Jornal Brasília Capital 279

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Museu de Arte de Brasília está totalmente em ruínas Chico Sant’Anna - Página 9

Ano VI - 279

Brasília, 1 a 7 de outubro 2016

Na internet, 59 mil reprovam reforma do ensino médio Páginas 10 e 11

Democracia ferida / Assassinatos mancham de sangue a escolha de prefeitos e vereadores neste domingo -

Falta de chuva pode aumentar conta de água Mas alta de 20% dependerá do nível de barragens Páginas 8

Fernando Pinto

Temer propõe 20 anos de arrocho

Distribuição gratuita

divulgação

www.bsbcapital.com.br

Taciano de Carvalho / Gama Livre

Página 6

Distritais fazem “Acordão Corporativista” Mesa diretora afastada tem julgamento adiado Pelaí, página 3

José Matos

Pra que esse orgulho, doutor?

Governo quer congelar gastos públicos da União por duas décadas. Os mais atingidos serão servidores públicos, quem depende de programas sociais, aposentados e pensionistas. Haverá ainda menos recursos para saúde e educação

Evolução - reflexão em vez de informação

Página 14

Editorial - Páginas 4 e 5

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Brasilia Capital n Opinião n 2 n Brasília, 1 a 7 de outubro de 2016 - bsbcapital.com.br

E

e d i tor i a l

x p e d i e n t e

Servidores públicos, apertem os cintos! Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Impressão Gráfica Jornal Brasília Agora Tiragem 20.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). SRTVS Quadra 701, Ed. Centro Multiempresarial, Sala 251 - Brasília - DF - CEP: 70340-000 Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com www.bsbcapital.com.br - www.brasiliacapital.net.br

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A

Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, editada pelo presidente Michel Temer, e que o governo empenha-se para aprovar no Congresso Nacional, traz uma perspectiva de arrocho por um período de, ao menos, 20 anos. Este é o tempo de vigência previsto para o chamado congelamento dos gastos públicos. Este represamento dos gastos atinge, obviamente, todo o funcionalismo público e quem ganha um salário mínimo ou recebe aposentadoria. “Os salários poderão ser congelados. É uma PEC que limita a concessão de benefícios que estão no plano de carreira do conjunto do funcionalismo. Então significou o arrocho no conjunto do funcionalismo”, diz o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo. De acordo com ele, a Central Única dos Trabalhadores fará mobilizações em todo o país contra esta Medida Provisória. O objetivo é tentar barrar a MP no Congresso Nacional. Douglas Izzo reclama que “rico não paga imposto” e que o governo Temer está penalizando quem não deveria mais ser penalizado: os trabalhadores. “Não é feito nenhum debate por parte do governo Temer de criar novas possibi-

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Brasília recebe primeira batalha de luta de bumbum É cada uma! Infelizmente pra muitos isso é cultura! Vai entender... nSheila da Luz, via Facebook.

‘kit aborto’ na internet Complicado viu... Punição já! Para quem vende e para quem compra!. nMarcela Pinheiro, via Facebook.

Achei contemporâneo e cultural. nLucas Ramos, via Facebook.

Traficante mais procurado do RJ é morto Bandido tem vida curta. Precisa desenhar? nRicardo Marques via

Polícia investiga venda de

lidades de arrecadação, como a taxação das grandes fortunas, a construção de instrumentos que arrecade sobre aqueles que têm muito no País e que não pagam imposto. Rico, no Brasil, não paga imposto”, declarou. A MP limita as despesas primárias aos valores equivalentes aos aplicados no ano anterior corrigidos apenas pela inflação. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) prevê menos investimentos em educação e saúde com a limitação dos gastos. O departamento fez até uma simulação a partir de 2002 para apontar que, se as normas da MP estivessem em vigor, teriam sido destinados menos 47% dos recursos para educação neste espaço de tempo. Um valor aproximado de R$ 300 bilhões no período. “A maior despesa do orçamento público é com a dívida. São os juros e a amortização da dívida, que beneficiam apenas o pequeno número de pessoas que são os detentores da dívida pública”, afirma a coordenadora de Pesquisas e Tecnologia do Dieese, Patrícia Pelatieri. Para exemplificar, ela afirma que em 2015 o serviço da dívida correspondeu a 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB), que é

a soma de tudo que o Brasil produziu no ano. E para comparar, os investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura foram menos da metade do que foi gasto somente com o pagamento dos juros, diz Patrícia Pelatieri. O próprio presidente Michel Temer, para amenizar, afirmou nesta sexta-feira (30) que a aprovação desta PEC evitará a possível criação de novos impostos. A intenção do governo é enviar também uma Proposta de Emenda Constitucional ao Congresso para tratar do teto de gastos dos estados. Esta segunda emenda constitucional também representará mais arrocho para os servidores públicos estaduais. Nestas situações, o cidadão é penalizado. Além de menos recursos para áreas importantes – como educação, saúde e segurança –, surge no horizonte a ameaça de greves no funcionalismo público em todo o País. A alegação mais forte do governo é de que não há como administrar o Brasil com despesas cada vez maiores. Seus críticos enxergam falta de propósitos claros ou de um programa de governo que possa escolher onde se pode cortar despesas, ao invés de diminuir o volume de recursos para suprir as demandas por serviços prestados pelo Estado.

a r t a s

Facebook.

nMaria Carla Silva, via e-mail

DF vive pior falta d’água da história O que nossa capital está precisando, além dessa chuvinha abençoada, é saber mais sobre os criminosos da Câmara Legislativa e quem eles estão subornando para tentar se livrar da enrascada que se meteram.

“Os Trapalhões” voltarão à TV Tinham mesmo que reprisar os episódios antigos, eles são melhores que muitos programas de “humor” da atualidade. nAlberto IJ ,via Facebook. Líder nas pesquisas em

Curitiba, Greca diz que “vomitou ao dar carona para pobre”. Gente vocês vão mesmo eleger esse cara depois do que ele disse? Respeitem seus votos é a única hora que vocês se impõem. Pensem por quatro anos vocês serão refém de um homem com essa postura. nInez Gomes, via Facebook


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Alívio no setor produtivo Após ouvir as reivindicações do setor produtivo, em reunião realizada nessa sexta-feira (30), com lideranças empresariais e representantes da Fecomércio, a Secretaria de Fazenda do DF

Mordaça

decidiu suspender por 180 dias a revisão das declarações de tributos e informações econômico-fiscais apresentadas pelas empresas brasilienses. A Secretaria de Fazenda apura supostas inconsistências relativas ao período entre 2011 e 2015, que teriam originado débitos tributários.

