Jornal Nacional da Umbanda Ed. 14

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Jornal Nacional da Umbanda Edição nº 14 Índice de Matérias EDITORIAL Os Guias Espirituais e a Missão da Umbanda (Rubens Saraceni) pág 02 DOUTRINA Significado da Incorporação (Walmir Santos Pereira) pág 05 Metáfora das Mochilas (Alexandre Yamazaki) pág 06 Consciência Religiosa Umbandista (Antônio Bispo) pág 07 BALUARTES DA UMBANDA Tenda Ogum Matinata (Amador Marcondes.) pág 08 Mãe Mercedes Soares (Mãe Mercedes Soares) pág 10 AGENDA DE EVENTOS UMBANDISTAS Nota de Imprensa (Wagner e Meire) pág 18 OFERENDAS, MAGIAS E TRABALHOS DE UMBANDA O que é Magia Divina (Carolina Capelli) pág 12 PRECES E ORAÇÕES UMBANDISTAS Mensagem de Otimismo (Fabiana Lucera) pág 13 CADERNO DO LEITOR Exu 7 Demandas (Nelson Junior) pág 13 Elogio aos Médiuns (Cícera C.Neves) pág 14 Ubuntu (Om Sri Maha Lakshmyai Namah) pág 15 Reflexão: A Caixa (Dinalva Domingues de Faria) pág 15 Graus na Umbanda (Pablo Araújo de Carvalho) pág 16

DÚVIDAS E EMAILS Ogum Marê ( Edenir Santos) pág 19 Fechamento de Corpo na Umbanda ( Associação Cobra Coral) pág 20 Sua? Minha? Nossa religião (Alex Valente) pág 20 EVENTOS UMBANDISTAS Homenagem aos Pretos Velhos (Mãe Dorothea) pág 21 LAZER E CULTURA Convite (Agostinho Ferreira) pág 22 2º Festival de Curimba (Sandra Santos) pág 23 Sobre Pretos Velhos no Jornal O Diário de Catalão (Dalto Barros) pág 25 Livros (J.N.U.) pág 28 ÚLTIMA PÁGINA Planetas que giram ao contrário (Alexandre Toledo) pág 29

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Além das matérias que estão nesta edição, visitando o site www.jornalnacionaldaumbanda.com.br você encontrara no menu “textos Especiais” o texto sobre o que é Magia Divina na íntegra, encontrará também outras matérias que por serem longas demais, decidimos deixar a disposição direto no site, para que todos possam baixar ou simplesmente consultar quando quiser. No menu “Baluartes da Umbanda”, você vai encontrar desde a primeira matéria já publicada, como também fotos e vídeos dos Baluartes da Umbanda que já foram entrevistado pelo JNU. Esta semana estaremos disponibilizando um menu chamado “Downloads”, onde poderão baixar mensagens em arquivos Power Point, animações em Flash, pequenos vídeos de assuntos umbandistas e imagens livres relacionadas a Umbanda. PEDIMOS A VOCÊ AMIGO LEITOR, QUE NOS ENVIE MATÉRIAS SOBRE OS OGÃNS EM SEUS TERREIROS. QUEREMOS HOMENAGEÁ-LOS, CONTANDO UM POUCO SOBRE ELES E SUA FUNÇÃO NOS TERREIROS DE UMBANDA. Envie para o e-mail: contato@jornaldeumbanda.com.br

COLÉGIO DE UMBANDA SAGRADA PAI BENEDITO DE ARUANDA. Rua Serra de Bocaina, 427 - Belenzinho – SP/Capital. CURSO DE DOUTRINA TEOLOGIA E SACERDÓCIO UMBANDISTA. O Colégio de Umbanda, atendendo a vários pedidos de pessoas que não têm como fazer o curso a noite, decidiu abrir excepcionalmente, um curso de Doutrina, Teologia e Sacerdócio de Umbanda às quartas-feiras na parte da manhã, no horário das 10h00 às 12h00. O curso é voltado somente para médiuns incorporantes. Duração: 18 meses. Mensalidade: R$ 40,00. Faça sua reserva através do telefone (11) 4221-4288 ou pelo e-mail: contato@colegiodeumbanda.com.br Data prevista para inicio: 06 de Julho de 2011.


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EDITORIAL

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OS GUIAS ESPIRITUAIS E A MISSÃO DA UMBANDA Nós sabemos que o ato de incorporar espíritos acontece desde os primórdios da humanidade sendo que tanto acontecem incorporações controladas quanto totalmente fora de controle. As incorporações controladas acontecem dentro de trabalhos mágico-religiosos, também tão antigos quanto a humanidade, não sendo privilégio da Umbanda reproduzir regularmente este fenômeno mediúnico porque povos muito antigos e que desconhecem a existência da Umbanda já praticam há milênios a incorporação controlada de espíritos ainda que elas se mostrem menos elaboradas que na Umbanda, pois esta ritualizou e diferenciou a incorporação. Já as incorporações descontroladas vêm acontecendo desde os primórdios da humanidade e não está limitada a um ou outro povo porque acontece em todos os lugares sendo que nem sempre foi aceita como tal e sim se atribuiu a este fenômeno a denominação de loucura, segregando estas pessoas de suas famílias e da sociedade porque, quando possuídas tornam-se incontroláveis. A incorporação ou possessão descontrolada de espíritos foi explicada no decorrer dos tempos por todas as religiões e cada uma a descreveu segundo o seu entendimento sobre o assunto, com cada uma desenvolvendo um formulário mágico-ritualístico para lidar com este fenômeno. Ainda hoje, em pleno século XXI, vemos algumas religiões lidando com este fenômeno de um modo arcaico e já ultrapassado, pois desde o advento de Allan Kardec e do espiritismo essas possessões foram muito bem explicadas e colocadas à disposição de todos, facilitando a compreensão da mediunidade, que não tem nada a ver com a existência de um suposto “diabo” tão poderoso e oposto a Deus que vive atentando as pessoas e possuindo-as para levá-las para o inferno. Hoje, graças ao trabalho de Allan Kardec compreendemos perfeitamente estas possessões descontroladas e até podemos auxiliar médiuns possuídos por espíritos vingativos a lidarem com esta faculdade mediúnica livrando-os do sofrimento ao qual estavam submetidos. Então, que fique bem claro para todos que não existe uma só religião para auxiliar pessoas com desequilíbrios acentuados em suas faculdades mediúnicas. Para uma correta compreensão da possessão descontrolada temos que: 1º Acreditar na imortalidade do espírito. 2º Acreditar que se muitos evoluem no plano material e desenvolvem um elevado estado de consciência que os conduz a planos espirituais luminosos também acontece a regressão consciencial que conduz muitos espíritos a planos espirituais escuros retendo-os para que, no arrependimento corrijam-se. 3º Também sabemos que, assim como muitos espíritos que evoluíram agradecem a Deus e colocam-se como auxiliares dos que reencarnam, muitos dos espíritos que regrediram consciencialmente revoltam-se contra Deus e tornam-se perseguidores dos espíritos encarnados e principalmente daqueles que eles acham que são os responsáveis pelas suas quedas. 4º Esses espíritos “caídos” formam prazer em desencaminhar os espíritos numerosas hordas de afins que sentem retidos nas faixas vibratórias negativas,


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desenvolvendo neles a revolta contra Deus e a busca de vingança contra seus desafetos ou inimigos ainda encarnados ou não. Pois bem, como isto já foi muito bem descrito por Allan Kardec, que criou um sistema de lidar com estes espíritos dando origem ao espiritismo então precisamos compreender o contexto onde se insere a Umbanda, que adotou muitos dos conhecimentos trazidos por Allan Kardec, mas adaptou-os em uma forma diferente de utilizá-los. Se no início do século XX o espiritismo estava em plena expansão desenvolvendo um trabalho muito grande de auxílio às pessoas obsediadas por seus algozes espirituais, no entanto eles se deparavam com a imensa quantidade de pessoas que não estavam sofrendo obsessão, mas sim eram vítimas das mais diversas modalidades de magia negativa praticadas aqui no plano material por pessoas conhecedoras delas e que recorriam a elas para se vingarem dos seus desafetos ou inimigos encarnados. Com as possessões ou obsessões o espiritismo lutava muito bem, mas, com as magias negativas englobadas no nome “magia negra” não possuíam os recursos mágicos necessários para anulá-las e libertar as pessoas de ações muito bem direcionadas para destruí-las. Voltando no tempo nós encontramos em todos os continentes varias religiões, muitas delas já desaparecidas, que tinham a magia positiva ou “branca”, que era recurso para anularem as ações mágicas negativas e livrarem as pessoas vitimadas por elas dos sofrimentos que elas lhes acarretavam. Mas muitas destas antigas religiões que tinham na magia positiva o antídoto correto contra a magia negativa haviam desaparecido quase por completo, só restando poucos conhecedores profundos da verdadeira magia delas. Então o plano espiritual se movimentou para criar, nos moldes do espiritismo, uma nova religião que teria na magia um poderoso recurso

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para auxiliar pessoas vitimadas pelos que recorriam à magia negra para atingi-los. O pouco que havia restado dessas antigas religiões estava refém de algumas pessoas que não se limitavam só a prática da magia branca e sim, dependendo da recompensa também realizavam magias nefastas ao gosto dos seus contratantes. Porque eram muitos os que procuravam este tipo de acerto de contas com seus desafetos ou inimigos, muito era o sofrimento das pessoas vitimadas por elas e que, se não podiam pagar para quem sabia desmanchá-las, ficavam sofrendo sem ter a quem recorrer, pois tanto a feitiçaria indígena praticada aqui no Brasil quanto a europeia e a africana, etc., não fazem distinção na sua prática e sim, tanto a realizam para o bem quanto para o mal sendo que seus praticantes atribuem a responsabilidade por elas aos que os contratam, eximindo-se de qualquer culpa. Diante desse quadro sombrio foi que a espiritualidade superior se organizou para criar uma religião nos moldes do espiritismo, voltada para a prática da magia branca, com uma dinâmica própria para se contrapor à prática da magia negra. Assim como a prática da magia negra envia para as faixas negativas os seus praticantes, a magia branca envia para as faixas positivas os praticantes dela. E foi entre os espíritos praticantes da magia branca que essa nova religião ressonou mais intensamente atraindo muitos milhares deles que aceitaram organizar-se para, através da incorporação mediúnica controlada, começarem a ajudar as pessoas vítimas de magias negras. Espíritos de grande evolução arregimentaram muitos milhares de outros que já seguiam suas orientações e diante dos Sagrados Orixás assumiram o compromisso de, dentro da nova religião, criarem linhas de trabalhos espirituais que ligadas e regidas pelos Orixás formariam a espinha dorsal da nova religião denominada inicialmente de Linha Branca de Umbanda e Demanda.


