Hell Divine - Janeiro - 2012 - Nº07

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Índice

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equipe

03 04 05 06

editorial

26 44

resenhas

47 50

melhores de 2011

52

old skull

56 62 64 65 66 67 02

Conheça quem faz a Hell Divine.

Nota do Editor Chefe.

LANCAMENTOS

Últimas novidades pra você ouvir.

ouvindo now

O que os poderosos estão ouvindo no momento.

entrevistas Vulcano, Project46, Clawn, Troglodyte, Sodamned, Exhortation e Cold Blood.

Diversas avaliações da revista pra você acompanhar.

covering sickness Entrevista com Ricardo Thomaz, designer da revista.

Veja quem foram os melhores de 2011 eleitos por cada membro da revista.

história da hell divine (especial) Conheça como surgiu a revista e o grande trabalho da equipe.

Relembre ou fique por dentro de como foi o metal no passado.

live shit

Resenhas dos últimos shows no Brasil.

INSANIDADE METAL

Veja o que tem de mais insâno no nosso metal.

Upcoming Storm

Conheça as bandas que estão surgindo.

MOMENTO WTF

Bizarrices do mundo do rock.

wish list

Fique por dentro dos lançamentos de luxo da sua banda preferida.

rascunho do inferno

Sessão dedicada aos quadrinhos, pinturas e ilustrações de nossos leitores.


Pedro Humangous.

Editor Chefe: Pedro Humangous Redatores: Augusto Hunter e Yuri Azaghal Designer: Ricardo Thomaz Publicidade: Maicon Leite Revisão: Fernanda Cunha Salim Colaboradores: Igor Scherer, Marcelo Val, Luiz Ribeiro, Cupim Lombardi e Rachel Möss. Participaram nesta edição: Emily Totenkult

Equipe

Editorial

Parece um sonho. E quando acordamos para a realidade, fica difícil acreditar. A Hell Divine completa um ano de vida! Como passou rápido! A batalha foi dura, mas conquistamos nosso terreno e ganhamos aliados. Com muito orgulho levantamos a bandeira do Metal! Gostaríamos de agradecer a todos que nos acompanham desde o início, aos parceiros e, principalmente, à dedicada equipe que se esforça dia após dia para colocar mais uma edição online! Para comemorar, fizemos uma edição especial! Nela, você encontrará a nossa história, desde a criação da revista até os dias de hoje! Fizemos uma entrevista com o Ricardo Thomaz, o designer por trás da arte da revista! Entrevistamos somente bandas do underground nacional – com exceção da banda americana Troglodyte, que, em minha opinião lançou um dos melhores discos de Death Metal dos últimos tempos. Como não poderia faltar, fizemos a lista dos melhores do ano, de acordo com cada membro da equipe. O ano de 2011 foi incrível para nós – fechando com chave de ouro no encontro oficial em São Paulo – e temos certeza que 2012 será ainda melhor! Para os que já nos acompanham, seguimos viagem. Para os novos seguidores, sejam bem vindos! E quem ficar parado, será literalmente atropelado por esse trem desgovernado rumo ao inferno chamado Hell Divine! GO TO HELL!!

Envio de Material: Rua Alecrim, Lote 4, Ap. 1301 - Ed. Mirante das Águas Águas Claras - Brasília/DF - CEP: 71.909-360

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lancamentos

Claustrofobia “Peste” Aborte “Global F d latline”

“The

LAMB OF GOD “Resolution”

Psy Inhe cropt rited ic Rep ress io

n”

BLIND GU ARDIA “Memorie s Of A Tim N e To Com e”

s

Suicidal Angel “Bloodbath” 04


ouvindo now

Guilherme Lima (Holy Week Ends)

Watain “Lawless Darkness” Toxic Holocaust “Conjure And Command” Midnight “Satanic Royalty” The Black Coffins “Burial Breed (Infamous Glory)” Earth “Angels of Darkness, Demons Of Light 1”

Italo Guardieiro (Device)

Facada “O Joio” Krisiun “The Great Execution” The Black Dahlia Murder “Ritual” Motörhead “Sacrifice” Soundgarden “Badmotorfinger”

Edson Graseffi (Reviolence)

MERCYFUL FATE “Time” KING DIAMOND “The Dark Sides” KREATOR “Violent Revolution” SPIRITUAL BEGGARS “Return To Zero” LAMB OF GOD “Resolution”

Castor (TORTURE SQUAD) Anthrax “Worship Music” Opeth “Deliverance” King Diamond “Them” Kiss “Sonic Boom” Scorpions “Sting in the Tail”

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entrevista

o começo de tudo... Poucas bandas tiveram uma importância tão grande quanto o Vulcano no Metal Extremo brasileiro. Foram eles os primeiros a desbravarem caminhos até então inóspitos para os bangers tupiniquins, abrindo caminho para que Sarcófago e Sepultura pudessem trilhar com suas próprias pernas a tão sonhada estrada metálica, construindo assim os pilares de uma potência headbanger. Sempre guiada pelo incansável Zhema Rodero, o Vulcano lançou discos memoráveis, hoje clássicos do Metal mundial, venerados por fãs em todo o mundo. Conversamos com Zhema sobre vários assuntos, desde sua fundação ate o dia de hoje, época em que se encontra em excelente fase, lançando seu novo disco, “Drowning in Blood”. Confira! Hell Divine: Já se passaram cerca de três décadas desde a formação da banda, quando ainda tocavam um som mais voltado ao Rock and Roll clássico, muito longe do som extremo que praticam hoje em dia. Em sua opinião, o que mudou de lá pra cá, além da sonoridade? Zhema: O Vulcano nasceu com os músicos de duas bandas do final dos anos 70, Sangue Azul e Cataclisma. Na verdade esses dois músicos, Paulo Magrão e Carli Cooper trouxeram as influências dessas bandas para o Vulcano, nosso primeiro nome era Astaroth, mas logo em seguida se transformou em Vulcano. Logo que montamos a banda já tínhamos um show marcado no Paço Municipal de Osasco e então aproveitamos algumas músicas daquelas bandas que mencionei anteriormente. Por conta disso, creio eu, acabamos que seguindo na mesma linha até 1983. Nós já tínhamos a intenção de fazer um som mais rápido e pesado, mais na linha NWOBHM, porém não tínhamos um vocalista à altura. Mesmo assim logo após o lançamento do “single” Eu mudei a formação e começamos a compor esse material mais pesado. Éramos três, Eu, Hansen e Renato Pelado compondo músicas para uma demo tape que no ano seguinte viria a ser o “Live!”. Tudo mudou! O “Live!” foi uma passagem entre o Heavy metal tradicional e o metal extremo do “Bloody Vengeance” e a partir desse caminhamos para onde estamos hoje. Eu mesmo tenho dificuldades de enquadrar o Vulcano em um estilo definido, nós não somos Death Metal nem Thrash Metal, somos alguma coisa nesse meio. Hell Divine: Poucas bandas iniciaram sua carreira lançando um disco ao vivo, e creio que seja algo raríssimo. Além disso, foi o primeiro lançamento de Metal Extremo da América Latina, o que certamente não é pouca coisa. Você poderia nos dar mais detalhes deste show e o que ele representou para a banda? Qual a importância do ““Live!”” para sua carreira? Zhema: Este show, e sua conseqüente gravação, foram idealizados por mim e com a ajuda do Wilton, Heavy Metal Rock de Americana, nós realizamos no Ginásio de Esportes de Americana. Eu contratei uma empresa de aluguel de equipamentos e sonorização de shows daqui de minha cidade Santos, e com a ajuda do Osvaldo do Made in Brazil eu aluguei o estúdio móvel do Douglas Martins, apenas oito canais e com a bateria já mixada em estéreo. Foi um trampo fenomenal, chegamos cedinho no local do evento

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e começamos a montagem da parafernália, nos intervalos, dávamos uma volta aos arredores e podíamos perceber que “algo” tinha mudado naquela cidade, naquele dia. O trem chegava à estação trazendo cada vez mais “metalheads” com suas camisetas pretas, correntes e taxas. Foi um dia diferente para Americana. Alguns meses depois quando o disco ficou pronto, comecei a vendê-los pelo correio. Eu tinha uma lista enorme de fãs pelo Brasil, principalmente no Nordeste. Vendi bastante pelo correio e isso tornou o disco conhecido, quando eu fui até a galeria, em São Paulo levar algumas cópias para vender, fiquei surpreso porque o Luiz Calanca ficou com quase todo meu estoque em consignação. O “Live!” foi um álbum independente, não tínhamos gravadora, era eu fazendo tudo sozinho! Hell Divine: Mantendo a mesma formação do “Live!” é lançado “Bloody Vengeance”, com você no baixo, Soto Junior e Zé Flávio nas guitarras, Laudir Piloni na bateria e Angel nos vocais, mostrando grande evolução neste que é um dos pilares do Metal brasileiro. Do que ponto de vista, qual a importância deste disco para a carreira do Vulcano? Zhema: É o álbum mais importante de nossa carreira. Ele é inédito, original e perpetuou o estilo da banda. Por ser um álbum divisor de águas não só para a banda, mas também para a cena, atualmente para mim ele é um estigma que tenho que carregar para sempre, pois a cada novo lançamento do Vulcano, muitos cobram de mim um novo “Bloody Vengeance”.

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Hell Divine: O material compreendido entre o final dos anos 80 e começo dos 90 também chama bastante a atenção, destacando “Anthrophofagy”. Qual era a situação da banda nesta época, que inclusive chegou a sofrer mudanças em sua formação? Zhema: No final de 86 o Zé Flávio já havia manifestado intenção de deixar a banda e partir para formar sua própria e ele fez isso um pouco antes do show com o VENOM e logo em seguida o Soto Jr e Laudir Piloni, que eram muito amigos, fizeram o mesmo, sobrando para mim e Angel remontar a banda. Convidamos o Fernando Levine baixista de uma banda chamada AFG METAL e o Arthur “Von Barbarian” que era baterista de uma banda chamada Angel. Ele era um baterista muito rápido e isso influenciou o álbum “Anthropophagy”. Você pode notar que neste álbum o Vulcano já antecipa o estilo que algumas bandas iriam utilizar nos anos 90, com muitos “blast beat”. Hell Divine: Após “Ratrace”, o Vulcano acabou ou apenas deu uma pausa nas atividades? O que seus integrantes fizeram nesse hiato, entre “Ratrace” e o disco de retorno, “Tales From the Black Book”, lançado em 2004? Foi uma pausa providencial? Zhema: Eu fui cuidar de minha família e permaneci tocando violão acústico por um bom tempo com uns amigos de Osasco e em 99 foi tocar em uma banda que faz tributo a “Creedence Clearwater Revival” e ainda hoje faço algumas apresentações com esta banda. O Fernando Levine e o Arthur “Von Barbarian” foram para a faculdade e se formaram quatro anos depois, porém os dois nunca deixaram de tocar, o Levine tocou na noite santista com diversos outros músicos o Arthur formou muitas bandas e até hoje tem uma escola que ensina bateria e toca comigo também na banda tributo. O Arthur deve ter ensinado 80% da legião de bateristas que existem em Santos. O Angel montou seu próprio estúdio de tatuagem onde permaneceu esses anos todos. É certo que durante esse período nós nos reunimos algumas vezes e fizemos alguns shows em São Paulo e Santos. Hell Divine: Aliás, muitos falam, inclusive o Fenriz do Darkthrone, que “Tales From the Black Book” é o melhor “disco de retorno” já feito, o que não posso discordar, pois trata-se de um petardo de respeito... Como se deu esta volta, que na verdade já tinha sido antecipada com o lançamento do ““Live!”” em CD com três faixas inéditas, contando com o vocalista Luiz Carlos na formação? Foi aí que a fagulha se acendeu novamente? 08

Zhema: Não, aquela reunião para as três músicas do tributo foi idéia do Soto Jr. O João, da Cogumelo, havia feito o convite para relançar os álbuns do Vulcano no formato CD, que de certa forma ainda era uma novidade na época, eu aceitei e na mesma época o Soto Jr. estava capitaneando um retorno da banda, então as coisas se juntaram e ele, Jr., compôs as três músicas que lá estão, fomos no “Mr. Som”, o Jr. era muito amigo do Eros, e gravamos. Mas aquele evento não foi o suficiente para a banda retornar e paramos novamente. Lá pelo finalzinho dos anos 90 o Soto Jr. recomeçou a investida em um retorno novamente. Fizemos alguns ensaios e alguns shows. Em 02 de Novembro de 2001, finados, fizemos o último show com o Soto Jr. ao lado do “Siegrid Ingrid” ele veio a falecer pouco mais de um mês mais tarde. Bem, já era 2002 e então eu pensei que deveria fazer essa homenagem ao Junior e continuar a banda, mas também pensei que se é para voltar de verdade, tem que mostrar um novo álbum, não é? Eu tinha 14 músicas escritas durante o ano de 2000, mas nenhuma dela servia, descartei todas e compus um novo álbum que viria a ser o “Tales From the Black Book”. Daquela época eu trouxe para o “Tales...” uma composição do Soto Jr. “Obscure Soldiers”. Hell Divine: O retorno de Angel em “Tales From the Black Book” deixou os fãs felizes, já que o vocalista havia gravado todos os discos da banda, ou seja, tornou-se praticamente uma marca registrada, mas, anos depois viria a sair novamente, para enfim efetivarem Luiz Carlos. Sei que é um assunto esgotante, mas, porque razão ele saiu? Zhema: Fizemos a turnê do “Tales From the Black Book” e o Angel sentiu muito por conta de que ele é tatuador e, portanto o faturamento, grana, vem nos finais de semana e como faturar se ele viajava conosco? A grana de cachê não cobria essa despesa dele, então os convites para shows foram sendo recusados um a um. Mesmo assim fizemos alguma coisa após esse período. O tempo passou e as prioridades mudaram para o Angel. Não me lembro de ter feito show em 2009 sendo que 2010 ia começar e tínhamos a turnê Européia, no primeiro show do ano em Cuiabá ele já não queria ir e nos preparamos com o Luiz Carlos. Finalmente em fevereiro daquele ano eu o chamei e pedi uma resposta sobre a turnê na Europa, ele disse não, pois tinha outras prioridades, foi isso!


Hell Divine: O Vulcano está lançando um novo álbum, “Drowning in Blood”, que mantém a tradição da banda em fazer o mais puro Metal Extremo, sem distinção de rótulos, num misto de Death, Thrash e Black empolgante, mantendo o padrão Vulcano de qualidade. Como foi chegar até esse álbum, e o que ele representa para vocês neste exato momento? Zhema: Logo que voltamos da Europa em novembro de 2010, eu percebi que era necessário apresentar o novo vocalista Luiz Carlos Louzada para um público bem maior e a melhor maneira de fazer isso era através da gravação de um novo álbum. Assim comecei a escrevê-lo em dezembro e quando foi em março começamos a gravá-lo. Eu gostei muito do resultado final do “Drowning in Blood”, confesso que tudo que eu esperava quando estava escrevendo as músicas se realizou na produção final. Com relação à sonoridade também estou muito satisfeito, lógico que se quiséssemos poderíamos “samplear” timbres de bateria, guitarras, etc., e deixá-lo com uma “cara” moderna, mas eu realmente prefiro assim. Honesto e verdadeiro! Sem truques! É isso que fizemos porque é isso que sabemos fazer! Hell Divine:“Drowning in Blood” possui vários destaques, dentre eles, o excelente trabalho do baterista Arthur Von Barbarian. Em minha opinião devo dizer que se trata do disco mais brutal da banda até agora, soando absurdamente empolgante e pesado. Como foi seu processo de composição? Zhema: Normalmente eu tenho um “riff” que julgo interessante, então eu trabalho ele em casa e vou dando o formato da música. Se eu curtir o resultado dessa música eu a escrevo no “guitar pro” dou uma quantizada e apresento primeiro ao Arthur “Von Barbarian” porque nós estamos juntos desde 1987, lançamento do “Anthropophagy”. Depois disso ele cria os arranjos de bateria. Confesso que dou muita “tesourada” nele, pois ele é um excelente baterista, muito mais do que vocês podem ouvir nos álbuns, então eu dou uma segurada, pois eu pessoalmente gosto de poucos arranjos. Finalmente vamos nós dois para o estúdio e começamos a gravar. Ele faz a batera primeiro e eu faço as cordas depois. Enquanto isso o Luiz Carlos arranja as linhas de voz com as letras que eu já havia passado antes, para gravar no final.

Hell Divine: Em 2010 ocorreu a primeira turnê gringa do Vulcano, que invadiu a Europa com shows bombásticos, atraindo fãs de todos os cantos. Deve ter sido uma experiência incrível, não é mesmo? Teria como você relatar esta viagem e nos contar algumas histórias sobre ela, como por exemplo, o encontro com o Cathedral? Zhema: Sim, para nós foi um reconhecimento, após tantos anos, podermos tocar para pessoas de países diferentes, ter experiências diferentes sobre esse mundo de Metal. A expressão “The rats left their holes” eu ouvia com muito orgulho e a palavra que mais ouvi foi “awesome!”. Não só o encontro com o time todo do Cathedral, mas também com pessoas que se deslocaram da Polônia, Portugal e Servia dizendo que o fiel da balança para a decisão de vir ao festival em Londres foi o Vulcano, ou seja, os caras estavam em dúvida e o Vulcano foi um peso na decisão. Perdemos o metrô de Londres e depois nos perdemos em Londres por conta de um fã Polonês que chorava como uma criança porque estávamos bebendo com ele e sua galera. Mas incrível mesmo foi termos assistido, de surpresa, um show completo do Slade na travessia da Suécia para a Finlândia! Hell Divine: Encerrando a entrevista, gostaria de parabenizá-los pelo excelente show no Zoombie Ritual, que mesmo contando com o público reduzido devido ao horário, foi inesquecível. Muito obrigado por mais esta grande entrevista, o espaço é seu! Zhema: Obrigado a você por, novamente, me propiciar perguntas interessantes e a oportunidade de divulgar as idéias do Vulcano. Para quem conseguiu ficar em pé até as cinco da manhã para ver o Vulcano valeu a pena! Atrasos em shows no Brasil sempre acontecem e não se pode colocar a culpa em ninguém, pois é uma somatória de eventos imprevisíveis que acaba dando nisso, o que não pode é fazer forte pressão em cima dos promotores para trocar a ordem das bandas e com isso beneficiarem-se prejudicando as outras, afinal “underground” é antes de tudo um circulo de colaboração entre as bandas, só assim sobreviveremos! Keep banging! Por Maicon Leite.

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entrevista A banda paulista Project46 acaba de lançar seu primeiro disco, “Doa A Quem Doer” (2011). Formada por Caio Macbeserra (vocal), Rafa Yamada (baixo e vocais), Henrique Pucci (bateria), Jean Patton (guitarras) e Vini Castellari (guitarras), os caras investem em um metal agressivo e altas doses de Hardcore. Conversamos com a banda sobre esse lançamento e as apostas para o que vem pela frente! HELL DIVINE: Sejam bem vindos às nossas páginas! A banda, infelizmente, ainda não é totalmente conhecida pelo público do metal. Conte-nos um pouco como tudo começou até o lançamento do primeiro disco. Caio Macbeserra: Bom, a banda já se conhece desde a época de escola, a raiz de tudo saiu de uma ideia que o Vini e o Jean tiveram de fazer um som, não havia outros integrantes, era só um projeto deles. Na troca de bagagem e figurinhas, alguns arranjos começaram a ter vida e eles mostraram para o Guilherme Figueiredo (ex-baterista da banda) e também para o Rafael, que toparam na hora juntar as ideias para fazer um som pesado e bem carregado de informações. A partir daí a banda saiu do projeto e começou a ser mais sólida. Os quatro saíram em busca de um vocal e, após alguns testes, eu fui a um ensaio e foi paixão a primeira ouvida. Voltei para casa com um arranjo na cabeça, que até ali era da música nomeada de “3”. Cheguei a casa e escrevi a letra de “Amanha Negro” que na época era “Tomorrow”. Mostrei para a banda e toparam na hora. O projeto tinha virado banda e nasceu o Project46. A gravação do primeiro disco foi dura, um caminho bem difícil, mesmo. Todos sabem como é difícil ter uma banda de Metal no Brasil, mas tudo começou quando conhecemos

um cara chamado Adair Daufembach que nos foi apresentado por meio dos brothers da banda Ponto Nulo no Céu, que na época estavam com um EP muito bom e com uma gravação animal. Então, entramos em contato com ele, que morava em Criciúma/SC. Ele veio gravar a bateria aqui em São Paulo no Estúdio Puccis. As guitarras foram gravadas lá em Criciúma, o baixo e vocal também em São Paulo. Só nessas idas e vindas foi um ano para, finalmente, concluirmos o “Doa A Quem Doer”. Depois, duas semanas antes do show de lançamento, Henrique Pucci (ex-baterista do Paura) assume as baquetas da banda, sendo muito bem recebido pelo público no show de lançamento do disco, lotando o Inferno Club, no dia 06/08/11. HELL DIVINE: Ao pesquisar sobre a banda, fiquei sabendo que mudaram todas as letras para o português antes de gravar. Qual o motivo dessa escolha? Acham possível atingir o mercado internacional dessa maneira? Caio Macbeserra: Na última etapa de gravação em que todas as letras já tinham sido gravadas em inglês, resolvemos fazer em português depois de gravarmos o que seria a bonus track do disco, “Tomorrow”, em português e depois de ouvirmos as opiniões de amigos como Vander

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Caselli (técnico de som), que sempre nos falava para gravarmos em português. Isso ganhou mais força com o Adair que batia muito nessa tecla. No final da gravação todo mundo concordou. Então, reescrevemos todas as letras em três dias e, no meio desse ano, finalmente o “Doa A Quem Doer” foi lançado. A respeito de mercado, acho possível, porque o nome do Brasil fora, principalmente na Europa, é muito forte. Mas queremos deixar o nosso recado aqui, pois iremos ultrapassar a fronteira do país e cair para todos os cantos possíveis desse mundo. HELL DIVINE: De onde surgiu a ideia do nome da banda e qual a conexão da arte da capa com o contexto do disco? Caio Macbeserra: Antes do Project46 todos os integrantes tocavam em uma banda cover do Slipknot, em que o Vini era o nº4 e o Jean era o nº6 e, como foram eles que deram ponta o pontapé inicial, ficou Project46 devido a esse tributo, a essa incrível banda que é Slipknot. A arte do disco está diretamente ligada a ele, que mostra agressividade, expressada através da mão fechada, o soco em si e estilhaços de vidro quebrados, que são os paradigmas que representam as letras, passando a verdade nua em crua para se ouvir e refletir. Por isso “Doa A Quem Doer”, um soco para mostrar como todos nós somos. HELL DIVINE: As letras são um ponto forte das músicas, cantadas com bastante raiva. No que se baseiam os temas e quem as escreveu? Caio Macbeserra: Todos nós escrevemos, sempre trabalhamos esse lance de troca ideia e ajuda muito na composição. Na maioria das vezes fica por minha conta e do Rafael, mas todos dão palpites e não as imagino sendo cantadas de outra forma que não seja com bastante agressividade. Só assim elas passam o recado que queremos. Os temas das músicas são, basicamente, tudo que vivemos, presenciamos e também assistimos, o que nos ajuda a superar nossos problemas e o que nos dá mais força a cada dia. Basicamente, é uma critica direta à impunidade e falsidade que nos rodeiam. HELL DIVINE: O lançamento do disco “Doa A Quem Doer” se deu em um grande evento, com a participação das bandas Ponto Nulo No Céu, Command6 e Sharks At Abyss, no dia 06/08, em São Paulo. Como foi esse show? Caio Macbeserra: Sou meio suspeito para falar, mas de maneira imparcial, foi o evento underground mais bem organizado que presenciei. Quem estava lá viu, as bandas fizeram um excelente show, o som da casa estava animal e o que mais me surpreendeu foram pessoas que vieram do interior e de outros estados, lotando o Inferno Clube, que é pequeno (risos). Não só para mim, mas para muita gente que estava lá, foi a prova de que aqui no Brasil tem uma fantástica cena underground, com bandas muito boas, profissionais capacitados, que não perdem nada para even-

tos de bandas de fora e ainda com um custo bem mais acessível. HELL DIVINE: Falando em discos, vocês disponibilizaram todas as músicas no site oficial da banda. Existem cópias físicas do álbum? Vocês acreditam ainda na venda desse formato? Caio Macbeserra: Sim, existem cópias físicas do disco que vendemos em shows, pela internet por meio da Ideal Shop, que está fazendo um trabalho legal. Tem na Galeria do Rock, na loja 255 e no site da banda, de graça. Acreditamos no formato físico, porque antes de sermos músicos somos consumidores do mercado e, não somente eu, mas todos da banda gostam de ter o material das bandas, ir aos shows, ter nem que seja uma camiseta, um chaveiro; mas o principal é o CD. Pensando nisso, vimos que tem muito fã como nós, que gosta de ter essa proximidade, esse elo com os músicos, além de ajudar a banda a caminhar e contribuir para cena crescer mais. HELL DIVINE: É possível notar uma união maior das pessoas que curtem esse estilo de música praticado por vocês. Qual a visão da banda perante a cena Heavy Metal no Brasil? Caio Macbeserra: Sim, a cena Metal é bem unida. Só colar em shows para você comprovar que é muito difícil rolar algum problema. Por mais que seja um som agressivo, a galera se respeita, inclusive aquele que está no palco. O problema é que, infelizmente, ainda rola aquele preconceito: “metal em português não vira”. Mesmo cantando em inglês, só o fato de ser brasileiro parece que repele o povo. Então fica o recado para a galera, vamos olhar mais para o nosso jardim, aqui tem muita banda boa que faz um trabalho sério cantado em português, que vive o que você vive, vê o que você vê, e que você entende sem ter que usar nenhum “google translator”. Vamos parar de preconceito. HELL DIVINE: Com um grande lançamento em mãos, fica impossível não perguntar sobre os planos da banda para 2012. O que podemos esperar do Project 46? Caio Macbeserra: Estamos trabalhando em um novo videoclipe da banda, está engatinhando. O roteiro está pronto e é uma estória muito impactante, foi escrito pelo Rafael. Assim que ficar pronto, estará em todos os nossos canais da internet. A galera sempre vai ser informada do andamento do clipe, entre outros vídeos da banda, como de ensaios, turnês e shows. Vamos correr para a estrada para realizar shows. Muito obrigado Hell Divine pela oportunidade, um abraço a todos e muito obrigado aos que tem ido aos shows, dando força para a cena. E você que está lendo a entrevista, te espero nos shows. Por Pedro Humangous.

