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hajaSaúde! | distribuição gratuita | Edição Jan/Fev. 2013 Ano X Nº72

Novos órgãos sociais do NEMUM, da AAUM e da ANEM tomam posse (pag. 2 e 3) hajaCiência: os astrócitos revistiados (pag. 4)

hajaCrónica - Ciência na Crise, e através dela (pág. 5)

Texto de Viagem - Foz do Douro (pág. 13)

Entrevista a Dieter Egli –

“Acredito que as células serão capazes de curar doenças que apenas podemos controlar com fármacos”


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hajaEditorial

Luís Araújo. 59221 - lasaraujo91@gmail.com

Novo ano, novas soluções e novos problemas. Vou-me, desta vez, debater sobre um grave problema que a todos nós, direta ou indiretamente diz respeito. Já aqui se falou da ADSE, mas a questão que, neste momento, para mim, me parece mais grave é que ao mesmo tempo que continuamos a desinvestir num serviço público de saúde, com redução do número de camas hospitalares, racionamento de medicamentos e de recursos na generalidade e um aumento das taxas moderadoras, mantemos alguns destes subsistemas de saúde. Na minha opinião, nos moldes em que está definida, a ADSE acentua as desigualdades no acesso a serviços de saúde e é algo potencialmente insustentável, (enquanto se assina como objetivo a auto-sustentabilidade do mesmo). Ora vejamos: Em primeiro lugar, parece-me desigual e injusta a comparticipação (no

caso da ADSE, dos funcionários públicos e seus dependentes) da prestação de um serviço no sector privado, ao mesmo tempo que os trabalhadores do sector privado têm de recorrer ao setor público, em progressivo desinvestimento, para a prestação do mesmo serviço, como se os serviços do sector público não fossem suficientemente bons para os funcionários públicos. Em segundo lugar, sendo os serviços privados de saúde financiados por cada serviço prestado, não se tende a racionalizar os recursos, mas sim a geri-los de forma irracional, pois tende a ganhar mais quanto maior for o número de serviços prestados. Neste caso, a “irracionalidade” é premiada, o que poderá pôr em causa a própria sustentabilidade do subsistema de saúde associado 1. Parece-me, desta forma, que o subsistema criado em 1963 com o intuito de “aliviar” a situação desfavorável em que se encontravam os funcionários públicos relativamente aos do sector privado carece, neste momento, de razões para a sua manutenção, pelo menos nos moldes em que a conhe-

cemos, sendo, no mínimo, injusta e potencialmente insustentável. Numa sociedade que assenta os seus pilares no Estado Social, considero que devemos apostar num SNS, universal, com qualidade, organização e estruturação suficiente, tanto nos cuidados primários como hospitalares, deixando os subsistemas de saúde para serviços complementares de saúde, não prestados pelo setor público. O subsistema ADSE tem um capital próprio (fundo de contribuições) de cerca de 70€/ano/beneficiário – o que representaria um suporte de uma ida à urgência numa instituição privada de saúde –, muito pouco para algo que se quer auto-sustentável. Contas feitas consoante número de contribuintes (cerca de 600.000), salário médio bruto da função pública (1.532€), contribuição mensal (1,25%), número de beneficiários (cerca de 1.300.000). (Excluindo ainda o dinheiro gasto em vencimentos com recursos humanos que a gestão da ADSE exige). Números da Direção-Geral da Proteção Social aos Trabalhadores da Função Pública do Ministério das Finanças, em Dezembro de 2012. 1

hajaBreves Luís Araújo. 59221

Novos órgãos sociais da AAUM tomam posse Foi no dia 11 de janeiro, por volta das 18:30, no salão Nobre da Reitoria da Universidade do Minho, que os novos órgãos sociais da Associação Académica da Universidade do Minho tomaram posse para o mandato de 2013. Desta forma, três estudantes de Medicina se juntam

aos novos órgãos da AAUM: Luís Araújo, vice-presidente da Direção, Diogo Teles, presidente da Mesa da Reunião Geral de Alunos (RGA) e André Miranda, vice-presidente da RGA. As eleições deram-se no passado dia 4 de Dezembro de 2012, em que a Lista A (liderada por Carlos Videi-

ra) candidata à direção obteve mais de 1700 votos, com 61% dos votos e a lista E (liderada por Diogo Teles), candidata à Mesa da RGA, com quase 1300 votos (56%). O hajaSaúde! deseja toda a sorte e empenho à nova direção.

Novos órgãos sociais da ANEM tomam posse Foi no dia 12 de de janeiro que se iniciou um novo ciclo na Associação Nacional de Estudantes de Medicina, a Associação que representa todos os núcleos e associações de estudantes de medicina de todas as escolas médicas portuguesas. De acordo com a nova direção, pretende-se melhorar e implemen-

tar diversas temáticas, como os Direitos Humanos e Paz, Ciência, Intercâmbios, Saúde Pública, Saúde Reprodutiva e SIDA, CEMEFs, ENEM e MedScoop, dando especial relevo à área da Educação Médica. De realçar que estamos também representados nesta associação por Alberto Silva, na tesouraria. O haja-

Saúde! deseja a toda a equipa sorte e empenho para esta nova etapa.


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Tomada de Posse Órgãos Sociais do NEMUM Cláudia Macedo 56155

No passado dia 7 de Janeiro decorreu a cerimónia de Tomada de Posse dos Órgãos Sociais do NEMUM para o mandato de 2013. Raquel Rocha Afonso, anterior vice-presidente, assumiu a Presidência do NEMUM sucedendo a Alberto Silva. A equipa que tomou posse encontra-se representada por cinco dos seis anos curriculares havendo uma distribuição uniforme dos diversos anos pelos diferentes departamentos. É uma equipa que alia experiência e inovação uma vez que é constituída por elementos que transitaram de mandatos anteriores e também por novos elementos que, certamente trarão novas ideias e funcionaram como uma lufada de ar fresco. A nova presidente agradeceu o voto de confiança e assegurou que o NEMUM continuará a promover a discussão e o debate das questões pedagógicas e de educação médica nomeadamente as relativas aos métodos de avaliação, ao processo de revisão de exames e à uniformização do

ensino clínico nos hospitais associados à escola. Para que tal seja possível apelou ao envolvimento dos estudantes fazendo-se representar através dos seus delegados e comissões de ano. Relativamente à representação externa, o NEMUM continuará os trabalhos desenvolvidos ao longo de 2012, mantendo a sua participação nas questões de educação e

política médicas e política da saúde, preocupando-se com questões como a diminuição do numerus clausus, as condições de acesso ao Internato Médico, a normalização das classificações finais

de curso, o novo exame de acesso ou o concurso de acesso ao curso de medicina por titulares do grau de licenciado. No que concerne às actividades desenvolvidas pelo núcleo, Raquel Afonso revelou que para além das habituais, esta nova equipa lutará para criar um gabinete de apoio psicológico, cursos de auto-regulação e acções de formação no âmbito de competências de desempenho importantes para a formação dos estudantes. No Departamento Cultural e Recreativo foram também prometidas novidades. Raquel Afonso salientou que a equipa tem como objectivo optimizar o espaço e o funcionamento da sede do NEMUM de modo a permitir que a Tuna de Medicina da Universidade do Minho tenha o seu próprio espaço. Averiguar a viabilidade de implementação na ECS de um serviço de reprografia foi outro objectivo destacado.

