Revista LeYa na Escola

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NÚMERO  • ANO 

Lei é música para os ouvidos Entenda melhor sobre a lei que torna o ensino de música obrigatório

PÔSTs iEvR o! e x cl u

C A L E N DÁ

Muito Mais Aula

Projetos Pedagógicos que envolvem as principais disciplinas Rev_LEYAnaescola.indd 1

Cyberbullying nas escolas Saiba mais sobre o bullying virtual e porque ele cresce a cada dia no país

RIO

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A Aventura do Saber é uma coleção seriada formada por 25 volumes das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia e Ciências. Todos os livros são ricamente ilustrados, contêm caderno de atividades e material de apoio para o aluno destacar e fazer dobraduras, além de pôsteres exclusivos para os professores enriquecerem suas aulas, diversas atividades e muitos outros atrativos que fazem desta coleção uma importante ferramenta para professores e alunos.

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AULA DIGITAL Apresentação A LeYa traz para sua escola o que há de mais moderno em tecnologia. 10 Aula Digital é uma plataforma inteligente desenvolvida a partir dos conteúdos da coleção A Aventura do Saber. Nela, o professor encontrará o livro multimídia, imagens para projeção, Manual do Professor com orientações especiais, jogos, animações, recursos e muito mais, tudo para deixar a aula mais interessante, tanto para quem ensina quanto para quem aprende.

Disciplinas Ao acessar a plataforma, você seleciona a disciplina desejada: Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, História ou Ciências. Na página de cada disciplina você encontrará as seções: Livro Multimídia: projete e explore suas páginas interativas, integradas com os recursos digitais, de forma a dinamizar a aula. Recursos: todos os recursos digitais integrados com as páginas do conteúdo digital. Aulas: sequências predefinidas de recursos digitais, para fácil apresentação na sala de aula. Assessoria Pedagógica: apresenta Manual e o livro do professor.

Recursos Nesta área, o professor tem acesso a todos os recursos digitais disponíveis para apoio à aula. Você encontra também os recursos associados ao “Livro Multimídia”. Estão disponíveis: Animações Atividades Vídeos Fichas de atividades Jogos

Conheça mais a coleção! Acesse:

www.aaventuradosaber.com.br Rev_LEYAnaescola.indd 3

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editorial

caro educador, É com grande alegria que a Leya apresenta sua primeira revista na área de educação. leYa na Escola é uma publicação direcionada aos educadores de todo o país. ao criar este projeto, pensamos em levar conteúdos de qualidade com o objetivo de enriquecer o dia a dia nas escolas. nesta primeira edição, você vai entender um pouco mais sobre a lei decretada em 2008 que incluiu a Música como conteúdo obrigatório nas escolas. Mas será que as escolas conseguiram aplicar em sala de aula essa nova lei? Quais as dificuldades encontradas pelos educadores para colocar a lei em prática? essas e outras questões serão esclarecidas numa matéria exclusiva que preparamos. outro assunto muito discutido nos últimos anos é o bullying. os educadores têm participado de palestras e seminários sobre o tema, além de se informarem por meio de livros, sites, jornais, revistas, entre outros. Devido ao fácil acesso da internet pela população brasileira, uma das formas de bullying muito comentadas e a que mais cresce no país é o cyberbullying ou bullying virtual. ela também é uma das mais complicadas para as vítimas, pois é muito mais difícil encontrar os agressores, uma vez que estes podem se esconder por meio de perfis falsos na internet. cleo Fante, pesquisadora e autora do programa antibullying escolar, fala sobre o tema, esclarece algumas dúvidas e oferece sugestões para que professores e alunos se protejam deste ato de desrespeito. leYa na Escola apresenta ainda dicas do psiquiatra e escritor Roberto Shinyashiki para alavancar a sua carreira, depoimentos de educadores que adotaram os livros da Leya, novidades tecnológicas para a sala de aula, projetos pedagógicos das principais disciplinas, matéria sobre a escola interamérica, uma das melhores instituições de ensino de goiás, e muito mais! esperamos que aproveite ao máximo essa revista pois ela foi desenvolvida especialmente para você, que luta a cada dia por um ensino de qualidade em nosso país. até a próxima! HeLena PoçaS LeiTão editora

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revista

a Y e l

EXPEDIENTE: Editora e jornalista responsável: Helena Poças Leitão (Mtb 44375/SP) Colaboração André Diniz, Chiquinha, Elaine do Amaral, Leandro Wendel Martins, Luciano R. Segura, Mauro Generali Kinjo, Roberto Shinyashiki, Silvia Lacerda Fotografia Aline Stival, Luiz Berenguer, Betânia Miranda e Marilena Santiago Fotografia Revisão Graziela Marcolin, Ornella Miguellone Coordenação de arte Thais Ometto Projeto gráfico e diagramação Juliana Carvalho, Matheus Zati, Renné Ramos, Thais Pedroso

Entre em contato com a gente!

marketingeducacao@leya.com

Rua Dr. Olavo Egídio, 264 – Santana CEP 02037-000 – São Paulo – SP www.leya.com.br LeYa na Escola é uma revista com distribuição gratuita nas instituições de ensino brasileiras. Tiragem: 20 000 LEYA EDUCAÇÃO Diretoria geral Vicente Paz Diretoria editorial Duda Albuquerque Diretoria comercial Alfredo Chianca Fabyana Desidério Diretoria de marketing Ricardo Marconatto

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MUrAL

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Escola Terrinha conta sobre o projeto “Legumes e Verduras” que incentiva uma alimentação saudável para os alunos

Você precisa saber

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Saiba mais sobre o bullying virtual e por que ele cresce a cada dia no país LeYa na minha escola

rEDES SOCIAIS

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Educadores contam as razões pelas quais adotaram os livros da LeYa em suas escolas Escola nota 10!

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LeYa mais

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Indicação de livros de literatura infantil e juvenil, além de um projeto pedagógico para aplicar em sala de aula Muito mais aula

MUNDO DIGITAL

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Saúde

CArrEIrA

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Artplay/ Shutterstock

CAPA

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Conheça a Escola Interamérica, uma das instituições de referência do estado de Goiás Meu Brasil

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O Pará e as raízes do Brasil

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Projetos pedagógicos nas áreas de Ciências, Geografia, Língua Portuguesa, Matemática e História Fala, professor!

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Nos dias de hoje, quais os desafios de ensinar o sistema reprodutor humano para os alunos? Gente do bem

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Conheça o programa da Secretaria de Educação e Lazer da Prefeitura de Recife Palavra de educador

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Fábio Delano fala sobre o ensino-aprendizagem da língua materna [5]

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CAPA

André Diniz

entenda melhor a lei que torna o ensino de Música obrigatório e as dificuldades das escolas na hora de colocá-la em prática

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Música para os ouvidos Luciano R. Segura*

E

m agosto de 2008, foi aprovada a Lei n.º 11.769, publicada no Diário Oficial da União, apelidada de Lei da Música, que estabelece como obrigatório o ensino de Música para a Educação Básica (a Educação Infantil e o Ensino Fundamental). Três anos depois, terminado o prazo de adaptação, durante o qual as escolas deveriam preparar-se para implantar a Música em seus currículos, ainda pairam muitas dúvidas. E pouco foi feito. A lei é fruto do desejo de pais e educadores de que a formação dos estudantes seja mais completa, mais humana. Aqueles que simpatizam com a ideia defendem o fato – indiscutível – de que Música ajuda no desenvolvimento intelectual do estudante. Para dizer o mínimo. Na verdade, a lista de benefícios advindos do ensino de Música preencheria facilmente esta folha: ajuda na sociabilidade das crianças, desperta a sensibilidade, estimula a percepção, a criatividade e a sensibilidade, incentiva valores éticos e estéticos etc. Ninguém nega a importância da Música para desenvolver valores humanos essenciais ao convívio social, à cidadania. A iniciativa é, sim, elogiável. O problema é que, como ocorre com tantas outras decisões políticas no Brasil, a caneta que assina a lei não tem auxiliado na sua implantação. Em todo o país, faltam profissionais formados em Música para atuar na área de ensino. Durante esses três anos, o assunto foi pouco discutido com a sociedade: para muitos, a lei certamente é uma novidade. O veto dado ao Art. 2.º, que nega a exigência de formação específica, reforça essa impressão de que houve pouco cuidado com o objetivo. Ainda que evidentemente (ressalte-se o evidentemente)

existam profissionais excelentes no que diz respeito à Música e disponíveis para contratação imediata, estariam eles aptos a ensinar? A pergunta, que nos lembra a expressão “reserva de mercado de trabalho”, parte de um princípio relativamente simples: se os professores precisam passar por cursos de licenciatura para se preparar para o magistério, e mesmo assim alguns não são exatamente exemplos de profissionais, será mesmo que os técnicos ou os bacharéis saberiam lidar com a atividade docente? Mais ainda: será mesmo que profissionais de outras áreas (afins, até) podem assumir a responsabilidade pelo ensino de Música? Muitos docentes criticaram exatamente isso na lei. A ideia de formação específica, criticada por muitos implica duas questões bastante particulares. Em primeiro lugar, um professor de Português, por exemplo, formado em Letras (Português), provavelmente sabe sobre a matéria alguma coisa a mais do que outro professor que nunca cursou Letras. E se essa condição não for verdadeira em todos os casos, espera-se que seja, ao menos, na maioria deles. Da mesma forma, espera-se do curso de licenciatura, em qualquer área, orientação mínima para o exercício da função de professor. E se essa condição também não for verdadeira sempre, deve, ao menos, valer para a maioria dos casos. Parece sensato, então, esperar que profissionais formados em Música e licenciados para trabalhar como professores tenham preparo adequado às necessidades dessa disciplina. Assim, ter conhecimento na área e ter formação para ensinar parecem ser requisitos indispensáveis, ainda que a lei os torne dispensáveis. A lei elimina uma dessas condições.

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André Diniz

A

A lei

Art. 1.º O art. 26 da Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte: § 6.º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2.ºdeste artigo.” Art. 2.º(vetado) O Ensino de Música será ministrado por professores com formação específica na área Art. 3.ºOs sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1.ºe 2.ºdesta Lei (BRASIL Lei 11.769 de 18 de agosto de 2008, publicada no Diário Oficial da União em 19/08/2008).

Por isso, na opinião de alguns profissionais da área,a implantação da lei parece precipitada. Três anos para as escolas se adaptarem é pouco tempo. Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, as pesquisadoras Isabel Bonat Hirsch, Daiane Zarnott, Valéria Kruschardt e Vitória Krüger Feldens, em um trabalho realizado na rede municipal de ensino de Pelotas (A presença da Música nas séries finais do ensino fundamental e do ensino médio: um estudo com professores de Arte e Música da rede municipal de ensino de Pelotas – RS), afirmaram que há “a ausência de professores de Música na rede estadual de ensino [...], onde há apenas dez professores habilitados em Música, o que corresponde a 7,2% dos 139 professores pesquisados”. Como aumentar esse número? Em três anos, impossível. O que fazer, então? Para que as escolas não sejam punidas pela falta de profissionais, a contratação de “profissionais atuantes nessa área sem formação acadêmica ou oficial em Música e que são reconhecidos nacionalmente” é uma saída. Não há, assim, desculpa para a escola que, em 2012, não estiver adequada à lei. O receio de muitos professores – e não se pode reprová-los por isso – é o de que a falta de seriedade aparente resulte em condições ainda piores de trabalho e em resultados ainda piores no ensino. Não é preciso ir muito longe. O ensino de Literatura, quando realizado sem o devido preparo, fre-

quentemente forma alunos aptos a odiar literatura. Note-se que se trata de profissionais concursados responsáveis pela propagação do ódio à literatura. Não são maioria, mas infelizmente existem. Não se quer isso com relação à Música também. É provável, entretanto, que, no fim das contas, o saldo seja positivo. As escolas irão selecionar os melhores profissionais para suas vagas e, como consequência natural, esses profissionais se tornarão licenciados ou especializados na profissão. Também é provável que, daqui a alguns anos, surja uma portaria que regulamente a disciplina de Música e seus professores. E talvez torne essencial o curso específico para as aulas. Foi assim com a licenciatura curta, hoje extinta e substituída pela licenciatura plena. A ideia é boa, atende às expectativas da população, mas ainda precisa de algum cuidado para que não se torne apenas instrumento de propaganda política. A Música fará parte da grade curricular – como disciplina independente ou integrada a outra matéria. E o Estado tem condições de transformar o que já é uma boa ideia numa excelente prática educacional. *Luciano R. Segura é palestrante sobre o Acordo Ortográfico e Português Empresarial, consultor de Língua Portuguesa, professor de redação do curso Intergraus e atualmente desenvolve trabalho sobre etimologia jurídica.