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Na terça-feira (27), o presidente Michel Temer proibiu o acesso de jornalistas credenciados ao quarto andar do Palácio do Planalto. Para visitar a Casa Civil, a Secretaria de Governo e o Gabinete de Segurança Institucional, profissionais de comunicação terão que agendar um horário com alguma autoridade.

Errou o alvo O atentado em Itumbiara (GO), às vésperas das eleições municipais, que culminou na morte do candidato a prefeito Zé Gomes (PTB), pode ter atingido o alvo errado. O vice-governador e secretário de Segurança Pública de Goiás, José Eliton (PSDB), baleado na ocasião, tem como bandeira a redução da criminalidade no Entorno.

Conselho Brasil Central José Eliton é o presidente do Conselho Brasil Central, responsável pela integração dos órgãos de segurança pública de Goiás e do DF. Márcia de Alencar, secretária de Segurança Pública, também está à frente do projeto e ocupa a vice-presidência do conselho. A união entre os comandos permitiu aos policiais a atuação fora de suas fronteiras em investigações. Antes, a autorização era concedida apenas em casos flagrantes.

Barraco na TV Contratado a peso de ouro pela Rede Record, o novo apresentador do “Balanço Geral”, Marcão Chumbo Grosso, se envolveu em polêmica com a Polícia Civil em sua primeira semana atuando em Brasília. Os policiais não engoliram as duras críticas à corporação, que reivindica reajustes ao GDF, e tentou conter o apresentador. Por meio de nota, classificou a notícia como “sensacionalista, inverídica e desrespeitosa”. Não adiantou. No dia seguinte, o apresentador mandou a Civil parar de escrever nota e trabalhar.

Figuras centrais da crise, ex-amigas íntimas, Celina Leão (esq.) pode escapar, e Liliane Roriz tem processo acelerado

“Acordão Corporativista” Aos amigos, o favor da lei. O adiamento da análise de 11 representações contra os deputados distritais Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PSDB), Júlio César (PRB), Bispo Renato (PR) e Cristiano Araújo (PSD) foi apelidado de “Acordão Corporativista”. Eles são acusados de terem recebido propina na destinação de emendas para a saúde pública – UTIgate – e, agora, o restante do parlamento aguarda uma nova denúncia ou condenação para tramitar o processo.

Fora do acordo Aos inimigos, o rigor da lei. O pedido de cassação da deputada Liliane Roriz (PTB), que denunciou os colegas de parlamento na Operação Drácon, continua tramitando a todo vapor. Condenada por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios em primeira instância, a distrital aguarda o parecer do corregedor da Câmara, Rafael Prudente (PMDB). O documento será enviado até segunda-feira (3) à Comissão de Ética.

Eu não! Apesar de o presidente em exercício da Câmara Legislativa, Juarezão (PSB), negar o engavetamento do processo, a espera por uma denúncia ou condenação para julgar os parlamentares vai diminuir a pressão popular e de movimentos sociais. O processo de cassação contra Liliane Roriz chegou à Câmara Legislativa mais de um ano depois de sua condenação, o que mostra o descompasso entre o Judiciário e o Legislativo.


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Ajuste fica nas costas do povo Cláudio Caxito(*)

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Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que o presidente Michel Temer enviou ao Congresso Nacional em junho impondo congelamento por 20 anos dos gastos da União trará, como consequência um monumental arrocho para o funcionalismo público. A medida limita as despesas primárias – aquelas em que o governo não considera os efeitos financeiros, decorrentes dos juros – ao equivalente aplicado no ano anterior corrigido apenas pela inflação e prejudicará ainda as camadas mais pobres da população brasileira, que mais dependem dos serviços e da assistência social oferecidos pelo Estado. Junto com os servidores, também serão diretamente atingidos os quem dependem de reajuste do salário mínimo, como aposentados e pensionistas. Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), Douglas Izzo, os salários poderão ser congelados e haverá um limite na concessão de benefícios que estão no plano de carreira de conjun-

to do funcionalismo. Além disso, está previsto o congelamento de concursos públicos. “Então significou o arrocho no conjunto do funcionalismo”, afirmou. Ainda de acordo com Douglas Izzo, o governo Temer não promoveu nenhum debate visando criar novas possibilidades de arrecadação, como a taxação das grandes fortunas, a construção de instrumentos que arrecade sobre aqueles que têm muito no País e que não pagam tributos. “Rico, no Brasil, não paga imposto”, protesta. Julimar Roberto, dirigente da CUT Brasília, aponta inconstitucionalidade na medida. “Somos contrários a essa PEC que enterra a Constituição de 88 no que se refere a investimentos em educação e saúde. Ela tira os ganhos dos trabalhadores, os serviços sociais básicos. Vem na contramão do que a população vem pedindo. A saída não é a implementação do Estado mínimo”, declarou. Mobilização – A bancada do PT promoveu um debate na Câmara Legislativa, nessa sexta-feira (30), sobre os “efeitos nocivos que a PEC

Carolina Antunes / PR

241 trará para o DF”. A audiência pública foi presidida pelo deputado Chico Vigilante e contou com representantes da CUT, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), além de outras representações sindicais e do Governo de Brasília. Perda bilionária – Estudo feito pelo Dieese apontou que, caso a PEC 241 estivesse em vigor desde 2002, o governo federal teria investido 47% menos em educação do que hoje, to-

talizando R$ 377 bilhões. Na saúde o impacto seria de menos 26%, quase R$ 300 bilhões. “É o caso, em que insiste a facção governista, de propagar que a vigência da PEC 241 não reduzirá os gastos públicos em saúde e educação. Ilusionistas e porta-vozes do ilusionismo oficial dizem que os recursos para as duas áreas serão aumentados. Ninguém se deixe enganar: é trapaça. É golpe e eles querem consumá-lo depressa”, afirmou, em artigo, o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), integrante da comissão especial da Câmara que analisa a PEC. O parlamentar, ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e


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1988 corre o sério risco de se transformar, definitivamente, em uma “mera folha de papel” (Lassale), contrariando o seu objetivo fundamental (art. 3, III) de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”, acrescentou Araújo.