Solidão enfraquece o sistema imunitário João Carlos Simões 63617

Um novo estudo da Ohio State University, Comprehensive Cancer Center, American Cancer Society e os National Institutes of Health norte-americanos sugere que a solidão é capaz de reduzir a resposta imunitária do organismo. Lisa Jaremka, líder do projecto destaca a importância do que considera ser um contributo para a compreensão de “como a solidão e as relações afectam largamente a saúde” Após as descobertas relativamente aos efeitos do stress no estado imunológico do indivíduo, com contribuições recentes do ICVS/3B’s, surge agora este estudo que relaciona a solidão ao mesmo efeito patológico. A hipótese lançada entende a solidão como um factor precipitante de stress agudo ou crónico, convergindo nos mesmos resultados nefastos sobre o sistema imune, e também sobre uma variedade de condições relacionadas como problemas cardiovasculares, Diabetes tipo 2 ou Alzheimer.

Neste estudo, foram avaliadas duas populações: uma de 134 indivíduos obesos mas sem outros problemas de saúde associados; e, uma de 144 mulheres sobreviventes de cancro da mama, sem patologia no momento do estudo. As conclusões mostram que, em ambas as populações, os indivíduos mais solitá-

rios sofrem mais reactivações de Vírus Herpes Simplex latente e produzem mais proteínas de fase aguda em resposta ao stress que aquelas que vivem num ambiente social mais abrangente. Assim, segundo a investigadora principal, pessoas solitárias lidam com o stress de forma mais intensa que pessoas que mantém relações sociais, e isso provoca-lhes alterações imunitárias deletérias. Os participantes mais sós tinham ainda níveis mais elevados de anticorpos do que os menos sozinhos e esses níveis de anticorpos estavam relacionados com mais dor e sintomas de depressão e fadiga. Os investigadores utilizaram a UCLA Loneliness Scale, um questionário que avalia as percepções individuais sobre o isolamento social e a solidão.


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hajaICVS - Projeto com participação do ICVS investiga a lipocalina 2

como molécula presente na Esclerose Múltipla Rui Seixal 59209

Um trabalho de investigação com a colaboração do laboratório associado ICVS/3B fez uma publicação no final do ano transato na revista Frontiers in Cellular Neuroscience sobre a molécula lipocalina 2 e a sua presença em modelos animais de Esclerose Múltipla. A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica crónica desmielinizante que se inicia mais frequentemente no jovem adulto, sendo que a incidência é maior entre os 20 e os 30 anos, e é três vezes mais frequente na mulher do que no homem. De acordo com trabalhos anteriores, o que se sabe é que o plexo coróide tem grande importância nesta doença, uma vez que é a porta de entrada para os linfócitos T. Desta forma, e para investigar o contributo do plexo coróide e os biomarcadores que estão presentes na Esclerose Múltipla, o que se fez foi a análise do transcriptoma do plexo corói-

de nas fases inicial, remissão e surto em modelo de encefalomielite autoimune de roedor, mimetizando assim a Esclerose Múltipla neste modelo.

O que verificaram numa primeira fase é que existe uma up-regulation mais significativa do gene Lcn2 na fase inicial da doença, e esta expressão era menor na fase de remissão da doença. Posteriormente, verificou-

-se que havia mesmo presença da proteína lipocalina 2 nas fases ativas da doença e durante os surtos. Após a análise imunohistoquímica do parênquima, verificou-se que na fase ativa do modelo de encefalomielite autoimune verificava-se expressão no bolbo olfativo, nas regiões periventriculares do 3º e 4º ventrículo, no cerebelo e no tronco, sendo que havia expressão nestes dois últimos também na fase de recidiva. Posteriormente, verificou-se que havia presença desta proteína no líquido cefalorraquidiano nos pacientes com Esclerose Múltipla. Desta forma, este trabalho realizado por estes investigadores permitiu abrir novos horizontes quanto à terapêutica desta doença, atualmente ainda sem cura, uma vez que se trata de um avanço na compreensão da fisiopatogénese da doença e no desenvolvimento de novos fármacos.

hajaCiência - Ups, afinal o modelo estava errado! Os astrócitos revistados João Carvas, 56833

A ciência tem destas coisas e de vez em quando é necessário esquecer o que se aprendeu à pouco tempo. Esqueçam então tudo o que aprenderam em SOF3 sobre transmissão sináptica (mas só depois do exame integrado claro)! Num estudo publicado em Janeiro deste ano na revista Science por um grupo de investigação da Universidade de Rochester destrói-se de uma vez só o modelo mais aceite para a comunicação entre neurónios no cérebro adulto, o chamado “modelo tripartido” (1). Neste modelo os astrócitos desempenhavam um papel essencial e segundo este grupo “amplamente exagerado”. Especificamente: dos modelos animais sabia-se existirem na membrana dos astrócitos recetores metabotópicos de glutamato 5 (mGluR5) que ao serem ativados pelo glutamato neuronal promoviam a libertação de gliotransmissores assim modulando a transmissão sináptica (2). Até agora nunca se tinha conseguido investigar a validade do modelo num cére-

bro adulto, e quase todos os estudos prévios se limitavam a usar o cérebro de ratinhos com poucos dias de idade. Este modelo tornou-se extremamente popular entre os neurocientistas até ser posto em causa por este trabalho. Numa colaboração com o Instituto de Ótica da mesma universidade foi possível desenvolver um novo sistema de microscopia de 2-fotões que permitiu a observação destes processos em cérebros vivos. Em conjunto com dados de genómica, expressão proteica e visualização imagiológica do Ca2+ intracelular, concluiu-se que os recetores mGluR5 não estavam sequer presentes nas células gliais dos cérebros adultos (ratinhos e humanos) e que elas não respondiam diretamente à sinalização na sinapse neuronal. Daqui se conclui que a importância dos astrócitos nas sinapses é limitada à altura de desenvolvimento mais intenso do sistema nervoso central, mas que é muito limitada no cérebro adulto.

Artigo principal: 1.

Sun W, McConnell E, Pare JF, Xu Q,

Chen M, Peng W, et al. Glutamate-dependent neuroglial calcium signaling differs between young and adult brain. Science. 2013 Jan 11;339(6116):197-200. Artigo complementares: 2.

Araque A, Parpura V, Sanzgiri RP,

Haydon PG. Tripartite synapses: glia, the unacknowledged partner. Trends Neurosci. 1999 May;22(5):208-15.


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hajaCrónica - Ciência na Crise, e através dela João Carlos Simões 63617

Em 1913, há exactamente 100 anos atrás, em grossos riscos, o panorama da Ciência em Portugal era quase o completo oposto do que se vive hoje, em 2013. O analfabetismo da população portuguesa cifrava os 75% [!], o que colocava o país numa constrangedora posição dentro do Velho Mundo. (Note-se que já por esta altura, e já desde cem anos antes, países como a Finlândia, Suécia e Estónia, ostentavam orgulhosamente taxas de iliteracia de virtualmente 0%). Cem anos passados desde o início do séc. XX e muito se fez para reverter este quadro: criaram-se mais universidades como as de Lisboa e do Porto, que finalmente quebraram a hegemonia monopolizadora de Coimbra (a do Minho só surgiu em 1973 numa nova vaga de criação de universidades); investiu-se na instrução primária da população e finalmente, entre atribulações várias que marcaram o século, chegamos aos alvores do séc. XXI com uma taxa de analfabetismo de 5,2% segundo dados de 2012. Sendo contudo uma admirável conquista, não chega ainda para nos aliviar do constrangimento perante os restantes países a que estamos adstritos na União Europeia, nem para nos arrancar do último lugar desta infame lista. Números melhores conseguimos obter no que diz respeito à formação superior, sendo notável o investimento em I&D feito quer ao nível público, quer privado nos últimos anos. Basta ver o salto quantitativo e qualitativo dado pelas publicações científicas internacionais feitas a partir de Portugal. Podemos ter a maior taxa de analfabetismo na Europa a 27, mas em contrapartida, temos a segunda melhor taxa de doutoramentos por mil habitantes na faixa etária entre os 25 e os 34 anos. Ironicamente, é também nesta faixa etária que se encontra a terceira maior taxa de desemprego