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entrevista l é de amadurecimento das banNão adianta negar que o momento que vivemos no meta material e bandas de qualidade que das, da cena e do underground, mostrando que temos muito n, de Botucatu/SP, que com 14 anos de não negam essa essência. Prova disso é a banda Claw detonando nas críticas e desgraçando estrada acaba de lançar seu segundo full length que já vem sobre este brutal trio: Fábio (vocal/guinossos ouvidos. Confiram um pouco do que falo e mais tarra), Rodolfo (baixo) e Pedro (bateria). HELL DIVINE: Primeiro, agradeço a banda pela entrevista! Para iniciarmos, a banda já vem de anos de underground e já tem nome conhecido e reconhecido. O que acham que falta para realmente decolar? Como avaliam o underground hoje, principalmente, do Metal extremo? Fabio: Salve Cupim, Pedro e toda equipe da Hell Divine! Eu que agradeço ao importante espaço cedido à Clawn. Esse ano fazemos 14 anos de existência e vejo que conquistamos um bom respeito e reconhecimento por parte da cena, tanto do público como das bandas e crítica. O momento que estamos vivendo é muito bom! Nosso CD está sendo bem avaliado e os resultados são muito favoráveis. Isso é fruto de um árduo trabalho, mas temos muito a trilhar ainda! Vejo que atingimos a estabilidade, acreditando em nós mesmos e nos mantendo verdadeiros aos nossos princípios! O resto é apenas uma questão de tempo (risos)! Em minha opinião, a cena é muito ativa e numerosa em quantidades de bandas, muitas com enorme qualidade, mas ainda vejo que falta o devido reconhecimento e apoio por parte dos organizadores de eventos e grande público brasileiro; as bandas nacionais não devem nada às bandas gringas! HELL DIVINE: Vi um post do João Gordo (Ratos de Porão) recomendando o último álbum da banda pelo Facebook. Como acham que a internet veio a colaborar no trabalho da banda? Fabio: Esse post do João Gordo foi algo que nos deixou extremamente honrados, cara! Gratificante mesmo! Ver um de seus herois de adolescência, membro de uma das bandas das quais mais gostamos aprovando seu trabalho, não tem preço! A internet é mais um espaço importante para divulgação de um novo material, bem como de uma banda em si, mas temos sempre a preocupação de manter o grupo não apenas no mundo virtual, mantendo o ritmo de shows e produzindo bons materiais físicos para venda. HELL DIVINE: Lembro-me que vocês tiveram problemas com produtor pós-gravação e divulgação de um trabalho. Isso é algo que ainda acontece, hoje em dia, pois sabemos que nem todos são verdadeiros e sérios no mercado musical. Conte-nos um pouco dessa experiência.

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Fabio: Você está certo, cara! Passamos por essa dificuldade. Foi um selo que nos ofereceu um contrato de lançamento para o CD debut – “Deathless Beauty Of The Silence”. O “responsável” pelo selo ficou com o nosso material em mãos por quase dois anos sem lançá-lo ou dar notícias de seu paradeiro! Tendo em vista o não cumprimento das normas estabelecidas em contrato, decidimos procurar por outro parceiro. Foi aí que recebemos a proposta da Black Hole Productions, de propriedade de Fernando Camacho. Um selo independente e sério, responsável por muitos lançamentos de repercussão no cenário underground. Dessa forma, a situação voltou a sua normalidade e o nosso material conseguiu ver a luz do dia (risos)! HELL DIVINE: Sobre o novo álbum “The Great Excuse to Domination”, como foi o processo de composição, gravação e as várias parcerias que surgiram para esse lançamento? Fabio: O álbum foi quase totalmente composto após o nosso retorno às atividades. Estávamos com um novo integrante na banda, o baterista Pedro, mais experiência e novas referências de som se comparado com a época da gravação do CD de estreia. O novo CD é resultado da musicalidade dos três membros da banda, com influências e sonoridades pessoais bem latentes. Deixamos as composições fluirem, sem ideias pré-estabelecidas ou um direcionamento feito. Acredito que esse fato ajudou muito o processo de criação e o resultado alcançado em “The Great Excuse To Domination”. As parcerias foram firmadas através de uma amizade de longa data com as partes envolvidas. Os selos parceiros acompanham nosso trabalho há anos e ficamos muito lisonjeados em ter nomes de peso junto a nós nesse lançamento. Somos eternamente gratos à Black Hole, LAB 6 Music, Rotten Foetus e Rapture Records por essa confiança e apoio. HELL DIVINE: E a produção? Ficou a cargo de quem? Fabio: O CD contou com a produção, gravação e mixagem de Rodrigo Pinheiro, proprietário do estúdio S/A, localizado aqui mesmo em Botucatu, nossa cidade de origem. Rodrigo foi baixista da banda de Power Metal Eyes Of Shiva, além de ser músico há muito tempo e formado em música e produção musical. Seus con-


selhos foram de grande importância para nós; ficamos tremo; porém perc ebi que ele está mais “cadenciado”. altamente satisfeitos com a sonoridade que tiramos em Agora com o line-up estabilizado, vocês veem alguma seu estúdio e com o resultado das grav ações, em geral. mudança na sonorid ade da banda? A masterização foi feita por Tomaz Ribe iro, do estúdio Fabio: Com o passar do tempo, noto que nossa técnica Área Livre. O espaço está localizado em Mogi das Cruzes está cada dia mais apurada. Vejo as composições do novo e tem uma ótima estrutura para a prod ução de materiais álbum como bem mais harmônicas e estruturadas se de Heavy Metal, em todas as suas divisõe s. Bandas como comparadas às mús icas de seu antecessor, porém, sem Funeratus e Desecrated Sphere já tiveram trabalhos pro- perder a brutalidade que caracteriza a Clawn. Algo como duzidos lá. Já a arte gráfica foi totalme nte elaborada por uma evolução natu ral, um novo patamar atingido. Nossas Fernando Lima, designer gráfico mineiro responsável por composições seguem artes de grande importância e qualidade. um fluxo natural; preocupamoPara quem não nos apenas em faze r um som que nos agrade, primeirasabe, Fernando é vocalista da banda Drowned e assina mente, como adm iradores de som extremo. Acredito que boa parte dos CD’s lançados pelo selo min eiro Cogumelo. o entrosamento do line-up traz muitas consequências à sonoridade da banda. A meu ver, toda HELL DIVINE: Recentemente, vi em uma s muito positivas entrevista que (risos)! as letras seguem uma temática a resp eito da dominação dos homens, correto? Qual recado querem passar HELL DIVINE: Agrade ço a disposição pela entrevista, utilizando sua música? mantenham o Metal Extrema aceso Fabio: A temática de nossas letras seg e, caso queiram, ue uma linha bem podem fazer as con siderações finais. constante, sendo, em sua maioria, firm ada base contextual: a misantropia, anti-hum na mesma Fabio: Agradeço mais uma vez a você, Cupim, e ao Peanismo e anti- dro por este importa nte espaço cedido pela Hell Divine religião, mas em nosso segundo CD, em específico, abor- para que mais pes soas conheçam o trabalho desenvolvidamos temas que englobam todas as formas de domi- do pela Clawn. Con tinuem firmes nesta luta, pois o trabnação imposta pelo ser humano e ele mesmo. Nesse alho de vocês é gran dioso! Ao grande público brasileiro: universo é possível notar a nossa visão particular, subje- valorizem mais as bandas de seu país! Compareçam aos tiva e, muitas vezes, histórica, sobre gue rras, políticas e shows, comprem mat eriais originais, vistam a camisa de religiões, além de suas interligações e consequências na suas bandas nac ionais preferidas! O cenário brasileiro só história da humanidade. tem a crescer com essas atitudes! STA Y BRUTAL! HELL DIVINE: Em comparação ao álbum anterior, Por Cupim Lombard i. “Deathless Beauty of the Silence”, há pouca mudança na sonoridade da banda, mantendo o Death Metal Ex-

R A M A T A P O V O N UM

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entrevista Impossível entender como ainda existem defensores contra a liberdade na internet. Graças a essas facilidades de hoje em dia, pudemos encontrar essa incrível banda americana que pratica um Death Metal Old School, chamada Troglodyte. A banda se mantém no underground e ainda é pouco conhecida, mas apresentou um trabalho de estreia que figura entre os melhores lançamentos do ano! Conversamos com exclusividade com essa banda de mascarados e procuramos mostrar ao público brasileiro que nem sempre as mais conhecidas são as melhores. HELL DIVINE: A banda é bastante underground e não é fácil encontrar informações sobre vocês. Isso é proposital? Conte-nos um pouco sobre a história da banda para os metaleiros brasileiros. Troglodyte: A banda existe fisicamente desde o final de 2005. Tive a ideia antes disso, mas foi naquele ano que realmente coloquei as coisas para andar. Lembro-me de ter encontrado o baterista Chris Wilson e de contar a ele a respeito. Foi difícil vender a ideia: vestir máscaras, cantar músicas sobre o Pé Grande. Ele contornou minha “visão” e estamos martelando desde então. Gravamos um material para um CD, em 2006, chamado “Anthropoid Effigy”, mas por um motivo ou outro nunca foi lançado, principalmente por tempo e o sentimento generalizado de “isso é bom, mas podemos fazer melhor”. Depois de alguns anos afiando nosso set ao vivo, decidimos que era hora de documentarmos nosso esforço em um álbum, “Welcome to Boggy Creek”, que foi lançado em maio de 2011. E sim, é de propósito que não há muitas informações a nosso respeito. HELL DIVINE: Todos os membros da banda usam máscaras. Por que escolheram usá-las e qual é sua conexão com o nome ou som da banda? Troglodyte: As máscaras têm muitos propósitos, verdade seja dita. Obviamente, é um visual incrível para se ter na frente de um público. Se atrair a atenção ou despertar a curiosidade de alguém o suficiente para nos ouvir, ótimo! Principalmente, eu queria tirar a parte individual da figura, por assim dizer. Todos usamos a mesma máscara que eu esculpi e fiz, além de roupas iguais. Não me importo se alguém sabe meu nome, coloco a identidade da banda antes da minha. E, novamente, é um visual incrível. Decidimos antes de usarmos qualquer máscara ou de tocarmos ao vivo que, se a música não fosse à altura da imagem que queríamos passar, então seria em vão. Então ficamos durante muito tempo criando música antes que qualquer um visse as máscaras ou fotos nossas. HELL DIVINE: A banda tem capa mais incrível que já vi em toda minha vida! Quem é o artista por trás dessa obra-prima?

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Troglodyte: Esse seria o Slasher Design. Ele já trabalhou com dezenas de bandas. Ele também faz trabalhos para a maravilhosa empresa de camisetas Fright-Rags. É um cara incrivelmente talentoso, é verdade. Ele fez a arte para o último disco do Aborted, o EP “Coronary Reconstruction”, e é responsável pelo novo disco “Global Flatline”. Ambos os trabalhos estão detonando! HELL DIVINE: Vocês parecem gostar de antigos filmes de terror dos anos 80, certo? De onde vem essa paixão e como isso influencia nas letras? Troglodyte: Adoro filmes de terror daquela época. Muito do que fazemos pode ser registrado como uma adoração aos filmes de terror lado B e um fascínio surreal por “monstros misteriosos”, como Pé Grande, Abominável Homem das Neves etc. Músicas como “Night of the Demon” e “Hit by the Hendersons” foram diretamente

A A D A POR R V A O R P A TOD


influenciadas por filmes. Outras, como “Mummified Yeti Hand” ou “Caught on Super 8” foram baseadas em história reais ou eventos factuais.

material gravado, mas trabalhamos duro para chegarmos a um som que capture o que fazemos ao vivo e que mantenha certa qualidade de produção.

HELL DIVINE: As pessoas podem ouvir ao álbum inteiro em seu site, gratuitamente. Vocês também vendem a versão física dele por apenas dez dólares com frete incluso. Como estão as vendas, até agora? Troglodyte: As vendas têm sido ótimas! Foi lançado em maio na maioria dos varejistas digitais, também. Quase esgotamos nossa prensagem inicial. Tenho vendido discos regularmente desde o lançamento, mandando para o mundo inteiro! A oferta de pré-encomenda que fizemos no Facebook foi incrível! Havíamos pago toda a prensagem antes de termos encaminhado os arquivos para a replicação. Isso diz algo a respeito da música e da demanda. As pessoas ainda compram discos. Somos muito gratos, para dizer o mínimo!

HELL DIVINE: Fazer turnês pode ser tedioso, às vezes. O que fazem em seu tempo livre? Troglodyte: Adoramos tocar ao vivo. Todos temos nossos trabalhos à parte que, realmente, pagam as contas. Trabalho em uma agência de marketing e faço alguns trabalhos em filmes de terror de baixo orçamento, também. Atuo e faço maquiagem de efeitos especiais. Tenho um filho que vai fazer um ano em fevereiro, então esse tem ocupado a maior parte do meu tempo livre. Também adoro trabalhar atrás das câmeras, dirigindo videoclipes e estou animado com a direção de um filme de terror, em 2012.

HELL DIVINE: Do novo album, não consigo parar de ouvir às músicas “Beaten and Eaten” e “Bring Me the Head of Big Foot”. Qual música mais gostam de tocar ao vivo? Troglodyte: Gosto bastante de músicas como “Mummified Yeti Hand” e “Piece of You”. “Beaten” e “Head” são legais, também. Todas elas têm seus próprios desafios. Sempre nos consideramos uma banda “ao vivo” e talvez essa tenha sido a hesitação para produzir

HELL DIVINE: Talvez coloquemos a banda no cenário de Death Metal, mas vocês se autodenominam Bigfoot Death Metal ou, ainda, Neander Core. Podem explicar isso? Troglodyte: É inevitável que as pessoas queiram categorizar sua banda. Com toda aquela onda de “metal das cavernas” que fazemos, o nome Neander Core quase pareceu apropriado. No propósito maior, acho que nos classificamos como uma banda clássica de Death Metal. HELL DIVINE: Vamos falar sobre o novo disco “Welcome to Boggy Creek”. A produção está ótima, com aquele sentimento de Old School Death Metal com alguns toques novos. Conte-nos sobre as gravações. Troglodyte: Obrigado! Trabalhamos com o incrível Adam (Hammerlord) Mitchell nesse disco. Ele é baterista, mas também faz muitas gravações. E ele não tem um passado de Death Metal, o que foi muito importante para nós. Queríamos alguém que tivesse um ouvido novo e talvez uma apreciação pelo que fazemos, em vez de somente produzir material. Queríamos que remetesse àquele som do Death Metal do início dos anos 90 na Flórida. Sem ser superproduzido e tentar capturar o que fazemos ao vivo, também. Somos definitivamente influenciados por bandas contemporâneas como Origin, assim como mestres do Repulsion ou Obituary. HELL DIVINE: Muito obrigado pelo tempo que dedicaram a esta entrevista e é uma honra tê-los em nossa revista. Esperamos ver Troglodyte no Brasil em breve. Como está sua agenda para 2012? Existe alguma chance da banda vir para a América do Sul? Troglodyte: Muito obrigado! A honra é toda nossa! Adoraríamos tocar fora do país e visitar o Brasil! O ano de 2012 guarda grandes coisas para Troglodyte. Estamos trabalhando no novo material para a sequência de “Welcome to Boggy Creek”, no momento. Nunca digo nunca, então torceremos para visita-los no próximo ano! Por Pedro Humangous.

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entrevista

L A T U R E T N B E S E L P M SIM O Sodamned é uma grande banda de Death Metal que vem chamando a atenção de muita gente dentro do cenário nacional. Eles estão lançando o debut chamado “The Loneliest Loneliness”, um belo álbum recheado de brutalidade e todas as coisas que todos nós fãs de Death Metal curtimos. Vamos levar uma ideia com Juliano, guitarrista e vocalista e com Gilson, baterista do Sodamned para sabermos os caminhos e os ideais dessa grande banda nacional! HELL DIVINE: Como surgiu o Sodamned e como vocês chegaram à atual sonoridade? Contem-nos sua história. GILSON: Bom, o Sodamned surgiu mais ou menos como a maioria das bandas, acho. Meu irmão e eu (Gerson, o primeiro baixista) já ouvíamos Metal e acompanhávamos a cena há algum tempo, mas ouvíamos mais metal tradicional, Thrash e uma ou outra coisa de Death Metal. Então conhecemos e fizemos amizade com o Juliano que já estava atuando na cena, organizando shows, escrevendo zines, e já ouvia bastante Black, Death, Doom... Sem contar que cada um já estudava seu instrumento musical e não tínhamos banda alguma. Aí foi só somar dois mais dois e nos juntamos tentando tirar uns covers e criar uns sons mais voltados ao Thrash/Death. Esse pequeno projeto durou apenas alguns meses e paramos com ele. No início do ano seguinte, 1999, Juliano e eu estávamos conversando e ele falou que havia composto duas músicas que estavam seguindo outra sonoridade, mais voltada ao Death/Black Metal e com bastante melodia, então nós três nos juntamos novamente e formamos o que veio a ser o Sodamned. A sonoridade estava lá desde o início, bastou juntar estas composições novas do Juliano, com influências mais tradicionais que meu irmão e eu possuíamos nos arranjos e voilá. HELL DIVINE: O Sodamned sempre teve a proposta de fazer o Brutal Death Metal que ouvimos hoje em dia, ou vocês tinham outras ideias? JULIANO: A banda que me influenciou, me fez pensar em começar a compor material para o Sodamned foi o Algaion, que é uma banda de Death Metal naquela linha sueca mais antigona, com guitarras melodiosas e bateria retona, mas acabei trazendo mais peso, vocais bem mais guturais... Enfim, nem chamaria o que a gente faz de “Brutal Death Metal”, mas também não consigo encaixar a nossa música dentro de um rótulo específico, e para a gente isso nem representa um problema, o estilo do qual a gente mais se aproxima é o Death Metal. GILSON: Não, como falei anteriormente, desde o início seguimos basicamente a mesma sonoridade. Mudou apenas um 16

pouco, com a entrada de um segundo guitarrista, onde o Juliano começou a estruturar as composições pensando nas duas guitarras. E, claro, com o passar dos anos melhoramos muito como instrumentistas, mas a sonoridade é basicamente a mesma. HELL DIVINE: Falando de seus lançamentos, antes do disco debut vocês lançaram o EP “On The Gallows”. Qual foi o peso desse lançamento na vida da banda e qual a importância dele no cenário? JULIANO: Na verdade, “On the Gallows” é o nome da demo que lançamos, em 2003, e o EP que lançamos, em 2007, se chama “The Garret”. A demo foi aquele pontapé bem inicial mesmo, importante na carreira de qualquer banda, onde a gente registrou nossa música pela primeira vez. O EP foi algo mais pensado, lançamos em forma de split com outra banda, o que acabou facilitando um pouco a divulgação. Ele trouxe várias resenhas bem positivas para a gente, muita gente quis ouvi-lo, e até conseguimos ter algumas cópias distribuídas pela Paragon Records dos EUA, ou seja, abriu portas para a gente. Cara, importância dele no cenário, complicado dizer isso, tem a mesma importância que o lançamento de tantas bandas que dão o sangue para ver seu trabalho impresso em um CD, faz parte de toda uma cena de bandas que batalham por seu espaço. GILSON: O “On the Gallows” foi, na verdade, nossa demo que, apesar da fraca produção, mostrou um pouco de nossa proposta para o pessoal do underground. Com este lançamento, conseguimos vários shows e um monte de contatos no país. Sem contar que fizemos realmente várias trocas de material com outras bandas que tivemos o prazer de conhecer. HELL DIVINE: Entrando no maravilhoso disco novo, o primeirão de vocês, “The Loneliest Loneliness” é um hiper disco, pesado e direto. Como foi o processo de composição do álbum? JULIANO: Na verdade, esse álbum poderia ser tido como um apanhado de tudo o que fizemos desde o início da banda, já que tem música


