Revista Mirante - nº 52 - junho de 1961

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O HOMEM DE CÔR

DE PIRACICABA Joaquim do MARCO Não sei se alguém já denuncioua impro-

priedade da designação "homens de côr" como privativa dos pretos. Se alguém o fez, não tive

oportunidadede tomar conhecimento da denúncia. Por isso, eu a faço aqui, por minha conta e risco, sem poder citar quem quer que seja em abono do que penso!

A questão para mim, é esta: — por que só os pretos são homehs de côr ou porque só a êles cabe a denominação?Por acaso, não têm côr, ou são incolores os brancos, os amarelhos, os vermelhos ou acobreados,os morenos?Da resposta a esta pergunta salta à vista, não só a impropriedadeda expressão, mas também a sua incongruência, dado que indaga acêrca de homens de outras côres. Denunciada a impropriedade, devo dizer, entretanto, que não sou contra ela e, antes, defendo o seu emprêgo. Defendo-o pela acepção elevada que atingiu, pelo significado superior que tem para os homens (e mulheres) aos quais se aplica. Não que os descendentesde Cam se sintam diminuidos pela qualificação de prêto ou negro, que é realmentea sua côr. Mas, sim, porque êles, de certo modo, se sentem lisonjea dos e até distinguidos pela delicadeza de um tratamento especial de fundo certamente carinhoso . Foi mesmo com o objetivo de expressar esta conclusão favorável ao emprêgo de uma expressão, em si imprópria e incongruente, que suscitei a questão. Fazendo-o, posso falar mais

os hoà vontade do tema que me propus mens de côr de Piracicaba. Para começar, notarei que os homens, ou

melhor,a gentede côr piracicabana,de manei-

ra geral, é merecedorade vários adjetivos elogiosos que registro com prazer: é modesta e simples, em todo seu viver interior ou exterior, é ordeira e trabalhadora, é desambiciosa mas progressista, é honesta sem alardes e é religiosa por convicção e sem artifícios . Com qualidades assim positivas, é natural, é conseqüente, que a gente de côr, em Piracicaba viva bem a sua própria vida e seja estimada e apoiada pela gente de outras côres. Por isso, ela tem sua sociedade organizada — a "13 melhor mesmo, a certos respeitos, de Maio"

que as sociedades de seus irmãos brancos. E têm seus homens representativos pela ação ou pela cultura, como o saudoso Benedito José

Anastácio, o João Batista Marçal, o Prof. Benedito de Andrade e senhora, o casal de mestres Cornélio T. Lúcio de Carvalho e Lourdes A. R. de Carvalho, e tantos outros. E tem os moços e moças que frequentam nossas escolas secundá-

rias ou superiores. E tem as excelentesdomesticas, que servem nossos lares, ou as operárias que fazem progredir nossas fábricas. E tem homens e mulheres para os mais diferentes trabalhos, obedientes e pontuais. E tem elementos animados para os folguedos que enchem de alegria a cidade. E tem finalmente, um jornal próprio, o ''Ncsso Jornal", de significado tão grande e criado e mantido pelo espírito superior e inquieto de Benedito de Barros, publicado em homenagem aos homens de côr de Piracicaba", na dota da abolição da escravatura. Honra, então, lhes seja por tudo, a êsses homens que são de côr, mas da côr bonita da simpatia, da benquerença, da tolerâncic e da harmonia social!

mirando o que acontece.w

MIRANTE

EVISTA MENSAL EDITADA POR PIRACiCABA PUBLICIDADE Diretor: RENATO 'WAGNER

Redutor: JOAQUIM DO MARCO Colaboradores diversos preçod

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SEDE Rua MoraisBarros,802 - Salas, 20 e21 - Telefone, 42g6 PIRACICABA

Nossa Capa: Visão do Centro de Piracicaba, que aos poucos vai se modificando com os novos arranhacéus que vão surgindo.

Foto: CANTAREI,LI - NASCIMENTO

Estado de São Paulo- Brasil


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Após a missa de sétimodia, imediatamente Dna. Elinda reunindo-osna sala de jantar, junto com o feitor, comunicava que desde aquela data, era a única dona da fazenda — "Que todos obedecessema suas ordens, senão o chicote e os ferros iriam gemer nas car-

A

nes dos desobedientes/'.

DE PEDRA

Enquanto falava, seus olhos, brilhavam de prazer e satisfação. Lentamente, os escravos se retiram, murmurando palavras incompreensíveis em língua africana . "Que ficassem sàmente as negrinhas que ela iria escolher aquelas que ficariam no

serviçoda casa grande/ Entre as escolhidas figurava a Etelvina, uma negrinha mocinha, de alvos dentes e olhos

vivos .

A velha fazenda seguia sua marcha normal e o tempo ia passando.

MARCELO NOGUEIRA DE LIMA

Dna. Elinda, cada vez se tornava mais perversa. Desde cedo gritava e ralhava com as negrinhas jó moças, quando seu chicote não zunia marcando as faces ou o rosto das raparigas .

A velha fazenda S. Pedro, há longos anos, pertencia à familia dos Castros, possuidores de linhagem de nobreza . Sua produção agrícola, era motivo de orgulho do seu proprietário, o velho Antonio de Castro, viúvo que contava mais de oitenta anos. Com sua única filha Elinda, vivia no meio dos seus escravos, no casarão velho e antigo. Possuindo imensa sala de jantar, dali partiam os oez quartos de hóspedes,circundados pelo clássico alpendre colonial. Em baixo, no porão, ficava a loca de pedra, onde se encontravam pendurodos nas paredes os instrumentos de torturas dos escravos .

De sólida construção, feita de terra batida, a casa da fazenda se .destacava num outeiro, tendo ao lado a senzala e o engenho de 'açúcar. Antonio de Castro, era um bom homem. Conhecedor profundo da natureza humana, educado na França, de lá viera com idéias avançadas para o seu tempo e hábitos. Estimado pe10s escravos, êstes o respeitavam pois o sabiam justo e rigoroso.

Sua filha entretanto, não pensava assim. Solteirona, com seus passados quarenta anos, sempre vestida de prêto, magra, de nariz adunco, com profundas olheiras, era realmente o pavor do lugar. Fugiam os escravos de sua senhora, como o diabo da cruz. Má, perseguia a todos, ameaçando-os. Em breve, se tornaria pro. prietária do velho solar. Iriam então ver.. . Reunidos na velha e suja senzala; um dia, os escravos ouviram a notícia de que o patrão rnorrera. Sabiam que em breve o inferno iria desabar sôbre êles .