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CAPA

Música de qualidade na escola: um longo caminho pela frente Magali Kleber, presidente da Abem (Associação Brasileira de Educação Musical) fala em entrevista exclusiva sobre a nova lei Helena Poças Leitão

LeYa – O que é a Abem? Magali – A Abem é uma entidade nacional sem fins lucrativos, fundada em 1991 com o intuito de congregar profissionais e de organizar, sistematizar e sedimentar o pensamento crítico, a pesquisa e a atuação na área da educação musical. O objetivo principal da associação é promover a educação musical no Brasil, contribuindo para que o ensino da Música esteja presente de forma sistemática e com qualidade nos diversos sistemas educacionais brasileiros, contemplando, de maneira especial, a educação básica. LeYa – Qual sua opinião sobre a lei que torna obrigatória a Música na matriz curricular? Magali – Essa nova lei nos deixa muito feliz, porém a maioria das escolas não está preparada para ela. Não há estrutura suficiente para que se trabalhe a Música de forma adequada e com qualidade, principalmente nas escolas públicas. De qualquer modo, o primeiro passo foi dado. A lei deu uma dinamizada nas instituições de ensino que haviam esquecido a Música como uma importante ferramenta de educação. LeYa – As escolas estão preparadas para oferecer atividades musicais com qualidade? Magali – Pela primeira vez, o Conselho Nacional de Educação chamou a Abem para uma reunião com o objetivo de levar ideias e projetos que

capacitem os professores e preparem as escolas para essa nova fase da educação brasileira. Isto é muito importante, pois espelha a preocupação do governo com o tema. Muitas escolas e educadores não estão preparados para oferecer atividades musicais com qualidade. É importante que o governo traga soluções para este problema. Paralelamente a isso, os professores também podem tomar iniciativas como fazer uma segunda licenciatura com a ajuda da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação. Muitas escolas têm iniciativas interessantes, mas ainda não há uma avaliação sobre a qualidade e o resultado desses projetos. LeYa – Quem está habilitado para o ensino de Música na educação básica? Magali – Professores licenciados. É preciso discutir com o MEC sobre como capacitar os professores para que eles possam desenvolver projetos integrados inserindo a Música em sala de aula de forma eficiente. LeYa – O que os alunos aprendem com a Música? Magali – A Música oferece a capaci­ da­­­de de ouvir, e quando a criança

aprende a escutar ela se relaciona com o mundo. Além disso, ajuda na cons­ ­­­­­trução do conhecimento e da identidade, trazendo força interna, trabalhando a socialização com o grupo, a estética, o conhecimento da linguagem, as limitações e a superação. LeYa – Que tipo de atividades ou projetos os professores podem aplicar em sala de aula? Magali – O professor que alfabetiza e segue os passos da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro, responsável pela influência construtivista no ensino brasileiro, terá que concordar que a Música faz com que a criança participe ativamente da aprendizagem. A Música auxilia na escrita, pois a criança precisa ouvir para escrever. O professor pode escolher ou decidir com a turma um repertório para construir representações que serão passadas por meio de garatujas. Um outro modo de se trabalhar a Música é fazer com que a criança se movimente. O professor pode desenvolver uma atividade que trabalhe gêneros diferentes como, por exemplo, Músicas regionais brasileiras, desse modo, elas conhecem também a riqueza cultural de nosso país. Há outras muitas possibilidades de se trabalhar a Música na escola e em diversas disciplinas, pois ela é lúdica. O professor pode aproveitar isso e juntamente com sua criatividade, buscar capacitação e desenvolver projetos que enriqueçam suas aulas, estimulando a construção do conhecimento em seus alunos.

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SAÚDE

dia do chuchu conheça o projeto “Legumes e Verduras”, da escola Terrinha, e acompanhe como foi a descoberta do chuchu pela criançada HeLena PoçaS LeiTão

Sherjaca/ Shutterstock

a

escola Terrinha nasceu em 2005 em guarulhos, SP, fundada pela professora Maria cecília Terra. a escola trabalha na linha socioconstrutivista, abordando os conteúdos de forma contextualizada e interdisciplinar. nesta perspectiva, a instituição aborda os conteúdos de forma consistente, mas dentro de uma atmosfera lúdica. a escola Terrinha atualmente ocupa uma área de 1 600 m², 300 deles de área verde. Possui câmeras de segurança, portaria com rádio, filtro de água central, redes de proteção. Toda segurança para as crianças. as salas de aula são amplas, arejadas e com mobiliário apropriado para cada faixa etária. Tem também pátio coberto e descoberto, quadra poliesportiva, academia, sala de vídeo, refeitório, sala do soninho, vestiário com trocadores e estrutura para banho, bosque, horta, tanque de areia, brinquedões, gramado, deque, diversos espaços para a criança explorar a imaginação e as possibilidades do corpo em movimento. além de tudo isso, preocupada com a alimentação de seus alunos, a escola criou o projeto “Legumes e Verduras”, em que, uma vez por semana, as crianças aprendem e degustam uma verdura ou um legume. Visitamos a escola no “Dia do chuchu” e acompanhamos essa divertida e saborosa aula. apesar de o chuchu geralmente não ser um sucesso entre as crianças, na escola Terrinha foi diferente: os pequenos se divertiram e comeram todo o chuchu refogado feito por pais de alunos! giovanna Florindo de Paula, coordenadora pedagógica da escola, fala sobre esse cuidado que a instituição tem com a alimentação de seus alunos e da importância deste projeto no desenvolvimento das crianças.

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Fotos: Luiz Berenguer

Giovanna Florindo, coordenadora pedagógica da escola. As crianças aprendem sobre o legume e o experimentam.

LeYa – Como a escola trabalha a educação alimentar? Giovanna – Na escola temos cerca de 50% dos alunos em período integral, portanto temos espaço e tempo privilegiados para promover a saúde. Nosso cardápio é balanceado, pois nos preocu­pamos muito com os benefícios de uma refeição saudável, que, além de trazer bem-estar, previne doenças e a obesidade. Ao propor uma dieta saudável, apostamos na melhoria da qualidade de vida de nossos alunos, mas temos um desafio: vencer a resistência que as crianças têm aos diferentes tipos de alimento que são oferecidos. LeYa – Quais as maiores dificuldades na hora de implementar projetos nessa área? Giovanna – Não encontramos dificuldade para implementar os projetos, muito pelo contrário, os alunos e as famílias recebem muito bem as nossas propos-

tas, inclusive o projeto “Legumes e Verduras”. Toda quinta-feira as crianças provam vários legumes e verduras. A professora sorteia os alunos que trarão o legume ou a verdura indicada, para experimentar com todos os amigos, sem desperdício. As crianças estudam sobre seus nutrientes e fazem a degustação. O combinado é: todos devem pelo menos experimentar, para depois dizer se gostam ou não. LeYa – Como funciona a alimentação das crianças durante o intervalo, já que não há uma cantina na escola? Giovanna – Optamos por não ter uma cantina na escola, pois sabemos da dificuldade que as crianças têm para selecionar alimentos nutritivos. Servimos os lanches feitos a partir do cardápio elaborado pela nutricionista. Para crianças a partir de 4 anos, oferecemos a possibilidade de as fa-

mílias enviarem os lanches, mas solicitamos que observem a quantidade de alimentos enviados, buscando ajustar ao apetite da criança, para não faltar ou sobrar lanche. Pedimos também a colaboração de todos em relação à qualidade dos alimentos enviados, dando prioridade a frutas, sanduíches, iogurtes e sucos. Orientamos aos pais que não enviem salgadinhos, batata frita, bala, pirulito, refrigerante e outras guloseimas. LeYa – Qual a importância da participação dos pais nesse processo de educação alimentar? Giovanna – Os pais acreditam muito no nosso trabalho e nos auxiliam, enviando alimentos saudáveis. No projeto “Legumes e Verduras”, quando o filho é sorteado, os pais enviam os alimentos preparados para o consumo. As crianças têm se deliciado e o projeto tem dado um resultado excelente.

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Saiba mais sobre o bullying virtual e por que ele cresce a cada dia no país

VOCÊ PrECISA SABEr

CYBERBULLYING nas escolas HeLena PoçaS LeiTão

B

deira. esse ato envolve apelidos, boatos, ameaças, críticas, isolamento e agressão física. De acordo com uma pesquisa realizada pela ong PLan Brasil em março de 2010, a violência é um fenômeno relevante nas escolas brasileiras: cerca de 70% dos alunos pesquisados informam ter visto, pelo menos uma vez, um colega ser maltratado no ambiente

Ilustrações Chiquinha!

ullying vem da palavra inglesa bully, que significa “valentão”. São abusos físicos e psicológicos de um aluno contra o outro. na verdade ele existe há muito tempo, mas não era interpretado como violência: era aceito como parte das relações sociais e do amadurecimento das crianças, ou até como brinca-

VERBAL

VIRTUAL OU CYBERBULLYING Cyberbullying ou bullying virtual é uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar suporte a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar alguém.

• Insultar • Ofender • Xingar • Fazer gozações • Colocar apelidos pejorativos • Fazer piadas ofensivas • “Zoar”

FÍSICO E MATERIAL • Bater • Chutar • Espancar • Empurrar • Ferir • Beliscar • Roubar, furtar ou destruir os pertences da vítima • Atirar objetos contra a vítima

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escolar no ano de 2009. Quase 9% dos alunos afirmam ter visto colegas serem maltratados várias vezes por semana e outros 10% veem esse tipo de cena todos os dias. Dos 5.168 alunos entrevistados, 16,8% disseram que são ou já foram vítimas de cyberbullying, enquanto 17,7% se declararam praticantes. A televisão e a internet são os meios de comunicação acessados com maior frequência pelos alunos da amostra. Os 66% deles afirmam que assistem à televisão sempre e 56% declaram que acessam a internet sempre. No ambiente virtual, o envio de e-mails maldosos sobre as vítimas é o tipo de ofensa praticada com maior frequência pelos alunos pesquisados do sexo masculino. Entre as meninas, o uso de ferramentas e de sites de relacionamento são mais recorrentes. Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro Bullying: mentes perigosas nas escolas, explica que os praticantes de cyberbullying utilizam, na sua prática, os mais atuais e modernos instrumentos da internet e de outras tecnologias na área da informação e da comunicação (fixa ou móvel) com o intuito de constranger, humilhar e maltratar suas vítimas. Ela explica ainda que o bullying virtual, ao garantir o anonimato, acaba trazendo uma “blindagem” para os idealizado-

res e/ou executores. Os bullies cibernéticos (ou virtuais) utilizam apelidos (nicknames), nome de outras pessoas conhecidas ou de personagens famosos de filmes, novelas, seriados. Mas o cyberbullying não é apenas uma prática de aluno para aluno, mas também de aluno contra professores. Os alunos, por meio de celulares, conseguem fotos de seus professores e postam difamações na internet, fazendo todo tipo de montagem. Por meio das redes sociais, os alunos criam comunidades para desmoralizar os educadores. Pode-se perceber facilmente esse fenômeno ao navegar no Orkut, uma das redes sociais mais utilizadas no país: basta clicar na parte de “busca” e escrever a frase “eu odeio professor”, por exemplo. O resultado são páginas e páginas de comunidades contra professores. Apesar de o bullying virtual ser mais difícil de controlar, nas escolas é possível tomar algumas providências para evitar que alunos e professores sejam covardemente intimidados por este tipo de atitude. A pesquisadora e autora do programa Antibullying Escolar, Cleo Fante, fala sobre o assunto em entrevista exclusiva. Confira.

PSICOLÓGICO E MORAL • • • • • • • • • • • • •

Irritar Humilhar e ridicularizar Excluir Isolar Ignorar, desprezar ou fazer pouco caso Discriminar Aterrorizar e ameaçar Chantagear e intimidar Tiranizar Dominar Perseguir Difamar Passar entre os colegas bilhetes e desenhos de caráter ofensivo • Fazer intrigas, fofocas ou mexericos

Formas de bullying

SEXUAL • Abusar • Violentar • Assediar • Insinuar [13]

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Luiz Berenguer

Cleo Fante, pesquisadora e autora do programa Antibullying Escolar

LeYa – Qual o perfil das vítimas e dos agressores do bullying virtual? Cleo – Não é fácil traçar o perfil de vítimas do bullying no ambiente virtual, uma vez que a maioria não se queixa ou busca orientações da escola ou, ainda, não denuncia aos órgãos competentes, a não ser quando os casos são graves, como ameaças, chantagens ou ataques contra a honra. Quanto aos autores, a maioria se mantém no anonimato, se utilizam de falsos nomes ou se fazem passar por colegas da escola, fato que aumenta a dificuldade de identificação por parte da vítima ou da própria escola. No entanto, é possível pensar que o bullying que ocorre no ambiente escolar se estende ao virtual. Geralmente, o que acontece à vítima na sala de aula ou no pátio de recreio se replica no ambiente virtual. Dessa forma, é importante que escola e família fiquem atentas aos filhos/ alunos, em especial quanto àqueles que apresentam alguma particulari-

dade ou diferença que os coloquem em evidência, como peso, estatura, orientação sexual, cor de pele ou de cabelos, trejeitos, extrema timidez ou retraimento, dificuldades relacionais ou de aprendizagem. Podem ser também diferentes na forma como lidam com as situações ou pessoas, como os que são gentis, educados, prestativos, generosos ou inseguros, mimados, agressivos, antipáticos. Ou ainda, aqueles que se destacam na aprendizagem ou em outras habilidades, como nos esportes, na música, na dança etc. No entanto, os alunos potenciais são aqueles que não oferecem resistência, tornando-se presas fáceis de ataques de toda ordem: físicos, morais, psicológicos, materiais, sociais, sexuais ou virtuais. Quanto aos autores, geralmente, são aqueles que tumultuam o ambiente escolar; que estão constantemente envolvidos em confusões e desentendimentos; que desempenham liderança e têm poder de influenciar

negativamente os demais; que utilizam linguajar humilhante e ofensivo e têm atitudes desrespeitosas, intolerantes e discriminatórias; que apresentam dificuldade de cumprir regras e necessidade de chamar a atenção para si, de pertencer a um grupo e manter um status social no grupo. LeYa – O que a escola, educadores e famílias podem fazer para prevenir o cyberbullying? Cleo – Incontestavelmente, devem buscar antes de tudo o conhecimento. Compreender o que é o bullying e suas diversas modalidades, dentre elas, o cyberbullying, como ocorre, em quais espaços, suas causas e consequências, além de programas que estão sendo implantados no país. Sugerimos que, inicialmente, se faça um diagnóstico da escola – que conheça a sua realidade, que avalie as ações que estão sendo desenvolvidas e seus resultados. É fundamental que as escolas não se dediquem apenas às ações pontuais ou pequenos projetos, mas que, em parceria com a comunidade escolar, desenvolvam em seu Projeto Político Pedagógico programas preventivos alicerçados na cultura da paz. Por outro lado é imprescindível que a família faça um diagnóstico, que reavalie seu papel e sua responsabilidade na educação dos filhos. Também é importante que os adultos observem suas próprias ações, que podem ser exemplos de repúdio ou estímulo ao bullying. Embora a grande maioria dos casos de cyberbullying ocorra fora do ambiente escolar – na casa dos estudantes ou lan houses –, há que se pensar que o trinômio escola-educadores-família tem papel decisivo na sua erradicação ou manutenção. Portanto, abrir espaços para o diálogo; orientar crianças e adolescentes para a convivência social – independente do espaço, real

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ou virtual –; esclarecer a diferença entre público e privado; alertar para os benefícios e malefícios da tecnologia e para os perigos on-line e possíveis responsabilizações; ensinar ética, respeito e valores humanos – tudo isso é um bom começo. LeYa – Por que esse tipo de bullying está crescendo a cada dia nas escolas brasileiras? Cleo – O que observamos é que muito mais nocivo do que o crescimento desse tipo de bullying é o crescimento de graves equívocos de interpretação quanto ao problema, o que obviamente compromete o entendimento e os procedimentos a serem tomados. Há certa generalização – comportamentos agressivos ou violentos que envolvem estudantes se atribuem ao bullying – e consequentemente uma tendência à banalização. Infelizmente, isso vem ocorrendo em inúmeros países, incluindo o nosso. Muitas pessoas, adultas ou não, preocupadas e bem intencionadas ou desejosas de notoriedade e espaço profissional, se precipitam em divulgar ou comentar um assunto tão sério, de forma simplista ou descontextualizada. O que se há de entender é que não é fácil identificar o bullying, por ser uma forma de violência muito específica. É necessário reconhecer seus critérios e diferenciá-lo daquilo que faz parte do processo de socialização. Portanto, fazer brincadeiras – engraçadas, inconsequentes ou inconvenientes –; emitir comentários ou opiniões; divergir, conflituar, discutir, brigar, dentre outras possibilidades inerentes às relações interpessoais não é bullying.