composta lá em 1999 e tem música composta no ano passado. Digo, para cada lançamento que fizemos até agora tivemos que escolher quais músicas lançar, pois a gente sempre teve bastante material composto, então tem coisa que esperou esses 10 a 12 anos para ser lançado, não configurando, necessariamente, um processo de composição específico para o álbum. GILSON: Bom pessoal, realmente valeu pelas palavras. Estamos muito felizes com o resultado e os comentários que vêm surgindo sobre o álbum! Quanto ao processo de composição, na verdade, foi surgindo e sendo lapidado ao longo dos anos. Tem música ali que existe desde o primeiro ano da banda, então foi um processo bem natural mesmo. Para todos terem uma ideia, o Juliano já vem com os riffs e a estrutura das músicas já montados. Hoje em dia, como moramos bem longe um do outro, o Juliano cria estas composições e manda para a gente via e-mail. Algumas ideias para o ritmo de bateria o Juliano também dá uns toques, onde ele pensou em botar um blasting beat ou uma parte mais cadenciada etc., mas nos ensaios todo mundo vai colocando suas ideias nos arranjos e até mudando uma coisa ou outra na estrutura das músicas. Uma música fica concluída apenas quando todo mundo gostou de seu resultado final. HELL DIVINE: Qual a principal inspiração da banda para compor, em que vocês se baseiam para escrever as letras e músicas, quais são suas principais motivações? JULIANO: Tudo que ouço acaba influenciando de alguma maneira. Ouço bastante Funeral Doom Metal, ouço muita banda de Death, Black Metal, bastante coisa acústica como o “Of the Wand and the Moon” ou “Empyrium”. Sempre procuro por velocidade aliada à melodia e tento deixar essa mistura o mais pesada possível. GILSON: Musicalmente falando, minhas inspirações são de toda a cena Metal, do tradicional ao Grind, passando pelo Black, Thrash, praticamente tudo. Gosto de boas bandas e boas ideias e ninguém da banda também se limita a ouvir apenas um estilo de Metal. Para escrever as letras o que mais me motiva são boas ideias, baseadas em sentimentos e filosofia, mesmo. São ideias bem íntimas, mais relacionadas à nossa humanidade. Procuro escrever tudo de uma forma mais metafórica, pois curto que cada pessoa interprete e pense no texto escrito. Gosto muito de escritores como Allan Poe, Lovecraft, Fernando Pessoa, Nietzsche. E estes caras acabam me fornecendo várias boas ideias na hora de escrever. HELL DIVINE: No Sodamned vocês têm algum modo de compor em especial ou simplesmente a ideia vem e vocês tocam para frente? JULIANO: Geralmente, eu pego a guita para brincar e quando sai algo interessante eu gravo, costumo deixar o riff em stand by por um tempo, depois pego, ouço de novo, trabalho mais um pouco e quando eu considero ter uma música inteira composta, gravo e mando para o resto da banda complementar, dar sua contribuição para a música. GILSON: Hmmm, acho que quando surge uma ideia, simplesmente tocamos adiante, não ficamos pensando se determinada parte da musica não está tão brutal, ou soando muito isso ou aquilo. Se soar bem, não parecer artificial e todos gostarem, está valendo! HELL DIVINE: Qual o calendário de shows da banda, em 2012? Quais são suas expectativas para esse ano? JULIANO: Depois de ter tocado 16 shows na Europa durante setembro de 2011, estamos com uma vontade doida de por o pé na estrada aqui no Brasil e América do Sul. Por hora, só temos confirmados quatro shows em Minas Gerais para abril e quatro shows na Argentina, mas estamos trabalhando em datas no Peru, Chile, Norte/Nordeste do país, assim como aqui em Santa Catarina também. Complicado, porque cada vez que você se desloca para mais longe, tem que fazer isso casar com algum feriado, pegar uma folga no trabalho, enfim, não é fácil conciliar, mas, com certeza, em 2012 a gente quer tocar no maior número de lugares possível para divulgar o “The Loneliest Loneliness”. HELL DIVINE: Pessoal, muito obrigado por conversarem com a gente e deixem aqui um recado pros leitores e fãs da Hell Divine! JULIANO: Galera, o “The Loneliest Loneliness” está disponível na íntegra em nosso Myspace: www.myspace.com/sodamned e temos um canal no YouTube com vários vídeos nossos em nossa “Souldamned in Pain European Tour 2011”, em www.youtube.com/bandaSodamned. Ouçam, entrem em contato, responderemos todos os e-mails com muito prazer, apoiem as bandas e o underground nacional, é de vocês que a gente depende para nos mantermos de pé na batalha. Hell Divine, uma honra imensa aparecer em suas páginas, muito obrigado pelo espaço. Bang ‘til Death. Por Augusto Hunter. 17


entrevista Vindo do interior paulista, a Exhortation vem sendo apontada como uma das grandes revelações do metal nacional, em 2011, com o lançamento do primeiro registro intitulado “The Essence of Apocalypse”. Nessa breve entrevista o guitarrista Renato de Luccas nos conta detalhes do começo da banda, a gravação do álbum e os planos para 2012. HELL DIVINE: A banda vem sendo bastante reconhecida agora com o lançamento do primeiro álbum, mas vocês já vêm batalhando desde 2005, certo? Conte-nos como foi o começo da Exhortation. RENATO DE LUCCAS: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer em nome de todos os integrantes de nossa equipe por este valioso espaço para divulgarmos um pouco do nosso trabalho em uma revista de imenso potencial que é a Hell Devine. Sou fã desde a primeira edição. Sobre o

inicio do Exhortation, tudo começou em meados de 2005 quando tive a oportunidade de conhecer a Aline na universidade. Naquele momento, pudemos compartilhar de um imenso desejo em trabalhar em uma banda de uma maneira séria e profissional. Dessa forma, começamos uma extensa busca de todos os elementos para uma base sólida que qualquer banda tem que investir antes de cair na estrada. Sendo assim, buscamos um nome e integrantes que compartilhassem do nosso mesmo sonho e com

r a a t c a r a a p t n o pro 18


tal disposição. Vários músicos passaram pelos primeiros ensaios da banda, mas o Exhortation passou a existir, de fato, no começo de 2007, quando pudemos ter a honra de conhecer nosso atual baterista, o Billy (ex-Queiron e ex-Geminicários). Neste momento pudemos firmar um nome e, consequentemente, nosso estilo musical que começou a se consolidar. Nesta formação (Power Trio), pudemos gravar nossa primeira demo “Selective Suicide”, a qual carrega o primeiro nome da banda. Logo conhecemos o baixista Rodrigo, que inicialmente era apenas um free lance, mas com o tempo se tornou um membro efetivo. Porém, como em toda banda brasileira, passamos por grandes dificuldades financeiras, o que dificultou a gravação do nosso primeiro álbum nesses primeiros anos. Assim, começamos a percorrer todo o território paulista divulgando nosso nome, mas sem um trabalho físico em mãos para poder divulgar nos shows. Desde o inicio queríamos fazer um álbum debut que satisfizesse nossa sistemática. Tínhamos a consciência que, sem isso, a banda não poderia dar novos passos; e como não é nada barato, fomos obrigados a adiar a gravação do debut até o ano de 2009, quando conseguimos entrar em estúdio e dar inicio às gravações. Enfim, resumo estes primeiros anos como um começo cheio de dificuldades, porem é gratificante poder ter a certeza de ter conseguido conhecer e trabalhar com pessoas ótimas alem de excelentes músicos, com os mesmos objetivos e ideais. Assim, posso me orgulhar dos nossos primeiros passos que, por mais singelos que possam ter sido, foram objetos de muito orgulho e satisfação. HELL DIVINE: Será inevitável, mas pelo fato de vocês contarem com uma mulher nos vocais e fazerem um som pesado, muitas pessoas irão comparar Exhortation ao Arch Enemy. Eles são uma influencia para banda ou isso é apenas uma coincidência? RENATO: Dizer que não é influência pode até soar como mentira da minha parte, mas o que posso afirmar é que a nossa principal vem do Carcass, banda cujo fundador é integrante do Arch Enemy. Inclusive, posso afirmar também que a primeira fase com Johan Liiva nos vocais nos influiu, principalmente. A Angela é sim uma excelente vocalista e admiramos o seu trabalho, mas não é o principal objeto de inspiração. Inclusive posso responder essa pela Aline, que tem Behemoth como uma de suas principais influências. HELL DIVINE: Outro fato curioso a respeito da vocalista Aline é que antes de ela entrar na banda e começar a cantar gutural ela cantava lírico. Você pode nos contar detalhes do acontecido?

RENATO: Na verdade, não tenho muito a comentar a respeito, mas o que aconteceu foi que a Aline cantou ópera em seus primeiros anos como vocalista na adolescência. Foi assim que ela descobriu a musica como uma de suas principais paixões, mas não podemos considerar isso como trabalhos profissionais de fato, foi apenas uma passagem no início de seu aprendizado. HELL DIVINE: O resultado final do “The Essence of Apocalypse” é excelente, tanto musicalmente como graficamente. Já surgiram propostas para um lançamento no exterior? RENATO: Temos muitos planos para a melhor propagação deste trabalho no Brasil e no exterior no decorrer deste e dos próximos anos. O exterior sempre foi um mercado que sempre nos atraiu, e batalhamos, sim, por isso. Ainda não temos propostas deste tipo, mas enquanto isso não acontece, continuaremos a trabalhar por aqui, pois ainda temos muito a fazer em nossa terra. Ainda somos uma banda iniciante e temos muito a conquistar no Brasil. Claramente que não podemos ignorar a internet como uma grande ferramenta de divulgação no exterior. Já usamos dessa ferramenta para divulgação alem das fronteiras brasileiras e já tem rolado alguns bons resultados. HELL DIVINE: Nesse ano vocês já tiveram a oportunidade de apresentar o novo material tocando com grandes bandas como o Krisiun e o Onslaught. Como foi essa experiência para vocês, e a resposta do público foi positiva? RENATO: O ano de 2011 foi o melhor para o Exhortation e não há como negar. Em 2010, já tínhamos tocado com o Benediction no interior paulista, mas não foi tão significativo como aconteceu nestes dois shows, em 2011. As duas apresentações apareceram junto aos primeiros meses de lançamento do nosso disco, e não poderia ter sido melhor. Nos dois shows a resposta do publico foi excelente, e vendemos muito bem nestas duas datas. Ainda acredito que o fantasma de que o publico não compra mais CDs é algo que ainda não consumiu a galera que frequenta shows. Vendemos muito bem em todos os shows que apresentamos este disco, e o saldo de 2011 foi muito positivo em todos os aspectos. Em especial o show com o Onslaught, que aconteceu na cidade de Catanduva no interior paulista, a pouco mais de 500 km da capital. Ali pudemos presenciar um publico caloroso e com a vontade curtir metal. HELL DIVINE: No ano de 2011, o interior e litoral de São Paulo nos brindou com grandes lançamentos dos mais diversos estilos do metal. Como é a cena metálica por 19


aí e, em sua opinião, o que ainda falta para o metal ter um maior reconhecimento no país? RENATO: Olha, acredito que a cena de uma maneira geral em nossa região não é diferente do que acontece em todo o país. Falta de apoio, pouca exposição e até a marginalização do estilo é algo comum, como todo já estamos cansados de saber. Como disse anteriormente, no que diz respeito ao publico, em nossas viagens pelo interior do estado tivemos a sensação que em cidades mais distantes da capital, onde os shows do gênero acontecem com menor frequência, o publico parece mais empolgado, curtindo e se entregando nos shows; enquanto em locais mais próximos de São Paulo (como na região de Campinas, onde a facilidade de acesso e maior quantidade e diversidade de shows de metal é presente) o publico parece um pouco mais contido, em menor quantidade e com uma postura mais de análise que de curtição, propriamente dita. Acho que isso pode ser uma análise prática, sobre público de metal hoje em dia que tem sido motivo de muita discussão em nossos meios de comunicação, diante de tantos desabafos sobre esse assunto. Sobre os lançamentos de 2011, posso dizer que a nossa região é dotada de muitas bandas de talento, produzindo música de qualidade. Nesse quesito, não podemos reclamar, pois temos por aqui nomes de grande potencial para a cena nacional. Em minha opinião, acredito que um dos principais responsáveis pelo reconhecimento do gênero no paíssão a mídia e veículos de comunicação especializados. Temos excelentes representantes da mídia metal underground. Inclusive, é pelo trabalho deles que a cena ainda respira nestes tempos de velocidade em comunicação. HELL DIVINE: Algumas músicas que fazem parte do “The Essence of Apocalypse” já haviam sido lançadas anteriormente e disponibilizadas no Myspace da banda. Por que vocês resolveram regravá-las nesse primeiro registro oficial? RENATO: Acho que como você mesmo disse, o álbum “The Essence of Apocalypse” é nosso primeiro registro oficial, e como as músicas da nossa primeira demo disponibilizadas no Myspace não tinham cumprido com as nossas

expectativas de qualidade, achamos que seria essencial estarem presentes neste nosso primeiro disco, mas com uma nova roupagem, tentando representar melhor a qualidade da banda hoje em dia, que mudou muito deste aquelas primeiras gravações. Acho que somos músicos muito sistemáticos. Não temos o costume de criar uma biblioteca de músicas para depois escolher as melhores. Quando compomos uma música, ela representa um momento que vivenciamos e isso tem que ser objeto do nosso trabalho e exposto ao público. HELL DIVINE: Após o lançamento desse grande álbum e começando um novo ano, quais os principais planos da banda para 2012? RENATO: Ainda no mês de janeiro estamos descansando para podemos enfrentar 2012 com os ânimos renovados, já que 2011 foi o ano de mais trabalho e mais produtivo da nossa carreira até hoje. Toda a equipe está com grandes planos e ainda devemos sentar juntos para discutir as diretrizes futuras para assim poderem ser divulgadas, mas posso adiantar que já estamos compondo um novo material, queremos montar uma agenda de shows em locais que ainda não tivemos a oportunidade de tocar e vou te informar em primeira mão que estamos começando o ano com uma casa nova. O Exhortation agora possuirá um estúdio próprio com sala técnica e sala acústica controlada para podemos desenvolver melhor as nossas músicas, assim como trabalhar melhor as pré-produções e também as produções profissionais dos nossos próximos trabalhos. Isso é um grande passo e a realização de mais um sonho em nossa carreira. Pelo menos por mim, posso dizer que sempre quis ter um estúdio (risos). Gostaria de agradecer por este excelente espaço na revista Hell Divine. Sou um grande fã e admirador. Esta é uma revista underground de maior potencial que a cena atual nacional possui. Desejo que nos próximos meses e em um futuro próximo esta seja também uma revista física e que possa realizar todas as expectativas de todos os integrantes do grupo. Um forte abraço e um feliz 2012! Por Luiz Ribeiro.



entrevista A cena brasileira cresce mais a cada dia com centenas de bandas que surgem, fazendo uma estreia respeitável e mostrando que brasileiro faz um ótimo trabalho quando se trata de metal. Em cada estado do país há um exército que se expande cada vez mais, mostrando como se faz música de verdade. Especialmente no Rio de Janeiro, o metal vem ganhando uma popularidade agressiva, com bandas incrivelmente profissionais e, acima de tudo, humildes. Nas linhas a seguir, Marcus Coutinho da banda carioca Coldblood cedeu uma entrevista exclusiva para nós.

a sangu e frio

HELL DIVINE: Salve! Muito obrigado novamente por aceitar essa entrevista. O novo EP foi lançado de forma independente, sendo que agora a atual gravadora da banda é a Free Mind Records. Houve alguma razão especial para que vocês deixassem de trabalhar cm a Onslaught Records? Mkult: Eu é que agradeço pela oportunidade, é um prazer!

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Então, na verdade, o novo EP “The Other Gods” foi lançado em uma parceria entre três selos brasileiros, Metalkult Rec., Distro Rock Rec. e Attitude Headbange’s Rec. Já a Freemind encerrou as atividades há algum tempo e com a Onslaught Rec. tínhamos contrato apenas para o primeiro álbum que foi o “Under The Blade I Die”, em 2007.


HELL DIVINE: Muita gente ainda deseja saber os motivos que ocasionaram a separação da banda, entre os anos de 1994 e 1999, e de 2002 a 2005. Caso não seja um assunto muito desconfortável de se voltar a falar, gostaríamos que você nos explicasse melhor essas ocasiões. Mkult: Após a nossa primeira demo “Terror Stench”, de 1992, seguimos com a banda até fins de 1993 e demos uma pausa. Regressamos, em 2000, e gravamos nossa segunda demo “...And It Comes The Winter” e mais uma vez paramos. Depois nos reunimos, em 2005, e lançamos a terceira demo “Reicarnating A New Black God” e, desde então, não paramos mais. Os motivos para essas pausas sempre foram as mudanças de formação que desestabilizava demais a banda, mas agora acredito que estamos com uma formação sólida e seguiremos em frente até nossos corpos aguentarem. HELL DIVINE: “The Other Gods” é um EP muito mais extensor que o álbum “Under The Blade I Die”. Sendo um dos responsáveis por sua criação, gostaria de saber qual dessas 17 músicas é a mais marcante para você, e por quê? MKult: O EP, em si, contém cinco músicas inéditas e junto a ele, como bônus, disponibilizamos nossas três primeiras demos, totalizando 18 músicas. Posso dizer que das músicas inéditas a mais marcante para mim, sem dúvida, é a faixa título “The Other Gods”, porque marca o ponto de partida com essa formação, uma das primeiras músicas que fizemos e que merecidamente se tornou nosso primeiro single e faixa título do EP. HELL DIVINE: O que pode nos dizer, em termos de composição, sobre as mudanças e progressos da banda desde o lançamento de “Under The Blade I Die”, ocorrido em 2007? Mkult: Estamos satisfeitos com o resultado que atingimos em termos de composição e gravação para este EP, mas teremos uma análise mais concreta sobre isso quando lançarmos nosso próximo álbum. A formação que gravou o “Under The blade I Die” tocou junta por 17 anos, enquanto a que temos hoje está junta há apenas dois. Isso, na verdade, não significa muita coisa quando você está cercado de músicos competentes, mas estamos trabalhando em novas composições para o próximo full-length e, certamente, com o tempo vamos amadurecendo e encontrando as características dessa formação e, com isso, sempre se atingem resultados mais satisfatórios, é natural. Mudança de formação é isso, sempre é um novo recomeço. HELL DIVINE: Essa é uma pergunta bem básica de se fazer, mas é sempre bom ouvir a opinião de alguém que tem experiência nessa estrada. Como anda a cena underground carioca a seu ver? E a cena underground em geral do Brasil? Há pessoas falando que o metal brasileiro está

morto ou prestes a morrer – particularmente, eu discordo. O que você acha disso? Mkult: Aqui no Rio de Janeiro as coisas têm acontecido, as pessoas têm se esforçado, tem rolado shows com bandas gringas e as bandas daqui participando, o que é importante. Eu não acho que o Metal esteja morto no Brasil, isso é papo de gente frustrada, as coisas estão acontecendo por aí e quem corre atrás e trabalha honestamente, consegue seu espaço. Muitos dizem isso porque querem ganhar dinheiro com Metal como se ganha com Axé, Pagode ou Sertanejo, e quando percebem que não é bem assim, se retiram do combate tentando justificar o fracasso. HELL DIVINE: Voltando a falar sobre as suas experiências como músico, você pode descrever quais foram suas melhores e piores experiências, respectivamente? Mkult: Uma experiência boa é fazer uma turnê Sul-Americana, quem já fez sabe como é e eu já fiz três (Unearthly-2007, Coldblood-2010 e Syren-2011). Você aprende a valorizar as coisas que tem aqui e, com certeza, amadurece bastante como ser humano. E a pior experiência até agora foi viajar 25 horas de ônibus sem banheiro na Bolívia pela estrada da morte e ter como paisagens precipícios e lá no fundo ônibus e caminhões destruídos. É tenso! HELL DIVINE: Como foi fazer parceria com os mineiros da banda Luvart, em um álbum Split? Mkult: Foi um prazer dividir esse split com o Luvart e relançar as primeiras demos das duas bandas, é legal ver que as pessoas se interessam por esse material. Espero um dia encontrá-los na estrada. HELL DIVINE: Em relação aos shows e turnês, como anda a agenda da banda? Mkult: Estamos agendando datas para este primeiro semestre de 2012 somente pelo Brasil para divulgar o EP, já que fomos lançados por gravadoras daqui, e no meio do ano entraremos em estúdio mais uma vez para gravar nosso próximo álbum. Aí, sim, teremos uma turnê Sul-Americana ou européia. HELL DIVINE: Muito obrigado por ceder um pouco do seu tempo para essa revista. Nós desejamos muito sucesso e carreira duradoura para o Coldblood. Continuem assim, sempre! Mkult: Eu é que agradeço pela oportunidade, estamos de volta definitivamente e podem esperar, mais coisas virão. Por Yuri Azaghal.

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resenhas

ABDICATE “Transcend Through Sacrifice” Sevared Records Trata-se do trabalho mais recente desse quinteto norte-americano, lançado em julho. Não é possível dizer que o álbum foge do extremo clichê atual do Death Metal, mas conseguiu dar uma inovada no ritmo, se comparado a muitos álbuns por aí que soam exatamente como cópias uns dos outros. Como era de se esperar de uma banda do gênero, o álbum conta com uma capa interessante, mas, felizmente, não é mais uma dessas bandas que apostam tudo em uma bela imagem gore para compensar a sonoridade – bem, não totalmente, ao menos. O vocal não chega a ser um gutural magnífico, mas ainda supera e muito a atual moda de “porco estrangulado”. A sonoridade é bem trabalhada, contando com boas alterações de ritmos e uma troca inteligente de técnica em momentos oportunos – a bateria é o melhor dos exemplos. Um ponto negativo é que certas faixas se tornam um pouco repetitivas e cansativas. Fora isso, até que o álbum agrada bem, mesmo não sendo muito longo. Ultimamente, ando desanimado com Death Metal, pois muitos dos trabalhos que confiro não inovam em nada. Confesso que graças a isso fiquei pessimista ao resenhar “Transcend Through Sacrifice”, mas, felizmente, não foi de todo ruim. Ao menos comparado com muita tranqueira que se ouve por aí, o novo trabalho do Abdicate merece uma chance de ser ouvido. Nota: 7.5 Yuri Azaghal AKERBELTZ “Akerbeltz Coven Rising” Cogumelo Records Akerbeltz, com seu novo trabalho, nos remete ao primórdio mais remoto do princípio do Black Metal, com um instrumental que pode se resumir a um Thrash mais ou menos na linha de Venom. Apesar da capa convidativa, o álbum possui pouquíssimos pontos positivos. As letras possuem combinações de palavras e rimas incrivelmente clichês e o instrumental parece ser um misto de Anthrax com Iron Maiden, ou seja, ora com riffs típicos de Thrash, ora um ritmo mais suave como em “The Trooper” do Maiden. O vocal também contribui para a perda da qualidade da música, pois além de possuir um timbre desagradável, em cada música ele é alterado. Em algumas partes parece que o vocalista deseja imitar Venom, em outras Slayer e em algumas Iron Maiden – ressaltando aqui que os gritos agudos ficam incrivelmente ridículos. Das bandas que fizeram parte da primeira fase do Black Metal, como Bathory ou Sodom, Akerbeltz não chega nem perto delas. É um álbum curto, com nove faixas e menos de meia hora de música, e mesmo os pouquíssimos elementos que me agradaram são fracos, nada típicos de Black Metal ou mesmo Thrash. Aliás, esse álbum não consegue causar uma boa impressão mesmo se avaliado como puramente Thrash, como as mesmas bandas de sempre do qual estamos de saco cheio de ouvir – eu, pelo menos. Portanto, se você possui um gosto nada exigente para Thrash mistureba é capaz de gostar desse álbum. Agora, se você procura algo de Black Metal nesse trabalho, mesmo que seja um mínimo de características, é melhor ficar longe. Nota: 2.0 Yuri Azaghal 26