Michel Temer (ao microfone). Para aumentar poder de convencimento, presidente afirma que limitação nos gastos evitará o aumento nos impostos

Dilma Rousseff, divulgou na quinta-feira (29) estimativas do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde segundo as quais o Sistema Único de Saúde (SUS) perderá R$ 654 bilhões em 20 anos, se a proposta de Temer for aprovada no Congresso. “Amputar direitos” – Também em artigo, Antônio José de Carvalho Araújo, juiz federal em Alagoas, defendeu o ajuste fiscal nas contas públicas, mas afirma que a forma escolhida pelo governo pretende amputar direitos, penalizando uma população numerosa e necessitada, em vez de colocar a conta para as elites do País. “Por que não priorizar a cobrança da

dívida dos devedores com o governo federal que, aliás, ultrapassou R$ 1 trilhão? Um dos diretores da Fiesp, por exemplo, possui uma dívida de cerca de R$ 6,9 bilhões. Por que não taxar as grandes fortunas do País?”, questionou. Ainda de acordo com o magistrado, conforme a Agência Nacional de Saúde, 75% dos brasileiros são usuários do SUS. Ele destacou que a atual crise econômica e o desemprego aumentarão esse número, porque mais usuários cancelarão seus planos de saúde. “Neste ritmo, com tantas reformas apresentadas de forma brusca e impensada, a Constituição Federal de

Dívida pública – A coordenadora de Pesquisas e Tecnologia do Dieese, Patrícia Pelatieri, afirma que a maior despesa do orçamento público é com a dívida. “São os juros e a amortização da dívida, que beneficiam apenas o pequeno número de pessoas que são os detentores da dívida pública”, critica. Patrícia lembra que no ano passado o serviço da dívida correspondeu a 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Para comparar, os investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura foram menos da metade do que foi gasto somente para pagar os juros. Em 2015, foram autorizados em orçamento R$ 277,3 bilhões com “juros e encargos da dívida”. Segundo o site Contas Abertas, esse montante supera o que o governo federal desembolsou com o Bolsa Família em 15 anos: R$ 221,7 bilhões. Nem aí para o povo – Temer declarou na sexta-feira (30) não estar preocupado com a impopularidade que reformas propostas pelo seu governo possam causar. “Se eu ficar impopular e o Brasil crescer, eu me dou por satisfeito”. “A aprovação (da PEC) é fundamental para evitarmos a espiral inflacionária e a recessão. A dívida poderá chegar a 100% do PIB em 2024 ou antes. Será a falência do Estado brasileiro”, afirmou. Para ele, a medida também evitará elevação de impostos. O relatório da proposta será lido terça-feira (4) na comissão especial da Câmara, afirmou o relator do texto, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). A intenção é aprovar o texto na quinta-feira (6) e levá-lo à votação em primeiro turno no plenário nos dias 10 e 11 deste mês.

(*)Com agências

Palocci continuará na prisão O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, nos governos de Lula e de Dilma Rousseff, Antonio Palocci, teve sua prisão temporária transformada em prisão preventiva, nesta sexta-feira 30. Com isso, tanto ele quanto seu ex-assessor Branislav Kontic, presos no último dia 26, continuarão atrás das grades sem prazo para que sejam libertados. A prisão temporária dos dois venceu nesta sexta-feira. A decisão foi tomada pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele não aceitou o argumento da defesa de que em período eleitoral não é possível fazer prisão preventiva. O ex-secretário da Casa Civil Juscelino Antônio, também preso na 35ª fase da Operação Lava Jato, ganhou a liberdade. Mas ele deverá entregar o passaporte e está proibido de deixar o País ou mudar de endereço, sem informar a Justiça. “O propósito da lei de evitar interferência indevida nas eleições e proteger a sua integridade, parece ser mais bem servido com a prisão cautelar do que com a liberdade dos investigados”, disse Sérgio Moro no despacho. Propina - Antonio Palocci é suspeito de receber propina da Odebrecht para atuar em favor da empresa, entre 2006 e 2013, interferindo em decisões do governo federal. Ele teve R$ 814 mil bloqueados em três contas bancárias e mais R$ 30 milhões de sua empresa de consultoria, conforme informou o Banco Central à Justiça Federal na quarta-feira (28). Moro havia determinado o confisco de até R$ 128 milhões. O juiz também decretou o bloqueio de até R$ 128 milhões de Dourado e Branislav, mas os valores encontrados são menores do que os determinados.


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Democracia manchada de sangue Bangue-bangue eleitoral em vários estados, com 20 mortes, mostra falta de civilidade nas disputas

N

um grave atentado contra a democracia, as eleições municipais deste domingo (2) estão banhadas de sangue. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o bangue-bangue eleitoral já provocou pelo menos 20 homicídios envolvendo candidatos e pré-candidatos neste ano. Os crimes foram cometidos em Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Acre, Rondônia e Rio Grande do Sul. A vítima mais recente em Goiás foi José Gomes da Rocha (PTB), ex-prefeito e candidato a prefeito de Itumbiara. Ele morreu com um tiro na cabeça, na quarta-feira (28), quando participava de carreata ao lado do vice-governador e secretário de Segurança, José Eliton Figuerêdo Júnior (PSDB), atingido no abdômen. O advogado da prefeitura, Célio Rezende, também foi baleado. O autor dos disparos, Gilberto Ferreira do Amaral, funcionário da Secretaria Municipal de Saúde, e o cabo da Polícia Militar Vanilson Rodrigues, que fazia a segurança de Zé Gomes, morreram no tiroteio. Em 21 de agosto foi a vez de Paulino Rodrigues da Silva, vice-presidente do Partido da República (PR) em Santo Antonio do Descoberto (GO), a menos de 50km da capital federal. O Pastor Paulino, como era conhecido, foi executado com quatro tiros na porta de casa, no bairro Morada Nobre. O assassina-

reprodução youtube

Gilberto Ferreira do Amaral (arma na mão, acima) e morto dentro do carro (ao lado). Ele matou um candidato a prefeito da cidade goiana de Itumbiara, José Gomes da Rocha (PTB), e baleou o então governador em exercício, José Eliton Figuerêdo Júnior

to ocorreu menos de um mês depois da morte, com 13 tiros, do jornalista João Miranda do Carmo, pré-candidato a vereador.

