se formou e vem se ampliando desde a sua criação. A figura a seguir procura ilustrar esta rede.

Estas características que permeiam o SPB como a descentralização, auto-organização, retroalimentação, etc., que por sua vez decorrem dos valores associados à sua construção, reforçam o caráter do SPB como um sistema complexo, ou seja, as dinâmicas das interações entre seus componentes não são lineares e não são triviais. Dentro desta ótica, a ação do Estado insere-se mais como um dos componentes organizadores deste sistema do que controlador do mesmo. Isto demanda uma nova forma de abordar um projeto de desenvolvimento tecnológico. Para orientar o desenvolvimento deste ecossistema, o papel do

Novo momento do SPB O projeto SPB prepara-se agora para entrar em uma nova fase, com a preparação de novos artefatos,7 além das ferramentas de software, a serem liberados no portal SPB. Serão conhecimentos na forma de guias de qualidade de produto e processo, manuais para testes de software em ambiente virtual, diretrizes de interoperabilidade de software, etc. Esta gama de conhecimento está sendo desenvolvido pelo Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer – CTI, em conjunto com a SLTI e com o Ecossistema SPB, apoiados por recursos da Finep/MCT. A ação do CTI está distribuída por vetores (componentes do projeto) de ação no ecossistema SPB: - Arcabouço estrutural do Ecossistema SPB melhoria na visão do SPB como sistema de produção colaborativo; - Interoperabilidade dos produtos de software produzidos; - Qualidade dos produtos de software; - Qualidade do processo de desenvolvimento de software; - Qualidade da prestação de serviços; - Testes de qualidade; - Disseminação e sustentação do ecossistema; - G estão de projetos de cooperação. A participação do CTI busca ampliar a qualidade do ecossistema SPB como um todo, seja no âmbito dos artefatos produzidos, seja pela qualidade na disseminação dos conhecimentos gerados e ainda na sustentação deste sistema como uma organização virtual (rede de competências). Esta participação introduz mais um conceito junto aos demais, que é a da confiança no sistema e nas normas que guiam o processo e produto da produção. Esta participação será brevemente iniciada com o lançamento do 5CQualiBr, onde 5C significa: confiança para cooperação, comunidades, conhecimento, compartilhamento.

5. O conceito de software público diferencia-se do de software livre em algumas instâncias, destacando-se a atribuição de bem público ao software. Resumidamente, isto significa a assunção de algumas responsabilidades por parte do Governo (MPOG), que garantam ao usuário do software condições adequadas de uso e também coloca algumas atribuições à entidade que libera o software no portal: - Prover um software com documentação completa de instalação e preparado para funcionar; - Disponibilizar um ponto focal ou uma equipe que possa fazer interlocução com a sociedade e encaminhar suas demandas - A existência de um ambiente virtual que operacionalize a comunicação com o usuário (fórum, ferramentas de controle de versão, etc.) - Gestão da colaboração - além da gestão da comunidade virtual associada ao software liberado, a entidade também se compromete a realizar ações para incentivar a colaboração e gestão do conhecimento produzido (controle de versões, etc.). 6. O pensamento sistêmico e a teoria da complexidade são novos campos de estudos que buscam “... um novo modo de apreciar, e uma linguagem para descrever e entender as forças e as inter-relações que moldam o comportamento dos sistemas. O Pensamento Sistêmico ajuda-nos a entender como mudar sistemas de modo mais eficaz, e agir em melhor sintonia com os processos maiores do mundo natural e econômico” Senge, P. 1999. Dentre os autores que se destacam neste campo estão Peter Senge, Edgar Morin, Humberto Maturana, Francisco Varella e Ilya Prigogine. 7. Artefatos são os resultados obtidos pelo compartilhamento e produção colaborativa dentro do portal SPB. São também os elementos que atraem e aglutinam os atores da comunidade. Neste sentido, tem o comportamento de um atrator, que, simultaneamente, é causa e conseqüência da construção colaborativa do conhecimento. Atualmente, os artefatos do Portal SPB são os produtos de software disponibilizados. Em breve, novos tipos de artefatos como modelos, guias de qualidade, diretrizes de interoperabilidade e outros serão liberados no portal 5CQualiBr.

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Figura 2 – Stakeholders (partes interessadas) do SPB

Estado e demais parceiros, o projeto SPB tem buscado elementos na Teoria da Complexidade e em seus operadores cognitivos, dentre eles o Pensamento Sistêmico 6. Pelo exposto até aqui, podemos sintetizar as principais características do SPB em 4 conceitos (4 Cs): cooperação, comunidades, conhecimento e compartilhamento.

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Confiança e Colaboração na composição e integração dos sistemas disponibilizados

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Marcos A. Rodrigues, Adriana M. C. Figueiredo, Alberto Barbosa, Aqueo Kamada, José G. S. Júnior, Rodrigo Bonacin, Walcir Fontanini, CTI

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A área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) está passando por importantes alterações, e os principais fatores que as impulsionam são: - A crescente demanda das organizações, por maior flexibilidade para acompanhar a velocidade de mudanças provocadas pela globalização e inovação tecnológica, e dar respostas mais rápidas para a realização de novos modelos de negócios; - A grande demanda por sistemas de missão crítica de operação ininterrupta, integrados a sistemas de terceiros, que se alteram continuamente; - As novas demandas por acesso ubíquo, facilidade de uso, personalização, capacidade transacional confiável em qualquer plataforma, desde sistemas embarcados até os altamente distribuídos; - A emergência do software livre, que altera a dinâmica do mercado de TIC, e cria novos ecossistemas e novas oportunidades em razão de aumentar a competição, alinharse com normas abertas, posicionar-se como bem público e reduzir custos. Essas mudanças provocam, como consequência, uma crescente complexidade de software, e tornam-se a principal motivação para a "industrialização" do desenvolvimento de software. As técnicas empregadas no desenvolvimento de software fundamentam-se na transformação semiautomática e sistemática das abstrações do domínio do problema para a codificação em software. Nessa visão, para o desenvolvimento de software, modelos são os principais artefatos. Os desenvolvedores são sustentados por tecnologias de transformação de modelos, que a partir da abstração do domínio do problema geram modelos intermediários, até chegar à implementação em código de execução de software. Nesse contexto, a engenharia de software é conduzida por modelos, onde linguagens com abstração apropriada aos analistas de negócios facilitam a comunicação destes com os profissionais de TI. Com a elevação do nível de abstração para o contexto do problema, e o auxílio de ferramentas de transformações de modelos pode-se reduzir a complexidade. Os modelos, no nível do problema, consistem em linguagens apropriadas ao domínio de negócios e possibilitam reduzir o hiato existente entre eles e a realização em código de software. Quando a empresa precisa realizar negócios

eletronicamente com outras empresas ou com a administração pública, a complexidade aumenta em razão da necessidade de integração de sistemas de software, onde ocorre a troca de diferentes tipos de informação. Esse problema é denominado "barreira de interoperabilidade", que consiste na dificuldade da empresa em prover informação num formato inteligível aos seus parceiros. Uma forma de solucionar esse problema é realizar manualmente o mapeamento sintático da informação. Esta técnica, que faz parte da solução denominada interoperabilidade técnica ou sintática, é usada quando a informação não é muito complexa. Contudo, apresenta as seguintes desvantagens: - É necessário o conhecimento detalhado dos esquemas fonte e destino. Os novos esquemas precisam ser estudados detalhadamente antes de criar os mapeamentos, e consiste numa atividade de alto custo - O mapeamento é uma tarefa de difícil entendimento e suscetível a erros, realizada por técnicos que precisam conhecer detalhadamente os esquemas. Os técnicos, normalmente, pensam em termos semânticos e não sintáticos, quando o desejável seria que o mapeamento fosse realizado pelos especialistas de negócios. Outra maneira é realizar o mapeamento baseado na semântica. Por exemplo, conceitos como <Rua>, <Bairro>, <Cidade> podem compor um ativo semântico, e serem agrupados numa entidade semântica denominada "Endereço", a qual é associada ao conceito, bem definido, endereço. O processo de mapeamento é baseado em ontologias que são usadas para definir e ligar os ativos semânticos. A ligação com a sintaxe original é realizada de forma transparente ao usuário. Se as empresas adotarem a mesma ontologia como referência, o processo de mapeamento pode ser realizado de forma mais natural, baseado no significado dos conceitos. Essa técnica faz parte da solução denominada interoperabilidade semântica, onde os ativos semânticos e mapeamentos podem ser reusados e compartilhados. Contrapondo-se à crescente complexidade, o desenvolvimento de software cada vez mais se beneficia do trabalho colaborativo de equipes multidisciplinares, distribuídas globalmente, realizando seus trabalhos em grupos de pesquisas em universidades, institutos de pesquisas, empresas e administração pública. Associada ao trabalho colaborativo está a representação do conhecimento através dos inúmeros artefatos digitais como workflows, ontologias, modelos de dados e serviços, manuais de uso, etc. O reuso


OPORTUNIDADES Testes de Interoperabilidade. Avaliação de Interoperabilidade. Capacidade de comunidades. Desenvolvimento de Arquitetura de Referência como produto ou serviço. Desenvolvimento de Framework de Modelagem como produto ou serviço. Produtos gerados na comunidade Relatórios Técnicos Referencial Teórico (Conceitos e Estado da Técnica) Requisitos de Arquitetura Requisitos de Framework de Modelagem Proposta de Arquitetura (guia) Proposta de Framework de Modelagem (guia) Tutoriais (vídeos, slides, exemplos) Provas de conceitos Guias para soluções de Interoperabilidade

DEFINIÇÕES/GLOSSÁRIO Interoperabilidade é a habilidade de transferir e usar informação de uma maneira uniforme e eficiente, através de múltiplas organizações e sistemas de TI. Domínios de Interoperabilidade Interoperabilidade Técnica: promovida pela conexão de sistemas computacionais aderente a normas para apresentação, coleta, troca, processamento e transporte de dados. Interoperabilidade Semântica: ocorre quando existe a garantia de que os dados transportados compartilham e mesmo significado nos sistemas conectados. Interoperabilidade conduzida por modelos: Desenvolvimento de soluções de interoperabilidade com o auxílio de modelagem. Framework: é uma abstração que une códigos comuns entre vários projetos de software provendo uma funcionalidade genérica. Um framework pode atingir uma funcionalidade específica, por configuração, durante a programação de uma aplicação. (Wikipédia) Framework de Modelagem: Framework onde são utilizadas várias linguagens de modelagem Prova de Conceito (PoC do inglês Proof of Concept) é um termo utilizado para denominar um modelo prático que possa provar o conceito (teórico) estabelecido por uma pesquisa ou artigo técnico. (Wikipédia) Referencial Teórico: documento contendo os conceitos e estado da técnica de determinado assunto. Guia: documento (manual, livro, wiki) contendo instruções, ensinamentos, conselhos de diversas naturezas. Orientações quanto a utilização de padrões, ferramentas, tecnologias, metodologias, boas práticas, objetivando promover a interoperabilidade em sistemas de TI. Ontologia: é um modelo de dados que representa um conjunto de conceitos dentro de um domínio e os relacionamentos entre estes. Uma ontologia é utilizada para realizar inferência sobre os objetos do domínio. (Wikipédia) PRODERJ: Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro. ePing: A arquitetura e-PING - Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico - define um conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações técnicas que regulamentam a utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) no governo federal, estabelecendo as condições de interação com os demais Poderes e esferas de governo e com a sociedade em geral. SLTI: Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão ABEP: Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação.