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Esses espíritos de grande evolução arregimentaram muitos milhares de outros espíritos também conhecedores da magia e que, em suas últimas encarnações haviam pertencido a várias religiões e povos diferentes, inclusive praticavam de formas diferentes suas ações e, que quando começaram a incorporar solicitavam dos seus médiuns elementos de magia diversificados. Uns trabalhavam com ervas, outros com velas, outros com colares, outros com pontos riscados, outros com fitas, linhas e cordões, outros com bebidas, outros com pós, etc. criando em pouco tempo um vasto formulário mágico umbandista que, se usava os mesmos elementos usados em outras religiões mágico-religiosas, no entanto davam a estes elementos uma utilização diferente e isto causou espanto nos tradicionalistas que, desconhecendo o poder mágico dos guias de Umbanda achavam que a nova religião agia de forma profana com elementos de magia tidos como sagrados para eles. Na verdade, não são os elementos que contêm poderes em si mesmos e sim eles estão nas mãos dos espíritos guias de Umbanda que os manipulam segundo a necessidade das pessoas que os consultam e eles, livres de qualquer convencionalismo ou ritualismo os manipulam o tempo todo sem se preocuparem com o que deles falem quem duvida dos seus poderes mágicos. Portanto a nova religião criada com o nome de Umbanda diferencia-se do espiritismo tradicional, ainda que se sirva dos seus conhecimentos, e diferencia-se dos tradicionais cultos afro-ameríndiobrasileiros porque ainda que se sirva das suas nomenclaturas ou iconografia, no entanto deu a elas uma nova utilização e entendimento visando facilitar seus trabalhos mágico-religiosos em benefício das pessoas vitimadas por nefastas magias negativas. Esta simplificação na manipulação dos elementos de magia e de culto e acesso as Divindades é o que diferencia a Umbanda

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do moderno espiritismo e das antiguíssimas religiões mágicas e engana-se quem pensa que todos os espíritos são iguais, pois há aqueles que não são capazes de uma única ação mágica e há os que têm um grande poder de realização desenvolvido quando ainda viviam no plano material e que foram aperfeiçoados depois que desencarnaram e que, já livres das limitações do corpo biológico sentiram-se aptos a ampararem muitas pessoas ao mesmo tempo, trabalho este que podem realizar após ingressarem em alguma linha de trabalhos espirituais umbandistas. Não houve o acaso na criação da Umbanda e ela atendeu a um clamor dos espíritos altamente evoluídos direcionado a Deus para que Ele lhes facultasse uma via religiosa afim com suas formações passadas onde, ainda no plano material, já se dedicavam a amparar e ajudar pessoas vitimadas por magias negativas ou perseguidas por seus inimigos espirituais. Muitos, ao descreverem a criação da Umbanda limitam-se ao evento acontecido no lado material com o seu fundador pai Zélio Fernandino de Morais e não atinam com a sua real criação já acontecida no plano espiritual. Portanto que nenhum médium umbandista se surpreenda com a forma dos seus guias trabalharem e não atribua a eles ignorância ou atraso religioso porque as ditas religiões mentalistas ou filosóficas não sabem como combater as ações mágicas negativas desencadeadas em grande parte por seguidores delas que buscam nessa modalidade de magia acertar suas contas pendentes com seus inimigos encarnados e, justamente por não saberem lidar de forma correta com a magia negra e com as hordas de espíritos trevosos que atormentam seus seguidores, preferem atribuir o sofrimento deles a um suposto diabo, oposto a Deus, do que reconhecerem que a prática do mal contra os seus semelhantes é inerente ao ser humano, mas que essas religiões não sabem como combater.


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O SIGNIFICADO DA INCORPORAÇÃO Incorporação; ação de incorporar. Incorporar; 1 dar forma corpórea a: 2 juntar num só corpo: 3 unir, ligar, reunir (em um só todo): 4 agregar (pessoa física ou jurídica) sob a forma de companhia ou sociedade por ações, cotas, com um fim de construir edifícios, etc,; 5 tomar corpo, 6 ingressar em; reunir-se, juntarse. Eis toda definições contidas no dicionário, mas falando no sentido espiritual qual seria seu real significado? Muitos têm uma visão ou concepção errada do verdadeiro sentido de incorporar nos dias de trabalhos espirituais, tendo em vista a falta de informações, pois existe um dogma muito antigo que o médium é simplesmente um cavalo ou como alguns guias costumam chamar seus médiuns de meus burros, alguns têm outras concepções bem melhores: que médiuns são canais de comunicação do plano espiritual para com o plano físico, que em termos estão corretos, mas incorporar não é somente ser um canal de comunicação, existe um propósito muito maior por trás desta faculdade mental que muitos praticam dentro dos templos. A incorporação de nossos guias espirituais em nosso corpo físico além de ser uma troca contínua de fatores, tem como sentido principal fazer com que assimilemos e comecemos a manifestar em nossas vidas e para as dos nossos semelhantes o que chamamos de sete linhas da umbanda, que são as sete Virtudes Divinas (fé, amor, conhecimento, razão, lei , sabedoria e a vida). Portanto, não é certo vestir o branco, que para nós representa a pureza da fé e ser visto como um cavalo ou simplesmente só como um canal de comunicação do espiritual para o material. Assim estaremos dando sentido ao modo que alguns guias se referem a nós. Temos que nos conscientizar que, em se tratando de plano espiritual, ainda estamos engatinhando com relação ao conhecimento, mas por outro lado muito já foi aberto para nós através de psicografia de mestres espirituais. Alguns talvez não aceitem o evoluir das coisas, (pois se tratando de Deus nada é estático e tudo é movimento simplesmente por causa de seus egos dominadores, pois se acreditam senhores do conhecimento Divino, e

não pretendem dividir ou até mesmo perder seus discípulos para aqueles quem trazem algo diferente do que eles pregam, pois fazem da religião um verdadeiro mercado de seres humanos que, inocentemente, ou talvez ignorantemente fecham os olhos para as coisas que muitos fundamentam. Os fundamentos que nos chegam são para melhorar nossas práticas e caminharmos de forma sábia naquilo que estamos praticando. Hoje temos a nossa disposição vários livros fundamentando tudo aquilo que era oculto, ou talvez desconhecessem, mas era conveniente falar que era oculto, pois não tinham que explicar minuciosamente, aonde poderiam se complicar ou complicar mais ainda em nossas cabeças. Portanto estudem as suas religiões para não serem tachados como atrasados e ignorantes perante os outros seguidores de outras religiões, pois Umbanda é estudo, amor e caridade, então questione tudo, vá buscar explicações, pois nada é por acaso e tudo tem a sua explicação, desde a mais remota lenda, que hoje ela é remota mas quem a contou pela primeira vez tinha seus fundamentos. Até certas atitudes e hábitos de nossos avos para algumas ocasiões tem os seus porquês, e nunca aceite como resposta a frase “há mais mistério entre o céu e a terra do sonha nossa vã filosofia”, porque isso é desconhecimento das coisas, desculpa por não saber ou não conhecer. Falando assim não pretendo dizer que teremos que saber tudo porque o conhecimento é infinito, mas temos que conhecer muito daquilo que praticamos. É através do conhecimento que entendemos a essência da religião, que é o seu principal fundamento. Como diz o Mestre: “Nenhuma religião é melhor que seu pior praticante”. “Cada um é responsável por todos e vice versa”. Portanto, quando a base da pirâmide é firme, nossas raízes nos levarão de volta as estrelas. E na espiritualidade, de uma forma geral, todas as vias de crescimento para o ser humano, colocadas por Deus à nossa disposição são boas, só precisa saber como você a pratica no seu dia-dia para com seus semelhantes e o quanto você conhece daquilo que está praticando. “Procure não desenvolver dentro de


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si algum preconceito de que a minha Umbanda é melhor e a do fulano é pior, pois todas são boas. Então, as pessoas que queiram se iniciar ou estão se iniciando, que façam sua caminhada sem temor. Confie que tudo está sendo conduzido pelo Superior. Mas procure instruir-se, procure aprender e não colocar

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bloqueios dentro de si mesmo, contra isso ou aquilo, mas sim ir até cada coisa e aprender sobre ela e dela extrair o seu juízo, a sua experiência, porque isso é que vai contar”. Enviado por: Walmir dos Santos Pereira E-mail: walmir.s.p@bol.com.br

METÁFORA DAS MOCHILAS Enviado por: Alexandre Yamazaki E-mail: alexzaki@hotmail.com

Recentemente ouvi uma metáfora sobre o comportamento humano muito interessante, que era mais ou menos assim: “O ser humano caminha pelo mundo sempre em fila indiana. Carrega em sua jornada duas mochilas, uma na frente e outra em suas costas. Na da frente leva suas virtudes e qualidades e mantém seus olhos atentos a elas, na das costas leva seus defeitos e dificuldades. Carrega suas virtudes bem próximas ao peito, enquanto observa os defeitos e dificuldades do outro a sua frente, sem se dar conta que aquele que vem atrás, pensa o mesmo dele”. Este pequeno texto foi encaminhado por e-mail e o autor eu desconheço, mas achei que poderíamos a partir desta cena convidá-los a continuar desenvolvendo essa metáfora, sendo que talvez ela nos seja útil para entendermos alguns dos nossos comportamentos. Essas mochilas fazem parte de nós. Durante nosso desenvolvimento emocional alimentamos nossas mochilas com nossos conhecimentos e desconhecimentos de nós mesmos. As confirmações e negativas às quais somos submetidos todo o tempo, vão carregando-as, ora a da frente, ora a de trás. Elas são responsáveis, entre outras coisas, por nossa auto percepção, segurança interna e autoestima que influenciam e moldam nossas propostas de relação. Realmente trazemos dentro de nós esta difícil equação. Como nos relacionarmos de forma positiva e saudável, sem enaltecermos demasiadamente as nossas qualidades, e nem negá-las ou envergonhar-se delas? A busca pela saúde emocional nos leva a andar simplesmente, ora lado a lado, ora em nossa velha fila indiana, ora alternadamente, buscando relações simétricas e algumas vezes complementares, mas tentando olhar e aceitar nossas diferenças e similaridades que regem a intensidade do ser humano. Quanto às dificuldades e defeitos, continuaremos a observá-los e a carrega-los, mesmo que andemos lado a lado. Precisamos de nossas mochilas traseiras para contrabalançar o peso que carregamos, mantendo nossas costas eretas e retas. Quando valorizamos demais nossas virtudes e nos cegamos aos nossos defeitos, tornamos nossa mochila da frente muito pesada o que obriga nosso corpo a dobrar-se para frente e impede que vejamos com clareza nosso objetivo. Como consequência, passamos a observar e a valorizar atentamente cada pedra de nosso caminho, já que estamos totalmente inclinados e com nossa atenção voltada às pedras. Estas seriam comparadas aos sentimentos de inveja que atraímos para nós. Se carregarmos demais nossa mochila das costas, exacerbando nossos defeitos e dificuldades, forçamo-nos a olhar para o céu, buscando um ideal, uma perfeição. Como resultado nos cegamos com o excesso de luz, perdendo o referencial de quem somos e do que é possível e desejado, e ficamos apenas com a lembrança de quem gostaríamos de não ser (nós mesmos). A insatisfação, nos torna rígidos e exigentes, donos de uma autocrítica implacável e na maioria das vezes surge uma imensa solidão como resultado. Engana-se aquele que acredita que a saída está em negar a mochila das costas, pois não temos como descartá-la, ela faz parte de nós. Engana-se também quem acredita que a solução seja completar a mochila da frente, pois ela se tornará pesada demais e o resultado já conhecemos. Talvez a saída esteja no entendimento que temos sobre o conteúdo de nossas mochilas, as duas faces de tudo, bem e mal intercalados e complementares. Aprender com nossos defeitos e


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dificuldades, conhecendo-os primeiramente, ou seja, passando-os da mochila de trás para a da frente, transformando-os em características e aceitando o seu lado positivo, é o movimento essencial do autoconhecimento. No começo pode tratar-se de uma jornada difícil, pois alguns passos parecem mais cansados e pesados, mas aprimorando nosso processo descobrimos que o que entendíamos como defeitos são velhos e conhecidos resultados presentes em muitos de nossa fila indiana. E aí, como se encontram as suas mochilas?