Após o almoço, descia para o engenho para ver a produção do pão de açucar. Jamais ficava satisfeita com o trabalho dos escravos no velho engenho. Raro era o dia que alguem não amanhecia com os braços levantados presos às correntes da loca de pedra, aguardando sua chegada. Seu grande prazer era ver o feitcr rasgar a chicote as carnes dos escravos até que se tornassem vermelhas de sangue . Não sabia porque, mas tôdas as vêzes que ia ao engenhode acúcar, ficava a olhar o negro Saul, que nú da cintura para cima, suado e brilhante tomava conta da garapa fervida. Por várias vêzes, por sua cabeça passaram pensamentos e cousas.. . Sentia uma atraçãot um não sei o que... Moço, forte e simpático, merecia Cl atenção e o amor da serviçal Etelvina, transformada em bela rapariga. Seus encontros amorosos eram escondidos. Altas horas da noite se viam num bambuzal longe da casa grande. Todos sabiam e o receio era que a patroa viesse a descobrir . Certo dia, conversavam na cozinha, certos de que estivesse fora. Esta, entretanto, da dispensa tudo escutava, jurando pôr têrmo a êsses encontros. Vingativa, aguardou a oportunidade para o castigo. Por haver quebrado uma tijela, Etelvina barbaramente espancado pela sua senhora, foge escondendo-sedebaixo de sua velha cama. Calmamente, vai ao fogão e tirando vermelho pelo fogo, o ferro removedorde brasas, com êle dirigiu-se ao quarto de sua escrava, cotucando em baixo da cama onde sabia-a escondida. Um urro de dôr e um cheiro de carne queimadainvadiu todo o aposento, enquanto a negrinha sai numa corrida louca, do seu esconderijo, com o pescoço, rosto e as mãos queimadas Ordens foram dadas. Que procurem a ne-


gra e seu amante por todos os ca tos da fazenda. Haviam desaparecido. Estravasando seu ódio e recalque, manda prender os companheiros de Saul na loca de pe-

dra, onde ficam sem alimentação por longos dias. Passam-se os tempos. Repentinamentecomeçaa se sentir mal Indo ao doutor, êste determina absoluto repouso, que não obedece diante da sua vontade, cada vez maior, de se vingar dos escravos. Estes, tôdas as noites na senzala, pediam a Ogum sua

Para finas toilletes

nos mais recentes modÊlos e nos Ilielhores grecos da prata

morte .

De trole, percorria a plantação junto com

o feitor. Repentinamente,assustando-se,o ani-

mal dispara levando sua dona, enquanto desesperado, o feitcr que descera, grita sem resulta-

do. Na carreira o trole tomba, arrastando-as pelas pedras.. Morre tràgicamente, com as viceras expostas à poeira e a terra .. Levada QO casarão da fazenda, fazem os

finos calcados

Visitem a CASA MARABÁ antes de fazerem suas com-

pras de calçados "LUIZ XV"

escravos um caixão de madeira rústica, onde colocam aquela que tanto os fizera• sofrer . Distante várias leguas da vila, avisados os amigos e parentes, quando chegam, encon

tram fechado o caixão, pois o corpo já exalava

mau cheiro. Levada e acompanhada pelos seus escravos, Dna. Elinda foi enterrada próximo à velha

casa da fazenda.

A casa dos calçados finos

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Distante, no meio do campo, os urubús estraçalham um cadaver de mulher, enquanto outros rodopiam no céu.. .

Era o corpo da dano da fazenda que fora

levado escondido pelos escravos naquele local, a fim de que sofresse após a morte, aquilo que fizera em vidc aos outros. Sômente mais tarde, contado por velho escravo, foi dada sepultura cristã aos seus restos mortais. Dizem que até hoje, altas horas da noite, na loca de pedra, ouvem-se os gemidos dos escravos que sofrem os maus tratos de sua dona, que vinga a perda de alguém .

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Enlace: Pagotto

Oliveira Reportagem de MiRÁNTE

Maria Ivone Pagotto posa para a reportagem no seu

lindovestido de noiva. No curto espaço de um mês casaram-se 2 ex-secretárias de Mirante.

MonsenhorMütschelleabençôa a união de Maria Ivo-

ne e Gerson.

Realizou-seno dia 6 de Maio às 17 hs., na Catedral de Sto Antonio o enlace matrimonial da Srta. Maria Ivone Pagotto com o sr. Gerson de Oliveira Dória. Após a cerimonia os convidados foram recebidos nos salões de festas

da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Foram padrinhos da noiva no religioso o sr. Orides Benato e Sra. d. Maura A. Pagotto Benato e no civil o Sr. Lourival Araujo de Moraes e d. Aparecida Marques Araujo de Moraes. O noivo teve como padrinhos no religioso

o gr. Osvaldo Silva e sua sobrinha Srta. Aparecid8 Oliveira Dória, e no civil o gr. Silvio Pampoline e d. Orlanda Santiago Pampoline. A noiva é filha do gr. Otavio Pagotto e de d. Maria Santiago Pagotto e o noivo é filho do sr. Lindolfode Oliveira Dória e de d. Olimpia Alves Silva O. Doria.

Maria Ivone, que foi por 2 anos secretária desta revista, e Gerson, Mirante deseja mui-

tas felicidades.


aria

Ivone

Gerson de Um flagrante do casamento civil, quando o noivo Gerson assina va e MariaIvone aguardavasua vez.

ória

Fotos: CICERO

Após o casamento, Maria Ivone e Gerson troca. ram brindes, tendo a frente o lindo bolo nupcial

Os recém-casados e seus pais. Da esquerda pa-

ra a direita:Sr.OtavioPagottoe sra. d. Maria

Santiago Pagotto, Maria Ivone, Gerson, d. Olimpia Alves Silva O. Dória e Sr. Lindolfo de

OliveiraDória.


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O que dizem de Piracicaba

(Último trecho do discurso pronunciado no Rotary Clube, por ocasião do 193.0 aniversário da cidade, em 1.0 de Agôsto de 1960) .

David ANTUNES A cidade numeravaonze jardins. Minha terra de adoção, o Jaú, só contava um. Fiquei maravilhado. As ruas eram, se bem me lembro, macadamizadas. Pelo menos não vi lama num

dia em que choveu. Nada encontrei que destoasse a primeira impressão, que é sempre a verdadeira. O casario era modesto como os seus moradores, o que se observará pelas vistas do tempo. Aparentemente, uma cidade igual a tantas outras do interior. Não era. Perdoemme o altruismo: o que faz a cidade é sua gente, não seus edifícios. Neste sentido, sou por afirmar que, mentalmente, Piracicaba tinha aspecto próprio, fisionomia caracteristica, uma disposição imanente, um cunho particular que a tornava inconfundível. Impressionaram-meas moças piracicabanas. Nunca vi mais lindas. A cidade tinha seus padrões próprios de beleza — beleza singela, sem artifícios, sem penteados exquisitos. A moda não representava,como diria Helena Silveira, uma penitência do sexo, porque ainda não se conhecia o tipo da mulher-precipício. Note-se ainda que esta cidade era um centro estudantil, com sua famosa Escola Agrícola, a sua Escola Complementar, raríssima na hinterlândia, e que lhe davam foros de Meca para todos quantos desejavam instruir-se. Existia aqui também um núcleo de entusiastas das conquistas do espírito que, pelo mesmo tempo fora, não mais encontrei em outra cidade intericrana, onde, via de regra, o marasmo intelectua! chega a doer na sensibilidade de qualquer

chinês. Já era uma reserva no campo científiPodia vangloriar-se de ser um viveiro de

intelectuais. No recesso_das bibliotecas e dos Icboratórios surgiam fachos de luz susceptíveis de iluminar extensas áreas de conhecimentos.

