Breastfeeding and factors associated with the prevention of childhood obesity: An integrative litera

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International Journal of Advanced Engineering Research and Science

(IJAERS)

Peer-Reviewed Journal

ISSN: 2349-6495(P) | 2456-1908(O)

Vol-10, Issue-5; May, 2023

Journal Home Page Available: https://ijaers.com/

Article DOI: https://dx.doi.org/10.22161/ijaers.105.1

Breastfeeding and factors associated with the prevention of childhood obesity: An integrative literature review

Aleitamento materno e fatores associados à prevenção da obesidade infantil: Uma revisão integrativa de literatura

Ana Caroline Corrêa Pinto1, Layla Sandia Cezário Alves1, Paula Mikaelly Pinheiro

Machado1, Juliana Carvalho da Costa1, Kaory Brito Ohaze1, Roseani da Silva Andrade¹, Vânia Maria Barboza da Silva1, Luísa Margareth Carneiro da Silva2

1Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Brasil

2CECANE/PA ,Universidade Federal do Pará, Brasil

Received: 09 Dec 2022,

Receive in revised form: 03 Feb 2023,

Accepted: 01 May 2023,

Available online: 08 May 2023

©2023 The Author(s). Published by AI

Publication. This is an open-access article under the CC BY license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

Keywords Breastfeeding, Infant, Obesity.

Palavras-chave Aleitamento Materno, Lactente, Obesidade.

Abstract Introduction: In recent years, it has been observed that the prevalence of breastfeeding (BF) is below the standards established by the World Health Organization (WHO) and childhood obesity rates have shown exponential growth. The correlation between both is the subject of studies, since it is possible to analyze the benefits of BF in the prevention of childhood obesity. The aim of the present study was to identify and describe evidence about the correlation between breastfeeding and protection/prevention against childhood obesity. Method: This is a qualitative research with the application of integrative literature review standards, in order to obtain evidence from various types of studies on the researched topic. A search was carried out for scientific articles available in electronic media, published in the last five years, from April to mid-May 2022. Results: 140 articles were found, of which 10 were selected after analysis, according to research criteria. Conclusion: There is a direct relationship between the practice of breastfeeding and the prevention of overweight, especially when the offer is exclusive up to 6 months. The duration of breastfeeding has an influence on overweight and obesity protection.

Resumo Introdução: Nos últimos anos, observa-se que a prevalência de aleitamento materno (AM) está aquém dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e os índices de obesidade infantil têm se mostrado em crescimento exponencial. A correlação entre ambos é motivo de estudos, uma vez que, se podeanalisarosbenefíciosdo AMna prevenção daobesidade infantil. O objetivo do presente estudo foi identificar e descrever evidências acerca da correlação entre o aleitamento materno e a proteção/prevenção contra obesidade infantil. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com aplicação de normas de revisão integrativa da literatura, a fim de se obter evidências de vários tipos

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de estudos sobre a temática pesquisada. Foi executada a busca de artigos científicos disponibilizados em meios eletrônicos, publicados nos últimos cinco anos, de Abril a meados de Maio de 2022. Resultados: Foram encontrados 140 artigos, dos quais 10 foram selecionados após análise, conforme critérios da pesquisa. Conclusão: Há relação direta entre a prática do aleitamento materno e a prevenção de excesso de peso, principalmente quando a oferta é exclusiva até os 6 meses. O tempo de aleitamento apresenta influência sobre proteção de sobrepeso e obesidade

I. INTRODUÇÃO

O leite materno é considerado o alimento padrão ouro para os bebês, pois assegura o aporte de macro e micronutrientes necessários para o desenvolvimento saudável dos recém-nascidos [1].

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)eoFundoInternacionaldeEmergênciadasNações Unidas para a Infância (UNICEF) [2], em 2022, afirmaram que o leite materno é o único alimento que possui anticorpos, além de outras substâncias que protegem as crianças de infecções e doenças na vida adulta. Atrelados a essainformação,naatualidade,estudosvêmmostrandoque na idade adulta, crianças que foram amamentadas, até pelo menos o sexto mês de vida, têm probabilidades menores de desenvolver Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs) (MELO et al., 2022) [3].

Embora, tais informações sejam favoráveis e os benefícios do aleitamento materno sejam popularmente conhecidos na sociedade, há uma prevalência nos últimos anos, no Brasil, de que a duração do aleitamento materno é menor que a recomendada e a amamentação exclusiva nos bebês de seis meses foram de 45,8%, isto é, estima-se que apenas 43,6% das crianças são amamentadas [4].

Ainda é possível correlacionar aos dados da OPAS [5], os quais retratam o cenário mundial, em que apenas 44% das crianças são amamentadas exclusivamente nos primeiros seis meses de vida.

Em 2020, a prevalência de sobrepeso ou obesidade, por sua vez, foi de 39 milhões em crianças menores de cinco anos [6]. Sendo esta considerada uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT), que se caracteriza pelo acúmulo de gordura corporal.

Adoençaatingiuaproximadamente15,9%dapopulação infantil até 5 anos de vida, no Brasil. Além de ter atingido 31,8% em crianças de 5 até 9 anos. No público adolescente o excesso de peso também foi fortemente evidente, se estimando que aproximadamente 11 milhões deles apresentam sobrepeso e 4,1 milhões obesidade (SISVAN apud SBP, 2020)[7]. O Ministério da Saúde (2022),

reafirmaessesdados,reiterandoque3,1 milhõesdeinfantes de até 10 anos de idade apresentaram obesidade.

