RELATO PESSOAL

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PROJETO CONECTA – 2011

LEITURAS CONECTADAS RELATOS PESSOAIS

Profª. Regente: ELZA ROSA Prof. STE: ROBSON MANOEL DE SOUZA Turma: Ensino Médio - II Turno: Vespertino


APRESENTAÇÃO O Projeto Leituras Conectadas, desenvolvido nas aulas de Língua Portuguesa do ensino médio, turma MII, surpreendeu pela espontaneidade como as histórias, colhidas nas lembranças de cada um, foram transferidas para a memória desta tecnologia incrível a que chamamos de computador. Mesmos os alunos, que normalmente apresentaram dificuldades em se expressar na tradicional folha de papel, conseguiram registrar de forma competente sua história. As dificuldades e o temor na utilização dos recursos da máquina, que alguns alunos ainda apresentavam, não foram barreiras para a realização das atividades. Parabéns a turma pelos avanços conseguidos através deste projeto.

Professora Elza Rosa


RELATO PESSOAL O relato pessoal é um tipo de texto em que o autor conta fatos vivenciados por ele. Normalmente são momentos marcantes que ficaram guardados na lembrança. Como o narrador é o próprio autor a emoção que acompanha algumas experiências, os resíduos da memória, a seleção das situações narradas constrói uma visão particular do que é contado.


“Meu irmão, estudante na Capital, mandava-me revistas e livros, e me habituei a viver entre eles. Depois, já rapaz, tive a sorte de conhecer outros rapazes que também gostavam de ler e escrever.”


“Aí por volta de 1910 não havia rádio nem televisão, e o cinema chegava ao interior do Brasil uma vez por semana, aos domingos. As notícias do mundo vinham pelo jornal, três dias depois de publicadas no Rio de Janeiro. Se chovia a potes, a mala do correio aparecia ensopada, uns sete dias mais tarde. Não dava para ler o papel transformado em mingau. Papai era assinante da "Gazeta de Notícias", e antes de aprender a ler eu me sentia fascinado pelas gravuras coloridas do suplemento de domingo. Tentava decifrar o mistério das letras em redor das figuras, e mamãe me ajudava nisso. Quando fui para a escola pública, já tinha a noção vaga de um universo de palavras que era preciso conquistar. Durante o curso, minhas professoras costumavam passar exercícios de redação. Cada um de nós tinha de escrever uma carta, narrar um passeio, coisas assim. Criei gosto por esse dever, que me permitia aplicar para determinado fim o conhecimento que ia adquirindo do poder de expressão contido nos sinais reunidos em palavras. Daí por diante as experiências foram-se acumulando, sem que eu percebesse que estava descobrindo a literatura. Alguns elogios da professora me animavam a continuar. Ninguém falava em conto ou poesia, mas a semente dessas coisas estava germinando. Meu irmão, estudante na Capital, mandava-me revistas e livros, e me habituei a viver entre eles. Depois, já rapaz, tive a sorte de conhecer outros rapazes que também gostavam de ler e escrever. Então, começou uma fase muito boa de troca de experiências e impressões. Na mesa do café-sentado (pois tomava-se café sentado nos bares, e podia-se conversar horas e horas sem incomodar nem ser incomodado) eu tirava do bolso o que escrevera durante o dia, e meus colegas criticavam. Eles também sacavam seus escritos, e eu tomava parte nos comentários. Tudo com naturalidade e franqueza. Aprendi muito com os amigos, e tenho pena dos jovens de hoje que não desfrutam desse tipo de amizade crítica. “

Carlos Drummond de Andrade


“Estou recomeçando minha vida. Reencontrei o sentido de viver depois que voltei a estudar. Hoje vejo o mundo de outra forma, acredito que é possível alcançar meus objetivos. Foi surpresa a transformação que aconteceu comigo, encontrei uma luz onde parecia haver somente escuridão, ler é tudo de bom, abre a mente que está fechada para a vida”