Repúdio - O presidente do TSE, Gilmar Mendes, divulgou nota de repúdio ao atentado em Itumbiara. “Nós estamos em contato estreito

com o Ministério da Justiça e também já pedimos que a Polícia Federal atue na investigação desses episódios que repercutem e podem afetar o pleito eleitoral”, disse Mendes na quinta-feira (29), durante a sessão plenária da corte. Quanto aos outros episódios de violência envolvendo candidatos, Gilmar Mendes disse que o TSE está atendendo aos pedidos dos tribunais regionais e governadores para presenças de forças federais neste primeiro turno das eleições – poderá haver segundo turno nas cidades com mais de 100 mil habitantes. Portela - Na segunda-feira (26), o candidato a vereador Marcos Vieira Souza, o Falcon, foi executado a tiros de fuzil em seu comitê de campanha, no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro. Ele

era presidente da Portela, uma das mais tradicionais escolas de samba cariocas, e subtenente licenciado da Polícia Militar. Desde março, a corporação investigava ameaças de morte ao policial, acusado de ligação com milícias, segundo investigação da Polícia Civil. “Embora também as autoridades do Rio tenham dito que havia disputa de algumas atividades ligadas ao crime comum, ao crime ordinário, mas isso envolve sempre milícias, envolve o narcotráfico. Alguns candidatos estão associados, o que traz outra preocupação, que é o crime organizado participando do processo eleitoral, isso realmente é algo delicado”, declarou Gilmar Mendes. A Polícia Civil do Rio investiga a atuação de grupos paramilitares, como as milícias, e o tráfico de drogas no processo eleitoral. A suspeita de que milícias estariam cobrando de R$ 15 mil a R$ 120 mil de candidatos para que façam campanha em áreas da zona oeste da capital e cidades do Grande Rio pode ser investigada pela Polícia Federal. Reforço militar – Pelo menos 25 mil militares das Forças Armadas serão responsáveis pela segurança e apoio logístico nas eleições. Do total, os militares reforçarão a segurança em 307 localidades de 12 estados indicados pelo TSE. Ao todo, serão utilizados 1.243 viaturas, quatro blindados, 89 embarcações e 26 aeronaves da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.


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Falta de chuva pesa no bolso Cobrança a mais de 20% acontecerá se não aumentar nível das barragens de Santa Maria e do Descoberto divulgação

A

Gustavo Goes

maior crise hídrica do Distrito Federal poderá resultar em mais despesas para o consumidor na conta de água. Quem não economizar poderá pagar preço maior equivalente a 20% quando o consumo ultrapassar 10 mil litros por mês, se o nível das Barragens do Descoberto ou Santa Maria atingir 25%. Na quarta-feira (28), o reservatório do Descoberto estava com 34,88% de seu volume de água e o Santa Maria com 47,86%. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) debaterá a medida em audiência pública nesta segunda-feira (3). O racionamento está suspenso. O aumento de 20% poderá acontecer por causa da aplicação da taxa de contingência, de 40%, estabelecida na Resolução nº 15, do último dia 16 de setembro, que colocou o DF em situação crítica de escassez hídrica. A nova norma estabelece que contribuintes terão de economizar em média de 12% a 15% de água para evitar o va-

rios do Descoberto e de Santa Maria – responsáveis pelo consumo de 85% da população – que não interromperam seu fornecimento. Os outros 15% são provenientes da água de cinco córregos, que abastecem cidades afetadas pelo rodízio como Brazlândia, Jardim Botânico, São Sebastião, Sobradinho e Planaltina.

Conta só deverá ter reajuste para os que consomem mais de 10 mil litros por mês

lor extra na conta emitida pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). Grande consumo - Apesar do rodízio de suspensão de água não ter afetado Brasília, os pontos de maior consumo do recurso são no Plano Piloto. As Asas Norte e Sul gastam cerca de

400 litros de água por pessoa, em média, quando a recomendação da Adasa é de 150 litros e da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 100 litros. Às margens do Paranoá o consumo é ainda maior: 800 litros de água por habitante. O abastecimento desses endereços, contudo, é feito pelos reservató-

Economia - Para o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, a medida “não se trata de uma tarifa punitiva, mas uma forma de estimular as pessoas a poupar água”. Contudo, o consumo da maioria da população (55%) extrapola o limite estabelecido pelo GDF. Os outros 45% que não consomem excessivamente o recurso não vão precisar gastar mais por isso. Entidades e empresas que prestam serviços considerados essenciais ao Governo de Brasília permanecerão isentos da cobrança. É o caso de hospitais, hemocentro, centros de diálise, prontos-socorros, casas de saúde e estabelecimentos de internação coletiva, que não sofrerão os efeitos da resolução.

Chegou a hora dos prejuízos com os alagamentos Maria Gabbriela Veras As poucas chuvas que caíram depois do longo período de seca no Distrito Federal já mostraram aos brasilienses que os conhecidos problemas com as águas estão de volta. Tesourinhas, garagens, escolas, casas e redes pluviais foram alagadas. A primeira chuva que marcou o fim da seca aconteceu no último dia 20 de setembro. A principal região afetada é a área central de Brasília. Tesourinhas alagam constantemente e gara-

gens de prédios empresariais e residenciais são tomadas pelas trombas d’água. Procurada pelo Brasília Capital, a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) informou que os trabalhos para que os prejuízos causados pela chuva sejam os mínimos possíveis já foram iniciados. “Realizamos uma ação preventiva nas quadras do Plano Piloto, agora vamos realizar nas tesourinhas. As equipes da Novacap realizam um trabalho constante de desobstrução das bocas de lobo em todo o Distri-

to Federal e a ação que estamos iniciando é um esforço concentrado visando os pontos mais críticos de alagamentos no DF”, pontuou o diretor-presidente da Novacap, Júlio Menegotto. Limpeza - De acordo com a Novacap, desde 12 de setebembro ações de limpeza das bocas de lobo das tesourinhas das asas Norte e Sul estão sendo feitas. A companhia informou também que já realizou, entre os meses de junho, julho e agosto, a limpeza de 8,5 mil bocas de lobo e a

manutenção de 8,5 mil metros de rede de drenagem pluvial de todas as quadras do Plano Piloto. Caso haja necessidade, os moradores podem informar à Novacap que determinadas regiões ainda precisam de limpeza. O ato pode ser feito pela Ouvidoria da Companhia ou na administração regional das cidades que necessitem de atenção especial. As manifestações podem ser feitas pelo site www.novacap. df.gov.br, na aba de ouvidoria/canais de atendimento, e pelo telefone 162.