Além disso, o excesso de peso é considerado causa direta e/ou indireta de outras doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças musculoesqueléticas, AVC e alguns tipos de câncer [6].

Dessa forma, há necessidade de tornar cada vez mais relevantes os estudos detalhados que relacionam o fator protetor do aleitamento materno ao desenvolvimento de obesidade infantil. Várias pesquisas demonstraram pouca relação sobre a temática, havendo a necessidade de ampliaçãodeevidênciasqueconsiderempossíveisviesesde confusão, como o tipo de aleitamento, saúde materna e introdução de fórmulas. A partir desses fatores, se dá a importância deste trabalho para o avanço da prática do aleitamento materno, culminando em seus múltiplos benefícios [8].

Considerado o exposto da presente pesquisa, se obteve a necessidade de maiores investigações sobre os fatores do aleitamento materno que conferem proteção contra sobrepeso e obesidade infantil.

II. MÉTODOS

2.1 Delineamento Do Estudo

Trata-se de uma pesquisa qualitativa com aplicação de normasderevisão integrativadaliteratura,afimdeseobter evidências de vários tipos de estudo sobre a temática pesquisada.

A Prática Baseada em Evidências (PBE) é o caminho utilizado na prática clínica. Sendo a revisão integrativa de literatura, um método utilizado como um instrumento da PBE (SOUZA et al., 2010). A revisão integrativa consiste em incluir diversos métodos com o objetivo de desempenhar melhores evidências, pontuando-se como a mais ampla em demonstrar estudos experimentais e nãoexperimentais no que diz respeito às revisões, além de

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possibilitar a melhor compreensão dos eventos analisados (SOUZA et al., 2010).

A elaboração de uma revisão integrativa perpassa por etapas que podem divergir para determinados autores. Sendo porém similares às convencionais (MENDES et al., 2008). As etapas de uma revisão integrativa incluem: definição e estabelecimento da questão de pesquisa; amostragem a partir da busca na literatura; categorização conforme os critérios de inclusão e de exclusão; avaliação das pesquisas incluídas na amostra; interpretação dos resultados; síntese dos achados das pesquisas.

Assim, a pesquisa integrativa contribui facilitando a prática clínica, visto direcionar acesso rápido e confiável às evidências para uma melhor conduta e saber crítico diferenciado (MENDES et al., 2008).

2.2 Período De Estudo

Foi executada a busca de artigos científicos disponibilizados em meios eletrônicos, publicados nos últimos cinco anos. Os dados foram coletados entre o mês de abril de 2022 a meados de maio de 2022.

A pesquisa considerou artigos indexados nas bases de dados MEDLINE, LILACS e BDENF - via portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) - publicados, nos idiomas inglês e português, utilizando os descritores “Aleitamento materno”, “Obesidade infantil”e“Lactente”, interligados pelo operador booleano “AND”. Agregado a estes, foi aplicado o filtro “texto completo”, a fim de restringir a busca aos artigos que disponibilizavam o texto de forma integral.

Apósessaetapa,foifeitoumprimeirolevantamentodas pesquisas através da leitura dos temas, para seleção de artigos que se emoldassem ao tema deste estudo. Posterior a esta etapa, foi realizada leitura criteriosa do resumo de cadaartigoeescolhidoscomênfaseaosobjetivosdoestudo, com vista a alcançar evidências sobre prevenção da obesidadeinfantilatreladoaosfatoresdeproteçãodaprática do aleitamento materno.

2.3.1 Critérios De Inclusão

Artigos que nortearam evidências científicas sobre a temática de aleitamento materno e obesidade infantil e que os tiveram como assunto principal da pesquisa.

2.3.2 Critérios De Exclusão

Todoartigoquenãoseadequouaotemapesquisadoe/ou quenãorespondeuàperguntanorteadora:“Quaisasúltimas evidências sobre os fatores do aleitamento materno associados à prevenção da obesidade infantil?”. Além da exclusão de artigos pagos e de revisão de literatura.

2.4 Coleta e Análise De Dado

Após leitura e seleção dos artigos se obtiveram dados qualitativos de forma sistemática e ordenada. Esses foram analisados em diferentes etapas, a saber:

●Pré-análise, buscando de forma seletiva, a partir do título, artigos pertinentes ao tema;

●Segunda análise, por meio de leitura criteriosa dos resumos dos artigos pré-selecionados;

●Investigação dos assuntos, analisando através da leitura integral dos artigos;

●Por conseguinte, estruturação e organização dos achados, para maior compreensão. Esta foi realizada por meio da construção de um quadro adaptado, delineando as principais informações de interesse, baseado no estudo de Mendes, Silveira e Galvão (2008) [10], que sugere como principaisdadosaconterem,aamostradoestudo,objetivos, metodologia, resultados e conclusões fundamentais de todos os artigos selecionados;

●Na última etapa foram processados os resultados relevantes e interpretados, dispostos em tabela teórica estruturada e demonstrada nos resultados.

2.5 Aspectos Éticos

O presente estudo trata-se de um estudo de revisão da literatura já existente, portanto, dispensa submissão ao ComitêdeÉticaem PesquisaconformeaResolução466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Todavia, a legalidade das informações foram consideradas, mantendo os preceitos éticos no estudo.

