Informativo novembro/dezembro

Page 1

novembro/dezembro 2015 ano 04 nº18

Hugo homenageia doadores de órgãos Marcada por emoção, solenidade proporcionou encontro entre receptores e familiares de doadores Viviane Maia ara celebrar o Setembro Verde – iniciativa da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos que busca sensibilizar a população para a necessidade da doação de órgãos e tecidos –, o HUGO realizou o evento Homenagem às Famílias dos Doadores de Órgãos, no dia 24 de setembro, para agradecer estas pessoas que, mesmo em um momento de dor e luto, tiveram a sensibilidade de autorizar a retirada dos órgãos de seus familiares para doação. Durante a homenagem, foi celebrado um culto ecumênico e houve entrega de certificados, flores e chocolates aos familiares. O encerramento contou com a apresentação do Coral dos Servidores do Estado de Goiás. A iniciativa teve o apoio da Central de Transplantes do Estado de Goiás e foi marcada por muita emoção. O momento mais comovente do encontro foi quando alguns familiares deram seus depoimentos sobre a decisão de autorizar a retirada de órgãos. “A dor na hora foi muito grande pela perda do meu filho, mas saber que outros continuam vivendo graças aos órgãos dele conforta um pouco a nossa perda”, disse o encarregado de obras Carlos Roberto Gomes, 45, que perdeu há um ano o filho Carlos Vinícius Araújo da Silva, de 18 anos. O rapaz estava com um amigo sentado na porta de uma distribuidora de bebidas quando um homem apareceu e atirou contra os dois. “Dizem que foi por conta de briga por mulher, ciúmes. Por um motivo banal tiraram a vida do meu filho”. Da vítima, foram doados o pâncreas, fígado, rins e coração. Outro pai que perdeu os filhos e também não hesitou em doar os órgãos foi o encarregado de produção Nilton Carlos Pereira, 54. “Meus dois filhos estavam andando de bicicleta em Senador Canedo, quando quatro pessoas que tinham roubado um carro estavam fugindo e os atropelaram. Infelizmente, consegui doar os órgãos só de um”. O crime ocorreu em maio deste ano. Do filho Tiago foram doados as córneas, os rins, o coração e fígado. “Eu sabia que estava perdendo os meus filhos, mas também sabia que outras pessoas estavam sendo salvas por esse ato tão bonito. E o que me conforta é saber que as pessoas que receberam os órgãos estão felizes, alegres”.

Marcos Coelho

P

Evento promoveu o encontro entre Paulo (esq.), que recebeu um fígado, e Nilton (dir.), que autorizou a retirada de órgãos do filho

O aposentado Paulo Cesar de Gouvea, de 65 anos, foi um dos beneficiados pela generosidade de quem doa órgãos. Em 2009, ele foi diagnosticado com cirrose hepática crônica e entrou na fila de transplantes para um fígado. “Fiquei na expectativa durante muito tempo. Às vezes passava alguém na minha frente; às vezes o órgão não era bom; até que veio um na hora certa. Eu rezo todos os dias para a família desse doador, mesmo sem conhecer, agradecendo pelo gesto deles”, contou.

Alto índice de recusa O alto índice de recusa das famílias em autorizar a retirada de órgãos de pessoas que tiveram morte encefálica é o principal motivo do Setembro Verde, que visa conscientizar a população sobre a importância da doação. Prova disso é o que ocorre no HUGO, que res-

ponde por cerca de 90% do total das captações de órgãos em Goiás. Em média, de dez famílias abordadas na unidade hospitalar, apenas três autorizam a doação. Ou seja, o percentual de recusa chega a 70%. Para reverter esta situação, é necessário que ocorra uma mudança de comportamento dos brasileiros. “A conscientização acontece de forma gradual e progressiva. E isso demanda tempo e trabalho de todos nós”, aposta Ciro Ricardo Pires de Castro, diretor Geral do HUGO. “Necessitamos e muito aumentar as doações, mas isso não depende só da gente desejar. Nós precisamos estabelecer parcerias com instituições, com profissionais, além de conscientizar a população da importância das doações. Temos muito doadores em potencial, mas não temos as doações suficientes”, explica Luciano Leão, coordenador da Central de Transplantes do Estado de Goiás.


VOCÊ SABIA?