na EU, onde só a Grécia e a Espanha nos ganham. Mas isto já são bizarrias estatísticas e demográficas difíceis de compreender, e mais difíceis ainda de explicar. Aqui ficam apenas para alimentar as mentes inquietas. Sendo óbvio e consensual que matérias como as da Ciência dependem sempre da crítica para a construção, vamos ver o que se tem construído nos últimos tempos para aumentar a massa crítica. Já não é novo, mas é-lhe justo o

apontamento: o Champalimaud Centre for The Unknown, de nome ambicioso, nascido em Lisboa em 2010, herança filantrópica de António de Sommer Champalimaud, afirma-se como um centro de excelência mundial na investigação translacional (básica, aplicada e clínica) em neurociências, cancro, e ciências da visão. Nesta última área do saber, oferece ainda um prémio anual aos melhores trabalhos que se destaquem na luta contra a cegueira do Homem, (1 milhão de euros, tanto quanto um Prémio Nobel). Cá mais para o Norte, Rui L. Reis,

director e investigador do Laboratório Associado ICVS/3B’s viu o ano de 2012 acabar em apoteose, após se tornar o cientista português com mais artigos publicados de sempre na ISI Web of Knowledge, coroou a senda com a atribuição, a título pessoal de uma prestigiada Advanced Grant (bolsa para Investigador Avançado) do European Research Council (ERC - Conselho Europeu de Investigação), com o projeto “ComplexiTE” (2,35 milhões de euros) e ainda a aprovação do financiamento europeu de 3,15 milhões de euros para o projecto POLARIS dirigido pelo 3B’s. Rara distinção para um cientista português (que ainda por cima fez toda a carreira sénior sem sair do país, a partir das Caldas das Taipas) e, como o próprio afirma “mantendo o rumo, sem inflexões” da qualidade e excelência científicas. O início de 2013 foi também generoso para o Centro Clínico Académico, criado há um ano pelo consórcio UMinho/ Hospital de Braga, tendo iniciado o triplo dos projectos previstos para 2013, ultrapassando largamente as expectativas de apenas cerca de seis projectos anunciados em 2012. Assim, o CCA dá os primeiros passos numa caminhada rumo a uma investigação clínica “competitiva em termos internacionais” segundo o seu director, Nuno Sousa, num empreendimento científico que pretende transformar a região num “cluster” na área da saúde.


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hajaEntrevista - Dieter Egli Entrevista - Célia Soares; Revisão sobre Células Estaminais - Nuno Jorge Lamas;

Keith Campbell e Ian Wilmut, em 1996, criarariam, na Escócia, a ovelha Dolly, a partir de células mamárias adultas, através de uma técnica de transferência nuclear somática. Dieter Egli, em 2011, reportara, em Nova Iorque, um método robusto de produção de células pluripotentes personalizadas, a partir do mesmo método. Um passo que poderá levar, por exemplo, à produção de uma grande quantidade de células pancreáticas para transplantação para um pâncreas de um doente com Diabetes Mellitus. Nesta edição do hajaSaúde! fomos conversar com Dieter Egli, um dos mais promissores jovens investigadores na área das Células Estaminais a nível internacional e uma das 100 personalidades mundiais que mais se destacaram no ano 2011, segundo a revista Time. No final da Entrevista terás uma pequena revisão bibliográfica sobre o tema das Células Estaminais. Aposta na Investigação! O futuro passa por aqui, o futuro passa por ti! “Acredito que as células serão capazes de curar doenças que apenas podemos controlar com fármacos.” - Dieter Egli

hajaSaúde!: Qual foi o teu percurso profissional até chegares aos Estados Unidos? Dieter Egli: Fiz o meu doutoramento em genética da mosca da fruta. Sempre estive fascinado por técnicas mas depois de trabalhar 7 anos com moscas percebi que queria fazer algo diretamente relacionado com humanos. Na altura a Epigenética era um tema quente e pensei se muitas das doenças humanas não seriam de origem epigenética. Talvez se percebêssemos melhor a epigenética humana poderíamos curar doenças. Então decidi entrevistar para pós-doutoramento em vários sítios. Já tinha visitado antes os Estados Unidos e entrevistei com várias pessoas cá. Candidatei-me a várias bolsas que acabei por não conseguir. No final consegui um pós-doutoramento com o Kevin Egan, na Universidade de Harvard. Lembro-me perfeitamente. Foi em Janeiro de 2005 e não consegui voar para Boston por causa de uma tempestade de neve de Inverno. Quando cheguei a Boston, finalmente, havia mais de um metro de neve, estava bastante frio, as ruas vazias...mas eu adorei!!! Qualquer outra pessoa detestaria, e diria “Não, não vou ficar aqui. Este lugar é doido. Mais vale mudar-me para a Flórida”. Mas para mim, que gosto de neve e frio, foi

tão marcante que decidi ficar em Boston. hS!: Em 2011 foste incluido na lista das “100 pessoas que interessam” da Time Magazine, na mesma lista que incluía a cantora Adele, o Presidente Obama e os “hactivistas” Anonymous. O que representou este reconhecimento para ti? D.E.: Senti que tenho de fazer mais! (risos) Mas claro que foi muito bom. hS!: A tua familia gostou? D.E.: Claro. Mas só falam alemão. Não teve a mesma importância para eles. Não o podem mostrar em qualquer sitio porque não sabem o que significa. Claro que viram os outros nomes na lista, a companhia em que estava... mas se tivesse saído num jornal alemão teria sido mais importante para eles. Para mim só significa que o tenho de fazer de novo. O que mostrámos em 2011 foi um grande passo para mostrar que podemos reprogramar células somáticas com óvulos humanos. Mas agora a grande questão é se podemos converter isto numa terapia. Como disse, quando me mudei para os Estados Unidos a minha motivação era fazer investigação que curasse doenças que não podem ser curadas agora. Diabetes é uma, mas há muitas outras. E acredito fortemente que se

somos feitos de células os tratamentos irão tornar se cada vez mais focados em células, e talvez afastarem-se dos tratamentos baseados em fármacos. A Medicina actual é baseada na sua maioria em fármacos. Mas nós somos feitos de células! Por isso os fármacos terão sempre algumas limitações. Acredito que as células serão capazes de curar doenças que apenas podemos controlar com fármacos. hS!: Consegues descrever de forma simples o trabalho de que falas, a transferência nuclear de células somáticas (SCNT)? D.E.: É um nome complicado para algo simples. O óvulo humano tem obviamente a capacidade de produzir um ser humano completo. Tem também a capacidade de converter uma célula adulta numa célula embrionária. hS!: Como no caso da ovelha Dolly... D.E.: De forma semelhante ao que foi feito em vários mamíferos. Esse foi o primeiro caso descrito. Em humanos o propósito não é fazer um ser humano. O propósito é fazer células estaminais que podem ser usadas em terapias. hS!: Neste momento a área das células estaminais pluripotentes está ramificada essencialmente em 3 tipos de células: as células estaminais