Esta é, a meu ver, a glória máxima de Piracicaba, uma pulma que ninguém lhe arrebata o de ter sido uma das primeiras cidades paulistas, senão a primeira, além da Capital, que exerceu influência na cultura nacional em vários setôres de seu domínio. Seria injusto concluir êste arremêdo de palestra sem um toque, mesmo de raspão, no folclore piracicabano. Em poucas regiões do Estodo se encontrará maior expressão fo!clórica nos casos de oferecer interêsmse a pesquisadores e atrativos o turrstas fortuitos. Acode-me uma particularidade que talvez não haja suscitodo reparo a muitos. Salvo melhor juizo, pois não tenho base científica para uma afirmação,

o folclore piracicabano não recebeu induções diretas do africano ou do português,a não ser o influxo de tradições religiosas. O rio e, digamos logo, a lendária rua do Pôrto, serão talvez c fonte de tôda essa reiquez folclórica original que se dilui, paulatinamente, no esquecimento do povo, à falta de uma exploração metódica dos seus veios . Formulo votos por que sejam recolhidos os subsídios dessa cultura popular, ainda jacentes na memória de velhos moradores de Piracicaba, antes que a máquina comece c esfacelar tão rica tradição. Pena será privarse nossa terra do seu elementovital, que é a poesia, ou seja, a sua própria arma . Minha missão, nesta noite, está cumprida. Mas antes de fazer ponto final, desejo saudar Piracicaba pelo transcurso de seu centésimo nonagésimo terceiro aniversário, dentro do ciclo comemorativo da magna data que fala muito de perto ao coração de todos nós. Como fazê-lo senão através de um símbolo? Achei o símbolo na mulher piracicabana, aqui tão bem representada. A ela me dirijo na pessoa das distintas damas presentes, convicto de que encarnam a nobreza, a fidalguia e a bondade incondicionais, predicados formadores dêste grande povo. Recebei, senhoras, por Piracicaba, de cujos sentimentos sois a grande síntese, as felicitações de um pi racicabano de coração pela gloriosa efeméride .

Meus amigos .

Manoel Galvão que, por longos anos. exerceu, nesta cidade, as funções de gerente da Emprêsa Telefónica, um dia se deixou arrebatar pela política, em que tomou parte ativa e

saliente, mercê de sua veia de orador popular. Após um comício, realizado na Praça José Boni-

fácio, procurou auscultar a opinião de certo amigo da roça, que se conservara rente dêle, o tempo todo, a respeito do discurso que acabara

de pronunciar. "Que tal a minha fa!a" — perguntouGalvão. — "Macota" — respondeulhe o roceiro . E qual foi a parte de que mais gostou?" O homem coçou o queixo, pensou um pouco e respondeu: "Eu gostei mesmo foi da

pausa'

Pois bem, senhores. Não desejo que me elogiem pela pausa. Mas ouso esperar que me agradeçam o fim . come

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os FILHOS E n VELHICE nos PEARL S. BUCK Um ditado popular na China afirma que u'a mãe pode cuidar de dez filhos, mas que dez filhos não podem cuidar de u'a mãe. A quem possa parecer exagerada a afirmação, eu mos-

traria uma carta a mim enviada por uma anciã

que afirma ter sido despojada de todo o seu dinheiro pelos filhos, os quais, depois de tirar-lhe até o último centavo, ainda enviaram-na para um asilo de velhos, a fim de que ali passasse os seus últimos dias. Desumano, criminoso, como é o procedirnento dêsses filhos, tem êle infelizmente inúmeros precedentes. Muitas de nós temos conhecido filhos tão ansiosos de pousar suas garras sôbre os haveres economizadospor seus pais em tôda uma vida de duro trabalho, sacrifícios e poupança feita à custa da privação dos melhores prazeres pessoais, que nem sequer puderam esperar que aquêles morressem para lograr seus propósitos .

"Querida mamãe: trabalhaste demasiado

durante tôda a tua vida e esta casa é muito grande para ti sàzinha desde que o papai morI eu. Dá-ma, e eu te prometocuidá-la para ti . Continuarás vivendo nela, está claro, mas já não terás que te preocupar com a limpeza, com o pagamento dos impostos,e com tantas outras coisas incômodas. . . 't

Assim argumentoua filha, e a mãe a faz

dona da casa que um dia levantou com seu companheiro, tijolo por tijolo. Cede seu único bem, encantada com o pensamento de que terá contribuido para a comodidade e o maior bem-

estar de sua filha e de seus netos,e que êstes

largamente pagarão sua generosidadecom amor e gratidão. Mas tão pronto a filha se sente "dona", e logo o afeto e a solicitude para com a mãe diminuem sensivelmente. Já não acha necessário tratá-la com considerações especiais e submeter-se aos seus desejos e chega mesmo, em sua inconsciência, a sentir que a anciã é uma hospede indesejável, cujas opiniões é necessário desprezar e cujas sugestões é preciso recusar, e a quem, quando os fatos parecem justificar a medida desumana, pode até, convidar a deixar a casa, onde já é um traste inútil E o filho que pede emprestadoà mãe avultodas importancias em dinheiro, sem a menor

intençãode as devolver? "Mamãe, não é pre-

ciso que eu passe um recibo. Bem sabes que te devolverei êsse dinheiro até o último centaE a mãe se cansa de esperar, e inclusive, quando o necessita, deve solicitar, como um

favor, a devolução do dinheiro que lhe pertence de direito. E o filho que induz o pai à cederlhe seu estabelecimentocomercial? Mais tarde êsse filho e sua família vivem com um luxo ostensivo à custa do negócio, pelo qual seu legítimo dono— que o fundou e o prestigiou— recebeu uma soma que apenas dá para viver mal numa pensão barata . Em geral, todos os pais pensam que isso não pode acontecer consigo, que os filhos sentem por êles uma grande afeição e um grande respeitoe que nunca se atreveriam a privá-los daquilo que lhes pertence. Na realidcde, é assim na maior parte dos casos, mas há exceções, para têdas as regras e a prudência indica aos pais a necessidadede colocar-se em bom resguardo e reter o dinheiro que conseguiram reunir numa vida de trabalho para sustentar-se com êle durante a velhice. Porque a felicidade ou a desgraça da idade provecta depende do fato de uma pessoa estar bem ou mal financeiramente .

Os pais não têm por que vacilar em assegurar sua velhice, já que os filhos que são amantes e generosos, naturalmente almejam para si própriosa independênciaque o dinheiro proporciona, ao passo que os egoístas e ambiciosos se mostram contrários à idéia de que seus progenitores retenham o dinheiro que ganharcm para desfrutar na velhice Mas, com filhos generososou egoistas, é bom lembrar que na velhice, o tratamento que recebemos dos estranhos e mesmo dos parentes mais próximos dependerá de nossa conta no banco, mais do que nenhumaoutra coisa. Entre um ancião, homemou mulher, com um lar próprio e dinheiro para deixar após a sua morte, e outro despojado de tudo, existe um mundo de diferença. O melhor amigo dos velhos é o dinheiro que possuem e procede insensatamente quem o entrega a seus filhos enquanto ainda lhe resta vida suficiente para dêle desfrutar.

SOFÁS-CAMA'

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Do Anedotário

da Academia JOSUÉ MONTELLO (Da Academia Brasileira de Letras) I — COMO APARECEU TIBÚRCIO GAMA

Todos os domingos, desde a fundação do "Correio da Manhã", publicava Artur Azevedo, na primeira página do jornal de Edmundo Bit-

tencourt, um conto leve de inspiração jovial . Regularmente, o contista surgia com a sua anedota, o seu pequeno caso brejeiro, ou a sua historieta de passatempo,e com isto divertia os leitores com a espontaneidadede sua graça . Não tardou surgissem no caminho do velho escritor as críticas hostís das novas gerações. O conto, assim como Artur Azevedo o construia, era uma modalidade obsoleta de narrativa. Havia agora uma pleiade mais ágil e mais interessante de contistas modernos, sensivelmente superiores ao autor dos Contos Possíveis por que não dar oportunidadea êsses valores novos?

E Artur Azevedo, um dia, recebea notícia de que o "Correio da Manhã" não mais lhe publicaria o conto dominical. Em vez da pagina habitual de seu antigo colaborador, o jornal ia abrir um concurso destinado a selecionar, entre os trabalhos da nova geração, os de mais alto merecimento .