UM DIA NO PARQUE... Quando tinha 12 anos, eu morava em uma cidade pequena, em que não havia muitas opções de lazer. Um certo dia, chegou a cidade um parque com muitos brinquedos, inclusive a roda gigante que era meu sonho, o carro bate-bate os cavalinhos que giravam em círculo, enfim tudo que uma criança humilde como eu imaginava existir em um parque. Eu estava a caminho da escola, estudava de manhã, ouvi a voz de alguém falando ao microfone em um carro de som: – Atenção criançada, estaremos distribuindo ingressos, às nove horas, promoção de estreia na cidade. Aproveite, hoje é de graça, corra e pegue o seu. Corri atrás do carro, na hora que ele começou a jogar os ingressos, e peguei o máximo que consegui. Em seguida, fui para o parque e fiquei esperando. Quando abriu, comecei a brincar, nunca me diverti tanto. Acabados os ingressos, lembrei-me da escola, perguntei a hora e para meu espanto havia ficado quase o dia todo brincando, precisava voltar para casa, pois minha mãe me esperava. No dia seguinte, fui à escola sem fazer tarefa e sem ler o conteúdo determinado para a apresentação de um trabalho. Quando a professora me chamou à frente da sala, eu expliquei a ela porque não tinha estudado. Ela olhou-me com uma cara estranha e senti o medo tomando conta de mim. Naquele bimestre, fiquei com nota zero em geografia, além de apanhar da minha mãe. Passei a odiar essa matéria, Meu único momento de felicidade era quando eu lia os textos dos livros escolares. Estou recomeçando minha vida. Reencontrei o sentido de viver depois que voltei a estudar. Hoje vejo o mundo de outra forma, acredito que é possível alcançar meus objetivos. Foi surpresa a transformação que aconteceu comigo, encontrei uma luz onde parecia haver somente escuridão, ler é tudo de bom, abre a mente que está fechada para a vida. SIM, HÁ ESPERANÇA, É POSSÍVEL VIVER E SER FELIZ!


Tenho me esforçado em aplicar diariamente as dicas que a autora sugere em “O Segredo”. Não é fácil, confesso, mas o grande trunfo do livro refere-se ao exercício do pensamento positivo constante, tipo uma reeducação mental. Recomendo a leitura deste livro, simplesmente, por ser interessante! Tem mudado minha perspectiva de ver o lado negativo das coisas, pois sempre é possível reverter qualquer situação a nosso favor!

Lucimar Alves


Acasos de minha vida Por Lucimar Alves

Sempre tive gosto pela leitura, desde criança, para ser mais exata. Não sei dizer ao certo a quantidade de livros que “devorei” nesses anos de minha vida, mas sei que foram muitos! começo da adolescência serem

Que emoção ver livros que li no

transformados em minisséries para a

televisão! Há dois meses, ou um pouco mais, estava em casa assistindo à TV, quando zapeando pelos canais parei no programa do Luciano Huck. Era um quadro sobre reformas de casas. As personagens da vez, a mãe e duas filhas começaram a relatar como suas vidas tinham mudado desde que leram o livro “O Segredo” de Rhonda Byrne. Todo o fato me chamou muito a atenção e senti grande desejo de ter esse livro em mãos, tanto que passei a visualizar a capa do livro na mente sem ter consciência disso! Passaram-se quinze dias... Cheguei como de costume à escola e precisei ir à papelaria ao lado. Olhando os lançamentos de livros (sempre faço isso!) enquanto esperava meu troco, achei o “Segredo”. O valor afixado era de vinte e nove reais e noventa centavos. Achei caro, era fim de mês. Estava saindo, quando a atendente me chamou e disse que o livro estava por dezenove reais e noventa centavos, ela tinha esquecido de realizar a troca das etiquetas! O incrível disso é que eu tinha imaginado esse valor! Pensei: “Se fosse vintão eu levava”.. Comprei por fim,e li o livro todo em apenas um final de semana! Tenho me esforçado em aplicar diariamente as dicas que a autora sugere em “O Segredo”. Não é fácil, confesso, mas o grande trunfo do livro refere-se

ao

exercício

do

pensamento

positivo

constante,

tipo

uma

reeducação mental. Nós crescemos com ideias pré-concebidas sendo gravadas no nosso subconsciente de maneira generalizada, isso, nem sempre traz um bom resultado a longo prazo. Por essa razão, o livro ensina como reprogramar linhas de pensamento negativo, de autossabotagem e como atingir linhas de pensamentos otimistas em nível contínuo. Recomendo a leitura deste livro, simplesmente, por ser interessante! Tem mudado minha perspectiva de ver o lado negativo das coisas, pois sempre é possível reverter qualquer situação a nosso favor!