Agência garante rapidez às transfusões no HUGO Para sensibilizar a sociedade, foi instituído o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue Jovana Colombo undamental para salvar vidas em uma unidade de saúde, o sangue é uma matéria-prima que depende exclusivamente da boa vontade de pessoas que se dispõem a colaborar. Doar sangue é um ato de solidariedade ao próximo, mas a falta de tempo e o medo da agulha são argumentos utilizados, muitas vezes, para justificar a não doação. Por isso, para sensibilizar a sociedade brasileira sobre a importância deste ato, foi instituído no Brasil – por decreto presidencial, em 1964 – o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, comemorado em 25 de novembro. A tentativa de sensibilizar a sociedade sobre o ato justifica-se pois no País ainda existe uma resistência da sociedade em doar sangue. Prova disso é que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o número de doadores de um país seja de 3% a 5% da população. Contudo, segundo dados do Ministério da Saúde, este índice no Brasil está bem aquém do preconizado, não chegando a 2%. Em 2014, foram coletadas 3,7 milhões de bolsa de sangue. Atento a esta triste realidade, o HUGO conta com sua própria Agência Transfusional e realiza periodicamente campanhas para incentivar a doação e ações de coleta, em parceria com o Hemocentro, que leva o seu ônibus ao estacionamento da unidade de saúde. A ação realizada no dia 3 de setembro resultou em 85 cadastros de doadores preenchidos e 59 bolsas coletadas. Um sucesso, segundo avaliação do

Selma Cândida

F

Colaborador da Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos, Miguel de Mendonça participa de coleta de sangue no hospital

próprio Hemocentro. No dia 4 de novembro, foram 25 cadastros e 15 bolsas coletadas. O HUGO é a unidade de saúde do Estado que mais consome bolsas de sangue fornecidas pelo Hemocentro: uma média de 30 unidades por dia. Centro Cirúrgico, Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e Emergência são os principais destinos. Por isso, a Agência Transfusional – responsável por receber as bolsas de sangue vindas do Hemocentro, realizar testes de tipagem sanguínea e prova de compatibilidade, com total segurança, antes do sangue

ser liberado para o paciente – é fundamental para o hospital. O diretor técnico do HUGO, Ricardo Furtado, destaca a funcionalidade e relevância do setor para a unidade. “É de extrema importância uma agência transfusional dentro de um hospital, em especial no HUGO, maior consumidor do Estado. Os pacientes assistidos aqui, por serem casos muito graves, não poderiam aguardar toda a logística para que acontecesse a transfusão, caso o sangue já não estivesse aqui à disposição”, alerta Ricardo.

FIQUE DE OLHO

Transporte hospitalar

Serviço Social A atuação do Serviço Social é fundamental para pacientes que chegam ao HUGO sem identificação. Para auxiliar na busca de familiares, 14 assistentes sociais utilizam táticas de investigação, como contato com a polícia, prefeituras, secretarias municipais de saúde, estabelecimentos comerciais da região onde a pessoa foi encontrada, entre outros. O resultado é satisfatório, dos 53

não identificados que chegaram ao HUGO no segundo semestre de 2014, 48 foram identificados. De janeiro a outubro deste ano, dos 82 pacientes não identificados, 74 reencontraram a família, como é o caso da paciente Alina Vinhadelli, que agora está sob os cuidados da mãe Ozirene Vinhadelli (foto). A assistente social Nádia Pontes (foto) é quem está acompanhando a paciente.

13, devidamente capacitados, são responsáveis pela busca de bolsas de sangue no Hemocentro e pelo translado de pacientes em ambulâncias para realização de exames ou transferência para outras unidades. Por fim, seis funcionários fazem o controle de tráfego, organizando as saídas e priorizando demandas urgentes.

Monique Arruda

Jovana Colombo

Para garantir o translado de pacientes entre o HUGO e outras unidades de saúde e o fluxo de documentos e afins para o trabalho administrativo, o hospital conta com a equipe do Transporte, formada por 21 colaboradores divididos em motoristas administrativos e emergencistas. Dois deles fazem o serviço burocrático. Outros


EM FOCO

Voluntariado: praticar o bem faz bem ao corpo e à alma Atividade, cujo Dia Internacional é celebrado em 5 de dezembro, beneficia quem recebe e quem pratica

JovanaColombo

Jovana Colombo

A Liga Acadêmica do Riso, formada por estudantes universitários, leva alegria a pacientes hospitalizados e acompanhantes