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hajaEntrevista - Dieter Egli embrionárias (hESC), as células estaminais pluripotentes induzidas (hiPSC) e a “tua” transferência nuclear somática (SCNT). Estes tipos de células estaminais pluripotentes têm os mesmos propósitos ou acabarão por ser usadas em diferentes situações? D.E.: Muitos de nós [investigadores nos diferentes tipos de células estaminais] temos os mesmos objectivos e as mesmas esperanças do que estas células podem fazer. Mas penso que existirão diferenças que irão afectar o seu uso. hS!: Podes ser mais específico? D.E.: Bem. Se quisermos transplantar estas células para humanos essas células terão de ter exigentes critérios para a sua qualidade. Elas tem de ser seguras e normais. Não devem ter a tendência para se transformarem numa outra coisa qualquer. Para fazer células estaminais a partir de óvulos tomamos partido de normais processos de desenvolvimento. E parece que afinal a produção de hiPSC tem características em comum com o processo de transformação de uma célula normal numa célula maligna. Se isto tem consequências ou não, ainda não é claro. Mas pode. Por isso eu acho que é sábio continuar a estudar a transferência nuclear porque há diferenças no método de produção destas células. hS!: O teu trabalho foi de certa forma surpreendente. Porque ao contrário de outros mamiferos onde se retira o genoma do óvulo e se introduz o genoma de uma célula somática para vocês fazerem as células humanas dividirem-se tiveram de manter o genoma materno no óvulo. Esperavas este resultado? D.E.: Não. De todo. Basicamente vimos que quando aplicávamos a mesma técnica em células humanas que aplicávamos em ratinhos, não resultava. Existem muitos poucos passos na técnica de transferência nuclear somática. Normalmente, o primeiro passo é retirar o genoma do óvulo. O segundo é transferir o genoma da célula somática. O terceiro é a estimulação desse oócito para ele começar a divisão celular. O que nós fizemos essencialmente foi as experiências controlo para estes 3 passos. Fizemos a estimulação do óvulo sem enucleacao ou transferência, e esse óvulo desenvolveu-se. Concluímos que

não era a estimulação artificial que bloqueava o desenvolvimento. De seguida retirámos o núcleo do óvulo e voltámos a pô-lo. Este óvulo também se desenvolveu muito bem, o que significa que não é esta manipulação do núcleo o problema. A terceira experiência foi apenas adicionar o genoma de uma célula somática ao óvulo [sem retirar o genoma materno]. Isto iria responder se a célula somática seria de qualquer forma prejudicial para o desenvolvimento. E não foi! Esta experiência também nos disse que se retirarmos o genoma do óvulo é isso que introduz um defeito, porque a célula somática não é capaz de complementar-se. O que estou a trabalhar agora é como resolver este problema, como poderei remover o genoma do óvulo sem remover a capacidade de desenvolvimento. hS!: A aplicação terapêutica mais conhecida das células estaminais é a terapia de substituição celular. Podemos esperar outras aplicações das células estaminais? D.E.: Um grande interesse da área de investigação das células estaminais é o seu uso para “drug screening” (teste de fármacos em larga escala). Para mim é uma aplicação interessante e muito importante, mas aquém do real potencial destas células. Eu realmente acredito que estas células podem revolucionar a Medicina a longo prazo. O meu sonho é fazer células personalizadas para transplante. Assim doenças como diabetes seriam curáveis, pois iriamos transplantar células do próprio doente. Claro que teriamos de aprender como prevenir que o corpo atacasse estas células, mas acho que isso também pode ser feito. hS!: Se eu te pedisse para indicares 3 doenças que seriam o foco das terapias de substituição celular quais seriam? D.E.: Diabetes... hS!: Porquê? D.E.: Acho que existe uma

grande necessidade. E estas células provavelmente não precisam de estar tão organizadas como os neurónios que precisam de fazer ligações entre si. Isto torna as coisas mais fáceis. Também temos aqui [New York Stem Cell Foundation/ Universidade de Columbia] uma das maiores clínicas de diabetes dos Estados Unidos, onde existe um ambiente onde as pessoas estão interessadas que isto [terapias com células estaminais] aconteça. A segunda seriam as lesões da medula espinal e a terceira as doenças relacionadas com os olhos. hS!: É precisamente na área da visão que estão a decorrer os dois únicos ensaios clínicos com células estaminais embrionárias humanas (hESC). Que podemos esperar destes estudos a curto e longo prazo? D.E.: A curto prazo podemos esperar que nada de mau aconteça com o transplante destas células. São essencialmente estudos de segurança. Com estas experiências preliminares não estou à espera que pessoas cegas passem a ver. Não, não é isso que espero. Mas eventualmente caminharemos nessa direcção. A longo prazo. hS!: Quais os ingredientes para ser um bom cientista? D.E.: Como se eu soubesse isso! (risos). Quem me dera saber. Há muitas maneiras de ser um bom cientista. A minha maneira passa por muito trabalho. E motivação. Sempre fui muito motivado. Tenho um Objectivo, e fico fascinado por ele. “It drives me!” Tenho vontade para gastar muitas horas de trabalho e trabalhar no duro para chegar “lá’”. Mas claro, tendo dito isto,


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hajaEntrevista - Dieter Egli há sempre momentos em que as coisas parecem mal e a motivação se foi. E é nesses momentos que mais precisas dela. Mas não deixo de lutar por esse Objectivo. Organizo a minha vida de modo a persegui-lo. Vivo perto do laboratório e uma série de coisas que facilitam a perseguição deste Objectivo. hS!: Que papel devem ter os médicos na investigação em células estaminais? D.E.: Eu tenho várias colaborações com médicos. Muitas vezes eles não têm tempo para se envolverem na investigação, mas estão muito felizes por colaborar. Eles são a ponte para o doente. Eu como investigador não vejo doentes nem falo com eles. Aliás, nem me é permitido fazê-lo. Mas os médicos podem. Eles descrevem aos doentes as investigações que estão a decorrer e isto motiva os doentes a participarem em investigação. Apenas graça a esses doentes motivados temos acesso a células, como uma biopsia de pele ou uma amostra de sangue. Sem isto nada irá acontecer. Claro que é muito importante. E claro que quando encontrarmos algo, os médicos nos dirão o que é importante e quais são os objectivos. E quando encontrarmos algo podemos fornecer algo para os médicos aplicarem. Isto é a Medicina Translacional a voltar ao doente. hS!: O que achas de médicos a fazerem ciência básica? D.E.: Acho excelente. Se eles tiverem tempo suficiente. A longo prazo, se as coisas na Medicina mudarem como eu penso que vão, e se focarem mais em células, toda a educação destes médicos também terá de mudar. hS!: Que fazes nos tempos livres?

D.E.: Adoro andar de bicicleta por Nova Iorque. Costumo atravessar a Ponte George Washington e andar de bicicleta pelo Palisades State Park, na margem do rio Hudson. Gosto muito dessa área, da Natureza e das montanhas. Na Suíça também é assim. Gosto também de desportos de neve: ski, snowboard... hS!: E é fácil equilibrar a vida de trabalho com a vida fora do trabalho? D.E.: Não! Não sou muito bom nisso. (risos) Sou fortemente orientado para o trabalho. Mas isto sou eu. Eu encontro o meu próprio equilíbrio, que é diferente do de outra qualquer pessoa. Para outra pessoa o meu equilíbrio seria um desequilíbrio. Sim, eu realmente gasto muitas horas com o meu trabalho, mas eu gosto! Não é como se eu sofresse.