Bywar “Abduction” Mutilation Records Parece pouco tempo, mas os dois anos de espera por um novo disco pareceram uma eternidade! Desde o lançamento do ótimo “Twelve Devil’s Graveyards”, de 2009, pouca coisa mudou na banda. A formação se manteve a mesma com Adriano Perfetto (guitarras e vocais), Renan Roveran (guitarras), Helio Patrizzi (baixo) e Enrico Ozio (bateria). A garra e a fúria nas composições também permaneceram intactas. Lançado no final do ano passado, “Abduction” vem para reforçar o nome do Bywar no cenário Thrash brasileiro e mundial. Ao pegar o disco para resenhar, fui surpreendido com a incrível arte da capa feita por Marcelo Vasco. Ao colocar o álbum para rodar, nenhuma surpresa. Afinal, já conhecemos a capacidade da banda de criar ótimas e empolgantes músicas! Após uma breve introdução, o coro come com “Poltergeist Time”, extremamente veloz e com um riff absurdo! O Bywar segue a linha do Thrash alemão, bebendo da fonte de Destruction e Kreator, por exemplo. Ainda assim, notamos clara influência de Exodus na construção das músicas e nas linhas vocais de Adriano. A terceira faixa – que leva o mesmo nome do disco – é bastante interessante por causa de sua levada diferenciada. Começa com um riff de guitarra grudento e melódico e a bateria, por sua vez, vai crescendo conforme a música passa, até caírem no bom e velho Speed Thrash. Com pouco mais de sete minutos de duração, guardaram um solo incrível para o final. A paulada na orelha continua firme e forte, destaque para as faixas “Toward The Unreal”, “Handful Of Evil” e “Behind The Pain”. Resumindo tudo, um discaço! Merece ser ouvido de ponta a ponta e mais de uma vez seguidamente! Um dos melhores lançamentos do brilhante ano de 2011 para o metal! Nota: 9.0 Pedro Humangous Claustrofobia “Peste” Sangre Records Pareceu uma eternidade a espera entre o disco anterior “I See Red” para esse lançamento de inéditas da banda Claustrofobia, que apresenta um disco todo cantado em português, intitulado de “Peste”. É inegável o talento desses caras e a ascensão obtida nos últimos anos, chegando ao topo do metal nacional. Muitos puritanos ainda torcem o nariz quando se fala em metal cantado em nossa língua, mas não há do que reclamar do que ouvimos nesse disco. As letras se encaixam perfeitamente com o instrumental, passando a mensagem ao ouvinte com toda fúria possível. Não é brincadeira o que sai dos autofalantes quando se coloca esse álbum para tocar. É extremamente brutal e bem trabalhado. O Thrash/Death característico da banda continua afiadíssimo, com todos os instrumentos se destacando no som. Uma faixa que dividirá opiniões é a “Nota 6,66” – uma verdadeira escola de samba metal. O resultado é bastante interessante, mas acaba ficando um pouco enjoativa no final. A primeira faixa, que leva o mesmo nome do disco, tem um início muito parecido com a música “War Stomp” do disco anterior. O álbum é sensacional do início ao fim, empolgante e nervoso! A arte da capa, a princípio, parece simples, mas é muito bacana e bem elaborada. O Claustrofobia não precisa provar mais nada a ninguém, definitivamente, merece um lugar de destaque entre os grandes do Brasil e do mundo. Estamos diante de um clássico da modernidade do nosso metal nacional. Um discaço, que dá orgulho de ver e ouvir! Nota: 9.0 Pedro Humangous CLAWN “The Great Excuse to Domination” Black Hole Productions Que fase em que estamos dos lançamentos nacionais! Podem dizer que o acesso a tecnologias melhores e tudo o mais facilita gravações, mixagens e etc., mas inquestionável é quando a qualidade dos músicos supera todas essas falas e produzem um álbum que não tem o que por nem o que tirar. A banda Clawn já carrega 14 anos na estrada e acaba de lançar sua segunda obra que, após cinco anos da primeira produção e uma pequena parada nas atividades, eles retornam com toda fúria, fazendo deste álbum toda a prova de que o Metal extremo está mais vivo que nunca e não para de produzir trabalhos que superam expectativas. Claro que a banda já é reconhecida e agora com a formação estabilizada há algum tempo demonstra o amadurecimento natural de banda na qual os integrantes estão juntos com o mesmo propósito: fazer música pesada! O baterista Pedro já abre o álbum demonstrando a qualidade de seu trabalho e logo de cara a porradaria vem para não parar mais nos próximos mais de 50 minutos, sem perder a essência do Death Metal clássico (como na música “Revelations of Tormented Thoughts”). As veias do Black e metal extremo, juntando com os riffs matadores de Fábio, que faz o vocal principal, aliando com Rodolfo no baixo que também completa os vocais mais rasgados, e está fechado o time da obra. As 27


letras continuam no caminho de contestação às consequências da religião e das guerras para a humanidade como pode ser observado em “Religious Plague”, “Battlefields” e “Revelations of Tormented Thoughts”. Em comparação ao álbum anterior o peso continua o mesmo, porém, a “pegada” está um pouco mais cadenciada, mantendo, claro, a mesma brutalidade e mantendo a linha extrema de primeira qualidade, fazendo um álbum de padrão internacional, com toda certeza. Fecham o álbum com destreza e maestria em “Oblivion” que, com mais de nove minutos, é uma música muito bem produzida e mostra que a banda trabalha sem fronteiras em sua composição. É um álbum que você ouvirá mais de uma vez sem cansar. Muito pelo contrário, irá se empolgar ainda mais. Agora é cair na estrada para divulgar o material e esperar que os organizadores de shows os tragam para nossas regiões. Nota: 9.0 Cupim Lombardi Dark Angel “Time Does Not Heal” Shinigami Records Dark Angel é, claramente, uma das bandas mais lendárias do Thrash Metal mundial. “Time Does Not Heal”, lançado em 1991, vem repleto de riffs rápidos e arrebatadores. Confesso que o álbum de que mais gosto é “Darkness Descends”, de 1986, mas este disco vem mais técnico, com mais peso e melodia. Claro que há uma diferença boa de quatro anos de um para outro e acho que houve uma evolução técnica. Sua musicalidade é bem mais complexa sem perder técnica e peso impostos pela banda desde o começo até o fim do petardo. Grande destaque para as faixas “Act Of Contrition”, “The New Prieshood” e “Psychosexuality”. “An Acident Inherited Hame” é bem nervosa e a “Sensory Deprivation” lembra muito o saudoso Death. Grande álbum do Dark Angel e merece estar entre os melhores da banda. Nota: 7.5 Ricardo Thomaz DOMINANZ “As I Shine” Industrial Silence Production Essa banda nasceu de um antigo projeto chamado Cult Of Deception e encabeçada por Roy Nordaas (ex-Taake) que se juntou a Frode Gaustad (baterista, ex- Thy Grief) e Jørn Tunsberg (guitarrista, ex-Old Funeral, ex-Immortal) e fundou esse projeto que acaba de lançar seu primeiro álbum. Estes noruegueses fazem um som bem puxado para o lado industrial, com pitadas eletrônicas, misturando um Black e alguns riffs Death, sabendo colocar peso nas composições. Também contam com Renathe Håpoldøy fazendo alguns vocais femininos que aparecem em quase todas as músicas com destaque para “Infinity” e “Agony and Domination”. As pegadas mais Black podem ser conferidas em “Eternal Sin”, “From Skin to Heart” e “The Philanthropic” e um lance bem atmosférico em “Abusos”. Fecham com “The End of All There Is”, que também é bem atmosférica e utiliza quase todos os elementos acima citados. O trabalho feito na capa ficou excelente e exprime bem a sonoridade moderna da banda, ou seja, é um álbum bem produzido, muito bem dosado no peso e na proposta eletrônica. Nota: 8.5 Cupim Lombardi Drowned “Belligerent Part Two – Where Death And Greed Are United” Cogumelo Records Acompanho a banda mineira Drowned desde o seu surgimento, através do lançamento do disco “Bonegrinder”, de 2001. Desde então, coleciono toda sua discografia e ouço de perto a evolução a cada disco. Dez anos após sua estreia, o grupo lança mais um álbum de inéditas chamado “Belligerent Part Two – Where Death And Greed Are United”. O trabalho já impressiona logo pela arte da capa – mais uma vez a cargo do vocalista Fernando Lima. Além do vocalista, a formação não mudou muito ao longo dos anos e se manteve sempre estável por muito tempo, estando completa, atualmente, por Marcos Amorim (guitarras), Kerley Ribeiro (guitarras), Beto Loureiro (bateria) e Rafael Porto (baixo). O Death Metal característico do Drowned pode ser ouvido logo nos primeiros acordes. O disco começa com um belo dedilhado no violão – no melhor estilo Shadows Fall – e, em poucos, segundos a quebradeira tradicional começa. As músicas têm uma pegada bem Thrash também, fazendo com que as composições ganhem mais dinamismo. A produção e gravação ficaram ótimas, ressaltando a técnica individual dos músicos e seus instrumentos, funcionando muito bem juntos na mixagem final – trabalho feito pelo experiente Marcos 28


Amorim. Todas as músicas são incríveis, com destaque para “World’s Full Cartridge” e a maravilhosa “Blood Trail”, toda no violão. Para quem está se perguntando: mas e o “Belligerent Par One”? Calma amigo, a banda disponibiliza para download gratuito em seu site! Portanto, temos bastante material de qualidade em mãos! Trate de ouvir ambos os lançamentos dessa incrível banda! E o melhor, 100% nacional! Nota: 9.0 Por Pedro Humangous

Enterro “The Bell of Leprous” Hollehammer Records A maioria já sabe que nunca fui muito fã de Black Metal. Porém, não tenho mente fechada e sei apreciar um bom disco do estilo, quando bem feito. Ainda me lembro bem da frase ao lançarem o álbum “Nunc Scio Tenebris Lux”: “sua distribuição será reservada e silenciosa”. Isso mexeu comigo e realmente era difícil encontrar o álbum nas lojas. Atualmente, moro em Brasília e, na época, peguei o carro rumo a Goiânia somente para comprar o tal disco. Três anos depois, a banda nos presenteia com mais um álbum de inéditas, intitulado “The Bell Of Leprous”. Marcelo Vasco surpreende a todos com uma arte belíssima para a capa – fugindo completamente do seu padrão. Ao segurar o CD em mãos, você sente o peso e a malevolência contida nas músicas. É algo estranho, mas real. As faixas são todas obscuras e densas, com todos os elementos característicos do estilo e, principalmente, da banda. A gravação está acima da média e a produção caprichada, deixando a audição mais dinâmica e menos cansativa. As composições são tipicamente Black Metal, sem devaneios ou espaço para misturas ou experimentações. As performances de cada integrante são dignas de menção. Todos dominando suas funções com maestria. Todas as faixas são excelentes, com destaque para “The Bell Of Leprous” – com sua introdução cadenciada e que pouco depois descamba na pancadaria letal – e “B11” – bastante intensa e interessante pelas inserções de samples. Resumindo, uma obra prima do Black Metal nacional! Grande representante brasileiro do estilo e que, certamente, irá nos representar muito bem mundo afora! Nota: 9.0 Pedro Humangous EXHORTATION “The Essence of Apocalyse” Eternal Hatred Records Vindo de Capivari, no interior paulista, a Exhortation lançou, no segundo semestre de 2011, seu debut intitulado “The Essence of Apocalypse”. Fazendo um Black/Death Metal de muita qualidade e sem frescuras, a banda nos mostra o porquê de estar sendo colocada como uma das revelações do metal nacional. “The Essence of Apocalypse” já merece destaque antes de ser ouvido, pois a qualidade gráfica da capa feita pelo renomado Marcelo HVC é de muito bom gosto e, além disso, o álbum também foi lançado no mercado nacional em digipak. Sobre o conteúdo sonoro, logo após a intro homônima ao título do álbum começa a destruição com “The Bitter Praise”, seguida de “Final Theory” e a já conhecida “Famine” (lançada na primeira demo da banda). Com um clima bastante soturno em seu início, “Degradation of Spirit” e “Infernal Voluptuousness” são, em minha opinião, as duas melhores músicas da banda nesse álbum e nos mostra uma similaridade com o Carcass, talvez uma das principais influências da banda. “Destroy This Submission” vem para fechar esse grande álbum e nos mostra o quanto o metal ainda está vivo e que temos, sim, uma grande cena e grandes bandas nos quatro cantos do país. Por: Luiz Ribeiro Nota: 8.0

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HAMMER 67 “Mental Illness” Independente Hammer 67 surgiu há quatro anos, na cidade de Caxias do Sul, RS. Lá, o metal é bem forte e ao mesmo tempo deficiente: muitas bandas, mas pouco apoio. Apesar das dificuldades, com trabalho duro e com a vontade do gaúcho, a banda gravou independentemente o primeiro álbum com um incentivo que ganharam de um projeto da prefeitura, chamado Fundo ProCultura. “Mental Illness” segue quase como um estilo único de metal, mas em alguns momentos dá para perceber uma semelhança com a sueca Meshuggah: passagens polimétricas e riffs dissonantes das guitarras. Hammer 67 aparece como uma representante em potencial do Industrial Metal na cena nacional. O álbum começa com “Reaction”, uma música onde prevalece uma atmosfera de alucinação na qual o ritmo vai acelerando progressivamente, com guitarras soando ao fundo em um tom tremido e estridente. Nessa faixa já podemos perceber os vários estilos de vocais que faz Niuton Paganella, desde drives a high screams. A segunda, “Drawn By The Tales”, segue uma tendência mais brutal na medida em que tem o vocal mais rasgado e cru, aliado com uma bateria pesada com paradinhas de alternância entre caixa e bumbo, muito presente em bandas de Death Metal do Brasil. Seguindo o álbum, está a faixa detentora do primeiro clipe da Hammer 67. Com quase dez mil visualizações no YouTube e disponível até em HD, “1984” é, sem dúvida, uma das melhores músicas da banda, representando bem o esforço e o trabalho sólido que esses caras vêm construindo, desde 2008. Ela tem um som moderno e mescla várias tendências que seguem praticamente todos os estilos do metal atualmente, entre elas a interseção de partes calmas em meio a partes mais pesadas e rápidas, fazendo o ouvinte passar por momentos tensos e prazerosos. Outra faixa que tem um clipe é a “Time To Burn” que soa bem como um Heavy Metal contemporâneo, mas com um tempero de Stoner Rock e no final até tem um longo breakdown de quebrar o pescoço! Um talento grande na banda, sem desmerecer os grandes músicos de cordas, é Thiago Caurio, que toca desde os 11 anos e, atualmente, está em quatro projetos, contando com a paulista Astafix – banda com o ex-guitarrista do CPM 22, Wally – e a progressiva Anaxes, de Caxias do Sul. Thiago – ou Gonha, para os mais próximos – foi meu professor de bateria de 2007 a 2008 e lhes garanto, é um músico dedicado e detentor de uma coordenação criativa sem igual. Hammer 67 com “Mental Illness” tem grande possibilidade de sucesso. Nota: 9.0 Igor Scherer HOLY WEEK ENDS “When This World Ends” Independente Minha impressão inicial desse álbum foi a de me perguntar se no Brasil existiam outras bandas de Deathcore como essa. De fato, não são muitas que conseguem reconhecimento nas mídias e uma boa gravadora. Porém, a gravação desse álbum é independente. Direto de Embu das Artes, interior de São Paulo, surge Holy Week Ends, tocando covers de bandas como As Blood Runs Black e Job For A Cowboy. Em 2009, a banda lança um demo com duas músicas e, em 2010, um pequeno EP com três músicas e um videoclipe. Tendo uma repercussão ótima na internet, principalmente no Twitter, esses caras cresceram muito e agora estão com um CD completíssimo de 14 músicas de suar o ouvido. “When This World Ends” centraliza o tema do apocalipse, o dia do juízo final, em que a exploração inesgotável do planeta, a degradação da natureza e dos valores morais levaram o mundo ao colapso. O álbum começa com “A Theme For A Murder”, faixa perfeita para introduzir a brutalidade que está por vir. “An Age Of Slavery” é a seguinte, exibindo muito o potencial do vocalista Guilherme Lima, que tem os highs muito parecidos com Alex Koehler (Chelsea Grin), em sua boa fase – e o gutural low bastante singular e muito grave. Os pig squeals aparecem de vez em quando no low pitched gutural e fica bem parecido com os do vocalista 30


da Whitechapel, Phil Bozeman. A faixa número 7 – “Behold The Fall Of A Giant” – me lembra muito do novo CD da State Of East London, o “Repugnance”; bateria em ritmo metralhador com umas paradinhas ao som do prato China, enquanto as guitarras acompanham a batida numa sintonia inquebrável. Para dar um ar sombrio e aterrador, “Interlude For Extirpation” praticamente corta o álbum ao meio, deixando as faixas mais progressivas para o final. Sendo a penúltima, “Embrace The End”, com quase oito minutos, mostra que uma música longa de Deathcore pode ser criativa e diferente, fazendo com que o ouvinte não se enjoe facilmente: aqui se encontram muitos blast beats com dedilhadas emotivas ao fundo contorcendo a melodia e, também, um breakdown opressor de surrar os ouvidos. Em geral, Holy Week Ends é uma banda que cresceu muito rápido e com esse incrível full-length de estreia certamente representará muito bem a cena contemporânea do metal brasileiro lá fora, quando forem fazer turnês internacionais. Nota: 9.0 Igor Scherer I, Machinery “A1” Independente A cena do metal em Portugal vem crescendo assustadoramente a cada ano que passa. Muitas bandas – excelentes, por sinal – estão surgindo e dos mais diversos estilos. O I, Machinery sugere uma roupagem mais agressiva, utilizando-se de pouca melodia e mais brutalidade por meio de uma afinação baixíssima, bateria com compasso quebrado, vocais urrados e guturais. Já imaginou o estrago, certo? Certo. A banda irá agradar em cheio aos fãs de Meshuggah, por exemplo, pois segue a mesma linha. As composições são fortes e cheias de ira, resultando em uma massa sonora que faz pouco caso dos seus ouvidos, devastando tudo o que estiver pela frente. O EP – que contém sete faixas – foi literalmente um dos primeiros lançamentos de 2012, já que foi liberado no mercado no dia primeiro de janeiro. O disco me agradou bastante, logo na primeira vez que coloquei para tocar. O peso absurdo em todas as faixas chega a assustar. Toda a banda executa cada nota com maestria, porém, torna-se impossível não destacar o trabalho do vocalista – passando do gritado ao urrado, do gutural ao high pitch, utilizando-se ainda de partes mais faladas, no estilo Corey Taylor. Destaque para as faixas “Tumatauenga” – que está disponível para download gratuito na coletânea da Hell Divine - “Vivisection” – pelos riffs viciantes e descomunais – e “Abaddon”. Uma grata e bela surpresa do velho continente e que merece sua atenção. Não sairá tão cedo do meu player! Nota: 9.0 Pedro Humangous ICED EARTH “Dystopia” Shinigami Records Há de se notar, primeiramente, a incrível recepção pelos fãs que teve o novo vocalista, Stu Block, substituindo Matthew Barlow no início do ano passado. Entrevistado pelo site Pure Grain Audio, o ex-frontman da Into Eternity afirmou trabalhar melhor sob pressão e a essa coube papel fundamental na gravação das músicas e na criação das letras para o novo álbum lançado, em outubro de 2011. De guturais baixos de Death Metal a berros estridentes parecidos com Judas Priest, Stu consegue cooptar as características de ambos Matt Barlow e Tim Ripper, antigos vocalistas da banda, fazendo algumas músicas parecerem um dueto desses dois, mas, ainda assim, com um desempenho muito melhor. “Dystopia” na tradução para o português fica “distopia”, que é sinônimo de antiutopia. Ao contrário de utopia, sistema social idealizado e imaginário, a distopia é a filosofia ficcional de um futuro negativo no qual as pessoas são facilmente corruptíveis e alienadas ao Estado totalitário, possuidor de alta tecnologia cujos fins convergem para o controle da sociedade. Já nos moldes da Iced Earth, o futuro se dá controlado aparentemente por forças alienígenas, como explicita a capa do álbum. A faixa de abertura é impressionante. No momento inicial em que Block solta um berro gutural junto com os riffs tremidos de Jon Schaffer – detentor da alma banda desde seu nascimento e agora no seu décimo trabalho – eu senti que o álbum seria além do que eu esperara. Em seguida, “Anthem”, uma marcha calma – e ao mesmo tempo forte – perfeita que parece ser o ponto auge dos shows, convidando toda a massa de fãs a acenderem as luzes dos celulares e isqueiros. Outra faixa muito boa é a “Dark City”. Bem inovadora comparada ao estilo primordial da banda, aqui, Stu Block solta toda sua potência melódica em forma de voz. Em contraponto a esses pontos altos, um ponto baixo de “Dystopia”, certamente, é “Anguish Of Youth”, uma baladinha calma até demais e desnecessária para um álbum tão sólido. Particularmente, minha faixa preferida é “Boiling Point”, simplesmente porrada na cara e surra nos ouvidos: rápida, enérgica, viril. Em geral, aqui temos Iced Earth sendo Iced Earth de novo, Heavy Metal puro e galopante, refrãos de fazer todo mundo gritar. “Dystopia” veio para quebrar a monotonia que vinha seguindo a banda desde “Horror Show” (2001). Nota: 9.0 Igor Scherer

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Influence “Where Does Your Way Lead To?” Independente A Polônia já virou sinônimo de metal de qualidade. Para nossa surpresa, chegou à redação da Hell Divine um EP de uma banda desconhecida, vinda daquele país. Influence é o nome da banda e o disco se chama “Where Does Your Way Lead To?”. Logo de cara o material impressiona por meio de um logotipo interessante e uma capa simples, mas eficiente, bastante enigmática. Composto de quatro faixas, o EP totaliza 15 minutos de duração. Ao pesquisar sobre a banda, pouca informação encontrei – e o pouco era em polonês. Colocando a bolacha para rodar, me deparei com uma espécie de Death Metal recheado de melodia, doses extras de Thrash e uma alternância de tempos, chegando a possuir um toque de progressivo. A sonoridade se assemelha bastante ao de bandas do underground brasileiro – basta ouvir e saberá do que estou falando. Nota-se que é um disco feito na raça, por músicos com vontade de expressarem sua ira por meio da música pesada. As quatro faixas são bem compostas e bem gravadas, mas a sensação que fica é que ainda falta algo para se tornarem marcantes. Destaque para “World Of False” com seu riff pegajoso e um solo inspirado. A banda começou muito bem e apresenta um ótimo cartão de visitas. Agora é trabalhar em cima de divulgação e estruturação do nome, principalmente na internet. Ficarei de olho nessa banda daqui para frente! Nota: 7.5 Pedro Humangous Ivory Gates “Devil’s Dance” MS Metal Records Os paulistas do Ivory Gates lançaram, no ano passado, o álbum “Devil’s Dance”. Este é o terceiro álbum da banda que traz uma temática obscura oscilando por morte, sonhos e desafiando o ouvinte a descobrir o sentido da vida track após track. A banda, que já está na estrada há dez anos, esteve parada desde o penúltimo registro, em 2005. A formação atual conta com Felipe Travaglini (vocais), Matheus Armelin (Guitarra), Hugo Mazzotti (Baixo), Heitor Mazzotti (Guitarra) e Fabrício Félix (Bateria). Não é fácil conseguir definir um estilo para nomear a banda. Diria que tem um pouco de melódico, um pouco de progressivo, muitas influências dos anos 70 e 80 e tudo isso reflete o Ivory Gates. É nítida uma forte influência de Threshold e Queensryche. O álbum começa com a faixa “Beyond the Black” que também pode ser vista em um interessante videoclipe que tem tudo a ver com a temática dark do álbum. A música tem um refrão bem estruturado e que não sai da cabeça. Todas as músicas neste álbum são muito bem trabalhadas, desde os timbres dos instrumentos até a execução que tem notável técnica e virtuosismo. Não posso deixar de fora o que, para mim, é o destaque deste álbum e que, inclusive, é sempre apontado por outros veículos especializados, que é a faixa “Suite Memory” de incríveis 20 minutos que fecham o álbum. Refrãos marcantes, sonoridade impecável e muito bom gosto nos mostram uma banda renovada que promete bastante nesse ano de 2012. Nota 8.0 Rachel Moss Jouney “ECL1P53” Frontiers O Journey é uma daquelas bandas que mesmo você achando que não conhece, provavelmente já ouviu algo deles. Esses americanos são um dos maiores expoentes daquilo que se convencionou chamar de AOR, bandas de Hard com teclados ocupando uma forte posição dentro da música, às vezes, até com algumas influências progressivas. Tendo sua popularidade restaurada pela adição da música “Separate Ways” no filme “Tron: O Legado” e de “Don´t Stop Believin´” no seriado “Glee”, a banda hoje se encontra em um bom momento. Com o filipino Arnel Pineda emulando com precisão o estilo e timbragem da voz do vocalista original Steve Perry, a banda soltou esse “ECL1P53”, um disco bem agradável. Lançado nos EUA exclusivamente pela rede Walmart, repetindo a estratégia do disco anterior, o Journey traz todos os elementos que fazem sua música ser bem quista há décadas, e não só pelo público de Hard. O único elemento que a banda não traz nesse disco é aquele que a fez famosa: músicas grudentas, aquele tipo de hit que vai te viciar mais rápido que o crack, como as duas citadas acima. Nesse disco, apesar de boas, nenhuma música se destaca e toma a frente e o disco carece de um pouco mais de variação em seu estilo, se tornando um pouco monótono. As composições estão um pouco mais “sérias”, com a guitarra de muito bom gosto de Neal Schon tomando a frente, mas falta um pouco mais de “gancho”. É um disco que vai criando laços pouco a pouco, com mais de uma audição. Isso tem um lado bom, que é o de o disco não cansar tão facilmente, mas tem o contra de ter maior dificuldade de conexão com o ouvinte desde as primeiras audições. Faixas como 32


“Resonate” e “Tantra” são permeadas de um clima propício a serem escutadas com uma boa companhia. Se você conta com esse privilégio, aproveite! Nota: 7.5 Marcelo Val