“A leitura significa conhecimento, mas para gostar de ler ĂŠ fundamental que ela seja prazerosa.â€? Elaine Maria Cassol


HORTA COLORIDA Por Elaine Maria Cassol Quando comecei a estudar a primeira série, tive a sorte de ter uma professora muito querida, competente e que sabia trabalhar com os alunos. Eu gostava de ir à escola, pois sabia que seria uma tarde alegre, com muitas atividades que toda criança gosta de fazer. Havia no fundo do quintal o colorido de uma horta me chamava à atenção. Eram folhas verdinhas, tomates vermelhinhos e cenouras que se deixavam ver bem pouquinho. Um dia a professora Rejane nos disse: − Turma, hoje vamos dar um passeio aqui pela escola. Saímos felizes com a novidade e paramos na horta. A professora pediu que observássemos as hortaliças, as coras de cada uma, e com muito cuidado pegássemos em cada uma, para sentir a diferença entre o formato e a textura de cada verdura. Voltamos para a sala de aula e comentamos sobre o passeio feito na horta com a professora. Na sala de aula, brincavámos com as palavras, fazíamos colagem em cartolinas e líamos muito. A leitura significa conhecimento, mas para gostar de ler é fundamental que ela seja prazerosa .


“Hoje estou realizando um sonho, porque o ensino é diferenciado, os profissionais da educação têm uma nova visão do ensino e paciência com os alunos.” Edileuza Santana Rodrigues


UM SONHO REALIZADO Quando

eu estudava a quarta série, minha professora me pegou passando uma cola para meu irmão, que não sabia responder as questões, uma vez que tinha pouca leitura. Ela bateu de palmatória em nossas mãos e depois não nos deixou sair para o recreio. Nós choramos muito, não por termos apanhado, mas por não podermos sair para o recreio. Quando chegamos a casa, a nossa mãe nos bateu de novo e falou: ─ Estudem bastante para que isso nunca mais aconteça. Eu ainda consegui terminar a quarta série com nove anos de idade, mas o meu irmão não, ele ficou com trauma daquela professora, nunca mais ele voltou a estudar. Mudei para a cidade e abandonei os estudos. Aos quinze anos, fui embora de casa casei-me, depois de muitos anos voltei a estudar. Hoje estou realizando um sonho, porque o ensino e diferenciado, os profissionais da educação têm uma nova visão do ensino e paciência com os alunos.


...eu não leio quase nada, mas vou mudar para dar exemplo ao meu filho. O que também irá me ajudar a compreender melhor os textos e a escrever de forma correta. Gilson Pereira dos Santos


Meus Filhos

Os dois chegam da escola à tardezinha, pedem para brincar um pouco. O Hudson, meu filho mais velho, só quer jogar futebol, quando o mandamos ler também, ele obedece, mas se descuidamos um pouco, acaba se distraindo ou dormindo.

Mas a Lívia sempre pede para ler. Se deixarmos, fica até tarde da noite entretida com as histórias. Ela lê com uma vontade que dá gosto de ver, parece interagir com as historinhas viajar junto com elas.

Em casa nunca faltam esses materiais, que vão do gibi até pequenos romances, porque pelo menos duas vezes por mês nos pegamos na biblioteca do Sesc, que vai às comunidades com o propósito de incentivar a leitura. Minha esposa diz que ele parece comigo, pois eu não leio quase nada, mas vou mudar para dar exemplo ao meu filho. O que também irá me ajudar a compreender melhor os textos e a escrever de forma correta.


“Passei a perceber que só lendo eu aprendia assuntos novos e de variados tipos. Independentemente da matéria que eu estava estudando, sempre envolvia a leitura, pois é lendo que se estuda e aprende o assunto. Ler é descobrir.” Luana Yara Dantas dos Santos