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desses ativos de software e de conhecimento é de extrema importância econômica e social, por permitir o aceleramento de novas soluções e a disseminação do próprio conhecimento. O reuso, promovido por novas técnicas de colaboração, torna evidentes algumas questões como filtragem colaborativa, baseada em atributos de qualidade e de confiança. O progresso científico cada vez mais depende do compartilhamento e colaboração no uso de recursos, artefatos, dados e resultados. A colaboração e compartilhamento são promovidos por meio da conexão diversificada entre pessoas e idéias, realizada com o auxílio de plataformas de redes sociais, que descobrem e interpretam o conhecimento gerado por outras pessoas, de uma forma não prevista quando criado. Esse efeito caracteriza a inteligência coletiva da comunidade científica, aberta à sociedade em geral, promovendo o efeito rede, realizado através de "tagging", revisão, discussão, recomendação baseada no uso, filtragem coletiva e reputação. Esse modo colaborativo que também se aplica ao desenvolvimento de software é essencial para o modelo de software como bem público, devido ao seu aspecto de aproveitamento e reuso do conhecimento produzido e o baixo custo que está relacionado. Compartilhamento é a utilização ótima do recurso conhecimento, onde não é necessário manter sigilo, porque o lucro está associado ao benefício comum que pode ser alcançado. Nesse contexto, a abstração por meio de modelos e a formalização do conhecimento, permitem a construção de comunidades por meio de linguagens de modelagem compartilhadas e específicas por domínios. As plataformas e frameworks interoperáveis promovem a criação de ecossistemas digitais, onde grupos de pessoas têm a oportunidade de compartilhar uma linguagem, trabalhar colaborativamente, e compartilhar informação, serviços e componentes de software. Objetivos do Vetor Interoperabilidade no Projeto SPB Criar uma comunidade para promover a interoperabilidade para os sistemas de TI no domínio público, por meio da colaboração, capacitação, inovação e identificação de oportunidades de atuação. Principais atividades - Identificação dos interessados e parceiros (ePing, MPOG-SLTI, ABEP, PRODERJ, comunidades SPB, Universidades / Institutos de Pesquisas) para formação da comunidade de interoperabilidade. - Levantamento de Requisitos de Interoperabilidade junto aos interessados. - Desenvolvimento para geração dos produtos (relatórios, tutoriais, exemplos). - Preparação do material de disseminação. - Transferência de conhecimento para agentes de disseminação. - Definição de métricas para avaliação de resultados

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Qualidade para Desenvolvedores e Prestadores de Serviço no Software Público Brasileiro

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Clenio F. Salviano, Alessandra Zoucas e Christiane Zim Zapelini, CTI.

O Modelo de Qualidade do Software Público Brasileiro tem como objetivo gerar conhecimento, utilizando as melhores práticas nos seguintes vetores de ação: arcabouço estrutural do ecossistema do software público brasileiro, interoperabilidade dos produtos de software produzidos, qualidade dos produtos de software, qualidade do processo de desenvolvimento de software, qualidade da prestação de serviços, testes de qualidade e disseminação e sustentação do ecossistema. Um dos propósitos dos vetores de qualidade (5CQualiBR) é melhorar a qualidade na produção de soluções, contribuindo para a melhoria das empresas (especialmente pequenas e médias) e da indústria de software brasileira, promovendo uma dinâmica de construção de Conhecimentos associados à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), tendo como premissas a Cooperação e o Compartilhamento de informações e idéias utilizando a Comunidade como meio para o desenvolvimento do projeto. A sustentação dessa dinâmica é a Confiança entre os participantes e a confiança nos resultados dessa interação coletiva. Entre os vários atores que fazem o SPB, estão os desenvolvedores de software, os prestadores de serviço, os demandantes de soluções e os usuários das soluções. Dois dos vetores de qualidade são apresentados neste artigo: Qualidade para Desenvolvedores e Qualidade para Prestadores de Serviço. Como podemos contribuir para que a qualidade venha a emergir nas ações e soluções do SPB de tal forma que o SPB cause o impacto necessário na indústria de software brasileira, considerando a oferta e a demanda de soluções intensivas em software? Estes dois vetores propõem um caminho, juntamente e em harmonia com os outros vetores. Este caminho passa pela identificação e compartilhamento de melhores práticas.

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O objetivo dos dois vetores tratados neste artigo é identificar e consolidar, com a comunidade, melhores práticas para desenvolvimento de uma solução e melhores práticas para prestadores de serviço no SPB e representá-las como um ou mais modelos de capacidade de processo.

Alguns conceitos importantes Alguns conceitos mais importantes serão apresentados brevemente a seguir. A expressão melhores práticas é derivada do inglês "best practices" e denomina práticas identificadas como as melhores para orientar a realização de ações que são úteis para a maioria dos casos e existe um consenso sobre sua efetividade. Existem três categorias básicas de melhores práticas geralmente aceitas, especializadas e avançadas. Geralmente aceitas são aquelas práticas tradicionalmente estabelecidas e recomendadas por muitas organizações. Especializadas são aquelas práticas utilizadas apenas para determinados tipos de software. Avançadas são práticas inovadoras testadas e utilizadas somente por algumas organizações e conceitos ainda sendo desenvolvidos e testados em organizações de pesquisa. Dado a natureza inovadora do SPB, serão identificadas melhores práticas das três categorias. Modelos de Capacidade de Processo são repositórios de melhores práticas a serem utilizadas como referência para a melhoria ou avaliação de processos. Processos são o que as pessoas fazem para atingir um determinado objetivo. Por exemplo, o que as pessoas de uma certa comunidade fizeram para compartilhar e discutir objetivos comuns e com isto orientar a evolução de uma determinada solução é o processo. Para guiar as pessoas de modo a realizar melhor um determinado processo intensivo em software, a área de Melhoria de Processo de Software (MPS) sugere a utilização de modelos de melhores práticas como referência para o estabelecimento do processo a ser utilizado. A importância do processo para a qualidade tem sido evidenciada pela comunidade de software. Alfonso Fuggetta, por exemplo, ao concluir uma breve visão geral da história e resultados da pesquisa em processo de software reconheceu que “a utilização de processos para tratar a inerente complexidade de software ganhou força a partir dos anos 1980” e enfatizou que “a visão do desenvolvimento de software como um processo tem ajudado significativamente a identificação das diferentes dimensões do desenvolvimento de software e os problemas que devem ser tratados para estabelecer práticas efetivas.” Ainda segundo Fuggetta, “nós temos de prestar atenção na complexa interpelação de numerosos fatores organizacionais, culturais, tecnológicos e econômicos [do desenvolvimento de software].”


O que já foi feito

Cada vez que uma mudança significativa ocorre no contexto da produção de software, devemos reavaliar as melhores práticas correntes. Quais delas continuam válidas, e mais importante, quais delas continuam sendo significativas e quais são os ajustes necessários, se necessários. E mais importante ainda é a identificação de novas melhores práticas, que estão emergindo das atuações com sucesso dos diversos atores deste novo contexto. O SPB está induzindo uma mudança significativa no contexto da produção de software. Produção em um sentido mais amplo, incluindo não apenas o desenvolvimento de software, mas também a utilização, geração de conhecimento, distribuição de riquezas e demanda por soluções intensivas em software.

Alguns cuidados devem ser tomados neste caminho. Entre eles, utilizar métodos apropriados e já experimentados com sucesso para guiar o caminhar e sempre identificar fontes apropriadas de melhores práticas. Desta forma duas ações estão sendo desenvolvidas atualmente como primeira etapa para este caminhar. Uma ação é a consolidação de um método. Com base na experiência e metodologia do CTI, foi consolidado um método para identificação de um conjunto de melhores práticas e para representação deste conjunto como um modelo de capacidade de processo. A proposta deste método e orientações para sua utilização no SPB estão descritas em um relatório técnico do projeto SPB e em um artigo técnico aceito para publicação e apresentação na conferência européia de melhoria e inovação de processo de software e sistemas a ser realizada no segundo semestre deste ano. Outra ação é a identificação de fontes para a busca de melhores práticas. A principal fonte é composta pelas experiências da comunidade do SPB. Como a interdisciplinaridade é a tônica do projeto SPB, podemos identificar como complemento as experiências e modelos de melhores práticas das comunidades de software livre, das metodologias ágeis, de pensamento sistêmico, de sistemas emergentes, de trabalhadores do conhecimento, da engenharia de software, da engenharia de sistemas, dos prestadores de serviço e outros. Como fontes mais específicas podemos citar as experiências do Centro de Excelência do Software Livre da USP, as propostas de Peter Drucker para os processos do trabalhador do conhecimento, as propostas de Peter Senge - as organizações que aprendem (Learning Organization), as propostas da Wikinomics, os modelos de capacidade de processo do CMMI para desenvolvimento e para serviços (CMMI-DEV e CMMI-SVC), os modelos da ISO/IEC 15504, e a iniciativa de Melhoria de Processo de Software Brasileiro (MPS.BR), os modelos de capacidade de processo para contratantes e fornecedores de serviços (eSCM-SP e eSCM-CL), o modelo COMPETISOFT para pequenas empresas da comunidade ibero-americana. É importante ressaltar que o objetivo não é adaptar os modelos de capacidade de processo de desenvolvimento e de serviços já existentes para o SPB, mas sim desenvolver com a comunidade e a partir de experiências da comunidade (de baixo para cima, da prática para a sistematização) um ou mais modelos para a realidade do SPB, utilizando, quando apropriado, também práticas destes outros modelos e de outras comunidades, com a tecnologia e experiência do CTI e de outros em desenvolvimento de modelos para outros domínios, e respaldado pelo sucesso da utilização destes modelos para a melhoria e avaliação dos processos.