2.6 Financiamento

A pesquisa em questão não recebeu financiamento externo. Esta foi custeada integralmente pelos pesquisadores.

2.7 Conflitos de Interesse

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

III. RESULTADOS

Após a busca dos artigos nas bases de dados científicos foram encontrados um total de 140 artigos, os quais foram analisados primariamente, através da leitura do título. Posteriormente ao processamento da seleção, foram identificados 128 artigos relevantes à pesquisa, dos quais foram selecionados 18, a partir dos critérios préestabelecidos. Por fim, foram excluídos da pesquisa mais 8 artigos que não se adequaram aos critérios de inclusão. Assim, esta pesquisa incluiu um total final de 10 artigos, indexadosnabasededadosMEDLINE,9delesdisponíveis em inglês e 1 disponível em inglês e espanhol.

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2.3 Amostra

)

Riedlov á et al., 2019

A baixa prevalência de sobrepeso e obesidade em bebês maternos tchecos e crianças pequenas: uma pesquisa antropológica.

Estudo longitudinal, entre 2008 e 2011, onde 43 pediatras de clínica geral abordaramospaisemexamespreventivos de 18 meses e coletaram dados sobre as condiçõessocioeconômicasdasfamíliase as condições de alimentação dos bebês. As crianças foram medidas (comprimento, peso e circunferência da cabeça) e medidas antropométricas de 10 exames preventivos anteriores foram obtidas nos registros de saúde. Dos 1775 questionários coletados, 960 crianças foram selecionadas segundo os critérios do Estudo de Referência de Crescimento Multicêntrico da OMS. Para efeitos deste estudo, foram selecionadas 799 crianças que foram amamentadas exclusivamente ou predominantemente por pelo menos 6 meses.

Verificou-se que as proporções de crianças classificadas como sobrepeso (>90º percentil) ou obesas (>97º percentil) aos 6, 12 e 18 meses foram muito inferiores às proporções das referências tchecas.

Uma atualização das referências tchecas e gráficos de crescimento é altamente recomendada pelos pediatras de clínica geral para a avaliação válida do crescimento e do estado nutricional, incluindo um rastreamento do sobrepeso e da obesidade na atenção primária à saúde preventiva.

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TABELA 1 – Artigos selecionados com base no ano de publicação, base de dados, autor, título, metodologia, principais resultados e conclusões. Ano Base
de Dados Autor Título Metodologia
E (INGLÊS
Resultados Conclusões 2019 MEDLIN

)

OrtegaGarcía J. A. et al., 2018

Aleitamento Materno Completo e Obesidade em Crianças: Estudo Prospectivo do Nascimento aos 6 Anos

Os dados sobre aleitamento materno e medidas antropométricas infantis foram coletados em estudo de coorte de nascimentos em Múrcia, Espanha (n = 350). O estado de aleitamento materno e o IMC foram estabelecidos de acordo com as definições da OMS. Foram considerados outros fatores potencialmente relacionados ao peso das crianças. Foram utilizadas regressões log lineares e ordinais múltiplas para analisar os efeitos do aleitamento materno sobreo sobrepeso e a obesidade quando se considera potenciais fatores de confusão.

Referem-se a excesso de peso e obesidade, os resultados de 33% e 17,3% das crianças, respectivamente. Os preditores univariados do IMC em crianças de 6 anos foram os seguintes: IMC maternopré-gestacional(kg/m)(R=0,127,p<0,01); amamentação completa (semanas) R = −0,035, p < 0,01); ganho de peso infantil (kg) (R = 0,348, p < 0,01); e consumo de álcool materno durante a gravidez (g/dia) (R = 0,266, p < 0,01) aos 6 anos. Na regressão logística ordinal, o aleitamento materno integral esteve associado a uma diminuição significativa da obesidade -0,052 (IC95%, -0,10 a0,003).

Oatrasonaintroduçãode complemento alimentar pode ter um efeito protetor contra a obesidade aos 6 anos de idade. Os achados reforçam a necessidade de maior apoio ao aleitamento materno e de promoção de um ambiente saudável e de intervenções antipobreza durante a gravidez e a infância, juntamente a outras estratégias de prevenção da obesidade.

2022 MEDLIN E (INGLÊS )

Chen Y. et al., 2022

O impacto do aleitamento materno na obesidade infantil em crianças em grande idade gestacional: estudo retrospectivo do nascimento aos 4 anos

Registros detalhados de práticas de alimentação foram incluídos na pesquisa, que se tratou de um estudo coorte retrospectivo. Os dados estavam disponíveis no Registro Médico de Nascimento de Xiamen entre janeiro de 2011 e março de 2018. Modelos de regressão linear e logística foram usados para avaliar a diferença entre o grupo amamentado e não amamentado.

A amamentação está inversamente relacionada ao escore Z do IMC e ao risco de sobrepeso em crianças foi Grandes para Idade Gestacional (GIG) de 1 a 4 anos de idade.

Com ajuste para IMC materno pré-gestacional, a associação protetora entre aleitamento materno e sobrepeso na infância foi mais significativa.

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Metodologia Resultados
E
Ano Base de Dados Autor Título
Conclusões 2018 MEDLIN
(INGLÊS

2021 MEDLIN E (INGLÊS )

Morgen C. S. et al., 2021

Sobrepeso na infância de bebês exclusivamente amamentados com alto peso aos 5 meses.