ESTUDAR Lembro o meu primeiro dia de aula, o sol estava lindo. Mamãe me acompanhou até a entrada da escola, ela parecia estar meio triste e eu, nossa, como estava radiante de felicidade. Na hora do recreio, as crianças brincavam de passa-anel, pegapega, morto-vivo... Tudo era muito divertido, agradável e novo em minha vida. Lembro-me da minha querida professora ensinando-me matemática e dos primeiros contatos com o mundo dos números, das continhas de adição, subtração e tantas coisas mais. Foi muito emocionante e gratificante, pois é uma matéria de que gosto muito. Os anos se passaram, e as continhas de matemáticas foram ficando mais complicadas e mais demoradas. A língua portuguesa foi dando mais sentido a tudo, fui aprofundando as formas da escrita e da fala. Passei a perceber que só lendo eu aprendia assuntos novos de variados tipos. Independentemente da matéria que eu estava estudando, sempre envolvia a leitura, pois é lendo que se estuda e aprende o assunto. Ler é descobrir. Criar um texto desperta muitos sentidos como ouvir, sentir, falar e ver, nos faz querer pronunciar através das palavras a forma como nos sentimos e enxergamos o mundo ao nosso redor. O mundo do descobrimento, que ao mesmo tempo faz parte do estudo e do conhecimento, é extremamente fantástico. Eu mal sabia que viveria essa realidade por tantos anos e que isso se prosseguiria sem parar até hoje. Aprendi que estudar faz parte de todo o percurso de minha vida, não somente dentro da escola, mas em todas as áreas da vida aprendo a cada dia uma coisa nova. E isso é de imensa importância.


Eu passei a observar as palavras e pude ver que inúmeros são os seus significados e que a leitura estimula a curiosidade de descobrir novos assuntos. A lição de tudo isso é que nos descobrimos através do conhecimento. Mirian Cristina Rocha


Lendo e entendendo Há algum tempo, quando eu ainda era adolescente, apaixonei-me por músicas de uma cantora da atualidade que escrevia letras falando de realidade misturada com sonhos e sentimentos. Lembro-me especialmente de uma: “Pense, fale, compre, beba, leia, vote, não se esqueça, use, seja, ouça, diga: não sinhô, sim sinhô, não sinhô, sim sinhô”. Então, nessa época, eu percebi o quanto a leitura era importante em qualquer circunstância, pois foi lendo que pude entender as músicas que tanto gostava de ouvir, mas não compreendia porque só ouvindo não era possível. Eu passei a observar as palavras e pude ver que inúmeros são os seus significados e que a leitura estimula a curiosidade de descobrir novos assuntos. A lição de tudo isso é que nos descobrimos através do conhecimento.


(...) por meio ponto, não passei. Duas coisas tirei de lição: a importância da família, pois, se meu pai não tivesse sido rigoroso comigo, quem sabe teria parado de estudar no fundamental; e o respeito ao professor, porque foi graças a ele que aprendi muito redigir texto e buscar uma linguagem melhor.

Sarah Beatriz Beviláqua


A lição Ao fazer o ensino fundamental, no ano de mil novecentos e bolinha, a então chamada 6ª série do ensino de 1º grau, tínhamos cadernos diferentes para português e redação. Minha professora era muito exigente. Se o caderno de redação não estivesse do jeito que ela queria, não se levava ponto. Tinha que estar bastante limpo, a redação impecável e criativa. Pois bem, no auge de minha adolescência rebelde ignorei e achei que jamais seria reprovada, já que nas outras matérias estava bem. Grande engano, pois, por meio ponto, não passei. Revoltei-me ainda mais, quis até parar de estudar, porém meu pai não me permitiu. No outro ano, eu me dediquei totalmente, pois era caso de honra própria, e então consegui passar de ano. Duas coisas tirei de lição: a importância da família, pois, se meu pai não tivesse sido rigoroso comigo, quem sabe teria parado de estudar no fundamental; e o respeito ao professor, porque foi graças a ela que aprendi muito redigir texto e buscar uma linguagem melhor. Não me lembro mais do nome da professora, mas quero deixar meu obrigada onde ela estiver, para sempre serei grata. E passo para minha filha o respeito e carinho que temos que ter por nossos mestres professores; gostaria de deixar também meu protesto pelos maus salários pagos aos professores e a falta de valor e respeito pelos mesmos atualmente.


PARA VOCÊ, QUAL A IMPORTÂNCIA DAS AULAS NA SALA DE TECNOLOGIA? Acho fundamental, tanto para aula quanto para pesquisa, pois tem-se muita informação rapidamente e em um único lugar. Lucimar

Gostei das aulas de português através do computador, porque tive acesso à leitura de vários textos na internet. Diva Tem grande importância no desenvolvimento da leitura, pois temos acesso a variados tipos de textos e imagens. Elaine Acho ótimo, porque aprendo a usar melhor o computador e a ler e escrever com mais competência. Gilson


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