CONSCIÊNCIA RELIGIOSA UMBANDISTA! Por que estudar UMBANDA? Para aprender o que? Para se entender sobre o que? Penso que é para se entender que a UMBANDA É UM ORGANISMO VIVO e em franco desenvolvimento. E este organismo vivo, vive dentro de nós, UMBANDISTAS. Estudar e entender sua história é reconhecer a nossa própria história, é saber e dizer de onde viemos, por que viemos, e também vislumbrar um caminho por onde estamos indo. Pois já nos perdemos outrora, pela falta de conhecimento e de reconhecimento dentro da sociedade. Eu creio que estamos na fase da expansão da consciência religiosa UMBANDISTA, impulsionada por esta nova forma de ensinar a Umbanda, adotada pelos Templos Escolas, e destes novos formadores, que abrem cada vez mais o conhecimento aos novos UMBANDISTAS, como nós. Nós, que adentramos recentemente nos trabalhos, não viemos apenas pelo AMOR OU PELA DOR. Viemos pelo conhecimento, pela grande magia desta religião DIVINA! Já não nos contentamos em fazer. Queremos entender. O conhecimento abre portas e janelas, e a mente expansiva do médium, guiada pelos seus guias, se ilumina num arco íris divino sem véus, criando uma nova era para a religião. Uma era em que há o reconhecimento e o respeito, pois fazemos parte da sociedade, e já não aceitamos viver a margem desta sociedade. Todas as nossas praticas religiosas são justificáveis, mas não é errado apropriarmos as nossas praticas ao bom convívio dentro desta sociedade da qual fazemos parte. Faltou-nos em outros tempos a consciência de que fazemos parte de um todo e que devemos cumprir e honrar a nossa cota de participação. NO HINO UMBANDISTA DIZ: Avante filhos de fé, pois como a nossa lei não há! Qual é a nossa lei? A nossa lei é a Lei de DEUS. E é muito mais abrangente porque nos dá muito mais responsabilidades, nos obriga ao exercício constante da fé e do amor incondicional, do respeito às diferenças, do olhar fraterno às minorias, da humildade e do reconhecimento de si próprios, do conhecimento, da transformação e da evolução. Não aceito mais os termos pejorativos para comigo ou para com nossa religião, pois reconheço minha essência divina. Quero exigir respeito aos meus direitos, más para isto devo ter consciência de meus deveres. É A NOSSA LEI. Não compactuo com praticas que agridem minha consciência, pois reconheço os fundamentos de minha religião, e estes são simples e abrangentes. Entretanto hoje também aceito os diferentes níveis de cada um e me reconheço em cada irmão movido pela ignorância, pois assim também me entendo, apenas escolhi o caminho do conhecimento e da reflexão. Estudar de uma forma ampla é procurar adquirir o conhecimento de algo. Preparar, examinar, ponderar, amadurecer. Observar cuidadosamente o fenômeno. Dedicar-se à apreciação, análise e a compreensão. Entender o organismo vivo que habita o templo mediúnico (corpo do médium), é ter posse de sua certidão de nascimento, é apresentar seu RG a quem questione sua identidade, é saber e reconhecer de fato o seu PAI a sua MÃE, seus irmãos e a sua origem divina. Conhecendo nosso passado, construímos no presente. E podemos olhar no horizonte um futuro promissor de respeito e reconhecimento para a nossa religião. Enviado por: Antônio Bispo E-mail: antonio.bishop@terra.com.br


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TENDA DE UMBANDA OGUM MATINATA COMPLETA 25 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO O Jubileu de Prata será comemorado o mês todo por nossos irmãos Umbandistas, em Caraguatatuba – Litoral Norte de São Paulo. No próximo dia 05 de junho, a Tenda de Umbanda Ogum Matinata completará 25 anos de existência, dedicação e muito trabalho. Inicialmente fundada em Guaratinguetá há 12 anos está localizada em Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo, onde acontecerão as comemorações. Estão programadas diversas ações e eventos para a ocasião, que celebrará também os 70 anos de sua fundadora Elisa Marcondes, dirigente espiritual desde sua fundação e em plena atividade até os dias de hoje. Mãe amorosa de sete filhos (de sangue e tantos outros de fé), esposa dedicada, amiga de todas as horas, Elisa Marcondes nasceu em 1941. Iniciou suas atividades em 1959, em Guaratinguetá, sua cidade natal, no Centro Espírita “Amor e Luz”, onde estudou com afinco as obras da codificação Kardecista. Dois anos depois, por orientação do mentor espiritual da casa encaminhou-se para a Tenda de Umbanda São Jorge, sob a alegação de que seus guias pertenciam àquela corrente. Sem questionamentos, Elisa foi conhecer a nova religião que lhe fora apresentada. Trabalhou por algum tempo na cambonagem e, anos depois, iniciou seu desenvolvimento mediúnico. Em 1978, por motivo de mudança de residência teve também de transferir-se de Casa sendo acolhida pelo Centro Espírita Aganjuê, de Guaratinguetá, onde mais tarde foi totalmente preparada para o trabalho de caridade e para cumprir suas atividades como dirigente espiritual. Cinco anos depois de ingressar no Centro foi nomeada 3ª Dirigente Espiritual, cargo mais conhecido como Mãe Pequena e, mediante um juramento na cachoeira de Pai Xangô, assumiu com muito amor e dedicação o cargo que lhe fora designado pelo plano espiritual superior da casa. No final de 1985, por orientação de seu mentor espiritual, o Senhor Ogum Matinata, Elisa sai do Aganjuê e inicia sua própria tenda. Foi nessa ocasião que seu mentor lhe disse – “é chegada a hora de andar com suas próprias pernas. Minha casa se chamará TENDA DE UMBANDA OGUM MATINATA”. E assim foi feito. Em 1986 iniciam-se as atividades religiosas da casa e, com recursos próprios, foi feita toda documentação necessária para a abertura e registro oficial da entidade. Após anos de dedicação à religião de Umbanda na Casa do Senhor Ogum, eis que uma nova missão lhe é designada e a Tenda é transferida para a cidade de Caraguatatuba. A princípio, a dirigente Elisa não entendeu ao certo o que seu mentor pretendia com aquela mudança. Mas, como tudo em sua vida, uma vez designado pela espiritualidade superior, não havia contestação. As atividades iniciaram-se com poucos membros. Algum tempo depois, como a própria espiritualidade alertou, em cada colina da cidade era anunciada a existência de uma nova Casa, que praticava a caridade com seriedade e muita responsabilidade. Foi assim que, pouco a pouco, os espaços da Tenda foram aumentando e os trabalhos espirituais e sociais também atingiam um número cada vez maior de pessoas e, em fevereiro de 2004, a Câmara Municipal reconheceu a entidade como sendo de utilidade pública. Também em 2004, mediante o crescimento da casa eo grande número de médiuns e consulentes, baseados no tripé “amor, caridade e conhecimento”, os dirigentes da entidade


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perceberam a necessidade de espalhar o conhecimento de Umbanda a todos. E, em 07 de janeiro daquele ano, fora fundado por Rubens Saraceni e Alexandre Cumino, o Colégio de Umbanda Sagrada Caboclo Jurupari, uma escola umbandista que leva os conhecimentos da religião a todos os interessados pelo assunto. De lá para cá, a Casa conquistou junto a Prefeitura de Caraguatatuba um terreno para a construção de sua sede própria e depois de muito trabalho e vários eventos e ações sociais a Tenda de Umbanda Ogum Matinata conta hoje com 420m2 de área construída, divididos em Templo Umbandista, biblioteca, salão social, sala de evangelização, sala de magia, herbário, entre outros espaços. Já em sede própria foi criado o Colégio de Magia Caboclo Samambaia, que já está em sua sétima turma de iniciação à Magia. Atualmente, a casa possui um grande quadro de associados, todos comprometidos com as ações sociais e culturais da casa entre elas: - Projeto ambiental “Plante uma árvore no seu coração”, onde os médiuns ajudam a plantar árvores nas áreas de desmatamento e incentivam crianças, jovens e adultos a fazerem o mesmo; - Projeto Social “Criança, alegria e cidadania” que acontece junto com a festa das crianças de Cosme e Damião e, em grande evento em Praça Pública, convidamos advogados, médicos, dentistas, protéticos, assistentes sociais, pedagogos, massagistas, fonoaudiólogos, professores de educação física e outros profissionais para a realização de dinâmicas de entretenimentos e atendimento às famílias carentes da região. - Projeto Cultural “Teatro até você” que convida a comunidade a participar de apresentações teatrais, com o apoio da “Cia de Teatro Pópatapátaio”. - “Natal mais Feliz” é uma ação idealizada pela Preta Velha Zumila, guia chefe da casa, que leva uma cesta de Natal e brinquedos às famílias carentes cadastradas na casa; O próximo projeto e mais ambicioso é o “Projeto de Geração de Renda”. A ideia é possibilitar às famílias carentes, através de cursos gratuitos, uma forma de obtenção de renda para seu próprio sustento, sem precisar depender da caridade alheia. Estas são algumas formas que encontraram de retribuir à sociedade todo o amor que o Criador dispensou para a construção e manutenção da Tenda de Umbanda Ogum Matinata. Um espaço sagrado que beneficia a tantos irmãos e realiza intensamente a caridade espiritual, além de procurar fazer o seu papel para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Salve os 25 anos da Casa do Senhor Ogum Matinata! Salve! Salve! (Demais fotografias, veja no site www.jornalnacionaldaumbanda.com.br, no menu Baluartes da Umbanda) Enviado por: Amador Marcondes E-mail: amador.professor@gmail.com

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Templo de Doutrina Umbandista Pai Oxalá e Pai Ogum Mãe Mercedes Soares A minha vocação espiritual começou com um irmão que tinha problemas com alcoolismo. Falavam que ele tinha encosto e uma série de doenças. Assim, resolvemos procurar a espiritualidade pela primeira vez. Muitos diziam que ele era médium e, a partir disso, comecei a acompanhá-lo no desenvolvimento da mediunidade. Porém, eu continuei e meu irmão parou. O início da minha vida religiosa aconteceu no Candomblé e, em 1976, fui raspada. E até 1998 trabalhei na Casa Afro Brasileira Nirê Mitá. Depois desse período, eu fechei o terreiro. Pensei que já tinha me aposentado na vida espiritual. E foi então que conheci o Mestre Rubens Saraceni. Fui fazer os cursos ministrados por ele, e hoje trabalho dentro da Umbanda Sagrada, com o Templo de Doutrina Umbandista Pai Oxalá e Pai Ogum, inaugurado em 2001. O Templo de Doutrina Pai Oxalá e Pai Ogum também é um colegiado de magos, na qual eu dou aula de magia. Trabalho dentro dos rituais ensinados por Rubens Saraceni, que é o meu mestre. E através da espiritualidade iniciamos o Projeto Caridade, que foi um pedido do Seu José Pelintra e da Dona Maria Mulambo. Dentro do Projeto Caridade cuidamos de mais de 70 famílias, doando mensalmente cestas básicas e fazendo eventos em paralelo para arrecadar verba e construir a nossa sede própria. Em todo esse tempo de vida espiritual tive caminhos de dificuldade. Mesmo quando eu trabalhava com o Culto de Nação, eu nunca cobrei “o chão e a mão”. Um dos maiores problemas da vida espiritual é a discriminação da religião, principalmente, no Candomblé. No início também ocorreram problemas com a família, pois cresci em um ambiente muito católico. Mas passando o tempo eles reconheceram a seriedade do meu objetivo espiritual. Com o mestre Rubens Saraceni fiz 21 magias sagradas e estou terminado a última. Sigo rigorosamente os ensinamentos dele tanto no religioso como no magístico. Sempre falo que sou apenas uma gerente no plano físico da espiritualidade. Sempre sigo a orientação que eles me dão, que é trabalhar a fé, o amor e a determinação. Se você tiver essa tríade, já é um umbandista. Não gosto de falar que tenho uma obrigação com a religião. Eu digo que se for pra ser feito, se é para trabalhar com o espiritual, tudo tem que ser feito com amor. Obrigação é impor. E eu sigo com muita fé o que meus pais e minhas mães me direcionam para que seja feito para o meu bem e o do meu semelhante. A experiência que mais me marcou em todo esse tempo de espiritualidade foi quando o Seu Tranca Ruas das Matas fez uma cirurgia espiritual, nos anos 90. Uma pessoa precisava operar de hérnia de disco e ele com apenas um pano branco realizou uma intervenção cirúrgica espiritual. Com isso, a mulher não precisou fazer cirurgia com médicos e ficou curada. Tudo o que recebi da espiritualidade foi dado por minhas próprias entidades. Assim, eles tinham certo controle pelo que eu fazia. Com isso, acredito que mesmo quando eu estava no Candomblé, sempre fui preparada para trabalhar na Umbanda. Nós temos uma arma muito valiosa nas mãos que é o amor. E poucas pessoas o praticam. E temos que ativar isso nos nossos irmãos. Aqui no Templo o que eu mais ensino é a fé e o amor. Tendo isso, a determinação vem e conseguimos seguir nosso caminho.