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Por Chico Sant’Anna

fotos: Taciano de Carvalho / Gama Livre

Visão panorâmica do Museu de Arte de Brasília (MAB). Janelas e vidros quebrados. Esquadrias estão apodrecendo

Abandono cultural Não, não se trata de montagem surrealista, é mesmo um quadro de ruína total

I

naugurado em 1985, o Museu de Arte de do deveria ter ficado pronto em maio de 2015. Brasília (MAB) está todo deteriorado. De fora, paredes rachadas e infiltrações na Contrato suspenso - Em março de 2015, já no estrutura de concreto. Nas janelas, vidros atual governo, o contrato foi suspenso. Em abril de quebrados, esquadrias apodrecendo. Mó- 2016, Rodrigo Rollemberg emitiu um despacho deveis abandonados na área externa do prédio, rede terminando que a Secretaria de Gestão do Território e Habitação aprovasse com urgência o projeto arquide esgoto e captação de águas pluviais detonadas. Dentro, fiações elétricas expostas, buracos no tetônico da reforma do MAB. Pergunto-me: não bastaria um telefonema ao seteto, que na chuva transformam-se em cachoeicretário pedindo urgênras. No chão, poças de cia? água, berço predileto Na verdade, falta dipara o mosquito da dengue, da zika e da nheiro, ou melhor, falta prioridade em gastos. A chikungunya. Moradomenos de um quilômeres próximos ao MAB se queixam que ali virou tro do MAB, na Concha Acústica, o GDF apoiou ninho de ratos e de eso projeto Na Praia, dito corpiões. cultural. Segundo revela Assim está o MAB. em sua coluna o ex-chefe Situado em área privida Casa Civil do GDF, legiada às margens do jornalista Hélio Doyle, Lago Paranoá, abrigou Escultura compõe triste realidade com monte de terra o Buriti autorizou uma mais de mil obras de arrenúncia fiscal de R$ 100 te moderna e contemporânea. Ao custo de R$ 4 milhões, sua reforma mil dos patrocinadores privados ao Na Praia e ainda foi anunciada em 2013, no governo Agnelo Quei- liberou mais R$ 240 mil em apoio cultural do BRB. Do antigo MAB, na área externa, das obras de roz. A proposta arquitetônica previa sala multiuso, laboratório de restauração, sala de serviço, uma arte no local, só restou uma escultura marcada exposição permanente de esculturas num espaço por pichação, revelando o abandono do museu aberto com 1.005m², biblioteca e sala de vídeo. Tu- pelo governo do DF.

Gafe Internacional A recente reforma do ensino médio, decretada via Medida Provisória pelo governo Temer, trará embaraços internacionais para o Brasil. Se por si só, já podemos considerar um retrocesso na qualidade do ensino a retirada da grade escolar obrigatória de disciplinas como filosofia, sociologia e educação física (esta, ao contrário, deveria ser obrigatória em todos os níveis de ensino, até como política de saúde pública), a MP atabalhoada vai gerar dor de cabeça com os vizinhos do Mercosul. Português - O Tratado de Assunção no Paraguai, de 1991, estabeleceu como línguas oficiais do bloco o português e o espanhol. Foi assinado um protocolo para difundir a aprendizagem dos idiomas através dos sistemas educacionais, “em todos os níveis de ensino e modalidades”. Desde então, os países-membros vêm adotando medidas para que os dois idiomas ganhem espaço. Formação - Criaram-se cursos de formação de professores de espanhol e de português. Em 2001, em Buenos Aires, as escolas bilíngues passaram a oferecer português, não só inglês. Em 2004, Brasil e Argentina transformaram seus colégios nas fronteiras em escolas bilíngues. No Uruguai, mais de cem escolas já ensinam português. Paraguaios estudam português a partir dos 15 anos de idade, no supletivo de 2º grau e em universidades. Na Venezuela, em 2009, foi incluído na grade escolar como disciplina opcional. No Brasil, a partir da lei nº 11.161/2005, o espanhol é oferta obrigatória pelas escolas. Burrice acadêmica - Segundo especialistas, num mundo globalizado e multipolar, adotar o inglês como único idioma obrigatório no ensino médio, além de ferir os tratados no âmbito do Mercosul, é burrice acadêmica. Na França, todas as escolas oferecem obrigatoriamente mais de um idioma e o inglês não é obrigatório em nenhuma delas. É uma opção do aluno. Cesta de idiomas - Aqui do lado, no Paraguai, além do português, as instituições de ensino podem optar entre alemão, francês, inglês e italiano. Pela realidade regional brasileira, pela amplitude de opções de mercado de trabalho, a adoção de uma cesta de idiomas, incluindo também o mandarim e o árabe, mostra-se o melhor caminho para a formação linguística de nossos jovens.


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59 mil internautas reprovam reforma do ensino médio Manifestações contrárias foram registradas em consulta pública feita pelo Senado Zilta Marinho

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quase totalidade das pessoas que se manifestaram até agora na consulta pública que está sendo realizada pelo Senado Federal é contra a proposta de reforma no ensino médio enviada ao Congresso Nacional por intermédio de Medida Provisória. Numa semana, houve mais de 60 mil acessos. No mesmo período, 568 emendas foram apresentadas por deputados e senadores, muitas delas sobre o restabelecimento de disciplinas obrigatórias. Disciplinas como ar-

tes, educação física, sociologia e filosofia, seriam optativas, segundo o texto preparado pelo governo. Essa possibilidade de escolha está sendo considerada por muitos estudantes como um ponto positivo. Em relação a línguas, apenas o inglês seria disciplina obrigatória e o espanhol, optativa. A MP deverá sofrer alterações. É comum as modificações acontecerem tanto na Câmara quanto no Senado Federal. O assunto é polêmico e o debate que está apenas começando. Mas pelos prazos previstos no texto apresentado, as modificações no ensino médio só deverão ocorrer no ano letivo de 2018. A proposta é ampla e já vinha sendo discutida no governo anterior. O objetivo é atualizar o curso aproximando-o das necessidades e interesses dos estudantes, bem como do processo de desenvolvimento global. Escolha de disciplinas - Para P.S.T., 17, estudante do 3º ano de uma escola privada, poder escolher disciplinas é muito interessante. Ele pretende fazer design de pro-

duto, também chamado design industrial. “No meu caso escolheria artes, pelo tipo de curso que quero fazer na universidade”, afirmou, demonstrando determinação. Já J.V.B., também com 17 anos e cursando o 3º ano do ensino médio, acha que “esportes são fundamentais, mas eu não escolheria educação física como optativa”. E completa: “Eu gostaria que fosse como nos Estados Unidos”. Ele exemplificou sua opinião: “Há várias equipes na escola e delas saem os melhores para o time titular”. J.V.B. ressaltou seu interesse em participar de atividades assim, destacando ainda que “é bom poder escolher discipli-

nas que têm a ver com o que a gente quer fazer. Quero Engenharia de Produção, seria ótimo”. I.L., 15 anos e cursando o 1º ano numa escola pública, também gostou da idéia de poder escolher disciplinas. Ela quer estudar arquitetura e sua primeira optativa seria artes, pela afinidade com a futura carreira. Para C.A.S., 16 anos e no 2º ano da mesma escola de I.L., poder escolher é uma “ótima proposta”. Ele quer fazer engenharia mecânica e disciplinas de humanas não estariam entre suas matérias optativas, mas “se física não for obrigatória, será a primeira da minha lista.”