O bullying é intencional e gratuito, que se caracteriza pela repetição das agressões contra aqueles que não conseguem se defender – devido a inúmeros fatores –, resultando numa série de prejuízos, que podem ser notados na aprendizagem, na construção do processo de socialização, na saúde física e mental.

LeYa – O cyberbullying é considerado mais perigoso que o bullying escolar “tradicional”? Por quê? Cleo – Podemos afirmar que sim. Enquanto o bullying no espaço físico da escola ocorre num espaço privado de convivência, o cyberbullying ocorre num espaço público, o que aumenta exponencialmente a exposição e o sofrimento daqueles que são alvos. A facilidade de conexão entre as pessoas em tempo real, a veloci­ dade de propagação do conteúdo divulgado, a tendência de as vítimas reproduzirem os abusos e a dificuldade de identificar o autor – que se respalda na falsa sensação de anonimato e impunidade – são alguns dos fatores que tornam o cyberbullying ainda mais prejudicial. Por outro lado, é mais perigoso porque aquilo que acontece no mundo virtual se materializa no mundo real da escola, tornando-a palco de cenas de desavenças, desconfianças, intrigas, conflitos e desentendimentos – inclusive entre familiares, e entre estes e as escolas, que muitas vezes recorrem à justiça para resolução do problema. Ainda é preciso pensar que o bullying é um sinalizador de que a convivência na escola ou fora dela é assunto que não pode mais ser negligenciado, uma vez que é reflexo da convivência no mundo dos adultos, marcada por frequentes atos de intolerância, desrespeito, preconceito, ausência de empatia, gentileza e compaixão.

“os alunos potenciais são aqueles que não oferecem resistência, tornando-se presas fáceis de ataques de toda ordem”

LeYa – Quais as principais ferramentas utilizadas hoje pelos jovens para praticar o cyberbullying? Cleo – No passado os telefones fixos eram utilizados para ameaçar, chantagear, xingar os outros. Atualmente, os jovens se utilizam principalmente dos computadores e celulares ligados à in­ ter­net para assediar. Canais como e-mails, fóruns, blogs, fotoblogs, redes de relacionamento social, SMS, jogos on-line, mensagens instantâneas. Montagens ou disponibilização de fotografias, elaboração de vídeos, dentre outros.

Fontes: Livro Mentes Perigosas nas Escolas de Ana Beatriz Barbosa Silva; pesquisa Bullying Escolar no Brasil realizada por ONG Plan e Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor.

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LeYa na minha escola

LIVROS ADOTADOS: Coleção A Aventura do Saber (Geografia e Ciências)

Colégio Santa Doroteia (Belo Horizonte/MG)

Marilena Santiago / Fotografia

kanate/ Shutterstock

franco’s photos/ Shutterstock

por QuE sua Escola adotou os livros didÁticos da lEYa?

Luiz Berenguer

LIVROS ADOTADOS: Coleção Aprender com Alegria e Coleção A Aventura do Saber (Português, Matemática e Ciências)

“A escolha dos livros da editora LeYa para a orientação do trabalho das disciplinas de Geografia e Ciências vem ao encontro à proposta de desenvolver habilidades que possibilitam a construção do pensamento teórico. O pensamento teórico se forma pelo domínio dos procedimentos lógicos do pensamento que, pelo seu caráter generalizador, amplia as discussões teóricas, aproxima os alunos da prática e permite sua aplicação na resolução de problemas. Nos livros de Geografia, os autores construíram a proposta didática valendo-se do viés da cartografia e possibilitando, ao longo dos anos, o desenvolvimento de conceitos estruturantes para a compreensão da representação e leitura de pontos de localização dos mais simples aos mais complexos, sem desconsiderar a importante interlocução com a Geografia crítica e social. Na coleção de Ciências, o alinhamento vertical e horizontal dos conteúdos favorece a construção do conhecimento científico, coloca o foco no entendimento dos fenômenos e na ação do homem na transformação da natureza pelo trabalho. As atividades propostas possibilitam uma ação partilhada, exigindo a cooperação e a troca de informações, com consequente ampliação das capacidades individuais e coletivas. Os recursos da plataforma digital diversificam as estratégias, incentivam e fomentam a pesquisa tanto do professor quanto do aluno. Acreditamos que a escolha do material didático que apoiará a ação didática no ano de 2012 é coerente com a proposta político-pedagógica desta instituição e favorecerá a caminhada de excelência acadêmica já protagonizada por sua equipe educativa.” Lucilene Antunes, coordenadora pedagógica do Colégio Santa Doroteia

Colégio Cidade Maia (Guarulhos/SP)

“A LeYa foi a única editora que mostrou uma proposta que, de fato, é ideal para nossa escola. Todas as nossas salas possuem lousa digital e a LeYa oferece conteúdos digitais que facilitam a vida do professor. Antigamente, os educadores tinham de ir atrás de diversos materiais com o objetivo de deixar as aulas mais atrativas para os alunos. A editora facilitou este trabalho, trazendo além do livro digitalizado, diversos recursos e ferramentas que deixam as aulas mais lúdicas e fazem com que os alunos vivenciem a matéria estudada.” Erika Catherine Rodrigues, diretora da Educação Infantil e Ensino Fundamental I

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LIVRO ADOTADO:

Betânia Miranda

Coleção A Aventura do Saber (Ciências)

Colégio Saber Viver (Recife, PE)

“O processo de globalização tem impulsionado a escola a buscar melhores alternativas na articulação dos sistemas de ensino, cabendo aos educadores a tarefa de desenvolver o potencial criativo dos educandos, estimulando-os a pensar, a imaginar, a inovar e, sobretudo, a gostar de aprender, para que desenvolvam autonomia e independência, características essenciais para toda a vida. Por abordarmos uma proposta sociointeracionista acreditamos que é através das experiências adquiridas, do exercício da autonomia e crítica consciente que os indivíduos se tornam capazes de agir, de formar e transformar o meio em que vivem. Com base nessa teoria, nossa equipe pedagógica analisa os livros didáticos de maneira criteriosa, pois acreditamos que eles, quando bem escolhidos, contribuem de forma significativa para a aprendizagem do alunado. Ao escolhermos o livro de Ciências da coleção A aventura do saber, percebemos que ele abrange, de forma integrada, questões relacionadas ao mundo natural e social, respeitando as especificidades das fontes e dos enfoques advindos de inúmeros campos das Ciências Humanas e Naturais. Vimos também que os autores levaram em consideração a importância do contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, proporcionando ao alunado experiências ricas e diversificadas. Os conteúdos foram explorados a partir de uma nova abordagem, estabelecendo o diálogo permanente entre as diferentes áreas do saber, proporcionado um trabalho interdisciplinar. Além dos fatores citados, o livro apresenta uma linguagem clara e objetiva e um lindo colorido de figuras do mundo atual. As atividades foram bem elaboradas, e as questões propostas são coerentes. Paralelamente às atividades, o material de apoio que acompanha o livro favorece a visualização e a fixação dos conteúdos específicos da disciplina. RESSALTAMOS A IMPORTÂNCIA DO MATERIAL COMPLEMENTAR DIGITAL, QUE ENCANTOU OS PROFESSORES, COM INÚMERAS SUGESTÕES, VISANDO APROFUNDAR SEUS CONHECIMENTOS E ENRIQUECER SUAS AULAS. Desde já, gostaria de parabenizá-los pelo trabalho, no qual percebemos uma preocupação no sentido de propor atividades, pesquisas e leituras que possibilitam aos alunos uma identificação com sua realidade a partir das questões propostas nessa coleção”. Socorro Lyra, coordenadora do Ensino Fundamental

LIVRO ADOTADO: Coleção A Aventura do Saber (História)

Centro Educacional Leonardo da Vinci (Taguatinga, DF)

Pasko Maksim/ Shutterstock

“Adotamos o livro da LeYa por ser uma opção que atende a nossa proposta de apresentar aos estudantes do Ensino Fundamental os conteúdos de História com foco na importância da diversidade na formação do povo brasileiro; também por apresentar textos e atividades reflexivas e coerentes. De acordo com os parâmetros curriculares nacionais: ‘A proposta de História, para o Ensino Fundamental, foi concebida para proporcionar reflexões e debates sobre a importância dessa área curricular na formação dos estudantes, como referências aos educadores, na busca de práticas que estimulem e incentivem o desejo pelo conhecimento da história do nosso país e a sua importância’. Nesse sentido compreendemos que o livro escolhido será um importante aliado dos educadores em sala de aula. A qualidade das imagens e do papel também são aspectos relevantes e que qualificam o livro.” Gilvânia Teles Dourado, coordenadora pedagógica dos anos iniciais do Ensino Fundamental

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ESCOLA NOTA 10!

Fotos: Aline Stival

Escola Interamérica Conheça uma das escolas de referência do estado de Goiás Helena Poças Leitão

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Escola Interamérica é uma instituição de referência em Goiás. E não é para menos. A escola oferece uma grade curricular completa, com atividades diversificadas que enriquecem ainda mais o aprendizado, como Inglês, informática, música e ritmo, oficina de leitura, Espanhol, teatro, e muito mais. Na Educação Infantil, a escola organiza atividades culturais e artísticas que possibilitam a vivência de situações-problema como conversar, ouvir e decidir, o que contribui para o desenvolvimento de habilidades e competências e para a ampliação dos aspectos cognitivo, afetivo e social dos alunos.

O Ensino Fundamental tem como compromisso o ensino e a aprendizagem das diferentes áreas do conhecimento. As múltiplas linguagens, a leitura e a escrita (Matemática, Arte, Inglês e Espanhol, Português, Ciências, História, Geografia e Educação Física) são desenvolvidas com vistas à formação integral do educando. Além de tudo isso, a escola oferece aos seus alunos um ensino consciente abordando temas referentes a educação de valores, meio ambiente, expressão cultural e alimentação. Confira a entrevista com a diretora Vera Lobo e conheça melhor a Escola Interamérica.

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À esq.: Vera Lobo, diretora da escola. À dir.: Corpo docente da Escola Interamérica.

LeYa – Quais os diferenciais da Escola Interamérica? Vera – Nosso Projeto Político Pedagógico busca a formação de pessoas críticas, criativas, éticas e cuidadosas. Para nós da Interamérica este é um diferencial significativo num mundo em que os alunos estão em constante contato com uma diversidade de informações que não se conectam. Cabe à escola, portanto, a função de ensinar a ler, analisar, relacionar e refletir à luz dos princípios científicos, éticos, estéticos e culturais. Com o intuito de atingir os objetivos deste projeto a escola desenvolve o Programa de Formação de Leitores e Escritores, que é iniciado na Sala Vermelha, destinada às crianças de dois anos de idade, e que segue durante a vida escolar do aluno até o 9o ano. Atividades como leitura compartilhada feita pelo professor diariamente, roda de livros, uso da biblioteca e contato com diferentes gêneros textuais fazem parte do cotidiano escolar, assim como a reescrita de textos conhecidos e a produção escrita visando a apropriação de uma linguagem literária e o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias para a leitura e a escrita.

Incentivo a pesquisa, curiosidade, observação, experimentação, estudos do meio, reflexão e análise do objeto de estudo contribuem para a formação do pesquisador. O trabalho com valores e a análise de casos contribuem e marcam a diferença na formação interpessoal do aluno, uma vez que assim ele pode se ver através do outro e entrar em contato com seus sentimentos e reações. Essas experiências favorecem reflexões que permitem que cada indivíduo se coloque no lugar do outro, e, consequentemente, torna as relações mais respeitosas, amorosas e éticas. O olhar individual que os professores têm, sem desconsiderar o coletivo, marca o outro grande diferencial. Conhecer o aluno, perceber como ele pensa, age, reage e aprende é uma forma de respeitar seu processo de aprendizagem, tendo clareza dos objetivos a serem trabalhados e do percurso que se deve seguir para alcançá-los. Quando necessário a criança é convidada a vir no contra-turno para um apoio pedagógico. Este apoio é organizado a partir das necessidades específicas de um pequeno grupo de alunos. No dia do integral oferecemos atividades de enriquecimento curricu-

lar. Neste dia as crianças têm aulas de xadrez, natação, capoeira, música, artes plásticas, mídia (rádio, jornal, cinema e website). Todas essas atividades se unem para consolidar a formação integral de nossos alunos. LeYa – Quantos alunos a escola atende atualmente? Vera – A escola atende uma média de 1 300 alunos. LeYa – O que é o Festival Literário? Vera – O Festival Literário é um concurso de contos, poemas e crônicas e se organiza a partir da escolha de um autor a ser homenageado. Buscamos, assim, ler mais obras desse autor e conhecer um pouco de sua vida. Estamos realizando o VIII Festival Literário e, ao longo desses anos os alunos puderam conhecer vários autores, como o nosso saudoso Elias José, a escritora Roseana Murray, Ricardo de Azevedo, e este ano recebemos Lalau e Carmem Lúcia. Acreditamos ser possível formar leitores e escritores no interior da escola, e nosso empenho com o concurso é o de ampliar a capacidade expressiva dos alunos por meio de atividades literárias e artísticas em que eles possam criar e manifestar sentimentos e opiniões.