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A Umbanda é uma religião muito nova, que acabou de nascer. Tenho a esperança que a Umbanda cresça ainda mais. Costumo dizer que a Umbanda é muito simples, mas não simplista. Espero que os meus filhos e irmãos de religião andem sempre no caminho da Lei Maior e da Justiça Divina e tenham uma conduta séria que os levem ao Divino Criador. Mãe Mercedes Soares Templo de Doutrina Umbandista Pai Oxalá e Pai Ogum Rua Tietê, 600 – Rudge Ramos São Bernardo do Campo – São Paulo Telefone: (11) 4365-1108


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OFERENDAS, MAGIAS E TRABALHOS. Entrevista do Mestre Rubens Saraceni concedida a Carolina Capelli e Eduardo Belezini, alunos da Universidade Federal de São Carlos, para elaboração de um trabalho de campo, onde escolheram o tema MAGIA DIVINA. Esta entrevista foi nos concedida dia 27 de outubro de 2010, em presença de Eduardo, Carolina, Miriam.

O QUE É A MAGIA DIVINA? Rubens: O ensino da magia divina começou a partir de uma determinação de um espírito mensageiro chamado mestre Seiman, que determinou que eu começasse a ensinar magia às pessoas. Então, em três de maio de 1999 começou o primeiro grupo de estudo da magia divina, e a partir dali não parou mais. E foi crescendo, alcançando cada vez mais e mais pessoas e que hoje se contam aos milhares de pessoas que já estudaram a magia divina, já se iniciaram em algum dos seus graus e estão ajudando outras pessoas nos seus problemas, dificuldades de cunho espiritual e mesmo através do espírito delas, auxiliar na cura até de doenças físicas. Porque aprendemos nesses anos todos que se o espírito da pessoa está fragilizado ou fraco, energeticamente falando, só fazendo uma limpeza, uma purificação do espírito dela, aí, a partir disso, ela reage melhor aos tratamentos recomendados pelos médicos. È isto que tem gerado um benefício muito grande para as pessoas e tem feito àqueles que vieram estudar a magia divina e apreender como trabalhar com ela, se sentirem servos de Deus aqui na Terra, ajudando o próximo. Rubens diz: próxima pergunta! Risos, e continua.. - Tá, a magia divina se divide em graus. Cada grau é um trabalho em si de magia, recorrendo a um poder divino específico que responde por invocação do iniciado, que direciona a ação deste poder para as pessoas que o mago quer auxiliar. A partir daí, aquela pessoa recebe toda uma irradiação divina, que irá auxilia-la segundo o seu merecimento e segundo as suas necessidades. Mas sem ultrapassar os limites das leis divinas, porque nós sabemos que há pessoas que têm que passar por uma determinada fase de provação, para que elas mudem seus estados de consciência, os seus sentimentos e, a partir desta mudança, aí elas consigam receber o que Deus sempre esteve reservando pra elas. Miriam diz: Porque ela (a magia divina) estava faltando? Porque só agora (1999) veio esta determinação de se implantar a magia no plano material? Rubens: A implantação da magia acontece por duas razões. Uma: a magia divina não está ligada a um grupo religioso ou outro, mas sim está aberta a todos. Então ela atende a esse desígnio da espiritualidade superior que determinou isso. A outra, é que precisava de alguém que trouxesse os mistérios da magia em si e pudesse passa-los aqui na terra para outras pessoas e que, no caso, era eu, que já trazia os mistérios em mim e poderia multiplica-los. Então estamos multiplicando e criando novos multiplicadores que, a partir do momento que receberam a imantação inicial, eles também se iniciaram e hoje podem ensinar e iniciar outras pessoas. Até porque a magia não acontece como na religiosidade. A magia tem que ter uma transmissão. Como eu trazia a imantação inicial dos graus da magia divina desde o meu nascimento, a partir do momento de cada iniciação, eu passo a imantação para as pessoas que se iniciaram e/ou ainda se iniciam comigo. A partir daí elas têm e podem passar para outros, que ao receberem delas, passarão para outros e assim se perpetua no tempo. Então, porque não foi antes? Porque não tinha um espírito encarnado que trouxesse esse mistério, que é a imantação iniciadora.

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“MENSAGEM DE OTIMISMO” EU SOU! A Luz da Esperança; Pequenina e singela que habita em todas as Crianças; Trazendo-lhes muito Amor e Confiança; EU SOU! A luz que ilumina e protege; EU SOU! O seu mais Fiel Amigo e, estou sempre contigo; EU SOU! Alegre e Risonho; E a todos os obstáculos transponho, com muita esperteza e destreza; Por isso, peço que não permita que a Força Divina se esvaeça em seu coração; Observe atentamente os sinais que lhe são enviados; Para que encontre a sua verdadeira Essência; E siga sua jornada em harmonia; Pois sempre estarei contigo em todos os momentos; Amparando-o e conduzindo-o; EU SOU! Seu Pai, Sua Mãe, Seu Irmão, Seu Amigo; EU SOU! A Saúde, A Energia, O Amor, A Alegria; EU SOU! A Prosperidade, A Esperança, O Sucesso; EU SOU! O Tudo, O Nada, O Micro e O Macro; EU SOU! A Centelha Divina que habita em ti. (Orientado pelo Anjo Gabriel) Enviado por: Fabiana Lucera E-mail: fabiana.lucera@gmail.com

Exu 7 Demandas O Mistério 7 Demandas relaciona-se ao polo Negativo da Lei, sendo uma linha de Exus ligados ao Mistério Ogum. Em geral acompanham médiuns com uma forte ligação com este Orixá, sendo pessoas muito atingidas por demandas, ou que atendem muitas pessoas demandadas, ou ainda que têm de outras vidas muitos débitos ligados a demandas que eles mesmos geraram, ou não sabem que os médiuns de Umbanda, muitas vezes atendendo pessoas, desmancham males que podem ter sido gerados pelos próprios em outras encarnações? São em geral sérios, e muito sábios no falar e são espíritos com grande conhecimento de Magia e de como corta-las. Os pontos onde pode ser oferendado são no Campo Santo ou nas Encruzilhadas, pois o Mistério das Demandas é abrangente quanto a campos de atuação e ativação. Um trabalho simples, mas que pode ser de grande ajuda aos meus irmãos de Fé. Faça uma oferenda a este Exú, com uma Farofa com Dendê e Pimentas, 7 velas pretas, 7 vermelhas, um pano preto e outro vermelho, uma pinga, um charuto. E, tendo como base isso, se quiser acrescentar algo a mais, como fitas pretas e vermelhas, por exemplo, também pode, já que como umbandistas, sabemos oferendar os exus dentro de nossa crença, e um livro com ótimas dicas é o Rituais e Oferendas Umbandistas de Rubens Saraceni. Ao realizar esta oferenda, ofereça-a ao Orixá Exú e ao Sr. Exú 7 Demandas, e peça:


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“Sr. Exú 7 Demandas, eu vos saúdo e peço que me auxilie, cortando todas as Demandas provenientes de Magias Negativas que em outras encarnações eu posso ter feito, caso ainda estejam ativas, libertando a mim e aos que por elas foram atingidos, de Carmas e Débitos Negativos, equilibrando e ordenando estas ações e tudo que elas ativaram. Peço também que corte todas as Demandas que ativaram contra mim nesta e em outras encarnações, recolhendo tudo e todos que, através delas, têm me prejudicado. Clamo ao Senhor que traga-me de volta tudo de positivo que me foi tirado, devolvendo-me a paz, a prosperidade, a justiça e a harmonia, e que me proteja com o seu Mistério”. Este é um modo muito sincero e aceito de se dirigir a um Mistério da Lei, pedindo retificação, ajuda, e prosperidade. O Mistério 7 Demandas é um Mistério Divino capaz de dar um auxilio muito grande a quem dele necessitar, e embora muitas pessoas entendam “Demandar” como sinônimo de prejudicar, e “Demanda” se tornou sinônimo de Magia Negativa, pelo dicionário, demandar significa também Orar e Pedir num sentido imediato e urgente. Portanto, o Mistério 7 Demandas também é um mistério de urgências, podendo gerar muitas coisas positivas a quem dele se valer positivamente. E, a quem dele se vale negativamente, ele gera um esgotamento punitivo do polo punidor da Lei por ter ativado algo nocivo aos seus irmãos nesta encarnação. O Mistério Exú deve ser lembrado só para trazer coisas positivas, mas muita gente insiste em se lembrar dele negativamente. Exú é Vitalidade, e que a vitalidade de Exu vitalize tudo que em nós for nobre, esgotando e desvitalizando nossas falhas, e que possamos sempre falar com orgulho dos nossos guardiões à nossa esquerda. Laroyê Exú 7 Demandas! Por: Nelson Junior E-mail: nelsonjuniorguitar@hotmail.com

ELOGIOS AOS MÉDIUNS Muitas vezes, nós médiuns recebemos vários elogios de consulente sobre os trabalhos das nossas entidades e sobre os nossos trabalhos de magia divina. Muitos médiuns se sentem como verdadeiros deuses e acham que não precisam buscar conhecimento em nada, pois já sabem tudo. Acham as suas entidades superiores às demais e que suas magias são as melhores, se sentindo superiores, quando na verdade, ao recebermos um elogio devemos usar isso como incentivo para nos dedicarmos ainda mais à nossa religião, às nossas entidades e nossas magias divinas, buscando mais conhecimentos através da teologia que hoje é ministrada em alguns templos de Umbanda ou através dos Guias espirituais e da leitura de bons livros. Eu sou médium do templo Pai Benedito de Aruanda de São Carlos, e todas as oportunidades que me são oferecidas pela Mãe Cristina e pelo Pai Laerte Nogiri, nossos dirigentes, eu aproveito. Também leio bons livros como, por exemplo, O Guardião das Sete Encruzilhadas, de Rubens Saraceni, que nos ensina entre outras coisas, sobre as funções na natureza, os sete sentidos da vida, os sete anjos cardeais e como ser bem visto por todos da direita e da esquerda etc. Também o livro A Lenda do Sabre Dourado, de Rubens Saraceni, nos ensina entre muita outras coisas, sobre o alto e embaixo, que no meio são lançados os que vêm e os que vão, os que descem e os que sobem, os que amam e os que odeiam, os que constroem e os que destroem, também, que devemos orar a Deus todas as vezes que formos ajudar um irmão, pedindo pra ser um instrumento Dele. Assim você saberá sempre o que fazer, porque Deus lhe enviará força, pois você estará a serviço Dele. Além desses livros que citei, existem muitos outros, que nos ensinam muito a respeito da nossa Umbanda e da Espiritualidade, como, por exemplo: o livro „Guardião Sete‟, O Chanceler do Amor, que nos ensina entre outra coisas, sobre elevação e crescimento, sobre irradiações e como captar energias, sobre amor verdadeiro. O livro A Princesa dos Encantos, que nos ensina entre outras coisas sobre a emoção, razão, visão e sentimento, sobre as cores dos sentimentos, sobre o raciocínio e sentidos.