Com efeito, assim se fez. E o premiado, na

primeira seleçao do "Correio da Manhã" é, na verdade, um desconhecido: Tiburcio Gama. E ccm um conto julgado primoroso: A Viúva . Ao ser conhecidoo resultado, Artur Aze-

vedo se apressa em escrever uma carta ao jornal, com esta notícia: o Tiburcio Gama era êle

e o conto premiadoera seu! É que, interessado em saber se poderia

ombrear com os escritores novos, o velho contista se valera do expediente de remeter um conto com pseudônimo,e com outra letra, para a seleçao do jornal! .. escreveu, fechanE conclui: "Confesso

do a carta — que a escolhanão me contrariou, mas como não posso nem devo receber o prêmio de um torneio oferecido aos moços, rogo entregar os 50/000 de Tiburcio Gama a um conto suplementar, que seja efetivamente escrito por um moço"

instantao conto, o apologo ou a fantasia, na auditório. do diante improviso um de neidade Paulo Coelho Neto, no livro de compreensão e ternura filial em que recordou a figura dó romancista de Inverno em Flor, relata outro episódio ilustrativo do domínio verbal do mestre maranhense . Torcedor exaltado do Fluminense, Coelho

Neto tinha assistido, numa tarde de domingo, a uma partida de seu clube com o Flamengo voltara de lá animado, radiante com a vitória do seu time . Nesse dia à noite, numa solenidade de gala c que comparecia o presidente da República, o escritor deveria proferir uma conferência, a qual, dado o relevo da cerimônia, tinha de ser lida. De volta do jogo, sentou-se Coelho Neto à sua mesa de trabalho, certo de que, em duas horas de escrita vertiginosa, daria conta de seu trabalho. A pena obedientecorreu celere na primeira fôlha de papel. E eis que lhe entra em casa um velho amigo, trazendo um vasto embrulho de fogos para serem queimados em hon-

ro do Fluminense.

Ao primeiro estralar das bombas e foguetes no jardim da casa, Coelho Neto abandonou

a pena e o papel

e êle próprio, feliz, numa

alegria de torcedor apaixonado, veio para a rua queimar os fogos, já agora esquecido de que,

às vinte e uma horas, tinha de estar no Teatro a ler a sua conferênciadiante do presidenteda República, do Corpo Diplomático, dos Ministros

de Estado. E ali ficou, realmente,numa animaçdo de menino, até que viu chegar a hora de sair de casa para a cerimônia. Que fazer, se

não escrevera a conferência? De repente teve uma inspiração: apanhou de cima da mesa as páginas em revisão de um de seus romances e saiu. No Teatro, ao assomar ao palco, é festivamente recebido. Calmo, senhor de seus nervos, o orador põe os olhos nas páginas do romance e começa a improvisar a conferência como se a

estivesse lendo nas folhas que vai volvendo. Ninguém percebe a simulação do escritor tal a

mestria com que representa o seu papel de leitor . Ao fim do conferência, estrondam os aplausos calorosos, enquanto Coelho Neto, depois de guardar o discurso, limpa naturalmente as lentes do "pince-nez'

ntz-copn

II — O IMPROVISODE COELHO NETO

Os que ouviram Coelho Neto discursando guardaram do mestre de Sertão a imagem do improvisador admirável, senhor absoluto da tribuna, verdadeiramente assombroso na arte de compor diante do público a página perfeita . Em São Luís, quando por ló passou em campanha política, realizou este prodígio no palco do Teatro Artur Azevedo: na platéia, davam-lhe os temas, e logo o prosador compunha

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FÉRIAS NAS

FÉRIAS

Carlos Drummondde ANDRADE

lho" . E a idéia de conhecer a nossa cidade, conhecer mesmo, que nos namora há vinte anos; tomar bondes esdrúxulos, subir morros, descobrir lagoas na primeira tinta da madrugada . Por último, o sonho colorido dos gulosos, sacrificados durante o ano; comer desbragadamente pratos extraordinários, sem noção de tempo,saú-

de, dinheiro... Tudo aboli e fiz a experiência das férias

própriarnente ditas, que, como eliminação das atividades ordinárias e exteriores, pode parecer estado contemplativo ou exercício de iogue. Não é nada disso. Exatamente porque abrem tnão de tudo, as boas férias não devem tender à concentração espiritual nem à contenção da vontade. São antes um deixar-se estar, sem petrificaçõo. Levantar-se mais tarde? Se não fizer calor; um direito nem sempre é um prazer. Ir à praia? Se ela nos chama realmente, não porque

a manhã e a água estão livres. O mesmoquanto a diversões,muitas vêzes menos divertidas do

A noção de férias está ligada a figuras de

viagens, esporte, apl icações intensivas do corpo; quase nada a descanso. Durante êsse intervalo, as pessoas executam aquilo que não puderam fazer ao longo do ano; fazem "mais" alguma coisa, de sorte que não há férias, no sentido religioso e romano de suspensão de atividades . Matutando nisso, resolvi tirar férias e gozá-las: sem esfôrço para torná-las amenas. A idéia de viagem foi expulsa do programa; é das iniciativas mais comprometedoras e treslouca-

das que poderiatomar o trabalhadorvacante. As viagens, ou não existem, como é próprio da era jato, em que somos transportadosem velocidade superior à do nosso poder de percepção e de ruminação de impressões, ou existem demais como burocracia de passaporte, filas, falta de vaga em hotel, atrasos, moeda aviltada, alfândega, pneu estourado no êrmo, que mais? Quanto à prática dos esportes, sempre julguei de boa politica deixá-la entregue a personalidades como Eder Jofre, Maria Esther Bueno ou Pelé, que dão o máximo. A "performance" désses ases satisfaz plenamente,e, não seria eu em um mês de férias, que iria igualá-los ou sequer realçá-los pelo contraste. Bem sei que o esporte vale por si e não pelos campeonatos; mas também como passatempo êle carece de sentido, se impõe uma longa disciplina da vontade. Pescar, caçar pequenos bichos da mata? Nunca . Esporte e morte acabam pelo mesmo som, mas para mim nunca rimariam. Havia também os trabalhos, os famosos trabalhos que a gente deixa para quando repousar dos trabalhos comuns. Organizar originais de um livro. Escrever uma página de substância (está pronta na cabeça, falta só botar o papel na máquina). Pesquisar em arquivos. Arrumar papéis. Mudar de lugar. E os deveres adiados,

tipo "visitar o primo reumáticode Del Casti-

que a noção que temos delas. Divertir-se é desviar-se, e não convém que nos desviemos das férias, enchendo o tempo com programas de férias. Deixemos que êle passe, o sútil; não o ajudemos a passar. Há uma doçura imprevista no sentir-se flutuar na correnteza das horas, no sentir-se folha, reflexo, coisa levada, coisa que se sabe tal, coisa sabida mas preguiçosa Se me pedirem contas do que fiz afinal nestas férias, direi lealmente: ignoro. Aos convites disse não, alegando estar em férias, ale-

gcção tão forte como a de estar ocupadissimo. O pensamentoerrou entre mil avenidas, não se

deteve em nenhuma; cada dia amanheceu e

caiu como um fruto. Nada aconteceu? O nãoacontecimento— a essênciadas férias. E agora, é trabalhar duro onze meses para merecer as inofensivase deliciosas férias do não

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PIRACICABA CRESCE PARA O ALTO!

À moda de Gagárin, os irmãos Brasil foram os pioneiros na conquista dos céus piracicabanos. O imponente edificio Georgeta Brasil atesta essa supremacia.