Kappa Crucis “Jewel Box” Independente Para ouvidos castigados pela brutalidade do metal extremo, é muito bom resenhar algo mais leve e diferente, de vez em quando, para quebrar a rotina. A banda Kappa Crucis pratica um Rock com pitadas de Prog dos anos 70 e aquela levada western, muito utilizada pelo Lynyrd Skynyrd, por exemplo. Uma banda brasileira que me veio à cabeça imediatamente foi o King Bird. O teclado chama bastante a atenção logo nos primeiros minutos de audição, sendo peça fundamental e muito bacana na sonoridade da banda. “Jewel Box” é o primeiro registro oficial do grupo, que começou na década de 90. De lá para cá foram desenvolvendo e aperfeiçoando seu som e hoje nos apresentam um belo trabalho, cheio de composições fortes e cativantes logo na primeira ouvida. A gravação está muito boa e condizente com a proposta musical. Toda a banda executa com naturalidade as dez faixas que compõem o álbum. Podemos destacar as músicas “Back To The Water” – que abre o disco – e “Son Of The Moonlight – e sua levada hipnotizante. Chame os amigos, coloque a cerveja para gelar e o Kappa Crucis para rodar. É garantia de diversão! Nota: 7.5 Pedro Humangous Korzus “Ties Of Blood” Voice Music Uma das bandas mais respeitadas do metal nacional, o Korzus lançou, em 2004, “Ties Of Blood”. Esse álbum, certamente, é a maior obra-prima da banda depois de tantos anos sem lançamento algum após “KZS”, de 1995. Com participações de grandes mestres do nosso metal nacional, Andreas Kisser, André Matos e João Gordo, colaboram com supremacia em “Ties Of Blood”, que foi um grande divisor de águas e continua influenciando e servindo de parâmetro para muita gente. Marcelo Pompeu, com seus vocais fantásticos, dá um poder a mais nos riffs marcantes e senacionais de Heros Trench e Silvio Golfetti. Rodrigo Oliveira e Dick Siebert deixam as coisas para lá de pesadas em todo álbum. As músicas “Guilty Silence”, “Respect” e “What Are Looking For” foram excelentes escolhas para o começo da destruição. Nesse trabalho fantástico, ainda podemos ouvir as faixas “Correria” e “Peça Perdão” para aniquilar nossos ouvidos e constatar que devemos ter essa obra em nossa coleção. Fantástica banda, álbum animal e músicos extraordinários. Nota: 10 Ricardo Thomaz

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Megadeth “Th1rt3en” Roadrunner Após “Endgame” me parece que ficou muito difícil para Mustaine agradar aos fãs, pois esse novo lançamento recebeu críticas dos mais exigentes desde a divulgação do nome. No entanto, esse novo disco, que traz o velho companheiro Dave Ellefson de volta ao baixo, é muito bom. O fato é que, dessa vez, Mustaine preferiu contemplar a simplicidade, com músicas mais diretas, o que, às vezes, frustra quem espera por sua criatividade em músicas mais intricadas. Mas isso não quer dizer que o que temos aqui não seja digno de ser descrito como “Mustaine sound”, aquele estilo que escutamos na hora e sabemos quem foi o autor. Talvez o fato de esse novo disco pegar mais leve em relação à sonoridade e também em relação à elaboração se deva às circunstâncias especiais pelas quais o mentor da banda passava, pois é público que ele vem passando por problemas sérios de coluna, o que, segundo ele, pode vir até a ocasionar o encerramento de sua carreira. Com muitas dores e dificuldade até para compor, Mustaine apelou para antigas composições não aproveitadas anteriormente e colocou novos arranjos e roupagens nas músicas “New World Order”, “Black Swan” e “Millenium of the Blind”, mas o disco quase todo nos remete aos tempos da formação com Menza e Friedman, em discos como “Youthanasia” e “Countdown To Extinction”. O disco inicia com a enfezada “Sudden Death”, cuja introdução chega a invocar de forma simplificada o clássico “Devil´s Island” (da obra de arte “Peace Sells...But Who´s Buying?”), e de cara a produção eficaz de Johnny K e o baixo bem timbrado de Ellefson se fazem presentes, se juntando a uma levada de guitarra simples e frenética. Solos inspiradíssimos de Mustaine e Chris Broderick permeiam a música e Shawn Drover, mais uma vez, mostra sua precisão nos tambores. Alguns destaques são – além da citada acima –, “Whose Life (Is It Anyways)”, “Fast Lane”, “Never Dead”, “Millenium of the Dead” e a faixa título, “13”. Se as comparações com “Endgame” te deixaram com a pulga atrás da orelha, não se preocupe. “Endgame” é melhor, mas esse aqui dá um banho no “United Abominations”. Nota: 9.0 Marcelo Val Mindflow “365” Independente O título do álbum já nos é bastante sugestivo e dá uma boa ideia do que se trata. E é isso mesmo. A banda que por muitos é classificada como Metal Progressivo apostou na inovação, trazendo um álbum composto de 12 músicas, tendo uma lançada a cada mês. Vale mencionar que elas eram, além de lançadas, produzidas e compostas mensalmente. A banda conta com Danilo Herbert (vocais), Rodrigo Hidalgo (Guitarra), Ricardo Winandy (baxio) e Rafael Pensado (Baterista) que juntos nos mostram ousadia, inovação e muita, muita criatividade. O “365” aposta em levadas diretas, refrãos mais melódicos e peso. Comparado ao seu antecessor, “Destructive Device”, sentimos nitidamente mais peso e uma maturidade musical muito maior. A banda é associada ao Metal Progressivo por manter em todos os álbuns alguns elementos que nos remetem ao progressivo que conhecemos, mas sem deixar ficar maçante. Dentre as músicas mais pesadas neste álbum podemos citar “Trust into this Game” que tem uma intro bem bacana no baixo, “Crisis FX” e, puxando um pouco mais para o melódico, “Reset the Future” e “The Ride”. Destaco a música “Break Me Out” que, inclusive, pode ser conferida em um videoclipe gravado num deserto, com fotografia nota mil! Muito legal e muito bem editado! Mindflow é, sem dúvidas, uma banda criativa e muito promissora no cenário mundial. Curioso é que os caras têm um “Street Team”, sabiam? Fãs que saem nas ruas distribuindo flyers, cartões e divulgando a banda, bem interessante! Mindflow é uma banda que vai além do previsto, além do que estamos habituados a ver e ouvir. Vale a pena conhecer o trabalho dos caras e, se tiverem oportunidade, conferir a banda ao vivo que também é matador! 34

Nota: 9.0 Rachel Moss


MINUS BLINDNESS “Vile Veil” Torto Fono Gramas Vindo de Salvador-BA, terra dos trios elétricos e axé music, o Minus Blindness já está na ativa desde 2006 e com o seu primeiro álbum “Chorleric the Aversion”, de 2008, já havia se destacado muito recebendo boas críticas da mídia. Agora, a banda lança seu segundo registro intitulado “Vile Veil” fazendo um Technical Thrash Metal nos mostrando que na região nordeste do país existem, sim, muitas bandas de qualidade. A banda teve uma evolução significativa em relação ao primeiro álbum fazendo de “Vile Veil” bastante consistente do início ao fim, mas algumas músicas merecem grande destaque como “Between Capricorn and Sagitarius” lembrando um pouco o Lamb of God, “Shitstorm”, a pesada “Taunt The Vile” e “Treason”. Além disso, o álbum também recebe uma participação mais do que especial do grande guitarrista baiano Ricardo Primata marcando presença na faixa instrumental “Rising of a Red Sun”. Resumindo, “Vile Veil” é um grande registro dessa banda soteropolitana que, logo mais, terá o reconhecimento merecido por todos os amantes da música pesada em todo território nacional. Altamente recomendada! Nota: 8.0 Luiz Ribeiro MORK “Exemption” Eternal Hatred Records Um exemplo de orgulho para o metal extremo nacional. Conheci essa banda muito por acaso quando ganhei o CD de presente do Pedro – o editor chefe – e não me decepcionei. “Exemption” se trata de uma das gravações nacionais mais sofisticadas em termos de Black Metal sinfônico que ouvi nos últimos tempos, assemelhando-se, em muitos momentos, a grandes gigantes do estilo, como os franceses da banda Anorexia Nervosa, ou os finlandeses da banda Gloomy Grim. As letras são muito boas, fugindo de rimas clichês, mostrando grande criatividade por parte de seus escritores. Apesar de todo o instrumental ser simplesmente magnífico, o destaque mesmo fica por parte do teclado – claro, afinal é o mínimo que se espera de uma banda de Black Metal sinfônico que se preze e Mork, com certeza, faz parte desse grupo. Os diversos timbres e melodias criam uma atmosfera obscura, pesada e única, acrescentando um toque erudito ao que seria o verdadeiro Diabulus In Musica. Com 14 faixas, “Exemption” garante um refinado metal extremo do primeiro ao último minuto, valendo destacar algumas como “Vatican XIII”, “Interlude Of Purification” e “Prophecy Of Infindel’s Curse”. Para os amantes do metal sinfônico, o debut oficial da banda Mork se torna um trabalho praticamente obrigatório a ser conferido. Parabéns à banda. Nota: 10 Yuri Azaghal MUQUETA NA OREIA “Lobisomem Em Lua Cheia” Independente Formada em Embu das Artes, interior de São Paulo, Muqueta Na Oreia segue, aparentemente, como uma espécie de gênero satírico de metal, com um som bruto e consistente. As letras são em português e não é qualquer banda nacional que tem a vontade e a coragem de enaltecer nossa cultura por meio de músicas cantadas em nossa língua nativa. Os temas principais do álbum transitam entre morte, brutalidade, lendas, psicologia de psicopatas e ocorridos entre defuntos. Por vezes, talvez pelo fato de ser cantado – e gritado – em português, o álbum tem um caráter e um som bem brasileiros, singulares. “O Mundo Dos Mortos” é a que dá início à brutalidade. Bem sólida e simples, a faixa se aproxima facilmente de qualquer ouvinte: riffs no estilo Stoner Metal, circulares – que se repetem – e algumas notas agudas. Logo após, inicia-se a história contada pelo narrador-vocalista em primeira e terceira pessoas que, pelo álbum inteiro, conta aos berros fatos horrendos sucedidos em ambientes assombrosos. Outra muito envolvente é a “Quebrar Os Ossos Da Cara”. Faixa de letra mais brutal do CD, ela começa contando a história de um homem que ao escutar vozes em sua sala e no seu porão vai conferir se era a morte querendo assustá-lo; de repente, sentiu seu crânio rachar. Depois disso surge o refrão de fácil assimilação – de cantar junto – e as porradas da bateria com o peso do baixo e os riffs rápidos da guitarra. As letras desse álbum são, ao mesmo tempo, engraçadas e muito criativas. Embora tenham que acrescentar um pouco mais em técnica, Muqueta Na Oreia tem quesito nota dez na criatividade e autenticidade. A banda promete no Rock ‘n’ Roll brasileiro. Nota: 7.5 Igor Scherer

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Project46 “Doa a Quem Doer” Independente A banda de Metal Core de São Paulo Project46, nascida no ano de 2008, resolveu dar um grande tapa no metal nacional. “Doa a Quem Doer” veio em grande hora, no tempo certo para colocar uma dor em nossos tímpanos, provando que é possível cantar em nossa língua nativa sem ficar tosco. É preciso ter as manhas vocalísticas e fazer a coisa dar certo com extrema competência. Caio MacBeserra soube fazer isso perfeitamente com melodia e encaixe das letras. Jean Patton e Vinicius Castellari dão conta do recado com muito profissionalismo nas guitarras, que estão fantásticas neste petardo. A cozinha da banda com Rafael Yamada no baixo e Herique Pucci nas baquetas deixa tudo com muito tempero e pimenta ao gosto dos mais famintos por boa música. Com muito peso e técnica, “Doa a Quem Doer” é excepcional e agradará a uma boa gama de bangers no Brasil e exterior. Project46 é peso, porrada e melodia. Em minha opinião, o melhor lançamento nacional de 2011. Nota: 10 Ricardo Thomaz Sanctuaire “L´Empreinte De Lucifer” Emanes Metal De um tempo para cá, grandes nomes vêm surgindo na França. Eles começam a ter uma expressão deveras interessante no cenário mundial, com sonoridades bem distintas de tudo o que vem sendo feito e mesmo criado ultimamente, chamando muita atenção para o país um dia conhecido somente pelos belos queijos, culinária refinada e belos monumentos históricos. Vamos falar do Sanctuaire, uma banda normal cujo único diferencial notado na banda é a língua usada, o francês – língua essa nativa da banda. Nunca pensei que um dia poderia falar que o francês é uma língua interessante para o metal, mas tenho que tirar o meu chapéu e falar que essa combinação ficou realmente interessante. No entanto, não é algo que venha fazer a banda ter um destaque maior no cenário, já que ela faz um Speed Metal bem básico, sem nada que venha a chamar a minha atenção. Pode ser que você, caro leitor, discorde de mim ao ouvi-la, mas nada me chamou a atenção; foram apenas boas composições, letras em francês, mas um som extremamente clichê. Para isso, prefiro ouvir as coisas do Brasil, com muito mais personalidade. Nota: 6.0 Augusto Hunter SENANDIOMA “Order and Progress...Lies and Death” Independente Confirmando a ótima fase que vivemos no Thrash Metal nacional mais uma ótima revelação são os caras do Senandioma, de Aracaju-SE. Formada em 2003 já lançaram uma demo intitulada “Welcome to War”, em 2004, e após uma parada nas atividades voltaram com tudo e pelo jeito para detonar os ouvidos e cabeças. Fazem um Speed Thrash com riffs muito bem conduzidos pelos guitarristas Robson Chaves e Renato Santos que, sem frescura, fazem as letras de críticas sociais. “Order and Progress...” já coloca um marco para a banda sair destruindo e expor a porradaria por aí. A pegada não para, fazendo um EP veloz com apenas seis músicas, mas que garantem a vontade de ouvir novamente. A cozinha arremata a destruição, pois a dupla Zeca Oliveira (bateria) e Júnior Araújo (baixo/vocal) completam o time, mostrando bom entrosamento e criatividade na medida certa e sem muita cerimônia. Difícil destacar uma música, pois são poucas, o tempo de gravação é curto e todas são ótimas. Crossover come solto com seus refrãos e os backing vocals típicos do estilo tornam esse EP uma ótima pedida para apreciadores do gênero. Cabe destaque à capa que caracteriza bem a proposta dos thrashers e resgata os desenhos mais simples como feitos antes. Vale muito a pena escutar e agora é esperar a realização de um full-lenght mais devastador para que melhore alguns quesitos na produção, mas que, mesmo assim, não diminuíram este ótimo trabalho. Nota: 8.5 Cupim Lombardi

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Serenity In Murder “The First Frisson of the World” Spiritual Beast Serenity In Muder é o nome de uma música do Slayer, lançada em um EP na década de 90. No entanto, ao ouvir o som dessa banda japonesa, percebemos que a homenagem para por aí. O som praticado por Emi (vocais), Freddy (guitarras), Ryuji (guitarras), Takumi (baixo), Shuntaro (sintetizadores) e Shohei (bateria), é bastante influenciado por Children Of Bodom e Arch Enemy, ou seja, um Death Metal Melódico repleto de riffs nervosos e camadas de teclado por toda parte. A vocalista Emi faz um grande trabalho nas linhas vocais e encaixa perfeitamente as letras – cantadas em inglês – ao instrumental. Falando nele, que incrível toda a composição desse álbum. A timbragem está perfeita, riffs viciantes e solos estonteantes. Logo na primeira faixa notamos certa influência de In Flames, principalmente na estrutura da música. Para quem já gosta das bandas citadas acima, não será difícil assimilar o som proposto por esses japoneses. Aliás, a cada audição, o disco fica melhor! Destaque para “Defenders Of The Faith”, com seu clima soturno e um solo belíssimo. A arte da capa, apesar de simples, destaca o incrível logotipo da banda. A terra do sol nascente sempre admirou veementemente as bandas do ocidente. Chegou a vez de mostrarem ao mundo que também sabem fazer Metal de qualidade! Serenity In Murder é a prova disso! Estamos diante de um excelente álbum e que, definitivamente, merece sua atenção! Nota: 8.5 Pedro Humangous Shadowside “Inner Monster Out” Voice Music Há algumas edições da revista Hell Divine tivemos o imenso prazer de conversar com Dani Nolden, líder da banda Shadowside, sobre o lançamento de “Inner Monster Out” e agora, com o material em mãos, tenho a certeza de estar diante do melhor álbum de metal nacional de 2011. É impossível não destacar a produção do álbum a cargo de ninguém menos que Fredrik Nordstrom (In Flames, Dimmu Borgir, Arch Enemy, entre outros) e as participações especiais na faixa-título com Björn Strid (Soilwork), Niklas Isfeldt (Dream Evil) e Mikael Stanne (Dark Tranquillity), mas se engana quem acha que esse é o ponto principal do álbum. Nesse terceiro registro, vemos uma banda muito mais agressiva, sem perder o estilo Shadowside de ser com a adição de alguns elementos mais modernos no som. E isso fica claro ao ouvir músicas como “Habitchual”, “In the Name of Love”, “My Disrupted Reality” (com um começo lembrando o Nevermore) e minha favorita “A Smile Upon Death”, com um refrão espetacular. Outro momento que ficou bastante interessante foi a faixa bônus, “Inútil”, música de grande sucesso do Ultraje a Rigor com a participação do próprio Roger Moreira. Em seu resultado final, “Inner Monster Out” nos mostra uma banda madura e com muita lenha para queimar, além de muitos frutos para colher nesse ano de 2012. Parabéns a Dani Nolden e todos seus companheiros por essa conquista. Nota: 10 Luiz Ribeiro

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SKYPHO “Same Old Skin” Independente Primeiro full-lenght dos “portugas” que já têm mais de dez anos de estrada e dois EP’s na bagagem. Fazem um som bem experimental mesclando metal, pitadas de Thrash e até elementos de SKA e música alternativa, ou seja, algo difícil de enquadrar em algum estilo clássico de metal, algo como um metal alternativo. Talvez esse seja o objetivo da banda. Fazem um trabalho interessante para quem procura experimentalismos e sons não tão presos a estilos. O álbum é bem produzido e tem trechos interessantes como a música cantada em português “A Última Caminhada”, elementos percussivos em “My Insomnia” e um lance bem World Music em “Spirit” e “Demons’ Party”, a balada “Nowhere Neverland” e até um “sambametal” em “Jungle Syndrome”. Um trabalho interessante, faltando um pouco de peso, porém, bem produzido e uma linha bacana para quem aprecia misturas novas para o Metal. Nota: 8.0 Cupim Lombardi Sodamned “The Loneliest Loneliness” Independente É incrível como surgem bandas, até então desconhecidas, com trabalhos sensacionais! É então que você se pergunta: mas onde esses caras estavam antes? Provavelmente, produzindo esse material de qualidade que nos é apresentado de forma inesperada e muito bem vinda. Um belo exemplo é a banda Sodamned, que acaba de lançar seu primeiro full length chamado “The Loneliest Loneliness”. Confesso que não conhecia a banda anteriormente, e ao colocar o disco para tocar, tive uma ótima surpresa. Um discaço! A banda formada por Juliano Regis (vocal e guitarra), Edilson Lúcio (guitarras), Felipe Gonçalves (baixo e vocal) e Gilson Lange (bateria) agrega diversos estilos ao seu som, sendo impossível rotulá-los. Podemos dizer que praticam Metal Extremo. A base mais característica é o Death Metal, cheio de passagens velozes e muitas vezes melódicas – sempre obscuro e transbordando malevolência com uma pitada leve de Black Metal e Doom. Minha faixa favorita é a quarta, chamada “Sky And Earth”, com seu riff viciante e uma levada de bateria incessante! Para completar o pacote, a arte da capa foi desenvolvida por ninguém menos que Gustavo Sazes – que dispensa comentários. Definitivamente, dá orgulho ver uma banda nacional fazendo um som de qualidade dessa forma. Corra atrás da sua cópia, pois, sem dúvidas, vale a aquisição! Nota: 9.5 Pedro Humangous The Rods “Vengeance” Niji Entertainment

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The Rods é um nome desconhecido, atualmente, e que pode passar uma impressão de ser uma daquelas bandas de Classic Rock dos anos 60 que usavam o artigo definido no nome. Porém, The Rods era uma daquelas bandas “cult” dos anos 80 que praticava um Metal um tanto influenciado pelo Judas e AC/DC, capitaneados por David Rock Feinstein, ex-guitarrista da banda ELF, de onde Ronnie James Dio saiu para fazer história com o Rainbow, Black Sabbath e, mais tarde, em sua carreira solo. Feinstein era primo do falecido vocalista, o que explica suas participações nessa volta à ativa do músico. The Rods nunca estourou, mas era uma daquelas bandas de segundo escalão


que seguia uma carreira sólida, com ótimos discos (recomendo os maravilhosos “Wild Dogs” e “Let Them Eat Metal”), elogiada pelos críticos e respeitada no meio. Apesar disso, conforme o estilo foi se modernizando, o The Rods foi ficando para trás, até sumir de vez, deixando como legado uma ótima discografia. Ano passado, David Feinstein resolveu soltar um disco solo, já resenhado por mim nessa revista, na edição nº 02. Disco esse que não me impressionou muito, e terminei a resenha desejando um lançamento mais inspirado para o The Rods. E o desejo foi atendido, em parte. “Vengeance” é um bom disco de metal oitentista, mas acaba passando uma impressão um pouco “genérica”, apesar de ter muitos momentos legais. Os vocais de Feinstein estão melhores que em seu trabalho solo, a banda está afiada, a participação póstuma do Dio na faixa “The Code” é muito bem vinda e o disco tem uma boa gravação, mas pelo fato de ter discos ótimos como os citados acima, eu esperava um pouco mais. Se você é um fã do metal oitentista, é um lançamento recomendável – destaques para a já citada “The Code”, “Ride Free or Die”, “Raise Some Hell”, “Vengeance” e “Runnin´ Wild”. Metal clássico sem frescuras! Nota: 8.0 Marcelo Val TOTALSELFHATRED “Apocalypse in Your Heart” Osmose Productions Não há dúvida alguma que os finlandeses são ótimos em fazer metal de qualidade, especialmente, Black Metal. Basta ouvir uma ou duas faixas para perceber que “Apocalypse in Your Heart” é uma das melhores misturas de brutalidade e melancolia já feitas. O álbum provoca uma verdadeira distorção de emoções, dosando com maestria as emoções obscuras e a explosão delas, ou seja, seu instrumental soa incrivelmente triste e melancólico, porém, incorporado a um ritmo mais cru do Black Metal, predominando, assim, os elementos clássicos do gênero – em vez de priorizar e exagerar em efeitos de sintetizadores e teclados, o que é algo comum quando falamos de Black Metal Depressivo. A atmosfera, o clima, o vocal, as letras, a capa... Tudo causa uma união incrível, gerando uma poderosa melodia que leva sua alma ao abismo, por assim dizer. Com certeza, “Apocalypse in Your Heart” é um álbum que expressa de forma única o nome da banda, mostrando que foi um trabalho meticuloso, criado com muita dedicação e verdadeira devoção à música, pois são poucos os músicos que conseguem traduzir sentimentos em forma de melodias de um modo tão claro e refinado. Minhas mais sinceras congratulações. Esse álbum está simplesmente incrível, ouso até mesmo dizer perfeito. Nota: 10 Yuri Azaghal UNEARTHLY “Flagellum Dei” Shinigami Records Confesso que ouvi esse álbum umas três vezes para escrever essa resenha. Simplesmente destruidor o trabalho dos cariocas do Unearthly que dispensam apresentações e realmente se mostram como uma das maiores bandas de Black Metal da atualidade. Qualidade impressionante dos músicos, anos de estrada e produção a cargo de Wojtek e Slawek Wieslawski que já trabalharam com outros gigantes como Vader, Behemoth e outros. Não poderia ter saído melhor. Do início ao fim, são músicas muito bem arranjadas, o baterista Rafael Lobato realmente é um gigante da música extrema e esbanja técnica cadenciando muito suas influências e sabendo dosar cada vez mais suas qualidades, como visto na música “Black Sun (Part I)” que, inclusive, dão uma “abrasileirada” no som. Claro que a criatividade da dupla de guitarristas Felipe Eregion e Vinnie Tyr está muito apurada, como pode ser verificado na ótima faixa “My Fault”, além de arranjos com violões espetaculares. A faixa de abertura “Seven.Six.Two” e “Insurgency” são composições que ficam presas na cabeça. Cabe ressaltar a presença ilustre de Steven Tucker (ex-Morbid Angel) no vocal em “Osmotic Heresis”, além da belíssima “Exterminata” que “fecha a pauta” com maestria. Obra-prima do metal extremo, grande produção e ótimas composições que, com toda a certeza, mesmo com os lançamentos que tivemos, é um dos grandes destaques do ano de 2011. Nota: 9.5 Cupim Lombardi Uriah Heep “Into The Wild” Hellion Records UriahHeep é uma daquelas bandas que fizeram parte da criação do estilo que idolatramos hoje, no final dos anos 60,mas nunca teve tal reconhecimento. Seu primeiro disco, “Very ´Eavy, Very ´Umble”, foi lançado em 1970, apenas alguns meses depois das estreias de Purple e Zeppelin. Tiveram alguns grandes sucessos, como o disco “Abominog” (1982), e adotaram uma série de mudanças no som, indo do Classic Rock do primeiro álbum, misturando um pouco de Progressivo com o peso do Hard, e até mesmo flertando com o AOR, aquela sigla que poucos sabem o que quer dizer, mas simboliza o som de bandas como Survivor e Journey. Esse último trabalho da banda