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Esses são alguns dos livros que tive oportunidade de ler e que me ensinaram muito. Por isso, meus irmãos, vamos aproveitar as oportunidades e os elogios que recebemos para buscar mais conhecimentos para que possamos evoluir espiritualmente e dar melhores condições para nossas entidades trabalharem. Salve a nossa Umbanda! Por Cícera C. Neves E-mail: cissa.neves@hotmail.com

UBUNTU A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu. Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva. Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes. O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes"? Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo? “UBUNTU” significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós"! Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos... UBUNTU PARA VOCÊ! Enviado por: OM SRI MAHA LAKSHMYAI NAMAH E-mail: magaryaesu@hotmail.com

REFLEXÃO: “A CAIXA” O dono de uma granja foi pedir a um sábio que o ajudasse a melhorar seu negócio que estava com baixo rendimento. O sábio escreveu algo em um pedaço de papel e colocou dentro de uma caixa. Ao entregar a caixa ao granjeiro, o sábio disse: Leve esta caixa por todos os lados de sua granja, três vezes ao dia, durante um ano. Assim fez o granjeiro. Certo dia, quando ele ia para o campo, levando a caixa encontrou um empregado dormindo, ao invés de estar trabalhando. Então o acordou e chamou sua atenção. Ao meio-dia, quando foi ao estábulo, encontrou o gado sujo e os cavalos ainda não tinham sido alimentados. À noite, quando ia para a cozinha com a caixa, se deu conta de que o cozinheiro estava desperdiçando alimentos.


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A partir daí, todos os dias, ao percorrer sua granja de um lado para outro com aquela caixinha, que se tornou uma espécie de amuleto, ele encontrava coisas que deveriam ser corrigidas. No final do ano o granjeiro voltou a encontrar o sábio e pediu Por favor, deixe esta caixa comigo por mais um ano. Minha granja prosperou desde que estou com essa caixinha. O sábio riu, abriu a caixa, tirou o papel que estava dentro, entregou ao granjeiro e disse: Leia o que está escrito aqui. Você vai ver que pode ficar com esta caixa para o resto de sua vida. No papel, estava escrita a seguinte frase: "Se você quer que as coisas melhorem, deve acompanhá-las de perto constantemente". LIÇÃO DE VIDA: Não podemos abrir mão da nossa responsabilidade, que é cuidar de tudo em nossa vida. Principalmente da família, da educação dos filhos, de nós mesmos, da administração de um negócio... Enviado por: Dinalva Domingues de Faria E-mail: ddfaria@grsa.com.br

GRAUS DA UMBANDA Dissertaremos sobre os Graus da Umbanda trazidos à luz da razão e veremos que em religião, assim como em tudo o que Deus gerou, não existe o acaso. Começamos por classificar os Graus de Umbanda. Temos o Grau de Lei chamado Caboclo (a), temos o Grau ou a Graduação chamada de Preto-Velho (a), temos os graus de Lei nas Trevas chamados de Exu, também temos o grau de Pomba-Gira, temos os Graus de Boiadeiro, Baiano, Marinheiro, etc. Chama-nos a atenção em particular e a dos espíritas em geral a curiosidade dos nomes que são formados os Graus de Umbanda. Pois bem, lembramos que na codificação astral da Umbanda, foi escolhido para um determinado Grau de Luz de Lei e da Vida, o nome (CABOCLO) e que acomodaria todas as hierarquias de espíritos que viessem a trabalhar regidos por esse grau na nascente Religião de Umbanda que no inicio do século estava sendo gerada à Luz da Vida. A Umbanda na sua codificação astral foi pensada por espíritos excelsos e esse grau Caboclo (a) foi uma homenagem aos índios que dedicaram suas vidas ao culto à natureza. Diferenciada de outras religiões espiritualistas que prezavam na manifestação dos espíritos a identificação de seus nomes carnais e sua importância ou determinadas funções exercidas quando encarnados, na Umbanda batizava-se um de seus muitos graus de luz com o nome Caboclo(a), homenagem justa à esses espíritos que dedicaram a grande parte de suas vidas e a parte boa delas ao culto aos ancestrais da natureza. Sabemos que o grau Caboclo(a) causou e causa algum desconforto em determinadas religiões espíritas por associarem o nome caboclo a espírito sem cultura e desprovidos de inteligência, onde em determinados núcleos espíritas preza-se a importância material que um determinado espírito exerceu em sua vida, tais como: Médico, Filósofos, Generais, Padres, etc. Os nossos irmãos espíritas não entenderam e não entende que o nome “Caboclo” é um grau ou uma patente religiosa por onde manifesta-se milhares de espíritos de diversas raças, culturas, religiões e povos, e que, dentro dessa patente ou grau chamado Caboclo (a), todos os espíritos são reintegrados e apresentados às suas forças naturais e consagram-se à Deus como seus instrumentos, onde a partir daí a vontade do Pai passa a manifestar-se em seu intimo como um desejo de servi-lo servindo seus semelhantes. Caboclo é Grau e Patente de Luz, e não é fácil para conquistar esse grau, pois todos que nele estão já dissolveram suas encarnações, suas vidas anteriores, não importando se foram eles grandes filósofos, médicos, doutores ou sacerdotes. Não, isso não importa, pois tudo isso se dissolve quando se é chamado ao Grau de Caboclo, pois assim que se assume esse grau, já não importa mais sua identidade anterior, pois nesse grau você abre mão da sua identidade pessoal e livre arbítrio e se reveste de uma identidade coletiva chamada de Caboclos (as) que significa Grau de Lei onde espíritos já despertos anulam sua identidade pessoal para integrar-se à uma identidade


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sagrada, abrindo mão de seus desejos pessoais para realizar no coletivo somente a vontade de Deus Pai através do nome coletivo e do Grau que assumiram diante de Deus (Olorum) e dos seus divinos Tronos (Orixás). A Sapiência Divina mostra-se clara e límpida dentro da Umbanda, se não vejamos: O Grau Caboclo Pena Branca, nesse Grau da Umbanda são agregados milhares de espíritos que já se elevaram o suficiente para ver que Deus manifesta-se em tudo e em todos o tempo todo, espíritos esses isentos de dogmas ou preconceitos e que independente de cor, raça ou credo, consagram-se à Deus para servi-Lo através das virtudes divinas e voltandose em nosso auxilio, ajudam-nos a nós seus pares encarnados que ainda caminhamos por caminhos vezes tortuosos que turvam nossos sentidos. O que realmente importa na Umbanda, não é o que você foi em outra encarnação, seja você um rei ou um simples carpinteiro, pois ali na Linha de Caboclo você é somente mais um dos nobres espíritos que consagrou-se por inteiro à Deus (Olorum) para servir e guiar seu semelhante. Queremos dizer aqui é que a Linha de Caboclos é um Grau ou Patente Divina no qual manifesta-se milhares de nobres e virtuosos espíritos oriundos das mais diversas culturas, porem que já anularam em seu intimo suas personalidades e poderes pessoais para integrar-se à um poder maior e assumirem uma personalidade coletiva. Sabemos que existe na Linha de Caboclos Pena Branca, muitos espíritos que em suas encarnações anteriores prestaram grandes serviços a Humanidade como grandes Filósofos, Sacerdotes, Cientistas, Físicos, Pensadores, etc, títulos esses materiais que foram diluídos, pois à eles o que importa é o que são agora e sabem que esses nomes que se tornaram imortais na história da humanidade, de nada serve a sua revelação e que só atrairia pessoas interessadas em seus nomes e não na verdadeira missão que todo caboclo é portador. Caros irmãos, isso é sabedoria pura, pois ao ordenar um culto e criar uma linha de caboclos, todos os espíritos se manifestariam sob a égide desse grau e não chamariam a atenção pelo que foram e sim pelo que fariam em beneficio do seu próximo. Isso esta bem relatado quando da primeira manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas em um centro de mesa branca onde ao ser inquirido da seguinte forma: “Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?" e o Caboclo respondeu: Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim, pois estou realizando uma vontade do Pai.” E ai nasceu a Umbanda vitima da intolerância e o preconceito ainda latente em algumas vertentes espíritas e espiritualistas. É isso irmãos, A Umbanda é constituída por Graus e não por espíritos que se apresentam pelo seu nome carnal e por uma profissão ou uma certa posição de destaque na sociedade.Não mesmo, A Umbanda é formada por Graus e Degraus cujas hierarquias perfeitas e bem organizadas portam espíritos que abandonaram sua identidade pessoal e integraram-se e consagraram-se à Deus através de um Grau de Luz.


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Precisamos atinar com os fundamentos ocultos por traz da Liturgia Umbandista, pois os espíritos-guias de Umbanda manifestam-se a partir dos sentidos e virtudes divinas, pois quando vemos a manifestação de um Caboclo de Oxalá, ali vemos a manifestação de um espírito envolto pela Fé e não a manifestação particular de um Padre ou Jesuíta fulano de tal de grande destaque e posição, e que exerceu grande influência quando encarnado. Quando vemos a manifestação de um Caboclo de Ogum, ali vemos a manifestação de um espírito envolto pela Lei Maior e com um grande magnetismo ordenador e não a manifestação particular de um General ou Comandante fulano de tal de grande destaque e posição, e que exerceu grande influência quando encarnado. Quando vemos a manifestação de uma Preta-Velha de Oxum, ali vemos a manifestação de um espírito envolto pelo Amor Incondicional e com um grande sentimento de misericórdia e não a manifestação particular de uma Madre tal de grande destaque e que quando encarnada realizou muitas coisas boas em prol da humanidade. E assim é com todos os Graus-Patentes da Umbanda Sagrada desde sua origem. Caboclo é grau, Preto-velho é grau, Exu é grau, Pomba-Gira é grau, Baiano é Grau, Boiadeiro é Grau, Marinheiro é grau, ou seja todas as linhas de trabalho da Umbanda são Graus por Onde Deus (Olorum) e Suas Divindades-Mistérios (Orixás) manifestam seus mistérios divinos através dos graus e linhas de trabalhos espirituais cuja vertente é encimada por Um Orixá que é o manifestador natural de uma das infinitas qualidades de Deus. Ou não é verdade quando recebemos uma Cabocla Sete Conchas, ali esta se manifestando um espírito cujo Grau de Luz é Cabocla, que foi iniciada perante sete mistérios da criação e atua através dos sete sentidos de Deus que são Fé, Amor, Conhecimento, Lei, Razão, Evolução e Vida, e que atua no campo da geração dando amparo e estimulando tudo que é gerado positivamente, desde um pensamento, vibrações, energias, etc, que visam a propagar e expandir a vida em todos os sentidos. Ou seja, Cabocla (significa grau ou patente divina), Sete (significa: sete irradiações ou sentidos divinos) e Conchas (significa: mistério simbólico da geração que revela o campo de atuação dessa linha de trabalhos dentro do grau Cabocla). E assim o é com todos os Graus da Umbanda e que se fossemos desdobrar cada linha de trabalho que se manifesta em um determinado Grau, não conseguiríamos vencer o tempo de vida na carne antes de terminarmos esse desdobramento, de tão grande e vasto que são as linhas de trabalhos da Umbanda, pois infinitos são os mistérios de Deus nosso Divino Pai (Olorum) CABOCLO É ISSO E MUITO MAIS, E DEVE SER RESPEITADO E REVERENCIADO COMO UM DOS MAIS ALTOS GRAUS DA ESPIRITUALIDADE QUE JUNTO COM O GRAU DE PRETOVELHO E OS DEMAIS GRAUS, AJUDAM A PROPAGAR A TOLERÂNCIA, O RESPEITO E O AMOR INCONDICIONAL, OS QUAIS FORAM PRIVADOS LOGO NO INICIO DO ESPIRITISMO NO BRASIL, MAS GRAÇAS A OLORUM FORAM ACOLHIDOS PELA A DIVINA E SAGRADA UMBANDA QUE PERMITIU A ELES E A TODOS OS ESPIRITOS A PRÁTICA DO EXERCÍCIO DA CARIDADE, ONDE SEGUNDO A FRASE MAIS SUBLIME AO MEU VER, DITA POR UM ESPIRITO QUE SE INTITULAVA O MENOR ESPIRITO ENTRE TODOS E QUE É ,FOI E SEMPRE SERÁ O CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS E QUE FAÇO DESSA FRASE O PORTAESTANDARTE DA UMBANDA. “Com os espíritos mais evoluídos aprenderemos. Aos espíritos menos evoluídos ensinaremos e a nenhum renegaremos” SARAVA UMBANDA Enviado por: Pablo Araújo de Carvalho E-mail: pablo.lokal@hotmail.com