Um pouco de história Entendemos que as ações realizadas para a construção, evolução, disseminação e sustentabilidade do modelo CMM e dos modelos sucessores do CMM oferecem um caminho interessante para o SPB. As experiências e metodologias do CTI, parceiros e outros grupos na identificação e consolidação de melhores práticas de diferentes contextos em modelos de capacidade de processo, nos orientam a identificar as melhores práticas como um dos meios para o SPB. Um pouco de história é sempre importante. Por volta de 1980, a comunidade de software estava envolvida com a chamada crise de software. Outra forma de caracterizar a crise de software é pela necessidade continua de buscar condições para emergir a qualidade na produção de software. Conforme mencionado por outros autores, “enquanto Fred Brooks nos avisava que não haveria uma única solução 'bala de prata' (silver bullet) para as dificuldades essenciais do desenvolvimento de software, Watts Humphrey e outros no Software Engineering Institute (SEI) estavam ocupados colocando idéias que viriam a ser o modelo CMM.” A partir de uma análise das poucas organizações de software que funcionavam bem, segundo o paradigma de produção de software da época, um conjunto de melhores práticas emergiu e foi organizado no modelo CMM em níveis crescentes de maturidade. A Norma ISO/IEC 15504 consolidou, a partir de um consenso da comunidade da área, os principais conceitos para modelos de capacidade de processo. Em outra experiência realizada no final dos anos 90, para o contexto de produção de software em empresas da Internet, emergiram melhores práticas que foram organizadas em níveis crescentes de cooperação. Para o SPB, já percebemos que esta sequência em níveis crescentes de cooperação, acrescida das dimensões de compartilhamento, conhecimento, comunidade e confiança (os “5 Cs”) e integrada com o conceito de maturidade organizará de forma mais eficiente as melhores práticas do SPB.

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SPB muda o contexto

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Teste de Software no Desenvolvimento Colaborativo

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Adalberto Nobiato Crespo, Mario Jino, Miguel Argollo, Paulo Bueno, CTI.

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1. Qual é a Importância do teste de Software ?

2. Uma Estrutura Tecnológica de Teste para o Software Púbico Brasileiro

Sistemas computacionais têm hoje um papel fundamental, afetando de forma significativa os vários segmentos na sociedade, tais como os setores de energia, transporte, financeiro, comércio, telefonia, educação, só para citar alguns. O funcionamento inadequado desses sistemas tem potencial de gerar grandes prejuízos operacionais; financeiros; ou de segurança; portanto, é natural que as exigências de qualidade e confiabilidade desses sistemas sejam cada vez maiores. Para que se atinjam altos níveis de qualidade nos produtos de software, é fundamental o aprimoramento dos processos de engenharia e de gestão no desenvolvimento do software. Além de uma maior qualidade dos produtos de software, almeja-se que os projetos sejam bem sucedidos, com menores custos e respeitando os limites de prazo. Neste contexto, é de suma importância a adoção de boas práticas de teste de software, por parte das organizações desenvolvedoras de software. O teste consiste em executar o software de uma forma controlada com o objetivo de avaliar se o software se comporta conforme especificado. Trata-se, portanto, de uma atividade fundamental para avaliar se o software produzido atende aos requisitos levantados com os usuários. A realização de um teste sistemático e cuidadoso permite identificar os defeitos porventura existentes, que provocam falhas do software; além disso, esta atividade fornece evidências da confiabilidade do software (ou da falta dela). O teste é uma das atividades de verificação e validação e não exclui a utilização de outras atividades, como a realização de inspeções nos artefatos produzidos ao longo do processo de software. O teste de software não é uma atividade tecnicamente fácil nem barata. A atividade de teste representa um percentual significativo do custo total de desenvolvimento do software. Estudos mostram que, dependendo do tipo do software e do processo de desenvolvimento usado, o custo normalmente representa entre 30% e 40% do custo total do projeto. A adoção de um processo bem estabelecido para realizar as diversas atividades do teste contribui positivamente para a realização de um teste efetivo. Um processo de teste de software é um conjunto de passos parcialmente ordenados constituídos por atividades, métodos e práticas, usadas para se testar um produto de software. O Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - CTI

tem a responsabilidade de construir e disponibilizar no Portal do SPB uma estrutura tecnológica de teste de software. A construção desta estrutura tecnológica de teste se dará junto com as comunidades no sentido de adotar as melhores práticas de teste que de fato atendam as necessidades das comunidades do portal. Esta estrutura tecnológica de teste de software estará disponível para o uso de todas as comunidades e sua utilização tem como finalidade aprimorar a qualidade dos produtos de software disponíveis no Portal do SPB. A estrutura tecnológica deverá ter como característica a possibilidade de atender aos diferentes tipos de usuários do Portal do SPB que estejam interessados em aplicar testes nos produtos de software nas seguintes situações: a) Ao longo do desenvolvimento do software Incluem-se nesta situação os desenvolvedores de produtos de software que têm interesse em implantar um processo de teste de software. Incluem-se também nesta categoria os desenvolvedores que, porventura, já possuam um processo de teste dos seus produtos, mas que desejam aprimorar o seu processo de teste. Nestes casos, o processo de teste definido ou aprimorado a partir da estrutura tecnológica de teste poderá ser utilizado ao longo do desenvolvimento dos produtos de software, sendo eles desenvolvidos para serem ou não disponibilizados no Portal do SPB. b) Na homologação inicial de um software para o Portal do SPB. Incluem-se nesta situação os usuários que desejam disponibilizar um produto de software no Portal do SPB. Nestes casos, não se tem a preocupação em implantar um processo de teste de software. O interesse desse tipo de usuário é a utilização dos elementos da estrutura tecnológica de teste para a homologação do software e a disponibilização no Portal do SPB, com as evidências de algum nível de qualidade. c) Na liberação de novas versões de software previamente homologadas no Portal do SPB. Incluem-se nesta situação os usuários que desejam homologar algum software do Portal do SPB que tenha passado por um processo de modificações/correções, caracterizando uma nova versão do software. Visando atender aos diferentes usuários do Portal do SPB interessados em aplicar testes de software nas situações acima descritas, a estrutura tecnológica de teste deverá ser suficientemente abrangente no sentido de atender aos diferentes tipos de usuários de teste de software, anteriormente descritos e ser composta dos seguintes documentos: - Visão Geral da Estrutura Tecnológica de Teste: Trata-se de um texto introdutório contendo uma visão geral da estrutura tecnológica de teste de software.


3. Perspectivas Esta iniciativa pretende oferecer uma infraestrutura de teste de software formada por conteúdos reconhecidos como eficazes pelos praticantes de teste, e que reflitam os últimos avanços em padrões para o teste de software. Ao mesmo tempo, é fundamental que este conteúdo seja apresentado de modo a facilitar a adoção das práticas de teste pelos diversos interessados, representados no diferentes tipos de usuários descritos anteriormente. O compartilhamento de artefatos e de conhecimentos de software, inerente ao modelo SPB, oferece ainda a grande oportunidade de alavancar esforços colaborativos para o teste de produtos de software. Nestes casos, desenvolvedores e usuários dos produtos podem atuar conjuntamente para efetuar o planejamento; o projeto; a execução de testes, encontrando e resolvendo as deficiências do software, e ainda, coletando e publicando as informações que evidenciem a realização do teste. A infraestrutura de teste vislumbrada tem o potencial de trazer benefícios de diferentes naturezas, por exemplo: 1) desenvolvedores de software poderão realizar um teste mais eficaz, diminuindo a incidência de falhas do software em uso e dos seus consequentes danos; 2) desenvolvedores e testadores poderão oferecer serviços de teste, permitindo o aprimoramento dos produtos, mesmo quando os responsáveis por eles não realizarem o teste; 3) organizações que utilizam o software do SPB poderão aumentar a sua confiança na qualidade das soluções disponíveis no portal por meio da análise de evidências fornecidas sobre o teste dos produtos.

Estratégia para promover e sustentar uma dinâmica de construção de conhecimentos para o Software Público Brasileiro Marcius Fabius H. de Carvalho, Pérsio Penteado Pinto Martins, Ralph Santos da Silva, Márcia Reiff Castellani, CTI

O Portal do Software Público Brasileiro (SPB) é um ambiente virtual constituído por redes sociais interessadas em evolução tecnológica, uso eficiente de recursos em software, geração de negócios e troca de conhecimentos. Isso implica que o SPB deve garantir o atendimento dos interesses de seus participantes para ser sustentável em longo prazo. Para isso, talvez seja necessário instituir e sustentar uma dinâmica de aprendizagem coletiva, ou seja, nessa linha de raciocínio, o SPB deve ser capaz de construir espontaneamente conhecimentos e oportunidades por meio de interações coletivas, armazenar estes conhecimentos e disseminá-los para o coletivo. Diante disso emergiu uma estratégia e um projeto denominado 5CQualiBR.

O “5CQualiBR” O 5CQualiBR é um projeto que tem como objetivo geral aumentar a Qualidade dos softwares disponíveis no portal do Software Público Brasileiro (SPB) e fortalecer a qualidade dos relacionamentos entre os participantes deste portal. Através de uma ótica mais ambiciosa é possível afirmar que seu propósito poderá, em última análise, aumentar a qualidade da indústria de software Brasileira. Em termos práticos, busca-se por meio do 5CQualiBR promover uma dinâmica de construção de conhecimentos associáveis à qualidade dos softwares disponíveis no SPB. As premissas para esta construção dinâmica de conhecimentos são a Cooperação e o Compartilhamento de informações e idéias. O meio ambiente para a cooperação e o compartilhamento é a Comunidade e, por fim, o “mastro” de sustentação desta dinâmica é a Confiança entre os participantes e a confiança nos resultados desta interação coletiva. O 5CQualiBR será instrumentalizado por meio de um site que hospedará comunidades interessadas em participar da construção de conhecimentos, sobretudo, no sentido de contribuir com o SPB. Cada comunidade neste site irá dedicarse a temas esp ecíficos do conhecimento que

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- Conceitos Básicos e Motivação sobre Teste de Software: Trata-se de um documento contendo os principais conceitos sobre teste de software. Além disso, deverá conter um texto de caráter motivacional sobre as razões que levam um software a ter defeitos e as implicações quando se faz uso de um software não testado. - Modelo Genérico de Processo de Teste de Software: Esse documento descreve o modelo genérico de processo de teste de software. - Guia para Planejar o Teste de Software: Trata-se de um guia para orientar os usuários no planejamento do teste de software. - Guia para Projetar o Teste de Software: Trata-se de um guia para orientar os usuários no projeto do teste de software. - Guia para Executar o Teste de Software: Trata-se de um guia para orientar os usuários na execução do teste de software e registro dos resultados do teste. - Guia para Gerenciar o Processo de Teste de Software: Trata-se de um guia para orientar os usuários na gerência do processo de teste de software. - Funcionalidades no PSBP: São relatórios das funcionalidades que deverão ser implementadas no Portal do Software Público Brasileiro. Essas funcionalidades permitirão aos usuários utilizar o portal, para terem acesso às páginas destinadas à estrutura tecnológica de teste de software do SPB.