Nova Iorque, janeiro de 2013 Leituras adicionais sugeridas Evans, M. (2011). Discovering pluripotency: 30 years of mouse embryonic stem cells. Nature Reviews. Molecular Cell Biology 12, 680–686.

Gokhale, P.J., and Andrews, P.W. (2009). Human embryonic stem cells: 10 years on. Laboratory Investigation; a Journal of Technical Methods and Pathology 89, 259–262. Han, S.S.W., Williams, L. a, and Eggan, K.C. (2011). Constructing and deconstructing stem cell models of neurological disease. Neuron 70, 626–644. Noggle, S., Fung, H.-L., Gore, A., Martinez, H., Satriani, K.C., Prosser, R., Oum, K., Paull, D., Druckenmiller, S., Freeby, M., et al. (2011). Human oocytes reprogram somatic cells to a pluripotent state. Nature 478, 70–75. Robinton, D. a, and Daley, G.Q. (2012). The promise of induced pluripotent stem cells in research and therapy. Nature 481, 295–305. Wichterle, H., and Przedborski, S. (2010). What can pluripotent stem cells teach us about neurodegenerative diseases? Nature Neuroscience 13, 800–804. http://www.time.com/time/specials/ packages/arti cle/0,28804,2101745_21023 09_2102418,00.html http://www.bbc.co.uk/news/health-15181015


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Investigação em Células Estaminais - revisão bibliográfica A investigação científica envolvendo células estaminais é desde há décadas uma das mais apaixonantes, promissoras e polémicas áreas do conhecimento. Os diferentes tipos de células células estaminais já identificados podem ser incluidos em dois grupos principais, as células estaminais adultas e as células estaminais embrionárias. O primeiro grupo de células tem uma capacidade de auto-renovação e divisão ilimitada e são órgão-específicas. As células estaminais adultas dão apenas origem aos tipos celulares característicos do órgão ou tecido de onde são originárias, sendo responsáveis pela contínua renovação celular que acontece ao longo da vida do organismo. É este o caso das células estaminais hematopoiéticas, que de forma contínua renovam as populações celulares presentes no sangue. Por outro lado, as células estaminais embrionárias (hESCs) caracteristicamente têm uma capacidade de auto-renovação praticamente ilimitada e a propriedade única de gerar em laboratório, perante estímulos adequados, qualquer uma das três camadas germinativas embrionárias (endoderme, mesoderme e ectoderme; pluripotência). Deste modo, estas células com características únicas podem dar origem a qualquer tipo de célula presente no corpo humano, permitindo a criação in vitro em larga escala de células humanas, muitas das quais estão normalmente inacessíveis para estudo por razões técnicas e fundamentalmente aspectos éticos. É este o caso das células do sistema nervoso central ou das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina e que se encontram geralmente disfuncionais na Diabetes Mellitus. As primeiras linhas celulares estaminais embrionárias foram criadas em 1981 a partir de embriões de ratinho por dois grupos de investigação independentes nas Universidades de Cambridge, Reino Unido e Califórnia São Francisco, Estados Unidos da América. As primeiras

linhas celulares estaminais embrionárias humanas apenas surgiram em 1998, graças ao trabalho de James Thomson e colaboradores na Universidade de Wisconsin, Estados Unidos da América. À luz do conhecimento atual, o procedimento que conduz à criação de uma linha de células estaminais embrionárias implica a individualização da massa celular interna de um embrião em estadio de blastocisto. Este tipo de abordagem conduz inevitavelmente à destruição do embrião humano fertilizado, o cerne da enorme discussão ética à volta desta área. De forma a contornar muitas das questões éticas e legais que entretanto

foram surgindo, a comunidade científica tem tentando encontrar metodologias alternativas de geração de células estaminais com características pluripotentes (semelhantes às células estaminais embrionárias) sem que o procedimento conduza à destruição de um embrião. Em 2007, Shinya Yamanaka e colaboradores demonstraram pela primeira vez que seria possível criar células estaminais pluripotentes a partir de fibroblastos adultos humanos, sendo apenas necessário sobre-expressar a nível intracelular quatro fatores de transcrição específicos para reverter os fibroblastos a um estadio estaminal (reprograma-

ção). As células geradas desta forma foram apelidadas de células estaminais pluripotentes induzidas (hiPSC), tendo sido demonstrado que teriam propriedades muito semelhantes às células estaminais embrionárias humanas (hESCs). A descoberta das células estaminais pluripotentes induzidas (hiPSC) tem constituído uma verdadeira revolução na investigação biomédica a nível mundial, tendo Shinya Yamanaka sido galardoado com o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 2012. Esta técnica tem tornado possível a criação em laboratório de linhas celulares estaminais indvidualizadas/paciente-específicas, que são posteriormente utilizadas para gerar tipos celulares (neurónios, astrócitos, células hepáticas, células beta pancreáticas, entre outros) que retêm o background genético dos indivíduos de onde foram retiradas. Estudos envolvendo este tipo de células não têm paralelo na história da Ciência e as implicações terapêuticas e regenerativas deste tipo de abordagem serão certamente inúmeras. Uma outra forma de obtenção de linhas celulares estaminais pluripotentes que a comunidade científica tem vindo a explorar é a transferência nuclear de célula somática (SCNT), que ficou mundialmente conhecida como a técnica que conduziu à clonagem da ovelha Dolly a partir de células mamárias adultas. Embora tenha sido inequivocamente demonstrado que a metodologia funciona em diferentes tipos de mamíferos, até há cerca de um ano era tecnicamente impossível reproduzir esses estudos usando células humanas. O primeiro estudo onde foi proposta uma técnica robusta de SCNT para criar células estaminais pluripotentes personalizadas foi apenas publicado em Outubro de 2011 pelo grupo de investigação de Dieter Egli, Investigador Principal na Universidade de Columbia, na cidade de Nova Iorque e New York Stem Cell Foundation (NYSCF), um dos centros de investigação mais prestigiados na área a nível mundial.


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hajaModa - Outono/Inverno 2013/2014 João Pedro Silva 53113

Com a chegada do fim de mais conjunto de semanas de moda pelo mundo fora, as tendências na roupa de homem para o próximo Inverno estão aí. Perguntam-se, estamos agora mesmo a sair deste, para quê falar do próximo? É nesta altura que faz mais sentido pensar nisto, quando podemos aproveitar os saldos para fazer compras inteligentes e a bons preços. Contudo, neste caso, para quem já fez as suas compras, deixo-vos descansados – as tendências pouco ou nada mudaram. Destaco 4 desfiles pela sua representatividade: Raf Simons, Kenzo, Givenchy e Neil Barrett. A simplicidade foi, nos desfiles de maior impacto, palavra de ordem, mantendo-se a maior parte das tendências. Peças em pelo, pele, tecidos rígidos; sobretudos minimalistas, sem botões; casacos volumosos; camisolas estruturadas; golas altas, em camisolas e casacos; pequenos jogos entre variações de cor semelhantes ou tecidos e texturas, são exemplos de tendências que têm vindo a ser inseridas gentilmente na imagem do homem contem-

porâneo. Na verdade, é cada vez mais frequente a criatividade mostrar-se nos pormenores. Pequenos apontamentos de pelo (embora em algumas colecções a mistura de pelos e padrões animais sejam discurso dominante), padrões geométricos muito subtis, cortes cada vez mais estruturados e clássicos em tecidos pouco familiares (por exemplo, o latex dos sobretudos da Burberry Prorsum), as aplicações metálicas nos sapatos, é só uma questão de atenção. A mudança das pequenas coisas em tudo reflete a tentativa de tornar as linhas das grandes casas mais comerciais, sem deixar de introduzir novos conceitos às linhas de homem outrora largamente conhecidas pelas suas frustrações à imaginação. Deixo-vos com uma dica: é nesta altura (enquanto ainda correm os saldos) que devemos aproveitar para atacar as peças mais transversais e universais num guarda-roupa, por sinal as que as reduções fazem mais diferença.