Oestudosebaseouem13.401criançasde 7anose9.819de11anosmatriculadasna Coorte Nacional Dinamarquesa de Nascimento(nascidasentre1997e2003). Foram utilizadas análises de regressão linear e logística para examinar as associações enquanto ajustavam-se para fatores de confusão presumidos, incluindo peso ao nascer.

Osresultadosmostraram que osbebês≥ 2,5 (Desvio Padrão - DP) aos 5 meses, amamentados exclusivamente ≤2, >2 a <4 ou ≥4 meses apresentaram odds ratios (OD) ajustadas para sobrepeso aos 7 anos (intervalo de confiança de 95% [IC] [IC] [2,10, 6,43]), 3,42 (IC 95% [2,32, 5,04]) e 3,19 (IC95% [1,90, 5,36]) respectivamente, quando comparados com bebês < 2,5 DP IMC exclusivamente amamentados ≥ 4 meses. Os resultados correspondentes para o IMC z‐scores foram0,82(IC95%[0,60,1,04]),0,63(IC95%[0,48, 0,78]) e 0,57 (IC 95% [0,38, 0,77]). Para os ≥ 2,5 bebês da SD, as diferenças no risco de sobrepeso e IMC de acordo com a duração do aleitamento materno exclusivo não foram significativamente diferentesentreos7anosnementreascriançasde11 anos.

Um alto peso infantil aumenta as chances de sobrepeso e está associado a um IMC maior na infância. Considerando que as probabilidades e os escores de Z‐IMC tenderam a ser menores para aqueles exclusivamente amamentados por mais tempo, as diferenças não eram estatisticamente significativas.

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Ano Base de Dados Autor Título Metodologia Resultados Conclusões

2018 MEDLIN E (INGLÊS )

Morgen

C. S. et al., 2018

Aleitamento materno e alimentação complementar em relação ao índice de massa corporal e sobrepesonasidadesde

7 e 11 anos: uma

análise do caminho dentro da Coorte de Nascimento Nacional Dinamarquesa.

Foram acompanhadas crianças dos 7 aos 11 anos participantes da Coorte de Nascimento Nacional Dinamarquesa, pela qual obtiveram informações sobre alimentação infantil, ingestão de proteínas aos 18 meses, índice ponderal ao nascimento, IMC infantil e vários fatores parentais estavam disponíveis. A análise da trilha foi usada para avaliar os efeitos diretos e indiretos da alimentação infantilsobreoIMC.Pontuações(z-IMC)

aos 7 anos (n=36.480) e 11 anos (n=22.047). Além disso, foram utilizadas análises de regressões logísticas para examinar associações com excesso de peso.

A duração de AM não foi associada ao IMC na infância aos 7 e 11 anos. A introdução precoce de alimentos complementares (< 4 meses) não foi associado ao IMC-z aos 7 anos, mas com 0,069 (Intervalo de Confiança [IC] de 95%:0,021, 0,117, P=0,005) IMC maior aos 11 anos e risco aumentado de excesso de peso aos 11 anos (OR 1,44;IC 95%:1,04, 2,00;p=0,03). A ingestão de proteínas de produtos lácteos (5 g/d) foi associada ao maior IMCzapenasaos7anosdeidade(oddsratios– OR:0,012; IC 95%: 0,003, 0,021; p= 0,007). A ingestão de proteínadecarneepeixe(2g/d)foiassociadaa0,010 (IC 95%: 0,004, 0,017; p=0,003) maior IMC-z aos 7 anos, 0,013 (IC 95%: 0,005, 0,020; p=0,002) IMC maior aos 11 anos e maiorchance de excesso de peso aos 7 anos (OR: 1,07;IC 95%: 1,03, 1,10;p< 0,001), mas não aos 11 anos.

A ingestão de proteína de carne e peixe aos 18 meses de idade foi associadaaomaiorIMCe risco de sobrepeso na infância. No entanto, os tamanhos de efeitos foram pequenos. A introdução precoce da alimentação complementar pode estar associada ao IMC e ao excesso de peso infantil.

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Ano Base de Dados Autor Título Metodologia Resultados Conclusões

2019 MEDLIN

Lee, J. W. et al., 2019

)

O efeito protetor do aleitamento materno exclusivo sobre o sobrepeso/obesidade em crianças com alto peso ao nascer.

Realizou-se um estudo de coorte retrospectivo entre 1° de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2016, utilizando dados do “National Health Information Database of Korea”. Foram acompanhados 38.049 indivíduos até o final de 2016, desde que todos fossem completamente elegíveis para todos os exames de saúde desde o nascimento até os 6 anos de idade. A cada período de check-up médico (exames de rotina), regressões logísticas múltiplas foram usadas para investigar a associação entre o baixo peso ao nascer, peso normal ao nascer, alto peso ao nascer e desenvolvimento do crescimento.

Bebês alto peso ao nascer eram altamente propensos a ter sobrepeso/obesidade emcomparação combebês peso normal ao nascer (odds ratio [OR], 1,70-2,35) e bebêsbaixopesoaonascereramaltamentepropensos a ter baixo peso (OR, 1,69-2,20) até os 6 anos de idade. O risco de sobrepeso/obesidade diminuiu significativamente se os bebês de alto peso ao nascer fossem amamentados por 6 meses (OR, 0,54-0,76).

O aleitamento materno exclusivo é um importante fator de proteção contra sobrepeso/obesidade em criançascomaltopesoao nascer.