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DÚVIDAS E E-MAILS De: EDENIR SANTOS Para: contato@colegiodeumbanda.com.br Assunto: [Ogum Marê] Carta do Bartlomeu Belo Horizonte,

Ogum Marê Hoje, me vi pensando como seria viver em um país de leitores literários. Pode ser apenas um sonho, mas estaríamos em um lugar em que a tolerância seria melhor exercida. Praticar a tolerância é abrigar, com respeito, as divergências, atitude só viável quando estamos em liberdade. Desconfio que, com tolerância, conviver com as diferenças torna-se em encantamento. A escrita literária se configura quando o escritor rompe com o cotidiano da linguagem e deixa vir à tona toda sua diferença, e sem preconceitos. São antigas as questões que nos afligem: é o medo da morte, do abandono, da perda, do desencontro, da solidão, desejo de amar e ser amado. E, nas pausas estabelecidas entre essas nossas faltas, carregamos grande vocação para a felicidade. O texto literário não nasce desacompanhado destes incômodos que suportamos vida afora. Mas temos o desejo de tratá-los com a elegância que a dignidade da consciência nos confere. A leitura literária, a mim me parece, promove em nós um desejo delicado de ver democratizada a razão. Passamos a escutar e compreender que o singular de cada um . homens e mulheres . é que determina sua forma de relação. Todo sujeito guarda bem dentro de si um outro mundo possível. Pela leitura literária esse anseio ganha corpo. É com esse universo secreto que a palavra literária quer travar a sua conversa. O texto literário nos chega sempre vestido de novas vestes para inaugurar este diálogo, e, ainda que sobre truncadas escolhas, também com muitas aberturas para diversas reflexões. E tudo a literatura realiza, de maneira intransferível, e segundo a experiência pessoal de cada leitor. Isto se faz claro quando diante de um texto nos confidenciamos: "ele falou antes de mim", ou "ele adivinhou o que eu queria dizer". EDENIR COSTA DOS SANTOS, o texto literário não ignora a metáfora. Reconhece sua força e possibilidade de acolher as diferenças. As metáforas tanto velam o que o autor tem a dizer como revelam os leitores diante de si mesmo. Duas faces têm, pois, a palavra literária e são elas que permitem ao leitor uma escolha. No texto literário autor e leitor se somam e uma terceira obra, que jamais será editada, se manifesta. A literatura, por dar a voz ao leitor, concorre para a sua autonomia. Outorga-lhe o direito de escolher o seu próprio destino. Por ser assim, EDENIR COSTA DOS SANTOS, a leitura literária cria uma relação de delicadeza entre homens e mulheres. Uma sociedade delicada luta pela igualdade dos direitos, repudia as injustiças, despreza os privilégios, rejeita a corrupção, confirma a liberdade como um direito que nascemos com ele. Para tanto, a literatura propõe novos discernimentos, opções mais críticas, alternativas criativas e confia no nosso poder de reinvenção. Pela leitura conferimos que a criatividade é inerente a todos nós. Pela leitura literária nos descobrimos capazes também de sonhar com outras realidades. Daí, compreender, com lucidez, que a metáfora, tão recorrente nos textos literários, é também uma figura política. Quando pensamos, EDENIR COSTA DOS SANTOS, em um Brasil Literário é por reconhecer o poder da literatura e sua função sensibilizadora e alteradora. Mas é preciso tomar cuidado. Numa sociedade consumista e sedutora, muitos são leitores para consumo externo. Lêem para garantir o poder, fazem da leitura um objeto de sedução. É preciso pensar o Brasil Literário com aquele leitor capaz de abrir-se para que a palavra literária se torne encarnada e que passe primeiro pelo consumo interno para, só depois, tornar-se ação. Enviado por: Edenir Costa dos Santos E-mail: edenircosta@bol.com.br


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FECHAMENTO DE CORPO NA UMBANDA Enviado por: Associação Cobra Coral E-mail: ac.cobracoral@hotmail.com

Vem a ser um ritual, que muitos confundem com trancamento de suas entidades para não precisar mais trabalhar. Muitas vezes, a médium paga preços exorbitantes para fechar seu corpo acreditando que não mais terá que trabalhar, espiritualmente, pensando assim em estar livres de ser médium, e nestes casos é alem de enganados totalmente prejudicados por não conhecer o verdadeiro sentido da palavra fechamento de corpo. Infelizmente a quem a firma que uma pessoa tendo seu corpo fechado não mais precisa trabalhar como médium e estar livre de sua missão. Gostaria realmente de saber qual poder que um outro médium tem para em pedir que uma outra pessoa sendo ela também médium, cumpra sua missão, pois e um compromisso assumido perante nosso pai maior (Oxalá), neste caso então o médium que se propõe a fazer tal trabalho, entende se que tem maiores poderes que nosso pai. Outro detalhe que devemos observar e como uma entidade no mesmo plano espiritual que a outra entidade, tenha maiores poderes, estando ambas no mesmo plano espiritual. Então vejamos o verdadeiro significado da palavra fechamento de corpo na umbanda,onde nada mais e do que uma proteção espiritual contra encostos,mal olhado,demandas,invejas,etc. Vem a ser uma proteção para a matéria (corpo),que normalmente e feita uma vez por ano para que o mesmo possa ter segurança nos caminhos mais difíceis de sua vida. Espero que não seja mais enganado com falsos rituais e tenham consciência plena que o que vem de nosso pai maior somente cabe a ele seu juízo final. Associação Cacique Cobra Coral Avenida Sorocabana 6462 - Mongaguá - Jard.Praia Grande. SP Fone - 11-9388-3134 / 13 – 3448-2837 / 13 – 9755-4202 / 13 – 8123-1213 /13-9200-1213 http://accobracoral.blogspot.com/ Pai Edson de Oxossi.

SUA? MINHA? NOSSA RELIGIÃO! Sempre que sou questionado: Qual é sua religião? Logo percebo nos olhos da pessoa em questão aquele olhar critico, esperando a resposta que a permita questionar, comparar e até mesmo condenar minha escolha. Sabe aquele olhar capcioso e analítico é exatamente esse. Esse é um dos maus da vida a falta de respeito entre as pessoas, não existe um só dialogo sobre esse assunto em que as pessoas são levadas à compreensão mútua, normalmente fazem disso uma guerra de adjetivos e substantivos. Mas qual foi minha resposta? Sou de uma religião em que as pessoas se respeitam. Faço parte de algo que prega a bondade. Faço parte de algo que transcende o egoísmo para semear o compartilhamento. Faço pare de algo que busca a comunhão com o criador, Deus, Mestre, Arquiteto, Olorum! Como queira chamar. Faço parte de algo que faz a caridade pelo necessitado sem interesse. Faço parte de algo que busca o entendimento do amor. Faço parte de “Um somos todos”. Toco em uma banda de um que busca a harmonia e união. Pertenço a um lugar em que sentimos a centelha divina nos tocar sutilmente e percebemos que somos parte dele. Faço parte de algo que me ensina a ouvir o toque da alvorada sobre o solo. Faço parte de algo que me mostra como os elementos naturais são vivos, pulsantes e mais importantes para o universo que eu mesmo às vezes. Sou ensinado e preparado para elevar meus pensamentos ao criador e honrar meus antepassados afinal é o nome deles que carrego em minha existência.


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Mostram-me a beleza e a simplicidade e força que existe no toque das gotas de chuva de verão. Ensinam-me a orar, rezar “chame do que quiser” as palavras sagradas proferidas pelo mestre. Fazem de mim um instrumento que é testado e avaliado constantemente para elevação e o merecimento da evolução. Faço parte de algo que me ensinou que no mundo nunca estamos sozinhos e não iremos sozinhos a lugar algum. Que devemos ser porto seguro um dos outros. Lá me mostram como identificar o olhar do mal. É lá que descobri que quando apontamos o dedo para um irmão sempre três vão estar virados para mim. Faço parte de algo que me mostrou que meus pensamentos me condenam tanto quanto minhas atitudes. E enfim o Divino nos uniu para aprender o que é amar verdadeiramente e intensamente. Lição que devemos praticar todos os dias. E quem sabe algum dia, seremos capazes de compreender tal sentimento. Que é sim um dos maiores segredo do universo. Não acho que é necessário rotular minha religião para o mundo. Basta que você entenda essas palavras, pratique algumas delas ou preferencialmente todas. E um dia se é que dia é dia como compreendemos! Poderemos retornar ao criador. Saravá! Meus irmãos. Texto enviado por Alex Valente. E-mail: alexvalente@gmail.com

HOMENAGEM AOS PRETOS VELHOS – MÃE DOROTHEA Olá queridos irmão de fé, Hoje venho lhes contar um pouco sobre meus desenhos e pinturas do plano espiritual – a pictografia. Tudo começou muito cedo, quando eu ainda era criança e, com o tempo foi se aperfeiçoando. Mas, como não tinha nenhum tipo de orientação espiritual, não sabia que eram mensagens, acreditando ser apenas frutos da minha imaginação. Somente aos trinta anos, quando tive o meu primeiro contato com o espiritismo kardecista, comecei a desenhar o que via nas sessões de Mesa Branca, até que recebi uma pintura representando a Umbanda e fiquei sabendo que, de ali em diante, eu Pictografia-Mãe Dorothea –Linhas das Águas (1987) receberia mais e mais mensagens. Isso me deixou feliz e apreensiva, mas continuei a desenhar e pintar até hoje. As pessoas me perguntam como isso é possível e como eu consigo desenhar rapidamente em alguma folha de papel para depois pintar em telas maiores em casa. O que acontece é que em algumas das vezes, simplesmente vejo um espírito, cena ou acontecimento no plano espiritual, participando de algo. Sinto o vento, os perfumes, calor, frio, escuro, claro e ouço o que é falado ou emanado por pensamentos. Permaneço em contato com os guias e Orixás, observando seus movimentos trabalhos – observo que nunca estou sozinha, sempre existe alguém junto de mim. Isto pode acontecer em qualquer lugar ou durante os trabalhos no terreiro, mas não me atrapalha, pois é rápido e muito intenso – o que faz com que guarde na memória durante dias tudo o


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que vi e senti, até que a pintura seja concluída. Por este motivo, procuro retratar os planos espirituais com a máxima fidelidade, apesar de as luzes, cores, sons, sombras e, acima de tudo, os sentimentos espirituais serem muito maiores do que uma pintura feita com tinta material. Por muitos anos minhas pinturas não foram aceitas, pois muitas vezes as pessoas não as entendiam. Então as guardei, mas agora, com a oportunidade concedida pelo Pai Rubens, que me convidou para mostrá-las no Jornal de Umbanda, fiquei muito feliz e desejo que isso incentive outros médiuns a mostrarem seus trabalhos. Que o Pai Oxalá abençoe a todos! Um abraço carinhoso da Mãe Dorothea. Enviado por: Barbara Boesel E-mail: bboesel@ig.com.br Obs.: Seguem duas obras, de 1985 e 1987, em comemoração ao último dia 13 de maio, dia de nossos queridos Pretos Velhos.