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Estágio 2 inicialmente serão: Interoperabilidade de software; Teste de Software, Qualidade dos produtos de software, Qualidade do processo de desenvolvimento de software, Qualidade de prestação de serviço; Sistema de gestão da produção colaborativa no SPB; Disseminação e sustentabilidade do SPB.

Portal do SPB Comunidades

Link do 5CQualiBR Softwares Conhecimentos em TI

Disseminação do 5CQualiBR

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As atividades de disseminação do 5CQualiBR têm por objetivo apoiar duas etapas básicas para construir e disponibilizar conhecimentos de forma colaborativa que são: atrair um público heterogêneo de colaboradores e divulgar os conhecimentos gerados pela interação coletiva. As necessidades identificadas para a primeira etapa são: - Obter informações sobre o entendimento prévio do propósito do projeto por parte dos envolvidos, sobretudo das comunidades do portal do SPB; - Criar ambiente virtual adequado para a formação de comunidades para discussão de temas e desenvolvimento de conhecimentos sobre software público; - Desenvolver material de divulgação do ambiente de discussão e construção do conhecimento; - Divulgar a relevância das discussões e a importância das contribuições. As necessidades identificadas para a segunda etapa são: - Desenvolver material de divulgação dos resultados (conhecimentos); - Divulgar os conhecimentos (resultados das discussões); - Criar mecanismos capazes de transferir as discussões e os conhecimentos para dentro do portal de forma espontânea e sustentável. A figura 1 ilustra a evolução desejada, no sentido de um sistema induzido de construção de conhecimentos de forma colaborativa, entre as comunidades do SPB e as comunidades do 5CQualiBR para um sistema espontâneo e sustentável com o mesmo propósito. Em um primeiro estágio serão envidados esforços em comunicação, tanto no sentido de estimular a participação dos membros das comunidades do SPB nas discussões das comunidades do 5CQualiBR, quanto no sentido de divulgar os resultados parciais destas discussões. Em uma segunda etapa espera-se que as consultas aos conhecimentos disponíveis, assim como as participações em novas discussões, passem a ser dinâmicas e espontâneas por parte dos membros das comunidades do SPB.

A propagação dos conhecimentos gerados no ambiente 5CQualiBR, bem como a chamada para novas contribuições serão feitas através de um mecanismo de comunicação denominado “Alô Comunidade.” Este mecanismo foi idealizado para viabilizar a aprendizagem e por sua vez, a sustentabilidade da rede.

Alô Comunidade... Alguém aqui sabe o que é Sustentabilidade? Entende-se que a sustentabilidade, no contexto de rede colaborativa, ocorre diante da capacidade da rede aprender dinamicamente com o ambiente e implementar os conhecimentos adquiridos em benefício do coletivo, aliada a capacidade de promover um clima democrático e justo. O ambiente criado pela existência do portal SPB é complexo, pois compõe-se de uma numerosa e heterogênea população de membros organizados em comunidades com interesses distintos em diferentes momentos. Os membros podem ser entidades públicas e privadas assim como indivíduos. Já os interesses podem variar no transcorrer do tempo. Em linhas gerais, há aqueles interessados em desenvolver ou aprimorar as soluções, aqueles que pretendem empregar as soluções disponíveis e os que desejam prestar serviços de customização de softwares ou treinamento. Diante da evidente complexidade do ambiente do SPB e do projeto 5CQualiBR, podemos concluir que esta rede, para ser sustentável, deve ser capaz de coletar opiniões, notícias, dúvidas e reclamações de seus membros. Deve ainda ligar os interessados na informação captada, possibilitar que as idéias e informações circulem entre estes interessados, armazenar os conhecimentos produzidos por esta interação coletiva e, por fim, em posse dos novos conhecimentos, implementar continuamente mudanças no ambiente comum visando o benefício coletivo.

Estágio 1 Site 5CQualiBR

Portal do SPB Comunidades de Softwares

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Atrair Contribuições

Comunidades de conhecimentos em TI

Divulgar Resultados Softwares

Conhecimentos em TI

Alô Comunidade... Precisamos garantir a Aprendizagem para garantir nossa Sustentabilidade! Como resposta à necessidade de sustentabilidade do ambiente SPB surgiu a idéia denominada “Alô Comunidade.” Trata-se da criação de um canal de comunicação e instrumento de apoio à gestão da informação. Sendo assim,


o Alô Comunidade tem duas funcionalidades. Uma delas é garantir aos indivíduos a livre expressão de suas opiniões, dúvidas, reclamações, sugestões e notícias. A outra funcionalidade é permitir a gestão das informações pelo coletivo. Neste caso, a gestão das informações pode evoluir nos seguintes sentidos: - Direcionamento adequado das informações; · Publicação de notícias em área coletiva; · Resposta às dúvidas de natureza coletiva; · Emissão de parecer sobre situações conflitantes; · Implantação de sugestões; · Regulamentação de conduta no ambiente coletivo; · Promoção da ética; · Preservação do bom ambiente coletivo.

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Alô Comunidade

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Alô Comunidade

Alô Comunidade

Alô Comunidade

Figura 3 – Destinos para divulgar as informações por meio do Alô Comunidade. Alô Comunidade

Sugestões Dúvidas

Informações

Reclamações

Órgão Gestor

Sobre o Portal

Sobre uma comunidade

Sobre o Portal ou Comunidades

Publicação Notícias

Órgão Gestor

Fórum de Discussão

Câmara de Arbitragem

Implantar Sugestão Responder Dúvidas

Líder Comunidade

Emitir Parecer

Implantar Sugestão Responder Dúvidas

Órgão Gestor

A figura 2 ilustra uma sugestão de fluxo para classificação, gestão e distribuição das informações em ambiente coletivo.

Regulamentações

Sanções

A idéia do nome “Alô Comunidade” surgiu da intenção de criar algo que chamasse a atenção dos participantes para uma informação de alta relevância coletiva e também da necessidade de propagar esta informação pelo ambiente da rede. O ícone criado para representar o Alô Comunidade foi o de um alto falante. Esta imagem representa a necessidade de propagar informações relevantes para todos os participantes do ambiente c o m u n i t á r i o. Co s t u m e i ramente, os alto-falantes são usados em ambientes amplos, povoados por sub-grupos distintos mas com interesses comuns. A idéia do Alô Comunidade antes de se tornar parte do portal do SPB deverá receber contribuições do coletivo e passar por avaliações de funcionamento em ambiente experimental. Participe desta idéia...Aguarde a construção do 5CQualiBR, o site Cooperativo para Compartilhar Conhecimentos e criar tecnologia Confiável. Alô Comunidade...Aguarde por mais essa Novidade!

ARTIGOS CIENTÍFICOS

Os quesitos de gestão anteriormente apresentados podem identificar a necessidade de um órgão gestor e de um conselho de arbitragem. O órgão gestor poderia ser composto por indivíduos eleitos pelo coletivo com o propósito de gerenciar as informações, assim como, garantir a execução dos padrões estabelecidos pelo segundo. O segundo, o conselho de arbitragem, poderia ser composto por representantes das comunidades e assumir a responsabilidade de avaliar conflitos gerados no ambiente comum, assim como emitir parecer ao órgão gestor. Evidentemente a avaliação promovida pelo conselho

deverá ser feita através da ótica do bem coletivo e suas decisões deverão ser tomadas por meio de votação. A figura 3 ilustra a estrutura atual do portal do SPB e propõe destinos para o Alô Comunidade divulgar as informações coletivas captadas e gerenciadas pela rede.

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Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Qualidade do produto de software em desenvolvimento colaborativo

ARTIGOS CIENTÍFICOS

Regina M. T. Colombo, Marcia F. Pimenta, Maria Antonia M. Barbosa, CTI

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Este artigo trata da questão da qualidade nos produtos de software e introduz os principais conceitos encontrados na literatura e aplicados em projetos nacionais e internacionais relacionados à qualidade do produto de software, e que possam ser adotados pelas comunidades envolvidas com o Software Público Brasileiro (SPB). Quando se fala em qualidade de produto de software é importante ressaltar as seguintes questões: 1- O que é um produto de software confiável? 2- O que é qualidade de produto de software livre? 3- O que é um modelo de qualidade para o produto de software? 4 - Po rq u e ava l i a r o s p ro d u to s intermediários e o produto final? 5- Quem se beneficia com uma avaliação de produto de software? 6- O que é qualidade de produto de software como SPB? Um dos principais aspectos que contribuem para a adoção/rejeição de um produto de software é a confiança. Isso é válido para qualquer produto de software, e é especialmente verdadeiro para produtos de software livre, que é uma das características do SPB. A qualidade em software livre é frequentemente percebida com mais dificuldade do que em produtos de código fechado. Somente agora o governo, a indústria e o mercado começaram a investigar o potencial do software livre. Essas organizações estão interessadas em como avaliar a qualidade de produtos para escolha daqueles que são mais adequados para seus objetivos e necessidades. Perspectivas e aspectos da qualidade que propicia confiança no produto de software: - Confiança é uma propriedade que se relaciona ao produto de software; - Um produto de software tem um conjunto de qualidades que atendem às necessidades do usuário; - A confiança de um produto depende

da percepção que os usuários têm da qualidade de produto; - A percepção de qualidade pelo usuário depende também de como o produto é utilizado. É importante esclarecer estas questões partindo de definições já consolidadas pela comunidade de engenharia de software por meio de normas técnicas. Dentro deste contexto, a International Organization Standardization - ISO e a International Electrotechnical Comission - IEC, que são organismos normalizadores com importância internacional reconhecida no setor de software, se uniram para editar normas internacionais conjuntas. De acordo com a NBR ISO/IEC 25000, qualidade de software é a capacidade do produto de software satisfazer as necessidades explícitas e implícitas quando utilizado sob condições específicas. As necessidades implícitas são as que podem não ter sido explicitadas, mas são necessidades reais. Algumas necessidades implícitas somente tornam-se evidentes quando o produto de software é utilizado em condições específicas. As necessidades explícitas são aquelas definidas no requisito proposto. Esses requisitos devem definir as condições em que o produto será utilizado e especificar seus objetivos, funções e desempenho esperado. Identificando as necessidades do usuário o passo seguinte é a especificação dos requisitos de qualidade, que serão desdobrados de um arcabouço do modelo de qualidade para o produto de software. Um modelo de qualidade para software livre deve ser padronizado e público. Pa d ro n i z a d o p a ra p e r m i t i r u m entendimento comum para esp ecific ação de requisitos de qualidade e para análise dos resultados das avaliações. Público para promover confiança no processo de avaliação e também ser flexível para mudanças

futuras. Num modelo público, a verificação se este está correto é simples, pois os usuários podem vê-lo, analisá-lo e comentá-lo e assim melhorar o próprio modelo de qualidade. Um modelo de qualidade de software tem o objetivo de ajudar gerentes de Tecnologia da Informação (TI) a especificar e avaliar qual produto de software seria mais adequado às suas necessidades. O modelo de qualidade permite especificar e determinar a maturidade de um produto de software, analisar o conjunto de características do produto com os requisitos de negócios da organização, comparar produtos com alternativas comerciais. Um modelo de qualidade para software livre pode ter como base atributos de qualidade de produto de software, quase como a NBR ISO/IEC 9126-1, a NBR ISO/IEC 25000 e outros modelos de qualidade. O modelo a ser desenvolvido e consolidado pela comunidade de qualidade do produto SPB poderá ter como base atributos de qualidade carac terizados em grupos bem definidos como: · Descrição do produto – comunidade de desenvolvimento, licenças, padrões utilizados, entre outros; · Qualidade do produto –funcionalidade, usabilidade, interoperabilidade, entre outros; · Qualidade em uso – eficácia, produtividade, entre outros; · Documentação para usuário – clareza, completude, consistência, entre outros; · Treinamento – em sala de aula, na web, entre outros; · Suporte – é pago pela comunidade desenvolvedora. O modelo de qualidade no contexto de avaliação de produtos de software intermediários é útil para: - decidir quanto à integração de um produto intermediário de um terceiro; - prever ou estimar a qualidade do produto final.