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Este concurso tem os objetivos de: • reconhecer as habilidades dos alunos para a leitura e a escrita desses gêneros literários; • desenvolver, incentivar e valorizar a criatividade no processo de produção textual; • desenvolver competências para a escrita de contos, crônicas e poemas. LeYa – Como a escola trabalha a música em sala de aula? Vera – Temos a intenção de desenvolver o senso estético, a expressividade, a sensibilidade, o saber ouvir e a apreciação da boa música, bem como o desenvolvimento da memória, atenção e concentração, percepção de acordes e compreensão da linguagem poética e a sociabilidade. O trabalho de educação musical muito enriquece as demais áreas do conhecimento. Em nosso projeto Interamérica por um Mundo Melhor, apresentamos grandes compositores, que são trabalhados ao longo do ano e que vão de Strauss a Tom Jobim, ou seja, música clássica e música popular brasileira reverenciando os valores culturais musicais. Nossa intenção não é formar músicos, mas desenvolver o espírito crítico do aluno, fazendo com que conheça um pouco as raízes das músicas brasileira e clássica, contribuindo assim para a preservação do patrimônio cultural

musical e despertando o gosto pela boa música. LeYa – Quais livros da Leya foram adotados em sua escola? Vera – Adotamos a coleção A Aventura do Saber das disciplinas: Língua Portuguesa e Matemática para o 2.º ano; Ciências para o 2.º, 3.º, 4.º e 5.º anos; e História e Geografia para 4.º e 5.º anos. LeYa – Por que sua escola decidiu adotar os livros da Leya para 2012? Vera – Por serem livros que apresentam uma preocupação com a formulação dos conceitos, e o fazem trazendo uma proposta espiralada e articulada com recursos que proporcionam inúmeras mediações para que ensino e aprendizagem sejam significativos para os alunos. A riqueza de imagens, fotografias, mapas, vídeos e jogos proporcionam leituras interdisciplinares que muito enriquecem o trabalho em sala de aula. Consideramos também as informações atualizadas e principalmente a abordagem da diversidade cultural que os livros apresentam. Os materiais de apoio, inclusive os recursos tecnológicos, apresentam orientações didáticas e proporcionam inferências, diálogo, questionamentos e pesquisas por parte do professor, contribuindo assim para a sua formação profissional.

LeYa – Qual é a relação dos pais com a escola? Vera – Para garantir uma educação de qualidade e o desenvolvimento da aprendizagem e autonomia dos nossos alunos, a relação entre escola e família é pautada pela parceria, pela responsabilidade compartilhada, pela colaboração e, sobretudo, pelo diálogo. Numa sociedade em que as informações evoluem a passos largos e são efêmeras, é imprescindível que tanto escola quanto família se norteiem em parâmetros sólidos e, juntas, busquem o respeito às especificidades de cada instituição. Isso inclui o fortalecimento das relações e a clareza dos papéis de todos os envolvidos. LeYa – O que é o projeto JOIA? Vera – JOIA é o nome que damos à semana dos Jogos Internos da Interamérica. Durante as semanas em que o evento acontece, as equipes se dividem em Paz e Amor e competem nas modalidades de natação, futsal, handebol, queimada, atletismo e xadrez. Os alunos se inscrevem nas modalidades de sua preferência e participam mediante a autorização de sua família, aprendendo através dos jogos a superar desafios, a lidar com a frustração de perder e o prazer de vencer. Aprendem também a respeitar as equipes na certeza de que o jogo só existe se

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LeYa – Vocês fazem trabalhos de responsabilidade social? Quais? Vera – Paralelamente aos jogos fazemos uma campanha de doação de livros, brinquedos, roupas e agasalhos em bom estado, que são entregues a creches e asilos. Também temos o projeto Interamérica por um Mundo Melhor, que desenvolve reflexões e ações visando à conscientização da comunidade escolar a respeito da necessidade de uma alimentação saudável, da diminuição do consumo e da consequente redução dos resíduos sólidos. O trabalho escolar já é por si um exercício de muita responsabilidade social na medida em que buscamos formar pessoas que incluem e respeitam as diferenças, preservam o meio ambiente e exercem a democracia e a cidadania. LeYa – Como a escola trabalha a educação alimentar com as crianças? Há uma preocupação em relação aos alimentos oferecidos na cantina? Vera – O projeto Interamérica por um Mundo Melhor contempla também a educação alimentar. Desde a entrada da criança na escola nos propomos a ensinar bons hábitos alimentares. Orientamos os pais a evitar os ali-

mentos industrializados. Os lanches trazidos para a escola devem ser mais naturais, especialmente sucos, frutas e carboidratos assados. Além disso, a escola se preocupa em dar o exemplo para as crianças e famílias, oferecendo um cardápio variado e balanceado na cantina. LeYa – Em sua opinião, quais os grandes desafios do ensino nos dias de hoje? Como superá-los? Vera – Acreditamos que os desafios dos dias de hoje são vários, mas alguns são essenciais como a aprendizagem dos valores humanos. Precisamos cada vez mais nos humanizar para que os conhecimentos sejam utilizados sempre para a melhoria da condição humana, independente da localização geográfica, da etnia. O respeito pela diversidade cultural e pela vida é condição de sobrevivência do planeta. Outro desafio é romper com a lógica da fragmentação das disciplinas, ensinar conectando as diferentes áreas do conhecimento, desenvolvendo assim o pensamento em rede. Com o desenvolvimento acelerado das tecnologias da comunicação e do conhecimento, faz-se necessário que a escola procure desenvolver nos estudantes habilidades e competências para investigar, pesquisar, questionar e gerenciar o conhecimento, visando a autonomia intelectual e, principalmente, a auto-

ria. A consciência do papel transformador da ação educativa mostra-nos que o nosso grande desafio é contribuir para a formação de sujeitos éticos que trabalhem para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Superar esses desafios não é fácil, visto que muitas vezes trabalhamos na contramão de algumas práticas e valores aceitáveis socialmente. Acreditamos que investir na formação dos educadores que desenvolvem a postura reflexiva, fazendo da ação pedagógica um ato crítico e científico, e trabalhar sempre na perspectiva do diálogo com o conhecimento, com os educadores, com os alunos e com as famílias são alguns dos caminhos para superar essas dificuldades. LeYa – Quais as novidades que a escola está preparando para 2012? Vera – Em 2012 a Escola Interamérica completa 15 anos. Preparamos atividades de lazer, culturais e científicas para comemorarmos tão importante data vislumbrando os próximos 15 anos. Como a escola desenvolve as linguagens do teatro, da música e do cinema, em 2012 essas linguagens poderão ser apreciadas com conforto e os recursos que o Teatro Interamérica proporcionará. Isso mesmo: construímos um teatro! “Luz! Câmera! Ação!” Abram as cortinas para a arte e a cultura se expressarem!

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houver o outro e que no esporte a autossuperação é a maior conquista.

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MUrAL

conheça um projeto pedagógico do colégio nossa Senhora de Sion para conscientizar as crianças sobre a importância do respeito ao próximo

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opções conscientes e atuantes. o projeto “Respeito sim!”, desenvolvido para crianças do 5.o ano, encaixa-se perfeitamente nesse objetivo, fazendo com que os alunos questionem e compreendam que as pessoas são diferentes mas o respeito deve ser igual para todos. a coordenadora pedagógica do 2.o ao 5.o ano do colégio, Rosa Filomena ignarro elias, conta todas as etapas desse projeto de sucesso: Fotos: Luiz Berenguer

colégio nossa Senhora de Sion, localizado no bairro de Higienópolis, na cidade de São Paulo, é uma instituição de ensino completa que atende alunos da educação infantil até o ensino Médio. um dos objetivos do colégio é formar seus alunos para a cidadania, abrindo espaço para questionamentos que conduzem a uma postura crítica e a

rEspEito

Neste trabalho realizado na área de Ensino Religioso, os alunos tiveram que colar em um boneco de papel logotipos de marcas com as quais se identificam. O consumo é muito presente nessa faixa etária, e este trabalho faz com que o aluno reflita sobre a diferença entre ser e ter, e leva-o a um questionamento: eu tenho que ser reconhecido pelo que tenho ou pelo que sou?

As responsáveis pelo projeto, Erika Donadio Vincentini e Telma Branco de Moraes, professoras do 5.º ano, e Rosa Filomena Ignarro Elias, coordenadora pedagógica do 2.º ao 5.º ano.

As crianças leram um livro de cordel e aprenderam em sala de aula como compor um poema deste tipo. Os alunos montaram painéis com textos de cordel sobre os temas convivência, bullying e respeito.

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siM! HeLena PoçaS LeiTão

LeYa – Qual o objetivo deste projeto? Rosa – Trabalhar o tema respeito com as crianças do 5.º ano e evitar o bullying. O bullying está sendo muito discutido, principalmente na mídia, mas não é algo novo, sempre aconteceu. Reduzimos as chances do bullying na escola quando a criança compreende o significado do respeito ao próximo. LeYa – Por que o projeto é destinado aos alunos do 5.º ano? Rosa – Porque eles estão naquele período de transição: não são mais tão crianças, porém ainda não são adolescentes. Eles estão aprendendo sobre ficar, namorar, entre outras descobertas, e ficam confusos sobre quem são e como agir em diversas situações.

LeYa – Qual a duração do projeto? Rosa – O projeto dura um ano, pois é preciso trabalhar com calma para que a criança consiga absorver todo o aprendizado. LeYa – Quais as etapas do projeto? Rosa – A primeira etapa é a leitura do livro O que fazer? – falando de convivência (editora Ática), que traz diversas situações relacionadas ao tema convivência. O tema foi discutido em sala de aula e alguns trabalhos interdisciplinares foram realizados sobre o tema. A próxima etapa é a leitura do livro E se fosse com você? (editora Melhoramentos), que conta uma história de bullying na escola. Depois da leitura os professores polivalentes, juntamente com os

de Informática, Ensino Religioso e Arte, elaboram uma proposta de trabalho. Então, primeiro há uma leitura compartilhada do livro, a criança lê em casa, depois lê com a professora em sala de aula, e cria-se um painel de discussão levantando alguns questionamentos para os alunos como: o que você acha sobre esse assunto? E se fosse com você? O que você faria? O tema é discutido em várias aulas e de diversas maneiras. O fechamento do projeto é a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos na Feira de Leitura do colégio. O resultado do projeto é lindíssimo. Confira as fotos de alguns trabalhos realizados durante o ano.

Em outro trabalho, os alunos tinham que criar um personagem com objetos de sucata. Este foi um trabalho individual. É possível verificar que a criança acaba escolhendo o personagem que a represente ou que ela gostaria de ser. Antes de colocar a mão na massa, os alunos pensam em sala sobre como seu personagem deveria ser, quais suas características etc.

Criação de uma cena em que o pano de fundo é o Colégio Sion. As crianças fizeram bonecos de papel, biscuit ou outros materiais que representavam os alunos da escola de acordo com seus aspectos físicos. O trabalho foi realizado em grupo, e as crianças tiveram que discutir e chegar num acordo sobre os tipos de personagens que colocariam no trabalho: crianças acima do peso, “patricinhas”, “valentões”, entre outros.

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No mundo das novas habilidades, o aprender a aprender envolve recursos tecnológicos variados e muitas vezes sofisticados

MUNDO DIGITAL

Quais são os caminhos da

pesquisa escolar em nosso século?

• Plataforma educacional: A 10 Escola Digital (www.solucaosei.com.br) proporciona um ambiente interativo e direcionado aos interesses didáticos. A vantagem desta plataforma educacional está na qualidade do material disposto, pois a revisão e o direcionamento didático estão atestados pela equipe pedagógica responsável. Ela oferece recursos como jogos, imagens para projeção em sala de aula, interação com os alunos por meio da plataforma, testes e outras muitas ferramentas que facilitam a vida do professor e enriquecem as aulas. • Software (tradutor): Pesquise sem fronteiras idiomáticas. Escolhi instalar o Bing Bar 7.0, e o Explorer já abre com a barra que oferece um ícone para tradução, mas existem outras opções que o Google também oferece. O link para baixar a barra do Bing é: http://www.baixaki.com.br/ download/bing-bar.htm. Alguns cuidados são sempre necessários, como um bom programa antivírus e o hábito de ler as avaliações dos usuários que utilizam o software. Nada substitui a capacidade de interagir do professor, e ainda temos competência para avaliar os conteúdos oferecidos aos alunos. Isso não nos desobriga da oferta de uma aula mais interessante e atraente, pelo contrário, cobra novos conhecimentos, que construiremos estudando, praticando, planejando, aplicando e avaliando. * Professor Leandro Wendel Martins é pedagogo com especialização em TICs e atua em diversos projetos de formação de professores. leandrowendel@uol.com.br; http://professorleandromartins.blogspot.com

Kraska/ Shutterstock

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embro-me do século passado, quando cursava os anos finais do Ensino Fundamental, íamos à biblioteca pública para confeccionarmos os trabalhos do bimestre. Copiávamos partes dos livros em folhas de papel almaço e depois construíamos a capa, algumas elaboradas com pequenas queimaduras nas bordas, outras com desenhos copiados, e finalmente entregávamos o calhamaço de folhas aos professores. Hoje, entendo que essa dinâmica me fez aprender muito, pois desenvolvi autonomia indo e voltando da biblioteca, adquiri o hábito de pesquisar, melhorei meu repertório linguístico e convivi com pessoas. Em relação às habilidades, podemos afirmar: são necessárias na construção de competências; podemos aprimorá-las em diferentes situações; seu desenvolvimento depende da prática; o comando do professor é a chave para os alunos desenvolverem habilidades específicas. Portanto, analisando as premissas de nossa questão, fica claro que as metodologias do passado são necessárias e importantes, mas o aprender a aprender (autodidatismo) envolve novas dinâmicas, principalmente na escola. Vamos pesquisar com alguns recursos, partindo do simples ao sofisticado, lembrando que as habilidades são pessoais e estaremos em estágios diferentes: • Plataforma de busca: O Google (www.google. com.br) é a mais famosa delas e disponibiliza comandos para refinarmos nossas pesquisas. Temos que dobrar a atenção (analisando, verificando, interpretando etc.) em relação ao saber epistemológico no ambiente escolar, pois as pesquisas na rede sempre exigirão confronto com obras de referência.