Reportagem de:

JOTA MORAIS FOTOS: Cantarelli & Nascimento

Vista do alto, Piracicaba mostra melhor as transformações que. vêm se processando em sua parte central. Os novos edificios

dão outrafisionomia cidade. A ordem agora é: crescer para cima!


15

'ugan

Outro edifício importante: o da Rua XV de Novembro.

Foi iniciadopelo dr. FranciscoAlvareze agora pertence ao sr. LucianoGuidotti.Está em fase de acabamento.

Outros edifícios de muitos an-

dares serão iniciados

breve-

mente: o do Banco da Lavoura,

onde foi a antiga Telefônica, o do Banco Comercial na mesma

esquina onde funciona e outro do Com. Luciano Guidotti na rua

Governador esq. de 13 de Maio

Na rua Boa Morte.o belíssimoedifícioSto. Antonio

diz bem da pujança de nossa gente e dos novos rumos que vêm tomando as construções em nossa terra

Foi pioneira do movimento a Catedral de Santo António. Desde os primórdios da vila, coube à casa de Deus dar o exemplo dos cometimentos. Pequena e modesta, porém sempre principal, ela se plantou no chão que devia ser praça. E, ao seu redor, se ergueram, sem jamais superá-la, as casas dos povoadores. É que suas tôrres, como vigias protetoras, ficavam sempre mais ao altc, simbolizando uma ação superior.

A pequenaigreja dos povoadores cresceu

para Matriz imponente e ganhou, hó poucos anos, as proporções de Catedral magnífica . Então suas tôrres, elevando-se acima dc edifício suntuoso, perfuraram os ares, buscando o alto, persistindo evidentemente naquele papel tradicional de vigias protetoras. E tornaram-se pioneiras dos cometimentospiracicabanos, que estão fazendo Piracicaba crescer para o alto, no lançamento audaz dos arranha-céus. Segue


16

des Gianetti, junto ao Hotel Central, e o da Comurba, que será o maior edificio da cidade, e recebeu o nome símbolo de 'Luiz de Queiroz' . Terminados êsses arranha-céus, já teremos cin-

cc dêles a modificar o centroda cidade e a confirmar que Piracicaba cresce para o alto. Outros edifícios de numerosos andares, porém, deverão ser iniciados muito em breve, po-

dendo-se,desde já, indicar o do Banco da La-

voura, no local onde foi a antiga Telefônica, o do Banco Comercial/ na mesma esquina em que otualmente funciona, e mais um do Com. Luciano Guidotti, na rua Governador Pedro de

Toledo, esquina da 13 de Maio.

Por onde se

vê que são largas as perspectivas do crescimentc de Piracicaba verticalmente, numa gentil obediência ao pioneirismo exemplar das tôrres

da Catedral de Santo Antonio.

4

( ) predio Danto Antonio, em magnifico ângulo apanhado por m,sso fotógrafo, aponta a dii eçüo do progresso piracicabaro: os céus.

Se a poesia sentimentalista valesse alguma coisa, talvez condenássemos um progresso dessa ordem, que vem roubar-nos o casario baixo, acanhado, mas humano e honesto, ao qual se haviam habituado nossos olhos e nossos corações. O progresso, entretanto, tem exigências inevitáveis e assim o deram a entender, pioneiramente, as tôrres da Catedral de Santo Antônio. Foi como se elas dissessem: Pi recicabanos, agora vós podeis e deveis fazer os vossos arranha-céus, como outras cidades os estão fazendo. Tendes a nossa aprovação e a nossa vigilància para modificardes vossos hábitos, dando novos rumos à vossa arquitetura" . A recomendação e a licença foram ouvidas e, embora timidamente, a princípio, foram cumpridas, e estão agora em fase de realização mais corajosa, em rítmo que, já causa admiracão. Os arranha-céus surgiram a exemplo das torres da Catedral e sob a sua protetora vigiláncia . Melhor do que qualquer descrição, dirão as fotografias e os textos da arrancada que faz

Piracicaba crescer para o alto.

Da realização

pioneira, admirável e até liricamente piracicabana dêsses corajosos irmãos Brasil, que nos deram, há anos, com tenacidade realmente alentadora, o primeiro arranha-céu de seis andares, de arquitetura sóbria mas elegante e bonita, pulamos agora para outros mais altos. Um, já pronto, como o edifício Santo Antonio: que a visão de Cícero Certain Ferraz iniciou; outros,

jó bem adiantados,como o da rua XV de No-

vembro, do Com. Luciano Guidotti, o de Aristi-

Há faltade hotéisem Piracicaba.A ampliação Central vem sanar essa falha e contribuir comdooHotel pro gresso, acrescentandomais um arranha-céu na paisagem piracicabana.

O colosso da Praça José Bonifacio: tro urbano. O povo aguarda-o com grande entusiasmo.

Edifício ' 'Luiz de Queiroz"virá modernizara fisionomia de nosso cen-


δ ο

ο

Ζ ο

Φ w α ο


18

Zé Maria, bão brasilêro,

Cantando sempre inspirado,

Era um homeprazentéro E bastante apreciado.

Em tôda festa que havia Ló pras bandas do sertão, Num fartava o Zé Maria Com seu rico violão. Mas um dia. . que desgraça! Numa festa êle incontrô

Com a só Rita das Graça Moça linda como as frô!

Taquarísticas EscreveZÉ TAQUARA

E pro causa da marvada O cabocloZé Maria Teve a vida transformada E perdeu tôda a alegria, Nunca mais êle assistiu Uma festa no sertão, E ninguém mais ouviu O Zé Maria ao violão. Pois o pobredo caboclo De tar jeito apaixonô, Que ccabô ficano lôco E com a Rita se casô.

PENSE e MATE MALUQUICE — Sabe cum quem eu estive hoje, Saraiva? — Num faço idéia, Claudino. Cum quem? — Com o Diodato. Ele já saiu do hospício. E vancê acha que êle tó bão mermo, Claudino?

Pra dizê a verdade,Saraiva, eu num

Resultado do problema n. 2

Horizontais-1- Geniculado;2- Oras; 3- Resoluto;

4 -Cru; Ba;5- Ite; Nada;- 6 - Mania; Ar; -7 —Tatu; Mor; 8 - Atua; 9 - Tu; BD; - 10 Orogenia. Verticais - 1 - Garnimento; 2 - Ta; Ur; 3- Nascente; 4; Or; [a, AG; 5- Colunata; 6 Uru; Ot,7 - Latada; Ubi; 8 - Aso;Armada; IO - Octaedrita.

acho qui êle ficô bão de tudo, não.

— Pruquê?

Pruquê êle me falô que tó cum idéia de

casá.. . VANCÉ PAGA

Sentado à mesa de um hotel do interior estava um hóspede fumando seu cigarrinho sossegadamente. Em dado momento, o caipira, proprietário do hotel, aproxima-se dêle e, apontando-lhe um buraco feito por queimadura na tolha, lhe diz:

— Oia só o que vancê feiz aí! Queimô a tuaiQ da mesa com seu cigarro. O senhor está enganado, explicou o hóspede. Eu não queimei coisa alguma .

Foi vancê, sim, insistiu o hoteleiro. Vancê tó fumano e num quero sabê de nada .

Tem que pagá o prijuizo...

Isso é um roubo! Eu não queimei esta toalha. Não pago nada . Paga, grita o caboclo furioso. Os outros hópede têm pago. , . Pru que é que vancê

num hai de pagá?

DESGRAÇA Uma história muito triste Pra vancêis eu vô contá. É dessas que a gente assiste Com vontade de chorá .