O SOFTWARE PÚBLICO É... Otimização de recursos

Augusto Gadelha Secretário de Política de Informática do MCT

A Secretaria de Política de Informática (SEPIN) entende que o projeto “Software Público BrasileiroSPB” representa uma oportunidade para otimizar o uso de recursos públicos na área de software e serviços de TI, bem como estabelecer uma metodologia de melhores práticas no âmbito de comunidades de desenvolvimento de software.

O projeto pretende mapear a dinâmica do software desenvolvido em redes colaborativas, consolidar as melhores práticas deste ambiente e prover instrumentos para avaliação e teste de seus resultados. Além disso, terá como meta estabelecer novos modelos de negócios para indústria nacional de software e serviços de TI, especialmente na interação com o Governo, por meio de debates com a comunidade desenvolvedora. A iniciativa propiciará a criação de um ambiente que permita mais eficiência no uso de recursos de TI pelo Governo, bem como mais oportunidades de negócio para as empresas brasileiras de software e serviços de TI.

PONTOS DE VISTA

O modelo de qualidade no contexto de avaliação da qualidade do produto final é útil para: - assegurar que o produto forneça a qualidade requerida (atenda às necessidades dos usuários); - decidir quanto à aceitação do produto; - decidir quando liberar o produto; - analisar os efeitos positivos e negativos da utilização de um produto; - decidir quando aprimorar ou substituir o produto. A avaliação de um produto de software pode ser realizada pelos: · Adquirentes (responsável dentro da organização pela escolha do produto de software) – para garantia de atendimento de suas necessidades; · Usuários – para verificação da adequação do produto. Usuários podem também compartilhar suas avaliações com outros potenciais usuários, dando continuidade ao círculo virtuoso da construção de um modelo aberto; · Desenvolvedores – para lançamento do produto, aprimoramento do produto, diminuição dos esforços e prazos com a manutenção do software; · Instituições em geral e governo – para aquisições de software, financiamentos de projetos, premiações de produtos de sof tware, qualificações de software, etc. O maior desafio para o SPB é o desenvolvimento de um modelo de referência da qualidade do produto, o qual poderá ter como base as questões explicitadas para software livre e de outras abordagens. Esse modelo deverá prover uma metodologia sistemática para especificação e avaliação de produtos SPB. O modelo de referência da qualidade do produto SPB tem como um dos objetivos auxiliar os órgãos do governo. Os órgãos do governo podem atuar nos seguintes papéis: · Como cliente – por exemplo, em licitações para aquisição de software sob encomenda; · Como usuário – por exemplo, no uso de sistemas específicos para governo: SIAF (Financeiro), SIAPE (Recursos humanos), SIDEC (Compras), SICAF (Fornecedores), SICONV (Repasse de verbas); · Como fornecedor – por exemplo, programa de declaração de Imposto de Renda; · Como fornecedor de serviço – por exemplo, programa para envio pela internet da Declaração de Imposto de Renda (Receitanet). Alinhado com o propósito do SPB, esse modelo de referência da qualidade de produto de software será desenvolvida de forma colaborativa e compartilhada entre os atores envolvidos. O desafio que as organizações usuárias podem encontrar ao considerar produtos SPB, é que estes diferem de seus semelhantes comerciais, portanto, o modelo de referência para qualidade do produto SPB auxiliará na escolha do produto que atenda as necessidades da organização.

É com satisfação que o MCT apóia e financia o projeto Software Público Brasileiro, acreditando que essa iniciativa estimulará a Indústria de Software no Brasil, mediante a sistematização dos processos em redes colaborativas de desenvolvimento de software.

Reconhecimento "O apoio da Comunidade Ginga no Portal do Software Público foi e ainda é essencial para que NCL e Ginga-NCL, únicas inovações nacionais do Sistema Brasileiro de TV Digital, não sejam só reconhecidas internacionalmente como a melhor tecnologia, mas também se tornem padrão de fato que beneficie toda a população brasileira."

Luiz Fernando G. Soares Secretário de Política de Informática do MCT

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Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Software Público além das fronteiras Campanha de internacionalização deve verter programas para o espanhol e inglês estimulando participação de latino-americanos

INTERNACIONALIZAÇÃO

Algumas soluções disponibilizadas no Portal do Software Público Brasileiro (SPB) devem ganhar, a partir deste ano, tradução para o espanhol e inglês e uma página especial nos dois idiomas para aumentar a colaboração internacional, principalmente entre os desenvolvedores e usuários brasileiros e de outros países da América Latina. A iniciativa faz parte da campanha Software Público Internacional, da Rede Colaborativa de Software Livre América Latina e Caribe - RCSLA e conta com a participação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, da Universidade Federal de Minas Gerais e do Ministério do Planejamento. Apesar do sucesso da iniciativa nacional, o uso das ferramentas disponibilizadas no Portal SPB por pessoas de fora do Brasil ainda é pequeno. Dos mais de 40 mil usuários cadastrados no Portal, 147 são de Portugal, constituindo o maior grupo de usuários não brasileiros. A tradução dos softwares para o espanhol e para o inglês vai facilitar o acesso de pessoas da América Latina à rede. "A idéia é replicar a iniciativa brasileira para os outros países, reduzir as barreiras idiomáticas que existem e ampliar os benefícios para outros lugares", afirma Nazaré Bretas, diretora de integração de sistemas de informação da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento. A primeira etapa da campanha de internacionalização prevê a realização de uma ampla consulta na América Latina e Caribe (ALC), no intuito de verificar quais das soluções brasileiras disponíveis no Portal do Software Público Brasileiro têm mais demanda em toda região, e realizar a internacionalização propriamente dita. A pesquisa, lançada em fevereiro em Cuba [foto abaixo], vai aferir, por votação na internet, as soluções com maior quantidade de interessados. Os dois softwares mais votados serão traduzidos para o espanhol e o inglês e terão suas comunidades hospedadas no Portal do Software Público Internacional (SPI), a ser inaugurado no I Encontro Nacional do Software Público, no mês de outubro, na cidade de Brasília. Adicionalmente, o Portal SPI oferecerá estrutura para

hospedagem de soluções que queiram aderir ao modelo e serem internacionalizadas. "O objetivo da enquete é criar uma hierarquização das soluções brasileiras. Isso não significa que as outras não podem passar pelo mesmo processo", afirma Nazaré. Para Raúl Zambrano, Conselheiro Sênior em e-Governança Equipe de Governança Democrática do Birô de Políticas para o Desenvolvimento - PNUD/NY, a iniciativa, além de reforçar a experiência brasileira e dar uma visibilidade internacional para as soluções desenvolvidas no Brasil, busca criar as bases de uma ampla comunidade de intercâmbio de soluções de software público no subcontinente. Na análise do Conselheiro, o governo brasileiro e o PNUD, ao disponibilizarem as soluções do SPB e submeterem as mesmas a um processo de seleção e avaliação pelos potenciais usuários na ALC, abrem um diálogo que procura atrair para um fórum comum, o Portal do SPI, as instituições públicas e privadas interessadas nessa área. O grande diferencial do Portal será sua plataforma para compartilhamento de conhecimentos sobre software público que, a exemplo do original brasileiro, servirá como um espaço unificado para a troca coletiva de experiências. Em conjunção com o apoio e o aval institucional de organizações renomadas dentro e fora de seus países, o Portal, propicia um ambiente favorável ao estabelecimento de novas parcerias e ao crescimento da RCSLA. Após esta primeira etapa, a intenção é: ampliar a internacionalização, tanto no número de softwares disponíveis entre países (do Brasil para fora e das demais nações para os usuários brasileiros), quanto na quantidade de locais abrangidos por esta rede; auxiliar diferentes nações na adoção de soluções públicas; e, realizar estudos que possibilitem evidenciar, tanto quantitativa quanto qualitativamente, as vantagens e benefícios da adoção de soluções públicas por instituições de direito público ou privado. De acordo com Raúl Zambrano, o projeto já tem disponível, para sua realização, US$ 250 mil vindos do PNUD e US$ 50 mil do Ministério do Planejamento e países como Costa Rica, Uruguai, Paraguai, Cuba, Trinidad & Tobago, Honduras, Equador e Argentina demonstraram a intenção em conhecer com mais profundidade a experiência brasileira.

Boris Moreno, vice-ministro de TIC de Cuba elogiou a iniciativa do Software Público

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1 - Hector Rodriguez, decano de Software Livre da Universidade de Ciências Informáticas (UCA) de Cuba; 2 - Márcio L Bunte de Carvalho, professor da UFMG e representante de célula UFMG da RCSLA; 3 - Boris Moreno, viceministro de tecnologia da informação e comunicação de Cuba; 4 - Corinto Meffe, Gerente de Inovações Tecnológicas da SLTI; 5 - Fausto Alvim, oficial de programa do PNUD; 6 - Francisco Hartmann Soler, Diretor de Estratégias da Oficina para la Informatización de cuba; 7 - Miriam Valdés Abreu, Diretora de Análise da Oficina para la Informatización de Cuba


Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Peru adota padrão nipo-brasileiro de TV Digital Segundo o ministro, Enrique Cornejo, um dos fatores determinantes para a escolha desse padrão, foi a possibilidade de transmissão móvel e gratuita

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática estiveram no Chile, acompanhando o ministro das Comunic ações, Hélio Costa, para debater possibilidades de cooperação em TV digital.