Leandro Wendel Martins*

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Prepare sua escola para a nota máxima! A 10 Escola Digital é uma plataforma inteligente que traz soluções para sua escola dinamizar as aulas, capacitar seus professores, potencializando a aprendizagem dos alunos.

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MEU BrASIL

o parÁ conheça a história e a cultura do segundo maior estado brasileiro

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e as raízes do Brasil Mauro Generali Kinjo

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om quase 8 milhões de habitantes distribuídos em 143 municípios, o estado do Pará é o segundo maior de todo o território nacional, atrás apenas do Amazonas. A capital Belém possui 1,4 milhão de habitantes, o que representa a maior densidade demográfica da região Norte, com 1.307,17 pessoas por quilômetro quadrado. A história do estado tem início em 1616, quando os colonizadores portugueses começaram a construção do forte do Presépio na baía de Guajará, que posteriormente deu origem à cidade de Belém. Depois foram os espanhóis que chegaram à capital por questões políticas. Italianos e japoneses também fazem parte da miscigenação étnica do Pará, mas, ao contrário de portugueses e espanhóis, se estabeleceram prioritariamente no sul e sudeste do estado. Hoje a população é formada em sua maior parte por pardos (73%), seguidos de brancos (23%), negros (3,5%) e amarelos ou indígenas (0,6%). O ano de 1751 foi decisivo para a oficialização do estado como uma das 27 unidades federativas do país. Com a expansão da civilização para o oeste, criou-se o estado do Grão-Pará, que abrangia também a capitania de São José do Rio Negro, onde hoje se localiza o vizinho estado do Amazonas. Um dos capítulos mais significativos da história do Pará foi o movimento Cabanagem, no ano de 1835, que chegou a decretar a independência da província do Grão-Pará. A Cabanagem representa um momento singular na história brasileira, já que foi a única revolta liderada pelas camadas populares que conseguiu tomar o poder das mãos dos colonos. Sem dúvida é motivo de orgulho para o povo paraense.

Wolfgang Kaehler/CORBIS/Corbis (DC)/Latinstock

Economia

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Devido à exploração da borracha, pela extração do látex, a economia não só do Pará, mas da Amazônia como um todo cresceu rapidamente no século XIX e início do século XX. A construção do Teatro da Paz, em Belém, e do Teatro Amazonas, em Manaus, são exemplos da riqueza deste período. Este momento de progresso econômico também refletiu na construção e estruturação dos municípios na Amazônia. No entanto, com o declínio do ciclo da borracha, veio a estagnação do mercado, da qual o Pará só saiu na década de 1960, devido aos investimentos em atividades agrícolas no sul do estado. A partir da década de 1970 teve início à exploração de minérios, principalmente nas regiões do sudeste do estado, como na Serra dos Carajás e Serra Pelada.

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Christophe Gin/Corbis/Corbis (DC)/Latinstock

Paura | Dreamstime.com

Devido à exploração da borracha, pela extração do látex, a economia não só do Pará, mas da Amazônia como um todo cresceu rapidamente no século XIX

Cultura Outra característica do Pará é a preservação das raízes culturais e as manifestações folclóricas que se fazem presentes em praticamente todos os municípios do estado. Uma das manifestações culturais mais conhecidas da região acontece no segundo domingo do mês de outubro, quando a cidade de Belém recebe milhares de devotos de todo o Brasil para a procissão do Círio de Nazaré, em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. Carregado de emoção, o Círio é considerado a maior manifestação Católica do Brasil e um dos maiores eventos religiosos do mundo. Além das procissões e outras manifestações religiosas, os folguedos populares também se destacam na cultura local. As apresentações reúnem dança, música, teatro e elementos folclóricos que contagiam o público por sua dramaticidade. Um dos mais conhecidos folguedos do Pará é celebrado na cidade de Santarém, onde a festa dura oito dias. A Marujada, em Bragança, e o Boi-Bumbá, na periferia de Belém, também são manifestações culturais importantes que reúnem multidões e trazem visitantes de diversos lugares a fim de conhecer um pouco mais da cultura do Norte do país. A culinária também é uma das características mais representativas do Pará, e entre os ingredientes

mais conhecidos estão a mandioca e o açaí. Herança da cultura indígena, a mandioca, que em algumas regiões é chamada de macaxeira, está presente em quase todos os pratos regionais, a começar pelo tacacá, um ensopado de legumes com peixes típico do Pará. Já o açaí é normalmente consumido ao natural na maioria dos lugares no estado, ou misturado com farinha de mandioca. A forma como a fruta normalmente é servida na região Sul e Sudeste, com complemento de açúcar, não é comum no Pará. Os moradores mais tradicionais consideram a receita um desrespeito com a tradição local. Os elementos encontrados na região da Amazônia formam a base de seus pratos, com o acréscimo do camarão, caranguejo, pato e dos peixes, todos temperados com folhas e frutas nativas. Destacam-se: açaí, bacaba, cupuaçu, castanha-do-pará, bacuri, pupunha, tucumã, muruci, piquiá e taperebá –, pimentas de cheiro e ervas. Os mais tradicionais são cozidos em panelas de barro ou assados em moquéns e embebidos de tucupi, caldo amarelo extraído da mandioca. Aliás, a raiz é uma das bases da culinária paraense, e sua farinha não pode faltar nos pratos locais. Fontes: Resolução da Presidência do IBGE de n.° 5 (R.PR-5/02) e site do Governo do Pará (www.pa.gov.br) páginas visitadas em 6 de novembro 2011.

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Receita: Charque Rendimento: 6 porções

Prato típico servido nos barcos a vapor, que navegavam pelo rio Iguaçu. O charque (carne seca) a vapor normalmente é servido juntamente com outros tipos de charque, como ao molho, com feijão, com arroz, com batata e em forma de farofa. INGREDIENTES 6 kg de charque 1 kg de arroz 1 kg de farinha de mandioca ½ kg de cebola picadinha (dividir em cinco partes) ½ kg de tomate

MODO DE PREPARO: Pique o charque em cubos de mais ou menos 4 cm e coloque de molho por 4 horas. Troque de água de 2 em 2 horas. Pegue todo o charque e separe em partes: a parte magra fica para o charque a vapor; a parte entremeio para ser cozida no feijão; a parte mais gorda para a farofa. Charque no vapor: cozinhe bem 1 kg de charque e desfie. Coloque na panela com a banha de porco e a cebola, frite bem até desaparecer a cebola. Charque ao molho: cozinhe 1 kg de charque com alho socado, cebola, ½ kg de tomate e o louro.

1 xícara de salsa picada 1 xícara de cebolinha picada 3 folhas de louro 3 dentes de alho socado 1 colher de banha de porco

Charque com feijão: cozinhe os dois separados: 1 kg de charque e 1 kg de feijão, e depois misture a carne com o feijão já temperado para que fervam juntos. Charque com arroz: frite bem 1 kg de charque, junte com o arroz e cozinhe por 30 minutos. Charque com batata ou purê: cozinhe 1 kg de charque com salsa, cebola e cebolinha. Sirva com pedaços de batata ou purê à parte. Farofa de charque: frite bem a parte gorda de 1 kg de charque e acrescente farinha. Acompanhamento: saladas verdes.

Receita de irineu Stein, São Mateus do Sul; cadernos Pará da gente, Secretaria do estado da cultura do Pará; (www.prdagente.pr.gov.br) página visitada em 16 de novembro 2011.

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LEYA MAIS

Leya Mais é um projeto dedicado aos livros de literatura infantil e juvenil da Leya. Você encontrará em todas as edições da Revista Leya na escola boas dicas de leitura para seus alunos, além de temas abordados e indicação de datas comemorativas para trabalhar em sala de aula. além disso, apresentamos um projeto pedagógico exclusivo para você trabalhar com sua classe.

MINHA CHUPETA VIROU ESTRELA de Januária Cristina Alves e ilustrações de Tati Móes Pedro tem que escolher entre a chupeta e o dente. Uma história sobre uma das primeiras grandes decisões da vida.

de 3 a 5 anos

Pedro amava sua chupeta verde, mas teve que abrir mão dela para não perder seu dente. Uma escolha difícil e desafiadora para um menino pequeno, mas a fantasia e a imaginação ajudaram Pedro a perceber que se um prazer se vai, há outros para colocar em seu lugar. As crianças entre três e cinco anos estão entrando e se adaptando à escola e a chupeta é um objeto transacional importante, por isso, é fundamental que o desapego dela seja feito de maneira cuidadosa e delicada. Este livro pode ajudar aos pais e professores a encontrarem maneiras criativas de auxiliar à criança a fazer essa passagem. Temas abordados: “abandono” da chupeta, desapego, substituição de prazeres, fantasia, relações familiares estruturantes. Data comemorativa: 2 de dezembro, Dia da Astronomia

de 5 a 6 anos

LÁ VEM O LUIS de Roseana Murray e ilustrações de Oriol San Julian Por meio de descobertas e novas lições, a vida que se revela aos poucos para o pequeno Luís. A poesia sensível de Roseana Murray leva o leitor a acompanhar a primeira infância de Luís, suas descobertas e novos aprendizados, “espiando” como as relações familiares vão se construindo enquanto o menino cresce e se desenvolve. Por meio das rimas e das palavras precisamente colocadas o leitor iniciante poderá fazer as suas descobertas: de si e do mundo das letras, universos que a autora soube revelar de maneira tão delicada. Temas abordados: nascimento, infância, desenvolvimento infantil, brincadeiras, relações familiares.

DONA ZULMIRA VAI AO CIRCO de Blandina Franco e ilustrações de José Carlos Lollo O picadeiro revela uma grande surpresa que emociona Dona Zulmira. O circo tinha muitas atrações, mas dona Zulmira não achava nada divertido! Até que, no final, eis que seu neto entra no picadeiro! Isso sim é que é um espetáculo de verdade, pensou dona Zulmira! Por meio de rimas simples e delicadas, Blandina vai desconstruindo a ideia que temos de espetáculo: muitas vezes o que mais nos encanta é ver aqueles a quem amamos de verdade, como dona Zulmira viu seu neto Nicolau varrendo o picadeiro! de 5 a 6 anos

Temas abordados: lazer e diversão, revisão de valores Data Comemorativa: 27 de março – Dia do Circo

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esses conteúdos e muito outros você encontra no blog do projeto Leya Mais (www.leyamais.com.br). confiram essas grandes dicas de literatura para sua escola!

de 7 a 8 anos

MÃO QUE CONTA HISTÓRIA de Márcia Leite e ilustrações de Taline Schubach O uso da imaginação como forma de superar as limitações e as diferenças.

Com um texto sensível e poético, Márcia Leite discute uma temática muito em voga hoje em dia: o respeito às diferenças e como elas podem ser pontos de encontro entre as pessoas. A história de Julieta e de como ela usa a imaginação para superar uma limitação com certeza fará os leitores refletirem sobre o que o uso apropriado de todos os sentidos que temos pode nos oferecer diferentes – e ricas – percepções da nossa realidade. Temas abordados: respeito às diferenças, a importância de contar histórias, o uso da imaginação para resolver problemas

FUTEBOL DA BICHARADA Édson Gabriel Garcia e ilustrações de João Caré A bola vai rolar em uma história cheia de jogadas divertidas que vão conquistar os leitores de goleada.

de 9 a 10 anos

Trata-se de uma fábula sobre um jogo de futebol, com direito a reportagens, poemas, cartas, classificados, glossário e muitas ilustrações, tão divertidas quanto o texto do autor, Édson Gabriel Garcia. Por meio das aventuras da bicharada que quer jogar futebol, o leitor vai conhecendo diferentes tipos de textos, as regras do futebol – e também de convivência –, e aprendendo até a fazer poesia! Temas abordados: competição, organização para diferentes tipos de tarefas, diversidade de tipos de textos Data comemorativa: 19 de julho, Dia Nacional do Futebol

AVES MUSICAIS

de 8 a 9 anos

História e ilustrações de Thomaz Meanda Prepare seus sentidos e aprenda a ouvir as canções da natureza. O que as aves têm em comum com os instrumentos musicais? Onde eles se encontram? Em seu livro de estreia, Thomaz Meanda provoca o leitor a fazer um exercício de observação encontrando semelhanças entre diversos instrumentos musicais e outras tantas aves que existem na natureza. Esse diálogo entre imagem e texto produz um livro curioso, que instiga à pesquisa e ao uso da imaginação. Como o ensino da música tornou-se obrigatório no Ensino Fundamental, este livro pode ser um excelente ponto de partida para se começar a pensar nas diversas possibilidades de encontro da música com outras linguagens. Temas abordados: música, curiosidades sobre os instrumentos musicais, diálogo entre texto e imagem Data comemorativa: 22 de novembro, Dia do Músico

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LEYA MAIS

o que levar para uma ilha deserta PoR eLaine BaRBeRo e aManDa BoRgeS Autor: Lalau Ilustrações: Laurabeatriz