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em estúdio vem embasado pela ótima recepção do disco anterior. Após longos dez anos afastados dos estúdios de gravação, o disco sintomaticamente chamado “Wake The Sleeper” trouxe o Heep de volta ao mercado fonográfico, possibilitando esse novo disco – “Into The Wild”, lançado este ano. A banda, que nunca parou de excursionar, apenas de gravar, realmente parece um gigante novamente desperto. O som que você pode esperar nesse novo trabalho é o som clássico do Heep, Classic Hard Rock com algumas pitadas progressivas, mas sem aquelas fritações desnecessárias. “NailOn The Head” começa o trabalho fazendo jus ao nome, “hardão” que gruda como um prego na cabeça, tendo inclusive um vídeo no YouTube. Temas mais pesados como “I CanSeeYou” e “Into The Wild” são seguidos por “Money Talk”, numa linha parecida com a mais recente do Purple (só que com o vocalista Bernie Shaw sempre mandando muito bem). “I´m Ready” traz um belo refrão, sendo um dos destaques e, novamente, a dinâmica muda em “Trail Of Diamonds”; mais progressiva, trazendo o peso do meio para frente. Essa é a tônica do disco e da boa fase que a banda atravessa atualmente. Os elementos estão todos lá: a guitarra de ótimo gosto e cheia de pegada de Mick Box, o baixo competente e presente de TrevorBolder, o teclado onipresente de Phil Lanzon, os vocais surpreendentes de Bernie Shaw e os backings característicos de toda a banda. O baterista Lee Kerslake não está mais presente por motivos de saúde, mas seu substituto, Russel Gilbrook, chegou sem se intimidar, metendo os dois pés na porta e fazendo um ótimo trabalho. Se você não está familiarizado com o som desses ingleses, talvez se faça necessário mais de uma audição atenta para captar as nuances do som e criar apreço a ele, mas vale a pena, acredite. Nota: 8.5 Marcelo Val VoiVod “Warriors Of Ice” Sonic Unyon O VoiVod é daquelas bandas que você ou ama ou odeia. Ousadia, originalidade, criatividade e uma abordagem completamente insólita para uma banda de Thrash, ou como você queira rotular, garantiu aos canadenses um lugar marcado na história do Metal. Ame ou odeie, há que se tirar o chapéu à coragem da banda de fazer do Metal o seu playground e fugir de todos os padrões, flertando com o Punk, o Progressivo, o Rock´n´Roll, Thrash, contando sempre a história do personagem que nomeia a banda – criação do baterista Away, responsável também pela arte das capas, personalíssima também. Bandas como Sepultura e Fear Factory estão entre as influenciadas pela banda canadense que conta, em seu quadro de colaboradores (um tanto confuso), com o ex-Metallica Jason Newsted. A banda, que teve uma grande rotatividade de integrantes (cinco baixistas, dois vocalistas e agora, com a morte de Piggy, guitarrista original, está com o segundo guitarrista) teve seu maior sucesso no final dos anos 80 e início dos anos 90, quando os clipes das músicas “Tribal Convictions” e “Astronomy Domine” (cover do Pink Floyd) eram veiculados com grande frequência na MTV americana. É de se tirar o chapéu que continuem até hoje, ainda mais depois de perderem Dennis D´Amour, o Piggy, membro original que era responsável pela maior parcela da identidade do som da banda. O guitarrista morreu vítima de um câncer de cólon. Esse disco é uma ótima oportunidade de se conhecer o trabalho desses canadenses. Gravado em Toronto, cidade natal da banda, esse ao vivo representa principalmente a parcela de história musical dos seis primeiros álbuns. Fora isso, apenas duas músicas do mais recente, “Infini”. Com a formação original – à exceção do guitarrista Daniel Mongrain, obviamente – a magia do som da banda se mantém intacta. Estão lá as timbragens que os fãs aprenderam a reconhecer de cara, como o baixo cheio de distorção de Blacky (Jean-Yves Thériault), e as timbragens de guitarras estridentes e agudas, assim como o vocal inclassificável de Snake (Denis Belanger). Funciona como uma coletânea do que eles têm de melhor, e se você é apreciador e já os conhece bem, é também uma celebração da melhor fase da banda, com um acréscimo de peso nas músicas do Dimension Hatross e Nothing Face e uma melhor gravação/execução das músicas dos discos anteriores. E, novamente, a arte de Away abrilhanta esse pesadelo em forma de música. Junto com o ao vivo anterior, “VoiVod Lives”, a banda tem agora em áudio uma retrospectiva ao vivo de toda sua brilhante e difícil estrada. Nota: 9.0 Marcelo Val VULTOS VOCIFEROS “Sob A Face Oculta” Misanthropic Records E finalmente podemos vociferar ao vento o retorno deles. Desde o lançamento de “Ao Eterno Abismo”, esse novo trabalho da banda é a primeira novidade em seu repertório após seis longos anos. Desmentindo qualquer boato de que a banda tinha acabado, ou que estivesse cogitando a ideia de encerrar suas atividades, a banda nos apresenta “Sob A Face Oculta”. Com uma faixa de introdução digna de ser aplaudida de pé, ela abre as portas para um verdadeiro festim diabólico traduzido em música. Seguindo a mesma linha de seu antecessor, “Sob A Face Oculta” conta com um instrumental refinado, com elementos interessantes e uma atmosfera sombria. As letras também estão mais refinadas – assim como a capa e o encarte, no geral –, mais elaboradas e focadas no paganismo e no ocultismo tradicional, em vez de se limitar ao Satanismo clichê como muitas bandas fazem. Isso pode ser notado facilmente em faixas como “Sacrifício”, “Sangue e Poder” e “Sob a Face 40


Oculta de Baphomet”. Os elementos possuem uma ótima harmonia entre si e o vocal de Malleficarum combina perfeitamente com a atmosfera gerada pela música – um gutural particularmente muito bom. A banda se tornou, em pouco tempo, uma ótima opção para quem gosta de metal – ou melhor, Black Metal – cantado em português – apesar de alguns abominarem isso. Seja como for, essa nova gravação de oito faixas e cerca de 40 minutos mostra que esse quinteto brasiliense ainda tem muito com o que nos impressionar. Nota: 9.0 Yuri Azaghal

Wolf´s Gang “Apocalypse” Emanes Metal A França é um país com potencial indiscutível para Metal – como comentei na resenha da banda Sanctuaire –, mas o pessoal precisa se soltar mais. Digo isso, porque o Wolf´s Gang vem com a proposta de fazer o bom e velho NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal), que eles conseguem com maestria, mas é tanta maestria que soa como uma cópia de outra gigante banda britânica (nem preciso citar nomes), apenas cantado em francês. A aparência vai desde as guitarras, timbragem do baixo e construção musical até a gravação do material apresentado pelo grupo, sendo, praticamente, um plágio. Quem for fã da Donzela, com certeza, vai curtir o Wolf´s Gang. No meu caso, prefiro ouvir o original a pegar uma cópia, mas isso fica a critério de cada um. Nota: 6.0 Augusto Hunter Apocalypse “The 25th Anniversary Box Set” Independente/Financiarte Comemorar 25 anos de banda não é para qualquer um. O Apocalypse chega a essa marca de forma brilhante e lança um belíssimo box set. Um mega projeto, raro de se ver – principalmente aqui no Brasil. O box contém bastante material da banda, dentre eles um DVD com o show da comemoração dos 25 anos, duas músicas do “The Bridge Of Light” – que foi lançado em CD, anteriormente – e uma do “Live In Rio”. Como se não bastasse esse grande registro de vídeo, o pacote ainda inclui o mais recente disco de estúdio da banda, “2102 Light Years From Home”, e mais um disco ao vivo chamado “Magic Spells”, onde reúne grandes clássicos de sua carreira. Pensa que acabou? Ainda temos um pôster e um livro – escrito por Eliton Tomasi – contando toda a história do grupo. Todo esse material vem embalado em uma bela caixa especial, com um ótimo trabalho gráfico. É possível que mesmo depois de tanto tempo na estrada, ainda exista algum perdido que não conheça o trabalho dessa incrível banda. Infelizmente, tocar metal no Brasil, ou mesmo Rock Progressivo – como é o caso aqui – não é fácil. Técnica, ótimas composições e raça, o Apocalypse tem de sobra. Esse box serve não só como item obrigatório em qualquer coleção, mas também como um excelente cartão de visitas para os mais desavisados. Entre em contato com a banda e adquira logo o seu, pois o número é limitado! Nota: 9.0 Pedro Humangous

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Dismember “Under Blood Red Skies” Shinigami Records É inegável o poder de destruição, tanto em estúdio quanto ao vivo, destes suecos do Dismember. O som que tiram das guitarras é surreal e único. Distoção suja e cavernosa, totalmente condizente com o Death Metal Old School que praticam. Muitas bandas escolhem gravar seus DVDs no Wacken Open Air, pela atmosfera que envolve o evento e pelo público maciço. Já o Dismember procurou fugir do óbvio e gravou esse DVD no Party San Festival, em 2008. Obviamente, o evento não tem a mesma amplitute e pompa que o Wacken possui, mas a sensação mais underground que ele oferece combina bem com a banda. A qualidade de imagem não é a das melhores, sem grandes produções, mas passa com fidelidade o que é a banda em cima do palco. O som – um pouco abafado – está muito bem mixado e bastante audível, sendo empolgante do início ao fim. Ao todo, são 15 faixas que percorrem toda a discografia da banda. Vale mencionar a presença de palco de todos os integrantes, destruindo tudo o tempo todo! Um showzaço! No segundo disco, temos um documentário da banda que mostra a vida da banda durante as turnês, backstages, entrevistas e muitas curiosidades. Um belíssimo registro de uma banda incrível que, infelizmente, encerrou suas atividades no ano passado e certamente fará muita falta. Nota: 8.5 Pedro Humangous

Obituary “Live Xecution” Shinigami Records

Uma das lendas do Death Metal mundial, o Obituary apresenta mais um registro oficial em video, o DVD “Live Xecution”, da turnê do álbum “Xecutioner’s Return”. O Show foi gravado, em 2008, no Party San Festival, na Alemanha. Para começar, não podemos deixar de mencionar a maravilhosa arte da capa, criada pelo brasileiro Marcelo Vasco. O conteúdo do DVD é bastante simples e direto, contendo apenas o show e um extra bem curto com imagens da banda no backstage e ensaiando. O track list é bastante variado, focando obviamente no disco que estavam lançando na época, conforme mecionado acima. Ainda assim não deixam de tocar os grandes clássicos como “Slow Death” e “Slowly We Rot”, ambas deixadas para o final propositalmente, óbvio. As imagens estão muito bonitas, com uma edição legal – sem aqueles milhares de cortes por segundo que deixa qualquer um tonto. O áudio também não fica para trás, transbordando agressividade por meio dos incessantes riffs que a banda é mestre em criar. A banda – em certos momentos – parece um pouco estática no palco, mas talvez essa seja a postura adotada por eles sempre, sendo algo que não atrapalha no resultado final. Uma das desvantagens de se filmar um DVD em grandes festivais é a simplicidade na produção do palco, além do set ser mais curto – pouco mais de uma hora, nesse caso. Vale a aquisição por ser um registro bacana de uma grande banda. Coloque para rodar, arraste os móveis para longe e bata a cabeça sem moderação! Nota: 8.0 Pedro Humangous

Sodom “Lords Of Depravity Part II” Shinigami Records

Eu já havia perdido as esperanças de ver a sequência da video história dessa lenda do Thrash alemão chamada Sodom. Parecia que esse lançamento não ia sair nunca. Graças à Shinigami Records – que vem trazendo grandes lançamentos para o mercado nacional – finalmente podemos dar sequência ao “Lords Of Depravity”, dessa vez com a parte dois. O DVD é composto por dois discos, sendo o primeiro sobre a história da banda, de 1995 até 2007. O segundo disco mostra um show comemorativo de 25 anos da banda em um show realizado no Wacken. O material é bem legal, cheio de imagens raras e momentos interessantes da jornada do Sodom desde as dificuldades na década de 90 até seu “ressurgimento”, na década seguinte. Falar sobre a banda e sua competência é chover no molhado. O set list escolhido para o DVD está bastante variado, cobrindo várias fases do grupo – contando, inclusive, com participações especiais e ex-integrantes. Ao todo são 20 músicas e um saldo extremamente positivo e devastador. O pacote ainda inclui dois encartes, mostrando a discografia da banda, além de fotos, comentários e resenhas. Esse DVD é um verdadeiro presente aos fãs e uma oportunidade incrível para conhecer a banda para quem ainda não teve a oportunidade. Para quem já possui a primeira parte, este item é mais que obrigatório! São horas e horas de pura diversão e Thrash Metal de primeira! 42

Nota: 8.0 Pedro Humangous



covering sickness

o d r a c i R Thomaz

Depois de um ano de revista tivemos seis grandes artistas gráficos aqui entrevistados, pessoas que mudaram certos rumos de como vemos o encarte de discos das nossas bandas preferidas; mas nesta edição de aniversário, nada mais justo que entrevistar nosso Designer Gráfico, o responsável pela beleza de cada edição da Hell Divine, Ricardo Thomaz da Silveira. Vejam como é o processo de criação de nossa revista. HELL DIVINE: Ricardo, parabéns por um ano de Hell Divine, devemos muito de tudo de bom que aconteceu nesse ano a você. Como é estar na equipe da Hell Divine? Ricardo Thomaz: Antes de tudo, gostaria de agradecer à revista pela grande equipe que temos e pelas excelentes pessoas que a tornam uma realidade, parabéns a todos! Bom, estar na Hell Divine é uma experiência nova e formidável para mim, nunca tinha feito design de revista alguma, apenas artes em separado como anúncios, panfletos, cartazes, ou coisas do tipo, até aparecer essa oportunidade dada por Pedro Humangous. Achei um desafio fantástico colocar em prática todo meu lado criativo e ainda ajudar a equipe nas resenhas e entrevistas, simplesmente é um prazer estar com a Hell Divine. HELL DIVINE: Ao começar a diagramar a Hell Divine, você teve alguma dificuldade, alguma coisa que realmente o fazia tremer na base? Ricardo Thomaz: Nunca tinha feito uma diagramação com tamanho desafio, mas medo eu não tive, fiquei preocupado no começo com relação ao tempo. A diagramação do nosso primeiro número teve um prazo curto e fiquei com receio de acabar fazendo algo “nas coxas”, mas, felizmente, tudo deu certo; apenas gostaria de ter tido mais tempo de fazer algo mais insano, com mais calma e atenção aos detalhes.

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HELL DIVINE: Conte-nos quais são os programas usados para o design da revista e, geralmente, como é feita a escolha das cores?

Ricardo Thomaz: Uso o famoso “trio-viçosa” da diagramação e criação. Viçosa por causa da pastelaria que tem na rodoviária aqui em Brasília, que são dois pastéis e caldo-de-cana (risos). O pacote da Adobe CS5 é meu canteiro de obras, os programas Photoshop™, Illustrator™ e Indesign™ me ajudam a fazer tudo. Em relação às cores, vou testando até dar o contraste e a combinação certa, isso também depende da foto da banda principal que vai na capa. HELL DIVINE: Qual foi, para você, a edição mais trabalhosa para ser feita e qual delas você mais curtiu fazer? Ricardo Thomaz: A edição que me deu mais trabalho foi a de número 4, mas em design, gosto mais da número 3 e deste número de aniversário. HELL DIVINE: Ricardo, houve alguma coisa que te deixou meio irritado? Divida com a gente aquilo que você não queria que saísse, alguma coisa que te deu trabalho e cortaram da revista. Ricardo Thomaz: Sinceramente, não teve nada. Tudo que fiz foi com o maior prazer; o que foi retirado ou cancelado, certamente, aproveitei na edição seguinte. No entanto, o que me deixa agoniado é esperar pelas fotos, pois elas, de certa forma, me inspiram a fazer a revista. As fotos das bandas são muito valiosas e dão dicas importantes para o meu design.


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HELL DIVINE: Ricardo, como você vê todo o crescimento da revista e o que você espera para o ano de 2012 para a Hell Divine? Ricardo Thomaz: A Hell Divine vem crescendo substancialmente com objetivos claros. Trabalharemos com afinco no design, nas entrevistas e matérias nela contidos. A Hell Divine tem tudo para dar certo e se tornar algo real, em páginas reais e levar essa realidade aos nossos leitores. Em 2012, certamente, teremos novidades. Aguardem! HELL DIVINE: Nesse ano que se acaba, qual o seu maior orgulho com a revista? Ricardo Thomaz: Ver que o nosso trabalho está sendo reconhecido, que as pessoas fazem o download da revista e se interessam pelo nosso conteúdo, design e opinião. Em um ano fizemos sete edições extraordinárias e demos aos nossos leitores o melhor. Eles são a nossa energia para que tudo isso continue, é disso que me orgulho. HELL DIVINE: Em 2012, quais são seus principais planos para melhorar ainda mais a reconhecida qualidade da Hell Divine? Ricardo Thomaz: Com certeza, haverá melhoras, não podemos parar no tempo; tem que haver evolução tanto no conteúdo como no design e, quem sabe, quando publicarmos tudo isso em papel. Tento sempre fazer o máximo dentro do meu tempo que é escasso, mas minha ideia é sempre melhorar a cada edição. HELL DIVINE: Ricardo, muito obrigado por responder nossas perguntas e tirar nossas curiosidades, deixe aqui um recado para o pessoal que está lendo nossa revista. Ricardo Thomaz: Caros leitores e admiradores da nossa revista, quero dar um “muito obrigado” a todos por lerem nossa revista, pelos elogios dados ao design e, principalmente, pela existência de vocês. Sem vocês a revista seria um mero arquivo “boiando” no Mediafire e ISUU. Obrigado mesmo! Valeu galera e até a próxima edição. Por Augusto Hunter.

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Veja quem foram os melhores de 2011 eleitos pela hell divine. PEDRO HUMANGOUS

Top 10: Machine Head “Unto The Locust” Trivium “In Waves” Troglodyte “Welcome To Boggy Creek” Mastodon “The Hunter” Dream Theater “A Dramatic Turn Of Even ts” Skeletonwicth “Forever Abomination” Ponto Nulo No Céu “Brilho Cego” Sleep Serapis Sleep “Pariah’s Vow” Warbringer “Worlds Torn Asunder” The Black Dahlia Murder “Ritual” DVD: Hypocrisy “Hell Over Sofia – 20 Year s Of Chaos And Confusion” Melhor álbum nacional: Project 46 “Doa a Quem Doer” Revelação nacional: Against Tolerance Revelação internacional: Disma Melhor capa: All Shall Perish “This Is Whe re It Ends” Hit de 2011: “In Waves” – Trivium Decepção de 2011: Morbid Angel Disco que mais ouviu no ano: Suicide Silen ce “Black Crown”

AUGUSTO HUNTER

Top 10: Anaal Nathrakh “Passion” Machine Head “Unto The Locust” Pain Of Salvation “Road Salt Two” Megadeth “Th1rt3en” Nader Sadek “In The Flesh” Opeth “Heritage” Mastodon “The Hunter” s” Negative Plane “Stained Glass Revelation Pain “You Only Live Twice” Paradise Lost “Draconian Times MMXI” s Of Chaos And Confusion” DVD: Hypocrisy “Hell Over Sofia – 20 Year Melhor álbum nacional: Almah “Motion” fulmurder Revelação nacional: Vociferatus / Hate alypse Apoc god Flesh : Revelação internacional ” Mass t Grea “The Flesh ic Sept Melhor capa: Anaal Nathrakh – n” inatio Abom ing Fuck g “Dru : 2011 Hit de l Decepção de 2011: Morbid Ange rakh “Passion” Disco que mais ouviu no ano: Anaal Nath

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RICARDO THOMAZ

Top 10: Machine Head “Unto The Locust” Evile “Five Serpent’s Teeth” Anthrax “Worship Music” Forbidden “Omega Wave” Project46 “Doa a Quem Doer” Suicide Silence “The Black Crown” Texas In July “One Reality” Lazarus A. D. “Black Rivers Soul” Hatesphere “The Great Bludgeoning” Before The Fall “Antibody”

DVD: AC/DC “Live at River Plate” Melhor álbum nacional: Project 46 “Doa a Quem Doer” Revelação nacional: Project 46 Revelação internacional: Evile Melhor capa: Cadela Maldita “First Less on Hate” Hit de 2011: “Locust” – Machine Head Decepção de 2011: Lou Reed & Metallica Disco que mais ouviu no ano: Frontside “Zniszczy Wszystko”

YURI AZAGHAL

Top 10: Woods Of Desolation “Torn Beyond Reason” Nocturnal Depression “Suicidal Thoughts” Drowning the Light “Oceans of Eternity” Necroblood “Necroblood” Arch Enemy “Khaos Legions” Moonsorrow “Varjoina Kuljemme Kuolleiden Maassa” Grimoire “À la lumière des cendres” Setherial “Ekpyrosis” Remords Posthume “Adagio for Lucifer (Litanies II)” Schrat “Schattenwahn” DVD: Attera Orbis Terrarum “Part II (Dark Funeral)” Melhor álbum nacional: Exhortation “The Essence of Apocalypse” Revelação nacional: Exhortation Revelação internacional: Moon Melhor capa: Setherial “Ekpyrosis” Hit de 2011: “Tortured By Solitude” – Coldworld Decepção de 2011: Morbid Angel Disco que mais ouviu no ano: Burzum “Filosofem”

MAICON LEITE

Top 10: Skeletonwitch “Forever Abomination” Deathraiser “Violent Aggression” Motorhead “The Wörld Is Yours” Mortal Sin “Psychology of Death” Venom “Fallen Angels” Onslaught “Sounds of Violence” Artillery “My Blood” Toxic Holocaust “Conjure and Command” Evile “Five Serpent’s Teeth” Anvil “Juggernaut of Justice” Son of a Bitch” 51% r, rfucke Mothe 49% DVD: “Lemmy: Execution” Great “The Krisiun nal: nacio álbum r Melho Revelação nacional: Red Front Revelação internacional: Troglodyte Melhor capa: Troglodyte “Welcome to Boggy Creek” Hit de 2011: “Ghost” – Ritual Decepção de 2011: Morbid Angel Disco que mais ouviu no ano: Ghost “Opus Eponymous”

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LUIZ RIBEIRO

Top 10: m” Textures “Dualis s Empire” s of the Sleeples le ab Unexpect “F ination” “Forever Abom Skeletonwitch Of Events” Dramatic Turn “A r te ea Th Dream Retrograde” b “Under Saturn m To n te ot rg Fo of the Sand” Wahnsinn” Myrath “Tales eiter “Moral & R en ch its yp al Die Apok m “Aphotic” Novembers Doo hwarz” “Schwarz in Sc lly Subway To Sa rt3en” Megadeth “Th1 ” m d to OR-Shale Land “The Roa ster Out” DVD: Orphaned side “Inner Mon ow ad Sh : al on ci na Melhor álbum n onal: Exhortatio Revelação naci Under Blood ld or W l: na rnacio t Bibendum” Revelação inte pp lri er “Nunc Es ge An m To el Onk Melhor capa: – Textures eaching Home” “R : 11 20 de Hit Metallica & d ess Empire” ee R 11: Lou s Of The Sleepl le ab “F t ec xp Decepção de 20 Une s ouviu no ano: Disco que mai