Pictografia- Mãe Dorothea - Pretos Velhos e crianças (1980)

LAZER E CULTURA

CONVITE

Enviado por: Agostinho Ferreira E-mail: agostinho.ferreira2006@yahoo.com.br

A Comissão Organizadora convida lideranças religiosas das Comunidades de Terreiro de Umbanda e Candomblé do Estado do Rio de Janeiro a participarem do 2º Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional das Comunidades de Terreiro: Processo Preparatório da 3ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio de Janeiro. O evento terá como objetivos: Apropriar os participantes de conceitos para melhor desempenho em suas atividades; levantar e avaliar os programas e ações existentes que concorrem para segurança alimentar nas comunidades de terreiro; discutir a partir da realidade das comunidades de terreiro, o temário da 3ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio de Janeiro (3ª CESANS/RJ); registrar experiências entre os participantes em relação às políticas públicas e iniciativas das comunidades no âmbito da segurança e insegurança alimentar e nutricional; apresentar prioridades para as Comunidades de Terreiros no Plano de Segurança Alimentar e Nutricional; eleger os delegados para a 3ª CESANS/RJ. Data: 26 de junho de 2011 Horário: das 8 as 17h Local: Câmara Municipal de Mesquita, Rua Arthur de Oliveira Vecchi, 260, Centro - Mesquita/RJ. MAIORES INFORMAÇÕES: consearj@gmail.com


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2º FESTIVAL DE CURIMBA ALDEIA DE CABOCLOS “UM GRITO DE LIBERDADE” A 2ª. edição do Festival de Curimba ocorreu com extremo sucesso, harmonia e com uma alegria contagiante no dia 29/05/2011, no Clube de Regatas Tietê na cidade de São Paulo, sendo organizado com a costumeira dedicação da Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos, tendo como seu idealizador nosso prezado irmão umbandista Engels Xenoktistakis (Pai Engels de Xangô). O evento contou com uma mostra de cultura indígena proporcionada por membros da Aldeia Kariri, que expuseram sua arte através de objetos confeccionados em sua aldeia e apresentações de canto e dança. O público presente, cerca de 1.500 pessoas, vibrou com as apresentações de curimbas realizadas ao longo do evento, sendo estas seguidas de belíssimas coreografias.

Participaram deste tão esperado evento os seguintes Grupos e Escolas de Curimba: Escola de Curimba Umbanda e Ecologia, Escola de Curimba Caboclo Girassol, Escola de Curimba Umbanda Razão para Viver, Escola de Curimba Filhos de Umbanda, Escola de Curimba Caboclos Tupinambá e Pai Joaquim de Minas, Escola de Curimba O Toque de Aruanda, Grupo Emoriô, Grupo Filhos da Aldeia, Grupo Luz da Lei, Grupo Filhos do Cacique, Casa de Caridade Caboclo Pedra Vermelha, Templo Vinha da Luz, Tumobs e Sandro Bernardes. Destaques especiais para a Escola de Curimba Umbanda e Ecologia, grande vencedora do Festival e para a Escola de Curimba Caboclo Girassol pelo belo desempenho seguindo ponto a ponto a 1ª colocada.

A Escola de Curimba Aldeia de Caboclos mais uma vez contagiou a todos com empolgantes apresentações, e dentre elas destacamos uma das marcas da Escola, alicerçada na espiritualidade que é o ponto de Pai José de Aruanda - “Um Grito de Liberdade”, bem como a nova e irradiante apresentação da Aldeia em homenagem a Mãe Iansã, tendo como intérprete Ivone d‟Oxum, apresentações estas que foram acompanhadas sob forte emoção por todos os presentes. Ressalta-se ainda um momento de muita descontração e empolgação dos animados espectadores, na apresentação do Projeto Dança na Aldeia dirigido por Alexandre da Aldeia de Caboclos. Foi entusiasmante ver a platéia reproduzir a irreverente, descontraída e bela coreografia desenvolvida no palco. Também se apresentaram engrandecendo o Festival a Curimba da Escola Tambor de Orixá, liderada pelo nosso irmão Ogã Severino Senna, a Curimba da APEU homenageando os sábios Pretos Velhos, o Grupo Tupã Oca da Cabocla Angaraí dos Raios com o Projeto voltado às crianças e o Ogã Benedito. Mais uma vez parabenizamos a todos participantes pela garra, empenho e maestria de suas apresentações! O nosso Muito Obrigado, um forte abraço no coração de todos e já na expectativa para o próximo Grande Festival de Curimba da Aldeia de Caboclos! Fraternamente, Escola de Curimba de Arte Umbandista Aldeia de Caboclos


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CLASSIFICAÇÃO GERAL DO 1º AO 7º LUGAR NESTE FESTIVAL 1º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA E ECOLOGIA 2º ESCOLA DE CURIMBA CABOCLO GIRASOL 3º GRUPO EMORIÔ 4º ESCOLA DE CURIMBA O TOQUE DE ARUANDA 5º ESCOLA DE CURIMBA FILHOS DE UMBANDA 6º GRUPO FILHOS DA ALDEIA 7º ESCOLA DE CURIMBA RAZÃO PARA VIVER

PREMIAÇÕES POR CATEGORIA DO 1º AO 5º LUGAR MELHOR TORCIDA: 1º GRUPO EMORIÔ 2º SANDRO BERNARDES 3º GRUPO FILHOS DA ALDEIA 4º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA RAZÃO PARA VIVER 5º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA ECOLOGIA MELHOR COREOGRAFIA: 1º ESCOLA DE CURIMBA CABOCLO GIRASSOL 2º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA E ECOLOGIA 3º GRUPO EMORIÔ 4º ESCOLA DE CURIMBA FILHOS DE UMBANDA 5º ESCOLA DE CURIMBA CABOCLO TUPINAMBÁ E PAI JOAQUIM DE MINAS MELHOR INTÉRPRETE: 1º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA E ECOLOGIA 2º GRUPO EMORIÔ 3º ESCOLA DE CURIMBA FILHOS DE UMBANDA 4º ESCOLA DE CURIMBA CABOCLO GIRASSOL 5º ESCOLA DE CURIMBA O TOQUE DE ARUANDA MELHOR MÚSICA E LETRA: 1º ESCOLA DE CURIMBA CABOCLO GIRASSOL 2º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA E ECOLOGIA 3º GRUPO EMORIÔ 4º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA RAZÃO PARA VIVER 5º ESCOLA DE CURIMBA O TOQUE DE ARUANDA MELHOR CURIMBA: 1º ESCOLA DE CURIMBA UMBANDA E ECOLOGIA 2º ESCOLA DE CURIMBA CABOCLO GIRASSOL 3º ESCOLA DE CURIMBA O TOQUE DE ARUANDA 4º GRUPO EMORIÔ 5º ESCOLA DE CURIMBA FILHOS DE UMBANDA

Jurados deste Festival: Allan Barbieri - Rádio Toques de Aruanda, Luis Tadeu - Cavaleiros da Ordem, Luis Decaro - músico profissional dos Estúdios Spectrum, Pai Rogério Alves - Grupo Aruanã, Ogã Juvenal - União de Tendas, babalorixá Marcelo Fomo de Logunedé - baixada santista, Marcelo Fritz - diretor do Festival Atabaque de Ouro e do Jornal Icapra do Rio de Janeiro, Sandra Santos - presidente da AUEESP,


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Ogã Severino Senna - presidente da Escola de Curimba Tambor de Orixá, Fernanda Marques Xenoktistakis - Escola de Curimba Aldeia de Caboclos, Gilvania Santos Silva - coreógrafa profissional, Rafael Marques - Escola de Curimba Aldeia de Caboclos, Ricardo Bauer - músico e presidente da Fábrica de Atabaques Bauer, Sandro Mattos da A.P.E.U. e Pai Aguirre - Decano da Umbanda. Presenças destacadas dentre outras: Equipe do Vereador Quito Formiga, Vereador Cláudio Prado, Sérgio e Sandra Fontes (Diretores da AUEESP), Dra. Juliana Ogawa (Membro da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB/SP), Mãe Cidinha Naléssio (Primado do Brasil), Genildo (Instituto Tiradentes), Adriano Camargo, Nilo Massone (Presidente da Associação de Umbanda e Candomblé de Atibaia). Agradecimentos especiais aos patrocinadores do evento: Bauer Percussion, Casa de Velas Santa Rita, Imagens Bahia, Flora Xangô, A.U.E.E.S.P (Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo, SANU (Santuário Nacional da Umbanda), Rosset Produções, Escola de Curimba Tambor de Orixá e Cavaleiros da Ordem. Enviado por: Sandra Santos E-mail: sandracursos@hotmail.com

Opinião/Variedades PRETOS VELHOS E PRETAS VELHAS: Humildade e caridade a serviço da humanidade Na data em que comemoramos a abolição da escravatura, nada melhor do que lembrarmos a grande contribuição dos irmãos africanos para a construção da identidade do povo brasileiro. Neste grande legado, não podemos esquecer as raízes espiritualistas, tão presentes nos cultos de diversas tradições religiosas de nosso país. Eles são grandes espíritos: sábios, ternos e muito pacientes que se apresentam no corpo fluídico de velhos africanos com o intuito de praticar a caridade – em especial na religião da UMBANDA.

Hoje vamos homenagear os pretos velhos e pretas velhas, que estão sempre dispostos a dar preciosos conselhos aos que lhes procuram, distribuindo paz, harmonia e orientação para os males do corpo e da alma. E para falar destes grandes enviados de Deus, temos a alegria de contar com as palavras do babalorixá da Umbanda RUBENS SARACENI, médium com mais de 50 livros que lhe foram passados por grandes Mestres da Luz, Guias de Lei da Umbanda. Este homem extraordinário, pesquisador do Espiritualismo e divulgador da Magia Divina e dos Mistérios dos Tronos de Deus, é um Mestre digno de aplausos e muito respeito, merecedor de uma apresentação à parte – que faremos na próxima semana. Acompanhe conosco seus ensinamentos e aproveite a oportunidade de conhecer melhor


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alguns aspectos desta religião tão brasileira: a UMBANDA SAGRADA. EQUIPE OIDA-terapia: Como surgiu a figura do Preto(a) Velho(a) na UMBANDA? MESTRE RUBENS: A imagem do Preto Velho foi divulgada pela Umbanda. Com isso, criou-se inclusive uma arte religiosa, com imagens e pinturas de fundo religioso com estes espíritos que, quando viveram aqui no Brasil, viveram no anonimato mas foram vidas exemplares porque se dedicavam naquele tempo a curar pessoas, orientar, desobsidiar, limpar o espírito. Um trabalho permanente, eles dedicavam suas vidas a isso. Se hoje nós vemos muita gente fazendo o mesmo, devemos lembrar que naquele tempo não havia quase ninguém. Hoje nós vemos o Espiritismo que se expandiu de uma forma maravilhosa, a Umbanda se expandiu, outros cultos afros se expandiram, todos prestando este tipo de auxílio às pessoas. Mas se nós pensarmos em 200, 300 anos atrás, quando trabalhavam na carne estes grandes benzedores africanos que hoje incorporam na linha dos Pretos Velhos, devemos lembrar que eles dedicavam suas vidas a curar, benzer pessoas mordidas por cobras, por aranha ou insetos venenosos e com as mais variadas doenças, verminoses, porque não havia uma medicina naquele tempo nesse sertão afora. Eram estes benzedores que faziam este trabalho e eles sabiam manipular muitas ervas e curavam muitas pessoas, muitas doenças. Hoje nós sabemos que 50 a 60% da indústria farmacêutica retira seus substâncias das ervas, da flora. Eles não tinham esse conhecimento científico, mas tinham um conhecimento milenar passado de pai para filho. Eles se serviam do conhecimento das ervas tal qual os pajés indígenas -temos uma linha deles, (dos espíritos que incorporam dentro da Umbanda, todos curadores) chamados de linha dos Pajés ou linha dos Caboclos Velhos ou linha dos Feiticeiros, mas num sentido positivo. Feiticeiro porque era o título deles, mas com profundos conhecimentos.