hajaSexualidade - ...e haja assexualidade! Nádia Sepúlveda 53084

Há quem lhe chame o fenómeno literário de 2012 (embora de literatura tenha pouco). Falo da trilogia “Sombras de Grey”, escrita por E.L. James, pseudónimo de Erika Leonard, uma executiva de televisão inglesa de 49 anos. Tudo começou num site de partilha de histórias amadoras, inspiradas nos seus autores preferidos. Erika imitava, nada mais nada menos, do que Stephanie Mayer, outro fenómeno literário de qualidade duvidosa. Mas que vende. Como Erika, longe de alguma vez saber, chegaria a vender. Milhões de cópias em todo o mundo, quer em livro, quer em versão ebook, best-seller em vários países e o direito a uma adaptação cinematográfica. Para quem não leu (num impulso de curiosidade li o primeiro em versão pdf, imagine-se!), elucido: a narrativa gira em torno de uma virgem de 21 anos, Anastasia, que conhece Grey, um executivo riquíssimo de 27, que a quer como sua submissa para as práticas de

BDSM (acrónimo de “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo”). Desde já, os livros são uma cilada. Quem esperava encontrar uma desmistificação deste tema, e uma visão isenta de preconceito, engane-se. O que E.L. James escreve é uma forma extremamente leve e inconclusiva destas práticas, e, pior ainda, tranforma-as numa qualquer forma de perversão, associada a traumas passados de Grey, os quais Anastasia tenta combater e reverter. A escrita essa...roça o horror! Coberta de chavões e lugares-comuns e duma escrita irritantemente pueril, “Sombras de Grey” parece pensado por uma adolescente enfadada, ansiosa por experimentar o sexo, mas temendo-o. Uma capuchinho-vermelho que se apaixona pelo lobo mau, e não lhe consegue resistir. Uma rapariga comum que pretende beijar um sapo e transformá-lo num príncipe. Independentemente de tudo isto,

“Sombras de Grey” foi lido por várias mulheres adultas por esse mundo fora, atraídas talvez pela promessa de cenas de sexo tórridas, que não têm em casa. O resultado? Uma subida na venda de cordas, chicotes e afins a nível mundial. Se o livro de Erika foi um total fracasso? Não, mas apenas se tiver servido para salvar a vida sexual de vários casais do aborrecimento.


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hajaSons - Álbuns do Mês Toro Y Moi – Anything In Return (15/20) Toro Y Moi é curioso. Para mim, as suas melhores músicas foram lançadas em EPs, o que não deixa de ser estranho. Causers of This misturava-se demasiado com a música dos seus contemporâneos (Washed Out ou Gold Panda, por exemplo) e Underneath The Pine mesmo sendo um lançamento mais seguro e individualista, continuou a ser deficitário em algo. Agora lança um álbum mais chillwave que nunca, continuando na sua senda de música de sofá, de qualidade. Mas continuo à espera do próximo EP...

Beach Fossils – Clash The Truth (13/20) Um álbum um pouco limitado em identidade, ouve-se de início ao fim sem se perceber bem as passagens de música. E ainda que tenham um estilo melancólico interessante, não conseguem com este 2º LP transmitir o mesmo que o álbum de estreia mostrou com segurança.. Nota-se potencial, mas quando é que explodem?

A$AP

Rocky

Long.Live.A$AP

(17/20)

Feeling like a vigilante or a missionary / Tell my A$AP killers get they pistols ready. Com as costas seguramente aquecidas pela sua A$AP Mob, Rocky começa assim a fantástica 1 Train em que, com grande parte da nova vaga que está a tomar conta do hip-hop pela base (Kendrick Lamar, Joey Bada$$ ou Big K.R.I.T.), chega com um manifesto em tom épico mas já com a segurança de veteranos. É o exlibris do álbum, e a verdade é q com ele Mayers mostra que já não precisa da sua máfia como rede. Prova-nos que não só não se vai calar como não vai ter problemas em mandar ninguém pôr-se no seu sítio! Btw, Wild for the night é uma colaboração com Skrillex. De início ninguém percebeu, mas resulta! Não deixar passar: [[SINGLE] Justin Timberlake – Suit & Tie (w/ Jay-Z). JT anunciou assim que, depois de 6 anos de interrégono, volta em 2013 com o sucessor de FutureSex/LovesSounds.

[EP] Kate Boy – Northern Lights EP. A sueca teve um dos melhores singles de 2012 com Northern Lights e para 2013 espera-se para o já o EP homónimo e quem sabe um LP. As indicações já nos deixam a dançar na cadeira.


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hajaIntercâmbio - Canadá (Montreal - McGill University) Luís Araújo, 59221

Posso definir esta experiência numa única palavra, no seu sentido mais lato: enriquecedora, a todos os níveis. Lembro-me perfeitamente do dia em que lá cheguei, onde fui de imediato levado para a “minha casa” e me foi explicado, pelo meu contact person, o funcionamento geral da cidade. Ficando alojado num local sossegado, um pouco nada distante do centro de Montreal, pela proximidade da estação de metro, permitiu-me sentir o calor da cidade durante o dia e a ingenuidade e pacatez da sua periferia durante a noite. Mas não só de calor vive esta cidade, onde, durante o Inverno, as pessoas se deslocam numa outra cidade, subterrânea, em que diferentes estações aparecem ligadas por diversos centros comerciais, evitando as temperaturas exteriores de -30ºC. O meu trabalho foi desenvolvido no Centro de Investigação da Visão, no Hospital Royal Victoria, no campus da Universidade de McGill, no centro de

Montreal, onde testei a hipótese de sobreposição psicológica de padrões de cores, quando eram combinados no mesmo campo. Aprendi várias técnicas laboratoriais que desconhecia, nomeadamente as ligadas à investigação no campo da visão, em que os tubos de

ensaio e gobelés são substituídos por computadores e aparelhos vanguardistas. Escolhi fazer o intercâmbio no mês de Junho, integrado em Projeto de Opção, uma Unidade Curricular, existente na ECS-UM, tendo apresentado os resultados do mesmo já em Braga.

em 1999, época em que a tecnologia ainda não conseguia detectar a hormona. Após meses de lutas na justiça, Armstrong acabou por ser considerado inocente. No entanto, em 2011, surgiram novas acusações, destas vez vindas de 2 ex-colegas de equipa. Após investigações do FBI, testemunhos de outros colegas e novas provas obtidas mais recentemente, a U.S.A.D.A. acusou formalmente Lance Armstrong. Durante cerca de 2 anos, Armstrong tentou provar a sua inocência.