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Muitos estudantes aprovam a possibilidade de escolherem disciplinas relacionadas com suas futuras profissões. Mas o debate está apenas começando no Congreso Nacional. A Medida Provisória já tem quase 200 emendas

Carga horária - Está na Medida Provisória proposta um aumento significativo de horas/aula. Atualmente são 800 anuais que passariam para 1.400. Nesse ponto P.S.T. destaca que não gostaria de ficar sete horas na escola, como propõe o governo. J.V.B., entretanto, acredita que poderia aproveitar mais as atividades em laboratórios e os outros ambientes e recursos que a escola oferece. I.L tem dúvida: “Acho muito chato ficar sete horas na escola”. Pensa um pouco e completa “Se fosse para estudar as disciplinas das minhas escolhas, poderia ser bom”. C.A.S. foi categórico: “Nem pensar! Quero fazer outras coisas, ouvir música e jogar futebol. Sem essa de ficar o dia todo na escola.” Especialistas - Outra das novidades da Medida Provisória é a possibilidade de especialistas e profissionais do mercado, que não têm formação específica como pro-

fessores, poderem ministrar aulas no ensino médio. Para os quatro adolescentes, esse seria um ponto muito positivo, uma grande ajuda. P.S.T. destaca que “um designer de mercado me ajudaria a ver se o que eu quero é isso mesmo”. J.V.B. considera que o “aluno ganha”. Para I.L. estudar com alguém que lida com a questão “na prática, seria ótimo, eu ia gostar muito!” C.A.S. afirma que gente que já trabalha na área, vai trazer para a sala de aula “só o que interessa na profissão” seria um diferencial. “Muito bom ter aulas com quem põe a mão na massa”, completa. Os estudantes têm uma opinião comum. Acreditam que se há tanta polêmica entre os especialistas, os alunos também devem ser consultados sobre as modificações. Querem expressar seus pontos de vista e serem levados em conta nas decisões que serão tomadas pelo Congresso Nacional.


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Bruno Santa Rita

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uitarras e bateria no máximo. Metais no volume mais alto. E fumaça… só se for de gelo seco. Nada de vício. Pelo menos duas bandas de rock pesado brasileiras têm feito das suas composições um caminho para pregar abstinência das drogas. A brasiliense hardcore “Lost in Hate” e a paulistana “Bayside Kings” exploram seus sons de forma condizente com a ideologia da banda, o “Straight Edge” (que em português, significaria “caminho reto”). O grupo da capital, por exemplo, investe em projetos sociais condizentes com a ideologia da banda. Eles passam ideais por meio de projetos sociais, tocam e palestram em escolas. Eles apóiam institutos que lutam contra as drogas e os vícios e procuram a total abstinência de entorpecentes. O que vale também para tabaco, álcool e outras drogas. “Os alimentos que arrecadamos nos shows beneficentes são destinados a instituições ligadas à recuperação de viciados”, afirma o baixista da banda, Fábio Alexandre. Realidades pessoais - Além de Fábio, os outros integrantes da “Lost in Hate” são Guigows (voz), Raphael Kenji (guitarra), Wellington Mota (guitarra) e Bruno Duarte (bateria). O grupo se uniu, inicialmente, pela vontade de passar uma mensagem através da cena “underground” do “hardcore”. Quando descobriram que todos seguiam a mesma ideologia e tinham o mesmo gosto musical, decidiram montar uma banda seguindo os passos de grupos como Stick to Your Guns, The Ghost Inside e Heaven Shall Burn. Além de ter músicas que falam das realidades pessoais dos membros da banda, outras letras falam da cultura “Straight Edge” e da luta contra as drogas lícitas e ilícitas, relembrando também simbologias da ideologia, como o “x”, geralmente, marcado nas costas das mãos como forma de re-

Proposta de outro caminho Duas bandas de rock pesado usam suas músicas para defender abstinência de todo tipo de droga divulgação

Fábio Alexandre (ao microfone): shows ajudam na recuperaração de viciados

presentação de que a pessoa aderiu ao caminho sóbrio. Na banda, também há membros que seguem dietas vegetarianas e veganas (dieta sem alimentos de origem animal), embora essa não seja a principal bandeira do grupo. Para ele, o veganismo e o “Straight Edge” se alinham, uma vez que estar livre dos vícios pode ser análogo à liberdade dos animais que são criados com a finalidade de se tornarem alimentos. “O ‘Straight Edge’ é a libertação dos vícios, o veganismo, a libertação do animal. Há uma preocupação quanto ao que a indústria pecuária se tornou”, afirma Fábio Alexandre.

Os integrantes do grupo acreditam que a cena de hardcore é muito mais movimentada pelas bandas e por eventos autônomos do que por produtores locais. “Se a gente não fizer os shows, ninguém vai fazer, então, não dá para contar com os produtores locais”, diz Fábio. Punk vegano - O vocalista da banda Bayside Kings, de São Paulo, Milton Aguiar, de 31 anos, explicou que a filosofia “Straight Edge” é, resumidamente, o hardcore punk livre de drogas. Segundo Milton, a subcultura foi iniciada por volta dos anos 1980 em Washington DC, nos Esta-