Alan Garcia e Hélio Costa, presidente do Peru e o ministro das Comunicações do Brasil, tratam das qualidades e vantagens do modelo de TV Digital ISDB-T

O governo peruano anunciou, em abril, a adoção do padrão nipo-brasileiro de TV Digital a partir de 2011. Com essa decisão, aproximadamente seis milhões de televisores do país serão adaptados para receber o sinal digital. De acordo com o ministro dos Transpor tes e Comunicações do Peru, Enrique Cornejo, um dos fatores determinantes para a escolha do padrão nipo-brasileiro foi a possibilidade de transmissão móvel e gratuita. Cornejo disse ainda estar empenhado para que a implementação do sistema de televisão digital ocorra o mais rápido possível no país. Em março, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, esteve reunido com o presidente do Peru, Alan Garcia, e ministros de Estado para tratar das qualidades e vantagens do modelo de TV Digital ISDB-T adotado pelo Brasil. Na oportunidade, Hélio Costa salientou que o sistema adotado no Brasil tem diversas vantagens sobre os concorrentes, além de ter sido desenvolvido com tecnologias e ferramentas próprias e em código aberto. “Não há royalties a serem pagos pelo sistema de TV Digital adotado pelo Brasil. Além disso, o nosso modelo é o único com garantia de um Estado nacional,” afirmou. Chile e Argentina também podem vir a aderir ao sistema nipo-brasileiro. Nos dias 29 e 30 de abril, deputados da

Segundo o presidente da comissão, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), a viagem faz parte do esforço do Brasil para que os países da América Latina adotem o Sistema Brasileiro de Televisão Digital. "O governo acerta quando acompanha de perto a implantação do sistema de TV digital no Peru e no Chile. É uma consolidação de mercado que gera emprego no nosso país e precisa ser fomentada por meio de transferência de tecnologia, de financiamento e de conhecimento político do ritmo de implantação dessas tecnologias", disse.

INTERNACIONALIZAÇÃO

No Chile, a decisão por outro sistema já estava tomada há mais de um ano pelo primeiro escalão do governo. Os técnicos e as emissoras, no entanto estão dando preferência ao padrão brasileiro, o que está postergando a decisão do país, dando chance ao Brasil de negociar o seu sistema.

O governo brasileiro também negocia com a Argentina adoção do sistema. A expectativa é a de que o país vizinho anuncie sua decisão após as eleições que ocorrerão no fim de junho. O padrão nipo-brasileiro utiliza a tecnologia ISDB-T (Integrated Systems Digital Broadcasting Terrestrial), adaptada ao SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital).

O sistema adotado no Brasil tem diversas vantagens sobre os concorrentes, além de ter sido desenvolvido com tecnologias e ferramentas próprias e em código aberto.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Daniel Faustino Lacerda de Souza (UFPB), Vítor Márcio Paiva de Sousa Baptista (UFPB), Corinto Meffe (SLTI/MPOG), Marcelo Moreno (PUC-Rio), Rafael Savignon Marinho (PUC-Rio), Romualdo Monteiro Resende Costa (PUC-Rio) e Raoni Kulesza (UFPB)

Ginga é aprovado como padrão internacional O Ginga, desenvolvido no Brasil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), é o software intermediário (middleware), que faz a ponte entre o sistema operacional do receptor de TV e as suas aplicações, permitindo o desenvolvimento de aplicações interativas para a TV Digital, independente da plataforma de hardware dos fabricantes de terminais de acesso, estes mais conhecidos como set-top boxes. Em outras palavras, o Ginga é a plataforma da interatividade da TV digital brasileira, desenvolvida totalmente no país. É com base nesse software que o conteúdo interativo é desenvolvido. As linguagens NCL e LUA, criadas pela PUCRio, são utilizadas para desenvolver aplicações interativas na TV digital. Até o momento, apenas as duas linguagens estão definidas como padrão da TV interativa no Brasil.

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multimídia destinadas ao ambiente de TV interativa. A recomendação, além de definir a linguagem NCL como padrão, descreve os requisitos para a construção da máquina de apresentação Ginga-NCL, responsável pela exibição e controle de aplicações NCL. Tal esforço de padronização se iniciou há quase dois anos, quando pesquisadores brasileiros presentes às primeiras reuniões do então chamado “focus group on IPTV” foram convidados por delegados japoneses a apresentar a arquitetura Ginga do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre. A partir de então, pesquisadores da PUC-Rio vem participando das delegações brasileiras organizadas pela Anatel, para a defesa da proposta brasileira junto aos delegados da UIT-T no "grupo de estudos 16 – codificação, sistemas e aplicações multimídia".

No dia 29 de abril, a linguagem NCL e seu ambiente de apresentação Ginga-NCL, tecnologias genuinamente nacionais, criadas para oferecer interatividade plena em sistemas de TV Digital, foram aprovadas como padrão pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão de padronização e regulamentação em telecomunicações ligado às Nações Unidas.

Com a padronização, operadores de telecomunicações e radiodifusores de todo o mundo podem adotar uma tecnologia madura e bem definida, de forma interoperável entre os diversos provedores de conteúdo interativo. Os fabricantes de receptores DTV podem desenvolver seus produtos seguindo as normas estabelecidas e permitindo sua comercialização para múltiplas redes e múltiplos mercados.

A Recomendação H.761 "Nested Context Language (NCL) and Ginga-NCL for IPTV Services" define a linguagem NCL como padrão UIT-T para a construção de aplicações

O pioneirismo do Brasil deve-se ao fato de que o Ginga-NCL é o primeiro framework de aplicações multimídia para serviços IPTV aprovado pela UIT-T.


Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Amadeus inicia nova geração de ensino à distância Os pesquisadores analisaram várias ferramentas já existentes no mercado para chegar a uma solução efetivamente simples. A plataforma é coordenada por professores do CIn-UFPE, composta por uma equipe de 16 pesquisadores pertencentes à rede de instituições de ensino parceiras - Facol, Facape, Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Falcudade Integrada do Recife (FIR) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Com base no conceito de blended learning, que consiste num misto de ensino à distância (e-Learning) e ensino presencial, a plataforma open source Amadeus, desenvolvida pelo Centro de Informática (CIn/UFPE), visa ao desenvolvimento de um sistema de gestão da aprendizagem de segunda geração. A solução, que está disponível no Portal SPB, permite estender as experiências de usuários de EAD para diversas plataformas (Internet, desktop, celulares, PDAs e TV Digital) de forma integrada e consistente. O objetivo do Amadeus é ampliar as possibilidades de trabalho dos professores e proporcionar formas criativas de relacionamento, promovendo a comunicação e colaboração entre os participantes. “Essa ampliação das formas de interação dos usuários com os conteúdos e dos usuários entre eles permite a implementação de novas estratégias de ensino e de aprendizagem orientadas por teorias construtivistas ou sociointeracionistas do desenvolvimento humano,” afirma o coordenador do projeto, Alex Sandro Gomes. A plataforma é um espaço oferecido tanto ao professor, para disseminar seu conteúdo, como para o aluno construir e obter conhecimento, oferecendo ferramentas para facilitar e tornar mais interessante o processo educacional, estimulando a interação e o aprendizado pela ação. Com a utilização do Amadeus o aluno pode, por exemplo, receber mensagens

no celular sempre que o professor colocar algum novo material. Os desenvolvedores já criaram o módulo de acesso pela TV Digital e prometem integrar ao módulo web ainda este ano. A plataforma já é utilizada pelo Senai do Rio Grande do Norte e pela UFPE. Ultrapassando as fronteiras brasileiras, o software deverá, em breve, ser utilizado internacionalmente. A Pontifícia Universidad Católica (PUC) de Valparaíso, no Chile, já analisa a possibilidade de uso do software em países hispânicos e um projeto de cooperação foi recentemente iniciado com duas universidades na Alemanha. O grupo de pesquisa chileno, coordenado pelo Professor Cristian Rusu, já está colaborando com o desenvolvimento do Amadeus. A equipe realizou a modelagem do módulo de integração com o OpenID e coordenaram os primeiros estudos de usabilidade da plataforma fora do Brasil. “Isso abre portas para abordarmos em breve o problema da localização de sua interface para o Espanhol,” conta Alex Sandro, para ele “esse ambiente virtual de aprendizagem deve contribuir com o desenvolvimento social pela formação e educação para todos ao longo da vida e para além das fronteiras que separam os estados e as nações.” O Amadeus é resultado de cinco anos de estudos realizados através de pesquisas de doutorado e mestrado, além de trabalhos de graduação.

Para acessar a solução é necessário cadastrar-se no site www.softwarepublico.gov.br. Usuários já cadastrados podem ir diretamente ao link <http://www.softwarepublico.gov.br/ ver-comunidade?community_id=9677539>.

COOPERAÇÃO Graças a um projeto de cooperação entre universidades nacionais e estrangeiras, está sendo desenvolvida uma pesquisa sobre a propagação de notícias na internet através dos diários virtuais, ou blogs. A pesquisa irá utilizar técnicas de visualização de dados para apresentar em um único gráfico informações sobre o comportamento de alunos e professores, simplificando os procedimentos de avaliação e colaboração. Além do CIn, fazem parte desse estudo o Instituto de Computação da Universidade Federal de Alagoas (IC-UFAL), a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli – USP) e os grupos de pesquisa KR & KM, da Universidade de Mannheim, e o Interactive Graphics Group (GRIS) do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Darmstadt, ambos da Alemanha.

BLENDED LEARNING

Alex Sandro Gomes, Aurione Alves, Gleibson Rodrigo e Natanael Silva

Parcerias com empresas colaboradoras estão sendo criadas para estimular o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de conteúdos. A empresa VH Consultores já se especializa na migração da plataforma Moodle para Amadeus.