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Naquele tempo em que eles viveram na carne, aqui na matéria, a vida deles era dedicada a curar. Como um médico hoje que pratica sua medicina ajudando a curar o próximo, eles eram os médicos daquele tempo. Em espírito eles quiseram continuar isso e o Plano abriu essas linhas de trabalho: Linha dos Pretos Velhos, das Pretas Velhas - grandes benzedeiras do passado que conheciam centenas de ervas para muitas necessidades. Sem saber ler ou escrever, tinham uma memória fantástica e se serviam disso para ajudar as pessoas. O Pano Espiritual é uma extensão do material, o que fazemos aqui, continuamos fazendo lá: tanto pelo bem, quanto pelo mal. As pessoas que são malignas aqui do outro lado se tornam piores; as pessoas que são boas aqui, do outro lado se tornam melhores. A Umbanda deu à imagem do benzedor um destaque muito grande por causa dos pretos velhos e criou uma cultura em cima disso. Hoje nós temos centenas de quadros bonitos retratando pretos velhos, pretas velhas, ou seja, anciãos pretos que eram benzedores. Isso tudo que aconteceu dentro da Umbanda, está acontecendo e acontecerá, nada mais é do que a valorização da nossa herança cultural e raiz religiosa, porque nós não temos uma raiz religiosa única cristã: nós temos uma raiz religiosa muito forte que é a indígena brasileira e temos uma raiz religiosa muito forte que é a africana. Elas estão plantadas aqui durante muito tempo: assim como o bambu, que primeiro cresceu para baixo e agora está crescendo para cima. EQUIPE OIDA-terapia: O que são as linhas da UMBANDA e como podem ser realizados os trabalhos dentro da linha dos Pretos Velhos? MESTRE RUBENS: As linhas espirituais da Umbanda começam num todo: as 7 radiações Divinas. Essas 7 irradiações Divinas emanadas por Deus vão se abrindo e dando sustentação para o surgimento das coisas. A nível espiritual,


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elas se abrem em muitas vibrações e essas vibrações acolhem os espíritos. Por ancestralidade ou afinidade, os espíritos vão se reunindo. E eles sempre têm um espírito iniciador desse agrupamento, então eles usam de nomes dentro da Umbanda tais como Pai João do Congo, Pai João de Angola ou Pai Benedito de Aruanda ou de Ruanda. Segundo Pai Benedito, preto velho que nos passa os livros, o termo Aruanda veio de uma corruptela de Ruanda. O preto velho não falava direito e dizia: vou voltar para a Ruanda, quer dizer um país da África, terra dele. Entendia-se que ele ia voltar para Aruanda. Quando o preto velho dizia “vou voltar para a Ruanda”, ele queria dizer que ao desincorporar do médium voltava para o país dele. E ficou Aruanda que passou a ser sinônimo de plano espiritual elevado, de paraíso, de céu. Então quando estamos falamos de Aruanda na Umbanda estamos falando disso. E as linhas se apresentam com o nome de países africanos: Pai João do Congo, Pai, João de Angola, Mãe Cambinda, Pai João de Mina, que é Costa da Mina e assim vários outros nomes, querendo dizer que aqueles grandes benzedores do passado vieram desses países e aqui continuaram com sua religiosidade fazendo o que já faziam, lá. Pergunto: quando desencarnam espíritos que passaram a vida inteira socorrendo os outros, para onde eles vão? Para o céu é claro! Eles eram espíritos que socorriam o próximo a troco de nada. O máximo que um deles ganhava era uma galinha para comer, alguém trazia um pouco de milho pra casinha dele, que eram todos velhos já, eles já não serviam mais para trabalhar na escravidão. Os senhores de escravo os encostavam nos “cafundós” das fazendas, seja de cana, de café por esse Brasil todo e os deixavam viver até porque quando estes senhores de engenho ficavam mal, iam atrás deles. Ter um preto velho na fazenda até que era um bom negócio, era como ter um médico particular, porque até para os próprios senhores não tinha uma grande medicina a 200 anos atrás no Brasil, vamos reconhecer isso. Se hoje nós temos, não em todo Brasil ainda, naquele tempo não tinha nada: ou se servia dos pajés índios, dos feiticeiros africanos ou não se livrava da doença, do problema. Então cada linha de trabalho espiritual recebe um nome. Esses grandes benzedores que foram para um plano superior, começaram a atrair outros espíritos afins a eles e começaram a

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prepará-los para vir em socorro dos encarnados. Então essas linhas hoje, têm dezenas de nomes alusivos à África e a Bahia também. A Bahia foi o berço, onde eles tiveram a melhor abertura para se expressar religiosamente, então toda espiritualidade presta uma reverência a Bahia, por ser o primeiro estado que permitiu o culto aos Orixás. Cada linha dessas é formada por milhares e milhares de espíritos que se manifestam com o mesmo nome. Se nós falarmos na linha dos Pretos Velhos, tais como Pai João do Congo, temos que entender que foi um que começou tudo. Mas este um que, é um espírito muito elevado, é pura luz. Ele ascendeu, mas está preparando outros espíritos para se manifestarem. O que ele já fazia, estes outros espíritos estão fazendo e preparando seus médiuns para fazer a mesma coisa, porque o médium é a extensão do Guia e vice-versa. O Guia ensina uma coisa aqui e o médium passa a ensinar isso para ajudar as pessoas; o Guia ensina uma receita que funciona muito bem, o médium passa a ensinar essa receita para quem lhe procura. Então a Espiritualidade vai desenvolvendo todo um conhecimento e vai adaptando cada médium para cada um respeitar aquele conhecimento do seu modo: uns elaboram muito bem as informações que recebem, outros colocam de uma forma bem popular: “beba um chá disso que cura”. Outro já fala “essa erva tem tal propriedade...”, isso alcança todos os níveis. Mas o que importa é dizer “o chá de tal coisa é bom para isso” – e é mesmo! A pessoa toma, é bom e ponto final. Então os pretos velhos têm essa facilidade no linguajar que eles adotaram. Não significa que eles sejam ignorantes, é que eles precisam falar daquele jeito, como se fosse uma linguagem quase que infantil, apenas como um modo de tocarem as pessoas. EQUIPE OIDA-terapia: Estes espíritos parecem muito doces no trato com as pessoas.


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MESTRE RUBENS: Doces, sim. Eles trazem uma doçura. Você pode se posicionar diante de um médium que no seu dia a dia é uma pessoa rústica, rude. Quando ela incorpora o seu preto velho, sua preta velha, muda. Ali se vê que o espírito está se manifestando através do corpo daquela pessoa, dominando o espírito dela. E com isso nós temos hoje (não sabemos o número, porque a espiritualidade não passa), centenas e centenas de milhares de espíritos agregados com estes grandes benzedores que deram origem a linha dos pretos velhos da UMBANDA.

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Não deveremos esquecer-nos das Pretas Velhas, tão numerosas ou mais do que os Pretos Velhos porque existiam muitas benzedeiras, elas dominavam um conhecimento profundo e fizeram muita caridade, mesmo sendo escravas. Na próxima edição, não perca: você vai conhecer melhor o Mestre Rubens Saraceni: seus livros, seus estudos e sua grande contribuição para um mundo com mais justiça, harmonia e união através da Magia Divina e da Umbanda Sagrada. Muito axé para todos. Paz e luz em seus dias, Deus está com você.

Por: Dalto Barros http://www.oidaterapiabrasil.blogspot.com/ http://centrodecuraplanetaria.blogspot.com/ Mestre Rubens Saraceni- nosso entrevistado

LIVROS Umbanda Defumações, Banhos, Rituais, Trabalhos e Oferendas: Temos o prazer de apresentar ao leitor este trabalho referente a banhos. Defumações, rituais, magias oferendas de Umbanda. A prática de cada item pode se dar por leigos, iniciantes ou médiuns de qualquer religião.As fórmulas apresentadas são universais e podem ser praticadas em qualquer estado ou país, modificando-se apenas alguns iten, números ou cores. Elas também podem ser praticadas por pessoas dos mais diversos segmentos religiosos. Desde que haja fé, confiança e convicção.

Ciganos, Magias do Passado de Volta ao Presente: Na magia, como em todo preceito espiritual e ritual cigano, para que cada um de nós tenha um bom êxito e consiga o que deseja , é fundamental que tenhamos fé, confiança e convicção. E , naturalmente, confiança nas forças que o executam. Para isso, é fundamental que acreditemos nas possibilidades das coisas que queremos executar.

Editora: Anubis Autor: Evandro Mendonça


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ÚLTIMA PÁGINA Estudo resolve mistério de planetas que giram "ao contrário". Um mistério da astronomia está perto de terminar. Cientistas dizem ter conseguido explicar por que alguns planetas gigantes giram no sentido oposto ao das estrelas que orbitam, contrariando teorias de formação planetária. Embora não haja exemplos assim no Sistema Solar, o Universo está cheio deles. Normalmente, são planetas gasosos muito grandes e bem próximos às suas estrelas. Esse tipo de planeta foi batizado de Júpiter Quente. Com modelos projetados em computador, analisando órbita, massa e outros dados, os cientistas da Universidade Northwestern (EUA) concluíram que os astros desse tipo "nasceram" com órbitas que não eram opostas às seguidas por suas estrelas. Eles ficaram "ao contrário", na verdade, pela influência gravitacional de um outro planeta gigante que orbita a mesma estrela. Editoria de Arte/Folhapress Os dois astros interagem gravitacionalmente e, algumas vezes, com essa influência, a órbita daquele que está mais próximo à estrela começa lentamente a se alongar, ficando quase com a forma de uma agulha. Nesse ponto, a estrela e o planeta passam a interagir de tal forma que acontecem pequenos puxões gravitacionais. É aí que existe uma espécie de fricção que faz a órbita encolher e, em alguns casos, mudar totalmente. Estima-se que 25% de todos os planetas do tipo Júpiter Quente já registrados tenham órbitas inversas. "Achávamos que nosso Sistema Solar era típico do Universo, mas tudo pareceu muito estranho nos sistemas extra solares desde o início. Nós somos, na verdade, atípicos. Entender os outros sistemas nos dá um contexto de como o nosso é especial", disse Frederic Rasio, astrofísico que é coautor do trabalho, publicado na "Nature". Planetas sem órbita foram descobertos no centro da Via Láctea. Este novo tipo de planeta vaga livre pelo espaço, sem estar no campo gravitacional de nenhuma estrela ou astro. Os astrônomos acreditam que este tipo de planeta seja mais comum que estrelas na galáxia Enviado por: Alexandre Toledo. E-mail: flacrep@uol.com.br


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