RACHEL MÖSS

Top 10: Evergrey “Glorius Collision” Pain of Salvation “Road Salt Two” The Devil wears Prada “Dead Throne” Communic “The Bottom Deep” Suicide Silence “The Black Crown” Bless the Fall “Awakening” Almah “Motion” Mercenary “Metalmorphosis” Painside “Dark World Burden” Unexpect “Fables of the Sleepless Empire” DVD: Six Feet Under “Wake The Night: Live In Germany” Melhor álbum nacional: Painside “Dark World Burden” Revelação nacional: Diva Revelação internacional: The Black Dahlia Murder Melhor capa: Cadela Maldita “First Lesson Hate” Hit de 2011: “Psychosocial” – Slipknot Decepção de 2011: Dark Funeral Disco que mais ouviu no ano: Evergrey “Glorius Colision”

IGOR SCHERER

Top 10: Obscura “Omnivium” Born Of Osiris “The Discov ery” Abnormity “Irreversible Dis integration” Belphegor “Blood Magick Nec romance” Chelsea Grin “My Damnation ” The Black Dahlia Murder “Ri tual” Amon Amarth “Surtur Rising ” Spasm “Taboo Tales” Pathology “Awaken To The Suffering” Carnal Diafragma “Planet Of Children’s Heads” DVD: Dark Funeral “Attera Orbis Terrarum – Part II” Melhor álbum nacional: Hib ria “Blind Ride” Revelação nacional: Hatefu lmurder Revelação internacional: Gwydion Melhor capa: Haemorrhage “Hospital Carnage” Hit de 2011: “Mental Slaver y” – Monumental Torment Decepção de 2011: Lou Ree d & Metallica Disco que mais ouviu no ano : Belphegor “Blood Magick Necromance”

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á muito tempo, Ba’al resolveu expandir seus negócios e propôs a São Pedro uma troca: um iria para o Inferno e o outro para o Céu. Lá, seriam abertas duas bancas de jornal, onde venderiam apenas uma única revista que agradasse a ambos os públicos. Eis, então, que surgiu a Hell Divine! Essa incrível publicação já é lida por anjos e demônios há vários séculos e, somente em 2011, foi aberta uma filial aqui na Terra, comandada por nós, meros mortais. Após um ano de existência, a revista atingiu números incríveis e uma legião de seguidores. Brincadeiras à parte, pensamos muito se valeria a pena contar aqui a história da revista e como tudo começou. Chegamos à conclusão que sim. Afinal, quem não quiser ler, basta um clique para mudar de página e continuar com a leitura habitual. Eu sempre quis saber como minhas revistas favoritas começaram e agora temos a oportunidade de contar como a nossa começou, de verdade. Em 2010, eu era colaborador das revistas digitais portuguesas Horns Up e Versus Magazine. Lá, desenvolvia meu trabalho fazendo resenhas e entrevistas esporádicas. Com o tempo, ambas foram enfraquecendo até que a Horns Up resolveu encerrar as atividades. Sem saber o que fazer, resolvi criar um blog sobre Heavy Metal chamado Hell Divine. O número de acessos crescia a cada dia, mas ainda assim sentia falta de alguma coisa. Conversando, então, com meu amigo Augusto Hunter – pelo MSN – resolvemos criar nossa própria revista que teria o mesmo nome do blog – por pensarmos que seria um nome de impacto, mas quem faria o design e paginação? Resolvemos chamar nosso amigo Mark Nagash (guitarrista da banda Zilla), que é um expert em design

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gráfico. Mark aceitou o desafio e então começamos a busca por colaboradores e montar nossa equipe. Os primeiros membros éramos Hunter, Ramon Butcher, Yuri Azaghal, Marcelo Val (baixista do Imago Mortis), Maurício Bastos (baixista do Mortaes), Mark Nagash, Edson Graseffi (baterista do Reviolence) e eu. Antes mesmo de sair a primeira edição, Mark Nagash pulou fora do barco e então Ricardo Thomaz (ex-Abhorrent e Redsoil) assumiu seu lugar. Algumas modificações na equipe ocorreram e se concretizou com a entrada da Fernanda Cunha (como revisora), Italo Guardieiro (vocalista do Device) e Matheus Myu. Na primeira edição, tivemos a capa com os americanos do Cephalic Carnage, além de entrevistas com Unearthly, Violator, Mindflow e Gustavo Sazes (designer gráfico renomado). Mesmo sem muita experiência e com uma divulgação precária, tivemos uma mega exposição e fizemos muito barulho na cena metálica brasileira e portuguesa. Na edição dois, mais pessoas saíram e outras entraram. Dessa vez, tivemos a participação do experiente Maicon Leite, também


colaborador da conhecida Roadie Crew, além de Emily Bodom e Luiz Ribeiro. Sem tempo para respirar, entrevistamos a banda Korzus (que recebeu a capa), além de Legion Of The Damned, Katatonia e Torture Squad, sem esquecer o artista gráfico Marcelo Vasco. A parte de conteúdo e, principalmente, o visual, eram elogiados pela maioria, nos fortalecendo e nos dando forças para continuar. Na terceira edição, entraram Rachel Moss e Igor Scherer, consolidando a equipe até os dias de hoje. Destaques para a capa com Evergrey, Suidakra e Hirax, sem falar na entrevista com o designer Travis Smith. Vale mencionar que essa foi a edição que mais teve acessos – passou das trinta mil leituras em apenas sessenta dias. As edições seguintes mantiveram o padrão de qualidade e de acessos, bem como a aceitação do público e fechamos 2011 com seis edições lançadas e mais de cem mil leituras no total. Depois de um ano de vida, temos um belo layout do Myspace criado por Caio Caldas, camisetas oficiais, vídeo digital, adesivos, coletâneas etc. Estamos trabalhando no lançamento de um site oficial, que está sendo desenvolvido por William Vilela e, em breve, deve estar no ar. Fazer a Hell Divine é um trabalho árduo, mas muito gratificante. A revista é gratuita e feita na raça, pelo amor ao Heavy Metal. Nada disso seria possível sem o esforço individual e coletivo de todos os envolvidos nessa jornada. Uma equipe dedicada e muito unida. É claro que os leitores e os parceiros

têm um papel importantíssimo nessa história! Agora, em 2012, queremos consolidar nosso nome e o respeito dos bangers. O fato é que temos muito orgulho dessa revista e esperamos continuar fazendo esse belo trabalho por muito tempo! Que venha mais um ano de muitas lutas e muitas conquistas! GO TO HELL!! Por Pedro Humangous.

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old skull Angel Dust “Into the Dark Past” 1986

os ássic outros l C – a ULL sh Metal ente par r a OLD eSK d/Thr indife Spe alguns, da para edica e eit

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L o ci A Alemanha nos icon qüên bordarem sh a e s M r a a a n Po anos 80 foi berço de ição usa d/Thr a pa nesta ed do Spee cimento m u inúmeras bandas de e l, o ” Dand ath Meta “malditos s ao esqu s fãs em e a Thrash/Power/Speed o ao D s discos s relegad ontade d ou seja, , Metal, e só algumas algun , de banda te à má v o habitual er por aí, l d n a a l e or e S y que realmente vingaMet plesm o diferent etallica e sabido p ra m i s ram, o que é uma pena. ou alg o que M ões... É iais pa c ecer conh ito mais d s proporç am essen o, desde O Angel Dust era uma a d u r d n o i m f u v tes há das melhores bandas daquela cena tão prolífera, berço de as de s anos 80 ilo pelo m écada. An os a d t d da que p medalhões como Accept, Scorpions, Helloween e Tankard. que o do es o da odos minação l, no inici músicas Thrash”, t m Esse primeiro disco deles é uma obra-prima do Speed Metal, ia se a dis iação ofic das criara o “proto ade fora r n d m com músicas que despejavam riffs e mais riffs, e uma cozi c a sua varias b cadas co agressiv th, Deep , a fi e i o b inha que mais parecia um trator e vocais agressivos. Esse era o diss ser ident ocidade ack Sab sores do l l r e B u Angel Dust há cerca de duas déca- das.... Particularmente dem nando v como prec a, Megas o s d o i i i a l c não curti muito os últimos discos adi mum, t , alguns s Metal c upos que do co e Queen os básico istiram gr lançando da banda, pois sua sonoridade se e Purpl o. Além d nthrax, ex eiradas, fãs mais tornou “limpa” demais pro meu b e n gê r Slayer e A o pelas olhos dos chegado gosto, deixando de ter aquela , d s u m h n o t e de com culares a não tenha tiveram se veia Speed anos 80 e partindo m a a r m t , i e e v fo o qu itadas s esp envol para algo mais atual, sem deixar disco s e mesm bandas c o, no des iah Rage, l o de ser bom, mas sem aquela atent cesso das ue pequen Dust, Me , abordal q u i e pegada característica. Este “Into ao s mesmo omo Ang gel e Tox k procur , e the Dark Past” é muito bom, a papel o estilo, c m, Iron An a mente o mund u d a s s o o l t ent m & Je o. Abra capa é muito bonita, naquele esmp oéa sa çã t i m o d l o e F c tilo épico que caracteriza as banesta veja dos n cê-las, e das do estilo. Ouvindo um disco como este na altura máxima, ! e conh avy Metal sua adrenalina vai subir e sua cabeça automaticamente vai começar a e do H se mexer, e com certeza você tocará um pouco de guitarra imaginária! A música “I’Ll Come Back” é um clássico, e possui um refrão arrasador, típico para você berrar bem alto, além de ser bem rápida, Speed mesmo. Outra que não deixará pescoços em boas condições é “Gambler”, de novo abusando dos refrães matadores e riffs estupendos. É uma pena que a banda tenha acabado, mas mesmo que tenha continuado seria difícil eles voltarem a fazer um som como este.

Meliah Rage “Kill to Survive” 1988 Curte riffs cortantes e pesados? Cozinha massacrante? Então este é o disco perfeito para você! A influência de Metallica é latente, mas o grupo soube colocar suas próprias características no disco, tornando-o um clássico do Metal dos anos 80. Depois que você ouve esta rifferama infernal, duvido que 52


re do

você consiga esquecer a banda! São riffs únicos, aliados a uma cozinha muito precisa e técnica e com um vocal que é inconfundível. Quando os riffs de “Beginning of The End” ecoam nos alto falantes é hora de bater cabeça e curtir esta preciosidade dos anos 80. A capa do vinil é muito “bonita”, talvez inspirada no Motel chamado “Bates” do filme “Psicose”. Aproveitando o ganho, “Bates Motel” arrasa nossos tímpanos com seus riffs cortantes e suas grandes melodias. Com dedilhados é iniciada a música instrumental que dá nome ao grupo, música esta que apresenta muitas variações, sempre conduzida pelos riffs de Tim e Anthony. Como vocês puderam ler até agora o disco é cheio de riffs e mais riffs, a dupla estava inspiradíssima! Outra grande música é “Impaling Doom”, que transmite muita emoção e feeling Metal intenso, dando uma prova do mais puro Speed Metal. Flotsam & Jetsam “Doomsday For the Deceiver” 1986 Este é o primeiro disco da banda, que ainda continua na ativa, mas com o som bem diferente do que era neste play fudido, ou seja, sem o brilho que eles tinham em fazer músicas muito boas. Quem era o baixista desta banda todo mundo sabe, e todo mundo sabe para onde ele foi, mas se tem alguém meio perdido aí, o cara é o Jason Newsted, ex-Metallica e Voivod. O resto do grupo era Eric A.K nos vocais, Edward Carlson e Michael Gilbert nas guitarras, Kelly Smith na bateria. O som era o típico Thrash/Power/Speed da época em que foi lançado, ou seja, riffs e solos rápidos, baixo sempre presente e um vocal melódico e marcante. Pena que hoje em dia a banda não tenha mais o brilho do inicio de carreira, ainda que seu último álbum seja muito bom. A rifferama de “Hammerhead” dá inicio ao massacre metálico, com riffs rápidos e a cozinha marcando presença com grande destaque para Jason, que realmente era um carniceiro! “Iron Tears” tem um refrão muito legal, e a música é rápida do inicio ao fim, marcada por riffs e solos afiados. “Desecrator” não fica para trás, e o pé não é tirado do acelerador! Quem assistiu algum show da banda naquela época deve ter ficado muito feliz, e certamente bangeou bastante com as cacetadas deste disco! Todas as demais faixas seguem o mesmo estilo, metal à frente derrubando quebrando tudo! São 10 petardos que não nunca sairão da memória dos true bangers! Não deixem de conferir “Fade to Black” e “Metalshock”, duas grandes músicas!

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Toxik “World Circus” 1987 Lançado na época mais legal do metal, o disco “World Circus” é mais um dos clássicos do Power/Speed oitentista, com todas as características necessárias para uma boa bangeada. A capa é bem atual, é só dar uma sacada, pois retrata problemas mundiais que nunca terminam, como as guerras, por exemplo. O disco é legal do inicio ao fim, com riffs rápidos e cozinha demolidora. O diferencial do disco é o vocal de Mike Sanders, mas se você não gosta de vocais mais “melódicos” é bom nem escutar. Não que Mike cante fininho, mesmo porque a banda não é de metal melódico, mas sim um vocal mais agudo, com muita interpretação. A primeira vez que escutei a banda não curti muito, mas com o passar do tempo comece a gostar mais e mais, e hoje é um dos meus discos preferidos neste estilo, pois tem tudo o que eu gosto, ou seja, riffs e solos em profusão, cozinha esmagadora, e muita melodia. Nem tem como comparar as bandas de Power/Speed de hoje com bandas do mesmo estilo dos anos 80, a diferença é enorme, mas é lógico que existem bandas hoje em dia que nos remetem aos gloriosos anos 80, como o Stormwarrior, que faz um puta metal fudido. Mas aqui o assunto é “World Circus”! O disco esbanja adrenalina, e uma das músicas que mais gosto é a “World Circus”, faixa em que Mike arrasa dando um show de interpretação, assim como em “Pain and Misery”, não esquecendo de mencionar o trabalho da cozinha, muito poderosa e entrosada, Tad Leger não tinha dó da sua bateria! Uma das características mais legais desta música é o começo dela, com riffs poderosos e muita técnica. Ah, quem ainda não escutou este play não sabe o que está perdendo! “Voices” é outro achado, com Brian comandando as quatro cordas com grande competência, e umas paradinhas de dar gosto. “Door to Hell” é mais rápida, bem Speed mesmo, com solos e riffs ligeiros. Se você se interessou pelo que leu dê um jeito de conseguir, hoje em dia tá muito fácil achar qualquer coisa, ainda mais um petardo como esse. Iron Angel “Hellish Crossfire” 1988

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Este play é um clássico absoluto dos anos 80, com músicas extremamente fudidas, Power/Speed Metal total. O disco foi lançado no auge do estilo, a capa é ligada ao estilo épico e o visual dos caras é bem engraçado, coisas da época... Se tu curte o metal praticado nos 80’s, com músicas feitas com garra, então sinta o poder deste álbum e bangueie até cair! Você acha que estas bandecas de Power Metal de hoje em dia são pesadas? Então ouça discos como este para pensar ao contrário! Além de pesado o som é agressivo, um rolo compressor. O vocal de Dirk era realmente agressivo! O disco abre com “Black Mass” (o Exorcist também tem uma música com este nome no “Nightmare Theatre”), onde a selvageria alemã transborda metal. “Legions of Evil” vem em seguida com riffs ensurdecedores! Outras músicas muito boas são: “The Metalian” e “Rush of Power”, que mostram toda a personalidade da banda, única em seu estilo.


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live shit ZOOMBIE RITUAL Fazenda Evaristo - Rio Negrinho - SC 9 a 11/12/11 Por: Cupim Lombardi Foto(s): Maicon Leite

que Para todos headbangers brasileiros a iativ inic a em tom torcem para que “loucos” de e orgaem terras “brasucas” de puxar o bontodos posque em ival fest de nizar algum tipo as, com sam celebrar o metal durante 24 hor vém incon tal, a par muita cerveja e estrutura os para mpl exe os ótim tido formar que temos querer atingirmos padrões altos (claro, semtas grinpos comparar com as estruturas e pro mplos tegas) neste tipo de evento. Como exedurante o mos o Roça’n Roll, vários festivais Open Air, carnaval, o recém anunciado Metal ival em Marreco’s Fest e o Zombie Ritual, festlíder da tributo à morte de Chuck Schuldiner, nos dias banda Death, que este ano aconteceu Negrin9, 10 e 11 na Fazenda Evaristo em Rio ho-SC. a O local tem abrigos que serviram parão galp rme eno um , dos alha os esp alguns se acomodarem, alguns banheiremo acontecido nestes dias, além extr al met ao ão icaç ded e truição que abrigou o palco para toda a des ra para camping. Todos chegando e se ajeitando na sexta-feira, reutu estr e ante aur rest a par erground nacional, bem de barracão para várias bandas já clássicas no und tiva ecta exp ta mui e gos ami de er ro cab aqui! encont será resumir todo o acontecido para um dos “loucos” organizaera n como de lendas vivas do metal. Difícil d Host, na qual o frontma sequência de clásA sexta-feira iniciou com a banda Frie e estava só começando, visto que a pelo seu Hardcore/ noit a ém, Por alh. Ram ano Juli nto conhecida dores do eve , banda do Distrito Federal há muito mosh pits e mandou ver nas sicos começaria com a entrada do DFC aos io iníc deu e as rod abriu enormes Crossover que já entrou e a galera clássicos e fechando com ns algu ndo toca , suas letras irônicas deu para perceber o tom de a música “Molecada 666”. Nessa já ber um dos clássicos narece a festa que dominava o local par res, que tocaram “Subúrbio cionais do Punk Rock, Garotos Pod y”, além da ótima versão Operário”, “Rock de Subúrbio”, “Johnn detonar a noite com essa deles para a “Internacional”; vieram entrou a competentíssima o Log lenda de 30 anos de estrada. sso do Sul para fazer um banda Aggresion que veio de Mato Gro qualidade, ótima presença Black Metal com um show de muita madeira fincada no meio de palco e com uma cruz invertida de s excursões!) para detonar do palco. Vieram de longe (e em dua ótimo show. Para fechar a a madrugada da sexta-feira com um cutar um Doom Metal que noite foi a vez de o Lachrimatory exe horário não agitou muito foi um bom show, porém, devido aoortante que percebi neste os presentes. Uma informação imp 24 horas! momento é que o bar do festival era o cast era bem comprido O sábado já prometia demais, va parou e foi o dia do e com muitos clássicos por vir. A chu o uma boa descontracom ival campeonato de futebol do fest ram as bandas. De cara ção para esquentar... E logo começa vy, Trash e Death com as tivemos ótimas apresentações de Heabie Cookbook – banda de bandas Adonifer, Jeggernaut e o Zom cendo merecidamente – Trash de Santa Catarina que vem cres tar de vez no calor que já e já fizeram a roda e o mosh esquen de todos a chuva havia fazia naquela tarde, pois para alegria cessado.

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Dando sequência veio o Jail seu Heavy/Trash, e a ótima execuçãoor, banda do Paraná que apresentou Santa Catarina, que já vem de long de Power Metal do Power Steel de a estrada, dispensa comentários e fez um ótimo show. Os clássicos esta da lenda Anthares que fez parte da histvam para começar com a entrada de volta desde 2005, veio executar clásória do metal paulista e nacional, apresentando sons novos do álbum sicos de “No Limite da Força” e nda não havia desfrutado e realizaçãopor vir! Show que a maioria ali aio Apokalyptic Raids entrou com tud total ao vê-los tocar. Em seguida, músicas do seu último trabalho “Vo o tocando “Evil”, “The Atheist”, e l. 4”, inclusive o cover “Triumph of Death” do Hellhammer. Duas grandes representações do Death/Black, primeiro Bestial, voltando à ativa e destruindo os ouv o idos fazendo um show cuspindo blasfêmia a todos, e o Imp erio us Mal evo lenc e (do Par aná ) que fez um show excelente, com muita amadurecimento dos mais de 15 ano presença de palco, só mostrando o dos grandes destaques da noite. Trazs de estrada; sendo, para mim, um end o o Blac k Met al do Rio Grande do Sul, o Symphony Draconis veio com na troca de bandas diminuiu o tempo muita energia... Alguma demora banda estrangeira mostrar seu trabalhode palco. Foi a vez de a primeira com os argentinos do Mortuorial Eclipse, que com seu corpse pain t apa voraram, tentado alguma interação em portunhol e trouxeram um pou co da desgraça argentina para fazer um senhor Black Metal. Os caras do Doomsday Cer sença de palco e têm evoluído mui emony estão destruindo na preto a sonoridade mostrando muito entrosamento, apesar de tocarem men que viria só destruição e entrou o tão os tempo. Depois, todos sabiam álbum “The Great Execution”. O que esperado show do Krisiun em sua turnê de divulgação do recente e falar do trio Alex, Moyses e Max? Ser acla fazem estes gigantes do metal extremo iedade, humildade e muito metal no mado mun sangue dial cele bra rem conosco aquela noite abrindo para sur Killing” e tocando clássicos como “Bla presa com “Kings of ck Forc e Dom ain” e mui tos outros, mesmo com um set curto. Ape problemas no som e no retorno para sar de nítid a banda, os caras não se deixaram leva rem”, sempre com palavras de fortalec r e, pelo contrário, fizeram todos “ba os ime ngeanto e ince ntivo ao metal nacional e à iniciativa como o Zombie. Como é bom ver sho de organizadores de eventos w des ses cara s! Mais uma leve demora e, por apavora, com uma grande presença volta das 3h e pouco, entraram os Maloka do Claustrofobia, banda que “War Stomp”, as recém-lançadas “Pinde palco e sempre interagindo; tocaram sons clássicos deles como há muito “Trasher”, o da Granada” e “Peste”, além de um para abrir as portas da destruição! Des belo cover de “Arise” do Sepultura. Per trui feito ção , pois tod os já estavam exauridos e já eram quase a lenda Vulcano entrou ao palco e tom 5h da matina quando ou uma ene rgia de tod os que não se sabe de onde veio. Local aind acompanhar os veteranos misturando a vir abaixo fechando com “Guerreiros clássicas com as novas do recente trabalho “Drowning in Blood”, fizelotado para ram o local de Sat ã” com sol já brilhando lá fora. Show inesque presentes. Quanta honra! Lá fora, já cível e histórico para muitos ama nhe cido e aind a se ouviam nas rodas alguns gritarem: “Gu de Satã!”. erreiros, guerreiros No domingo a “sonzeira” foi aberta pelo s paranaenses do Holder que fazem têm uma boa estrada destruindo par um Death Metal muito seguida, mais uma banda que não se a começar bem o dia e mostrando música nova do trabalho por vir, emmaduro, já lugar aos caras do Ovários (Grind/Splencaixou no sábado, o Lycantrophy (MG - Death/Trash), em um bom sho2012. Em temáticas. Depois vieram os catarine ater) com temas bem cômicos, letras irônicas e visual bem de acordo w, dando nses da banda Carrasco, também faze com invenção, cru, porém, fazendo um bom ndo um Death/Trash bem coeso, sem suas sho muita w. Como primeira atração internacion al do dia entraram os simpáticos irlandeses sua primeira turnê em solos brasiledo Gama Bomb em iros e, claro, entusiasmados com a agitação e resposta inclusive, chamaram um “Wall of do público. Eles, Death” na música “Mussolini Mosh” levando o local aba já esperavam, um ótimo show. Para ixo. Como todos espetáculo muito aguardado por tod fechar a noite um tes do Black Metal, Dark Funeral queos, um dos giganmata”, emendaram com “666 Voices abriu com “Stigdo desgraça por todos os lados. FizeInside”, espalhanshow, pesado e brutal fechando com ram um excelente O balanço deste evento é mais que “My Funeral”. de ter vários desse pelo ano e a certpositivo; é vontade o próximo ano. Problemas com someza de voltar para sempre aparecerão em eventos feito e outras coisas sangue na veia, que é o que importa s “na raça” e com e a força do evento. Agradecimento e não tira o brilho do Doomsday Ceremony pela carona aos companheiros de volta e ano que vem estaremos lá!