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Revista InfoBrasil / Abril 2009

Equipe de desenvolvimento do software InVesalius trabalhando no CTI Renato Archer: Eng. Tatiana Al-Chueyr, Thiago Franco Moraes e Paulo Henrique Junqueira Amorim

Solução pública e livre para área médica

INVESALIUS

O InVesalius, desenvolvido pelo CTI Renato Archer, permite a reconstrução 3D de imagens médicas

O software de reconstrução 3D de imagens médicas InVesalius, primeira solução em Software Livre para a área de saúde disponível no Portal do Software Público, visa auxiliar o diagnóstico e o planejamento cirúrgico. O nome do programa é uma homenagem ao belga Andreas Vesalius, tido por muitos como o ‘’pai da anatomia.’ O programa é desenvolvido desde 2001 pelo CTI Renato Archer (Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer), unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio da linguagem de programação Python. O software InVesalius pode ser utilizado nas plataformas GNU Linux e Windows (em breve MacOS X), estando disponível sob a segunda versão da CC-GNU GPL (Licença Pública Geral), em português. Para o Prof. Dr. Silvio Ernesto Barbin, vice-diretor do CTI Renato Archer "este é um importante passo na história do software público InVesalius é o primeiro software da área médica a ser definido dentro desse conceito." O software permite a criação e visualização de modelos virtuais tridimensionais de estruturas anatômicas a partir de um conjunto de imagens 2D obtido com equipamentos de tomografia computadorizada ou ressonância magnética. O InVesalius vem contribuindo com diversas áreas dentre as quais medicina, odontologia, veterinária, arqueologia e engenharia. Uma das áreas de aplicação do software InVesalius é a prototipagem rápida, que possibilita a impressão física dos modelos virtuais 3D . Esta tecnologia permite materializar as estruturas anatômicas reconstruídas virtualmente pelo programa, fazendo com que cirurgiões tenham em mãos réplicas bastante precisas de estruturas como crânios, mandíbulas e sistemas vasculares. Com tais réplicas em mãos, que refletem a situação clínica do paciente, pode-se fazer um planejamento cirúrgico mais detalhado, o que muitas vezes reduz em 50% o tempo da intervenção real, segundo relatos de médicos. ‘’Em menos de um ano e meio após a disponibilização do InVesalius como software público e livre, já contávamos com 2.400 pessoas cadastradas na Comunidade InVesalius. A relação entre as pessoas mudou com o Portal, através de ferramentas como fórum de discussões e chat. Com isso, todos saíram ganhando, inclusive o próprio programa, que hoje está disponível em inglês, espanhol e português, sendo utilizado em mais de 56 países", segundo a coordenadora do programa, Eng. Tatiana Al-Chueyr.

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Um dos principais casos de sucesso do uso do InVesalius fora do Brasil é no Canadá, onde se vislumbrou a aplicação do programa para investigações forenses.

Eugene Liscio, usuário do software InVesalius"

‘’ O software público InVesalius é uma valiosa ferramenta gráfica médica que permite a exportação de modelos 3D para visualização e auxilia na construção de um modelo físico 3D correspondente. Para o meu trabalho, o software permite que eu ajude investigadores forenses e advogados a olharem para imagens de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) na forma de um modelo virtual 3D completo e

interativo. Imagens médicas são frequentemente utilizadas como provas no tribunal em casos de negligência médica e em investigações criminais. Para o público em geral, pode ser extremamente difícil interpretar fatias individuais de uma TC (a menos que o indivíduo seja um radiologista). Neste contexto, ver as fatias individuais como um modelo 3D é uma forma eficaz de apresentar uma anomalia específica no corpo humano. Além disso, o InVesalius proporciona ao juiz ou ao júri a capacidade de visualizar um determinado defeito no corpo de maneira mais familiar. Muitas das pequenas cidades e vilas aqui na América do Norte estão gravemente subfinanciadas. A polícia e outros departamentos governamentais de pequenas cidades aqui na América do Norte são limitados em suas habilidades técnicas, quase sempre recorrendo ao setor privado para ajudar nas investigações. Softwares públicos, tais como o InVesalius, fazem com que meu trabalho auxilie nas investigações de casos mais complexos, possibilitando a transformação de imagens captadas via TC e RM em modelos tridimensionais de fácil visualização. Eugene Liscio , Especialista em Visualização Forense AI2-3D Forensic Animations, Ontario, Canada http://www.ai2-3d.com


Revista InfoBrasil Especial - Junho/Agosto 2009

Gestão Hospitalar em software livre IJF será beneficiado com projeto HospLivre, desenvolvido pela Secrel e Instituto Atlântico com recursos da Finep

Com a implantação do novo sistema, espera-se que o tempo de atendimento seja diminuído, diz Carlos Marcellus Bandeira Cysne, gerente do projeto pelo Atlântico. Além disso, segundo ele, com a centralização da informação que flui dentro do hospital, deve haver um aumento na segurança dos dados e uma diminuição de informações inconsistentes, redundantes ou mesmo duplicadas que possam levar o gestor ao erro em decisões críticas.

O presidente do Grupo Secrel, Ricardo Liebmann, informa que o desenvolvimento do sistema tem o apoio da administração municipal, que o receberá sem ônus de licença de uso de software, para aplicar de modo piloto no IJF. Segundo ele, o sistema desenvolvido sobre plataforma de software livre para o IJF vai gerar um novo produto para o mercado, com possibilidades de ser usado por outros hospitais públicos e privados, da esfera municipal, estadual ou federal.

Presidente da Secrel, parceiro do Atlântico neste projeto

CEARÁ EM FOCO

Os recursos são investidos na criação de um software para fazer a gestão e controlar os processos internos de um Hospital, com foco inicial na área pública. O Instituto José Frota (IJF), da Prefeitura de Fortaleza, está servindo de fonte de conhecimento e experiência para o desenvolvimento da solução.

Carlos Marcellus informa que se projeta ainda uma maior rapidez no acesso a informações e indicadores de atendimento e nível de serviço que possam auxiliar o gestor a tomar decisões de forma tempestiva. “Como a solução do sistema é web, fica a critério do hospital implantá-la em sua intranet ou mesmo liberar seu acesso através da internet facilitando ainda mais o acesso do seu pessoal,” explica o gerente. A experiência da Secrel na construção de sistemas orientados a setores do mercado e a tecnologia do Instituto Atlântico em gestão e execução de projetos de sistemas de grande porte estão orientadas a permitir que o HospLivre possa ser utilizado por hospitais de todos os portes, que dele queiram fazer uso. A complexidade, pelo porte do Instituto José Frota, um dos maiores hospitais do Nordeste, vai conferir ao sistema um nível de cobertura muito amplo das necessidades de qualquer hospital público. Os softwares livres têm os seus códigos de programação fonte acessíveis a qualquer pessoa, dentro de um contrato com regras preestabelecidas, sem nenhum ônus. No projeto, a Secrel é gestora executiva juntamente com o Atlântico, gestor técnico, responsável pela execução do sistema de gestão hospitalar para o IJF, o hospital beneficiado.

Ricardo Liebemann,

A Secrel Soluções de Aprendizagem desenvolve junto com o Instituto Atlântico um sistema de gestão hospitalar em código aberto, o Hospital Livre (HospLivre). O projeto foi aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no Programa de Subvenção Econômica à Inovação, com contrato de R$ 1,964 milhão assinado em 2008 - 75% financiados pela Finep com recursos não reembolsáveis e 25% de contrapartida da empresa.

@strogildo proporciona EAD profissional O @strogildo – Educação a Distância é uma série de cursos profissionalizantes disponibilizados de forma gratuita na Internet. O programa foi criado pela empresa cearense Open-CE Tecnologias e Serviços. As aulas abordam, de uma maneira ampla, diversos temas, como informática, desenho, fotografia, trânsito e vendas. As aulas, no formato PDF, podem ser baixadas por alunos cadastrados ou não no portal. Cada curso tem uma quantidade de aulas pré-definidas em seu conteúdo programático que está junto com a descrição das aulas. A cada 20 dias um novo módulo é incluído. Ao final, os alunos podem fazer o download completo do curso. O criador da ferramenta, Lucas Filho, diz que mesmo com conteúdos pré-definidos “novas aulas poderão surgir dependendo exclusivamente de sugestões dos nossos alunos.” Outras funcionalidades são disponibilizadas apenas para os cadastrados

no Portal como: participar do Fórum para tirar dúvidas; entrar no Chat para participar de bate-papo com alunos e instrutores; receber avisos de todas as novas aulas disponíveis de todos os cursos e participar de promoções. “Não temos a intenção de criar cursos específicos como de Linux e Windows, mas sim cursos de Sistemas Operacionais, por exemplo. Seria como fazer um curso para obter a CNH (Carteira de Motorista). Você aprende para a categoria e não para um veículo específico. Este será o caminho de todos os nossos cursos,”explica Lucas. A iniciativa, que já conta com 190 membros cadastrados, é mantida com o apoio de patrocinadores. O investimento é a partir de R$ 15,00. Saiba mais em http://astrogildo.ning.com

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PRIMEIRO SOFTWARE PÚBLICO

Adriano Vieira, coordenador de desenvolvimento-voluntário; Marcos Caetano, analista de sistemas da SLTI e Anderson Peterle, coordenador técnico da comunidade CACIC.

CACIC - Pioneirismo da Dataprev Primeiro Software Público e livre disponibilizado pelo Governo continua a ser referência no Portal O Configurador Automático e Coletor de Informações Computacionais(CACIC) é um software de inventário amplamente utilizado para gerenciar estações de trabalho e servidores conectados a uma rede.

Livre pelo Governo Federal, em 2005, por meio de um acordo de colaboração celebrado entre a Dataprev-Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social e a SLTI-Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento.

A ferramenta disponibiliza relatórios consolidados ou detalhados para cada equipamento (host), contemplando quantidade de máquinas inventariadas, sistemas operacionais, softwares instalados, componentes de hardware, endereçamento IP, dentre outros recursos. É possível ainda armazenar informações patrimoniais e de localização física dos equipamentos em campos customizados na solução, aumentando o nível de gerenciamento do parque computacional. A solução foi a primeira a ser disponibilizada como Software

A iniciativa materializou o conceito de Software Público e abriu caminho para que outras soluções seguissem a mesma lógica de compartilhamento, sempre atendendo as prerrogativas legais do país. Hoje o CACIC também é utilizado em diversas instituições do governo federal como o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério do Trabalho e o próprio Ministério do Planejamento. Já existem registros de uso em outros países, dentre eles: a Argentina, a Venezuela, o Uruguai, o Paraguai, o Equador e Portugal.

UM CASO DE SUCESSO Desde a sua liberação, o CACIC conta com uma legião de usuários e colaboradores que cresce sistematicamente. Antes mesmo da criação do Portal do Software Público a comunidade já havia atingido a marca de 10.000 cadastros. Atualmente, após um processo de recadastramento, o CACIC mantém a liderança de membros no Portal do SPB com mais de 17.000 inscritos. Daniel Darlen, Diretor de Infraestrutura de Tecnologia da Informação e Comunicação da Dataprev

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Atualmente o CACIC tem seu desenvolvimento voltado às necessidades da comunidade. "Isso favorece todos que utilizam a solução, incluindo a própria Dataprev. Dificilmente conseguiríamos manter o nível de atualização apenas com a nossa equipe. Com a colaboração não somos os únicos a serem beneficiados.

Para o Diretor de Infraestrutura de Tecnologia da Informação e Comunicação da Dataprev, Daniel Darlen, a iniciativa possibilitou consolidar o espírito de colaboração entre entidades de governo, prestadores de serviço e sociedade.