dos Unidos. A ideologia surgiu a partir da ideia de que para se questionar as situações cotidianas como situações políticas, crises econômicas ou até mesmo crises pessoais, não seria necessário estar sobre o efeito de entorpecentes, pelo contrário, o ideal seria manter a “mente limpa”. Ser “Straight Edge” para Milton Aguiar é a única forma de vida que ele enxerga pra si mesmo. Desde que ele teve contato com a cultura do skate de rua e o hardcore punk, suas convicções sobre a vida estabeleceram uma base. “Não existe um outro eu em outro lugar. Todas estas opções e lutas diárias vieram da minha associação com o hardcore punk e os ‘Straight Edge’”, argumenta. Milton Aguiar nunca teve um histórico com as drogas, apenas uma experiência com álcool e tabaco no ensino médio. Segundo ele, a criação de seus pais fora o bastante para que ele não seguisse o caminho das drogas. “Eu não sabia como seria o efeito da droga em mim, então não quis usar. Não é para mim”, justifica. Morte dos animais - A ideologia do veganismo e a dieta vegetariana são também parte das subculturas advindas do punk hardcore. Para Milton Aguiar, todas as coisas são energia e, portanto, a sua alimentação também seria baseada em energia. Nesse caso, ele opta por não carregar energias negativas advindas da morte dos animais e questiona se é certo ter uma alimentação baseada na energia do assassinato. O vocalista só teve essa consciência no ano de 2013, quando iniciou sua luta para aderir a uma dieta vegetariana. “Desconstruir uma cultura milenar do uso da vida animal em benefício próprio é o caminho. É difícil, mas nós podemos, nós temos a opção”, afirma o cantor. O veganismo, vegetarianismo e o “Straight Edge” são apenas algumas subculturas advindas do hardcore punk. Milton Aguiar diz que quanto mais nos informamos, mais temos noção das práticas que são necessárias para se construir um mundo melhor. E lembra que há várias outras lutas diárias presentes na ideologia do gênero musical, como o racismo, o machismo e a homofobia.


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única coisa certa é que o homem não aprende, ensinou o Mestre russo George Gurdieff. Ele referia-se ao fato de o homem, mesmo praticando uma religião ou seguindo grandes mestres, não se modificava. A mudança só ocorre quando a informação leva à reflexão corajosa sobre si mesmo. Enquanto servir apenas para acúmulo de conhecimentos teremos somente espiritualistas e espíritas vaidosos e nada mais. Jesus gostava de repetir que o que ele fazia qualquer um podia fazer, e para isso bastava ter fé do tamanho de um grão de mostarda. O desenvolvimento dessa fé exige do candidato atenção com os exemplos dos mestres, práti-

Evolução - reflexão em vez de informação ca constante e confiança que é da mesma natureza dele. Ouvindo ou lendo com essa disposição, num processo lento e gradual, as ideias e exemplos dos mestres ficarão

impregnados e emergirão, fazendo com que o discípulo se revista de qualidades idênticas. O apóstolo Paulo no final de sua vida, afirmava: Não sou eu quem

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uitas dietas e padrões alimentares atualmente apresentam características “low carb”, ou seja, apresentam uma restrição de carboidratos. Em 2015, um comitê de especialistas escreveu um documento para discutir os possíveis benefícios dessa estratégia para o tratamento de diabetes. O primeiro ponto importante a ser descrito, é a definição de dieta “low carb”. Dietas que têm entre 26% e 45% do total de calorias provenientes de carboidratos são consideradas com restrição moderada. Dietas com menos de 26% de carboidratos já são as consideradas “low carb”, com menos de 130 gramas/dia desse macronutriente. E

Caroline Romeiro

Dietas “low carb” dentro das “low carb” temos ainda as com característica cetogênica, que apresentam entre 20 a 50g/dia de carboidrato. Essas últimas são bastante restritivas, e a maior parte das pessoas não conseguiria seguir uma dieta com essa quantidade tão

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410

Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br www.marceloramosopovoeopoder.blogspot.com

baixa de carboidratos. Essas dietas tornaram-se muito populares, pois estimulam a perda de peso rápido. Os carboidratos, tradicionalmente, fazem parte da maior parte da nossa alimentação, como cereais, raízes, tubérculos, pães, massas,

vive. É Cristo quem vive em mim. Paulo referia-se ao fato de estar sentindo e agindo de forma assemelhada ao Mestre. De maneira idêntica podiam falar o apóstolo João Evangelista e São Francisco de Assis. Um Mestre de verdade, conhecedor do processo de evolução, trabalha com o discípulo, levando-o a experiência para que reflita e tenha confiança. Carinho e energia são necessários. Ao discípulo que bebeu cal perto de uma escultura de uma vaca pensando tratar-se de leite, o Mestre pergunta-lhe se ele viu alguém tirando o leite. Após a negativa, ensina-lhe: VOCÊ NÃO PODIA CONCLUIR QUE ERA LEITE. Experiência, reflexão, conclusão, prática e confiança.

bolos, biscoitos, frutas e vegetais. A restrição desses grupos leva a uma redução drástica no consumo de carboidratos. Além de ser uma estratégia difícil de ter adesão, pelo aumento do estresse, irritabilidade e dores de cabeça, a maior parte das pessoas que fazem exercícios pode ter redução na performance esportiva. Existem benefícios pontuais associados a essa prática, tanto no controle da glicemia de pacientes diabéticos, como na redução de peso de indivíduos obesos. Porém, ainda não existe consenso sobre a segurança e indicação dessa estratégia. Muitos estudos estão sendo realizados e em breve teremos mais respostas para as questões relacionadas a dietas “low carb”.


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elo visto e sem qualquer gesto amigável ou resposta aos meus “bom-dia”, alguns vizinhos de quadra, com quem cruzo todas as manhãs nas caminhadas sob a abóbada das frondosas árvores, passam por mim de peito empinado, como se estivessem com o rei na barriga. Aliás, convém lembrar do doutor, que morava ali no bloco C, ele um ricaço fazendeiro e ministro do TSE, que deixou suas inúmeras propriedades e muito dinheiro no banco, mas que não levou nada ao morrer como vítima de latrocínio, com 76 golpes de faca. Sobre os caminhantes arrogantes atuais, a julgar por seus passos cadenciados, tudo indica que dois deles devem ser almirantes ou brigadeiros, levando-se em conta que há blocos privativos da Marinha e da Aeronáutica, aqui na SQS 113. Mas acontece

Fernando Pinto (*)

Pra que esse orgulho, doutor? que não sou marinheiro ou recruta para ser tratado com tanto deboche explícito por esses senhores acostumados a receber reverência militar de subordinados quando chegam aos quartéis. Faz muito tempo, mas essa rotina matinal me fez lembrar de um samba interpretado pela saudosa Elis Regina:

“Não fala com pobre, não dá mão a preto, não carrega embrulho... Pra que tanta pose, doutor? Pra que esse orgulho? A bruxa que é cega, esbarra na gente, a vida estanca. O infarto te pega, doutor, e acaba com essa banca!