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Metodologia Resultados Conclusões
Ano Base de Dados Autor Título
E (INGLÊS

2019 MEDLIN E (INGLÊS )

Ardic, C. et al., 2019

Efeitos das práticas de alimentação infantil e características maternas na obesidade infantil.

Bebês nascidos na província de Rize (Turquia)entreasdatasde1denovembro de 2013 e 30 de setembro de 2014 com peso de nascimento entre 2.500 g e 4.500 g participaram do estudo de coorte prospectivo. O presente estudo durou 3 anos e 11 entrevistas foram realizadas com cada mãe dos bebês durante este período. A relação entre obesidade ou sobrepeso e práticas alimentares foi avaliada em dois grupos de acordo com suas práticas alimentares.

294 crianças saudáveis foram incluídas. O peso médiodosbebêsaos36mesesfoide14,6kg,6bebês (2%) estavam acima do peso ,20 bebês (7%) eram obesos e 268 bebês (91%) estavam compeso normal. 82 bebês (21%) amamentaram exclusivamente com menos de 6 meses e 212 bebês (55%) amamentaram exclusivamente com menos deseis meses ou mais. O sobrepeso e a obesidade são menos frequentes entre as crianças que foram amamentadas exclusivamente por pelo menos seis meses (p<0,05).

O tempo de aleitamento materno exclusivo e a obesidade materna têm efeito significativo sobre osobrepesoeaobesidade infantil.

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Ano Base de Dados Autor Título Metodologia Resultados Conclusões

2019 MEDLIN

(INGLÊS )

Kirchber , F. F. et al., 2019

Todos os bebês são iguais? Clustering de dados de metabolômica para identificar grupos de risco para obesidade infantil.

Foramobtidasamostrasdeplasmade183 bebês amamentados com idade de 6 meses que participaram do estudo multicêntrico europeu "Childhood Obesity Project". Foram medidos os aminoácidos juntamente com as concentrações de lipídios polares (acilcarnitinas, lisofosfatidilcolinas, fosfatidilcolinas, esfingomielinas). Determinamososmetabotiposusandoum método aglomerativo e bayesiano de agrupamento. Foram investigadas as propriedades desses agrupamentos com relaçãoafatoresclínicos,deprogramação e metabólicos até os 6 anos de idade.

Identificou-se 20 grupos de metabólitos compreendendo de 1 a 39 crianças. As fosfatidilcolinas influenciaram predominantemente o processo de agrupamento. Nos maiores clusters (n14), existiam grandes diferenças para comprimento de nascimento (não ajustado P<0,0001) e comprimento e peso aos 6 meses (não ajustado p< 0,0001 e p ¼ 0,012, respectivamente). Os bebês tendiamaseagruparporpaís(nãoajustadoP<0,001).

O índice de massa corporal (IMC)z pontuação aos 6 anos de idade tendeu a diferir (não ajustado p1/4 0,07).

Os bebês amamentados não são metabolicamente iguais e a variação nos perfis metabólicos entre os bebês pode fornecer informações sobre o desenvolvimento e a saúde posterior. O trabalho destaca o potencial dos metabólitos para identificar diferenças interindividuais que podem construir a base para o desenvolvimento deestratégiaspreventivas precoces personalizadas.

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Metodologia Resultados
Ano Base de Dados Autor Título
Conclusões
E

2019 MEDLIN E (INGLÊS )

Rito, A. I. et al., 2019

Associação entre características ao nascer, amamentação e obesidade em 22 países: Iniciativa europeia de vigilância daobesidadeinfantilda

OMS-COSI 2015/2017.

Foram utilizados dados de 22 países participantes do estudo europeu COSI da OMS (4° rodada de 2015/2017) foram coletados usando amostras transversais e nacionalmente representativas de crianças de 6 a 9 anos (n=100.583). As medidaspadronizadasdepesoealturadas crianças seguiram um protocolo comum da OMS. As informações sobre o peso ao nascer das crianças e a prática e duração do aleitamento materno foram coletados por meio de uma ficha de registro familiar, sendo feita uma análise multivariada de regressão logística multinívelquantoàpráticadealeitamento materno (geral e exclusivo) e característica ao nascimento.

As maiores taxas de prevalência de obesidade foram observadas na Espanha (17,75%), Malta (17,2%) e Itália (16,8%). Foi encontrada uma grande disparidade entre os países na prevalência da amamentação. O Tajiquistão teve a maior porcentagemdecriançasqueforamamamentadaspor > 6 meses (94,4%) e em aleitamento materno exclusivo por > 6 meses (73,3%). Na França, Irlanda e Malta, apenas cerca de 1 em cada 4 crianças foi amamentadapor>6meses.ItáliaeMaltaapresentam maior prevalência de obesidade entre as crianças que nunca foram amamentadas (21,2%). A análise conjunta mostrou que, em comparação com crianças que foram amamentadas por pelo menos 6 meses, as chances de serem obesas foram maiores que as de crianças nunca amamentadas ou amamentadas por um período mais curto, tanto no caso geral e aleitamento materno exclusivo. O maior peso ao nascer foi associado a um maior risco de excesso de peso,relatadoem11dos22países.Bulgária,Croácia, França, Itália, Polônia e Romênia mostraram que crianças prematuras ao nascer tinham maiores chances de serem obesas.