Outras empresas podem utilizar livremente a solução para prestação dos seus serviços no mercado, além de contribuir para a melhoria do código. Dessa forma, o diferencial de qualidade deixa de ser meramente o software e passa a ser o nível do atendimento prestado, proporcionando benefícios também para o cliente", complementa Darlen.

Daniel destaca: "A experiência do CACIC serviu para fortalecer a lógica de compartilhamento e de cooperação, especialmente quando falamos em soluções de governo. O Software Público ganha cada vez mais amplitude e passa a ser um diferencial estratégico no desenvolvimento de tecnologia para o país".

O sucesso do CACIC continua impulsionando a colaboração no Portal do Software Público. A própria Dataprev mantém o COCAR, uma solução para monitoramento de circuitos e conexões de rede, e tem planos para disponibilizar uma solução de gerenciamento de atendimento utilizada nas Agências da Previdência Social, ainda neste ano.


Revista InfoBrasil / Abril 2009

Grandes nomes do Software Livre na InfoBrasil O Seminário reuniu Corinto Meffe, Carlos Morimoto, Cesar Brod, Riverson Rios e Daniel Ruoso promovendo um amplo debate com a comunidade livre. O Seminário Software Livre, desde 2002, fez parte da programação da InfoBrasil. Nesta edição contou com o apoio do Sebrae e da Prefeitura de Fortaleza, do Ministério do Planejamento, da Brod Tecnologia, UFC, USP. Na programação, temas relacionados ao universo do Software Livre, desde seu conceito, aplicações e ferramentas até sua evolução e perspectivas futuras.

Engenharia Eletrônica Digital e Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo e Doutor em Ciência da Computação pela Universidade de Maryland em College Park. Atualmente é Professor Doutor do Instituto de Matemática e Estatística da USP, atuando nas áreas de visão computacional, processamento de imagens, rastreamento do olhar e interação humanocomputador. Com a inusitada palestra “Se eu fosse a Microsoft, César Brod falou em seguida. Brod é o idealizador e um dos fundadores da Solis, Cooperativa de Soluções Livres e Cesar Brod membro do projeto "Linux Around the World", de Jon "Maddog" Hall, uma iniciativa internacional que busca a conscientização e disseminação do uso de software livre. Desde 1997, desenvolve, mediante a BrodTec, serviços de consultoria, gestão de projetos e criação de modelos de negócios que têm por base softwares de código aberto.

À convite da organização do evento, o pesquisador Carlos Hitoshi Morimoto debateu sobre o tema “Ensino à Distância também se faz com Software Livre.” Morimoto é graduado em

Finalizando a programação, o Prof. Dr. Riverson Rios, da Universidade Federal do Ceará falou sobre o “Panorama do Software Livre no Ceará.”Riverson Rios integra o Comitê de Programa do Congresso Tecnológico da InfoBrasil.

Carlos Morimoto

SOLUÇÕES LIVRES

Corinto Meffe, Gerente de Inovações Tecnológicas da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, proferiu a palestra de abertura, apresentando o Portal de Software Público Brasileiro. Meffe é coordenador do Portal, criado em 2007, pelo Ministério do Planejamento para facilitar a interação e o compartilhamento de informações e soluções em software livre pelos diversos setores da sociedade. Na sequência, Daniel Ruoso, que integra o Comitê Fortaleza Digital, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, falou sobre a iniciativa da Prefeitura de disponibilizar também os sistemas desenvolvidos pela Prefeitura, integrando-se a iniciativa do Portal de Software Público.

OpenACS, a solução que sustenta o Portal SPB O OpenACS é um framework de desenvolvimento Web com foco em comunidades virtuais. Construído em comunidade desde o princípio, foi concebido para a utilização de ferramentas livres em todas as etapas. No Portal do Software Público é utilizada a versão 5.3.2 do núcleo (core) do OpenACS, Sistema Operacional Debian GNU/Linux 4.0, servidor Web AOLServer 4.5.1 e bancos de dados PostgreSQL 8.2.11. Encontro da comunidade OpenACS no FISL 9.0, em Porto Alegre. Na foto, da esquerda para a direita, Alessandro Landim (Ministério do Desenvolvimento Agrário), Felipe Gubbert (Câmara dos Deputados), Rodrigo Proença (Consultor) e Eduardo Santos (SLTI/MP).

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BITES & BYTES Por Marluce Aires LIVRE PENSAR

PRÊMIO AÇÃO COLETIVA

Desde quando o software livre era um sonho de garotos “fora do sistema,”digamos assim, época em que o mundo corporativo desdenhava dizendo que esses ‘’meninos’’ não conheciam as regras e processos do mercado, venho defendendo essa tecnologia (ou ideologia), abrindo espaço editorial para o tema e desenvolvendo atividades, durante a programação da InfoBrasil, evento que eu promovo e realizo, porque antes de tudo, acredito no espírito colaborativo. Sou admiradora confessa do SL e vibro com o crescimento das comunidades. O sentido de propriedade e do meu exclusivo jeito de fazer, torna-se, na minha opinião, uma prática ultrapassada. Antes de tudo é importante alimentar o desejo de compartilhar – seja o que for – com o compromisso permanente de que o processo seja cada vez melhor. E, esse é o objetivo inatacável do Software Livre e vem sendo defendido com maestria pelas comunidades. Não participo ativamente de uma comunidade, acompanho o movimento à distância, é bem verdade. Isenção, talvez, necessária para manter a visão do mercado. Mas, ao editar essa revista percebi os avanços do Software Livre e a contribuição do Portal de Software Público para o desenvolvimento do País. A revista InfoBrasil, a partir desta edição, passa a circular sob a licença creative commons

CGDT PROMOVE CURSOS DE SOFTWARE LIVRE Criado com a finalidade de promover o desenvolvimento científico e tecnológico, com ênfase em Tecnologia da Informação e Comunicação -TIC, o Centro de Gestão e Desenvolvimento Tecnológico – CGDT, sediado em Fortaleza, está promovendo um curso de Capacitação em Software Livre (BR-Office, PostgreSQL, LINUX, Zope/Plone, Joomla, Horde e Programação Java) para 759 pessoas. As empresas selecionadas pelo CGDT para ministrarem as primeiras turmas do projeto foram: Curso de PostGreSQL (módulos 1 e 2) - Synapsis Brasil e Curso de Linux (módulos 1 e 2) – Sigma. O Centro é Antonio Serra presidido pelo pesquisador Presidente CGDT Antonio Serra (Ifet/Etice). Essa atividade marca o início das atividades do Centro de Capacitação, e atende à orientação do Governo do Estado, que vem desenvolvendo programas com o objetivo de oferecer profissionalização na área de TIC. Além de desenvolver projetos de inclusão sócio-digital, o CGDT fará a articulação com o mercado de trabalho. Entre os seus objetivos destacam-se: desenvolver atividades de suporte técnico e logístico na área de TIC; promover e realizar atividades de avaliação de estratégias e de impactos econômicos e sociais das políticas, programas e projetos de TIC. Para saber mais acesse: cgdt.org.br.

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Secretário Rogério Santanna com os premiados Adriano Vieira, Ricardo Valente e Elias Mussi, na entrega do Prêmio 2008.

VEM AÍ A TERCEIRA PREMIAÇÃO A Intel, em parceria com a Associação de Tecnologias Abertas (ATA) e o apoio técnico do Portal do Software Público Brasileiro, realizará a terceira edição do Prêmio Ação Coletiva. Esse prêmio reconhecerá e premiará os autores das melhores contribuições aos softwares públicos, que se encontram hospedados no portal http://www.softwarepublico.gov.br/ no ano de 2009. O objetivo da iniciativa é reconhecer publicamente as pessoas que colaboram de forma espontânea para melhoria dos softwares disponibilizados pelo Governo Federal e seus parceiros institucionais. Os vencedores do Prêmio serão indicados de acordo com critérios definidos pelas comunidades do Portal do Software Público Brasileiro, mediante a pesquisa que será publicada no site em três diferentes categorias: Colaboração para o módulo de integração Cacic e Intel Core 2 Duo vPro; Desenvolvimento de Código e Atuação na Comunidade. Os prêmios vão de dispositivos USB até notebooks e viagens para eventos de software livre. A intel e a ATA premiarão voluntários envolvidos com o desenvolvimento de soluções livres, que são disponibilizadas publicamente no Portal SPB para sociedade.

I3GEO NO PORTAL Coordenado por Edmar Moreti o I3Geo, baseado no software Mapserver, foi disponibilizado no SPB pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O sistema é utilizado na disseminação de dados e fornecimento de ferramentas para o processamento de dados geográficos via web, integrado a outros softwares livres como Postgis, Geonetwork, GVSig e PHP usados pelo Ministério. Segundo Edmar Moretti, dentre os ganhos obtidos estão o desenvolvimento tecnológico; o compartilhamento de dados; a diminuição de custos; a disseminação do uso de ferramentas de geoprocessamento; a viabilização de projetos, com foco na estruturação de mapas interativos, além do aprimoramento das definições governamentais quanto ao uso de geotecnologias. Outros órgãos governamentais também estão utilizando o I3Geo: Ministério da Saúde, Ministério da Educação, ABIN, CONAB, EMBRAPA, entre outros. Os códigos do I3Geo são aprimorados diariamente e encontram-se disponíveis em um servidor SVN no Portal do Software Público. A cada um ou dois meses, uma nova versão é lançada. Mais informações: (http://www.mma.gov.br) clicando no ícone Mapas Interativos Geoprocessamento



I ENCONTRO NACIONAL DO SOFTWARE PÚBLICO PARCEIROS GOVERNAMENTAIS MERCADO

PRESTADORES DE SERVIÇOS

COMUNIDADE SOFTWARE LIVRE CLIENTE

DEMANDA

PREFEITURAS PNUD INSTITUIÇÕES

COMUNIDADE VIRTUAL GRUPO DE INTERESSE OFERTANTES PÚBLICOS E PRIVADOS TERCEIRO SETOR

USUÁRIO FINAL OUTRAS INSTÂNCIAS DE GOVERNO

ACADEMIA

HACKERS

FOMENTADORES MCT / SLTI / ABEP PRODERJ

MÍDIA

INPI COMUNIDADE VIRTUAL

27 A 29 DE OUTUBRO - DURANTE O FÓRUM TIC LOCAL: CENTRO DE EVENTOS E CONVENÇÕES BRASIL 21 ENDEREÇO: SETOR HOTELEIRO SUL QD. 06 LOTE 01 CONJUNTO A - BRASÍLIA/DF INFORMAÇÕES: GUIALIVRE@PLANEJAMENTO.GOV.BR

REALIZAÇÃO: APOIO:

Ministério do Planejamento


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