Em 2012 “desistiu” tendo-lhe sido retirados todos os prémios e ficando impedido de participar em qualquer competição oficiail. Na passada semana, o ciclista veio a público, no programa de Oprah Winfrey, reconhecer pela primeira vez a sua culpa relativamente a todas as acusações . Destruiu-se assim um “herói”, cujo exemplo, antes de o uso de dopping ser descoberto, terá influenciado positivamente a vida de muitos doentes.

hajaDesporto Dinis Oliveira, 56201

Lance Armstrong, ciclista norte-americano e fonte de inspiração para muitos, veio recentemente a público confessar o uso de eritropoetina, testosterona e transfusões como dopping ao longo da sua carreira. Em 1995, ainda com 25 anos, foram-lhe diagnosticados um tumor testicular, um tumor cerebral e outro pulmonar. Para a história ficou a postura lutadora de Lance, que não baixou os braços mesmo com uma probabilidade de sobrevivência de 40%. Chegou a dizer, numa entrevista, “Enganaste-te na pessoa ao escolheres um corpo para viver, cometeste um erro porque escolheste o meu”. Fundou ainda a Fundação Lance Amstrong, para a luta contra o cancro. Depois de superadas estas adversidades, Lance fez o impensável: venceu por 7 vezes consecutivas no Tour de France, até à sua retirada em 2005. Ainda voltaria a competir, em 2009 e 2010, mas sem o mesmo sucesso. Foi em 2005 que começaram a surgir as dúvidas. O jornal L’Equipe, acusou o norte-americano de ter utilizado eritropoetina como dopping, após analisar amostras de urina congeladas recolhidas


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Texto de Viagem - Foz do Douro Francisca Bartilotti

Foz do Douro – 19h30 – À medida que a noite nasce, o Sol repousa onde não há distinção entre o rio e o mar. As margens brilham como ouro num colar no pescoço de uma mulher, ou não fosse este o Rio d’Ouro. Bandos de gaivotas cruzam os ares, as nuvens estão laranja e densas, e a luz de pôr do sol ilumina Gaia. Das margens nascem prolongamentos do horizonte lembrando imperfeições numa fotografia antiga, traços escuros de madeira de onde saem finas linhas que pairam imóveis. São as canas dos pescadores – os Pescadores do Douro. Desde a madrugada à noite escura, chuva, sol e tempestade, eles lá estão. Já fazem parte do rio e o rio faz parte deles. Os seus barcos flutuam. Marisa, Cristiana, Marina, Eduardo Xavier, Anjo do Norte, Sonho meu, Ponte Sagrada, Os Quatro Amigos, nomes de velhos amores, velhos destinos, velhas vidas. E contam uma história em cada casco, vela e risco. Histórias de viagens, tempestades, bichos do mar, no fundo, histórias que contam solidão e amargura, mas também conquista e vitória. Estão no seu lar, e como bons anfitriãos recebemnos com um largo sorriso. Com os olhos bem abertos, os pescadores perscutam o vazio sem pestanejar, como autênticos monges budistas a meditar sobre a vida e a metafísica. O que os motiva? Quem são e o que é a sua vida? “Sou um pescador desportivo.”- Diz o Sr. Rui- “Pescador lúdico, apeado. É para estarmos entretidos. Claro que se nos aparecer alguma coisa nós aproveitamos.”. Mas o que é que poderá aparecer? As águas são chuvas de esgotos de uma grande cidade, os peixes, poluídos com ela. “O rio não é muito sujo, depende da maré. Não esta nada poluído. Há certas ocasiões quando há enchentes, muita

chuva que está, mas agora não.” - acrescenta. Será isto verdade? Há vários estudos científicos credíveis que demonstram o contrário, que a poluição cresce de ano para ano, e um simples olhar acautelado para a opacidade das águas permite ver a sujidade. Mas o que se apanha realmente? “É conforme. Depende das luas, das marés, se o peixe come ou não. Costuma dar robalo, dourada, enguia, tainha, sai muita coisa.Tainha não interessa, muita fartura, mas não interessa. Mas o peixe que normalmente a malta pesca para comer ou até para o negócio é o robalo ou a dourada.” Robalo parece ser o mais procurado e tainha a mais encontrada. É isto que me faz olhar para estes homens com tanta curiosidade. O rio é sujo, o peixe é pouco e também ele sujo, e ainda assim, dia e noite, eles estão lá. O que lhes passará pela

cabeça enquanto fitam quietos as águas, de óculos caídos no nariz e casacos bem apertados nesta altura em que faz frio. Será que vêem as gaivotas que voam, os barcos com turistas que passam, os corredores que galgam os passeios, ou será que estão tão perdidos na contemplação do rio, na espera do movimento da linha, no objectivo que aí os trouxe que tudo lhes passa como um sonho? Aproveitarão estas horas sozinhos para reflectir, para pensar em problemas correntes, lembrar memórias passadas? Que pensamentos, reflexões abstractas estarão a crescer nestes cérebros que olham as águas que brilham todos os dias, tostam ao sol e

deitam fumo ao frio, de manga caveada ou gola alta e gorros bem apertados? “Estou aposentado, é o meu hobby. É aquilo que eu mais adoro, é pescar,menina. Adoro, gosto. Eu se pudesse passar o tempo todo na pesca passava o tempo todo na pesca.” É paixão. É a espera, a incerteza, o tempo consigo próprio. E o rio é tão bonito… quem não passaria os dias a olhá-lo se pudesse? Que melhor exercício encontram senão lançar uma cana e esperar, levar com gotas de chuva na cara, esconder o nariz no cachecol, sentir o sol a queimar e olhar, olhar e olhar. E reparar nos bandos de andorinhas, nos aviões que chegam, nos barcos que rasgam as águas, no rio que nada perturba e que não é perturbado por nada. Vou ser pescadora. É difícil? “Não menina! Cana, linha, anzois, choupadas e carreto que é o que suporta a bobina!” Q u e r o p o d e r resolver t u d o enquanto passo o dia a olhar o rio, só. O que poderá ser mais romântico? Quero ser só eu e a minha cidade, e sentir, o l h a r, cheirar tudo. “O rio da m i n h a a l d e i a é mais bonito que o Rio Tejo”, dizia Fernando Pessoa. Qual quê? O rio desta aldeia é mais bonito que todos os rios do mundo.


hajaAgenda Fevereiro/Março Filipe Costa, nº59247

Teatro Porto São Bento (Teatro) |Centro Cultural Vila Flor – Guimarães| 2 Fevereiro|22h00|10€ Festival Internacional de Dança Comtemporânea |Centro Cultural Vila Flor -Guimarães| 13 a 23 Fevereiro Proximity (Australian Dance Theatre) |Centro Cultural Vila Flor -Guimarães| 13 Fevereiro| 22h00 |12,50 € Ópera e Amor|Theatro Circo Braga|14 Fevereiro|21h30|14€ O Peso de uma Semente (Dança) |Centro Cultural Vila Flor -Guimarães| 14 e 15 Fevereiro|15h00 e 22h00 respetivamente | 2 e 5 € respetivamente O Reverso das Palavras (Dança – Tânia Carvalho) |Centro Cultural Vila Flor -Guimarães| 16 Fevereiro| 22h00 |12,50€ A Cidade (Dança – Olga Roriz)| Centro Cultural Vila Flor -Guimarães| 21 Fevereiro| 22h00|12,50€ A Ballet Story (Dança- Vitor Hugo Pontes)|Centro Cultural Vila Flor -Guimarães| 23 Fevereiro| 22h00|12,50€ O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão (Teatro Meridional)|Theatro Circo Braga|15 Março|21h30|8€