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live shit DARK FUNERAL Teatro Odisséia - Rio de Janeiro - RJ 8/12/11 Por: Augusto Hunter Foto(s): Rachel Möss

foi A quinta feira, dia 08/12/2011, Ja de Rio do ado esperada por todo o est dos maioneiro como sendo o dia que um ário Black cen no ndo mu do res nomes erFun k Dar Metal passaria pela cidade. O depois de as ioc al viria tocar em terras car sil; uma bem sucedida passagem pelobaBra iabr Sam do a terr a vez pela primeira da ban sa garia o Black Metal Sueco des marcou que, mesmo sem o vocalista quepolgados sua carreira, estavam todos emLord Ahripara assistir à apresentação de man e companhia. Aquela noite tinha tudo para ser tanto simplesmente histórica para mim ter por sa, ren imp o com nto como fã, qua que , nto eve a honra de poder cobrir tal sulistas ainda contou com a abertura dositib ana e cur da ban s, do Imperium Of Ibli casa to, cer o Tud l. kaia Ber do os cariocas a cad a fila pronta, som passado, uma erFun k Dar do erando pelo momento l com a adrenalina subindo, esppre momento maior, todo o pessoache vendo o sucesso do evento naquela z, feli ei isso tudo fiqu vi , gar ao a, cas da fora de bomba: o lad al. Do s da noite, quando eles me deram a noite, então fui falar com os produtore

ntação.” “O Dark Funeral cancelou sua aprese cadeira – de aria, que aquilo seria uma brinão. ach ro out er lqu qua o com ei, O cara me ach Primeiramente tenho algum contato com a produç que já , igo com eira cad te. brin noi a a um uel s naq mau gosto –, ma lmente cancelado a apresentação rea a tinh da ban a a notícia que com ado da ant ain esp e ado ust falou sério estava em um bar próximo, ass que l soa ebook pes Fac um no l com era i Fun Fale k e. Dar dad do Era ver os à página fom e s lare celu os relh apa ndo o sos cela nos n can e prontamente sacamos os a mensagem de Lord Ahrima lem ndo qua do, cen to e nte cha aco nte ava lme est rea para saber o que s que eles poderiam prever, algo iore ma s tivo mo o and aleg te, noi a show daquel sentes. esentação do Dark Fuinfeliz para todos os cariocas ali pre Infelizmente, ficamos sem a apr s memoráveis do neral, mas tivemos as apresentaçõe Imperium Of Iblis e Berkaial. m situações realmente Houve pessoas que vira cimento, coisas por lá antes de todo esse aconteioc sas ten l car a para segucomo a presença da força policia ram da tentativa de rar uma atitude ridícula, outrosofala da mais ridículo e ain algum tipo de assalto, ou alg esdrúxulo. com certeza, O público carioca ficou revoltado, Pode-se ver da. a ban fazendo gritos de guerra contra , como ressa ma em que em meios de comunicação aparecer ao sa, coi ra out er lqu des sociais, blogs e qua sando res exp iocas lá o nome do Dark Funeral, têm car rrioco ao ido dev a fúri seu imenso descontentamento esom vie viu m que e ent do. Vale a pena mencionar que dizer quem está certo, vos erá veu aquele triste dia pod o assim acontece, mas eu deixo a pergunta: quando alg alho bem feito, quem culpar? mesmo se tendo a certeza de um trab

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live shit MAYAN Carioca Club - São Paulo - SP 26/11/11 Por: Luiz Ribeiro Foto(s): Karol Lopes Contando com um lin músicos já bastante conh e-up cheio de ec metal, a empolgação pa idos dentro do ra ver o pessoal do Mayan em ação era grande e a banda ao vivo não decepcionou nem um pouco. A banda formada por Mark Jansen (vocal, Epica), Isaac Delahay e (guitarra Epica, ex-God Rob van der Loo (baixo Dethroned), Frank Schip ex-Delain, ex-Sun Caged) horst (guitarra Symmetr , Jack Driessen (teclado y), Weesenbeek (bateria Ep ex-After Forever) e Ariën ica, ex-God Dethroned) e que conta com as parti van Simons (vocalista, Epica cipações especiais de Si ), Henning Basse (vocali mone sta Sons of Seasons, ex tora de ópera) e de Floor -Meta Ja lançado no primeiro seme nsen (ReVamp e ex-After Forever) viria divulgar lium), Laura Macri (cano seu debut “Quarterpas stre de 2011. t”, Para a surpresa de todos os presentes o show seria seria dedicado a mostrar div idido em duas pa todas as músicas do ótim o “Quarterpast” e, em se rtes. Na primeira, o show fazem parte da carreira guida, algumas músicas dos músicos envolvidos que no projeto. Começando entrou no palco com “S com um gás imenso a ymphony of Aggression” ba nda e na mesma ordem do álb “Mainstray of Society” e um continuaram o set co “The Savage Massacre” mostrando toda a potên m cal. Uma breve pausa e cia de Henning Basse no entrou a cantora italiana Laura Ma vo cri executando “Essenza Di Te” de forma perfeita. Então, depois desse momento mais ca lmo da apresentação a banda fez um a gr tocando “The Number Of ande homenagem ao Iron Maiden The Beast”, “The Troop er the Dark” e “Run to the Hills”, fazendo o público ”, “Fear of ca as músicas de forma ma ravilhosa, um momento ntar todas marcante do show. “Bite the Bullet” e “Drown the Demon” fora m as escolhidas para fechar a primeir a pa A segunda parte come rte da apresentação. çou com uma apresentaç ão individual de Laura Macri deixand o todos de queixo caído por mais um momento especial ao so m de “O Sole Mio”. “W ar era uma das mais agua rdadas por todos e foi ex of Terror” ecutada sem os convidados especiais enquanto todos se prepar avam para o grand finale. Com a volta de todos, finalizou-se a ap com “Sinner’s Last Retre resentação at”, “Cry for the Moon” – grande clássico da banda Epica – e “Follow In the Cry”, cláss ico Forever, matando a saud ade de todos os presentes do After , nos mostrando que a linda Floor Jans dos seus problemas de sa en está mais do que recuperada úde que impossibilitaram sua banda ReVamp para a vinda da as terras brasileiras. Agradeço também ao Costa sions por realizar mais um bile Salzano Jr e a Dark Dimengrande espetáculo e fazer a Hell Divine pudesse es tar presente nesse evento com que .

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live shit CHILDREN OF BODOM Carioca Club - São Paulo - SP 4/12/11 Por: Emily Totenkult Foto(s): Ronaldo Chavenco Na noite seguinte ao show do Can nibal Corpse, acontecia a final entre Palmeiras x Corinthians no telão do e Carioca Club. No entanto, naquel dia 4 de dezembro, não era o fute bol que mais interessava aos headbangers que ali estavam. Fãs da banda vieram de todas as partes do país para receberem o Children Of Bodom, que após dois anos desde a última apresentação no Brasil retornou para realizar um dos shows de divulgação do seu Forever’’. novo trabalho ‘’Relentless Reckless ken 20h10min, o baterista Jaska Hetina Sem mais delongas, exatamente às uido baixista Henkfoi o primeiro a subir ao palco seg Latvala, do tecladista ka Seppalã, do guitarrista Roope ista e vocalista da Janne Wirman e, por fim, o guitarr o show com uma das banda Alexi Laiho. A banda iniciou “Shovel Knockout”, principais músicas do novo álbum d Yet?” e eu percebi seguida do clássico “Are You Dea a Club ficou pequeque nesse exato momento o Carioc bou com um breve no para tanta emoção. A música aca palavras de carinho solo e com o Alexi falando algumas Funeral”; creio que aos fãs e logo teve início “Not My se tornavam uma só naquele momento todas as vozes que permanece inem meio a um refrão inesquecível g the Shadows” com tocável em nossas mentes. “Kissin bate-cabeça na pista muito peso começou formando um d Beat” o público e na clássica e empolgante “Living Dea como se esse show cantava e pulava incansavelmente da manteve uma exfosse o último de suas vidas. A ban to Hell and Back” celente apresentação com “Roundtrip músicas antigas e não deixou o público descansar com te “Children of Boe duas das mais esperadas da noi lmente, o momento dom” e “Deadnight Warrior” e, fina 60


mais emocionante da noite com o início da música “Hate Me!”. Como fã e admiradora incondicional, não pude con ter as lágrimas e percebi, olhando para os lados, que não era a única a se emoci onar. Em momento algum a banda deixou de ser aclamada e, sem dúvida, cada integrante percebeu o quanto era importa nte na vida cada um dos fãs. Como se não bastasse, surpreenderam o público com “Sixpounder” – música que até o mo mento não havia sido tocada durante a turnê. Seguindo aquele momento épi co e satisfatório nada poderia ser melhor do que “Blooddrunk” e “An gels Don’t Kill” que se iniciam com aquela sirene que já é marca das apresentações da banda e uma ban deira do Brasil estirada sobre o tec lado de Janne. Como se já era de se esperar da música mais conhecida da banda, “In Your Face” começa com Alexi executando riffs únicos como uma espécie de metralhadora aos ouvidos e, claro, o Children of Bodom é conhecido por seus covers, então o Alexi não deixaria por menos e tocou uma parte de um clássico da banda Journey, “Don’t Stop Believing”, seguido do hino da COBHC “Hate Crew Deathroll”, que levantou a plateia que cantava incansavelmente o refrão “We’re hate crew, we stand and we won’t fall. We’re all for none and none for all [...]’’. A emoção dos fãs era transmitida para a banda com a mesma intensidade da guitarra tocando em seus corações. A banda se retirou do palco e, atendendo às exp ectativas, retornou com “Bodom After Midnight” e “Bodom Beach Ter ror”. Ao fim, pediram que o público cantasse parabéns, em português, para o aniversário de seu técnico de som. Após mais esse momento de descontração, o show se encerrou com “Downfall”. Apesar de algumas músicas ficarem com o som embolado e de um a breve crise de tosse, Alexi Laiho teve uma apresentação implacável e não poderia ter agradado mais, assim com o todos os outros integrantes da ban da, que tornaram a noite inesquecível. O público brasileiro e o recente fã clu be oficial aguardam ansiosamente pelo retorno da banda.

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insanidade metal Os “vilões” do rock (Parte 1) O sucesso é um sonho difícil de administrar... Às vezes, determinada banda está no auge de sua carreira e é aí que as desavenças torn am a convivência em grupo impossível e as mudan ças na formação acontecem, trazendo insatisfação aos fãs e, muitas vezes, enterrando uma carreira pro missora, cheia de possibilidades. Quem já assistiu a film es como “Rock Star” ou “Ainda Muito Loucos” (Sti ll Crazy) pode ter uma pequena amostra do que acontec e nessas horas. Vamos falar um pouco de alguns sub stitutos que não vingaram junto aos fãs e acabaram no olho da rua, enquanto seus antecessores retorna vam ao lugar de origem.

Van Halen

Sammy Hagar já era um artista de credibilidade e relativo sucesso em sua carreira solo, vindo da banda Montrose, quando Eddie Van Halen o chamou para substituir David Lee Roth no Van Halen. Seu primeiro disco com a banda, “5150”, apesar do sucesso comercial (maior que

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qualquer disco com Roth), gerou certa perseguição dos fãs pela orientação mais comercial, mas Hagar continuou na banda por cerca de dez anos, emplacando diversos hits e ajudando a banda a se tornar gigante. Em 1996, ele abandonou a banda em meio a brigas e acusações de parte a parte, e vem seguindo sua carreira com sucesso desde então, tendo, inclusive, feito uma malfadada turnê de reunião com o Van Halen há alguns anos e hoje faz parte do Chickenfoot, supergrupo com Joe Satriani, Michael Anthony e Chad Smith. Você deve estar se perguntando “por que ele está nessa matéria?”, né? O fato é que o Red Rocker, apesar da bela carreira, não é a escolha unânime quando se fala em formação do VH. David Lee Roth sempre teve a preferência da mídia e dos fãs, mesmo tendo menos capacidade vocal e talvez até menos sucesso comercial. Mas as coisas se complicaram mesmo foi quando, após Hagar sair da banda, Eddie trouxe Gary Cherone (do Extreme) para a vaga. O disco “Van Halen III” foi uma tremenda bola na trave, com composições fracas, uma performance gritada e forçada de Gary e até mesmo uma faixa constrangedoramente cantada por Eddie. Se há um “vilão” na carreira da banda, esse é Gary, que foi xingado por todos os fãs, uma unanimidade que quase acabou com sua carreira, só se recuperando há poucos anos com a volta do Extreme. Isso, para não falar de Wolfgang Van Halen, o “filho do cara”, que substitui o baixista Michael Anthony, injustamente chutado da banda. Wolfgang virou a bola da vez, atraindo uma série de comentários dos fãs da banda, mesmo não tendo culpa dos desvarios de seu pai.


Iron Maiden O Iron é uma unanimidade. Porém, toda e qualquer mudança na formação é polêmica. Quando Bruce Dickinson estreou ao vivo na banda após a saída de Paul Di´anno, não foram poucas as queixas, já que Dickinson trouxe um lado mais melódico ao Maiden. Mas não tardou e foi acolhido e endeusado pelos fãs, colocado no altar ao lado de nomes como Halford e Dio. Menos sorte teve seu colega guitarrista Janick Gers, trazido pelo próprio Dickinson quando Adrian Smith resolveu largar a banda. Gers havia tocado no primeiro álbum solo do vocalista, e chegou ao Maiden chutando o pau da barraca, com uma presença de palco muito diferente do discreto Adrian. Pulando pelo palco, jogando a guitarra para o alto e trazendo um estilo mais ruidoso para a banda, Janick foi muito, mas muito xingado pelos fãs quando resolveu alterar todos os solos clássicos de Adrian. Ainda hoje tem gente que o detesta, mesmo com Adrian de volta (curiosamente, trazido por Dickinson após tocar em sua carreira solo – a história se repete). Em termos de Iron Maiden e músicos repudiados, não dá para ignorar a história com Blaze Bailey. Vindo de uma banda de Hard, Wolfsbane, o vocalista “ganhou” – mesmo sem ter os atributos necessários – um concurso em que cantores do quilate de André Matos participaram a fim de se encontrar o substituto de Bruce. Quando o bom X-Factor saiu, a polêmica se armou: muitos fãs estranharam os vocais de cara, mesmo tendo Blaze escrito uma das melhores músicas do disco, “Man On The Edge”. Mas foi na turnê que ficou claro que Blaze não era o cara para o cargo, já que seu registro não alcançava as notas necessárias para músicas como “Evil That Men Do” e quase todas as outras da era com Dickinson. Os fãs decepcionados começaram a abandonar a banda, que gravou um disco abaixo da média em seguida, “Virtual XI”. Após a turnê seguinte, Blaze foi dispensado e os fãs respiraram aliviados com a volta triunfal de Dickinson. Blaze gravou diversos discos solo, todos ótimos, com ótimos músicos e melhorou muito como vocalista, mas ficou marcado como o “cara que quase afundou o Maiden”, e muita gente se recusa a sequer conhecer seu trabalho solo. Seus últimos shows aqui no Rio não chegaram a reunir sequer 200 pessoas, chutando bem alto. Na próxima edição falaremos de Tim “Ripper” Owens, Kiss, Tony Martin... Até lá! Por Marcelo Val.


upcoming storm Eternal Tormentor

disponíveis em: http://www.myspace. com/deathnoisethrash TOBC

Black Metal puro e tradicional de San Diego, Califórnia (EUA). A banda, formada em 2009, anda ganhado destaque e críticas positivas, já tendo lançado duas demos independentes, ambas em 2010, intituladas “Demo 2010” e “Blasphemous Devastation From Hell”. Essa última, particularmente, me agradou muito. Sua arte de capa e letras altamente hereges garantiram muita satisfação em todas as suas cinco faixas. Se mantiver essa mesma linha, teremos mais uma banda ótima valorizando o nosso underground. Mais informações e amostras de faixas disponíveis em: http://www.myspace. com/EternalTormentor666. Death Noise

Formada em 2008, a banda polonesa ficou inativa durante dois anos até que, em 2011, assinou contrato com a gravadora Kunsthauch & Dunkelkunst – gravadora russa especializada em Black Metal –, e lançou seu debut intitulado “Heart of Darkness”. A banda é formada por apenas um integrante, Dominicus, que inicialmente fez do TOBC um projeto experimental e variado, encorpando vários gêneros de metal nele. Porém, foi posteriormente influenciado por bandas tradicionais de Black Metal, como Burzum e Darkthrone, e o resultado foi um debut incrível e atmosférico, com capacidade para revirar emoções e desencadear os mais obscuros sentimentos. Simplesmente, um início fantástico. Mais informações e amostras de faixas disponíveis em: http://www.myspace.com/tobcband All Shall End

Banda de Thrash Metal brasileira de Fortaleza/CE, criada em 2009. A banda lançou, em 2010, uma demo independente intitulada “Natural Insanity”, contendo cinco faixas com um instrumental e letras bem agressivas, com uma faixa de introdução ótima e uma arte de capa bem interessante. Apesar da temática lírica extremamente clichê – própria do gênero – ainda é muito melhor que as mesmas drogas de sempre que não inovam nunca. Uma das faixas de destaque é “Tearing The Laws”, realmente boa. Mais informações e amostras de faixas

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Ótima banda com uma sonoridade erudita e gótica. Lembrando Apocalyptica, a banda foi formada em Chicago, em 2006, lançando uma demo no mesmo ano intitulada “Darling Darkness Demo”. Porém, foi só em 2011 que a banda conseguiu mais notoriedade, lançando de forma

independente o EP “To Have Loved And Lost”. A sonoridade é realmente muito boa e original, não sendo mais uma banda gótica de vocal feminino chata, que faz você dormir nos primeiros dois minutos de música. Apesar da capa nada convidativa e até mesmo duvidosa, vale mais a pena ouvir esse modesto EP de cinco faixas do que muitos álbuns de “Pop Gothic” que a molecada vem ouvindo e idolatrando já faz uns bons oito ou nove anos. Mais informações e amostras de faixas disponíveis em: http://www. myspace.com/allshallend Naastrand

Banda formada em 2004, no México. Após duas demos e um Split Album, a banda conseguiu um contrato com a gravadora Self Mutilation Services e então lançou, em 2010, seu álbum debut oficial intitulado “Blasphemous Hell Murder”, muito bem composto e produzido, com dez faixas que totalizam 40 minutos – limitado a uma prensagem de mil cópias. A banda segue uma sonoridade tradicional, porém não crua e muito similar a outras ótimas bandas do país, como Satan. De fato, foi um bom começo, digno de servir como exemplo para tantas outras bandas que correm atrás de sua própria publicidade e destaque, em um meio musical à parte onde ela é ofuscada por centenas de “concorrentes”. Basta agora saber se os próximos álbuns da banda continuarão a serem prensados pela Self Mutilation Services, já que Wolfthroat, o vocalista e baixista da banda, é dono da Hellkomando Records. Por Yuri Azaghal


momento wtf Como todos sabem, pouco tempo atrás o Sr. Eduardo Falaschi decidiu seg uir o exemplo de Thiago Bianchi e então soltou sua declaração bombástica a respe ito de sua indignação com a cena naciona l de metal. Nós, da Hell Divine, não pude mos deixar de expressar nossa opinião.

Krisiun, Korzus ou Claustrofobia? Log o nota-se que não é o público que parece alienado. Vale ress altar aqui que, normalmente, esse “povo” do melódico costuma ter extremo preconceito com determinados gêneros do metal, sendo que eles sequer os consideram música – que eu espero que não seja o caso do Falaschi. Outro ponto que se deixa a entender na declaração dele é que ele não tem noção de onde se encontra. Estamos no Brasil, e ele se revo lta pela falta de apoio, como se metal fosse igual a futebol. O Brasil ainda é um país que tem algumas pessoas muito atra sadas mentalmente e o que se destaca aqui é a música pornográfica, música de marginal e outras abominações que só quem mora aqui sabe a desgraça que é – principalmente quem usa transporte público. Então, ninguém deve ficar abis mado se nenhuma banda de metal for convidada para tocar em algum programa da Rede Globo, ou se não pas sarem clipes de metal a cada cinco minutos na MTV. Pois é, infelizmente, aqui é Brasil. Mas ao olhar para a população padrão e seu gosto musical, fico particularmente muito feliz em fazer parte de uma seleta minoria que gosta de mús ica de verdade. Não tiro totalmente a razão do Falaschi, afin al, isso é o ganhapão dele, mas pelo modo como se exp ressou deu a entender que ele só faz música por dinheiro, e não por paixão. Como eu disse, entendo que um artista gos te de ter seu trabalho prestigiado, mas não é mandando os fãs irem tomar no c* e se ferrarem que se consegue isso.

Não posso dizer que discordo totalme nte dele, pois em um ponto ele está certo: Grande parte do público do metal acha que o gênero todo se limita à mesma meia dúzia de bandas de sempre – e nem me refiro às nac ionais. Slayer, Metallica, Iron Maiden... A cadeia se repete de boca em boca, com pouquíssimas variações. Torcem o nari z para tudo que é novo, nem mesmo ouvem, como se tive ssem medo de ouvir uma banda nova e gostar. A verdade é que , infelizmente, qualquer banda que não seja “Pop Metal”, ou seja, que não faça parte do extremo do mainstream é des prezada automaticamente pela maioria do público. E isso é, de fato, lamentável. E não é de agora que a burrice mascara da por pensamentos “moderninhos” gera um prejuízo assu stador para os que vivem de música. A desculpa de que “CD é coisa do passado” se tornou perfeita para não se pagar nem R$ 10,00 no CD da sua banda favorita (mas, em compensação, gastar R$ 90,00 em camisetas com estampa de quinta), recorrendo ao “maldito” mp3 de sempre (eu que o diga, já que não me Por Yuri Azaghal. conformei com o fim das fitas cassetes até hoje). Fora isso, as declarações de Falaschi são sim plesmente absurdas. Para começar, essa supervalorização da própria pátria em relação ao metal, ou, como eu chamo “brasileiragem”. Eu ouço bandas do Brasil, da Túrquia, do Japão, da Tailândia e de diversos outros países, pois o que importa é a qualidade do som e não a origem dos integran tes. Pode ser do Polo Sul ou até de outra galáxia, se o som prestar, eu vou ouvir. Música está relacionada com a arte e não com a geografia, então chamar um fã de “chupa-r*la de gringo” é ridículo. Falaschi disse que o metal nacional mor reu devido à falta de apoio do público, pois afirma que o mes mo é alienado e só pensa em Sepultura e Angra. No enta nto, Falaschi só citou bandas nas quais ele participa ou particip ou, e do gênero que ele toca – Power e Melódico. E quanto às excelentes bandas brasileiras de metal extremo que estão surgindo aos montes como Mork, por exemplo? E quanto às outras bandas como

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wish list

Type O Negative “Vinyl Box Set” Uma boa notícia para os fãs da banda. Após o fim da banda devido à triste morte de Peter Steele, em 2010, uma última homenagem a uma das mais importantes bandas do estilo Doom/ Gothic foi realizada pela Roadrunner Records. No dia 25 de novembro, foi lançado um box contendo todos os álbuns da banda lançados pela gravadora, em formato vinil duplo, na cor verde. Além dos álbuns “Slow”, “Deep and Hard”, “The Origin of the Feces”, “Bloody Kisses”, “October Rust”, “World Coming Down” e “Life Is Killing Me”, o box também conta com notas documentando todo o processo de composição, gravação e produção de cada álbum, tendo também uma ficha com seis adesivos. Para os interessados, nada de economizar, pois o box está limitado a mil cópias.

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Burning Witch “Box Set” No dia 15 de dezembro, a também finada Burning Witch decidiu voltar dos mortos uma última vez para prestigiar seus fãs com um novo box. Intitulado apenas de “Burning Witch” e lançado pela Southern Lord Recordings, o box é uma coletânea de raridades, contendo os dois primeiros EPs da banda, “Towers...” e “Rift.Canyon.Dreams”, os álbuns “Bleeder b/w Rift.Canyon. Dreams.” e “Live at the China Club 1996”, além de um DVD contendo o primeiro show realizado pela banda no Pioneer Square Theater, em Seattle, em fevereiro de 1997. De brinde contém um livreto de 40 páginas, além de algumas cópias também possuírem uma camiseta.

Bucket Of Afterbirth Para quem curte a parte do vestuário e acessórios e é aficionado por bonés, camisetas, pôsteres, adesivos e outras parafernálias, a loja Bucket Of Afterbirth garante uma linha de produtos com boa qualidade e por um preço acessível. Claro que não é tudo que pode agradar você, mas uma pesquisa minuciosa no site da loja pode revelar itens interessantes de certas bandas, mais especificamente bandas underground. Para mais informações sobre os produtos, basta acessar o site oficial da loja: http://bucketofafterbirth.bigcartel.com Por Yuri Azaghal.


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