O presente trabalho confirma o efeito benéfico da amamentação contra obesidade, que aumentava muito se as crianças nunca tivessem sido amamentadas ou tivessem sido amamentadas por um período mais curto. No entanto, a adoção do aleitamento materno exclusivo está abaixo da média global recomendações e longe da meta endossada pelos Estados Membros da OMS na Conferência Mundial Metas Globais para Nutrição da Assembleia da Saúde de aumentar a prevalência de amamentação exclusiva nosprimeiros6mesesaté pelo menos 50% até 2025.

Pinto et al. International Journal of Advanced Engineering Research and Science, 10(4)-2023
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2020 MEDLIN

(INGLÊS )

Blair, A., MacGre gor, E., e Lee, N.

Taxas de obesidade infantil e aleitamento materno nos condados da Pensilvânia Análise espacial da paisagem de apoio à lactação.

Os dados foram coletados em 617 Provedores de Apoio à Lactação (LSPs) profissionais em 67 municípios da Pensilvânia (PA). Existem 608 Conselheiros Certificados em Lactação (CLCs) e 144 Consultores em Lactação Certificados pelo Conselho Internacional (IBCLCs) em PA. As taxas de aleitamento materno em nível municipal, taxas de obesidade infantil e o número de CLCs e IBCLCs foram testados para significâncianonívelp<0,01usandoum teste de significância bicaudal e correlação bivariada de Pearson.

Os resultados mostram uma relação inversa significativa entre as taxas de amamentação e a prevalênciadeobesidadeinfantilànívelmunicípio,p < 0,01. Há também uma relação inversa significativa entreonúmerodeCLCseonúmerodetodososLSPs profissionais e as taxas de obesidade infantil à nível municipal, p < 0,01.

Assim, a disponibilidade de apoio à amamentação está significativamente relacionada às taxas de amamentação e inversamente relacionada às taxas de obesidade infantil em toda a Pensilvânia.

Pinto et al. International Journal of Advanced Engineering Research and Science, 10(4)-2023 www.ijaers.com Page | 12
Metodologia Resultados
Ano Base de Dados Autor Título
Conclusões
E

4.1

Fonte: Elaborado pelas autoras (2022).

IV. DISCUSSÃO

Rastreamento e Prevenção da Obesidade Infantil

4.1.1 Saúde materna na pré-concepção

Em um estudo realizado na China, Chen et al. [11], apontaram fatores externos e anteriores ao parto, como a saúdematernapré-concepção,porexemplo,aseremfatores a considerar na influência da obesidade infantil tardia.

Em 2019, Ardic et al. [12] trouxeram em seu estudo, a importância dos hábitos pré estabelecidos das mães que se perpassamaosbebês.Aponta-sequeoIMCpré-gestacional está ligado ao desenvolvimento futuro de sobrepeso e obesidade em crianças, tendo em vista a influência que a genética e os costumes alimentares da mãe exercem sobre a criança.

A partir da análise deste parâmetro, percebe-se que a obesidade sobre este aspecto não é considerada uma sentença, todavia, éressaltado que as crianças com mães de maior IMC são um grupo de risco para desenvolvimento de sobrepeso e obesidade infantil comparado às mães eutróficas e de baixo peso, visto que o sobrepeso e obesidade maternos promovem alterações metabólicas no período fetal. Ortega-García et al. [13], encontraram resultados semelhantes, demonstrando relação entre IMC materno pré-gestacional elevado e risco de desenvolvimento de excesso de peso na prole.

Além disso, o autor ressalta que o tabagismo e o alcoolismo materno durante a gravidez também estão

relacionados a esse risco em crianças aos seis anos de idade [13]. Portanto, infere-se que a vigilância da saúde materna antes da concepção é essencial para evitar prejuízos a curto e a longo prazo na saúde do filho. Salientando o IMC prégestacional, que quando adequado confere maior proteção em relação ao desenvolvimento de excesso de peso na criança, sendo então, importante a observação do peso materno pré-concepção como forma preventiva e de rastreamento para possível propensão à sobrepeso e obesidade.

4.1.2 Identificação do risco de obesidade infantil

Rito et al. [14], descrevem sob a perspectiva de países europeus, a influência que características do nascimento possuem sobre o ganho de peso posterior. O estudo traz evidênciasassertivasdequealteraçõesmetabólicasocorrem em períodos críticos do desenvolvimento intrauterino, os quais conferem danos à saúde posteriormente na infância. Tais peculiaridades dão-se ao alto peso de nascimento e ao parto prematuro, compactuando com a premissa de que o rastreamento da obesidade infantil pode ser estudada por metabólitos como um potencial preditivo da saúde, mesmo que, Kircherg et al. [15], tenham evidenciado que os bebês amamentadosnãosãometabolicamentehomogêneos.Dessa maneira, os trabalhos demonstram a necessidade de investigaçõescientíficasparamelhoridentificar estratégias de utilização de metabotipos para prevenção personalizada, estando em questão a obesidade infantil.

Um estudo realizado na República Tcheca investigou a necessidade de atualização dos Padrões de Referência de Crescimentoinfantiltchecosemcomparaçãoaospadrõesda OMS. A pesquisa se deu a partir da investigação da prevalência do excesso de peso entre bebês amamentados exclusivaoupredominantementepornomínimo6mesesde vida, onde foram encontradas discrepâncias entre os padrões analisados, resultando na necessidade de atualizações nos padrões tchecos [16].