O que é mais importante ter por perto? O que queremos ou o que precisamos? O que levar para uma ilha deserta é sempre uma questão instigante: o que podemos precisar? O que gostaríamos de ter conosco num lugar tão isolado? Questões como essas estimulam o leitor iniciante a refletir sobre suas escolhas e prioridades, além de provocá-lo para que use e abuse de sua imaginação! As rimas engraçadas e o desenho encantador de Laurabeatriz também fazem do livro um divertido companheiro para a descoberta do mundo das letras e da poesia. Temas transversais: ciências humanas e sociais segundo a Unesco, comportamento humano, artes cênicas, diversidade, fantasia, culinária, gêneros textuais, pluralidade cultural, poesia, português, uso de tecnologias (TICs), 8 objetivos do milênio da ONU. APRESENTAÇÃO A poesia nos fala de magia e de sonhos, a poesia consegue transformar algo abstrato como os sentimentos em realidades quase palpáveis. Esperamos que as atividades propostas neste projeto ajudem a despertar nas crianças o interesse pela leitura e pela produção de poemas, além de proporcionar momentos de aprendizagem e entretenimento por meio de brincadeiras com os signos linguísticos. FAIXA ETÁRIA: De 6 a 7 anos – Leitor Iniciante – Pré-escola e 1.º e 2.º ano do Ensino Fundamental I. [32]

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projeto pedagógico OBJETIVOS • Viabilizar o acesso ao gênero poesia de forma lúdica e criativa, incentivando a prática da leitura e o uso das tecnologias; • Possibilitar às crianças envolvidas no projeto, assim como aos demais alunos da escola, uma leitura crítica dos poemas, compreendendo o seu contexto e refletindo sobre esse gênero textual através de leitura, recital e escrita; • Construir o conceito de rima e usá-la em seus próprios textos, por meio de vivências que despertem o interesse dos alunos pela poesia e, assim, contribuam para a formação de leitores; • Estimular a criação de atividades que incluam a literatura infantil e as tecnologias no contexto escolar. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS • Para o momento de abertura do projeto, comece com a apresentação da mascote Lalau, que pode ser uma boneca ou fantoche. No decorrer de todas as aulas em que o livro O que levar para uma ilha deserta (Lalau e Laurabeatriz) for utilizado, ela iniciará com uma pequena interação questionando os alunos sobre o que eles levariam para uma ilha deserta. Explore o livro. • Apresente o gênero textual poesia à turma. Para que as crianças percebam sua estrutura, em cada poema, chame a atenção para: título, versos, estrofes, rimas, ritmo etc. Proporcione momentos de leitura compartilhada, individual ou coletiva. Ao ler as poesias, a professora deve pedir para as crianças procurarem as palavras que rimam. Com esse exercício elas perceberão que alguns poemas não têm rima. • É possível um trabalho com as receitas culinárias após a leitura do poema “Uma vó gordinha”. Apresente uma receita de bolo ou quindim para as crianças, questionando se aquele tipo de texto se parece com o poema lido. Discuta sobre a funcionalidade daquele tipo de texto. Se houver a possibilidade, vá até a cozinha da escola e faça a receita, assim vocês podem verificar se ela realmente dá certo. • Trabalhe o texto poético de forma lúdica, utilizando o teatro como estratégia de conhecimento. Proponha a declamação do poema “Um brinquedo que assusta”. Primeiramente, a leitura pode ser coletiva, depois, solicite que alguns alunos dramatizem a poesia. Na dramatização estes devem assumir tanto o papel de público, como o de atores. AVALIAÇÃO Durante o desenvolvimento do projeto, o professor avaliará se o aluno: • compreendeu a função social da poesia; • percebeu a importância da sonoridade num poema; • diferenciou verso de estrofe; • distinguiu as rimas existentes. O professor poderá também analisar a escrita e os desenhos dos alunos, verificando se eles conseguiram expressar seus pensamentos a respeito de uma casa ideal. [33]

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MUITO MAIS AULA

CIÊNCIAS

culinÁria saudÁvEl eLaine Do aMaRaL

o entenda como incentivar a alimentação saudável entre as crianças

número de crianças e adultos obesos é cada vez maior em todo o mundo. esta situação fez com que a organização Mundial de Saúde passasse a considerar a obesidade um problema de saúde pública tão preocupante quanto a desnutrição. no Brasil, estima-se que 20% das crianças e 25% dos adultos sejam obesos. a obesidade é uma doença que depende de vários fatores para se desenvolver: a genética da pessoa, fatores culturais e étnicos, sua predisposição biológica, estilo de vida e hábitos alimentares. as pessoas, no entanto, engordam por uma simples questão: consomem mais calorias do que gastam. em outras palavras, não se alimentam de forma equilibrada e muitas levam uma vida sedentária. Se o corpo não usa a energia que ingeriu, por meio de atividades físicas, essa energia se transforma em gordura e se acumula no corpo, causando o aumento de peso. a família e a escola exercem papel fundamental na aquisição de bons hábitos alimentares pelas crianças, principalmente por meio de exemplos no dia a dia e incentivo dos educadores. convém prestarmos atenção nos produtos vendidos nas cantinas escolares, pois a maioria não é muito nutritiva. a pirâmide alimentar, amplamente utilizada nas aulas sobre o assunto, continua sendo uma boa opção para que as crianças entendam como se alimentar de forma correta.

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suGEstão dE traBalho

Projeto Pedagógico

Público-alvo: 1.º ao 5.º ano do ensino Fundamental i tempo estimado: 10 aulas Disciplina: ciências avaliação: confecção do cardápio; predisposição para a mudança de hábito.

EtaPa 1

Depois de trabalhar com as crianças a pirâmide alimentar, peça que montem um cardápio contendo todas as refeições que elas fazem diariamente.

EtaPa 2

Divida os alunos em grupos e peça que eles troquem os cardápios. em posse do cardápio do colega de grupo, oriente os alunos a fazerem as alterações que julgam necessárias para que o colega tenha uma alimentação mais saudável. Depois, os alunos deverão destrocar os cardápios. cada um deve então dizer quais foram as alterações propostas pelo colega em seu cardápio e se concorda ou não com elas.

EtaPa 3

construa um cardápio coletivo para ser seguido durante uma semana. incentive a participação de todos os alunos.

EtaPa 4

Promova uma “Semana do lanche saudável” a partir do cardápio elaborado pela turma (pode ser lanche coletivo ou individual). Durante este período colha informações sobre o tipo de alimentação que os alunos têm fora da escola. Tente descobrir qual foi o impacto do projeto sobre a família.

GRUPO 7

Dica: nunca diga ao aluno que ele não pode comer isto ou aquilo, promova uma reflexão sobre os benefícios e malefícios do alimento em questão.

GRUPO 8 GRUPO 5 GRUPO 6 GRUPO 4

GRUPO 2

GRUPO 3

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GRUPO 1

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MUITO MAIS AULA

GEOGrAFIA

novas tEcnoloGias eLaine Do aMaRaL

google Maps e google earth: um giro pelo mundo

o

google earth é um programa que permite localizar praticamente qualquer lugar do planeta por meio de imagens de satélite. De acordo com o roteiro de nossa escolha, conseguimos identificar construções, ruas e estradas. Depois de digitar o nome do país, estado ou cidade desejada, além de podermos conhecer este lugar através das fotos do satélite, podemos também girar a imagem, marcar locais, medir distância entre dois pontos e até mesmo ter uma visão tridimensional, entre outras possibilidades. a utilização desta ferramenta em sala,principalmente nas aulas de geografia, tem fascinado professores e alunos: ela torna as aulas mais atraentes para os alunos e mais eficaz para os professores. o google earth pode ser instalado no computador sem maiores problemas. acesse o site earth.google. com/intl/pt, clique em download e siga as instruções que serão apresentadas na tela. Há também a opção de acessar o site google Maps (http:// maps.google.com.br), um serviço de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite. ambos os serviços são gratuitos.

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suGEstão dE traBalho

Projeto Pedagógico

Público-alvo: 5.º ano do ensino Fundamental i tempo estimado: 5 aulas Disciplina: geografia avaliação: uso da ferramenta; localização.

mEDinDo aS DiStÂnciaS, EncontranDo caminHoS. • No Laboratório de Informática da escola, divida os alunos em duplas. • Peça aos alunos que acessem o Google Earth ou o Google Maps e deixe-os se familiarizarem com a ferramenta, indique algumas possibilidades de uso, informe sobre curiosidades que achar interessantes. • Após a familiarização, hora de iniciar o trabalho. cada aluno deverá localizar a sua casa no mapa e, fazendo a aproximação, ele deverá anotar os pontos de referência (praças, avenidas, parques) que estão ao redor de sua residência. (os dois alunos da dupla devem fazer a atividade.) • Depois de os dois alunos localizarem suas residências, eles deverão traçar o caminho mais curto da casa de um até a casa do outro. eles deverão marcar a distância, quais as principais ruas e avenidas percorridas e quais os pontos de referência que podem ser apontados entre uma residência e outra. • Agora cada aluno deverá traçar o caminho de sua residência até a escola, medir a distância e encontrar caminhos alternativos. • As duplas deverão fazer as comparações: quem mora mais perto da escola? Existem caminhos alternativos para ambos? • Peça às duplas que compartilhem com os colegas tudo o que tiverem encontrado: os pontos em comum, as distâncias etc., e relatem também o que acharam da experiência de pesquisar com o google earth ou Maps.

kanate/ Shutterstock

Em uma próxima oportunidade o professor poderá fazer o mesmo trabalho para a caracterização do bairro onde a escola se encontra, por exemplo. ou a caracterização da cidade, identificando os pontos turísticos, a distância entre eles, enfim, existe uma série de atividades que podem ser desenvolvidas com o Google Earth e o Google maps.

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MUITO MAIS AULA

aBc

a contação de histórias como instrumento pedagógico

LÍNGUA POrTUGUESA

Era uMa vEz... uM instruMEnto prEcioso Projeto Pedagógico

SiLVia LaceRDa

D

urante minhas palestras sobre literatura infantil e oficinas de contação de histórias, muitos professores me perguntavam se a contação se destina apenas a momentos de lazer e entretenimento para seus alunos e para aqueles famosos dias em que só uma boa história aquieta a meninada, ou se ela poderia ser usada também como instrumento pedagógico. É curioso o fato de que vários educadores ainda não tenham percebido o excelente recurso que têm em mãos para transformar suas aulas em momentos de agradável aprendizagem. Muitas pesquisas já mostraram que, de tudo aquilo que apenas escutamos, esquecemos 90% no espaço de 72 horas. Daquilo que ouvimos e vemos, a nossa memória retém muito mais: 30% aproximadamente. Por isso, do ponto de vista pedagógico, seria muito mais eficiente se trabalhássemos proporcionando aos alunos situações de ouvir, ver e praticar, e os contos são elementos que possibilitam essas práticas. Que os contos de fadas despertam interesse e encantamento não há dúvida. Mas como transformá-los em nossos aliados em sala de aula? São inúmeras as formas de explorar essas histórias. Vejamos, por exemplo, o caso das fábulas. É sabido por todos que as fábulas têm duas finalidades importantes: instruir e divertir. São pequenos textos que escondem um ensinamento moral. Por isso, são adequadas quando queremos abordar certos assuntos com os alunos e não pretendemos fazê-lo diretamente. Podemos usar as fábulas de esopo, que primam

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pela astúcia, como “a raposa e as uvas”, “a cigarra e a formiga”, “a tartaruga e a lebre”, “o menino que gritava ‘lobo’”; ou ainda as de La Fontaine, importante fabulista francês do século XVii, que escreveu “o menino e a mula”, “o leão e o rato”, “o carvalho e o caniço”, entre outras, sem contar com as geniais adaptações e recriações de Monteiro Lobato, como “o burro na pele de leão”, “o corvo e o pavão”, “o macaco e o gato” e “o menino do leite”. Mas não são apenas as fábulas que têm essa finalidade, muitos contos de fadas também podem ser usados com a mesma intenção, pois, segundo a Dra. clarissa Pinkola estés, o conto pode contribuir para o aprendizado da vida e para o desenvolvimento da percepção. Tomemos como exemplo “o patinho feio”. o bullying vem sendo debatido em todas as instâncias da nossa sociedade e o debate chegou onde precisava: à sala de aula. Para abordar e discutir um assunto delicado como esse, por que não lançar mão de um interessante e, ao mesmo tempo, emocionante conto? a professora pode fazer desde a simples leitura do texto, até a dramatização da história, proporcionando aos alunos a possibilidade de encenar, e portanto vivenciar, as emoções de cada uma das personagens, com suas dúvidas, tristezas, o sentimento de rejeição sofrido pelo pequeno cisne e sua vitória final. um debate posterior daria oportunidade à professora de avaliar a atividade, e uma mudança de comportamento da turma relacionada ao assunto comprovaria a eficácia do trabalho. Também é fundamental para o sucesso do projeto - porque toda atividade desse gênero deve partir de um projeto - que a professora reforce os conceitos éticos e morais e as questões mais relevantes abordadas pelos alunos através de outras atividades ao longo do ano. os benefícios de uma boa e bem planejada contação de histórias são apontados por muitos estudiosos como um importante auxiliar na formação cognitiva, ética e moral das crianças, na compreensão e assimilação dos significados, no enriquecimento de seu vocabulário, na produção textual e no desenvolvimento de práticas leitoras. Para que o professor lance mão desse eficiente instrumento pedagógico, são essenciais alguns cuidados.