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20

Da esquerda para a direita: Dr. Renato Almeida Prado, Esio Toledo, o sertanista Joaquim Momesso e a "pequena" quantidade de peixes pescados.

COXIM FABULOSO!

REPORTAGEM DE MIRANTE

— O rio Coxim de que rio é afluente? — Do rio Taquarí, igualmente piscoso.

Ê então quase na fronteira com o Pa-

raguai ?

Não.

longe. Fica no inicio do panta-

nal e relativamente próximo a fronteira da Bolivia. Há nessa região algum povoado, patrimônio ou cidade ?

— A cidade de Coxim, que perto dela tem

bom hotel às margens do rio, dirigido muito bem

Mirante volta a focalizar em suas páginas, o rio Coxim dada a grande atração que O mesmo exerce sobre os pescadores piracicabanos.

Desta vez entrevistamos o sertanista Joa-

quim Momesso, de Barra Bonita, promotor e di-a grande pescaria realizada na 2.

rigente de uma

quinzena de Maio passado

Eis as suas respostas às nossas perguntas :

Em que região se situa o rio Coxim em Mato Grosso?

— Fica a noroestede Campo

360 kms

Grand e.

pela familia Góis.

Que leva pescadores a procurar rio tão

distante, quando temos o Piracicaba, o Tietê e alguns outros farnósos por sua fauna ? Porque o Coxim, estando em região

pouco explorada pelo comércio de pesca, oferece quantidade e variedade de peixes que assombra qualquer pescador e por estar no inicio do pantanal, recebendoa desova total da espécieexis-

tente no mesmo

— Uma turma de 5 a IO pescadoresque

quantidade de peixe pode pescar numa semana .


21

— Cinco toneladas, limpos. Qual a variedade mais freqüente no Coxim ?

— Jaú, pacu, pintado e dourado. — Não há fiscalização de pesca nessa re-

gião? Como pescam ali ? Pesca-se como amador, com linha.

— Não fica o Coxim nas proximidadeeda região pantanosa ? Não há perigo de maleita ou outras febres próprias dos paises tropicais. — Não tem havido casos com os nossos

companheirosque ali frequentamhá anos.

— Nesta última excursão quais foram os

seus companheiros ?

— Renato Sampaio de Almeida Prado, Orlando Ometto, Ezio de Toledo Martins e Michel Pedro José.

E pilotos e cozinheiros ?

— Como pilotos : Dionisio, Osvaldo e Chico.

E os cozinheiros: Hélio e Braga. A zona onde se situa o Coximtambem atrai os caçadores? Sim.

Para a caça de campo, há perdizes em

quantidade.

Há poucos campos. Mais propria a zona para caçada de. mato. — Quais as caças? Veado, paca, cuti8, capivara, e outras

— Há tambem muitos jacarés nessa região?

São realmente perigosos para com os pescadores? Atacam o homem? — Há infinidade! Se atacam eu não sei, porque não nadei no meio dêles.. , — O rio Coxim é perigoso?Tem navegação? — Sim. Muito perigoso pelas suas cachoei-

ras e arraias .

Por isso há pouca navegação.

Sendo que nas partes encachoeiradas,a passagem dos barcos se faz por terra ou por cordas. — Como por cordas?

Dois pilotos vão segurando a corda na

popa para dar direçño, e outros dois vão com

uma corda na proa, servindo de breque. Êsses pilotos vão por água a dentro e arrastam o perigo das arraias. Uma arraia pode pesar até 60 quilos ou mais. —Como se atinge o rio Coxim? — Por estrada de rodagem, do Porto XV a Campo Grande, que é oficial, boa; e até Coxim estrada comum. De avião pequeno aterrizando no campo de pouso do Hotel Piracema, do sr. Góis. Campo firme e seguro, portanto. Quais as melhores épocas da pesca ali? Pretende voltar? — A melhor época é de Agosto a Outubro. Pretendo voltar, nessa época e o senhor repcrter está convidado a confirmar o que eu disse. Portanto, até Agosto, se Deus quiser.

variedades. não crêem poderão ver! O piloto Chico e uma amostra do que é o Coxim em abundancia de peixes. Os que

4


PIRACICABA

NÃO

PARAI

A reforrna do Bosque ,do Mirante é

tracão. Já é uma nova atração turisti-

ca de Piracicaba. Quem leu — e todos os piracicabanos deveriam lê-lo — o relatório que o Prefeito Municipal de nossa terra, Dr. Francisco Salgot Castillon, publicou nos jornais da cidade, no dia 30 de Abril último, com o caráter de prestação de contas e como homenagemao "dia do trabalho", colhe uma impressão feliz: a de que "Piracicaba não para" no seu dinâmico e acelerado progresso urbano. O relatório é longo não porque se perca em explanações minuciosas. Pego contrário, seu traço dominante é a concisão. E se longo se tornou é porque muitas e várias foram as obras executadas em todos os setôrcs urbanos e também rurais, avultando, entre êstes, a

conservação das estradas, a eletricidade e o tetefone, para muitos bairros e os melhoramentos -nas sedes dos distritos. Na cidade, sem contar os inúmeros serviços de rotina, há obras realmente grandes a salientar como as de urbanizacão do salto, o prosseguimento da pavimentação e, sobretudo,o da ampliação do serviço de água e esgotos, obra na verdade monumental, de que é prova evidente o novo reservatóriodo alto da rua XV, já concluido, com capacidade dc quase

cinco milhõesde litros, ou seja a soma do que comportavam juntos os três já existentes. Repetimos: os piracicabanos deveriam ler êsse relatório para ficarem sabendo que, felizmente, "Pirocicaba não para" .

Reoortaaem de MIRANTE

Outra obra monumental do prefeito dr, Francisco Salgot Castillon: A caixa

d'agua na praça fronteiraao cemitério,


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N. da R. : Estréia neste n.0, como nosso colaborador, o distinto advogado Antonio Dumit Neto. Donode estiloleve e agradávele abordando assundo variado e atual, por certo agradará aos nossos leitores.

cartaz. O A questãosalarial retorna aodos preços. asfixia na imobilizado está povo Eterno círculo vicioso que agrava as condições econômicas da subsistência .

O Grande Oficial Mário Dedini recebeu

Além da Imaginação

verdadeira consagração do povo de Piracicaba . Um majestoso monumentoem sua homenagem.

Grande alma, grande coração, é a expressão exata da modéstiae da bondade. • a.

ANTONIO DUMIT NETO

A vida é uma sequência de imagens e coisas. Às vêzes, as imagens são tristes, outras vêzes, as coisas não são agradáveis. Mas exis-

te o consôlode lembraras que são. E a vida

continua ..

O govêrno Jânio Quadros está marcando para a política nacional um período novo, espécie de idade nova na história dos destinos do Brasil

Adeus Maio, doçura do ano. Em maio a gente se enternece por tudo. Maio, mês das mães, mês das noivas, mês de Maria, Nossa Senhora! Adeus Maio . Foi em Maio, que nasceu o sentimento do brasileiro. A abolição foi um sentimento. Herdamos do cativeiro uma expressão para o amor: E levamos tanto tempo até minha negrinha. a certeza de que prêto é um homem,como qual-

quer um de nós, e não um escravo apenas.