P

raticar o voluntariado – ação de se dedicar a alguém, sem remuneração alguma, promovendo atividades de bem-estar social –, é uma boa receita para cura e manutenção da própria saúde. Pesquisas confirmam que ajudar o próximo, além de proporcionar benefícios para a alma, reduz o estresse e combate a insônia e a depressão. Imunidade, humor e lado emocional também são beneficiados, além de aprimorar competências e refinar o lado humano de quem o pratica. O gesto nobre ganhou até uma data para reverenciá-lo:

em 5 de dezembro comemora-se o Dia Internacional do Voluntariado. O HUGO conta com o Programa de Voluntariado, composto por cinco serviços em quatro áreas: apresentações de coral, acompanhamento espiritual, corte de cabelo nos leitos e animação hospitalar com a Liga Acadêmica do Riso. A psicóloga Eliane Nascimento, coordenadora da iniciativa, já percebeu na prática os benefícios deste tipo trabalho. “É uma via de mão dupla. Sempre escutamos dos voluntários o quanto se sentem gratos

por ajudarem. É notória a felicidade com que saem daqui. A possibilidade de minimizar o sofrimento de alguém faz com que, automaticamente, a dor daquele que fez o bem diminua também”, explica. A aposentada Juraci Pinheiro, 68 anos, já percebeu o que os estudos científicos apontam. Há 12 anos no HUGO, se tornou voluntária porque queria ajudar alguém. “Quer lugar mais propício para isso que um hospital?”, indaga Dona Ju, como é carinhosamente conhecida na unidade. O que ela faz? Conversa com pacientes. “Não faço por obrigação, faço por devoção. Esse gesto tão simples serve de amparo para centenas de pessoas que passam pelo hospital. Como voluntária, eu ganho saúde e alegria. Sou cada dia mais feliz aqui e, enquanto eu estiver bem e Deus me permitir, eu estarei prontinha para ajudar”, alegra-se. O trabalho de Dona Ju e seus companheiros fazem a diferença no HUGO. “Os voluntários, muitas vezes, vão aonde não conseguimos ir. Eles ajudam pacientes, familiares e até a própria equipe multidisciplinar”, observa a psicóloga hospitalar Luciana Mendonça. “Não dá para viver no egoísmo, no individualismo, sem olhar as necessidades do mundo. Atuando como voluntário, tem-se uma oportunidade de desenvolver habilidades como empatia e consciência de reciprocidade”, completa.

Adequações facilitam a mobilidade e atendimento a PNE no HUGO Unidade dispõe de estrutura adaptada para portadores de deficiência em sanitários, leitos e recepções Monique Arruda m 3 de dezembro, comemora-se o Dia Internacional da Luta dos Portadores de Deficiência, data criada em 1998 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência. Em sintonia com os objetivos da ONU e com o intuito de atender de forma digna e humanizada aos Portadores de Necessidades Especiais (PNE´s), o departamento de Engenharia Hospitalar realizou uma série de adequações no HUGO, em conformidade com a Lei da Acessibilidade e a Norma Brasileira de Regulação (NBR) 9050, que preconizam a viabilidade de acesso de todas as pessoas portadoras de deficiência ou que apresentam mobilidade reduzida. O diretor Geral do HUGO, Ciro Ricardo Pires de Castro, destaca que o hospital cumpre o seu papel em atender a todos sem distinção. “O tratamento de saúde deve ser universal e contemplar todas as pessoas, independente da sua condição física. Além do HUGO estar bem estruturado, os PNE´s estão seguros quando internados aqui, já que poderão con-

tar com itens que permitem uma acessibilidade segura e com equipes médicas preparadas”, explica. Para o condutor de macas Vinícius Gabriel da Silva Araújo, além de auxiliar na locomoção dos PNE´s, as adequações facilitaram seu trabalho. “Transportamos os pacientes nas cadeiras de rodas e macas para fazer exames e resolver outras demandas. Com estes ajustes, levamos essas pessoas com mais facilidade, agilidade e segurança”.

Jovana Colombo

E

O que foi feito O sanitário unissex da Recepção Social dispõe de barras de apoio, área de giro, pia e vaso sanitário com alturas diferenciadas, botão antipânico (quando acionado, uma luz vermelha é acessa para avisar algum tipo de emergência) e um espelho com medidas especiais que permite a visualização do corpo inteiro em qualquer ângulo do banheiro. Nos 70 novos leitos de internação das enfermarias, os 19 sanitários contam com todos

Rampa de acesso à entrada do hospital com barras de apoio

os recursos citados acima; além de pisos com cores diferenciadas, sem desníveis ou degraus e os espaçamentos sem obstáculos, o que facilita a livre circulação das cadeiras de rodas. Rampas de acesso e barras de apoio foram instaladas na entrada do hospital para facilitar a locomoção.