1. o primeiro deles é criar um ambiente propício para a prática da contação, que não deve ser simplesmente o da sala de aula. Tire, por exemplo, as carteiras do lugar, utilize almofadas, um tapete ou crie um cantinho fixo, na própria sala ou na biblioteca da escola, caso haja uma, e ofereça um espaço diferente para os alunos. um lugar reservado e silencioso no pátio, onde os alunos não se dispersem, também pode ser apropriado. essa hora deve ser um presente para os alunos, aguardada com alegria e expectativa por todos. 2. crie um ritual, um clima de encantamento sempre que se referir à hora da contação, ou seja lá o nome que você der ou as crianças escolherem para esse momento. Se tiver oportunidade, utilize música. 3. caso saiba tocar algum instrumento, ficará perfeito: um violão ou uma flauta doce podem fazer toda a diferença, e as crianças também poderão usar instrumentos de percussão como acompanhamento. 4. na montagem, manutenção e deslocamento dos alunos para o ambiente da contação, você já estará trabalhando questões importantes como disciplina, socialização, organização, criatividade, coleguismo e respeito. 5. escolha o texto com cuidado, sempre partindo de um projeto ou plano de aula. não pense no conto apenas como instrumento pedagógico, ele deve servir também como uma forma de entretenimento. É interessante que, além dos contos tradicionais, as crianças também entrem em contato com textos da áfrica, Portugal, espanha, itália, japão, alemanha e Líbano, entre outros, para que conheçam outras culturas e, consequentemente, a sua própria. 6. Determinados o espaço e o texto, inicie sua contação. não se esqueça de, no início ou no final da contação, apresentar o livro para a criança, este hábito aproximará cada vez mais o aluno do livro. cabe ao professor elaborar bons projetos pedagógicos que incluam os contos de fadas e as fábulas, e propor a seus alunos uma viagem por esse inesgotável universo de magia e encantamento. Mãos à obra!

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MUITO MAIS AULA

EducaÇão

FinancEira

MATEMÁTICA

para as crianÇas eLaine Do aMaRaL

a

educação financeira não é modismo, mas um desafio para pais e escolas. com o intuito de estimular o consumo responsável, a educação financeira segue princípios de transversalidade e interdisciplinaridade estabelecidos nos Parâmetros curriculares nacionais (Pcn). articulada aos temas transversais (Ética, Saúde, Meio ambiente, Pluralidade cultural e orientação sexual) e respeitando os princípios da educação moderna, que visam à formação de alunos cidadãos, pensantes, críticos, autônomos e capazes de idealizar e realizar projetos individuais e coletivos, a educação financeira será inserida no currículo escolar da rede pública de todo o país partir de 2012, exigência prevista no Projeto de lei 171/09. em algumas escolas da rede privada a educação financeira já é uma realidade. a educação financeira atual além de oferecer o caráter matemático, deve adotar uma abordagem comportamental, trabalhando simultaneamente capacidades cognitivas, afetivas e sociais. Parte da habilidade ao lidar com o dinheiro, tanto na infância como na vida adulta, está relacionada à capacidade de diferenciar o “eu quero” do “eu preciso”.

confira sugestões de como ensinar as crianças a diferenciar o desejo da necessidade de comprar algo

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suGEstão dE traBalho

Projeto Pedagógico

EtaPa 1

alunos do 3.º ao 5.º anos do ensino Fundamental i 1 bimestre (poderá ser repetido várias vezes durante o ano) Matemática manuseio da planilha; habilidade de cálculo; predisposição para economizar o dinheiro kanate/ Shutterstock

Público-alvo: tempo estimado: Disciplina: avaliação:

Peça aos alunos que providenciem um cofrinho. Mantenha-o na escola. elabore uma planilha simples de controle de gastos e forneça uma cópia para cada aluno. estipule um período no qual os alunos deverão economizar o seu dinheiro (lanche, mesada, doações, etc.). cada vez que o aluno depositar o dinheiro no cofrinho deverá registrar na planilha o valor depositado. (Se houver necessidade de retirada no decorrer do processo, esta também deverá ser registrada.)

EtaPa 2

após este período, faça um bazar na sala com objetos de interesse dos alunos (material escolar, brinquedos e jogos, alimentos). o material pode ser providenciado pela escola, doado pelos pais dos alunos envolvidos. Também é possível incentivar os alunos a doarem os objetos. Peça para os alunos abrirem os cofrinhos e fazerem as compras do bazar.* antes de iniciar esta etapa, converse com os alunos sobre a necessidade de diferenciar o que eles querem daquilo que eles precisam.

EtaPa 3

Solicite aos alunos que registrem na planilha o quanto gastaram e o quanto ainda sobrou do dinheiro. Peça que deem um destino ao dinheiro que sobrou. (Deixe que eles tomem a decisão e retome a conversa sobre a importância de diferenciar o querer do precisar.)

*lembre-os de que o dinheiro poderá voltar para o cofrinho e o processo terá início novamente.

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MUITO MAIS AULA

HISTÓrIA

dEMocracia na Escola eLaine Do aMaRaL

assembleia de classe, uma lição de cidadania

as

assembleias escolares vêm sendo usadas como meio de buscar resoluções de conflitos e melhorar o convívio social. Sendo assim, contribuem para a construção da cidadania e transformam a escola num espaço democrático. Sabemos que a escola tem fundamental importância e responsabilidade na formação ética e moral dos alunos. as assembleias facilitam esse processo, uma vez que os alunos têm a oportunidade de participar das decisões e da resolução dos problemas que se apresentam. Delas participam o professor e todos os alunos da turma.

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suGEstão dE traBalho Público-alvo: 1.º ao 5.º anos do ensino Fundamental i tempo estimado: todo o ano (reunião de assembleia uma vez por semana, com duração de 1h). Disciplina: História avaliação: a melhora das relações interpessoais na sala de aula.

em primeiro lugar, todos os envolvidos no processo devem estar cientes das mudanças que irão ocorrer em todo o âmbito escolar, e convencidos de que essas mudanças serão benéficas, principalmente no que se refere às relações de poder. É necessário também que os educadores tenham uma base de conhecimentos teóricos para poder auxiliar na construção de práticas justas e democráticas, uma vez que não existe somente uma maneira de operacionalizar as assembleias. Todos prontos? Hora de colocar a mão na massa! explique aos alunos o que se pretende com a assembleia e como ela funciona. Fixe em algum lugar da sala dois cartazes: escreva “eu critico” num cartaz, e no outro “eu aprovo”. explique para os alunos que eles deverão criticar ou aprovar fatos e não pessoas. isso é muito importante. a partir daí, todas as vezes que algo incomodar ou agradar, o aluno ou o professor deverá escrever no cartaz correspondente. agende com os alunos o dia da assembleia. ela deverá ocorrer uma vez por semana e durar 1h. (É importante que este momento seja respeitado, evite adiamentos, atrasos ou interrupções.)

no Dia Da aSSEmBlEia: Sentem-se em círculo. o professor ou um aluno deverá ler primeiro o cartaz com as atitudes aprovadas pela classe; comente e abra espaço para que eles também comentem. incentive as ações aprovadas. Depois, leia as atitudes criticadas, uma a uma. a cada crítica lida, proponha que os alunos apontem soluções para os problemas apresentados. ao final, leia para os alunos todos os acordos estabelecidos e diga que eles deverão ser respeitados, uma vez que foram propostos por eles próprios. Desse modo, a assembleia atingirá seus objetivos.

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Fonte: aRaÚjo, u. F. Resolução de conflitos e assembleias escolares. Cadernos de educação, Pelotas, n. 31, jul-dez, 2008. p. 115-131.

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Fala, professor!

Nos dias de hoje, quais os desafios de ensinar o sistema reprodutor humano para os alunos?

“O grande desafio está em ensinar a importância de se prevenir, primeiro, contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), e também contra uma gravidez indesejada na adolescência, pois a gravidez, por mais difícil que seja, é uma vida, uma alegria, já uma doença como a Aids pode ser fatal. Os alunos adoram a aula de reprodução, pois ainda estão se descobrindo, e a aula se torna divertida e empolgante, apresentar a maravilha do início da vida humana, que começa com duas células, o óvulo e o espermatozoide. Quando falamos de reprodução, não tratamos apenas a parte científica, mas também a parte social da vida dos alunos, ou seja, a sua sexualidade, sua descoberta para estar prontos tanto física quanto mentalmente para gerar uma nova vida.” Inês Cristina Paes de Almeida Torres Pinto Professora do Ensino Fundamental e Médio da E.E. Professor Lourival Gomes Machado (São Paulo, SP)

“Precisamos lidar com vários obstáculos em sala de aula e cabe a nós, professores, organizar os conteúdos que serão passados aos alunos, adequando-os à realidade em que estão inseridos, à questão social e à faixa etária. A dificuldade de se ensinar sobre o sistema reprodutor é muito discutida entre os educadores. O professor pode aproveitar exemplos em novelas, filmes, entre outras ferramentas do cotidiano do aluno para explicar sobre o assunto de uma forma mais clara e leve para seus alunos.” Tatiane Soares Ferreira Professora do 5.º ano do Ensino Fundamental I do Colégio Otto (Montes Claros, MG)

Patrícia Simara Imhof Knevitz Professora de Ciências do 4.º ano do Ensino Fundamental e monitora de Ciências do 2.ºao 5.º anos do Ensino Fundamental do Colégio Maurício Salles de Mello (Brasília, DF)

“Muitos são os desafios e inesperadas as situações vividas em sala de aula, quando abordamos o sistema reprodutor. Estou sempre aprendendo e, em meus 20 anos no magistério, experimentando diferentes enfoques ao assunto. Busco considerar as turmas, o projeto pedagógico e os conhecimentos prévios. Os conhecimentos prévios dos alunos são um fator muito importante no processo de construção do conhecimento, que determina o início do processo de aprendizagem. Contudo, não tenho dúvida de que sempre há espaço para o aprimoramento. Para isso, muito importante é contarmos com material didático atualizado e dinâmico. Um material de qualidade, que impulsione nossa confiança e capacidade e permita ao aluno aprender de forma natural e sem alimentar preconceitos. Ensinar sistema reprodutor é muito importante em nossa sociedade. Uma parceria entre a família e a escola é fundamental para que o processo de aprendizagem ocorra de uma maneira tranquila e eficaz. Contudo, a escola é o ambiente adequado para o ensino científico e isento do tema. Para encerrar, desejo compartilhar com vocês uma experiência que tive com meu filho, quando chegou de sua aula sobre reprodução, todo feliz. Ele disse: ‘Mãe, você sabia que sou um vencedor? Fui eu o primeiro espermatozóide a entrar no óvulo’. Como mãe e professora me emocionei... meu ‘campeão’ estava aprendendo. A escola, a professora e o aluno estavam juntos construindo o conhecimento.”

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“Acredito que o desafio de tratar do sistema reprodutor para crianças seja a vergonha que os alunos, em sua maioria, possuem da própria sexualidade. Outro fator que se torna desafio é usar os nomes científicos das partes do corpo, uma vez que, fora da escola, esses mesmos termos são ditos de modo pejorativo, outro fator provocante da vergonha. Usar os termos corretos para as partes do sistema reprodutor com total responsabilidade, clareza e firmeza demonstra seriedade e dá a devida importância ao assunto. À professora cabe o desafio de pensar em estratégias que tornem o tema o mais natural possível para os alunos, assim como a aprendizagem de outros sistemas do corpo humano. Ataniele Lúcia Rodrigues Supervisora pedagógica do Colégio Otto (Montes Claros, MG)

“O principal desafio é trabalhar com um tema delicado, considerado um tabu. Em uma sociedade extremamente sexualizada, em que as meninas se vestem como mulheres, a televisão mostra cenas de sexo em horários inadequados, canções populares depreciam as mulheres, desrespeitando-as e reduzindo-as a mero objeto sexual, a escola deve assumir um papel relevante no processo de formação, enfrentando com naturalidade temas relativos à sexualidade, mesmo porque são normatizados nos documentos oficiais, como tema transversal (Orientação sexual). Também é desafiador o fato de que a temática, mesmo contextualizada no âmbito da Biologia e, portanto, revestida da pretensa neutralidade científica, suscita a emergência de questões sobre a sexualidade, que não se restringe aos aspectos biológicos, mas se amplia em áreas delicadas, como as primeiras manifestações da sexualidade e a intolerância a outras formas de expressão das identidades sexuais e de gênero, consideradas desviantes por conta da heteronormatividade vigente na sociedade. Observar e valorizar as atitudes das crianças, curiosas em conhecer seu próprio corpo, pode ser um caminho para apresentar o sistema reprodutor em uma abordagem científica, com respeito, sem preconceitos, com apropriação de linguagem específica, sem usar apelidos ou diminutivos para os órgãos sexuais. Não se pretende, contudo, entender a reprodução apenas como um atributo biológico, deixando de considerar as suas dimensões sociais, históricas e culturais, vez que, na nossa espécie, a reprodução transcende a sua importância na perpetuação da espécie, configurando-se como importante aspecto da experiência humana.” Maria Lúcia Perdiz C. Simões Coordenadora do departamento de Ciências e Biologia do Instituto Social da Bahia – ISBA (Salvador, BA)

“Além de fazer parte do livro didático de Ciências para o 5.º ano do Ensino Fundamental I, ensinar sobre o sistema reprodutor humano para as crianças se faz necessário principalmente para que elas possam conhecer e aprender corretamente as estruturas, seus nomes e funções, e as diferenças entre o corpo masculino e o feminino. Embora para alguns alunos possa parecer constrangedor, tal assunto deve ser abordado com seriedade, mas acima de tudo com naturalidade, deixando claro que são estruturas biológicas naturais e que todos os seres humanos as possuem. Este assunto aguça naturalmente a curiosidade inerente das crianças, que entre tímidas e risonhas, buscam através de perguntas incessantes respostas que satisfaçam suas dúvidas. Nesta faixa etária este assunto não precisa ser aprofundado, porém atualmente dispomos de muitos recursos na internet, e as crianças estão cada vez mais buscando respostas através desta. Então, o professor deve promover em sala de aula um bate-papo com as principais dúvidas da turma, buscando respostas que expliquem biologicamente esses questionamentos, utilizando uma linguagem cotidiana, simples e ao mesmo tempo didática. Material que o professor pode dispor: livros didáticos e paradidáticos, caixa com perguntas da turma, slides com comparação anatômica, teatro, dinâmicas, bonecos anatômicos feminino e masculino, entre outros. Quando se tem amor pela profissão, não importa a faixa etária ou o conteúdo, porque este fluirá em sala de aula, e o nosso maior desafio é a educação.”