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casamento é tido hoje como uma instituição social e religiosa. Ele é necessário para a organização de uma sociedade e é visto como um ato divino dentro de um ponto de vista espiritual. É importante lembrar que a origem do matrimônio não foi iniciada a partir de uma visão romântica ou espiritual. A sua origem esteve muito relacionada à necessidade de organização social em vista de se poder assegurar a propriedade de uma família. Ou seja, se não houvesse casamento, não haveria família e assim as propriedades não poderiam ser destinadas a alguém, seriam de todos. Como tudo evolui, é possível observar na história do casamento a evolução de como essa instituição foi sendo vista e percebida por todos nós. Em função dessa necessidade de resguardo patrimonial, inicialmente os casamentos eram arranjados. Ou seja, quem escolhia os parceiros ou as parceiras eram sempre as famílias, visando seus próprios interesses. Época dos dotes. A partir de uma não possibilidade de escolha, foi-se percebendo como estar apaixonado ou

Fernanda Sampaio (*)

Reflexões sobre o casamento amando era essencial na escolha do parceiro(a). Esta forma de pensar era muito criticada na época, pois o discurso familiar acreditava que o amor era construído. E de fato, os antigos não deixavam de estar certos. O amor é construção. E ainda temos amores antigos muito bonitos, enraizados e que devemos ter como referência, inclusive para os dias atuais. Mas na prática, para ser construído é preciso haver predisposição de ambas as partes. E é esse o detalhe essencial para fazer um relacionamento dar certo, seja ele dos tempos antigos

ou dos tempos atuais. É aí que uma escolha amorosa ajuda a ter essa motivação inicial e que deve perdurar para enfrentar todos os desafios que uma relação propõe. Eis uma questão que não cala: se hoje os casais podem escolher e afirmam que casaram por amor, por que temos tido altos índices de divórcios e dissoluções familiares? Como será que anda a nossa evolução a partir desse tema? É tão comum ver pessoas querendo casar e vemos tantas festas exuberantes, nas quais se gastam verdadeiras fortunas para guardar de

A vaidade é assim: põe o tonto no alto, retira a escada, Fica por perto, esperando sentada. Mais cedo ou mais tarde, ele acaba no chão. Mais alto é o coqueiro, maior é o tombo do tonto. Afinal, todo mundo é igual, quando o tombo termina com terra por cima e na horizontal...” É isso aí, amigo leitor: o sábio rei Salomão enxergava longe, quando escreveu esta sentença no livro do Eclesiastes, no Velho Testamento: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!...”

(*) Fernando Pinto é jornalista e escritor

lembrança. Mas qual será o sentido que toda essa geração está dando ao casamento? Por que essas uniões não duram mais tempo? E a que amor é esse que nos referimos na escolha? Talvez o ponto base seja rever o que entendemos sobre relacionamentos. Os relacionamentos mais bonitos são aqueles fundamentais em entrega, renúncia, aceitação, abdicação, paciência, humildade, tolerância e diálogo. E óbvio que não é fácil se relacionar e muito menos crescer numa relação. É sempre um desafio acalentador para a nossa alma quando vemos os resultados de um sólido amor. Finalizo este artigo com uma passagem bíblica no capítulo 1 de Coríntios 13:4-7, que diz: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se irrita facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

(*) Psicóloga, psicodramatista, terapeuta sexual, palestrante, especialista em Brainspotting e EMDR.


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Felicidade ou Morte Clovis de Barros Filho

Kóblic Sebastián

Argentina, período da ditadura militar da década de 70. Kóblic, um ex-capitão das Forças Armadas é responsável por coordenar as operações aéreas conhecidas como os “voos da morte”, onde pessoas consideradas subversivas eram arremessadas de dentro dos aviões diretamente no mar. Gênero: festival.

Um doce refúgio / Bruno Podalydes Michel é um artista gráfico que trabalha com seu irmão Remi e sempre foi fascinado pela ideia de um dia pilotar um avião. Quando des-

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cobre que a engenharia de um caiaque é muito parecida com a de uma aeronave, compra um, sem que sua esposa saiba. Gênero: comédia.

De filmes e livros a propagandas de televisão, a todo o momento somos instados a ser felizes. Pois, como diria o poeta, “é melhor ser alegre que ser triste”. O desejo pela felicidade parece ser mesmo uma constante de nosso tempo. Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal passeiam pela história e pela filosofia para pontuar como cada época e sociedade estabelecem sua própria definição das circunstâncias para o que seja uma vida feliz. E questionam se, sendo livres para escolher entre tantas possibilidades, estamos de fato mais próximos desse ideal.

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r o g r a m a ç ã o

i c r o c o n t o

Luis Gabriel Souza divulgação

Shows nMelanina (foto) – Especial 5 anos. Sexta-feira (7), às 23h, no Estádio Nacional Mané Garrincha. Ingressos: R$ 50. Pontos de venda: www. influenzaproducoes.com. br. Informações: (61) 996680061. nGreen Move Festival 2016. Sexta-feira (7) e sábado (8) na Esplanada dos Ministérios, programação durante o dia todo. Atrações: Skank e Paralamas do Sucesso. Entrada franca. Informações: www. greenmovefestival.com.br.

Teatro nO Novo Espetáculo – Tudo Está à Venda. Quarta-feira (19) e quinta-feira (20), às 20h, na USINA – Centro de Arte e Entretenimento (atrás do Noroeste e ao lado da Água Mineral). Ingressos: R$ 10 (meia-entrada). Pontos de venda: no local. Informa-

ções: (61) 98425-6885. n“Tô grávida”, com Fernanda Rodrigues e Paulo Vilhena. Sábado (8) e domingo (9), às 20h, no Teatro dos Bancários. Ingressos: R$ 50 (meia). Pontos de venda: Bilheteria Digital e na bilheteria do teatro. Informações: (61) 35229521 / 3262-9090.

Exposição n“A Fisionomia do Mundo” de Nabil Sami. Em exposição na FNAC Brasília do ParkShopping até o dia 16 de outubro, de segunda à sexta-feira, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 10h às 20h. Entrada franca. Informações: (61) 2105-2000. n“Casoacaso” no Deck Norte. Na galeria de arte do shopping Deck Norte (Lago Norte) até o dia 8 de outubro, sábado, das 13h às 19h. Entrada franca. Informações: (61) 99292-5501.

Fim Trocou a roupa, tirou a masculina e colocou o vestido modelando o corpo, batom vermelho, maquiagem para noite, perfume francês e nome trocado. Parou na esquina esperando o primeiro cliente, jogou charme, sensualizou... Um louco correndo jogou álcool, ateou fogo; acabou com o trabalho, acabou com os sonhos, acabou com a vida dela. Viveu dando prazer, morreu clamando socorro. (Baseado na travesti de Curitiba)


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