Natural da Terra | 14

Page 75

4

Inverno sem culpa Por Maria de Gusmão

Não use o frio como desculpa para os quilos a mais na balança. Com (re)educação alimentar e um pouco de disciplina, o corpo vai agradecer A ladainha de inverno é sempre a mesma. O frio afasta um monte de gente da academia. Essa mesma turma não resiste às tentações gastronômicas da estação e esquece que existem saladas e frutas. Mas basta o termômetro começar a subir para que o desespero com a balança (que, invariavelmente, também aponta para cima) faça esse ser cheio de “culpa” correr atrás do tempo perdido, e dos quilos ganhos, muitas vezes lançando mão de artifícios pouco saudáveis como regimes absurdos e ginástica exagerada. Não precisa ser assim. Manter o peso inalterado durante os meses mais gelados do ano é mais fácil do que se imagina. Se deixar a cama quentinha logo cedo ou enfrentar o friozinho da noite torna a prática de exercício um desafio difícil de vencer, a saída para não perder a forma está na educação (ou reeducação) alimentar. “Pouca gente sabe, mas perder peso é mais fácil no frio do que no calor”, diz a nutróloga Samantha Enande, da Clínica Valéria Marcondes, de São Paulo, SP. “Isso porque o organismo precisa queimar mais energia para manter a temperatura corporal nos 36,7 graus.” Ou seja, se durante o inverno você ingerir a mesma quantidade de calorias do verão, vai perder peso sem precisar levantar um haltere sequer. Mas aí vem a questão-chave: como continuar na saladinha de folhas verdes e salada de frutas quando o estômago (e o coração) pede feijoada e founde? Realmente, a dieta de inverno não é amiga da balança. A sugestão é buscar opções

quentes que não sejam, necessariamente, gordas. Exemplo: substitua a salada de entrada por uma sopa, de preferência um caldo – evite os cremes que levam mais gordura no preparo. Feijão, lentilha e grão-debico, sem linguiça, alimentam e esquentam a alma, sem nocautear o regime. Outra dica da nutróloga Samantha, que nesta época do ano vê diminuir pela metade o número de novos pacientes em seu consultório, é manter rigor nos horários da refeição. O ideal, explica a médica, é se alimentar de três em três horas – e existe uma explicação para isso. “A cada quatro horas, ocorre um fechamento metabólico, quando nosso organismo queima gordura para produzir calor”, diz. Se não entrar nenhum alimento nesse espaço de tempo, a energia será extraída dos músculos, o que vai causar cansaço e fome. E com fome fica difícil controlar as calorias ingeridas, certo? Claro, ninguém precisa de um prato de macarrão a cada 3 horas.

75

074_saude.rev.indd 75

6/11/09 10:28:53 PM


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.