Vanessa Carvalho Dezotti e Vânia Regina Xavier Passarelli Professoras de Ciências Biológicas do Colégio Eco (São Paulo, SP)

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Ilíada Amorim Professora do Ensino Fundamental do Colégio Saber Viver (Recife, PE)

Miranda Betânia

“Como professora do Ensino Fundamental do 4.º e 5.º anos, percebo que ainda existe certo preconceito quando pronunciamos os nomes dos órgãos que fazem parte dos sistemas genitais. Acredito que tal fato acontece devido à falta de diálogo por parte dos pais, por não tratar deste assunto com seus filhos de forma natural.”

“Sabemos que o tema sexualidade ainda é revestido de polêmica, devido à multiplicidade de visões, crenças e valores de alunos, professores, diretores e familiares. O tema tem que ser tratado com certo cuidado e bastante delicadeza, pois os alunos costumam se mostrar bem curiosos sobre como nascem os bebês, as mudanças que ocorrem com seu corpo (ou que irão acontecer) por ocasião da puberdade, entre outros. As unidades relativas ao ser humano e à saúde são introduzidas nos primeiros anos da escolaridade através do conhecimento dos sistemas que compõem o corpo humano. E é no 5.º ano, na faixa etária de 9 e 10 anos, que o tema reprodução humana é introduzido pela professora, em sala de aula, quando trabalha a unidade do livro de Ciências relativa ao assunto e usa a expressão ‘transmissão da vida’ para falar sobre os aparelhos reprodutores feminino e masculino. O laboratório de Ciências tem uma participação fundamental nessa unidade, pois lá se desenvolve um projeto de ampliação de informações, através de vídeos, que buscam elucidar o assunto abordando o crescimento e as mudanças corporais, e de palestras que esclarecem com simplicidade as dúvidas das crianças. Aqui, nós trabalhamos da seguinte forma: Primeira etapa: Com base no livro didático, a professora apresenta aos alunos as primeiras informações sobre o tema para que, através de uma intervenção adequada, construam o seu conhecimento. ‘A educação sexual na escola deve colocar o diálogo sobre a sexualidade dentro da sala de aula, através de professores com preparo adequado para desempenhar essa tarefa informativa, que tem por finalidade transmitir informações biológicas e corretas, acentuando o conceito de sexo ligado ao bonito, ao afeto, ao respeito, à responsabilidade e ao prazer’ (SUPLICY, Marta, Papai, Mamãe e Eu. São Paulo: FTD, 1990). Segunda etapa: As palestras são ministras pela professora Sonia (bióloga), que inicia com a brincadeira do telefone sem fio. Nessa atividade fala-se uma frase ao aluno que ouvirá e terá que repeti-la na íntegra para o participante seguinte, que nem sempre ouve o que foi dito, e assim a mensagem chega ao último participante que terá que falar em voz alta a frase que ele ouviu do penúltimo participante. É óbvio que a frase chega muito diferente do que foi dito pela professora. Nesse momento, surge a reflexão sobre o assunto sexualidade, pois muitas vezes ouvimos algo e, por desconhecimento, deturpamos o seu verdadeiro sentido. A professora explica que o assunto não é proibido e que temos que falar abertamente com nossos pais e professores e que assim, com certeza, os alunos terão as respostas mais adequadas para satisfazer a curiosidade que permeia a idade em questão. Geralmente as palestras são divididas em dois momentos: o primeiro com informações de um vídeo da Enciclopédia Barsa abordando o assunto reprodução humana e no segundo, muito esperado por sinal, os alunos terão contato com o material expositivo, que são os métodos contraceptivos, o que causa um verdadeiro alvoroço! Além do material lúdico utilizado pela professora, é chegado o momento de culminância da palestra, a Caixa da Curiosidade. Essa caixa é construída com objetivo de sanar aquela dúvida que geralmente não foi explanada durante todo o processo de construção do conhecimento. Os alunos têm a possibilidade de realizar perguntas em segredo ou não, e as mesmas são respondidas na íntegra pela professora, que procura ser clara e objetiva, satisfazendo assim a curiosidade do aluno. Portanto, achamos que cabe à escola e ao educador transformar e discutir tabus, crenças e atitudes existentes na sociedade, de forma que possamos assumir uma postura ética, respeitando as culturas, os valores e as religiões, dando aos alunos autonomia para eleger seus valores, suas posições e ampliar seu universo de conhecimento.” Ana Maria Rodrigues e Sonia Regina Barreto de Araújo Associação Educacional Garriga de Menezes (Rio de Janeiro, RJ)

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GENTE DO BEM

proGraMa ManuEl BandEira dE ForMaÇão dE lEitorEs conheça o programa da Secretaria de educação e Lazer da Prefeitura de Recife que leva literatura de qualidade para a rede municipal de ensino HeLena PoçaS LeiTão

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Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores foi criado em 2006 pela gerência de Biblioteca e Formação de Leitores (gBFL), órgão da Secretaria de educação, esporte e Lazer da Prefeitura de Recife, e representou um importante passo rumo à consolidação de uma política de formação de leitores na Rede Municipal de ensino de Recife. “o Programa Manuel Bandeira tem a missão de estimular e assistir atividades ligadas à leitura e à produção textual no âmbito da rede municipal de ensino de Recife. nossa equipe coordena um leque de atividades bem variado, englobando ações voltadas para a infraestrutura física das bibliotecas escolares, formação de professores e estagiários, seleção e distribuição de acervo bibliográfico para estudantes e professores, além da publicação de material institucional e apoio a produções literárias de estudantes e professores”, conta conrado Falbo, coordenador do programa. além da equipe técnica, o Programa Manuel Bandeira conta com cerca de 170 mediadores de leitura (estagiários de perfil universitário que atuam nas bibliotecas escolares) e 120 professores de biblioteca. a função de professor de biblioteca foi criada logo no início da atuação do programa com o objetivo de tornar as bibliotecas escolares espaços dinâmicos que funcionassem como pontos articuladores de todos os setores da escola. os professores de biblioteca são selecionados entre os professores da rede municipal de acordo com seu perfil e interesse em participar de atividades ligadas à leitura e à escrita, e desenvolvem nas bibliotecas escolares um trabalho contínuo de estímulo à leitura e apoio às atividades desenvolvidas em sala de aula.

uma das principais atividades do programa é a distribuição anual do kit Manuel Bandeira, que contém livros de literatura e pretende servir de estímulo para que os estudantes montem suas próprias bibliotecas. “Todos os estudantes são contemplados, do berçário às turmas de educação de jovens e adultos (os kits variam de acordo com a modalidade e etapa de ensino). a escolha dos livros é feita após um cuidadoso processo: apenas selecionamos obras literárias que passam pelo crivo de um time de pareceristas especializados nas áreas de educação e literatura. além disso, desde 2010 as escolas recebem um kit geral para análise dos professores previamente à distribuição dos livros entre os estudantes” explica conrado.

Distribuição do primeiro kit Manuel Bandeira, em 2006.

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CARREIRA

VENCENDO OS DESAFIOS DOS RELACIONAMENTOS NA SALA DE AULA

cólogos de minha equipe, e mais um grupo de educadores da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, fizemos um treinamento para 3 mil professores da rede pública, para capacitá-los a lidar com a dimensão psicológica do aluno na sala de aula. O programa teve grande êxito, o que reforçou a minha crença na vontade dos nossos professores de darem o melhor de si para nossas crianças e jovens. Mais recentemente, junto com uma equipe de educadores, preparei o programa Conquiste seus Alunos (www.conquisteseusalunos.com.br), como uma forma de transmitir conceitos e métodos importantes da psicologia para melhorar o desempenho dos professores e para que eles se aproximassem de seus alunos, conquistando melhores resultados educacionais e vencendo o desafio dos relacionamentos na sala de aula. Eu sei que os desafios que você, professor, enfrenta todos os dias são enormes e que há inúmeros problemas no cenário educacional de nosso país. Porém, acredite: eles têm solução. Sei que você, como educador, já é mestre em tornar possível o que parece impossível. Na verdade, você é a ponte entre a realidade de seus alunos e o futuro melhor que eles podem viver. Por isso, você merece todo o meu respeito, atenção e admiração. Busque um novo modo de olhar para você mesmo, para seus alunos e para seu papel de educador. Confie em você, confie em seus alunos, continue visando aprimorar-se nessa sua missão tão especial e tornar esse seu trabalho ainda mais sensacional. O futuro vai agradecer a sua dedicação!

Todo educador gostaria de ter estratégias efetivas para comunicar-se com seus alunos

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ossos professores enfrentam desafios cada vez mais complexos na sala de aula. Um dos mais complicados é lidar com comportamentos negativos de seus alunos. São tantas as atitudes prejudiciais ao aprendizado – agressividade, apatia, desatenção, rebeldia, enfrentamento, indiferença... – que os professores muitas vezes têm dificuldade em saber o que fazer. Hoje em dia não basta ser um bom profissional da educação, que transmite corretamente um conteúdo. O professor precisa de um treinamento específico para lidar com as dificuldades emocionais de crianças e jovens, pois só assim ele conseguirá cumprir sua missão de formar os brasileiros do futuro. Na verdade, ser professor é muito mais do que uma simples profissão. É uma paixão, uma vocação e, sem dúvida alguma, uma das mais belas missões de vida! E exige uma dedicação muito maior do que a maioria das profissões. Se você é professor, com certeza já conhece estas situações: dificuldades de lidar com o comportamento de seus alunos; estudantes muito agressivos ou muito apáticos, que têm pouco aproveitamento ou que atrapalham toda a turma; já ficou perto de achar que não tem o controle da classe; entre outras. Todo educador gostaria de ter estratégias efetivas para driblar esses problemas. Para o Brasil se tornar um país de campeões precisamos trabalhar muito nesse sentido. Então, uma certeza eu tenho: a transformação de qualquer ser humano começa pela educação. Por isso, sempre procurei fazer algo para contribuir com essa figura emblemática da sociedade que é o professor, agente da educação e da transformação. Na década de 1990, tive a oportunidade de ajudar professores a compreender a importância da afetividade no processo de aprendizagem. Eu e outros psi-

Roberto Shinyashiki

Dr. Roberto Shinyashiki é médico psiquiatra e terapeuta, especialista em comportamento humano, palestrante e escritor com mais de 6,5 milhões de livros vendidos, entre eles Conquiste seu alunos, Problemas? Oba!, A carícia essencial – uma psicologia do afeto, Pais e filhos, companheiros de viagem e O sucesso é ser feliz. Veja mais em www.shinyashiki.com.br.

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Palavra de educador

O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA: PRESSUPOSTOS PARA O TRABALHO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO. Fábio Delano Vidal Carneiro

F

alar sobre ensino-aprendizagem da língua materna na escola regular é falar de um mundo múltiplo. O caráter fronteiriço da didática de qualquer disciplina levanta questões acerca dos pressupostos efetivamente curriculares, ou da organização do trabalho escolar, e da necessária conjunção desses com o “estado da arte” da disciplina específica. No caso da língua materna, há que se ter em conta o imbrincamento entre as dimensões linguística, discursiva, sociológica e interacional da linguagem, integrando a essas as questões dos gêneros textuais, das modalidades orais e escritas, do contexto sociocultural do aluno e do impacto desse quadro geral nas práticas de letramento e formação de “agentes linguageiros”. Em relação ao ensino-aprendizagem de língua materna, a proposta de trabalho com os gêneros textuais toma força e sentido a partir do ponto em que percebe que a função da escola é formar o aluno para o exercício pleno da cidadania e para a participação no mundo letrado (BRASIL, 1998). Isso acontece pela prerrogativa do gênero textual como constructo social que é atualizado individualmente no texto empírico, no contexto de uma ação de linguagem. Para participar do mundo letrado, é preciso que o aluno seja capaz de produzir textos de forma socialmente significativa, os quais se prestem aos seus objetivos comunicativos e o ajudem a expressar seus pensamentos, intenções, enfim, que lhe possibilitem interagir em qualquer esfera de atividade humana ou domínio discursivo. Com efeito, o aluno deve ser capaz de realizar uma atividade complexa, pois produzir um texto, seja ele oral ou escrito, significa realizar uma ação de linguagem que, por estar inscrita numa atividade social, preconiza a escolha de um gênero textual a partir a) dos parâmetros objetivos e sociossubjetivos da situação de comunicação; b) do conhecimento pessoal do arquitexto, ou seja, do conjunto de gêneros significativos na comunidade verbal de que se faz parte, assim como das características gerais de cada gênero; c) da utilização de recursos discursivos, coesivos e enunciativos.

­ Fazer a devida conexão entre a atividade de linguagem, ligada às práticas sociais reais e a atividade pedagógica é algo essencial. Na verdade, somente abordando a linguagem como ação humana, histórica e situada temos a possibilidade de fazer com que os alunos sejam actantes linguageiros. Isto significa, necessariamente, fazê-los perceber que é preciso produzir textos para conseguir mover as pessoas e o mundo. Além disso, é necessário que aprendam a usar seus textos para agir em todas as dimensões da vida. Entretanto, para alcançar essa proposta, há muito o que se transformar no agir escolar. Os gêneros são, portanto, constructos medianeiros entre os enunciados estáveis e indexados socialmente e os textos empíricos singulares. Sua centralidade no ensino de língua materna justifica-se por permitirem a transposição entre o mundo da vida e o agir escolar. Fica, então, caracterizada a centralidade dos gêneros textuais para o ensino-aprendizagem de língua materna, objetivando um ensino mais produtivo e que realmente forneça as bases para o exercício da cidadania aos usuários da língua. Fábio Delano Vidal Carneiro é mestre e doutor em Linguística pela UFC com estágio doutoral na Universidade de Genebra. Membro do Grupo Gepla, ligado ao PPGL-UFC. Professor da Faculdade 7 de Setembro (CE) e supervisor de ensino do Colégio 7 de Setembro em Fortaleza (CE). Referências: BRASIL MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto – secretaria de educação fundamental, 2008. VOLOSHINOV (BAKHTIN). Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2003.

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