Dessa forma, se compreendeu a importância de padrões de avaliação infantil atualizados não apenas na República Tcheca, mas mundialmente, tanto para que haja correto diagnósticoemrelaçãoàobesidadenainfância,quantopara adequadaavaliação dodesenvolvimentoinfantil -incluindo crescimento, estado nutricional e rastreamento do excesso de peso.

4.1.3 Incentivos à prática do aleitamento materno

Alémdisso,Blair et al.[17],relacionaramaimportância das políticas públicas no que diz respeito ao apoio e estímulo ao aleitamento materno, tendo em vista que as condições estruturais de hospitais centrados na atenção aos bebês, os ínfimos serviços de apoio mediados por profissionais da saúde atrelado ao aspecto socioeconômico das famílias pode impactar nos fatores de prevenção e

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Fig 1 Fluxograma de identificação e seleção dos artigos

proteção da obesidade infantil, uma vez que tais causas enfraquecem a prática do aleitamento materno.

Rito et al. [14], apontaram, ainda, os desafios encontrados na Europa, a qual representa uma parte do cenário mundial que remete à realidade brasileira, que são, as práticas de AM que estão aquém das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Há destaque para a necessidade de programas de prevenção de excesso de peso, tal como de incentivo e progresso do aleitamento materno, principalmente exclusivo até os seis meses de idade, enquanto são pesquisadas maiores evidências internacionalmente, de formamaisamplaparaelucidarosbenefíciosdaduraçãodo aleitamento materno, sobretudo ao que diz respeito à doseproteção deste [13].

Portanto, infere-se que há necessidade de fomentar ainda mais a prática do aleitamento materno exclusivo e completo, até os dois anos devida ou mais. Visando atingir taxasesperadasdeamamentação,favorecendoasaúdemãefilho e contribuindo para o adequado crescimento e desenvolvimento infantil. Para mais, órgãos ligados à gestante e ao lactente precisam continuar em busca de estratégias para difundir essa prática. Além de pesquisas maisextensaserepresentativasarespeitodaduraçãodoAM como fator de proteção ao peso excessivo.

4.2Fatoresbenéficosdoaleitamentomaternoparaacriança

Ardic et al.[12],colocaramempauta,adesregulaçãoda saciedade das crianças, uma vez que quando os bebês são amamentados, estes conseguem determinar e teruma maior autonomia sobre o seu consumo, o que difere em crianças alimentadas por fórmulas. Demonstrando que a prática do AME traz uma maior saciedade ao bebê, apesar de na sua pesquisa não encontrarem uma correlação direta entre AM e IMC na infância e sobrepeso.

Ainda nessa perspectiva, Morgen et al. [18], analisaram a composição hormonal do leite humano, o qual possui hormônios que estão relacionados ao apetite infantil e a homeostase energética, caracterizando, portanto, um fator protetor à obesidade.

Riedlová et al. [16], alertaram para a composição completa que o leite materno possui, fornecendo todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento do bebê. Além de conferir proteção contra diversas doenças pertinentes na infância, comodoenças respiratórias, comopneumonia,por exemplo, e gastrointestinais, principalmente diarreia que é comum ao infante.

Portanto, as pesquisas sugeriram que o benefício da amamentação é multifatorial, ou seja, confere proteção em várias áreas e aspectos à criança. Se mostrando imprescindível à saúde infantil.

4.3 Fatores do aleitamento materno associados à prevenção da obesidade infantil

4.3.1 Resultados

Na pesquisa feita por Rito et al. [14], evidenciaram que o Aleitamento Materno Exclusivo (AME) evita o uso de fórmulasalimentares.EnquantoLee, et al [19]eMorgen et al. [18], demonstraram em seus estudos que o leite de vaca juntamenteàsfórmulas,quandocomparadoaoleitematerno possuem maior teor de proteína e gordura. Dessa forma, os estudos remetem que a diminuição do tempo de AME e a adesão ao uso de complemento alimentar precocemente pode ser um preditor para a obesidade posteriormente.

O AME é comprovadamente benéfico à prevenção da obesidadeinfantil,destacandoaindaque,bebêsalimentados por fórmulas apresentam, geralmente, um rápido ganho de peso corporal em um pequeno intervalo, sendo este relacionado à obesidade tardia na infância. Ainda nesta perspectiva, é comprovado um aumento nos níveis de insulina plasmática e a precocidade na formação (acúmulo) de adipócitos, uma vez que a fórmula láctea comparada ao leitematernopossuimaiorteordeproteínaseenergia.Logo, o AME atua na regulação do balanço energético, proporcionando ao bebê um ganho de peso saudável e demonstra os benefícios da introdução tardia das fórmulas [14]. Corroborando, Ortega-García et al. [13], concluíram em seu estudo que a introdução de aleitamento artificial, de modo precoce eleva o risco de apresentação de sobrepeso e obesidade, especialmenteporcrianças de primeirainfância.

Além disso, foram encontrados resultados semelhantes ao que diz respeito à introdução precoce de alimentos complementares e seu impacto na obesidade infantil. Um estudo de coorte observou associações consistentes entre dietasàbasedeproteínadecarneepeixeeaumentodoIMC e posterior desdobramento da adiposidade na infância [18]. Reafirmandoassim,aimportânciadoAME,comoprincipal fonte alimentar do lactente até os seis meses, frente aos benefícios deste.