Brasília iá ingressou galhardamenteno segundo ano de vida. É a capital de fato e de direito do Brasil. O sr. Juscelino Kubitschek passará à história como o realizador do sonho de José Bonifácio, dos inconfidentes, dos constituintes de 1891. E o sr. Jânio Quadrcs tambem poderá passar, como o consolidador de um empreendimentoque jó foi considerado"a obra do século" e que abriu novos horizontes para o progresso do Brasil . Nas terras onde não faz frio, não faz calor, onde a temperaturaé sempre a mesma, de que se valeriam as pessoas para puxar uma conversa.

Um deputado apresentou projeto de lei para instituir nova unidade monetária. A denomincção seria de ''Novo Cruzeiro". Deus queira. O atual está tão desvalorizado, que nem serve para sucata.. . Apesar dos índios, dos pretos, e dos franceses, dos holandeses, dos espanhóis, dos ciganos, dos outros todos, porque será que a história do Brasil começa sempre em Portugal?

A atuação do regime de Castro se encaminha para converter Cuba em um satélite sovié-

tico. O ponta-péinicial já foi dado. Vamos aguardar o resultado.

Estamos vivendo dias tumultuosos. Todo

mundoanda nervoso, anda de cara amarrada, todo mundo bufando como se fôsse destruir tudo. É a guerra fria. São as guerras civis, conta-

minando todos os ângulos. Nunca houve tempo assim. É um mal do século.

Apesar de tudo, viver é bom, e quanto mais tempo, melhor. É pela curiosidade que sentimos o gôsto de permanecer nisto aqui, debaixo do velho sol .

O Brasil é um dos grandes importadores

de astros e estrêlas. Os nossos empresários têm os olhos voltados para Elvis Presley e Frank Sinatra, para uma temporada. Com o dolar a 280 cruzeiros, pelos cálculos em nossa moeda custariam 170 milhões de cruzeiros .

Congo, Argélia, Laos, Cuba, estão fazendo barulho. Aceso o estopim, o mundo poderá explodir. Até quando os homens estarão se dilacerando como primitivos? É Junho que vai, mês estampidos. Quanta gente não gostaria de dos exigir uma lei que proibisse a fabricação de fogos que facam barulho! Revogam-se de artifício as disposições em contrário.


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Russos e Americanos abriram estrada no Cosmo. De lado a lado, as duas potências sabem e advertem o mundo de que a guerra ocasionaró a destruição de uns e outros. Agora, mais do que nunca a Russia voltará a falar em desarmamento.. .

Finou-se no Rio Grande do Sul, o sr. Borges de Medeiros. Era o único sobreviventedos constituintesda primeira República. Figura lendória. Sua longo vida foi uma longa lição. É Junho que termina É o sorriso do ano. Acendem-se fogueiras entre estalos e rojões. E Adeus balão, o balão vai subindo, subindo.. não diga nada aos Santos de Junho, das coisas horríveis que se passam aqui na terra. As nossas vergonhas não devem ser conhecidas no céu.. Em Minas, os mendigos instituiram a taxa

mínima de 5 cruzeiros "per capita" para dona-

tivo de esmolas. Argumentam os pobres mendigos que a elevação constante do custo de vida,

obriga-osa formular tal exigência.

O govêrno austríaco estabeleceu um equilíbrio no problema das vendas a crédito. Codificou o princípio de que o marido pode opôr-se e não reconhecer os débitos feitos pela mulher imprevidente,nas compras supérfluas. — Deve haver exceção, principalmente, quando o marido, dentro do lar, não se encontra no gôzo do pátrio poder.. .

O nosso Salto está passando por grandes

reformas. Foi e será, mais ainda, um dos pontos de maior atrcção turística da nossa cidade. Analiso uma vitrine de brinquedos. Quanta coisa bonita! As crianças do meu tempo não tiveram o privilégio das crianças de hoje. A despeito dos meus cabelos brancos, achc que todos os homens deviam se infantilizar, lembrando dos seus brinquedos.. . O mundo seria outro, haveria menos conferências de paz e, portanto, menos guerras . No Brasil, a indumentária masculina vai passar por uma reforma. Vamos voltar ao traje ecológico: pouca roupa, de acôrdo com o nosso clima. Já que pregamos nacionalismo, comecemos pelo figurino, onde os índios sàbiamente andavam seminus .

Para o tipo de govêrno janista, Brasília é a cidade capital ideal. No Alvorada o presidenestá a salvo das pressões da opinião pública e

das intrigas .

Vi outro dia um bruto chicoteando um burro. E o suár dêste caía ao chão, como se

Buffon, que sabia fôssem gôtas de sangue. . mais do que nós, explicou que os burros não são tão burros como parecem . Repare nos olhos tristes que ê'es têm. Eles ficam assim quando o sofrimento lhes mostra, depois de muitas provações, que há muitos homens que não prestam. quem nunca deu um coiQuanto ao coice. ce, que atire nos burros a primeira pedra.

Com a escolha do novo prefeito de São

Hoje em dia, sinceridadeé falta de educação É, meu caro leitor, a vida ficou assim Infelizmente, o tempo perdeu o espírito .

A luta pela sucessão estadual promete Iances de sensacionalismo. Govêrno e oposição estão desenvolvendograndes manobras. Ao que tudo indica, a partida vai ser dura de roer.

Na última semana de Abril, enquanto o Grupo Escolar "Barão de Serra Negra", de Rio das Pedras, comemorava o seu cinquentenário, eu rememoravaminha infância naquela querida cidade, onde aprendi a lêr e a decorar as primeiras oracões .

Moisés Lupion que outrora era uma figura da crônica social, hoje é, um caso do registro policial. Mudaram-se os tempos, e o homem também .

Paulo, engenheiro Prestes Maia, quebrou-se um tabu eleitoral: o homem técnico venceu o homem político .

É neste século de tanto progresso,que dois cosmonautas atingiram o espaço sideral. E é neste século de tanto progresso científico que acontece o fenomenoda fome. Quem dita moda nos Estados Unidos é Jaqueline Kennedy, espôsa do presidente. Vestidos simples e elegantes da primeira dama. Todos os Santos têm os seus devotos,mas Santo Antônio é o que recebe maior número de súplicas. Não há quem não goste dêle. Sinto deseios mansos: de entrar nas igrejas, encher o coração de incenso e pedir ao Santo Antônio que faça descer do reino da bemayenturança, um pouco de alegria, para os olhos que choram. E também, um pouco de esperança, para as solteironas desesperadas .


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ORAÇÃO DO EDUCADOR

Jesus, educadorda humanidade que disseste:"Deixai que os pequeninos

comigo venham ter!"

Ensina-mea formaros paladinos

IRMA BRIGIDA Da Santa Casa os longoscorredores

Sempre a cruzar, amenizando as dôres Dos doentes que lá estão, Irmã Brigida vive ao mundo alheia

E faz por suas próprias mãos a teia Divinal do seu grande coração.

Simples, compadecida, meiga e pura, Tem no rosto uma límpida candura, Que nos lembra Jesus. Por ser bondosa,excelsa, quase santa, A sua alma nos prendee nos encanta, Como a sombra imortal da própria cruz

Eu a vejo cruzando os corredores, Levando aos pobres doentes lindas flores Da imensa caridade. Não olvida jamais a quem padece E, quandoao céu levanta a su aprece, Pede a Deus que lhe dê felicidade . Pertence à Ordem fiel do pobrezinho Que andou no mundo sôbre um chão de espinho, Sorrindo e consolando.. Deixou o mundo torpe da vaidade, No alvorecer feliz da mocidade, Para seguir Francisco "o miserando' Deus a conserve assim, por longa vida, E que nessa afanosa e santa lida De sagrados pendores, Sempre saiba conter o alheio pranto Dos tristes corações que sofrem tanto, Neste oceano de lágrimas e dores. E Deus, que lá do céu, nunca se esquece De dar ao bom, àquele que merece,

A paz na eternidade, Há de um dia, ó Irmã, ao rcebê-la, Prender no azulado céu mais uma estrêlc, Para luzir com tôda a intensidade. GLORINHA PINTO CESAR

da justiça, da paz e da bondade. Ensina-me a ensinar a bem viver! Com palavras, exemplos e carinhos dá que eu conduza ao pôrto desejado as alminhas em flôr! Que cada coração por mim tocado tenha o perfume bom! do rosmaninho onde viceja o seu divino amor. Que eu nunca seja pedra de tropêço, que eu nunca escandalize uma criança, que eu saiba respeitar seu coração! Dá-me essa fôrça poderosa e mansa ésse dom de educar, que não tem preço:

— Saber,ternura, esfôrço, inspiração .