PERFIL: GABRIELA ALVES SILVA

Um é pouco, dois é bom, três é melhor ainda Coordenadora da Gerência Médica por duas vezes, Gabriela presta suporte a 250 profissionais

O

primeiro contato com o HUGO ocorreu em abril de 2003, quando Gabriela Alves Silva havia concluído o curso de Administração de Empresas e buscava um estágio. Conseguiu uma vaga de secretária na diretoria Administrativa, quando teve a oportunidade de conhecer rotinas de diversos departamentos. Por motivos pessoais, deixou o hospital em agosto. Entretanto, a breve passagem pelo HUGO foi suficiente para que Gabriela fosse contratada pela Fundação Hospitalar de Silvânia. Em 2009, surgiu a oportunidade de retornar ao HUGO para coordenar a Gerência Médica. “Era uma responsabilidade enorme. Prestava suporte para centenas médicos na elaboração de escalas de trabalho, memo-

randos, agendamento de férias, licenças, entre outras atividades”, lembra. O contrato encerrou em 2012. No ano passado, Gabriela ingressou no HUGO pela terceira vez, para assumir novamente a coordenação da Gerência Médica, composta por 250 médicos, cargo que ocupa no momento. Além da dedicação e amor pelo o trabalho, a coordenadora da Gerência Médica cultiva alguns hobbies e paixões. A maior delas é o filho Mateus Felipe, 21 anos, estudante Medicina da Universidade Federal de Goiás. Entre os programas prediletos estão aproveitar os momentos de descanso para curtir a família e seus três cachorros. Outra alegria é ouvir clássicos da MPB, como Chico Buarque e Caetano Veloso.

Monique Arruda

Monique Arruda

Em abril deste ano, Gabriela foi contratada pela terceira vez

DICAS DE SAÚDE

Crianças exigem cuidado dobrado nas férias Monique Arruda ezembro e janeiro são meses de férias escolares, período em que as crianças ficam mais tempo em casa. O médico José Joaquim Gomide Neto, coordenador da Ortopedia e diretor Clínico do HUGO, alerta que as férias exigem mais atenção dos pais com relação aos riscos de acidente. Em janeiro deste ano, foram atendidas 608 crianças no hospital. “As fraturas mais comuns ocorrem em cotovelos, punhos e antebraços, regiões que afetam as linhas de crescimento que ainda estão abertas e podem acarretar sequelas, encurtamentos e deformidades”, alerta o ortopedista. Seguem orientações para se evitar acidentes domésticos com crianças e adolescentes: Riscos para crianças até 8 anos de idade Os acidentes são mais frequentes em ambientes internos. • Cortes em banheiro com blindex, enfeites e louças perfurocortantes;

• Afogamento em piscinas sem proteção de telas e cercados; • Quedas de sacadas e janelas de apartamentos ou sobrados sem telas de proteção; • Queimaduras com panelas sobre o fogão e forno quente; • Escalada em móveis como sofás, estantes e mesas com tampa de vidro; • Intoxicação por ingestão de substâncias químicas, como materiais de limpeza, armazenados em móveis de baixa altura.

Monique Arruda

D

Riscos para pré-adolescentes e adolescentes Os acidentes são mais frequentes em ambientes externos. • Quedas causadas por patins, bicicletas, skates e patinetes sem o uso de protetores, a exemplo de capacetes, joelheiras e tornozeleiras; • Quedas de árvores frutíferas; • Afogamentos em rios, lagos etc.

José Gomide alerta: “traumas podem acarretar sequelas”

EXPEDIENTE HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA Diretor Geral: Ciro Ricardo Pires de Castro Diretor Técnico: Ricardo Furtado Mendonça Diretor Clínico: José Joaquim Gomide Neto INSTITUTO GERIR Presidente: Eduardo Reche de Souza Superintendente Técnico: José Mário Meira Teles Superintendente Executivo: Adilson Usier Leite Superintendente de Planejamento e Relação Institucional: David Correia CORPO TÉCNICO Ciro Ricardo Pires de Castro, Luiz Fernando Martins, Nicola Paolo Bertolini e Ricardo Furtado Mendonça Produção: Duo Comunicação Jornalista responsável: Fabrícia Hamu (MTb 1148/GO) Edição e Coordenação: Viviane Maia Reportagens: Jovana Colombo, Monique Arruda e Viviane Maia Contato: 62 3201-4339 e 3201-4377 Projeto Gráfico: Brandcompany

QUEREMOS SABER SUA OPINIÃO: Envie elogios, críticas, dúvidas ou sugestões para: comunicacao@gerir.org.br

www.hugo.org.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.