De acordo com o estudo de Ortega-García et al. [13], apresentaram menor risco de alto IMC, crianças que foram amamentadas. O principal resultado encontrado foi a pequena, mas estatisticamente significante, proteção que o leite materno confere contra sobrepeso eobesidade infantil. Foi observado que o IMC reduziu 3,5% em crianças de 6 anos a cada semana de amamentação. O efeito da duração do aleitamento materno (dose protetora-resposta) se mostrou eficaz mesmo em períodos mais curtos de amamentação, ratificando, ainda, a prevenção de outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus 2.

Em contrapartida, Riedlová et al. [16], em sua investigação, não encontraram diferença significativa de

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sobrepeso e obesidade entre bebês amamentados por pelo menos 6 meses e por mais de6 meses. Validando pesquisas anteriores na área, citadas pelo próprio autor. Inferindo que nãohádiferençanaproteçãodebebêsamamentadosdurante 6 meses ou mais.

Diantedoexposto,éindispensávelfuturaspesquisasque busquem compreender os efeitos da duração do AM e seus mecanismos, de forma mais clara, frente à prevenção do excesso de peso. Levando em consideração os possíveis fatores de confusão.

Em bebês nascidos Grandes para Idade Gestacional (GIG), ainda que este seja um fator de risco para desenvolvimento de excesso de peso, a amamentação pode atuar como fator de proteção ou retardo em relação à doença. Foi encontrado, que a prática do AM em crianças GIG confere proteção, principalmente aos 3 anos de idade, de acordo com análise estatística do estudo, estimando que essapopulaçãoestá com15,0%menorprobabilidadedeter sobrepeso e obesidade em relação aos bebês GIG não amamentados [11].

Morgen et al. [18], encontraram relação entre alto peso aos 5 meses de vida e elevação do IMC a longo prazo na infância. Todavia, quanto à duração da amamentação exclusiva como preventora, não houveram resultados estatisticamentesignificativosatéestaidade.Demonstrando limitação de associação.

Além disso, estudos anteriores do mesmo autor comparados à referida pesquisa, apresentaram relação entre duração de AM e velocidade de ganho de peso nos primeiros12mesesdevida,masnãohouveassociaçãoentre duração do AME com desfechos de excesso de peso (IMC) aos 7 e 11 anos de idade.

Desse modo, foi apresentada a pertinência do AME, demonstrando eficácia mesmo frente a outros fatores contribuintes à obesidade. Todavia, há limitações nos resultados.

Visto isto há necessidade de estudos com maior representatividade para que se determine de forma mais clara até que ponto a prática do aleitamento materno contribui para prevenção de excesso de peso nessa população (CHEN et al., 2022).

V. CONCLUSÃO

O trabalho buscou avaliar as publicações dos últimos cincoanos – atémeadosdeMaiode2022 – sobreosfatores preventivos do aleitamento materno relacionados à obesidadeinfantil,comointuitodeidentificarasevidências científicas, bem como analisar a necessidade de estudos aprofundadostantoaoquetangearealidademundialquanto a brasileira.

Os estudos demonstraram que há relação direta entre a prática do aleitamentomaterno ea prevençãode excesso de peso, principalmente quando a lactante oferece de forma exclusiva até os 6 meses de vida à prole. Vale ressaltar ainda, que, não apenas a amamentação exclusiva, mas o tempo em que esta é exercida apresenta influência sobre proteção ou predisposição ao sobrepeso e obesidade, vistos os resultados sobre o tempo de consumo de leite materno implicando em menor chances percentuais de a criança desenvolver obesidade mais tarde na infância.

Apesar do exposto, alguns autores encontraram apenas uma relação tênue entre a duração do AM e prevenção do excesso de peso. Inferindo que são necessárias pesquisas mais aprofundadas sobre esta relação, considerando e identificando os possíveis fatores de confusão.

Em suma, ressalta-se a importância da temática para a sociedade, uma vez que a pesquisa nesta área possibilitará um maior incentivo à prática de aleitamento materno bem como a promoção de políticas públicas que destacam especialmente os fatores preventivos à obesidade infantil.

VI. AGRADECIMENTOS

A Deus rendemos toda a glória e a honra deste trabalho, pois,certamente,semasuapresençaemnossasvidasjamais teríamos alcançado êxito nessa pesquisa tão extensa, a qual foi vivenciada em um período de bastante tensão e provações em nossas vidas.

Aos nossos pais, Antônio e Sandra e irmãos Leandro e Leonardopeladedicação,amor,empenhoeentregaemseus muitos sacrifícios em prol de que meus sonhos se realizem. E Benedito, Sandra e Inamar por todo auxílio emocional, financeiro e por toda dedicação e cuidado. Além do meu esposo e filhas Clara e Laura que me serviram de incentivo e mesmo em sua inocência me deram grandes inspirações. Agradeço por toda ação de amor de modo direto e indireto. Às nossas famílias por nos abençoarem com todo esforço com materiais que foram essenciais à nossa corrida acadêmica.

Aos amigos, os quais não citarei nomes, pois foram muitos,quesão verdadeirospresentesdeDeusemmeioaos meus desesperos e inseguranças. Agradeço cada palavra, ação e oração nesse momentoque foi importante para mim. Obrigada por cada palavra, como: “eu entendo”, “vai dar tudocerto”,“vouorarporvocê”.

Aos nossos professores, os quais foram inspiração nesta trajetória árdua. Além de toda paciência e dedicação em ensinar a nos tornarmos íntegros e qualificados profissionais.

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