PRISCILIANA DE ALMEIDA

AMO a beleza, a divinal poesia, o silencio, a solidão e as flores, tudo o que sonha a fantasia.. as roseiras e não tenho amores.. . Amo a fazenda, solitária e bela, Amo as auroras com seus esplendores, Amo a lua a vagar na imensatela Amo as estrêlas e não tenho amores.. . Amo o riacho triste que soluça.. . Amo os insetos das mais lindas côres, Amo o sol quandoa tarde se debruça... Amo as palmeirase não tenhoamores... Amo a cigarra, triste, sonolenta, Amo Amo Amo Amo

Amo as manhãs de lindo resicler,

Amo esta Vida vã, que nos alenta, Mas não consigoamar uma mulher... MÁRIO M. MATTOSO

"NOITE"

Estrêlassurgeme de fulgor tamanho dentro da noite poliedra e nua;

nenhum rumor, nenhum murmurio estrcnho,

tudo em silêncio, esperandoa lua. E no meu cérebro onde não flutua a luz, ao menos, de um pequeno raio, errante e triste pela noite saio a caminhar, sàzinha, pela rua . Assim seguido, sem destino, a êsmo; fazendo planos para hoje mesmo,

sem ver o que passou e não existe... Com as estrêlcs vou formando cruzes. E quandoa noite, então, apaga as luzes eu conto a história de tudo que é triste .

Maria Cecília S. MACHADO


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que D. Pedro foi aclamado imperador do Brasil no dia 12 de Outubrode 1822? que a coroaçãode D. Pedro l, como imperadordo Brasil, deu-se no dia I .o de Dezembro de 1822? — que foi no dia 13 de Maio de 1822, que D. Pedro aceitou o título de Defensor Perpétuo do Brasil? — que no rio Amazonas há cêrca de 6.000 ilhas, das quais cêrca de 500 só no estuário? que o rio Amazonas tem um percurso de 5.700 km, dos quais 4.000 em território bra-

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sempre deseja que a gente se esqueça do seu passado,

mas nunca..

ATEU

do seu presente.

Era ateu. Não tinha mêdo de dizer perante os seus amigos, convicto e lêdo: — "Sou ateu, graças a Deus!" AUTOBIOGRAFIA Nasci. Foi sem contratempo. Cresci. Namorei às tontas. Casei. Passo agora o tempo tentando pagar as contas.

E EBER

Eu li tantosôbreo mal

que resulta de beber. meus amigos, que afinal,

resolvideixarde ler...

Enio Teodoro WANKE

A mais legítima e alta exno pressão em PIANOS mundo. Tudo o que se dissesse se enquadraria em irrestrita série de elogios à Sonoridade perfeita !

4Acabamento impecável!

*Beleza inconfundivel! Representante exclusiva

cnsn da MílSlcn R. Moraes Barros, 1178 - fone, 6251

PIRACICABA


gem à nossa frente e parecemsair de uma batida nevada de claras de ovo, dessas com que

ÚLTIMA ESTAÇÃO

se enfeitam bolos de casamento. E as vozes humanas, as businas, os apitos, os latidos, os chilreios dos pardais e das andorinhas, todos os ru-

moresenfim da cidade a despertar, erguem-se dentroda brancura infinita da neblina e como que perdem grande parte de sua intensidade.

Há por tudo uma ansiedade de sol, uma saudadede calidez. Êsse sol magnífico, intenso,

LINO VITTI

que deve existir no alto, por sôbre as montanhas brancas e fôfas da cerração, êsse sol que desde o romper do dia armou-se em guerreiro muni-

Ela chegou devagarinho, macia, arrastan-

dc suas longos e silenciosas cãs, mensageira

inequívoca do inverno. E, de manhã, espalha-se inteira por sôbre a cidade, por sôbre o campo, encapotandocasas e paisagem na alvura fria de suas tranças soltas. Preguiçosacomo é, dei-

do de dardoschamejantes,e saiu à conquista

xa-se ficar vagabundeandofantasmagàricamen-

te de cá para lá, durante as primeiras horas matinais, encaracolando-se nas frondes do arvcredo, arrastando-se felinamente pelos telhados ou pela grama onde vai esquecendopérolas inquietas pelas hastes da erva e sôbre as pétaIas das flôres; saltando muros de quintais numa Cevassa ingênua às hortas e canteiros; desfazcndo-se tôda em chumaços de algodão por sôbre a superfície das águas; fustigando as faces aa gente com tapinhas de centenas de gélidas gctículas, ao que respondemoscom o lacrimejcr da pontinha vermelha do nariz, — foi assim, que vimos, há dias, a chegada triunfal da cerração. O véu de noivado da manhã estende-se pe-

Ias ruas a fora, compacto,toldandoa visão e as pessoas, os veículos e os animais, quando sur-

do mundo e do seu amor. E' então que, pouco a pouco, vencida pelos beijos longos, constantes e ardentes do guereiro-sol, a manhã vi rgem bela e jovem — vai se desfazendo dos véus nupciais, vai abrindo cortinas de seu recatado leito matinal, e através das janelas do infinito, o seu amado surge conquistador, triunfante, para arrebatar de nosso olhar a imensidade das vestes alvadias com que a espôsa se adornara para a festa do despontar do dia . Descortinaram-se, então, novamente, o céu e a paisagem, e daquele espetóculo fantástico de painas a rolar, nada mais resta, senão, aqui e além, um ou outro pedacinho perdido, como se fôssem fiapos do vestido branco da noiva esquecidos junto de alguma anfractuosidade ou à

flor de alguma superfície líquida, como se fôssem pegadas denunciadoras da fugitiva, na sua fuga para o noivado com o deus-sol Amanhã, ou noutro dia qualquer, ela vortará, cândida sempre, misteriosa e fria, para gáudio da vista e. para glória dos resfriados.

Para suas reportagens em prêto e branco

ou coloridas, êste é

o caminho certo!

REPORTAGENS

FORES:

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OS MELHORES DA CIDADE!!

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Dediniem Vila Rezende

as indústrias Dedini não pararam se desdobramem grande

laminaçãode perfiladose em futuro pro-ktrno—produzirão aço piracicabano!

—Isso tudo representa grandeza para S, Paulo e progresso para o Brasil! M. Dedini S. A. — Grande laminação de perfilados

. An es de Mário é ini, tôda ma-

quinaríapara a indústria do açúcar tinha de ser importada. Isto representava gastos astronômicos para o Brasil! Depois veio M. D. e construiu aquí tôdas as máquinas para o fabrico do açúcar e em seguida usinas completas. É fácil imaginar a economia em divisas que isto representou para o nosso país.

Por isso êle é com inteira justiça

M. Dedini PAI DO AÇÚCAR".


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