Espectáculos Musicais Samara Lubelski |Centro Cultural Vila Flor -Guimarães|2 Fevereiro|24H00 |4 € Projecto Musical (Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga|Theatro Circo Braga| 8 e 9 Fevereiro|21h30| 10€ Quinteto Lisboa | Centro Cultural Vila Flor -Guimarães|9 Fevereiro|22H00 |10 € Sandy Kilpatrick| Centro Cultural Vila Flor -Guimarães|9 Fevereiro|24H00 |4 € Mónica Ferraz|Theatro Circo Braga|15 Fevereiro|21h30|10€ Concerto Evocativo do 39º Aniversário da Universidade do Minho (Orquestra da Universidade do Minho e Alunos da Licenciatura em Música) | Theatro Circo Braga| 17 Fevereiro|21h30 |a definir Concerto Evocativo do 39º Aniversário da Universidade do Minho (Orquestra da Universidade do Minho e Alunos da Licenciatura em Música)| Centro Cultural Vila Flor -Guimarães|18 Fevereiro|22H00 |Gratuito (com lotação limitada) Canto D’Aqui (Tributo de Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira) |Theatro Circo Braga|23 Fevereiro|21h30|10€ Small Trio| Centro Cultural Vila Flor -Guimarães|23 Fevereiro|24H00 |3 € Jorge Palma|Theatro Circo Braga|2 Março|21h30|15€ Pedro e Os Lobos (Num Mundo Quase Perfeito)| Theatro Circo Braga|22 Março|21h30|7€

Cinema Hitchcock | Drama | 7 Fevereiro O Mentor | Drama|7 Fevereiro Sangue Quente |Comédia | 7 Fevereiro Celeste e Jesse Forever |Comédia| 14 Fevereiro Bestas do Sul Selvagem |Drama | 14 Fevereiro Quarteto |Comédia| 14 Fevereiro Die Hard – Nunca é um bom dia para morrer |Acção e Aventura |14 Fevereiro Texas Chainsaw|Terror| 14 de Fevereiro Sete Psicopatas |Comédia| 21 Fevereiro Aguenta-te aos 40|Comédia|21 de Fevereiro Cidade Dividida| Drama|21 Fevereiro Força Anti-crime |Drama|21 Fevereiro Hyde Park em Hudson|Biografia |21 Fevereiro Criaturas Maravilhosas| Drama| 28 Fevereiro Sarilhos em Família|Comédia|28 Fevereiro The Expatriate |Acção e Aventura |28 Fevereiro Oz- O Grande e Poderoso |Acção e Aventura |7 Março Tudo Por um Bebé| Acção e Aventura |7 Março Side Effects |Drama|7 Março Agora Fico Bem| Drama|14 Março Jack, O Caçador de Gigantes| Acção e Aventura|14 Março Identify Thief |Comédia| 14 Março Snitch |Acção e Aventura | 14 Março Bullet to the Head|Acção e Aventura |14 Março Safe Haven|Romance|21 Março Robot e Frank |Romance|21 Março Catch.44|Acção e Aventura| 21 Março Hummingbird |Trhiller |21 Março The Deep Blue Sea|Drama|28 Março Playing for Keeps|Romance|28 Março

hajaAgenda NEMUM Fevereiro/Março Fevereiro 7 e 8 - Dia do Livro Sublinhado 19 - Conversas Médicas 20 - Hospital dos Bonequinhos (Guimarães) 21 - Filme de Culto 27 - Euphoria

Março 12 - Filme de Culto 13 - Formação para Rastreios 19 - Conversas Médicas

Abril 4 - Filme de Culto 8 - Dia mundial contra o cancro 16 - Conversas Médicas 24 - Cerimónia da Bata Branca 25 - Vamos Rastrear Barcelos


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hajaQuizz - Natal Filipe Costa, 59247

Numa espécie de antecipação à entrega dos Óscares, que premeiam o que melhor se faz no cinema, ocorreram os “Globos de Ouro 2013”. Descubra alguns dos potenciais vencedores dos Óscares de 2013. 1- O fime que venceu o Globo de Ouro de “Melhor filme” na categoria Drama foi: a) A Vida de Pi b) Django Libertado c) Argo d) Lincoln e) 00h30: Hora Negra 2- a) b) c) d) e)

Que actriz arrecadou o Globo Ouro de “Melhor Actriz” na categoria Drama? Jessica Chastain, em “00h30: Hora Negra” Sally Field, em “Lincoln” Helen Mirren, em “Hitchcock” Naomi Watts, em “The Impossible” Anne Hathaway, “Os Miseráveis”

3- Qual dos seguintes foi considerado o “Melhor filme” na categoria Animação? a) Brave – A Indomável b) Frankenweenie c) ParaNorman d) Força, Ralph e) Hotel Transylvania 4- a) b) c) d) e)

Quem venceu a categoria “Melhor Actor” na categoria Drama? Joaquin Phoenix, em “O Mentor” Daniel Day-Lewis, em “Lincoln” Denzel Washington, em “Flight” Richard Gere, em “Arbitrage” Hugh Jackman, em “Os Miseráveis”

5- Qual a comédia ou musical que foi galardoada com o Globo de Ouro? a) “Os Miseráveis” b) “Guia para um Final Feliz” c) “A Vida de Pi” d) “Amor” 6- a) b) c) d) e)

Que filme arrecadou o Globo de “Melhor Filme falado em Língua Estrangeira”? “En Kongeling Affaeere” (Dinamarca) “Les Intouchables” (França) “Amour” (Áustria) “Kon-Tiki” (Noruega, Grã-Bretanha, Dinamarca) “De Rouille et D’Os (França)

Soluções: 1-c; 2-a; 3-a; 4-b; 5-a; 6-c;

hajaSudoku Dificuldade: dificil


FOI CONTIGO QUE SEMPRE SONHEI Nuno Saldanha, 59254 Caminhava sôfrego na escuridão Sozinho de solidão, Há procura de um motivo Para me manter vivo, Até que olhei para ti… Aí o céu rachou, O dilúvio inundou, A peste matou, E caos reinou dentro mim… A tua presença me paralisa O teu respirar ofegante me detém Serás tu a Mona Lisa Ou do amor deusa também? O teu rir desdenhoso, A forma como o teu coração palpita É método ardiloso Para este mestre da escrita! Os teus olhos são estrelas A tua boca tentação A tua pele desejo, Perto de ti entro em combustão! O canto dos pássaros A Primavera que já quase chegou Têm novo sabor, Tal é amor que te dou! Teu nome devoro, Tua voz decoro, Perto de ti rejubilo, Por seres aquela cuja Que já se me aprovei-o; Olho para ti, Entro em devaneio! Eu te pergunto, Eu te questiono, De onde herdaste tu tal beleza? Que somada a tal simpreza Faz de ti a mais bela poesia, Que de noite e de dia, É cantada pelos da escrita. Será tua beleza infinita? Ou estou enamorado? Não sei… E isso, deixa-me intrigado!

Francisco Leite 56188

Raras as vezes me senti assim E menos as que realmente amei, Não sei o que se passa em mim Mas sei que foi contigo que sempre sonhei! Jornal hajaSaúde! NEMUM Distribuição Gratuita. Tiragem: 120 exemplares. Direção: Luís André Araújo. Colaboradores: Daniela Lascasas, Raquel Afonso, Filipe Costa, Patrícia Varela, Cláudia Macedo, João Pedro Silva, Nádia Sepúlveda, Rui Miguel Seixal, Nuno Jorge Lamas, João Carlos Simões, Dinis Oliveira, João Carvas, Francisco Leite, Nuno Saldanha Paginação & Grafismo: José Carlos Rodrigues. Impressão por: CopyScan

Contactos hajasaúde.ecs@gmail.com Núcleo de Estudantes de Medicina Universidade do Minho Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho Campus de Gualtar, 4710-057 BRAGA


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